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Abner Macoto Atlântida - Seus Mistérios à Luz da Ciência 1ª edição Edição do Autor São Paulo 2013

Atlântida - Seus Mistérios à Luz da Ciência · Saibam por que Deus permitiu a destruição de Atlântida e roguem ... isso o Sacerdote-Mor convocara-nos a um encontro no ... Seus

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Abner Macoto

Atlântida - Seus Mistérios à Luz da Ciência

1ª edição

Edição do AutorSão Paulo

2013

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Copyrigth ©2013 Abner Macoto – todos os direitos reservados, proibida a reprodução e retransmissão sem permissão do autor.

do mesmo autor:As Centúrias de Nostradamus Comentadas.A Astrologia e a Biografia Humana

Revisão, José Nunes Pereira Sobrinho.

Diagramação e CapaLI Consultor

Ficha de publicação

Macoto, AbnerAtlântida - Seus Mistérios à Luz da Ciência ISBN 978-85-901851-4-7257 pg1. Filosofia, Esoterismo, TítuloCDD 133

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Índice

Cap. 1 - O transporte ....................................5

Cap. 2 – Arquitetura e Urbanismo...............35

Cap. 3 - A Religião ......................................63

Cap. IV – O Mundo Bárbaro .......................89

Cap. V – Os Valores ...................................113

Cap. VI – O Egito ......................................137

Cap. VII – A Fenícia ...................................161

Cap. VIII – A Pirâmide ...............................189

Cap. IX – O Verdadeiro Legado..................215

Cap. X – Conclusão ....................................241

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Cap. 1 - O transporte

“Ó humanos! Saibam por que Deus permitiu a destruição de Atlântida e roguem para não suceder o mesmo em vossos destinos!” Anônimo

Hoje, depois de grandes desventuras, esforços e catástrofes, eu tenho certeza do dever em fazer uma descrição e traçar alguns comentários sobre a grande Atlântida. Aquela terra que pereceu com a maior parte de sua gente. Tentarei ilustrar a grandeza e, beleza de algumas de nossas realizações e dar ênfase a parte da ciência usada.

Tudo começou num dia comum, quando retornava para o lar, depois de um laborioso dia de trabalho. Tomei a via Sul, como sempre fazia, a mais importante rota entre as principais da nossa capital. As vias só funcionavam ple-namente naquelas ocasiões de pico, na ida e no retorno ao trabalho, nessa hora ocorria grande movimento. Os automóveis chegavam sem cessar, iam se alinhando e se engatando uns aos outros, formando grandes comboios. Selecionei, como de costume, o número quatro, que indicava o desvio requerido e nesse ponto meu carro iria deixar a via. Logo já estava devidamente engatado a um veículo à minha frente e outro à minha retaguarda e deste momento em diante a operação ficava automática. Em poucos momentos meu veículo já seguia em velocidade de cruzeiro, por uma das muitas pistas da via Sul. A via Sul apresentava doze acessos ou como cha-mávamos: “desvios” e fornecia uma vista estranha, com todos aqueles veículos viajando em um bloco compacto, todos apresentavam uma aparência muito semelhante e com cor metálica, pois não eram pintados, apresentavam a cor do próprio metal. Os veículos, de certa forma, mostravam a igualdade procurada e isso servia para lembrar a cada um de nós dessa situação, pelo menos no tocante ao material. E os

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veículos se tornavam, sobretudo, uma amostra de nossa desenvolvida ciência, a qual procurava em todos os componentes a máxima durabilidade. Entre aqueles au-tomóveis não era difícil encontrar modelos com muito mais de cem anos. Mesmo o que me pertencia, iria somar 70 anos em breve.

As pistas iam se reduzindo a partir de sete pistas iniciais. Existia em alguns pontos, um movimento lateral dos veículos que mudavam para as faixas mais externas, conforme iam se aproximando dos desvios previamente selecionados nos painéis. Estes deslocamentos laterais eram todos automáticos e realizados pelo sistema. Nos desvios dois e quatro havia antes e depois grandes alterações na formação e diminuía uma das pistas. A via seguia ainda por cerca de 10 pontos de separação. Um pequeno aviso de alerta indicava a brevidade da chegada no ponto de meu desvio e a partir dali eu deveria novamente assumir a condução. Nesse momento meu veículo já trafegava pela pista externa e logo atingiu o ponto de separação. Após um leve safanão por toda a estrutura do carro, surgiu uma bonita estrada. Eu ainda podia ver a grande massa de veículos, ainda na rota Sul, pois fazia uma curva por ali.

O meu desvio, deixava-me numa zona rural e só depois de certa distância, eu chegava a em núcleo pó-pulacional, incrustado num bosque. Este constituía o padrão das nossas cidades. As partes verdes e habitadas eram equilibradas. Também a topografia consistia em matéria de cuidadoso estudo, a parte habitada não devia conter baixos passíveis de inundação ou serem muito íngremes. Assim, as partes mais baixas e as íngremes ficavam mantidas com a cobertura vegetal original. As áreas mais planas eram ocupadas pelas vias e casas. Na bela via secundária, somente

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no seu começo e paralelamente à rota, contávamos com algumas facilidades para os viajantes. Depois vinha a estrada usualmente percorrida e em alguns minutos, chegava-se ao núcleo habitacional desse desvio, no meu caso específico, vinte minutos. A partir da rua principal, na verdade uma continuação do caminho, saindo dela, dominavam pequenas ruas com o leito de pedregulhos. Nos núcleos, apenas a via principal e os passeios eram calçados com cimento. Nas chuvas existia um sistema de drenagem. Elas nasciam como ramos do tronco principal. Larguei meu veículo e me dirigi à entrada principal da construção. Havia uma sala ao lado do corredor de entrada e para ali caminhei, não sem antes contemplar a enorme fotografia do local, do prédio e um automóvel muito antigo do tempo que eles não se uniam em comboio. A grande tela emoldurada cobria toda a parede. A fotografia era uma das maiores maravilhas de nossa técnica. Não se podiam ver as cores, mas podia-se imaginar pelos graus de cinza de cada parte.

Em seguida um acontecimento inesperado: chegou Uruk, o sacerdote-cientista mestre. Era um homem de compleição agradável, ultrapassando de longe os dois metros, estatura um tanto quanto rara e ele poucas vezes viera até ali, já denotando na fronte um grande problema. Com sua voz grave, comunicou-me ser portador de más notícias.

Num tom mais grave ainda, informou-me do fato ocorrido quando estava na sala de comunicação de Ka. Ele recebera uma mensagem quanto a relevantes movimentos sísmicos, com epicentro em Tutmés. Apesar de ainda em formação, conforme nossos melhores observadores, os tremores deveriam atingir um ápice sem tardar. Previam que afloraria em pouco tempo. Depois disso, os sensitivos acre -

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ditavam na propagação cada vez mais forte a partir daquele ponto e provocariam muitas catástrofes em nossa ilha. Haveria também erupções de vulcões próximos, nas montanhas Atlas. O resultado final seria muito ruim, pois atingiria todo o território. Não haveria possibilidade de evacuação para algum porto seguro na própria insula.

Fiquei ansioso, pois conhecia as antigas profecias, assim como outros membros das mais altas camadas das hierarquias dirigentes. Elas continham as palavras fatídicas: o fim para a nossa ilha continente! Fortes tremores destruiriam nossa civilização e apenas poucos seriam poupados. Foram proferidas há muitos anos na insula e tinham sido transmitidas por várias gerações, desde muitos e muitos anos. Tínhamos como verdades, pois houve outras predições que foram realizadas de forma insofismável, assim para nós não eram vãs. Por esse motivo um dos campos mais desenvolvidos da nossa ciência era a sismologia. Podíamos prever qualquer movimento sísmico, desde os menores a um movimento de grande porte e que poderia abalar para sempre nossa terra. Ao que tudo indicava essa hora tinha chegado.

Mas sem dar tempo para maiores reflexões ele emendou que contra estes fatos muito poderia ser feito e por isso o Sacerdote-Mor convocara-nos a um encontro no Templo de Kanir, no dia seguinte, às nove horas. Pediu que informasse Mariann, Sandr, Sargã e Utná. Eles também deveriam ir e a nossa missão seria avisar a todos os nossos subordinados para que possam se reunir o mais breve possível na Usina, mesmo antes da hora normal de entrada. Disse-me que apesar de querer, não poderia esperá-los, pois continuaria a jornada de informação aos sacerdotes-cientistas e mostrou sua lista, ainda extensa. Ele já vinha de peregrina -

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ções pelos desvios vizinhos e deveria continuar pelas cidades do interior da ilha. Em suma, não havia tempo a perder, após deixar o temido recado.

Este sombrio diálogo me deixou reflexivo. Acom-panhei com os olhos seus passos firmes sobre os tacos do piso, a ressoar no ambiente. A antiga profecia voltou à minha mente. Afastei os pensamentos sombrios, mas uma cadeia deles foi desenrolada. Despertaram em minha mente as lembranças do Sacerdote-Mor em um discurso no mês anterior, onde colocara ênfase em estarmos adentrando um tempo sombrio e nele, as forças das trevas vinham paulatinamente dominando o dia a dia de nossa civilização, a iniciar pelo mundo exterior, domínio de uma relativa barbárie onde os Atlantes só podiam contar com colônias, algumas bem desenvoltas. O resto do globo tinha grandes áreas bárbaras e de certa forma sob o domínio de gente malvada. Nossa população era relativamente pequena e nos reproduzíamos numa velocidade baixa, muito perto do equilíbrio, apesar de termos vida dilatada.

Ainda imerso em mil pensamentos, um momento de lucidez me trouxe à realidade. Se meu superior se dispunha a peregrinar por muitos lugares, avisando os sacerdotes da classe dos cientistas, eu deveria também transmitir aos sacerdotes líderes e aos da classe de capelães de minha região e pedir a eles, por sua vez, transmitirem ao máximo possível das miríades de sacerdotes-operativos e aqueles comumente chamados de vigários. Eu sabia de algumas informações importantes e isso fazia parte de meu treinamento, pois se uma catástrofe se abatesse, muitos pereceriam. As salas de comunicação dos Templos e das células operativas estariam movimentadas e imaginei a multidão a tentar retransmitir as informações pelo nosso sis -

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tema de comunicação, uma das peças mais vulneráveis e fracas de nossa maravilhosa civilização.

Minhas vizinhas chegaram quase juntas: Mariann e logo depois Sargã, duas senhoras de boa aparência e meia idade que trabalhavam nas células técnicas. Eram sacer-dotisas líderes e minhas subordinadas em minha paróquia, na grande capital Poseidonis. Transmiti-lhes a minha breve conversa com Uruk. Pouco tempo depois, tive de nova-mente repetir os fatos aos sacerdotes líderes Utná e Sandr, homens também de meia idade, fortes e robustos que chega-ram com pequena defasagem um do outro e eles, juntamente com Naycocha, morador do 5º desvio, formavam a minha linha de frente. Ainda tinha outros subordinados diretos, os quais eram no momento apenas sacerdotes aprendizes e que um dia assumiriam um posto de liderança. Eles moravam, a maioria, no 6º desvio. Na Atlântida as pessoas eram divi-didas em castas. Apesar de haver mobilidade entre elas, era extremamente difícil passar de uma para outra.

Disse-lhes que estivera em meditação e eu deveria voltar à capital e lá, enfrentar a sala de transmissão, na tentativa de atingir todos os sacerdotes de nossa paróquia. Eu estava dando o devido valor à aparição de meu chefe Uruk em pessoa. Aquela visita fora algo muito raro. Deixei claro aos outros. Tive de dissuadir Sargã a ir comigo ao encontro. Em contrapartida, expliquei que seria mais apropriado para ela e Mariann irem para o 8º desvio e avisarem pessoalmente o maior número de sacerdotes-operativos de nossa paróquia, com o máximo cuidado, pois não tínhamos uma posição final; o aviso seria no sentido deles se manterem alerta e levarem ao trabalho, a família, roupas e equipamentos para possível viagem. Também deixeixei claro, sobre este aviso, quanto à atenção em ser repassa do

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para qualquer outro sacerdote, seja da patente que fos-se, mas nesse caso não deviam ir ao Templo nem se preparar para a viagem. Também deixei instruções para avisarem a Naycocha para se juntar ao grupo. Eu pessoalmente iria procurar os aprendizes no 6º desvio. Finalmente, depois disso, poderiam voltar às suas casas e se prepararem para nossa viagem, deixando claro que seria, a final, para fora de Poseidonis. Falei ser melhor levarem suas famílias. Proferi sem esquecer a existência de um plano geral de evacuação. Este era aberto para todos os sacerdotes de meu nível para cima e agora todos deveriam conhecê-lo profundamente.

A comunicação era a parte mais problemática de nos-sa tecnologia, como já mencionei e ficava muito ruim quan-do tínhamos de enfrentar uma emergência. Mesmo assim, fiquei em longa reflexão. Uruk saíra dali direto para o local dos aviões. Ele, por ser um grande sacerdote, gozava do privilégio de usar aeronaves sem restrição, pois eram em reduzido número, mas consistiam no mais rápido meio de transporte. Eram acanhados, levavam no máximo de 10 a 12 pessoas, com reduzido nível de conforto, compensado pela sua rapidez. Também era muito limitado o pequeno volume que cada pessoa podia levar de pertences e ainda outra limi-tação existia no fato de serem poucas as cidades capacitadas a operar com aviões, pois exigiam muita infraestrutura.

O aeroplano era colocado sobre uma plataforma. Os passageiros e o condutor entravam e se acomodavam da melhor forma possível, no reduzido espaço da cabine. Uma lâmpada indicava o início do processo de preparação. Ao acenderem as outras contíguas, indicavam estar pronto o aparelho, momento em que já estaria fechado. Era então aplicada uma carga elétrica no aparelho, de mesma polaridade que existia no campo de operações. Na verdade, trabalhávamos

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como um capacitor gigante. Devido a grande força de repulsão, o aparelho era arremessado ao alto e a partir desse ponto passava a ser controlado pelo condutor. A carga era aplicada de forma crescente, de modo que a impulsão não fosse instantânea, pois provocaria uma aceleração insu-portável às pessoas lá dentro. Todos iam de pé, apenas o condutor se ataviava a um encosto, para que suas ações fossem mais precisas e pudesse se isolar dos demais. Devido às cargas elétricas aplicadas, o avião era revestido de uma fina camada de ouro, o melhor e mais puro condutor entre os materiais. Dispunham de asas fixas relativamente pe-quenas para impedir o giro do corpo cilíndrico e dar uma pequena sustentação para aumentar a autonomia. Também estava presente um propulsor no seu teto que fornecia um certo empuxo. O avião seguia uma queda controlada, pois seu propulsor e asas não eram capazes de elevá-lo, apenas conseguiam fazer prolongar a tendência, de forma sufi-cientemente lenta, para poder descerem na próxima cidade que tivesse o sistema. No pouso os campos eram reduzidos, mas existentes o suficiente para que a descida fosse suave sobre a plataforma. O vôo era seguro, mas as sensações eram um tanto violentas, apesar de haver um sistema de forças no interior da cabine para compensar, pelo menos em parte, as altas acelerações desenvolvidas, principalmente na decolagem, na verdade, um arremesso. Entre os passageiros, várias pessoas testemunhavam que se sentiam muito mal e apreensivos naqueles poucos minutos do arranque. Eu mesmo tinha voado apenas uma vez e confesso ter sido uma experiência bastante difícil e inesquecível. O raio de ação era relativamente pequeno e entre cidades muito distantes havia um equipamento de aceleração, similar aos campos de opera-ções. Estes sistemas eram bem menores, pois só precisava

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fazer o artefato ganhar altura; muitas vezes eram colocados sobre colinas.

No aparelho, a única pessoa com a visão do exterior era o condutor. O avião tinha um sistema de lentes que trazia a imagem do exterior por um pequeno orifício na estrutura, na altura de seus olhos. Por este orifício entrava também todo o ar para o aparelho. Na traseira existia outro orifício menor, para retirar o excesso de ar. Nos momentos de pouso e arremesso, até eles eram fechados, por um breve instante. O próprio movimento fazia um vácuo que sugava o ar, sendo a razão de uma circulação deste na cabina. Api-nhado e sem janelas, o avião fornecia um ambiente claustro-fóbico, mas a sua rapidez superava todos esses inconvenientes. A propulsão era feita por um ventilador embutido em um tubo que girava velozmente e produzia um razoável empuxo à carga máxima, mas a força usada dependia do percurso e da carga das baterias em número de duas, planejadas para manter o motor nessa velocidade apenas por um tempo muito reduzido. Eram baterias especialmente feitas para o avião, colocadas diretamente abaixo do assoalho, dentro do corpo cilíndrico. Toda vez que eu via um desses aparelhos de perto, ficava a cismar o quanto avançáramos na arte de voar e como eles eram belos, com a sua cor amarela do ouro e sua forma extremamente aerodinâmica. No atual estágio de desenvolvimento, era muito seguro e apresentava poucos relatos de acidentes, pois o condutor traçava previamente a rota e as forças em jogo eram calculadas de antemão, em vôo cabia a ele manter as condições pré-estabelecidas. Tinha controle da potência do propulsor e controle do leme. Havia alguns relatos de terem sido arremessados de modo errado, obrigados a descer no solo. Quase em todos os casos o condutor conseguira pousar

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em segurança na mata, fazendo uso do propulsor e da queda controlada com sabedoria.

Mas estas não eram as únicas máquinas aéreas presentes em Atlântida. Contávamos com mais dois tipos de aeronaves, os feitos de materiais mais pesados e os acabados de elementos leves; uma totalmente prateada, em geral de pequenas dimensões, sua cor um reflexo dos metais de sua fabricação e demais materiais leves, mas voava muito baixo e muito lentamente, mais lentamente que os automóveis numa boa estrada. Outras, apesar de enormes, não eram muito adequadas para carga, pois a maior parte do espaço era de câmaras responsáveis pela anulação da força da gravidade, seus materiais eram mais pesados; o princípio bem simples estava baseado em diferença de densidades. As mais leves eram extremamente caras e talvez raras, se não fosse a durabilidade dos objetos fabricados por nós; assim, qualquer nova aeronave automaticamente se adicionava às existentes. Estas enormes aeronaves, quanto mais baratas, eram usadas para observação de territórios bárbaros. Uma delas costumava ser levada pelos navios, arrastada no ar e só utilizada nas imediações bárbaras, pois sua propulsão dependia das poucas baterias a bordo, razão dos navios que as arrastavam, de forma que seu raio de ação próprio era muito reduzido. A tripulação normal de tal aeronave costumava ser de apenas três pessoas. A lotação máxima para um raio de ação de pouco mais de cem quilômetros eram cinco pessoas. Tínhamos aeronaves individuais, onde praticamente o piloto montava no sistema de flutuação; neste caso, feitas de material ultraleve em parte; na mesma acanhada estrutura que lhe servia de assento, também ficava um pequeno ventilador, para propulsão e a única bateria dava um reduzido raio de ação, no entanto, era excelente pa-

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ra observações urbanas, pois apesar da pouca autonomia, em contrapartida, poderia pairar indefinidamente sobre um local. Para maior leveza e resistência, estas aeronaves não eram fabricadas apenas de metais, mas partes delas eram fabricadas com matérias leves, de acordo com a sua firmeza e resistência possível, garantidas por metais convenien-temente aplicados. Esses elementos leves eram fabricados, muitas vezes, a partir de pó de diamantes num proces-samento sônico muito complexo, extremamente moroso e instável. Uma operação, assaz difícil a sua obtenção, além de usar grande número de meditadores com extremo empenho. Um diamante pequeno rendia quase um metro quadrado desse composto e parecia um milagre a sua fabricação. Este material ultraleve tinha várias aplicações; além dos aviões, era usado nos cabos ligados as velas dos navios, também nas pilhas especiais dos aviões dourados e estruturas que precisavam ser robustas e extremamente leves.

Como ao Norte da nossa ilha continente existiam altas montanhas chamadas de Montes Atlas e alguns picos ultrapassavam os dez mil metros, era uma região proibida para nossos aviões, pois atingiam altitudes relativamente modestas. O nome destes montes dava a denominação à nossa ilha: Atlântida.

Semelhante aos aviões, os automóveis não tinham autonomia para fazerem viagens longas. Para estes extensos percursos, usava-se a tração animal, grandes veículos puxados por animais maiores ou viaturas menores movidas por cavalos. Na cidade de Poseidonis devido a grande malha viária, formada pelas rotas principais e pelas vias secundárias, estes veículos só podiam circular em estradas próprias, muitas das quais, subterrâneas, mormente perto do centro governamental. Também muitas cidades atlantes eram marítimas e nossos navios faziam intensa navegação de cabo-