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1 AUDIÊNCIA PÚBLICA PROCESSO DE LICENCIAMENTO AMBIENTAL TRANSCRIÇÃO IPSIS LITTERIS CLIMA Complexo Logístico e Industrial de Macaé Processo E07501978/2012 Data: 28 de maio de 2015. Horário: de 19:00 h às 22:05 h. Local: Auditório do Hotel Four Points by Sheraton. Endereço: Rua Dolores Carvalho Vasconcelos, 110. Bairro da Gloria. Macaé RJ. Empreendedor: AGRIVALE Incorporação e Construção S.A. Empresa Consultora do EIA/RIMA: MASTERPLAN Consultoria de Projetos e Meio Ambiente. CECA/RJ Comissão Estadual de Controle Ambiental do Estado do Rio de Janeiro

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AUDIÊNCIA PÚBLICA

PROCESSO DE LICENCIAMENTO AMBIENTAL

TRANSCRIÇÃO IPSIS LITTERIS

CLIMA

Complexo Logístico e Industrial de Macaé

Processo E07501978/2012

Data: 28 de maio de 2015.

Horário: de 19:00 h às 22:05 h.

Local: Auditório do Hotel Four Points by Sheraton.

Endereço:

Rua Dolores Carvalho Vasconcelos, 110.

Bairro da Gloria.

Macaé – RJ.

Empreendedor:

AGRIVALE Incorporação e Construção S.A.

Empresa Consultora do EIA/RIMA:

MASTERPLAN Consultoria de Projetos e Meio Ambiente.

CECA/RJ

Comissão Estadual de Controle Ambiental do Estado do Rio de Janeiro

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Sr. Maurício Couto, Presidente da Mesa: Então, antes de darmos início aos

trabalhos, eu convido a todos para ouvir o Hino Nacional.

(Execução do Hino Nacional Brasileiro)

Sr. Maurício Couto: Bom senhoras e senhores, então, dando início à

audiência pública propriamente dita, referente ao licenciamento ambiental do

empreendimento denominado Complexo Logístico e Industrial de Macaé, de

responsabilidade da Agrivale Incorporação e Construção S.A. Eu gostaria de

convidar, se estiver presente, algum representante do Ministério Público

Estadual ou do Ministério Público Federal pra compor a mesa. Muito bem, em

relação ao rito da audiência pública: a audiência pública, ela obedece uma

Resolução do CONEMA, Resolução CONEMA 035 de 2011. Então, esse rito

vai ser rigorosamente cumprido aqui pela mesa e a audiência pública, ela se

divide em duas fases: a primeira fase destinada às apresentações. Então, o

representante do INEA, Dr. Marcos Lima, vai fazer um breve histórico do

licenciamento: em que fase que está, todo tramite até o prezado momento.

Depois do Dr. Marcos Lima, quem vai fazer a apresentação é o proponente do

projeto, a Agrivale, e posterior a empresa responsável pela elaboração do

estudo de impacto ambiental. Na entrada vocês receberam um folder e uma

lista de perguntas, e uma... um formulário de perguntas. Um minuto, Dra. do

Ministério Público, por favor, muito nos honra com a presença. Bom, voltando

ao rito da audiência pública, a audiência pública, ela será dividida em duas

fases, novamente repetindo aqui, a primeira fase destinada às apresentações,

Dr. Marcos Lima do INEA, o representante da empresa Agrivale e depois o

representante da empresa responsável pelo estudo de impacto ambiental. Na

entrada vocês receberam um folder e um formulário de perguntas. Ao longo

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das apresentações vocês podem já formulando as perguntas. Eu sugiro que

vocês esperem as apresentações porquê algumas perguntas podem ser

respondidas ao longo das apresentações, principalmente da empresa

responsável pela elaboração do estudo de impacto ambiental. Fim dessa

primeira fase nós vamos dar um intervalo para que as perguntas sejam

encaminhadas a mesa, elas vão ser agrupadas e depois nós passaremos à

segunda fase da audiência pública que nós inicialmente começaremos com a

manifestação do Ministério Público se assim tiver vontade e depois

passaremos às perguntas, inicialmente as perguntas encaminhadas a mesa

por escrito, elas têm prioridades, e quem quiser fazer o uso da palavra também

pode usar o mesmo formulário se identificando e colocando “quero fazer o uso

da palavra.” Essas pessoas que tiverem essa intenção as inscrições serão

separadas, também numeradas e ao fim dessa fase de respostas das

perguntas encaminhadas por escrito, nós no final passaremos então para as

inscrições pra fazer o uso da palavra.

Então dando início eu gostaria de convidar o doutor Marcus Lima

representante do INEA responsável pelo grupo de trabalho que está analisando

o estudo de impacto ambiental.

Alô! Só para registrar a participação da doutora Vânia Manhães do

Ministério Público Estadual, ok, muito obrigado pela participação.

Marcus Lima: Boa noite a todos, conforme o nosso presidente já explicou o

papel do órgão ambiental nesse momento da audiência pública simplesmente

fazer uma apresentação de como se desenrolou o processo de licenciamento,

como vem se desenrolando até esse momento o processo de licenciamento de

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empreendimento em questão. Existe uma norma também que nós seguimos,

então tudo que nós vamos apresentar aqui corresponde mais ou menos aos

ritos que são, os ritos previstos legalmente para a avaliação de estudo de

impacto ambiental. Pode passar, por favor.

Também como já foi dito o objetivo da audiência é exatamente divulgar o

relatório de impacto ambiental, é uma das formas de divulgar sabendo-se

também que o estudo de impacto ambiental, ele fica disponível pra toda a

população para o público em geral no site do INEA, com o intuito justamente de

tornar esse processo mais transparente possível e o nosso papel é receber e

recolher as opiniões todas que forem emitidas pela população e contempladas

na nossa analise do estudo de impacto ambiental. Pode passar, por favor.

Então apenas esclarecendo, mais ou menos como que funciona o rito do

licenciamento ele é rito em três fases: essa primeira fase é justamente é a fase

da licença prévia, é a fase atual do licenciamento, que caso concedido que a

partir de todos os estudos de das análises e das manifestações das pessoas,

ela simplesmente aprova a localização e a concepção do empreendimento

atesta a viabilidade ambiental e estabelece os requisitos básicos e

condicionantes a serem atendidas nas próximas fases do licenciamento.

Nesse sentido então o requerimento de licença prévia foi feito no caso

específico aqui em 23 de fevereiro de 2012, por meio do processo E07501978

de 2012, pelas características da atividade e legislação ambiental, mas

especificamente a lei estadual 1356/88, foi nomeado um grupo de trabalho com

membros técnicos do INEA das diversas especialidades, pela portaria INEA

DILAM número 3322/2012 para os procedimentos de avaliação de impacto

ambiental. Posteriormente em 5 de fevereiro de 2013 foi emitido uma

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notificação para apresentação de estudo de impacto ambiental e seu respectivo

relatório de impacto ambiental conforme instrução técnica especifica 03/2013.

É só para esclarecer então essa instrução técnica ela é específica do

empreendimento com base nas informações prévias que nós recebemos e ela

visa justamente orientar quem vai fazer o estudo de impacto ambiental sobre

quais são as informações, quais são os estudos, quais são os aspectos

relevantes que o órgão ambiental precisa saber para poder analisar o

requerimento. Nesse sentido então o empreendedor através de uma empresa

de consultoria apresentou o EIA/RIMA que em 28/08/2014 foi aceito

formalmente pelo órgão ambiental após uma conferência simplesmente dos

itens da instrução técnica. Em 24/11 foi emitida uma notificação solicitando

informações e esclarecimento posteriores em relação ao EIA/RIMA. Em 9 de

abril de 2015 foi emitido então uma notificação concedendo o aceite das

complementações do EIA/RIMA para fins de análise, ou seja, nós analisamos o

EIA/RIMA apresentado, identificamos algumas informações que ficaram

faltando, foi notificado o requerente e ele apresentou essas notificações. Então

esse aceite final foi em 9 de abril de 2014.

Em seguida em 12 de maio foi publicada no Diário Oficial a deliberação

da CECA autorizando a convocação para audiência pública - essa audiência

que está se realizando nesse momento - e em 13/5 foi publicado no diário

oficial o edital de convocação da audiência pública também tudo seguindo o rito

formal e legal previsto, informando horário e local de realização, que é onde

nós se situamos agora nesse momento.

É importante também esclarecer que o estudo de impacto ambiental e o

RIMA foram distribuídos pelos seguintes órgãos: Prefeitura Municipal de

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Macaé, Câmara Municipal de Macaé, Ministério Público Federal e Ministério

Público Estadual, Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, Instituto

do Patrimônio Histórico Artístico Nacional, o IPHAN, o Instituto Brasileiro do

Meio Ambiente e Recursos Renováveis, o IBAMA, a Comissão Estadual de

Controle Ambiental, a CECA. Todos tiveram, todos estes receberam uma cópia

na integra do EI/RIMA, do EIA e do RIMA.

A equipe técnica que compõe esse grupo de trabalho que vai analisar

esse estudo de impacto ambiental, que está analisando e que vai continuar na

análise do requerimento é composta pelo engenheiro químico Luiz Heckmaier;

a economista Rita Maria de Silva Passos; Mariana de Andrade de Ramos,

bióloga; Maria Isabel de Carvalho, Química; Paulo Henrique Zuzarte Ferreira.

Só fazendo uma correção, saiu o nome do Maurício Couto, mas ele não mais

faz parte do grupo de trabalho por ter sido trocado a função dele então só faz

essa observação aqui, por favor. Rodrigo Tavares da Rocha, Engenheiro

Florestal; Cláudio Eduardo Freitas Araujo; Pedro Mariano e Yunes Garcia,

engenheiros de petróleo.

Além das manifestações que vão se apresentadas nesse momento

poderão ser incorporadas nessa análise todas as manifestações que forem

recebidas no nosso órgão durante os próximos 10 dias a partir da realização

dessa audiência, então quem não teve oportunidade de vir à audiência ou

mesmo quem teve e quiser formular alguma consulta ou algum comentário,

observação relacionado a estudo de impacto ambiental tem um prazo de dez

dias para encaminhar essa manifestações para o INEA ou a CECA. Pode ser

inclusive através de e-mail, não é, seu presidente? Nós estamos aí à

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disposição para receber todas as contribuições e as indagações da população

que forem enviadas pro INEA.

Só finalizando então o endereço pra correspondência, endereço de e-

mail, o CEAM que é a Coordenação de Estudos Ambientais da qual sou

coordenador na Rua Sacadura Cabral, 103, 1ª andar – Saúde – Rio de Janeiro,

o e-mail que está na tela e o endereço da CECA também e com o e-mail que

está na tela pra quem quiser fazer as suas manifestações no prazo de dez

dias. E assim a gente encerra apresentação do histórico aqui do processo.

Obrigado e boa noite a todos.

Sr. Maurício Couto: Obrigado Dr. Marcus, lembrando que após a audiência

pública, porque a audiência pública ela está sendo gravada e está sendo

filmada também, então todas as manifestações - depois vai haver uma

transcrição dessa gravação e fará parte dos autos do processo, então tudo que

for dito aqui nas fases subsequentes além da apresentação, também na fase

de debate tudo será gravado, transcrito e fará parte dos autos do processo.

Isso porque nós estamos na fase do licenciamento prévio, ou seja, a audiência

pública ela não tem caráter deliberativo e decisório, então não vai ser hoje que

vai se decido que a licença prévia vai ser expedida ou não. Ao contrário

objetivo da audiência pública é justamente recolher as manifestações, as

impressões de todos vocês que fazem parte do segmento diretamente afetado

pela ordem. Então após a audiência pública ainda teremos mais 10 dias pras

manifestações, no final do folheto que vocês receberam na entrada também

tem os endereços para correspondência e também para encaminhar em e-mail

digital as manifestações e tudo será incorporado ao processo. Findo esse

prazo o grupo de trabalho do INEA fará então um parecer final e esse parecer

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vai ser encaminhado até a Comissão Estadual de Controle Ambiental, essa sim

tem a prerrogativa, essa comissão tem a prerrogativa para determinar a

expedição ou não da licença prévia. Mas antes de encaminhar a CECA ela

passa ainda pela procuradoria do INEA então todas as manifestações são

encaminhadas ao INEA e a CECA inclusive as manifestações do Ministério

Público Estadual através do GATE, e Ministério Público Federal através da 4ª

Câmera também serão incorporadas ao processo, analisadas pelo grupo de

trabalho, e só então é feito esse parecer que depois ainda é submetido a

procuradoria do INEA e posteriormente ao plenário de Comissão Estadual de

Controle Ambiental.

Eu gostaria de registrar a presença do Vereador Maxwell que está aqui

conosco obrigado pela participação, obrigado Maxwell. Então dando

continuidade eu passo a palavra agora pro representante da empresa, Dr.

Fabiano Crespo, por favor.

Dr. Fabiano Crespo: Prezados componentes da mesa, autoridades

presentes, senhora e senhores boa noite. Agradecemos a presença de todos

aqui hoje. O meu nome é Fabiano Crespo, eu sou diretor da Agrivale

Incorporação e Construção S.A. que é a empresa empreendedora do projeto

que vamos aqui hoje apresentar.

O empreendimento que pretendemos implantar é denominado CLIMA -

Complexo Logístico e Industrial de Macaé, e trata-se de um loteamento não

residencial destinado à implantação de empresas. Em nossa concepção o

CLIMA será muito mais do que um simples novo loteamento. Imaginamos que

o CLIMA por sua localização estratégica e conjunto de facilidade que oferecerá

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deverá ser um marco e um projeto indutor de desenvolvimento sustentável e

diversificado em Macaé. O Clima será implantado numa propriedade

denominada fazenda Velha Azul, que pertence a mesma família, à minha

família desde 1939, localizada ao oeste da cidade de Macaé, cortada pela RJ

168.

Essa fazenda já teve inúmeras atividades agrícolas e agroindustriais,

meus pais dedicaram a maior parte da vida buscando atividades capazes de

manter a propriedade produtiva. De 1986 a 2006 a fazenda foi toda formada

em cana de açúcar e a Agrivale produziu uma cachaça premium denominada

Veritas, e caipirinha de lata que foram importadas para mais de 10 países além

de serem vendidas no mercado interno.

Infelizmente essa agroindústria tornou-se economicamente inviável a

partir de 2007 e teve as suas atividades suspensas. De 2007 em diante a

fazenda Vale Azul está formada em pastagens com Brachiaria decumbens

principalmente e quicuia com para atividade pecuária de corte.

A partir de 2010 resolvemos buscar alternativa de aproveitamento, de

melhor aproveitamento, para a propriedade compatível com sua localização já

dentro da macrozona de ambiente urbano determinada pela legislação

municipal. Optamos então em implantar o projeto do CLIMA buscando o

desenvolvimento da área para trazer mais benefício para todos. Vamos agora

apresentar um filme sobre o projeto e em seguida o professor Alfredo Renault

vai finalizar apresentação pelo empreendimento, e em seguida após todas as

apresentações estaremos aqui à disposição para as questões e dúvidas que

houver. Pode soltar o filme.

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(Apresentação de Vídeo)

Apresentadora: Clima – Complexo Logístico & Industrial de Macaé.

A cidade de Macaé tornou-se a principal base de apoio à produção de

petróleo no Brasil. Com as novas descobertas na bacia de Campos e no Pré-

sal, são enormes os desafios envolvendo recursos humanos, materiais,

máquinas, equipamentos e logística, necessários para a exploração desta

riqueza.

Para que Macaé continue a ser a principal opção de base da Petrobras e

de todo o setor de óleo e gás, novos investimentos e projetos são necessários

para que a cidade cresça de forma sustentável e organizada, buscando

melhorar a qualidade de vida de sua população e, ao mesmo tempo, oferecer

ambiente empresarial que fomente o aumento da oferta de empregos e riqueza

para todos. Para tornar isto realidade, muitas ações já vem ocorrendo.

Frente ao problema atual do trânsito, a prefeitura de Macaé, em parceria

com o Governo do Estado está iniciando a construção da estrada de Santa

Tereza, que irá criar uma opção para o acesso da região do Parque de Tubos

da Petrobras onde, atualmente, se localizam as principais bases empresariais.

O apoio ao incremento da exploração petrolífera tornará necessária a

vinda de muitas novas empresas e instalações em terra. Para suprir esta

demanda, surge o CLIMA - Complexo Logístico & Industrial de Macaé.

O CLIMA terá uma localização altamente estratégica, no entroncamento

da RJ 168 com a estrada de Santa Tereza, dentro da zona industrial ZI-4,

instituída pelo código de urbanismo do município de Macaé. Será a melhor

opção para que indústrias, empresas de logística, comércio e serviços se

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instalem no eixo pelo qual circula a quase totalidade das cargas, antes de

entrarem na cidade. Com isso toda a nova demanda de cargas poderá ser

recebida sem impactar em nada a mobilidade urbana do município.

O CLIMA ocupará uma área de 6.363.000 metros quadrados, dotada do

que há de mais moderno e adequado em infraestrutura, qualidade de

instalações e segurança. O projeto está dimensionado para receber uma

população de 40.000 trabalhadores, e deverá atrair empresas e indústrias de

diferentes segmentos, contribuindo para uma diversificação de atividades

assim como para que a cidade continue sendo a referência empresarial do

setor de petróleo.

Sua implantação compreenderá um cinturão verde ao seu redor,

variando de 25 a 120 metros que somado às demais áreas verdes resultarão

num total de mais de 1.500.000 metros quadrados. Para a implantação das

áreas verdes será implementado um horto, desde o primeiro dia de trabalho.

Serão 4.276.000 metros quadrados de área privativa, 339.000 metros

quadrados destinados ao sistema viário, 22.000 metros quadrados para áreas

de lazer e equipamentos comunitários, 25.500 metros quadrados destinados às

estações de tratamento de água e esgoto e à subestação, e 117.000 metros

quadrados em canais e lagoas. O total de áreas verdes e de doação somarão

quase 2.000.000 de metros quadrados, equivalente a 30% da área total do

empreendimento.

Todas as vias do Clima foram projetadas prevendo o pavimento, largura

e raios de curva próprios para o tráfego de carretas pesadas, a menor via

projetada tem 15 metros de largura, e a maior, 70 metros.

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Todo o sistema de drenagem da área foi calculado com base nas chuvas

que ocorrem há muitos anos na região. As nascentes estão sendo preservadas

assim como suas respectivas faixas marginais de proteção. O projeto prevê a

dragagem do Rio Teimoso desde sua foz no Rio Macaé, para recolocar seu

leito na seção e cota do projeto original do DNOS, evitando assim qualquer

risco de inundações.

A terraplanagem do terreno foi projetada sempre buscando a cota ideal,

ou seja, a cota de equilíbrio entre os volumes de corte e aterro. Desta forma

não haverá nenhum bota-fora de material cortado ou importação de material de

jazidas para aterro.

O abastecimento de água potável será feito através de uma parceria

com a CEDAE, com sistema de captação, adução e tratamento totalmente

independente daquele que abastece a cidade.

O sistema de esgoto sanitário será dimensionado e executado de acordo

com as normas técnicas, com tratamento terciário e no padrão estabelecido

pelo INEA e pala resolução CONAMA.

O projeto prever a reutilização dos efluentes tratados para uso industrial

ou mesmo para irrigação de áreas verdes, para isso, junto à ETE será

construído um reservatório de 5.000.000 de litros.

O fornecimento de energia para as empresas que irão se instalar no

CLIMA será feito pela Ampla, que já dispõe de uma subestação dentro da

propriedade e que irá amplia-lá a medida que as demandas forem surgindo. A

iluminação pública contará com a utilização de lâmpadas de LED, buscando

economia e durabilidade.

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A atividade de exploração e produção do petróleo já demanda uma

enorme quantidade de pessoas trabalhando embarcadas ou offshore e esse

número aumentará ainda mais a exploração do pré-sal.

O transporte deste enorme contingente é outro desafio a ser superado e

implicará em grande aumento da frota de helicópteros. Para atender esta

demanda, está incluída no CLIMA a implantação de um helicentro. Que já

nasce com capacidade para atendimento de toda a demanda atual e futura da

região. Ao contrário do atual aeroporto de Macaé, que está localizado numa

área densamente povoada, o helicentro do CLIMA está localizado numa região

sem nenhuma habitação em seu entorno. Com este novo helicentro, Macaé

estará apta a transportar todas as pessoas que trabalharão offshore. Sem

impactar a população da cidade e desafogará o atual aeroporto.

O CLIMA é um empreendimento sob responsabilidade da Agrivale

juntamente com a incorporadora Santa Clara, empresa do grupo EBTE

Engenharia, que é especializada em urbanização e obras de infraestrutura,

com mais de 60 anos de experiência.

O CLIMA representa um conjunto de soluções aos novos desafios

impostos pela exploração do petróleo. E criará condições capazes de atrair

outros segmentos industriais e empresariais, promovendo uma diversificação

das atividades, que contribuirá para que o município de Macaé tenha outros

vetores de crescimento além do setor petrolífero. O projeto terá um importante

papel no ordenamento de Macaé, contribuindo com seu desenvolvimento de

forma organizada e sustentável.

(Fim do Vídeo)

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Sr. Fabiano Crespo: Bom, então eu vou passar a palavra ao professor

Alfredo Renault.

Alfredo Renault: Boa noite a todos. Eu queria iniciar complementando a

mesa e dando boa noite a todos os presentes, e vou tentar falar um pouco

como eu vejo a inserção desse projeto dentro da realidade econômica de

Macaé, hoje numa situação particular que a cidade e o setor petróleo vivem, e

um pouco de como isso se integra a um futuro da cidade do ponto de vista da

lógica econômica regional.

É, eu gostaria de primeiro estabelecer um quadro sobre o cenário atual

lembrando o momento de baixo investimento pelos quais nós passamos, até

independente do setor petróleo, mas que se agrava ainda mais diante da

situação especifica do setor petróleo e que afeta drasticamente a economia do

município, e sendo que isso afeta não só do ponto de vista das empresas, mas

como também da receita municipal através dos valores recebidos pelas

participações de royalties e participação especial. Na verdade o cenário de hoje

ele é fruto de um desenvolvimento econômico que trouxe crescimento pra

cidade, porém que esse crescimento foi desordenado trazendo pra cidade

problemas urbanos graves como principalmente a questão da mobilidade e a

questão da segurança que talvez sejam aqueles problemas que a população

mais sente.

O município de Macaé além de todos esses problemas ele vive um

problema adicional que é a excessiva concentração, a excessiva dependência

do município sobre o setor petróleo e gás. E antes de eu falar do

empreendimento eu queria mostrar alguns números que são impactantes sobre

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essa dependência. Para a gente ter uma ideia, os royalties do município que

giraram em torno de 500 milhões estão até abril em 110 demonstrando uma

queda bastante impressionante em função do novo preço de barril. As

participações espaciais então caíram mais ainda, elas devem ter uma queda de

cerca de 50% esse ano, atingindo gravemente o orçamento municipal. Se nós

pensarmos em termo de média mensal, nós vamos ver que os royalties que

circulavam em torno de 40 milhões até 2014, hoje estão próximos de 25

milhões mensais. É um efeito trágico para orçamento municipal e para receitas

municipais.

Do ponto de vista participação especial que é outra forma de receber

recursos dos royalties por parte do município, nós temos uma queda ainda

mais violenta, os patamares de 13, 14 milhões por trimestre caem pra cerca de

5, 6 milhões por trimestre em média, demonstrando o efeito tão forte que tem

no orçamento. E simultaneamente essa queda além de trazer essa perda pro

orçamento municipal trás também o problema pras empresas em função desse

novo preço do petróleo. Se nós somarmos royalties de participação especial,

nós vemos aí mais de 30% de perda de receita e, acoplado a isso obviamente

uma diminuição da arrecadação em função da diminuição das atividades das

empresas vinculadas ao setor.

Macaé se encontra numa posição de uma dependência menor ainda do

que outros municípios: existem municípios que tem uma dependência

orçamentária ainda maior, embora Macaé tenha também ainda hoje o efeito

muito importante dos valores dos royalties pro seu orçamento total.

Voltando ao projeto, porque esse cenário ele compõe exatamente o

conceito e a estrutura estratégica que o projeto CLIMA busca que é apontar na

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reversão desse cenário. A primeira coisa é a questão de investir num momento

tão difícil como esse, a possibilidade de trazer novos investimentos, fazer

novos empreendimentos, num momento que é exatamente a nossa dificuldade

é fazer a economia voltar a crescer e reverter essa situação de recessão e

desemprego pelo qual nós vamos passar esse ano. Em segundo lugar eu

acredito e tenho falado isso quando o assunto é petróleo, eu acredito que a

reversão dessa situação virá. Ela pode demorar mais um pouquinho, mas eu

acredito que no segundo semestre de 2016 nós já possamos ver o início de

uma recuperação. Da última vez que eu tive em Macaé eu falei

especificamente porque que eu acredito nisso, mas o importante que essa

reversão ela está no radar do empreendimento, ou seja, aposta que o setor

petróleo volta, e Macaé continua tendo o seu papel de epicentro das atividades

petrolíferas e offshore do Brasil. Mas eu acho que mais do que isso é a

importante a reflexão sobre a busca da diversificação econômica do município.

O município precisa se preparar nesse seu segundo ciclo de desenvolvimento

para diminuir sua dependência sobre setor petróleo.

É, o empreendimento tem outro sobre subproduto relevante para cidade

que é tentativa de reter antes da região urbana habitacional o maior volume de

carga e, portanto, de transporte de carga pesada. Isso a gente acredita que

poderá trazer um alívio a essa pressão de mobilidade que a cidade vive, além

do quê, obviamente, o empreendimento desse porte que vocês viram vai ter

uma importante contribuição pro desenvolvimento econômico e na geração de

emprego do município.

Ainda na reversão do cenário principalmente na questão que eu estava

falando sobre a dependência dos royalties, o incremento de ISS e da cota parte

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do ICMS, ele faz com que o orçamento municipal e portanto o poder público,

construa uma maior independência orçamentária dos royalties e o fomento, a

atração de novas empresas, tende a fortalecer a participação não oriunda de

royalties e participação especial por parte do orçamento municipal. Além disso,

a gente acredita que o fato de ter uma estrutura organizada, planejada,

preparada de alto padrão numa localização de logística privilegiada, ela

também vai servir de um fator de atração adicional pro município de Macaé pra

novas indústrias e novas empresas.

Macaé tem uma vantagem enorme comparativa em termos do interior do

Estado do Rio, pela mão de obra qualificada em média muito maior que as do

outros municípios do Rio. Macaé tem um padrão de formação, presença de

escola técnica, SENAI, universidades, que faz com que esse empreendimento

junto a uma cidade com toda esse diferencial em termo do interior do Estado

do Rio possa realmente somar e ampliar atratividade pro município de novas

empresas.

Eu queria também falar sobre a forma de estruturação paulatina que

esse projeto tem. Esse não é um projeto pra ser implementado de uma hora

para a outra. Quando a gente vê esses números de área e esses números de

potencial de empregos, isso é um processo pra 10 anos, não é uma coisa que

vai acontecer de uma hora para outra porque a dimensão do projeto inviabiliza

qualquer pretensão que não seja fazê-lo em fases e etapa por etapa.

Eu queria falar também do número que já apareceu, o projeto está

preparado, o empreendimento está preparado pra receber até 40.000

trabalhadores em termos da infraestrutura que está montada.

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A estratégia como eu falei é realmente receber empresas de serviço do

setor petróleo, mas a cidade precisa ter indústria de transformação. Quando eu

falo que todo esse desenvolvimento que Macaé construiu ele fica sempre à

mercê do tempo, é porque ele é todo centrado na questão dos serviços. Macaé

não trouxe, não conseguiu atrair até hoje indústria de transformação, não

conseguiu se consolidar dentro do setor industrial. Então as empresas do

serviço do petróleo elas fazem parte da estratégia é importante tentar atrair pra

aqui outros setores industriais, e eu listei 3 que eu acredito que tenham grande

potencial de atração pro município que é: fármacos, alimentos e metal

mecânico, que são aqueles que nós iremos observar no primeiro momento,

lembrando que qualquer empreendimento, qualquer empresa que se instale vai

ter que buscar a sua licença ambiental própria pra aquele, pro funcionamento

daquela empresa.

Agora a principal, eu acho que Macaé pode e o CLIMA pode contribuir

com isso, ter um novo papel logístico nesse polo de desenvolvimento Rio-

Vitória: esse é um polo de desenvolvimento que ainda não está saturado como

polo de desenvolvimento Rio e São Paulo, a estrutura logística ainda é

incipiente, nós sabemos que a duplicação da BR pode trazer um papel mais

relevante pra região em termo de logística e esse empreendimento pela

localização entre uma cidade que tem muito a oferecer e a BR ele pode ser

extremamente atrativo para centro de distribuições e montagem logística de

distribuidores e de empresa de varejo e de grandes distribuidoras. Portanto, eu

acho que nós temos que trabalhar com três vertente do ponto de vista

econômico: a logística através do centro de distribuição, o petróleo que jamais

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essa cidade pode abandonar, e a diversificação econômica e industrial do

município.

Para encerrar, eu acho que não menos importante do ponto de vista

econômico para a cidade é a inclusão de um helicentro dentro do projeto.

Macaé, a sua estrutura de restaurante e hotéis e comércio, precisam

enormemente do fluxo de transporte que vai daqui para as plataformas e

voltam. Esse fluxo dos helicópteros ele traz um movimento pro comércio, pros

hotéis e pros restaurantes que ele é fundamental na manutenção dessa parte

da economia da cidade que é extremamente empregadora. Então, o helicentro

ele de certa forma irá contribuir pra manutenção desses serviços em Macaé,

dificultando movimento de tirar essa parte essencial para a cidade, para outros

pontos no litoral para atendimento do apoio logístico às plataformas. Então

esse é um breve resumo no tempo que nós temos apresentando para vocês

como que a gente enxerga a ligação desse projeto com o presente, com o

futuro de Macaé, muito obrigado.

Sr. Maurício Couto: Obrigado, Renault. Eu gostaria de registrar a presença

do vereador Igor Sardinha, obrigado pela participação. Dando continuidade

então eu passo na palavra pra empresa responsável pela elaboração de estudo

de impacto ambiental e seus representantes: doutor Bizerril.

Aproveitando que não começou ainda Bizerril, só pra informar aqui já

tiver formulado pergunta é só levantar a mão com formulário que já tem as

atendentes que vão já recolhendo as perguntas que forem encaminhadas a

mesa. Bizerril.

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Sr. Carlos Bizerril: Boa noite o meu nome é Carlos Bizerril eu sou biólogo

consultor da empresa Masterplan e vou apresentar pros senhores um resumo

do estudo de impacto ambiental, a metodologia que nós utilizamos, os

principais resultados que nós constatamos sobre a região, os impactos que

identificamos, e medidas e programas que propusemos para esse

empreendimento.

A empresa que desenvolveu o estudo é a Masterplan, é uma empresa

especializada em consultoria na área de meio ambiente, aqui estão os contatos

da empresa, nós nos colocamos a disposição pra que caso após a audiência

pública ainda permaneça alguma dúvida, estamos aqui para esclarecer através

dos contatos aqui apresentados.

Para desenvolver esses estudos nós alocamos uma equipe

multidisciplinar que é o que recomenda a resolução 01/86 do Conselho

Nacional de Meio ambiente. Esses são os quantitativos envolvidos na análise

do estudo, essa equipe, ela seguiu a metodologia usual de avaliações

ambientais, ou seja, nós estudamos o projeto, discutimos o projeto com o grupo

empreendedor, aspectos locacionais, aspectos tecnológicos tentando procurar

uma melhora adequação do projeto. Na sequência estudamos a região,

compondo um diagnóstico ambiental, integramos os dados da região com os

dados de projeto, identificamos os impactos e para cada impacto propusermos

medidas de mitigação, controle ou compensação aplicáveis.

A primeira discussão que nós tivemos diz respeito à alternativa

locacional, ou seja, qual seria o melhor local dentre aqueles possíveis para

implantar o empreendimento garantindo a viabilidade do mesmo e também a

21

maior adequação ambiental. O município de Macaé possui 5 áreas industriais,

5 zonas industriais, estão aqui representadas: Z1,Z4, Z2, Z3 e Z5, ou seja, a

princípio existem 5 áreas que poderiam receber esse empreendimento. Dessas

5, duas que são as zonas 2 e 5, elas já estão bastante saturadas, já há uma

quantidade muito grande de empreendimentos ali estabelecidos e há um

grande adensamento populacional no entorno. Então nós excluímos da análise

essas 2 áreas e trabalhamos com 3 alternativas de localização. Para cada

alternativa analisamos os critérios aqui apresentados visando identificar qual

seria aquela região em que a implantação do empreendimento levaria ao

menor impacto ambiental.

Primeira alternativa, primeiro aspecto analisado, a proximidade com polo

de atração. Nesse aspecto a zona industrial 1 e a 4 elas tem uma condição

privilegiada. A primeira muito próxima do porto de Imbetiba e a segunda com

acesso ao Parque de Tubos. Avaliamos a intensificação dos fluxos viários,

sendo que nesse caso a zona industrial 1 é a zona que apresenta maior

impacto pois já está densamente utilizada e já leva a uma serie de transtorno

ao município. Avaliamos a proximidade com a unidade de conservação, nesse

quesito a zona industrial 3 é que apresentou pior desempenho ela está muito

próxima do Parque Nacional de Jurubatiba e também possui uma zona

especial interesse ambiental.

Avaliamos a pressão sobre a bacia hidrográfica, os dois pontos mais

críticos, zona industrial 1 e zona 3 por conta das lagoas de Imboassica e

Carapebus. Com relação à acessibilidade, a zona industrial 4 é a que

apresenta melhor a acessibilidade, próxima da BR 101, próxima da RJ 168. A

zona industrial 4 também é a única que está isenta de fontes poluidoras

22

preexistentes. E com relação à supressão de vegetação a zona industrial 3 foi

a que apresentou pior condição.

Bom essa avaliação foi feita foi convertida numa escala ordinal, essa

escala ordinal gerou então uma nota final sendo que ela, quanto menor a nota,

menor o impacto ambiental. Por essa avaliação a melhor localização do

empreendimento seria na zona industrial 4 como está aqui representado, ela foi

então selecionada para implantar o CLIMA. Na sequencia nós discutimos com

o grupo empreendedor alternativas tecnológicas, principalmente no que se

refere à forma de utilizar o espaço e a forma de construir o empreendimento.

Esse empreendimento ele tem uma capacidade de até 500 lotes de

ocupação. Na nossa avaliação é uma ocupação excessiva, impacto de

vizinhança, impacto do cotidiano na região. Então começamos a analisar

progressivas reduções na quantidade de lotes: aí chegamos em um desenho

ideal que é o que está aqui apresentado de 106 lotes. Estão aqui

representados com as diferentes atividades sugeridas: atividades de comércio,

atividades de armazenamento, logística, pequenas indústrias, prestação de

serviço e usinas termoelétricas.

Etapa seguinte, nós avaliamos os processos construtivos e de operação

do empreendimento. Uma discussão que tivemos era com relação ao

asfaltamento do terreno, a pavimentação do terreno. Uma tecnologia mais

amigável seria o uso dos paralelepípedos até por conta da menor

impermeabilização do solo, essa alternativa não se mostrou viável para o

empreendimento devido ao porte do maquinário que vai transitar naquela

região, então manteve-se a pavimentação asfáltica. Os impactos que isso tem

sobre a ambiente nós analisamos e eu vou apresentar na sequencia.

23

Discutimos a rotina de obra, existia uma possibilidade de para a

preparação do terreno, trazer material de fora, quer dizer a gente uma área de

empréstimo pra trazer material para aterro e o material excedente poderia gerar

um bota fora. Nós então, em conjunto com um grupo empreendedor, chegamos

a um desenho de implantação que a gente chama de aproveitamento ótimo,

todo material que vai ser cortado pra nivelamento de terreno são 27 platôs que

devem ser nivelados, eles será utilizado para o aterro nas áreas necessárias,

quer dizer, não será gerado um bota fora e nem tampouco será necessária a

área de empréstimo. E ainda vimos a possibilidades de que as duas áreas que

vão ser trabalhadas, essa área na margem esquerda da RJ168 e essa área da

margem direita, elas tem a possibilidades de ser autossuficientes, quer dizer,

não há necessidade de transportar material dessa área pra outra, não

interferindo, portanto, com a RJ 168.

Partimos então para etapa seguinte do diagnóstico ambiental. Esse

diagnóstico ele trabalhou como recomendado pela resolução CONAMA 01/86,

com diferentes áreas de influencia do empreendimento. Uma área que

representa a distribuição dos impactos indiretos, chamada área de influência

indireta, e nesse caso cabe destacar que no meio físico e biótico nós não

identificamos impactos indiretos do empreendimento, apenas impactos diretos,

mas de toda forma nós utilizamos um recorte geográfico que a bacia do baixo

curso do rio Macaé e que nós analisamos pra contextualizar melhor os nossos

resultados.

No caso meio socioeconômico o empreendimento gera impactos

positivos e negativos indiretos sobre todo o município de Macaé, então o

município de Macaé foi a nossa área de influencia indireta.

24

Pro meio biótico e pro meio físico nós consideramos como área de

influência direta a recomendação do INEA que é a bacia do rio Teimoso. Dá um

zoom aqui, por favor. Aqui está o empreendimento a área dele, tratamos então

toda bacia hidrográfica do Rio Teimoso que é um pequeno afluente da margem

direta do Rio Macaé. Como área de influência direta para o meio físico e

biótico. E para o meio socioeconômico também atendendo a recomendação do

INEA nós trabalhamos com um buffer de 2 Km a partir do empreendimento

como área de influencia direta do meio socioeconômico. E ainda já

diagnosticamos a própria área do empreendimento que é usualmente

referenciada como a Área Diretamente Afetada (ADA) do empreendimento.

Todos os levantamentos foram feitos seguindo rigorosamente a instrução

técnica emitida pelo INEA e também a notificação posteriormente emitida por

esse Instituto.

Primeiro aspecto a gente pode discutir, a questão climatológica, nós

analisamos todas as estações de medição que existem na região. São 3

estações de medição metereológica bastante próximas do empreendimento,

isso nos deu bastante segurança na consolidação dos dados climatológicos. A

gente pode destacar como um dos aspectos interessantes e marcantes aí da

região, a forte sazonalidade que ela apresenta, uma estação seca bem

pronunciada e isso é um aspecto que vai ser considerado pra planejamento de

obra sempre tentando concentrar os esforços de movimentação de terra no

período de estiagem reduzindo assim aporte de sedimento aos cursos d’água.

Analisamos a qualidade do ar, novamente a região possui estações de

medição bastante próximas ao empreendimento, se puder dar um zoom aqui

dá pra mostrar. Então são 4 estações de medição que fazem leituras de

25

qualidade do ar em período bastante razoável. Analisamos de 2010 até 2013. E

a estação Fazenda Severina, está bem próxima do empreendimento, foi o

nosso principal referencial de qualidade do ar. Avaliamos todos os parâmetros

definidos pela resolução 0390 do CONAMA e os hidrocarbonetos. Aqui estão

os parâmetros que foram analisados e desse total de parâmetros o ozônio

foram aquele que apresentou considerações acima do estabelecido pela

resolução CONAMA. Essas concentrações elevadas elas foram encontradas

principalmente nessa região da Fazenda Aires, como a gente verifica aqui

nesse mapa de valores médios, essa é a estação com concentrações mais

altas, a estação próxima do empreendimento ela tem uma situação

intermediária entre os máximos e os mínimos verificados.

Fizemos estudos de ruído pra entender como é a situação atual e

permitir modelagens da operação do empreendimento. Para essas análises,

estudamos 24 pontos de amostragens, fizemos 96 medições, dias úteis e dias

de semana, utilizamos como referência a lei complementar municipal de Macaé

que estabelece os limites de ruídos pra cada uma das zonas definidas pelo

zoneamento municipal, e com base nesse levantamento verificamos que

apenas 2 pontos, ponto 2 e o ponto 6 são pontos muitos próximos da BR 101 e

da RJ 168 apresentaram níveis de dia acima daqueles estabelecidos pela lei

municipal. No período noturno novamente o ponto 2 e o ponto 18, também

apresentaram níveis superiores aos estabelecidos pela lei municipal e tudo isso

com a influência principalmente no tráfego da BR 101 e da RJ 168.

Com relação à geomorfologia a região possui 2 unidades

litoestratigráficas dentro da área do empreendimento, o aspecto marcante e o

geomorfológico é um relevo suave colinoso, razão pela qual serão necessárias

26

atividades de cortes e de terraplanagem para implantar o empreendimento.

Aqui o mapa hipsométrico, mostrando as áreas mais planas aqui em verde, e

as áreas que deverão ser trabalhadas em amarelo e em laranja.

Fizemos análise de solos, fizemos tradagens e avaliação do solo em

vários pontos na área do empreendimento e na área de influencia direta. Três

tipos de solos identificados, a condição interessante, essa é a condição que é

estabelecida nesse local são solos de baixa capacidade de infiltração e

fortemente compactados, então é uma região onde há baixa infiltração da

água, e isso na condição atual, e uma alta velocidade de escoamento, até por

conta do uso pretérito que essa região já apresentou.

Analisamos passivos ambientais no sentido de identificar se existe o

potencial de contaminação do solo ou da água pelas atividades anteriormente

estabelecidas na região. A conclusão é que essa área tem baixo potencial de

contaminação, uma vez que, tudo que foi realizado anteriormente na região

não possui potencial de contaminar nem o solo, e nem a água.

Orador não identificado, fora do microfone: Subterrâneo.

Sr. Carlos Bizerril: Com relação à hidrologia o empreendimento se localiza

nessa pequena bacia hidrográfica que é a bacia do rio Teimoso, ela representa

cerca de 2% da bacia do rio Macaé. Essa bacia já foi bastante alterada ao

longo da história, vários canais foram escavados, vários trechos foram

retificados e ao longo do uso dessa região foram criados alguns reservatórios

artificiais. Aqui nesse slide a gente pode ver os principais aspectos da ideologia

local, reservatórios artificiais, o canal principal do rio Teimoso, bastante

assoreado em vários pontos. Uma análise que fizemos em bastante detalhe foi

27

diz respeito ao escoamento que hoje existe e a influência do empreendimento

sobre esse escoamento, relembrando a opção de asfaltamento que a única

viável para esse tipo de concepção. Então para avaliar a influência do

empreendimento sobre o escoamento estudamos cenários com diferentes

níveis de cheia: cheias com o tempo de recorrência de 2,10, 25, 50 e 100 anos.

Então analisamos como a região se comporta hoje, com essas cheias, e como

ela se comportaria com o empreendimento implantado. Cheias de 2 e 10 anos

seria o que gente poderia dizer, são as nossas cheias do dia-a-dia, são aquelas

mais frequentes, e para esse tipo de cheia não foi identificada nenhuma

alteração significativa do escoamento na área do projeto. Então nas cheias

usuais, não há alteração significativa. Agora, em cheias com o tempo de

recorrência de 25 e 50 anos, aí ssim verificou-se incremento de até 43% da

vazão original do rio Teimoso em relação a projetada. Podia dar um zoom aqui

nesse slide aqui?

Qual é, qual seria a interferência dessa alteração sobre a dinâmica do rio

Macaé? A conclusão é que é quase nenhuma. Embora haja uma aumento na

velocidade do escoamento e aumento na vazão, a gente tem que lembrar que

nesse período com cheia o tempo de recorrência de 25 anos, o rio Macaé ele

estará extravasado, então todo o material que for transportado pela rede de

drenagem, ele chegará à bacia de inundação do Rio Macaé que funcionará

como uma barreira hidráulica levando deposição do material naquele local.

Então não haverá alteração no volume de sedimentos transportado pelo rio

Macaé, e tão pouco dos processos de erosão que o rio Macaé hoje já possui.

Com relação à cobertura vegetal, a região ela se localiza no domínio da

Mata Atlântica. Já foi bastante alterada ao longo do seu processo de ocupação,

28

aqui uma vista dos fragmentos florestais em verde escuro, da área de

influência indireta do meio biótico, floresta de terras baixas, restinga aqui na

porção final, manguezais e o predomínio de pastagens. Esse cenário ele se

repete na área do empreendimento onde a gente verifica tanto na área de

influência indireta, como na área do projeto a formação dominante é a

formações de pastagens. Especificamente na área do empreendimento apenas

0,3% do terreno representam fragmentos florestais. Através de discussão com

o grupo empreendedor foi feito um planejamento de uso desse espaço de

forma que 98% dos remanescentes não serão afetados pelas obras.

Verificamos a presença ou não de espécie ameaçadas da flora e não foi

identificado nenhuma espécie ameaçada de extinção na área do projeto.

Então, aqui uma vista do terreno, em verde claro formações campestres,

herbáceas, alguns fragmentos de eucalipto, aqui em laranja, fragmentos em

estágio iniciais de regeneração e fragmentos em estágio médio de

regeneração, esses não serão mexidos.

Fizemos o levantamento da fauna, analisamos fauna de insetos através

de dados secundários, fauna de mamíferos, répteis, anfíbios, peixes e aves

através de dados secundários e dados primários. Pra isso realizamos 2

levantamentos de campo, um durante o período de estiagem e um durante a

época de chuva, caracterizando assim um ciclo hidrológico. Os quantitativos de

espécies observados estão aqui representados: 19 espécies de mamíferos,

cerca de 20 espécies de anfíbios e répteis e 123 espécie de aves. É uma fauna

tipicamente encontrada em ambiente abertos, que a gente chamaria de uma

fauna generalista que está de acordo com o tipo de cobertura da região.

28

29

Foram identificadas 2 espécies ameaçadas de extinção: um papagaio,

Amazona rhodocorytha, e o jacaré do papo amarelo. Então para essas

espécies e também para todas as demais, foram propostas, programas que

vou apresentar na sequencia para garantir a sobrevivência das mesmas.

Com relação aos peixes, foram 17 espécies de peixes identificadas,

espécie típicas daqui da região Norte, noroeste fluminense, não foi identificada

nenhuma espécie ameaçada de extinção, uma espécie é endêmica da bacia do

rio Macaé ocorrendo em vários pontos da bacia do rio Macaé ela não está aqui

representada é um parente dessa espécie aqui, é uma espécie de Acará que

até o momento é conhecido apenas da bacia do rio Macaé, e foi registrada na

área do terreno. Como já havia apresentado, o empreendimento ele está bem

distante de unidades de conservação. As 2 unidades mais próximas são o

Parque Natural Municipal de Atalaia, e a Reserva Biológica da União, ambas a

12 quilômetros da área do empreendimento.

Com relação à socioeconomia, Macaé tem uma história bastante

peculiar, de uma radical mudança no seu perfil socioeconômico, em um

passado recente. Então até a década de 70, o município tinha uma economia

essencialmente baseada em agricultura açucareira e pecuária. A partir da

década de 70, com o advento da exploração de petróleo, houve uma mudança

radical no perfil da economia local, que passa a ser muito associada a

exploração de óleo e gás. Isso levou a um crescimento demográfico

significativo do município, e à sua consolidação como uma área estratégica na

economia nacional. Aqui sempre representando, o município hoje é um

município polarizador aqui da região norte-noroeste fluminense, forte relação

com Quissamã, Carapebus, Rio das Ostras, Cachoeira Conceição de Macabu.

30

Fortemente relacionado com as rotas empresariais do eixo Rio-São Paulo. O

crescimento, ele se deu de forma heterogênea, quer dizer, ocupação do solo é

bastante heterogênea no município. Uma área fortemente adensada, área

próxima da região costeira, com gradual declínio da população, à medida que

vai se adentrando a área do município. Isso está bem representado no

zoneamento municipal, que define uma zona natural, e uma zona urbana, não

é, onde se localiza o empreendimento. Só aqui reforçando, com relação ao

zoneamento, o empreendimento é situado dentro da zona industrial 4. Esse

crescimento que a gente vem observando em Macaé, ele já chegou a um ponto

de saturação aqui da região litorânea, ele começa a ter agora um novo vetor de

crescimento, que é o crescimento nesse sentido, especialmente através de

implantação de novas residências, loteamentos ou condomínios. Até para

exemplificar esse processo, aqui tem um histórico recente da ocupação da

área. Se puder dar um zoom aqui, em 2003, ou seja, há pouco mais de 10

anos, a gente tem os primeiros condomínios se estabelecendo, próximo da

região prevista para o empreendimento. Em 2010, todos já estão consolidados.

E em 2014, nós temos além dos condomínios já consolidados, novos

condomínios se plantando, novos loteamentos, e novas atividades econômicas,

tá? Então mostra bem o vetor de expansão do município.

Dentro da nossa área de influência direta, existem 4 condomínios aqui

representados, condomínio Laranjeiras, Morada dos Ventos, Village da Serra, e

Village do Horto. Dentre esses 4, 2 condomínios, que é Village da Serra e

Village do Horto, são os mais significativos, eles podem receber até 4.000

habitantes. Então foi a nossa fonte principal de pesquisa socioeconômica.

Fizemos a pesquisa através desse questionário, não é, que reúne dados sobre

31

perfil de cada entrevistado, de onde ele veio, qual a idade atual, faixa de renda.

O que cada um percebe da região, em termos de pontos positivos ou pontos

negativos. Condição de habitação. E qual é a percepção do entrevistado em

relação ao empreendimento. A área de influência direta, é composta

principalmente por pessoas do próprio Estado do Rio de Janeiro, uma pequena

parcela de pessoas que vieram de outros Estados.

Perfil básico de classe média. E o maior problema apontado pelos

moradores, diz respeito ao isolamento daquela área, em relação ao resto do

município, especialmente por deficiência em questão de infraestrutura,

abastecimento, e dificuldade de locomoção para outros trechos do município de

Macaé.

Por conta dessa situação atual, a percepção dos entrevistados em

relação ao empreendimento, foi bastante positiva, não é. Há uma expectativa

que com a chegada desse empreendimento, não só haja uma valorização dos

imóveis, como também haja uma catalisação de um processo de integração

dessa área, com o restante do município. Os poucos residentes que

apresentaram percepção regular ou ruim, em relação ao empreendimento, se

dizem preocupados com a questão de segurança, que foi o principal ponto

levantado. Aqui somente mostrando as vias de acesso que são mais utilizadas

pelos moradores, que trabalham principalmente na área urbana de Macaé,

usam principalmente a RJ 168, e também a rodovia não pavimentada.

Aqui mostrando os centros comunitários existentes. Avaliamos o fluxo de

tráfego atualmente existente, para que possamos fazer uma projeção da região

com o empreendimento. Então estabelecemos um ponto de medição próximo à

área prevista do projeto. Fizemos medições durante a semana, durante os

32

finais de semana. O que fica bastante claro, é que o movimento de veículos

naquela região, ele segue um padrão claramente pendular. Quer dizer, há um

deslocamento na parte da manhã para Macaé, o que seria o nosso pico de

deslocamento na parte da manhã. E um segundo pico de deslocamento, na

parte do final do dia, saindo de Macaé, voltando para a região. Quer dizer, são

os moradores que vão trabalhar na região e retornam, e também os carros e

caminhões que vem para o município, para deslocar suas cargas. Aqui só

mostra bem essa diferença, dias úteis/finais de semana, tanto para automóveis,

quanto para veículos comerciais. O volume máximo observado, de 4.000

veículos em dias úteis, 2.000 veículos aos finais de semana.

Bom, feita a análise da região, partimos então para avaliar os impactos

potencialmente associados ao empreendimento. Na primeira avaliação que nós

fizemos, identificamos dentre todas as ações previstas do empreendimento,

quais seriam aquelas que poderiam desencadear impactos, tanto na fase de

planejamento, quanto na fase de instalação, como na fase de operação. Então

essas são as atividades que serão desenvolvidas, e em diferentes momentos,

principalmente na fase de instalação, elas têm potencial para gerar impactos

sobre o ambiente.

Foram 26 impactos ambientais identificados. Se puder dar um zoom

nessa segunda transparência, eles têm uma distribuição temporal bastante

interessante. Verifica-se uma concentração de impactos ambientais negativos

na fase de implantação, o que é usual em qualquer obra. E já na fase de

operação, uma prevalência de impactos positivos em relação aos impactos

negativos, especialmente no que se refere à socioeconomia.

33

Com relação ao meio físico, foram identificados apenas impactos diretos,

não se verificou nenhum impacto indireto do empreendimento. Os impactos

diretos identificados foram: alteração na qualidade do ar, alteração no ambiente

sonoro, na qualidade do solo, aumento na susceptibilidade do solo à erosão,

alteração no escoamento hídrico, assoreamento de corpos hídricos, e alteração

na qualidade de água superficial. Todos eles ocorrendo na fase de

implantação, e alguns permanecendo na fase de operação. Primeiro impacto,

alteração na qualidade do ar, não é, é previsto movimentação de terra,

chegada de maquinário para a fase da obra. Todos esses eventos, alteram a

qualidade do ar atualmente existente. Pelas simulações que foram realizadas,

não é, embora se verifique uma alteração na qualidade do ar, por conta de

maior poeira, maior tráfego de veículos, o padrão de qualidade do ar, não é

alterado. Então permanece dentro do padrão atualmente existente.

Fizemos uma avaliação de dispersão atmosférica, para verificar qual

seria a contribuição do empreendimento na fase de operação, com relação aos

hidrocarbonetos, que é o elemento associado à alteração desse

empreendimento. Para essa simulação de dispersão atmosférica, trabalhamos

com 2 cenários de modelagem matemática. Primeiro cenário, imaginar essa

região, sem nenhuma outra fonte poluidora, apenas o CLIMA. E o segundo

cenário, trabalhar com todas as fontes de emissão que existem, que estão aqui

representadas, em conjunto com o CLIMA, que a gente chama de cenário de

sinergia. O que nós verificamos, numa simulação em que apenas o CLIMA

existiria na região, as emissões de hidrocarbonetos, elas não ultrapassam os

limites aceitáveis, e elas se concentram dentro da área do empreendimento,

34

chegando ao máximo a 1 Km de distância do ponto de emissão. Ou seja, não

altera a qualidade do ar em outra área, que não a área do empreendimento.

Quando nós trabalhamos com todos os dados existentes, as

concentrações de hidrocarbonetos, elas se mostram maiores em áreas que

hoje já estão em operação. Então a conclusão que se chegou, é que as

emissões atmosféricas do CLIMA, não impactarão de forma significativa, a

qualidade do ar da região.

Fizemos simulações em relação aos níveis de ruído. Então já tínhamos

um estudo de fundo, o ruído atual, simulamos então a operação do

empreendimento, o que levaria de alteração de ruído. Foi identificada níveis

acima dos estabelecidos pela zona industrial em apenas um ponto, que é o

ponto referente ao helicentro. É um ponto que não possui nenhuma residência

próxima, e como medida de mitigação proposta, foi a implantação de uma

cortina verde, que atende bem a essa mitigação, e um constante programa de

monitoramento de níveis de ruído.

Com relação à alteração da qualidade do solo, e a susceptibilidade de

erosão, são atividades tipicamente associadas a obra, não é? A obra deverá ter

um plano ambiental da construção, o que é usual também nesse tipo de

atividade. Esse plano já prevê uma serie de ações, e posturas, que o grupo, a

empreiteira deverá seguir, minimizando esses impactos. E ambas os impactos

identificados, eles serão alvos de monitoramento constantes, através de um

programa de monitoramento de qualidade da água, e um programa de

monitoramento de processos erosivos. Como eu já havia mencionado, em

relação ao escoamento superficial, apenas em cheias com tempo de

recorrência de 25 a 50 anos, ou mais, não é, se idêntica uma interferência na

35

vazão do Rio Teimoso, o que foi proposto como medida, é a remoção dos

controles hidráulicos que hoje existem, que é uma visão da foz do Rio Teimoso,

chegando no rio Macaé, um controle hidráulico gerado pelo assoreamento, o

desassoreamento do rio, através da correção do leito. Então todo o leito do rio

Teimoso será corrigido, reduzindo então esses controles hidráulicos que

poderiam agravar uma situação de cheia.

Assoreamento de corpos hídricos e alteração de qualidade de água

superficial também são eventos muito associados à obra em si. Planejamento

da obra em si já é um fator que minimiza esse impacto. E o plano ambiental de

construção, que foi proposto no estudo, isso era detalhado no projeto básico

ambiental, também minimiza ambos os impactos.

Com relação ao meio biótico, novamente, foram identificados apenas

impactos diretos, sobre o meio biótico. Um impacto positivo, que é a criação de

áreas verdes, e 4 impactos negativos, todos os 4 ocorrendo na fase de

implantação, e 1 permanecendo na fase de operação.

Com relação aos 2 primeiros impactos, redução na cobertura vegetal,

por conta da supressão de vegetação necessária para implantação do

empreendimento, e a perda de ambiente da fauna, por conta dessa supressão,

e pela eliminação de alguns lagos artificiais que hoje existem na região.

Medidas propostas é o próprio reflorestamento. Então é proposto um

reflorestamento de mais de 150 hectares, em uma área que hoje conta com

menos de 0,3% dela coberta por formações florestais. E programas de resgate

e realocação de fauna, das áreas que serão suprimidas. Essa é a vista

novamente da área do empreendimento, mostrando as formações existentes.

36

Essas formações serão suprimidas. Em laranja, eucalipto. Em amarelo claro,

capoeira, e em verde clarinho, formações em estado inicial de regeneração.

A obra e a operação do empreendimento, especialmente do helicentro,

pode gerar afugentamento de fauna. A medida proposta é novamente, a usual,

que é planejar a supressão de modo a otimizar o resgate das espécies. E a

criação de áreas verdes, que é o impacto positivo do empreendimento, que são

mais de 150 hectares, que serão recuperados. Essa recuperação de 150

hectares, ela vai ser feita sempre no sentido de proteger as faixas marginais de

proteção, e criar corredores ecológicos, que poderão ser utilizados pela fauna

local. Então é uma medida que tanto gera melhorias paisagísticas, como pode

redundar em um... resultar, em um ganho ambiental para o manejo da fauna

que ali existe.

No meio socioeconômico, identificamos como impactos diretos, 5

impactos positivos, aqui destacados em verde. São: a valorização imobiliária; a

geração de empregos, e para esse impacto se propõe como medida

maximizadora do impacto, privilegiar a contratação de mão de obra local para

as obras do CLIMA; a mudança da paisagem local, nesse sentido, saindo de

uma paisagem desprovida de cobertura vegetal arbórea, não é, para uma

região com 150 hectares de área plantada; aumento de oferta para instalação

de novas indústrias, ou outros empreendimentos; e atração das empresas do

setor de óleos e gás. Todos esses são impactos diretos positivos do

empreendimento.

Como impactos negativos, a expectativa que a população tem em

relação empreendimento, razão pela qual o empreendedor deve, já a partir de

agora, iniciar o seu programa de comunicação social e de responsabilidade

37

social. Alteração no tráfego de veículos, especialmente na obra. E aí as ações

de planejamento de obra e sinalização minimizam bastante esse impacto. E a

possibilidade de interferência com sítios de valor arqueológico. No estudo, não

foi identificado nenhum sitio de valor arqueológico, mas como é usual, em toda

e qualquer obra, as frentes de trabalho, elas somente serão liberadas após a

prospecção arqueológica e liberação da área pelos arqueólogos.

Como eu havia mencionado, no meio socioeconômico, nós também

identificamos impactos indiretos, quer dizer, que atuam sobre todo o município

de Macaé. Três impactos positivos, e um impacto negativo. Impactos positivos:

a melhoria no trânsito em Macaé. Então, além do empreendimento permitir que

novos investimentos venham para a região, sem interferir no trânsito da cidade,

há a possibilidade que empreendimentos localizados hoje em áreas

conflituosas, passem a se estabelecer no CLIMA. Há uma melhoria no trânsito

da região mais adensada do município. Diminuição na especulação imobiliária,

e aumento da arrecadação de tributos. Esses seriam os impactos positivos que

atuariam sobre todo o município de Macaé. Como impactos negativos, bastante

relacionados também à obra, há aumento na demanda por serviços públicos.

Propusemos uma serie... além das medidas de mitigação, propusemos

uma série de programas que estão aqui apresentados. Esses programas, eles

ocorrerão em todas as fases do empreendimento, a começar de agora, fase do

planejamento. Todos eles serão implantados na fase de implantação do

empreendimento, e alguns permanecerão por toda a vida útil do

empreendimento.

Bom, o que nós verificamos, é que esse empreendimento ele tem uma

condição bastante estratégica, tanto sob o ponto de vista de localização como

38

ponto de vista de proposta, não é? Essa condição estratégica, ela permite que

novos investimentos venham para o município de Macaé, sem gerar conflitos

com a qualidade de vida da população. O empreendimento, ele possui uma

proposta muito interessante, de plantio de 150 hectares em áreas que hoje

estão desprovidas de vegetação arbórea, melhorando então esse aspecto. O

saldo de impactos ambientais observados, ele foi bastante favorável ao

empreendimento. Há uma prevalência na fase de operação de impactos

positivos em relação a impactos negativos. Para todos os impactos negativos,

propusemos medidas de controle, mitigação, ou compensação, quando

aplicados. E por esses aspectos, assim destacando que essas medidas, elas

agora se tornam obrigação legal do empreendedor, fazem parte do documento.

Outras medidas podem ser também propostas pelo INEA. Por conta desses

aspectos, e por tudo que foi apresentado aqui na audiência pública, a equipe

multidisciplinar considerou esse empreendimento, ambientalmente viável. E

estamos aqui à disposição para esclarecer as perguntas que virão. Agradeço a

atenção, muito obrigado.

Sr. Maurício Couto: Obrigado, professor Bizerril. Antes de passar ao

intervalo, vou passar a palavra ao Secretário de Obras do Município, Doutor

Pires, por favor.

Sr. Antônio Pires: Meus amigos, boa noite a todos. Eu sou Antônio Pires,

Secretário de Obras do Município. E assim, eu já conhecia esse projeto, porque

ele é apresentado realmente para a área de obras antes de ser apresentado

aqui. Mas eu queria, assim, a gente vendo isso, relembra de pontos fortes e

fracos. Mas eu não queria falar sobre o projeto não, porque tem muita gente

que vai falar sobre projeto. Eu queria falar para vocês o seguinte: existe um

39

interesse grande de qualquer município, em ter um grande projeto. O grande

projeto, ele permite que isso aqui aconteça. Se abre a discussão, você

consegue ver o todo antes dele ser formado. Você pode planejar, gerar

recursos para que esse grande projeto seja atendido de forma independente,

como ele colocou aí. Água, esgoto, energia elétrica, porque ele se

autodemanda. Então vale a pena outros investimentos que acompanhem esses

grandes projetos. Quando se tem uma ocupação, que a gente chama de

ocupação unitária, eu tenho uma empresa, compro um terreno, instalo minha

empresa. Eu não sei quem vai ser meu vizinho, não sei qual vai ser a rua que

vai ter do lado, não sei qual vai ser a demanda de tráfego, não sei qual vai ser

o consumo de água dessa região, dessa zona industrial. E aí no futuro a gente

vê. A gente tem aqui alguns exemplos de áreas adensadas sem esse tipo de

planejamento, tudo funciona. Na verdade, ninguém aqui vai morrer mais cedo,

porque o Parque de Tubos existe. Mas ele podia ser melhor. Melhor para a

população, melhor estudado, melhor pensado. E na verdade, o que acontece, é

que as pessoas vão chegando, vão montando, e tem que acontecer. Se tem a

demanda, se tem o mercado, vai aparecer quem assim o sirva, porque o

capitalismo é assim.

Então assim, para mim, como Secretário de Obras, e gestor público, eu

acho que todo caminho devia ser assim, sempre pensando o todo, com

soluções prévias, viabilizando os investimentos necessários para atender as

demandas, e sempre de forma organizada. E gerando isso, que na verdade é

uma apresentação pública, de um grande projeto, sendo que nós não estamos

licenciando nenhuma indústria que está entrando aqui, ou empresa de

logística. Isso é posterior, isso a gente faz depois, mas o todo está sendo

40

pensado agora. E também assim, de uma forma bastante sincera, parabenizar

os empreendedores, porque isso demonstra credo, e esse credo realmente

atrai. Se tem alguém que acredita, isso atrai mais pessoas que acreditam. Esse

credo, lógico que ele não está baseado em uma situação fútil. Ele está

baseado em estudos, está baseado em quem está empreendendo, com

certeza tomou essa precaução de fazer estudos de negócio, que não está

sendo apresentado aqui, porque não tem sentido falar de negócio aqui. Está

sendo falado só de impacto ambiental, e a descrição do que é esse projeto

CLIMA. Mas com certeza, tudo isso tem estudos, ninguém investe isso sem ter,

não talvez uma certeza, mas realmente acreditar naquilo que está fazendo

através de uma visão mais ampliada do setor. Isso traz muito conforto para a

gente. Com certeza, eu vejo que Macaé cresce quando tem alguém com

capacidade, com vontade, e um grande grupo de investir dinheiro, acreditando

que empresas vão entrar nesse projeto, para poder fazer esse projeto

acontecer, como lucrativo.

Então assim, eu só queria chamar atenção disso, grandes projetos,

grandes soluções, ele tem que passar por tudo isso, tem que ser aprovado, tem

que ser um projeto viável, e é para isso que a gente começa aqui. A gente está

fazendo só o licenciamento prévio. Mas é importante, é importante discutir tudo

isso, a presença está muito boa. Agradeço a população, porque sem isso, a

gente não consegue fazer Macaé melhor. Um abraço a todos, obrigado.

Sr. Maurício Couto: Obrigado, secretário. Bom, nós faremos agora o

intervalo de cerca de 15 minutos. Será servido um lanche lá atrás. Enquanto

isso, por favor, quem estiver formulando as perguntas, pode encaminhar à

41

mesa, que no final do intervalo, nós vamos passar para a segunda fase, a fase

das perguntas e respostas.

INTERVALO

Sr. Maurício Couto: Senhoras e senhores, vamos retomar os trabalhos. Por

favor, eu gostaria de saber quem está formulando pergunta, ou inscrição para

fazer uso da palavra. Por favor, eu convido aos que estavam fora da sala, por

favor, só auditório, queiram entrar para darmos reinício aos trabalhos.

Perguntando mais uma vez, quem está formulando perguntas por escrito, ou

quem quer se inscrever para fazer uso da palavra, por favor, as atendentes e

pessoas com o braço levantado com a pergunta. As recepcionistas, por favor.

Bom, senhoras e senhores, vamos recompor a mesa, dar início aos

trabalhos. Gostaria de saber se tem mais alguém formulando perguntas, ou se

inscrevendo para fazer o uso da palavra. Quando nós encerrarmos, não

aceitaremos mais perguntas. Por favor, mais uma pessoa ali se inscrevendo,

ou fazendo pergunta. De qualquer forma, as perguntas podem ser

encaminhadas no período de 10 dias, ao INEA e a CECA, que serão

respondidas, e encaminhadas. Por favor, colocando e-mail, ou endereço. Por

favor recepcionistas, tem mais pessoas ali com perguntas. Quem que está com

a pergunta, por favor, tinha levantado a mão? Doutor Marcus Lima, por favor,

recompondo a mesa. Senhores, mais alguém formulando perguntas, ou se

inscrevendo para fazer uso da palavra? Depois de encerrados, não vamos

mais aceitar encaminhamento a mesa, deverá ser feito no prazo de 10 dias.

42

Bom, então passando para a segunda fase, nós temos 5 perguntas

encaminhadas à mesa, e uma inscrição para fazer uso da palavra. Mas de

acordo com o artigo 10, da resolução CONEMA 035/2011, eu passo a palavra

agora para o Ministério Público Estadual. Por favor, Doutora Vânia Manhaes.

Doutora Vânia Manhaes: Boa noite. O Ministério Público cumprimenta toda

a comunidade aqui de Macaé, cumprimenta a mesa. E nós gostaríamos aqui

de falar sobre o impacto ambiental e não apenas oferecer críticas, mas também

sugestões ao relatório, ao estudo de impacto ambiental que foi feito pela

empresa. Primeiramente, eu gostaria de ressaltar que essa audiência pública,

ela é muito importante por ser um instrumento de efetividade da participação do

povo nas decisões tomadas no seio da sua coletividade. É um instrumento de

cidadania, e aqui todos estão reunidos para decidir, para opinar sobre um

direito que é constitucionalmente assegurado, que é o direito ao meio ambiente

ecologicamente equilibrado, que é um direito constitucional. E por isso o

Ministério Público também está aqui para conversar, juntamente com os

empreendedores e com as autoridades, as demais autoridades, sobre opiniões

que possam ter as pessoas na comunidade. O Ministério Público, possui, como

os senhores sabem, a missão, eu diria melhor, missão, de defender a ordem

jurídica, e defender os bens difusos, bens coletivos. O meio ambiente é um

desses bens difusos, bens coletivos, bens que ninguém pode macular, sob

pena não só de violar a Constituição, mas também de vulnerar as futuras

gerações. A Constituição quando previu a proteção ao meio ambiente

ecologicamente equilibrado, previu não apenas para as presentes gerações,

mas para as futuras.

43

Não só a nossa Constituição da República, mas também a Constituição

Estadual, prevê no artigo 266, a participação da comunidade do município, no

zoneamento ambiental do seu território. A implantação de áreas de polos

industriais, bem como as transformações do uso do solo, depende desse

estudo de impacto ambiental, e posteriormente do licenciamento, para que as

atividades possam ser implementadas, minimizando os riscos ao meio

ambiente. O licenciamento, ele é necessário para assegurar a saúde, o bem-

estar, a segurança da população, observando-se o seguinte: os resíduos

sólidos, os resíduos gasosos, ruídos, vibrações, etc., eles acarretam danos à

coletividade, ao meio ambiente como um todo. E é necessário, portanto, nós

conciliarmos o desenvolvimento que tanto é almejado por toda a população,

pelos empreendedores, com a proteção ao meio ambiente. É o que se chama

de sustentabilidade hoje, o desenvolvimento sustentável. E que em casos de

dúvidas acerca de eventuais impactos que podem ser causados, ainda assim

nós não devemos nos quedar inertes, porque há o princípio da precaução, que

impõe que medidas não deixem de ser adotadas para a prevenção, para a

preservação do meio ambiente, apenas porque não se sabe ainda quais os

impactos que serão gerados no futuro.

Bom, com isso eu passo as considerações feitas pelo nosso Grupo de

Apoio Técnico Especializado ambiental. O GATE, ele emitiu um parecer ainda

preliminar, porque vai ser depois complementado, após essa audiência pública,

e com vistas a sugestões que podem ser incorporadas ao empreendimento.

Gostaria também de ressaltar, que o Ministério Público instaurou inquérito civil

ano passado, no final do ano, para acompanhar e analisar o estudo de impacto

44

ambiental do processo de licenciamento para essa implantação desse

complexo, o chamado CLIMA, Complexo Logístico & Industrial aqui de Macaé.

Bom, o parecer técnico do GATE, apresenta variação critica do

Ministério Público, sobre o impacto ambiental referente a essa licença prévia,

para análise da viabilidade ambiental da implantação desse complexo logístico

em Macaé. A análise do referido estudo de impacto ambiental, foi realizada

com base nas resoluções do Conselho Nacional de Meio Ambiente número 1

de 1986, e 237, de 1997, que dispõe sobre a necessidade do estudo de

impacto ambiental para o licenciamento ambiental. Ou seja, ele é um pré-

requisito para o licenciamento ambiental. E ele apresenta as diretrizes para que

seja elaborado esse estudo de impacto ambiental. Ou seja, o CONAMA regula

as diretrizes que o estudo de impacto ambiental deve seguir para que seja

aprovado pelo INEA e para que futuramente as atividades possam ser

implementadas. Essa análise do GATE é embasada em outras normas tanto do

INEA, como também é óbvio na nossa legislação, na lei 6368, nós também

temos a lei que deve ser observada que é a lei 6803, que é a lei de

zoneamento industrial. E agora eu vou passar os principais itens do GATE, não

vou ler tudo, exatamente para não cansá-los. A legislação aplicável é a

seguinte: o estudo de impacto ambiental, quanto a essa legislação aplicável,

ele é inadequado ainda, insuficiente, porque ele enumera a legislação

pertinente ao estabelecimento de níveis máximos de ruído. Contudo, afirma

que a resolução CONAMA, 1/90, baseia seus limites de acordo com a NBR

10152. Esse equívoco, impede a correta avaliação dos limites de ruído

preconizados pela legislação, conforme detalhado no próprio relatório do

GATE, que será encaminhado ao INEA, para análise.

45

Então foi descumprido nesse primeiro momento, pelo estudo de impacto

ambiental, a determinação da instituição técnica do INEA de 2013. Nessa

resolução de número 1/1990, é previsto que são prejudiciais à saúde, ao

sossego público, para fins do item anterior, aos ruídos com níveis superiores

considerados aceitáveis pela norma, em áreas habitadas, visando o conforto da

comunidade. E essa resolução CONAMA 2/90, prevê que sempre que

necessário, os limites máximos de emissão poderão ter valores mais rígidos

fixados a nível estadual e municipal. Quer dizer, a tutela quanto maior ao meio

ambiente, ela deve ser observada. E a Lei Municipal 3.284/2009, estabelece

limites para os níveis de ruídos, e esses são menos rígidos do que essa

resolução NBR 10151. Desse modo, a única forma de atender as exigências

legais e regulamentares, é que o regulamento mais restringente, seja cumprido.

Ou seja, a NBR, e não essa legislação municipal, que prevê um nível menor de

ruído, porque quanto maior a proteção ao meio ambiente, essa sim, essa

norma deve ser seguida.

Quanto ao uso do solo, nós também temos uma observação que não há

cópia das certidões de uso do solo. Muito embora no estudo de impacto

ambiental seja informado, que a prefeitura municipal de Macaé emitiu as

certidões, e até aos números, 63/2014, 84/2014, não há... não foi localizada no

anexo do estudo de impacto ambiental, a cópia dessas certidões. Outra

questão é a descrição das tipologias das atividades. O estudo apresentado de

impacto ambiental, não é, apresentado, não apresentou de forma satisfatória, a

descrição das atividades a serem implementadas no complexo industrial.

Dessa forma, fica impossibilitada uma avaliação global dos impactos

ambientais decorrentes do empreendimento, e é necessário que haja uma

46

previsão pelo menos, de quais espécies de atividades que serão exercidas

naquele local, porque sem isso não há como se avaliar os danos que podem

advir dessa atividade.

Foi constatado no capítulo II desse estudo de impacto ambiental, a

descrição do empreendimento, não é, as páginas 50 e 51, que conforme já

mencionado pela característica do empreendimento, loteamento industrial, não

há como definir a tipologia das empresas e industrias que virão a se instalar na

área do projeto. Cada empresa deverá solicitar ao órgão responsável suas

licenças ambientais. No capítulo X, há menção de que as empresas a se

instalarem serão de grande porte. As zonas industriais 1 e 3, não possuem

áreas disponíveis do tamanho necessário ao empreendimento, é o que diz o

relatório. Seria necessária a construção de um complexo com menor tamanho,

e/ou menores lotes. Isso afetaria um dos objetivos principais do CLIMA, que é

atração de empresas com maior porte para fora da zona residencial do

município. Que o objetivo é justamente isso, o empreendimento fora da zona

residencial. E como eles até informaram aqui, as zonas 1 e 3 como definidas

como zonas industriais aqui do município, elas não comportariam as atividades,

porque essas atividades seriam de grande porte. Mas quais atividades seriam?

Se eles afirmam que a atividade é de grande porte, é porque eles já têm ideia

de quais empresas. E se eles têm ideia de quais empresas vão atuar, então

eles têm que apresentar o dano ambiental que essas empresas, apenas um

prognóstico do dano ambiental que essas empresas poderão oferecer no futuro

à população.

Quanto ao fornecimento, disponibilidade de consumo de água, as

informações sobre o fornecimento foram insuficientes também, em virtude da

47

declaração de possibilidade de abastecimento de água fornecido pela CEDAE,

ter sido assinada em 31 de janeiro de 2014, e com validade de 12 meses. Ou

seja, apresentou, o seu prazo já expirou. Há também um aspecto referente a

não descrição das atividades a serem implementadas no CLIMA, já que

dependendo da tipologia das empresas, poderá haver um consumo maior de

água, e assim não haver um dimensionamento correto dessa vazão

necessária.

Outra questão, o tratamento dos efluentes sanitários. As informações

sobre o tratamento dos efluentes sanitários, também foram insuficientes, em

virtude da declaração de possibilidade de esgotamento fornecido pela CEDAE

ter sido assinada também em 21 de janeiro de 2014, com validade de seis

meses, o que também já expirou. Há também o aspecto referente a não

descrição das atividades implantadas no Clima, quer dizer, toda essa ausência

dessa descrição de atividades, acaba gerando consequências em vários níveis.

Outra questão também, é o tratamento dos efluentes industriais que

também serão gerados com o CLIMA. As informações sobre os tratamentos

dos efluentes industriais foram insuficientes, em virtude do que consta no

capítulo II do estudo de impacto ambiental. Segundo esse estudo, como foi

falado, cada empresa deverá solicitar ao órgão responsável suas licenças

ambientais. Ou seja, essa... O grande empreendimento, não tem como definir

quais as empresas, e cada empresa que depois for compor esse

empreendimento, é que terá que buscar a sua licença ambiental. Então ele vai

conseguir o licenciamento prévio, vai conseguir a licença de operação, e só

depois é que as empresas que vão efetivamente, futuramente inclusive, causar

degradação ambiental, é que irão obter essas licenças.

48

Quanto à localização dos pátios de estocagem e infraestrutura de apoio,

as informações sobre esses pátios também não identificam, não é, quais são,

impossibilitando dessa forma melhor visualização, e característica das áreas.

Quanto às informações do sistema de drenagem pluvial, também há

uma insuficiência, porque não foi apresentado nem do traçado, nem de rede,

impedindo um maior estudo, estudo mais aprofundado. A descrição sobre os

resíduos gerados, também foram insuficientes, por sua vez, devido ao que

consta no capítulo II desse estudo de impacto ambiental. A tipologia... eles

informam... “a tipologia das indústrias que virão a se instalar nesse

empreendimento, ainda não foi definida. Portanto, todas as empresas que

vierem a se instalar na área em questão, deverão apresentar seus programas

de gerenciamento de resíduos sólidos, como parte integrante dos respectivos

planos básicos ambientais apresentados ao INEA, como requisito dos

processos de licenciamento ambiental individual”.

Outra questão, é a descrição sobre estudos de análise de risco. As

informações sobre a análise de risco, também foram insuficientes, já que

conforme consta do anexo 2.7, análise preliminar de perigos, na página 11,

trata-se de um empreendimento de heliporto no loteamento empresarial e

industrial Santa Clara em Macaé, possuindo as seguintes instalações, ou

sistema de atividades. 1- terminal de passageiros em prédio administrativo. 2 -

Hangares para os helicópteros. 3 - Parque de abastecimento de aeronaves. 4 -

Pátio para estacionamento, pouso e decolagem. 5 - Edificação da seção contra

incêndio. Área total do heliporto, será de 530 mil metros quadrados.

Quanto aos impactos ambientais: a questão do meio físico, primeiro a

qualidade do ar. As informações sobre a qualidade do ar foram insuficientes

49

também, já que consta do estudo de impacto ambiental, no anexo 2, o

diagnóstico da seguinte informação: “diante do exposto, nessa etapa de

licenciamento, não foi possível dimensionar todas as emissões atmosféricas

que ocorrerão na fase de operação do CLIMA. E nesse estudo, retrata apenas

das emissões provenientes de provável heliporto, que possui uma área total de

530 mil metros quadrados”.

Outra questão é o nível de ruído, que como todos sabem, o heliporto,

não é, costuma gerar muito ruído. Nesse ponto, o estudo de impacto ambiental,

também é inadequado, insuficiente na discriminação dos níveis de critérios de

avaliação, os níveis máximos de ruído permitidos. Pois ao invés de buscar o

atendimento simultâneo a toda regulamentação sobre o assunto, selecionou os

regulamentos que considerou na sua análise. Os regulamentos selecionados

no estudo de impacto ambiental, portanto, são mais permissivos, como eu

havia falado antes, é a legislação municipal, descumprindo essa resolução, as

resoluções do CONAMA número 1/90, e 2/90.

Quanto à alteração do ambiente sonoro, o estudo de impacto ambiental,

afirma que na fase de operação do empreendimento, haverá acréscimo dos

níveis de ruído na área residencial, localizada no sul do empreendimento, de 3

a 6 decibéis. Há evidências de que esse aumento é mais acentuado, e o ruído

das aeronaves adentra a zona residencial 1, que tem limites de ruído mais

restritivos. Não se mostra com clareza o impacto do empreendimento nesses

níveis de estudo, portanto nesse ponto também descumprido o determinado na

instrução técnica do INEA de 2013.

E agora, quanto ao passivo ambiental. O relatório de avaliação

preliminar, também foi insuficiente, considerando que sugere que a antiga

50

destilaria de álcool, que foi desativada em 2005, não seria fonte de potencial de

contaminação, porque teria realizado no passado, a gestão correta da

vizinhança. Contudo, essa destilaria que houve, não é, no passado, pode ter

gerado algum tipo de dano, um dano remanescente, que deve ser sopesado

quando desse estudo, da execução desse empreendimento nessa área.

Porque não se pode afirmar apenas com avaliação preliminar, que a área não

apresenta riscos de apresentar contaminação e assegurar que todas as

medidas utilizadas no passado, foram suficientes. Que não houve esse estudo

suficiente para indicar. A tipologia da atividade operada no passado, é uma

possível fonte de contaminação que para afirmação de presença de

contaminação ou não, faz necessária uma investigação confirmatória.

Quanto ao meio biótico, que eu falei agora do físico, vamos agora para o

biótico. Primeiro item, é a supressão da vegetação. O diagnóstico de cobertura

vegetal a ser suprimida na área do empreendimento, foi realizado também de

forma insuficiente, devida a ausência amostral de fragmentos de vegetação

relevantes, e consequentemente na insuficiência de dados para correta análise

dos impactos ambientais nessa área a ser suprimida. O estudo de impacto

ambiental, apresentou diagnóstico florístico incompleto, não realizando a

caracterização fitossociológica de todos os fragmentos de vegetação previstos

para a supressão e intervenção. Dessa forma, ficou prejudicada a análise

quanto a relevância desse impacto, bem como na determinação das medidas

mitigadoras e compensatórias pertinentes.

Quanto à fauna, o estudo de impacto ambiental apresentou de forma

confusa, não é, as áreas amostrais de levantamento de fauna, alterando os

pontos de levantamento entre as duas campanhas realizadas. Na

51

caracterização e localização dos pontos amostrais que estão no capitulo 7, a

qual apresenta a plotagem das áreas amostradas, não deixa claro qual desses

foi subdividido nos pontos P1 e P3 na primeira campanha. Vale destacar

também, que ao contrário do descrito no estudo de impacto ambiental, as áreas

amostrais denominadas A1, não são próximas, conforme evidenciado nas

próprias imagens. Aqui tem uma imagem que o GATE fez, o INEA vai ter

acesso depois, e para consulta também da população, porque aqui realmente

não há como os senhores visualizarem.

A herpetofauna, é o seguinte: a descrição do item captura passiva por

armadilhas, interceptação e queda, possui pontos de incoerência também,

necessitando ser revisada. Há também a avefauna, igualmente como na

análise do levantamento da herpetofauna, o diagnóstico para esse grupo

também se encontra prejudicado em função da dificuldade localizada dos

pontos amostrais, como por exemplo, destaques do item espécies endêmicas

do capitulo 7, o seguinte parágrafo: na área de estudo, todas as 4 espécies

endêmicas a exceção de uma, foram observadas exclusivamente no ponto

amostral P2, pequeno fragmento de mata secundaria localizado nos limites de

área do empreendimento. Destaque-se a presença nas duas campanhas, a

espécie endêmica, que é conhecida como Xauá, devido ao seu status e nível

de ameaça nas esferas regional, nacional e global. Aí considerando a riqueza

acumulada dos diversos grupos estudados, em relação ao esforço amostral,

conclui-se que com exceção ao levantamento realizado para os grupos

mastofauna, que é pouco abundante, e ictiofauna, todas as áreas não foram

suficientes amostradas. Tal fato fica evidente através da observação da não

estabilização da curva do coletor.

52

Aí somando-se à insuficiência amostral, as dificuldades de visualização

dos pontos, e consequentemente a correlação destes com os pontos de

supressão de vegetação, conclui-se sobre a insuficiência de dados, e

inadequação de análise frente aos possíveis impactos sobre a fauna endêmica,

ou ameaçada existente.

Outra questão, é a redução do habitat e da oferta de alimentos à fauna,

que pode gerar afugentamento e perturbação dessa fauna. Não foi possível

correlacionar o levantamento de fauna, com as áreas de supressão de

vegetação, que também fez com que restasse prejudicada a análise desses

impactos, especialmente quanto à influência deste sobre as espécies

endêmicas ou ameaçadas existentes na área do empreendimento. Destaque-

se que dentre as medidas de gestão ambiental previstas para esses impactos,

consta o resgate de fauna, das áreas de corte e transferência desses animais

para áreas florestais remanescentes no terreno do CLIMA. Entretanto, o estudo

de impacto ambiental, não apresentou estudo sobre deslocamento, áreas de

vida, distribuição das espécies catalogadas, não possuindo qualquer garantia

de sucesso para as medidas sugeridas, o que se agrava ainda mais pela

limitação da capacidade suporte do meio.

Outra questão importante, é o meio socioeconômico. No primeiro ponto,

a infraestrutura urbana, como as redes de esgoto, água, drenagem e energia.

Os dados relacionados, as ligações de rede geral de água, vale observar que

foram extraídos do IBGE, do seu censo de 2010. Portanto, encontram-se

defasadas, em comparação com os dados passiveis de obtenção pelo sistema

de 2013 a 2014, a depender da data da disponibilização dos dados, quanto da

elaboração deste presente estudo de impacto ambiental. A análise realizada ao

53

abastecimento de água, em termos absolutos, por exemplo, número de

economias ativas em água e esgoto, não permite uma observação em termos

percentuais, ou seja, a identificação da parcela não atendida. Em relação aos

dados de serviço de esgoto sanitário, considerando que o empreendimento

contará com redes coletoras de esgotos sanitários, e todo o efluente será

encaminhado para uma estação de tratamento de esgoto, a ser construída pelo

empreendedor, e doada à empresa pública municipal de saneamento de

Macaé, a coleta de dados secundários referentes aos serviços de esgotamento

sanitário, deveria ser levantada através também dessa empresa pública, para

assim definir o dimensionamento do porte dessa estação de tratamento de

esgoto, em conjunto com a operadora da unidade de tratamento. Ou seja, tem

que ser feito em conjunto, não de forma isolada. Cumpre ressaltar que o

diagnóstico do corpo hídrico onde ocorrerá a captação e o lançamento do

efluente da estação de tratamento de esgoto, a saber, o rio Macaé, e o rio

Teimoso, respectivamente, dar-se-ia compreender uma análise do plano de

recursos industriais da região hidrográfica de Macaé-Ostras. Para apreciação

das demandas de capacitação hídrica dessa bacia hidrográfica, onde será

situado o CLIMA, e o respectivo impacto desse empreendimento, no balanço

hídrico, quantitativo e qualitativo do rio Macaé e do rio Teimoso.

Quanto à percepção da população em relação ao empreendimento

também cabe fazer algumas observações. A análise da percepção da

população, em relação aos impactos, mostra-se insuficiente, uma vez que

realizou a coleta de dados primários, e além disso sem informação sobre a

população total dos núcleos urbanos considerados para a população dessa

amostra. As entrevistas foram realizadas em dois condomínios, o Village do

54

Horto, e Village da Serra, sem justificar metodologicamente o motivo da

exclusão da análise dos outros condomínios, como o condomínio Laranjeiras,

condomínio Moradia dos Ventos, e Loteamento das Nações. O relatório

justificou o motivo do Loteamento das Nações não ter sido contemplado,

decorrente do fato que na época da aplicação dos questionários, não havia

ocupação considerável. Porém, são citados outros condomínios desse entorno,

como Vale dos Cristais, e Vale das Palmeiras, que vieram posteriormente.

Cumpre ressaltar que mediante a análise do impacto nessas áreas, dever-se-ia

coletar os dados primários quanto à percepção da população nesses núcleos

urbanos mais próximos dessa área. E mapear as áreas de densidade

populacional. Inclusive aqui na audiência pública, o ideal seria, não sei se há

pessoas que moram próximos, que seriam um empreendimento. Mas o ideal

seria essa discussão com a comunidade mais próxima. Ademais, o estudo

realiza 36 entrevistas sem detalhamento dessa metodologia de amostragem.

Isto é, os critérios de distribuição amostral da população direta e indiretamente

afetadas a ser entrevistada, como por exemplo, o percentual entrevistado por

faixa etária e grau de instrução, em relação ao total de cada critério.

Diante de tal lacuna, os dados primários levantados quanto a percepção

da população, não podem ser levados em conta na perspectiva da

representatividade amostral, e, portanto, não podem representar a real

percepção da população, e identificação de grupos focais afetados pelo

empreendimento. Outra falha dessa análise de percepção da população, é a

ausência de questionamento sobre a qualidade de vida da população. Ou seja,

aplicação de questionamentos sobre a disponibilidade de bens e serviços

fornecidos à população. A pesquisa de campo se restringe a pergunta

55

relacionada ao serviço de transporte, tratando dos serviços como acesso a

água, coleta de esgoto, segurança, saúde, educação, iluminação pública, de

forma abrangente. Especificaram, quer dizer, só a questão do transporte. A

pesquisa de campo também não realizou questionamentos precisos quanto aos

anseios da população em relação aos impactos ambientais no

empreendimento, sem realizar questionamentos, por exemplo, relacionados ao

conflito do uso da água, poluição atmosférica, poluição dos recursos hídricos,

distribuição elétrica, etc. A pesquisa de campo se limita a questionar de forma

abrangente sobre a aceitação ou não da instalação do empreendimento, sendo

insuficiente para a incompreensão da real percepção da população, em relação

às expectativas positivas e negativas frente as alterações ambientais previstas

que irão impactar a qualidade de vida dessas pessoas, e também das futuras

gerações, como eu falei, a nossa constituição prevê essa tutela do meio

ambiente também para as futuras gerações. Cumpre ressaltar que alguns

valores tabelados também não somam o número total de entrevistados. É essa

B36. Isso ocorre, por exemplo, nas seguintes tabelas: total de pessoas que

trabalham por residência, totalizou 35. Local de trabalho dos entrevistados: 32.

O levantamento insuficiente de dados primários, e uma análise de estatística

simplista, invalidam a pesquisa de campo, uma vez que não traduzem

estatisticamente a expectativa positiva e negativa da população, em relação

aos impactos previstos, não é, do empreendimento, tendo como consequência,

uma formulação de planos e programas ambientais sem efetividade na

perspectiva da população.

Quanto ao prognóstico ambiental. A análise do prognóstico ambiental,

feita nesse estudo, é insuficiente, uma vez que não aborda as alterações

56

positivas e negativas ambientais, mas apenas de cunho econômico, e de forma

resumida. As mudanças citadas de cunho econômico, não são mensuradas

estimadas economicamente, e abordadas em diferentes horizontes de tempo.

Resumindo, se por exemplo, no trecho 7, o prognóstico da qualidade ambiental

com a inserção do CLIMA no município, faz prever uma dinamização da

economia municipal, com o aumento da receita, ou seja, arrecadação de

impostos. Para todos os aspectos mencionados acima, o quadro tendencial

considera com a instrução, representa mudanças positivas se comparado ao

que se projeta na hipótese da não construção do empreendimento. Dessa

forma, o prognóstico não abrange a qualidade do ar, da vazão hídrica, da

qualidade dos resíduos hídricos, dos recursos hídricos, dentre outros serviços

ambientais impactados nos diferentes horizontes de tempo, das etapas de

operação do CLIMA. Além disso, o capítulo de estudos de impacto ambiental

que aborda o prognóstico ambiental, inclui informação sobre as alternativas

locacionais com níveis de detalhamento não necessários para a construção do

prognóstico.

Quanto às medidas propositivas pelo GATE, nós temos o seguinte, que

depois será apresentado ao INEA. Considerando que a captação de água

ocorrerá no rio Macaé, onde o volume total captado é 76% é destinado ao uso

industrial, ou seja, 76% da água é destinado ao uso industrial, e apenas 18,4%

ao uso humano, é de fundamental importância que o setor industrial realize

investimentos e aumento de ofertas hídrica na bacia contribuinte do rio Macaé.

Tais investimentos podem ser alocados em sistemas de pagamentos por

serviços ambientais, em propriedades rurais com áreas prioritárias para

recarga do rio Macaé. Cumpre ressaltar que as pastagens representam a

57

classe de maior expressão do uso do solo, compreendendo quase 50% do

território de Macaé. E a classe pastagem e várzea, com quase 12 mil hectares,

compreendem aproximados 10% do território municipal, distribuindo-se

especialmente ao longo dos rios Macaé, e São Pedro, e de alguns dos seus

afluentes. Com base nesse contexto de uso de ocupação do solo inadequado,

em que as áreas de recarga hídrica do rio Macaé poderão estar prejudicados, e

tendo em vista a dependência das atividades do empreendimento, para com o

equilíbrio do balanço hídrico, sugere-se como medida de mitigação, e

compensação pelo uso dos recursos hídricos, que o sistema de

reflorestamento e manutenção em áreas prioritárias de recarga hídrica, sejam

implementados em diferentes fases ao longo da construção do

empreendimento, para que o retorno em termos de vazão hídrica sejam

suficientes na sua fase de plena operação.

O projeto desse reflorestamento e manutenção, como mitigação e

compensação, poderá ser formulado com apoio do grupo de trabalho pró PSA

criado pelo INEA, através dessa portaria 536/2014, e executado em conjunto

com o Comitê da Bacia Hidrográfica dos rios Macaé e Rio das Ostras. Bom,

agradeço pela atenção, muito obrigada.

Sr. Maurício Couto: Obrigado Doutora Vânia. O relatório certamente será

encaminhado ao INEA, ele é bastante complexo. Obviamente também a

empresa vai responder a todos esses pontos, mas em cumprimento a

resolução CONEMA, artigo 11 especificamente, a empresa agora vai responder

aos principais tópicos, tá, porque depois vocês vão ter oportunidade, tanto o

INEA que vai incorporar todas essas manifestações, esses pontos que foram

levantados pelo grupo de apoio técnico especializado, Ministério Público, serão

58

todos incorporados ao processo. A empresa também vai responder com maior

profundidade a todos os questionamentos que foram feitos pelo grupo técnico,

mas eu acho que a empresa tem até essa prerrogativa dentro do artigo 11, da

resolução CONEMA, vocês têm um prazo para responder os principais tópicos,

para não ficar uma coisa muito extensa, porque nós temos uns inscritos ainda

que nós vamos passar para eles depois. Está ok? Por favor então a empresa,

Doutor Marcos Saes.

Dr. Marcos Saes: Senhor presidente, a gente agradece a oportunidade.

Saudamos a mesa, saudamos todos os participantes. De uma maneira muito

especial o Ministério Público, representado nesse ato pela Doutora Vânia, dizer

que para a empresa é um privilégio não só ter a primeira possibilidade de

apresentar a empresa, o projeto, e o que tem se sonhado para aquele local,

mas também de ter essa possibilidade agora de mais uma vez, pois não é a

primeira vez que nós viemos ao município para falar sobre isso, mais uma vez

a possibilidade de conversar com todos os senhores, ouvi-los, e poder explicar

premissas e conceitos, e de fato estudo de impacto ambiental que avalia o

impacto do meio físico e biótico também socioeconômico, como muito bem

levantado pelo Ministério Público. Quanto às questões do Ministério Público, e

nós novamente é sabido e consabido, como o Ministério Público é um órgão

aguerrido, com uma atuação formidável, não só nas questões ambientais, mas

primordialmente nas questões ambientais, como guardião desse direito que

não é só das presentes, como das futuras gerações, e nesse contexto em

âmbito nacional, o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, tem

também, é de vanguarda, com a própria criação do Grupo de Apoio Técnico

Especializado, o GATE, que vem também há anos fazendo um trabalho

59

primoroso nessa questão de construir junto um empreendimento de

significativo impacto ambiental. Como bem disse o Secretário de Obras do

Município, é assim que se constrói um projeto como esse. Um projeto como

esse não é simplesmente colocado, não é simplesmente implementado numa

cidade, ele é sim amplamente debatido e discutido, e por isso nos alegramos

com a audiência pública.

Sobre as questões do Ministério Público, nos pareceu em determinado

momento, Doutora Vânia, que algumas questões que foram levantadas pela

empresa no pedido de complementação, de complementações do INEA, talvez

não sei se não foram observadas, até pela falta de tempo e excesso de

trabalho do GATE, ficamos também satisfeitos de saber que há um inquérito

civil público instaurado. A empresa se coloca desde já a disposição para

participar desse inquérito civil, mesmo sendo inquisitório, não tendo

necessariamente contraditório, mas sabedores dessa postura proativa e

construtiva do Ministério Público, nós nos colocamos inteiramente à disposição

para fazer apresentação não só do estudo de impacto ambiental, mas também

das complementações, seja no gabinete do Ministério Público aqui de Macaé,

seja pro Grupo de Apoio Técnico Especializado, a empresa e toda a equipe

técnica contratada está à disposição, até para ver essas questões dos ruídos,

do helicentro, da questão da fauna, dos impactos, dos resíduos, infraestrutura

de apoio. Essa questão da concepção do empreendimento como um todo, isso

foi muito debatido com o Grupo de Trabalho, desde o início, desde o protocolo

do EIA, essa questão nós estamos fazendo um loteamento. Até foi apresentado

pelo Carlos Bizerril, há uma proposta de zoneamento que a gente, evidente,

não tem como prever tudo que vai vir, mas há uma proposta até como diz o

60

Secretário, no sentido de planejar e preparar que tipo de indústria vai em cada

região, em casa zoneamento interno do empreendimento. E todas elas,

evidentemente, são aquelas previstas na lei complementar do município que

criou a ZI-4, que lá prevê que tipo de indústria pode estar ali construída. Se for

um empreendimento que possa causar degradação ambiental, que possa ter

algum tipo de impacto, vai passar pelo licenciamento no âmbito municipal,

como diz a própria Lei Federal que trata do assunto, resoluções CONAMA. Se

for um empreendimento capaz de causar significativa degradação ambiental,

vai passar novamente por estudo de impacto ambiental, com o mesmo rito que

nós estamos observando hoje à noite aqui. Então reiteramos que nós estamos

à disposição do Ministério Público, para juntos construirmos esse projeto, como

temos construído junto com o INEA, e junto também com o poder público

municipal. Muito obrigado pelo estudo, alentado do GATE pelas suas

considerações.

Sr. Maurício Couto: Está ok. Obrigado, Doutor Marcos. Então passando

aqui aos inscritos. O Enaldo Monteiro, ele pergunta: se tratando de um grande

empreendimento particular, entre parênteses (privado), a prefeitura irá entrar

com algum incentivo fiscal para empresas/indústrias que irão se estabelecer no

CLIMA? Não sei se a empresa pode...

Sr. Fabiano Crespo: Enaldo, boa noite. Não há nenhuma previsão de

incentivo fiscal no momento, isso não foi nem tratado com o município. Nós

estamos na fase de licenciamento do empreendimento, licenciamento prévio

ainda, tá certo, e esses interesses de incentivo fiscal, sim ou não, é um

interesse que o município vai se manifestar. Eventualmente, alguma empresa

que quer se instalar no município, procura o município e outros municípios

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concorrentes, isso normalmente quem busca por isso são os potenciais clientes

do CLIMA que concorrem com o município do Rio, com o município de Macaé,

município do Rio das Ostras. Mas não há nada tratado nem combinado, nem

foi tratado desse assunto com o município no momento.

Sr. Maurício Couto: Obrigado Fabiano. Agora tem duas perguntas bastante

parecidas, em relação a RJ 168, do Roque Pereira, e do Elon Rodrigues. O

Roque pergunta: A RJ 168 permanecerá com a mesma situação, ou foi previsto

duplicação, foi previsto o trânsito de carretas versus carros? E outra coisa, as

carretas terão espaço para estacionamento, ou ficarão encostadas nas vias?

Veja o que acontece na área de Cavalheiros. E haverá melhoria de

infraestrutura no entorno? Esse é do Roque. E do Elon Rodrigues, é: O

empreendimento está projetado para os dois lados da RJ 168. A mesma será

duplicada? Serão construídas obras de arte, interligando as duas áreas?

Sr. Fabiano Crespo: Sobre a RJ 168, se ela vai ser duplicada ou não, não

cabe a gente falar, porque a RJ 168 é uma rodovia estadual. A gente conhece

que existe um projeto já dentro do DER de duplicação. Esse projeto está

praticamente pronto, mas não podemos afirmar se ele vai ser implantado junto

ou antes, ou depois do CLIMA. No que concerne na área do CLIMA, na planta

que foi apresentada, o CLIMA dentro da área dele, vai ter vias paralelas dos

dois lados. A RJ 168 são vias secundarias, paralelas, que vão... o trânsito vai

sair da RJ, vai pegar essa via paralela, para depois acessar a parte interna do

CLIMA, tá certo? E essas vias paralelas já são feitas fora da área de domínio

do DER. Sobre estacionamento, as vias do CLIMA são vias bem largas, são

vias projetadas, a menor via se não me engano, tem 14, 15 metros de largura.

A maior via tem até 70 metros de largura. São vias que eventualmente a

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carreta pode parar uma de cada lado, que a via ainda vai fluir o tráfego, sem ter

problema nenhum. Se você observar o parcelamento do Clima, o Clima é um

parcelamento de terrenos grandes, para empresas de médio porte, empresas

que vão ter espaço interno para estacionar suas carretas, estacionar seus

caminhões. Porque você pode observar que nosso loteamento, somente na

faixa que é paralela à estrada de Santa Tereza, tem pequenos terrenos, e

terrenos pequenos são terrenos de 2 mil metros quadrados, destinados a uma

área comercial. E depois os nossos menores terrenos, começam em 10 mil

metros quadrados, vão a 150 mil metros quadrados. Então essas empresas,

com certeza, terão áreas internas para que seus caminhões estacionem. Não

sei se esqueci alguma coisa.

Sr. Maurício Couto: Obras de arte, você chegou a falar, não?

Sr. Fabiano Crespo: Obras de arte, dentro do CLIMA, só tem as obras de

arte de passagem, de bueiros, mas a prefeitura na implantação da estrada de

Santa Tereza, tem um trevo aprovado junto ao DER, que é um viaduto, é um

trevo em desnível, em que você não vai ter um cruzamento em nível, que é um

problema que Macaé convive hoje, talvez seja um primeiro trevo em desnível

que a estrada de Santa Tereza passa por baixo da RJ 168, evitando que haja

uma confusão de trânsito, que nem a gente convive tanto em outros lugares

aqui.

Sr. Maurício Couto: Tá ok. Agora a pergunta é do Rodrigo Cancela. Ele

pergunta: dentro dos 150 hectares, está contemplada a mata de recuperação

da vegetação, não é? Se está contemplada a mata ciliar do rio Teimoso?

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Sr. Carlos Bizerril: Os 150 hectares contemplam a mata ciliar, contempla

também corredores ecológicos que serão criados, e as faixas de proteção

marginal.

Sr. Maurício Couto: Tenho outra pergunta aqui do Rodrigo. Ocorre muita

variação de tensão, e até queda de luz. Qual a previsão do investimento para

melhoria da rede?

Sr. Fabiano Crespo: Como nós apresentamos, a Ampla já dispõe

atualmente, dentro da propriedade, de uma subestação, e essa subestação já

tem capacidade de atender os primeiros clientes. Já apresentamos para a

Ampla uma previsão de aumento de demanda, para a Ampla ter condição de

se planejar. Conforme nós falamos, esse é um empreendimento que vai ser

implantado ao longo de alguns anos, 10 anos é uma previsão conservadora. E

ao longo desse tempo, vai ser sempre apresentado para a Ampla, as previsões

das empresas, que lá vão se implantar, para que a Ampla tenha condição de

atender a demanda. Sobre a flutuação de energia, é um problema que todos

nós convivemos, e acreditamos, buscamos em Deus, que isso melhore com o

tempo.

Sr. Maurício Couto: O Rodrigo ainda pergunta se... você já falou alguma

coisa sobre o tráfego, mas ele pergunta se existe previsão de escoamento de

trafego pesado, visando outros polos industriais da cidade, como Parque de

Tubos, e a Rua das Firmas.

Sr. Fabiano Crespo: Rodrigo, esse é um assunto que eu acho que não diz

muito respeito ao Clima, mas o projeto da rodovia da estrada de Santa Tereza

é um projeto antigo, que a gente conhece de mais de 10 anos, ou 15 anos.

64

Essa estrada de Santa Tereza já existe, é uma estrada vicinal hoje, bem

carroçável, passa caminhões por ela, mas logicamente não é uma estrada que

tem uma capacidade de escoamento de grande volume. Com a implantação da

estrada de Santa Tereza, eu acho que disso é muito mais importante para o

que já existe, vai criar uma via que vai desafogar bastante aqui o centro de

Macaé. Hoje eu estava chegando em Macaé, tinham 3, 4 carretas aqui

entrando por dentro do bairro da Glória, com certeza quando tiver a estrada de

Santa Tereza, muito desse trânsito vai evitar passar por aqui, vai ter lá uma

vertente muito mais fácil, e vai desafogar bastante aqui o transito da cidade.

Sr. Maurício Couto: O Marcelo Oliveira, ele pergunta: Pela apresentação,

ele entendeu que será feita uma captação e adução de água para atender o

CLIMA, independente dos sistemas que abastecem a cidade. Isso garante que

o empreendimento não vai tirar água que abastece a população que já é

deficitária. Ótimo. Entretanto, todos nós vimos recentemente o rio Macaé

sofrendo com a crise de falta de chuvas, e é o mesmo rio que abastece que a

cidade. Como garantir que o CLIMA não vai retirar água do rio Macaé, que

pode faltar água a população, em caso de grandes secas?

Sr. Fabiano Crespo: Bom, é Marcelo, não é? Marcelo, essa é uma

pergunta que eu acho que preocupa todo mundo. O abastecimento de água do

CLIMA vai ser feito através de uma parceria com a CEDAE, em que o

investimento é todo feito pelo empreendedor, é feito a captação nova,

totalmente independente do sistema que abastece a cidade, exatamente com a

intenção de não tirar um litro de água da cidade. Vai ser feito uma estação de

tratamento totalmente independente para abastecer o CLIMA, está certo? E é

lógico que em uma época de uma falta de água, isso pode preocupar a todos.

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Mas a legislação é muito clara, a legislação brasileira define, eu não lembro

bem o regulamento, a Lei, o Dr. Marcos deve lembrar. Diz que em falta de... em

escassez de água, há sempre a prioridade do abastecimento, é sempre dos

domicílios, dos hospitais, das escolas, e por aí vai. Logicamente que as

empresas, nessa escala de escassez, sempre vão ficar por último. Mas além

da legislação, o que vai garantir também que em casos extremo, o CLIMA não

vai retirar água da cidade, é que a CEDAE condicionou que a nossa captação

de água, seja feita a jusante da captação da cidade. Ou seja, seja feita depois

da captação da cidade. Então, se houver uma crise de água, vai captar para a

cidade, e se não sobrar para o CLIMA, o CLIMA vai ter que esperar chover.

Mas torcemos que isso não aconteça. Mas isso é a garantia que não vai haver

nenhuma... o CLIMA não vai prejudicar a cidade em nada dessa maneira.

Sr. Maurício Couto: Bom, o Hudson Lemos encaminhou 2 formulários de

perguntas, mas eles chegaram intempestivamente à mesa. Conforme eu falei

no final do intervalo, a mesa recebe, você colocou seu e-mail aqui, você vai

receber a resposta dentro desse prazo de 10 dias. Mas como elas chegaram

intempestivamente, a gente não pode encaminhar aqui na audiência. Eu

convido agora a quem escreveu para fazer o uso da palavra, o senhor Luiz

Carneiro do CREA, o microfone por favor, são 3 minutos, por favor. Tem um

microfone aqui comigo.

Sr. Luiz Carneiro: Bom, boa noite a todos. Eu sou da velha guarda, eu

estou... fico lembrando o decreto 2300 de concorrência, que era obrigado a ter

uma proposta técnica e uma proposta de preço. Na proposta técnica, um dos

quesitos muito usados, era o impacto ambiental durante a execução das obras.

Impacto valia ponto. Hoje no Rio de Janeiro, nós estamos vendo um impacto

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ambiental durante a execução das obras, notadamente ali na Saúde, Santo

Cristo, talvez tragam benefícios no futuro, mas hoje a população toda está

sofrendo. E me chamou muito a atenção no estudo, eu não estou... eu não

tenho condição de responder nada que o Ministério Público fez, aí vai caber

aos empreendedores. Eu quero apenas dizer o seguinte: me chamou muito

doutor presidente, não vai haver impacto ambiental durante a realização das

obras. Todo o movimento de terra, que é onde têm caminhões, poeira, tudo vai

ser feito, realizado, dentro do próprio empreendimento. Foi feito um estudo,

pelo que eu entendi, de compensação de áreas, de volumes. Isso vale muito,

respondido depois todos os questionamentos feitos, nós no Rio de Janeiro hoje

estamos sofrendo muito com impacto durante a realização das obras. Eu acho

que é um fato altamente positivo nesse projeto.

Sr. Maurício Couto: Está ok, obrigado Luiz. Agora o último inscrito, o

vereador Maxwell, por favor, 3 minutos também.

Vereador Maxwell: Boa noite a todos, eu quero cumprimentar a mesa,

cumprimentando o Mauricio Couto. Cumprimentar os empreendedores, e sua

equipe de 29 técnicos pelo trabalho. Dizer que eu sou Presidente da Comissão

Permanente de Macaé de Meio Ambiente e Saneamento, composta também

pelos vereadores Chico Machado, Nilton Cesar, e Luciano Diniz. Queria

destacar que o plano diretor da cidade que foi votado não é, elaborado, votado,

discutido em 2006, que eu trabalhei nesse plano, fui um dos vereadores que

mais se dedicou ao plano diretor, e o empreendimento está no eixo

determinado pelo plano diretor, no desenvolvimento da cidade. Com relação à

lei do silêncio, que é a lei municipal, a qual eu tive oportunidade de trabalhar,

estava na Secretaria, trabalhei juntamente na época com o presidente da

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Câmara, o vereador Paulo Antunes, e formulamos uma legislação muito boa,

adequada para o perímetro urbano, seu presidente dessa sessão, porque as

obras aconteciam sábado e domingo, feriado, e as pessoas não conseguiam

dormir. E aí nós fizemos uma definição. Mas eu fico interessado e surpreso,

positivamente, que o empreendimento tenha feito referência à Lei Municipal,

porque alguns motoristas não fazem. Sobem as calçadas com seus carros de

som de alta potência ligados, incomodando a todos aqueles que são residentes

dos bairros, às vezes perto de escola, às vezes perto de hospital, sem

nenhuma providência, e eu tenho as cobrado pela Câmara. Mas um

empreendimento que está há praticamente 15 quilômetros de Macaé, já se

preocupar com o nível de ruído, eu acho isso excelente. Também gostaria de

destacar que quando o INEA ou a CECA faz o encaminhamento para a

Câmara de Vereadores, nós temos como prática na comissão convocar os

empreendedores e a equipe técnica, para a gente fazer uma discussão sobre

empreendimento, e nesse caso também convidamos o Secretário do Ambiente,

a Secretaria de Obras, e Saneamento, para que a gente faça uma discussão

para o planejamento do município.

Com relação também ao gerenciamento de resíduo, que a empresa

coloca e está na Lei, e temos que fazer, também eu destaco como relevante

importância, já que nós temos uma dificuldade enorme dentro da nossa cidade.

Toneladas de entulhos espalhado por todas as calçadas, e a gente não dá

conta de tirá-los. Precisamos aqui no centro urbano, de dar um melhor

tratamento, e o empreendimento traz esse exemplo tão significante. Então eu

penso também agora, para concluir, não é, que o cuidado com a questão

hidrológica, arqueológica também, me salta os olhos, principalmente a

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hidrológica, porque essa nos traz, pode nos trazer um problema futuro. Mas

com um milhão e meio de metros quadrados de arborização, que supera...

(barulho de BIP)... acabou meu tempo?

Sr. Maurício Couto: Não, pode concluir, pode concluir.

Vereador Maxwell: Eu não estava preparado para levar buzinada. (Risos).

Estou tentando falar o mais rápido possível, mas...

Sr. Maurício Couto: Não, por favor, desculpa. Eu também não estava

esperando a buzinada.

Vereador Maxwell: Se me avisasse que tinha buzinada, eu ficava olhando

lá para o painel. Mas para agradecer a oportunidade de a gente estar aqui, vou

continuar contribuindo, vou fazer considerações para encaminhar para o INEA,

e sempre no compromisso da Comissão de Meio Ambiente de Macaé, estar

acompanhando não só esse momento, mas também quando sai a licença, a

gente recebe cópia da licença, eu pego o nosso CLIMA, e a gente ajuda o

INEA através da Comissão, ver se as condicionantes ambientais, as medidas

mitigatórias, estão sendo atendidas. Pelo menos essa é a nossa convicção.

E para me dar mais um tempinho para falar de uma outra coisa, que eu

me lembrei agora. Ainda sobre o ruído. Passa em cima da minha casa, e em

diversas casas, os helicópteros, provocando um stress de ruído. O aeroporto

fica no Parque Aeroporto, um local denso, com ruído grande. Então se a

Petrobras se sensibilizar e levar o movimento de helicópteros para essa área

que o empreendimento demonstra elaborar, para Macaé vai ser muito bom, vai

ser uma solução de segurança, e de controle de ruído, para as várias pessoas,

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principalmente para os moradores, mais de 30 mil moradores do Parque

Aeroporto. Muito obrigado.

Sr. Maurício Couto: Obrigado vereador Maxwell. Então informo a vocês

que teremos 10 dias ainda para encaminhar as manifestações para o INEA, na

Rua Sacadura Cabral, número 103, no térreo, ou a CECA, Avenida Venezuela,

110, 5º andar, no Centro, na Saúde. Agradecendo a participação de todos,

principalmente do Ministério Público através da Doutora Vânia Manhaes, e toda

equipe do GATE que esteve aqui conosco. Desejar uma boa noite a todos, e

declaro encerrada a audiência pública.