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X CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 08 e 09 de agosto de 2014 4 ATIVIDADE DIDÁTICA DE ARTICULAÇÃO DINÂMICA DE APRENDIZAGENS: A FÁBRICA DE BLOCOS DE ANOTAÇÕES Cristiano Henrique Antonelli Da Veiga, Mônica Huppes (Universidade Federal de Santa Maria) Resumo: Este artigo tem como objetivo mostrar os resultados observados em uma atividade didática desenvolvida dinamicamente com vistas à tomada de consciência das aprendizagens ocorridas em aula do conteúdo de produção. A dinâmica consistiu na reorganização da sala de aula tradicional em sala ambiente que representava o setor produtivo de uma fábrica de blocos de anotações. O primeiro momento da aula consistia na produção de apenas um tipo de produto e no segundo foi realizada a inserção de um novo modelo de produto que exigiu uma nova reorganização do processo produtivo como um todo. Ao final dessas duas etapas, oportunizou-se que os estudantes realizassem a exposição de suas dúvidas quanto às atividades executadas e as relações com as teorias anteriormente estudadas. Desta forma, a dinâmica permitiu identificar pontos relevantes, sob a ótica do aluno, a serem considerados com maior ênfase durante o planejamento e desenvolvimento destes produtos, além de proporcionar um estudo amplo e abrangente, uma vez que, por meio das dinâmicas realizadas, a teoria pode ser complementada com a prática em aula. Palavras-chaves: Ensino de Administração da Produção; Planejamento e Controle da Produção; Processos Industriais; MRP ISSN 1984-9354

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ATIVIDADE DIDÁTICA DE ARTICULAÇÃO DINÂMICA DE APRENDIZAGENS: A FÁBRICA DE BLOCOS DE ANOTAÇÕES

Cristiano Henrique Antonelli Da Veiga, Mônica Huppes

(Universidade Federal de Santa Maria)

Resumo: Este artigo tem como objetivo mostrar os resultados observados em uma atividade didática desenvolvida dinamicamente com vistas à tomada de consciência das aprendizagens ocorridas em aula do conteúdo de produção. A dinâmica consistiu na reorganização da sala de aula tradicional em sala ambiente que representava o setor produtivo de uma fábrica de blocos de anotações. O primeiro momento da aula consistia na produção de apenas um tipo de produto e no segundo foi realizada a inserção de um novo modelo de produto que exigiu uma nova reorganização do processo produtivo como um todo. Ao final dessas duas etapas, oportunizou-se que os estudantes realizassem a exposição de suas dúvidas quanto às atividades executadas e as relações com as teorias anteriormente estudadas. Desta forma, a dinâmica permitiu identificar pontos relevantes, sob a ótica do aluno, a serem considerados com maior ênfase durante o planejamento e desenvolvimento destes produtos, além de proporcionar um estudo amplo e abrangente, uma vez que, por meio das dinâmicas realizadas, a teoria pode ser complementada com a prática em aula.

Palavras-chaves: Ensino de Administração da Produção; Planejamento e Controle da

Produção; Processos Industriais; MRP

ISSN 1984-9354

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1 Introdução

Para muitas organizações empresariais o uso do MRP ainda é uma das ferramentas

utilizadas para o gerenciamento da produção nas fábricas em vários países, sendo esse tema

ainda considerado relevante para os seus gestores (SLACK; LEWIS; BATES, 2004). Assim,

o seu estudo ainda tem um escopo de aplicação e o desenvolvimento de seus conceitos e

sistemáticas de cálculos para melhorar o desempenho das organizações que utilizam-se dessa

sistemática de organização da produção (LOULY; DOLGUI, 2011), o que ratifica a

necessidade de seu estudo na fase de formação dos estudantes nos cursos de Administração.

O estudo desenvolvido estruturou uma dinâmica de estudos cujas situações didáticas

buscam aproximar os conteúdos curriculares de MRP e das ações do PCP à sua utilização em

uma situação simulada em aula. Essa estratégia educacional busca aproximar as realidades

empresarias com as didáticas visando habilitar os estudantes a lidar, educacionalmente, com

situações que possivelmente encontrarão nas empresas que se utilizam desta sistemática de

organização da produção.

O objetivo central deste estudo foi investigar a sistematização dos conceitos de MRP

por meio de uma atividade didática de articulação dinâmica de aprendizagens estruturada e

organizada pelo docente e realizada pelos estudantes, sendo o professor o cliente e o

fornecedor de matéria-primas compradas. Este artigo está organizado da seguinte forma: após

a introdução se estabelece um breve marco teórico ao estudo, com ênfase nas abordagens

sobre o MRP e sobre a teoria da atividade. Na sequencia, é descrito o caminho metodológico

percorrido na realização do estudo e após se apresentam a estrutura da atividade e discutem-se

os resultados sob a ótica dos estudantes. No fechamento, são estabelecidas as considerações

finais e os referenciais utilizados.

2 O ensino dos conceitos do MRP e as vivências empresarias

O ensino dos conceitos da área de operações encontra-se focado para a compreensão

da estrutura produtiva de uma organização empresarial cujas atribuições são de

responsabilidade do profissional da área da produção. Com foco para o desenvolvimento deste

perfil de egresso, as Instituições de Ensino Superior – IES inserem em seus currículos, por

meio dos componentes curriculares estabelecidos nos Projetos Pedagógicos de Cursos – PPC,

conteúdos programáticos para a área de Produção.

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Nas IES são utilizados recursos pedagógicos e científicos desenvolvidos pela

comunidade acadêmica da área como meios e referendos do conteúdo abordado nesse campo

temático, e contratam docentes com qualificação, experiência e conhecimentos. Elas

contratam docentes com qualificação, experiência e conhecimentos nesse campo, mas eles

nem sempre contam com uma formação pedagógica que lhes permitiu conhecer a produção

acadêmica sobre o ensino de graduação em administração (KREUZBERG; RAUSCH, 2013).

Isso situa a importância de desenvolver estudos sobre as formas como tal ensino vem sendo

planejado e desenvolvido em aulas, no que concerna, neste caso, a área da Produção (VEIGA;

ZANON, 2013).

Para os casos dos projetos pedagógicos dos cursos de Bacharelado em Administração

o conteúdo programático de MRP encontra-se definido como tópico de ensino das principais

universidades brasileiras (PEINADO; GRAEML, 2012). Embora as universidades façam

deste conhecimento um tópico de ensino, observa-se que o desenvolvimento da pesquisa

inerentes ao MRP não é mais um dos principais tópicos de estudos acadêmicos, mesmo que

ele seja relevante para a área empresarial (ROMAN; MARCHI; ERDMANN, 2013).

Nesta perspectiva, o conteúdo de Planejamento das Necessidades de Materiais ou

MRP, é ensinado didaticamente como uma técnica de cálculo que permite estabelecer as

quantidades de compras de materiais ou a produção de itens necessários para a fabricação de

um ou vários produtos manufaturados por uma fábrica. Martins e Alt (2006, p. 118-119)

comentam que esse cálculo é baseado na “lista de materiais (Bill of material), obtida por meio

da estrutura analítica do produto, também conhecida por árvore do produto ou explosão do

produto, e em função de uma demanda dada”. Krajewski et al. (2009) argumentam que depois

de definidas as quantidades que serão necessárias para a manufatura do produto, parte-se para

a liberação das ordens de fabricação ou de compras. Nesse momento é levado em

consideração o tempo de atendimento de cada item.

Com o avanço do estudo dos processos industriais, foi desenvolvido o Manufacturing

Resouse Planning – MRP II, o qual possibilitou o gerenciamento dos recursos utilizados para

a manufatura (TUBINO, 2008). Para Slack et al. (2002) o gerenciamento eficiente dos

processos se inicia pela coleta de dados que servem de base para aplicativos informatizados

denominados de Enterprise Resource Plan – ERP os quais tiveram sua evolução a partir dos

conceitos de MRP e MRP II, desenvolvidos desde a década de 1960. O MRP e MRP II foram

os precursores dos sistemas produtivos, sendo que nos anos de 1980 foram desenvolvidas

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formas diferentes de se gerenciar a produção, como o sistema Kanban e a manufatura enxuta,

que não serão tratados nesse artigo.

De uma maneira geral, os desdobramentos operacionais do MRP ocorrem, no

ambiente fabril, por meio da atuação do setor de Planejamento e Controle da Produção

(RUSSOMANO, 1995). Os profissionais que trabalham nesse setor são os responsáveis por

verificar o Plano Mestre de Operações identificando os recursos que serão necessários para as

ações de manufatura, a existência de possíveis gargalos e realizar a programação da produção,

emitindo e distribuindo as ordens de compras, de fabricação e de montagem, a fim de

possibilitar a confecção do produto final. Para que isso ocorra, faz-se necessário um

acompanhamento permanente, no chamado chão de fábrica, para monitorar como estão sendo

desenvolvidas as etapas produtivas e para verificar se tudo está ocorrendo de acordo com o

planejado e, caso sejam verificadas lacunas, propor medidas corretivas para a sua solução.

Partindo-se para uma perspectiva do cotidiano das organizações brasileiras, no que

concerne à área de produção, verificou-se uma grande amplitude dos cenários da organização

em relação aos seus processos manufatureiros. No que concerne acerca das operações

industriais com o uso do MRP, verifica-se no trabalho de Martins (2007) que algumas

empresas ainda utilizam-se do sistema de MRP para o gerenciamento de sua produção. Uma

dessas empresas é grande produtora mundial de componentes automotivos e o estudo mostra

o desenvolvimento trimestral do Plano Mestre de Operações, editado diretamente no ERP

corporativo, incluindo todos os modelos a fim de satisfazer o plano de vendas estabelecido e

contemplando um horizonte de planejamento de seis meses e com atualização semanal,

quando são geradas as ordens de produção para as células de manufatura. A outra empresa

também é considerada de grande porte e produz aparelhos de refrigeração. O horizonte de seu

planejamento é de doze meses e com atualizações semanais. Com o plano mestre ajustado, o

setor de Planejamento e Controle da Produção é o responsável por desenvolver o plano

semanal de produção, gerado por meio do cálculo de MRP, realizando o seu gerenciamento

no chão de fábrica.

Observa-se que além das questões técnicas referentes aos processos de cálculos do

MRP, é necessário que haja também a qualidade do processo das relações humanas que se

propicia o desenvolvimento dos processos empresariais. Bem assim, no contexto da fábrica,

conforme Tubino (2008), as pessoas que labutam no setor de Planejamento e Controle da

Produção - PCP são as responsáveis pela condução dessas interações e pela execução das

funções de manufatura. Ao analisar a produção sob essa perspectiva verifica-se a importância

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do papel do administrador da produção para que o desempenho operacional seja atingido de

acordo com os objetivos estabelecidos. Fröner (2013, p.82) manifesta que “a relação humana

no contexto do processo produtivo depende do que os humanos oferecem (como inputs) para

esta relação e, ainda, de como tal relacionamento é sentido pelos atores da interação (como

outputs)”.

Diante do exposto, considera-se importante que os estudantes egressos dos Cursos de

Administração tenham condições não somente de internalizar a perspectiva das estratégias e

técnicas de cálculos dos processos, mas também compreendam a lógica operacional e as

relações pessoais envolvidas durante a execução destas operações industriais.

3 A influência das didáticas de ensino para a aprendizagem do estudante

A articulação dinâmica do ensino conteúdo e dos conceitos teóricos didaticamente

estudados com as situações-problema da realidade empresarial possibilita, aos estudantes,

outros subsídios conceituais para que eles possam desenvolver os aprendizados das questões

objetivas dos conteúdos. A realização de atividades pedagógicas cuja ênfase esteja

direcionada para o processo de aprendizagem dos estudantes, altera o papel predominante do

professor universitário que “deixa de ser o de ensinar, e passa a ser o de ajudar o aluno a

aprender” (GIL, 2007, p.7). De acordo com Gagné (1983) o aprendizado pode ocorrer em

vários meios e das formas mais diversas, seja ele no meio educacional ou não.

A organização didática do ensino formal, cujo foco esteja centrado para o aprendizado

do estudante, necessita ser planejada para as compreensões das relações existentes entre os

estudos acadêmicos e as suas possibilidades de ações sobre as inúmeras possibilidades de

situções problemas do mundo profissional, mesmo que por meio de uma prática pedagógica

(LACRUZ, 2004). O uso de atividades simuladas para o ensino de administração tem por

finalidade substituir o estilo de ensino linear e fragmentado das partes do conteúdo para um

contexto que possibilite o conhecimento em sua globalidade, buscando vivenciar alguns

acontecimentos que ocorrem com fatos da vida em uma dinamicidade, mesmo que limitadas

pelo espaço escolar (FORTES, et al., 2010).

Conhecer e praticar o papel ativo da aquisição de conhecimento é buscar respeitar a

leitura de mundo que os estudantes apresentam como ponto de partida para a compreensão de

novos saberes alinhando a novos conceitos elaborados no meio acadêmico tornando-se, de

modo especial, um dos impulsos fundamentais da produção do conhecimento e é um tópico

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importante para os docentes realizarem o planejamento e execução de aulas (VALENTE et al.,

2007).

O espaço grupal da sala de aula é oferecido como alternativa de favorecimentos de

movimentos de re-significação, movimentos nos quais o sujeito adulto transfere as suas

vivências, se apropria de novas informações, novos conhecimentos sobre outras realidades

sociais e constrói, com isso, a possibilidade da crítica de produção de novos sentidos e

saberes. De Aquino (2007) comenta que a aprendizagem de adultos é mais eficaz sempre que

o objetivo proposto fosse mais direta e profundamente vivenciado do que quando ele fosse

simplesmente recebido de forma passiva. Rogers (2011, p.52) comenta que ao se aproximar o

aprendizado com o “mundo ‘real’, mais aceitável ele será e, portanto, mais rápida e eficiente

os seus alunos aprenderão. O contrário também é verdadeiro”.

Na visão de Gil (2007, p. 80) a aprendizagem com foco educacional pode ser definido

como o “processo de aquisição de conhecimentos, desenvolvimento de habilidades e mudança

de atitudes em decorrência de experiências educativas, tais como aulas, leituras, discussões,

pesquisas etc.”. No processo de aprendizagem, segundo Rogers (2011, p.59), ao se centrar o

ensino na estratégia de memória de curto prazo pode-se apresentar desempenhos

insatisfatórios de aprendizagem no longo prazo, “isso significa que apenas dar aulas

expositivas e fazer demonstrações são métodos ineficientes para se usar com adultos”.

Observa-se que as abordagens educacionais até aqui elencadas focam sua visão no viés

cognitivo de aprendizagem. De acordo com o tipo de visão e compreensões teóricas que se

desenvolve e se analisa as questões de aprendizagem é que se possibilitam as respectivas

compreensões da natureza dos processos de aprendizado e as unidades para sua análise.

Engeström (1999) comenta que adotar a visão clássica do modelo triádico de repesentações

das ações educativas (sujeito, conteúdo e artefatos falados e escritos) oportuniza um momento

de reflexão conceitual dos temas abordados sem, no entanto, oportunizar uma ação

colaborativa dessas relações. Essa relação triádica é importante para o processo inicial do

desenvolvimento educativo e cognitivo humano, mas para que se expanda para uma ação

colaborativa entre os sujeitos ela necessita incorporar outros elementos como as regras

existentes, as relações sociais envolvidas e o processo de divisão do trabalho.

Para Schön (2000), o aprendizado também ocorre por meio da ação prática-reflexiva,

principalmente para aquelas áreas do conhecimento em que se exige o desenvolvimento de

habilidades técnicas dos profissionais. O saber profissional - por exemplo, como pensar como

um administrador - pode ocorrer quando os estudantes aprendem cognitivamente as questões

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da área e quando são estimulados a raciocinarem sobre as suas problemáticas, buscando

identificar e refletir, baseado em uma atividade prática pedagógica, sobre as conexões do

conhecimento de uma forma geral com os casos em particular.

A aprendizagem ativa do estudante desloca o princípio educativo centrado no docente

para as ações do educando, que passa a ser o centro do processo de ação e aprendizagem,

diferentemente do ensino tradicional centrado na exposição oral do docente (SAUIA, 1995).

Nesse sentido, cabe alertar para os riscos tanto de um quanto outro desses dois

extremos, ou seja, tanto o professor quanto os estudantes necessitam ser ativos em cada

momento de uma aula. Ações educativas que propiciam grande ênfase ao papel ativo do

estudante no processo de aprendizado não exime também o papel ativo do docente e do meio

social na construção e reconstrução de significados dos conceitos científicos abordados

(MALDANER, 2003). O processo de prática docente centrada na organização de momentos

de reflexão conjunta em grupos e pessoal sobre o processo que se está vivenciando é uma das

concepções de interação dos estudantes com os conhecimentos, que vão sendo significados e

resignificados ao longo do processo (COPELLO et al., 2008).

Outro viés pedagógico encontra-se orientado a luz da teoria da atividade de

aprendizagem que se baseia em três princípios fundamentais: I) aproximação da atividade

para a psique focada no desenvolvimento humano para a vida; II) ação como unidade de

análise da aprendizagem, cujo foco encontra-se na análise do processo de acordo com o

fenômeno específico que se analisa; e III) natureza social do desenvolvimento psíquico do

homem, não somente pelo desdobramento interno das heranças da vida humana, mas também

pela assimilação da experiência externa, social, que existem nos meios de produção, nos

livros, no idioma, entre outros (TALIZINA, 2000, p.11-20).

Nessa perspectiva, o aprendizado acadêmico dos conceitos científicos, em particular

os relacionados à área de Administração da Produção, tem a finalidade de propiciar ao

estudante do Curso de Administração além do conhecimento cognitivo dos aspectos do

conteúdo, a assimilação da experiência social das questões empresariais relacionadas ao

mundo da manufatura, no qual os egressos poderão se encontrar em suas carreiras

profissionais.

A organização didática que oportunize uma variedade de atividades educacionais

sejam elas intelectuais, manuais, visuais, sociais e políticas, tanto de forma individuais como

de forma colaborativa que propiciem melhorias no ensino focado para a aprendizagem da

manufatura. A articulação de forma alternada de diferentes saberes, seja nos aspectos

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conceituais, cotidiano e didáticos, vem potencializar o desenvolvimento do conhecimento

humano, no que se refere às habilidades cognitivas, afetivas e sociais (LÉGE et al. 2012) por

meio de ações emotivo-volitivas das suas inter-relações entre o mundo científico com o

mundo do cotidiano empresarial.

Conforme salientam Zanon e Maldaner (2010, p.113-114), “desenvolver, na prática, o

ensino capaz de propiciar tais inter-relações dinâmicas de saberes, mediante formas de

contextualização dos conteúdos de ensino” é uma tarefa da qual o professor não pode abdicar.

Essa tarefa não pode ser delegada ao ensino centrado exclusivamente no estudante, nem partir

para o outro extremo, ou seja, na ação unívoca docente em aula. Sua responsabilidade, muitas

vezes nada fácil, é a de mediar o acesso dos estudantes às linguagens científicas de uma

determinada área do conhecimento humano, por meio de ações pedagógicas diversificadas

criteriosamente definidas cujo intuito seja propiciar aos estudantes a internalização dos

significados conceituais e cotidianos dos conteúdos abordados.

4 Caminho metodológico

A pesquisa emprega o estudo exploratório por meio da Pesquisa-Ação proposta por

Thiollent (2003) cuja estratégia investigativa tem foco em uma proposta planejada, que requer

a participação ativa dos atores e que seus resultados, conforme Morin (2004) podem ser

caracterizados pela forma diferente de criação de saberes, em que as relações entre os agentes

participantes e o pesquisador são constantes e interativas.

Uma pesquisa dessa natureza passa a ser uma investigação educativa quando o que se

pesquisa está relacionado com as práticas pedagógicas de um determinado conteúdo de

ensino. Stenhouse (1993) argumenta que esse método de pesquisa é um meio em que o

professor pode formular suas compreensões e proposições teóricas sobre um determinado

tema educativo e que esse venha a comprovar ou refutar, em suas aulas, as implicações de

suas propostas. De acordo com Carr e Kemmis (1988), esse método apresenta um caráter

geral de analise em forma de espiral auto reflexiva formada por ciclos sucessivos de quatro

etapas denominadas de planejamento, ação, observação e reflexão.

Na fase de planejamento, este estudo teve como objetivo central o desenvolvimento de

uma dinâmica educacional que possibilitasse, aos estudantes, uma oportunidade de aplicar os

conceitos teóricos do funcionamento do setor de PCP e da metodologia de cálculo de MRP,

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por meio da participação em uma empresa hipotética cujo processo produtivo fosse realizado

no âmbito da sala de aula tradicional, a qual passa a ser caracterizada como sala ambiente.

Como questões educacionais, o estudo articula a necessidade de desenvolvimento, por

parte dos grupos de estudantes, de uma estratégia empresarial que lhes propicie condições de

entendimento dinâmico das questões relacionadas ao conteúdo do MRP, bem como das ações

de elaboração das Ordens de Fabricação, dos desdobramentos operacionais com vistas a

fabricação dos produtos, dos controles de fábrica, do fluxo das informações sendo

considerado finalizado o ciclo pela entrega do produto final aos clientes.

Esta pesquisa se caracteriza, também, como exploratória (VERGARA, 2009) por meio

do uso estruturado de uma dinâmica desenvolvida com base nos conteúdos programáticos do

componente curricular em questão. A população de referência constitui-se de duas turmas de

estudantes matriculados na disciplina de Produção, Materiais e Logística II do Curso de

Administração da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), no Centro de Educação

Superior Norte do Rio Grande do Sul – CESNORS, campus de Palmeira das Missões, RS,

cujas aulas ocorrem no primeiro semestre letivo de 2013, sendo que no mês de abril foi

realizada com a turma do turno noturno, considerada como pré-teste, e após análise dos seus

dados e melhorias foi desenvolvida em maio para a turma do diurno. De acordo com Gil

(1999), os sujeitos da pesquisa podem ser caracterizados como de amostragem não

probabilística aliada à questão de acessibilidade, nesse caso estudantes matriculados no

campus, no curso e no componente curricular em questão.

5 Descrição das atividades da articulação dinâmica de aprendizagens

A dinâmica consistiu na reorganização da sala de aula tradicional para uma sala

ambiente cujo layout oportuniza a realização da simulação das atividades produtivas de uma

empresa produtora de dois tipos de blocos de anotações. A estratificação da atividade também

ocorreu em dois momentos principais, sendo o primeiro organizado pelo docente antes do

início da aula com o uso de um produto e tendo como ponto de ruptura a inserção de um

segundo produto, isto é, numa primeira parte da dinâmica simulou-se a atividade produtiva

com o produto um e numa segunda etapa a simulação continha os dois produtos.

A primeira etapa, cuja ação era a elaboração do produto um, consistiu das atividades

produtivas nas seguintes etapas: I) um aluno (A) por setor: apenas um aluno por setor de

fabriação para dar início à elaboração das atividades produtivas. Vamos denominar este aluno

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como 'A', para fins de maior clareza e facilidade na compreensão deste artigo; II) dois alunos

(A e B) por setor: esta subetapa caracterizava-se pela instrução do segundo aluno inserido na

atividade do setor – sendo que este será denominado de aluno 'B' –, ou seja, o aluno A deveria

instruir/ensinar o aluno B quanto à abrangência de todas as atividades exercidas naquele setor.

Vale ressaltar que antes dessa etapa os alunos B não estavam inseridos na produção, mas sim

estavam fazendo suas observações e anotações sobre o desempenho das atividades

desenvolvidas; III) um aluno (B) por setor: nesta o aluno B já deveria estar instruído quanto a

sua função no setor e o aluno A deveria passar para outro setor, a fim de proporcionar uma

visão mais clara de como funcionam as atividades em todos os setores e como estes se

interrelacionam.

A segunda etapa da dinâmica constava da inserção de um novo produto, aqui

denominado como produto dois, cujas características técnicas exigiam um controle de

qualidade maior no que tange o acabamento da parte frontal (capa) do bloco de anotações com

a inserção de um novo processo de fabricação.

A cada nova etapa ou subetapa da dinâmica, ocorria uma pausa para reflexão e

exposição das observações e das dúvidas oriundas dos estudantes. Vencidas as dúvidas da

didática, os estudantes focaram-se para as atividades produtivas concentrando esforços no

conhecimento sistemático, isto é, nas teorias dos livros e materiais complementares fornecidos

pelo professor.

6 Descrição dos Produtos

Este tópico consta da caracterização e diferenciação dos dois produtos fabricados na

dinâmica, sendo que denominaremos estes como 'Produto Um' e 'Produto Dois', para fins de

melhor compreensão e facilidade de redação.

6.1 Produto Um

Caracterizava-se pela elaboração de um Bloco de Anotações que apresenta em sua

estrutura uma capa e contracapa e quatro páginas internas, todas grampeadas umas nas outras.

Dessa forma, a seguir, é descrita, genericamente, a composição e os processos relacionados ao

chamado produto um.

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Capa (parte frontal) e contracapa: estas eram confeccionadas a partir de uma folha de

papel do tipo A4 de cor verde, sendo que passava pelos setores de fabricação: corte, dobra,

pintura, pré-montagem, montagem final e expedição.

Cada folha de papel A4 de cor verde, após passar pelo setor de corte, dava origem a

quatro partes iguais de 25% cada uma; posteriormente este material era dirigido para o setor

de dobra, no qual era realizada uma dobra no centro da folha, originando quatro capas e

contracapas. Dessa forma, é importante ressaltar que cada folha A4 de cor verde era dividida

em quatro partes e dava origem a duas capas e duas contacapas.

Após o setor de dobra, a folha já cortada e dobrada ao centro, era encaminhda ao setor

de pintura, no qual, era carimbada uma marca na capa do Produto Um.

Duas folhas internas: estas eram confeccionadas a partir de uma folha de papel A4 de

cor branca, sendo que esta passava pelos setores de corte, dobra, pré-montagem, montagem

final e expedição.

Cada folha de papel A4 de cor branca, após passar pelo setor de corte, também dava

origem a quatro partes iguais que posteriormente passariam pelo setor de dobra, no qual, ao

serem dobradas ao meio transformavam-se, cada parte, em duas folhas internas. Sendo assim

é importante ressaltar que eram necessárias duas folhas de ofício A4 de cor branca para que

essas se transformassem em oito folhas internas.

Estas partes, cortadas e dobradas, seguiam para a pré-montagem, não passando pelo

setor de pintura, uma vez que não possuiam nenhum tipo de marcação. Daí seguia para o setor

de pré-montagem, no qual as partes (capa e contracapa e folhas internas) eram agrupadas

formando um produto pré-acabado.

6.2 Produto Dois

O produto dois era composto pelas mesmas partes internas do produto um,

apresentando alteração apenas na forma de impressão da capa, que exigia que o processo

fosse diferenciado apenas no setor de pintura. Com esta alteração, o produto dois apresentava

melhoria de qualidade, em comparação com o produto um, uma vez que a marcação era

impressa e não mais carimbada. Assim, o processo de produção da capa do produto dois não

passava pelo setor de pintura e sim pelo novo setor de impressão e em seguida ia para o corte,

posteriormente para a dobra, dirigindo-se ao setor de pré-montagem.

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7 Os Setores e Suas Funções

A seguir são apresentados os setores vistos, de acordo com a produção em estudo,

sendo que as siglas utilizadas pelo setor de programação e controle da produção – P.C.P. para

emissão das ordens e para o cálculo do MRP. A seguir são descritas as atividades realizadas

em cada um dos setores:

- P.C.P. cálculo de MRP: neste setor realizavam-se os cálculos de previsão de

produção, com o Lead Time de uma semana. Este setor, além de realizar os cálculos,

encaminhava ordens de fabricação e de montagem da produção dos Blocos de Anotações;

- P.C.P. Ordem de Fabricação (OF): este setor foi o responsável por receber as

quantidades de fabricação oriundas do setor P.C.P. cálculo de M.R.P. e emitir as OFs das

partes do produto (Bloco de Anotações) e as encaminhar aos respectivos setores que eram:

corte, dobra, pintura e impressão. O setor de Corte recebia duas ordens de fabricação que

eram do corte das capas (folha de ofício A4 de cor verde) e outra das folhas internas (folha de

ofício A4 de cor branca);

- P.C.P. Ordem de Montagem (OM): aqui se confeccionavam as ordens de montagem

dos Blocos de Anotações – que derivavam do setor P.C.P. cálculo de M.R.P. e envidadas para

o setor de Pré-Montagem;

- Almoxarifado: este setor estava diretamente relacionado com o setor de cálculo do

M.R.P., uma vez que deveria informar a este os produtos contidos no estoque, e receber deste

as ordens de compra de materiais, que deveriam ser adquiridos juntamente ao fornecedor.

Também distribuia o material de confecção para os devidos setores, que eram os setores de

corte e impressão. Os materiais contidos no estoque eram relacionados no final da produção,

conforme as sobras de materiais, e estes eram capas e itens fantasmas, sendo que eram

registrados em planilhas e posteriormente repassados ao P.C.P., cálculo de M.R.P.;

- Setor de Corte: interpretava as ordens de fabricação, encaminhadas pelo setor P.C.P.

Ordem de Fabricação (OF), e realizar o corte das folhas de ofício A4 de cores branca e verde,

sendo que posteriormente deveria encaminhá-las para o setor de dobra, além de informar o

setor de Almoxarifado quando haviam sobras e produtos danificados;

- Setor de Dobra: recebia as folhas que comporiam as páginas internas já cortadas e

realizava, segundo as ordens de fabricação recebidas, a dobra no centro das mesmas, com a

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finalidade de obter-se nas folhas a marcação necessária para que fossem ajustadas e

grampeadas, nos setores de Pré-Montagem e Montagem Final;

- Setor de Pintura: realizava a pintura, segundo as ordens de fabricação recebidas, das

capas dos Blocos de Anotações do Produto Um com um carimbo através de uma estrutura

auxiliar denominada 'gabarito', e encaminhava o produto para o setor de Pré-Montagem;

- Setor de Impressão: com o uso de uma impressora laser relizava a impressão de

capas para os Blocos de Anotações do Produto Dois, segundo as ordens de fabricação, e

encaminhava as devidas capas marcadas para o setor de corte.

- Setor de Pré-Montagem: recebia as partes confeccionadas dos setores de dobra

(Produto Dois) e pintura (Produto Um) e montava os Blocos de Anotações, para serem

posteriormente finalizados no próximo setor, conforme as ordens de montagem recebidas. As

partes eram: a capa e contracapa dos Produtos Um e Dois e as folhas internas, comuns aos

dois produtos;

- Setor de Montagem Final: grampeavam os blocos pré-montados oriundos do setor

anterior finalizando a produção. A partir daí, encaminhava os produtos finais à expedição;

- Expedição: era responsável pela entrega dos produtos para os clientes;

Além dos setores produtivos da empresa a dinâmica ainda dispunha de "Fornecedor" e

"Cliente".

8 Análise dos processos de produção

Nesta parte do artigo, as atividades produtivas realizadas em cada um dos setores já

debatidos, serão analisadas conforme observações dos alunos sobre o proceso prático de

atividades que se desenvolveram na Dinâmica.

8.1 Primeira Etapa, Elaboração do Produto Um

Para facilitar a análise, esta etapa foi estratificada em subetapas e abrange as análises

de todas as atividades nelas realizadas. Esta caracterizou-se pela ambientação dos alunos com

a dinâmica e início das atividades produtivas da empresa fabricante de Blocos de Anotações,

sendo que o layout desta etapa é ilustrado pela Figura 1.

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Observa-se, na Figura 1 que a organização física da sala não oportunizava um devido

fluxo de materiais e de informações. Assim, surgiram dúvidas que se concentravam em

perguntas sobre as atividades que os estudantes deveriam exercer na sua função ou cargo que

estavam, cujas questões centrais foram: "pra quem eu levo esta ordem?", "para qual setor eu

me reporto?", "qual controle eu tenho que ter ou qual a abrangência da minha função?".

Apesar da teoria já ter sido estudada, alguns acadêmicos aparentavam desconhecimento do

tema quando eles se depararam com situações inéditas e dinâmicas, como o surgimento de

produtos fantasmas na linha de produção e como resolver problemas que ocorreram durante o

processo produtivo.

Outros apresentavam críticas ao setor podutivo de forma que expunham medidas a

serem tomadas a fim de que alguns erros não fossem recometidos além de já preverem

algumas falhas que poderiam aflorar se a produção fosse mantida naquele mesmo estado, isto

é, se algumas correções não fossem feitas para as próximas semanas.

Além das exposições dos alunos, também o professor fez suas observações auxiliando

os alunos nas suas dúvidas quanto as suas funções dentro do setor produtivo, isto é, pontos

inobservados pela falta de discernimento e experiência dos alunos eram postos em evidência a

fim de proporcionar maior clareza das atividades e da dinâmica num todo.

Em termos gerais, a didática proporcionou aos estudantes melhor entendimento sobre

a dinâmica de funcionamento de uma fábrica manufatureira. Foi possível observar como os

conceitos teóricos são articulados durante as atividades práticas e deixando novos

aprendizados frente à capacidade de solução de imprevistos que podem ocorrer durante o

processo de fabricação ou de entendimento do conteúdo, como o surgimento de produtos

fantasmas, o atraso da produção, a pressão exercida sobre todos os setores e o modo como é

realizado o controle de estoque pelo almoxarifado.

Figura 1 Representação ilustrativa da organização inicial da sala de aula e dos fluxos dos processos

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8.2 Segunda Etapa: mudança de layout e inserção de um

novo produto

Após a conclusão da primeira parte da dinâmica e análise conjunta entre o professor e

os estudantes percebeu-se que muitos pontos falhos na produção ocorriam devido ao layout

original já apresentado pela Figura 1. Após os debates acerca da primeira etapa da dinâmica,

foi verificada pelos estudantes a necessidade de alteração de layout a fim de melhorar o fluxo

produtivo, a comunicação intersetores, enfim para que a fábrica como um todo obtivesse

melhoria em todos os âmbitos, sendo este novo layout ilustrado esquematicamente pela

Figura 2. Desta forma, se realizou melhorias na produção, tanto para reduzir tempo e efetivar

as entregas no prazo planejado (agilidade nos processos), quanto para reduzir os

deslocamentos desnecessários durante o fluxo produtivo e com a entrega das ordens de

fabricação e montagem.

Nesta etapa, ainda, um novo produto foi inserido na produção, este de melhor

qualidade visual, teria sua capa impressa e não carimbada como o Produto Um, originando

um novo fluxo de produção – paralelo ao fluxo anterior, no qual havia apenas o Produto Um –

, onde observou-se uma restrição de layout, visto que o setor de impressão (destinado a

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produção de capas e contra capas do Produto Dois) poderia localizar-se em apenas um ponto

do ambiente, ficando restrito a ele àquele lugar.

Figura 2 Representação do novo layout

Quando se deu início às atividades produtivas desta etapa, observou-se que todos os

setores, desde o planejamento da produção até a expedição, não detinham conhecimento para

prosseguir e nem segurança para realizar as ordens de compra, fabricação e montagem.

Assim, observou-se que no setor do almoxarifado as ordens de compra estavam erradas, pois

o setor de planejamento da produção não havia estipulado lote mínimo de produção das capas

e folhas internas, nem de estoque de segurança para o caso de ocorrerem peças mortas ou falta

de material e, também, não havia observado como as ordens de fabricação, montagem e

compra tinham sido elaboradas para dar sequência à produção.

Estes erros de planejamento de produção foram desencadeados por falta de

treinamento, tanto sistemático como cognitivo, para a execução das competências do cargo,

que deveria ter sido proporcionado pelo setor de Recursos humanos da empresa. Este setor ou

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esta função, visto que apenas foi focada a parte fabril da empresa, não existia. Primeiro

porque, como já foi dito, a constituição da empresa se dava apenas com o setor fabril

extinguindo outras áreas como Recursos Humanos e Contabilidade, por exemplo. Segundo

lugar porque os próprios setores, aqui já apresentados, também não tomaram esta iniciativa

devido ao tempo desproporcional e a complexidade que a dinâmica abrangia.

Assim, não se pode dar sequência às atividades, até porque o tempo havia se esgotado

e os alunos encontravam-se demasiadamente cansados depois de uma tarde longa de estudos.

Portanto, esta dinâmica deveria ter sido aplicada como um programa de treinamento, por se

tratar de atividades que demandavam uma grande quantia de tempo e conhecimentos teóricos

e práticos absorvidos.

9 Articulação dinâmica de aprendizagens

Além das questões inerentes ao processo de fabricação, também foram realizadas

articulações de ações de aprendizagens entre os estudantes os quais além de realizar os

diversos papéis da área industrial também tinham outras funções didáticas descritas a seguir:

9.1 Um Aluno (A) Por Setor

Esta consta de uma ambientação e reconhecimento da sala ambiente organizada

previamente pelo docente, sendo que as atividades realizadas pelos acadêmicos nesta etapa

foram instruídas por ele para que fosse entendido como se dava o funcionamento produtivo

daquela empresa. As atividades se sucederam da seguinte maneira: alguns acadêmicos se

disponibilizaram a ocupar determinados setores, sendo que outros foram indicados pelo

professor. Outros acadêmicos passaram esta rodada a observar as atividades desenvolvidas

por seus colegas, a fim de fazerem anotações e interagirem na próxima rodada.

Destaca-se que alguns acadêmicos não se disponibilizaram a participar da dinâmica,

devido ao receio de cometer erros em determinadas tarefas e cálculos além da falta de

iniciativa e tímidez intrínceca em alguns acadêmicos. O receio de cometer erros deriva,

principalmente, da falta de preparo no que tange o conhecimento sistemático e prático, pois

sabe-se que não é dada tanta ênfase, da parte dos alunos, aos estudos teóricos contidos nos

livros e outros materiais, além da falta de preocupação destes com os assuntos relacionados

aos conteúdos apresentados pelo professor.

Trazendo a análise desta ação para os fatos ocorridos na aula, no tópico específico das

atividades de cálculo e tarefas práticas realizadas pelos alunos, observou-se que esses a

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desenvolveram com relativa facilidade, uma vez que elas foram-lhes apresentadas pelo

professor e a primeira semana de atividades daquela empresa correu tranquilamente, sendo

cumpridas todas as etapas da produção, fazendo com que o produto chegasse sem atrasos ao

cliente.

Dessa forma, observa-se que, teoricamente, a empresa alcançou os seus objetivos de

agilidade nas entregas, ganhos financeiros, satisfação dos clientes com consequente

conservação de mercado e mantendo seu custo num mesmo patamar.

9.2 Dois Alunos (A e B) Por Setor

Esta etapa caracteriza-se pela adição de mais um acadêmico a cada setor produtivo,

sendo que o acadêmico que já estava integrado ao setor responsabilizava-se por instruir o

novo acadêmico quanto as atividades e competências daquele setor. Ressalta-se que nesta

parte o papel dos acadêmicos que já haviam sido orientados pelo professor passam a ser os

responsáveis diretos pelos processos e pela condução da produção da fábrica. Após esta

rodada os alunos A, ou seja, aqueles que ingressaram na dinâmica na primeira etapa,

dirigiram-se a outros setores, a fim de conhecer outros processos que se realizavam na mesma

produção.

Esta etapa caracterizou-se pela duplicação do aprendizado obtido pelo aluno A na

primeira rodada, sendo que nem todos os acadêmicos obtiveram êxito nesta operação.

Primeiro, porquê não houve da parte do aluno B a total compreensão de como se dava as

operações produtivas daquele dado setor fato observado principalmente nos setores de cálculo

de M.R.P. e almoxarifado exemplificados e o segundo, porquê na visão de alguns estudantes,

não houve tempo suficiente para o entendimento da prática das atividades.

Pelo relato realizado por alguns estudantes, a compreensão do conhecimento teórico e

prático de dado setor pelo aluno B não se deu com êxito devido tanto a falta de conhecimento

teórico quanto a falta de informações passadas pelo aluno A. No caso do Almoxarifado o

aluno A não havia comprendido o total funcionamento das suas competências, assim deixou o

aluno B mal preparado para assumir o cargo, ocasionando posteriores atrasos de produção na

próxima etapa, na qual destinou-se ao aluno B a realização individual das atividades.

Quanto ao setor de cálculo de M.R.P. observou-se o despreparo do aluno B no que

tange os conhecimentos teóricos, uma vez que este sentia-se totalmente despreparado a

realizá-los individualmente, ocasionando insegurança ao processo produtivo. Desta forma o

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aluno A, manteve-se ocupando o seu posto, juntamente ao aluno B para que não houvessem

erros de cálculos ou nova intervenção, para explicações teóricas, do professor.

Em síntese, nesta etapa se observou dificuldades na produção dos blocos de anotações,

principalmente, pela falta de compreensão das competências e funções para realizar as

atividades de cada setor dos alunos B. Essas dificuldades se refletiram na próxima etapa com

a parada da produção, pois o despreparo para a realização das competências ocasionou não

somente erros de produção como desperdício de materiais, produção demasiada de alguns

produtos, perca de qualidade e atraso nas entregas, originando também aumento dos custos,

diminuição da confiabilidade do cliente quanto aos blocos de anotações daquela fábrica, o que

ocasiona retração do mercado, além da perca de clientes e degradação da imagem da empresa.

9.3 Um Aluno (B) Por Setor

Esta etapa caracterizou-se pela grande depressão daquela empresa. Os cálculos, a

interpretação das ordens de fabricação, os prazos de entrega, o uso dos materiais tudo correu

de forma contrária ao planejado. Primeiro, os cálculos foram realizados sem considerar o

estoque existente, que por sua vez não foi registrado devido a falha de comunicação

intersetores e também falta de conhecimento da responsabilidade de registrar os estoques e

informar ao setor de cálculo de M.R.P., do aluno B, que já passou da rodada anterior para esta

desorientado quanto as suas funções.

O cálculo também apresentava-se defasado devido aos produtos fantasmas que

algumas falhas na produção desencadearam. Estas falhas já foram caracterizadas

anteriormente, sendo causadas, principalmente, por falhas na interpretação das ordens de

fabricação. Estas não eram corretamente interpretadas por despreparo dos acadêmicos dos

setores que recebiam as ordens, uma vez que o conhecimento teórico não era um ponto crucial

para a sua intepretação, pois essas ordens tratavam-se de simples descrição dos produtos e

quantidade de produção.

Os prazos de entrega também não foram cumpridos, devido as falhas de cálculo e de

fabricação. Essas falhas ainda desencadearam o mau uso dos materiais ocasionando prejuísos

a corporação devido ao desperdício das folhas que estavam rasgadas (peças mortas) ou

carimbadas em lugar errado. Estes produtos danificados também deveriam ter sido

informados ao almoxarifado, e este informar ao setor P.C.P. cálculo de M.R.P., para que os

cálculos da próxima semana fossem remanejados em vista dessa interferência e também para

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quem sabe negociar com o cliente um prazo maior de entrega ou quem sabe, ainda, um

desconto, a fim de não perder o cliente.

Considerações finais

O desenvolvimento de atividades didáticas que possam oportunizar o desenvolvimento

do processo de tomada de conciência dos conteúdo acadêmicos estudados em aula do ensino

superior com as possíveis situações problemas da vida cotidiana das organizações industriais

foi o norte da realização deste estudo.

Neste sentido, foi desenvolvida uma dinâmica realizada com estudantes do curso de

Administração cujas situações didáticas buscam aproximar os conteúdos curriculares da área

de produção, mais especificamenteo os de PCP e os cálculos de MRP por meio de uma

situação simulada em aula cujo foi denominado de sala ambiente. Essa estratégia educacional

buscou aproximar, mesmo que didaticamente, as realidades empresarias com os conteúdos

curriculares da área visando oportunizar aos estudantes a articulação de algumas situações que

possivelmente possam encontrar nas organizações industriais que se utilizam desta sistemática

de organização da sua manufatura.

Dentre os inúmeros pontos observados, com base nos relatos e comentários dos

estudantes, alguns pontos foram destacados, como, por exemplo, o encaminhamento das

ordens de fabricação, o tempo de produção, o treinamento e a autodisciplina dos acadêmicos.

Estes pontos impactaram significativamente nos resultados da fábrica simulada porque muitos

acadêmicos não obtiveram a devida compreensão e não revelaram ao grande grupo as suas

ressalvas, demonstrando que não havia autodisciplina e boa comunicação do grande grupo

para que estas ressalvas fossem feitas, isto é, o grande grupo não manteve princípios básicos

que garantiam uma boa comunicação.

Quando as ordens de fabricação eram encaminhadas, ou por falta de conhecimento ou

por falta de observação da situação ou, ainda, por a ordem estar incompleta, não se observava

que a sequência de execução das ordens afetaria a produção, ocasionando falta de materiais

e/ou superprodução. Provavelmente, foi essa dessequência de encaminhamento das ordens de

produção que provocou a falta de materiais em algumas semanas, pois o setor de corte recebia

a ordem antes do almoxarifado fazer a compra e posterior entrega dos materiais, por exemplo.

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Não havia, também, tempo extimado da produção de cada setor. Sem saber qual o

tempo que cada setor levava para realizar a sua tarefa não havia como alocar de uma melhor

forma os funcionários para tornar a produção mais eficiente e também não se sabia se aquele

setor estava usufruindo tempo ocioso, o que prejudicava a empresa, aumentando seus gastos

fixos com salário – talvez a demissão de alguns funcionários, ou melhor, alocação destes

dentre os setores proporcionaria maior e melhor produção.

A partir disso, percebe-se, que esta dinâmica nos proporcionou o entendimento amplo

das atividades de produção manufatureira das fábricas. Através desta, podemos tomar

conhecimento de várias interferências – internas e externas – e pecualiaridades invisíveis a

nossa cognição quando tínhamos apenas o conhecimento teórico das atividades produtivas.

Entre estas interferências podemos destacar como pontos cruciais a falta de contribuição,

apoio, companheirismo e união das pessoas que integravam o setor produtivo.

Sendo assim, os pontos principais que desencadearam todas as falhas nos processos e

demais erros foram a falta de comunicação intersetores e a falta de treinamento e audisciplina.

Estes três itens são cruciais para garantir qualidade do produto, confiabilidade do cliente,

flexibilidade e velocidade de produção e entregas no prazo estabelecido e, sobretudo, redução

de custo. O desempenho da produção depende crucialmente de funcionários bem treinados

para executar suas competências e da comunicação intersetores, que desenvolve, além de um

controle de produção mais eficaz, a amizade, a solidariedade e o companheirismo entre os

funcionários sendo que a união e o espírito de equipe juntos sempre direcionam a empresa

para o futuro, futuro esse, promissor.

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