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  W W W . P R O F E S S O R S A B B A G . C O M . B R ATIVIDADES DE FIXAÇÃO SOBRE DECADÊNCIA E PRESCRIÇÃO Leia os problemas propostos e faça a análise à luz da ocorrência ou não da decadência, menosprezando outros vícios jurídicos que, porventura, possam ser identificados. 1. O contribuinte Pirro, morador em São Paulo, sofreu autuação em 15 de julho de 1995, de parte da Fazenda do Estado, pelo não pagamento do IPVA, por fato gerador ocorrido em 1º de janeiro de 1989. Pela falta do pagamento do IPVA, foi cobrado o valor originário de R$ 3.700,00 (três mil e setecentos reais) mais a multa de 20% (vinte por cento) com lastro na Lei n. º 4.589, de 12/08/93, vigente à época da apuração da infração. Na data do fato gerador, estava vigendo a Lei n.º 6.538, que fixava o valor originário do IPVA em R$ 1.750,00 (um mil, setecentos e cinqüenta reais) e multa de 30% (trinta por cento) sobre o valor do imposto não solvido. No tocante à ocorrência ou não da decadência, qual seria o seu parecer e sua justificação? GABARITO: O art. 173, I, CTN é considerado a regra geral de decadência, embora dele não conste, textualmente, o vocábulo “decadência”. O preceptivo alcança os tributos, cujos lançamentos são: (a) por declaração ou misto: (b) direto ou de ofício; (c) por homologação (sem antecipação de pagamento). Note o dispositivo: Art. 173. “O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extingue -se após 5 (cinco) anos, contados: I   do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado; (...)” (grifos nossos) No problema proposto, o contribuinte Pirro sofreu autuação em 15 de julho de 1995, de parte da Fazenda do Estado, pelo não pagamento do IPVA, por fato gerador ocorrido em 1º de janeiro de 1989. Procedendo ao cálculo, à luz do art. 173, I, do CTN, é possível concluir: (I) Se a autoridade fiscal vier até dezembro de 1994, isto é, até 31.12.1994, poderá haver lançamento, sem vício de decadência; (II) se a autoridade fiscal vier na data de 01.01.1995, já terá havido decadência, não se podendo falar em lançamento; e, por fim, (III) se a autoridade fiscal vier após a data 01.01.1995, maior perda de prazo terá havido, exsurgindo nítida a ocorrência da decadência. Como se notou, o lançamento foi realizado em julho de 2005, vários meses após a data limítrofe, denotando a ocorrência da decadência.

Atividades Fixacao-prescricao Decadencia

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ATIVIDADES DE FIXAO SOBRE DECADNCIA E PRESCRIO

Leia os problemas propostos e faa a anlise luz da ocorrncia ou no da decadncia, menosprezando outros vcios jurdicos que, porventura, possam ser identificados.1. O contribuinte Pirro, morador em So Paulo, sofreu autuao em 15 de julho de 1995, de parte da Fazenda do Estado, pelo no pagamento do IPVA, por fato gerador ocorrido em 1 de janeiro de 1989. Pela falta do pagamento do IPVA, foi cobrado o valor originrio de R$ 3.700,00 (trs mil e setecentos reais) mais a multa de 20% (vinte por cento) com lastro na Lei n. 4.589, de 12/08/93, vigente poca da apurao da infrao. Na data do fato gerador, estava vigendo a Lei n. 6.538, que fixava o valor originrio do IPVA em R$ 1.750,00 (um mil, setecentos e cinqenta reais) e multa de 30% (trinta por cento) sobre o valor do imposto no solvido. No tocante ocorrncia ou no da decadncia, qual seria o seu parecer e sua justificao?

GABARITO: O art. 173, I, CTN considerado a regra geral de decadncia, embora dele no conste, textualmente, o vocbulo decadncia. O preceptivo alcana os tributos, cujos lanamentos so: (a) por declarao ou misto: (b) direto ou de ofcio; (c) por homologao (sem antecipao de pagamento). Note o dispositivo: Art. 173. O direito de a Fazenda Pblica constituir o crdito tributrio extingue-se aps 5 (cinco) anos, contados: I do primeiro dia do exerccio seguinte quele em que o lanamento poderia ter sido efetuado; (...) (grifos nossos) No problema proposto, o contribuinte Pirro sofreu autuao em 15 de julho de 1995, de parte da Fazenda do Estado, pelo no pagamento do IPVA, por fato gerador ocorrido em 1 de janeiro de 1989. Procedendo ao clculo, luz do art. 173, I, do CTN, possvel concluir: (I) Se a autoridade fiscal vier at dezembro de 1994, isto , at 31.12.1994, poder haver lanamento, sem vcio de decadncia; (II) se a autoridade fiscal vier na data de 01.01.1995, j ter havido decadncia, no se podendo falar em lanamento; e, por fim, (III) se a autoridade fiscal vier aps a data 01.01.1995, maior perda de prazo ter havido, exsurgindo ntida a ocorrncia da decadncia. Como se notou, o lanamento foi realizado em julho de 2005, vrios meses aps a data limtrofe, denotando a ocorrncia da decadncia.

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2. Em 1993, Tlio construiu uma edcula em terreno de sua propriedade e deliberadamente deixou de efetuar a averbao da construo margem da respectiva matrcula. Tampouco requereu Prefeitura Municipal licena para construo, nem a informou a respeito depois que a obra estava pronta. Em fevereiro de 2000, o Municpio, descobrindo a existncia da construo, realizou o lanamento suplementar do Imposto Predial e Territorial Urbano IPTU dos exerccios de 1994 a 1999, equivalente ao diferencial correspondente construo clandestina. Tlio indaga-lhe se esse lanamento suplementar lcito, no tocante ocorrncia ou no da decadncia. Qual seria o seu parecer e sua justificao?

GABARITO: Segundo o art. 145, caput, do CTN, aps a notificao dirigida ao contribuinte (ou responsvel), o lanamento se presume definitivo. Da se ter, como regra geral, a vedao da alterao do lanamento anteriormente efetuado. a adoo da regra da irrevisibilidade do lanamento, que decorre da lei, e no dele prprio. Por sua vez, o art. 145 do CTN discrimina, nos incisos I, II e III, situaes que fogem regra anunciada. Entre as situaes legalmente admitidas de revisibilidade, destaca-se a iniciativa de ofcio da Autoridade Administrativa. importante destacar que o art. 149 do CTN contempla, em seus incisos (I a IX), uma lista taxativa de normas limitadoras de competncia tributria. Assim, os lanamentos podem ser revistos, no poder-dever de autotutela da Administrao, desde que a alterao se enquadre nas possibilidades previstas no preceptivo e que o crdito no esteja extinto pela decadncia (art. 149, pargrafo nico, CTN). Note: Art. 149. O lanamento efetuado e revisto de ofcio pela autoridade administrativa nos seguintes casos: (...) VIII - quando deva ser apreciado fato no conhecido ou no provado por ocasio do lanamento anterior. O comando dispe sobre a apreciao de fato no conhecido ou no provado poca do lanamento anterior. Diz-se que este lanamento teria sido perpetrado com erro de fato, ou seja, defeito que no depende de interpretao normativa para sua verificao. Frise-se que no se trata de qualquer fato, mas aquele que no foi considerado por puro desconhecimento de sua existncia. No , portanto, aquele fato, j de conhecimento do Fisco, em sua inteireza, que, por reput-lo despido de relevncia, tenha-o deixado de lado, no momento do lanamento. Se o Fisco passa, em momento ulterior, a dar a um fato conhecido uma relevncia jurdica, a qual no lhe havia dado, em momento pretrito, no ser caso de apreciao de fato novo, mas de pura modificao do critrio jurdico adotado no lanamento anterior, com fulcro no art. 146 do CTN. Neste art. 146 do CTN, prev-se um erro de valorao jurdica do fato (o tal erro de direito), que impe a modificao quanto a fato gerador ocorrido posteriormente sua ocorrncia. No perca de vista, alis, que inexiste previso de erro de direito, entre as hipteses do art. 149, como causa que permissiva de reviso de lanamento anterior. Contudo, vale lembrar que a reviso de lanamento dever ser feita dentro do prazo decadencial, conforme dico do pargrafo nico do Art. 149, CTN. Note que, no problema apresentado, o Fisco no poder lanar a diferena de IPTU para o exerccio de 1994. Isso porque, em razo da inrcia da atividade de lanar consumou-se o prazo decadencial de 05 anos, a contar do primeiro dia do exerccio seguinte quele em que o lanamento poderia ter sido efetuado.

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3. A empresa X ingressou com mandado de segurana para questionar a exigncia de um determinado tributo e obteve medida liminar, desobrigando-a do recolhimento do tributo em questo. Posteriormente, a empresa X foi fiscalizada, e o agente fiscal lavrou auto de infrao referente ao no recolhimento do referido tributo, embora a empresa X estivesse desobrigada de seu pagamento por fora da mencionada liminar. O diretor jurdico da empresa indaga-lhe se esse procedimento do agente fiscal lcito, no tocante ocorrncia ou no da decadncia. Qual seria o seu parecer e sua justificao? GABARITO: A concesso de liminar em Mandado de Segurana causa de suspenso do crdito tributrio, conforme preceitua o art. 151, IV, CTN, impedindo o Fisco de lavrar o auto de infrao, objetivando a exigibilidade do crdito tributrio. Contudo, ressalta-se que, mesmo suspenso o crdito tributrio, o Fisco poder proceder ao lanamento, prevenindo a decadncia do direito de lanar. Portanto, a simples suspenso do crdito tributrio (art. 151, I a VI, CTN) no impede a sua constituio e, desse modo, no influi no prazo decadencial. H iterativa jurisprudncia nesse sentido (STJ: REsp n. 572.603/PR e REsp 119.156/SP; entre outras). Todavia, na hiptese de lanamento para evitar a decadncia, em vez de encerrar o auto de infrao, concedendo prazo para que o sujeito passivo pague ou impugne o objeto da atuao, o Fisco dever consignar no prprio lanamento, a expresso suspenso por medida judicial, ou outra equivalente.

4. O contribuinte XPTO, sediado na cidade de So Paulo, sofreu fiscalizao realizada pela Fazenda Estadual em 15.04.2008 e teve contra si lavrado um auto de infrao e imposio de multa (AIIM), relativo falta de pagamento do imposto sobre a propriedade de veculo automotor (IPVA), cujo fato gerador ocorreu em 1 de janeiro de 2002. Pela falta de pagamento do IPVA na data aprazada, foi cobrado o valor originrio de R$ 3.500,00 (trs mil e quinhentos reais) mais a multa de 20 % (vinte por cento), com base na Lei n 4.589 de 12.08.2006, que estava em vigor na data da fiscalizao (15.04.2008). Na data da ocorrncia do fato gerador estava em vigor a Lei n 6.538, que fixava o valor originrio do IPVA em R$ 1.700,00 (um mil e setecentos reais) e a multa de 30 % (trinta por cento) sobre o valor do imposto no pago. No tocante ocorrncia ou no da decadncia, qual seria o seu parecer e sua justificao?

GABARITO: No caso concreto, houve vcio de decadncia, uma vez que o auto de infrao poderia ter sido lavrado, sem eiva de caducidade, at 31-12-2007, conforme o clculo a partir do art. 173, I, CTN.

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5. No dia 12.04.2008, um Agente Fiscal de Rendas do Estado de So Paulo interceptou, na BR 116, altura da cidade de Registro, uma remessa de 4.150 exemplares de Revista O Apocalipse, editada pela Igreja do ltimo Milnio, com sede na Capital, tendo lavrado Auto de Infrao e Imposio de Multa, que descreve as seguintes irregularidades: (I) remessa de mercadoria desacompanhada de documentao fiscal; (II) falta de pagamento do imposto por ter escriturado a operao como no tributada; (III) falta de pagamento do imposto apurado por meio de levantamento fiscal (arbitrado por mdia e retroativo a maro de 1998, data da criao da revista). No tocante ocorrncia ou no da decadncia, qual seria o seu parecer e sua justificao?

GABARITO: A decadncia deve ser demonstrada, quanto aos exerccios atingidos pelo vcio de caducidade, luz do art. 173, I, CTN. So eles: 1998 (maro, em diante), 1999, 2000, 2001 e 2002. Os demais exerccios 2003 a 2008 (data do auto de infrao) podero fazer parte da autuao, caso no se acolha a tese acima ventilada, adstrita imunidade.

6. A empresa Casas de Madeira, Indstria e Comrcio Ltda. deixou de recolher o ICMS (18%) em operao de venda de produto industrializado realizada em 24.05.1989. Em 28.03.1995, a fiscalizao identificou a irregularidade e lavrou Auto de Infrao, passando a exigir o pagamento do imposto, calculado pela aplicao da alquota de 25%. Irresignada com a exigncia, imediatamente ingressou com defesa administrativa, mas no teve sucesso, sendo que a deciso, que lhe foi desfavorvel, transitou em julgado em 31.12.2001. Por falta de pagamento, o crdito tributrio foi inscrito na Dvida Ativa e, em 10.12.2006, a Fazenda Pblica props a Execuo Fiscal, sendo deferida a inicial pelo MM. Juzo, nesta mesma data. H 10 (dez) dias, a executada foi intimada da penhora de bens de sua propriedade. No tocante ocorrncia ou no da decadncia, qual seria o seu parecer e sua justificao? GABARITO: No caso concreto, houve vcio de decadncia, uma vez que o auto de infrao poderia ter sido lavrado, sem eiva de caducidade, at 31-12-1994.

7. Fundao Misericordiosa de So Paulo, entidade de assistncia social sem finalidade lucrativa e como tal reconhecida, confecciona e fabrica produtos cujo lucro totalmente revertido para as suas finalidades sociais. Em 30 de maio de 2006, a Fundao foi autuada pela Secretaria da Fazenda do Estado de So Paulo, pretendendo o pagamento da quantia de R$ 200.000,00 (duzentos mil reais), a ttulo de Imposto Sobre Circulao de Mercadorias e Servios (ICMS), sobre as operaes de venda dos produtos por ela fabricados, referentes ao perodo de janeiro de 1999 a maro de 2006, alm de multa, juros e

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correo monetria. Em 20 de maio de 2007, aps citada, a Fundao foi intimada da penhora sobre bens de sua propriedade, em razo da execuo fiscal do dbito. No tocante ocorrncia ou no da decadncia, qual seria o seu parecer e sua justificao? GABARITO: A decadncia deve ser demonstrada, quanto aos exerccios atingidos pelo vcio de caducidade, luz do art. 173, I, CTN. So eles: 1999 (janeiro, em diante) e 2000. Os demais exerccios 2001 a 2006 (data do auto de infrao) podero fazer parte da autuao, caso no se acolha a tese acima ventilada, adstrita imunidade.

8. A empresa XYZ Ltda., com estabelecimento e sede no Municpio de So Paulo, durante o ms de maio de 1991, prestou servios de limpeza Empresa WWW Ltda., sediada no mesmo Municpio, sem emisso de Nota Fiscal, e sem o recolhimento do Imposto sobre Servios de competncia municipal (ISSQN). Em 03 de maio de 1997, a fiscalizao municipal identificou a falta de recolhimento, oportunidade em que lavrou o Auto de Infrao e Imposio de Multa, passando a exigir o crdito tributrio com base na Lei n 7.999, de 23.11.96, publicada nesta mesma data. O Contribuinte, no concordando com as exigncias, ingressou imediata e tempestivamente, com a defesa administrativa, rejeitada por deciso desfavorvel transitada em julgado em 03.10.2002. Porque o tributo no foi pago, aps inscrito na Dvida Ativa, a Procuradoria Municipal ingressou com a Execuo Fiscal em 01.12.2007, sendo desta mesma data o despacho do Juiz que deferiu a inicial. No tocante ocorrncia ou no da decadncia, qual seria o seu parecer e sua justificao? GABARITO: No caso concreto, houve vcio de decadncia, uma vez que o auto de infrao s poderia ter sido lavrado at 31-12-1996.

9. A empresa ABC Ltda. possui duas instalaes industriais situadas em endereos diferentes, dentro do Municpio de So Paulo-SP. A fbrica (I) produz insumos que so utilizados pela fbrica (II) e transportados por caminho, de um estabelecimento para outro. A empresa jamais efetuou o recolhimento do Imposto sobre a Circulao de Mercadorias e Servios - ICMS sobre essa operao. No ltimo ms de abril (2008), a fiscalizao estadual lavrou auto de infrao e imposio de multa contra a ABC Ltda., exigindo o recolhimento do imposto sobre essa operao relativamente aos ltimos 10 (dez) anos. No foi apresentada defesa administrativa, e o dbito est na iminncia de ser inscrito na dvida ativa estadual. Sabe-se, ainda, que a empresa participa constantemente de licitaes, sendo imprescindvel a manuteno de situao regular perante o Fisco. No tocante ocorrncia ou no da decadncia, qual seria o seu parecer e sua justificao?

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GABARITO: A decadncia deve ser demonstrada, quanto aos exerccios atingidos pelo vcio de caducidade, luz do art. 173, I, CTN. So eles: 1999, 2000, 2001 e 2002. Os demais exerccios 2003 a 2008 (data do auto de infrao) podero fazer parte da autuao, caso no se acolha a tese acima ventilada, adstrita noocorrncia do fato gerador.

10. A empresa Indstria e Comrcio de Mveis de Madeira Santo Antnio Ltda, em 21.03.2008, teve contra si lavrado um Auto de Infrao pela Fiscalizao Estadual, uma vez que foi identificada a realizao de uma operao de venda de mercadorias, em 05.10.2003, sem emisso de nota fiscal, o que implicou a falta de pagamento do ICMS. No Auto de Infrao e Imposio de Multa, a fiscalizao exigiu a cobrana do imposto calculado pela alquota de 18% e da multa de 30% pela inadimplncia, conforme previsto na Lei n 7.896, de 23.03.2007, publicada nesta mesma data, sendo certo que a Lei n 5.698, de 17.07.2001, vigente na data de ocorrncia do fato gerador, fixava a alquota de 10% e multa de 40%. No tocante ocorrncia ou no da decadncia, qual seria o seu parecer e sua justificao?

GABARITO:

No caso concreto, no houve vcio de decadncia, uma vez que o auto de infrao poder ser lavrado, sem eiva de caducidade, at 31-12-2008, conforme o clculo a partir do art. 173, I, CTN.

11. Por meio de fiscalizao realizada em 25.08.98, na empresa Comrcio de Materiais para Construo Joo de Barro Ltda., a Receita Federal, com base na legislao vigente nesta data, lavrou Auto de Infrao e Imposio de Multa (AIIM) no valor de R$ 1.800.000,00 (um milho e oitocentos mil reais) relativamente falta de pagamento do Imposto Sobre a Renda (IR) incidente sobre o lucro apurado em operao de vendas de mercadorias, realizadas durante o ano de 1992. No concordando com a referida exigncia, o contribuinte ingressou, imediata e tempestivamente, com a competente impugnao administrativa, rejeitada por deciso desfavorvel que transitou em definitiva em 24.08.2002. No sendo pago o crdito tributrio, a Fazenda Pblica, aps inscrio na dvida ativa, ingressou com Execuo Fiscal, cuja petio inicial foi deferida pelo MM. Juiz em 24.02.2008. Em 15 de maro de 2008, aps regularmente citado para o pagamento da referida execuo, foi efetuada a penhora de bens da empresa. No tocante ocorrncia ou no da decadncia, qual seria o seu parecer e sua justificao?

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GABARITO: No caso concreto, houve vcio de decadncia, uma vez que o auto de infrao s poderia ter sido lavrado, sem eiva de caducidade, at 31-12-1997, consoante o art. 173, I, CTN.

12. A Fiscalizao Estadual de So Paulo, em data de 23.09.2002, notificou regularmente a empresa KLM Distribuidora de Produtos Alimentcios Ltda., da lavratura de Auto de Infrao e Imposio de Multa (AIIM) contra a contribuinte, por ter apurado a venda de mercadorias em 14.04.1997, sem emisso de nota fiscal, o que implicou a falta de recolhimento do tributo devido. Em face da falta de pagamento do referido dbito, o mesmo foi devidamente inscrito na Dvida Ativa em 12.11.2007, e a Execuo Fiscal foi protocolizada em 18.12.2007, sendo desta mesma data o despacho do Juiz que deferiu a inicial. Citada da execuo e penhorados os bens da contribuinte, h 10 (dez) dias, a empresa KLM Distribuidora de Produtos Alimentcios Ltda. contratou-o (a) para defender seus interesses. No tocante ocorrncia ou no da decadncia, qual seria o seu parecer e sua justificao?

GABARITO: No caso concreto, no houve vcio de decadncia, uma vez que o auto de infrao poderia ter sido lavrado at 31-12-2002, e o foi dentro do prazo (23-09-2002).

13. A empresa Gomes Carneiro Alimentao Ltda., com sede na Cidade do Rio de Janeiro, Capital, pretende participar de licitao para o fornecimento de alimentao para os funcionrios de certo rgo da Administrao Pblica Federal. Para tanto, o Edital de Concorrncia estabeleceu que os interessados, para habilitarem-se a participar, devem apresentar prova de quitao de dbitos de Tributos Federais. A empresa, ao requerer em 08/10/2004 a certido negativa de dbitos perante o Centro de Atendimento ao Contribuinte da Delegacia da Receita Federal do Rio de Janeiro, teve indeferido o seu pedido, pois a repartio apurou, segundo relatrio emitido, a existncia de dbito referente ao Imposto de RendaPessoa Jurdica (IRPJ), relativo ao exerccio de 1998 - Ano base de 1997. Verificando os dados em sua contabilidade, a empresa constatou que o dbito apontado pela repartio havia sido objeto da declarao de IRPJ por ela apresentada em 30/04/1998 Secretaria da Receita Federal, mas que, por equvoco, no recolhera o imposto apurado no prazo legal de vencimento. No perodo entre o vencimento do tributo e a data em que se dirigiu repartio fiscal para requerer a certido negativa, a empresa no foi submetida a qualquer procedimento administrativo ou medida de fiscalizao para apurao da falta do recolhimento do tributo e que o fosse exigido mediante lanamento de ofcio. No tocante ocorrncia ou no da decadncia, qual seria o seu parecer e sua justificao?

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GABARITO: Na hiptese ventilada, j ocorreu a decadncia do direito de constituir o crdito tributrio (art. 173, I, CTN), pois a partir de 01.01.1999 comeou a correr o prazo para constituio do crdito, finalizando-se em 31 de dezembro de 2003. Dessa forma, como o transcurso do lapso decadencial causa de extino do crdito tributrio (art. 156, V, do CTN), exsurge o instituto da decadncia. Na data do pedido da certido, luz da literalidade do CTN, no seria mais possvel exigir o tributo.

14. Em 10 de maio de 1989, a RRR Brasil Ltda. vendeu material esportivo, acobertando a operao mediante nota fiscal falsa, e no recolheu o ICMS devido. poca, a alquota do imposto era de 18%. Em 15 de dezembro de 1994, a empresa foi autuada em funo daquela irregularidade. Inconformada com o fato de que os fiscais no intimaram o representante legal da contagem dos estoques da empresa e no concederam o prazo legal de 72 horas para a apresentao dos documentos fiscais e contbeis, a RRR Brasil Ltda. ajuizou uma ao anulatria de dbito fiscal, cuja deciso transitou em julgado no dia 15 de maio de 1999, tendo o Juzo decidido pelo cancelamento da autuao em razo dos mencionados vcios formais. Em 10 de janeiro de 2000, a alquota do ICMS foi alterada por Lei Estadual, passando a ser de 15%. Em 20 de janeiro de 2002, a empresa recebeu nova autuao pela mesma irregularidade cometida em 1989. No tocante ocorrncia ou no da decadncia, qual seria o seu parecer e sua justificao?

GABARITO: Para o fato gerador ocorrido em 10 de maio de 1989, a autoridade fiscal poderia lavrar o auto sem vcio de decadncia at 31 de dezembro de 1994. A partir de 1 de janeiro de 1995, incluindo essa data, qualquer autuao estaria eivada de decadncia. No caso concreto, diga-se que a primeira autuao (15-12-1994) ocorreu dentro do prazo, inexistindo vcio de decadncia. Com relao segunda autuao, a anlise merece cautela. Com efeito, houve deciso entendendo que existiam vcios formais na primeira autuao e, conforme o art. 173, II, CTN, o prazo de decadncia se conta neste caso da data em que se tornar definitiva a deciso que houver anulado por vcio formal o lanamento anteriormente efetuado. Assim, a segunda autuao poder ocorrer at 15 de maio de 2004 (= 5 anos a contar de 15 de maio de 1999). Como se viu, o segundo lanamento se deu em janeiro de 2002, portanto, dentro do prazo.

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Leia os dois itens propostos e faa a anlise, julgando-os com (CERTO) OU (ERRADO):

1. (______________) No ano de 2003, a fiscalizao comparece a um estabelecimento, cuja falncia foi decretada, e apura falta de recolhimento de imposto devido no exerccio de 1998. Nesta hiptese, no poder lavrar auto de infrao, por se tratar de crdito atingido pela decadncia tributria. 1. GABARITO: (ERRADO)

2. (_______________) O Sr. X, no dia 31 de maio de 1987, recebeu notificao para pagar o IPTU do ano de 1981. Recusou-se ao pagamento, alegando ter havido decadncia. Sabendo-se que o fato gerador do IPTU, no Municpio considerado, ocorre no dia 1 de janeiro de cada ano, pode-se afirmar que o Sr. X tem razo, pois a decadncia ocorreu em janeiro de 1987. 2. GABARITO: (CERTO)

3. (_______________) (CESPE/UNB, para o cargo de Procurador do Estado do Esprito Santo (1 Categoria), em 27-04-2008): Em razo do pagamento a menor do imposto sobre operaes relativas circulao de mercadorias (ICMS), a autoridade fazendria competente lavrou auto de infrao contra a xito Papelaria Ltda., em maio de 1995. Regularmente notificada, a contribuinte apresentou defesa, que foi julgada em 15/10/1999, sendo que o edital de notificao da contribuinte foi publicado em 20/1/2000. O dbito foi devidamente inscrito em dvida ativa em 10/1/2001 e o aforamento da ao de execuo fiscal ocorreu em 12/5/2004. Ao tomar conhecimento da ao de execuo fiscal, a xito Papelaria Ltda. ops exceo de pr-executividade, alegando a prescrio, em 10/1/2005. Nessa situao, o juzo competente deve acolher as alegaes da xito Papelaria Ltda., uma vez que ocorreu a prescrio do crdito tributrio. 3. GABARITO: (ERRADO)

4. (_______________) (Fundao Carlos Chagas, para o cargo de Auditor do Tribunal de Contas do Estado de Alagoas (TCE/AL), em maro de 2008): A prescrio de crdito tributrio definitivamente constitudo em 18 de maio de 2003 e cujo fato gerador aconteceu em 05 de fevereiro de 2003 ser em cinco anos a contar da constituio definitiva do crdito tributrio, ou seja, em 19 de maio de 2008. 4. GABARITO: (CORRETO)

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5. (_______________) (CONSULPLAN Consultoria, para o cargo de Fiscal do Conselho Regional de Economia da Bahia (CORECON/5 Regio), em 13-07-2008): Em 19 de abril de 2009, uma sociedade annima adquiriu o fundo de comrcio de uma sociedade por quotas de responsabilidade limitada, fazendo constar do respectivo contrato uma clusula que a eximia da responsabilidade por quaisquer dbitos fiscais correspondentes a operaes anteriores quela data. Sabendo-se que ambas prosseguiram na explorao da atividade e que em 1 de setembro de 2009, a adquirente foi autuada para pagar diferena de ICMS, referente a fatos geradores ocorridos no perodo de janeiro a agosto de 2004, em razo de a base de clculo adotada para o clculo do tributo no haver sido correta, deduz-se que, embora a sucessora pudesse ser responsabilizada pelos dbitos da sucedida, j decara o direito de a Fazenda Pblica proceder ao lanamento da diferena do tributo referente quele perodo, exceto em caso de dolo, fraude ou simulao, por j ter ocorrido homologao tcita do lanamento.

5. GABARITO: (CORRETO)

6. (_______________) (Fundao Carlos Chagas, para o cargo de Juiz de Direito Substituto de Roraima (IV Concurso), em maro de 2008: Um imposto cujo crdito foi constitudo definitivamente em 11 de maro de 2002 e cujo fato gerador ocorreu em 05 de janeiro de 1996 estar prescrito em 05 anos a contar da constituio definitiva do crdito tributrio, ou seja, em 12 de maro de 2007, se o despacho do juiz que ordena a citao no se der at tal data. 6. GABARITO: (CORRETO)

7. (_______________) (Fundao Carlos Chagas, para o cargo de Agente Fiscal de Rendas do Estado de So Paulo, em agosto de 2009: Em abril de 2008, foi realizada fiscalizao em empresa atacadista, na qual constatou-se, em sua escrita fiscal, em relao ao ICMS devido no perodo de setembro de 2002 a novembro de 2003, que no teria havido o correspondente pagamento antecipado por parte do contribuinte e, em relao ao ICMS devido no perodo de dezembro de 2003 a maro de 2005, teria havido pagamento antecipado a menor. Em virtude de tais fatos, foi lavrado Auto de Infrao e Imposio de Multa com cobrana das diferenas de ICMS devido, mais multa e juros de mora. A regular notificao do Auto de Infrao deu-se em abril de 2008. Nesse caso, houve decadncia em relao aos dbitos do perodo de setembro de 2002 a novembro de 2002, mas no houve decadncia em relao aos dbitos do perodo de janeiro de 2003 a novembro de 2003.

7. GABARITO: (CORRETO)

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8. (_______________) (FGV Projetos, para o cargo de Fiscal de Rendas do Estado do Rio de Janeiro, em 01/02-08-2009: Um determinado contribuinte praticou o fato gerador de um tributo de competncia da Unio, sujeito a lanamento por homologao, tendo pagado e declarado ao fisco, no ms de maro de 1984, valor inferior ao efetivamente devido. Em procedimento de fiscalizao, o auditor fiscal de tributos constatou o recolhimento efetuado a menor e lavrou auto de infrao constituindo o crdito tributrio cabvel, tendo notificado o contribuinte em junho de 1989. Inconformado com o lanamento, o contribuinte promoveu impugnao administrativa em julho de 1989, tendo seu pleito sido definitivamente julgado, em grau de recurso, em agosto de 1996, assinalado ao contribuinte o prazo de 30 dias para pagamento espontneo do crdito tributrio. Inscrito o crdito em dvida ativa em maio de 1999, o ajuizamento da ao ocorreu em novembro de 2002, tendo sido o contribuinte citado no ms subsequente. A respeito dessa situao, possvel afirmar que se operou a decadncia e ocorreu a prescrio pela inrcia do fisco quanto ao exerccio do direito de ao de cobrana.

8. GABARITO: (CORRETO)

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