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ATOS PROCESSUAIS

ATOS PROCESSUAIS. Conceito Ato processual é uma espécie do gênero ato jurídico, e tem por finalidade instaurar, desenvolver, modificar ou extinguir a

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ConceitoAto processual é uma espécie do gênero ato jurídico, e tem por finalidade instaurar, desenvolver, modificar ou extinguir a relação jurídico-processual, sendo toda ação humana que produz efeito jurídico em relação ao processo.Diferencia-se do fato processual, que é todo acontecimento que tem influência sobre o processo, como a morte da parte ou do juiz, perda da capacidade processual e o decurso de tempo, um incêndio que danifique os autos, que influenciam o processo sem derivar da ação humana.

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O ato processual, por sua vez, é uma modalidade do fato processual, que tem por característica uma manifestação da pessoa humana, como uma petição inicial, uma sentença etc. Ou seja, os atos processuais são condutas humanas que têm relevância para o processo. A própria definição de processo consiste no conjunto de atos processuais que sucedem no tempo e têm por objeto a obtenção da tutela jurisdicional. Tais atos estão interligados entre si, e cada um deles estreitamente vinculado ao que o precede e ao que o sucede. Por isto às vezes a nulidade de um deles gera a nulidade de outros, ou às vezes de todo o processo.

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A prática de atos processuais por meio eletrônicoDe acordo com o parágrafo único do art. 154, os tribunais, no âmbito da respectiva jurisdição, poderão disciplinar a prática e a comunicação oficial dos atos processuais por meios eletrônicos, atendidos os requisitos de autenticidade, integridade, validade jurídica e interoperabilidade da Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira – ICP – Brasil. Todos os atos e termos do processo podem ser produzidos, transmitidos, armazenados e assinados por meio eletrônico, na forma da lei.A propósito, a Lei n. 11.419/2006 disciplina o processo judicial eletrônico. De acordo com o art. 3º desta lei, “consideram-se realizados os atos processuais por meio eletrônico no dia e hora do seu envio ao sistema do Poder Judiciário, do que deverá ser fornecido protocolo eletrônico. Parágrafo único: quando a petição eletrônica for enviada para atender prazo processual, serão consideradas tempestivas as transmitidas até as 24 (vinte e quatro) horas do seu último dia”.

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O CPC possui dois artigos que tratam da instrumentalidade das formas, o art. 154 e o 244, que justificam a validade dos atos processuais praticados por meio eletrônico, o que proporcionará celeridade nas decisões, desde que preenchidos os requisitos do art. 3º da Lei n. 11.419/2006. “A questão será mais delicada quando analisarmos o ponto de vista do segredo de justiça, porque não raro será possível o vazamento de informações através da internet e é importante que os tribunais criem mecanismos de proteção para processos desta natureza”

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A linguagem utilizada nos atos processuaisA linguagem utilizada no processo pode ser na forma escrita (petição) ou oral (reduzido a termo para sua documentação), como se faz nas audiências de instrução e julgamento, depoimento de testemunhas etc.De acordo com o art. 156 do CPC, é obrigatório o uso do vernáculo (língua nativa do país), que é a língua portuguesa (CF, art. 13, caput).Salienta-se que só pode ser juntado aos autos documento em língua portuguesa, e quando em língua estrangeira, deverá estar acompanhada de versão em vernáculo, firmada por tradutor juramentado (CPC, art. 157).

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Publicidade dos atos processuaisDe acordo com a Constituição Federal, art. 5º, LX, “a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem”. Segundo a Constituição Federal, art. 93, IX, “todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos...”. Ou seja, o princípio da publicidade dos atos processuais é uma garantia constitucional, e constitui uma preciosa garantia do indivíduo no tocante ao exercício da jurisdição.Em regra os atos processuais são públicos, mas existem casos em que prevalece o interesse público, havendo ações que tramitam em segredo de justiça (CPC, art. 155).

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Direito das partes à obtenção de protocolo das petições que apresentaremAo praticarem atos no processo, as partes têm direito de obter recibos de entrega das petições que protocolarem nos órgãos da jurisdição (CPC, art. 160). Trata-se de comprovante de entrega dos documentos, o mesmo ocorrendo com os protocolos no processo eletrônico.

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Proibição de as partes lançarem nos autos cotas marginais ou interlinearesÉ expressamente proibido às partes riscarem as folhas do processo, realizarem marcações canetas, assim como lançarem cotas (notas escritas às margens de um texto) no processo, seja nas margens, ou entre as linhas (interlineares), sendo que o juiz pode, além de mandar riscá-las, impor multa de metade do valor do salário mínimo vigente no país (CPC, art. 161).

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Autos suplementaresO CPC trata dos chamados “autos suplementares” no art. 159, ou seja, prescreve que todas as petições e documentos que instruírem o processo devem ser acompanhadas de “cópias”, para que sejam formados autos suplementares, para garantia em relação ao processo (físico) original. Mas é notória inaplicabilidade da norma, que exigiria melhor estrutura do Poder Judiciário, inclusive para arquivo a acondicionamento das cópias dos autos. Se os fóruns estão abarrotados de processos, imagine-se que tais feitos fossem acompanhados de tais autos suplementares, com consequente acúmulo de serviços aos servidores do Poder Judiciário.

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Atos da parteOs atos da parte são aqueles “praticados pelo autor, réu, terceiros intervenientes e pelo Ministério Público. Em regra, tais atos produzem seus efeitos imediatamente (CPC, art. 158). Determinados atos, entretanto, para produzir efeitos processuais, exigem homologação judicial. É o que ocorre com a desistência da ação (art. 158, parágrafo único), a conciliação e a transação”. Os atos da parte dividem-se em declarações unilaterais e bilaterais de vontade.

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São atos unilaterais da parte os de postulação e as manifestações de vontade. Podem ser praticados tanto pelo autor quanto pelo réu. O ato de postulação do autor por excelência é a petição inicial, mas também o é a impugnação à contestação, requerimentos no curso do processo, o ajuizamento de ação rescisória, declaratória incidental, assim como os recursos interpostos. Os atos de postulação do réu são a contestação, exceções, reconvenção, impugnação ao valor da causa, ajuizamento de ação declaratória incidental, recursos e requerimentos no curso da lide.

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Já os atos bilaterais são aqueles praticados pelos dois sujeitos parciais do processo (autor e réu), a exemplo da transação, que implica a extinção do processo sem resolução do mérito por sentença homologatória, proferida conforme o art. 269, III, do CPC.Os atos processuais podem ter eficácia constitutiva, modificativa ou extintiva (CPC, art. 158), o que repercutirá na situação jurídica das partes no processo, a exemplo da petição inicial que determina o início (constituição) da relação processual (que ficará plenamente constituída com a citação do réu). O acolhimento de uma exceção de incompetência provocará a modificação da competência para o julgamento da lide, e a sentença determinará a extinção da relação processual (CPC, arts. 267 e 269).

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Acrescenta-se que “a doutrina costuma se referir a diversas classificações para melhor analisar os atos das partes. Assim, por exemplo, os atos postulatórios (que são aqueles praticados com vista à instauração e ao desenvolvimento do procedimento de forma regular), os atos instrutórios (que são aqueles voltados à demonstração da procedência das alegações); os atos dispositivos (que são aqueles relacionados à abdicação de alguma vantagem no plano do processo ou no plano material, como expressamente prevê o parágrafo único do art. 158, e, mais amplamente, o art. 475-N, III); e os atos comissivos ou omissivos (relacionados à prática ou à falta de prática de algum ato processual, como, por exemplo, se verifica com a revelia, caracterizada pela não apresentação de contestação pelo réu). O exame mais detalhado dos atos das partes corresponde, em última análise, ao exame de cada ato que, ao longo de todo o procedimento, será ou não, poderá ser ou não, praticado. Por isto, é suficiente, para os fins de uma teoria geral do direito processual civil, sua mera indicação”

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• Couture os classifica em atos de obtenção e atos dispositivos. Os primeiros procuram obter do órgão jurisdicional a satisfação de uma pretensão manifestada nos autos; e os últimos têm por objetivo criar, modificar ou extinguir situações processuais.

• Os atos de obtenção, por sua vez, compreendem:• a) atos de petição, também denominados atos

postulatórios, que consistem nos pedidos ou requerimentos em que a parte postula uma providência ou um ato processual específico. Compreende o pedido do autor, com que se manifesta o direito de ação, e a resposta do réu, bem como outras postulações incidentais em que as partes formulam seus diversos requerimentos, inclusive o de produzir documentos e outras provas;

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b) atos de afirmação, que também podem ser denominados atos reais, são os que a parte não postula e sim age materialmente, criando situações concretas como a da exibição de um documento em seu poder, o pagamento das custas, a prestação de caução etc.;c) atos de prova, ou atos de instrução são aqueles que conduzem aos autos os meios de demonstrar ao juiz a verdade dos fatos alegados na ação ou na defesa.Geralmente, os atos probatórios envolvem atividade conjunta das partes dos órgãos judiciais, e até de terceiros, como se dá na coleta de depoimentos e nas perícias.

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Quanto aos atos dispositivos, que também recebem o nome de atos de causação, porque nele o ato de vontade da parte tende a produzir justamente o efeito procurado por sua intenção, tal como ocorre, nos atos jurídicos do direito privado, podem ser subdivididos em:a) atos de submissão: quando a parte se submete, expressa ou implicitamente, à orientação imprimida pelo outro litigante ao processo. Há submissão expressa à pretensão do autor, quando o réu reconhece a procedência do pedido (art. 269, II).Há, por exemplo, submissão implícita, quando o demandado, em ato omissivo, deixa de contestar a ação, e permite que a revelia produza o efeito de tornar verídicos, para o processo, os fatos alegados na inicial (art. 319);

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b) atos de desistência: quando há desistência do processo ou renúncia ao direito nele postulado, quer da parte do autor, quer do réu. Podem se referir a questões de direito material (art. 269, V) e de direito processual (art. 267, III). São atos unilaterais;c) atos de transação: representam atos bilaterais realizados pelas partes sob a forma de avenças ou acordos processuais. Podem se referir ao mérito da causa, quando se apresentam como forma de autocomposição da lide, como na conciliação (art. 449), e na transação (art. 269, III).Podem, outrossim, relacionar-se com questões meramente processuais, como na convenção para adiar a audiência (art. 453, I) ou para abreviar ou aumentar prazos (art. 181).

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Atos do juizOs atos do juiz estão enumerados no art. 162 do CPC, que são os despachos, decisões interlocutórias e sentenças, sendo que este rol não é taxativo, pois também incluem atos como o interrogatório das partes (CPC, art. 342), colheita de depoimentos, inspeção judicial (CPC, art. 440), inquirição de testemunhas (CPC, art. 413), interrogatório do interditando (CPC, art. 1.181) e demais atos.

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DespachosDespachos são atos de mero impulso oficial do processo, e não possuem conteúdo decisório. Por não causarem prejuízos, são irrecorríveis (CPC, art. 504). Mas se causarem algum gravame, podem ensejar correição parcial (procedimento administrativo instaurado perante a Corregedoria do Tribunal) ou mandado de segurança. Exemplo de “despacho” que pode causar flagrante prejuízo: designação de audiência para data muito distante, de forma a comprometer a garantia da razoável duração do processo (CF, art. 5º, LXXVIII), o que afronta direito líquido e certo dos litigantes.

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São exemplos de despachos: os que determinam a vinda dos autos à conclusão, abrem vistas às partes e ao Ministério Público, ordenam a remessa dos autos ao contador ou determinam às partes a especificação de provas que pretendam produzir.Atenção: mesmo os despachos de mero expediente podem adquirir natureza de decisão interlocutória se ficar demonstrado que trazem qualquer prejuízo às partes.Salienta-se que o conceito de despacho é obtido por exclusão, mediante a análise do § 3º do art. 162 do CPC, que determina que são despachos todos os demais atos (com exclusão das sentenças e decisões interlocutórias) do juiz praticados no processo, de ofício ou a requerimento da parte, a cujo respeito a lei não estabelece outra forma.

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Decisões interlocutóriasDecisão interlocutória é o ato do juiz, no curso do processo, que resolve questão incidente (CPC, art. 162, § 2º). Trata-se de ato do juiz, de conteúdo decisório (por isto não se confunde com o despacho), e que não se enquadra no conceito de sentença (ato que põe fim ao processo). Mas com a instituição do sincretismo processual pelo CPC, tal definição tornou-se imprecisa.O recurso cabível contra decisão interlocutória é o de agravo.

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Sentenças ou acórdãosSentença é a decisão final, que compõe a lide ou apenas extingue o processo, proferido pelo juiz (primeiro grau de jurisdição), também chamado de juízo monocrático. Trata-se de ato estatal e documental, praticado pelo juiz (1ª instância) que extingue o processo numa das hipóteses dos arts. 267 (sem resolução do mérito) ou 269 (com resolução do mérito) do CPC, nos termos do que define o art. 162, § 1º, do CPC.

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São elas, tradicionalmente, classificadas em:a) sentenças terminativas; eb) sentenças definitivas.As terminativas “põem fim ao processo, sem lhe resolverem, entretanto, o mérito” (casos de extinção do processo previstos no art. 267). Após elas, subsiste ainda o direito de ação, isto é, o direito de instaurar outro processo sobre a mesma lide, já que esta não chegou a ser apreciada. Definitivas são as sentenças “que decidem o mérito da causa, no todo ou em parte”, e, por isso, extinguem o próprio direito de ação.Após essa modalidade de julgado, não é mais possível às partes a propositura de outra causa sobre a lide, que nele encontrou sua definitiva solução. Decidir, no entanto, questão de mérito não é suficiente para se ter uma sentença. Para tanto, é indispensável que toda a atividade cognitiva do juiz esteja concluída. Há casos em que se resolve questão de mérito de maneira incidental, devendo o processo prosseguir para em momento ulterior ocorrer o exaurimento do provimento jurisdicional exigido pela fase de conhecimento da causa. Deliberações dessa natureza configuram decisão interlocutória e não sentença. Deve-se, pois, conceituar como sentença definitiva o ato decisório do juiz que, em primeiro grau de jurisdição, conclui a fase cognitiva do processo.

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• Acórdão é o julgamento proferido pelos tribunais (turma, câmara, grupo de câmaras, seção, órgão especial, plenário etc.), e constitui a conclusão dos votos proferidos no julgamento pelos juízes (juiz, desembargador ou ministro) integrantes de Tribunal ao qual compete o julgamento do recurso ou ação de sua competência originária (ação rescisória e certos mandados de segurança). “A expressão ‘acórdão’, vem de ‘acordo’, o consenso, a vontade predominante, ao menos pela maioria, dos membros do tribunal sobre determinada matéria. A formação da vontade no acórdão é colegial, isto é, integrada pelas manifestações da vontade de cada juiz”. Acórdão não se confunde com aresto, que é a decisão (de 1º ou 2º grau de jurisdição) da qual não caiba mais recurso, o que também não se confunde com arresto (medida constritiva patrimonial e acautelatória prevista nos arts. 653 e 813 a 821 do CPC). Ou seja, recebe a denominação acórdão o julgamento proferido nos tribunais, de forma colegiada, por Turmas, Câmaras, Seções cíveis etc., nos termos do art. 163 do CPC.

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Atos do escrivão ou chefe de secretaria (CPC, arts. 166 a 171)As expressões escrivão, chefe de secretaria, ou chefe de cartório, equivalem à função daquele servidor que é responsável pelos atos de logística e documentação dentro do cartório (vara). Suas funções estão elencados nos arts. 141 e 166 a 171 do CPC, bem como nas leis de organização judiciária, e consistem em atos como a lavratura de termos, expedição de alvarás, comunicação dos atos processuais (citações e intimações) etc.“Os atos do escrivão ou chefe de secretaria são objeto de disciplina nos arts. 166 a 171, destacando-se, dentre eles, a autuação da petição inicial, isto é, formando os autos do processo, cujas folhas, uma a uma, devem ser numeradas e rubricadas, bem assim os termos de juntada (de alguma petição ou documento), vista (disponibilização dos autos para alguma das partes), conclusão (encaminhamento dos autos ao magistrado) e outros que se façam necessários, sendo inadmissíveis espaços em branco ou rasuras, que devem ser inutilizados ou ressalvadas, respectivamente”

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• AutuaçãoO processo se inicia com a provocação do autor por meio da petição inicial.Depois de despachada pelo juiz, a petição vai ao escrivão que promoverá o primeiro ato de documentação do processo: a autuação.Consiste este ato em colocar uma capa sobre a petição, na qual será lavrado um termo que deve conter o juízo, a natureza do feito, o número de seu registro nos assentos do cartório, os nomes das partes e a data do seu início (art. 166).Dessa autuação surge um volume ao qual se vão acrescentando todas as petições e documentos relacionados com a causa.Sempre que o volume inicial se tornar muito grande, outros serão abertos, com novas autuações, com as mesmas cautelas do art. 166.Além disso, compete ao escrivão numerar e rubricar todas as folhas dos autos principais e suplementares (art. 167).

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Termos processuaisOs termos mais comuns que o escrivão redige no curso do procedimento são os de juntada, vista, conclusão e recebimento, que se apresentam como notas datadas e rubricadas pelo referido serventuário.Juntada é o ato com que o escrivão certifica o ingresso de uma petição ou documento nos autos.Vista é o ato de franquear o escrivão os autos à parte para que o advogado se manifeste sobre algum evento processual.Conclusão é o ato que certifica o encaminhamento dos autos ao juiz, para alguma deliberação.Recebimento é o ato que documenta o momento em que os autos voltaram a cartório após uma vista ou conclusão.

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Forma dos termosDe acordo com o art. 169, § 1o, os atos e termos do processo serão datilografados ou escritos com tinta escura e indelével, assinando-os as pessoas que neles intervierem. Quando estas não puderem ou não quiserem firmá-las, o escrivão certificará nos autos a ocorrência (art. 169). No texto dos termos e atos do processo é vedado o emprego de abreviaturas (art. 169), para se evitar ambiguidade ou incerteza que só prejuízos podem acarretar aos interesses das partes e do juiz.É lícito o uso da taquigrafia, estenotipia ou outro método idôneo para simplificar e mecanizar a documentação das audiências ou sessões de qualquer juízo ou tribunal (art. 170).Na elaboração dos atos e termos, é vedado ao escrivão deixar espaços em branco, bem como fazer entrelinhas, emendas ou rasuras, salvo se aqueles forem inutilizados e estas expressamente ressalvadas (art. 171).

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Tendo a Lei no 11.419, de 19.12.2006, aberto aos tribunais o uso amplo dos recursos eletrônicos no processo, o art. 169 do CPC foi acrescido de dois novos parágrafos: a) seu atual § 2o dispõe que “quando se tratar de processo total

ou parcialmente eletrônico, os atos processuais praticados na presença do juiz poderão ser produzidos e armazenados de modo integralmente digital em arquivo eletrônico inviolável, na forma da lei, mediante registro, em termo que será assinado digitalmente pelo juiz e pelo escrivão ou chefe de secretaria, bem como pelos advogados das partes”;

b) no § 3o, ficou ressaltado que, quando usado o sistema autorizado pelo § 2o, “eventuais contradições na transcrição deverão ser suscitadas oralmente no momento da realização do ato, sob pena de preclusão”.

Ao juiz, frente à eventual impugnação, caberá “decidir de plano, registrando-se a alegação e a decisão no termo”.