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ATLAS BRASILEIRO DE BIOMASSA FLORESTAL O projeto do Atlas Brasileiro de Biomassa da Associação Brasileira das Indústrias de Biomassa e Energia Renovável e da Brasil Biomassa e Energia Renovável visa reunir esforços entre diversos setores políticos e empresariais no Brasil no sentido de implementar uma estratégia integrada para o consumo, produção e o uso da biomassa e no desenvolvimento de projetos industriais sustentáveis. O Atlas Brasileiro de Biomassa é uma oportunidade para avaliar o potencial produtivo de cada uma das regiões a nível florestal, industrial e agrícola e a quantidade de biomassa disponível, a tipologia de biomassa utilizável e o potencial de produtividade. Consideramos importante a formação de um inventário nacional com os principais resíduos agrícolas, agro-industriais e sólidos urbanos que podem complementar a biomassa florestal residual ou complementares às culturas energéticas. Identificamos a existência de mais de 380 empresas florestais (com ativos florestais) e de 423 empresas do setor de madeira e movelaria interessadas em desenvolver projetos industriais compartilhados com investidores. Consideramos a necessidade de uma política nacional para o desenvolvimento estratégico do setor para uma promoção e o apoio na produção e no uso da energia a partir de biiomassa residual. O preço das energias provenientes de combustíveis fósseis tende a um aumento nos preços próximos anos e um avanço no consumo interno de energia. O aproveitamento da biomassa florestal pode ser parte integrante do processo de gestão florestal sustentável e da cadeia de responsabilidade. As populações locais deverão ser sensibilizadas acerca das vantagens de utilização de recursos endógenos, como é o caso da biomassa, e das repercussões positivas em termos econômico, social e ambiental. A Associação Brasileira das Indústrias de Biomassa e Energia Renovável é uma associação nacional com 601 associados e representativa do segmento industrial de biomassa (woodchips, biomassa florestal, Wood biopelletse Wood biobriquete) e bioenergia. O principal objetivo da ABIB é o desenvolvimento estruturado do setor industrial com o aproveitamento dos resíduos florestais, agrícolas e industriais para a produção sustentável de produtos renováveis para a geração de energia. Mantemos em conjunto com a Brasil Biomassa e Energia Renovável com cinco sites nacionais e um internacional que podem ajudar no desenvolvimento técnico e para a geração de novos negócios para a sua empresa (quer em aproveitamento sustentável dos resíduos florestais e lenhosos e do setor sucroenergético) ou numa nova alternativa energética (mudança na matriz energética com o uso de um produto renovável e de tecnologia limpa com dividendos adicionais de crédito de carbono). A ABIB é uma entidade empresarial que participa diretamente da World Bioenergy Association e mantém um acordo de cooperação com a European Biomass Industry Association, European Biomass Association e as principais entidade da Europa, Estados Unidos e Canadá e a Asia. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DAS INDÚSTRIAS DE BIOMASSA E ENERGIA RENOVÁVEL Curitiba Paraná Av. Candido Hartmann, 570 24 andar 243 Champagnat Curitiba Paraná Brasil CEP 80730-440 Fone: 41 33352284 - Celular 41 88630864 Skype Brazil Biomass E-mail [email protected] ou [email protected] ABIB http://www.wix.com/abibbrasil/associacaobiomassabrasil Brasil Biomassa http://www.wix.com/abibbrasil/brasilbiomassa ABIB WoodPellets http://www.wix.com/abibbrasil/woodpellets

Atlas Brasileiro Biomassa 2013

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Page 1: Atlas Brasileiro Biomassa 2013

ATLAS BRASILEIRO DE BIOMASSA FLORESTAL

O projeto do Atlas Brasileiro de Biomassa da Associação Brasileira das Indústrias de

Biomassa e Energia Renovável e da Brasil Biomassa e Energia Renovável visa reunir

esforços entre diversos setores políticos e empresariais no Brasil no sentido de implementar

uma estratégia integrada para o consumo, produção e o uso da biomassa e no

desenvolvimento de projetos industriais sustentáveis. O Atlas Brasileiro de Biomassa é uma

oportunidade para avaliar o potencial produtivo de cada uma das regiões a nível florestal,

industrial e agrícola e a quantidade de biomassa disponível, a tipologia de biomassa

utilizável e o potencial de produtividade.

Consideramos importante a formação de um inventário nacional com os principais resíduos

agrícolas, agro-industriais e sólidos urbanos que podem complementar a biomassa florestal

residual ou complementares às culturas energéticas. Identificamos a existência de mais de

380 empresas florestais (com ativos florestais) e de 423 empresas do setor de madeira e

movelaria interessadas em desenvolver projetos industriais compartilhados com

investidores. Consideramos a necessidade de uma política nacional para o desenvolvimento

estratégico do setor para uma promoção e o apoio na produção e no uso da energia a partir

de biiomassa residual. O preço das energias provenientes de combustíveis fósseis tende a

um aumento nos preços próximos anos e um avanço no consumo interno de energia. O

aproveitamento da biomassa florestal pode ser parte integrante do processo de gestão

florestal sustentável e da cadeia de responsabilidade. As populações locais deverão ser

sensibilizadas acerca das vantagens de utilização de recursos endógenos, como é o caso da

biomassa, e das repercussões positivas em termos econômico, social e ambiental.

A Associação Brasileira das Indústrias de Biomassa e Energia Renovável é uma associação nacional com 601 associados e representativa do segmento

industrial de biomassa (woodchips, biomassa florestal, Wood biopelletse Wood biobriquete) e bioenergia. O principal objetivo da ABIB é o desenvolvimento estruturado do setor industrial com o aproveitamento dos resíduos florestais, agrícolas e industriais para a produção sustentável de produtos renováveis

para a geração de energia. Mantemos em conjunto com a Brasil Biomassa e Energia Renovável com cinco sites nacionais e um internacional que podem

ajudar no desenvolvimento técnico e para a geração de novos negócios para a sua empresa (quer em aproveitamento sustentável dos resíduos florestais

e lenhosos e do setor sucroenergético) ou numa nova alternativa energética (mudança na matriz energética com o uso de um produto renovável e de

tecnologia limpa com dividendos adicionais de crédito de carbono). A ABIB é uma entidade empresarial que participa diretamente da World Bioenergy

Association e mantém um acordo de cooperação com a European Biomass Industry Association, European Biomass Association e as principais entidade da

Europa, Estados Unidos e Canadá e a Asia.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DAS INDÚSTRIAS DE BIOMASSA E ENERGIA RENOVÁVEL Curitiba Paraná Av. Candido Hartmann, 570 24 andar 243 Champagnat Curitiba Paraná Brasil CEP 80730-440 Fone: 41 33352284 - Celular 41 88630864 Skype

Brazil Biomass E-mail [email protected] ou [email protected] ABIB http://www.wix.com/abibbrasil/associacaobiomassabrasil Brasil Biomassa

http://www.wix.com/abibbrasil/brasilbiomassa ABIB WoodPellets http://www.wix.com/abibbrasil/woodpellets

Page 2: Atlas Brasileiro Biomassa 2013

ATLAS BRASILEIRO DE BIOMASSA FLORESTAL

Fonte de Pesquisa e Desenvolvimento. Dados informativos do Governo Federal - Secretaria de

Assuntos Estratégicos da Presidência da República, Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, Dados

técnicos e de produção do IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, Ministério do Meio

Ambiente. Serviço florestal brasileiro. ABRAF Associação Brasileira de Produtores de Florestas

Plantadas e ABIB Associação Brasileira das Indústrias de Biomassa e Energia Renovável

Metodologia de estimativa de resíduos. Para estimativa do quantitativo de resíduos

gerados na cadeia produtiva florestal, foram levados em conta apenas os resíduos

oriundos de produtos madeireiros. Duas etapas da cadeia produtiva da madeira

foram consideradas: a colheita e o processamento referente à cadeia de

processamento mecânico, cuja estimativa foi realizada a partir dos dados de

produção de toras disponibilizada pelo IBGE relativos à produção da extração

vegetal e silvicultura. Nestas duas etapas, correspondentes à produção da madeira,

e parte da primeira transformação industrial (na qual ainda constam a indústria de

celulose e papel, e siderurgia), foi possível quantificar e espacializar os dados em

nível estadual.

1) Resíduo de colheita florestal. Os resíduos lenhosos representam madeira que foi

produzida pela floresta, mas não foi retirada para ser consumida. Esta

disponibilidade adicional de madeira a partir dos resíduos lenhosos pode ser

substancial, sendo que a quantidade pode variar de 10% a 20% da madeira

comercial colhida a partir de florestas plantadas e de 60% a 70% de florestas

naturais. Para este estudo, utilizou-se o valor médio de 15% para cálculo de

resíduos gerados no campo de florestas plantadas e 65% para florestas naturais

(STCP, 2011). Para cálculo de resíduo florestal no processo de colheita foram

utilizados os dados do IBGE relativos à produção da extração vegetal e silvicultura. Considerou-se a soma dos dados de produção em tora de

madeira, relativa às atividades de silvicultura e extrativismo vegetal.

Para o resíduo florestal lenhoso gerado na colheita de silvicultura e florestas plantadas, foram obtidas as quantidades em cada estado, região

e país. Em relação às regiões, observa-se que o Norte apresentou a maior representatividade na geração de resíduo oriundo da primeira

etapa da cadeia produtiva da madeira, ou seja, a colheita. Isto se deve principalmente ao estado do Pará, que apresentou uma produção de

madeira em tora oriunda do extrativismo vegetal superior aos outros estados, representando cerca de 40% da madeira produzida no

extrativismo. Como são gerados mais resíduos no extrativismo que na silvicultura na etapa inicial, a região Norte desponta com 29,3%,

seguida das regiões Sul (25,6%) e Sudeste (18,1%). Além do Pará, destacam-se, na geração de resíduo do processo de colheita, os estados

do Paraná, Bahia, Mato Grosso e São Paulo.

Page 3: Atlas Brasileiro Biomassa 2013

ATLAS BRASILEIRO DE BIOMASSA FLORESTAL

2) Resíduo do processamento mecânico da madeira. Há uma grande variedade na

geração de resíduos e na transformação inicial da tora em matéria-prima, que vai

desde o tipo de madeira trabalhado até o tipo de artigo a ser produzido. Ao se

desdobrar uma tora de madeira, a geração de resíduos é inevitável, sendo que o

volume e tipos de pedaços e fragmentos resultantes são dependentes de vários

fatores. O trabalho apresentado por STCP (2011) aponta que, no processamento

mecânico da madeira, ocorre uma perda média de 45% para florestas plantadas e

17,5% para florestas naturais, sendo estes valores utilizados para cálculo de

geração de resíduos nesta etapa. Foram utilizados os dados do IBGE relativos à

produção da extração vegetal e silvicultura. Considerou-se a soma dos dados de

produção em tora de madeira, relativos às atividades de silvicultura e extrativismo

vegetal, com exceção de dados relativos à lenha e indústria de papel e celulose, as

quais não passam pelo mesmo processo.

A geração de resíduo de madeira processada mecanicamente para o Brasil foi

equivalente a 50.778.566,33 m³, valor correspondente a 45% de perda no

processamento das toras.. A região com maior geração de resíduo foi a Sul,

apresentando valor de 21.188.983,25 m³ (41,7%), seguida do Sudeste (32%) e do

Norte (15,3%). Em relação aos estados, o Paraná possui a maior geração desses

resíduos, com valor de 10.922.631,10 m³, seguido por São Paulo, Bahia, Santa

Catarina e Minas Gerais. Estes estados com maior representatividade na geração de

resíduos abrigam também os polos produtores de madeira de silvicultura, os quais

se concentram principalmente nas regiões Sul e Sudeste, além de polos de

indústrias de transformação, como movelaria, papel e celulose, entre outras.

A geração de resíduo da cadeia florestal para o Brasil foi equivalente a 85.574.464,76 m³. A região com maior geração de resíduo foi a Sul,

apresentando valor de 30.099.297,47 m³ (35,17%), seguida da Sudeste (26,33%) e Norte (15,48%). Em relação aos estados, o Paraná

apresentou a maior geração, com valor de 15.741.680,80 m³, seguido de São Paulo, Bahia, Santa Catarina, Minas Gerais e Pará.

3) Resíduo da produção de papel e celulose. As fábricas de papel e celulose geram uma quantidade de resíduos de aproximadamente 48 t de

resíduos para cada 100 t de celulose produzida, ou seja, produzem 48% de resíduo em seu processo produtivo. Os dados de produção de

papel e celulose foram retirados do Relatório anual referente à produção de papel e celulose realizado pela Associação Brasileira de Celulose

e Papel – Bracelpa. Em 2010, foram produzidas, no Brasil, 22.743.000 t de papel e celulose. Desta forma, a geração de resíduo das

indústrias de papel e celulose foi estimada em 10.916.640 t em todo o Brasil. A produção de celulose gera vários tipos de resíduos orgânicos

e inorgânicos.

Page 4: Atlas Brasileiro Biomassa 2013

POTENCIAL DE BIOMASSA RESIDUAL NO BRASIL

Unidades da Federação

Resíduo da Colheita (m³/ano) Resíduo – processamento mecânico madeira Resíduo – cadeia florestal (colheita e

processamento mecânico)

Total

Silvicultura Extrativismo Silvicultura Extrativismo

Extrativismo Silvicultura

BRASIL 18.442.217,88 16.353.680,56 48.110.133,60 2.668.432,73 66.552.351,48 19.022.113,28 85.574.464,76

NORTE 572.494,73 9.612.521,49 1.493.464,50 1.568.476,70 2.065.959,23 11.180.998,19 13.246.957,42

Rondônia

1.456.532,22 237.662,60 1.694.194,82 1.694.194,82

Acre

129.307,04 21.099,05 150.406,09 150.406,09

Amazonas 405,38 1.132.482,78 1.057,50 184.787,40 1.462,88 1.317.270,18 1.318.733,06

Roraima

108.247,43 17.662,75 125.910,18 125.910,18

Pará 342.422,16 6.409.226,75 893.275,20 1.045.794,58 1.235.697,36 7.455.021,33 8.690.718,69

Amapá 229.667,19 286.277,06 599.131,80 46.711,88 828.798,99 332.988,94 1.161.787,93

Tocantins

90.448,22 14.758,45 105.206,67 105.206,67

NORDESTE 2.877.974,13 1.602.994,97 7.507.758,60 261.560,95 10.385.732,73 1.864.555,92 12.250.288,65

Maranhão 11.667,04 198.115,42 30.435,75 32.326,53 42.102,79 230.441,94 272.544,73

Piaui

129.546,20 21.138,08 150.684,28 150.684,28

Ceará 3.232,13 51.024,19 8.431,65 8.325,63 11.663,78 59.349,81 71.013,60

Rio G Norte

7.049,54 1.150,28 8.199,82 8.199,82

Paraíba

Pernambuco

37.357,32 6.095,60 43.452,92 43.452,92

Alagoas 6.811,34 2.547,19 17.768,70 415,63 24.580,04 2.962,81 27.542,85

Sergipe 653,78 14.521,65 1.705,50 2.369,50 2.359,28 16.891,15 19.250,43

Bahia 2.855.524,29 1.162.833,46 7.449.193,80 189.739,73 10.304.718,09 1.352.573,18 11.657.291,27

SUDESTE 6.222.982,01 61.148,59 16.233.866,10 9.977,63 22.456.848,11 71.126,21 22.527.974,32

Minas Gerais 1.342.380,34 42.194,30 3.501.861,75 6.884,85 4.844.242,09 49.079,15 4.893.321,23

Espirito Santo 1.074.798,17 2.469,97 2.803.821,30 403,03 3.878.619,47 2.872,99 3.881.492,46

Rio de Janeiro 25.887,42 1.201,20 67.532,40 196,00 93.419,82 1.397,20 94.817,02

São Paulo 3.779.916,08 15.283,13 9.860.650,65 2.493,75 13.640.566,73 17.776,88 13.658.343,61

SUL 8.069.875,34 840.438,89 21.051.848,70 137.134,55 29.121.724,04 977.573,44 30.099.297,47

Paraná 4.144.837,59 674.212,11 10.812.619,80 110.011,30 14.957.457,39 784.223,41 15.741.680,80

Santa Catarina 2.677.905,18 128.897,34 6.985.839,60 21.032,20 9.663.744,78 149.929,54 9.813.674,32

Rio Grande Sul 1.247.132,57 37.329,44 3.253.389,30 6.091,05 4.500.521,87 43.420,49 4.543.942,35

CENTROOESTE 698.891,69 4.236.576,63 1.823.195,70 691.282,90 2.522.087,39 4.927.859,53 7.449.946,92

Mato Grosso Sul 651.376,39 11.029,59 1.699.242,75 1.799,70 2.350.619,14 12.829,29 2.363.448,43

Mato Grosso 6.236,74 4.204.872,46 16.269,75 686.109,73 22.506,49 4.890.982,18 4.913.488,67

Goiás 41.278,56 20.674,58 107.683,20 3.373,48 148.961,76 24.048,06 173.009,82

Distrito Federal

Page 5: Atlas Brasileiro Biomassa 2013

O Cadastro Nacional de Florestas Públicas (CNFP)

registrou, a existência de 286.353.948,12 hectares

de florestas públicas federais e estaduais. A maior

parte das florestas públicas se concentra na

Amazônia. Aquelas que já foram destinadas a algum

uso são maioria e contam 226 milhões de hectares.

As terras indígenas somam 111 milhões de hectares,

seguidas pelas unidades de conservação, com cerca

de 105 milhões de hectares, sendo 60% federais e

40% estaduais.

Em 2012, o consumo brasileiro de madeira em tora

proveniente de plantios florestais foi de 182,4 milhões

de metros cúbicos (m³), um indicador 7,2% superior

ao de 2011. Dos 12 658 209 m³ registrados, o Pará participou com 5 763 823 m³, caracterizando-se como

o principal estado produtor. Em dados da Secretaria

de Meio Ambiente do Estado do Pará temos um

quantitativo de resíduos florestais (resíduo, tores,

lenha, lascas e achas) em 2012 de 1.880.157,0421

m3 e de resíduos de fonte de energia 90,000 m3,

resíduos florestais: 3.647.645.,3821 stereo, resíduo

florestal de 5.707,5874 m3, resíduo miolo de

compensado: 39.694,7758 m3, resíduo fonte de

energia: 2.106.530.6005 m3 e de novos resíduos

florestais: 309.017,1542 stereo. A maioria (72%)

dessa produção era madeira serrada com baixo valor

agregado (ripas, caibros, tábuas e similares). Outros

15% foram transformados em madeira beneficiada

com algum grau de agregação de valor (pisos,

esquadrias, madeira aparelhada etc.); e o restante

(13%), em madeira laminada e compensada. Isso

representou um rendimento médio de processamento

de 41%. O restante 8,4 milhões de madeira em tora

foram categorizados como os resíduos do

processamento. Desse total, cerca de 1,6 milhão de

metros cúbicos desses resíduos foram aproveitados

na produção de carvão; outros 2,7 milhões, na

geração de energia; e 2,0 milhões, em usos diversos.

Os 2,1 milhões restantes foram considerados resíduos

sem nenhum aproveitamento, os quais foram

queimados ou abandonados como entulho.

.

Page 6: Atlas Brasileiro Biomassa 2013

LOGÍSTICA DE TRANSPORTE

A Região Norte Possui uma área de

3.869.637 km², formada por sete

estados, a saber: Acre, Amapá, Amazonas,

Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins. Em

termos de logística rodoviária utiliza-se a

Transamazônica, a rodovia Belém-Brasília

e a BR-364 (Cuiabá-Porto Velho-Rio

Branco).

Em relação à malha ferroviária, duas

ferrovias possuem destaque: A estrada de

ferro Carajás, que vai de Marabá, Pará, a

São Luís, Maranhão (Região Nordeste),

que escoa os minerais extraídos na serra

dos Carajás até os portos de Itaqui e

Ponta da Madeira; e a Estrada de Ferro do

Amapá, que transporta o manganês e o

níquel, extraídos na serra do Navio até o

porto de Santana, em Macapá, capital do

estado do Amapá. Manaus é um dos

maiores centros de movimentação de

cargas no país e é servida pelo transporte

rodoviário interestadual com carretas

embarcadas em balsas e transportadas

até os portos de Belém do Pará e Porto

Velho/RO. Existe a BR-174 que liga

Manaus a Boa Vista/RR e a partir daí liga

a região ao Caribe, através da Venezuela.

O rio Amazonas permite a navegação de navios de grande porte, de qualquer calado, e Manaus também é servida por esse modal.

Page 7: Atlas Brasileiro Biomassa 2013

Em 2012, a área brasileira de plantios de Eucalyptus e

Pinus atingiu 6,66 milhões de hectares, um

crescimento de 2,2% em relação ao indicador de

2011. Os plantios de Eucalyptus representaram

76,6% da área total e os plantios de Pinus, 23,4%. A

área de plantios de Eucalyptus totalizou 5.102.030

ha, representando crescimento de 4,5% (228.078 ha).

Particularmente, em relação ao Eucalyptus, o

segmento de Papel e Celulose concentra 72,5% da

área plantada, seguido pelos segmentos de Siderurgia

a Carvão Vegetal (19,5%), Painéis de Madeira

Industrializada (7,3%) e Produtores Independentes

(0,7%).

A produção de carvão vegetal do extrativismo totalizou

1 502 997 toneladas, sendo o Maranhão o maior

produtor com 335 982 toneladas, seguido por Mato

Grosso do Sul (286 023 toneladas), Minas Gerais

(207 008 toneladas), Piauí (181 825 toneladas),

Bahia (131 156 toneladas), Goiás (111 069

toneladas) e Pará (100 728 toneladas). A produção

destes sete estados corresponde a 90,0% do total

obtido no País.

Nos estados do Pará, Mato Grosso e Bahia,

localizados em regiões mais quentes do país, a lenha

consumida é oriunda principalmente de florestas

plantadas de Eucalyptus. A lenha obtida na extração

vegetal, o maior estado produtor, responsável por

24,0% da produção nacional (38 207 117 m³), é a

Bahia, com uma produção de 9 263 509 m³, seguido

por Ceará (4 525 067 m³), Pará (3 488 608 m³),

Maranhão (2 796 131 m³) e Mato Grosso (2 122 237

m³). Juntos, estes estados contribuíram com 58,0% do

total registrado. O principal município produtor é

Xique-Xique, na Bahia. No ranking dos 20 maiores

municípios produtores, figuram como primeiro

colocado: Oriximiná, no Pará; Santa Cruz, em

Pernambuco; Chapadinha, no Maranhão; e Cruzeiro do

Sul, no Acre.

Page 8: Atlas Brasileiro Biomassa 2013

LOGÍSTICA DE TRANSPORTE

O Nordeste é a região brasileira que

possui o maior número de estados:

Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba,

Piauí, Pernambuco (incluindo o Distrito

Estadual de Fernando de Noronha e o

Arquipélago de São Pedro e São Paulo),

Rio Grande do Norte e Sergipe com uma

área de 1 558 196 km².

A malha viária da região tem 394.700 km

de rodovias. As principais vias de

escoamento e transporte rodoviário são a

BR-116 e a BR-101, tendo a cidade de

Feira de Santana, na Bahia como o maior

entroncamento rodoviário da região.

Ferrovia Transnordestina, que ligará o

Porto de Suape, ao Porto de Pecém,

cruzando todo o território de Pernambuco

e Ceará e ligando esses dois estados ao

estado do Piauí, e permitirá o escoamento

da produção agrícola do sudoeste do Piauí

e do Vale do São Francisco e a produção

do pólo gesseiro de Araripina a um menor

custo, o que tornará os preços mais competitivos; e a Ferrovia Oeste-Leste, que ligará a cidade de Figueirópolis no Tocantins ao Porto Sul em

Ilhéus na Bahia e permitirá o escoamento de soja dos estados de Mato Grosso, Goiás e Tocantins e do oeste da Bahia bem como minério de

ferro, urânio, cacau e celulose do sul da Bahia.

.

Page 9: Atlas Brasileiro Biomassa 2013

Em 2012, não é possível afirmar que ocorreu

crescimento da área de plantios florestais de

Eucalyptus e Pinus no Brasil, pois o aumento de área

apurado (148.968 ha), em torno de 2,2%,. Em

contrapartida, o estado do Mato Grosso do Sul

destacou‑se no cenário nacional devido ao

crescimento de 22,5% da área plantada de Pinus e

Eucalyptus em relação ao ano de 2011. Isso se deve a

consolidação do estado como um dos principais polos

da produção de celulose.

O aumento da área plantada de Eucalyptus foi

alavancado pelos investimentos realizados por

empresas nacionais do segmento de Papel e Celulose,

haja vista que a maior expansão ocorreu nos estados

do Mato Grosso do Sul (19,0%) e do Tocantins

(39,9%). O segundo maior estado produtor de toras

(tora da extração vegetal) foi Mato Grosso, com 2 124

346 m³, seguido por Rondônia (1 511 456 m³) e

Bahia (1 052 983 m³). Em conjunto, estes estados

participaram com 82,6% do total nacional.

Situada no centro geográfico do Brasil, a Região

Centro-Oeste possui uma rede de transportes em

franca expansão. Assim ganham destaque as ligações

de Brasília com todas as outras capitais através de

estradas imensas, como a Brasília-Acre e Belém-

Brasília. Além dessas, temos a Cuiabá-Porto Velho, a

Cuiabá-Santarém e a Transpantaneira, projetada para ligar Corumbá a Cuiabá, porém a partir de Cuiabá a

rodovia para na localidade de Porto Jofre e a muitos

outros trechos do Pantanal Mato-grossense.

Em termos de ferrovia, destaca-se que se estabelece a

ligação entre o Sudeste e a Bolívia. Beneficiado por

apresentar rios de planície que facilitam a navegação,

o Centro-Oeste tem no município de Corumbá o seu

principal porto fluvial. O estado de Goiás possui a

segunda melhor e mais conservada malha rodoviária

do país, apenas atrás de São Paulo. Nos últimos anos

o Governo Federal vem investindo na duplicação de

rodovias que ligam Goiânia a Brasília (BR-060).

Kkk

Page 10: Atlas Brasileiro Biomassa 2013

As florestas plantadas para fins energéticos (florestas

energéticas), ou seja, o cultivo do Eucalyptus e Pinus

destinado à produção de madeira para a geração de

energia, contribuem para o crescimento sustentável

dos setores industriais consumidores de biomassa

florestal. Os estados de Minas Gerais, São Paulo,

Paraná, Bahia, Santa Catarina, Mato Grosso do Sul e

Rio Grande do Sul se destacaram no cenário nacional

como detentores de 87,1% da área total de plantios

florestais.

Da área plantada com Eucalyptus no Brasil

(5.102.030 ha), 53,0% estava concentrado na Região

Sudeste. A produção de madeira em tora para papel e

celulose, foi de 69 778 615 m³. O principal estado produtor é São Paulo, onde se encontram 30,0% das

fábricas de papel e 32,0% das de celulose no Brasil.

Sua produção, foi de 17 212 783 m³. O segundo

maior produtor é a Bahia, com 14 707 593 m³,

seguido por Santa Catarina (9 665 503 m³), Paraná (8

402 843 m³), Espírito Santo (5 981 864 m³), Minas

Gerais (5 474 484 m³), Mato Grosso do Sul (4 287

630 m³), Rio Grande do Sul (2 398 114 m³) e Pará (1

495 400 m³).

Caravelas, na Bahia, é o município que apresentou a

maior produção com 2 299 345 m³, seguido por

Conceição da Barra (2 281 334 m³), no Espírito Santo,

e Mucuri (2 050 254 m³) também na Bahia. O

principal município produtor de São Paulo é

Itapetininga (2 040 600 m³); em Mato Grosso do Sul é

Três Lagoas (1 938 487 m³); em Santa Catarina é

Otacílio Costa (1 726 800 m³); no Paraná é Telêmaco

Borba (1 553 531 m³); e no Pará é Almeirim (1 495

400 m³).

A produção de carvão vegetal totalizou 3 448 210

toneladas. A necessidade de suprir o grande número

de siderúrgicas instaladas no estado, faz de Minas

Gerais o maior produtor nacional, com 2 798 653

toneladas e Felixlândia o município que apresenta a

maior produção (232 195 toneladas).

Page 11: Atlas Brasileiro Biomassa 2013

LOGÍSTICA DE TRANSPORTE

A região Sudeste do Brasil ocupa uma

área de aproximadamente 924 510 km² e

é composta por quatro Estados: São

Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e

Espírito Santo.

O Sudeste conta ainda com cerca de 35%

das rodovias, concentradas

principalmente no estado de São Paulo e

Minas Gerais. Algumas delas — Rodovia

dos Imigrantes, Rodovia Castelo Branco e

outras — são comparáveis às melhores e

mais seguras da América do Sul e das

Américas. O desenvolvimento industrial da

região, associando a uma política

francamente exportadora do governo

federal, funcionou como alavanca da

grande expansão portuária do Sudeste,

onde Santos e Rio de Janeiro se projetam

como os portos de maior movimento do

país.

A navegação fluvial é muito pouco

explorada, embora haja trechos

navegáveis em rios como o Tietê e o

Paraná, para os quais há projetos de

criação de uma hidrovia.

Encontra-se também na região Sudeste, o

único trem de passageiros que liga diariamente duas capitais do Brasil, pela Estrada de Ferro Vitória-Minas, ligando Vitória a Belo Horizonte.

Page 12: Atlas Brasileiro Biomassa 2013

A área de plantios de Pinus totalizou 1.562.782 ha em

2012, valor 5,1% inferior ao registrado em 2011. A

maior concentração de plantios florestais de pinus nas

Regiões Sul e Sudeste do país (72,3%) se justifica em

função da localização das principais unidades

industriais dos segmentos de Celulose e Papel,

Painéis de Madeira Industrializada, Siderurgia a

Carvão Vegetal e Madeira Mecanicamente

Processada. No caso do Pinus, além do segmento de

Papel e Celulose (53,5%), os segmentos mais

representativos são o de Painéis de Madeira Industrializada e o de Produtores Independentes, que

detêm, respectivamente, 24,4% e 15,9% da área

plantada.O Estado do Paraná lidera o ranking de área

plantada de Pinus com 39,7% da área total, seguido

por Santa Catarina, que possui 34,5%.

Em 2012, estima-se que o Brasil produziu 52,2

milhões de m³ de lenha a partir de florestas

plantadas, sendo que as Regiões Sul e Sudeste

representaram 92,5% deste total. A lenha proveniente

de florestas plantadas de Pinus é consumida, em sua

quase totalidade, pelos estados das Regiões Sul e

Sudeste do país. A quantidade de lenha obtida, foi de

49 058 232 m³ (18,5% superior ao ano anterior).

Deste total, 93,0% estão concentrados nas Regiões

Sudeste e Sul. O maior produtor é o Rio Grande do Sul

(14 127 269 m³), seguido por Paraná (11.300 033

m³), Santa Catarina (8 097 378 m³), São Paulo (6 662

921 m³) e Minas Gerais (4 898 201 m³). Salto do

Itararé, no Paraná, é o município que mais produziu (1

125 000 m³). O maior município produtor em Santa

Catarina é Arvoredo (972 000 m³); no Rio Grande do

Sul é Santa Cruz do Sul (767 930 m³); em São Paulo é

Itapetininga (695 400 m³); e em Minas Gerais é Três

Marias (592 833 m³). O Paraná é o maior estado

produtor de madeira em tora para outras finalidades,

com uma produção de 15 444 468 m³ de um total de

45 962 916 m³ produzidos no Brasil. O segundo estado a se destacar é Santa Catarina com 8 965 814

m³, seguido por São Paulo (8 952 989 m³), Rio

Grande do Sul (4 995 384 m³) e Minas Gerais (3 407

721 m³).

Page 13: Atlas Brasileiro Biomassa 2013

LOGÍSTICA DE TRANSPORTE

A região Sul do Brasil é a menor das

regiões do país. Sua área terrestre é de

576 409,6 km² e é formada por três

Estados: Rio Grande do Sul, Santa

Catarina e Paraná.

O Sul é bem servido no setor de

transportes, dispondo de condições

naturais que facilitam a implantação de

uma boa malha rodoviária e ferroviária.

Embora quase todas as principais cidades

da região sejam servidas por linhas da

Rede Ferroviária Federal (RFFSA), o

transporte rodoviário é mais desenvolvido.

A região conta com várias estradas, tais

como a Rodovia Régis Bittencourt, ligando

São Paulo ao Rio Grande do Sul, e a

Rodovia do Café, alcançando o norte do

Paraná até o porto de Paranaguá.

Esta região possui ainda portos marítimos

em atividade: o porto de Paranaguá, que

exporta principalmente café e soja; os

portos de Imbituba e Laguna, em Santa

Catarina, exportadores de carvão mineral;

os portos de São Francisco do Sul, Itajaí e

Itapoá também em Santa Catarina,

exportadores de produtos da indústria metal-mecânica e frigorífica, além de móveis e madeira beneficiada; e finalmente os portos de Rio

Grande e Porto Alegre, no Rio Grande do Sul.

Page 14: Atlas Brasileiro Biomassa 2013

RESÍDUOS AGRÍCOLAS

Os resíduos do setor agrícola podem contribuir como

fonte renovável para a matriz energética brasileira.

Nesse contexto, buscou-se, neste relatório, levantar os

montantes de resíduos gerados pelas agroindústrias

associadas ao setor agrícola, visando gerar subsídios

para a elaboração de políticas que busquem promover

alternativas de reaproveitamento destes resíduos,

objetivando a recuperação de matérias-primas, a

reciclagem da matéria orgânica, a geração de energia e

a minimização dos impactos ambientais decorrentes

destas atividades.

Para determinar a produção das diferentes culturas

agrícolas no Brasil e o posterior cálculo da geração de

resíduos, foram utilizados dados do Instituto Brasileiro

de Geografia e Estatística (IBGE) sobre a produção.

Com base nestes dados, definiram- se as lavouras de

maior representatividade considerando-se sua área de

produção, absoluta e percentual, por região e para o

total do Brasil, tanto para as culturas permanentes

como para as culturas temporárias . O peso dos

resíduos gerados para cada produto processado nas

agroindústrias associadas às principais culturas foi

estimado a partir de dados encontrados na literatura. Com estes dados, foi estimado o fator residual, o qual

representa a porcentagem da biomassa total

correspondente aos resíduos gerados durante o

processamento dos produtos. Pode-se observar a

ampla geração de resíduos no país, representando mais de 291 milhões de t para o ano. De acordo com o estudo, a cultura que mais gerou resíduos foi a

de cana-de-açúcar, com um montante de 201 milhões de t de resíduos (torta de filtro e bagaço). Uma alternativa adequada para fazer frente a este

cenário é o uso da biomassa como fonte sustentável de energia, especialmente nas agroindústrias associadas, nas quais,estimou-se a geração de

291.138.869 t de resíduos e 604.255.461 m³ de efluentes (considerando-se aqui apenas os efluentes resultantes do processamento da cana-de-açúcar)

passíveis de reaproveitamento energético.Quantitativo de Resíduos no setor Sucroenergético. Em estudo do INEE, ABIB , IPEA e SAE o resíduo gerado na

safrano Brasil em tonelada de Vinhaça (658.638.453) e de Bagaço de Cana (201.418.487=16.464 MW).

Quantitativo do Potencial de Resíduos na agroindústria brasileira. Considera-se como resíduo (soja 73% e milho 58%), o IPEA e SAE quantificam em

resíduos gerados no Brasil em toneladas de Soja (41.862.129) e de Milho (29.432.678). Soma-se aos resíduos gerados em toneladas pela cultura do

feijão (1.847.984), arroz (2.530.355), trigo (3.033.315), café (1.220.029), laranja (8.825.276) e demais culturas. Temos um total de Potencial de

Resíduos gerados na agroindústria brasileira de 291.138.870 (sem a vinhaça) suficientes para gerar 22.999 MW/ano de energia.