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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO PARANÁ. Mandado de Segurança com Pedido de Liminar ASSOCIAÇÃO COMERCIAL E INDUSTRIAL DE LONDRINA, entidade civil sem fins lucrativos, reconhecida como de utilidade pública pela Resolução Municipal nº.11, inscrita no CNPJ nº.76.929.157/0001-68, sediada na rua Minas Gerais, 297, 1º andar, em Londrina-PR; SOCIEDADE RURAL DO PARANÁ, inscrita no CNPJ nº 78.609.989/0001-22, com endereço à Avenida Tiradentes, nº 6.275, Par- que Governador Ney Braga, Londrina-PR; SINDICATO DA INDÚSTRIA DA CONSTRU- ÇÃO CIVIL DO PARANÁ NORTE –SINDUSCON PARANÁ NORTE, entidade sindi- cal de primeiro grau, inscrito no CNPJ sob o nº 78.311.495/0001-67, Código da Entidade nº 001.154.88281-8, localizando na Avenida Maringá, nº 2.400, bairro Vitoria, CEP 86060-000, Londrina-PR; SINDICATO DAS INDÚSTRIAS METALÚRGI- CAS, MECÂNICAS E DE MATERIAIS ELÉTRICOS DO NORTE DO PARANÁ – SIN- DIMETAL NORTE PR, inscrito no CNPJ/MF nº 78.020.260/0001-16, sediado à Rua Santa Catarina, nº 50, 25º andar, Centro, Londrina-PR; ASSSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE BARES E RESTAURANTES, inscrita no CNPJ 09.081.256/0001-45 localizada na Av. Theo- doro Victorelli, 150 CEP. 86.027-750, em Londrina-Pr;

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO PARANÁ.

Mandado de Segurança com Pedido de Liminar

ASSOCIAÇÃO COMERCIAL E INDUSTRIAL

DE LONDRINA, entidade civil sem fins lucrativos, reconhecida como de utilidade

pública pela Resolução Municipal nº.11, inscrita no CNPJ nº.76.929.157/0001-68,

sediada na rua Minas Gerais, 297, 1º andar, em Londrina-PR;

SOCIEDADE RURAL DO PARANÁ, inscrita no

CNPJ nº 78.609.989/0001-22, com endereço à Avenida Tiradentes, nº 6.275, Par-

que Governador Ney Braga, Londrina-PR;

SINDICATO DA INDÚSTRIA DA CONSTRU-

ÇÃO CIVIL DO PARANÁ NORTE –SINDUSCON PARANÁ NORTE, entidade sindi-

cal de primeiro grau, inscrito no CNPJ sob o nº 78.311.495/0001-67, Código da

Entidade nº 001.154.88281-8, localizando na Avenida Maringá, nº 2.400, bairro

Vitoria, CEP 86060-000, Londrina-PR;

SINDICATO DAS INDÚSTRIAS METALÚRGI-

CAS, MECÂNICAS E DE MATERIAIS ELÉTRICOS DO NORTE DO PARANÁ – SIN-

DIMETAL NORTE PR, inscrito no CNPJ/MF nº 78.020.260/0001-16, sediado à

Rua Santa Catarina, nº 50, 25º andar, Centro, Londrina-PR;

ASSSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE BARES E

RESTAURANTES, inscrita no CNPJ 09.081.256/0001-45 localizada na Av. Theo-

doro Victorelli, 150 CEP. 86.027-750, em Londrina-Pr;

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COORDENADORIA DAS ASSOCIAÇÕES CO-

MERCIAIS E EMPRESARIAIS DO NORTE DO PARANÁ – CACINP, associação ci-

vil, com sede na Avenida dos Expedicionários, nº 85, 2º andar, em Rolândia-PR,

inscrita no CNPJ nº 09.194.860/0001-88;

SINDICATO DAS EMPRESAS DE ASSESSO-

RAMENTO, PERÍCIAS, INFORMAÇÕES, PESQUISAS E DE SERVIÇOS CONTÁ-

BEIS DE LONDRINA E REGIÃO, entidade sindical de primeiro grau, inscrito no

CNPJ sob o nº 81.885.634/0001-70, localizando na Rua Piauí, nº 72, 2º andar, em

Londrina-PR;

SINDICATO DA INDÚSTRIA DE TECNOLO-

GIA DA INFORMAÇÃO DO PARANÁ – TI PARANÁ, entidade sindical, inscrita no

CNPJ sob nº 80.923.493/0001-70, com sede na rua Ana Neri, nº 300, sala 203,

em Londrina-PR;

SINDICATO DO COMÉRCIO VAREJISTA DE

LONDRINA E REGIÃO – SINCOVAL, entidade sindical, inscrita no CNPJ sob nº

75.220.954/0001-07, com sede na rua Gov. Parigot de Souza, 220, em Londrina-

PR;

SINDICATO DO COMÉRCIO VAREJISTA DE

VEÍCULOS DE LONDRINA, entidade sindical, inscrita no CNPJ sob nº

78.972.650/0001-96, com sede na rua Ana Neri, nº 300, sala 303, em Londrina-

PR;

FILIPE BARROS BAPTISTA DE TOLEDO RI-

BEIRO, brasileiro, casado, deputado federal, inscrito no CPF nº 058.257.609-11,

com endereço profissional situado na Câmara dos Deputados, Anexo IV, Gabinete

nº 745, Brasília-DF;

DIEGO ALEXSANDER GONÇALO PAULA

GARCIA, brasileiro, casado, deputado federal, inscrito no CPF nº 047.022.919-55,

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com endereço profissional situado na Câmara dos Deputados, Anexo IV, Gabinete

nº 910, Brasília-DF;

LUISA CANZIANI, brasileira, solteira, depu-

tada federal, inscrita no CPF 058.235.299-10, com endereço profissional situado

na Câmara dos Deputados, Anexo IV, Brasília-DF,1 vêm, por seus procuradores

judiciais subassinados, perante V.Exa. impetrar

Mandado de Segurança com Pedido de Liminar

contra ato do EXCELENTÍSSIMO GOVERNADOR DO ESTADO DO PARANÁ E DO

SECRETÁRIO DE SAÚDE DO ESTADO DO PARANÁ POR CONTA DA EDIÇÃO

DO DECRETO ESTADUAL Nº 4942/20202, pelo que passa a expor o seguinte:

(i) Da representatividade dos Impetrantes

A Impetrantes são associações, sindicatos re-

presentativos da classe industrial, comercial e de serviços, regularmente constitu-

ídas da cidade de Londrina e representativas da sociedade civil organizada, além

de deputados federais com ampla representatividade na cidade de Londrina.

Dentre os objetivos das Impetrantes previstos

em seus Estatutos Sociais, regra geral, destaca-se a defesa e representação dos

interesses comuns da livre iniciativa, das indústrias, comércio, agronegócio e ser-

viços, associados que exercem atividade econômica, com objetivo de fortalecimento

destas classes, proteção e valorização técnica de seus produtos, desenvolvimento

1 Estatuto Social e procuração 2 Decreto Estadual 4942

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das respectivas atividades econômicas, serviços e da sociedade em geral, em res-

peito às suas funções sociais, valorização do trabalho humano, livre iniciativa e

manutenção dos empregos.

Quanto aos Impetrantes deputados são repre-

sentantes eleitos pela população paranaense, especialmente, na região de Londrina

e nesta qualidade defendem ferrenhamente os interesses dos cidadãos em geral.

Cabe ressaltar que o principal interesse de to-

dos os Impetrantes foi, é e sempre será o bem da coletividade e a estrita observância

da Constituição Federal.

Na condição de associações, sindicatos repre-

sentativos do segmento empresarial e deputados federais, os Impetrantes têm re-

cebido diversos apelos de seus associados, filiados representados, eleitores e da

população em geral, acompanhadas e amplamente divulgadas pela imprensa in

loco, de que o Decreto Estadual nº 4942/2020 provocará graves e irreparáveis pre-

juízos aos munícipes, principalmente ao setor produtivo, aqui incluídas grandes,

médias, pequenas e microempresas, empresários individuais e autônomos, que já

sofreram com o fechamento de seus estabelecimentos no período de 22/03/2020

até 15/04/2020, por força dos decretos municipais nºs 334, 346 e 361, todos do

presente ano.

Há um grande temor da classe empresarial e

do cidadão da região de Londrina de que os efeitos do decreto estadual sejam ne-

fastos a economia regional de maneira irrecuperável.

Obviamente, não querem os Impetrantes o

descumprimento das regras de saúde pública, tampouco a proliferação do vírus.

Ao contrário, querem apenas que, diante do efetivo controle do número de casos

de Covid-19 na cidade de Londrina e da estrutura montada pelo Poder Público

Municipal, seja suspenso o Decreto Estadual nº 4942/2020 que desprezou, por

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completo, a situação peculiar da cidade de Londrina em relação às demais cidades

do Estado do Paraná.

A persistir os efeitos do malfadado decreto es-

tadual questionado estar-se-á condenando uma parte do setor produtivo municipal

à falência, cuja primeira consequência será o desemprego em massa e o caos social,

o que justifica o interesse jurídico das Impetrantes.

(ii) Da comprovada situação peculiar na cidade de Londrina em relação

as instalações hospitalares, quantidade de suprimentos e EPI, quan-

tidade de remédios para intubação e coeficiente de transmissão

O Decreto Estadual nº 4942/2020 determinou

o fechamento indiscriminado do comércio da região de Londrina pelo simples fato

de que o número de mortes na cidade ser superior a proporção de 1/100.000 ha-

bitantes.

Os Impetrantes, irmanadas com a população

da cidade de Londrina, lamentam profundamente todas as mortes ocasionadas

pela Covid-19, mas nenhum cidadão londrinense ou de sua regional de saúde ficou

sem atendimento médico hospitalar durante toda pandemia.

A decisão administrativa questionada do

Exmo. Governador do Estado e do Secretário de Saúde desconsiderou por completo

a situação existente na cidade de Londrina para enfrentamento da doença.

Conforme Relatório Estratégico de Ações Co-

vid-19 apresentado pelo Município de Londrina ao Governo Estadual no pedido de

revisão da inclusão da cidade de Londrina nas medidas restritivas impostas pelo

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Decreto Estadual nº 4942/2020, a situação local atual permite a manutenção das

atividades produtivas em funcionamento, conforme descrito:3

A título de introito, é importante destacar que foram tomadas medidas para isolamento

social a partir de 22/3/2020, antes da maioria dos municípios brasileiros; foram fechados

parques, praças e áreas de lazer; tornou-se obrigatório o uso de máscaras de tecido pela

população de Londrina, sendo que o município adquiriu 333 mil máscaras de tecido para

distribuição à população de menor renda; foram organizados e implantados os centros

de referência para atendimento primário dos suspeitos de contaminação pela COVID-19;

foi implantado, como uma das primeiras medidas, um Comitê técnico (COESP) de espe-

cialistas em saúde para orientar o Município nas ações; foi articulado com outras ins-

tâncias governamentais e privadas o fluxo de atendimento nos diversos níveis de gravi-

dade dos infectados; foram contratados centenas de profissionais de saúde para refor-

çar os quadros do Município; diversas restrições de mobilidade ainda permanecem,

como o fechamento de escolas; dentre outras medidas enérgicas para o achatamento

da curva de contaminação e organização da estrutura de saúde pública para atendimento

de toda a população. Tais medidas serão melhor detalhadas no decorrer desta explana-

ção, mas cumpre enfatizar que elas lograram obter uma redução expressiva da contami-

nação na população local.

Prossegue o relatório municipal de ações da

Covid-19 destacando a implantação do COESP – “órgão colegiado composto por todas as

instituições hospitalares, sejam públicas, privadas ou filantrópicas, bem como a pela Associação Mé-

dica de Londrina e pelo Conselho Regional/Federal de Medicina, cujo objetivo é o apoio e a orientação

da tomada de decisões da Administração Pública Municipal, mas, mais do que isso, com foco na orga-

nização, alinhamento e padronização entre todos os serviços de saúde da atenção hospitalar do Muni-

cípio de Londrina nos temas atinentes ao combate à pandemia do novo coronavírus (SARS-cov2)”,

através do Decreto Municipal nº 334/2020 que vem prestando relevante papel na

3 Relatório Municipal de ações da Covid-19 e pedido de revisão encaminhado a Se-cretaria de Saúde

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adoção de medidas de enfrentamento da pandemia (distanciamento social, restri-

ções de mobilidade e funcionamento de atividades), enfim orientando cientifica-

mente a adoção de todas as normas administrativas municipais.

O Município de Londrina também implantou

segundo o relatório municipal de ações da Covid-19:

Disk Coronavírus (0800);

UNIDADE BASICAS PARA SINDROMES RESPIRATÓRIAS: foram escolhidas 06 unidades

em todas as regiões da cidade para ficar como referência exclusiva para os casos de

síndromes respiratórias. Todas essas unidades funcionam de segunda à sexta, das 07h

às 19h, e contam com equipe médica e de enfermagem durante todo seu horário de fun-

cionamento: 1. UBS OURO BRANCO – ZONA SUL; 2. UBS GUANABARÁ - CENTRO; 3.

UBS BANDEIRANTES – ZONA OESTE; 4. UBS VILA RICARDO – ZONA LESTE; 5. UBS

CHEFE NEWTON – ZONA NORTE; 6. UBS MARIA CECÍLIA – ZONA NORTE.

UNIDADE DE URGÊNCIA E EMERÊNCIA 24 HORAS PARA SINDROMES RESPIRATÓ-

RIAS: com retaguarda médica, e todo suporte de exames laboratoriais e raio-x 24h todos

os dias da semana, a UPA JARDIM SABARÁ, ficou como referência para estes atendi-

mentos. Importante destacar que foi criado em anexo a essa unidade um centro de tria-

gem rápida, observadas as diretrizes do Ministério da Saúde, para qualificar ainda mais

o processo assistencial na unidade. No centro de triagem o paciente passa por avaliação

médica; caso seja descartado uma síndrome respiratória, o mesmo é liberado; havendo

necessidade de uma maior investigação, o paciente é direcionado para o interior da uni-

dade.

Reforço nos leitos hospitalares transformando com apoio do Governo Estadual e dentro

do Sistema Único de Saúde, o Hospital Universitário Regional Norte do Paraná para os

atendimentos dos casos moderados e graves de síndromes respiratórias, sabendo que

o HU de Londrina é o maior hospital público do interior do Estado do Paraná, e já contava

com uma estrutura de aproximadamente 300 leitos, sem contar toda a retaguarda de

exames diagnostico e equipe altamente qualificada, agora acrescido com mais 214 leitos

para atendimento exclusivo de pacientes infectados pelo Covid-19.

Contratação de 50 leitos de UTI junto a rede hospitalar privada para os casos de síndro-

mes respiratórias graves para pacientes de Londrina.

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Com as medidas preparatórias acima a situa-

ção hospitalar na cidade de Londrina é muito superior ao padrão indicado pela

OMS – fl.8, do Relatório Estratégico de Ações Covid-19, cujo quadro abaixo permite

identificar com clareza a situação municipal:

O Relatório Estratégico de Ações Covid-19

também explica que:

O Relatório Estratégico de Ações Covid-19

apresentado pelo Município de Londrina demonstra em gráfico que a taxa de ocu-

pação hospitalar na cidade em 30/06/2020 é muito inferior as demais regiões do

Estado, senão veja-se:

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Com relação aos equipamentos de proteção in-

dividual o Município apresentou um relatório de seus estoques e o planejamento

de aquisições para reposições.

Quanto aos medicamentos usados para in-

tubação e sedação, desta o Município de Londrina no Relatório Estratégico de

Ações Covid-19 que tem material suficiente para no mínimo 60 dias:

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Outra questão relevante que permite aferir o

descompromisso do decreto estadual com a realidade londrinense está relacionada

ao coeficiente de incidência da doença que, segundo a matriz criada pelo Minis-

tério da Saúde estabeleceu os seguintes níveis:

Considerando os critérios do Ministério da Sa-

úde a situação do Município de Londrina é abaixo da incidência nacional:

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No tocante a testagem da população a situa-

ção de Londrina é bem superior a restante do Estado do Paraná e de suas principais

cidades:

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Outro indicador positivo da cidade de Lon-

drina é índice de testagem de exames de RT/PCR, cujo montante está em 12,05%

é infinitamente inferior as cidades de Cascavel e Maringá, sendo que esta última

não foi incluída no Decreto Estadual, o que demonstra um casuísmo inexplicável

por parte das autoridades impetradas:

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O cenário epidemiológico na cidade de Lon-

drina está assim registrado:

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Aqui na cidade de Londrina o percentual mé-

dio de aumento de casos em relação ao dia anterior é de 2,53%, número bem abaixo

média nacional, segundo informa no Relatório Estratégico de Ações Covid-19:

Por fim o Município de Londrina afirma em

sua conclusão que os indicadores selecionados para compor o índice Paraná nor-

teador da edição do Decreto Estadual nº 4942/2020 é muito melhor que o da ci-

dade de Maringá que não foi incluída na norma citada, sendo que a estrutura hos-

pitalar local é superior as demais cidades não incluídas e o número superior de

mortes decorre da ampla testagem nos pacientes internados que emprestam maior

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exatidão e fidelidade dos números fornecidos o que não se vislumbra em outras

localidades:

Pelos indicadores repassados pelo Município

de Londrina ao Governo do Estado no pedido de revisão da ordem restritiva imposta

pelo Decreto Estadual nº 4942/2020 se visualiza uma situação de momento muito

melhor que a média estadual e muito superior ao quadro da cidade de Maringá que

ficou excluída desta norma legal questionada.

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Os critérios técnicos apresentados pela Muni-

cípio de Londrina permitem concluir de forma inequívoca que as medidas restriti-

vas impostas pelas autoridades coatoras estão em dissintonia com a realidade da

cidade.

É obrigação do Poder Público indicar de forma

transparente as condições dos hospitais, equipamentos e outras estruturas para

tratamento dos cidadãos que necessitarem de atendimento médico hospitalar, o

que foi demonstrado amplamente neste Relatório Estratégico de Ações Covid-19,

justificando a competência municipal para deliberar sobre os assuntos locais.

Fica claro que o cidadão londrinense vem co-

laborando de forma incansável para evitar o risco de uma contaminação desenfre-

ada, respeitando e confiando nas medidas administrativas da autoridade munici-

pal.

A cidade de Londrina demonstrou que está

preparada para o enfrentamento da pandemia, sendo injustificada interferência

das autoridades coatoras na competência do poder público municipal.

A norma estadual editada pelas autoridades

coatoras se justificaria na hipótese da cidade de Londrina não tivesse condições

para acolher seus munícipes no sistema de saúde local, o que neste momento não

ocorre.

Eventualmente, havendo mudança do quadro

epidemiológico no Munícipio de Londrina, certamente o Prefeito Municipal deter-

minará a adoção de medidas restritivas ao setor produtivo e aos cidadãos londri-

nenses, dentro de sua competência e responsabilidade.

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O que o segmento produtivo clama ao Poder

Judiciário é o seu equilíbrio, razoabilidade e senso crítico para admitir a continui-

dade das atividades produtivas, suspendendo a eficácia do Decreto Estadual nº

4942/2020 em relação a cidade de Londrina e demais municípios que compõe a

17ª Regional de Saúde, por conta da sua situação hospitalar e de equipamentos,

reestabelecendo a competência do Poder Público Municipal, principal agente admi-

nistrativo conhecedor da realidade local para legislar sobre a questão.

(iii) Do último boletim epidemiológico divulgado pelo Município de Lon-

drina – Número de casos – Número de Exames – Taxa de ocupação de

leitos de UTI em 41%

Na noite de ontem o Munícipio de Londrina di-

vulgou os números de casos do Covid-19 na cidade, cujo relatório, entre outras

coisas, explica a população qual é a taxa de ocupação de leitos hospitalares na

cidade.4

Pelas informações prestadas pela Prefeitura

Municipal de Londrina, o quadro atual de casos na cidade é o seguinte:

4 Boletim Epidemiológico divulgado pela Prefeitura Municipal de Londrina em 03-07-2020

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Foram realizados até o momento 8.916 testes

RT-PCR (padrão ouro), cujos resultados são:

A incidência por milhão de habitantes é de

2.446,76, enquanto a média nacional é de 7.149,39:

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A ocupação de leitos hospitalares apresenta

uma taxa de ocupação de enfermaria de 48% e de UTI-Covid de 41%:

O quadro epidemiológico atual na cidade de

Londrina demonstra uma taxa de infectados de aproximadamente 1/3 da média

nacional, comprovando que todo trabalho desenvolvido até o presente momento

pelo Município e seus cidadãos vem surtindo um efeito positivo no achatamento da

curva de forma a permitir o atendimento digno aqueles que necessitam de interna-

ção hospitalar.

Importante destacar ainda que a taxa de ocu-

pação atual das UTIs Covid é de 41%, com 40 pacientes internados num total de

98 leitos.

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Os números apresentados pelo Munícipio de

Londrina indicam que o Decreto Estadual nº 4942 desconsiderou a realidade local,

impondo indevidamente um fechamento das atividades produtivas quando a situ-

ação da saúde pública vem sendo bem controlada, justificando a suspensão desta

ordem impugnada.

(iv) Do direito líquido e certo dos Impetrantes em suspender os efeitos

do Decreto Estadual nº 4942/2020 por ausência de critério técnico-

científico - Necessidade de reestabelecimento da competência e res-

ponsabilidade do Munícipio de Londrina e demais entes da 17ª Regi-

onal de Saúde deliberarem sobre as medidas de enfrentamento da

Covid-19 no âmbito municipal

Como demonstrado pelos Impetrantes, o Mu-

nicípio de Londrina tem agido com o mais alto rigor científico, sendo que em maté-

ria de sua competência não tem merecido reparos.

Ainda que a autoridade Impetrada alegue que

age em prol de todos os cidadãos do Estado do Paraná, em verdade está a invadir

a competência suplementar do Município de Londrina, cuidadoso e zeloso com a

saúde de seus munícipes.

E o Decreto Estadual nº 4942/2020 nada

mais fez do que usurpar a competência do Município de Londrina, através da ge-

neralização da situação da 17ª Regional de Saúde composta de diversos municí-

pios, cada qual adotando política adequada à situação que enfrenta.

Se Municípios daquela regional de saúde en-

frentam problemas, em verdade, a cidade de Londrina tem mantido, conforme de-

monstram os gráficos baseados em dados reais, uma situação de absoluto controle,

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eis que as medidas impostas aos cidadãos locais têm sido respeitadas e mantido

uma normalidade possível considerando-se o vezo extraordinário desta pandemia.

E do Decreto Estadual, objeto deste manda-

mus, cria uma situação de completa desestabilização, usurpando e criando um

desnecessário, perigoso e, talvez, irremediável caos sem qualquer perspectiva.

Não se pode deslembrar que todas as decisões

locais, com base em dados reais, são fruto de debates especialistas em epidemio-

logia e com a sociedade local, a maior interessada nas medidas profiláticas de sa-

úde, e não nos frios e burocráticos gabinetes da capital, lembrando que durante a

pandemia o Governador do Estado manteve-se distante da cidade de Londrina.

É necessário dizer que o funcionamento das

atividades produtivas no Município de Londrina estão sendo desenvolvidas sob rí-

gido protocolo de circulação e restrição de funcionamento, conforme previstos nos

Decreto Municipal nº 541/2020, onde entre outras medidas é obrigatório:5

MEDIDAS GERAIS OBRIGATÓRIAS Limitação do número de trabalhadores por turno, para o mínimo necessário ao de-

senvolvimento das atividades-fim da empresa, inclusive mediante a criação de tur-nos distintos de trabalho;

Dispensa dos trabalhadores das atividades-meio, adotando, se possível, sistema de trabalho remoto ou domiciliar;

Recomendação de afastamento de empregados contratados e prestadores de servi-ços pertencentes ao grupo de risco, mediante simples declaração, tendo o contra-tado até 60 (sessenta) dias para apresentação do atestado médico, comprovando a respectiva condição;

Fornecimento gratuito de máscaras de proteção mecânica para todos os que aden-trarem às dependências do estabelecimento (clientes, empregados, contratados, prestadores se serviços e outros), priorizando as confeccionadas artesanalmente, ve-dado o uso de máscaras cirúrgicas;

Disponibilização de álcool em gel 70% na entrada no estabelecimento e em demais locais estratégicos e de fácil acesso para uso de todos aqueles que adentrarem às dependências do estabelecimento;

Disponibilização e manutenção de sanitários com água e sabonete líquido, álcool em gel 70%, toalhas descartáveis de papel não reciclado ou sistema de secagem das mãos com acionamento automático;

5 Decreto Municipal 541/2020

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Higienização contínua em intervalo não superior a 2 horas, das superfícies de toque, das áreas de uso comum e restrito durante todo o período de funcionamento e tam-bém de pisos e paredes sempre quando do início das atividades, preferencialmente com álcool líquido 70% ou água sanitária com concentração proporcional de 1 colher de sopa do produto para 1 litro de água;

Evitar qualquer tipo de aglomeração, adotando se necessário, escalonamento dos horários de intervalo, observando o distanciamento mínimo de 2 metros entre as pessoas, bem como, no caso de grandes empresas, aglomeração de mais de 50 pes-soas;

Adotar protocolos especiais de controle e atendimento de forma a reduzir o acesso e o fluxo de pessoas no estabelecimento;

Acesso simultâneo a qualquer espaço limitado a proporção 1 pessoa para cada 4 m² de área interna do local;

Em caso de formação de fila, o estabelecimento obriga-se a organizá-la, garantindo o distanciamento mínimo de 2 metros entre as pessoas;

Manutenção dos locais de circulação e áreas comuns com os sistemas de ar condici-onados limpos e higienizados (filtros e dutos) e, obrigatoriamente, as janelas e portas abertas;

Criação de rotina/protocolo de conduta com as medidas de higienização e prevenção demonstradas, disponibilizando a todos por meio da fixação em local de fácil visua-lização;

Vedada a entrada de crianças nos estabelecimentos tratados pelo presente Decreto.

MEDIDAS OBRIGATÓRIAS ESPECÍFICAS ÀS INDÚSTRIAS Retorno apenas dos profissionais ligados à atividade principal da empresa; Utilização de termômetro capaz de fazer a leitura instantânea por aproximação, sem

contato físico, na portaria de entrada do estabelecimento, impedindo o acesso de todo aquele que apresentar temperatura maior que 37,8º C;

Adoção do sistema remoto de trabalho para os profissionais da área administrativa da empresa por, no mínimo, 2 meses;

Suspensão das viagens de empregados e contratados à quaisquer localidades que repre-sentem maior risco de infecção pela COVID-19;

Utilização obrigatória do uso de máscaras de barreira de contenção mecânica, confecci-onado em tecido, durante todo o turno de trabalho, sem prejuízo ao uso de EPIs obriga-tórios para a função. Estão dispensados os trabalhadores que utilizam outro tipo de más-cara em razão da função ou em decorrência de determinação legal, enquanto estiver fazendo uso desta última;

Garantia do espaçamento mínimo entre as pessoas, na área de produção, de, no mínimo, de 2 metros, ainda que para isso seja necessária a adoção de turnos de trabalho adicio-nais e alternados;

Disponibilização de estações com álcool em gel 70% em locais de fácil acesso, áreas onde ocorrer a concentração de pessoas, como também na estação de registro ponto orien-tando com comunicação visual a forma correta e a obrigatoriedade de uso antes e depois do respectivo registro.

Fornecimento de refeição individualizada no refeitório, evitando a formação de filas e aglomerações, limitando a utilização simultânea de, no máximo, 50% da capacidade total do local;

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Refeitório/copa/cozinha: limpeza e higienização antes e depois da utilização de todas as cadeiras e mesas. Proibição do uso de toalhas nas mesas e compartilhamento e pratos talheres, copos e outros utensílios pessoais similares;

Em caso de impossibilidade de utilização de álcool em gel, o estabelecimento obriga-se a disponibilizar aos contratados, pia/lavatório com água e sabonete líquido e toalhas descartáveis de papel não reciclado.

MEDIDAS OBRIGATÓRIAS ESPECÍFICAS AO COMÉRCIO Funcionamento de segunda-feira a sexta-feira, das 10:00 às 16:00 horas, adotando sis-

tema de escala de revezamento entre os contratados. Excepcionalmente, em decorrência da proximidade da data comemorativa ao Dia das

Mães, para se evitar concentração e aglomeração de pessoas, os estabelecimentos co-merciais poderão funcionar na quinta-feira e sexta-feira próximos, respectivamente, 07 e 08 de maio de 2020, das 10:00 às 20:00, e no sábado, 09 de maio de 2020, das 10:00 às 18:00;

Manter, preferencialmente, sistema de trabalho remoto ou domiciliar para as atividades administrativas;

Proibição de viagens de empregados e contratados a quaisquer localidades que repre-sentem maior risco de infecção;

Instalação e uso de anteparo mecânico fixo nas estações de atendimentos/caixas, de forma a evitar o contato direto entre atendente e cliente ou fornecimento de protetor facial (face shield), bem como orientação formal, exigência e fiscalização da correta higi-enização das mãos e das superfícies de toque antes e após cada atendimento, principal-mente das máquinas de cartão;

Garantir a distância entre os trabalhadores de no mínimo 2 metros, exceto em caso de absoluta impossibilidade;

Proibir a entrada de clientes em proporção maior que 1 para cada 4 m² de área útil de circulação, informando na entrada, por meio de placa ou cartaz o número máximo de clientes que podem adentrar;

Disponibilização de estações com álcool em gel, em locais de fácil acesso, como também na estação de registro ponto orientando com comunicação visual a forma correta e a obrigatoriedade de uso antes e depois do respectivo registro;

Refeitório/copa/cozinha: proibição de formação de filas e aglomerações limitando a uti-lização simultânea de, no máximo, 50% da capacidade total do local. Limpeza e higieni-zação antes e depois da utilização de todas as cadeiras e mesas. Proibição do uso de toalhas nas mesas e compartilhamento e pratos talheres, copos e outros utensílios pes-soais similares;

Higienização contínua dos banheiros durante todo o período de funcionamento, prefe-rencialmente após cada utilização, e sempre quando do início das atividades, inclusive pisos e paredes;

Em caso de impossibilidade de utilização de álcool em gel, o estabelecimento obriga-se a disponibilizar aos contratados, pia/lavatório com água e sabonete líquido e toalhas descartáveis de papel não reciclado.

MEDIDAS ESPECÍFICAS AO COMÉRCIO DE ALIMENTOS

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Preferência à comercialização por meio do sistema de entrega em domicílio, retirada no local e de venda sem que o cliente desça do veículo para fazer o pedido, efetuar o paga-mento e retirar o produto;

Organizar os serviços de atendimento e entrega, evitando a aglomeração de quaisquer pessoas no local, sejam empregados, entregadores ou clientes, inclusive na via pública;

Deverão fornecer máscaras de proteção mecânica, preferencialmente confeccionadas artesanalmente com tecido, e álcool em gel 70%, inclusive no ato da entrega.

Bares, lanchonetes, restaurantes e quaisquer outros estabelecimentos que co-mercializem gêneros alimentícios para consumo no local:

Atendimento presencial até as 22:00hrs e após esse horário, somente por meio de en-trega em domicílio, retirada no local e venda sem que o cliente desça do veículo para fazer o pedido, efetuar o pagamento e retirar o produto;

Limitação do número de clientes em, no máximo, 50% da capacidade total do estabele-cimento, informando entrada, por meio de placa ou cartaz o número máximo de clientes que podem adentrar;

Limitação do número de clientes em, no máximo, 50% dos lugares disponíveis; Exigência de utilização de máscaras de proteção mecânica pelos clientes, preferencial-

mente confeccionadas artesanalmente, pelo maior tempo possível; Produto dispostos em buffet deverão ser servidos por um funcionário ou disponibilizar

luvas descartáveis ao cliente; Organização das mesas com distância mínima de 02 metros entre elas; Higienização das mesas após cada utilização, preferencialmente com álcool líquido 70%,

desinfecção dos utensílios e proibição do uso de toalhas, exceto se descartáveis; Proibição de utilização de espaços kids, playgrounds, salas de jogos/diversões ou quais-

quer outros espaços similares; Priorizar os pagamentos diretamente no caixa; Instalação e uso de anteparo mecânico fixo nas estações de atendimentos/caixas, de

forma a evitar o contato direto entre atendente e cliente ou fornecimento de protetor facial (face shield), bem como orientação formal, exigência e fiscalização da correta higi-enização das mãos e das superfícies de toque antes e após cada atendimento, principal-mente das máquinas de cartão.

MEDIDAS OBRIGATÓRIAS ESPECÍFICAS AOS PRESTADORES DE SER-VIÇO

Adoção do sistema remoto de trabalho, exceto em caso de absoluta impossibilidade; Utilização de máscaras de proteção mecânica, preferencialmente artesanais, durante

todo o atendimento; Proibição de entrada de clientes que não estejam utilizando máscaras de proteção me-

cânica; Atendimento individualizado, mediante prévio agendamento de, no mínimo 10 minutos

entre os clientes, e rigoroso controle de horário, informando antecipadamente o cliente, eventual atraso;

Disponibilização de álcool em gel 70% aos clientes, bem como na entrada no estabeleci-mento;

Proibição de acompanhante durante quaisquer atendimentos, salvo os casos resguarda-dos por lei;

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Evitar qualquer tipo de aglomeração, principalmente na sala de espera, respeitando o limite de apenas 1 cliente em espera para cada profissional, bem como o limite de acesso simultâneo a qualquer espaço, de, no máximo, 1 pessoa para cada 4 m² de área;

No tocante aos profissionais de saúde, estrito cumprimento das diretrizes publicadas pe-los respectivos conselhos de classe, para enfrentamento da pandemia.

MEDIDAS OBRIGATÓRIAS ESPECÍFICAS À CONSTRUÇÃO CIVIL Utilização de termômetro capaz de fazer a leitura instantânea por aproximação, sem

contato físico, na entrada do canteiro de obras, impedindo o acesso de todo aquele que apresentar temperatura maior que 37,8º C;

Adoção de procedimento de higienização na entrada do canteiro de obras, disponibili-zando lavatório com água e sabonete líquido, álcool em gel 70%, toalhas de papel não reciclado, com informativo afixado em local de fácil visualização, contendo orientações de prevenção de contágio e disseminação da doença;

Adotar sistema de escalonamento para entrada e saída dos trabalhadores na obra, de forma a evitar a aglomeração, inclusive na via pública;

Disponibilização de álcool em gel 70%, em locais estratégicos e de fácil acesso, principal-mente no refeitório/cozinha, sanitários e ao lado de bebedouros;

Higienização contínua das áreas de uso comum, dos EPI’s, dos equipamentos de trans-porte e pessoas, ferramentas e materiais, preferencialmente com álcool líquido 70%;

Montar refeitório em local de fácil e ampla circulação do ar, preferencialmente em local aberto;

Garantir que a distância entre os trabalhadores, seja de, no mínimo, 2 metros, exceto em caso de absoluta impossibilidade, evitando qualquer tipo de aglomeração, ainda que no local destinado à alimentação ou descanso;

Fornecimento de refeição individualizada no refeitório, evitando a formação de filas e aglomerações, limitando a utilização simultânea de, no máximo, 50% da capacidade total do local;

Refeitório/copa/cozinha: Limpeza e higienização antes e depois da utilização de todas as cadeiras e mesas. Proibição do uso de toalhas nas mesas e compartilhamento e pratos talheres, copos e outros utensílios pessoais similares;

Higienização contínua e substituição diária dos banheiros químicos, vedada utilização de mictórios;

Adoção de horário de trabalho alternativo, evitando os horários de pico no sistema de transporte no Município.

MEDIDAS EXCEPCIONAIS

Agências bancárias: Realização dos processos internos preferencialmente em sistema home office, sendo

que, na impossibilidade, deve ser respeitada a distância mínima de 2 metros entre os pontos de trabalho;

Priorização ao atendimento eletrônico/digital, evitando, se possível, o atendimento pre-sencial nas agências;

Utilização, se necessário, do uso de senhas ou outro sistema eficaz, a fim de evitar qual-quer aglomeração de pessoas aguardando atendimento, inclusive na via pública.

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Supermercados: Definição: estabelecimento que tiver a referida atividade como a principal da empresa. Poderão adotar sistema de trabalho 24 horas. Fica limitada a entrada de, no máximo, 2 pessoas da mesma família, concomitantemente,

em mercados, supermercados e congêneres; Empresas que adotarem o sistema de trabalho 24 horas deverão efetuar novas contrata-

ções, criar novos turnos de trabalho ou adotar qualquer outra solução, de forma a garan-tir todos os direitos de seus empregados e contratados, bem como atender a todas as normas editadas em razão da COVID-19.

DISPOSIÇÕES FINAIS Permanece proibida a realização de todo e qualquer evento realizado em local aberto ou

fechado, em espaços, vias e logradouros públicos ou privados, independentemente da sua característica ou de quaisquer outras condições, exceto as feiras livres;

Permanece vedado o funcionamento de: I – casas noturnas, boates e similares; II – buffets, salões de festas, espaços de recreação e quaisquer outras áreas de convivên-cia similares, ainda que em locais privados, como condomínios, associações e congêne-res; III – teatros, museus, centros culturais, bibliotecas, cinemas e similares; IV – clubes sociais e similares.

O outro Decreto Municipal – nº 558/2020 –

que regulamentou a abertura de shopping centers também é extremamente rigo-

roso com os protocolos de segurança, permitindo seu funcionamento com segu-

rança a população.6

O Supremo Tribunal Federal reconhece, ainda

que suplementar, a competência do Município para estabelecer normas peculiares

de saúde:

ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL. DIREITO CONSTITUCI-

ONAL. LEI 13.113/2001 E DECRETO 41.788/2002, QUE DISPÕE SOBRE A PROIBIÇÃO DO

USO DE MATERIAIS, ELEMENTOS CONSTRUTIVOS E EQUIPAMENTOS DA CONSTRUÇÃO

CIVIL CONSTITUÍDOS DE AMIANTO NO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO. EXERCÍCIO LEGÍTIMO

DA COMPETÊNCIA DOS MUNICÍPIOS PARA SUPLEMENTAREM A LEGISLAÇÃO FEDERAL.

ARGUIÇÃO JULGADA IMPROCEDENTE.

6 Decreto Municipal 558/2020

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1. Ante a declaração incidental de inconstitucionalidade do art. 2º da Lei 9.055/95, não in-

vade a competência da União prevista nos arts. 24, V, VI e XII, da Constituição da República,

a legislação municipal que, suplementando a lei federal, impõe regra restritiva de comerci-

alização do amianto.

2. Trata-se de competência concorrente atribuída à União, aos Estados e Distrito Federal

para legislar sobre produção, consumo, proteção do meio ambiente e proteção e defesa da

saúde, tendo os Municípios competência para suplementar a legislação federal e estadual

no que couber.

3. Espaço constitucional deferido ao sentido do federalismo cooperativo inaugurado pela

Constituição Federal de 1988. É possível que Estados-membros, Distrito Federal e Municí-

pios, no exercício da competência que lhes são próprias, legislem com o fito de expungirem

vácuos normativos para atender a interesses que lhe são peculiares, haja vista que à União

cabe editar apenas normas gerais na espécie.

4. Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental julgada improcedente, com a de-

claração incidental da inconstitucionalidade do art. 2º da Lei 9.055/95.(ADPF 109, Relator(a):

EDSON FACHIN, Tribunal Pleno, julgado em 30/11/2017, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-019 DI-

VULG 31-01-2019 PUBLIC 01-02-2019)”

Agravo regimental em recurso extraordinário. 2. Direito Constitucional. 3. Competência su-

plementar do município para legislar sobre proteção à saúde. 4. Matéria de interesse local.

Possibilidade. Obrigação estatal que pode ser partilhada com a iniciativa privada. 5. Ausên-

cia de argumentos capazes de infirmar a decisão agravada. 6. Agravo regimental a que se

nega provimento.(RE 741596 AgR, Relator(a): GILMAR MENDES, Segunda Turma, julgado em

23/03/2018, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-066 DIVULG 06-04-2018 PUBLIC 09-04-2018)

ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL (CF, ART. 102, § 1º) –

LEI Nº 2.774/2005 DO MUNICÍPIO DE VÁRZEA GRANDE/MT – DIPLOMA LEGISLATIVO QUE

AUTORIZA E REGULAMENTA A VENDA DE ARTIGOS DE CONVENIÊNCIA EM FARMÁCIAS,

EM DROGARIAS E EM ESTABELECIMENTOS CONGÊNERES – ALEGADA USURPAÇÃO DA

COMPETÊNCIA LEGISLATIVA DA UNIÃO FEDERAL PARA EDITAR NORMAS GERAIS SO-

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BRE PROTEÇÃO E DEFESA DA SAÚDE (CF, ART. 24, INCISO XXII, §§ 1º E 2º) – INOCOR-

RÊNCIA – NORMA ESTATAL CUJO CONTEÚDO MATERIAL, NA REALIDADE, ESTABELECE

REGRAS SOBRE COMÉRCIO LOCAL – COMPETÊNCIA LEGISLATIVA SUPLEMENTAR DOS

MUNICÍPIOS (CF, ART. 30, INCISO II) – POSSIBILIDADE – PRECEDENTES DO SUPREMO

TRIBUNAL FEDERAL – PARECER DA PROCURADORIA-GERAL DA REPÚBLICA PELA IM-

PROCEDÊNCIA DA ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO – ADPF JULGADA IMPROCE-

DENTE.(ADPF 273, Relator(a): CELSO DE MELLO, Tribunal Pleno, julgado em 18/05/2017, PRO-

CESSO ELETRÔNICO DJe-138 DIVULG 22-06-2017 PUBLIC 23-06-2017)

AGRAVO INTERNO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. LEI 12.413/2018, DO

MUNICÍPIO DE PORTO ALEGRE. NORMA QUE OBRIGA A MANUTENÇÃO DE EQUIPE DE

BOMBEIROS PROFISSIONAIS CIVIS NOS ESTABELECIMENTOS DE GRANDE PORTE, TAIS

COMO SHOPPINGS CENTERS E HIPERMERCADOS. COMPETÊNCIA MUNICIPAL PARA LE-

GISLAR SOBRE INTERESSE LOCAL. NORMA DECLARADA CONSTITUCIONAL. AGRAVO

INTERNO DESPROVIDO. 1. Tem-se, na origem, ação direta de inconstitucionalidade em face

da Lei 12.413, de 24 de maio de 2018, do Município de Porto Alegre, que obriga a manuten-

ção de equipe de bombeiros profissionais civis nos estabelecimentos de grande porte, tais

como shoppings centers e hipermercados. 2. O Órgão Especial do Tribunal de origem jul-

gou improcedente a ação, declarando a constitucionalidade da norma, ao argumento de que

a matéria se insere na competência legislativa dos municípios. 3. O princípio geral que nor-

teia a repartição de competência entre os entes componentes do Estado Federal brasileiro

é o princípio da predominância do interesse, tanto para as matérias cuja definição foi pre-

estabelecida pelo texto constitucional, quanto em termos de interpretação em hipóteses

que envolvem várias e diversas matérias, como na presente Ação Direta de Inconstitucio-

nalidade. 4. A própria Constituição Federal, portanto, presumindo de forma absoluta para

algumas matérias a presença do princípio da predominância do interesse, estabeleceu, a

priori , diversas competências para cada um dos entes federativos, União, Estados-Mem-

bros, Distrito Federal e Municípios, e, a partir dessas opções, pode ora acentuar maior cen-

tralização de poder, principalmente na própria União (CF, art. 22), ora permitir uma maior

descentralização nos Estados-membros e Municípios (CF, arts. 24 e 30, inciso I). 5. No caso,

a norma local em nada interfere nas atribuições do Corpo de Bombeiros Militar. O Município,

no exercício de sua competência legislativa suplementar, atribuída pelo art. 30, I e II, da

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Constituição Federal, legislou sobre normas de interesse local, levando-se em considera-

ção a maior probabilidade de graves acidentes em estabelecimentos de grande porte, com

circulação de um número considerável de pessoas. 6. Agravo Interno a que se nega provi-

mento. Na forma do art. 1.021, §§ 4º e 5º, do Código de Processo Civil de 2015, em caso de

votação unânime, fica condenado o agravante a pagar ao agravado multa de um por cento

do valor atualizado da causa, cujo depósito prévio passa a ser condição para a interposição

de qualquer outro recurso (à exceção da Fazenda Pública e do beneficiário de gratuidade

da justiça, que farão o pagamento ao final).(ARE 1251388 AgR, Relator(a): ALEXANDRE DE

MORAES, Primeira Turma, julgado em 15/05/2020, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-134 DIVULG

28-05-2020 PUBLIC 29-05-2020)

Desta forma, a manutenção do Decreto Esta-

dual nº 4942/2020 que desconsiderou toda demonstração da real situação hospi-

talar e epidemiológica na cidade de Londrina e região, importa em evidente ilegali-

dade ao não contrapor a situação relatada pelo Município de Londrina, preferindo

punir com a falência os empresários locais.

Não é crível que se feche os olhos a situação

local sob controle para colocar a cidade de Londrina no mesmo quadro preocupante

de outras cidades, sem contar o fato de que outras cidades com situações piores

tenham sido excluídas do decreto combatido.

(v) Da violação ao direito líquido e certo dos Impetrantes – Ilegalidade

do Decreto Estadual nº 4942/2020 – Pedido sucessivo para garantir

o funcionamento de todas as atividades previstas no Decreto Federal

10.282/2020

A demonstração das condições atuais dos ser-

viços de saúde na cidade de Londrina e região, do controle epidemiológico e das

testagens realizadas que a colocam em melhores condições que outras cidades do

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Estado do Paraná que não sofreram as imposições restritivas pelo Decreto Estadual

nº 4942/2020, comprovam que o ato coator desprezou por completo as condições

existentes a justificar a sua suspensão.

Aliado ao descompasso com a real situação da

saúde pública na cidade de Londrina, as autoridades coatoras também violaram a

Lei Federal n°. 13.797/2020 que dispõe sobre as medidas que poderão ser adota-

das para o enfrentamento da emergência de saúde pública decorrente do coronavi-

rus – Covid-19.

O artigo 3º, §§ 8º e 9º da Lei Federal n°.

13.797/2020 estabelece:

“Artigo 3° - Para enfrentamento da emergência de saúde pública de importância in-

ternacional decorrente do coronavírus, as autoridades poderão adotar, no âmbito de

suas competências, dentre outras medidas:

I – isolamento;

II - quarentena;

(...)

§ 8°. – As medidas previstas neste artigo, quando adotadas, deverão resguardar o

exercício e o funcionamento de serviços públicos e atividades essenciais.

§ 9°. – O Presidente da República disporá, mediante decreto, sobre os serviços es-

senciais a que se referem o § 8.”

Foi editado o Decreto Federal n° 10.282/2020,

tendo em seu artigo 2° rol não exaustivo das atividades consideradas essenciais,

não passíveis de quarentena ou restrições.

Destaca-se a previsão dos §§ 1° e 2º do artigo 3°

do Decreto Federal n°. 10.282/2020, de diversas atividades produtivas, bem como

das acessórias, de suporte e disponibilização de insumos a cadeia produtiva rela-

tivas ao exercício e funcionamento das atividades essenciais.

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O Decreto Estadual 4942/2020 e o Decreto

Estadual nº 4317/2020 desconsideraram o rol de atividades essenciais previstos

no Decreto Federal n° 10.282/2020, determinando a suspensão daquelas arrola-

das, tais como salões de beleza, clínicas de estética e academias.7

Embora os Estados tenham competência con-

corrente com a União para legislar sobre normas de saúde pública destinadas ao

combate da Covid-19, inadmissível a sobreposição do Decreto Estadual nº

4317/2020 ao Decreto Federal nº 1.282/2020, devendo ser mantido rol de serviços

essenciais previstos na legislação federal, pois emanada diretamente da Lei Federal

nº 13.797/2020.

Na forma prevista na Lei n°. 13.797/2020 e

por conta do princípio da hierarquia das normas a legislação estadual não pode se

sobrepor a legislação federal, revelando a ilegalidade do rol mais restritivo do De-

creto 4317/2020.

As atividades classificadas como essenciais no

âmbito Federal não pode se sujeitar à quarentena por disposição de decreto esta-

dual, sob pena de sua invalidade.

A Lei Federal aqui citada impõe limite para a

atuação regulamentar a ser exercidas pelos Estados e Municípios, sendo indispen-

sável que a autoridade estadual atue em harmonia, no exercício da competência

concorrente, com as normas editadas em âmbito Federal.

Nestes termos os Decretos Estaduais nº 4317

e 4942, ambos de 2020 que suspendem o regular funcionamento de atividades

essenciais elencadas no Decreto Federal nº 10282/2020, está eivado de ilegalidade,

7 Decreto Estadual 4317/2020

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pois impede e coloca em quarentena e restrição o funcionamento de atividade es-

sencial, aplicando-se ao caso o precedente abaixo:

“(...)NO SISTEMA FEDERATIVO CONSAGRADO PELA CONSTITUIÇÃO, HAVENDO POSSI-

BILIDADE DE LEGISLAÇÃO CONCORRENTE E CABENDO A UNIÃO ESTABELECER NOR-

MAS GERAIS, AS LEIS ESTADUAIS, EDITADAS NO EXERCICIO DA COMPETENCIA SUPLE-

MENTAR, HAVERÃO DE SE CONFORMAR AQUELAS DIRETRIZES GERAIS. ASSIM, AINDA

AGINDO UNIÃO E ESTADO NAS RESPECTIVAS ESFERAS DE COMPETENCIA, PODERA

SER INVALIDA A LEI ESTADUAL, EM VIRTUDE DE DESCOMPASSO COM A LEI FEDERAL,

VERIFICADA A HIPOTESE DO ARTIGO 24 DA CONSTITUIÇÃO. (...) (REsp 31.391/SP, Rel.

Ministro EDUARDO RIBEIRO, TERCEIRA TURMA, julgado em 22/06/1993, DJ 02/08/1993, p.

14243)

Portanto, em caráter sucessivo, caso não seja

suspenso integralmente o Decreto Estadual nº 4942/2020 pela ausência de obser-

vância aos critérios apontados no Relatório Estratégico de Ações Covid-19, seja

concedida a segurança para admitir o pleno funcionamento de todas as atividades

essenciais previstas no Decreto Federal nº 10.282/2020, bem como aquelas ativi-

dades imprescindíveis ao funcionamento das atividades essenciais.

(vi) Da liminar

Dispõe o artigo 7º, III, da Lei Federal

12.016/2009, que o juiz ordenará a suspensão do ato que deu motivo ao pedido

quando houver fundamento relevante e do ato impugnado puder resultar da inefi-

cácia da medida.

No presente caso, o fumus boni iuris advém da

previsão contida no artigo 24, inciso XII da Constituição Federal, § 8° do artigo 3°

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da Lei Federal n°. 13.979/2020 e §§ 1º e 2° do artigo 3° do Decreto Federal n°.

10.282/2020.

É evidente a existência do periculum in mora

ao caso em tela, vez que os Impetrantes, seus associados e filiados estarão impedi-

dos de exercer suas atividades empresariais, especialmente o comércio e prestação

de serviços, com o fornecimento de materiais e serviços à população londrinense e

de sua região, além é claro, dos prejuízos econômicos suportados pela paralização

de suas atividades, que compromete a subsistência de grande parte da cadeia pro-

dutiva da cidade de Londrina.

Os Impetrantes necessitam da permissão para

o funcionamento imediato de todos os estabelecimentos comerciais, de maneira

habitual, aberto ao público com as restrições impostas pelos Decretos Municipais

nº 541/2020 e 558/2020, durante o período de emergência decretado, bem como

que se determine aos Impetrados em se abster de autuar e/ou impor multas às

Impetrantes e seus associados e filiados quando aberto, enquanto durar o estado

de emergência, nem mesmo em suas licenças municipais em caráter satisfativo,

ante seu direito líquido e certo.

Desta forma, se faz necessária a concessão da

segurança liminarmente, ante a clara violação ao direito líquido e certo das Impe-

trantes.

IV – DO PEDIDO

Por todo o exposto, requer a V.Exa.:

a) Com fundamento no artigo 24, inciso XII da Constituição Federal, §

8° do artigo 3° da Lei Federal n°. 13.979/2020 e §§ 1º e 2° do artigo

3° do Decreto Federal n°. 10.282/2020, ante a violação ao direito

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líquido e certo das Impetrantes e da competência concorrente do

Município de Londrina em legislar sobre normas de saúde de inte-

resse local, conceder, liminarmente, a segurança requerida para

suspender os efeitos do Decreto Estadual nº 4942, em relação ao

Município de Londrina e a 17ª Regional de Saúde e permitir o fun-

cionamento regular e com as medidas de saúde indicadas pelo Mu-

nícipio de Londrina nos Decretos Municipais nº 541/2020 e

558/2020 dos estabelecimentos comerciais de maneira habitual,

aberto ao público, durante o período de emergência decretado, bem

como determinar que os Impetrados se abstenham de autuar e/ou

multar ou proceder qualquer limitação para tanto, nem mesmo pra-

ticar qualquer ato para cassar ou suspender as licenças municipais,

enquanto durar o estado de emergência;

b) Em caráter sucessivo, caso não seja suspenso o Decreto Estadual

nº 4942/2020 em relação a cidade de Londrina, seja concedida a

segurança para ao menos garantir o pleno funcionamento de todas

as atividades previstas no Decreto Federal 10.282/2020, com as

medidas sanitárias impostas pelo Munícipio de Londrina nos De-

cretos Municipais nº 541/2020 e 558/2020;

c) Determine a notificação dos Impetrados para prestar informações

no prazo legal de 10 (dez) dias, até final decisão que confirme em

definitivo a liminar concedida, na forma do artigo 7, I, da Lei

12.016/2009;

c) Intimação do interessado Município de Londrina, na forma do artigo

7, II, da Lei 12.016/2009;

d) Determine a oitiva do membro do Ministério Público para oferecer

parecer, na forma do artigo 12 da Lei 12.016/2009;

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Requer, ao final, a concessão definitiva da segu-

rança e a ratificação da liminar deferida, a fim de que as Impetrantes passem a

exercer suas atividades sem qualquer restrição ou aplicação de penalidade pela

autoridade coatora, ante a situação particular e controlada do Munícipio de Lon-

drina descrito no Relatório Estratégico de Ações Covid-19 e o caráter essencial das

atividades empresariais nos termos do § 8° do artigo 3° da Lei Federal n°.

13.979/2020 e §§ 1 e 2° do artigo 3° do Decreto Federal n°. 10.282/2020.

Protesta pela juntada do instrumento de man-

dato da Deputada Federal Luisa Canziani, nos termos do artigo 104 do Código de

Processo Civil.

Dá-se a causa, para efeitos fiscais o valor de

R$.1.000,00.

P. Deferimento

Londrina, 04 de julho de 2020.

João Tavares de Lima Filho Fabrício Massi Salla

OAB-PR n° 11.524 OAB-PR n° 24.338