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7/30/2019 Auditorias Tcnicas de Segurana e Sade no Trabalho da Construo
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Auditorias Tcnicas de Segurana e Sade no Trabalho da Construo
Lus Alves Dias, Engenheiro Civil, Ph.D., IST-Universidade Tcnica de Lisboa
Roque Puiatti, Auditor Fiscal do Trabalho, SRTE/RS - Porto Alegre, Rio Grande do Sul
Resumo: As auditorias tcnicas de segurana e sade no trabalho (SST) em obras de
construo criam valor, ajudando as Organizaes envolvidas nessas obras a cumprirem os
objetivos de SST atravs de uma abordagem sistemtica de avaliao da eficcia das medidasde SST implementadas. No presente artigo apresenta-se uma proposta de metodologia para a
realizao dessas auditorias em canteiros de obras, com vista a melhoria contnua da
segurana e sade no trabalho nessas obras e, consequentemente, contribuindo para a
reduo dos acidentes de trabalho e doenas ocupacionais na indstria da construo.
Bases para a realizao de auditorias tcnicas no setor da construo
A segurana e sade no trabalho (SST) uma rea que tem sido h muitos anos tratada na
maioria dos pases do mundo por meio de leis e regulamentos (ou normas regulamentadoras)
de aplicao obrigatria. As normas tcnicas, nacionais ou internacionais, produzidas nombito da SST tm aplicao voluntria, mas complementam essas leis e regulamentos, sendo
muitas vezes imprescindveis para a implementao prtica das exigncias legais e
regulamentares. Nestes casos, as leis e regulamentos tm vindo cada vez mais a introduzir em
seu arcabouo a exigncia de aplicao de muitas dessas normas tcnicas, passando estas
assim a ter carter obrigatrio. Em suma, as normas tcnicas so, por natureza, de aplicao
voluntria a menos que uma lei ou regulamento as tornem obrigatrias.
Por outro lado, o crescente conhecimento de novos perigos, e correspondentes riscos a que
esto expostos os trabalhadores, resultam, em geral, na produo de novas leis, regulamentos e
normas tcnicas ou adaptao das existentes nova realidade, tendo em conta a evoluo
tecnolgica dos processos produtivos de cada atividade econmica. Em cada pas, o nmero de
leis, regulamentos e normas tcnicas no mbito da SST cada vez mais elevado, como tambm
elevado o nmero de empregadores, e outras partes interessadas (donos de obra, proprietrios),
que tm a obrigao de as implementar, dificultando a verificao do seu cumprimento.
No conjunto, essas leis, regulamentos e normas tcnicas formam um sistema de gesto da SST,
porm, muitas vezes de difcil articulao face ao elevado nmero de documentos aplicveis
em constante mudana/adaptao. As inmeras alteraes de leis e regulamentos tm sido
muitas vezes invocadas por muitos profissionais da SST, como um problema que tem
dificultado o estabelecimento de solues-padro que perdurem no tempo. Para facilitar essa
articulao, surgem os modelos de sistemas de gesto da SST organizados e sistematizadosque muitas empresas tm vindo a utilizar para implementar e demonstrar o cumprimento
desse elevado nmero de leis, regulamentos e normas tcnicas, como o caso das Diretrizes
da OIT (ILO-OSH 2001) de reconhecimento internacional e publicadas pela Fundacentro em
2005 ou a recente norma brasileira (ABNT NBR 18801:2010), ambas relativas a sistemas de
gesto da SST de aplicao voluntria por qualquer Organizao.
Em qualquer dos casos, as auditorias desempenham um papel fundamental na melhoria
contnua da SST. Permitem salientar o cumprimento das medidas previstas no referencial
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considerado na auditoria (aspectos positivos), assim como determinar as medidas preconizadas
nesse referencial que no esto a ser cumpridas (aspectos negativos). O balano ponderado de
ambos os aspectos (positivos e negativos) determinam o nvel (score) da auditoria realizada,
dando pistas aos auditados para as correes ou ponderao das situaes que carecem de
reviso com vista melhoria contnua.
Nova abordagem de SST na construo baseada no desempenho
As auditorias tcnicas de SST assentam nos mesmos conceitos gerais anteriormente referidos e
utilizam como referenciais, para alm das leis e regulamentos de cumprimento obrigatrio,
tambm as normas tcnicas necessrias para garantir o adequado e integral cumprimento
dessas leis e regulamentos. Trata-se de aplicar na prtica o conceito de construo baseada no
desempenho que tem vindo a ganhar expresso em todo o mundo, designadamente no setor
da construo. Isto , a legislao estabelece o nvel de desempenho para determinado
processo, competindo aos destinatrios (as pessoas que tm a obrigao de cumprir e fazer
cumprir essa legislao) adotar as solues tcnicas mais adequadas para responder a essas
exigncias de desempenho do processo em causa.
Por exemplo, nas exigncias relativas a guarda-corpos, as leis ou regulamentos especificam as
caractersticas dimensionais (altura das barras superiores e intermdias, e dos rodaps) ecaractersticas de resistncia (foras aplicveis e flechas admissveis), deixando para cada obra a
definio dos materiais a aplicar com base no clculo dos guarda-corpos. Para este clculo,
recorre-se em geral a normas tcnicas e, se estas no existirem no pas, necessrio proceder ao
dimensionamento desse guarda-corpos, aplicando-se os regulamentos estruturais da engenharia
que todos os pases dispe e tendo em conta as referidas caractersticas dimensionais e de
resistncia estabelecidas nas exigncias legais e/ou regulamentares para guarda-corpos.
Importa porm recordar que, na maioria dos pases do mundo, as empresas de construo
possuem uma reduzida dimenso em termos do nmero de trabalhadores, sendo que em
muitos casos as micro e pequenas empresas representam mais de 90% do total de empresas deconstruo. Assim sendo, justifica-se a criao de anexos informativos a essas leis (isto , sem
carter obrigatrio, mas tecnicamente validados) indicando solues tcnicas possveis que
respondem s exigncias legislativas e/ou regulamentares. Este procedimento destina-se a
ajudar, em particular, as micro e pequenas empresas a cumprirem com a legislao tendo em
conta que muitas no dispem de meios tcnicos internos para produzirem solues tcnicas
adequadas s referidas exigncias, ao contrrio das mdias e/ou grandes empresas de
construo. Muitas normas internacionais ISO seguem este procedimento desde h muitos anos,
diferenciando os designados anexos normativos dos anexos informativos.
Porm, em muitos pases, ainda se deixa a cada destinatrio dessas leis a responsabilidade
pela definio das solues tcnicas para cada exigncia legislativa e/ou regulamentar,
situao que no tem em conta a reduzida dimenso da maioria das empresas de construo,
incentivando a aplicao de solues muitas vezes pouco ponderadas. Retomando o exemplo
do guarda-corpos, verifica-se muitas vezes que se aplicam solues destes equipamentos de
proteo coletiva que respondem s exigncias dimensionais impostas, mas no verificam as
de resistncia, isto , no cumprem integralmente com a sua principal funo que impedir a
queda em altura de trabalhadores.
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Conceitos e importncia da realizao de auditorias tcnicas na indstria da construo
As auditorias constituem processos sistemticos, independentes e documentados para obter
evidncias e avaliar objetivamente o nvel de cumprimento dos referenciais especificados por
uma dada Organizao. Assim, para realizar uma auditoria necessrio, fundamentalmente: (i)
definir a Organizao a auditar; (ii) identificar os referenciais da auditoria (critrios da auditoria);
(iii) designar a equipe auditora.
A Organizao pode ser uma empresa, um departamento ou uma atividade especfica da
empresa; a elaborao de um projeto ou parte deste (por exemplo, o projeto de uma dada
especialidade de trabalho); a execuo de uma obra ou parte dela (por exemplo, um trabalho
especfico integrado na obra).
Os referenciais so os documentos que se pretende avaliar o seu nvel de cumprimento por
parte da Organizao. Pode ser uma lei, um regulamento ou norma regulamentar, uma norma
tcnica, uma norma ou diretriz de gesto (qualidade, ambiente, segurana e sade, risco,
responsabilidade social, etc.), ou qualquer parte destes documentos (por exemplo, um artigo
ou um conjunto de artigos de uma lei, etc.). Por exemplo, a NR-18 constitui o referencial por
excelncia na indstria da construo em qualquer auditoria a uma obra, incluindo o PCMAT
(Programa de Condies e Meio Ambiente de Trabalho na Indstria da Construo) preparadoespecificamente para essa obra. As Recomendaes Tcnicas de Procedimentos publicadas
pela Fundacentro podero tambm ser includas na lista de referenciais destas auditorias, bem
como qualquer regulamento tcnico de segurana na construo que o pas disponha com
carter obrigatrio ou voluntrio.
A equipe auditora pode ser uma pessoa fsica ou jurdica devendo ter conhecimentos,
competncias e experincia nas atividades da Organizao a auditar e nos referenciais da
auditoria.
Tipos de auditorias
Uma auditoria pode ser originada por qualquer parte interessada de uma Organizao e ter
objetivos diferenciados. Por exemplo, uma empresa de construo pode determinar a
realizao de auditorias em matria de SST para melhorar o seu desempenho e eliminar ou
reduzir as no conformidades de uma norma voluntria de gesto da SST que decidiu
implementar na empresa ou os no-cumprimentos da legislao a que est obrigado na sua
atividade. Neste caso, trata-se de uma auditoria interna ou de primeira parte.
O proprietrio ou dono de uma obra pode determinar a realizao de uma auditoria
elaborao do projeto ou execuo de uma obra realizados por empresa externa com o
objetivo de elevar a probabilidade de esse projeto e/ou obra contemplar todas as medidas de
segurana e sade que reduzam a ocorrncia de acidentes de trabalho ou doenas
ocupacionais. Neste caso, trata-se de uma auditoria de segunda parte por ser determinada
por uma Organizao (proprietrio ou dono da obra) a outra Organizao (projetista e/ou
empresa de construo), ambas partes interessadas no mesmo objetivo. Do mesmo modo,
uma auditoria determinada por um construtor a um subcontratado, a um Fornecedor ou a um
Prestador de Servios, constitui tambm uma auditoria de segunda parte.
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Em determinados casos (dependendo dos referenciais), pode uma Organizao decidir
implementar um sistema de gesto abrangendo toda ou parte da sua atividade e,
posteriormente, solicitar a uma entidade externa independente (e acreditada explicitamente
para a certificao desse sistema por um organismo nacional de acordo com a legislao) a
realizao de uma auditoria para efeitos de certificao do sistema de gesto implementado.
Neste caso, trata-se de uma auditoria externa ou de terceira parte.
Nestes casos, a certificao de um sistema de gesto pode ser reconhecida internacionalmente
no mbito, por exemplo, dos sistemas de gesto da qualidade (ISO 9001) ou de gestoambiental (ISO 14001), referenciais que foram concebidos e admitem explicitamente esse
objetivo da certificao. Importa, porm, no confundir a certificao de um sistema de
gesto, que se relaciona com o processo para a realizao de um produto) e a certificao de
um produto, que se relaciona com a garantia da qualidade desse produto, obrigando tambm
implementao de um sistema de gesto da qualidade do processo utilizado para a criao
desse produto.
As empresas que implementam sistemas de gesto da qualidade abrangendo todas as
atividades da empresa, incluem naturalmente tambm a segurana e sade no trabalho
enquanto processo inerente atividade de construo. Tal significa que a certificao dosistema da qualidade dessa empresa abrange tambm a rea da segurana e sade no
trabalho como parte integrante desse sistema, devendo esta rea tambm ser auditada no
mbito do sistema da qualidade. Tratando-se de uma empresa cuja atividade seja apenas a
prestao de servios no mbito da segurana e sade no trabalho, o seu sistema da qualidade
abrange todo o processo e subprocessos relacionados com essa rea de atividade e
consequentemente a certificao do sistema de gesto da qualidade desta empresa diz
respeito segurana e sade no trabalho.
Na figura 1 ilustram-se os principais tipos de auditorias acima mencionadas, sendo que na
sequncia de qualquer destas auditorias, podem realizar-se auditorias de seguimento com o
objetivo de verificar se a Organizao auditada implementou as medidas corretivas e/ou
preventivas mencionadas nas concluses da auditoria anteriormente realizada. Importa referir
que, para alm destas auditorias (primeira parte ou internas, segunda e terceira parte, ambas
tambm designadas por externas, e auditorias de seguimento), existem outros tipos de
auditorias que aqui no se abordam por estarem fora do mbito do presente artigo (por
exemplo, auditorias conjuntas, combinadas, concesso, acompanhamento, renovao), cada
uma com caractersticas e objetivos bem definidos.
Figura 1 Principais tipos de auditorias
Externa
Auditoria de seguimentoRealizada aps qualquer das outras auditorias, dependendo do nmero e tipo de no conformidades encontradas
Segunda parteRealizada por uma Organizaoa um (sub)contratado, podendo
recorrer a pessoas externas
Terceira parte
Realizada para efeitos decertificao por entidades externas
independentes e acreditadas
Interna
ou
Primeira parte
Realizada pela prpriaOrganizao, podendo
recorrer a pessoas externas
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Na indstria da construo, as auditorias de segunda parte no mbito da segurana e sade no
trabalho esto sendo cada vez mais exigidas em muitos pases por proprietrios ou donos de
obras, em especial, quando a legislao nacional atribui a estes responsabilidades de primeiro
nvel (mas abrangentes, sublinhe-se) como acontece em todos os pases da Unio Europeia no
que diz respeito SST, sendo que as construtoras mantm as responsabilidades pela execuo
das obras em segurana que as leis nacionais naturalmente lhes atribuem. As
responsabilidades dos proprietrios ou donos de obras justificam o grande desenvolvimento
destas auditorias de segunda parte que tm contribudo significativamente para explicar parteda reduo do nmero de acidentes de trabalho e de doenas ocupacionais na indstria da
construo nos referidos pases.
Acredita-se que esta seja a via a seguir por todos que pretendem contribuir para a melhoria
contnua da segurana e sade no trabalho da construo, sabendo que em nenhum pas possvel
ter um Auditor Fiscal do Trabalho para cada obra. Considera-se pois que todas as partes
interessadas numa obra devem contribuir para a melhoria da segurana e sade no trabalho no
mbito das suas competncias. Em especial, os donos de obras ou proprietrios devem incluir, nos
processos de contratao das construtoras, exigncias especficas e objetivas sobre SST e fazer
periodicamente (com meios prprios ou subcontratados) auditorias tcnicas de SST (auditorias de
segunda parte) durante a execuo dos trabalhos com vistas a verificar e comprovar o
cumprimento daquelas exigncias pelas construtoras. Essas exigncias devem ser proativas, no
podendo limitar-se a determinar o cumprimento por parte das construtoras da legislao de SST
aplicvel (designadamente a NR-18). Por sua vez, as construtoras devero tambm assumir uma
ao proativa, designadamente, integrando a segurana e sade no trabalho nos processos de
construo e implementando auditorias tcnicas internas (por meios prprios ou subcontratados,
mas independentes da equipe de produo das obras).
Acresce ainda que estas auditorias abrangem cada vez mais aspectos tcnicos, recorrendo a
normas tcnicas (nacionais ou internacionais) que resultaram de amplos consensos entre os
profissionais da construo e da SST, como acontece com o exemplo anteriormente referidorelativo aos guarda-corpos. As auditorias tcnicas podero ainda abranger outros aspectos,
como por exemplo, a verificao de linhas de vida tecnicamente adequadas s situaes onde
so utilizadas, o uso de equipamentos de apoio em boas condies de funcionamento
(devidamente marcados, revisados, mantidos, calibrados, aferidos, etc.), a execuo de
escoramentos de taludes, a execuo de andaimes fachadeiros, entre muitos outros casos
cujos riscos de falha so elevados (quer na componente da probabilidade de ocorrncia, quer
na componente das consequncias) e que importa garantir a sua adequabilidade de resistncia
para alm da verificao dimensional.
Processo de realizao de uma auditoria tcnica na indstria da construo
A execuo de uma obra de mdio ou grande porte prolonga-se, em geral, por muitos meses
ou mesmo anos. Nestes casos desejvel prever a realizao de diversas auditorias tendo em
conta o cronograma de execuo dos trabalhos no tempo, em particular, nos momentos mais
crticos e/ou de implementao de diferentes processos construtivos. Trata-se de elaborar um
programa de auditorias, isto , um conjunto de auditorias durante a execuo da obra
segundo uma lgica no necessariamente com periodicidade constante.
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Para cada uma dessas audito
estabelecem os objetivos da au
os referenciais da auditoria),
realizar no canteiro de obra, et
sistemas de gesto da qualidad
pode ser utilizada, com as neces
A realizao de uma auditoria
auditoria; (ii) execuo da auditfases, indicando-se as principais
Figura 2 Fases de
Preparao da auditoria
Na preparao da auditoria, a a
Prvia (CP), o Plano de Seguran
PCMAT referido na NR-18), o Pl
este ainda no implementado n
trabalhadores da manuteno
encargos e projeto da obra, legis
O Plano da Auditoria (PA) deve s
o progresso da auditoria e envia
nomeadamente, os seguintes po
(ii) Critrios da auditoria e do
identificao das unidades e pro
Horrio e durao estimada das
e responsabilidades dos membr
apropriados para reas crticas d
Idioma de trabalho; (x) Tpicos d
concluso e distribuio; (xi)
Confidencialidade; (xiii) Aes de
Preparao
da auditoria
Anlise dos doc
Plano da Audit
Lista de verifica
Execuo
da auditoria
Reunio de abe
Auditoria in sit
Reunio de con
Relatrio
da auditoria
Descrio das a
Lista das no co
Seguimento da
ias, deve ser elaborado um plano da auditori
itoria (reas a auditar), os critrios da auditoria (e
planejamento da auditoria (data da auditoria,
c.). A norma internacional ISO 19011 relativa s
e da gesto ambiental, inclui uma metodologia g
srias adaptaes, rea da segurana e sade no
a um canteiro de obra envolve trs fases: (i) pre
ria; (iii) relatrio da auditoria. Na figura 2 apresenttarefas que cada uma envolve.
realizao de uma auditoria de SST na construo
lise dos documentos inclui, designadamente, a C
a e Sade para a fase de execuo (PSSe, corresp
ano de Segurana e Sade para a fase de manute
o Brasil e que tem como objetivo abranger os risc
sto expostos) e outros documentos relevantes (
lao e normas tcnicas aplicveis, etc.).
er elaborado de forma flexvel para permitir altera
do ao auditado antes do incio da auditoria in situ.
ntos com base na norma ISO 19011: (i) Objetivos
cumentos de referncia; (iii) mbito da auditori
essos a auditar; (iv) Datas e locais de realizao da a
atividades da auditoria no local, incluindo reunies;
os da equipe auditora e assistentes; (vii) Alocao
auditoria; (viii) Identificao do representante do a
o relatrio da auditoria, formato e estrutura, datas
Logstica (deslocamentos, infra-estruturas locais,
seguimento aps a execuo da auditoria.
umentos (CP, PSSe, PSSm, outros DOCs relevantes)
ria (planificao das atividades da auditoria)
o preliminar (com base em "Modelo de lista"/"checklis
rtura (formal)
(observao de trabalhos, anlise de registros, entrevist
cluso (formal)
ividades efectivamente realizadas;
nformidades/cumprimentos observados;
atividades (plano de correo e/ou auditoria de seguim
onde se
particular,
reunies a
uditorias a
enrica que
rabalho.
parao da
am-se estas
municao
ondente ao
o (PSSm,
os a que os
caderno de
es durante
eve incluir,
a auditoria;
, incluindo
uditoria; (v)
(vi) Funes
de recursos
uditado; (ix)
previstas de
etc.); (xii)
t")
as)
ento)
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A lista de verificao preliminar deve tambm ser preparada antes da execuo da auditoria e
conter os pontos que, em princpio, sero objeto de verificao da conformidade com os
documentos de referncia e destina-se ao uso exclusivo da equipa auditora. Trata-se de uma lista
que deve ser flexvel para acomodar (adequar e completar) todos os aspectos que se vo
observando durante a auditoria em funo da dinmica desta. Aps a realizao da auditoria, a
lista de verificao final ser integrada no relatrio da auditoria que se refere adiante.
Na Figura 3 apresenta-se um exemplo de modelo de lista de verificao para a realizao de
uma auditoria que pode ser utilizada em duas abordagens inter-relacionadas de apreciaodas atividades: (i) apreciao externa, baseada em conforme e no conforme; (ii) apreciao
interna, baseada numa escala de classificao de 0 a 5. Recomenda-se, sempre que possvel, o
uso da segunda abordagem (apreciao interna) tendo em conta que esta pode ser convertida
na outra, enquanto que o contrrio no verdadeiro, isto , a primeira abordagem no
permite a converso na segunda.
N. Lista de verificao
DOCsRef. Wi
(2)(1-5)
Apreciao (Ai)(3) Avaliao
Ponderada INFO(5)
Externa (*) Interna
(1) Lei C NC 0 1 2 3 4 5 Ei(4)
Resultados da auditoria (**)Totais
Nr. PACs --- Nr. ROMs
(*) C = Conforme; NC = No Conforme/cumprimento(**)
PAC - Pedido de Ao Corretiva (Ai
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(5) INFO - Um nmero de referncia (sequencial) nesta coluna significa a referncia de um
documento que suporta a avaliao, isto , evidncias recolhidas, notas, comentrios, etc..
Quando um "X" registado nesta coluna, significa que foi recebida uma informao ou
constatao de um fato no tendo sido efetuada uma avaliao ou confirmao.
Quando se utiliza, em particular, a abordagem de apreciao interna (escala de classificao de
0 a 5), importante estabelecer um sistema de pontuao (ou classificao) que reduza a
subjetividade das apreciaes durante a auditoria. Na figura 4 apresenta-se um exemplo de
sistema de pontuao com esse objetivo.
Figura 4 Sistema de pontuao nas auditorias
A avaliao ponderada de cada elemento (cada item da lista de verificao) (Ei) e a avaliao
do canteiro de obra em considerao (E) em termos de percentagem (total de pontos
ponderados dividido pelo total de pontos possveis) so obtidas pelas seguintes expresses,
onde n o nmero de elementos ou itens classificados na lista de verificao:
(1)iii
AWE =
(2)
51
1
=
=
=n
i
i
n
i
i
W
E
E
Por outro lado, cada elemento ou item da lista de verificao (lista principal ou de 1. nvel) pode
ser subdividido em grupos de subelementos ou subitens. Por exemplo, numa obra pode avaliar-se
a conformidade de um guarda-corpos em termos gerais ou, como mais correto, subdividir as
verificaes em diversos subitens (dimenses, resistncia, testes efetuados, etc.). Neste caso, cada
conjunto de subitens constitui uma lista de verificao detalhada (ou lista de verificao de 2.nvel). A avaliao ponderada de cada subitem de 2. nvel obtido pela expresso (3) a seguir, e a
avaliao ponderada de cada grupo de subitens a transferir para o correspondente item de 1.
nvel obtido pela expresso (4), onde m o nmero de subitens de cada grupo.
(3)kkk
AWE =
(4)
51
1
=
=
=m
k
k
m
k
k
ii
W
E
WE
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Estas expresses (3) e (4) so similares s apresentadas acima para a avaliao de 1. nvel,
mas utilizando a letra k em vez de i para significar os itens de 2. nvel. Enquanto Wi
significa o peso do item i do 1. nvel (lista de verificao principal), Wk significa o peso do
item k da lista de 2. nvel (lista de verificao detalhada).
Por exemplo, num canteiro de obra com apenas dois itens com W1 = 3 e W2=4, e apreciaes
A1 = 2 e A2 = 5, respectivamente, a avaliao deste canteiro de obra (E) seria: E = 74%, i.e., (3 x
2 + 4 x 5) / [(3 + 4) x 5] = 26 / 35 = 0,74 x 100 = 74%.
Execuo da auditoria
A execuo da auditoria inicia-se com uma reunio de abertura no canteiro de obra, seguindo-
se a auditoria in situ (observao de trabalhos, anlise de registros, entrevistas) e finalizando
com uma reunio de concluso. A auditoria um ato formal, devendo assim as presenas ser
devidamente registradas.
Na reunio de abertura devem ser abordados, nomeadamente, os seguintes pontos: (i)
Apresentao dos participantes, incluindo as suas funes gerais; (ii) Confirmao dos objetivos
da auditoria, mbito e critrios; (iii) Confirmao ou alterao do planejamento da auditoria
(designadamente, horrios previstos); (iv) Mtodos e procedimentos na conduo da auditoria,sublinhando-se que a auditoria se baseia numa amostragem da informao existindo por isso
incerteza (isto , no se pode deduzir que o que no foi visto est conforme); (v) Mtodo de
avaliao, incluindo a graduao das no conformidades/cumprimentos; (vi) Confirmao que os
recursos e infra-estruturas necessrias esto disponveis (logstica); (vii) Confirmao dos
procedimentos de segurana e emergncia para todos os participantes na auditoria; (viii)
Confirmao da disponibilidade dos entrevistados, e se necessrio, dos guias; (ix) Informao
sobre as condies em que a auditoria pode ser terminada (p. ex. mau tempo); (x) Clarificao de
outros pontos do Plano da Auditoria e sobre o que for solicitado pelo auditado.
Na observao dos trabalhos no canteiro de obra, importante identificar para inspeo
detalhada quanto conformidade com as disposies legais e regulamentares, no mnimo, um
trabalhador, uma mquina, um subcontratado, uma operao de construo e, quando aplicvel,
um de cada um dos equipamentos de proteo coletiva (guarda-corpos, andaime, rede de
segurana, plataforma de trabalho, sistema de escoramento de taludes, etc.). Nos casos em que
seja necessrio avaliar vrios itens do mesmo tipo (diferentes mquinas, subcontratados,
andaimes, operaes de construo, no conformidades, etc.), deve efetuar-se a avaliao de
cada item utilizando listas de verificao detalhadas de forma separada, sendo cada uma tratada
conforme referido acima para as listas de verificao de 2. nvel. Deve evitar-se a avaliao de
conjuntos agregados de itens, cuja subjetividade pode ser questionada.
A informao recolhida durante a observao dos trabalhos em curso dever ser examinada
criteriosamente com base nos documentos de referncia da auditoria acima mencionados com
vista a determinar as conformidades ou no conformidades e a classificar cada item de acordo
com o mtodo de avaliao acima apresentado. Por outro lado, devem ser efetuadas entrevistas
a pessoas-chave no canteiro de obra (designadamente, responsvel pela execuo dos trabalhos,
coordenador da equipe de segurana do trabalho, encarregado, representantes dos
trabalhadores) com vista a compreender aspectos observados durante a auditoria in situ.
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Concluda a coleta da informao, a equipe auditora deve reunir-se para analisar essa
informao com vista a determinar as principais constataes e delinear as principais
concluses da auditoria, incluindo as conformidades e no conformidades. Estas concluses
devero ser apresentadas em reunio de concluso com a presena de todas as pessoas-chave
do canteiro de obras acima referidos, podendo ainda o representante do cliente da auditoria
participar nesta reunio, caso o deseje.
Nesta reunio de concluso, devem ser cumpridos, nomeadamente, os seguintes pontos: (i)
Apresentao das principais constataes e concluses da auditoria de forma que sejamcompreendidas e reconhecidas pelo auditado; (ii) Apresentao de recomendaes de
oportunidades de melhoria; (iii) Informao ao auditado sobre situaes encontradas durante a
auditoria que podem reduzir a confiana nas concluses apresentadas; (iv) Discusso e resoluo
de eventuais divergncias nas constataes e/ou concluses da auditoria (caso no sejam
resolvidas, ambas as opinies devero ser registradas); (v) Acordo, caso aplicvel, no prazo para
o auditado apresentar um Plano de Aes Corretivas e Preventivas e para a sua implementao.
Relatrio da auditoria
No prazo definido no plano da auditoria, o coordenador da auditoria dever elaborar ou
mandar elaborar sob a sua responsabilidade um relatrio que descreva as atividadesefetivamente realizadas durante a auditoria.
O relatrio da auditoria deve incluir, nomeadamente, os seguintes pontos: (i) Objectivos da
auditoria; (ii) mbito da auditoria, incluindo identificao das unidades ou processos auditados
e os tempos despendidos; (iii) Identificao do Cliente da auditoria; (iv) Identificao do
coordenador da equipe auditora e outros membros (incluindo, especialistas, guias, etc.); (v)
Datas e locais em que decorreram as atividades da auditoria; (vi) Critrios da auditoria e
documentos de referncia; (vii) Constataes da auditoria, incluindo a lista de verificao final
acima referida devidamente elaborada com base no observado; (viii) Concluses da auditoria,
incluindo propostas de aes de seguimento da auditoria que adiante se referem.
O relatrio pode ainda incluir, nos casos aplicveis e sempre que for considerado adequado: (i)
Lista dos representantes do auditado (responsveis pelas reas auditadas e entrevistados); (ii)
Resumo do processo da auditoria, incluindo incertezas e/ou obstculos encontrados que
podem reduzir a confiana nas concluses da auditoria; (iii) Confirmao que os objetivos da
auditoria foram alcanados dentro do mbito da auditoria; (iv) reas no cobertas embora
previstas no mbito da auditoria; (v) Divergncias de opinies no resolvidas entre a equipe
auditora e o auditado; (vi) Recomendaes de oportunidades de melhoria; (vii) Planos de
aes de seguimento acordados; (viii) Declarao da natureza confidencial do contedo da
auditoria; (ix) Lista de distribuio do relatrio da auditoria.
Em anexo ao relatrio da auditoria devem ser includos, designadamente, plano da auditoria,
registros de presenas e documentos recolhidos durante a auditoria que comprovam as
constataes e concluses da auditoria.
Tratando-se de auditorias de segunda parte promovidas pelo dono da obra ou proprietrio, as
aes de seguimento podem ser: (i) Elaborao de um Plano de Aes Corretivas a apresentar
pelo auditado e a aprovar pelo dono da obra ou proprietrio; (ii) Seguimento pelo dono da
obra ou proprietrio verificando as aes implementadas pelo auditado em resposta s
7/30/2019 Auditorias Tcnicas de Segurana e Sade no Trabalho da Construo
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concluses da auditoria; (iii) Realizar uma auditoria de seguimento pela mesma equipe
auditora, designadamente, quando o nmero e/ou tipo de no conformidades observadas
assim o justifique e o dono da obra ou proprietrio aprove. Em qualquer dos casos devem ser
estabelecidos prazos razoveis e praticveis tendo em conta os resultados da auditoria.
Concluso
Acredita-se com convico que a integrao da SST no processo construtivo e a focalizao nacertificao da qualidade dos produtos (que obriga implementao da qualidade do
processo), designadamente, dos produtos relacionados com a segurana no trabalho (guarda-
corpos, redes de segurana, andaimes, linhas de vida, escoramentos, etc.), so determinantes
para o sucesso da SST na indstria da construo.
As auditorias tcnicas de SST (se adequadamente promovidas e conduzidas) contribuem para a
garantia da qualidade desses produtos, para a melhoria das condies de trabalho dos
trabalhadores e para a reduo do nmero de acidentes de trabalho e doenas ocupacionais
na construo.
Para a sua implementao de forma sistemtica nos canteiros de obras, necessrio fomentaruma cultura de segurana e sade no trabalho envolvendo todas as partes interessadas na
indstria da construo (entidades oficiais, donos de obra, proprietrios, construtoras,
fornecedores de materiais e equipamentos, trabalhadores) que devem assumir uma atitude de
participao e cooperao mtua proativa na devida e justa medida das suas
responsabilidades e influncias que tm na promoo da SST durante todo o ciclo de vida das
obras (pr-construo, construo e ps-construo).