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Atividade 1 Estabelece a Constituição Federal no caput do art. 225: "Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.” No inciso I do artigo 3.º da Lei n.º 6.938/1981, que dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, meio ambiente é definido como o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas. Com base nos dispositivos acima transcritos, disserte sobre os princípios da precaução e do poluidor-pagador, estabelecendo a diferença entre eles. De acordo com a Declaração do Rio, ECO/92, fala em seu princípio 15 que: de modo a proteger o meio ambiente, o princípio da precaução deve ser amplamente observado pelos Estados, de acordo com suas capacidades. Quando houver ameaça de danos sérios ou irreversíveis, a ausência de absoluta certeza científica não deve ser utilizada como razão para postergar medidas eficazes e economicamente viáveis para precaver a degradação ambiental”.

Atividade 1 - Direito Ambiental

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Ambiental

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Atividade 1

Estabelece a Constituio Federal no caput do art. 225: "Todos tm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Pblico e coletividade o dever de defend-lo e preserv-lo para as presentes e futuras geraes.

No inciso I do artigo 3. da Lei n. 6.938/1981, que dispe sobre a Poltica Nacional do Meio Ambiente, meio ambiente definido como o conjunto de condies, leis, influncias e interaes de ordem fsica, qumica e biolgica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas.

Com base nos dispositivos acima transcritos, disserte sobre os princpios da precauo e do poluidor-pagador, estabelecendo a diferena entre eles.

De acordo com a Declarao do Rio, ECO/92, fala em seu princpio 15 que:

de modo a proteger o meio ambiente, o princpio da precauo deve ser amplamente observado pelos Estados, de acordo com suas capacidades. Quando houver ameaa de danos srios ou irreversveis, a ausncia de absoluta certeza cientfica no deve ser utilizada como razo para postergar medidas eficazes e economicamente viveis para precaver a degradao ambiental.

Se um empreendimento puder causar srios ou irreversveis danos ambientais, mas no h certeza cientfica quanto aos efetivos danos e suas extenses, entretanto existe uma base cientfica razovel embasada em juzo de probabilidade, o empreendedor dever ser compelido a adotar medidas de precauo para eliminar ou reduzir os riscos ambientais para a populao.

Conforme expe Frederico Amado a incerteza cientfica milita em favor do meio ambiente e da sade (in dubio pro natura ou salute).

O princpio da precauo caracterizado pela ao antecipada diante do risco desconhecido, ela preocupa com o risco incerto, com o perigo abstrato ou potencial.

Segundo Jean Marc Lavieille, o princpio da precauo consiste em dizer que no somente somos responsveis sobre o que ns sabemos, sobre o que ns deveramos ter sabido, mas, tambm, sobre o de que ns deveramos duvidar.

Incumbe ao suposto poluidor, a obrigao de provar que a sua atividade no perigosa nem poluidora.

A jurisprudncia afirma que a Incerteza cientfica significa poucos conhecimentos, falta de prova cientfica ou ausncia de certeza sobre os conhecimentos cientficos atuais. O princpio da precauo significa que, se h incerteza cientfica, devem ser adotadas medidas tcnicas e legais para prevenir e evitar perigo de dano sade e/ou ao meio ambiente. O princpio da precauo no implica na proibio de se utilizar tecnologia nova, ainda que tal compreenda a manipulao de OGMs. O princpio no pode ser interpretado, luz da Constituio brasileira, como uma proibio do uso de tecnologia na agricultura porque o Constituinte de 1988 estabeleceu que a poltica agrcola levar em conta, principalmente, o incentivo pesquisa e tecnologia (artigo 187, II, da CF/1988). (...) A legislao brasileira recepcionou o princpio da precauo com a obrigao que dele consta: no postergar medidas eficazes e economicamente viveis para prevenir a degradao ambiental, eis que constituiu obrigaes aos Poderes Pblicos de que, em qualquer atividade ou obra que possam representar algum risco para o meio ambiente, sejam necessariamente ser submetidas a procedimentos licenciatrios, nos quais, em graus apropriados a cada tipo de risco, so exigidos estudos e anlises de impactos, como condio prvia de que as obras e atividades sejam encetadas (TRF da 1 Regio, AC 199834000276820, de 1.09.2004).

Assim sendo, tem-se utilizado, o princpio da precauo quando se pretende evitar o risco mnimo ao meio ambiente, nos casos de incerteza cientfica acerca da sua potencial degradao, logo quando houver dvida cientfica da potencialidade do dano ao meio ambiente que qualquer conduta possa causar, incide o princpio da precauo para proteger o meio ambiente de um risco futuro.

J o princpio do poluidor-pagador, fala que deve o poluidor responder pelos custos sociais da degradao causada por sua atividade impactante (as chamadas externalidades negativas), devendo-se agregar esse valor no custo produtivo da atividade, para evitar que se privatizem os lucros e se socializem os prejuzos.

Este princpio no deve ser entendido como uma abertura incondicional para poluio, desde que se pague, o poluidor s poder degradar ao meio ambiente dentro dos limites de tolerncia previstos na legislao ambiental, aps licenciado.

A Declarao do Rio de 1992, em seu princpio 16 fala que: tendo em vista que o poluidor deve, em princpio, arcar com o custo decorrente da poluio, as autoridades nacionais devem procurar promover a internalizao dos custos ambientais e o uso de instrumentos econmicos, levando na devida conta o interesse pblico, sem distorcer o comrcio e os investimentos internacionais.

Este princpio fala que quem polui, deve responder pelo prejuzo que causa ao meio ambiente, a sua responsabilizao se d em forma de pagamento, que pode consistir em uma prestao em dinheiro. levado em conta que os recursos ambientais so escassos, sua produo e consumo geram reflexos ora resultando sua degradao, ora resultando sua escassez.

A diferenciao dos princpios consiste em que, o poluidor pagador busca evitar a ocorrncia de danos ambientais, e ocorrido o dano, visa sua reparao. O poluidor possui o dever de arcar com as despesas de preveno dos danos que possa vir a ocasionar, e se ocorrer o dano, o poluidor ser responsvel pela sua reparao. J o princpio da precauo, o risco no conhecido, a preservao do meio ambiente.

AMADO, Frederico. Direito Ambiental Esquematizado. Editora Mtodo, 6 edio, p.58

LAVIEILLE, Jean-Marc apud Frederico Amado. Direito Ambiental Esquematizado. Editora Mtodo, 6 edio, p.58

AMADO, Frederico. Direito Ambiental Esquematizado. Editora Mtodo, 6 edio, p.67