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Instituição: Instituto de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão Nome da disciplina: Língua Portuguesa Data: 06 de junho de 2015 Semestre: 1º/2015 Professor: Saulo Lopes de Sousa Aluno(a):____________________________________________________. E XERCÍCIOS DE V ERIFICAÇÃO DA A PRENDIZAGEM 01. Texto para as questões a, b e c. Essas coisas todas se passaram tempos depois. Talhei de avanço, em minha história. O senhor tolere minhas más devasas no contar. É ignorância. Eu não converso com ninguém de fora, quase. Não sei contar direito, aprendi um pouco com o compadre meu Quelemém; mas ele quer saber tudo diverso: quer não é o caso inteirado em si, mas a sobre-coisa, a outra coisa. Agora, neste dia nosso, com o senhor mesmo – me escutando com devoção assim – é que aos poucos vou indo aprendendo a contar corrigido. E para o dito volto. O romance, do qual o trecho acima foi extraído, veio a publico em 1956 e é uma das mais importantes obras da literatura brasileira. Nele, um velho fazendeiro, recolhido a uma vida de paz e descanso, conta a um interlocutor, forasteiro e homem da cidade, os episódios de seu movimento passado de jagunço. Levando em conta o trecho transcrito, as ponderações feitas e o conhecimento da obra, responda: a) Qual é o assunto de que trata o trecho acima? _________________________________________________________________________ _____ b) Qual é o nome do narrador-personagem do romance? Quais os nomes de uma personagem ambígua da obra, que inicialmente se apresenta como homem e ao final se revela mulher?

Atividade sobre a Geração de 45 do Modernismo Brasileiro

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Atividade sobre a Geração de 45 do Modernismo Brasileiro (João Cabral de Melo Neto, Guimarães ROsa e Clarice Lispector).

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Instituio: Instituto de Educao, Cincia e Tecnologia do MaranhoNome da disciplina: Lngua PortuguesaData: 06 de junho de 2015Semestre: 1/2015Professor: Saulo Lopes de SousaAluno(a):____________________________________________________.

Exerccios de Verificao da Aprendizagem

01. Texto para as questes a, b e c.Essas coisas todas se passaram tempos depois. Talhei de avano, em minha histria. O senhor tolere minhas ms devasas no contar. ignorncia. Eu no converso com ningum de fora, quase. No sei contar direito, aprendi um pouco com o compadre meu Quelemm; mas ele quer saber tudo diverso: quer no o caso inteirado em si, mas a sobre-coisa, a outra coisa. Agora, neste dia nosso, com o senhor mesmo me escutando com devoo assim que aos poucos vou indo aprendendo a contar corrigido. E para o dito volto.

O romance, do qual o trecho acima foi extrado, veio a publico em 1956 e uma das mais importantes obras da literatura brasileira. Nele, um velho fazendeiro, recolhido a uma vida de paz e descanso, conta a um interlocutor, forasteiro e homem da cidade, os episdios de seu movimento passado de jaguno. Levando em conta o trecho transcrito, as ponderaes feitas e o conhecimento da obra, responda:

a) Qual o assunto de que trata o trecho acima?______________________________________________________________________________b) Qual o nome do narrador-personagem do romance? Quais os nomes de uma personagem ambgua da obra, que inicialmente se apresenta como homem e ao final se revela mulher?____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

c) Qual o ttulo do romance? Qual o nome de seu autor?______________________________________________________________________________

02. Joo Guimares Rosa, em Sagarana, permite ao leitor observar que:a) explora o folclrico do serto.b) em episdios muitas vezes palpitantes surpreende a realidade nos mais leves pormenores e trabalha a linguagem com esmero.c) limita-se ao quadro do regionalismo brasileiro.d) muito sutil na apresentao do cotidiano banal o jaguno.e) intimista hermtico.03. Fazendo um paralelo entre Os Sertes, de Euclides da Cunha, e Grande Serto: Veredas, de Guimares Rosa, pode-se arfimar que:a) em ambas as obras predomina o esprito cientifico, sendo analisados aspectos da realidade brasileira.b) ambas tm por cenrio o serto do Brasil setentrional, sendo numerosas as referencias flora e fauna.c) ambas as obras, criaes de autores dotados de gnio, muito enriqueceram nossa literatura regional de fico.d) ambas tm como principal objetivo denunciar nosso subdesenvolvimento, revelando a misria fsica e moral do homem do serto.e) tendo cada uma suas peculiaridades estilsticas, so ambas produto de intensa elaborao da linguagem.

04. O romance de Clarice Lispector:a) filia-se fico romntica do sculo XIX, ao criar heronas idealizadas e mitificar a figura da mulher.b) define-se como literatura feminista por excelncia, ao propor uma viso da mulher oprimida num universo masculino.c) prende-se crtica de costumes, ao analisar com grande senso de humor uma sociedade urbana em transformao.d) explora at as ultimas consequncias, utilizando embora a temtica urbana, a linha do romance neonaturalista da gerao de 30.e) renova, define e intensifica a tendncia introspectiva de determinada corrente de fico da segunda gerao moderna.

05. Ser que eu enriqueceria este relato se usasse alguns difceis termos tcnicos? Mas a que est: esta histria no tem nenhuma tcnica, nem de estilo, ela s ao deus-dar. Eu que tambm no mancharia por nada deste mundo com palavras brilhantes e falsas uma vida parca como a da datilgrafa.Clarice Lispector

Em A hora da estrela, o narrador questiona-se quanto ao modo e, at, possibilidade de narra a histria. De acordo com o trecho acima, isso deriva do fato de ser ele um narrado:a) iniciante, que no domina as tcnicas necessrias ao relato literrio;b) ps-moderno, para quem as preocupaes de estilo so ultrapassadas;c) impessoal, que aspira a um grau de objetividade mxima no relato;d) objetivista, que se preocupa apenas com a preciso tcnica do relato;e) autocrtico, que percebe a inadequao de um estilo sofisticado para narrar a vida popular.

06. O bonde se sacudia nos trilhos e o cego mascando goma ficara atrs para sempre. Mas o mal estava feito. A rede de tric era spera entre os dedos, no intima como quando a tricotara. A rede perdera o sentido e estar num bonde era o fio partido; no sabia o que fazer com as compras no colo. E como uma estranha m-sica, o mundo recomeava ao redor. O mal estava feito. Por qu? Teria esquecido de que havia cegos? A piedade a sufocava. O mundo se tornara um novo mal-estar.Clarice Lispector

O fragmento acima caracteriza:a) uma narrativa tensa, surrealista, de denncia social explcita;b) um estilo despojado, um assunto do cotidiano, com nenhum contedo doutrinrio-ideolgico.c) uma narrativa a partir de situaes do dia-a-dia, por meio das quais so questionados a existncia e o universo do ser humano.d) uma tendncia literria voltada para o telrico, discutindo as razes econmicas dos problemas que angustiam o homem.e) um texto cuja secura estilstica e situao opressiva em que vive a personagem no constituem preocupaes para a autora.

07. Sobre o adjetivo severina, da expresso Morte e Vida Severina que intitula a pea de Joo Cabral de Melo Neto, todas as afirmativas esto certas, exceto:a) Refere-se aos migrantes nordestinos que, revoltados, lutam contra o sistema latifundirio que oprime o campons. b) Pode ser sinnimo de vida Arida, estril, carente de bens materiais e de afetividade.c) Designa a vida e a morte dos retirantes que as seca escorraa do serto e o latifndio escorraa da terra.d) Qualifica a existncia negada, a vida daqueles seres marginalizados determinada pela morte.e) D nome vida de homens annimos, que se repetem fsica e espiritualmente, sem condies concretas de mudana.

08.

O Artista Inconfessvel

Fazer o que seja intil.No fazer nada intil.Mas entre fazer e no fazermais vale o intil do fazer.[...]Mas fazer o intil sabendoque ele intil; e bem sabendoque intil e que seu sentidono ser sequer pressentido,fazer: porque ele mais difcil

do que no fazer, difcil-mente se poder dizercom mais desdm, ou ento dizermais direito ao leitor Ningumque o feito o foi para ningum. Joo Cabral de Melo Neto.

A partir do poema podemos dizer corretamente que o que mais vale para artista ?a) nada fazer, uma vez que jamais ser compreendido por ningum.b) fazer de forma mais intil possvel, para que jamais venha a ser compreendido.c) no fazer o intil, embora seja mais difcil.d) fazer o intil cujo significado no ser nem mesmo pressentido.e) fazer o intil para que o leitor desista da leitura ao perceber o desdm do autor pelo poema.

09. Leia atentamente o fragmento abaixo e depois responda ao que se pede.

O retirante explicaao leitor quem e a que vai (fragmento)Joo Cabral de Melo Neto

O meu nome Severino,no tenho outro de pia.Como h muitos Severinos, que santo de romaria, deram ento de me chamarSeverino de Maria;como h muitos Severinos,com mes chamadas Maria,fiquei sendo o da Maria,do finado Zacarias.Mas isso ainda diz pouco:h muitos na freguesia,por causa de um coronelque se chama Zacariase que foi o mais antigo

senhor desta sesmaria.Como ento dizer quem falaora a Vossas Senhorias?Vejamos: o Severinoda Maria do Zacarias,l da serra da Costela,limites da Paraba.Mas isso ainda diz pouco:se ao menos mais cinco haviacom nome de Severinofilhos de tantas Mariasmulheres de outros tantos,j finados Zacarias,vivendo na mesma serramagra e ossuda em que eu vivia.

Aponte o tema central dos 30 primeiros versos da pea. Como estes versos justificam o neologismo severina do ttulo da obra?__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

10.

O Luto no SertoJoo Cabral de Melo NetoPelo Serto no se tem comono se viver sempre enlutado;l o luto no de vestir, de nascer com, luto nato.

Sobe de dentro, tinge a pelede um fosco fulo: quase raa;luto levado toda a vidae que a vida empoeira e desgasta.

E mesmo o urubu que ali exerce,negro to puro noutras praas,quando no Serto, usa a batinanegra-fouveiro, pardavasca.

a) As rimas toantes so aquelas em que s as vogais rimam. Existem rimas toantes no poema de Cabral? Justifique.____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

b) Por que se vive sempre enlutado no serto?__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________c) Qual a percepo que o poeta faz acerca do destino do povo sertanejo? Explicite-a.________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________