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atps-fundamentos Historicos e Teoricos metologicos do Serviço Social.
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Fundamentos Históricos e Teórico-Metodológicos do Serviço Social II
Na leitura e análise do artigo proposto na ATPS sobre: o Movimento de (Reconceituação)
do Serviço Social, concluímos em grupo que o Serviço Social tem suas origens iniciais
sempre ligados à religião, à caridade; doutrinado pela igreja católica; relacionando as
profundas transformações econômicas e sociais que atravessaram a sociedade brasileira. A
fundação das primeiras escolas de Serviço Social foram feitas por frequentadores da igreja
buscando o preparo para o exercício remunerado e também gratificação pessoal. Algumas
alunas do serviço social eram professoras primárias; que, com relação à questão social,
negavam transformações econômicas e sociais, ou seja, a ação sobre as causas da Questão
Social atuando sobre o efeito no que diz respeito às causas da Questão Social.
Em posição contrária, o Serviço Social reconceituado, que se propõe atuar sobre as causas
das questões sociais, atuando revolucionariamente sobre o sistema. O Serviço Social
brasileiro apropriou-se da metodologia de trabalho americano, introduzindo nos currículos das
escolas o Serviço Social de caso de grupo, organização social da comunidade, Serviço Social
de comunidade, posteriormente desenvolvimento de comunidade.
Os primeiros passos para o movimento de reconceituação foram movidos pelos impactos
das teorias e tentativas de prática desenvolvimentista. Reconhecia que sua teoria era frágil
quanto à compreensão da dinâmica social, das relações de classe, dos grupos sociais, das
instituições. Os problemas sociais: baixo índice de renda da população, ausência de
infraestruturas de saneamento, alto índice de analfabetismo, baixo nível de saúde e de
escolaridade não eram assuntos apenas de economistas e sociólogos, mas também para
técnicos do Serviço Social e para a população em geral. Início do marxismo nas universidades
e cotidiano de trabalho bem como a liberdade. Resultou ao Serviço Social, um recuo quanto à
filosofia do desenvolvimentismo, novas e mais profundas indagações criticas ao Serviço
Social tradicional e demanda de novas ideologias segundo (FALEIROS; 2004).
No Brasil, em 1964 aconteceu o que consideram a primeira manifestação grupal crítica
de Serviço Social do nordeste; o encontro regional de escolas; onde, docentes e profissionais
posicionam os métodos de intervenção face à realidade subdesenvolvida do nordeste, dando
ênfase à crítica quanto ao aspecto economicista e adota o processo de conscientização na linha
de liberação do oprimido. A perspectiva modernizadora constitui a primeira expressão do
processo de renovação do Serviço Social no Brasil. Os documentos de Araxá (1967) e
Teresópolis (1970) podem ser considerados a tentativa de adequar o Serviço Social às
tendências políticas que a ditadura tornou dominante e que não se punha como objeto de
questionamento pelos protagonistas que concorriam à sua elaboração.
A importância dos seminários e a história do Serviço Social no Brasil, nos encontros de
Araxá, Teresópolis e Sumaré, respectivamente em MG, nos anos de 1967, 1970 e 1978, nestes
encontros percebemos que Araxá em MG (1967) reuniu 38 Assistentes sociais docentes e não
docentes promovidos pelo centro brasileiro de cooperação e intercâmbio de serviços sociais
(CBISS). Tendo como objetivo repensar em maior profundidade a teoria básica do Serviço
Social e sua metodologia. O Serviço Social se caracteriza pela ação junto aos indivíduos com
desajustamentos familiares e sociais que decorrem muitas vezes de estruturais sociais
inadequadas.
Compreendendo que este tipo de ação tem dimensões corretivas e promocionais,
ressaltando que promover é capacitar. É da perspectiva da globalidade que flui a reflexão que
em Araxá vai conduzir a adequação da metodologia do Serviço Social que vão se efetivar em
dois níveis o micro e o macro. No micro é essencialmente operacional, o macro compreende
as funções do Serviço Social ao nível da política e do planejamento para o desenvolvimento
da infra-estrutura social.
O documento entende-se a estrutura social como facilidades básicas, programas de saúde,
educação, habitação, serviços sociais fundamentais. Algo significativo é a vontade da
profissão onde os Assistentes sociais não sejam mais meros executores das políticas sociais, e
sim sejam capazes, sobretudo de formulá-las e geri-las. Sete encontros foram realizados para
discuti-lo, dando origem ao próximo encontro que foi o de Teresópolis (1970) sobre
metodologia com repercussão em toda América Latina. Oferece uma metodologia do Serviço
Social voltada para a prática profissional do Serviço Social e que se desenvolva com um nível
mínimo de cientificidade. Ele aborda uma determinação de um método profissional que
defende ser um método científico. A redefinição do papel do Assistente social ao situá-lo
como um funcionário do desenvolvimento, Teresópolis propõe a redução quanto à própria
condição funcionária do profissional, ele é investido de um estatuto básico de execução, com
a consequente valorização da ação prática imediata.
Oito anos depois (1978) realizou-se o encontro de Sumaré (RJ), objetivando a
cientificidade do Serviço Social. Este encontro registra o deslocamento da perspectiva
modernizadora da arena central do debate e da polêmica e a disputar seus espaços e
hegemonia com ressonância nos foros de discussão, organização e divulgação da categoria
profissional. O desafio que ficou foi de discutir a construção do objeto do Serviço Social
mediante um enfoque dialético que incorpore uma dupla perspectiva: a da ciência e a dos
modos de produção das formações sociais e das conjunturas políticas.
Informamos ainda que, nestes seminários realizados em Araxá, Teresópolis e Sumaré, os
trabalhos realizados, foram divididos em três partes, na primeira parte foram examinados
minuciosamente o Documento de Araxá, e na sequencia sendo analisado cada capítulo dos
relatórios dos encontros regionais respectivos, ligando as opiniões emitidas com o texto do
original. “Na segunda parte, foram estudados os documentos de Teresópolis”, e apresentados
às considerações extraídas do relatório dos encontros regionais, ambos os relatórios não
seguiram a mesma sistemática, o que obrigou portando a utilização de um esquema diferente
para cada um. Os documentos de Araxá, Teresópolis e Sumaré, principalmente os de Araxá e
Teresópolis, refletem a ideia e a prática do Serviço Social naquele momento, não podendo ser
tomadas como orientação para o momento atual ou para o futuro. Tiveram sua importância e
sua oportunidade naqueles anos e por isso não podemos dizer que são errados ou verdadeiros
julgando-os com o conceito de hoje; precisam ser olhados através dos conceitos das décadas
dos anos 60 e 70, sendo marcos históricos como a conferência de Milford para os Estados
Unidos (1927). E a famosa definição do Serviço Social da primeira conferência internacional
de Serviço Social (1928), para o mundo ocidental no início do século. As gerações de hoje a
às futuras, cabem a contribuição da análise da prática do Serviço Social e a construção de seus
alicerces, para um caminhar constante para a cientificidade.
Enfim o movimento de reconceituação envolveu reelaborações por um grande numero de
profissionais na busca de fundamentos, de novos, conhecimentos e teorias baseado em uma
concepção de homem e de mundo e na formulação de novas metodologias que pudesse
instrumentalizar uma ação coerente com um novo posicionamento. O Serviço Social
posteriormente ao desenvolvimentismo difundiu uma nova visão das possibilidades da
profissão e das funções do assistente social, no sentido de reformulações teóricas e práticas,
seja operacionalização da nova proposta, á luz de posicionamentos ideológicos o que é uma
conquista que surgiu com o movimento de reconceituação.
A fase da reconceituação foi marcada por analises criticas ao Serviço Social tradicional e
ao sistema vigente que envolveu impasses, crises e ganhou vitalidade com questionamentos,
contestações, reelaborações que delinearam diferentes fases, provocando rupturas e
reclamando novas abordagens.
A influência do positivismo nos problemas da assistência social, os positivistas não tem
organizado grupos de assistência social assim como a igreja católica fez, embora tenha
realizado vários programas de assistência social em determinada ocasião. No Brasil a
influência positivista em sido muito grande, e apesar das aparências, e casa vez maior, porque
as grandes ideias são lançadas pelos grandes homens e elas vão se divulgando sem que as
pessoas que as repetem e as usam saibam da sua origem. Augusto comte só criou duas
palavras sociologia e a palavra altruísmo, essas palavras hoje estão divulgadas por todo
mundo. A divulgação do positivismo e muito grande, agora a propaganda sistemática do
positivismo tem se tornado difícil e isso pela fase social que estamos atravessando, porque o
positivismo foi o coroamento de uma evolução do ocidente, começada na Grécia, seguida em
Roma, na idade media até a revolução francesa.
Como desejava e supunha Augusto comte, o positivismo tivesse dominado na França, não
haveria mais guerra nenhuma. A liderança provém da capacidade de iniciativa, e
fundamentalmente, a iniciativa exige coragem, muita coragem. Augusto comte foi o fundador
da sociologia e a sua doutrina não é um plano de organização social ele primeiro foi ver os
fenômenos sociais eram subordinados a leis naturais imutáveis, analogamente ao que
aconteciam com os fenômenos biológicos, químicos físicos como as outras ciências, a
matemática, com todos. Ele disse vamos ver se a gente tem leis a obedecer na organização da
sociedade ou se nos temos a liberdade de organizar a sociedade a nosso bel prazer. Ele
descobriu a lei dos três estados à lei da evolução humana, então ele viu que realmente existia
uma sociologia, que os fenômenos sociais e, por extensão, digamos os fenômenos humanos,
isto é, os fenômenos sociais e os fenômenos morais, chamados psicológicos, que esses
fenômenos eram sujeito às leis naturais. Ele lançou ideias muito avançadas para sua época,
conquanto positivista não tenha hoje grandes lideres e representantes, mas as ideias
positivistas estão se divulgando no Brasil a propaganda se sistematizou a 11 de maio de 1881,
quando Miguel Lemos e Teixeira Mendes fundaram a igreja positivista do Brasil.
O primeiro que se manifestou foi na aritmética do Dr. Moniz de Aragão, da Bahia, mas o
positivismo já era conhecido no tempo do império, penetrou no Brasil pelos estudantes de
matemática. A figura de benjamim Constant personifica esse movimento espontâneo do
positivismo, antes mesmo da fundação da igreja positivista. Em 1876. O professor oliveira
Guimarães fundou o centro positivista do qual benjamim Constant fazia parte. O positivismo
participou ativamente do movimento abolicionista e do movimento republicano, o que se deu
ao positivismo uma grande projeção social. E política. Os positivistas trouxeram argumentos
novos e trabalharam ativamente. Em seguida o movimento republicano o Brasil também era a
única monarquia na America. A monarquia muito comprometida com a evolução social por
defender a escravidão. Getulio acreditou, tomou atitude, ele sofreu a influencia positivista
porque se formou na escola positivista como político. A influência positivista foi direta na
legislação trabalhista, influiu na Inglaterra, e no sindicato americano. O catolicismo começou
a abordar esses problemas com leão Xlll, com a encíclica Rerum Novarum, ao encontrar entre
os papeis de seu antecessor que era positivista que chamava a atenção da igreja católica para o
problema social. Quando leão Xlll escreveu sua encíclica a obra de augusto comte já estava
publicada a reforma introduzida por João XXlll foi uma aproximação do catolicismo com o
positivismo.
Usar a língua local em vez do latim, colocar o sacerdote de frente para o publico em vez
de ficar de costas como era anteriormente. O positivismo se resume em ser uma religião
concebida de forma sociológica. Fenômeno religioso estudado é em sociologia como
fenômeno econômico da família, da pátria, uma realidade sócia. Todas as religiões tem o
mesmo fim, que é estabelecer a unidade social. É a pratica da antiga formula romana “mente
sã num corpo são” quem tem pensamento sadio, uma cabeça em ordem, tem naturalmente
felicidade e predispõe todo resto do seu organismo, todo físico, a funcionar bem. Predomínio
do altruísmo sobre o egoísmo. Na forma positiva o nosso destino e transformar o nosso
planeta num paraíso, pela mistura de raças, pela mistura das civilizações, estabelecendo um
bem estar geral em toda sociedade. No positivismo não se trata de socializar os meios de
produção, e sim socializar o capitalista.
O capital é de formação social, só tem significado social. Perante o positivismo, todas as
religiões têm a mesma finalidade e todos os benfeitores da humanidade, quaisquer que sejam
as crenças, são merecedores de gratidão. A palavra positiva passou a ter sete significados:
real, útil, certo, preciso, orgânico, sobretudo altruísta, sobretudo simpático. O positivismo tem
regras de condutas pessoal dentro da maior moralidade. Temos o poder temporal do governo e
o poder espiritual, o poder temporal no futuro devera ser exercido por três banqueiros um
ligado a agricultura, a indústria, e o outro ao comercio de maneira a abraçar o conjunto da
atividade prática. Era dever republicano e profundamente liberal, garantindo a liberdade de
pensamento, cada um diz o que quer desde que assuma a responsabilidade, um governo forte
que garanta a liberdade de pensamento.
Considerações precedentes, ser o positivismo a religião da humanidade e seu lema
principal é “o amor por principio e a ordem por base, o progresso por fim.” O amor por
princípio porque sua moral é baseado no altruísmo, como a fonte de felicidade e do dever. A
ordem por base, porque reconhecemos que todos os fenômenos estão subordinados as leis
naturais imutáveis. Apesar de toda a anarquia e confusão atual, estamos cada vez progredindo
mais em sentimento, inteligência, conhecimento e na conduta.
O método fenomenológico vem ao encontro de carências reais, cada vez mais presentes no
campo da abordagem dos fenômenos humanos e sociais, resultantes de uma impotência que se
evidencia como intrínseca a própria essência do que se convencionou denominar de método
cientifico. O método cientifico no que se refere ao estudo dos fenômenos humanos, estaria
ligada ao fato de que tal método se fundamenta nos sistemas naturais e não no comportamento
humano. O método cientifico define-se como busca de uma natureza, de algo que pertence
individualmente idênticos nas diversas experiências próprias a cada individuo, mediante a
eliminação do que lhes é único e singular isto é do caráter. Pois ser humano é principalmente
ser capaz de ter uma vivencia de consciência única e singular.
O método fenomenológico, ao contrario do método cientifico. Busca compreender o
humano nesta especificidade de se dar como vivencia. O método cientifico parte da
experiência, como todo conhecimento, e tem por objetivo a ordenação do mundo da
experiência, mediante a subordinação da multiplicidade e diversidade dos fenômenos. Ao
ordenar o mundo dos dados, a partir de leis universais, a ciência chega ao mundo dos fatos
científicos, através de um levantamento dos valores suscetíveis de serem investidos pelas
diversas experiências de cada individuo. Envolve, pois, ao nível da lógica do método, um
processo de variação de casos que tenham efetivamente se realizado, da mesma maneira que o
método científico, o método fenomenológico parte da experiência, mas diferentemente
daquele que dela não deriva, não visa reconstruir o mundo da experiência a partir da
submissão da multiplicidade desta lei do entendimento.
A experiência do mundo origina-se em uma unidade de sentido, antepredicativa, que se
encontra na vivencia da consciência do mundo, o fenômeno do mundo é aquele sentido
originário ou maneira de vivenciar que permite a experiência de existir em comum sob a
forma da percepção, da imagem e do pensamento de algo que se da como horizonte das
consciências. O método fenomenológico efetua automaticamente a suspensão da facticidade,
e é de todo saber concernente á ordenação da experiência.
A consciência, enquanto fundamento da experiência, se define como um feixe de
intencionalidades ou intenções de significar essas intencionalidades, Merlcou-Ponty as sita no
corpo, não enquanto físico, mas enquanto estrutura de significação configurada no gesto, na
palavra, no olhar, é assim que com relação à experiência do espaço, nenhuma experiência leva
a si mesma a evidencia do sentido originário ou vivencia do espaço porque a experiência
humana é, por essência, inacabada, o rigor do saber fenomenológico consiste em tornar
presente a consciência o objeto “tal como é visado ou intencionado”, o que não quer dizer,
vimos simplesmente percebidos. Enquanto a psicologia busca descrever o conteúdo da
experiência enquanto representação, ou seja, enquanto estado de consciência ou presença real
a consciência, o método fenomenológico tivemos a oportunidade de mostrar, busca o
conteúdo da experiência em si mesmo.
A abordagem da emoção é talvez um bom exemplo que ilustra com clareza esta
diferença entre instancia fenomenológica e instancia psíquica. Na busca desta intenção ou
sentido da emoção, corresponde a uma maneira “mágica” de vivenciar o mundo. É uma
conduta de transformação do mundo, diante da impossibilidade de resolver um problema sem
modificar.
O objeto em sua estrutura real, mas procurando conferir-lhe outra qualidade. Tenta-se
mudar o mundo vivenciando-o como se as relações entre as coisas e suas potencialidades não
estivessem reguladas por processos deterministas, mas por processos mágicos. É assim que
diante de um animal feroz, observa o filosofo, posso desmaiar, anulo desta maneira um objeto
ameaçador do mundo exterior, mediante o aniquilamento de mim mesmo, através de uma
conduta mágica e não de uma não efetiva.
O que seria um serviço social fenomenológico? Poderíamos dizer que é aquele que
busca abordar os problemas sociais do individuo do grupo das instituições, a partir do
encontro deste sentido originário ou razão que funda maneiras especificas de vivencias do
mundo, permitindo compreender (não explicar) comportamento e atuações sociais.
Um serviço social fenomenológico se ocuparia em definir “espaço fenomenológico”, isto
é, compôs de possibilidades e tempos fenomenológicos, ou seja, engajamentos de pessoas de
grupos ou comunidades. E isto mediante uma ação que deixa de ser intervenção para ser
mostração desvelamento de maneira de existir. Tudo tem que ser feito cuidadosamente
quando o é para o exercício da pesquisa científica.
Com relação a “Reconceituação do Serviço Social”, o Serviço Social tem suas origens
vinculadas à doutrina da igreja católica, está relacionado às profundas transformações
econômicas e sociais brasileira.
As primeiras escolas de Serviço Social são fundadas por grupos cristãos alunas da classe
média, algumas eram professoras primárias. Em posição análoga, encontra-se o Serviço
Social reconceituado, que se propõe atuar sobre as causas, atuar revolucionariamente sobre o
sistema do ponto de vista metodológico, o desenvolvimento da comunidade difundido, pela
ONU e OEA (décadas de 50, 60 e início de 70) através de assistência técnica a projetos,
cursos, seminários e alcance de ampla literatura.
Grandes projetos foram implantados com apoios de instituições públicas (SUDENE,
SUDAM, SUDESUL) e por iniciativa da igreja católica, o processo de implantação política de
um país como América Latina mostrou uma realidade subdesenvolvida: baixa renda da
população, ausência de infraestruturas de saneamento, analfabetismo, baixo nível de saúde e
de escolaridade. Esses já não eram assuntos apenas de economistas e sociólogos, mas também
para técnicos do Serviço Social e para a população em geral, a penetração do marxismo nas
universidades e cotidiano de trabalho bem como a liberdade.
A primeira expressão do processo de renovação do Serviço Social no Brasil se desdobra
nos eventos de Araxá (19-26/03/1967) e Teresópolis (10-17/01/1970). Esses dois documentos
podem ser considerados a tentativa de adequar o Serviço Social às tendências políticas que a
ditadura tornou dominante e que não se punha como objeto de questionamento pelos
protagonistas que concorriam à sua elaboração.
Encontro de Araxá em MG (1967) reunindo 38 Assistentes sociais docentes e não
docente promovido pelo centro brasileiro de cooperação e intercâmbio de serviços sociais
(CBISS), tendo como objetivo repensar em maior profundidade a teoria básica do Serviço
Social e sua metodologia. O Serviço Social se caracteriza pela ação junto aos indivíduos com
desajustamentos familiares e sociais que decorrem muitas vezes de estruturais sociais
inadequadas, é da perspectiva da globalidade que flui a reflexão que em Araxá vai conduzir a
adequação da metodologia do Serviço Social que vão se efetivar em dois níveis o micro e o
macro, no micro é essencialmente operacional, o macro compreende as funções do Serviço
Social ao nível da política e do planejamento para o desenvolvimento da infraestrutura social,
programas de saúde, educação, habitação, serviços sociais fundamentais. Algo significativo é
a vontade da profissão onde os Assistentes sociais não sejam mais meros executores das
políticas sociais, sejam capazes, sobretudo de formulá-las e geri-las.
Sete encontros foram realizados para discuti-lo, dando origem ao próximo encontro que
foi o de Teresópolis (1970) sobre metodologia com repercussão em toda América Latina,
oferecendo uma metodologia do Serviço Social que se desenvolva com um nível mínimo de
cientificidade, ao situá-lo como um funcionário do desenvolvimento, Teresópolis propõe a
redução quanto à própria condição funcionária do profissional, ele é investido de um estatuto
básico de execução, com a consequente valorização da ação prática-imediata.
Oito anos depois (1978) realizou-se o encontro de Sumaré (RJ), objetivando a
cientificidade do Serviço Social. Este encontro registra a modernizadora da arena central do
debate e da polêmica e a disputar seus espaços e hegemonia. O I Seminário Latino Americano
de SS (1965) em Porto Alegre é marcado pela ruptura com o tradicionalismo, a transição de
60 para 70 foi uma forte critica ao Serviço Social tradicional de pratica empirista, paliativa e
burocrática, visava enfrentar as tendências psicossociais da questão social, na raiz da crise do
desenvolvimentismo capitalista que gerou mobilização das classes subalternas em defesa de
seus interesses, luta pela libertação nacional e de transformação da estrutura capitalista,
concentradora, explorada. A ruptura mostra à necessidade que o Assistente social se
aprofunde a compreensão das implicações políticas de sua pratica profissional, polarizada
pela luta de classes.
A metodologia criada nos Estados Unidos atende aos problemas e às necessidades da
sociedade norte-americana. A tomada de consciência levou o Serviço Social ao uso da
metodologia recebida dos Estados Unidos e a uma revisão crítica das suas formas operativas,
a partir de posicionamento ideológico, um impulso crítico ao capitalismo.
Assistentes sociais produziram boas análises da realidade brasileira, mas raramente se
encontra análise da atuação do Serviço Social nessa mesma realidade.
O posicionamento ideológico se configura como ação profissional engajada na luta com a
classe oprimida pela sua libertação, o homem oprimido é que provoca a ação profissional, os
objetivos de trabalho serão; a organização, a conscientização, a politização, a mobilização e a
participação do indivíduo em busca da libertação.
O objetivo geral do Serviço Social é a ação libertadora e transformação do sistema de
dominação e que se constituem em finalidade, assim entendido o Serviço Social como uma
práxis, precisa atuar para alcançar uma mudança. Ideologia, teoria, práxis e ciência,
apresentam-se como interligados, não existe conhecimento sem transformação e
transformação sem conhecimento, a importância da relação teoria/prática, numa perspectiva
altamente enfatizada pelo movimento, é também um dos seus marcantes resultados.
A reforma curricular aprovada em 1979 pela Assembleia da Associação Brasileira de
Escolas de Serviço Social, implementada a partir de 1982, defendeu uma perspectiva de
"visão crítica e comprometida com transformação social", buscou-se estruturar a formação em
uma articulação de teoria histórica, metodologia de pesquisa, na reforma de 1998-2000 busca-
se formação de um profissional generalista, (NETTO; 2005). Segundo Netto (2005) entre as
principais conquistas, a recusa do profissional de situar-se com um agente técnico puramente
executivo, (quase sempre um executor terminal das políticas sociais).
O Serviço Social reivindicou atividade de planejamento para além dos níveis de
intervenção micros social valorizando o estatuto intelectual do Assistente social, a projeção e
a realização de um trabalho que seja uma ruptura com práticas conservadoras.
Fica como desafio, a necessidade de uma dinâmica de transformação das relações sociais
vinculando ao processo de resistência à ordem dominante, promova a cidadania e a
democracia e produza análises concretas para que a própria reconceituação seja questionada,
pois ela tem como pressuposto ser um movimento na tradição critica (FALEIROS; 2004).
Portanto, esta produção acadêmica após uma série de pesquisas que nos proporcionaram
um grande aprendizado, concluímos que todas as etapas deste trabalho foram primeiramente
esclarecedoras no que diz respeito da Reconceituação do Serviço Social no Brasil,
aprendemos que o Serviço Social tem suas origens iniciais sempre ligados à religião, à
caridade; doutrinado pela igreja católica; relacionando as profundas transformações
econômicas e sociais que atravessaram a sociedade brasileira. Percebemos a importância dos
seminários e a história do Serviço Social no Brasil, através dos encontros de Araxá,
Teresópolis e Sumaré, respectivamente em MG, nos anos de 1967, 1970 e 1978.
A influência do positivismo nos problemas da assistência social, bem como o positivismo
ser a religião da humanidade e seu lema principal é “o amor por principio e a ordem por base,
o progresso por fim, e que o método fenomenológico vem ao encontro de carências reais, cada
vez mais presentes no campo da abordagem dos fenômenos humanos e sociais, resultantes de
uma impotência que se evidência como intrínseca a própria essência do que se convencionou
denominar de método cientifico, e ainda que com relação a Reconceituação do Serviço Social,
o Serviço Social tem suas origens vinculadas à doutrina da igreja católica, está relacionado às
profundas transformações econômicas e sociais brasileira. Diante de todo este relatório,
informamos que a execução de todas as etapas deste intenso trabalho nos foi de grande valor,
pois, em cada uma de suas particularidades pudemos extrair ensinos relevantes.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
FALEIROS, Vicente de Paula. Reconceituação do Serviço Social no Brasil: um movimento
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www.webartigos.com/artigos/movimento-de-reconceituacao-do-servico-social/46749/
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Livro: Teorização e Metodologia do Serviço Social
“Os Encontros Regionais de Araxá – 1967 e Teresópolis – 1970.
Balbina Ottoni Vieira
CBCISS. Teorização do Serviço Social: páginas 90 a 124. Documento Alto de Boa Vista. Rio
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Balbina Ottoni Vieira
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MACEDO, Myrtes de Aguiar. Reconceituação do Serviço Social: Formulações
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NETTO, José Paulo. Movimento de reconceituação 40 anos depois. Revista e sociedade, nº. 84.