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35 ANOS DE CAMINHO, DA DEMOCRACIA À UNIÃO EUROPEIA UM TEMPO DE EXCELÊNCIA ATLAS SANTA MARIA DA FEIRA

Atlas de Santa Maria da Feira

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De qualidade irrepreensível, de consulta obrigatória é "A" obra de referencia para conhecer a realidade do Concelho de Santa Maria da Feira, com 31 freguesias. Contém mapas, fotografias e tudo o que um Atlas deve ter. Foi-me oferecido em formato CD, pela chefe do gabinete de urbanismo da Câmara Municipal, no âmbito do meu trabalho de Consultor Imobiliário associado RE/MAX.

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35 ANOS DE CAMINHO, DA DEMOCRACIA À UNIÃO EUROPEIAUM TEMPO DE EXCELÊNCIA

ATLASSANTA MARIA DA FEIRA

35 ANOS DE CAMINHO, DA DEMOCRACIA À UNIÃO EUROPEIAUM TEMPO DE EXCELÊNCIA

ATLASSANTA MARIA DA FEIRA

APRESENTAÇÃO Esta obra, que dá agora o seu rosto ao mundo, é muito mais do que o título deixa antever:

retratar o nosso concelho, a sua unidade, o seu potencial, a sua diversidade e a sua

progressão, verificadas nas últimas três décadas.

Neste sentido o Atlas de Santa Maria da Feira – 35 Anos de Caminho, da Democracia à

União Europeia, não é apenas o somatório de peças geográficas que, factualmente, nos

mostram uma realidade objectiva. O desfolhar deste Atlas, enche-nos de orgulho, pelas

etapas vencidas, pela acção transformadora da acção política e pelo caminho palmilhado

e partilhado com o fortíssimo poder do empreendorismo e do associativismo, que tão bem

Santa Maria da Feira cultiva e que são de uma riqueza humana, social, cultural e económica

sem paralelo entre os municípios portugueses e europeus.

O retrato desta realidade vivida neste caminho difícil, mas vitorioso, que envolve todos os feirenses, está aqui bem patente, sem

qualquer subjectividade ou propaganda.

A ideia foi de concentrar, neste trabalho, muita da informação dispersa, existente e tratada, oferecendo uma obra de referência para

todos os que se interessam pelo nosso concelho e pela aproximação às suas diferentes facetas, agora registadas e tratadas num só

documento, que se dá a conhecer e que é oportuno divulgar, neste novo ciclo de desenvolvimento social e económico que as novas

dificuldades da economia global, nos motivaram a iniciar, com inovação e criatividade, como resposta adequada às necessidades da

população e ao rumo novo exigido pelo quadro da actualidade e pelos próximos tempos.

É no equilíbrio da preservação das nossas ancestrais e nobres raízes históricas e na força da inovação que a actualidade requer, que

reside a nossa acção política e que devemos – as forças políticas e todos os feirenses – persistir, para que o nosso concelho continue a

poder demonstrar que estamos no caminho certo e dar a mostrar-se, de forma elevada e progressiva, como esta obra tão ilustrativa

e objectivamente dá conta.

Se o passado nos conforta pela riqueza que representa e que, como herdeiros responsáveis, sabemos preservar e valorizar, é, também,

na conquista do futuro, que devemos, incessantemente continuar.

Alfredo Oliveira HenriquesPresidente da Câmara Municipal

3CONHECIMENTO

HUMANO

35 ANOS DE CAMINHO, DA DEMOCRACIA À UNIÃO EUROPEIAUM TEMPO DE EXCELÊNCIA

ATLASSANTA MARIA DA FEIRA

APRESENTAÇÃO Esta obra, que dá agora o seu rosto ao mundo, é muito mais do que o título deixa antever:

retratar o nosso concelho, a sua unidade, o seu potencial, a sua diversidade e a sua

progressão, verificadas nas últimas três décadas.

Neste sentido o Atlas de Santa Maria da Feira – 35 Anos de Caminho, da Democracia à

União Europeia, não é apenas o somatório de peças geográficas que, factualmente, nos

mostram uma realidade objectiva. O desfolhar deste Atlas, enche-nos de orgulho, pelas

etapas vencidas, pela acção transformadora da acção política e pelo caminho palmilhado

e partilhado com o fortíssimo poder do empreendorismo e do associativismo, que tão bem

Santa Maria da Feira cultiva e que são de uma riqueza humana, social, cultural e económica

sem paralelo entre os municípios portugueses e europeus.

O retrato desta realidade vivida neste caminho difícil, mas vitorioso, que envolve todos os feirenses, está aqui bem patente, sem

qualquer subjectividade ou propaganda.

A ideia foi de concentrar, neste trabalho, muita da informação dispersa, existente e tratada, oferecendo uma obra de referência para

todos os que se interessam pelo nosso concelho e pela aproximação às suas diferentes facetas, agora registadas e tratadas num só

documento, que se dá a conhecer e que é oportuno divulgar, neste novo ciclo de desenvolvimento social e económico que as novas

dificuldades da economia global, nos motivaram a iniciar, com inovação e criatividade, como resposta adequada às necessidades da

população e ao rumo novo exigido pelo quadro da actualidade e pelos próximos tempos.

É no equilíbrio da preservação das nossas ancestrais e nobres raízes históricas e na força da inovação que a actualidade requer, que

reside a nossa acção política e que devemos – as forças políticas e todos os feirenses – persistir, para que o nosso concelho continue a

poder demonstrar que estamos no caminho certo e dar a mostrar-se, de forma elevada e progressiva, como esta obra tão ilustrativa

e objectivamente dá conta.

Se o passado nos conforta pela riqueza que representa e que, como herdeiros responsáveis, sabemos preservar e valorizar, é, também,

na conquista do futuro, que devemos, incessantemente continuar.

Alfredo Oliveira HenriquesPresidente da Câmara Municipal

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Desfolhando o presente Atlas, pode-se ler pelo texto e pelos

gráficos e cartas, que estamos perante uma notável explosão

demográfica, decorrida num curto espaço de tempo, à qual

corresponde uma modernização do território, que se transformou

em três décadas e meia, evidenciando uma impressionante

infraestruturação urbanística, de freguesia a freguesia.

O progresso do concelho de Santa Maria da Feira, que se

promoveu, usando um modelo de desenvolvimento multipolar,

deve muito à iniciativa municipal ao tornar prioritária a dotação

das suas 31 freguesias com equipamentos públicos e criação de

serviços, essenciais ao bem-estar das populações, na educação,

na saúde, na acção social, na cultura, no desporto, em todos os

sectores das suas competências, correspondendo ao dinamismo

da sociedade civil, quer no que se refere ao seu associativismo

rico e diversificado, quer ao forte empreendorismo das

actividades económicas.

DE 1974 A 2009 UM PERCURSO DE MUDANÇA E EXCELÊNCIA

DE 1974 A 2009: UM PERCURSO DE MUDANÇA E EXCELÊNCIA

6

ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

1 – O traçado da auto-estrada A1, com entrada em local estraté-

gico para o desenvolvimento do concelho, reforçando acessibili-

dades à região e ao país.

2 – A elaboração e a entrada em vigor do Plano Director Munici-

pal, documento indispensável à transformação e ao ordenamento

do território.

3 – A construção do Europarque, um conjunto de equipamentos

de ordem e dimensão nacionais.

4 – A construção do Hospital de S. Sebastião, equipamento de

ordem regional, unidade de saúde de referência.

5 – O alargamento da rede educativa, da formação profissional

e a criação do ensino superior, com a entrada em funcionamento

do ISVOUGA - Instituto Superior de Entre Douro e Vouga e do

ISPAB - Instituto Superior de Paços de Brandão.

6 – A consolidação das áreas centrais urbanas e criação de novos

eixos urbanos e estruturantes, como o Feira/Cruz e o Lourosa-

-Fiães/Lamas-Mozelos, a par da criação de novas zonas indus-

triais, que diversificaram o tecido produtivo do concelho, dotaram

o território de boas condições de acolhimento empresarial, cria-

ram emprego, fortaleceram a coesão social e fixaram a população

activa, que não parou de crescer, ao contrário da média nacional

e da região.

7 – A ampliação e reforço da identidade concelhia, sustentada

numa afirmação cultural pujante, com eventos de grande singu-

laridade, valorizando as raízes locais, de frequência regular e de

relevo nacional e internacional, como a Festa das Fogaceiras, a

Viagem Medieval, o Imaginarius e festivais de cinema e de música,

que promovem a tradição e as artes contemporâneas.

Há uma correspondência biunívoca, do fenómeno da explosão

demográfica com a expansão urbana operada a partir da implan-

tação da democracia, em conjugação com os sete factores de

desenvolvimento referidos.

Interessante notar, ao contrário do perspectivado por alguns

analistas da época, que a acessibilidade franca ao centro da Área

Metropolitana do Porto, proporcionada pela auto-estrada A1, não

veio transformar Santa Maria da Feira num espaço-dormitório da

cidade do Porto, pelo contrário, serviu para dilatar o seu dinamis-

mo económico, social e cultural e a sua asserção singular entre o

conjunto dos municípios da AMP.

Estas notáveis transformações ofereceram à população uma

crescente mobilidade interna e com o exterior, que facilitou o

acesso a bolsas de emprego, especialmente na Indústria

e nos Serviços.

Este percurso de mudança, de 1974 a 2009, foi

pontuado por sete factos relevantes que fizeram alcan-

çar, com excelência, patamares de qualidade de vida

para o todo concelhio e para a afirmação regional,

nacional e internacional de Santa Maria da Feira:

7

De notar que em 2001, Santa Maria da Feira foi recenseada com

135 964 pessoas residentes, um dos municípios de maior di-

mensão demográfica de Portugal. Em 1970, Santa Maria da Feira

tinha 94 970.

Considerando que em 1974 o contexto demográfico é sensivel-

mente o mesmo de 1970, assim como acontece de 2007 a 2009,

verifica-se um aumento da população residente de 54,1%, em

Santa Maria da Feira, entre 1974 e 2009. No mesmo período, em

Portugal, foi registado um aumento de 23,3% da população

residente, ou seja, a explosão demográfica já referida

corresponde a 2,32 vezes mais do que o crescimento nacional.

Relativamente à sua posição, entre os municípios da Área

Metropolitana do Porto, também é interessante notar a ordem

de importância demográfica e a evolução verificada, conforme o

gráfico em baixo.

No conjunto dos municípios da Área Metropolitana do Porto, esta

ordem de importância, que reflecte a afirmação crescente de

Santa Maria da Feira, decorre do seu processo de transformação

urbana, que consolidou os núcleos de maior densidade, invertendo

o modelo de crescimento difuso e reforçou o carácter de qualidade

das polaridades locais que transformaram o município como um

dos mais dinâmicos, entre os territórios policentrados metropolita-

nos.

A transformação do território e os instrumentos de planeamento e

as políticas que suportaram o surto de progresso, vivido nestes 35

anos, é indissociável do papel da “população laboriosa, inteligente,

diversificada, com uma razoável coesão e com aptidões provadas

no seu labor diário”, no dizer do Prof. Manuel da Costa Lobo.

E se o abrandamento da actividade industrial verificada nos últimos

330000

AROUCA ESPINHO GONDOMAR MAIA MATOSINHOS O. AZEMÉIS PORTO P. VARZIM S. M. FEIRA S. TIRSO S. J. MADEIRA TROFA V. CAMBRA VALONGO V. CONDE V. N. GAIA

30000

60000

90000

120000

150000

180000

210000

240000

270000

300000

1981

1991

2001

DE 1974 A 2009: UM PERCURSO DE MUDANÇA E EXCELÊNCIA

8

ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

anos, devido à conjuntura internacional, é um factor de preocu-

pação, dado o volume de desemprego que gerou, é de registar

a estratégia municipal de diversificação, que já tem resultados,

como se comprovam nos níveis elevados verificados no sector

terciário e na emergência de novas actividades e formas de pro-

duzir bens e serviços, como o Design, as Tecnologias de

Informação e Comunicação, a Formação Profissional e Tecnológi-

ca, a Acção Social, as Indústrias Criativas, as Recriações

Históricas e o Turismo.

Entre outros factores que se destacaram no período de 1974 a

2009, é de referir o desenvolvimento da inclusão social, a requa-

lificação do Castelo, do Centro Histórico, do Convento dos Lóios

e do Património Cultural em geral, a preservação e promoção dos

recursos paisagísticos e ambientais, sendo de destacar a articula-

ção entre os núcleos urbanos mais densos e as vastas manchas

florestais, que dão corpo substancial à estrutura ecológica do

concelho.

Releve-se, ainda, a “descoberta” e promoção de áreas de grande

sensibilidade ambiental, como a frente para o Rio Douro, no Porto

Carvoeiro, a encosta do Castelo e o vale do Rio Cáster, o vale do

Rio Uíma, o Monte das Pedreiras, em Fiães, o Parque do Monte

Coteiro, em Mozelos, a Quinta do Engenho Novo, em Paços de

Brandão, o Parque de Santa Maria de Lamas, a zona envolvente

das Termas das Caldas de S. Jorge, a praia Fluvial da Mámoa, em

Milheirós de Poiares. São espaços de grande utência da popula-

ção, que cada vez mais os procuram, para actividades saudáveis

de lazer e de contemplação da Natureza.

Ainda na área do ambiente, é de salientar a adopção de um sis-

tema de recolha de resíduos sólidos, em grande parte já de forma

selectiva e a cobertura de todo o concelho com abastecimento de

água (praticamente inexistente em 1974, tal como o saneamento

e com grande incremento na última década), que correspondeu

a um impressionante conjunto de obras, com mais de mil quiló-

metros de rede executada e respectivos reservatórios. Mas mais

gigantesco foi o esforço de resolução do saneamento – dada a

complexidade do relevo e da existência de 12 bacias hidrográfi-

cas – com a construção da rede, que já cobre cerca de 70% do

território e das Estações de Tratamento de Águas Residuais.

Por fim e marcante neste percurso de progresso, que as peças

desenhadas de um atlas não podem retratar, é a implementação

de uma política de modernização administrativa e de transparên-

cia para os munícipes, com sofisticados recursos informáticos,

levando-os a aceder mais activamente e com mais eficiência aos

serviços e ao conhecimento geográfico, o que tem fomentado o

conceito de Nova Cidadania.

E se o apego aos valores da terra, o associativismo e o forte

empreendorismo, são atributos dos feirenses, as três décadas e

meia aqui retratadas e a autêntica revolução experimentada

reforçaram o sentido de pertença e a coesão social, porque o

munícipe se revê no avanço do Município. Perante as dificulda-

des da conjuntura global que se vive, o espírito feirense, assim

reforçado, está preparado para vencer as batalhas do futuro, com

optimismo, trabalho, inovação e com a sua tradicional inteligência,

continuando um rumo de desenvolvimento e excelência.

José Manuel Bastos

10

ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

11

CAPÍTULO I INTRÓITO

I ´

12

ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

13

CAPÍTULO I INTRÓITO

A tradição dos Atlas remonta aos tempos de Ptolomeu,

verdadeiro precursor do conhecimento geográfico e deste tipo de

documentos geográficos, sendo que o primeiro Atlas conhecido,

de sua autoria, remonta ao ano de 150 antes de Cristo.

Por definição, “Atlas” é uma colecção de mapas, de informações

cartográficas, geográficas ou astronómicas, tradicionalmente

agrupadas em livro, mas também possível de encontrar em

formatos electrónicos ou digitais.

Pelo grande número de estudos que potenciam, os Atlas assu-

mem-se como instrumentos de inquestionável interesse e utilidade

na compilação e na análise da realidade de um determinado lugar.

São um excelente instrumento de consulta.

Ora, nessa linha de pensamento, a Câmara Municipal de

Santa Maria da Feira pretendeu proceder à realização do seu

Atlas Municipal. Ambicionou-se a construção de um documento

que pudesse proceder à definição de um retrato da realidade de

um município, composto por 31 freguesias, não negligenciando o

papel deste espaço geográfico num contexto de âmbito regional.

1. (D)A importância de um Atlas

14

ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

Importará, pois, conhecer a diversidade de Santa Maria da Feira,

as suas gentes, o seu território, as suas potencialidades, mas

também as suas fragilidades.

A longa tradição que une a Geografia à História deriva, também,

dos mesmos princípios. A ideia de que o território é inseparável

da vida dos habitantes, de que a evolução humana se explica em

larga medida pelo quadro físico no qual se desenvolve, surge já

com todo o vigor na famosa frase de Heródoto: “O Egipto é um

dom do Nilo”.

A Geografia tem um objectivo: a superfície da Terra; tem um mé-

todo: a observação; e tem um modo de expressão: a descrição

apoiada num mapa.

Uma Região não é, na maior parte dos casos, apenas um produto

do natural. Será antes, o resultado de uma combinação, num

quadro físico, de obras e acções humanas. Socorrendo-nos da

interpretação da citada frase de Heródoto, deveremos sublinhar

que o Egipto se tornou um dom do rio quando se criou a civiliza-

ção que o soube aproveitar. Mas foi nas suas margens fertilizadas

pelas cheias e ao longo do curso de água navegável que essa

mesma civilização se desenvolveu, superando os fracassos e

entesourando os êxitos que lhe permitiram vencer e perdurar.

Ora, é precisamente esse o enfoque que se pretende conferir ao

Atlas Municipal de Santa Maria da Feira: esta ligação

Homem /Meio.

Santa Maria da Feira é “berço” de uma gente que importa conhe-

cer, analisar, tipificar… mas também um território que condicionou

(e condiciona ainda) as actividades do Homem, o que, por si só,

justifica que para ele olhemos de forma atenta também, pois essa

análise do território ajuda-nos não só a compreender o porquê de

algumas realidades, mas possibilita também uma visão prospecti-

va de realidades vindouras.

De tudo isto, resulta óbvio que deveremos tecer uma

análise direccionada numa dimensão FÍSICA (porque

suporte de toda a actividade Humana), mas também

as suas GENTES e os seus MODOS DE VIDA, analisan-

do, portanto, uma dimensão HUMANA até porque é

desta relação Meio / Homem / Meio que resulta toda

uma complexidade de factores que exigem ser obser-

vados e analisados para que neles possamos intervir.

Resulta claro, portanto, que Santa Maria da Feira está ciente de

que um município (assim como um país) estará tão preparado

para enfrentar o seu próprio futuro quanto mais conhecedor for

do seu passado e do seu presente, já que um e outro se perfilam

como determinantes sementes para a conquista de um futuro que

se quer (e precisa) melhor.

No fundo, trata-se de assegurar, através de uma visão estraté-

gica, o reforço de boas políticas implementadas, rectificação e

Sendo a paisagem um sistema particularmente com-

plexo, não bastará “vê-la”. É necessário, pois, “olhá-

-la”, algo que só se poderá tornar exequível através de

uma análise aturada, atenta, aprofundada e crítica.

15

CAPÍTULO I INTRÓITO

(nalguns casos até) a inflexão de outras menos conseguidas, de

modo a que se possa extrair do concelho (do seu território, das

suas gentes, dos seus recursos) todo o seu potencial socioeconó-

mico, promovendo o aumento da qualidade de vida e o bem-estar

da população.

A concepção de um Atlas Municipal não pode cingir-se nunca à

mera compilação de elementos cartográficos ou estatísticos. Se

esse fosse o desiderato último desta obra, tal significaria o defrau-

dar de todas as suas potencialidades na tentativa de municiona-

mento das ferramentas de base para a projecção do nosso futuro.

Planear implica conhecer: o que fomos e somos, mas igualmente

o que queremos ser.

É indubitável que o futuro passa, em grande medida, por uma

participação mais activa, interessada, crítica e incisiva dos

munícipes, algo que muitos designam de desenvolvimento da

Cidadania. Nesse sentido, o presente Atlas Municipal pode (e

deve) desempenhar um papel de aproximação dos munícipes da

(sua) realidade permitindo-lhes o desempenho de um papel activo

na construção do seu próprio futuro, o que se pode chamar de

Nova Cidadania.

Sem se ter a presunção de se querer assumir como

verdade indiscutível ou irrefutável, o Atlas Municipal

procura explicar o porquê de determinados trilhos

traçados, a existência de algumas realidades e as suas

implicações futuras. É uma observação e uma análise

que se destina a todos os possíveis interessados em

conhecer, estudar, viver, investir, planear, trabalhar…

em Santa Maria da Feira. No entanto, não se pense que

este documento tenha a veleidade de querer apontar

rumos, políticas ou estratégias. Essa não é, de todo, a

missão que lhe estará destinada ou reservada.

16

ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

Enquadramento histórico, socio-económico e político, com a Região, Portugal e a União Europeia

2.

Sem embargo do referido até aqui, a análise da Geografia de

um lugar encontra, em grande medida, maior esplendor na sua

própria História. Daí que não nos devamos quedar somente na

mera e simples análise do presente. Tal revelaria pouca ambição e

seria o desperdiçar de inúmeras potencialidades. É preciso, pois,

debruçarmo-nos sobre uma realidade que ficou para trás.

É preciso, então, “olhar” para a história recente de Santa Maria da

Feira porque dela se explica, percebe e projecta o município na

realidade e no futuro. Ao realizar-se a análise evolutiva de alguns

aspectos, estar-se-á a compreender e a perceber os motivos que

concorrem para essa mesma evolução.

Dito de outra forma, pretende-se potenciar uma demonstração

aos feirenses, com recurso a exemplos concretos, reais e caros,

porque deles, de que modo pode o Meio, o Clima, o Solo, a

História, a Cultura, a Demografia, a Economia (etc.) influir nos

nossos modos e qualidade de vida.

18

ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

Ao atingir-se esse objectivo, estar-se-á a alcançar não só o

desenvolvimento e crescimento de uma consciência crítica, mas

também o fomento de uma participação cívica. Ora, quanto mais

(sustentados) contributos as Instituições forem capazes de poten-

ciar e gerar no seu seio, mais e melhor poderão os seus legítimos

representantes, ponderar, projectar, decidir, agir e actuar.

A História da Humanidade (e da Europa em particular) diz-nos que

as mutações de índole diversa registadas ao longo dos últimos 50

anos transformaram totalmente a face dos territórios por nós ocu-

pados. Não nos devemos abstrair que os dois conflitos armados

de escala mundial tiveram como cenário principal o Continente

Europeu. Este facto implicou novas forma de pensar e de agir,

com reflexos claros na demografia, nas actividades humanas,

no capítulo social. A reconstrução do território, a construção da

União Europeia e a emergência de novas potências económicas a

nível mundial influíram de forma decisiva numa nova organização

mundial. Importa pois perceber como Portugal se enquadrou e

como se localiza nesta nova organização geopolítica mundial.

E, na mesma ordem de ideias, porque também peça deste com-

plexo xadrez, importa também perceber qual o papel e a acção

de Santa Maria da Feira neste contexto.

Nenhum território poderá ser visto e analisado de forma isolada

ou estanque, quer seja no tempo ou no espaço. Cada país, cada

região ou cada município assume-se como parte integrante de

um sistema mais amplo e complexo, um sistema de permanentes

trocas, sejam estas de carácter económico, social ou demográ-

fico. Um sistema que se prolonga até à História desse mesmo

território. Ou dito de outra forma, um sistema que se prolonga, so-

bretudo, à sua História, porque esta concorre, em grande medida,

ao auxílio da percepção e compreensão de uma multiplicidade de

realidades existentes no presente, permitindo, simultaneamente, a

antecipação de cenários futuros.

Nesse sentido, o Mundo, a Europa, o País e Santa Maria da Feira

assistiram, ao longo das últimas décadas, a vincadas alterações

de índole diversa. Por ventura, essas mesmas alterações, ainda

que decorridas num curto espaço de tempo, serão bem mais de-

cisivas da determinação dos seus respectivos futuros que todas

as outras verificadas ao longo das suas histórias.

A análise das mutações referidas de índole diversa

permitem afirmar que o concelho de Santa Maria da

Feira cresceu, desenvolveu-se, ganhou notoriedade a

nível regional e nacional.

CAPÍTULO I INTRÓITO

Enquadramento do concelho de Santa Maria da Feira em Portugal e na Região (Área Metropolitana do Porto e Entre Douro e Vouga)

20

ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

Todo o processo de mudança é acompanhado de um outro… de

adaptação. E a história recente do Mundo dita-nos que as regiões

que revelam maior capacidade de adaptação à mudança têm

sido precisamente aquelas que desenvolvem maior aptidão para

crescerem e se desenvolverem de forma mais rápida e eficiente.

Por oposição, aquelas que menores competências revelam no re-

conhecimento e assumpção das mudanças, correspondem preci-

samente ao conjunto de regiões que vêem aumentada a distância

que as separa do desenvolvimento e da sustentabilidade.

Ora é precisamente neste contexto de permanente mudanças que

se desenvolveu nos últimos 35 anos que poderemos e devere-

mos enquadrar Santa Maria da Feira. A análise dos últimos anos

revela-nos que o concelho sofreu notáveis alterações, transforma-

ções e mutações. Este intervalo temporal, da actualidade até há

meio século atrás, foi palco de uma fortíssima expansão urbana

no concelho, resultante de um aumento particularmente signifi-

cativo da população feirense, sendo que ambos os fenómenos

se explicam, em grande medida através da crescente mobilidade

entre municípios e regiões em busca de focos de emprego e

melhor acessibilidades. Ora, este indicador revela, por si só,

que o município foi capaz de desenvolver uma capacidade

atractiva para as populações. Uma observação atenta da

evolução da população no concelho de Santa Maria da

Feira permite concluir-se que, num curto espaço tempo-

ral (1970 a 2001), se registou um aumento do número de

feirense em cerca de 42%. Este indicador, analisado de

forma isolada poucas ou nenhumas ilações nos permitirá

retirar, mas deverá ser, contudo, o mote para uma aná-

lise mais aprofundada e atenta sobre os fenómenos que

originaram (ou originam ainda) essa realidade.

A pertinência dessa análise adquire maior relevância

se observarmos os números da realidade nacional, que

em idêntico período registou o aumento populacional de

21,69%.

Deste modo, resulta claro que importa proceder-se ao retrato do

cenário actual do município, mas também ao retrato de há 30/40

anos atrás. Porém, e talvez bem mais importante, será tentar per-

ceber quais os factores, que políticas, que realidades (endógenas

ou exógenas) nos ajudam a perceber essa mesma evolução.

Retratar-se a História de um país, de uma região ou de um conce-

lho não se perfila tarefa fácil. E quanto menos for a distância tem-

poral em relação aos factos em causa, mais se intensificam essas

dificuldades, pois cada qual pode cair na tentação de escrever a

sua própria versão da história. No entanto, há momentos, episó-

dios, realidades que, pela sua intervenção decisiva e determinantes

na História dos países e das regiões, merecem ser analisadas com

especial cuidado e pormenor.

No caso da História recente de Portugal, o 25 de Abril de 1974

terá sido, com toda a certeza, o grande momento histórico do

país. Não só pelo seu significado imediato (derrube de um regime

politico ditatorial que oprimiu Portugal e os portugueses durante

meio século) mas também, e sobretudo, pelo significado que de-

sempenhou para o futuro do país e cujos ecos ainda hoje se fazem

sentir. Com o 25 de Abril de 1974 e o surgimento de um Portugal

democrático, os modos de vida dos portugueses alteraram-se de

forma indelével. O país foi, aos poucos, abandonando um forte

21

CAPÍTULO I INTRÓITO

teor rural que o caracterizava, para se modernizar, industrializar

e urbanizar. A economia do país foi-se alterando e adquirindo

contornos diferentes dos que possuía até então. Esse momento

significou o virar de uma página no país, uma ruptura com o pas-

sado e abertura de novos horizontes com vista à construção de

um (novo) futuro.

Portugal é um país em permanente crescimento e evolução desde

esse dia, consolidando a sua Democracia, almejando trilhar os

rumos do Desenvolvimento e procurando alcançar a edificação

plena de uma sociedade mais avançada, justa e solidária. Hoje,

volvidos quase quatro décadas sobre esse autêntico marco histó-

rico, é comummente aceite que o Portugal de hoje mais não será

que uma remota recordação do Portugal de outrora. As mudanças

precipitaram-se a um ritmo alucinante e o país metamorfizou a sua

face. E com o país as suas gentes.

Os indicadores de mudança económica e social das últimas três

décadas confirmam esta evolução vincada do país que possui

hoje modernas infra-estruturas rodoviárias e de transportes, onde

a qualidade de vida média das populações cresceu de forma

significativa, a esperança média de vida aumentou para níveis

semelhantes aos dos países mais avançados da Europa, e em

que a generalidade da população tem acesso a todos os níveis de

ensino, a cuidados de saúde, bem como aos meios culturais.

Estes passos dados pelo país apenas foram possibilita-

dos pela consolidação do edifício democrático nacional

que potenciou um processo de desenvolvimento da

economia e da sociedade portuguesas, hoje preparadas

para poder encarar com maior optimismo e confiança

os desafios de um processo globalizante e globalizador

em curso.

Com o final da 2.ª Guerra Mundial, a Europa viu-se confrontada

com a necessidade de resolução de graves problemas estrutu-

rais. Na alvorada do pesadelo gerado por este conflito armado, a

Europa estava “ferida de morte” no seu mais profundo âmago e

constatava-se a imperiosidade de se proceder à reconstrução de

países “alma” do velho Continente, como o Reino Unido, França

ou Alemanha. Obviamente, e porque inserido neste contexto

regional, Portugal via também a sua posição bastante enfraque-

cida. O regime colonialista ou ultramarino que havia sustentado

largos anos a estrutura económica de um país revelava francos

sinais de enfraquecimento. A estrutura do país revelava-se, aos

poucos, trémula e ameaçava ruir. Consequência desse mesmo

facto Portugal agudizava com os efeitos de uma grave crise eco-

nómica e financeira que o estrangulava.

Ao mesmo tempo, a juntar a tudo isto, eclodia a Guerra Colonial

Portuguesa, que mais não foi do que uma desesperada tentativa do

regime em evitar o inevitável: a queda de um Portugal Ultramarino.

Portugal estava, assim, confinado a si próprio. E é neste

contexto que em 25 de Abril de 1974 se dá uma revolução militar

que perspectivou conferir um novo rumo ao país. Com o derrube

do regime que vigorou perto de meio século em Portugal, era tem-

po, então, de fazer surgir um novo sentimento, uma nova política,

um novo rumo que haveriam de mudar a face do mais ocidental

país do Continente Europeu.

ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

23

CAPÍTULO I INTRÓITO

Propalava-se a necessidade de se Democratizar, Descolonizar e

Desenvolver Portugal. Estas eram as aspirações de um povo e de

um país que se via mergulhado numa grave crise económica.

Com a Revolução, Portugal aboliu as reformas de proteccionismo

económico e foi deixando cair por terra uma política financeira

assente em constantes desvalorizações do Escudo. O país abria-

-se, deste modo, aos ditames de uma política económica global,

realidade que viria a ser, anos mais tarde, reforçada com a adesão

à Comunidade Económica Europeia (CEE, actual União Europeia).

Inserido num contexto Europeu, Portugal era (e é) desafiado a

cumprir pactos de convergência. Os incentivos comunitários

permitiram, numa primeira fase, encetar-se um processo de

desenvolvimento e modernização do país assente na melhoria das

condições infra-estruturais responsáveis por uma industrialização

do país e um progressivo abandono das actividades rurais.

Este momento catalisa um outro fenómeno associado no tempo,

bastante acentuado, de litoralização do país e um progressivo

abandono das regiões interiores.

Opera-se como que uma metamorfose no país; e no

concelho de Santa Maria da Feira também. Mercê de um

vincado carácter laborioso das suas gentes e da sua mão-

-de-obra, o município especializa-se em actividades liga-

das ao sector industrial, com especial ênfase para os sec-

tores de transformação da cortiça e calçado. Decorrentes

desta alteração da estrutura produtiva do município, as

actividades relacionadas com o sector agrícola foram

perdendo o peso específico que possuíam até então.

Este vigor económico do município protagoniza uma enorme

transformação a vários níveis: demográfico, económico, social, de

estrutura urbana.

Conhecer esta “história de 35 anos do município é, sem

dúvida, um exercício deveras importante, até para que possamos

responder afirmativa e cabalmente aos desafios que são, hoje,

colocados ao concelho. Desafios que exigem maior competitivida-

de e produtividade, sob pena de se falhar o objectivo fulcral para a

sustentabilidade económica.

Como será fácil perceber, os desafios atrás referidos relacionam-

-se com a convergência com o pelotão da frente do comboio

europeu. Importa, pois, aquilatar de que forma o concelho de

Santa Maria da Feira se tem preparado para este desafio que é

colocado ao país, ao seu tecido económico e social, aos seus

sectores de actividade, cientes de que o caminho apontado como

o garante do sucesso do país assenta num processo de qualifi-

cação e especialização da mão-de-obra, aumento dos índices de

produtividade, maior competitividade dos produtos e empresas

nacionais num contexto global.

Nas últimas décadas, Portugal fez um enorme progresso no

processo de convergência com a média da actual União Europeia.

É até considerado como um dos países que mais progressos

fez neste domínio, Porém, nestes últimos anos, esse processo

conheceu uma substancial desaceleração.

24

ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

25

CAPÍTULO I INTRÓITO

os desafios de um fenómeno que, na época, se começava a fazer

sentir: a globalização.

A democracia foi sendo consolidada, facto que permitiu o reforço

da estabilidade e competitividade nacionais e a melhoria

significativa das condições de vida dos cidadãos. Portugal deixou

de estar, como até então, circunspecto em torno de si próprio,

passando a ser mais aberto e capaz de actuar num quadro

marcado pela diversidade e alcançando uma visão cosmopolita

das relações internacionais. Com a ajuda dos fundos estruturais –

a maior operação de solidariedade na história de Portugal – o país

foi elevado (e capaz de se elevar) a um outro nível de expansão

económica, como evidencia a convergência do seu Produto In-

terno Bruto (PIB) com a média comunitária. É certo que nem tudo

tem sido perfeito neste trajecto de 20 anos, mas certamente da

experiência acumulada se retirarão as lições que permitirão apro-

veitar, no futuro, de forma ainda mais eficiente, as oportunidades

de desenvolvimento que a União Europeia proporciona.

Em 22 anos de integração europeia, Portugal

apresenta, globalmente, uma evolução positiva.

Ninguém ousa fazer cenários sobre o que seriam a

economia e a sociedade portuguesas num contexto de

não integração europeia.

A interrupção do processo de convergência real entre a economia

portuguesa e a europeia, observada no início da presente década,

coloca aos portugueses um novo desafio. No entanto, uma

análise mais ampla e mais atenta sugere que esta interrupção se

deve a factores mais amplos do que às meras consequências do

É, pois, nesta encruzilhada que Portugal se encontra. Os desafios

que se colocam ao país são, claro está, de enorme grandeza.

Com uma Europa a 27, Portugal deverá saber modernizar-se (nas

suas estruturas físicas e humanas), no sentido de poder competir

com os demais parceiros comunitários.

A história de uma vivência europeia em comunidade é já uma

História de 50 anos. O resultado de integração é único: estamos

perante a maior comunidade de democracias do mundo, com 27

países e, simultaneamente, o maior espaço de comércio livre do

mundo, onde uma moeda única circula e é partilhada pela maioria

dos cidadãos europeus e com normas comuns de protecção

ambiental e de segurança dos produtos.

Se a História da Comunidade Europeia é de sucesso, o balanço

dos cerca de 20 anos de adesão de Portugal à União Europeia é,

indiscutivelmente, positivo. Para os que, na altura, se mostravam

mais relutantes, cépticos e pessimistas, para os que elaboraram

prognósticos mais reservados e derrotistas, os números compila-

dos desta história de duas décadas de adesão são número que

retratam uma história de sucesso.

Condições económicas, sociais e culturais foram criadas para

que o país acedesse ao conjunto dos países mais desenvolvidos.

Portugal deixou de estar condenado à periferia de uma Europa

em franco progresso e tornou-se, por isso, mais apto a enfrentar

Só um Portugal “competente”, “competitivo” e

“seguro de si mesmo” poderá enfrentar, com sucesso,

os desafios que se lhe deparam.

26

ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

27

CAPÍTULO I INTRÓITO

processo recessivo que a economia portuguesa atravessa.

A economia nacional tem em curso uma mudança do seu modelo

de crescimento económico (balizada por necessidades de incor-

poração de emprego mais qualificado) que é complexa e exigente

do ponto de vista das estratégias empresariais ganhadoras. Essa

mudança está a ser concretizada em pleno processo de conso-

lidação de contas públicas e dos primeiros passos em matéria

de reformas estruturais. Além do mais, essa mudança ocorre em

contexto de globalização agressiva e com plena integração na

zona Euro, cujo comportamento nos mercados cambiais tendeu

a constituir uma dificuldade adicional para a consolidação das

exportações portuguesas.

Assim sendo, mudanças ao nível da estrutura produtiva nacional,

do seu comércio externo e do funcionamento do mercado de

trabalho, são fundamentais para que a economia portuguesa

alinhe estruturalmente com a economia da União Europeia.

A relevância das mudanças ocorridas em 20 anos de integração

europeia revela um forte alinhamento de Portugal em algumas

áreas essenciais, fundamental para potenciar um contributo mais

activo de Portugal na construção europeia.

ÁREA CENTRAL DE LOUROSA

28

ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

As mutações políticas, sociais e económicas vividas ao longo

destes 35 anos pelo mais ocidental país da Europa tiveram, como

é óbvio, reflexos vários no concelho de Santa Maria da Feira. Tal

como em Portugal, muito mudou no município ao longo destas

quase quatro décadas. Com uma economia local assente sobre-

tudo na indústria transformadora, Santa Maria da Feira soube

percorrer um trilho de crescimento e modernização. Hoje, lembrar

o concelho de 1974 é olhar para trás e perceber que muito

mudou. Quase tudo. A única excepção será mesmo o carác-

ter laborioso das suas gentes. Hoje, como ontem, os feirenses

continuam a fazer do trabalho o seu principal cartão-de-visita.

Alteraram-se os modos de vida; os núcleos urbanos adensaram-

se e multiplicaram-se. A rede viária concelhia cresceu e ramificou-

se, aproximando o concelho do país e do mundo; equipamentos

surgiram um pouco por todo o lado, escorando e potenciando o

crescimento económico e o desenvolvimento das populações. Ao

longo dos últimos 35 anos, Santa Maria da Feira tem sido, sem

exagero nas afirmações, um dos municípios portugueses que

mais notoriedade soube conquistar e assume-se hoje como um

modelo inspirador de outros municípios.

Em poucos anos, o concelho soube “munir-se das

armas” para poder enfrentar o competitivo mundo

da globalização. As suas empresas e os seus produtos

estão presentes nos quatro cantos do mundo e fazem

parte do dia-a-dia de milhões de pessoas. O nome de

Santa Maria da Feira conquista, diariamente, novas

fronteiras e internacionalizou-se.

Na últimas duas décadas o país progrediu em termos da

melhoria das condições de vida e de saúde, transformou profun-

damente as suas condições de mobilidade/acessibilidade, reagiu

favoravelmente à crescente importância do tema da susten-

tabilidade ambiental, alinhou positivamente nos progressos a

sociedade de informação e do governo electrónico e revelou

capacidade significativa de integração de populações etnica-

mente diversificadas. Por outro lado, a integração europeia

propiciou condições favoráveis ao crescimento estruturado do

sistema científico nacional e à sua internacionalização. Simulta-

neamente, em alguns domínios, observou-se uma forte e rápida

convergência com a realidade europeia.

Assim, no período mais recente desde a integração no contexto

europeu, Portugal, e depois de uma fase de vivacidade demográ-

fica, o nível de envelhecimento da população aproximou-se da

média europeia. Do mesmo modo, o funcionamento do mercado

de trabalho tende também a apresentar padrões de funciona-

mento mais próximos dos europeus. Persistem, é certo, algumas

dissonâncias cuja superação abrirá a Portugal um novo ciclo de

convergência real. A mais rápida evolução da produtividade do

trabalho, a melhoria dos contributos do sistema científico para a

inovação empresarial, a mais rápida tradução das melhorias infra-

estruturais da sociedade de informação em modelos de gover-

nação mais eficientes e com melhor serviço público e a melhoria

sustentada das qualificações dos portugueses activos e empre-

gados constituem domínios em que é legítimo esperar progressos

na próxima década de integração europeia.

29

CAPÍTULO I INTRÓITO

ÁREA INDUSTRIAL EM MOZELOS

30

ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

ZONA INDUSTRIAL DE ROLIGO

31

CAPÍTULO I INTRÓITO

32

ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

Santa Maria da Feira destaca-se, portanto, pela força da sua

história, mas também pelo vigor que assume no desafio dos

tempos de hoje. Com uma população de cerca de 145 mil

habitantes e uma área de cerca de 215 km2 repartida por 31

freguesias, Santa Maria da Feira é um município que se

destaca, então, tanto pela força histórica do seu passado

milenar, como pelo vigor com que desafia os tempos modernos.

É desta simbiose entre passado longínquo e glorioso e um

presente assente no labor das suas gentes que resulta a força e

dinamismo de um concelho que se tem vindo a afirmar nos

contextos regional e nacional. Dotado desde sempre de uma

boa rede viária com privilegiadas ligações a todo o país, o mu-

nicípio destaca-se grandemente no contexto distrital de Aveiro

em termos de concentração industrial e de mão-de-obra activa

(29,8% e 23,5% respectivamente).

As actividades relacionadas com a agricultura apresentam valores

quase residuais na microeconomia de Santa Maria da Feira, o

que, e se atendermos à realidade de há 50 anos atrás, nos permi-

te concluir que a metamorfose deste município se deu de forma

intensa e rápida.

A indústria da cortiça (que representa 11% da

actividade industrial nacional e assume-se como 60%

no total da Indústria em todo o mundo deste sector,

sendo, por isso, o maior pólo corticeiro a nível

mundial) perfila-se como um dos grandes “cartões-de-

-visita” deste concelho, sendo a indústria do calçado

outro sector estratégico da actividade económica do

concelho e que possui elevado peso na sua balança

produtiva.

Há ainda a presença de actividades industriais relacionadas com

a metalomecânica, ferragens, madeiras, papel e a puericultura,

sendo que, neste último caso, se trata do único pólo de produção

do país.

A economia local assenta, sobretudo, em activida-

des relacionadas com a actividade transformadora

(Indústria), que representa 62% do total de toda a

actividade económica local, sendo que, num passado

recente, as actividades económicas relacionadas com

os serviços e o turismo têm vindo a adquirir cada vez

mais intenso peso representando na actualidade

cerca de 37%.

33

CAPÍTULO I INTRÓITO

CARTA DAS ACTIVIDADES ECONÓMICAS

Indústria

Comércio/Serviços

ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

Apesar de, tradicionalmente, Santa Maria da Feira ser um

município de forte teor industrial, a aposta estratégica dos seus

órgãos gestores tem envidado esforços no sentido de diversi-

ficar a economia local. Nesse sentido, e conscientes de que o

Turismo se apresenta como vector estratégico para o país, por-

que possuidor de um património histórico e cultural riquíssimo,

Santa Maria da Feira tem vindo a ganhar notoriedade nacional e

internacional neste domínio. O património histórico edificado e

natural faz perfilar a actividade turística como verdadeira oportu-

nidade para o município vencer os desafios da competitividade

que se lhe deparam.

Sublinhe-se ainda a existência do Europarque e Visionarium, o

Museu de Santa Maria de Lamas ou o Parque Ornitológico de

Lourosa, que se assumem, igualmente, como vértices estratégi-

cos da actividade turística do concelho.

O castelo, belíssimo exemplar da arquitectura militar

medieval, as Termas das Caldas de S. Jorge, unani-

memente consideradas com uma das melhores estân-

cias do país, o Museu Convento dos Lóios, o Museu de

Papel das Terras de Santa Maria, os Castros Romanos

de Romariz e Fiães são apenas alguns dos exemplos da

enorme riqueza de um município que “respira”

história e tradição.

CAPÍTULO I INTRÓITO

ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

37

CAPÍTULO I INTRÓITO

ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

CAPÍTULO I INTRÓITO

40

ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

No entanto, a dinâmica e o vigor crescente da actividade turística

de Santa Maria da Feira advém, sobretudo, da forte aposta no

denominado “Turismo Cultural”. A Festa das Fogaceiras, tradição

com mais de 500 anos, que radica no cumprimento de um voto

de agradecimento feito ao Mártir S. Sebastião e o Imaginarius

– Festival Internacional de Teatro de Rua de Santa Maria da Feira

que, anualmente, traz ao concelho os melhores espectáculos

de teatro de rua de diversos países são apenas dois exemplos.

Evento de grande relevo e excelência, que merece um especial

destaque, é a Viagem Medieval em Terras de Santa Maria que,

durante 10 dias, recria espaços e episódios históricos da época

medieval e que faz acorrer às ruas do centro histórico de Santa

Maria da Feira mais de 500 000 visitantes, ano após ano.

Caracterizar o concelho de Santa Maria da Feira é um exercício

que exige uma visão ampla e integradora de vários factores, até

porque, o dinamismo deste município assenta em diversos

vértices como aspectos geográficos, a sua história e a sua

economia. Nenhum destes factores poderá, por si só, explicar

de forma isolada a realidade deste concelho, até porque, é desta

combinação complexa de factores, realidades e diversidades

que resulta a realidade de Santa Maria da Feira e que distingue o

município dos demais.

Somente com esta visão integradora dos factores é que Santa

Maria da Feira poderá conquistar um desafio denominado FUTURO.

As inúmeras análises prospectivas realizadas são unânimes ao

considerar que a Portugal e à Europa estão reservados tempos

difíceis só superados (ou superáveis) tendo presente a necessi-

dade de se vencer a Globalização em curso. Batalha que só será

vencida a utilizando a força da inovação, do conhecimento e da

criatividade. No caso de Santa Maria da Feira a diversificação das

actividades económicas, já iniciada, é imperiosa. Alguns indica-

dores apontam nesse sentido. Basta atentarmos no surgimento

de estruturas âncora como os centros tecnológicos, o adensar

dos parques pré-escolar e escolar municipais, o surgimento do

Ensino Superior no concelho, a proliferação de Zonas Industriais,

espalhadas pelas freguesias do concelho, fazendo conviver as

actividades ditas tradicionais com novas oportunidades decorren-

tes de alterações do mercado global.

41

CAPÍTULO I INTRÓITO

PARQUE ORNITOLÓGICO DE LOUROSA

42

ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

CARTA DE PONTOS DE INTERESSE TURÍSTICO

Fonte: Câmara Municipal de Santa Maria da Feira, 2009

43

CAPÍTULO I INTRÓITO

O Conselho Europeu de Lisboa (realizado no ano de 2000) fixou para

a União Europeia o objectivo estratégico de se tornar a economia do

conhecimento mais competitiva e mais dinâmica do mundo, capaz

de um crescimento económico duradouro acompanhado de uma

melhoria quantitativa e qualitativa do emprego e de uma maior coesão

social. Para tal, e neste contexto, aponta-se, a Europa deve saber

renovar as bases da sua competitividade, aumentar o potencial de

crescimento, bem como a produtividade e reforçar a coesão social,

apostando sobretudo no crescimento, na inovação e na valorização

do capital humano.

A política de coesão assume-se como um instrumento privilegiado

desse processo, devendo dar contributo relevante à consecução

deste desiderato, designadamente nas regiões menos favorecidas

da União. Os fundos estruturais tornam-se assim parte integrante da

estratégia de Lisboa, adoptando os objectivos então estabelecidos e

passando a ser vector essencial da sua realização, através de progra-

mas de desenvolvimento nacionais e regionais.

As Orientações Estratégicas para a Política de Coesão no período de

programação financeira em curso definem: o reforço da

atractividade dos Estados-Membros, das regiões e das cidades;

o reforço da inovação, do espírito empresarial e do crescimento da

economia do conhecimento; e a criação de mais e melhor emprego

como sendo as três grandes prioridades a almejar pela aplicação dos

recursos comunitários.

De salientar, desde logo, a dimensão territorial da intervenção estru-

tural comunitária e, em particular, a relevância que é dada às cidades

como pólos aglutinadores e motores de processo de desenvolvimen-

to assentes na tecnologia e no domínio do conhecimento.

Por seu lado, e em termos internos, a Resolução do Conselho de

Ministros n.º 25/2006 de 10 de Março de 2006, que aprova as

orientações fundamentais para a elaboração do Quadro de Referência

Estratégico Nacional (QREN) e Programas Operacionais (PO) para o

período 2007/2013, insere-se plenamente na abordagem adoptada

pela União Europeia e estabelece como prioridades estratégicas

nacionais por parte do QREN e de todos os PO:

a) Promover a qualificação dos portugueses, desenvolvendo e esti-

mulando o conhecimento, a ciência, a tecnologia e a inovação como

principal garantia do desenvolvimento do País e do aumento da sua

competitividade;

b) Promover o crescimento sustentado através, especialmente, dos

objectivos do aumento da competitividade dos territórios e das em-

presas, da redução dos custos públicos de contexto, incluindo os da

administração da justiça, da qualificação do emprego e da melhoria

da produtividade e da atracção e estímulo ao investimento empresa-

rial qualificante;

c) Garantir a coesão social actuando, em particular, nos objectivos

do aumento do emprego e do reforço da empregabilidade e do

empreendedorismo, da melhoria da qualificação escolar e profissional

e assegurando a inclusão social, nomeadamente desenvolvendo o

carácter inclusivo do mercado de trabalho, promovendo a igualdade

de oportunidades para todos e a igualdade do género, bem como

a reabilitação e reinserção social, a conciliação entre a vida social e

profissional, e a valorização da saúde como factor de produtividade e

medida de inclusão social;

CASA DA PORTELA

QUINTA DO SEIXAL QUINTA DA TORRE

QUINTA DA MURTOSA

46

ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

CARTA DE EQUIPAMENTOS SOCIAIS

(apoio ao imigrante)

47

CAPÍTULO I INTRÓITO

potenciar a formação de quadros qualificados, de serviços de maior

valor acrescentado, de produção científica e de infra-estruturas e equipa-

mentos de comunicação e internacionalização. É neste pressuposto que

deve assentar a lógica do novo paradigma de desenvolvimento do País,

da Região Norte e do Município.

É pois este enquadramento, às escalas europeia, nacional e

regional, que dita a necessidade de apostar na sociedade e economia

do conhecimento e de eleger a inovação como factor chave do reforço

da competitividade. Para tal, é necessário saber-se transformar os

territórios em áreas ordenadas, com respeito pelos valores ambientais e

fomentar-se espaços socialmente coesos. Este será, então, o desiderato

comum a qualquer política de desenvolvimento para os próximos anos,

visto serem as vertentes essenciais de uma estratégia de progresso

sustentável para uma região que se situa aquém dos níveis médios de

riqueza comunitários, que está exposta a uma cada vez maior concor-

rência de bens e serviços dentro e fora da Europa e que está a viver,

por imposição da economia “mundializada”, um progresso rápido de

reconversão produtiva com significativos impactos sociais negativos.

No quadro de referência nacional, a competitividade da Região,

marcada pela especialização em actividades produtivas tradi-

cionais, por uma força de trabalho relativamente desqualificada

e pela debilidade de oferta de serviços de apoio às empresas, é

colocada em risco. Esta debilidade económica é ainda agravada

pela evolução salarial crescente dos últimos anos, situação que se

torna incompatível com o modelo produtivo em vigor, e também

pela consequente vulnerabilidade da estrutura produtiva regional à

concorrência do binómio capital-trabalho e da produção em série,

criam condições favoráveis à deslocalização industrial.

d) Assegurar a qualificação do território e das cidades traduzida, em

especial, nos objectivos de assegurar ganhos ambientais, promover um

melhor ordenamento do território, prevenir riscos e, ainda, melhorar a co-

nectividade do território e consolidar o reforço do sistema urbano, tendo

presente a vontade de reduzir assimetrias regionais de desenvolvimento;

e) Aumentar a eficiência da governação, privilegiando, através de

intervenções transversais nos diversos PO relevantes, os objectivos de

modernizar as instituições públicas, melhorar a eficiência e qualidade

dos grandes sistemas sociais e colectivos com reforço da sociedade

civil e melhoria da regulação.

Tais prioridades articulam-se naturalmente com o Plano Tecnológico e

com o Programa Nacional de Acção para o Crescimento e Emprego.

A nível regional, os trabalhos de análise e reflexão sobre o futuro da

Região Norte e as opções de afectação das verbas que daí decorrem

conduziram também a prioridades que se enquadram perfeitamente

na abordagem europeia e nacional que acima se identifica. Com

efeito, as três prioridades de desenvolvimento da Região Norte para o

período são as seguintes:

– Promover a intensificação tecnológica da base produtiva

regional;

– Assegurar sustentadamente a competitividade regional;

– Promover a inclusão social e territorial.

Numa estratégia deste tipo, assente na economia do conhecimento,

na tecnologia, na investigação científica e na inovação, exige-se uma

actuação planeada e concertada a diversos níveis, de forma a poder-se

48

ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

Para contrariar estas tendências é necessário intervir, colocando-

-se o desafio de repensar a natureza das vantagens competitivas,

aproveitando os recursos produtivos disponíveis, incentivando a

criação de competências específicas de apoio a esses mesmos

recursos. Para o efeito, a solução passa pela especialização da

região em actividades com potencial para criar condições para a

competitividade e para dar o salto qualitativo indispensável à con-

secução de uma estratégia que volte a colocá-la numa trajectória

de convergência económica e social com as médias europeias.

A análise da estrutura produtiva da região permite observar a exis-

tência de uma base industrial bastante significativa, consolidada e

dinâmica, caracterizada pela existência de um conjunto de zonas

de “monoespecialização”, direccionadas para a produção de bens

de consumo final.

Este padrão confere à região uma vocação específica, em termos

nacionais, que é a de estar no centro de um sistema económico

predominantemente constituído por actividades transaccionáveis

e fortemente internacionalizadas. Ganham assim relevo, actual ou

potencial, as actividades terciárias associadas à internacionaliza-

ção e à competitividade.

As estatísticas são duras para a Região Norte, seja na economia,

na educação, no emprego, ou no rendimento per capita dos seus

habitantes. O empobrecimento da região nos últimos anos é

alarmante. Sabe-se que somente em 2002 e 2003, o PIB regional

teve uma quebra acentuada, registando um crescimento negativo

de dois pontos, com idêntica tendência nos anos seguintes. A

crise económica e social decorrente do ciclo económico, mas

sobretudo da profunda reestruturação e reconversão da

actividade económica regional, tem vindo a fazer aumentar con-

tinuamente a taxa de desemprego e a colocar a Região Norte na

cauda de alguns indicadores nacionais.

No entanto há factores competitivos que importa realçar. Nas

décadas de referência, intensificou-se o crescimento demográ-

fico à semelhança do que registara em décadas anteriores; a

população é jovem, face à realidade nacional, embora revele nas

últimas décadas um maior envelhecimento e uma maior partici-

pação feminina. Entre 1991 e 2001 a qualificação académica da

população aumentou. A qualificação da mão-de-obra disponível

tem vindo também a aumentar.

TERMAS DE S. JORGE

49

CAPÍTULO I INTRÓITO

O crescimento substancial da actividade turística consiste num

dos fenómenos económicos e sociais mais marcantes do último

século, com o crescimento médio superior ao da economia

mundial, um que se prevê continue a ser mantido. Em Portugal,

o turismo representa um contributo significativo para a criação de

riqueza e de emprego. Em 2004, Portugal ocupava a 19.ª posição

na hierarquia dos destinos turísticos, com uma quota de mercado

das chegadas de 1,5%.

Para além do valor económico associado directamente

à actividade ao nível local, o turismo deve ser enten-

dido como um veículo de marketing territorial de

promoção da competitividade, assumindo-se como um

vector determinante do futuro concelhio.

PORTO CARVOEIRO

50

ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

MUSEU CONVENTO DOS LÓIOS

51

CAPÍTULO I INTRÓITO

No cenário actual de economia global, a competição entre as diferentes

regiões ou cidades intensificou-se. O âmbito concorrencial é hoje global,

não se resume à região ou mesmo ao país, mas sim a todo o globo,

independentemente da área de negócio em que actuemos. Face a

este cenário os decisores políticos têm de estabelecer estratégias de

vanguarda que posicionem as cidades, regiões, países ou mesmo conti-

nentes, numa posição privilegiada face aos presumíveis concorrentes.

Face aos desafios impostos pela acentuada internacionalização dos

mercados de factores e de bens, a competitividade dos países e das

regiões passa, em grande parte, pela capacidade das empresas, mas

também dos governos nacionais e locais, de definirem estratégias acti-

vas de internacionalização. As intervenções ao nível da provisão de bens

e serviços públicos, bem como as acções coordenadas entre empresas

e instituições no domínio daquilo que se designa por eficiência empre-

sarial colectiva, constituem os domínios centrais para o sucesso dessas

estratégias e, em consequência, para a promoção da competitividade.

O reconhecimento dessa relevância do nível infra-estrutural para as inter-

venções converge, pelo menos em parte, com a ideia mediatizada pelo

slogan “think global, act local”. O país e as regiões precisam de promo-

ver o aparecimento de uma nova classe empresarial, assente num pro-

fundo conhecimento científico, tecnológico e da História do país, virada

para negócios de base tecnológica e com uma crescente componente

de informação e conhecimento. Esta alteração de paradigma obriga a

uma maior capacidade académica, científica e tecnológica dos recursos

humanos do país, das empresas e à necessidade de criar uma maior

competitividade dos nossos sistemas de ensino, formação profissional e

educação ao longo da vida. Implica também a capacidade de desenvol-

ver uma nova cultura empresarial baseada na inovação, na competência

e no empreendedorismo e uma administração pública magra, ágil e

flexível onde o espírito de missão e de serviço sejam reencontrados.

A estratégia de desenvolvimento de Portugal num contexto Europeu as-

sentou, durante largos anos, numa aposta intensa e clara na edificação

de infra-estruturas físicas de apoio às actividades económicas. A história

da Europa e da Humanidade diz-nos que as regiões menos desenvolvi-

das corresponderam sempre a regiões periféricas, com débeis acessibili-

dades físicas, económicas e sociais às regiões mais desenvolvidas.

Deste modo, o apoio maciço à construção de redes de estradas e

outras infra-estruturas e equipamentos de transportes nas áreas mais

frágeis, resultou do pressuposto de que tal se assumiria como condição

essencial e necessária ao desenvolvimento dessas mesmas áreas. A

política regional em Portugal, dominada essencialmente, nos últimos

anos, pela aplicação dos fundos estruturais foi, naturalmente, marcada

por este pressuposto.

VISIONARIUM

ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

NÓ DA A1/A41 – NOGUEIRA DA REGEDOURA

CAPÍTULO I INTRÓITO

CENTRO TECNOLÓGICO DA CORTIÇA

54

ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

Nunca foi, porém, possível aferir os reais impactos dessas mesmas

infra-estruturas no processo de desenvolvimento das regiões, ainda

que, de uma forma geral, se possa concluir que as mesmas, por si só,

apesar de condição necessária não seriam condição suficiente para a

sustentabilidade desse mesmo desenvolvimento.

No actual cenário actual de economia desenvolvida à escala global,

a competição entre as diferentes regiões, ou cidades, intensificou-se

fortemente. O âmbito concorrencial de hoje não se cinge a uma simples

região, mas sim a todo o Globo, independentemente da área de negócio

em que se actue. Confrontados com este cenário, necessitamos que os

nossos decisores políticos estabeleçam estratégias de vanguarda que

posicionem as nossas cidades, regiões, países ou mesmo continentes

numa posição privilegiada neste novo e complexo “xadrez” geopolítico e

económico.

Ora, é precisamente este enquadramento nas escalas europeia, nacional

e regional, que dita a necessidade de se proceder a uma aposta firme

e determinada no reforço da competitividade de uma região que está

exposta a uma cada vez maior concorrência de bens e serviços, dentro

e fora da Europa, e que está a viver um processo rápido de reconversão

produtiva com alguns impactos sociais negativos, por imposição desta

economia mundializada.

Os desafios que se colocam num futuro próximo são imensos e todos

deverão estar disponíveis para, de uma forma activa, empenhada e em

acção conjunta com os restantes actores do processo, contribuir para

que a região possa dar o salto qualitativo indispensável ao estabeleci-

mento de uma estratégia que vise a conquista de uma trajectória de

convergência económica e social com as médias europeias.

Num contexto global é importante (decisivo até) saber-

mos extrair o melhor de todas as nossas potencialidades

de modo a garantirmos um desenvolvimento sustentado.

Ultrapassar os constrangimentos do desenvolvimento, or-

ganizar o território e modernizar o tecido socioeconómico

salvaguardando o equilíbrio Homem / Meio é a chave para

o sucesso, sem negligenciar a indispensável coesão social,

porque bem vistas as coisas o planeamento do território

faz-se a pensar nas pessoas.

55

CARTA DA REDE VIÁRIA

56

ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

57

CAPÍTULO I INTRÓITO

IICONHECIMENTO FISICO´

58

ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

CASTRO DE ROMARIZ

59

CAPÍTULO II CONHECIMENTO FÍSICO

O território, unidade orgânica resultante da multiplicidade complexa

de agentes vários, é o reflexo de uma história de milhares de anos

da estreita relação entre a acção humana sobre as características

do substrato físico onde se desenrola essa mesma intervenção.

A essa história de milhares de anos damos, genericamente, o

nome de Civilização e importa procedermos ao seu estudo já que

só a partir deste poderemos tomar consciência e conhecimento de

uma História que justifique o Presente e ajude a projectar o Futuro.

O Homem tem tido a única e ímpar capacidade de moldar (ou de

se moldar a) as características físicas do terreno em benefício pró-

prio, de acordo com o seu estádio de desenvolvimento. Os efeitos

da “mão do Homem” no Ambiente, na Geologia, no Clima, na

Hidrologia, nos Solos, (etc.) são tão mais pronunciados quanto o

grau de desenvolvimento das técnicas que sustentam a Civilização

Humana num dado momento da História.

Desde há milhares de anos que o Homem vai “esculpindo” o

substrato físico que serve de garante às actividades económicas

e permite a sua subsistência. Importa enfatizar este aspecto já

que, não raras vezes, o Homem parece estar mais interessado em

garantir uma quase total exploração dos recursos que a Natureza

lhe coloca ao dispor do que propriamente em promover a susten-

tabilidade desses mesmos recursos. Ora, ao agir desse modo, o

Homem estará, por certo, a colocar em causa a sustentabilidade

das actividades económicas e/ou a sua própria subsistência.

A questão do determinismo físico sobre a acção do homem é uma

discussão que vem sendo promovida, de forma acesa, desde há

algumas décadas. Esse mesmo determinismo atribui ao Meio Físico

o papel explicador, justificador e condicionador do estádio de

desenvolvimento humano. Por oposição, existe também a corrente

que advoga precisamente o oposto, defendendo que o Homem

tem a capacidade única de moldar o terreno físico.

Se por um lado parece óbvio que o carácter inóspito das gélidas

paisagens da Tundra desaconselha e inviabiliza até a presença

Humana nessas latitudes, também não será menos verdade que o

Homem tem tido a grande capacidade de ultrapassar obstáculos

físicos impostos pela Natureza, convertendo-os em potencialidade

e em benefícios próprios. Daí que se deverá, com toda a certeza,

abordar a questão sem determinismos de índole qualquer. A todo

o momento, o Homem e as comunidades recompõem a História e

recriam as paisagens.

60

ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

Ora, a paisagem mais não é do que a interpretação do substrato

físico que se depara aos nossos olhos, tendo sempre presente que

o Homem é agente integrante e activo na constituição e construção

dessa mesma paisagem. Negligenciar a presença Humana na

paisagem é, desassombradamente, esquecer um dos agentes

activos mais importantes na sua construção.

A História da Civilização diz-nos que a fixação Humana tende a, de

forma preferencial, efectuar-se em territórios que garantam a viabilidade e

sustentabilidade das actividades humanas. Os povos em que a actividade

piscatória, a dado momento da sua história, adquiriu maior importância

fixaram-se junto dos recursos naturais que serviam de base à

subsistência. De igual modo, com o aparecimento e desenvolvimento

da Agricultura, o Homem buscou aqueles solos mais propensos a essa

actividade. Ainda hoje, embora de forma mais esbatida por força do

desenvolvimento das redes de transporte e comunicação, esta acção

condicionadora do Meio sobre o Homem mantem-se.

Assim se explica, em grande medida, a História de alguns dos mais anti-

gos povos e deste modo se torna possível igualmente perceber a nossa

própria História. Daí que seja importante proceder-se a um exercício de

análise de Santa Maria da Feira, do seu território, das suas gentes ou das

suas actividades económicas, integrando essa análise num sistema mais

complexo e mais vasto, do qual o município faz parte, contribuindo, com a

sua especificidade e singularidade, para a construção de uma identidade

colectiva a que chamamos de “portugalidade”.

O território em que o país se encontra não é, especificamente, português,

dado que nos inserimos no extremo mais ocidental de uma Península que,

do ponto de vista geológico, possui características e contornos maciços.

Por força da sua posição geográfica e geológica, a este território a que

damos o nome de Portugal vêm morrer quase todos os elementos mor-

fológicos da Península Ibérica, situação que lhe confere particularidades

únicas e singulares.

O velho soco que confere forma à Península Ibérica foi, ao longo da sua

história geomorfológica, retalhado em grandes blocos por força da acção

de um denso sistema de falhas e fracturas. Este dado é tão ou mais

importante se atendermos ao facto de que é, precisamente, esse sistema

de fracturação que imprime a orientação de conjunto dos principais rios

ibéricos que tanto se vêem forçados a esventrar o resistente sistema de

rochas duras ou a espraiarem-se por entre os materiais mais brandos das

orlas costeiras.

O carácter único do território português decorre, sobretudo, na sua

fachada atlântica. A proximidade e o contacto com o Oceano Atlântico

são, indubitavelmente, os factores que conferem maior originalidade ao

rectângulo mais a ocidente da Europa, até porque este será, com toda a

certeza, o mais importante e o mais activo agente na definição do clima

de Portugal, devendo-se à presença do Oceano Atlântico o teor ameno

do clima português, por exemplo, já que é através das suas massas de ar

que são suavizadas as temperaturas baixas e altas.

A Natureza criou condições únicas para a diferenciação deste espaço em

relação aos demais, diferenciação essa que promove a sua singularidade

à escala do Globo. Várias foram as civilizações que pela Península Ibérica

passaram ou por aqui se fixaram, moldando este espaço.

É neste cenário físico que desde há milhares de anos se têm instalado

várias populações e povos.

61

CAPÍTULO II CONHECIMENTO FÍSICO

Portugal foi-se forjando num território fisicamente muito

diversificado, onde muitos povos, com diferentes capa-

cidades e culturas se radicaram ao longo dos tempos,

pese embora essas acomodações conhecessem sucessos

e insucessos vários. Os portugueses de hoje, como os

portugueses de ontem, são continuadores da modelação

de uma terra que só aparentemente será una, sendo que

essas diversidades concorrem para as singularidades

regionais e locais que chegaram até aos nossos dias, ao

fim de quase nove séculos de identidade de um povo, de

uma cultura.

A relevância do Atlântico na constituição da “portugalidade” não se

cinge única e simplesmente nos aspectos históricos da formação de

um país ou da construção de um império ultramarino. A proximidade

ao Oceano moldou um país e um povo que sempre dele dependeu.

O Atlântico, ao longo da sua própria história, oscilou entre níveis altos

e baixos, modelando a sua própria paisagem, retalhando

plataformas litorais ou obrigando o encaixe ou a colmatagem da parte

terminal de alguns rios que irrigam a Península.

Estes acidentes têm forte impacto na ocupação do território.

As plataformas litorais, por serem quase varridas por ventos (se-

cos no sul, húmidos no norte) e terem solos esqueléticos ou muito

pobres vão assumir, dependendo dos casos, importâncias diferentes

consoante a sua própria região, porque a humidade e o tipo de solos

condiciona, sobremaneira, a vegetação natural e a gama possível de

culturas agrícolas.

Por outro lado, os rios, quando muito encaixados, dificultam as liga-

ções entre as margens. Na desembocadura, colmatam com rapidez

e tornam difícil, quando não impossibilitam por completo, a passagem

para o mar, via de comunicação de cabotagem usual até há bem

pouco tempo entre povoações costeiras. Com mais graves conse-

quências, levaram ao encerramento de numerosos portos importan-

tes no tempo das Descobertas que, por falta de águas profundas,

ficaram inutilizados para base de navios de maior porte.

Para além destes factos, a posição das povoações que se desenvol-

veram em margens fluviais e em vertentes montanhosas, dita-nos que

a maior parte se situa na margem direita, a menos escarpada pelos

efeitos erosivos e simultaneamente a vertente soalheira e, por força

disso, a mais ocupada nas nossas latitudes.

PARQUE DA MÁMOA – MILHEIRÓS DE POIARES

62

ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

PARQUE DA VÁRZEA – PIGEIROS

63

CAPÍTULO II CONHECIMENTO FÍSICO

As povoações são sempre atraídas pela água, seja ela fluvial ou

do mar. Qualquer análise que se estabeleça do povoamento em

Portugal mostra que o apelo do Oceano foi sempre marcante. Na

actualidade, quatro quintos da população vive a menos de 50 km da

linha de costa, deixando atrás de si um território vazio de gente e de

actividades, sendo esta uma das mais importantes características do

povoamento moderno de Portugal.

Todo o agrupamento humano cria o seu ambiente local que interfere com

o meio ambiente envolvente. A acção do Homem, por força de uma teia

de relações físicas e mentais, tende a procurar uma valorização do territó-

rio. Esta poderia ser, de resto, uma definição de cultura que, em geral, fun-

ciona como factor de resistência a qualquer mudança mesmo que dessa,

no fundo, possa resultar uma melhoria. As transformações podem ser

lentas, aparentemente insensíveis à percepção e escala humanas, ou mais

rápidas, por vezes bruscas até. E o último meio século foi, indubitavelmen-

te, um pouco por todo o Mundo, um palco de modificações importantes.

Uma dessas transformações assinaláveis deu-se no domínio das cidades,

quer na sua dimensão, quer nas suas funções. Hoje, as cidades dominam

e estruturam o espaço. Fazem-no tanto mais e tão mais longe quanto

maior for o seu poder demográfico, funcional e/ou político.

As cidades sempre organizaram a área envolvente e sempre absorveram,

também, território em seu proveito.

O “nascimento” da maior parte das tradicionais cidades portuguesas

radica em raízes militares ou militar-administrativas. Essa foi a lógica

que presidiu ao surgimento da cidade em Portugal. Estas funcionali-

dades estabeleceram a diferenciação entre pequenas cidades e vilas

que se tornaram importantes pela valorização dos terrenos agrícolas

e agro-pastoris à sua volta, as quais, muitas vezes, evoluíram para um

complemento manufactureiro.

Foi, então, deste modo que evoluiu o conceito de cidade em Portugal,

sem que houvesse qualquer tipo de relações entre os principais núcleos

urbanos portugueses, situação que se viria a alterar, paulatinamente, com

o surgimento dos caminhos-de-ferro, em finais do século XIX. O comboio

foi, portanto, responsável pela criação de uma malha urbana que ainda

hoje subsiste, não obstante uma certa “subalternização” imposta pelo

transporte rodoviário que, entretanto se tem vindo a subalternizar.

LINHA DO VALE DO VOUGA

ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

SANTA MARIA DA FEIRA

65

CAPÍTULO II CONHECIMENTO FÍSICO

Com uma maior multiplicidade de acessos, as cidades têm-se

desenvolvido e enriquecido do ponto de vista funcional: inicialmente

por acção da função “Indústria”, posteriormente por acção dos

“Serviços”, alguns dos quais determinantes para a atractividade e

fixação das populações e a sua maior “abertura”, como é o caso

da introdução e generalização do ensino superior.

Os núcleos e centros urbanos não são só organizadores

do espaço, delineando o seu crescimento, mas também

hierarquizam funções. Se em Portugal, a Indústria

raramente teve o impacto primordial que deteve

noutros países, como em Inglaterra, por exemplo, não

poderá, contudo ser menosprezada, nomeadamente,

no noroeste nacional e o seu prolongamento atlânti-

co até Coimbra (fazendo Santa Maria da Feira parte

integrante desta realidade) e em alguns nichos de

certa importância como na área de Leiria e no Algarve.

Nestes casos, a Indústria tem origens essencialmente

manufactureiras e é, muitas vezes, resultante de uma

longa evolução cuja origem se dilui no tempo.

Outro aspecto da organização das cidades diz respeito ao mundo

rural envolvente. A repartição regional e local das culturas, das

espécies florestais e dos efectivos pecuários está intimamente

relacionada, obviamente, a factores climáticos e pedológicos. No

entanto, é bastante influenciada por factores socioeconómicos: ao

lado de áreas agrícolas atrasadas podem encontrar-se explora-

ções “modernas e eficientes”, sendo esta uma das características

bem vincadas no Portugal de hoje, onde o espaço rural se

transforma a grande velocidade.

ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

EXPANSÃO POENTE DE SANTA MARIA DA FEIRA ÁREA CENTRAL DE CANEDO

CAPÍTULO I INTRÓITO

68

ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

O espaço é, cada vez mais, tridimensional (aprofunda-se à

medida que se escavam minas e abrem poços de petróleo, se

multiplicam túneis para a passagem de vias de comunicação, à

medida que se elevam as alturas dos edifícios), e tudo interligado

por redes de telecomunicações cada vez mais potentes, eficazes

e de acesso e utilização generalizados.

O mundo metamorfiza-se diariamente. Vivemos num meio cada

vez mais “emaranhado”, fruto de um adensar da complexidade

das relações internas estabelecidas. Graças ao desenvolvimento

impressionante das telecomunicações o mundo assume-se hoje

como uma autêntica “Aldeia Global”. É hoje, e cada vez mais, um

complexo sistema de relações. A este fenómeno em curso dá-se

o nome de Globalização e o mesmo é visível não só no ponto

de vista das telecomunicações ou da facilidade de se contactar

instantaneamente com alguém do outro lado do Globo terrestre,

mas sobretudo nos domínios económico-financeiro, energético e

político. Qualquer decisão tomada neste complexo espaço pode

ter (e tem frequentemente) efeitos a milhares de quilómetros de

distância, muitas vezes nefastos e reveladores de um

desconhecimento das especificidades e características únicas de

cada região.

É, pois, óbvio que o “desenho” do Mundo se alterou profun-

damente com a impressionante evolução da sociedade nos

tempos mais recentes. Ora, precisamente devido a esse factor,

é imperioso e imprescindível que se compreenda e conheça o

Mundo de uma forma aprofundada nos seus múltiplos aspectos,

com especial enfoque na sua História e Geografia, não só numa

perspectiva geral mas, em especial, nos desenvolvimentos sociais

e económicos já que, genericamente falando, se alguns aspectos

da Geografia podem explicar a distribuição das riquezas, é à

História e à valorização das técnicas que elas podem ser valori-

zadas. Ora, os particularismos regionais resultam, precisamente,

desta simbiose que se edifica ao longo do tempo.

Todo e qualquer espaço, deve ser organizado de forma a esbater

ou eliminar as necessidades da comunidade que acolhe. No

entanto, essa organização do espaço que se pretende, tem que

saber respeitar as indicações, potencialidades e limitações forne-

cidas pela Natureza e ser apoiada nas técnicas disponíveis, que a

ela se devem ajustar de modo a poder-se promover o necessário

equilíbrio entre o natural e humanizado.

Hoje (porventura bem mais do que no passado) Meio

e Homem são agentes maiores de uma relação que se

estreita progressivamente e cada vez mais. Assim de-

corre a uma escola Global, Continental, Nacional. Mas

assim decorre, também, a uma escala local. Conhecer,

perceber, explicar o presente de Santa Maria da Feira

é compreender esta história / relação Homem – Meio,

uma história de séculos, uma história com futuro.

69

CAPÍTULO II CONHECIMENTO FÍSICO

1. Geomorfologia

Do ponto de vista geomorfológico, o território português é parte

integrante da maior unidade morfoestrutural da Península, o

Maciço Antigo que, de Espanha, entra largamente no nosso país,

ocupando todo o Minho e Trás-os-Montes e a maior parte das

Beiras e do Alentejo, formando um troço de contornos aplanados

– a Meseta Ibérica. ROMARIZ

ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

PEDREIRA DE GRANITO

71

CAPÍTULO II CONHECIMENTO FÍSICO

A altitude média desse troço ronda dos 800/900 metros de

altitude e os 200/300, a norte e a sul, respectivamente, da Serra

da Estrela, que promove a separação entre a Meseta Norte e

a Meseta Sul. A Serra da Estrela, maior elevação de Portugal

Continental (1900 metros) corresponde a um horst que forma a

Cordilheira Central.

Sete décimos do território nacional são constituídos por rochas

pré-câmbricas e paleozóicas, com predomínio de xistos, granitos

e quartzitos. Por serem rochas muito antigas, sofreram uma longa

história de enrugamentos, deslocamentos e fracturação ao longo

de vários ciclos orogénicos, de entre os quais o ciclo Hercínico

imprimiu a orientação de conjunto e afloramentos das cristas

quartzíticas, principalmente no Norte, região mais fortemente

influenciado por estes movimentos.

Nas bordaduras centro-oeste e sul deste Maciço Antigo en-

contram-se as Orlas Sedimentares, cujos sedimentos variados,

sobretudo calcários e margas, assentam num substrato pouco

profundo e que sofreram várias fases de enrugamento e erosão.

O limite da Meseta com a Orla Sedimentar de Oeste corresponde,

grosso modo, a um limite estabelecido entre Aveiro e Tomar, de

acordo com a direcção Norte/Noroeste da linha de costa, em

contacto abrupto, rectilíneo a partir de Tomar, e sempre para

Ocidente, o contacto passa a fazer-se de forma muito irregular

(atingindo a Meseta, de dois a três quintos de largura de Portugal

ao longo do Alentejo) com as bacias Cenozóicas do Tejo e Sado,

grandes áreas de abatimento, cuja subsidência foi sendo gradual-

mente compensada pelo preenchimento com materiais detríticos,

essencialmente continentais (arenosos, cascalhentos, argilosos,

calcários lacustres, aluviões fluviais e fluviomarinhos), pouco

deslocados e transbordando sobre as rochas do Maciço Antigo.

A partir de Sines até à Orla Sedimentar Meridional, o Maciço Antigo

estende-se quase até ao mar, separado deste por uma estreita

fímbria de areias, e no Algarve, estende-se de lés a lés, tendo

como limite o sopé sul da Serra Algarvia, onde contacta de novo,

com os calcários e as margas Cenozóicas.

As rochas mais antigas de Portugal formam grupos litológicos

muito heterogéneos, profundamente transformados por força de

sucessivos episódios tectónicos e erosivos que os afectaram.

Estas rochas são de idade pré-câmbrica, quer seja a denominada

“Série Negra”, como alguns gneisses, quartzitos e vulcanitos do

Nordeste Alentejano, ou o Complexo Xisto-Grauváquico Ante-

-Ordovícico com grandes extensões de xisto na Beira e no Leste

do Douro.

No decurso do Mesozóico, inicia-se o ciclo da orogenia alpina,

embora os principais impulsos compressivos tenham ocorrido no

Cenozóico, sendo muito atenuado nesta área da Península Ibérica

(devido ao afastamento em relação ao centro da actividade) apenas

são característicos nos relevos da Arrábida, essencialmente pela sua

direcção NNE/WSW e pelo intenso dobramento dos seus materiais.

Na passagem do Mesozóico para o Cenozóico, dá-se uma

acentuada actividade magmática, responsável pela génese dos

maciços de Sintra, Sines e Monchique e, posteriormente, na região

de Lisboa, originando derrames de lava basáltica e episódios de

fases explosivas. Este final de período foi ainda marcado por uma

72

ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

emersão generalizada do território, que continuou a ser retocado

por agentes diversos, sobretudo paleoclimáticos Quaternários, de

grande importância e ainda hoje visíveis na paisagem através de

unidades como praias levantadas, terraços fluviais, vales em U e

depósitos grosseiros.

No Pliocénico estabeleceu-se a plataforma litoral e a actual rede

hidrográfica.

O Miocénico foi caracterizado por intrusões marinhas que atin-

giram as bacias litorais, nomeadamente a Bacia do Tejo e do

Sado, atingindo áreas tão longínquas como Ferreira do Alentejo

ou Vendas Novas. A partir do final deste período, as tensões tec-

tónicas resultam do choque entre as placas eurasiática e africana,

originando o basculamento da Península para Sudoeste.

A energia libertada pelas numerosas falhas activas que atraves-

sam o território português, ou que se encontram próximo dele,

podem originar sismos de intensidade variável. Portugal é consi-

derado como uma área de risco de sismicidade moderada.

No entanto, vários episódios ocorreram em que se registaram

elevadas sismicidades.

Desses episódios, o mais catastrófico nos seus efeitos destrutivos

foi o de 1 de Novembro de 1755, ficando célebre como o

“Terramoto de Lisboa”. O último abalo importante registado

ocorreu em 28 de Fevereiro de 1969, tendo o sismo atingido uma

magnitude de 7,2 na escala de Richter, e sido sentido em todo o

Continente, em especial na Costa Atlântica e no ocidente Algarvio.

Embora de risco moderado, no território continental português

são registados diariamente pequenos e médios abalos sísmicos

que indiciam uma actividade sísmica activa.

Todo o relevo é resultado, num dado contexto geológico, da

acção dos agentes erosivos sobre as estruturas. A Península

Ibérica é, no seu conjunto, uma área de terras altas, fendidas pelas

bacias mais importantes. De um modo geral, o relevo português

caracteriza-se pela concentração no norte de mais de 95% das

áreas de altitude superior a 400 metros e de todos os cimos supe-

riores a 1000 metros, que, muitas vezes, se erguem abruptamente

na paisagem a menos de 50 quilómetros da linha de costa actual.

No sul, o relevo caracteriza-se pela predominância de terras

baixas e aplanadas, onde, acima dos 500 metros só persistem

alguns relevos mais resistentes à erosão como os sinclinais de

S. Mamede e as cristas quartzíticas do Marvão, no Nordeste

Alentejano, as corneanas de Évora e o maciço eruptivo de

Monchique, no sudeste algarvio.

O Concelho de Santa Maria da Feira, situado no

contexto do centro litoral norte do país é, do ponto

de vista geomorfológico, uma região de transição

entre os acentuados e muito antigos relevos do extre-

mo ocidental da Meseta Ibérica e os solos recentes,

Terciários e Quaternários, que confinam com a Orla

Marítima, constituindo-se em anfiteatro fronteiro ao

Oceano Atlântico.

73

CAPÍTULO II CONHECIMENTO FÍSICO

2. Hipsometria A carta hipsométrica do concelho revela um relevo irregular em

que a altitude pode variar entre os 50 e os 450 metros.

Na zona poente, faixa que se estende desde o Oceano Atlântico

até à Linha de Festo coincidente com o traçado da Estrada

Nacional N.º 1, no concelho de Santa Maria da Feira, a altitude

varia entre os 50 e os 250/300 metros. Nesta zona estão com-

preendidas as cotas menos elevadas do concelho e o relevo é

nitidamente menos acidentado.

Ao longo da cumeada coincidente com o traçado da Estrada

Nacional N.º 1, constata-se que as altitudes vão aumentando de

Norte para Sul. No limite da freguesia de Nogueira da Regedoura

com Argoncilhe, a altitude máxima situa-se próximo dos 200 m,

ao passo que a Sul, entre o limite de S. João de Ver e Caldas de

S. Jorge, e entre Sanfins e Pigeiros a altitude situa-se próxima

dos 300 m, atingindo um máximo de 325 m em S. João de Ver.

A nascente localiza-se as zonas mais elevadas do concelho. As

altitudes atingem os 450 m próximo das nascentes do Rio Inha,

no limite de Romariz com o concelho de Arouca e na cumeada

que define o limite do concelho da Santa Maria da Feira com os

concelhos de Gondomar, Castelo de Paiva e Arouca, local deno-

minado, os quatro concelhos.

A depressão que se localiza no centro do concelho corresponde

aos limites das freguesias de Fiães e Lobão e prolonga-se para

norte para as freguesias de Sanguedo e Vila Maior. É uma unidade

geomorfológica bastante importante no concelho, uma vez que,

nesta área conjugam-se terrenos planos e deprimidos, constituin-

do o vale com maior dimensão do concelho, atravessado pelo

rio Uíma. A altimetria pode variar entre os 125 e os 150 metros

no fundo do vale. Verifica-se ainda uma depressão a nordeste do

concelho, concordante com o vale do rio Inha, no entanto, não é

tão significativa como a depressão associada ao Vale do Uíma.

74

ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

CARTA HIPSOMÉTRICA

75

CAPÍTULO II CONHECIMENTO FÍSICO

com inicio na cumeada coincidente com a Estrada Nacional N.º1.

As zonas de cumeada concordantes com a Estrada Nacional

N.º1 e com a Linha de Festo que divide as bacias hidrográficas do

Rio Uíma e do Rio Inha, revelam-se áreas altas, alongadas e com

declives bastante suaves.

O relevo apresenta um vale mais encaixado com desníveis mais

abruptos, podendo as cotas variar entre os 50/75 m junto ao vale

do Douro e os 125 metros junto ao limite norte da freguesia do

Vale com Canedo.

Salienta-se o facto de na parte Oeste do território predominarem

as encostas voltadas a Noroeste. Nesta mesma área concelhia é

notória ainda a alternância das encostas voltadas a Noroeste com

as encostas voltadas a Sul, Sudoeste e Sudeste.

Na parte Central do Município as vertentes encontram-se maiori-

tariamente expostas a Nordeste e a Este, enquanto que no Nor-

deste do Concelho não é notória uma orientação predominante,

verificando-se terrenos expostos nas diversas orientações.

A carta de declives evidencia mais uma vez um con-

celho com fortes assimetrias no que diz respeito ao

relevo. As assimetrias mais evidentes são as mesmas

verificadas através da carta hipsométrica. A poente

constata-se que o relevo tem declives mais suaves, que

podem variar entre os 0-4%, atingindo em algumas

áreas os 8% e esporadicamente os 16% nas zonas pró-

ximas à cumeada. Por sua vez, a nascente, dominam

relevos com declives mais acentuados, que variam en-

tre os 8-16%, atingindo com frequência os 16 e os 30%.

A depressão que se localiza no centro do concelho correspon-

dente aos limites das freguesia de Fiães/Lobão (Vale do Rio Uíma)

apresenta declives muito suaves (0-4%), contrastando com as

encostas que a circunscrevem, das quais, se destaca a vertente

CARTA DE DECLIVESATÉ 4%

ENTRE 5% E 8%

ENTRE 9% E 16%

SUPERIOR A 17%

76

ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

3. Hidrologia Do ponto de vista hidrológico, o concelho de Santa Maria da Feira

localiza-se na fronteira de duas grandes bacias hidrográficas: a

bacia do Douro (de dimensão internacional) e a Bacia do Vouga.

A divisória entre estas duas unidades é constituída por uma

série de linhas de cumeada, de direcção N/NW-S/SE, em que a

principal acompanha o traçado da EN1, com inflexão para NE/

SW, no Sul do concelho, em Milheirós de Poiares e Romariz, com

prolongamento para o interior do território – Arouca.

A estas duas grandes bacias nacionais, associam-se várias sub-

bacias do concelho de Santa Maria da Feira. As sub-bacias do

Rio Uíma, do Rio Inha e da Ribeira de Mosteiro integram a bacia

do Douro. As sub-bacias da Ribeira do Cáster e do Rio Ul

integram a bacia do Vouga e confluem para a Ria de Aveiro.

RIO UÍMA – LUGAR DA GAETA

77

CAPÍTULO II CONHECIMENTO FÍSICO

CARTA DA REDE HIDROGRÁFICA

78

ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

As bacias da Ribeira do Mocho e da Ribeira de Silvalde desembo-

cam directamente no Oceano Atlântico, no concelho de Espi-

nho. As Bacias da Ribeira da Remolha e da Ribeira de Rio Maior

desaguam na Lagoa de Paramos, na fronteira entre Espinho e

Esmoriz (concelho de Ovar). Associam-se ainda as sub-bacias da

Ribeira da Lage e da Ribeira da Senhora da Graça, sub-bacias da

sub-bacia do Cáster e a sub-bacia da Ribeira de Beire, sub-bacia

da sub-bacia da Remolha.

Do ponto de vista morfológico, o território é caracterizado por

12 bacias hidrográficas. Oito delas dirigem-se de nascente para

poente, três têm sentido de escoamento de Sul para Norte e uma

de Norte para Sul.

As bacias do concelho de Santa Maria da Feira apre-

sentam características distintas, tanto ao nível da

forma, como da ocupação e uso do solo, influenciando

o escoamento e o território em que estão inseridas.

RIO UÍMA – CALDAS DE S. JORGE

79

CAPÍTULO II CONHECIMENTO FÍSICO

ENVOLVENTE DAS TERMAS DE S. JORGE

80

ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

81

CAPÍTULO II CONHECIMENTO FÍSICO

CARTA DAS BACIAS HIDROGRÁFICAS

82

ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

Geologia No que diz respeito à constituição geológica do Concelho de

Santa Maria da Feira, predominam de granitos e rochas do

Complexo Xisto-Grauváquico Ante-Ordovícico. Este complexo

apresenta uma distribuição diversificada no concelho, salientando-

-se os xistos bióticos a piroblásticos na freguesia do Souto e Tra-

vanca, os gneisses em Escapães, os grauvaques em Mosteirô e os

xistos esteaurolíticos em Canedo, Vila Maior, Lobão, Vale e Gião.

Existem afloramentos de Migmatites, Gneisses e Micaxistos em

grande parte do território, que surgiram por acção de um antigo

mar, testemunhado pela existência do Complexo Xisto-Grauvá-

quico Ante-Ordovícico. Estas rochas são constituídas quer por

granitos porfiróides de grão grosseiro e médio nas freguesia das

Caldas de São Jorge e Sanguedo, quer por granitos não porfirói-

des de grão médio, de duas micas, nas imediações das freguesia

de Guisande, Lobão e Romariz.

4.

83

CAPÍTULO II CONHECIMENTO FÍSICO

CARTA GEOLÓGICA

Fonte:Instituto Geológico e Mineiro - IGM

84

ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

Na proximidade das ribeiras existem também depósitos de praias

antigas e terraços fluviais Plio-Plistocénicos, nomeadamente os

vales junto às freguesias de Nogueira da Regedoura, Oleiros,

Paços de Brandão, Rio Meão, Espargo, Santa Maria da Feira,

Travanca e Souto que, por sua vez, são as freguesias onde os

solos são mais férteis.

Os aluviões surgem no Vale do Rio Uíma e na Ribeira de Cáster e

os filões aplito-pegmatíticos em São João de Ver.

Observa-se ainda uma grande mancha de rochas eruptivas que

atingem os extremos das freguesias de Argoncilhe e Romariz,

tendo a direcção de Noroeste-Sudoeste.

O comportamento litológico, associado à realidade morfológica, é

um dos factores de forte incidência no clima, na cobertura vegetal

e mesmo no tipo de ocupação humana. Esta caracterização é

propiciadora de iguais contrastes climatéricos com precipitação

moderada na zona litoral e um aumento para Nordeste, verifican-

do-se Invernos suaves e pluviosos e Verões relativamente quentes

e sem chuvas.

A principal linha de festo (coincidente com a EN1) divide o Con-

celho em duas áreas distintas. Assim, no Inverno, para nascente

dessa linha os valores de precipitação são mais elevados, sendo

mais baixos nas freguesias a poente. Este factor está relacionado

com a maior proximidade ao Atlântico, bem como com as formas

de relevo mais acentuadas aí existentes (chuvas orográficas). A

temperatura é mais elevada a poente e mais baixa a nascente.

Desta forma é de salientar que a amenidade do clima e a influên-

cia marítima é decrescente à medida que se avança para o inte-

rior, possibilitando, sobretudo nos vales e encostas viradas a sul,

a existência de vegetação muito diversificada.

No município em estudo os factores físicos, em conjugação com

a acção antrópica, causaram acções sobre a paisagem que mani-

festaram reflexos na repartição e composição florística. A pressão

demográfica nos solos com aptidão agrícola originou o recuo da

floresta e o não aproveitamento dos resíduos florestais contribui

para situações que levam à ocorrência de fogos florestais com

mais frequência nos últimos anos.

Desta forma, no Concelho de Santa Maria da Feira

predominam as formações Plio-Plistocénicas a Oeste,

enquanto que no restante território se podem observar

afloramentos de Migmatites, Gneisses e Micaxistos.

85

CAPÍTULO II CONHECIMENTO FÍSICO

5. Climatologia

Portugal Continental forma um rectângulo muito alongado no

sentido Norte – Sul, localizado no Hemisfério Norte, sendo igual-

mente, o mais Ocidental Estado político do Continente Europeu.

As dimensões deste rectângulo oscilam entre os 848 km de

comprimento e os 250 de largura, situado entre os 42º9’ e 36º57’

de Latitude Norte e 6º11’ e 9º30’ de Longitude Oeste.

Os dois factores que mais influenciam o clima de Portugal Conti-

nental são a sua posição geográfica e as características fisiográ-

ficas, essencialmente devido à posição meridional da Península

Ibérica entre a zona temperada do Hemisfério Norte e o limite

setentrional da zona de altas pressões subtropicais. Em conse-

quência, o clima da Península Ibérica é bastante influenciado por

essas deslocações em latitude (sentido norte durante o Verão e

sul durante o Inverno). Este facto determina a existência de uma

acentuada sazonalidade na distribuição das precipitações.

Todavia, o contraste é menos evidente no Norte de Portugal e de

Espanha, sendo os Verões moderadamente chuvosos.

A fisionomia do país é, indelevelmente, influenciada pela existência

de uma fachada atlântica que influi sobre as condições naturais

do país já que a proximidade do mar proporciona a existência de

um clima mais húmido do que no resto do país e, por isso mes-

mo, possibilita a existência de solos mais profundos, abrindo uma

maior variedade de espécies cultiváveis e cultivadas. Por outro

lado, a presença desta estreita faixa possibilitou, ainda a existên-

cia de um eixo de comunicação norte-sul aproveitado pela

população densa e dispersa que, à medida do desenvolvimento

da sua própria cultura, soube aproveitar os recursos naturais exis-

tentes no mar em seu benefício, favorecendo, ainda, uma saída

para o mar que, sendo traiçoeiro muitas vezes, foi elemento de

primordial importância ao longo da sua história.

86

ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

Este teor atlântico que domina todo o ocidente do país, vai-se

esvaindo à medida que se caminha para leste, tornando-se mais

seco e menos temperado, os campos tornam-se “dourados” no

início do Verão, quente e seco, a população diminui e agrupa-se:

é um Portugal quase continental a norte e mediterrânico a sul.

O clima é definido por uma série de valores médios ou normais

da atmosfera, num dado lugar durante um período de tempo re-

lativamente longo. O 1.º Congresso Internacional de Meteorologia

fixou esse período em 30 anos, iniciando as séries em 1901. Não

raras vezes, o termo “clima” é, erradamente, confundido, com o

conceito de “tempo” que mais não é do que a síntese de estado e

de fenómenos atmosféricos num lugar e num dado momento. Às

combinações meteorológicas mais usuais dá-se o nome de tipos

de tempo.

Os elementos mais importantes para o Clima são a precipitação, a

humidade, a pressão atmosférica, o vento, a exposição solar,

sendo que as suas variadas combinações originam diferentes

situações de tempo sentidas pelo Homem e condicionando até a

própria subsistência ou a subsistência das suas actividades.

O clima é um dos mais importantes factores que con-

tribuem para a formação das paisagens pois, defi-

ne, por exemplo, o comportamento dos rios, ajuda a

“fazer” os solos preparando os mosaicos de vegetação,

concorrendo, ainda hoje, e de forma muito activa,

para a definição dos tipos de agricultura.

O tempo de uma região varia não só ao longo do ano (em con-

sequência do movimento de translação da Terra em torno do

Sol), como ao longo do dia, por força do movimento de rotação.

Para além desta variabilidade cíclica, há que ter em linha de conta

variações não periódicas, como a variação da radiação solar ou

da transparência da atmosfera terrestre.

Em Portugal, as condições gerais da circulação atmosférica provo-

cam uma sensível diminuição da precipitação anual de norte para

sul do continente, facto esse reforçado pela assimetria orográfica.

O norte português é, simultaneamente, mais montanhoso e, muito

por força dessa característica conjugada com a circulação geral

atmosférica, mais chuvoso que o sul.

A barreira de condensação do Norte e o afastamento ao litoral

provocam menos queda de chuva também no interior, facto esse

facilmente comprovado com a análise da muito encaixada rede

hidrográfica do Douro.

A distribuição espacial das precipitações em Portugal é bastante

desigual. Em oposição às áreas extremamente pluviosas existen-

tes no noroeste (precipitações anuais superiores a 2000 mm, por

exemplo, 3500 mm na Serra do Gerês), encontram-se as áreas

correspondentes às planícies alentejanas e alguns vales xero-

térmicos do Alto Douro, onde a precipitação anual pode nem

atingir os 500 mm.

87

CAPÍTULO II CONHECIMENTO FÍSICO

Relativamente à distribuição sazonal da precipitação, esta segue,

genericamente, o padrão tipicamente associado ao clima mediter-

rânico, onde existe um período estival marcadamente seco.

A única excepção reside do noroeste e em algumas áreas monta-

nhosas do norte e centro, onde é possível reconhecer a existência

de condições climáticas de características temperadas.

Esta gradação Norte / Sul é também evidente na análise da distri-

buição do número de dias com precipitação igual ou superior a

1 mm, concentrando-se a maior parte desses dias na região

norte.

A precipitação é um dos elementos mais importantes na

definição do clima. Define-se como a quantidade de água que é

transferida da atmosfera para a superfície da Terra, seja no estado

líquido ou sólido, nas formas da chuva, neve ou granizo. A preci-

pitação depende de alguns factores, nomeadamente a altitude,

orografia e época temporal.

A temperatura média do ar evolui em sentido contrário ao da

realidade observada ao nível da precipitação. Dito de outra forma,

aumenta de norte para sul, onde as amplitudes térmicas são

maiores. Evolução idêntica se regista entre as temperaturas do

litoral (sempre mais amenas) e do interior (com amplitudes

térmicas muito mais elevadas). As áreas montanhosas do norte,

ilhas de frescura ao longo dos meses de Verão e no Inverno

atingem as temperaturas mais baixas, sendo elevado o risco de

geada, fenómeno praticamente desconhecido a sul do Tejo e em

todo o litoral.

A humidade relativa tem uma distribuição regional pouco mar-

cada de Inverno e uma diminuição acentuada, paralela ao litoral,

nos meses de Verão.

O vento (ou movimentos horizontais de ar) é outro elemento de

clima que interfere muito directamente com o sentimento de

conforto sentido pelo Homem. Como nos demais indicadores

referidos, também neste aspecto, Portugal é um país de

contrastes. As direcções e intensidades do vento são variáveis,

em correlação importante com a orientação do relevo e os seis

alinhamentos, no interior, sendo mais vincadas as direcções norte

e noroeste no litoral do país.

As frentes separam massas de ar de densidades diferentes. Pela

sua posição o Continente e o Arquipélago dos Açores estão mais

sujeitos à passagem de frentes no Inverno que no Verão.

A irregularidade do tempo é uma característica do clima no conti-

nente, tanto na temperatura como na pluviosidade. Ocorrem anos

de secas intensas (que tanto podem ser generalizadas a todo

o território ou só afectar apenas determinadas regiões) e com

muita frequência, especialmente no Outono, crises de elevada

precipitação, provocadas pela passagem de frentes frias e, se

na maior parte dos casos são episódios localizados e de curtas

durações, vezes há em que se prolongam no tempo, originando

cheias e inundações, destacando-se os Outonos de 1978/1979,

1989/1990 e 1995/1996.

88

ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

O período Outono/Inverno de 2000/2001 caracterizou-se por

valores muito altos de precipitação, na Região Norte e Centro.

Uma análise comparativa em relação aos valores normais de

1961/1991 dita-nos um aumento de 44% desses valores em Faro

e de 272% nas Penhas Douradas, no mês de Novembro, enquan-

to que Dezembro foi, para a maioria das estações do Continente,

o mês mais chuvoso da década de 1991/2000.

As características do clima Português e a sua evolução ao longo

do ano dependem essencialmente da posição marginal do país

em relação ao Oceano Atlântico. As variações regionais serão,

por isso, o resultado do gradiente de latitudes Norte – Sul e da

distância ao litoral, numa direcção Oeste – Este.

De uma forma sintética, poder-se-á dizer que a precipitação

no concelho de Santa Maria da Feira se concentra no período

compreendido entre Outubro e Março. Entre Abril e Setembro,

o regime é mais seco, com especial destaque para os meses

de Julho e Agosto. A sazonalidade das precipitações obedece a

um padrão típico, com elevada precipitação no Outono e Inverno

e baixa no Verão. Os dados obtidos permitem observar que a

precipitação anual é de 1235,5 mm na Estação Meteorológica de

Estarreja e 1151,5 mm na Estação Meteorológica do Porto. Ora,

por inferência, os dados de precipitação de Santa Maria da Feira

(situado entre as referidas estações meteorológicas), deveria ser

aproximadamente semelhante aos dados referidos. No entanto,

os dados recolhidos da Estação Udométrica de Fiães permitem

verificar que a precipitação anual dessa estação atinge

os 1664,0 mm, ou seja, valores bem mais elevados que no Porto

e em Estarreja.

Ora, esta realidade está, claramente, associada ao relevo, sendo

este o factor que justifica as diferenças entre as estações. Deste

modo, poder-se-á referir que esta é uma região chuvosa, sendo

as chuvas, portanto, tipicamente orográficas.

Do mapa de distribuição no território concelhio é notória a exis-

tência da razão de proporcionalidade directa entre a precipitação,

altitude e os ventos dominantes de oeste. É nas zonas de maior

altitude, nomeadamente no eixo que inclui as freguesias de

Pigeiros, Milheirós de Poiares e Romariz, com altitude superior ou

igual a 300 metros com progressão para sudeste, onde se

verificam valores mais elevados de precipitação média anual,

1600 – 2000 mm. No centro do concelho, os valores de precipi-

tação média anual são de 1400 – 1600 mm e na zona litoral do

concelho os valores são de 1200 – 1400 mm. Em relação à

distribuição do número médio de dias no ano em que ocorre

precipitação, verifica-se que o mesmo é uniforme no concelho,

entre 75 e 100 dias que corresponde a 25 a 27% dos dias do ano

em que a precipitação é superior a 0,1 mm.

O concelho de Santa Maria da Feira encontra-se na região

norte de Portugal Continental e, tal como todo o país, vê o

seu clima ser regulado por esse agente decisivo na determi-

nação do clima das regiões e do país: o Atlântico.

89

CAPÍTULO II CONHECIMENTO FÍSICO

ENTRE 1200 E 1400 MM

ENTRE 1400 E 1600 MM

ENTRE 1600 E 2000 MM

PRECIPITAÇÃO MÉDIA ANUAL

Fonte: Atlas Digital do AmbienteAgência Portuguesa do Ambiente

90

ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

ENTRE 400 E 600 MM

ENTRE 600 E 800 MM

ENTRE 800 E 1000 MM

ESCOAMENTO MÉDIO ANUAL

Fonte: Atlas Digital do AmbienteAgência Portuguesa do Ambiente

CAPÍTULO II CONHECIMENTO FÍSICO

A par da precipitação, a temperatura do ar é um dos elementos

de maior relevo na caracterização do clima, encontrando-se con-

dicionado tanto por factores locais como por factores de carácter

mais geral. Em conjunto, a precipitação e a temperatura exercem

influência na distribuição das plantas e em todo o ciclo hidrológico.

A quantidade de radiação solar, latitude, exposição, relevo, incli-

nação e proximidade / afastamento a corpos de água assumem-

-se como os principais factores que influenciam a temperatura.

O clima de Santa Maria da Feira caracteriza-se pela

existência de Verões relativamente quentes e de Inver-

nos suaves e húmidos.

Os valores médios anuais da temperatura média do ar variam

entre um mínimo de 12,5 – 15 ºC na zona alta do interior do

concelho e na zona litoral, e um máximo de 15 – 16ºC na zona

central. Os valores da temperatura média mensal variam regular-

mente durante o ano, atingindo o valor médio máximo em Julho/

Agosto e um valor médio mínimo em Dezembro/Janeiro.

No Verão, os valores médios da temperatura máxima do ar variam

entre os 25-26ºC e no Inverno, os valores médios da temperatura

mínima variam entre os 5-6ºC.

Até Julho há um aumento da temperatura, verificando-se neste mês

as temperaturas mais elevadas. O mês de Julho é o mês que regista

valores médios mais elevados de temperatura máxima média, tem-

peratura mínima média e temperatura média média, com respectiva-

mente, 24,8ºC, 14,8ºC e 19,8ºC, para a Estação do Porto / Serra do

Pilar e 24,9ºC, 13,3ºC e 19,1ºC para a estação de Estarreja.

ENTRE 12,5 E 15,0 C

ENTRE 15,0 E 16,0 C

TEMPERATURA MÉDIA ANUAL

Fonte: Atlas Digital do AmbienteAgência Portuguesa do Ambiente

91

ºº

92

ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

Desde meados de Julho até ao final do ano observa-se uma

diminuição progressiva da temperatura. A amplitude térmica das

estações é de 10,5ºC no Porto / Serra do Pilar e de 10,3ºC em

Estarreja. A temperatura média anual é de 14,4ºC e de 13,9ºC,

respectivamente, para as estações do Porto / Serra do Pilar e

Estarreja. Os registos obtidos permitem ainda constatar que nos

meses de Julho, Agosto e Setembro a amplitude térmica é maior.

As menores amplitudes são registadas nos meses de Janeiro.

Intimamente relacionado com a temperatura está a evaporação.

De um modo geral, esta corresponde à transferência do vapor de

água a partir da superfície terrestre para a atmosfera. Depende,

essencialmente, da temperatura e do vento. Quanto maior for a

temperatura de uma superfície mais facilmente as moléculas de

água conseguem passar do estado líquido para o gasoso, graças

ao aumento de energia cinética provocado pela radiação incidente.

Também o vento pode contribuir para o aumento da evaporação

na medida em que, quando este se faz sentir, a camada de inter-

face ar / água é constantemente renovada facilitando a passagem

de moléculas do estado líquido para o estado gasoso.

Relativamente à evolução da evaporação ao longo dos meses

do ano, é possível verificar que, a par da temperatura, a varia-

ção é intensamente proporcional à da precipitação. As taxas de

evaporação mais elevadas são obtidas no Verão, especialmente

nos meses de Julho e Agosto. Os valores de maior evaporação

correspondem a 100,2 e 132,9 mm, para as Estações do Porto /

Serra do Pilar e Estarreja respectivamente. Por outro lado, os valo-

res mais baixos de evaporação registam-se no mês de Dezembro,

com 46,7 mm na Estação do Porto / Serra do Pilar e 52,5 mm

para a Estação de Estarreja.

93

CAPÍTULO II CONHECIMENTO FÍSICO

A evapotranspiração real fornece os valores (normalmente em

milímetros, no intervalo de tempo considerado) de quantidade de

água transferida para a atmosfera por evaporação e transpiração.

A humidade do ar corresponde à quantidade de vapor de água

existente na atmosfera. A avaliação da humidade do ar é realizada

por intermédio de vários índices, nomeadamente através da

humidade relativa, que corresponde à razão entre a tensão

actual do vapor de água e a tensão de saturação para a mesma

temperatura. Os valores de humidade relativa expressam-se em

percentagem em que 0% corresponde a ar completamente seco

e 100% a ar saturado de vapor de água.

As variações de humidade relativa do ar são principalmente

condicionadas pelas variações da temperatura, altitude (pressão

atmosférica) e proximidade ao oceano.

No concelho de Santa Maria da Feira verifica-se uma

faixa litoral em que a humidade média anual é mais ele-

vada, registando-se valores de 80 a 85% de humidade do

ar. Para o interior do concelho os valores descem para

os 75 a 80%. Esta diferença de valores médios anuais é

justificada, na faixa oeste, pela proximidade do Oceano

sob a influência de massas de ar muito húmidas.

Os maiores valores de humidade relativa do ar registam-se nos

meses mais frios e chuvosos, ou seja, durante a estação húmida. É

na estação do Porto / Serra do Pilar que se registam os valores mais

elevados de humidade relativa do ar. Durante o Verão, os valores de

humidade relativa do ar são menores do que aqueles registados no

Inverno. As diferenças na humidade relativa do ar entre as estações

de referência (Porto / Serra do Pilar e Estarreja) são menos acentua-

das no período matinal.

94

ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

ENTRE 1 E 5 DIAS

ENTRE 5 E 10 DIAS

ENTRE 10 E 20 DIAS

NÚMERO MÉDIO DE DIAS COM GEADA

Fonte: Atlas Digital do AmbienteAgência Portuguesa do Ambiente

95

CAPÍTULO II CONHECIMENTO FÍSICO

A geada é um hidrometeoro que se encontra intimamente

relacionado com as condições meteorológicas vigentes entre o

final da tarde e o início da manhã. A ocorrência e a intensidade

destes fenómenos encontram-se relacionadas com diversos

factores, nomeadamente a estabilidade do ar, a temperatura, a

rugosidade e microtopografia, a cobertura do solo, existência de

massas de água e transparência da atmosfera. De acordo com os

dados da estação do Porto / Serra do Pilar, existe em média 14,2

dias com ocorrência de geada. Relativamente ao concelho de

Santa Maria da Feira, os dias com geada decrescem de Nordeste

para Sudeste. Na zona Nordeste do concelho o número médio de

dias no ano com temperaturas inferiores a 0ºC varia entre os 10 e

20 dias. Na zona central do concelho varia entre os 5 e 10 dias. A

zona Sudoeste é a zona onde se registam menos dias com

temperaturas negativas, 1 a 5 dias.

A ocorrência de geada é registada entre Outubro e Abril. No

entanto, são os meses de Dezembro e Janeiro que apresentam

maior número de dias com ocorrência de geada.

A insolação corresponde ao período de tempo em que o sol se

encontra a descoberto. Quanto menor for a quantidade de nuvens

maior será a insolação.

De acordo com os dados disponíveis, a insolação média anual é

de cerca de 2582 horas. O mês de maior insolação, com pouco

mais de 328 horas de sol, é o mês de Julho. De facto, a insolação

tende a crescer desde Janeiro (onde atinge o valor mínimo de 126

horas) até Julho, voltando depois a decrescer.

O valor médio de insolação decresce no país, em termos gerais,

de sul para norte, com a altitude, e de leste para oeste. Na região

em que se localiza o concelho os menores valores de insolação

verificam-se a sudeste entre 2400 a 2500 horas. O maior número

de horas de horas de sol verifica-se no sector Norte / Noroeste,

com valores compreendidos entre as 2600 a 2700 horas. Na faixa

central de Santa Maria da Feira registam-se valores médios de

2500 a 2600 horas.

96

ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

ENTRE 2400 E 2500 HORAS

ENTRE 2500 E 2600 HORAS

ENTRE 2600 E 2700 HORAS

NÚMERO MÉDIO DE DIAS COM GEADA

Fonte: Atlas Digital do AmbienteAgência Portuguesa do Ambiente

97

CAPÍTULO II CONHECIMENTO FÍSICO

Designa-se por vento o deslocamento horizontal do ar em rela-

ção à superfície do globo terrestre. A principal causa de formação

de vento encontra-se com a desigual distribuição horizontal da

pressão atmosférica. A pressão atmosférica representa uma força

que desloca o ar de modo a poder-se estabelecer equilíbrio.

Quase todas as regiões da Terra encontram-se sujeitas a ventos

que afectam zonas relativamente reduzidas, sendo, por isso,

designados como ventos locais, que ocorrem sempre que exista

uma diferença de temperatura entre duas regiões contíguas,

como por exemplo, o mar e a terra.

Devido à inexistência de dados para o concelho de

Santa Maria da Feira dever-se-á optar por considerar

os valores encontrados pela Estação Meteorológica

mais próxima (Porto / Serra do Pilar) como sendo os

mais coadunados com a realidade do município. Deste

modo, a velocidade média dos ventos em todos os qua-

drantes pode considerar-se como sendo fraca, embora

seja de Noroeste e de Sul que se registam as maiores

velocidades, com valores próximos dos 25 km/hora.

Os ventos mais frequentes sopram de Este (25%) e de NW (/20%)

e os menos frequentes de NE. No entanto, se associarmos a

frequência dos ventos de NW com os de W, estes totalizam cerca

de 40%. Por sua vez os ventos de E, embora com grande

percentagem de frequência de ventos, não são considerados

fortes, visto que a velocidade média anual assume valores na

ordem dos 15 km/h.

Quando a velocidade do vento é igual ou inferior a 1 km/h, sem

rumo determinável, diz-se que há calma. A calma assume um

valor baixo de 3,8%.

Figura - Vento (valores médios anuais) – Normais Climatológicas (1961 – 1990)Fonte: Instituto de Meteorologia

PORTO/SERRA DO PILAR (546)LAT. 41º08’N, LONG. 08º36’W, ALT. 93M

CALMA: 3,8% FREQUÊNCIA (%) VELOCIDADE (KM/H)

NE

EW

NW

SW SE

S

0

5

10

15

20

25

98

ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

99

CAPÍTULO I INTRÓITO

IIICONHECIMENTO

HUMANO

101

CAPÍTULO III CONHECIMENTO HUMANO

1. Origens de um povoamento, histórias de um povo

O território português tem vindo a ser “edificado” desde há

milhares de anos e o Portugal de hoje é, sem dúvida, o resultado

de um infindável número de contributos fornecidos por um vasto

número de povos e civilizações. Ao longo dos muitos séculos de

Historia do mais ocidental país Europeu, muitos foram os contri-

butos deixados pelos Visigodos, Celtas, Romano, Muçulmanos…

todos eles responsáveis por uma História rica e diversificada,

traduzida e vertida no nosso património arquitectónico, na Cultura

e tradições de um povo… na Língua Portuguesa.DISTRIBUIÇÃO DAS FEIRAS MEDIEVAIS NO NORTE DE PORTUGAL (SEGUNDO V. RAU, 174, 1983)

102

ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

Embora durante séculos Portugal tenha vivido de costas voltadas

para o imenso Oceano que abraça o território, a presença do

mar ajuda a explicar muito do modelo de organização do espaço

português.

Ao longo de todo o século XX (com especial ênfase para a segun-

da metade) as cidades portuguesas foram enriquecidas pelo sur-

gimento e adensamento de uma multiplicidade de acessos, pelo

desenvolvimento de funcionalidades (primeiro a Indústria, depois

os serviços) que têm grande capacidade de fixação das pessoas.

Dito de outra forma, o modelo de organização demográfico portu-

guês acompanha, desde sempre, o modelo de desenvolvimento

socioeconómico das suas regiões. As populações tendem a

localizar-se próximo dos principais pólos produtores dos países e

103

CAPÍTULO III CONHECIMENTO HUMANO

das regiões, aproximando-se, assim, do emprego, da riqueza e, de

uma maneira geral, da qualidade de vida, conforto e bem-estar.

Ora, foi precisamente no referido “emaranhado” de

influências e confluências de povos que se situam as

“Terras de Santa Maria”, “berço” do actual município

de Santa Maria da Feira. Uma designação antiga e que

remonta ao século XI, aludindo aos actuais concelhos

de Albergaria-a-Velha, Arouca, Castelo de Paiva,

Espinho, Estarreja, Gondomar, Murtosa, Oliveira de

Azeméis, Ovar, S. João da Madeira, Santa Maria da

Feira, Sever do Vouga, Vale de Cambra e Vila Nova de

Gaia. Uma região com uma longa história… uma his-

tória que se confunde com a própria nacionalidade.

PORTO CARVOEIRO

ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

107

CAPÍTULO III CONHECIMENTO HUMANO

Esta é uma região imbricada nos eixos

Norte / Sul e Litoral / Interior do território

nacional, o que faz com que o seu posicionamento

tenha que ser considerado como estratégico,

tendo sido, desde sempre, ponto de encontro e de pas-

sagem de muitos povos.

O povoamento desta terra é fértil e antigo, como atentam a

presença de várias mamoas que remontam ao IV-V milénio antes

de Cristo, bem como castros pré-romanizados ou romanos. O im-

pério romano e as suas vias de comunicação e pontes (algumas

das quais ainda se encontram bem conservadas, assim como as

vias que ligavam Lisboa a Braga ou Porto a Viseu) reforçaram,

substancialmente, a acessibilidade desta região e conferiram-lhe a

capacidade de ser um pólo aglutinador de povoamento.

A título de exercício meramente demonstrativo desta teoria, e

segundo o qual se pretende demonstrar o peso demográfico que

as “Terras de Santa Maria” sempre tiveram no contexto nacional,

bastará “recriar” esse espaço com os actuais dados numéricos

da população.

MUNICÍPIO

Albergaria-a-Velha

Arouca

Castelo de Paiva

Espinho

Estarreja

Gondomar

Murtosa

Oliveira de Azeméis

Ovar

Santa Maria da Feira

S. João da Madeira

Sever do Vouga

Vale de Cambra

Vila Nova de Gaia

Total

PORTUGAL

TERRAS DE MARIA

10 529 255

935 843

100%

8,89%

25 497

24 019

17 089

31 703

28 279

169 239

9 657

71 243

56 715

142 295

21 538

12 940

24 761

300 868

935 843

POPULAÇÃO

Fonte: INE

POPULAÇÃO

108

ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

Ora, em apenas 14 dos 308 actuais municípios do país, concen-

tra-se cerca de 9% da população portuguesa, podendo-se inferir

(sem nunca esquecer toda uma tradição histórica bem visível

nestes territórios) que este dinamismo demográfico já seria bem

evidente aquando da afirmação da nacionalidade.

Desde bem cedo, devido a acontecimentos históricos e, sobre-

tudo, a factores geográficos bem demarcados (a norte o Rio

Douro; a Sul, o Vouga; a Oeste o Oceano Atlântico e a Leste

as regiões montanhosas de Arouca, Vale de Cambra e Sever

do Vouga) a determinação exacta dos limites desta região não

acarretou os problemas que era usual acontecer. Tal facto

concorreu para que se propiciasse a criação de uma zona

socioeconómica pujante e de grande vitalidade resultante, por

um lado da diversidade das terras, por outro, pelo seu posicio-

namento estratégico entre dois pólos políticos, comerciais e

religiosos da época: Porto e Coimbra.

O Castelo da Feira, construído em inícios do século XI,

sede de pagamento de tributo, era local privilegiado

de comércio (de produtos das colheitas, ferramentas

agrícolas, vinho, fruta, vestuário). Esta feira tornou-

-se tão importante que a aglomeração populacional

tomou o seu nome Civitas Sanctae Mariae, dando

origem à actual cidade de Santa Maria da Feira. a

designação “Terras de Santa Maria”, atribuída em

868 por Afonso III de Leão e Astúrias, pressupõe uma

evidente afirmação de fé católica e pretende invocar

a protecção divina sobre este território que estava em

guerra com os mouros.

109

CAPÍTULO III CONHECIMENTO HUMANO

110

ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

É nesta envolvência geográfica, económica, militar, sociológica,

política, religiosa e/ou cultural que convergem, no início do

séc. XII, as convulsões políticas geradas com a morte do Conde

D. Henrique e que irão reforçar a importância e o prestígio das

Terras de Santa Maria.

Ora, a história do povoamento em Portugal diz-nos que a localiza-

ção privilegiada das Terras de Santa Maria fizeram deste território

ponto de passagem obrigatória como, de resto, confirmam os

vestígios das antigas vias romanas (Lisboa – Braga e Porto – Vi-

seu), ainda hoje bem visíveis nas paisagens destes municípios.

Todos estes dados permitem que se sublinhe, de forma inequí-

voca, que Santa Maria da Feira é, desde os tempos contemporâ-

neos da génese da “portugalidade”, não só um importante centro

de desenvolvimento económico e social, mas também (e intima-

mente relacionado com esse desenvolvimento) um importante

pólo demográfico. A corroborar tudo isto, encontra-se ainda hoje,

e bem visível na paisagem, o mais inequívoco dos testemunhos:

o castelo de Santa Maria da Feira, classificado como Património

Nacional. Mais do que mero elemento embelezador da paisagem,

este monumento é o mais claro testemunho da importância que

este território (desde sempre) possuiu para a região e para o

país. Mais do que fortaleza militar, as firmes paredes do castelo

evidenciam uma história de dinamismo a nível social e económico,

história essa que ainda hoje se escreve.

Foi precisamente nas terras envolventes ao castelo, local de

depósito do tributo, que se verificou um surto de desenvolvimen-

to intenso e, de certo modo, precoce na região. Fruto de uma

forte concentração populacional para a realidade da época, este

aglomerado populacional terá emergido, assim, como consequên-

cia dessa dinâmica que fomentava o encontro de mercadores às

portas da fortaleza. Trocavam produtos agrícolas, alfaias

agrícolas, têxteis, ferragens, etc. sendo esta uma ocasião

frequentada por grande número de camponeses da região.

A posição estratégica do município é facilmente

reconhecível. Sempre o foi. É um território com po-

sição geográfica central, o eixo do desenvolvimento

socioeconómico do país, próximo do Douro e do mar e

na confluência das vias comerciais mais importantes,

sejam elas de cariz fluvial, marítimo ou terrestre.

Este facto justificaria, por si só, a existência de um castelo medie-

val para assegurar o patrulhamento da via Porto – Coimbra, eixo

vital para o Reino de então, assegurando a circulação de pessoas

e bens entre dois dos mais importantes núcleos urbanos, institu-

cionais e religiosos do país.

VIA ROMANA – S. JOÃO DE VER

111

CAPÍTULO III CONHECIMENTO HUMANO

Essa mesma via foi, de resto, uma das principais estruturas da

romanização na Península Ibérica. Através desta via chegavam e

partiam militares, comerciantes, sempre presentes na sua função

de abastecer os exércitos e também os principais aglomerados

populacionais, mas também na tentativa de recolha dos recursos

e riquezas regionais, na compra do resultado dos saques de guer-

ra e no fornecimento de matérias-primas aos artesãos locais, uma

via quase paralela ao mar e que servia directa ou indirectamente

os núcleos urbanos existentes longitudinalmente em relação a

si. A importância desta estrutura era por demais evidente, até

porque a ela convergiam outros itinerários de âmbito mais regional

ou local. Ao longo dela foram-se desenvolvendo alguns centros

do ponto de vista demográfico e económico. A esses centros,

primitivos esboços da génese dos centros urbanos em Portugal,

atribuía-se o nome de “Civitates”, termo que está na origem do

termo Cidade. Ora, na realidade visigótica, “Civitates” seria a

circunscrição territorial em torno de uma cidade fortificada e, na

maioria dos casos, sede episcopal, condição que, no caso da

“Civitates Sanctae Mariae” [Santa Maria da Feira] não se verificou,

já que este território nunca foi sede episcopal.

Para além do factor “localização” outros factores concorreram

para que as Terras de Santa Maria adquirissem um elevado e

precoce grau de protagonismo e notoriedade em termos demo-

gráficos. A terra era fértil e possibilitava boas e diversificadas cul-

turas agrícolas, como bons cereais, vinho, fruta, pastagens para

o gado, condições que potenciavam uma actividade económica

(assente nas actividades agrícolas) particularmente intensa para a

realidade de então.

No decurso do século XIII assistiu-se a um claro e pronunciado

fenómeno de expansão das actividades comerciais. O tradicional

sistema agro-pastoril que pautava a economia da época abre-

-se progressiva e paulatinamente aos mercados de trocas de

excedentes agrícolas e artesanais. O sector comercial de então

baseava-se essencialmente no sistema de troca directa de pro-

dutos, mas também por moeda corrente. Deste modo, era junto

aos maiores pólos demográficos (que correspondiam também aos

mais dinâmicos pólos económicos de então) que se realizavam

estas ocasiões de transacções comerciais.

Ora, só a mera existência de provas documentais da

realização de uma grande feira nas Terras de Santa

Maria parece mostrar que já nos séculos XIII e XIV

esta região se assumia como importante pólo demo-

gráfico do Reino.

Para além dos tradicionais ofícios agrícolas, que demonstram que

esta região se assumiria como um ambiente rural em franca ex-

pansão económica, há notícias claras acerca da existência de ta-

berneiros, sapateiros e carniceiros nas Terras de Santa Maria. Os

taberneiros eram, com os respectivos estabelecimentos de venda

(tabernas), muito importantes para apoiar o intenso movimento de

pessoas ao longo dos caminhos que cruzavam o território.

Estas referências a sapateiros, taberneiros e carniceiros são,

também, particularmente significativas de um consumo local que

se vai aproximando daquele que tradicionalmente só se verificava

nos centros urbanos.

112

ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

CAPÍTULO III CONHECIMENTO HUMANO

114

ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

Por outro lado, referências a estes ofícios na feira das Terras de

Santa Maria remetem-nos para uma progressiva entrada da vila

(ou “Civitates”) numa estrutura urbana, já que atesta a existência

de um mercado consumidor constituído por famílias que já com-

pram e necessitam de consumir.

Quanto ao comércio, ele aparece bem representado pela exis-

tência de mercados e não tanto pela acção dos almocreves,

personagens mais características dos espaços interiores (e menos

desenvolvidos) do Reino.

Intimamente relacionada com esta feira das Terras de Santa

Maria parece ter sido a feira de Gaia, já mais dedicada aos por-

tos, às pescas, ao negócio do sal e do peixe seco e salgado.

A vila de Gaia, a norte das Terras de Santa Maria, atrai os

aldeões, funcionários régios e os seus criados, artesãos e

os senhores, mercadores e almocreves por ocasião da feira

organizada anualmente entre os dias 25 de Outubro e 25 de

Novembro, incluindo, por conseguinte, a festa religiosa e profana

de S. Martinho, a 11 de Novembro.

O facto de ser uma festa realizada em Agosto, sublinhando uma

vez mais a enorme religiosidade do território e das gentes, faz

com que se possa crer que esta ocasião se assumisse, também

como uma centralidade religiosa em torno do culto a Santa Maria,

que se assinala a 15 desse mês. Dito de outra forma, ganha

consistência a ideia de que a feira das Terras de Santa Maria seria

como que o prelúdio à preparação da feira de Gaia, ocasião para

os mercadores se abastecerem de grande número de produtos a

preços mais baixos para depois, em Outubro, os transaccionarem

na feira régia da Foz do Douro.

2. Demografia

a) A evolução da população

Ao longo da história demográfica portuguesa, o município de Santa

Maria da Feira tem, de forma mais ou menos pronunciada, acom-

panhado as grandes tendências de crescimento ou de retrocesso

demográfico nacional. No entanto, é digno de destaque o facto de,

sobretudo a partir de 1930, o município apresentar taxas de cresci-

mento demográfico bem superiores às médias nacionais. Digno de

destaque é, também, o facto de, contrariamente ao verificado a nível

nacional (com crescimento negativo da população de 3,13%) Santa

Maria da Feira ter registado, no período intercensitário de 1960/1970,

um aumento populacional de 13,76%. Este dado reforça o evidente

dinamismo demográfico do concelho de Santa Maria da Feira.

Sobre a feira das Terras de Santa Maria pouco se sabe, a

não ser que a feira se realizaria em Agosto e que existiria

já em 1315, se bem que é perfeitamente admissível (e plau-

sível até) que a mesma seja muito anterior. Nesta grande

feira apareciam os produtos das colheitas do ano, como

cereais, gado, vinho, linho, manteiga, fruta, pescado seco

e fumado, sal, cera, mel, potes, cerâmica, ferragens, etc.

115

CAPÍTULO III CONHECIMENTO HUMANO

4 286 995

4 698 984

5 102 891

5 446 760

5 999 146

6 080 135

6 802 429

7 755 423

8 510 240

8 889 392

8 611 125

9 833 014

9 867 147

10 356 117

10 529 255

10 599 095

1991/2006

PORTUGAL

Taxa de Crescimento

7,42%

SANTA MARIA FEIRA

Taxa de Crescimento

22,43%

31 692

33 676

36 684

38 494

45 048

45 008

52 679

61 505

70 532

83 483

94 970

109 531

118 641

135 634

142 295

145 247

ANO

1864

1878

1890

1900

1911

1920

1930

1940

1950

1960

1970

1981

1991

2001

2004

2006

-

9,61%

8,60%

6,74%

10,14%

1,35%

11,88%

14,01%

9,73%

4,46%

- 3,13%

14,19%

0,35%

4,96%

1,67%

0,66%

-

6,26%

8,93%

4,93%

17,03%

- 0,09%

17,04%

16,75%

14,68%

18,36%

13,76%

15,33%

8,32%

14,32%

4,91%

2,07%

Fonte: INE

PORTUGAL

População Residente

SANTA MARIA DA FEIRA

População ResidenteTaxa Crescimento Taxa Crescimento

116

ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

117

CAPÍTULO III CONHECIMENTO HUMANO

Nas últimas décadas, o município de Santa Maria da Feira logrou

conquistar importantes e assinaláveis ganhos populacionais. Em

cerca de 50 anos viu duplicada a sua população, o que é indicia-

dor da alteração de comportamento de diversas variáveis

socioeconómicas, alterações essas agentes de mutações

também ao nível demográfico.

Daí ser importante conhecer-se esta “história” e analisar com mais

pormenor essas alterações e os efeitos que dela decorrem, assim

como conseguir enquadrar o município num contexto regional e/

ou nacional.

O município de Santa Maria da Feira insere-se hoje na

Grande Área Metropolitana do Porto, juntamente com

os municípios de Arouca, Espinho, Gondomar, Maia,

Matosinhos, Porto, Póvoa do Varzim, Santo Tirso, S.

João da Madeira, Trofa, Valongo, Vila do Conde e Vila

Nova de Gaia.

Do ponto de vista administrativo é um dos municípios do Distrito

de Aveiro, localizando-se no seu limite norte. Confina a Norte e

a Nordeste com o município de Vila Nova de Gaia e Gondomar,

respectivamente, ambos concelhos do Distrito do Porto. A oeste

confina com Espinho, a Este com Arouca, Sul com S. João da

Madeira e Oliveira de Azeméis e a Sudoeste com o município de Ovar.

Os 215,6 km2 do território do município repartem-se por 31

freguesias: Argoncilhe, Arrifana, Caldas de S. Jorge, Canedo,

Escapães, Espargo, Fiães, Fornos, Gião, Guisande, Lobão,

Louredo, Lourosa, Milheirós de Poiares, Mosteirô, Mozelos,

Nogueira da Regedoura, Paços de Brandão, Pigeiros, Rio Meão,

Romariz, Sanfins, Sanguedo, Santa Maria da Feira, Santa Maria

de Lamas, Santa Maria do Vale, S. Miguel do Souto, S. João de

Ver, São Paio de Oleiros, Travanca e Vila Maior.

ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

119

CAPÍTULO III CONHECIMENTO HUMANO

Conforme se poderá constatar da observação do quadro com

a evolução da população do município de Santa Maria da Feira,

o esforço realizado aquando do último momento censitário em

Portugal (Recenseamento Geral da População de 2001) permitiu

contabilizar 135 964 indivíduos e uma densidade populacional de

653 hab. / km2. Os estudos demográficos entretanto realizados

pelo Instituto Nacional de Estatística admitem um crescimento

progressivo dos valores totais da população (142 295 em 2004 e

145 247 em 2006).

De um modo genérico, poder-se-á sublinhar Santa Maria

da Feira como um município que demonstra um dina-

mismo demográfico assinalável, não só nos contextos

local e regional, como igualmente no contexto nacional.

Este dinamismo demográfico advém do comportamento de alguns

indicadores demográficos que contrastam com o registado a uma

escala nacional.

10 529 255

10 043 763

3 727 310

2 376 609

283 856

142 295

92 117,5

88 967,5

21 287,5

28 198,7

862,2

215,6

114,30

112,89

175,09

84,28

329,22

659,99

PORTUGAL

CONTINENTE

NORTE

CENTRO

EDV

SM FEIRA

PROPORÇÃO

0,74 %

0,72 %

0,72 %

0,71 %

0,75 %

0,74 %

0,77 %

0,79 %

0,83 %

0,94 %

1,10 %

1,11 %

1,20 %

1,31 %

1,35 %

1,37 %

ANO

1864

1878

1890

1900

1911

1920

1930

1940

1950

1960

1970

1981

1991

2001

2004

2006

Fonte: INE

POPULAÇÃO ÁREA DENSIDADE POPULACIONAL

120

ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

De um modo genérico poder-se-á dizer que a população do

município de Santa Maria da Feira no contexto nacional tem vindo

a conquistar maior importância. Presentemente, mais de 1,3%

dos portugueses são feirenses, sendo que há 40 anos esse peso

percentual não chegava, sequer, a 1% (0,94% em 1960).

Com efeito, a década de 1960 poderá marcar o arranque de uma

notória evolução do município de Santa Maria da Feira que se

sente da análise feita nos números da população, uma evolução

que se propaga muito para além da contagem dos efectivos

populacionais. Se a população deste município cresceu tal será

sintoma de que a economia desse mesmo espaço se fortaleceu,

se diversificou e (consubstanciado por este comprovado aumento

populacional) frutificou.

1950

0,83 %

2000

1,37 %

EVOL. PESO PERCENTUAL

0,09 %

EVOL. PESO PERCENTUAL

0,27 %

1864

0,74 %

1950

1,10 %

Este momento coincidiu, igualmente, com a conquista de um papel

de notoriedade e afirmação do município no contexto nacional.

Não só do município enquanto entidade institucional, mas também

do município enquanto sede e berço de uma notável capacidade

produtiva das suas empresas e do seu tecido produtivo.

Este crescente peso proporcional de Santa Maria da Feira no contex-

to dos municípios portugueses (e, consequentemente, da sua noto-

riedade nacional) poderá facilmente ser corroborado através da leitura

do quadro referente aos números do recenseamento eleitoral.

Com efeito, no universo dos 308 municípios portugueses, Santa Maria

da Feira assume a 16.ª posição no que diz respeito ao número de

eleitores recenseados. Segundo os dados da Comissão Nacional de

Eleições, referentes a 31 de Dezembro de 2007, nas 31 freguesias

do concelho de Santa Maria da Feira contabilizavam-se 113 978

eleitores, número esse que sublinha, com particular ênfase, o peso

específico que o município de Santa Maria da Feira foi alcançando ao

longo das ultimas décadas. E estes elementos estatísticos serão tão

ou mais significativos se lembrarmos que no concelho encontram-se

recenseados cerca de 20% (19,1%) do total de eleitores de todo o

círculo eleitoral de Aveiro, número francamente superior ao peso es-

pecífico do município de Aveiro (10% do total de eleitores do Distrito).

121

CAPÍTULO III CONHECIMENTO HUMANO

513 931

265 475

236 429

227 713

156 850

147 323

139 166

138 568

136 199

136 043

135 872

134 226

132 027

122 248

116 788

113 978

110 144

107 525

100 681

100 218

99 709

98 757

98 650

94 161

82 843

79 392

71 998

70 391

66 241

62 480

61 400

61 297

60 658

57 423

57 083

56 295

55 475

53 021

52 247

51 348

50 157

49 901

48 611

48 360

47 478

47 127

46 784

46 151

46 088

45 900

45 674

44 787

44 276

43 339

42 565

41 711

41 503

41 065

41 011

40 221

39 454

38 915

38 016

37 824

37 038

36 516

35 703

34 441

33 966

33 525

33 197

32 723

31 570

31 418

31 040

30 765

30 154

30 070

29 701

29 694

28 859

28 434

28 375

28 091

27 597

27 261

26 786

25 972

25 823

25 673

25 376

25 207

23 806

23 079

22 826

21 776

21 746

21 572

21 414

21 385

21 042

21 022

20 711

20 599

20 557

20 417

20 224

19 961

19 811

19 771

19 650

19 519

19 466

19 278

19 196

19 089

18 723

18 691

18 583

18 566

18 388

18 381

18 038

18 028

17 983

17 804

17 673

17 613

17 299

17 013

16 877

16 749

16 613

16 503

16 417

16 054

15 869

15 856

15 509

15 222

15 215

15 122

15 071

15 068

15 048

14 724

14 543

14 326

14 191

14 129

14 054

13 695

13 641

13 282

13 153

13 130

12 899

12 876

12 429

12 402

12 377

12 300

12 228

12 214

12 201

11 829

11 817

11 814

11 743

11 712

11 552

11 463

11 450

11 381

11 268

11 233

11 218

11 214

11 171

10 980

10 938

10 783

10 650

10 519

10 377

10 310

10 299

10 291

10 262

10 200

10 091

9 683

9 592

9 527

9 373

9 177

8 980

8 921

8 908

8 840

8 668

8 657

8 558

8 479

8 441

8 398

8 347

8 344

8 343

8 218

8 207

8 137

8 118

8 081

7 955

7 931

7 929

7 774

7 620

7 560

7 543

7 524

7 504

7 434

7 423

7 306

7 269

7 268

7 082

7 024

6 953

6 907

6 825

6 810

6 552

6 541

6 510

6 368

6 328

6 298

6 273

6 266

6 251

6 227

6 196

6 164

6 158

6 084

6 060

6 042

5 990

5 976

5 922

5 916

5 813

5 694

5 606

5 563

5 559

5 378

5 246

5 184

5 146

5 129

4 749

4 745

4 726

4 723

4 691

4 647

4 556

4 535

4 497

4 407

4 188

4 184

4 155

4 150

4 072

4 050

3 971

3 834

3 825

3 824

3 790

3 649

3 617

3 603

3 533

3 401

3 386

3 295

3 284

3 255

3 244

3 242

3 141

3 118

3 110

2 845

2 840

2 814

2 506

2 113

1 975

1 570

1 266

337

8 784 959

LISBOA

SINTRA

VILA NOVA DE GAIA

PORTO

LOURES

CASCAIS

ALMADA

AMADORA

OEIRAS

MATOSINHOS

BRAGA

GONDOMAR

GUIMARÃES

COIMBRA

SEIXAL

SANTA MARIA DA FEIRA

ODIVELAS

VILA NOVA DE FAMALICÃO

LEIRIA

FUNCHAL

VILA FRANCA DE XIRA

BARCELOS

MAIA

SETÚBAL

VISEU

VIANA DO CASTELO

VALONGO

BARREIRO

PAREDES

AVEIRO

VILA DO CONDE

SANTO TIRSO

TORRES VEDRAS

OLIVEIRA DE AZEMÉIS

PENAFIEL

MOITA

FIGUEIRA DA FOZ

PÓVOA DE VARZIM

SANTARÉM

PONTA DELGADA

AMARANTE

FARO

COVILHÃ

LOULÉ

CASTELO BRANCO

POMBAL

ALCOBAÇA

FAFE

MAFRA

ÉVORA

FELGUEIRAS

OVAR

VILA REAL

PALMELA

CHAVES

ÁGUEDA

MARCO DE CANAVESES

VILA VERDE

PAÇOS DE FERREIRA

CALDAS DA RAINHA

PORTIMÃO

PONTE DE LIMA

OURÉM

TOMAR

GUARDA

ABRANTES

MONTIJO

SESIMBRA

LOUSADA

BRAGANÇA

CANTANHEDE

OLHÃO

ALENQUER

TORRES NOVAS

SANTA CRUZ

TROFA

ESPINHO

ÍLHAVO

MARINHA GRANDE

BEJA

ESPOSENDE

ANGRA DO HEROÍSMO

FUNDÃO

TONDELA

SILVES

CÂMARA DE LOBOS

ANADIA

SANTIAGO DO CACÉM

ARCOS DE VALDEVEZ

LAMEGO

SEIA

ALBUFEIRA

MIRANDELA

ESTARREJA

PENICHE

PORTALEGRE

ODEMIRA

VALE DE CAMBRA

MONTEMOR-O-VELHO

TAVIRA

RIBEIRA GRANDE

PÓVOA DE LANHOSO

LAGOS

VALPAÇOS

LOURINHÃ

AROUCA

ALBERGARIA-A-VELHA

MONÇÃO

MACHICO

PORTO DE MÓS

CARTAXO

ELVAS

BENAVENTE

MANGUALDE

SÃO JOÃO DA MADEIRA

OLIVEIRA DO HOSPITAL

ALMEIRIM

VIZELA

BAIÃO

CORUCHE

CINFÃES

CELORICO DE BASTO

OLIVEIRA DO BAIRRO

SOURE

VAGOS

RIO MAIOR

MACEDO DE CAVALEIROS

MEALHADA

AMARES

SALVATERRA DE MAGOS

PRAIA DA VITÓRIA

AZAMBUJA

SÃO PEDRO DO SUL

VILA POUCA DE AGUIAR

PESO DA RÉGUA

ENTRONCAMENTO

LAGOA

CABECEIRAS DE BASTO

CASTRO DAIRE

CAMINHA

MONTEMOR-O-NOVO

PONTE DE SOR

GOUVEIA

SERTÃ

VILA REAL DE SANTO ANTÓNIO

SABUGAL

MONTALEGRE

VIEIRA DO MINHO

CASTELO DE PAIVA

PENACOVA

SERPA

MOURA

LOUSÃ

ALIJÓ

ESTREMOZ

NAZARÉ

NELAS

VALENÇA

PONTE DA BARCA

GRÂNDOLA

BATALHA

ALCANENA

CADAVAL

RIBEIRA BRAVA

SÁTÃO

ALCÁCER DO SAL

ANSIÃO

MIRA

VINHAIS

BOMBARRAL

ARGANIL

ALCOCHETE

HORTA

CONDEIXA-A-NOVA

SEVER DO VOUGA

CALHETA

RESENDE

MOGADOURO

SANTA COMBA DÃO

LAGOA

SINES

PINHEL

MOIMENTA DA BEIRA

MIRANDA DO CORVO

IDANHA-A-NOVA

TRANCOSO

VOUZELA

TÁBUA

VENDAS NOVAS

MELGAÇO

ÓBIDOS

TORRE DE MONCORVO

CARREGAL DO SAL

CHAMUSCA

MORTÁGUA

PAREDES DE COURA

REGUENGOS DE MONSARAZ

OLIVEIRA DE FRADES

ALJUSTREL

ARRUDA DOS VINHOS

MURTOSA

SANTANA

VILA FRANCA DO CAMPO

PROENÇA-A-NOVA

CELORICO DA BEIRA

SANTA MARTA DE PENAGUIÃO

VILA NOVA DE FOZ CÔA

PENALVA DO CASTELO

ALMEIDA

VILA NOVA DE CERVEIRA

PONTA DO SOL

MONDIM DE BASTO

RIBEIRA DE PENA

TERRAS DE BOURO

MIRANDA DO DOURO

FERREIRA DO ZÊZERE

SÃO BRÁS DE ALPORTEL

FERREIRA DO ALENTEJO

SÃO JOÃO DA PESQUEIRA

VILA FLOR

MAÇÃO

TAROUCA

MÉRTOLA

CARRAZEDA DE ANSIÃES

VILA VIÇOSA

ALMODÔVAR

SOBRAL DE MONTE AGRAÇO

NISA

ALVAIÁZERE

MURÇA

CAMPO MAIOR

BOTICAS

SABROSA

ARMAMAR

OLEIROS

VILA NOVA DA BARQUINHA

BORBA

FIGUEIRA DE CASTELO RODRIGO

FIGUEIRÓ DOS VINHOS

ALPIARÇA

CASTRO VERDE

SERNANCELHE

ARRAIOLOS

SÃO VICENTE

TABUAÇO

MEDA

REDONDO

AGUIAR DA BEIRA

VIMIOSO

BELMONTE

PENAMACOR

PORTEL

ALFÂNDEGA DA FÉ

VILA NOVA DE POIARES

CASTRO MARIM

MONCHIQUE

VILA NOVA DE PAIVA

ALANDROAL

POVOAÇÃO

PENELA

FORNOS DE ALGODRES

VIDIGUEIRA

OURIQUE

MORA

VIANA DO ALENTEJO

NORDESTE

SOUSEL

PAMPILHOSA DA SERRA

GOLEGÃ

MADALENA

VELAS

VILA DO PORTO

MESÃO FRIO

PORTO SANTO

ALJEZUR

LAJES DO PICO

GÓIS

GAVIÃO

AVIS

VILA DO BISPO

CUBA

MANTEIGAS

PEDRÓGÃO GRANDE

FREIXO ESPADA À CINTA

SANTA CRUZ DA GRACIOSA

SARDOAL

CRATO

VILA VELHA DE RÓDÃO

CALHETA

MARVÃO

CONSTÂNCIA

ALTER DO CHÃO

PENEDONO

FRONTEIRA

CASTANHEIRA DE PÊRA

ALCOUTIM

PORTO MONIZ

VILA DE REI

CASTELO DE VIDE

MONFORTE

SÃO ROQUE DO PICO

ARRONCHES

MOURÃO

ALVITO

SANTA CRUZ DAS FLORES

BARRANCOS

LAJES DAS FLORES

CORVO

Total Nacional

Fonte: Comissão Nacional de Eleições (dados referentes a 31.12.2007)

122

ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

Dito de outra forma, este peso específico da população do muni-

cípio de Santa Maria da Feira conquistou valores mais expressivos

e notórios.

Ora, sendo o município parte integrante de um sistema mais

amplo, dever-se-á proceder a uma análise dos fenómenos tendo

uma visão globalizante das realidades. Ou seja, os comportamen-

tos verificados em Santa Maria da Feira não serão, como é óbvio,

indissociáveis da realidade regional e nacional.

Deste modo, e como já foi sublinhado, Portugal é dos países do

contexto europeu que protagonizou um dos mais profundos e

rápidos processos de metamorfose socioeconómica no decurso

dos últimos 35/40 anos. Ora, a situação demográfico do país irá

reflectir, nessa exacta medida, as profundas alterações ocorridas

na sociedade e economia portuguesas desde meados da década

de 1970.

Nessa altura, comparativamente com os países mais desenvolvi-

dos a nível europeu, a dinâmica interna da demografia portuguesa

caracterizava-se por elevados níveis de fecundidade e de morta-

lidade infantil, uma esperança média de vida inferior à média eu-

ropeia e por fluxos migratórios significativos. A conjugação destes

indicadores permitem traçar um cenário não muito animador do

contexto sociocultural português da época.

O estudo de uma população e das suas variáveis e indicadores é,

desassombradamente, a melhor forma de se poder aferir o grau

de desenvolvimento (ou não) de um dado território.

123

CAPÍTULO III CONHECIMENTO HUMANO

124

ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

Na década de 1980, o cenário demográfico português alterou-se

significativamente, passando a população portuguesa a mani-

festar novos comportamentos demográficos. A este propósito

destaca-se a redução dos níveis de fecundidade (aproximando-se

dos valores médios europeus) e importantes ganhos na esperan-

ça média de vida, mercê da melhoria generalizada do contexto

socioeconómico do país. Paralelamente, neste período ocorre

ainda uma importante diminuição da mortalidade infantil e juvenil e

o país torna-se em país de imigração, rompendo décadas de uma

tradição emigratória.

Em resumo, a evolução da situação demográfica portuguesa nos

35 anos pode sintetizar-se do seguinte modo:

- Redução dos valores da fecundidade, em especial nos anos

90, para níveis dos mais baixos da União Europeia, pese embora

uma recente melhoria deste indicador. Esta redução poder-se-á

explicar, em parte, pela entrada definitiva da mulher no mundo

do trabalho assim como por uma generalização de utilização dos

meios contraceptivos.

- Acréscimo significativo dos valores de esperança média de vida

da população, tanto no sexo masculino como no feminino. Este

acréscimo explica-se pela melhoria assinalável das condições de

assistência médica e saúde pública em Portugal.

- Encerramento dos grande ciclos emigratórios transoceânicos

e europeus, seguindo Portugal a tendência de outros países da

União Europeia, como Espanha, Itália ou Grécia, passando Portu-

gal a assumir-se como um país de imigração, acolhendo indiví-

duos dos Países Africanos de Expressão de Língua Portuguesa,

Brasil e mais recentemente oriundos do Leste Europeu.

- Envelhecimento demográfico gerado na base da pirâmide etária

(redução do número de nascimentos) como no seu topo

(acréscimo da população com 65 e mais anos).

De um modo geral poder-se-á afirmar que Santa Maria

da Feira tende a acompanhar o comportamento a nível

nacional dos principais indicadores demográficos,

demonstrando, no entanto, uma dinâmica mais

positiva e mais vincada em todos eles.

125

CAPÍTULO III CONHECIMENTO HUMANO

b) Natalidade e Mortalidade

No que se refere aos valores da natalidade, os últimos 35 anos

em Portugal registaram uma tendência de forte decréscimo

destes valores. A metamorfose socioeconómica em Portugal tem,

obviamente, reflexos vários nos modos de vida das populações e

até na estrutura das famílias.

ÂMBITO GEOGRÁFICO

Arouca

Oliv. Azeméis

SM Feira

SJ Madeira

Vale Cambra

EDV

Região Centro

Região Norte

Portugal

11,3

11,3

12,4

12,5

10,1

11,8

10,08

12,1

11,4

NATALIDADE

11,6

11,5

13,3

7,6

9,6

12,0

10,10

12,3

11,7

NATALIDADE

9,9

10,3

11,7

11,5

9,0

10,9

7,14

11,2

11,4

MORTALIDADE

9,6

8,4

6,8

7,7

9,3

7,7

12,09

8,9

10,6

MORTALIDADE

9,2

8,3

6,6

7,6

9,6

7,6

11,6

8,7

10,3

MORTALIDADE

tt9,5

7,7

6,6

7,2

9,4

7,4

8,65

8,7

10,7

EVOLUÇÃO DA TAXA DE NATALIDADE E MORTALIDADE *

1998 2000 2002

Fonte: INE* Valores em permilagem

NATALIDADE

126

ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

HOSPITAL DE S. SEBASTIÃO E ENVOLVENTE

127

CAPÍTULO III CONHECIMENTO HUMANO

O número de nascimentos no país diminuiu significati-

vamente. Uma análise às estatísticas permite concluir

que o concelho é, no contexto regional em que se insere,

o município que apresenta um comportamento mais

positivo da natalidade, suplantando, inclusive, os valores

totais do país.

Tal facto é revelador de um maior dinamismo demográfico que os

restantes municípios. Relativamente ao comportamento da mortalida-

de há uma tendência de quebra generalizada dos valores no conjunto

dos municípios do Entre Douro e Vouga. De resto, o agrupamento

destes municípios acompanha as tendências de quebra da Região

Norte e do desempenho Nacional. Digno de realce é ainda o

facto do município de Santa Maria da Feira ser, num con-

texto local, o concelho com menores taxas de

mortalidade.

Sendo a Taxa de Mortalidade um dos indicadores demográficos

usualmente utilizados na aferição da qualidade de vida das popula-

ções, poder-se-á inferir uma posição de maior relevo do município de

Santa Maria da Feira (6,6) em relação aos demais municípios da

Região de Entre Douro e Vouga (7,4). Mesmo comparando a

realidade numérica da mortalidade com a Região Norte (8,7) ou com

os valores nacionais (10,7), facilmente se conclui um melhor desem-

penho do município de Santa Maria da Feira.

O facto das alterações socioeconómicas registadas no país terem

os seus reflexos no comportamento dos indicadores demográficos.

Como foi já referido, nestes últimos 35 anos, o País modernizou-se

e foram criadas estruturas importantes no garante da melhoria das

condições de vida dos portugueses, nomeadamente no que concer-

ne a hábitos de cuidados de saúde e assistência médica. O abai-

xamento dos números da mortalidade feirense estará,

indelevelmente, associado ao surgimento do Hospital

Distrital S. Sebastião, em Santa Maria da Feira.

128

ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

CARTA DOS EQUIPAMENTOSDE SAÚDE

129

CAPÍTULO III CONHECIMENTO HUMANO

c) Saldo Natural

É sabido que após anos de um crescimento demográfico que

se poderá considerar como sendo forte, Portugal tem vindo a

registar valores mais modestos neste indicador. Todavia, e dado

que o país registou uma melhoria do enquadramento socioeconó-

mico visível através do abaixamento significativo da mortalidade,

seria expectável que o diferencial entre natalidade e mortalidade

resultasse num crescimento demográfico não residual, tal como

sucede. No entanto, tal situação deriva do abaixamento significa-

tivo da natalidade tendo sido essa uma das principais alterações

comportamentais da demografia portuguesa moderna.

Na origem dos reduzidos saldos naturais registados no país está a

forte quebra do número de nascimentos.

O índice de fecundidade (número médio de filhos por mulher) está

hoje estabilizado em 1,5, nível inferior ao necessário para asse-

gurar a substituição das gerações (2,1) e um dos valores mais

baixos da Europa. Nascem menos crianças, mas a melhoria dos

cuidados de saúde permitiu, por um lado, uma evolução muito

positiva das taxas de mortalidade infantil (de 22%0 em 1981 para

4,1%0 em 2003) e, por outro, o aumento considerável nos valores

de esperança média de vida.

A conjugação destes diversos indicadores resulta num

alteração significativa dos padrões demográficos portu-

gueses, sendo que, estas alterações repercutem-se, obvia-

mente, ao nível do concelho de Santa Maria da Feira.

NASCIMENTOS EM PORTUGAL

1960

213 900

1991

152 100

2002

114 500

Fonte: INE

130

ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

Um dos aspectos mais marcantes deste novo cenário

demográfico português resulta num processo de envelhecimento

da população. Nos anos 60, os níveis de natalidade portugueses

eram elevados, representando os jovens quase 30% do total da

população. Nessa época, num contexto Europeu, Portugal apre-

sentava uma estrutura jovem. No entanto, hoje o cenário é bem

diferente e o país apresenta-se, nesse mesmo contexto, como um

país com uma menor proporção do grupo etário mais jovem.

Paralelamente, a proporção do grupo etário de população idosa

(indivíduos com 65 e mais anos) mais que duplicou desde 1960,

situando-se, presentemente, muito próximo dos valores médios

europeus, podendo-se, portanto, aludir a um envelhecimento da

população portuguesa.

131

CAPÍTULO III CONHECIMENTO HUMANO

d) Envelhecimento da população

As mutações socioeconómicas de Portugal ao longo das últimas

quatro décadas têm sido responsáveis por algumas das mais

importantes alterações do comportamento demográfico nacional.

As alterações da (e na) estrutura económica, e dos modos de vida

dos portugueses, a melhoria quase generalizada das condições

de saúde e higiene ou os novos paradigmas sociais de um país

têm sido agentes activos e decisivos para um progressivo enve-

lhecimento da população.

Este fenómeno, de resto comum a outros países da Europa do

Sul, caracteriza-se pelo aumento da importância da proporção

da população envelhecida (com 65 ou mais anos) relativamente à

população jovem (com menos de 15 anos).

Segundo Alfred Sauvey, o século XXI será o século do envelhe-

cimento. Ora, e se assim é, e se Portugal acelerou, nos últimos

anos uma evolução conducente à confirmação desta teoria,

será de todo pertinente que se equacionem diferentes formas de

encararmos as sociedades actual e vindoura. Não será excesso

linguístico admitir que o envelhecimento demográfico se assume

como o fenómeno mais relevante nas sociedades desenvolvidas

devido às suas múltiplas implicações na esfera socioeconómica

das regiões e dos países.

A baixa dos valores da fecundidade e o aumento da longevidade

são dos factores que explicam este fenómeno de envelhecimento

da população portuguesa. Durante muito tempo considerou-se

que a causa do envelhecimento residia única e exclusivamente

numa diminuição da mortalidade. No entanto, conclui-se hoje que

o declínio da fecundidade e os fluxos migratórios, internos e exter-

nos, têm um papel particularmente preponderante no processo de

envelhecimento da população.

132

ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

133

CAPÍTULO III CONHECIMENTO HUMANO

O declínio da fecundidade, porque influi directamente na dimen-

são dos efectivos mais jovens da população. Os fluxos migrató-

rios com consequência directa e imediata na estrutura etária da

população, sobretudo em idade activa, mas também com uma

consequência indirecta pelas transferências de nascimentos que

originam.

Os dados disponíveis da realidade portuguesa ditam-nos que a

proporção de população portuguesa com 65 ou mais anos (po-

pulação idosa) duplicou nos últimos 40 anos. Crê-se ainda que,

até 2050, essa proporção volte a duplicar, sendo que, à luz desta

análise prospectiva, em 2050 o total de população idosa portu-

guesa totalize cerca de 32% da população do país.

O grau de envelhecimento demográfico de Portugal enquadra-se

com os valores médios da União Europeia, conforme se pode

concluir da análise da tabela seguinte.

EVOLUÇÃO DA PROPORÇÃO DA POPULAÇÃO IDOSA EM PORTUGAL (1960 – 2050)

1960

8%

1981

11%

1991

14%

2001

16%

2050

32%

Com base nas projecções do INE

POPULAÇÃO IDOSA (%)

17,0 %

14,8 %

17,5 %

17,3 %

17,1 %

16,3 %

11,1 %

18,2 %

14,0 %

13,7 %

15,5 %

16,7 %

15,3 %

17,2 %

15,6 %

16,8 %

PAÍS

Bélgica

Dinamarca

Alemanha

Grécia

Espanha

França

Irlanda

Itália

Luxemburgo

Holanda

Áustria

Portugal

Finlândia

Suécia

Reino Unido

União Europeia

Proporção de população idosa (65 ou mais anos), União Europeia (15), 2002 Fonte: INE

GRAU DE ENVELHECIMENTO NA UNIÃO EUROPEIA

134

ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

Quando foram divulgados os resultados definitivos do Censos

2001, não constituiu grande surpresa a constatação do índice de

envelhecimento ultrapassar o valor de 100. De resto, a consta-

tação da realidade deixava antever que o peso proporcional da

população idosa fosse superior ao do peso da população com

menos de 15 anos (o índice de envelhecimento calculado para

2001 refere 102 idosos por cada 100 jovens).

No entanto, considerando o conjunto do país, é possível consta-

tar-se ritmos diferenciados entre as diversas regiões. Desde há

muito que as regiões do interior têm assistido a um constante e

progressivo abandono das suas gentes, especialmente das franjas

populacionais mais jovens. Tal facto concorre sobremaneira

para o aumento do peso percentual da população idosa nestas

regiões. Ora, nestes casos, estar-se-á a falar de um envelheci-

mento provocado pela base da pirâmide etária, até porque poderá

assistir-se ao fenómeno de diminuição da população idosa e,

simultaneamente ao aumento do peso percentual deste grupo

etário. Para tal basta somente que diminuam os efectivos dos

outros escalões etários.

Por outro lado, em determinadas regiões do país, observam-se

ainda níveis de natalidade considerados altos quando vistos,

analisados e comparados com as médias nacionais. Nestes casos

verifica-se um equilíbrio entre o rácio da população jovem e a

população mais idosa.

Outros casos há em que as variações positivas da população se

ficam a dever aos fluxos migratórios, sobretudo mais visível nos

grupos etários da população em idade activa.

No caso do envelhecimento da população portuguesa patente no

período intercensitário de 1991 a 2001, estar-se-á a falar de um

duplo envelhecimento. A análise dos dados evidencia um estreita-

mento da base, sobretudo nas classes mais baixas, demonstrativo

de uma quebra dos índices de fecundidade, e um alargamento do

topo, sobretudo nas classes acima dos 65 anos de idade (popu-

lação idosa). Entre 1991 e 2001, a proporção de jovens diminuiu

de 20,0% para 16,0%, enquanto que a de idosos subiu de 13,6%

para 16,4%, suplantando, portanto, a população jovem.

A evolução do índice de envelhecimento neste período compreen-

dido entre os últimos momentos censitários em Portugal traduz-se

num aumento de cerca de 40 idosos por cada 100 jovens, que,

segundo as projecções demográficas realizadas se prevê que

continue e se intensifique nos próximos anos.

ÍNDICE DE ENVELHECIMENTO EM PORTUGAL

1991

68

2001

102

Relaciona a população idosa (65 ou + anos) com a população jovem (- 15 anos). Valor expresso em n.º de idosos por cada 100 jovens. Fonte: INE

135

CAPÍTULO III CONHECIMENTO HUMANO

Como se pode verificar da análise da tabela, o recuo da natalida-

de começa a ter os seus reflexos na população em idade activa a

partir de 2010, representando no final do período cerca de 55%

do total da população, contra 68% recenseados em 2010. Destes

valores projectados resulta igualmente clara uma certa recupera-

ção dos valores da fecundidade a partir da década de 2020, algo

que se repercutirá nos valores da proporção de população jovem

a partir do ano de 2040 (recuperação de 0,02% de 2030 para

2040 e de 0,03% de 2040 para 2050). Ainda assim, este ganho

de proporção de população jovem previsto para este período será

“à custa” da população em idade activa, já que a população idosa

não cessará de aumentar a sua proporção no período referido.

0-14

20,0

16,0

15,4

13,9

12,7

12,9

13,2

0-14

17,5

15,0

14,9

13,7

14,6

21,4

19,1

0-14

12,8

11,8

13,5

10,9

12,5

14,7

13,9

15-64

66,4

67,7

68,9

65,7

63,0

58,5

55,1

15-64

68,5

65,5

69,7

63,9

66,8

65,6

67,2

15-64

62,9

61,3

64,4

60,6

64,3

66,2

65,1

65 ou +

13,6

16,4

17,7

20,4

24,2

28,6

31,8

65 ou +

14,0

19,4

15,4

22,3

18,6

13,0

13,7

65 ou +

24,3

26,9

22,1

28,5

23,2

19,1

21,0

1991

2001

2010

2020

2030

2040

2050

2001

NORTE

CENTRO

LISBOA

ALENTEJO

ALGARVE

RAA

RAM

2030

NORTE

CENTRO

LISBOA

ALENTEJO

ALGARVE

RAA

RAM

AGRAVAMENTO DO ENVELHECIMENTO DEMOGRÁFICO

Fonte: INE

Fonte: INE

136

ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

A nível regional, as metamorfoses da estrutura etária da população

revelam comportamentos diferenciados, pese embora ser trans-

versal a todo o território português uma generalizada tendência de

envelhecimento.

De acordo com os dados disponíveis, é visível que os maiores de-

créscimos de população jovem entre 2001 e a baliza temporal de

2050 (limite da projecção) se registam (ou registarão) nas Regiões

Norte e Centro de Portugal, assim como em ambas as Regiões

Autónomas. Esta tendência é de tal forma evidente que, em 2050,

se projecta que a Região Norte e as Regiões Autónomas dos Aço-

res e da Madeira deixem de ser as regiões mais jovens do país,

apresentando valores muito semelhantes às restantes regiões.

A população idosa, por seu turno, verificará um aumento progres-

0-14

12,9

12,0

14,4

10,9

13,0

13,4

13,1

15-64

54,3

53,0

57,3

50,9

57,3

58,2

56,0

65 ou +

32,8

34,9

28,2

38,2

29,7

28,4

30,9

2050

NORTE

CENTRO

LISBOA

ALENTEJO

ALGARVE

RAA

RAM

sivo e contínuo em todas as regiões nacionais, sobretudo também

no Norte e Regiões Autónomas, ou seja, naquelas regiões até

agora menos envelhecidas e que só muito recentemente deixaram

de garantir a substituição das gerações.

De um modo geral, o envelhecimento da população será

um fenómeno comum a todo o país e a todas as regiões

nas próximas décadas, embora em momentos e com

ritmos de mudança diferenciados, tornando-se o ritmo

mais lento à medida que a população idosa reforça o

seu peso proporcional na população total.

Uma das notas mais salientes da interpretação dos dados, tanto

numa perspectiva retrospectiva como numa prospectiva, tem a

ver com o comportamento da evolução da população idosa e da

população muito idosa. Nos 30 anos que decorreram entre 1960

e 1991 a população portuguesa cresceu, em média, 0,4% ao ano.

Valor muito semelhante foi verificado na evolução da população

em idade activa (0,5% ao ano). No entanto, as taxas de cresci-

mento da população idosa e muito idosa registaram valores bem

acima dos registados nos outros grupos etários. A população

idosa regista um crescimento médio anual de 2,1% e a população

muito idosa (indivíduos com 85 ou mais anos) atinge o ritmo mais

rápido de crescimento: quase 3,0% ao ano.

Paralelamente, a população jovem, identificada com a faixa etária

inferior (menos de 15 anos), regista um decréscimo médio de

0,9% ao ano.

Fonte: INE

137

CAPÍTULO III CONHECIMENTO HUMANO

0,4%

2,1%

2,9%

0,2%

1,6%

3,4%

0,4%

1,1%

1,9%

1960-1991

POPULAÇÃO TOTAL

65 + ANOS

85 + ANOS

1991-2020

POPULAÇÃO TOTAL

65 + ANOS

85 + ANOS

2020-2050

POPULAÇÃO TOTAL

65 + ANOS

85 + ANOS

TAXA MÉDIA ANUAL DE CRESCIMENTO (PORTUGAL)POPULAÇÃO TOTAL E IDOSA, 1960-2050

No período subsequente, compreendido entre 1991 e 2020, o

crescimento médio da população total tenderá a abrandar e a ser

reduzido a metade (0,2%). Tal deve-se a ritmos muito fracos até

2010 e negativos na década seguinte.

A população jovem mantém uma variação negativa e a população

em idade activa regista um crescimento igualmente baixo (cerca

de 0,2% média anual), enquanto que a população com mais de

65 ou mais anos cresce a ritmos de 1,8% ao ano. No mesmo

período, e mais evidente será mesmo o aumento da longevidade,

com a população com 85 ou mais anos a evoluir grandemente

(média de 3,4%/ano).

Entre 2020 e 2050, a população total observa uma evolução

média anual simétrica, comparativamente ao período de 1960 a

1991. Esta evolução resulta de trajectórias diferentes nos grandes

grupos etários. A população em idade activa junta-se à população

jovem, assumindo ambas trajectórias negativas, e unicamente a

população idosa (e com especial ênfase a população muito idosa)

regista valores positivos, embora mais moderados que no período

anterior, tendência esperada dado o grau de envelhecimento

entretanto atingido.

Ora, se é na Região Norte que mais alterações irão ocor-

rer ao nível da estrutura etária da população portugue-

sa, é óbvio que essas mesmas alterações terão reper-

cussões e reflexos na própria estrutura populacional de

Santa Maria da Feira. A tendência será, claro está, para

serem sentidas no município as transformações demo-

gráficas previstas para o país: um progressivo aumento

Cálculos com base nos Recenseamentos Gerais da População, de 1960 a 2001 e projecções da população residente, 2000-2050) Fonte: INE

138

ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

do peso proporcional da população idosa e muito idosa,

muito “à custa” dos demais grupos etários, particular-

mente do escalão da população mais jovem. No entanto,

esta tendência não será tão pronunciada no concelho

como nos demais municípios da Área Metropolitana do

Porto. Embora inegável, o envelhecimento da população

Feirense traduzir-se-á a um ritmo bem mais lento do que

na grande maioria dos municípios envolventes.

Do conjunto de dados vertidos nas tabelas seguintes, conclui-se

que Santa Maria da Feira foi dos municípios que, no contexto da

Área Metropolitana do Porto e no intervalo temporal de 1991 a

2001 conseguiu conservar um maior teor de juventude da sua

população (apesar de perdas na ordem dos 3,79% do peso per-

centual efectivos populacionais de idade inferior a 15 anos), como

um aumento menos rápido da população idosa e muito idosa do

que na maior parte dos municípios da AMP e até do País.

1991

23,79

20,12

20,91

21,26

20,64

21,72

16,95

23,82

21,81

22,19

21,61

23,69

21,32

22,20

22,32

20,22

2001

18,12

15,23

17,31

17,43

15,98

17,25

13,14

19,03

17,33

18,41

16,84

19,17

15,85

17,85

17,97

17,05

VARIAÇÃO

-5,67

-4,89

-3,60

-3,83

-4,66

-4,47

-3,81

-4,79

-4,49

-3,79

-4,77

-4,52

-5,47

-4,35

-4,35

-3,17

MUNICÍPIO

Arouca

Espinho

Gondomar

Maia

Matosinhos

Oliveira de Azeméis

Porto

Póvoa do Varzim

S. João da Madeira

Santa Maria da Feira

Santo Tirso

Trofa

Vale de Cambra

Valongo

Vila do Conde

Vila Nova de Gaia

POPULAÇÃO JOVEMPROPORÇÃO:

AMP VARIAÇÃO DA POPULAÇÃO 91-01:

JOVEM

-5,34

ADULTA

2,74

IDOSA

2,61

Esta tendência quase “contra ciclo” com a Região e os fenómenos

nacionais evidencia um dinamismo demográfico importante do

município e que permite, de forma desassombrada, sublinhar-se

que a população é um importante recurso que Santa Maria da Fei-

ra tem ao seu dispor, importando, por isso, que saiba retirar desse

mesmo recurso todas as suas potencialidades.

* AMP: Área Metropolitana do PortoFonte: INE

*

139

CAPÍTULO III CONHECIMENTO HUMANO

1991

61,34

69,45

70,35

69,79

70,36

67,78

68,25

66,83

68,97

68,97

68,59

68,22

65,31

70,66

68,20

70,15

1991

14,87

10,42

8,74

8,95

9,01

10,50

14,80

9,34

9,21

8,83

9,80

8,08

13,37

7,14

9,48

9,63

2001

65,72

70,25

71,73

72,04

71,75

69,56

67,47

69,74

70,56

70,54

70,16

70,84

67,86

72,36

70,36

71,06

2001

16,16

14,51

10,96

10,53

12,27

13,19

19,38

11,23

12,11

11,06

13,00

9,99

16,29

9,79

11,67

11,90

VARIAÇÃO

4,38

0,80

1,38

2,25

1,39

1,79

-0,77

2,90

1,59

1,56

1,57

2,62

2,55

1,70

2,16

0,91

VARIAÇÃO

1,29

4,09

2,22

1,58

3,26

2,69

4,58

1,89

2,90

2,23

3,20

1,91

2,92

2,65

2,19

2,27

POPULAÇÃO ADULTA POPULAÇÃO IDOSA

Fonte: INE

ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

5 685

7 034

29 938

19 804

31 303

14 520

51 269

13 053

4 025

26 332

15 078

7 776

5 231

16 466

14 470

50 261

312 245

20,4

4 391

5 134

28 411

20 940

26 686

12 198

3 584

12 081

3 656

25 028

12 193

7 206

3 931

15 349

13 369

49 222

243 379

15,06

14 656

24 278

100 726

65 013

106 720

45 305

206 423

36 617

12 727

81 830

47 857

26 622

16 025

52 407

44 217

174 370

1 055 793

68,99

15 921

23 676

117 706

86 527

119 842

49 197

177 544

44 262

14 890

95 904

50 794

26 622

16 828

62 233

52 342

205 180

1 159 468

71,73

3 553

3 644

12 514

8 334

13 659

10 479

44 780

5 118

1 700

10 479

6 838

2 653

3 281

5 299

6 149

23 934

162 414

10,61

3 915

4 891

17 979

12 644

20 498

9 326

51 003

7 127

2 556

15 032

9 409

3 753

4 039

8 423

8 680

34 347

213 622

13,22

MUNICÍPIO | POPULAÇÃO

Arouca

Espinho

Gondomar

Maia

Matosinhos

Oliveira de Azeméis

Porto

Póvoa do Varzim

S. João da Madeira

Santa Maria da Feira

Santo Tirso

Trofa

Vale de Cambra

Valongo

Vila do Conde

Vila Nova de Gaia

A.M.P.

PROPORÇÃO %

1991 2001

Fonte: INE

JOVEM JOVEM ADULTA ADULTAIDOSA IDOSA

141

CAPÍTULO III CONHECIMENTO HUMANO

234

235

669

498

845

494

3 404

308

96

714

406

146

294

317

336

1 482

10 478

455

415

1 343

942

1 618

796

4 939

584

205

1 208

826

285

426

634

688

2 556

17 920

%

0,98

0,67

0,47

0,53

0,56

0,74

1,13

0,56

0,52

0,6

0,58

0,44

1,2

0,43

0,52

0,6

0,68

%

1,88

1,23

0,82

0,78

0,97

1,13

1,88

0,92

0,97

0,89

1,14

0,76

1,72

0,74

0,92

0,89

1,11

VARIAÇÃO

0,9

0,56

0,35

0,25

0,41

0,39

0,75

0,36

0,45

0,29

0,56

0,32

0,52

0,31

0,4

0,29

0,43

MUNICÍPIO

Arouca

Espinho

Gondomar

Maia

Matosinhos

Oliveira de Azeméis

Porto

Póvoa do Varzim

S. João da Madeira

Santa Maria da Feira

Santo Tirso

Trofa

Vale de Cambra

Valongo

Vila do Conde

Vila Nova de Gaia

A.M.P.

POPULAÇÃO MUITO IDOSA (+ DE 85 ANOS)

Fonte: INE

1991

TOTAL

2001

TOTAL

142

ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

3. Educação

A educação assume-se como um dos pilares basilares da so-

ciedade moderna tal como a conhecemos. Se assim não fosse,

seriam impensáveis os investimentos feitos pelos governos do

mundo desenvolvido neste sector estratégico para a sustentação

da sociedade e do tecido socioeconómico. A educação sempre

assumiu um papel de destaque nas civilizações antigas que mais

se notabilizaram, como a Civilização Egípcia, a Grécia Antiga ou o

Império Romano. Ontem, como hoje, não é possível pensarmos

em desenvolvimento, crescimento, inovação ou bem-estar sem

que todos os que compõem a sociedade possuam os

instrumentos básicos que lhes permitam intervir de forma activa

no esforço que conduz ao avanço colectivo a que damos o nome

de desenvolvimento.

Se é verdade que a educação é um processo de crescimento, de-

senvolvimento, valorização e aperfeiçoamento pessoal, potencian-

do o aproveitamento das capacidades de cada um dos indivíduos,

também não será menos verdade que a educação conjunta

de uma sociedade eleva exponencialmente a possibilidade de

aproveitamento dessas capacidades, almejando o bem comum.

Através da educação, os indivíduos tomam consciência dos valo-

res que dão consistência ao meio social em que estão inseridos,

desenvolvendo o sentido crítico necessário para uma interven-

ção que contribua para o desenvolvimento do mesmo. Todos

os elementos que constituem um grupo necessitam de interagir

concertadamente entre si para beneficiarem do progresso que

vão construindo, colocando ao serviço de todos a riqueza criada,

preservando o meio que os rodeia e propiciando o bem-estar.

É da responsabilidade de cada geração preparar os instrumentos

necessários para que os que vêm a seguir consigam uma fácil

integração social. É através da educação que cada geração deixa

143

CAPÍTULO III CONHECIMENTO HUMANO

à geração seguinte o seu legado mais rico, transmitindo a susten-

tabilidade do seu desenvolvimento. No actual estado de desenvol-

vimento da nossa sociedade, compete ao sistema educativo, do

qual uma parte substantiva está assente na organização escolar,

fornecer uma quota importante daqueles instrumentos.

Ora, desta forma, e se o desenvolvimento social a todos interessa,

então a todos tem que interessar o modo como se educam os

cidadãos, assim como não pode haver um desenvolvimento com-

pleto da comunidade sem que todos os seus membros possuam

as condições para o desempenho correcto do seu papel social,

também não é possível ter condições de obter uma boa educação

e formação sem a intervenção da comunidade envolvente. E nesta

intervenção a comunidade aproveita para “crescer”. A educação

é, pois, um esforço que não pode, de modo algum, ser

individual mas, interessando a todos e tendo todos de

intervir nela, dilui os papéis de actores e de espectadores.

Conhecer uma população é bem mais do que apenas saber

quantificá-la numericamente. Esse indicador, embora não possa

ser negligenciado, é pouco ambicioso na tentativa de perspectivar

o futuro. Deste modo, importará saber caracterizar essa mesma

população através de uma análise mais ampla e mais alargada. Só

assim se poderão avaliar os graus de cumprimento das políticas

em curso para que possam ser reforçadas ou, em alternativa,

revistas e melhoradas, isto sempre tendo como horizonte final a

prossecução do objectivo central que é a melhoria da qualidade

de vida e bem-estar das populações através de um desenvolvi-

mento económico sustentável que almeje a coesão social.

As mutações socioeconómicas registadas no Portugal moderno

tiveram, como foi já referido, reflexos múltiplos na estrutura social

portuguesa. Tal será facilmente comprovável se nos detivermos

com maior pormenor nas mudanças ao nível do tecido econó-

mico, nas estruturas familiares, na organização do espaço e do

território, na distribuição da população, na habitação, entre uma

infindável listagem de indicadores. O sector da educação não é

excepção. Os efeitos da democratização política resultante da

revolução de Abril possibilitaram idêntico progresso no sector do

ensino e da educação em Portugal. O que seria privilégio para

poucos passou a ser, paulatinamente, um direito de todos. Causa

e consequência do desenvolvimento inquestionável do país,

nenhum outro sector terá merecido tão forte investimento como

a educação, facto esse sintomático da importância enquanto

“motor” de desenvolvimento.

Este facto pode ser facilmente corroborado com a análise da

evolução da taxa de analfabetismo em Portugal nas últimas três

décadas. Com efeito, apesar do decréscimo da população em

idade escolar (entre os 6 e os 24 anos), o número de alunos que

frequentam os diversos graus do sistema de ensino aumentou

significativamente. Não obstante o analfabetismo ter vindo a

diminuir de forma acentuada desde a década de 70 (de 25,7%

para 9,0%), em 2001 nove em cada 100 portugueses com dez

ou mais anos não sabiam ler nem escrever, continuando Portugal

a apresentar uma das taxas mais elevadas no contexto europeu.

A taxa de analfabetismo das mulheres foi sempre superior à dos

homens, ao longo deste período. Em 2001, cifrava-se em 11,5%

para as mulheres e em 6,3% para os homens. Apesar de subsistir

ainda esta diferença considerável, verificou-se uma aproximação

144

ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

nas últimas três décadas (em 1970, a taxa para as mulheres era

de 31,0% e para os homens de 19,7%). Os principais factores

que têm influenciado a diminuição da taxa de analfabetismo são a

já referida escolarização progressiva dos jovens em idade escolar

e a renovação das camadas mais idosas da população por outras

com menores taxas de analfabetismo.

É de referir que as taxas de analfabetismo, quer dos indivíduos do

sexo masculino, quer dos indivíduos do sexo feminino da popula-

ção idosa (com 65 e mais anos), ainda que elevadas, diminuíram

nos últimos 30 anos: nos homens, a proporção de pessoas que

não sabiam ler ou escrever passou de 47,0%, em 1970, para

24,5%, em 2001; nas mulheres, a percentagem de analfabetismo

apresenta-se bastante superior: 64,6%, em 1970, e 40,8%, em

2001. Ao longo dos 30 anos ocorreu uma efectiva redução de

alunos que se encontravam a frequentar os dois primeiros ciclos

do ensino básico: em 1970 estavam matriculados cerca de um

milhão de alunos e em 2001 apenas 800 mil. Para esta redução

deverá ter contribuído, entre outros factores, a queda da natalida-

de entretanto ocorrida.

145

CAPÍTULO III CONHECIMENTO HUMANO

CARTA DA REDE ESCOLAR

146

ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

Quanto aos alunos matriculados no terceiro ciclo do ensino básico

e no ensino secundário, o número triplicou em trinta anos, pas-

sando de 224 mil, em 1970, para mais de 735 mil, em 2001. Esta

massificação escolar está associada ao alargamento da escolarida-

de obrigatória ao 3. º ciclo do ensino básico. No ensino superior a

evolução foi ainda mais significativa, já que o número de estudantes

decuplicou nas três décadas, passando de cerca de 38 mil, em

1970, para mais de 390 mil, em 2001. Para este aumento terá con-

tribuído o alargamento e descentralização do parque escolar univer-

sitário, com a criação de novas universidades públicas e privadas,

assim como de institutos politécnicos. Também se verificou que as

mulheres passaram a constituir a maioria dos estudantes do ensino

superior, 56% do total, em 2001, percentagem que, em 1970, per-

tencia aos homens. Ao longo das últimas três décadas, a crescente

escolarização da população portuguesa suscitou a diminuição da

proporção da população sem qualquer qualificação (de 60,6%, em

1970, para 26,4%, em 2001) e o aumento do peso da população

com o ensino secundário completo (de 2,3% para 11,0%) e o su-

perior completo (0,6% para 6,5%). Assistiu-se também a uma cres-

cente feminização dos níveis de ensino mais elevados (secundário,

médio e superior). De facto, a proporção de mulheres ultrapassou

a proporção de homens nesses níveis de ensino. Simultaneamen-

te, a proporção de mulheres sem qualquer qualificação continua

superior à dos homens. Refira-se que, em 1970, em todos os níveis

de ensino, a proporção de população masculina com qualificações

académicas era superior à feminina. O reconhecimento da impor-

tância da educação por parte do poder político consubstanciou-se

no aumento da despesa pública neste sector que, em percentagem

do PIB, cresceu significativamente nas últimas três décadas, pas-

sando de 4,3%, em 1977, para 7,0%, em 2001.

Os números registados no domínio da Educação e

da Qualificação dos feirenses não são, grosso modo,

particularmente brilhantes. Pelo menos é esta a ideia

preconcebida aceite pela generalidade das pessoas. Tal

fica a dever-se, em grande medida, ao elevado vínculo

da sua população aos sectores mais tradicionais, como

a Indústria ou a Construção Civil, ou seja, sectores de

actividade que, por norma, não exigem grande pre-

paração académica. Tal denuncia, igualmente, uma

entrada precoce da mão-de-obra feirense no mundo de

trabalho, tese que será corroborada pelas estatísticas

relacionadas com o abandono escolar.

Ora, neste aspecto surgirá, desde logo, o primeiro grande

constrangimento para o município, já que a unanimidade dos

estudos que se debruçam sobre as questões do desenvolvimento

apontam a educação e a qualificação como o principal motor para

a prossecução dos objectivos centrais de desenvolvimento. Se

assim é, então, a baixa qualificação e preparação da mão-de-obra

de um município poderá, a não ser revertida a situação, funcionar

como obstáculo a esse mesmo desenvolvimento, concorrendo

para a perda de vigor económico do seu tecido empresarial. Daí

que seja de todo imperativo que estas questões relacionadas com

a educação possam ser equacionadas, previstas e planeadas o

mais atempadamente possível.

Aliás, este compromisso com a Educação é, também, um desígnio

nacional. O problema não se confina apenas e só aos limites do

município de Santa Maria da Feira ou da Região Norte. É um pro-

blema transversal a todo o país e que ajuda, em grande medida,

147

CAPÍTULO III CONHECIMENTO HUMANO

a explicar as dificuldades que Portugal tem tido para, de uma vez

por todas, entrar no “comboio” europeu da convergência.

A tenacidade dos esforços encetados pelas entidades respon-

sáveis pelo sector da educação nos últimos anos tem vindo a

frutificar. Um pouco por todo o país foi sendo renovado o parque

escolar com a construção de novas escolas ou a reconversão de

outras. Foram feitos reajustes nos conteúdos programáticos dos

curricula, a escolaridade obrigatória foi alargada para nove anos

e os ensinos secundário e superior foram democratizados. Estes

esforços coincidiram no tempo com o desenvolvimento registado

pelo país nos últimos 20 anos.

No entanto, dado estarmos inseridos num contexto de enorme

competitividade determinada pela globalização, não nos bastará

apenas darmos sequência ao que tem vindo a ser feito. Tal não

significa que o percurso percorrido neste domínio esteja incorrec-

to, mas apenas que está a ser efectuado a velocidade inferior ao

requerido pelas necessidades do país, de forma a atingir-se um

desenvolvimento económico sustentado que possa patrocinar a

coesão social dos portugueses.

CENTRO ESCOLAR DO MURADO

148

ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

8,4

15,0

6,7

6,6

5,9

5,5

7,1

4,8

7,0

8,5

5,1

6,7

11,4

5,5

7,2

6,4

9,9

11,0

6,7

11,7

7,0

5,5

4,8

5,2

6,8

4,8

5,9

7,2

4,8

5,6

9,7

5,0

6,2

5,4

8,3

9,0

CONCELHOS

Santa Maria da Feira

Arouca

Espinho

Gondomar

Maia

Matosinhos

Oliveira de Azeméis

Porto

Póvoa do Varzim

S. João da Madeira

Santo Tirso

Trofa

Vale de Cambra

Valongo

Vila do Conde

Vila Nova de Gaia

Região Norte

Portugal

TAXA DE ANALFABETISMO MUNICÍPIOS AMP (1991 – 2001)

Fonte: INE

A evolução da taxa de analfabetismo no município de

Santa Maria da Feira no decénio compreendido entre

1991 e 2001 permite-nos concluir que os esforços regis-

tados neste domínio têm surtido os seus efeitos. Neste

intervalo temporal, os números do município afasta-

ram-se da média nacional, de 8,4 para 9,9 em 1991 (1,5

de diferença para os números do país) passando essa

mesma diferença para 1,6 em 2001.

Dito de outra forma, Santa Maria da Feira conseguiu

registar maior evolução neste domínio que a média

nacional. Tal é sintomático dos resultados de uma

aposta clara no sector nos últimos anos.

Comparativamente aos demais municípios da Área Metropolitana

do Porto, verifica-se que os números verificados pelo município

feirense estão, grosso modo, ainda algo desfasados da maioria

dos municípios tidos como mais urbanos e desenvolvidos. Tal

denuncia o vínculo claro entre a educação e a qualificação das

populações com o grau de desenvolvimento dos territórios, sendo

este facto, simultaneamente, causa e consequência desse mesmo

desenvolvimento, causa, já que se uma população possui melho-

res condições de vida, obviamente que irá procurar proporcionar

aos seus filhos uma educação melhor, consequência, dado que

essa maior qualificação da mão-de-obra vai ser motor de

potenciamento e de fixação de actividades económicas com

maior teor técnico e tecnológico: as denominadas actividades de

valor acrescentado.

1991 2001

CAPÍTULO I INTRÓITO

ÁREA CENTRAL DE SANTA MARIA DE LAMAS

ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

ESCOLA SECUNDÁRIA DE FIÃES

151

CAPÍTULO III CONHECIMENTO HUMANO

Mantendo a incrementação dos projectos municipais de combate

ao analfabetismo e ao abandono precoce do sistema educativo,

Santa Maria da Feira continuará com uma taxa inferior à média

nacional e à Região Norte, perspectivando-se – pelas políticas

recentes – resultados mais positivos entre os municípios da Área

Metropolitana do Porto.

Daqui se conclui que a educação é um pilar inequívoco do

desenvolvimento de um país, de uma região ou de um município.

A sua importância é de tal modo inquestionável que este sector

pode assumir-se tanto como constrangimento ou como excelente

veículo para o desenvolvimento.

Deste modo, dado que o diagnóstico realizado sobre a realidade

de Santa Maria da Feira aponta algumas lacunas a este nível, im-

portará apontar-se rumos a seguir com vista à superação desses

constrangimentos.

A educação é uma das áreas essenciais a considerar e a intervir,

pois trata-se da “trave-mestra” com forte expressão não só numa

óptica de desenvolvimento pessoal e humano, mas também con-

dição indispensável de suporte das exigências de desenvolvimen-

to das economias baseadas no conhecimento e tecnologia como

pretende ser a economia de Portugal.

Assim sendo, resulta claro que uma firme intervenção a este nível

deverá ser devidamente articulada e coordenada pela administra-

ção central, que detém os meios e as competências necessárias

para desencadear os mecanismos e as políticas indispensáveis.

No entanto, não se pense que à administração local deverá estar

reservado um papel de mero observador. Embora as competên-

cias dos municípios neste sector centrem-se muito nos níveis

pré-escolar e do 1.º ciclo do ensino básico, tal não significa que

não possa haver forte empenhamento das autarquias na

educação em geral; pelo contrário, até porque estes níveis de

ensino se assumem como a base de todo o sector e determinam,

em grande medida, o sucesso das políticas nos níveis de ensino

subsequentes. Deste modo, uma intervenção das Autarquias que

conduza ao ensino pré-escolar e do 1.º ciclo do ensino básico de

elevada qualidade terá, obviamente, reflexos positivos nos ciclos

seguintes. Para almejarmos a qualidade e a excelência do nosso

sector educativo teremos que necessariamente revelar ambição

nos projectos e estratégias que projectamos, abraçamos

e desenvolvemos.

A educação e a formação são factores de extrema relevância para

o desenvolvimento dos indivíduos, a competitividade dos países e

a participação activa nos processos de mudança social. Sendo o

conhecimento, a qualidade e a inovação elementos centrais das

economias contemporâneas, a aposta na excelência dos sistemas

de formação e de educação constitui o aspecto decisivo quando

se insere num quadro de instrumentos de planeamento ou de

projecção do futuro. Estes pressupostos estão, de resto, consa-

grados em quadros de instrumentos como o “Norte 2015” ou o

“PROT-N” que assumem a aposta clara, entre outras, no sistema

científico e tecnológico, sobretudo no sistema de ensino superior

da região, intensificando a formação de jovens nestas áreas e

ainda em mecanismos de apoio à intensificação tecnológica de

empresas da região.

ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

Estes serão, pois, os pressupostos em que assentam a estra-

tégia de desenvolvimento gizada para o norte de Portugal. Uma

estratégia que reclama forte investimento no sector da educação,

nomeadamente numa formação de base que permita aos jovens a

necessária qualificação para responder às exigências da cada vez

mais premente intensificação tecnológica, através da qualificação

para a integração nos sistemas intermédio e universitário, permi-

tindo o potenciamento de reais mais-valias no tecido produtivo.

Contudo, para que tal possa, de facto, ser alcançado, impõe-se a

prossecução de um plano que vise o desenvolvimento de

condições infra-estruturais e de equipamentos, assim como a

153

CAPÍTULO III CONHECIMENTO HUMANO

acção atenta sobre as complementaridades educativas e pedagó-

gicas. Ambos os eixos visam a constituição de um projecto funda-

mental de estabelecimento de prioridades estratégicas, sendo que

o ensino pré-escolar e o 1.º ciclo do ensino básico se assumem

determinantes para o sucesso.

Daqui se vê, de forma evidente, qual o grau de comprometimen-

to que as autarquias deverão assumir para o desenvolvimento

dos seus territórios e do país através da educação. Para tal, será

necessária a requalificação e modernização do parque escolar,

através de acção assente em estudos, projectos, assistência

técnica e fiscalização, obras de construção / ampliação / requalifi-

cação dos estabelecimentos, arranjos exteriores dentro do

perímetro dos estabelecimentos, mobiliário escolar, material

didáctico e equipamento informático destinado a apetrechar as

novas salas de aula e outros equipamentos necessários ao funcio-

namento de espaços específicos resultantes da construção e/ou

ampliação das escolas.

O ensino pré-escolar é a primeira etapa do processo de educação

dos indivíduos que se pretende contínuo ao longo das suas vidas.

Assim sendo, importa que se potencie a existência de condições

de acolhimento das crianças no sistema que se traduzam no

aumento das taxas de escolarização nesta faixa etária.

Este nível de ensino contribui ainda para o desenvolvimento das

crianças e é instrumento considerável no combate à exclusão

social, dado que, além de garantir um espaço de desenvolvimento

humano, disponibiliza ainda o serviço de guarda das crianças.

A rede de ensino pré-escolar serve, assim, o desenvolvimento das

crianças, mas também concorre para a competitividade e para a

coesão social.

A rede do ensino pré-escolar revela uma dimensão equipamen-

tal insuficiente, estimando-se que, no contexto da AMP, sejam

necessárias 645 novas salas e a requalificação de 297, de modo

a contribuir-se para o aumento das taxas de escolarização deste

nível de ensino, almejando-se a sua universalização.

As mudanças da sociedade actual colocam a escola perante o

desafio de proporcionar maior cobertura de horário, muitas vezes

a tempo inteiro, permitindo combinar as necessidades de guarda

das crianças com a oferta de actividades extracurriculares nas

áreas das tecnologias, das línguas, do desporto e das expressões.

A escola a tempo inteiro concorre para a qualificação das crianças

mais desfavorecidas, sendo contributo para a competitividade e

ajuda no combate à exclusão social. É necessário que a

complementaridade de horários contemple actividades que possi-

bilitem a génese, crescimento e generalização de uma consciência

crítica e de cidadania.

154

ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

No concelho de Santa Maria da Feira têm sido vários os

passos dados no sentido desta estratégia fundamental

da Educação. A escola a tempo inteiro é já uma realida-

de. Os apoios sociais de combate ao abandono escolar

são presença diária na vida de milhares de famílias,

através do fornecimento de refeições e lanches, dos

transportes escolares e das bolsas de estudo. São

promovidos programas de saúde escolar ao nível da

saúde oral, rastreios oftalmológicos e prevenção da

obesidade. Diversos projectos educativos complemen-

tam e enriquecem o programa curricular dos alunos,

com especial incidência sobre o conhecimento do patri-

mónio do concelho, a prevenção rodoviária, o convívio

com a família e as gerações mais idosas, a participação

democrática, a protecção do planeta e a expressão

artística. O programa de Férias Escolares e Universi-

dade Júnior proporcionam aos alunos um Verão simul-

taneamente divertido e produtivo, perspectivando o

futuro. O melhoramento do parque escolar, através da

renovação das EB1 e JI já existentes (Programa Sala +)

e da construção de novos equipamentos como os Cen-

tros Escolares, e o acesso livre à Internet são outros

exemplos de como se pode investir na educação para se

ganhar o amanhã.

CAPÍTULO III CONHECIMENTO HUMANO

156

ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

157

CAPÍTULO III CONHECIMENTO HUMANO

IVETAPAS DO

CRESCIMENTO URBANO

158

ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

A expansão e consolidação urbanas, que são expressas,

claramente, pela análise dos ortofotomapas que se seguem, é a

demonstração do efeito de urbanização intensiva que, reconheci-

damente, é resultado da estrutura económica do concelho, para

além do contributo de factores indutores de dinâmicas de mobi-

lidade, acessibilidade e infraestruturação. Como os casos mais

relevantes, que pontuam estas etapas de crescimento: a maior

proximidade do centro da Área Metropolitana do Porto devido aos

nós viários da auto-estrada A1; a criação do Europarque, equipa-

mento de nível metropolitano e indutor de novas funcionalidades

ligadas à ciência, indústria, turismo, congressos, eventos culturais

e lazer; a aceleração das infraestruturas criadas, pelas oportunida-

des de financiamento, usufruídas pela adesão à União Europeia.

Embora o Atlas retrate a evolução do concelho, com particular

análise ao período de 1974 a 2009, pelas fotografias aéreas

disponíveis referentes aos anos de 1958, 1967, 1974, 1983, 1995

e 2007, é possível verificar, num período mais dilatado e numa

visão mais ampla, as principais etapas de crescimento urbano das

últimas décadas, no que se refere à cidade de Santa Maria da

Feira e às cidades de Lourosa e Fiães. Nestas duas são

referenciadas apenas três etapas, mas igualmente elucidativas da

evolução verificada.

Refira-se que Santa Maria da Feira é um dos três Concelhos

portugueses que integram três cidades.

Esta notável evolução urbana apresenta novos desafios: a procura

de critérios de incremento à qualificação das infraestruturas,

que em cada freguesia despoletaram o desenvolvimento local e

fomentaram, para a população, a inclusão social, educativa e cul-

tural. Refira-se, ainda, que os perímetros urbanos que se podem

desenhar, a partir das etapas retratadas, convivem com a estrutu-

ra ambiental e paisagística, valorizando o território e equilibrando a

relação construção/espaço ecológico.

Etapas do Crescimento Urbano

159

CAPÍTULO IV ETAPAS DO CRESCIMENTO URBANO

ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

1958Centro de Santa Maria da Feira

CAPÍTULO IV ETAPAS DO CRESCIMENTO URBANO

1967

ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

1974

CAPÍTULO IV ETAPAS DO CRESCIMENTO URBANO

1983

ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

1995

CAPÍTULO IV ETAPAS DO CRESCIMENTO URBANO

2007

ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

1958Fiães

CAPÍTULO IV ETAPAS DO CRESCIMENTO URBANO

1995 . 2007

ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

1958Lourosa

CAPÍTULO IV ETAPAS DO CRESCIMENTO URBANO

1995 . 2007

170

ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

171

CAPÍTULO III CONHECIMENTO HUMANO

UM OLHAR SOBRE O TERRITÓRIO

V

172

ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

Compilação dos ortofotomapas do concelho

à escala 1:5.000

Da leitura dos ortofotomapas que as páginas seguintes

convidam a um olhar privilegiado e de descoberta, perspectiva-se

a tradução da multipolaridade que (mais) marcou a evolução de

1974 a 2009, em especial na criação de equipamentos públicos

relevantes, distribuídos por todas as 31 freguesias.

As políticas levadas a efeito, factualmente e num plano de desen-

volvimento sustentado e polarizador, espelham-se claramente neste

olhar sobre o território, onde convergem a iniciativa pública, o forte

movimento associativo e o empreendedorismo, três pilares que

caracterizam o caminho de excelência e da identidade feirense.

Um olhar sobre o território

173

CAPÍTULO V UM OLHAR SOBRE O TERRITÓRIO

001

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CAPÍTULO V UM OLHAR SOBRE O TERRITÓRIO

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ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

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CAPÍTULO V UM OLHAR SOBRE O TERRITÓRIO

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CAPÍTULO V UM OLHAR SOBRE O TERRITÓRIO

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CAPÍTULO V UM OLHAR SOBRE O TERRITÓRIO

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CAPÍTULO V UM OLHAR SOBRE O TERRITÓRIO

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148

149

331

332

ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRABIBLIOGRAFIA

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O envelhecimento em Portugal: situação demográfica e

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Portugal, o litoral e a globalização. Ed. MF-DPP, 2003.

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BIBLIOGRAFIA

335

Índice

APRESENTAÇÃO

DE 1974 A 2009:

UM PERCURSO DE MUDANÇA E EXCELÊNCIA

I INTRÓITO

1. (D)A importância de um Atlas

2. Enquadramento histórico, socioeconómico e

político, com a Região, Portugal e a União Europeia

II CONHECIMENTO FÍSICO

1. Geomorfologia

2. Hipsometria

3. Hidrologia

4. Geologia

5. Climatologia

03

05

10

13

16

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69

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76

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85

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101

114

114

125

129

131

142

157

171

332

335

340

III CONHECIMENTO HUMANO

1. Origens de um povoamento, histórias de um povo

2. Demografia

a) A evolução da população

b) Natalidade e Mortalidade

c) Saldo natural

d) Envelhecimento da população

3. Educação

IV ETAPAS DE CRESCIMENTO URBANO

V UM OLHAR SOBRE O TERRITÓRIO

BIBLIOGRAFIA

ÍNDICE

FICHA TÉCNICA

ÍNDICE

336

ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

EQUIPAMENTOS COLECTIVOS PARQUES VERDES

FREGUESIARio Meão

Escapães

Canedo

Caldas de S. Jorge

Lourosa

Sanguedo

Fiães

Sta. Maria da Feira

S. Paio de Oleiros

Milheirós de Poiares

Arrifana

Arrifana

Lourosa

Sta. Maria da Feira

Lobão

Sta. Maria da Feira

Espargo

Fiães

S. Miguel de Souto

Lourosa

S. João de Vêr

Sanguedo

Canedo

Vale

Espargo

Lourosa

Canedo

Sta. Maria de Lamas

FREGUESIAMozelos

Sta. Maria da Feira

Paços de Brandão

Lourosa

Lobão

Caldas de S. Jorge

Pigeiros

Mozelos

Sta. Maria de Lamas

Lourosa

Argoncilhe

Canedo

Arrifana

Milheirós de Poiares

Milheirós de Poiares

Travanca

Escapães

Caldas de S. Jorge

Escapães

Escapães

Lobão

Lobão

Caldas de S. Jorge

Fiães

S. Miguel de Souto

Louredo

Fornos

Rio Meão

Lobão

S. João de Vêr

S. João de Vêr

Sanfins

Vila Maior

S. João de Vêr

Vila Maior

Sta. Maria da Feira

Argoncilhe

Sta. Maria de Lamas

Sta. Maria de Lamas

CÓDIGOA001

A002

A003

A004

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A028

CÓDIGOB001

B002

B003

B004

B005

B006

B007

B008

B009

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B038

B039

NOME DO EDIFÍCIO / EQUIPAMENTOPavilhão das Colectividades

Biblioteca de Escapães

Biblioteca de Canedo

Biblioteca Escolar de Caldas de S. Jorge

Biblioteca de Lourosa

Biblioteca de Sanguedo

Biblioteca de Fiães

Biblioteca Municipal de Santa Maria da Feira

Biblioteca de S. Paio de Oleiros

Biblioteca de Milheirós de Poiares

Esplanada do Livro de Arrifana

Bombeiros Voluntários de Arrifana

Bombeiros Voluntários de Lourosa

Bombeiros Voluntários de Santa Maria da Feira

Espaço I

Estação de Tratamento de Águas Residuais da Feira

ETAR da Remolha

ETAR de Fiães

Biblioteca de S. Miguel de Souto

ETAR do Casalinho

ETAR de S. João de Vêr

ETAR de Argoncilhe/Sanguedo

ETAR de Canedo

ETAR do Vale

Europarque

Parque Ornitológico de Lourosa

Porto Carvoeiro

Esplanada do Livro de Sta. Maria de Lamas

NOME DO EDIFÍCIO / EQUIPAMENTOParque do Monte Coteiro

Parque do Cáster

Parque da Quinta do Engenho Novo

Parque da Cidade de Lourosa

Parque das Ribeiras

Parque de Lazer do Ilha

Parque da Várzea

Parque do Murado

Parque de Santa Maria da Lamas

Parque da Variante Lourosa-Lamas

Parque de São Pedro

Parque do Mirante

Parque da Azenha

Zona de Lazer do Outeiro

Parque de Lazer da Mâmoa

Parque de Lazer Drª Domítilia de Carvalho e Jardim S. Pedro

Parque do Eleito Local

Parque das Termas

Parque da Nossa Senhora das Necessidades

Parque de Lazer de Escapães

Parque Nossa Senhora da Saúde

Parque de Lazer de S. Bartolomeu

Parque de Lazer de Casaldoido

Parque de Lazer Monte das Pedreiras

Zona de Lazer AlmiSouto

Parque de Lazer de Louredo

Parque de Lazer de Fornos

Parque de Lazer de Sto. António

Parque de Lazer de S. Judas Tadeu

Parque de Lazer da Quinta do Arieiro

Parque de Lazer das Airas

Mini-Golf e Parque de Lazer de Sanfins

Parque de Lazer das Capelas

Zona de Lazer de São Bento

Parque de Lazer da Zona Desportiva

Parque da Quinta do Castelo

Parque de Argoncilhe

Parque do Broquista e Mini-Golf

Jardim da Ponte - Valada

337

ÍNDICE

EQUIPAMENTOS CULTURAIS EQUIPAMENTOS DESPORTIVOS

FREGUESIALobão

Sta. Maria da Feira

S. João de Vêr

Lourosa

Sta. Maria de Lamas

Louredo

Sta. Maria de Lamas

Paços de Brandão

Sta. Maria da Feira

Sta. Maria da Feira

Milheirós de Poiares

Sta. Maria da Feira

Fornos

FREGUESIAGião

Sta. Maria da Feira

Fiães

Sta. Maria da Feira

S. João de Vêr

Sanfins

S. Paio de Oleiros

Sta. Maria da Feira

Sta. Maria da Feira

Sta. Maria da Feira

Fiães

Paços de Brandão

Lourosa

Paços de Brandão

Sta. Maria de Lamas

Sta. Maria de Lamas

Sta. Maria de Lamas

Sta. Maria de Lamas

Sta. Maria de Lamas

Lourosa

Lourosa

Fiães

Fiães

Canedo

Argoncilhe

Paços de Brandão

Milheirós de Poiares

Arrifana

Escapães

Argoncilhe

Sta. Maria da Feira

Canedo

Pigeiros

Paços de Brandão

Sta. Maria da Feira

Gião

Caldas de S. Jorge

Lourosa

Sanfins

Escapães

Arrifana

Lobão

Argoncilhe

Sta. Maria de Lamas

Arrifana

Mozelos

Louredo

Lourosa

Sta. Maria de Lamas

Canedo

Fiães

Fiães

Milheirós de Poiares

CÓDIGOC001

C002

C003

C004

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C006

C007

C008

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C010

C011

C012

C013

CÓDIGOD001

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D003

D004

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D006

D007

D008

D009

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D050

D051

D052

D053

NOME DO EDIFÍCIO / EQUIPAMENTOCentro Cultural de Lobão

Cine-Teatro António Lamoso

Cinema do Suil Park

Auditório da Junta de Freguesia de Lourosa

Auditório do Colégio Liceal de Santa Maria de Lamas

Auditório Multiusos de Louredo

Museu de Santa Maria de Lamas - Museu Henrique Amorim

Museu do Papel Terras de Santa Maria

Museu Municipal Convento de Lóios

Visionarium

Cine-Teatro do Centro Comercial Dr. Crsipim

Ao Quadrado - Galeria de arte contemporânea

Centro Cultural e Recreativo de Fornos

NOME DO EDIFÍCIO / EQUIPAMENTOPavilhão Gimnodesportivo de Gião/Lobão

Pavilhão Desportivo da Escola Secundária

Pavilhão Monte das Pedreiras

Piscinas do Cavaco

Piscinas Municipais de S. João de Vêr

Centro de Estágios do Clube Desportivo Feirense

Pavilhão Desportivo S. Paio de Oleiros

Piscinas Municipais de Sta. Maria da Feira

Pavilhão Desportivo da EB23 de Sta. Maria da Feira

Pavilhão Desportivo da Lavandeira

Pavilhão Desportivo da Escola Secundária Coelho e Castro

Complexo do Clube de Ténis de Paços de Brandão

Pavilhão Desportivo do Lusitânia Futebol Clube

Pavilhão Desportivo da EB23 de Paços de Brandão

Pavilhão Desportivo das Piscinas do Colégio Liceal de Santa Maria de Lamas

Piscina Coberta do Colégio Liceal de Santa Maria de Lamas

Pavilhão Desportivo do Colégio Liceal de Santa Maria de Lamas

Piscinas do Clube de Futebol União de Lamas

Pavilhão Desportivo do Clube de Futebol União de Lamas

Pavilhão Desportivo EB23 de Lourosa

Piscinas de Lourosa

Pavilhão do Clube Desportivo de Fiães

Piscinas Municipais de Fiães

Pavilhão Gimnodesportivo de Canedo

Pavilhão Gimnodesportivo de Argoncilhe

Pavilhão Desportivo de Paços de Brandão

Pavilhão Desportivo da EB23 de Milheirós de Poiares

Pavilhão Municipal de Arrifana

Pavilhão Desportivo da Associação do Centro Social de Escapães

Pavilhão Desportivo da EB23 de Argoncilhe

Pavilhão Desportivo da EB23 do Cavaco

Pavilhão Desportivo da EB23 de Canedo

Campo Desportivo do F.C. Pigeiros

Estádio D. Zulmira Sá e Silva

Campo Desportivo Marcolino de Castro

Pavilhão Polidesportivo de Gião

Campo de Jogos e Pista de Atletismo de Caldas de S. Jorge

Pista de Atletismo de Lourosa

Campo de Jogos e Pista de Atletismo de Sanfins

Campo de Desportivo Amadeu Joaquim Gonçalves

Campo de Desportivo do C.D.Arrifanense

Campo de Desportivo do Lobão F. C.

Campo de Futebol de Argoncilhe

Campo de Hoquei em Campo União de Lamas

Campo de Jogos de Sto. Estevão

Campo de Jogos de Mozelos

Campo de Jogos de Parada

Campo de Jogos do Parque de Lazer de Lourosa

Campo de Treinos do C.F.União de Lamas - Junta de Freguesia

Campo de Treinos do Canedo F.C.

Campo de Treinos de Fiães Sport Clube

Pavilhão Gimnodesportivo de Fiães

Campo de Treinos do G.D.Milheiroense

338

ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

EQUIPAMENTOS DESPORTIVOS (CONTINUAÇÃO) EQUIPAMENTOS ESCOLARES

FREGUESIALourosa

S. João de Vêr

Pigeiros

S. Miguel de Souto

Canedo

Travanca

Sanguedo

Fornos

Paços de Brandão

Sta. Maria de Lamas

Nogueira da Regedoura

Vila Maior

Rio Meão

Nogueira da Regedoura

Fiães

Guisande

Vale

Milheirós de Poiares

Lourosa

Mosteirô

Romariz

S. MIguel de Souto

S. João de Vêr

FREGUESIAPaços de Brandão

Sta. Maria da Feira

Mozelos

Caldas de S. Jorge

Caldas de S. Jorge

S. João de Vêr

Argoncilhe

Sanguedo

Lourosa

Lourosa

Lourosa

S. João de Vêr

Escapães

Lourosa

Lourosa

Sta. Maria da Feira

Sta. Maria de Lamas

S. João de Vêr

Romariz

Caldas de S. Jorge

Sta. Maria da Feira

Paços de Brandão

Milheirós de Poiares

Sta. Maria de Lamas

Sta. Maria da Feira

Canedo

Argoncilhe

Sta. Maria da Feira

Lourosa

Paços de Brandão

Milheirós de Poiares

Arrifana

Canedo

Canedo

Argoncilhe

Nogueira da Regedoura

Vale

Vale

Vila Maior

Argoncilhe

Mozelos

Mozelos

Mozelos

Argoncilhe

Argoncilhe

Sanguedo

Escapães

Escapães

Sta. Maria da Feira

Milheirós de Poiares

Lobão

Lobão

Rio Meão

Rio Meão

CÓDIGOD054

D055

D056

D057

D058

D059

D060

D061

D062

D063

D064

D065

D066

D067

D068

D069

D070

D071

D072

D073

D074

D075

D076

CÓDIGOE001

E002

E003

E004

E005

E006

E007

E008

E009

E010

E011

E012

E013

E014

E015

E016

E017

E018

E019

E020

E021

E022

E023

E024

E025

E026

E027

E028

E029

E030

E031

E032

E033

E034

E035

E036

E037

E038

E039

E040

E041

E042

E043

E044

E045

E046

E047

E048

E049

E050

E051

E052

E053

E054

Escola Básica do 1º Ciclo da Igreja

Escola Básica dos 2º e 3º Ciclos Fernando Pessoa

EB1/JI do Sobral

Escola Básica do 1º Ciclo de Azevedo

Jardim de Infância de Azevedo

Jardim de Infância de S. Bento

EB1/JI do Carvalhal

EB1/JI do Arraial

Escola Básica do 1º Ciclo de Aldeia Nova

Jardim de Infância da Igreja

EB1/JI da Igreja

EB1/JI da Fonte Seca

EB1/JI de Stº António

EB1/JI de Vendas Novas

EB1/JI de Casalmeão

EB1/JI do Cavaco

EB1/JI de Santa Maria de Lamas nº3

EB1/JI de Beire

EB1/JI de Goim

Jardim de Infância da Igreja

ISVOUGA - Instituto Superior de Entre o Douro e Vouga

ISPAB - Instituto Superior de Paços de Brandão

Jardim de Infância do Pereiro

Colégio Liceal de Sta. Maria de Lamas

Escola Secundária de Sta. Maria da Feira

Escola Básica dos 2º e 3º Ciclos de Canedo

Escola Básica dos 2º e 3º Ciclos de Argoncilhe

Escola Básica dos 2º e 3º Ciclos Prof. Dr. A. Ferreira de Almeida

Escola Básica dos 2º e 3º Ciclos de Lourosa

Escola Básica dos 2º e 3º Ciclos de Paços de Brandão

Escola Básica dos 2º e 3º Ciclos de Milheiros de Poiares

Escola Básica dos 2º e 3º Ciclos Arrifana

Escola Básica do 1º Ciclo de Mosteirô

Escola Básica do 1º Ciclo do Mirante

Escola Básica do 1º Ciclo de Aldriz

Escola Básica do 1º Ciclo de Pousadela

Escola Básica do 1º Ciclo do Pessegueiro

Jardim de Infância do Pessegueiro

Escola Básica do 1º Ciclo da Presinha

Escola Básica do 1º Ciclo da Cavadas

Escola Básica do 1º Ciclo da Vergada

Escola Básica do 1º Ciclo de Prime

Jardim de Infância de Prime

Jardim de Infância de Aldriz

Jardim de Infância de S. Domingos

Jardim de Infância da Igreja

Escola Básica do 1º Ciclo de Nadais

Jardim de Infância de Nadais

Universidade Sénior

Escola Básica do 1º Ciclo da Igreja

Escola Básica do 1º Ciclo da Igreja

Jardim de Infância da Igreja

Escola Básica do 1º Ciclo de Sto. António

Jardim de Infância de Santo António

NOME DO EDIFÍCIO / EQUIPAMENTOCampo de Treinos do Lusitânia F.C.Lourosa

Campo de Jogos do Ervedal

Campo de Treinos do F.C.Pigeiros

Campo Desportivo do C.D.Tarei

Campo Desportivo do Canedo F. C.

Campo Desportivo do Travanca

Campo Desportivo do A.D.C.Sanguedo

Campo Desportivo de Fornos

Campo de Treinos do C. D. Paços de Brandão

Campo Desportivo do C.F.União de Lamas

Campo Desportivo do C.Pop.Trab. Pousadela

Campo Desportivo do Vila Maior F. C.

Campo Desportivo do Clube Juventude ATL.Rio Meão

Campo Desportivo Relâmpago União Clube Nogueirense

Campo Desportivo do Fiães Sport Clube

Campo Desportivo do F.C. Guisande

Campo Desportivo do Vale F.C.

Campo Desportivo do G.D.Milheiroense

Campo Desportivo do Lusitânia F.C.Lourosa

Campo Desportivo do Mosteirô F.C.

Campo Desportivo do Romariz F.C.

Campo Desportivo do S. Miguel de Souto F.C

Campo Desportivo do S.C.S.João de Vêr

NOME DO EDIFÍCIO / EQUIPAMENTO

339

ÍNDICE

EQUIPAMENTOS ESCOLARES CONTINUAÇÃO EQUIPAMENTOS ESCOLARES CONTINUAÇÃO

E055

E056

E057

E058

E059

E060

E061

E062

E063

E064

E065

E066

E067

E068

E069

E070

E071

E072

E073

E074

E075

E076

E077

E078

E079

E080

E081

E082

E083

E084

E085

E086

E087

E088

E089

E090

E091

E092

E093

E094

E095

E096

E097

E098

E099

E100

E101

E102

E103

E104

E105

E106

E107

E108

Sta. Maria da Feira

Espargo

Espargo

Fornos

Fornos

Fornos

Mosteirô

Mosteirô

Mosteirô

Paços de Brandão

Mosteirô

Sta. Maria da Feira

Sta. Maria da Feira

Sanfins

Sanfins

Argoncilhe

Nogueira da Regedoura

Canedo

Vale

Vale

Louredo

Fiães

Fiães

Nogueira da Regedoura

Vila Maior

Gião

Guisande

Guisande

Paços de Brandão

Guisande

Lobão

Romariz

Romariz

Sta. Maria da Feira

Sta. Maria da Feira

Rio Meão

Rio Meão

Rio Meão

S. Miguel de Souto

S. Miguel de Souto

Paços de Brandão

S. Miguel de Souto

S. Miguel de Souto

S. Miguel de Souto

Travanca

Travanca

Travanca

Canedo

Canedo

Canedo

Lobão

Lobão

Arrifana

Arrifana

Jardim de Infância da Cruz

Escola Básica do 1º Ciclo da Igreja nº2

Jardim de Infância da Igreja

Jardim de Infância do Carvalheiro

Escola Básica do 1º Ciclo do Farinheiro

Jardim de Infância do Farinheiro

Jardim de Infância da Agoncida nº1

Escola Básica do 1º Ciclo de Agoncida

Jardim de Infância da Agoncida nº2

Jardim de Infância da Igreja nº1

Jardim de Infância da Proselha

Jardim de Infância Montinho

Escola Básica do 1º Ciclo nº2

Escola Básica do 1º Ciclo da Aldeia

Jardim de Infância da Carvalhosa

Escola Básica do 1º Ciclo de S. Domingos

Escola Básica do 1º Ciclo do Souto

Escola Básica do 1º Ciclo de Vilares

Escola Básica do 1º Ciclo da Póvoa

Jardim de Infância da Póvoa nº2

Jardim de Infância de Lagoa

Jardim de Infância da Avenida

Escola Básica do 1º Ciclo da Avenida

Jardim de Infância de Pousadela

Jardim de Infância da Igreja

Escola Básica do 1º Ciclo da Beira

Escola Básica do 1º Ciclo da Igreja

Jardim de Infância da Igreja

Academia de Música

Jardim de Infância de Fornos

Jardim de Infância de Aldeia Nova

Escola Básica do 1º Ciclo da igreja

Jardim de Infância da Igreja

Escola Básica do 1º Ciclo de Milheirós

Jardim de Infância de Milheirós

Escola Básica do 1º Ciclo do Outeiro

Jardim de Infância de Murtais nº1

Jardim de Infância de Murtais nº2

Jardim de Infância do Padrão nº2

Jardim de Infância do Padrão nº1

Escola Profissional de Paços de Brandão

Jardim de Infância de Macieira

Escola Básica do 1º Ciclo de Valrico

Jardim de Infância de Valrico

Jardim de Infância do Outeiro

Jardim de Infância do Mieiro

Escola Básica do 1º Ciclo do Mieiro

Escola Básica do 1º Ciclo de Monte S. Roque

Escola Básica do 1º Ciclo de Mota-Ilha

Jardim de Infância de Mota-iIha

Escola Básica do 1º Ciclo do Ribeiro

Jardim de Infância do Ribeiro

Escola Básica do 1º Ciclo do Bairro

Jardim de Infância do Bairro

Escola Básica do 1º Ciclo do Ribeiro

Jardim de Infância do Ribeiro

Escola Básica do 1º Ciclo de Tarei

Jardim de Infância de Tarei

Jardim de Infância da Lagoínha

Jardim de Infância de Arcozelo

Escola Básica do 1º Ciclo de Vendas Novas

Jardim de Infância de Vendas Novas

Jardim de Infância de Póvoa nº1

Escola Básica do 1º Ciclo do Viso

Escola Básica do 1º Ciclo de Vila Seca

IDIT - Instituto de Desenvolvimento e Inovação Tecnológica

Centro Escolar de Mozelos

Escola Básica do 1º Ciclo de Framil

Escola Básica do 1º Ciclo de Chão do Rio

Escola Básica do 1º Ciclo de S. Bento

Escola Básica do 1º Ciclo da Igreja

Jardim de Infância da Quebrada

Escola Básica do 1º Ciclo da Barroca

Jardim de Infância da Barroca

Jardim de Infância da Gândara

Escola Básica do 1º Ciclo da Gândara

Escola Básica do 1º Ciclo da Gesteira

Escola Básica do 1º Ciclo de Souto Redondo

Jardim de Infância de Souto Redondo

Jardim de Infância da Lapa

Jardim de Infância da Igreja

Jardim de Infância da Bajouca

Escola Básica do 1º Ciclo de Soutelo

Escola Básica do 1º Ciclo nº1

Escola Básica do 1º Ciclo nº1

Escola Básica do 1º Ciclo nº2

Escola Básica do 1º Ciclo da Igreja

Escola Básica do 1º Ciclo da Igreja nº1

Escola Básica do 1º Ciclo da Póvoa

Escola Básica do 1º Ciclo da Proselha

Escola Básica do 1º Ciclo do Outeiro

Escola Básica do 1º Ciclo do Outeiro

Escola Básica do 1º Ciclo da Igreja

Escola Básica do 1º Ciclo do Padrão

Escola Básica do 1º Ciclo de Badoucos

Jardim de Infância de Manhôce

Escola Básica do 1º Ciclo de Caldelas

Escola Básica do 1º Ciclo da Carvalhosa

Escola Básica do 1º Ciclo do Outeiro

Escola Básica do 1º Ciclo do Cimo da Aldeia

Escola Básica do 1º Ciclo de Manhôce

Jardim de Infância de Ordonhe

Jardim de Infância do Souto

Jardim de Infância da Várzea

Jardim de Infância do Candal

Jardim de Infância da Igreja

Jardim de Infância da Sobreda

Jardim de Infância de Vilares

Fornos

Fornos

S. Miguel de Souto

S. Miguel de Souto

Sta. Maria de Lamas

Caldas de S. Jorge

Fiães

Fiães

Vale

Guisande

Louredo

Espargo

Mozelos

Canedo

Fiães

S. João de Vêr

Escapães

S. Paio de Oleiros

Fiães

Fiães

Sanfins

Sanfins

S. João de Vêr

S. João de Vêr

S. João de Vêr

S. Paio de Oleiros

Escapães

Pigeiros

Fiães

Sta. Maria da Feira

Sta. Maria de Lamas

Sta. Maria de Lamas

Escapães

Espargo

Paços de Brandão

Mosteirô

Travanca

Travanca

S. Paio de Oleiros

S. Miguel de Souto

S. Miguel de Souto

Arrifana

Caldas de S. Jorge

Arrifana

Arrifana

Pigeiros

Arrifana

Argoncilhe

Nogueira da Regedoura

Canedo

Sanguedo

Gião

Canedo

Canedo

E109

E110

E111

E112

E113

E114

E115

E116

E117

E118

E119

E120

E121

E122

E123

E124

E125

E126

E127

E128

E129

E130

E131

E132

E133

E134

E135

E136

E137

E138

E139

E140

E141

E142

E143

E144

E145

E146

E147

E148

E149

E150

E151

E152

E153

E154

E155

E156

E157

E158

E159

E160

E161

E162

CÓDIGO CÓDIGOFREGUESIA FREGUESIANOME DO EDIFÍCIO / EQUIPAMENTO NOME DO EDIFÍCIO / EQUIPAMENTO

340

ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

EQUIPAMENTOS ESCOLARES CONTINUAÇÃO SERVIÇOS PÚBLICOS

Jardim de Infância de Chão do Rio

Jardim de Infância de Valos de Igreja

Jardim de Infância da Igreja nº2

Escola EB2.3/S Coelho e Castro

Jardim de Infância das Fontaínhas

Escola Básica do 1º Ciclo da Portela

Jardim de Infância da Portela

Escola Básica do 1º Ciclo do Candal

Jardim de Infância do Candal

Escola Básica dos 2º e 3º Ciclos da Corga

Escola Básica dos 2º e 3º Ciclos da Corga

Câmara Municipal Santa Maria da Feira

Cartório Notarial de Dr. Luis Manuel Moreira de Almeida

Cartório Notarial de Drª Cristina Moreira Ramos

Conservatória de Registo Civil, Predial e Comercial

Auditório da Junta de Freguesia de Santa Maria de Lamas

Correios - Posto de Romariz

Correios - Posto de Arrifana

Correios - Posto de Paços de Brandão

Correios - Posto de Milheirós de Poiares

Correios - Posto de Caldas de S. Jorge

Correios - Posto de S. Miguel de Souto

Correios - Posto de Mozelos

Correios - Posto de Rio Meão

Correios - Posto de S. Paio de Oleiros

Correios - Posto de Escapães

Correios - Posto de Fiães

Correios - Posto de Sta. Maria de Lamas

Correios - Posto de Sta. Maria da Feira

Correios - Posto de S. João de Vêr

Correios - Posto de Lourosa

Correios - Posto de Argoncilhe

Repartição de Finanças de Lobão

Repartição de Finanças da Feira

Repartição de Finanças de Lourosa

Repartição de Finanças de Paços de Brandão

Junta de Freguesia de Arrifana

Junta de Freguesia de Lourosa

Junta de Freguesia de Sanguedo

Junta de Freguesia de Gião

Junta de Freguesia de Guisande

Junta de Freguesia de Louredo

Junta de Freguesia de Mozelos

Junta de Freguesia de Nogueira da Regedoura

Junta de Freguesia de Paços de Brandão

Junta de Freguesia de Pigeiros

Junta de Freguesia de Rio Meão

Junta de Freguesia de S. João de Vêr

Junta de Freguesia de S. Paio de Oleiros

Junta de Freguesia de Sanfins

Junta de Freguesia de Sta. Maria da Feira

Junta de Freguesia de Travanca

Junta de Freguesia de Fornos

Junta de Freguesia de Milheirós de Poiares

Junta de Freguesia de Fiães

Junta de Freguesia de Escapães

Junta de Freguesia de Vila Maior

Junta de Freguesia de Romariz

Junta de Freguesia de Caldas de S. Jorge

Junta de Freguesia do Vale

Junta de Freguesia de Canedo

Junta de Freguesia de Mosteirô

Junta de Freguesia de Sta. Maria de Lamas

Junta de Freguesia de S. Miguel de Souto

Junta de Freguesia de Espargo

Fiães

Fiães

Paços de Brandão

Fiães

Arrifana

Paços de Brandão

Paços de Brandão

Lobão

Lobão

Lobão

Gião

Sta. Maria da Feira

Sta. Maria da Feira

Sta. Maria da Feira

Sta. Maria da Feira

Sta. Maria de Lamas

Romariz

Arrifana

Paços de Brandão

Milheirós de Poiares

Caldas de S. Jorge

S. Miguel de Souto

Mozelos

Rio Meão

S. Paio de Oleiros

Escapães

Fiães

Sta. Maria de Lamas

Sta. Maria da Feira

S. João de Vêr

Lourosa

Argoncilhe

Lobão

Sta. Maria da Feira

Lourosa

Paços de Brandão

Arrifana

Lourosa

Sanguedo

Gião

Guisande

Louredo

Mozelos

Nogueira da Regedoura

Paços de Brandão

Pigeiros

Rio Meão

S. João de Vêr

S. Paio de Oleiros

Sanfins

Sta. Maria da Feira

Travanca

Fornos

Milheirós de Poiares

Fiães

Escapães

Vila Maior

Romariz

Caldas de S. Jorge

Vale

Canedo

Mosteirô

Sta. Maria de Lamas

S. Miguel de Souto

Espargo

E163

E164

E165

E166

E167

E168

E169

E170

E171

E172

E173

F001

F002

F003

F004

F005

F006

F007

F008

F009

F010

F011

F012

F013

F014

F015

F016

F017

F018

F019

F020

F021

F022

F023

F024

F025

F026

F027

F028

F029

F030

F031

F032

F033

F034

F035

F036

F037

F038

F039

F040

F041

F042

F043

F044

F045

F046

F047

F048

F049

F050

F051

F052

F053

F054

CÓDIGO CÓDIGOFREGUESIA FREGUESIANOME DO EDIFÍCIO / EQUIPAMENTO NOME DO EDIFÍCIO / EQUIPAMENTO

341

ÍNDICE

SERVIÇOS PÚBLICOS CONTINUAÇÃO PATRIMÓNIO CLASSIFICADO

Junta de Freguesia de Lobão

Junta de Freguesia de Argoncilhe

Tribunal de Santa Maria da Feira

Hotel Pedra Bela

Residencial Tony

Hotel Nova Cruz

Pensão Residencial São Jorge

Residêncial ‘Chão do Rio’

Termas de S. Jorge

Hotel Ibis

Quartel da GNR de Sta. Maria da Feira

Residencial dos Lóios

Posto da PSP de Sta. Maria da Feira

Quartel da GNR de Lourosa

Quartel da GNR de Sta. Maria de Lamas

Posto da GNR de Canedo

Cartório Notarial de Dr. Vitorino José Marques Martins Oliveira

Tribunal de Julgados de Paz de Santa Maria da Feira

Inatel

Residencial Dona Maria

Residencial Solar

Posto de Turismo de Sta. Maria de Lamas

Posto de Turismo de Sta. Maria da Feira

Sociedade de Turismo de Sta. Maria da Feira

Fábrica da Igreja de Sanfins, Conferência de S. Vicente de Paulo de Sanfins

Fábrica da Igreja de Louredo

Fábrica da Igreja de Mozelos, Conferência S. Vicente Paulo de Mozelos

Fábrica da Igreja de Sta. Maria da Feira, Conferência S. Vicente Paulo

Fábrica da Igreja de Paços de Brandão, Conferência de S. Vicente Paulo

Fábrica da Igreja de Milheirós de Poiares, Conferência de S. Vivente Paulo

Casa Senhorial

Casa dos Condes de S. João de Vêr - Quinta da Torre

Troço da Estrada Real Lisboa - Porto, em Airas

Malaposta

Castro de Romariz

Mamoela de Vinhó

Mamoa da Quinta da Lage

Quinta da Portela

Quinta do Engenho Novo

Quinta da Murtosa

Troço da Via Antiga de Mosteirô

Quinta do Seixal

Castro de Fiães

Castelo de Santa Maria da Feira

Mercado Municipal

Igreja Matriz e Convento dos Lóios

Igreja da Misericórdia

Capela de Sto. Estevão

Lobão

Argoncilhe

Sta. Maria da Feira

Caldas de S. Jorge

Sta. Maria da Feira

Sta. Maria da Feira

Caldas de S. Jorge

Rio Meão

Caldas de S. Jorge

Espargo

Sta. Maria da Feira

Sta. Maria da Feira

Sta. Maria da Feira

Lourosa

Sta. Maria de Lamas

Canedo

Sta. Maria da Feira

Sta. Maria da Feira

Sta. Maria da Feira

Rio Meão

S. João de Vêr

Sta. Maria de Lamas

Sta. Maria da Feira

Sta. Maria de Lamas

Sanfins

Louredo

Mozelos

Sta. Maria da Feira

Paços de Brandão

Milheirós de Poiares

Caldas de S. Jorge

S. João de Vêr

S. João de Vêr

Sanfins

Romariz

Pigeiros

Pigeiros

Paços de Brandão

Paços de Brandão

Mosteirô

Mosteirô

Milheirós de Poiares

Fiães

Sta. Maria da Feira

Sta. Maria da Feira

Sta. Maria da Feira

Sta. Maria da Feira

Arrifana

F055

F056

F057

F058

F059

F060

F061

F062

F063

F064

F065

F066

F067

F068

F069

F070

F071

F072

F073

F074

F075

F076

F077

F078

F193

F194

F195

F196

F197

F198

G001

G002

G003

G004

G005

G006

G007

G008

G009

G010

G011

G012

G013

G014

G015

G016

G017

G018

CÓDIGO CÓDIGOFREGUESIA FREGUESIANOME DO EDIFÍCIO / EQUIPAMENTO NOME DO EDIFÍCIO / EQUIPAMENTO

342

ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

PÓLOS DE HABITAÇÃO SOCIAL IPSS’S INSTITUIÇÕES PARTICULARES DE SOLIDARIEDADE SOCIAL

Habitação de Custos Controlados para Jovens de Mozelos

Habitação de Custos Controlados de S. Paio de Oleiros

Habitação de Custos Controlados para Jovens de Fornos

Habitação de Custos Controlados para Jovens de S. João de Vêr

Habitação Social de Nogueira da Regedoura (Coteiro)

Habitação Social a Custo Controlado de Nogueira da Regedoura

Habitação Social de Arrifana (Manhôce)

Habitação Social de S. Paio de Oleiros

Habitação Social de Sta. Maria de Lamas (Valada)

Habitação Social de Sta. Maria de Lamas (Salgueirinha)

Habitação Social de Vila Verde

Habitação Social da Cadinha

Habitação Social de Argoncilhe

Habitação Social de Sanguedo

Habitação Social de Canedo

Habitação Social de Caldas de S. Jorge

Habitação Social de Guisande

Habitação Social de Rio Meão (Canto)

Habitação Social de Fiães (Ferradal)

Habitação Social de Paços de Brandão

Habitação Social da Quinta de Baixo

Habitação Social de Mozelos

Habitação Social de Lobão

Habitação Social de Sta. Maria da Feira (Picalhos)

Habitação Social de Milheirós de Poiares

Habitação Social de Arrifana (Monte)

Habitação Social de S. Miguel de Souto

Habitação Social da Barrela

Habitação Social de Escapães

Habitação Social de Sta. Maria da Feira (Cavaco)

Habitação Social de Sta. Maria da Feira (Vila Boa)

Habitação Social de S. João de Vêr

Habitação Social de Fiães (Engenho)

Habitação Social da Junta de Freguesia de Escapães

Habitação Social de Rio Meão (Monte do Outeiro)

Habitação Social de Arrifana (Adoufe)

Centro de Assistência Social Castis

Centro de Apoio Social de Mozelos

O Jardim - Centro de Solidariedade Social de Canedo

Centro Paroquial e Social de S. Tiago de Espargo

Centro Social Vilamaiorense

Centro Social Dr. Crispim Teixeira Borges Castro

Centro Social de S. Tiago de Lobão

Instituição Social Particular - O Abrigo

Centro Social S. Cristóvão

Casa Ozanan

Centro de Apoio Social de Argoncilhe

ATL da Igreja

Centro Social e Paroquial de Caldas de S. Jorge

A.T.L. e Creche - Cruzada do Bem - Patronato Amor de Deus

Centro Social e Paroquial de Arrifana

Centro Social - ATL de Paços de Brandão

Lar da 3ª Idade da Santa Casa da Misericórdia da Feira

Centro Social de Souto

Associação Particular de Solidariedade Social - Padre Osório

Centro Social Santa Maria de Fiães

Centro Comunitário Espaço Aberto

Centro Social Paroquial de Fornos

Arbusto - Associação Particular de Solidariedade Social

Centro Social, Cultural e Recreativo de Louredo

Centro Social e Paroquial de St. André de Mosteirô

Pôr do Sol - Centro Social, Cultural e Desportivo de Mosteirô

Centro Social - Creche de Paços de Brandão

MACUR - Movimento de Assistência, Cultura, Urbanismo e Recreio

Centro Social Paroquial de Romariz - Lar da Paróquia

Associação de Alcoólicos Recuperados

Centro Social Paroquial de Sanfins

Centro Social - Centro de Dia de Paços de Brandão

Centro Social de Sta. Cruz das Irmãs Passionistas

Centro Paroquial e Social de Sta. Maria da Feira

Liga dos Amigos do Hospital São Sebastião

Cercilamas

Centro Paroquial de Travanca

Centro Social de Vale

MACUR - Movimento de Assistência, Cultura, Urbanismo e Recreio

CAT - Centro de Atendimento de Toxicodependentes de Santa Maria da Feira

Pelo Prazer de Viver - Associação Concelhia de Desenvolvimento Social

Centro Social Paroquial de Romariz

Obra do Frei Gil

Cercifeira

Associação do Centro Social de Escapães

Centro de Dia e Lar de Escapães

Lar dos Condes de S. João de Vêr

Centro de Dia e ATL

Centro Social e Paroquial Padre José Coelho

Centro Social de Lourosa

Casa de Nossa Senhora do Sameiro

MASSPO - Movimento de Acção Social de S. Paio de Oleiros

Associação de Apoio Social de Sanfins

Centro Social de Gião

Cercifeira

Centro Pneumológico de Santa Maria de Lamas

Mozelos

S. Paio de Oleiros

Fornos

S. João de Vêr

Nogueira da Regedoura

Nogueira da Regedoura

Arrifana

S. Paio de Oleiros

Sta. Maria de Lamas

Sta. Maria de Lamas

Lourosa

Lourosa

Argoncilhe

Sanguedo

Canedo

Caldas de S. Jorge

Guisande

Rio Meão

Fiães

Paços de Brandão

Paços de Brandão

Mozelos

Lobão

Sta. Maria da Feira

Milheirós de Poiares

Arrifana

S. Miguel de Souto

Travanca

Escapães

Sta. Maria da Feira

Sta. Maria da Feira

S. João de Vêr

Fiães

Escapães

Rio Meão

Arrifana

Sanguedo

Mozelos

Canedo

Espargo

Vila Maior

Milheirós de Poiares

Lobão

S. João de Vêr

Nogueira da Regedoura

S. João de Vêr

Argoncilhe

Guisande

Caldas de S. Jorge

S. João de Vêr

Arrifana

Paços de Brandão

Sta. Maria da Feira

S. Miguel de Souto

Pigeiros

Fiães

Mozelos

Fornos

Lobão

Louredo

Mosteirô

Mosteirô

Paços de Brandão

Rio Meão

Romariz

S. Paio de Oleiros

Sanfins

Paços de Brandão

Sta. Maria da Feira

Sta. Maria da Feira

Sta. Maria da Feira

Sta. Maria de Lamas

Travanca

Vale

Rio Meão

Sta. Maria da Feira

Mozelos

Romariz

Lobão

Sta. Maria da Feira

Escapães

Escapães

S. Paio de Oleiros

Sta. Maria de Lamas

Fiães

Lourosa

S. Paio de Oleiros

S. Paio de Oleiros

Sanfins

Gião

Sta. Maria da Feira

Sta. Maria de Lamas

H001

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I056

CÓDIGO CÓDIGOFREGUESIA FREGUESIANOME DO EDIFÍCIO / EQUIPAMENTO NOME DO EDIFÍCIO / EQUIPAMENTO

343

ÍNDICE

EQUIPAMENTOS DE SAÚDE LOCAIS DE CULTO RELIGIOSO

Farmácia Romy

Farmácia Santa Maria

Farmácia Tamar

Farmácia de São Martinho

Farmácia Santo António

Farmácia Sousa

Farmácia Stygio

Farmácia Teles

Farmácia do Cavaco

Farmácia Araújo

Farmácia Aliança

Farmácia do Areal

Farmácia Central

Farmácia Costa Oliveira

Farmácia da Corga

Farmácia Graça

Farmácia Granja

Farmácia Leme

Farmácia Lima

Farmácia Lino

Farmácia Martins Oliveira

Farmácia Milheiro

Farmácia Oliveira

Farmácia Paes Moreira

Farmácia Reis

Farmácia de Romariz

Hospital de S. Paio de Oleiros

Hospital S. Sebastião, EPE (Centro Hospitalar Entre Douro e Vouga, EPE)

Farmácia Santa Isabel

Unidade de Saúde Familiar Famílias

Extensão de Saúde de Milheirós de Poiares

Extensão de Saúde de Mozelos

Extensão de Saúde de Sanguedo

Extensão de Saúde de Argoncilhe

Unidade de Saúde Familiar Terras de Santa Maria

Unidade de Saúde Familiar Fiães

Unidade de Saúde Familiar Saúde Mais

Unidade de Saúde Familiar Saúde Mais

Extensão de Saúde de Escapães

Extensão de Saúde de Vila Maior

Unidade de Saúde Familiar Sem Fronteiras

Extensão de Saúde de Lobão

Extensão de Saúde de Romariz

Centro de Saúde de Santa Maria da Feira

Unidade de Saúde Familiar Egas Moniz

Unidade de Saúde Familiar Cuidar

Extensão de Saúde de Caldas de S. Jorge

Extensão de Saúde do Vale

Extensão de Saúde de Canedo

Unidade de Saúde Familiar Cuidar

Unidade de Saúde Familiar Sem Fronteiras

Unidade de Saúde Familiar Sudoeste

Unidade de Saúde Familiar Sudoeste

Igreja Matriz de Argoncilhe

Igreja de Nossa Senhora da Hora

Igreja Paroquial de S. Paio de Oleiros

Igreja Matriz de São Nicolau (Lóios)

Igreja Matriz de Lourosa

Igreja Paroquial de Nogueira da Regedoura

Igreja da Misericórdia

Igreja Matriz de Paços de Brandão

Igreja Matriz de Santa Maria de Lamas

Igreja Matriz de São Tiago de Espargo

Igreja Matriz de Sanfins

Igreja Matriz de São Martinho de Escapães

Igreja Matriz de Arrifana

Igreja Paroquial de Santo André de Mosteirô

Igreja da Nossa Senhora da Saúde

Igreja Paroquial de Milheirós de Poiares

Igreja de Cristo Rei de Argoncilhe

Igreja Paroquial de São Pedro de Canedo

Igreja Matriz de Gião (Santo André)

Igreja Paroquial de Vila Maior

Igreja Paroquial de Sanguedo

Igreja Paroquial de Fiães

Igreja Paroquial de Mozelos

Igreja Matriz de São Tiago de Lobão

Igreja Paroquial de Caldas de S. Jorge

Igreja de São Miguel de Souto

Igreja Matriz de Travanca (São Mamede)

Igreja Matriz de São João de Vêr

Igreja Paroquial de São João de Vêr

Igreja Paroquial de Rio Meão

Igreja Matriz de Rio Meão

Igreja Paroquial de Santa Maria de Pigeiros

Igreja de São Silvestre (Duas Igrejas)

Igreja Matriz de Romariz

Igreja Matriz de Guisande

Igreja Paroquial de São Vicente de Louredo

Igreja Paroquial de Vale

Igreja de Santa Maria do Vale

Igreja do Seminário dos Missionários Passionistas

Outros Cultos Religiosos

Outros Cultos Religiosos

Outros Cultos Religiosos

Outros Cultos Religiosos

Outros Cultos Religiosos

Outros Cultos Religiosos

Outros Cultos Religiosos

Outros Cultos Religiosos

Outros Cultos Religiosos

Outros Cultos Religiosos

Outros Cultos Religiosos

Outros Cultos Religiosos

Outros Cultos Religiosos

Outros Cultos Religiosos

Outros Cultos Religiosos

Outros Cultos Religiosos

Outros Cultos Religiosos

Caldas de S. Jorge

Sta. Maria de Lamas

Fiães

Argoncilhe

Rio Meão

Sta. Maria da Feira

Paços de Brandão

Lourosa

Sta. Maria da Feira

Sta. Maria da Feira

Arrifana

S. João de Vêr

Fiães

Milheirós de Poiares

Lobão

Vale

Sanguedo

S. Paio de Oleiros

Lourosa

Escapães

Nogueira da Regedoura

Mozelos

S. João de Vêr

Canedo

S. Miguel de Souto

Romariz

S. Paio de Oleiros

Sta. Maria da Feira

Argoncilhe

Lourosa

Milheirós de Poiares

Mozelos

Sanguedo

Argoncilhe

Sta. Maria da Feira

Fiães

Paços de Brandão

Sta. Maria de Lamas

Escapães

Vila Maior

S. Paio de Oleiros

Lobão

Romariz

Sta. Maria da Feira

Sta. Maria da Feira

S. João de Vêr

Caldas de S. Jorge

Vale

Canedo

Rio Meão

Nogueira da Regedoura

Arrifana

S. Miguel de Souto

Argoncilhe

Gião

S. Paio de Oleiros

Sta. Maria da Feira

Lourosa

Nogueira da Regedoura

Sta. Maria da Feira

Paços de Brandão

Sta. Maria de Lamas

Espargo

Sanfins

Escapães

Arrifana

Mosteirô

Fornos

Milheirós de Poiares

Argoncilhe

Canedo

Gião

Vila Maior

Sanguedo

Fiães

Mozelos

Lobão

Caldas de S. Jorge

S. Miguel de Souto

Travanca

S. João de Vêr

S. João de Vêr

Rio Meão

Rio Meão

Pigeiros

Romariz

Romariz

Guisande

Louredo

Vale

Vale

Sta. Maria da Feira

Arrifana

Arrifana

Escapães

Espargo

Lourosa

Lourosa

Nogueira da Regedoura

Sanfins

Sanguedo

Sta. Maria da Feira

Sta. Maria da Feira

S. João de Vêr

S. Paio de Oleiros

Fiães

Sta. Maria da Feira

S. Paio de Oleiros

Sta. Maria da Feira

J001

J002

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K053

K054

K055

K056

CÓDIGO CÓDIGOFREGUESIA FREGUESIANOME DO EDIFÍCIO / EQUIPAMENTO NOME DO EDIFÍCIO / EQUIPAMENTO

344

ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

ASSOCIAÇÕES ASSOCIAÇÕES CONTINUAÇÃO

ADCR-Associação Desportiva, Cultural Vergada, Fábrica da Igreja da Vergada,

Conferência de S. Vicente Paulo

Associação Argoncilhe Jovem, ELOS, AD Argoncilhe, Fábrica da Igreja de

Argoncilhe, Conferência S. Vicente Paulo

Casa de Gaia - C.C.D.R. de Argoncilhe

Centro Columbófilo de Argoncilhe

Dragões de Argoncilhe - Casa do Futebol Clube do Porto - Argoncilhe

Liga de Melhoramentos e Beneficiência da Vergada

Grupo Musical Estrela de Argoncilhe

Grupo Recreativo e Beneficiente “A Flor de Aldriz” (Teatro de Aldriz)

Rancho Regional de Argoncilhe

Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários Arrifana

Banda Musical dos Bombeiros Voluntários de Arrifana

Centro de Cultura e Desporto de Arrifana - Hippyes Futebol Clube

Centro de Cultura e Desporto de Manhôce

Clube Desportivo Arrifanense

Dragões de Arrifana - Associação de Cultura, Desporto e Recreio

JUAT - Núcleo Desportivo, Recreativo e Cultural de Arrifana

Grupo Columbófilo de Arrifana

Associação Clube de Caçadores, Rancho Folclórico de S. Pedro,Sociedade

Columbófila, ACM Canedo

Associação Cultural do Rancho Folclórico “As Ceifeiras de Canedo”

Associação Recreativa de Pesca de Canedo e Louredo

Grupo Cénico de Canedo, Grupo Recreativo e Cultural de Canedo

Canedo Futebol Clube

CME - Escuteiros de Canedo, Fábrica da Igreja de Canedo, Conferência de S.

Vicente Paulo de Canedo

Rancho Folclórico “As Lavradeiras de Rebordelo”

Associação de Moradores de Arcozelo

Associação Juventude Inquieta, Centro Cultural e Recreativo - Escola de

Música de Caldas de S. Jorge

Caldas de S. Jorge Sport Clube, Atletismo de Caldas de S. Jorge

Corpo Nacional de Escutas - Agrupamento 901

Rancho Folclórico “As Florinhas das Caldas S. Jorge”

Associação Cultural, Recreativa e Desportiva de Escapães, Clube Desportivo

de Escapães

Associação Recreativa e Columbófila de Escapães

Centro Cultural e Desportivo de Nadais

Escola de Música de Escapães / Junta de Freguesia de Escapães

Rancho Folclórico de S. Martinho de Escapães

Escola de Música de Espargo, Abrir Horizontes - ACD - Espargo, Grupo

Cultural e Recreativo Andorinhas de Espargo

AMICAF, Fábrica da Igreja de Fiães, Conferência de S. Vicente Paulo de Fiães

Clube Desportivo Feirense, Liga dos Amigos da Feira

Fiães S. C., Associação de Motociclismo de Fiães - Ulfilanis Motards

CDPAC - Comissão de Defesa do Património e Acção Cultural, Clube

Desportivo de Fiães

Centro de Cultura e Desporto de Fiães / Rancho Infanto Juvenil de Fiães,

Rancho Folclorico ‘As Moleiras de Fiães’

Corpo Nacional de Escutas - Agrupamento 790 - Fiães

Grupo Columbófilo de Fiães

Grupo Musical de Fiães

Associação Fornos Cresce

Associação Columbófila de Fornos

CCR Fornos / JUF - Juventude Unida de Fornos, Conservatório de Música de

Fornos, Desp. Clube Fornos

Sociedade Columbófila de Gião, Fábrica da Igreja de Gião, Conferência de S.

Vicente Paulo de Gião

Associação de S. Mamede de Guisande, Associação Cultural de Guisande

“O Despertar”

Guisande Futebol Clube

Associação Desportiva e Cultural de Lobão

Banda Musical de S. Tiago de Lobão, Rancho Folc. de S. Tiago de Lobão,

C. Incentivo Cultural Lobão, Soc. Columbófila de S. Tiago de Lobão

Fanfarra da Vila de S. Tiago de Lobão

Rancho Regional da Vila de Lobão

Centro Social Cultural e Recreativo de Louredo

Associação Aliança da Família Cadete

Associação Desportiva e Cultural dos Bombeiros Voluntários de Lourosa

CFC Porto, Associação Budokai, Rolar - Hóquei Clube, GCR Fanfarra de

Lourosa, Futsal Feminino LFC, FCC Lourosa, Clube Defesa Pessoal

Centro Cultural e Recreativo “Os Malmequeres de Lourosa”

Clube de Caçadores de Lourosa

Clube de Ténis de Lourosa

Gabinete da Juventude de Lourosa

GRICL - Grupo Recreativo de Intervenção da LouroCoop

Grupo Cultural e Recreativo de Lourosa “Os Corticeiros”

Grupo Desportivo e Cultural “Os Vilaverdenses” - Lourosa

Grupo Musical de Solidariedade de Lourosa, Moto Clube “Rota Livre”

Lusitânia Futebol Clube de Lourosa, Clube de Ténis de Mesa de Lourosa

Sociedade Columbófila de Lourosa

Ritus - Associação Recreativa e Cultural, Grupo Cénico e Recreativo

Milheiroense “Os Velhos”, CCD de Milheirós de Poiares

Clube de Caçadores e Pescadores de Milheirós de Poiares

Grupo Desportivo Milheiroense

Sport Clube de Mosteiró, Associação Recreativa e Columbófila de Mosteirô

ANIFEIRA - Associação dos Amigos dos Animais de Santa Maria da Feira

Pôr-do-Sol - Centro Social, Cultural e Desportivo de Mosteirô

Grupo Columbófilo de Mozelos

Os Dragões de Mozelos

Tuna Musical Mozelense, Futebol Clube de Mozelos

GDC-M - Grupo de Dinamização Cultural de Mozelos

Juventude Atlética Mozelense

Os Amigos da Columbófila de Ermilhe

Centro Popular dos Trabalhadores de Pousadela

Associação de Desenvolvimento de Nogueira da Regedoura

Centro Social Luso-Venezolano - Nogueira da Regedoura

Grupo Columbófilo de Nogueira da Regedoura

Rancho Folclórico S. Cristóvão de Nogueira da Regedoura

Relâmpago União Futebol Clube Nogueirense

Academia Música de Paços de Brandão / Tuna Musical Brandoense

Associação Académica do ISPAB, FEDESPAB - Fundação de Ensino

e Desenvolvimento de Paços de Brandão

Associação Cultural do Carnaval de Paços de Brandão, Grupo de Cicloturismo

de Brandoense

CIRAC - Círculo de Recreio, Arte e Cultura de Paços de Brandão

Clube de Ténis de Paços de Brandão

Clube Desportivo de Paços de Brandão

Argoncilhe

Argoncilhe

Argoncilhe

Argoncilhe

Argoncilhe

Argoncilhe

Argoncilhe

Argoncilhe

Argoncilhe

Arrifana

Arrifana

Arrifana

Arrifana

Arrifana

Arrifana

Arrifana

Arrifana

Canedo

Canedo

Canedo

Canedo

Canedo

Canedo

Canedo

Caldas de S. Jorge

Caldas de S. Jorge

Caldas de S. Jorge

Caldas de S. Jorge

Caldas de S. Jorge

Escapães

Escapães

Escapães

Escapães

Escapães

Espargo

Fiães

Sta. Maria da Feira

Fiães

Fiães

Fiães

Fiães

Fiães

Fiães

Fornos

Fornos

Fornos

Gião

Guisande

Guisande

Lobão

Lobão

Lobão

Lobão

Louredo

Lourosa

Lourosa

Lourosa

Lourosa

Lourosa

Lourosa

Lourosa

Lourosa

Lourosa

Lourosa

Lourosa

Lourosa

Lourosa

Milheirós de Poiares

Milheirós de Poiares

Milheirós de Poiares

Mosteirô

Mosteirô

Mosteirô

Mozelos

Mozelos

Mozelos

Mozelos

Mozelos

Mozelos

Nogueira da Regedoura

Nogueira da Regedoura

Nogueira da Regedoura

Nogueira da Regedoura

Nogueira da Regedoura

Nogueira da Regedoura

Paços de Brandão

Paços de Brandão

Paços de Brandão

Paços de Brandão

Paços de Brandão

Paços de Brandão

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L002

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L056

L057

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L066

L067

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L074

L075

L076

L077

L078

L079

L080

L081

L082

L083

L084

L085

L086

L087

L088

L089

L090

L091

CÓDIGO CÓDIGOFREGUESIA FREGUESIANOME DO EDIFÍCIO / EQUIPAMENTO NOME DO EDIFÍCIO / EQUIPAMENTO

345

ÍNDICE

ASSOCIAÇÕES CONTINUAÇÃO ASSOCIAÇÕES CONTINUAÇÃO

DAO - Associação Cultural e Desportiva

GRIB - Grupo Recreativo Independente Brandoense

Grupo Columbófilo de Paços de Brandão

Núcleo de Atendimento à Paralisia Cerebral

Associação Desportiva - Sociedade Columbófila de Pigeiros

Centro Cultura e Desporto Pigeirense

Centro Cultural e Recreativo de Pigeiros

Academia de Música e Artes de Rio Meão

Clube Ornitológico de Riomeão, Rancho Folclórico e Etnográfico Terras de

Santa Maria, Grupo Columbófilo de Rio Meão

Juventude Atlética de Rio Meão

MACUR - Movimento de Assitência, Cultura, Urbanismo e Recreio

Associação Cultural da Mata de Rio Meão

Rancho Folclórico Recreativo e Cultural “As Florinhas de Rio Meão”

Associação Cultural de Romariz, Romariz Futebol Clube

Clube de Caçadores de Romariz

Cicloturismo de Caldas de S. Jorge

Voltado a Poente - Associação Cultural de Duas Igrejas

Corpo Nacional de Escutas - Agrupamento 1048

A.C.D.L. - Associação Cultural, Desportiva da Lavandeira S. João de Vêr

Associação Recreativa e Columbófila de S. João de Vêr

Associação do Grupo Folclórico “As Lavradeiras de S. João de Vêr”

Sporting Clube de S. João de Vêr

Associação Musical Oleirense

Biblioteca Pública de S. Paio de Oleiros

Centro Desportivo e Cultural de S. Paio de Oleiros

Escola de Ciclismo Fernando Carvalho

GRATO - Grupo Recreativo Amigos do Teatro Oleirense

Grupo Columbófilo de S. Paio de Oleiros

Grupo Desportivo de S. Paio de Oleiros

Associação ‘Os Flechas’, Fábrica da Igreja de S. P. Oleiros

Fundação Sanitus

Fundação Comendador Sá Couto

Associação dos Doentes Neuromusculares

Associação de Desenvolvimento de S. P. Oleiros

Grupo Musical de S. Paio de Oleiros - Tuna

Grupo Cultural Desportivo de Sanfins

Sociedade Columbófila de Sanfins

Associação Desportiva e Cultural Sanguedo

Cruz Vermelha Portuguesa

Juventude de Sanguedo

União Columbófila de Sanguedo

Clube Desportivo Feirense

Comissão de Vigilância do Castelo de Santa Maria da Feira

União Columbófila das Quintas

BTT

AMICIS, Rancho Folclórico Santa Eulália de Sanguedo

Academia de Cultura e Cooperação de Santa Maria da Feira - U. Sénior

Academia de Música de Santa Maria

Associação Académica do ISVOUGA

Associação Cultural Remolha

Associação de Motards “Os Vagabundos do Castelo” - Sta. Maria da Feira

Associação do Grupo de Danças e Cantares Regionais da Feira, Associação

de Artesãos das Terras de Santa Maria

Associação para o Desenvolvimento do Bailado e Artes Cénicas de Santa

Maria, Cineclube de Santa Maria da Feira

CCROF - Centro de Cultura e Recreio do Orfeão da Feira

Clube Académico da Feira

Clube de Caça e Pesca de Santa Maria da Feira

Coral Polifónico da Cruz

Corpo Nacional de Escutas - Agrupamento 640 - Santa Maria da Feira

Fed. Colectividades de Cultura e Recreio do Concelho de Santa Maria da Feira,

Fraternidade Nun’ Álvares - Agrup. Feira

Grupo Gólgota - Missionários Passionistas Santa Maria da Feira, Associação

da Juventude Passionista - Santa Maria da Feira

Juventude Atlética “Os Amigos do Cavaco”

Leo Clube de Santa Maria da Feira, Lions Clube de Santa Maria da Feira

Rotaract Club da Feira, Rotary Clube de Santa Maria da Feira

Sociedade Columbófila de Santa Maria da Feira

Sporting Clube de Santa Maria da Feira

Clube Colégio Liceal de Santa Maria de Lamas

Lamas Movediças - Associação Cultural, Recreativa e Desportiva,

Lamas Jovem

Tuna Esperança de Santa Maria de Lamas

Clube Futebol União de Lamas, Grupo Motard Lamacense

União Columbófila de Santa Maria de Lamas

Associação Bem Estar Santa Maria de Lamas

Lamas Futsal - Associação Desportiva

AJISCE - Associação Jovem de Intervenção Sócio-Cultural e Ecológica

Clube Desportivo de Tarei

Clube Desportivo Soutense

AlmiSouto

Sociedade da Banda Musical de Souto

Associação Musical Recreativa e Cultural de Travanca, Rancho Regional

da Juventude de Travanca

Real Clube de Travanca

Sociedade Columbófila de Travanca

Associação de Cultura e Recreio da Banda Marcial do Vale

C.C.D. - Grupo Desportivo do Pessegueiro

Centro Columbófilo de Santa Maria do Vale

Centro Recreativo e Cultural do Vale

Associação Recreativa Desportiva Vilamaiorense

Conferência de S. Vicente Paulo de Sta. Maria de Lamas

Fábrica da Igreja de Romariz, Conferência de S. Vicente de Paulo de Romariz

Conferência de S. Vicente Paulo de S. João de Vêr

Fábrica da Igreja de Arrifana, Conferência de S. Vicente Paulo de Arrifana

Fábrica da Igreja de Escapães, Conferência de S. Vicente Paulo de Escapães

Fábrica da Igreja de Fornos, Conferência de S. Vicente Paulo de Fornos

Fábrica da Igreja de Lourosa, Conferência de S. Vicente Paulo de Lourosa

Fábrica da Igreja do Vale, Conferência de S. Vicente de Paulo do Vale

Fábrica da Igreja de Mosteirô

Associação do Desenvolvimento Social e Humano ‘ Rosto Solidário’

Fábrica da Igreja de Espargo, Conferência de S. Vicente de Paulo de Espargo

Fábrica da Igreja de Travanca, Conferência de S. Vicente de Paulo de Travanca

Fábrica da Igreja de S. Miguel de Souto, Conferência de S. Vicente de Paulo

de S. Miguel de Souto

Fábrica da Igreja de Lobão, Conferência de S. Vicente de Paulo de Lobão

Fábrica da Igreja de Vila Maior, Conferência de S. Vicente de Paulo

Paços de Brandão

Paços de Brandão

Paços de Brandão

Paços de Brandão

Pigeiros

Pigeiros

Pigeiros

Rio Meão

Rio Meão

Rio Meão

Rio Meão

Rio Meão

Rio Meão

Romariz

Romariz

Caldas de S. Jorge

Romariz

Romariz

S. João de Vêr

S. João de Vêr

S. João de Vêr

S. João de Vêr

S. Paio de Oleiros

S. Paio de Oleiros

S. Paio de Oleiros

S. Paio de Oleiros

S. Paio de Oleiros

S. Paio de Oleiros

S. Paio de Oleiros

S. Paio de Oleiros

S. Paio de Oleiros

S. Paio de Oleiros

S. Paio de Oleiros

S. Paio de Oleiros

S. Paio de Oleiros

Sanfins

Sanfins

Sanguedo

Sanguedo

Sanguedo

Sanguedo

Sta. Maria da Feira

Sta. Maria da Feira

Sanguedo

Sanguedo

Sanguedo

Sta. Maria da Feira

Sta. Maria da Feira

Sta. Maria da Feira

Sta. Maria da Feira

Sta. Maria da Feira

Sta. Maria da Feira

Sta. Maria da Feira

Sta. Maria da Feira

Sta. Maria da Feira

Sta. Maria da Feira

Sta. Maria da Feira

Sta. Maria da Feira

Sta. Maria da Feira

Sta. Maria da Feira

Sta. Maria da Feira

Sta. Maria da Feira

Sta. Maria da Feira

Sta. Maria da Feira

Sta. Maria da Feira

Sta. Maria de Lamas

Sta. Maria de Lamas

Sta. Maria de Lamas

Sta. Maria de Lamas

Sta. Maria de Lamas

Sta. Maria de Lamas

Sta. Maria de Lamas

S. Miguel de Souto

S. Miguel de Souto

S. Miguel de Souto

S. Miguel de Souto

S. Miguel de Souto

Travanca

Travanca

Travanca

Travanca

Vale

Vale

Vale

Vale

Vila Maior

Santa Maria de Lamas

S. João de Vêr

Arrifana

Escapães

Fornos

Lourosa

Vale

Mosteirô

Mosteirô

Espargo

Travanca

S. Miguel do Souto

Lobão

Vila Maior

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CÓDIGO CÓDIGOFREGUESIA FREGUESIANOME DO EDIFÍCIO / EQUIPAMENTO NOME DO EDIFÍCIO / EQUIPAMENTO

346

ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

ASSOCIAÇÕES CONTINUAÇÃO

Fábrica da Igreja de Nogueira da Regedoura, Conferência de S. Vicente Paulo

de Nogueira da Regedoura

Fábrica da Igreja de Sta. Maria de Lamas

Fábrica da Igreja de Rio Meão, Conferência de S. Vicente Paulo de Rio Meão

Fábrica da Igreja de S. João de Vêr, Conferência de S. Vicente Paulo

Fábrica da Igreja de Caldas de S. Jorge, Conferência S. Vicente Paulo de

Caldas de S. Jorge

Fábrica da Igreja de Pigeiros

Fábrica da Igreja de Sanguedo, Conferência de S. Vicente Paulo de Sanguedo

Associação Juventude de Fiães

Associação Ambientalista da Ribeira da Lage

Associação Cultural e Desportiva Gião

Associação VC Bike (Vale da Cabra Bike)

Fórum Ambiente e Cidadania

Mosteirô Futebol Clube

Associação Desportiva Estrelas das Regadas

Grupo Folclórico Como Elas Cantam e Dançam em Paços de Brandão

Rancho Regional de S. João de Vêr

Sport Ciclismo de S. João de Vêr

Associação do Rancho Folclórico das Lavradeiras de S. João de Vêr

Art’ EnCena - Associação Cultural de Animação e Teatro de Santa Maria

da Feira

Song Dao - Associação de Artes Marciais de Santa Maria da Feira

União da Mata Futebol Clube

Associação Cultural e Recreativa do Grupo Folclórico “Os Romeiros do Souto”

Núcleo Desportivo de Travanca

Grupo Cénico de Lourosa

Grupo de Cicloturismo de Lourosa

Orquestra e Banda Sinfónica de Jovens de Santa Maria da Feira

Grupo Amizade - Tempos Livres e Educação Para a Paz

Associação de Artesanato de Argoncilhe

Clube de Snowboard

Associação Cultural e Recreativa de Sto. Estevão

Os Arrifanenses Futebol Clube

Rancho Folclórico “Estrelas Brancas”

SD - Superar Desafios - Associação de Cicloturismo

Clube de Canoagem de Canedo

Clube de Tunning de Canedo

Grupo Cultural e Recreativo “Saias Amarelas”

Grupo de Danças e Cantares das Margens do Rio Uíma

Associação Pesca Desportiva S. João de Vêr

Associação Melhor Viver - Desporto, Cultura e Lazer

Grupo Cultural e Desportivo de Travanca

Clube Columbófilo de Milheirós de Poiares

Nogueira da Regedoura

Sta. Maria de Lamas

Rio Meão

S. João de Vêr

Caldas de S. Jorge

Pigeiros

Sanguedo

Fiães

Fornos

Gião

Lobão

Mosteirô

Mosteirô

Mozelos

Paços de Brandão

S. João de Vêr

S. João de Vêr

S. João de Vêr

Sta. Maria da Feira

Sta. Maria da Feira

Sta. Maria de Lamas

S. Miguel de Souto

Travanca

Lourosa

Lourosa

Sta. Maria da Feira

S. João de Vêr

Argoncilhe

Argoncilhe

Arrifana

Arrifana

Arrifana

Arrifana

Canedo

Canedo

Caldas de S. Jorge

Caldas de S. Jorge

S. João de Vêr

S. João de Vêr

Travanca

Milheirós de Poiares

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CÓDIGO FREGUESIA NOME DO EDIFÍCIO / EQUIPAMENTO

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ATLAS DE SANTA MARIA DA FEIRA

EDIÇÃO

Câmara Municipal de Santa Maria da Feira © 2009

TEXTOS

Câmara Municipal de Santa Maria da Feira, com

colaboração do Arquitecto José Manuel Bastos

FOTOGRAFIA

Câmara Municipal de Santa Maria da Feira

Feira Viva, E. M. E.

F. Piqueiro - Foto Engenho Lda

ORTOFOTOMAPAS

Instituto Geográfico Português (IGP)

Instituto Geográfico do Exército (IGEOE)

DESIGN

Rita Coelho

IMRESSÃO

Rainho e Neves Lda.

Impressão em papel Creator Natural Mate, 150 grs

TIRAGEM

1 500

ISBN

978-989-8183-06-4

DEPÓSITO LEGAL

298834/09

Ficha técnica

APRESENTAÇÃO Esta obra, que dá agora o seu rosto ao mundo, é muito mais do que o título deixa antever:

retratar o nosso concelho, a sua unidade, o seu potencial, a sua diversidade e a sua

progressão, verificadas nas últimas três décadas.

Neste sentido o Atlas de Santa Maria da Feira – 35 Anos de Caminho, da Democracia à

União Europeia, não é apenas o somatório de peças geográficas que, factualmente, nos

mostram uma realidade objectiva. O desfolhar deste Atlas, enche-nos de orgulho, pelas

etapas vencidas, pela acção transformadora da acção política e pelo caminho palmilhado

e partilhado com o fortíssimo poder do empreendorismo e do associativismo, que tão bem

Santa Maria da Feira cultiva e que são de uma riqueza humana, social, cultural e económica

sem paralelo entre os municípios portugueses e europeus.

O retrato desta realidade vivida neste caminho difícil, mas vitorioso, que envolve todos os feirenses, está aqui bem patente, sem

qualquer subjectividade ou propaganda.

A ideia foi de concentrar, neste trabalho, muita da informação dispersa, existente e tratada, oferecendo uma obra de referência para

todos os que se interessam pelo nosso concelho e pela aproximação às suas diferentes facetas, agora registadas e tratadas num só

documento, que se dá a conhecer e que é oportuno divulgar, neste novo ciclo de desenvolvimento social e económico que as novas

dificuldades da economia global, nos motivaram a iniciar, com inovação e criatividade, como resposta adequada às necessidades da

população e ao rumo novo exigido pelo quadro da actualidade e pelos próximos tempos.

É no equilíbrio da preservação das nossas ancestrais e nobres raízes históricas e na força da inovação que a actualidade requer, que

reside a nossa acção política e que devemos – as forças políticas e todos os feirenses – persistir, para que o nosso concelho continue a

poder demonstrar que estamos no caminho certo e dar a mostrar-se, de forma elevada e progressiva, como esta obra tão ilustrativa

e objectivamente dá conta.

Se o passado nos conforta pela riqueza que representa e que, como herdeiros responsáveis, sabemos preservar e valorizar, é, também,

na conquista do futuro, que devemos, incessantemente continuar.

Alfredo Oliveira HenriquesPresidente da Câmara Municipal

35 ANOS DE CAMINHO, DA DEMOCRACIA À UNIÃO EUROPEIAUM TEMPO DE EXCELÊNCIA

ATLASSANTA MARIA DA FEIRA