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Informativo dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação do ES - 20 de outubro de 2015 - Distribuição: Real Café
Na Real: Patrão lucra e trabalhador espera
A Real Café vai bem. Já os trabalhadores...
Se tem uma empresa que
não pode reclamar da crise é
a Real Café. Pois o momento
não poderia ser melhor para
uma fábrica que exporta gran-
de parte de sua produção. O
dólar está batendo recorde
histórico. Isso significa que os lu-
cros da Real Café também de-
vem estar fazendo história. Só o
trabalhador que não está ven-
do a cor das verdinhas. E deve
ser exatamente por isso que a
empresa está enrolando, ten-
tando não ir para a mesa ne-
gociar melhores salários para
os trabalhadores. A postura da
empresa gera revolta e nossa
indignação tem que se trans-
formar em energia para a luta.
Chega de abuso!!!
Data-base está garantida
O Sindialimentação pe-
diu na Justiça a garantia da
data-base, pois a estratégia
da empresa poderia ser fazer
com que a data-base fosse
perdida. A justiça garantiu que
a data referência de negocia-
ção continuasse a ser 1º de se-
tembro, mantendo assim todos
os benefícios já conquistados
pelo Sindicato para os traba-
lhadores.
A data-base de nossa categoria é setembro.
Fizemos assembleia com os trabalhadores,
tiramos a pauta e enviamos a proposta da
categoria na data prevista e a empresa até
hoje não agendou nem uma reunião. Nós
enviamos ofício solicitando mais uma vez
agendamento da reunião e a empresa não
se manifestou demonstrando total descaso e
desrespeito ao trabalhador.
Negociaçãovai para SRT
Diante da intransi-
gência da empresa, o
Sindialimentação pre-
tende enviar ofício à Su-
perintendência Regional
do Trabalho (SRT) pe-
dindo que o órgão con-
voque a empresa para
comparecer à mesa de
negociações. Estamos
aguardando apenas o
fim da greve dos servido-
res públicos, que abran-
ge também os trabalha-
dores da SRT.
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Uma longa jornada de discussão
Durante o processo de ne-gociações para o Acordo Co-letivo 2014/2015, o Sindialimen-tação obteve a informação de que a empresa está pratican-do uma jornada de trabalho irregular com os trabalhadores. Após a verificação, o Sindica-to informou à empresa que a jornada de trabalho é ilegal e que a empresa devia, pelo me-nos, seis horas-extras por dia a cada trabalhador.
Por decisão do Tribunal Su-perior do Trabalho (TRT), jorna-das de revezamento superio-res a seis horas não podem ser autorizadas, o que é o caso da Real Café. Por essa razão, o Sin-dicato ajuizou uma ação pelo pagamento das horas-extras dos trabalhadores.
A situação gerou uma po-lêmica muito grande na fábri-ca, pois muitos trabalhadores gostam da jornada, por conta
A ilegalidade da atual
jornada foi definida pelo
Tribunal Superior do Trabalho
(TST). O Sindialimentação
não pode assinar a
continuidade da 4x4.
das folgas. Para outros, as folgas permitem que eles ganhem mais fazendo atividades externas.
O Sindicato foi procurado por um grupo de trabalhadores e, em uma reunião informal, a situação foi devidamente es-clarecida. Foi mostrado que não é má vontade por parte do Sindialimentação, mas a defesa dos direitos dos traba-lhadores. Não é possível assinar um acordo aceitando uma jor-nada ilegal.
A nossa entidade não po-deria deixar de entrar com a ação pedindo o pagamento das horas-extras sob a pena de ser acusada de não agir em defesa dos trabalhadores.
JORNADA 4X4 NÃO PODE SER RENOVADA
O Sindialimentaçãonão pode se calar
A empresa deu a entender aos trabalhadores que o Sindi-cato era contra a jornada de trabalho sem nenhum respaldo jurídico, mas somos contra por-que é ILEGAL. Se o Sindicato não ajuizasse uma ação con-tra a empresa, poderíamos ser notificados pelo Ministério Público do Trabalho e obriga-dos a responder por omissão, negligência e conivência com práticas ilegais.
O que a empresa omitiu é que, com o fim do processo, ela terá que pagar horas-extras para todos os funcionários envolvidos na jornada 4x4 por conta desta jornada de revezamento.
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A forma como a jornada está sendo condu-zida caracteriza turno de revezamento (jornada de trabalhado em horários alterados). A escala está sendo de dois turnos de 12 horas durante o dia e dois turnos de 12 horas à noite, mais quatro dias de folgas posteriores (caracterizando turno de revezamento ininterrupto). Pela lei, a jorna-da deveria ser de seis horas de trabalho com pausa de 15 minutos para refeição/lanche.
••• Jornada fixa(num único turno do dia):8 horas de trabalho com 1 hora de
almoço.
••• Jornada de revezamento(em turnos alternados do dia):6 horas de trabalho com 15
minutos de lanche.
••• Horas-extras: nas duas
modalidades, só é permitida
mais 2 horas suplementares
(artigo 59 da Consolidação
das Leis Trabalhistas, a CLT),
contadas como hora-extra. Exceções só
podem ser permitidas em acordo, mas
implicam uma série de condições.
••• O processo pode ser retirado?
Não. O processo não pode e nem será retirado, por três motivos simples:
PRIMEIRO: Hora-extra é um direito individual e intransferível.
SEGUNDO: O Sindicato não pode se calar diante de uma ilegalidade.
TERCEIRO: O trabalhador que saiu tem direito a questionar as mesmas horas-extras (a ação retroage em 5 anos, por ordem da Justiça).
••• Caso eu queira, posso tirar meu nome do processo?
Sim, individualmente. Mas você abrirá mão do direito que a Justiça estabelecer ao fim do processo.
••• Se todos retirarem o nome, o processo deixa de existir?
Não. Os trabalhadores apenas abrirão mão do direito que têm. O processo continuará pela ilegalidade da jornada e pelos trabalhadores que já saíram da empresa.
••• Se todos assinarem a favor da jornada, ela pode ser implantada?
Não, porque a jornada é ilegal.
A ilegalidade da jornada 4x4
Tira-teimaQueremos desfazer qualquer dúvida ou informação equivocada que os trabalhadores tenham recebido. É o seu direito que está em jogo!
Tipos jornadas autorizadas por lei
Assembleia vaibuscar alternativas
Nós queremos ter um diálogo
propositivo com os trabalhado-
res, pois sabemos que a jornada
de trabalho é um tema de extre-
ma importância para todos. O
Sindialimentação discutiu com o
departamento jurídico propos-
tas alternativas para atender aos
trabalhadores. Vamos convocar
uma assembleia para que a ca-
tegoria decida uma proposta que
atenda, dentro da legalidade, a
sua vontade. Depois, o Sindiali-
mentação vai levar essa deman-
da para a mesa de discussão com
a empresa.
Todos contra o câncer de mama
Em outu-bro, o Brasil e o
mundo ficam um pouco mais rosa. Diversas
entidades e empresas aderem à cam-panha do Outubro Rosa. E nosso Sindi-cato também está dentro. A cor é su-ave, mas o tema é sério: o câncer de mama é o tipo da doença que mais acomete as mulheres e o que mais faz vítimas.
O índice de sucesso no tratamen-to contra o câncer de mama é de 87%, e ele aumenta a cada ano, gra-ças à conscientização. Porque quanto mais cedo vem o diagnóstico, mais efi-caz o tratamento.
O Outubro Rosa nos alerta para a necessidade de conhecer o pró-prio corpo e ter uma atitude de amor e cuidado por ele. O autoexame e a mamografia anual devem ser hábitos para nós, mulheres.
Também devem fazer parte da nossa rotina a prevenção, com uma alimentação saudável e a prática de exercícios regularmente (posso falar pessoalmente de como o hábito das caminhadas me faz bem em diversos aspectos).
Nós, mulheres, não podemos fugir de um diagnóstico precoce que pode salvar a nossa vida. Cabe a cada um de nós darmos o primeiro passo, o pri-meiro toque, e envolvermos nossas amigas e parentes na luta pela vida. Nós também estamos juntos nessa!
Linda MoraisCoordenadora Geraldo Sindialimentação
A Real Café enviou um ofí-
cio ao Sindialimentação infor-
mando a respeito de uma pro-
vável negociação a respeito
da participação dos trabalha-
dores nos lucros da empresa.
Até aí, tudo bem. Os trabalha-
dores devem mesmo receber
parte dos lucros que produzem.
Mas logo vimos que a Real que-
ria apenas que o Sindicato par-
ticipasse do processo só para
assinar embaixo do que ela
define. Ou seja, não há nego-
ciação.
Comissão de PPR: eleita ou imposta?
A empresa em seu oficio
informou ao Sindicato quem
seria a comissão para negociar
o PPR dos trabalhadores e disse
que a mesma foi eleita demo-
craticamente. No entanto, há
relatos de que essa comissão
não foi eleita de manei-
ra transparente, o que
não respeita os interes-
ses dos trabalhadores.
Comissão com poderde negociar
O Sindicato não é contra
uma comissão de trabalhado-
res para negociar a PPR. Des-
de que essa comissão tenha
estabilidade para enfrentar
a empresa na negociação e
pressionar por avanços. Sem
estabilidade, o trabalhador
não enfrentará a empresa e, se
enfrentar, vai ser demitido pois
não tem proteção alguma. To-
das as negociações de Partici-
pação nos Lucros do setor da
alimentação são negociadas
pelo Sindicato. Não estamos
aqui para assinar o que a em-
presa quer. Só assinamos o que
negociamos. E, na proposta da
empresa, não há espaço para
negociação.
PPR: só assinamos o que negociamosSindicato quer debate real sobre as cláusulas da participação nos lucros.