87
CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL NAS 5 FONTES PROFESSOR: VÍTOR CRUZ 1 Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR Aula 1: E aí pessoal, agora vamos começar pra valer... animados? Espero que sim, pois a cada aula sua aprovação estará mais próxima... Vamos estudar para o 11... não tem essa de se contentar com um 7 não. É isso aí, vamos lá. Sentidos (concepções) das Constituições: Neste ponto, ainda estamos falando do "conceito de Constituição", nós veremos qual a resposta que um monte de gente (filósofos, juristas...), ao longo da história, deu para a pergunta: o que é na verdade essa tal de Constituição? Pois é, essa pergunta não vem de agora não! Ao longo dos anos, diversas pessoas tentaram definir o que seria uma Constituição, e de que forma esta se relacionaria com a sociedade. Assim, desenvolveram-se diversos sentidos, ou concepções, do que seria ou do que deveria ser uma Constituição. Basicamente temos 3 principais doutrinas: Sentido sociológico Ferdinand Lassale; Sentido político Carl Schimitt; Sentido Jurídico Hans Kelsen. Vocês são capazes de matar um monte de questão só decorando esse quadrinho acima (um monte mesmo!!!), e para ajudá-los a gravar: Pulo do Gato: Sentido SocioLógico Ferdinand LaSSaLe; Sentido políTico Carl SchimiTT; Sobrou o "jurídico de Kelsen", mas aí já ficou fácil... Certo... mas agora vamos efetivamente entender o que significa todo esse blá-blá-blá, pois será útil no futuro: Sentido Sociológico: O sentido sociológico é aquele que olha para a sociedade e tenta observar os "fatos sociais", ou seja, as relações entre as pessoas, o governo, o poder e etc.

Aula 01 ok

  • Upload
    xica

  • View
    218

  • Download
    0

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Aula 01 ok

Citation preview

CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL NAS 5 FONTES PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

1

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

Aula 1:

E aí pessoal, agora vamos começar pra valer... animados? Espero que sim, pois a cada aula sua aprovação estará mais próxima... Vamos estudar para o 11... não tem essa de se contentar com um 7 não.

É isso aí, vamos lá.

Sentidos (concepções) das Constituições:

Neste ponto, ainda estamos falando do "conceito de Constituição", nós veremos qual a resposta que um monte de gente (filósofos, juristas...), ao longo da história, deu para a pergunta: o que é na verdade essa tal de Constituição?

Pois é, essa pergunta não vem de agora não! Ao longo dos anos, diversas pessoas tentaram definir o que seria uma Constituição, e de que forma esta se relacionaria com a sociedade.

Assim, desenvolveram-se diversos sentidos, ou concepções, do que seria ou do que deveria ser uma Constituição.

Basicamente temos 3 principais doutrinas:

• Sentido sociológico � Ferdinand Lassale;

• Sentido político � Carl Schimitt;

• Sentido Jurídico � Hans Kelsen.

Vocês são capazes de matar um monte de questão só decorando esse quadrinho acima (um monte mesmo!!!), e para ajudá-los a gravar:

Pulo do Gato:

• Sentido SocioLógico � Ferdinand LaSSaLe;

• Sentido políTico � Carl SchimiTT;

• Sobrou o "jurídico de Kelsen", mas aí já ficou fácil...

Certo... mas agora vamos efetivamente entender o que significa todo esse blá-blá-blá, pois será útil no futuro:

Sentido Sociológico:

O sentido sociológico é aquele que olha para a sociedade e tenta observar os "fatos sociais", ou seja, as relações entre as pessoas, o governo, o poder e etc.

CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL NAS 5 FONTES PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

2

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

Assim, a Constituição, se observada sobre o prisma sociológico, nada mais é do que a forma como a própria sociedade organiza o seu poder, as relações que estabelece entre governantes e governados e estes entre si. Desta forma, independente de haver ou não documento escrito, formalizando a Constituição, a Constituição existe! Pois é a própria relação de poder na sociedade. Com efeito, todos os povos sempre tiveram uma constituição, sociologicamente falando.

E é nisso que se apóia Ferdinand Lassale. Lassale defendia em seu livro “O que é uma Constituição? (A essência da Constituição)” (1864) que na verdade, a constituição seria um “fato social”, seria um evento determinado pelas forças dominantes da sociedade.

Assim, de nada vale uma constituição escrita se as forças dominantes impedem a sua real aplicação. De nada vale uma norma, ainda que chamada de Constituição, que não tivesse qualquer poder, se tornando o que chamava de uma mera “folha de papel”.

Deste modo, defendia ele que o Estado possuía 2 constituições: A “folha de papel” e a “Constituição Real”, esta era a soma dos fatores reais de poder, ou seja, a reunião de tudo aquilo que efetivamente mandava na sociedade.

Assim, como a existência da Constituição independe de qualquer documento escrito, mas sim, decorre dos eventos determinantes da sociedade, Lassale dizia que todos os países possuem, possuíram sempre, em todos os momentos da sua história uma constituição real e efetiva.

Super tranquilo, não é mesmo? Lembrando: Falou em sentido SocioLógico � Lembrou de Ferdinand LaSSaLe.

Sentido Político:

Para entender melhor o "sentido político", eu lhe faço uma pergunta: Você sabe o que é "política"?

Peguei pesado, hein?! Se você sabe definir política, você está muito bem nos estudos, meus parabéns! Se você não sabe, não se preocupe, pois este é um dos institutos de conceito mais vago e diversificado que existem.

Ao estudarmos a Teoria Geral do Estado, vemos que o grande Max Weber, ao atrelar a política ao Estado, deu a seguinte definição: Política seria o "conjunto de esforços feitos com vista a participar do poder ou a influenciar a divisão do poder 1(...)".

1 DALLARI, Dalmo de Abreu. Elementos de Teoria Geral do Estado. 31ª Edição. São Paulo : Saraiva, 2012.

Pág. 130.

CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL NAS 5 FONTES PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

3

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

Já o ilustre professor Dallari, sintetiza o caráter político do Estado como sendo "a função de coordenar os grupos ou indivíduos, com em vista de fins a serem atingidos, impondo a escolha dos meios adequados2".

E eis que vem o pobre professor Vítor Cruz, na humildade, e tenta facilitar a vida de seus alunos dizendo: Pensou em política, pense em "organização" e "estratégia". Pois, algo político é aquilo que irá organizar alguma coisa (no caso do Estado, organizar seu poder, sua forma de aquisição e sua transmissão) com fins estratégicos (visando algo "macro", importante, com "visão de topo" e não meramente operacional).

Assim, podemos dizer que a Constituição em sentido político seria pensar a Constituição como o diploma que estabelece as principais coisas organizatórias do Estado e seus direitos fundamentais. Qualquer outra coisa que não tiver esse caráter essencial (organizatório, estratégico) não será político, logo, não será constituição.

Assim, dizemos que Carl Schimitt, em sua obra "O Conceito Político" (1932) era defensor da teoria “decisionista” dizia que a Constituição é fruto de uma “decisão política fundamental” que, grosso modo, significa a decisão base, concreta, que organiza o Estado e estabelece seus fins essenciais. Assim, só é constitucional aquilo que organiza o Estado e limita o Poder, o resto são meras "leis constitucionais".

Assim, Schimitt pregava que a Constituição formal, escrita, não era o importante, pois, deve-se atentar ao conteúdo da norma e não à sua forma (conceito material de constituição).

Atualmente este conceito de Carl Schimitt não foi totalmente abandonado, embasando a divisão doutrinária entre normas “materialmente constitucionais” (Ou seja, que possuem conteúdo próprio a uma Constituição) das normas apenas “formalmente constitucionais” (Ou seja, que possuem forma de Constituição, porém possuem um conteúdo que não é o conteúdo fundamental que uma Constituição deveria prever).

Ficou bem fácil, não é mesmo? Lembrando: Falou em sentido políTico � lembrou de Carl SchimiTT

Sentido Jurídico:

Quando você pensa em jurídico, você pensa em que?

posto que falou "lei" ou "norma", estou certo? E, é por aí mesmo... Algo que está no mundo jurídico é algo que está na lei, está 2 idem.

CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL NAS 5 FONTES PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

4

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

normatizado. Assim, enxergar a Constituição em sentido jurídico é vê-la como uma norma, uma lei. Diga-se de passagem a lei máxima de um ordenamento jurídico.

Este é o conceito cujo maior defensor foi Hans Kelsen, que foi uma grande Influência na Constituição da Áustria de 1920. Kelsen era defensor do positivismo (o que importa é a norma escrita). Segundo seus ensinamentos, a Constituição é "norma pura", "puro dever ser". Isso significa que a Constituição (norma jurídica) tem origem nela própria, ela é criada baseando-se no que "deve ser" e não no mundo do "ser". Assim, o surgimento da Constituição não se apóia em qualquer pensamento filosófico, político ou sociológico. Tem-se um norma maior, uma norma pura, fundamental.

Kelsen era contemporâneo e grande rival de Schimitt. Para Hans Kelsen, o que importa para ser Constituição é ter a forma de uma Constituição (conceito formal de constituição). Um texto que se coloque acima das demais normas, que só possa modificar-se por um processo rígido, complexo, e que deverá ser observado por todas as demais dentro de um ordenamento jurídico.

O sentido jurídico proposto por Kelsen traz com ele 2 desdobramentos:

1. Sentido lógico-jurídico: É a Constituição hipotética que foi imaginada antes de escrever seu texto.

2. Sentido jurídico-positivo: É a norma suprema em si, positiva, que efetivamente se formou e que servirá de base para as demais do ordenamento.

Assim, diz-se que a norma em sentido lógico-jurídico é o fundamento de validade que legitima a feitura da norma jurídico-positiva.

Outro defensor do sentido jurídico da Constituição foi o jurista alemão Konrad Hesse, discípulo de Kelsen. Hesse foi o conhecido pela obra " A Força Normativa da Constituição" (1959), onde resgatou o pensamento de Ferdinand Lassale, e o flexibilizou - disse que o pensamento de Lassale até fazia sentido, porém, havia pecado em ignorar a força que a Constituição possuía de modificar a sociedade. Desta forma, a norma constitucional e a sociedade seriam reciprocamente influenciadas. Assim, Hesse versava justamente sobre este caráter impositivo que a Constituição teria de modificar a realidade social, já que ela seria um documento com força normativa, uma lei que não podia (pelo menos, não deveria) ser ignorada.

Demais juristas e observações:

J. J. Gomes Canotilho - Sentido dirigente da Constituição: Canotilho dizia que a Constituição deve ser um plano que irá direcionar a atuação do Estado, notadamente através das normas

CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL NAS 5 FONTES PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

5

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

programáticas inseridas no seu texto. A CF/88 brasileira é exemplo de uma Constituição dirigentes, principalmente devido as diversas normas programáticas dos direitos sociais. Assim, a CF/88, além de limitar o poder do Estado, traz normas que direcionam a sua atividade.

Peter Häberle - A sociedade aberta dos interpretes da Constituição: Häberle dizia que as Constituições eram muito fechadas, pois eram interpretadas apenas pelos “intérpretes oficiais” – Os Juízes. Defendia, então, que todos os agentes que participam da realidade da Constituição deveriam participar também da interpretação constitucional.

Quadro Esquemático:

Autor Ferdinand Lassale Carl Schimitt Hans Kelsen

Sentido ou concepção de Constituição

Sentido Sociológico

Dica: LaSSaLe - SocioLógico

Sentido político

Dica: SchimiTT - PolíTico

Sentido Jurídico

O que dizia: Obra: A Essência da Constituição - O que é uma Constituição? - 1864.

Constituição é um fato social.

Não adianta tentar colocar uma norma escrita, pois a constituição escrita = mera folha de papel a Constituição é formada pelas "Forças Dominantes da Sociedade" = soma dos fatores reais de poder.

Asism para Lassale tinhamos 2 constituições = a constituição real e a folha de papel.

Obra: O conceito político - 1932

A constituição é uma decisão política fundamental - "decisionimo".

Por decisão política fundamental entende-se a decisão base, concreta que organiza o Estado. Assim, só é constitucional aquilo que organiza o Estado e limita o Poder, o resto são meras "leis constitucionais".

Influência na Constituição da Áustria - 1920

Contemporâneo e grande rival de Schimitt - defendia o "positivismo".

conceito formal de constituição - tudo que está na constituição é capaz de se impor sobre o resto do ordenamento jurídico.

A constituição tem 2 sentidos:

Lógico-jurídico: norma hipotética (imaterial, pensada - como deveria ser) que serve base para o sentido Jurídico-Positivo: Constituição efetiva, escrita, capaz de se impor sobre o resto do ordenamento.

CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL NAS 5 FONTES PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

6

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

Vamos fixar agora com algumas questões:

• Questões da FCC:

1. (FCC/PGE-MA/2003) A Constituição "como decisão política do titular do poder constituinte" é conceito atribuído a

a) Sieyès.

b) Kelsen.

c) Montesquieu.

d) Carl Schmitt.

e) Ferdinand Lassalle.

Comentários:

Trata-se do conceito político de Constituição, defendido por "Carl Schimitt".

Letra D.

2. (FCC/Subprocurador - TCE-SE/2002) A conceituação de Constituição como "a soma dos fatores reais do poder que regem nesse País", atribuída a Lassalle, indica, segundo a doutrina, uma concepção de Constituição no sentido

a) sociológico.

b) jurídico.

c) político.

d) axiológico ou normativo.

e) instrumental ou estrutural.

Comentários:

Lassale era o defensor do Conceito Sociológico.

Letra A.

3. (FCC/Defensor Público-SP/2006) O termo "Constituição" comporta uma série de significados e sentidos. Assinale a alternativa que associa corretamente frase, autor e sentido.

a) Todos os países possuem, possuíram sempre, em todos os momentos da sua história uma constituição real e efetiva. Carl Schmitt. Sentido político.

CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL NAS 5 FONTES PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

7

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

b) Constituição significa, essencialmente, decisão política fundamental, ou seja, concreta decisão de conjunto sobre o modo e a forma de existência política. Ferdinand Lassale. Sentido político.

c) Constituição é a norma fundamental hipotética e lei nacional no seu mais alto grau na forma de documento solene e que somente pode ser alterada observando-se certas prescrições especiais. Jean Jacques Rousseau. Sentido lógico-jurídico.

d) A verdadeira Constituição de um país somente tem por base os fatores reais do poder que naquele país vigem e as constituições escritas não têm valor nem são duráveis a não ser que exprimam fielmente os fatores do poder que imperam na realidade. Ferdinand Lassale. Sentido sociológico.

e) Todas as constituições pretendem, implícita ou explicitamente, conformar globalmente o político. Há uma intenção atuante e conformadora do direito constitucional que vincula o legislador. Jorge Miranda. Sentido dirigente.

Comentários:

Essa questão é muito legal... Traz um resumão de todo o tema.

Letra A - Errada. A doutrina que defendia isso era o sentido sociológico de Lassale, já que para ele, não importava qualquer documento escrito para que um país possuísse Constituição. A Constituição real e efetiva seria marcada pelo somatório dos fatores reais de poder, ou seja, as forças dominantes, as quais sempre existem e existiram em qualquer sociedade.

Letra B - Errada. Essa é a concepção política de Schimitt não de Lassale, que era a sociológica.

Letra C - Errada. Está correto dizer "sentido lógico-jurídico", mas quem disse isso foi Hans Kelsen. Rousseau era quem previa que o Estado derivaria de um "contrato social", nada tem haver com sentido jurídico de Constituição.

Letra D - Correto. É o que Lassale dizia. Se a Constituição não exprimisse o pensamento das forças dominantes, ela seria uma mera “Folha de Papel”.

Letra E - Errada. Jorge Miranda é um professor português cujas obras de direito constitucional são de grande relevância. Porém o sentido dirigente é defendido por Canotilho, segundo este autor a Constituição deve ser um plano que irá direcionar a atuação do Estado, notadamente através das normas programáticas inseridas no seu texto.

Gabarito: D.

CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL NAS 5 FONTES PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

8

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

• Questões do CESPE:

4. (CESPE/Técnico Científico - Direito - Banco da Amazônia/2012) Consoante a concepção sociológica, a constituição de um país consiste na soma dos fatores reais do poder que o regem, sendo, portanto, real e efetiva.

Comentários:

Em sentido sociológico, a Constituição é um fato social, demonstrado pela simples observação de como as forças dominantes da sociedade organizam o poder. Essa Constituição sociológica, que seria a própria relação de poder, é a verdadeira Constituição, real e efetiva, a par de qualquer documento escrito.

Gabarito: Correto.

5. (CESPE/Técnico Científico - Direito - Banco da Amazônia/2012) Segundo Ferdinand Lassale, a Constituição de um país somente pode ser considerada legítima se de fato representar o efetivo poder social, ou seja, se refletir as forças sociais que constituem o poder.

Comentários:

Isso mesmo, pouco importa a Constitução escrita para Lassale, o que importa é a Constituição real que é a soma dos fatores de poder que dominam a sociedade. Para a Constituição escrita valer de alguma coisa, ela tem que refletir o poder social.

Gabarito: Correto.

6. (CESPE/AJEP-TJES/2011) A concepção sociológica, elaborada por Ferdinand Lassale, considera a Constituição como sendo a somatória dos fatores reais de poder, isto é, o conjunto de forças de índole política, econômica e religiosa que condicionam o ordenamento jurídico de determinada sociedade.

Comentários:

Em sentido sociológico, a Constituição é um fato social, demonstrado pela simples observação de como as forças dominantes da sociedade organizam o poder.

Gabarito: Correto.

7. (CESPE/Analista-STF/2008) Considere a seguinte definição, elaborada por Kelsen e reproduzida, com adaptações, de José Afonso

CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL NAS 5 FONTES PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

9

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

da Silva ( Curso de Direito Constitucional Positivo. São Paulo: Atlas, p. 41... ). A constituição é considerada norma pura. A palavra constituição tem dois sentidos: lógico-jurídico e jurídico-positivo. De acordo com o primeiro, constituição significa norma fundamental hipotética, cuja função é servir de fundamento lógico transcendental da validade da constituição jurídico-positiva, que equivale à norma positiva suprema, conjunto de normas que regula a criação de outras normas, lei nacional no seu mais alto grau. É correto afirmar que essa definição denota um conceito de constituição no seu sentido jurídico.

Comentários:

O sentido jurídico proposto por Kelsen traz com ele 2 desdobramentos: 1. Sentido lógico-jurídico: É a Constituição hipotética que foi imaginada antes de escrever seu texto;

2. Sentido jurídico-positivo: É a norma suprema em si, positiva, que efetivamente se formou e que servirá de base para as demais do ordenamento.

Assim, diz-se que a norma em sentido lógico-jurídico é o fundamento de validade que legitima a feitura da norma jurídico-positiva.

Gabarito: Correto.

8. (CESPE/Juiz Substituto - TRF 5ª/2009) Segundo Kelsen, a CF não passa de uma folha de papel, pois a CF real seria o somatório dos fatores reais do poder. Dessa forma, alterando-se essas forças, a CF não teria mais legitimidade.

Comentários:

Quem dizia isso era Ferdinand Lassale e não Hans Kelsen.

Gabarito: Errado.

9. (CESPE/Agente Administrativo - MMA/2009) No sentido sociológico defendido por Ferdinand Lassale, a Constituição é fruto de uma decisão política.

Comentários:

Realmente Lassale defendia o sentido sociológico. Mas dizer que a Constituição é fruto de uma decisão política é expressar o pensamento de Carl Schmitt (conceito político) e não de Lassale.

Gabarito: Errado.

10. (CESPE/Juiz Federal Substituto - TRF 1ª/2009) No sentido sociológico, a constituição seria distinta da lei constitucional, pois

CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL NAS 5 FONTES PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

10

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

refletiria a decisão política fundamental do titular do poder constituinte, quanto à estrutura e aos órgãos do Estado, aos direitos individuais e à atuação democrática, enquanto leis constitucionais seriam todos os demais preceitos inseridos no documento, destituídos de decisão política fundamental.

Comentários:

Este seria o sentido político defendido por Carl Schimitt, onde teríamos de forma bem distinta: a Constituição, que seria formada pelas normas que organizam o Estado e limitam o poder estatal, e as demais normas que formariam meras "leis constitucionais" já que não veiculariam conteúdos essenciais a uma Constituição.

Gabarito: Errado.

11. (CESPE/Agente Administrativo - MMA/2009) No sentido jurídico, a Constituição não tem qualquer fundamentação sociológica, política ou filosófica.

Comentários:

O defensor do sentido jurídico era Hans Kelsen, para ele a norma se origina na própria norma, a Constituição é norma pura, o chamado puro "dever ser", ou seja, o mundo hipotético fruto do pensamento racional do ser humano, aquilo que o homem deseja para a organização do poder. O que importa no sentido jurídico é a formalidade, a rigidez da constituição, sua característica de ser superior às demais normas e servir de ponto de partida para todas as outras, ser a norma fundamental do ordenamento, independente do assunto tratado. Desta forma, não há qualquer fundamentação sociológica, política ou filosófica já que a Constituição é normativa e não um mero convite aos poderes públicos.

Gabarito: Correto.

12. (CESPE/Analista - DPU/2010) O termo constituição possui diversas acepções. Dessa forma, ao se afirmar que a constituição é norma pura, sendo fruto da vontade racional do homem e não das leis naturais, considera-se um conceito próprio do sentido

a) culturalista.

b) sociológico.

c) político.

d) filosófico.

e) jurídico.

Comentários:

CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL NAS 5 FONTES PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

11

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

O enunciado mostra o pensamento de Hans Kelsen, que defendia o conceito jurídico de Constituição, sendo esta uma norma pura, que tem origem nela mesma, sem se prender a qualquer fundamentação sociológica, política ou filosófica.

Letra E.

13. (CESPE/Juiz Substituto - TRF 5ª/2009) De acordo com o princípio da força normativa da constituição, defendida por Konrad Hesse, as normas jurídicas e a realidade devem ser consideradas em seu condicionamento recíproco. A norma constitucional não tem existência autônoma em face da realidade. Para ser aplicável, a CF deve ser conexa à realidade jurídica, social e política, não sendo apenas determinada pela realidade social, mas determinante em relação a ela.

Comentários:

Exato. Hesse resgatou o pensamento de Ferdinand Lassale, e o flexibilizou, dizia que Lassale havia pecado em ignorar a força que a Constituição possuía de modificar a sociedade. Desta forma, a norma constitucional e a sociedade seriam reciprocamente influenciadas.

Gabarito: Correto.

14. (CESPE/Promotor-MPE-RO/2010) Para a teoria da força normativa da constituição - desenvolvida, principalmente, pelo jurista alemão Konrad Hesse -, a constituição tem força ativa para alterar a realidade, sendo relevante a reflexão dos valores essenciais da comunidade política submetida.

Comentários:

É isso aí. Hesse versava justamente sobre este caráter impositivo que a Constituição teria de modificar a realidade social, já que ela seria um documento com força normativa, uma lei que não podia (pelo menos, não deveria) ser ignorada.

Gabarito: Correto.

15. (CESPE/ANAC/2009) Concebido por Ferdinand Lassale, o princípio da força normativa da CF é aquele segundo o qual os aplicadores e intérpretes da Carta, na solução das questões jurídicoconstitucionais, devem procurar a máxima eficácia do texto constitucional.

Comentários:

Ferdinand Lassale não tinha nada haver com força normativa da Constituição, pelo contrário, ao pregar o sentido sociológico da

CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL NAS 5 FONTES PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

12

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

Constituição, onde a constituição real era aquela formada pelos fatores reais de poder da sociedade, dizia que a constituição poderia ser completamente ignorada pela sociedade. A força normativa da Constituição foi concebida por Konrad Hesse, jurista da doutrina positivista, que defendia o sentido jurídico da Constituição aplicando os ensinamentos de Hans Kelsen.

Gabarito: Errado.

16. (CESPE/Promotor-MPE-RO/2010) Para o jurista alemão Peter Härbele, a constituição de um país consiste na soma dos fatores reais de poder que regulamentam a vida nessa sociedade.

Comentários:

Quem dizia isso era Lassale. Härbele estava preocupado com o fato da interpretação constitucional ser realizada por todos os agentes da sociedade.

Gabarito: Errado.

17. (CESPE/Promotor-MPE-RO/2010) O legado de Carl Schmitt, considerado expoente da acepção jurídica da constituição, consistiu na afirmação de que há, nesse conceito, um plano lógico-jurídico, em que estaria situada a norma hipotética fundamental, e um plano jurídicopositivo, ou seja, a norma positivada.

Comentários:

O sentido jurídico dizia exatamente isso. Porém o seu defensor era Hans Kelsen e não Carl Schmitt. Este era defensor do sentido político.

Gabarito: Errado.

18. (CESPE/Procurador Municipal de Natal/2008) A sociedade aberta dos intérpretes da Constituição, defendida por Peter Häberle, propõe que a interpretação constitucional seja tarefa desenvolvida por todos aqueles que vivem a norma, devendo ser inseridos no processo de interpretação constitucional todos os órgãos estatais, os cidadãos e os grupos sociais.

Comentários:

Exato. Era isso que pregava Härbele.

Gabarito: Correto.

• Questões da ESAF:

CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL NAS 5 FONTES PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

13

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

19. (ESAF/PGFN/2007) Carl Schmitt, principal protagonista da corrente doutrinária conhecida como decisionista, advertia que não há Estado sem Constituição, isso porque toda sociedade politicamente organizada contém uma estrutura mínima, por rudimentar que seja; por isso, o legado da Modernidade não é a Constituição real e efetiva, mas as Constituições escritas.

Comentários:

Realmente, Carl Schmitt era defensor da corrente decisionista, porém, a Constituição escrita não é importante para ele, pois, estava preocupado apenas com o conteúdo das normas - conceito material de constituição.

Gabarito: Errado.

20. (ESAF/PGFN/2007) Para Ferdinand Lassalle, a constituição é dimensionada como decisão global e fundamental proveniente da unidade política, a qual, por isso mesmo, pode constantemente interferir no texto formal, pelo que se torna inconcebível, nesta perspectiva materializante, a idéia de rigidez de todas as regras.

Comentários:

Decisão fundamental é a corrente decisionista de Schimitt, não de Lassale. Lassale defendia a constituição como “FATO SOCIAL”, seria um evento determinado pelas forças dominantes da sociedade.

Gabarito: Errado.

21. (ESAF/Auditor Fiscal do Trabalho/2003) Para Hans Kelsen, a norma fundamental, fato imaterial instaurador do processo de criação das normas positivas, seria a constituição em seu sentido lógico-jurídico.

Comentários:

A norma em sentido lógico-jurídico é o fundamento de validade que legitima a feitura da norma jurídico-positiva.

Gabarito: Correto.

22. (ESAF/AFC-STN/2005) Na concepção de constituição em seu sentido político, formulada por Carl Schmmitt, há uma identidade entre o conceito de constituição e o conceito de leis constitucionais, uma vez que é nas leis constitucionais que se materializa a decisão política fundamental do Estado.

Comentários:

Para Carl Schimitt o importante era matéria tratada e não a formalidade. Assim, não podemos dizer que a Constituição equivaleria

CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL NAS 5 FONTES PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

14

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

às leis constitucionais, estas seriam apenas aquelas normas presentes no corpo constitucional mas que não tratariam das matérias essencialmente constitucionais.

Gabarito: Errado.

23. (ESAF/AFTE-RN/2005) A constituição em sentido político pode ser entendida como a fundamentação lógico-política de validade das normas constitucionais positivas.

Comentários:

O sentido político da Constituição era o sentido defendido por Carl Schimitt, onde a Constituição seria o fruto de uma “decisão política fundamental”, pouco importava a forma, o que importava na verdade era a matéria tratada que deveria englobar a “organização do Estado” + “Direitos Fundamentais”. A fundamentação de validade das normas constitucionais positivas refere-se a concepção lógico-jurídica de Kelsen.

Gabarito: Errado.

24. (ESAF/Auditor Fiscal do Trabalho/2003) A concepção de constituição, defendida por Konrad Hesse, não tem pontos em comum com a concepção de constituição defendida por Ferdinand Lassale, uma vez que, para Konrad Hesse, os fatores históricos, políticos e sociais presentes na sociedade não concorrem para a força normativa da constituição.

Comentários:

Konrad Hesse, na verdade, flexibilizava Lassale, não o negava. Havia pontos em comum entre as duas teorias.

Gabarito: Errado.

• Questões de outras bancas:

25. (TRT 23ª/Juiz Substituto - TRT 23ª/2010) No sentido sociológico, a Constituição, segundo a conceituação de Ferdinand Lassale é a somatória dos fatores reais do poder dentro de uma sociedade, e no sentido político, segundo Carl Schimitt, é a decisão política fundamental, fazendo distinção entre Constituição e leis constitucionais;

Comentários:

Perfeita a assertiva. Trouxe com exatidão o pensamento de Lassale e Schimitt.

CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL NAS 5 FONTES PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

15

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

Gabarito: Correto.

26. (TRT 23ª/Juiz Substituto - TRT 23ª/2010) Para Hans Kelsen a concepção de Constituição tem dois sentidos: lógico - jurídico, que equivale à norma positiva suprema, ou seja, conjunto de normas que regula a criação de outras normas, lei nacional no seu mais alto grau, e jurídico - positivo, que significa norma fundamental hipotética;

Comentários:

A questão quase trouxe o pensamento de Kelsen. Porém, ela inverteu o que seria a norma em sentido lógico-jurídico (norma hipotética) com o sentido jurídico-positivo (norma suprema positiva). Por isso ficou incorreta.

Gabarito: Errado.

27. (VUNESP/Procurador - Louveira - SP/2007) A concepção de Constituição como "somatória dos fatores reais do poder dentro de uma sociedade", advém de um conceito de índole

a) política, empregada originalmente por Michel Temer.

b) sociológica, empregada originalmente por Ferdinand Lassale.

c) jurídica, empregada originalmente por Hans Kelsen.

d) antropológica, empregada originalmente por José Afonso da Silva.

e) material, empregada originalmente por J.J. Gomes Canotilho.

Comentários:

O enunciado trata da sociedade como formadora da Constituição real. É o pensamento de Ferdinand Lassale - Sentido Sociológico.

Letra B.

28. (VUNESP/OAB-RN/2003 - Adaptada) Em sentido político, a constituição abriga normas que, segundo Ferdinand Lassalle, têm origem nos chamados fatores reais de poder predominantes em determinada época e lugar.

Comentários:

Esse conceito é o sociológico e não o político.

Gabarito: Errado.

29. (VUNESP/OAB-RN/2003 - Adaptada) Em sentido sociológico, a constituição é o fruto de uma decisão política

CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL NAS 5 FONTES PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

16

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

fundamental acerca do modo e da forma da unidade política onde surgiu.

Comentários:

Esse é o conceito político e não o sociológico.

Gabarito: Errado.

30. (TRT 24ª/Juiz Substituto - TRT 24ª/2007) Considere as referências abaixo acerca dos conceitos de Constituição:

I. Constituição no sentido lógico-jurídico.

II. Constituição no sentido jurídico-positivo.

III. Constituição como decisão política fundamental.

Faça a correlação com as referências a seguir:

( A ) Significa a norma fundamental hipotética.

( B ) A Constituição é dimensionada como decisão global e fundamental advinda da unidade política, e identificável pelo núcleo de matérias que lhe são próprias e inerentes.

( C ) Equivale à norma positiva suprema. Dentre as alternativas abaixo, marque aquela que expressa a relação correta entre as referências acima:

a)(I-C);(II-A);(III-B).

b)(I-A);(II-B);(III-C).

c)(I-A);(II-C);(III-B).

d)(I-B);(II-C);(III-A).

e)(I-B); (II-A);(III-C).

Comentários:

O sentido jurídico de Kelsen se desdobra no sentido Lógico-jurídico e no Jurídico-Positivo. O Lógico-jurídico é a norma hipotética (imaterial, pensada - como deveria ser) que serve base para o sentido Jurídico-Positivo, que é Constituição efetiva, escrita, capaz de se impor sobre o resto do ordenamento.

Assim temos I-A e II-C

A letra B expressa o sentido político da Constituição. Assim, III-B

Gabarito: Letra C.

31. (IPAD/Delegado PC-PE/2006) Os chamados "fatores reais de poder" caracterizam o sentido político do termo Constituição, na teoria de Carl Schmitt.

CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL NAS 5 FONTES PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

17

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

Comentários:

Os fatores reais de poder caracterizam o sentido sociológico de Lassale.

Gabarito: Errado.

32. (IPAD/Delegado PC-PE/2006) para Hans Kelsen, apesar de um caracterizar-se por um dever-ser, a Constituição exige uma fundamentação sociológica, política ou filosófica.

Comentários:

Para Hans Kelsen a Constituição não possuía qualquer fundamentação sociológica, política ou filosófica.

Gabarito: Errado.

33. (OAB-DF/OAB-DF /2004) A concepção sociológica de Constituição indica que a Carta Magna:

a) é a decisão política fundamental do Estado, contendo normas fundamentais, tais como estrutura do Estado, organização do Poderes e direitos fundamentais;

b) é a norma hipotética fundamental, ou seja, o vértice do ordenamento jurídico;

c) é a soma dos fatores reais de poder, de nada valendo o texto escrito quando contrário a tais fatores;

d) é o resultado de um processo de interpretação conduzido à luz da publicidade, ou seja, pelos intérpretes da sociedade aberta e pluralista.

Comentários:

A letra A traz o sentido político.

A letra B traz o conceito lógico-jurídico, de Kelsen.

A Letra C é o conceito sociológico.

A Letra D traz o pensamento de Peter Härbele.

Gabarito: Letra C.

34. (OAB-DF/OAB-DF/2006 - Adaptada) A concepção sociológica de constituição, de Ferdinand Lassale, e a concepção de constituição de Konrad Hesse têm em comum o reconhecimento de que as condições sócio-políticas e econômicas têm influência na força normativa da Constituição;

Comentários:

CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL NAS 5 FONTES PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

18

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

Perfeita correlação dos pensamentos. Hesse reconhecia tal fato que já era pregado por Lassale, mas inovou ao dizer que a Constituição também teria o seu papel em moldar a sociedade, sendo uma influência recíproca.

Gabarito: Correto.

Poder Constituinte:

GRAVEM MUITO BEM UM COISA: Em direito, quase todos os termos tem um origem lógica, quanto mais vocês ficarem atentos a isso, mais fácil a vida de vocês será facilitada.

Poder Constituinte é o poder de "constituir", ou seja, de fazer ou modificar aquilo que está escrito como "Constituição".

Espécies:

O tal do “poder de constituir” (poder constituinte) se divide basicamente em 2: originário e derivado.

Veja, originário vem de “origem” (simples não?!). Assim, o poder originário é o que expressa a vontade inicial do Povo, dá origem a toda a ordenação estatal, constituindo o Estado e, dessa forma, fazendo surgir a Constituição. Ele pode também ser chamado de poder constituinte de primeiro grau.

O poder derivado é o que “deriva” do inicial, ele é criado pelo poder constituinte originário, que lhe dá o poder de modificar as coisas que foram anteriormente estabelecidas ou estabelecendo coisas que não foram inicialmente previstas, é o chamado poder constituinte de segundo grau.

De uma forma mais analítica, podemos elencar 5 poderes constituintes (sempre um único originário e o resto derivando dele):

1- Originário (PCO) - É o poder inicial do ordenamento jurídico, um poder político (organizador). Todos os outros são poderes jurídicos, pois foram instituídos pelo originário, ou seja, já estão na ordem jurídica, enquanto o originário é "pré-jurídico".

2- Derivado Reformador - É o poder de fazer emendas constitucionais. Trata-se da reforma da Constituição, ou seja, a alteração formal de seu texto. (CF, art. 60).

3- Derivado Revisor - É o poder que havia sido instituído para se manifestar 5 anos após a promulgação da Constituição e depois se extinguir. Seu objetivo era restabelecer uma possível instabilidade política causada pela nova Constituição (instabilidade esta que não ocorreu). O poder , então, manifestou-se em 1994, quando foram elaboradas as 6 emendas de revisão, e após isso acabou, não podendo ser novamente criado, segundo a doutrina.

CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL NAS 5 FONTES PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

19

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

O procedimento de revisão constitucional era um procedimento bem mais simples que a reforma (vide CF, art. 3º ADCT).

4- Derivado Decorrente - É o poder que os Estados possuem para elaborarem as suas Constituições Estaduais. É a faceta da autonomia estatal chamada de "auto-organização".

OBS. A criação pelos Municípios de suas "leis orgânicas municipais" não é considerada como fruto deste poder constituinte decorrente, já que a lei orgânica não possui

aspecto formal de constituição e sim de uma lei ordinária, embora materialmente seja equiparada a uma Constituição. No entanto, alguns doutrinadores costumam dizer que se trata de um "poder constituinte de terceiro grau".

5- Difuso - Ganha espaço na doutrina recente. É o poder de se promover a mutação constitucional. Mutação constitucional é a alteração do significado das normas constitucionais sem que seja alterado o texto formal. Ela se faz através das novas interpretações emanadas principalmente pelo Poder Judiciário. Assim, diz-se que a mutação provoca a alteração informal da Constituição. Informal porque não altera a “forma”, ou seja, a estrutura do texto, mas somente a sua interpretação.

Poder Constituinte Originário X Derivado:

O poder constituinte originário (PCO) é um poder inovador, defendido pioneiramente pelo Abade Sieyès, em sua obra “O que é o terceiro Estado?” publicada pouco antes da Revolução Francesa. Assim, segundo o abade, decorreria da soberania que a nação possui para organizar o Estado. Decorrente do pensamento de Sieyés, temos que o povo é o titular da soberania (poder supremo que é exercido pelo Estado nos limites de um determinado território, sem que se reconheça nenhum outro de igual ou maior força) e por consequência disso, também será o titular do poder constituinte originário, que é a expressão desta soberania.

Como já vimos, o PCO não é um poder jurídico, mas sim um poder político, ele é inicial, tem seu fundamento de validade anterior à ordem jurídica. Assim, ele é o poder que organiza o Estado. Quando se faz uso do poder constituinte originário está se organizando o Estado e assim criando a ordem jurídica. Dentro desta ordem jurídica estará também instituindo-se os demais poderes constituintes (revisor, reformador e decorrente). Estes poderes, então, serão chamados de poderes jurídicos, já que foram instituídos pelo PCO e retiram o seu fundamento diretamente da ordem jurídica instituída. Tais poderes não são mais poderes iniciais, mas sim derivados.

Os poderes constituintes derivados estão presentes no corpo da Constituição. Eles possuem sua manifestação condicionada pelo PCO

CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL NAS 5 FONTES PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

20

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

nos limites do texto constitucional. Na CF brasileira, os encontramos nos seguintes dispositivos:

Reformador - CF, art. 60;

Revisor - CF, ADCT, art. 3º;

Decorrente - CF, art. 25 e CF, ADCT, art. 11.

Difuso – Embora não esteja expresso na CF, decorre implicitamente dela, reconhecido pela doutrina e jurisprudência, através do poder que os órgãos políticos possuem de direcionar o Estado, interpretando a Constituição.

Modos de manifestação do Poder Constituinte Originário:

O Poder Constituinte Originário, segundo alguns doutrinadores, pode ser considerado histórico (quando sua manifestação ocorre para dar origem a um novo Estado) ou revolucionário (quando sua manifestação tem como objetivo instituir uma nova ordem política e jurídica em um Estado já existente).

Embora entenda-se que o poder constituinte tem o povo como seu titular, e é na vontade desse povo que se deve instituir a nova ordem, muitas vezes esse poder é usurpado pelo governante. Na história, então, vemos que este poder tem sido manifestado das seguintes formas:

• Convenção ou Assembléia Nacional Constituinte - Reunião de legitimados pelo povo para que se elabore um texto constitucional.

• Revolução - Depõe-se através de uma revolução o poder até então vigente, para que se institua uma nova ordem constitucional.

• Outorga - O governante, unilateralmente impõe uma nova Constituição (ou Carta Constitucional) de observância obrigatória para o povo, sem que este se manifeste.

• Método Bonapartista ou Cesarista - O governante impõe a Constituição ao povo, porém, este ratifica o texto constitucional através de um referendo. Desta forma, não obstante ser um Constituição outorgada, temos a participação popular para que entre em vigor.

Titular do Poder X Exercente do Poder:

É comum que as pessoas confundam o exercício com a titularidade, achando que por ser a Assembléia Nacional Constituinte a reunião de legitimados, ela tomaria para si a titularidade.

CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL NAS 5 FONTES PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

21

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

O titular do poder é o povo, pois ele é o titular do Poder Político, poder para organizar o Estado. A Assembléia Nacional Constituinte é apenas o exercente deste poder do povo, que é permanente, não se esgotando com a feitura da Constituição. Já que se o povo perceber que aquela ordem constitucional não é mais válida para seus anseios, poderá dissolvê-la e instituir uma nova.

Poder Constituinte Supranacional:

Entendimentos recentes defendem a possibilidade da existência do poder constituinte supranacional, aquele que transcenderia às fronteiras de um Estado. Ele ocorreria na medida em que se criaria uma Constituição única para ordenar politicamente e juridicamente diversos Estados, como se tentou, sem sucesso, na União Européia.

Características do PCO e suas definições:

1- Poder político - Pois é ele que organiza o Estado e institui todos os outros poderes;

2- Inicial – É ele que dá início a todo o novo ordenamento jurídico;

3- Ilimitado, irrestrito, ou soberano - Não reconhece nenhuma limitação material ao seu exercício (é o que diz a corrente positivista adotada pelo Brasil). Uma parte da doutrina que resgata o pensamento "jusnaturalista" diz que o PCO deve ser limitado pelos direitos humanos supranacionais. Porém, para fins de concurso esta afirmação não é válida, a não ser que se mencione expressamente a doutrina jusnaturalista, já que o Brasil adota majoritariamente a corrente positivista.

Apesar dessa inexistência de limitações defendida pela corrente positivista, existe historicamente nas Constituições (de países democráticos) um respeito dos princípios básicos

como o da dignidade da pessoa humana e da justiça. A diferença é que para os jusnaturalistas esse respeito seria uma obrigação instransponível, enquanto para os positivistas seria apenas um bom senso, um respeito aos direitos conquistados, e decorrência lógica do regimes que se pretendem instituir.

4- Autônomo - Ele não se submete a nenhum outro poder.

5- Incondicionado – Não existe nenhum procedimento formal pré-estabelecido para que ele se manifeste.

6 - Permanente – Porque não se esgota no momento de seu exercício.

CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL NAS 5 FONTES PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

22

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

Atenção: Cada característica possui a sua exclusiva definição. Não se pode definir a uma certa característica usando a definição de outra.

Desta forma, é incorreto, por exemplo, falar que "o PCO é ilimitado, pois não se sujeira a nenhum procedimento pré-estabelecido de manifestação". É errado pois definiu "ilimitado" com o conceito de "incondicionado". Isso é muito comum em concursos.

Características dos Poderes Derivados (em especial o reformador) e suas definições

1- Poder Jurídico - Pois foi instituído pelo PCO dentro da ordem jurídica.

2- Derivado – Pois não é o inicial, e sim deriva do PCO.

3- Condicionado - Pois sua manifestação se condiciona ao rito estabelecido pelo art. 60

4- Limitado - Deve respeitar os limites impostos pela Constituição.

Consequências do exercício do Poder Constituinte Originário:

1- Revogação de todo o ordenamento constitucional anterior.

Ao entrar em vigor, inaugurando a nova ordem jurídica, a nova constituição revoga completamente todas as normas da constituição anterior. Desta forma, não é aceito no Brasil a chamada "teoria da desconstitucionalização". A teoria da desconstitucionalização defende que as normas constitucionais anteriores, que não fossem conflitantes, estariam albergadas pela nova Constituição, continuando assim a vigorar, porém, com status rebaixado, como se fossem leis ordinárias. Essa posição, aceitando a "teoria da desconstitucionalização" só deverá ser marcada como correta no concurso caso se fale em "doutrina minoritária".

2- Recepção do ordenamento infraconstitucional compatível materialmente.

Essa é a chamada teoria da recepção. Agora, não estamos falando mais de normas constitucionais e sim daquelas leis com status inferior à Constituição. Nessa teoria, entende-se que todas essas leis que forem compatíveis em seu conteúdo com a nova Constituição serão recebidas por esta e continuarão a viger, independente de sua forma. É uma face do princípio da conservação das normas e da economia legislativa.

CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL NAS 5 FONTES PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

23

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

Ratificamos que para que ocorra a recepção basta analisar seu conteúdo material, pouco importando a forma. Por exemplo, o CTN (lei nº 5.172/66) criado como lei ordinária em 1966 sob a vigência da CF de 1946 vigora até os dias de hoje, mas com status de lei complementar, que é a forma exigida para o tratamento da matéria tributária pela CF de 1967 e 1988. Ainda falando sobre CTN, vemos neste caso uma recepção parcial, já que parte de seu conteúdo contraria o disposto na CF/88 e assim está revogada, vigorando apenas uma parte que não é conflitante com a Constituição. Assim, a recepção parcial é perfeitamente válida.

Outro fator que deve ser levado em consideração ao falar em recepção é o fato que só podem ser recepcionadas normas que estejam em vigor no momento do advento da nova constituição, assim, normas anteriores já revogadas, anuladas, ou ainda em vacatio legis (período normalmente de 45 dias entre a publicação da lei e a sua efetiva entrada em vigor) não poderão ser recepcionadas.

As normas que não forem recepcionadas serão consideradas revogadas. Não há o que se falar em inconstitucionalidade delas, pois para que uma norma seja considerada inconstitucional, ela já deve nascer com algum problema, algum vício. Assim, não existe no Brasil a tese da "inconstitucionalidade superveniente", ou seja, uma lei para ser inconstitucional ela deve nascer inconstitucional, se ela não nasceu com o vício (inconstitucionalidade congênita) ela nunca irá durante sua existência se tornar inconstitucional, podendo ser, no máximo, revogada.

3- Produção de efeitos com retroatividade mínima.

Quando uma lei é publicada, em regra, esta lei é irretroativa, ou seja, será aplicada somente para os fatos que ocorrerem em data posterior à entrada em vigor.

Nova CF que proíbe a matéria "A"

CF que permite matéria "A"

Lei que trata da matéria "A" Revogação - não se pode falar

em inconstitucionalidade superveniente. Para ser inconstitucional tem que fazer a averiguação da compatibilidade em face da CF do momento que foi criada.

CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL NAS 5 FONTES PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

24

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

Diz-se que as normas constitucionais, ao contrário das leis, são dotadas de retroatividade (podem retroagir), mas trata-se de uma retroatividade mínima, já que só retroagem para alcançar os efeitos futuros dos casos passados. A doutrina divide os efeitos da retroatividade das normas, geralmente em 3 modos:

• Máxima – Quando atinge inclusive os fatos passados já consolidados. Ex. As prestações que já venceram e que já foram pagas.

• Média – Quando atinge os fatos passados, mas apenas se estes estiverem pendentes de consolidação.Ex. As prestações já vencidas mas que não foram pagas.

• Mínima – Quando não atinge os fatos passados, mas apenas os efeitos futuros que esses fatos puderem vir a manifestar. Essa é a teoria adotada no Brasil. Ex. As prestações que ainda irão vencer.

Importante salientar que: esta é a regra que acontece caso a Constituição não diga nada a respeito. Já que, como o PCO é um poder ilimitado, ele poderá inclusive retroagir

completamente, desde que faça isso de forma expressa no texto.

Para explicar e exemplificar essa produção de efeitos:

Existem basicamente 2 coisas: retroatividade e irretroatividade.

Irretroatividade significa que não alcança nada que veio do passado. É irretroativo, não retroage nada, vale somente daqui pra frente, e somente para o que for acontecer daqui pra frente.

Retroatividade significa que, de alguma forma, pegaremos algo que está no passado, ou que veio do passado.

Esse "passado", por sua vez, está dividido em 3 coisas (imagine um contrato de compra de algo, com pagãmente feito em parcelamentos):

1- Temos vários fatos que já se consumaram (a assinatura do contrato e as parcelas que venceram no passado, já foram pagas, e acabou!).

2- Aqueles fatos que ainda não se consumaram (parcelas que venceram no passado, mas ainda não foram pagas, logo ainda não se consumaram).

3- Os efeitos futuros dos fatos passados (as parcelas que ainda nem venceram, vão vencer, mas são decorrentes desse contrato firmado no passado).

Se a nova norma alcançar o caso 1 é será retroatividade máxima, o caso 2 é média e o 3 é mínima.

CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL NAS 5 FONTES PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

25

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

Os 3 casos dizem respeito a algo no passado, nem que tenha sido um contrato firmado, pendente do pagamento de parcelas.

Se � estivéssemos diante de uma irretroatividade, o simples fato de esse contrato ter sido firmado no passado, já o deixaria livre de sofrer qualquer modificação, seja no seu teor ou seja nas parcelas decorrentes dele.

Um exemplo muito utilizado para se demonstrar a produção de efeitos com retroatividade mínima é a “vedação da vinculação ao salário mínimo” – CF, art. 7º, IV.

Com o advento da Constituição em 1988 ficou vedada a vinculação de pensões e benefícios em geral a certo número de salários mínimos. Assim, no momento da vigência da norma constitucional, era necessário modificar a maneira de calculá-las, pois a norma é de aplicação imediata. No entanto, essa nova maneira de calcular o benefício não vai retroagir alcançando aqueles proventos que já foram pagos, nem aqueles proventos que já deviam ter sido pagos mas não foram. Vai valer somente para os próximos proventos.

Veja que não podemos confundir isso com “irretroatividade”, pois estamos falando de um benefício que tem o seu início no passado e será atingido pela nova norma. Se a norma fosse irretroativa, os novos vencimentos continuariam sendo pagos com a vinculação anterior estabelecida em número de salários mínimos e não é isso que ocorre. O fato passado foi alcançado, mas somente em seus “efeitos futuros”.

Reforma Constitucional:

Como vimos, a reforma constitucional, fruto do PCD reformador, está condicionada e limitada no art. 60 da Constituição Federal. Vamos ver quais são as condições e limitações ao seu exercício:

Iniciativa da Emenda Constitucional de Reforma (CF, art. 60)

A Constituição poderá ser emendada mediante proposta:

1. De pelo menos 1/3 dos Deputados ou Senadores;

2. Do Presidente da República;

3. De mais da metade das Assembléias Legislativas das unidades da Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros.

CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL NAS 5 FONTES PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

26

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

Obs. Maioria relativa = maioria simples (mais da metade dos votos dos presentes);

Limitação circunstancial

(CF, art. 60 §1º)

A Constituição não poderá ser emendada na vigência de intervenção federal, de estado de defesa ou de estado de sítio.

Limitação Procedimental

(CF, art. 60 §2º)

A proposta será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, 3/5 do votos dos respectivos membros.

Promulgação

(CF, art. 60 §3º)

A emenda à Constituição será promulgada pelas Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, com o respectivo número de ordem.

Limitação Material Expressa (Cláusulas Pétreas Expressas)

(CF, art. 60 §4º)

Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir:

1. a forma federativa de Estado;

2. o voto direto, secreto, universal e periódico;

3. a separação dos Poderes;

4. os direitos e garantias individuais.

Obs. Entende-se que não se pode sequer reduzir o alcance destas matérias, mas observe que elas não são imutáveis, pois poderá ser mexido no caso de aumentar o poder de alcance delas.

Obs2. Voto obrigatório não é cláusula pétrea, apenas o fato de ser direto, secreto, universal e periódico.

Limitação Material Implícita 1. o povo como titular do

CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL NAS 5 FONTES PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

27

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

(Cláusulas Pétreas Implícitas)

(Reconhecidas pela doutrina e jurisprudência)

poder constituinte;

2. o poder igualitário do voto.

3. o próprio art. 60 (que estabelece os procedimentos de reforma);

Princípio da irrepetibilidade (Limitação Formal)

(CF, art. 60 §5º)

A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por prejudicada não pode ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa.

Obs2. Não confunda sessão legislativa (anual) com legislatura (período de 4 anos).

Limitação Temporal A limitação temporal ocorre quando somente depois de decorrido certo lapso temporal a Constituição poderá ser reformada.

A CF/88 não estabeleceu nenhuma limitação temporal, mas, tal limitação pode ser encontrada em Constituições de outros países.

Demais considerações:

• Veja que a forma republicana não foi protegida pela Constituição de 1988 como uma cláusula pétrea. Expressamente, é apenas um princípio sensível, aquele que se não for respeitado ensejará uma “intervenção federal”. O entendimento sobre isso não é unânime, algumas doutrinas reconhecem a forma republicana como cláusula pétrea implícita, devido à proteção dada ao “voto periódico”, típico dos governos republicanos. Em concursos, se não houver abertura na questão para os pensamentos doutrinários, deve-se indicar que a república não é uma cláusula pétrea.

• Lembre-se que são gravados de forma pétrea apenas os direitos e garantias individuais, mas, estes não se resumem ao art. 5º da CF, estando espalhados ao longo dela.

• Essa vedação à alteração do art. 60 (cláusula pétrea implícita) é o que chamamos de proibição à "dupla revisão", ou seja, é vedado que o legislador primeiramente modifique o art. 60, desprotegendo as matérias gravadas como pétreas, e depois

CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL NAS 5 FONTES PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

28

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

edite outra emenda extinguindo as cláusulas. Alguns entendem que essa vedação de modificação do art. 60 seria absoluta, não podendo o legislador alterar este rito, nem facilitando, nem dificultando o processo.

Revisão Constitucional:

CF, ADCT, art. 3º → A revisão constitucional será realizada após 5 anos, contados da data de promulgação da CF, pelo voto da maioria absoluta dos membros do Congresso Nacional em sessão unicameral.

Essas emendas têm o mesmo poder das emendas de reforma, mas, percebe-se que foi um procedimento mais simples (bastava maioria absoluta em sessão unicameral, enquanto as outras será 3/5, em 2 turnos, nas duas Casas), porém, após o uso deste poder de revisão, ele se extinguiu não podendo mais ser utilizado e nem se pode por EC criar outro similar.

Mutação Constitucional:

É um tema muito relevante na atualidade. Trata-se da alteração do significado das normas constitucionais sem que seja alterado o texto formal. Ela se faz através das novas interpretações emanadas principalmente pelo Poder Judiciário. Assim, diz-se que a mutação provoca a alteração informal da Constituição. É fruto do Poder Constituinte Derivado Difuso.

Diz-se que a alteração é "informal" pois não altera a "forma" como a norma está escrita. O dispositivo constitucional continua lá, igualzinho, o que se muda é apenas a forma de interpretá-lo. Exemplo:

CF, art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade(...).

Veja que o dispositivo acima diz o termo “residente”, assim, em uma leitura "seca", poderíamos concluir que somente aquele estrangeiro que decidisse fixar o seu domicílio no Brasil é que teria acesso às inviolabilidades ali previstas. Certo? Porém, o STF decidiu12 que deve ser entendido como "todo estrangeiro que estiver em território brasileiro e sob as leis brasileiras, mesmo que em trânsito". Assim o estrangeiro em trânsito também estará amparado pelos direitos individuais.

CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL NAS 5 FONTES PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

29

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

Isso foi uma mutação constitucional. A forma como está escrito o dispositivo continuou a mesma. Porém, informalmente, deu-se uma interpretação expansiva, aumentando o leque de proteção daqueles direitos.

Princípios a serem observados pelo Poder Constituinte Derivado Decorrente:

O Poder Constituinte Derivado Decorrente fornece o principal passo da auto-organização estadual. Este poder como sabemos não é ilimitado, precisa observar certos princípios (que serão visto em pormenores posteriormente). São eles:

� Os princípios sensíveis - são aqueles presentes no art. 34, VII da Constituição Federal, que se não respeitados poderão ensejar a intervenção federal.

� Os princípios federais extensíveis (ou comuns) - são aqueles princípios federais que são aplicáveis pela simetria federativa aos demais entes políticos, como por exemplo, as diretrizes do processo legislativo, dos orçamentos e das investiduras nos cargos eletivos. São também chamados de "princípios comuns" pois se aplicam a todos os entes da federação, de forma comum.

Simetria federativa seria "espelhar" em cada esfera da federação (União, Estados, Distrito Federal e Municípios) aqueles princípios básicos, que podem ser estendidos. Por

exemplo: Aquilo que cabe ao Presidente da República em âmbito federal, caberá ao Governador no âmbito estadual, e ao Prefeito no âmbito municipal (observados, obviamente, certas peculiaridades e limites).

� Os princípios estabelecidos - são aqueles que estão expressamente ou implicitamente no texto da Constituição Federal limitando o poder constituinte do Estado-membro.

• Questões da FCC

35. (FCC/Defensor-DPE-RS/2011) No que se refere ao Poder Constituinte, é INCORRETO afirmar:

a) O Poder Constituinte genuíno estabelece a Constituição de um novo Estado, organizando-o e criando os poderes que o regerão.

b) Existe Poder Constituinte na elaboração de qualquer Constituição, seja ela a primeira Constituição de um país, seja na elaboração de qualquer Constituição posterior.

CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL NAS 5 FONTES PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

30

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

c) O Poder Constituinte derivado decorre de uma regra jurídica constitucional, é ilimitado, subordinado e condicionado.

d) Quando os Estados-Federados, em razão de sua autonomia político-administrativa e respeitando as regras estabelecidas na Constituição Federal, autoorganizam-se por meio de suas constituições estaduais estão exercitando o chamado Poder Constituinte derivado decorrente.

e) Para parte da doutrina, a titularidade do Poder Constituinte pertence ao povo, que, entretanto, não detém a titularidade do exercício do poder.

Comentários:

Letra A – Correto. Genuíno está como sinônimo de “originário”. É o poder inicial, criador.

Letra B – Correto. Sempre que se criar uma Constituição há manifestação de poder constituinte. Segundo a doutrina o poder constituinte pode ser considerado histórico (quando sua manifestação ocorre para dar origem a um novo Estado) ou revolucionário (quando sua manifestação tem como objetivo instituir uma nova ordem política e jurídica em um Estado já existente).

Letra C – Errado. O PCD é realmente subordinado e condicionado, porém ele é “limitado” e não “ilimitado” como diz a assertiva.

Letra D – Correto. O PCD decorrente é o Poder que os Estados possuem para se autoorganizarem, criando suas constituições.

Letra E – Correto. A titularidade do Poder não se confunde com o exercício do Poder. O Povo é o titular do Poder, porém, que o exerce é a Assembléia Constituinte que elabora uma Constituição tendo como finalidade os anseios do Povo.

Gabarito: Letra C.

36. (FCC/AJEM-TRT 7ª/2009) O poder constituinte derivado é subdivido em:

a) inicial e incondicionado.

b) inicial e ilimitado.

c) autônomo e incondicionado.

d) reformador e decorrente.

e) autônomo e ilimitado.

Comentários:

Questão simples, de única resposta possível. Veja que o enunciado pede "subdivisões" do Poder Constituinte Derivado. Somente a letra

CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL NAS 5 FONTES PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

31

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

D, traz espécies de Poder Constituinte. As letras, A, B, C e E trazem características... daí ser muito importante atentar ao enunciado.

Veja ainda, que mesmo trazendo características e não subdivisões, todas as letras (A, B, C e E) erram, já que elencam características do PCO e não do PCD.

Gabarito: Letra D.

37. (FCC/AJAJ-TRT SP/2008) O Poder Constituinte originário caracteriza-se por ser:

a) autônomo e condicionado.

b) reformador e decorrente.

c) condicionado e decorrente.

d) inicial, ilimitado e reformador.

e) inicial, ilimitado, autônomo e incondicionado.

Comentários:

E aí, pessoal? tá fácil ou não?

Letra A - Errada. Ele é incondicionado.

Letra B - Viajou, essas são espécies do PCD.

Letra C - Vou nem comentar.

Letra D - Ele é inicial e ilimitado, mas reformador é uma espécie do Derivado (PCD).

Letra E - Agora sim...

Gabarito: Letra E.

38. (FCC/Auditor-TCE-AM/2007) Considere as afirmações a seguir a respeito do Poder Constituinte:

I. Dentre as possíveis classificações existentes, o Poder Constituinte classifica-se em originário e derivado.

II. A manifestação do Poder Constituinte originário é condicionada às regras procedimentais estabelecidas para a reforma da Constituição.

III. Poder Constituinte derivado é sempre ilimitado.

IV. As Emendas à Constituição de 1988 são frutos do Poder Constituinte derivado.

Está correto o que se afirma SOMENTE em

a) I e IV.

b) I e III.

CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL NAS 5 FONTES PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

32

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

c) II e IV.

d) III e IV.

e) IV.

Comentários:

I - Correto. Exatamente o que vimos.

II - Errado. O PCO é um poder INCONDICIONADO, não fica preso a regras procedimentais de manifestação.

III - Errado. Pelo contrário, ele é limitado, já que não pode tratar de certas matérias.

IV - Correto. Agora sim, as emendas constitucionais são fruto do chamado Poder Constituinte Derivado Reformador.

Gabarito: Letra A.

39. (FCC/Analista - TRT 16ª/2009) Em tema de Poder Constituinte Originário, é INCORRETO afirmar que

a) é limitado pelas normas expressas e implícitas do texto constitucional vigente, sob pena de inconstitucionalidade.

b) é incondicionado, porque não tem ele que seguir qualquer procedimento determinado para realizar sua obra de constitucionalização.

c) é autônomo, pois não está sujeito a qualquer limitação ou forma prefixada para manifestar sua vontade.

d) caracteriza-se por ser ilimitado, autônomo e incondicionado.

e) se diz inicial, pois seu objeto final - a Constituição, é a base da ordem jurídica.

Comentários:

Letra A - Errada. O Poder Constituinte Originário é inicial, ilimitado e incondicionado. Ele não se sujeita a qualquer limitação, muito menos da Constituição, pois ele é a própria origem da Constituição, logo, anterior a ela.

Letra B - Correto. Lembre-se "incondicionado" refere-se ao "procedimento formal de manifestação", ou seja, a inexistência de forma, ou rito, pré-estabelecido para se manifestar.

Letra C - Correto. Ele é autônomo, não se submete a nenhum outro poder anterior a ele.

Letra D - É ilimitado pois não possui barreiras materiais, pode tratar de qualquer matéria, sem estar sujeito a limites. É autônomo pois não deriva nem se submete a nenhum outro poder. Por fim, ele é

CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL NAS 5 FONTES PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

33

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

incondicionado pelo fato de que o procedimento para se manifestar é livre, não há qualquer rito pré-estabelecido para a sua manifestação.

Letra E - Correto. A característica "inicial" do poder constituinte originário é pelo fato de que ele dá início ao novo ordenamento jurídico e faz isso através da Constituição: a base da ordem jurídica.

Gabarito: Letra A.

40. (FCC/Promotor-MPE-CE/2009 - Adaptada) O poder constituinte decorrente é próprio das federações (Certo/Errado).

Comentários:

A afirmação é correta, pois trata-se do poder que os Estados-membros possuem para se auto-organizarem.

Gabarito: Correto.

41. (FCC/Procurador do MP junto ao TCE-MG/2007) No que diz respeito ao Poder constituinte, é correto afirmar que

a) o Movimento Revolucionário não é considerado uma das formas básicas de expressão desse Poder.

b) as Assembléias Constituintes titularizam esse Poder, enquanto o povo ou a nação é seu exercente.

c) o titular desse Poder é o povo, e seu exercente é aquele que, em nome do povo, cria o Estado, editando a nova Constituição.

d) as Assembléias Constituintes confundem-se com o processo de outorga que estabelece a Constituição, por declaração bilateral.

e) a titularidade e o exercente desse Poder são sempre o Legislativo e o Executivo, auxiliados pelo Judiciário.

Comentários:

Letra A - Errada. A revolução é uma das formas de manifestação do PCO.

Letra B - Errada. É o contrário, o titular do PCO é o povo, e a assembléia é mero exercente do Poder, e faz esse exercício em nome do povo.

Letra C - Aêeee!!! Corretíssimo. Tenho certeza que todos acertaram essa...! Não foi?

Letra D - Errado. Outorga é a imposição unilateral da Constituição, ou melhor da "Carta"!

Letra E - Errado. As bancas de concurso tem horas que viajam... Essa era pra todo mundo rabiscar logo de cara.

Gabarito: Letra C.

CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL NAS 5 FONTES PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

34

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

42. (FCC/EPP-SP/2009 - Adaptada) O Poder Constituinte denominado originário pode se manifestar por meio de emendas pontuais ou mediante ampla revisão da Constituição preexistente (Certo/Errado).

Comentários:

Neste caso será um poder derivado. O poder originário é o que dá início ao ordenamento, todos os que vierem para reformá-lo ou revê-lo serão poderes derivados.

Gabarito: Errado.

43. (FCC/Defensor Público-SP/2007) Em relação ao poder constituinte originário, pode-se afirmar:

a) Envolve processos cognitivos e questões complexas sobre teoria política, filosofia, ciência política e Teoria da constituição, já que dispõe, de maneira derivada, sobre a principal lei de um Estado, sua organização e os direitos e garantias fundamentais.

b) Os positivistas admitem que é um poder de direito que se funda num poder natural, do qual resultam regras anteriores ao direito positivo e decorrentes da natureza humana e da própria idéia de justiça da comunidade.

c) Sua teorização precedeu historicamente a primeira constituição escrita, tendo como grande colaborador a figura do Abade Emmanuel de Sieyès que alguns meses antes da Revolução Francesa publicou um panfleto intitulado "A Essência da Constituição".

d) Sua atividade se dá nos casos de necessária evolução constitucional, onde o texto poderá ser modificado através de regras e limites jurídicos contidos na norma hipotética fundamental idealizada por Hans Kelsen.

e) Na sua atuação poderá encontrar implicações circunstanciais impositivas como por exemplo as pressões econômicas, sociais e de grupos particulares, mas fundará sua legitimidade numa pauta advinda da idéia de direito da comunidade e de sua tradição cultural.

Comentários:

PÁRA TUDO!!!

Mandamento nº1 do concurseiro no dia da prova: Não se desespere!!! Você é seu maior inimigo. Se alguém pode fazer com que você não se classifique no concurso, esse alguém é você mesmo, ou melhor, o seu nervosismo... então CALMA!!! CONCENTRAÇÃO e FRIEZA!

CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL NAS 5 FONTES PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

35

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

Quando pegarem a prova, fale para si: eu sei TUDO que está aqui... e pelo menos em Constitucional eu sei que saberão, pois estou aqui trabalhando para isso, para levá-los ao 11... ops.. ao 10!

Letra A - Errado. Fala um monte de baboseira, mas na verdade só importa uma coisa: não se pode dizer que o PCO dispõe de maneira “derivada”, pois ele é o inicial, originário na ordem jurídica.

Letra B - Errado. Poder natural = naturalismo, são os "rivais" do positivistas. Para os positivistas, que pregam somente a força da norma que está instituída, não há o que se falar em fundamentos de direito natural. Esse direito natural, de caráter supranacional, que estaria limitando a ordem jurídica é pregado pelos jusnaturalistas e ignorado pelos positivistas.

Letra C - Errado. A questão estava quase perfeita, porém, a obra de Siéyès foi “O que é o terceito Estado?”. “A Essência da Constituição” foi a obra de Ferdinand Lassale que pregava a Constituição como sendo um fato social, sendo definida pelas forças dominantes da sociedade.

Letra D - Errado. Estas disposições se referem ao Poder Constituinte Derivado e não ao originário.

Letra E - Correto. Muito cuidado! A assertiva não fala em limitações, mas em "implicações", ou seja, influências, e isso realmente ocorre. Mas, embora uma Constituição possa sofrer influência e pressões políticas e econômicas das forças dominantes da sociedade, é o povo que a legitimará, devendo então prever os preceitos que irão reger o convívio em sociedade e levar em consideração as tradições e culturas presentes no Estado. Correta a questão.

44. (FCC/Assistente – MPE-RS/2008 - Adaptada) Considerando que o Código Penal foi editado por uma espécie normativa denominada Decreto-Lei, não previsto na atual Constituição da República Federativa do Brasil, embora o referido diploma penal continue plenamente em vigor, tanto no aspecto material, como formal, e desta feita sob uma roupagem de "lei ordinária", ocorreu o fenômeno caracterizado como desconstitucionalização (Certo/Errado).

Comentários:

Vimos que desconstitucionalização é uma teoria não aceita no direito brasileiro, já que o advento de uma nova Constituição promove a revogação de todas as normas de natureza constitucional da Constituição anterior, não havendo o que se falar em “rebaixamento de status” de normas anteriores através de desconstitucionalização. O que se aproveita são unicamente as normas que não possuem status constitucionais que, se compatíveis materialmente, continuarão válidas pela chamada teoria da recepção.

CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL NAS 5 FONTES PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

36

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

Gabarito: Errado.

45. (FCC/Assessor Jurídico - TJ-PI/2010) No Brasil, o Poder Constituinte Reformador:

a) realiza a modificação da Constituição por meio de Emendas Constitucionais, cujo projeto deverá ser aprovado em cada Casa do Congresso Nacional em dois turnos, pelo voto de três quintos dos respectivos Membros e, posteriormente, sancionado pelo Presidente da República.

b) legitima as Assembleias Constituintes Estaduais bem como as Câmaras Municipais a produzirem a legislação local das respectivas unidades federativas, desde que respeitada a Constituição Federal.

c) determina limites formais para o caso de revisão constitucional, como a exigência de dupla votação e voto da maioria absoluta do Congresso Nacional, em sessão unicameral.

d) pode se transformar em Assembleia Constituinte segundo disposição expressa da Constituição Federal mediante aprovação popular por meio de referendo.

e) possui limites circunstanciais, como a impossibilidade de a Constituição Federal ser emendada em caso de intervenção federal, estado de sítio e estado de defesa.

Comentários:

Letra A - Errada pelo fato de que não existe sanção de emenda constitucional. Após a sua aprovação ela será promulgada pelas Mesas das Casas Legislativas do Congresso Nacional.

Letra B - Errada, tal poder atribuído às Assembleias Estaduais é o "Decorrente" e não o "Reformador".

Letra C - Errada, primeiramente por tratar da "revisão constitucional" e não da "reforma constitucional". Outro erro é o fato de que a revisão constitucional era feita em turno único e não em "dupla votação".

Letra D - Errada. Não há nada a respeito disso.

Letra E - Correta. As limitações circustanciais estão no §1º do art. 60, quando diz que a Constituição não poderá ser emendada na vigência de intervenção federal, de estado de defesa ou de estado de sítio.

Gabarito: Letra E.

• Questões do CESPE:

CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL NAS 5 FONTES PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

37

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

46. (CESPE/AJAJ-TJAL/2012) O poder constituinte originário é autônomo e tem natureza préjurídica.

Comentários:

Isso aí, é originário pois dá origem a todos os outros e trata-se de um poder político, é préjurídico pois é o próprio instituidor da ordem jurídica.

Gabarito: Correto.

47. (CESPE/AJAJ-TJAL/2012) O poder constituinte derivado revisor não está vinculado ao poder constituinte originário, razão por que não é um poder condicionado.

Comentários:

O Poder Constituinte Originário é o instituidor de todos os demais poderes da ordem jurídica, inclusive o revisor que, por este motivo, tem em seu nome a palavra "derivado", pois deriva do originário, sendo a ele condicionado, devendo respeitar todos os procedimentos estabelecidos.

Gabarito: Errado.

48. (CESPE/AJAJ-TJAL/2012) A CF atribui expressamente às assembleias legislativas e às câmaras municipais o exercício do poder constituinte derivado decorrente.

Comentários:

Expressamente, a Constituição atribuiu somente às Assembléias Legislativas Estaduais tal poder, fez isso, principalmente no ADCT, art. 11, quando dispôs: "Cada Assembleia Legislativa, com poderes constituintes, elaborará a Constituição do Estado, no prazo de um ano, contado da promulgação da Constituição Federal, obedecidos os princípios desta".

Já as Câmaras Municipais não foram mencionadas pela CF ao falar de Poder Constituinte Decorrente, sendo que alguns doutrinadores sequer consideram os municípios possuidores de Poder Constituinte, já que não possuem constituições formais.

Gabarito: Errado.

49. (CESPE/Analista Processual - TJ-RR/2012) As denominadas limitações materiais ao poder constituinte de reforma estão exaustivamente previstas da Constituição Federal de 1988 (CF).

Comentários:

CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL NAS 5 FONTES PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

38

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

Existem também outras limitações materiais (cláusulas pétreas) que estão implícitas, a par daquelas dispostas na CF. Assim, não é um rol exautivo. Como exemplo, podemos citar:

• o povo como titular do poder constituinte;

• o poder igualitário do voto.

• o próprio art. 60 (que estabelece os procedimentos de reforma);

Gabarito: Errado.

50. (CESPE/AGU/2012) O poder constituinte de reforma não pode criar cláusulas pétreas, apesar de lhe ser facultado ampliar o catálogo dos direitos fundamentais criado pelo poder constituinte originário.

Comentários:

Isso aí... ele não pode criar cláusulas pétreas pelo fato do art. 60 da Constituição ser uma cláusula pétrea implícita, sendo vedado que seja modificado a fim de tornar a reforma constitucional mais fácil ou mais difícil. O catálogo de direitos fundamentais possui várias cláusulas pétreas como por exemplo o art. 5º e o voto direto, secreto, universal e periódico, embora nenhum desses temas protegidos possam ser abolidos ou reduzidos, eles podem ser ampliados ou fortalecidos.

Gabarito: Correto.

51. (CESPE/AGU/2012) O sistema constitucional brasileiro não admite a denominada cláusula pétrea implícita, estando as limitações materiais ao poder de reforma exaustivamente enumeradas na CF.

Comentários:

Existem limitações materiais (cláusulas pétreas) que estão implícitas, a par daquelas dispostas na CF. Como exemplo:

• o povo como titular do poder constituinte;

• o poder igualitário do voto.

• o próprio art. 60 (que estabelece os procedimentos de reforma);

Gabarito: Errado.

52. (CESPE/AGU/2012) Pelo poder constituinte de reforma, assim como pelo poder constituinte originário, podem ser inseridas normas no ADCT, admitindo-se, em ambas as hipóteses, a incidência do controle de constitucionalidade.

CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL NAS 5 FONTES PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

39

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

Comentários:

O erro foi no finalzinho. Realmente está correto dizer que pelo poder constituinte de reforma, assim como pelo poder constituinte originário, podem ser inseridas normas no ADCT. Porém, embora o Poder de Reforma possa sofrer controle de constitucionalidade, isso é impossível em se tratando do Poder Originário, pois este é ilimitado e incondicionado, não podendo sofrer de inconstitucionalidade, já que é o próprio criador da Constituição.

Gabarito: Errado.

53. (CESPE/Analista Processual - TJ-RR/2012) O poder constituinte originário é autônomo e se esgota com a edição da nova constituição.

Comentários:

Trata-se de um poder permanente, não se esgota ao se editar a Constituição.

Gabarito: Errado.

54. (CESPE/Analista MPE-PI/2012) O poder constituinte originário, responsável pela elaboração de uma nova Constituição, extingue-se com a conclusão de sua obra.

Comentários:

Trata-se de um poder permanente, não se esgota ao se editar a Constituição.

Gabarito: Errado.

55. (CESPE/Advogado - IPAJM-ES/2010) A teoria do poder constituinte foi esboçada por Emmanuel Sieyès e aperfeiçoada por constitucionalistas franceses. O ponto fundamental dessa teoria é o de que ela só pode ser aplicada nos Estados em que se adotam constituições não escritas e semirrígidas.

Comentários:

A teoria do Poder Constituinte realmente foi esboçada pelo Abade Emmanuel Sieyès, porém, ela se dirigia essencialmente às constituições escritas e rígidas, típicas do constitucionalismo francês. Como poderíamos vislumbrar um poder constituinte reformador em uma constituição flexível? Não há como, pois nas constituições flexíveis o poder de modificar a constituição é o simples poder de se elaborar uma lei, um simples poder legislativo e não constituinte, já que não há preocupação com a forma tratada, mas apenas com o conteúdo sobre o qual versam as normas daquele Estado.

CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL NAS 5 FONTES PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

40

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

Gabarito: Errado.

56. (CESPE/Advogado - IPAJM-ES/2010) Segundo a doutrina, apesar de o poder constituinte ser originário, a história revela experiências no sentido da indispensabilidade de observância de certos princípios, como, por exemplo, o princípio da dignidade da pessoa humana, o da justiça, o da liberdade e o da igualdade, quando da criação de uma nova constituição.

Comentários:

Para a corrente positivista, o poder constituinte é inicial e ilimitado, não se reconhece limitações ao seu exercício Apesar dessa inexistência de limitações, existe historicamente nas Constituições um respeito dos princípios básicos como o da dignidade da pessoa humana e da justiça notadamente como decorrência lógica do regimes que se pretendem instituir.

Gabarito: Correto.

57. (CESPE/DPE-Bahia/2010) O denominado poder constituinte supranacional tem capacidade para submeter as diversas constituições nacionais ao seu poder supremo, distinguindo-se do ordenamento jurídico positivo interno assim como do direito internacional.

Comentários:

Fruto de entendimentos recentes, o Poder Constituinte Supranacional, também chamado de transnacional, ou global, se trata de um poder capaz de transcender aos limites de um Estado, impondo-se sobre diversos Estados. É o que, sem sucesso, se tentou realizar na União Europeia com a “constituição comum”.

Gabarito: Correto.

58. (CESPE/Procurador Previdenciário - Cariacica-ES/2007) O poder constituinte é titularizado pelo povo e pelas assembléias constituintes.

Comentários:

O titular do Poder Constituinte é o "povo". As assembléias são apenas os exercentes do Poder.

Gabarito: Errado.

59. (CESPE/Procurador Previdenciário - Cariacica-ES/2007) O poder constituinte pode ser classificado em poder constituinte originário e poder constituinte derivado, aos quais correspondem,

CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL NAS 5 FONTES PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

41

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

respectivamente, os conceitos de poder constituinte de segundo grau e de poder constituinte de primeiro grau.

Comentários:

É o inverso, o PCO é o de primeiro grau e o PCD o de segundo grau.

Gabarito: Errado.

60. (CESPE/Procurador Previdenciário - Cariacica-ES/2007) O poder constituinte derivado pode ser subdivido em poder constituinte reformador e poder constituinte decorrente. O segundo consiste naquele que possibilita aos estados-membros que estes, em virtude de sua autonomia político-administrativa, se auto-organizem por meio de constituições estaduais que respeitem, sempre, as regras limitativas estabelecidas pela Constituição Federal.

Comentários:

É isso aí. As definições estão perfeitas.

Gabarito: Correto.

61. (CESPE/Procurador Previdenciário - Cariacica-ES/2007) Inexiste uma forma prefixada pela qual se manifesta o poder constituinte originário, mas é possível apontar duas formas básicas de sua expressão, por meio das assembléias nacionais constituintes e dos movimentos revolucionários.

Comentários:

Embora possamos elencas modos de aparecimento das constituições (basicamente assembleias constituintes e movimentos revolucionários), inexiste uma forma prefixada para que ele se manifesta. Está correta a questão.

Gabarito: Correto.

62. (CESPE/PM-DF/2010) Uma das características do poder constituinte originário é a de ser inicial, o que significa que inaugura uma nova ordem jurídica, rompendo com a anterior.

Comentários:

Exatamente, o poder é originário pois é o primeiro, inicial, um poder político inaugurador da ordem jurídica.

Gabarito: Correto.

63. (CESPE/PM-DF/2010) A CF é rígida e, por isso, não pode ser submetida ao poder constituinte derivado.

CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL NAS 5 FONTES PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

42

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

Comentários:

Não é isso não. Justamente por ser rígida, foi estabelecido um procedimento especial de reforma de seu texto, que é o poder constituinte derivado reformador encontrado no art. 60.

Gabarito: Errado.

64. (CESPE/PM-DF/2010) O poder constituinte decorrente é aquele cuja competência consiste em elaborar ou modificar as constituições dos estados-membros da Federação.

Comentários:

Exato. O poder decorrente é aquele que pertence aos Estados da Federação para que se "auto-organizem".

Gabarito: Correto.

65. (CESPE/AGU/2009) O poder constituinte originário esgota-se quando é editada uma constituição, razão pela qual, além de ser inicial, incondicionado e ilimitado, ele se caracteriza pela temporariedade.

Comentários:

O Poder Constituinte Originário é caracterizado pela permanência, já que é o poder político que o povo possui para organizar o Estado e essa titularidade não se exaure no tempo.

Gabarito: Errado.

66. (CESPE/Juiz Federal Substituto - TRF 1ª/2009) O poder constituinte originário não se esgota quando se edita uma constituição, razão pela qual é considerado um poder permanente.

Comentários:

O Poder Constituinte Originário é caracterizado pela permanência, já que é o poder político que o povo possui para organizar o Estado e essa titularidade não se exaure no tempo.

Gabarito: Correto.

67. (CESPE/Auditor Interno - AUGE-MG/2009) O poder constituinte originário é um poder inicial e incondicionado, que pode desconsiderar de maneira absoluta o ordenamento constitucional preexistente, inclusive as cláusulas pétreas.

Comentários:

CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL NAS 5 FONTES PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

43

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

Isso aí, com o exercício do PCO, tudo que era Constitucional anteriormente fica revogado e nasce uma nova ordem jurídica, não se aproveita nada que tenha status constitucional, apenas as normas infraconstitucionais que forem compatíveis é que serão recepcionadas.

Gabarito: Correto.

68. (CESPE/Procurador-BACEN/2009) De acordo com entendimento do STF, as normas constitucionais provenientes da manifestação do poder constituinte originário têm, via de regra, retroatividade máxima.

Comentários:

Elas são dotadas de retroatividade mínima já que só retroagem para alcançar os efeitos futuros dos casos passados.

Gabarito: Errado.

69. (CESPE/Procurador-TCE-ES/2009) O STF admite a teoria da inconstitucionalidade superveniente de ato normativo produzido antes da nova constituição e perante o novo dispositivo paradigma, nela inserido.

Comentários:

Neste caso estaríamos diante de uma revogação e não de uma inconstitucionalidade superveniente. Esta não é aceita no Brasil, já que adota-se a teoria da inconstitucionalidade congênita, ou seja, para a norma ser inconstitucional ela deve nascer inconstitucional. Uma norma nunca se "torna" inconstitucional ao longo do tempo.

Gabarito: Errado.

70. (CESPE/Procurador-TCE-ES/2009) No fenômeno da recepção, são analisadas as compatibilidades formais e materiais da lei em face da nova constituição.

Comentários:

Para a recepção importa tão somente a compatibilidade material.

Gabarito: Errado.

71. (CESPE/Procurador-TCE-ES/2009) No tocante ao poder constituinte originário, o Brasil adotou a corrente positivista, de modo que o referido poder se revela ilimitado, apresentando natureza pré-jurídica.

Comentários:

CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL NAS 5 FONTES PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

44

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

Exato. É uma oposição à corrente jusnaturalista, que considerava que o poder constituinte originário estaria limitado a um direito natural de existência pré-constitucional. Esta corrente não foi adotada no Brasil que seguiu a doutrina positivista.

Gabarito: Correto.

72. (CESPE/Procurador-AGU/2010) No que se refere ao poder constituinte originário, o Brasil adotou a corrente jusnaturalista, segundo a qual o poder constituinte originário é ilimitado e apresenta natureza pré-jurídica.

Comentários:

A questão possui dois erros. O primeiro é que o Brasil adota a corrente positivista. O segundo erro é que as características de "ilimitado" e natureza "pré-jurídica" são também características delineadas pela corrente positivista, e não pela jusnaturalista, segundo a qual o PCO estaria limitado por um direito de ordem pré-constitucional, o direito natural, de status supranacional.

Gabarito: Errado.

73. (CESPE/Auditor-TCU/2009) Da mesma forma que o poder constituinte originário, o poder de reforma não está submetido a qualquer limitação de ordem formal ou material, sendo que a CF apenas estabelece que não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir a forma federativa de Estado, o voto direto, secreto, universal e periódico, a separação de poderes e os direitos e garantias individuais.

Comentários:

Não, não... O art. 60 da Constituição traz diversas limitações materiais (cláusulas pétreas), além de limitações formais (procedimentos) e circunstanciais (momentos em que a CF não estará sujeita à reforma).

Gabarito: Errado.

74. (CESPE/Juiz Federal Substituto - TRF 1ª/2009) Pelo critério jurídico-formal, a manifestação do poder constituinte derivado decorrente mantém-se adstrita à atuação dos estados-membros para a elaboração de suas respectivas constituições, não se estendendo ao DF e aos municípios, que se organizam mediante lei orgânica.

Comentários:

Segundo a doutrina, devido ao fato de a lei orgânica não se revestir na forma de uma constituição, ela não pode ser considerada fruto de

CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL NAS 5 FONTES PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

45

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

um poder constituinte derivado decorrente, embora seja o passo principal da auto-organização do Municípios. É importante salientar, porém, que em se tratando da Lei Orgânica do DF, isso não é de todo verdade, pois o STF reconhece o seu status constitucional na parte que versa sobre matérias reservadas aos Estados-membros, sendo, então, admitido inclusive controle de constitucionalidade de leis face à Lei Orgânica do DF.

Gabarito: Correto.

75. (CESPE/Juiz Federal Substituto - TRF 1ª/2009) O poder constituinte originário pode autorizar a incidência do fenômeno da desconstitucionalização, segundo o qual as normas da constituição anterior, desde que compatíveis com a nova ordem constitucional, permanecem em vigor com status de norma infraconstitucional.

Comentários:

Em regra, não existe desconstitucionalização. A teoria aceita no Brasil é a da revogação do ordenamento constitucional anterior. Porém, o poder constituinte originário é ilimitado. Caso este poder expressamente preveja o instituto da desconstitucionalização, não haverá qualquer impedimento para tal.

Gabarito: Correto.

76. (CESPE/Procurador-TCE-ES/2009) As normas produzidas pelo poder constituinte originário são passíveis de controle concentrado e difuso de constitucionalidade.

Comentários:

No Brasil não se aceita a tese da inconstitucionalidade de normas originárias já que o poder constituinte originário é ilimitado, autônomo e incondicionado.

Gabarito: Errado.

77. (CESPE/Procurador-TCE-ES/2009) A CF pode ser alterada, a qualquer momento, por intermédio do chamado poder constituinte derivado reformador e também pelo derivado revisor.

Comentários:

O Poder Constituinte Derivado Revisor é o responsável pela revisão constitucional, procedimento mais simples de alteração do texto constitucional que existiu somente em 1993 e após isso se extinguiu. Outro erro é o fato de que existem algumas circunstâncias que impedem o uso, inclusive, do poder reformador, é o caso de estarmos em uma intervenção federal, estado de sítio ou estado de defesa.

CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL NAS 5 FONTES PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

46

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

Desta forma, não pode-se falar de forma alguma em "a qualquer tempo".

Gabarito: Errado.

78. (CESPE/DETRAN-DF/2009) O poder de modificar o texto originário da Constituição advém do exercício do poder constituinte reformador e do revisor, os quais podem ser manifestados a qualquer tempo, mediante o voto de três quintos de cada casa do Congresso Nacional, em dois turnos de votação.

Comentários:

Tais características descritas no enunciados só valem para o poder reformador, já que o revisor tem votação em turno único, devendo ser aprovado por maioria absoluta apenas, além de não poder ser utilizado a qualquer tempo, mas somente após o quinto ano após a promulgação da Constituição, após isso ele exauriu-se, não podendo ser reutilizado. Isto é o que dispõe o art. 3º ADCT.

Gabarito: Errado.

79. (CESPE/Juiz Federal Substituto - TRF 1ª/2009) Respeitados os princípios estruturantes, é possível a ocorrência de mudanças na constituição, sem alteração em seu texto, pela atuação do denominado poder constituinte difuso.

Comentários:

Isso aí... O Poder Constituinte Difuso é o poder que os agentes políticos possuem para promover a chamada "mutação constitucional", ou seja, atribuir novas interpretações à Constituição para que ela consiga se adequar à realidade da sociedade sem que seja necessário alterar o texto formal da norma. A mutação constitucional, não é irrestrita. Este poder deve respeitar certos limites como os princípios estruturantes do Estado e a impossibilidade de se subverter a literalidade de norma que não dê margem a interpretações diversas.

Gabarito: Correto.

80. (CESPE/Analista - TCE-TO/2008) O fenômeno de reforma da Constituição por meio da alteração formal do seu texto é denominado mutação constitucional.

Comentários:

A mutação constitucional é a alteração "informal" do teor da Constituição, ou seja, altera-se a interpretação das normas para que

CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL NAS 5 FONTES PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

47

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

a Constituição possa acompanhar os anseios da Sociedade, sem que para isto se altere o texto escrito da Lei Maior.

Gabarito: Errado.

81. (CESPE/ANATEL/2006) Denomina-se mutação constitucional o processo informal de revisão, atualização ou transição da Constituição sem que haja mudança do texto constitucional.

Comentários:

Novamente, agora está correto.

Gabarito: Correto.

82. (CESPE/ANATEL/2009) Mutações constitucionais são alterações no texto da CF decorrentes de novos cenários na ordem econômica, social e cultural do país.

Comentários:

A mutação é um processo informal de mudança do teor constitucional que é oriundo de novas interpretações que os aplicadores da norma passam a dar para o seu texto, sem, no entanto, modificá-lo.

Gabarito: Errado.

83. (CESPE/AGU/2009) Na hipótese de alteração, por uma nova Constituição Federal, do rol de competência legislativa dos entes da Federação, para inserir na competência federal matéria até então da competência legislativa estadual ou municipal, ocorre o fenômeno da federalização da lei estadual ou municipal, a qual permanecerá em vigor como se lei federal fosse, em atenção ao princípio da continuidade do ordenamento jurídico.

Comentários:

É importante observar o seguinte: a federação é composta pela União, 26 Estados, 1 Distrito Federal e milhares de municípios. Caso uma constituição A diga que a matéria X é de competência da União e a constituição B, posterior, coloque a matéria X sob competência legislativa estadual ou municipal, teremos a subsistência da lei federal que, única, permanecerá em vigor até que cada estado ou município edite sua própria lei revogando, então, a antiga lei federal. Agora, se ocorrer o inverso, não poderíamos falar na federalização das normas anteriormente estaduais ou municipais, pois, teríamos um caos jurídico. Não podemos imaginar 27 diferentes normas estaduais ou milhares de diferentes normas municipais se federalizando, isso seria impossível.

Gabarito: Errado.

CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL NAS 5 FONTES PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

48

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

• Questões da ESAF:

84. (ESAF/PFN/2012) Sobre o poder constituinte, é incorreto afirmar que

a) o poder constituinte originário é inicial, ilimitado e incondicionado.

b) o poder constituinte derivado é limitado e condicionado.

c) o poder constituinte decorrente, típico aos Estados Nacionais unitários, é limitado, porém incondicionado.

d) os limites do poder constituinte derivado são temporais, circunstanciais ou materiais.

e) a soberania é atributo inerente ao poder constituinte originário.

Comentários:

Letra A - Correto. O PCO realmente é inicial, por ser a base da nova ordem jurídica, ilimitado por não possuir conteúdos que não possa tratar e incondicionado, por não se sujeitar a nenhum procedimento pré-estabelecido.

Letra B - Correto. O PCD possui limitações de conteúdo, por isso é limitado e também limitações procedimentais, por isso é incondicionado.

Letra C - Errado. Poder Derivado Decorrente é típido de Federações e não de Estados Unitários, já que se trata do Poder dos Estados membros em editar suas próprias constituições. Por ser derivado, também é limitado e condicionado.

Letra D - Correto. Trata-se de assertiva doutrinária. No Brasil, não há limitações temporais ao Poder de Reforma, mas doutrinariamente elas existem. Assim, as limitações temporais seriam aquele lapso temporal, antes do qual o Poder Derivado não poderia ser exercído, por expressa previsão do Poder Originário. As circunstanciais seriam impedimentos para o exercício do Poder Derivado quando fossem observadas certas circunstâncias (no Brasil: intervenção federal, estado de sítio e estado de defesa) e as materiais seriam as limitações de conteúdo a ser tratado, as famosas "cláusulas pétreas".

Letra E - Correto. O Poder Constituinte Originário é Soberano, pois é um Poder Político que expressa a vontade do Povo em organizar o Estado, através da elaboração de sua Constituição.

Gabarito: Letra C.

CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL NAS 5 FONTES PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

49

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

85. (ESAF/MDIC/2012) O Poder Constituinte é a manifestação soberana da suprema vontade política de um povo, social e juridicamente organizado. A respeito do Poder Constituinte, é correto afirmar que

a) no Poder Constituinte Derivado Reformador, não há observação a regulamentações especiais estabelecidas na própria Constituição, vez que com essas limitações não seria possível atingir o objetivo de reformar.

b) o Poder Constituinte Originário é condicionado à forma prefixada para manifestar sua vontade, tendo que seguir procedimento determinado para realizar sua constitucionalização.

c) no Poder Constituinte Derivado Decorrente, há a possibilidade de alteração do texto constitucional, respeitando-se a regulamentação especial prevista na própria Constituição. No Brasil é exercitado pelo Congresso Nacional.

d) as formas básicas de expressão do Poder Constituinte são outorga e convenção.

e) o Poder Constituinte Originário não é totalmente autônomo, tendo em vista ser necessária a observância do procedimento imposto pelo ordenamento então vigente para sua implantação.

Comentários:

Letra A - Errado. O Poder Constituinte Derivado Reformador (PCD Reformador) é o poder de se modificar o texto constitucional através de emendas constitucionais, alterando aquilo que está escrito na Constituição. Como se trata de um procedimento bastante peculiar, não pode ser usado de forma indiscriminada, tendo a Constituição estabelecido expressamente, em seu art. 60 (e seus parágrafos) procedimentos e limitações especiais para que se consiga efetivar as respostas. Destacamos a impossibilidade de suprimir as cláusulas pétreas (CF, art. 60 §4º) que são as chamadas "limitações materiais", além de diversas limitações chamadas de "circunstanciais", "procedimentais" e "formais".

Letra B - Errado. O Poder Constituinte Originário (PCO) é o poder inicial, político, que é responsável por concretizar no texto constitucional a vontade suprema do Povo, por este motivo, é um poder incondicionado (não possui nenhuma limitação procedimental) e também ilimitado (não possui nenhuma limitação quanto ao conteúdo que será tratado)

Letra C - Errado. Esta seria a definição do PCD Reformador. O PCD Decorrente é o poder que os Estados-membros de nossa federação (Rio de Janeiro, São Paulo, Goiás...) possuem para elaborar suas próprias constituições estaduais.

Letra D - Correto. É isso aí. Basicamente a Constituição pode ter origem em uma "outorga" (imposição unilateral da vontade) ou em uma "convenção" (formação da assembléia constituinte para manifestar a vontade do povo)

CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL NAS 5 FONTES PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

50

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

Letra E - Errado. O PCO é um poder supremo, por este motivo é inicial, autônomo, incondicionado, ilimitado.

Gabarito: Letra D.

86. (ESAF/SEFAZ-CE/2007) Sobre o poder constituinte originário e o poder constituinte derivado, assinale a única alternativa correta.

a) A revisão constitucional prevista por uma Assembléia Nacional Constituinte, possibilita ao poder constituinte derivado a alteração do texto constitucional, com menor rigor formal e sem as limitações expressas e implícitas originalmente definidas no texto constitucional.

b) Entre as características do poder constituinte originário destaca-se a possibilidade incondicional de atuação, ou seja, a Assembléia Nacional Constituinte não está sujeita a forma ou procedimento pré-determinado.

c) O poder constituinte derivado decorrente é aquele atribuído aos parlamentares no processo legiferante, em que são discutidas e aprovadas leis, observadas as limitações formais e materiais impostas pela Constituição.

d) O poder emanado do constituinte derivado reformador, que é fundado na possibilidade de alteração do texto constitucional, não é passível de controle de constitucionalidade pelo Supremo Tribunal Federal.

e) O titular do poder constituinte é aquele que, em nome do povo, promove a instituição de um novo regime constitucional ou promove a sua alteração.

Comentários:

Letra A - Errada. O erro da questão está em dizer que não respeitaria as limitações. Segundo o STF a revisão consitucional deve sofrer as limitações materias da reforma constitucional (ADI 981-MC, Rel. Min. Néri da Silveira, julgamento em 17-3-93, DJ de 5-8-94).

Letra B - Correta. Não existe procedimento pré-fixado para o PCO se manifestar. Ele é incondicionado.

Letra C - Errada. Processo legiferante (elaboração de leis) não é Poder Constituinte, já que este se resume a elaboração e modificação de "Constituições" e não de leis. O PCD Decorrente é o poder de os Estados-membros elaborarem as Constituições Estaduais.

Letra D - Errada. É pacífico o entendimento de que cabe controle jurisdicional sobre o procedimento de reforma elaborado fora dos termos estabelecidos pela Constituição.

Letra E - Errado. O titular do PC é o próprio povo.

Gabarito: Letra B

CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL NAS 5 FONTES PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

51

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

87. (ESAF/PFN/2006) Considerando o Direito Brasileiro, assinale a opção correta, no que diz respeito às conseqüências da ação do poder constituinte originário.

a) Uma lei federal sobre assunto que a nova Constituição entrega à competência privativa dos Municípios fica imediatamente revogada com o advento da nova Carta.

b) Uma lei que fere o processo legislativo previsto na Constituição sob cuja regência foi editada, mas que, até o advento da nova Constituição, nunca fora objeto de controle de constitucionalidade, não é considerada recebida por esta, mesmo que com ela guarde plena compatibilidade material e esteja de acordo com o novo processo legislativo.

c) Para que a lei anterior à Constituição seja recebida pelo novo Texto Magno, é mister que seja compatível com este, tanto do ponto de vista da forma legislativa como do conteúdo dos seus preceitos.

d) Normas não recebidas pela nova Constituição são consideradas, ordinariamente, como sofrendo de inconstitucionalidade superveniente.

e) A Doutrina majoritária e a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal convergem para afirmar que normas da Constituição anterior ao novo diploma constitucional, que com este não sejam materialmente incompatíveis, são recebidas como normas infraconstitucionais. Comentários:

Letra A - Errada. Se uma lei federal anterior trata de assunto que agora pertence aos Municípios, essa lei federal, se compatível materialmente, passará a viger no novo ordenamento jurídico como se fosse uma lei municipal, não sendo assim revogada. O inverso, porém, não é verdadeiro, pois não podemos vislumbrar a recepção como lei federal de normas municipais, pois haveria um conflito sobre qual norma dos milhares de municípios brasileiros é que seria a aproveitada, o que não acontece no caso do aproveitamento da norma federal pelos municípios.

Letra B - Correta. Não existe recepção de normas inconstitucionais. Ainda que a nova Constituição permita a matéria tratada, não há convalidação do vício.

Letra C - Errada. Para que haja recepção, basta analisar a matéria (conteúdo). Não importa o aspecto formal.

Letra D - Errada. Nós vimos que as normas que não forem recepcionadas serão consideradas REVOGADAS, não há o que se falar em inconstitucionalidade superveniente no Brasil. Para uma lei ser

CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL NAS 5 FONTES PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

52

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

considerada inconstitucional ela deve nascer inconstitucional, nunca poderá se tornar inconstitucional ao longo do tempo.

Letra E - Errada. Essa seria a teoria da "desconstitucionalização", tal teoria não é aceita no Brasil que considera como revogadas todas as normas constitucionais anteriores, não havendo qualquer aproveitamento de normas constitucionais, apenas das normas infraconstitucionais.

Gabarito: Letra B.

88. (ESAF/PFN/2006 - Adaptada) Do poder constituinte dos Estados-membros é possível dizer que é inicial, limitado e condicionado.

Comentários:

Como visto, trata-se de um poder derivado (decorrente), ele realmente é limitado e condicionado, porém, não é inicial já que, como o nome diz, ele é "derivado", deriva do PCO.

Gabarito: Errado.

89. (ESAF/AFRF/2005) Sobre o poder constituinte, marque a única opção correta.

a) A impossibilidade de alteração da sua própria titularidade é uma limitação material implícita do poder constituinte derivado.

b) A existência de cláusulas pétreas, na Constituição brasileira de 1988, está relacionada com a característica de condicionado do poder constituinte derivado.

c) Como a titularidade da soberania se confunde com a titularidade do poder constituinte, no caso brasileiro, a titularidade do poder constituinte originário é do Estado, uma vez que a soberania é um dos fundamentos da República Federativa do Brasil.

d) A impossibilidade de a Constituição Federal ser emendada na vigência de estado de defesa se constitui em uma limitação material explícita ao poder constituinte derivado.

e) O poder constituinte originário é inicial porque não sofre restrição de nenhuma limitação imposta por norma de direito positivo anterior.

Comentários:

Letra A - Correto. O povo como o titular do Poder Constituinte é implicitamente protegido como cláusula pétrea, bem como o próprio art. 60 que não pode ser alterado para que não ocorra a "dupla revisão".

Letra B - Errada. Essa é um tipo de questão "clássica" nos concursos ESAF, ou seja, começou a colocar as caracterísitcas e embolar as

CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL NAS 5 FONTES PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

53

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

definições. A característica que se relaciona às cláuslas pétreas é a de "limidato". A característica de ser condicionado se refere ao "procedimento" e não à proteção de "conteúdo". Cada característica possui a sua exclusiva definição. Não se pode definir a uma certa característica usando a definição de outra.

Letra C - Errada. No Brasil, adota-se a teoria da sobenia “popular”. O titular do poder constituinte é o povo e não o Estado.

Letra D - Errada. Trata-se de limitação circunstancial que pode ser encontrada no art. 60 §1º, e não de uma limitação material.

Letra E - Errada. É incorreto falarmos que o PCO é inicial "porque não sofre restrição de nenhuma limitação imposta por norma de direito positivo anterior", já que esta é a sua característica de ser ilimitado. Mais uma vez: cada característica possui a sua exclusiva definição. Não se pode definir a uma certa característica usando a definição de outra.

Gabarito: Letra A.

90. (ESAF/TCU/2006) Para o positivismo jurídico, o poder constituinte originário tem natureza jurídica, sendo um poder de direito, uma vez que traz em si o gérmen da ordem jurídica.

Comentários:

O PCO tem natureza política, pois organiza, é instuídor dos outros.

Gabarito: Errado.

91. (ESAF/AFRFB/2009) Marque a opção correta.

a) O Poder Constituinte Originário é ilimitado e autônomo, pois é a base da ordem jurídica.

b) O Poder Constituinte Derivado decorrente consiste na possibilidade de alterar-se o texto constitucional, respeitando-se a regulamentação especial prevista na própria Constituição Federal e será exercitado por determinados órgãos com caráter representativo.

c) A outorga, forma de expressão do Poder Constituinte Originário, nasce da deliberação da representação popular, devidamente convocada pelo agente revolucionário.

d) O Poder Constituinte Derivado decorre de uma regra jurídica de autenticidade constitucional.

e) A doutrina aponta a contemporaneidade da ideia de Poder Constituinte com a do surgimento de Constituições históricas, visando, também, à limitação do poder estatal.

Comentários:

CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL NAS 5 FONTES PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

54

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

Letra A - Errado. Errou-se na definição das características. O PCO é ilimitado e autônomo pois não sofre limitação alguma para seu exercício. O fato se ser a base da ordem jurídica está relacionado com a sua característica de ser inicial.

Letra B - Errado. Alterar o texto constitucional é papel do poder constituinte derivado reformador e não do poder constituinte derivado decorrente que é o poder de se elaborar as constituições estaduais.

Letra C - Errado. Existem basicamente 2 formas de expressão do PCO: a assembléia constituinte, que produz uma constituição promulgada, de acordo com a vontade do povo; e a outorga, que produz uma carta imposta segundo a vontade dos governantes. Desta forma, o enunciado encontra-se incorreto.

Letra D - Correto. O Poder Constituinte Derivado recebe este nome pois deriva do originário sendo um poder instituído que deve respeitar os limites traçados pela Constituição Federal.

Letra E - Errado. A teoria sobre o poder constituinte foi primeiramente concebida alguns meses antes da Revolução Francesa pelo Abade Sièyès, este período foi um marco para as constituições dogmáticas e não para as históricas.

Gabarito: Letra D.

92. (ESAF/ENAP/2006) O poder constituinte derivado, no caso brasileiro, possui como uma das suas limitações a impossibilidade de promoção de alteração da titularidade do poder constituinte originário.

Comentários:

Exatamente uma das limitações do poder constituinte derivado. O titular do Poder Constituinte Originário é o povo e o Poder Constituinte Derivado não poderá alterar tal titularidade, trata-se de uma cláusula pétra implícita da Constituição Federal.

Gabarito: Correto.

93. (ESAF/CGU/2006) A existência de um poder constituinte derivado decorrente não pressupõe a existência de um Estado federal.

Comentários:

Afirmação totalmente incorreta. O Poder Constituinte Derivado Decorrente existe para instituir o Estado-membro de auto-organização e assim ser o passo principal de sua autonomia política. Ou seja, se existe um poder constituinte derivado decorrente é porque existe um ente com autonomia para se organizar e esta autonomia só existe em Estados federais como é o caso do Brasil, já

CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL NAS 5 FONTES PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

55

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

que em Estados unitários não existem entes autonomos descentralizados.

Gabarito: Errado.

94. (ESAF/AFPS/2002) Normas legais anteriores à Constituição nova, que com ela sejam incompatíveis no seu conteúdo, devem ser tidas como revogadas pela nova Constituição.

Comentários:

Segundo a jurisprudência, a não-recepção da norma implica a sua revogação. Lembramos que a análise da recepção ou revogação da norma é feita tão somente de acordo com seu conteúdo, não sendo considerada a forma em que se reveste a lei.

Gabarito: Correto.

95. (ESAF/AFPS/2002) Uma vez que a Constituição de 1988 não previu a figura do Decreto-Lei, todos os decretos- leis editados antes dela ficaram revogados com o advento da Constituição em vigor.

Comentários:

Segundo a jurisprudência, os materialmente compatíveis com o novo texto constitucional serão recepcionados pela nova Constituição, já que a recepção decorre exclusivamente do conteúdo da norma e não da sua forma.

Gabarito: Errado.

• Questões da FUNIVERSA:

96. (FUNIVERSA/Agente - PCDF/2009) Denomina-se poder constituinte aquela prerrogativa de elaborar ou atualizar o texto constitucional. Nesse cenário, há que se distinguir entre o titular e o exercente desse poder, do que, quanto àquele, é consagrado, no texto federal, ser o povo; já, quanto a essa faculdade de exercitá-lo, têm-na os agentes políticos eleitos para tal. Acerca do poder constituinte, assinale a alternativa correta.

a) O poder constituinte derivado é subdividido em reformador e revisor.

b) Pelo sistema jurídico adotado no Brasil, o poder constituinte originário é totalmente ilimitado.

c) Enquadram-se os princípios constitucionais estabelecidos como aqueles expressos na Constituição.

CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL NAS 5 FONTES PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

56

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

d) O quorum necessário para a revisão constitucional é de três quintos dos Parlamentares de cada uma das Casas do Congresso Nacional. Essa votação deverá ocorrer em dois turnos em cada uma delas.

e) A recepção de normas anteriores ao texto constitucional é ponto que cabe à análise jurídica, devendo aquela, necessariamente, ocorrer sob os aspectos formal e material.

Comentários:

Letra A - O poder constituinte derivado é subdividido em reformador, revisor, decorrente e, pela doutrina mais atual, difuso. Não considero que a questão esteja errada, já que realmente reformador e revisor são subdivisões do PCD. Porém, a banca Funiversa resolveu dar a assertiva como errada, provavelmente pela falta do "decorrente".

Letra B - Isso tá certo. No Brasil adotamos a corrente positivista, logo esquece tudo que fale de "direito natural" e blá, blá, blá... o PCO é ilimitado.

Letra C - Os princípios estabelecidos são um dos limites ao Poder Constituinte Decorrente dos Estados-membros. Tratam-se de princípios constitucionais, expressos ou implícitos, na Constituição Federal que limitam o poder de auto-organização dos Estados. A questão erra, pois os princípios estabelecidos podem estar implícitos no texto.

Letra D - Esse seria o procedimento de reforma. A revisão demanda apenas maioria absoluta em turno único.

Letra E - Para recepção de normas, importa tão somente o aspecto material.

Gabarito: Letra B. (embora eu ache que deveria ser anulada por estarem corretas A e B).

97. (FUNIVERSA/Consultor-APEX/2006) Assinale a alternativa correta.

(a) O poder constituinte derivado tem como características ser condicionado, secundário e autônomo.

(B) Princípios Constitucionais extensíveis são aqueles que, inobservados, acarretam a intervenção federal nos Estados.

(C) Configura-se uma limitação circunstancial ao poder derivado não ser possível a emenda à Constituição Federal durante o Estado de Sítio.

(D) O poder constituinte originário pertence à Assembléia Constituinte formada especialmente para elaborar uma nova Constituição.

CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL NAS 5 FONTES PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

57

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

(E) Poder constituinte decorrente é um poder constituído pelo poder constituinte originário para o fim de reformar a Constituição, emendando-a.

Comentários:

Letra A - Errada. O PCD não é autônomo já que está vinculado às condições e limites estabelecidos pelo PCO.

Letra B - Errada. Os princípios que acarretam a intervenção federal nos Estados são os princípios sensíveis. Os princípios extensíveis são aqueles princípios federais que, por simetria federativa, devem ser aplicados também aos Estados Membros.

Letra C - Exato.

Letra D - Errado. O PCO pertence ao Povo. A assembléia é apenas o "exercente".

Letra E - Errado. O decorrente é o poder que os Estados possuem para elaborar ou modificar as constituições estaduais.

Gabarito: Letra C.

98. (FUNIVERSA/Advogado - ADASA/2009 - Adaptada) Mediante proposta de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal, a Constituição poderá ser emendada.

Comentários:

Isso aí. É uma das 3 formas de iniciativa prevista no art. 60. I da Constituição.

Gabarito: Correto.

99. (FUNIVERSA/Advogado - ADASA/2009 - Adaptada) A emenda à Constituição Federal será promulgada pelas mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal.

Comentários:

Exato. Note que não há fase presidencial de sanção/veto às emendas constitucionais. O fundamento desta questão está no art. 60 §3º.

Gabarito: Correto.

100. (FUNIVERSA/Advogado - ADASA/2009 - Adaptada) Com o advento de uma nova Constituição, as normas da Constituição antiga que não forem, no seu conteúdo, incompatíveis com o novo texto, continuam em vigor, mas com hierarquia de lei ordinária.

Comentários:

CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL NAS 5 FONTES PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

58

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

Essa é a chamada "Teoria da Desconstitucionalização". Essa teoria não é aceita no Brasil. Com o advento da nova Constituição tudo que é da Constituição anterior fica revogado, não se aproveita. Só podem ser aproveitadas normas infraconstitucionais, nunca do texto constitucional.

Gabarito: Errado.

• Questões da FGV:

101. (FGV/Fiscal - SEFAZ-MS/2006) A respeito da "mutação constitucional", é correto afirmar que:

a) é a alteração da Constituição por meio de emendas.

b) é o mesmo que revisão constitucional.

c) são as alterações informais feitas na substância da Constituição, especialmente por meio da interpretação judicial.

d) não tem lugar em nosso sistema jurídico, em razão de a Carta Política ser escrita e rígida.

e) só ocorre por meio do poder constituinte originário.

Comentários:

Somente a letra C expressa com exatidão o conceito da mutação constitucional, fruto do poder constituinte difuso.

Gabarito: Letra C.

102. (FGV/Procurador - TCM-RJ/2008) Mutação constitucional é:

(A) o mesmo que reforma da constituição.

(B) o mesmo que emenda da constituição.

(C) o processo não-formal de mudança de constituição flexível.

(D) o processo não-formal de mudança de constituição rígida.

(E) o processo formal de alteração do texto constitucional.

Comentários:

Só é plausível falarmos em "mudança formal" e "mudança informal", quando estamos diante de uma Constituição rígida, já que somente esta é que necessita de um procedimento especial de alteração.

Gabarito: Letra D.

103. (FGV/Juiz Substituto - TJ - PA/2008 - Adaptada) O Poder Constituinte Estadual é denominado de "derivado decorrente", pois

CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL NAS 5 FONTES PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

59

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

consiste na possibilidade que os Estados-membros têm de se auto-organizarem por meio de suas respectivas constituições estaduais, sempre respeitando as regras limitativas estabelecidas pela Constituição Federal.

Comentários:

Está certo o que diz a questão, já que o PCD Decorrente é conferido através de duas normas constitucionais:

1- Art. 25 - Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis que adotarem, observados os princípios desta Constituição.

2- ADCT, art. 11 - Cada Assembleia Legislativa, com poderes constituintes, elaborará a Constituição do Estado, no prazo de 1 ano da promulgação da Constituição Federal, obedecidos os princípios desta.

Gabarito: Correto.

104. (FGV/Fiscal - SEFAZ-MS/2006) Considera-se uma lei anterior à Constituição e com esta incompatível:

a) ineficaz.

b) revogada.

c) inconstitucional.

d) constitucional.

e) válida até revogação expressa por outra lei de igual estatura

Comentários:

Vimos que o exercício do poder constituinte originário traz consigo duas consequências básicas: a revogação de todo o ordenamento constitucional anterior e a recepção do ordenamento infraconstitucional compatível materialmente.

Vimos que as normas que não forem recepcionadas serão consideradas revogadas. Não há o que se falar em inconstitucionalidade delas, pois para que uma norma seja considerada inconstitucional, ela já deve nascer com algum problema, algum vício. Assim, não existe no Brasil a tese da "inconstitucionalidade superveniente", ou seja, uma lei para ser inconstitucional ela deve nascer inconstitucional, se ela não nasceu com o vício (inconstitucionalidade congênita) ela nunca irá durante sua existência se tornar inconstitucional, podendo ser, no máximo, revogada.

Gabarito: Letra B

CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL NAS 5 FONTES PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

60

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

• Questões de outras bancas:

105. (VUNESP/Procurador de São José dos Campos/2012) São espécies de limitações circunstanciais ao poder constituinte reformador no direito brasileiro:

a) a votação das propostas de emendas em dois turnos e a exigência de aprovação por três quintos dos membros de cada Casa do Congresso Nacional.

b) a intervenção federal e o estado de defesa.

c) a iniciativa de emenda por um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal e a votação em dois turnos em cada Casa do Congresso Nacional.

d) o estado de sítio e a proibição de abolição da forma federativa de Estado.

e) a vedação de abolição dos direitos e garantias individuais e a da separação dos poderes.

Comentários:

Dentre as diversas limitações ao Poder de Reforma da Constituição, as limitações circunstanciais seriam aqueles impedimentos para o exercício do Poder Derivado quando fossem observadas certas circunstâncias (no Brasil: intervenção federal, estado de sítio e estado de defesa).

Gabrito: Letra B.

106. (CESGRANRIO/Técnico de Nivel Superior -Jurídico - EPE/2007) Sobre os limites do poder de reforma constitucional, a doutrina reconhece que: "É inquestionavelmente um poder limitado, porque regrado por normas da própria Constituição (...)" SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. 22. ed. São Paulo: Malheiros, p. 65. Especificamente no que se refere à Constituição Federal de 1988, pode-se afirmar que o poder de reforma constitucional, em seu sentido amplo, NÃO se encontra sujeito a limitações:

a) formais.

b) temporais.

c) circunstanciais.

d) materiais explícitas.

e) materiais implícitas.

Comentários:

CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL NAS 5 FONTES PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

61

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

Essa questão mostra que é importante que fixemos as nomenclaturas doutrinárias, devidamente expostas ao comentarmos o art. 60.

Como vimos, não houve previsão de limitações temporais na CF 88.

Gabarito: Letra B.

107. (CESGRANRIO/Advogado Jr - EPE/2007) Buscando formular uma concepção estrutural de constituição, a doutrina reconhece que: "A constituição é algo que tem, como forma, um complexo de normas (escritas ou costumeiras); como conteúdo, a conduta humana motivada pelas relações sociais; como fim, a realização dos valores que apontam para o existir da comunidade; (...)" SILVA, José Afonso da. inCurso de Direito Constitucional Positivo, 26ª edição, Malheiros, p. 39.

Nessa mesma linha, reconhece(m)-se como causa criadora e recriadora da constituição:

a) a rigidez constitucional.

b) a organização dos elementos essenciais do Estado.

c) o puro dever-ser.

d) o poder que emana do povo.

e) os direitos fundamentais do homem.

Comentários:

Vimos que o povo é o titular do poder constituinte. Esse poder que emana do povo é a causa criadora e recriadora da Constituição, já que a Constituição é a norma que regula o Estado, que possui o povo como seu elemento pessoal. O Poder do povo é permanente, não se esgota com a criação da constituição, por isso ele pode exigir uma "recriação" se verificar que a ordem constitucional vigente não é mais válida para seus anseios.

Gabarito: Letra D.

108. (CEPERJ/Fiscal de Tributos-Resende/2007) Como formas de expressão do Poder Constituinte originário, podem-se citar, além do método da Convenção ou Assembléia Nacional Constituinte, os métodos:

A) da revolução e da outorga da integração constitucional

B) da revolução, da outorga e bonapartista

C) da outorga, analógico e bonapartista

D) da revolução, difuso e dedutivo

E) do golpe e do plebiscito

CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL NAS 5 FONTES PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

62

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

Comentários:

Com vimos, o Poder Constituinte Originário se manifesta basicamente de 4 formas: Convenção ou Assembléia Nacional Constituinte, Revolução, Outorga, Método Bonapartista ou Cesarista.

Gabarito: Letra B.

109. (CEPERJ/Fiscal de Tributos-Resende/2007) A mutação constitucional é um fenômeno que:

A) é exercido pelo chamado poder constituinte derivado, que é subordinado e condicionado.

B) consiste em elaborar emendas à Constituição através de um processo formal

C) é chamado também de revisão constitucional, tendo suas raízes no constitucionalismo norte-americano

D) é próprio do sistema constitucional brasileiro, uma vez que a nossa Constituição é rígida

E) é reservado às alterações informais feitas na substância da Constituição, sobretudo através de interpretação judicial

Comentários:

Claramente temos que o gabarito é a letra E. Foi exatamente o que vimos quando falamos em Poder Constituinte Difuso, no início da teoria sobre esta parte da aula.

Gabarito: Letra E.

110. (PGE-PA/Procurador - PGE-PA/2009) Analise as proposições abaixo e assinale a alternativa INCORRETA:

a) A afirmação de que a eficácia de uma Constituição importa criação de uma nova base para a ordem jurídica positiva gera a conclusão de que se o ato normativo anterior se exprimir por instrumento diferente daquele que a nova Constituição exige para a regulação de determinada matéria, deixará de permanecer em vigor e válido, mesmo que haja concordância material de seu conteúdo com a nova Carta.

b) Pela doutrina da DESCONSTITUCIONALIZAÇÃO a perda de validade da Constituição anterior, causada pela vigência de uma nova, não significa a perda de validade de todas as normas contidas na Constituição anterior.

c) A teoria da DUPLA REVISÃO visa possibilitar que os conteúdos protegidos pelas "cláusulas pétreas" sejam modificados por intermédio de Emenda Constitucional.

CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL NAS 5 FONTES PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

63

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

d) A questão de saber se o ato normativo anterior à nova Constituição, que com ela não guarde compatibilidade, padecerá de inconstitucionalidade superveniente ou estará revogado, possui relevância prática. Afinal, se for o caso de revogação os tribunais não precisarão de quorum especial para afastar a incidência do ato normativo no caso concreto.

Comentários:

Letra A - Errado. A questão, em outras palavras, está dizendo que um ato normativo que seja formalmente incompatível com o novo texto constitucional deverá ser revogado. Isso não é verdade já que a forma, ou como a questão diz: "o instrumento que a nova Constituição exige para regulamentar o tema", pouco importa para fins de recepção ou revogação. Estamos de olho tão somente no conteúdo do ato normativo, não importando a forma exigida.

Letra B - Correto. Não adotamos tal doutrina no Brasil, mas realmente o que esta teoria diz é que poderia ocorrer o aproveitamento das normas constitucionais não conflitantes com o novo texto.

Letra C - Exatamente. A dupla revisão é fazer uma emenda constitucional para desproteger as cláusulas pétreas, e depois outra emenda para alterá-las. A dupla revisão não é aceita no Brasil.

Letra D - Correto. A questão busca um tema que será estudado em "controle de constitucionalidade". Só para não deixar o comentário "solto", existe uma cláusula no art. 97 da Constituição, chamada de "reserva de plenário". A cláusula diz: somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos membros do respectivo órgão especial poderão os tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público.

Como a não recepção importa em revogação e não em inconstitucionalidade, os tribunais não precisam observar esta cláusula na apreciação da matéria.

Letra C

111. (TRT 18ª/ Juiz Substituto - TRT 18ª/2007) A quem é atribuída a idéia da origem do Poder Constituinte, com a consequente distinção entre Poder Constituinte e poderes constituídos?

a) O conceito de Poder Constituinte foi primeiramente elaborado por Carl Shimidt na obra "Teoria da Constituição".

b) O conceito de Poder Constituinte foi primeiramente elaborado por Emmanuel Sieyés, na obra "A Constituinte burguesa - Que é o terceiro estado?".

c) O conceito de Poder Constituinte foi primeiramente elaborado por Rousseau na obra "Contrato Social".

CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL NAS 5 FONTES PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

64

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

d) O conceito de Poder Constituinte foi primeiramente elaborado por Rousseau na obra "Origem das desigualdade entre os homens".

e) O conceito de Poder Constituinte foi primeiramente elaborado por François Châtelet na obra "História das Idéias Políticas".

Comentários:

Vimos que a teoria do Poder Constituinte é atribuída ao Abade Emmanuel Sieyès com a publicação do "Que é o Terceiro Estado?" à época da Revolução Francesa.

Gabarito: Letra B.

112. (OAB-DF/OAB-DF/2005 - Adaptada) A ausência de revolução armada antecedendo a convocação da Assembléia Nacional Constituinte nos anos de 1987/1988 desautoriza classificá-la como Poder Constituinte Originário.

Comentários:

Não há forma prefixada para manifestação do PCO, logo, ele poderá validamente ser expressado por meio de uma Assembleia Constituinte, ainda que sem revolução armada.

Gabarito: Errado.

Pronto pessoal!!! Por hoje é só...

Excelente estudo a todos.

Grande abraço.

Vítor Cruz

Pontos importantes a serem fixados:

Sentidos (concepções) das Constituições:

• Sentido sociológico � Ferdinand Lassale;

• Sentido político � Carl Schimitt;

• Sentido Jurídico � Hans Kelsen.

• Sentido sociológico: a Essência da Constituição - O que é a Constituição? - Constituição é um fato social - Teriam 2 constituições = a constituição real e a folha de papel. A Constituição real é formada pela soma dos fatores reais de poder, assim, todos os países têm e sempre tiveram uma constituição real e efetiva.

CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL NAS 5 FONTES PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

65

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

• Sentido Político: a constituição é uma decisão política fundamental - Diferenciava a Constituição das "leis constitucionais".

• Sentido jurídico: conceito formal de constituição – existe a supremacia constitucional independente do conteúdo. A constituição tem 2 sentidos: (1)Lógico-jurídico: norma hipotética (imaterial, pensada - como deveria ser) que serve base para o (2) sentido Jurídico-Positivo: Constituição efetiva, escrita, capaz de se impor sobre o resto do ordenamento.

• Konrad Hesse – A força normativa da Constituição (Lassale havia pecado em ignorar a força que a Constituição possuía de modificar a sociedade);

• J. J. Gomes Canotilho - Sentido dirigente da Constituição;

• Peter Häberle - A sociedade aberta dos interpretes da Constituição - todos os agentes que participam da realidade da Constituição deveriam participar também da interpretação constitucional.

Poder Constituinte:

Originário (PCO) – Seu titular é o povo, o seu exercente é a assembleia constituinte. É um poder inicial, político (pré-jurídico), autônomo, soberano, irrestrito, permanente. Lembrando que:

• Inicial – pois dá início a um novo ordenamento jurídico;

• Ilimitado, irrestrito, ou soberano - Não reconhece nenhuma limitação material;

• Incondicionado – Não existe nenhuma limitação ou procedimento formal pré-estabelecido;

Derivado (PCD) - Deriva do originário, sendo jurídico, derivado, condicionado e limitado. Lembrando que:

• Condicionado – Possui limitações formais;

• Limitado - Deve respeitar limites materiais (cláusulas pétreas – CF, art. 60 §4º).

O PCD se divide em:

1- Reformador - Poder de fazer a reforma constitucional (emendas constitucionais de reforma) para alterar formalmente o texto da Constituição (CF, art. 60). Manifesta-se da seguinte forma:

Iniciativa:

• Presidente da República;

CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL NAS 5 FONTES PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

66

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

• Pelo menos um terço dos Deputados ou dos Senadores;

• Mais da metade das Assembleias Legislativas das unidades da Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros.

Procedimento:

• Votação em dois turnos em cada Casa do Congresso;

• Deve obter 3/5 dos votos.

Promulgação:

• Pelas Mesas de ambas as casas (não passa pelo Presidente, ele inicia e termina no Legislativo).

Limitação circunstancial:

• A Constituição não pode ser emendada na vigência de intervenção federal, de estado de defesa ou de estado de sítio.

Limitação Material Expressa (Cláusulas Pétreas Expressas):

• Forma federativa de Estado;

• voto direto, secreto, universal e periódico;

• Separação dos Poderes;

• Direitos e garantias individuais.

Limitação Material Implícita (Cláusulas Pétreas Implícitas)

• Povo como titular do poder constituinte;

• Poder igualitário do voto.

• Próprio art. 60 – é a vedação à dupla revisão.

2- Revisor – Mesmo poder e mesmas limitações da reforma, porém através de um procedimento bem mais simples: bastava maioria simples em turno único. Foi instituído para se manifestar 5 anos após a promulgação da Constituição e depois se extinguir.

3- Decorrente - Poder para os Estados elaborarem as suas Constituições Estaduais.

4- Difuso - É o poder de se promover a mutação constitucional (alteração informal da Constituição).

CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL NAS 5 FONTES PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

67

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

LISTA DAS QUESTÕES DA AULA:

1. (FCC/PGE-MA/2003) A Constituição "como decisão política do titular do poder constituinte" é conceito atribuído a

a) Sieyès.

b) Kelsen.

c) Montesquieu.

d) Carl Schmitt.

e) Ferdinand Lassalle.

2. (FCC/Subprocurador - TCE-SE/2002) A conceituação de Constituição como "a soma dos fatores reais do poder que regem nesse País", atribuída a Lassalle, indica, segundo a doutrina, uma concepção de Constituição no sentido

a) sociológico.

b) jurídico.

c) político.

d) axiológico ou normativo.

e) instrumental ou estrutural.

3. (FCC/Defensor Público-SP/2006) O termo "Constituição" comporta uma série de significados e sentidos. Assinale a alternativa que associa corretamente frase, autor e sentido.

a) Todos os países possuem, possuíram sempre, em todos os momentos da sua história uma constituição real e efetiva. Carl Schmitt. Sentido político.

b) Constituição significa, essencialmente, decisão política fundamental, ou seja, concreta decisão de conjunto sobre o modo e a forma de existência política. Ferdinand Lassale. Sentido político.

c) Constituição é a norma fundamental hipotética e lei nacional no seu mais alto grau na forma de documento solene e que somente pode ser alterada observando-se certas prescrições especiais. Jean Jacques Rousseau. Sentido lógico-jurídico.

d) A verdadeira Constituição de um país somente tem por base os fatores reais do poder que naquele país vigem e as constituições escritas não têm valor nem são duráveis a não ser que exprimam fielmente os fatores do poder que imperam na realidade. Ferdinand Lassale. Sentido sociológico.

e) Todas as constituições pretendem, implícita ou explicitamente, conformar globalmente o político. Há uma intenção atuante e

CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL NAS 5 FONTES PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

68

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

conformadora do direito constitucional que vincula o legislador. Jorge Miranda. Sentido dirigente.

4. (CESPE/Técnico Científico - Direito - Banco da Amazônia/2012) Consoante a concepção sociológica, a constituição de um país consiste na soma dos fatores reais do poder que o regem, sendo, portanto, real e efetiva.

5. (CESPE/Técnico Científico - Direito - Banco da Amazônia/2012) Segundo Ferdinand Lassale, a Constituição de um país somente pode ser considerada legítima se de fato representar o efetivo poder social, ou seja, se refletir as forças sociais que constituem o poder.

6. (CESPE/AJEP-TJES/2011) A concepção sociológica, elaborada por Ferdinand Lassale, considera a Constituição como sendo a somatória dos fatores reais de poder, isto é, o conjunto de forças de índole política, econômica e religiosa que condicionam o ordenamento jurídico de determinada sociedade.

7. (CESPE/Analista-STF/2008) Considere a seguinte definição, elaborada por Kelsen e reproduzida, com adaptações, de José Afonso da Silva ( Curso de Direito Constitucional Positivo. São Paulo: Atlas, p. 41... ). A constituição é considerada norma pura. A palavra constituição tem dois sentidos: lógico-jurídico e jurídico-positivo. De acordo com o primeiro, constituição significa norma fundamental hipotética, cuja função é servir de fundamento lógico transcendental da validade da constituição jurídico-positiva, que equivale à norma positiva suprema, conjunto de normas que regula a criação de outras normas, lei nacional no seu mais alto grau. É correto afirmar que essa definição denota um conceito de constituição no seu sentido jurídico.

8. (CESPE/Juiz Substituto - TRF 5ª/2009) Segundo Kelsen, a CF não passa de uma folha de papel, pois a CF real seria o somatório dos fatores reais do poder. Dessa forma, alterando-se essas forças, a CF não teria mais legitimidade.

9. (CESPE/Agente Administrativo - MMA/2009) No sentido sociológico defendido por Ferdinand Lassale, a Constituição é fruto de uma decisão política.

10. (CESPE/Juiz Federal Substituto - TRF 1ª/2009) No sentido sociológico, a constituição seria distinta da lei constitucional, pois refletiria a decisão política fundamental do titular do poder constituinte, quanto à estrutura e aos órgãos do Estado, aos direitos individuais e à atuação democrática, enquanto leis constitucionais seriam todos os demais preceitos inseridos no documento, destituídos de decisão política fundamental.

CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL NAS 5 FONTES PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

69

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

11. (CESPE/Agente Administrativo - MMA/2009) No sentido jurídico, a Constituição não tem qualquer fundamentação sociológica, política ou filosófica.

12. (CESPE/Analista - DPU/2010) O termo constituição possui diversas acepções. Dessa forma, ao se afirmar que a constituição é norma pura, sendo fruto da vontade racional do homem e não das leis naturais, considera-se um conceito próprio do sentido

a) culturalista.

b) sociológico.

c) político.

d) filosófico.

e) jurídico.

13. (CESPE/Juiz Substituto - TRF 5ª/2009) De acordo com o princípio da força normativa da constituição, defendida por Konrad Hesse, as normas jurídicas e a realidade devem ser consideradas em seu condicionamento recíproco. A norma constitucional não tem existência autônoma em face da realidade. Para ser aplicável, a CF deve ser conexa à realidade jurídica, social e política, não sendo apenas determinada pela realidade social, mas determinante em relação a ela.

14. (CESPE/Promotor-MPE-RO/2010) Para a teoria da força normativa da constituição - desenvolvida, principalmente, pelo jurista alemão Konrad Hesse -, a constituição tem força ativa para alterar a realidade, sendo relevante a reflexão dos valores essenciais da comunidade política submetida.

15. (CESPE/ANAC/2009) Concebido por Ferdinand Lassale, o princípio da força normativa da CF é aquele segundo o qual os aplicadores e intérpretes da Carta, na solução das questões jurídicoconstitucionais, devem procurar a máxima eficácia do texto constitucional.

16. (CESPE/Promotor-MPE-RO/2010) Para o jurista alemão Peter Härbele, a constituição de um país consiste na soma dos fatores reais de poder que regulamentam a vida nessa sociedade.

17. (CESPE/Promotor-MPE-RO/2010) O legado de Carl Schmitt, considerado expoente da acepção jurídica da constituição, consistiu na afirmação de que há, nesse conceito, um plano lógico-jurídico, em que estaria situada a norma hipotética fundamental, e um plano jurídicopositivo, ou seja, a norma positivada.

18. (CESPE/Procurador Municipal de Natal/2008) A sociedade aberta dos intérpretes da Constituição, defendida por Peter Häberle, propõe que a interpretação constitucional seja tarefa desenvolvida por todos aqueles que vivem a norma, devendo ser inseridos no

CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL NAS 5 FONTES PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

70

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

processo de interpretação constitucional todos os órgãos estatais, os cidadãos e os grupos sociais.

19. (ESAF/PGFN/2007) Carl Schmitt, principal protagonista da corrente doutrinária conhecida como decisionista, advertia que não há Estado sem Constituição, isso porque toda sociedade politicamente organizada contém uma estrutura mínima, por rudimentar que seja; por isso, o legado da Modernidade não é a Constituição real e efetiva, mas as Constituições escritas.

20. (ESAF/PGFN/2007) Para Ferdinand Lassalle, a constituição é dimensionada como decisão global e fundamental proveniente da unidade política, a qual, por isso mesmo, pode constantemente interferir no texto formal, pelo que se torna inconcebível, nesta perspectiva materializante, a idéia de rigidez de todas as regras.

21. (ESAF/Auditor Fiscal do Trabalho/2003) Para Hans Kelsen, a norma fundamental, fato imaterial instaurador do processo de criação das normas positivas, seria a constituição em seu sentido lógico-jurídico.

22. (ESAF/AFC-STN/2005) Na concepção de constituição em seu sentido político, formulada por Carl Schmmitt, há uma identidade entre o conceito de constituição e o conceito de leis constitucionais, uma vez que é nas leis constitucionais que se materializa a decisão política fundamental do Estado.

23. (ESAF/AFTE-RN/2005) A constituição em sentido político pode ser entendida como a fundamentação lógico-política de validade das normas constitucionais positivas.

24. (ESAF/Auditor Fiscal do Trabalho/2003) A concepção de constituição, defendida por Konrad Hesse, não tem pontos em comum com a concepção de constituição defendida por Ferdinand Lassale, uma vez que, para Konrad Hesse, os fatores históricos, políticos e sociais presentes na sociedade não concorrem para a força normativa da constituição.

25. (TRT 23ª/Juiz Substituto - TRT 23ª/2010) No sentido sociológico, a Constituição, segundo a conceituação de Ferdinand Lassale é a somatória dos fatores reais do poder dentro de uma sociedade, e no sentido político, segundo Carl Schimitt, é a decisão política fundamental, fazendo distinção entre Constituição e leis constitucionais;

26. (TRT 23ª/Juiz Substituto - TRT 23ª/2010) Para Hans Kelsen a concepção de Constituição tem dois sentidos: lógico - jurídico, que equivale à norma positiva suprema, ou seja, conjunto de normas que regula a criação de outras normas, lei nacional no seu mais alto grau, e jurídico - positivo, que significa norma fundamental hipotética;

CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL NAS 5 FONTES PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

71

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

27. (VUNESP/Procurador - Louveira - SP/2007) A concepção de Constituição como "somatória dos fatores reais do poder dentro de uma sociedade", advém de um conceito de índole

a) política, empregada originalmente por Michel Temer.

b) sociológica, empregada originalmente por Ferdinand Lassale.

c) jurídica, empregada originalmente por Hans Kelsen.

d) antropológica, empregada originalmente por José Afonso da Silva.

e) material, empregada originalmente por J.J. Gomes Canotilho.

28. (VUNESP/OAB-RN/2003 - Adaptada) Em sentido político, a constituição abriga normas que, segundo Ferdinand Lassalle, têm origem nos chamados fatores reais de poder predominantes em determinada época e lugar.

29. (VUNESP/OAB-RN/2003 - Adaptada) Em sentido sociológico, a constituição é o fruto de uma decisão política fundamental acerca do modo e da forma da unidade política onde surgiu.

30. (TRT 24ª/Juiz Substituto - TRT 24ª/2007) Considere as referências abaixo acerca dos conceitos de Constituição:

I. Constituição no sentido lógico-jurídico.

II. Constituição no sentido jurídico-positivo.

III. Constituição como decisão política fundamental.

Faça a correlação com as referências a seguir:

( A ) Significa a norma fundamental hipotética.

( B ) A Constituição é dimensionada como decisão global e fundamental advinda da unidade política, e identificável pelo núcleo de matérias que lhe são próprias e inerentes.

( C ) Equivale à norma positiva suprema. Dentre as alternativas abaixo, marque aquela que expressa a relação correta entre as referências acima:

a)(I-C);(II-A);(III-B).

b)(I-A);(II-B);(III-C).

c)(I-A);(II-C);(III-B).

d)(I-B);(II-C);(III-A).

e)(I-B); (II-A);(III-C).

31. (IPAD/Delegado PC-PE/2006) Os chamados "fatores reais de poder" caracterizam o sentido político do termo Constituição, na teoria de Carl Schmitt.

CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL NAS 5 FONTES PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

72

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

32. (IPAD/Delegado PC-PE/2006) para Hans Kelsen, apesar de um caracterizar-se por um dever-ser, a Constituição exige uma fundamentação sociológica, política ou filosófica.

33. (OAB-DF/OAB-DF /2004) A concepção sociológica de Constituição indica que a Carta Magna:

a) é a decisão política fundamental do Estado, contendo normas fundamentais, tais como estrutura do Estado, organização do Poderes e direitos fundamentais;

b) é a norma hipotética fundamental, ou seja, o vértice do ordenamento jurídico;

c) é a soma dos fatores reais de poder, de nada valendo o texto escrito quando contrário a tais fatores;

d) é o resultado de um processo de interpretação conduzido à luz da publicidade, ou seja, pelos intérpretes da sociedade aberta e pluralista.

34. (OAB-DF/OAB-DF/2006 - Adaptada) A concepção sociológica de constituição, de Ferdinand Lassale, e a concepção de constituição de Konrad Hesse têm em comum o reconhecimento de que as condições sócio-políticas e econômicas têm influência na força normativa da Constituição;

35. (FCC/Defensor-DPE-RS/2011) No que se refere ao Poder Constituinte, é INCORRETO afirmar:

a) O Poder Constituinte genuíno estabelece a Constituição de um novo Estado, organizando-o e criando os poderes que o regerão.

b) Existe Poder Constituinte na elaboração de qualquer Constituição, seja ela a primeira Constituição de um país, seja na elaboração de qualquer Constituição posterior.

c) O Poder Constituinte derivado decorre de uma regra jurídica constitucional, é ilimitado, subordinado e condicionado.

d) Quando os Estados-Federados, em razão de sua autonomia político-administrativa e respeitando as regras estabelecidas na Constituição Federal, autoorganizam-se por meio de suas constituições estaduais estão exercitando o chamado Poder Constituinte derivado decorrente.

e) Para parte da doutrina, a titularidade do Poder Constituinte pertence ao povo, que, entretanto, não detém a titularidade do exercício do poder.

36. (FCC/AJEM-TRT 7ª/2009) O poder constituinte derivado é subdivido em:

a) inicial e incondicionado.

b) inicial e ilimitado.

CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL NAS 5 FONTES PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

73

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

c) autônomo e incondicionado.

d) reformador e decorrente.

e) autônomo e ilimitado.

37. (FCC/AJAJ-TRT SP/2008) O Poder Constituinte originário caracteriza-se por ser:

a) autônomo e condicionado.

b) reformador e decorrente.

c) condicionado e decorrente.

d) inicial, ilimitado e reformador.

e) inicial, ilimitado, autônomo e incondicionado.

38. (FCC/Auditor-TCE-AM/2007) Considere as afirmações a seguir a respeito do Poder Constituinte:

I. Dentre as possíveis classificações existentes, o Poder Constituinte classifica-se em originário e derivado.

II. A manifestação do Poder Constituinte originário é condicionada às regras procedimentais estabelecidas para a reforma da Constituição.

III. Poder Constituinte derivado é sempre ilimitado.

IV. As Emendas à Constituição de 1988 são frutos do Poder Constituinte derivado.

Está correto o que se afirma SOMENTE em

a) I e IV.

b) I e III.

c) II e IV.

d) III e IV.

e) IV.

39. (FCC/Analista - TRT 16ª/2009) Em tema de Poder Constituinte Originário, é INCORRETO afirmar que

a) é limitado pelas normas expressas e implícitas do texto constitucional vigente, sob pena de inconstitucionalidade.

b) é incondicionado, porque não tem ele que seguir qualquer procedimento determinado para realizar sua obra de constitucionalização.

c) é autônomo, pois não está sujeito a qualquer limitação ou forma prefixada para manifestar sua vontade.

d) caracteriza-se por ser ilimitado, autônomo e incondicionado.

e) se diz inicial, pois seu objeto final - a Constituição, é a base da ordem jurídica.

CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL NAS 5 FONTES PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

74

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

40. (FCC/Promotor-MPE-CE/2009 - Adaptada) O poder constituinte decorrente é próprio das federações (Certo/Errado).

41. (FCC/Procurador do MP junto ao TCE-MG/2007) No que diz respeito ao Poder constituinte, é correto afirmar que

a) o Movimento Revolucionário não é considerado uma das formas básicas de expressão desse Poder.

b) as Assembléias Constituintes titularizam esse Poder, enquanto o povo ou a nação é seu exercente.

c) o titular desse Poder é o povo, e seu exercente é aquele que, em nome do povo, cria o Estado, editando a nova Constituição.

d) as Assembléias Constituintes confundem-se com o processo de outorga que estabelece a Constituição, por declaração bilateral.

e) a titularidade e o exercente desse Poder são sempre o Legislativo e o Executivo, auxiliados pelo Judiciário.

42. (FCC/EPP-SP/2009 - Adaptada) O Poder Constituinte denominado originário pode se manifestar por meio de emendas pontuais ou mediante ampla revisão da Constituição preexistente (Certo/Errado).

43. (FCC/Defensor Público-SP/2007) Em relação ao poder constituinte originário, pode-se afirmar:

a) Envolve processos cognitivos e questões complexas sobre teoria política, filosofia, ciência política e Teoria da constituição, já que dispõe, de maneira derivada, sobre a principal lei de um Estado, sua organização e os direitos e garantias fundamentais.

b) Os positivistas admitem que é um poder de direito que se funda num poder natural, do qual resultam regras anteriores ao direito positivo e decorrentes da natureza humana e da própria idéia de justiça da comunidade.

c) Sua teorização precedeu historicamente a primeira constituição escrita, tendo como grande colaborador a figura do Abade Emmanuel de Sieyès que alguns meses antes da Revolução Francesa publicou um panfleto intitulado "A Essência da Constituição".

d) Sua atividade se dá nos casos de necessária evolução constitucional, onde o texto poderá ser modificado através de regras e limites jurídicos contidos na norma hipotética fundamental idealizada por Hans Kelsen.

e) Na sua atuação poderá encontrar implicações circunstanciais impositivas como por exemplo as pressões econômicas, sociais e de grupos particulares, mas fundará sua legitimidade numa pauta advinda da idéia de direito da comunidade e de sua tradição cultural.

44. (FCC/Assistente – MPE-RS/2008 - Adaptada) Considerando que o Código Penal foi editado por uma espécie

CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL NAS 5 FONTES PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

75

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

normativa denominada Decreto-Lei, não previsto na atual Constituição da República Federativa do Brasil, embora o referido diploma penal continue plenamente em vigor, tanto no aspecto material, como formal, e desta feita sob uma roupagem de "lei ordinária", ocorreu o fenômeno caracterizado como desconstitucionalização (Certo/Errado).

45. (FCC/Assessor Jurídico - TJ-PI/2010) No Brasil, o Poder Constituinte Reformador:

a) realiza a modificação da Constituição por meio de Emendas Constitucionais, cujo projeto deverá ser aprovado em cada Casa do Congresso Nacional em dois turnos, pelo voto de três quintos dos respectivos Membros e, posteriormente, sancionado pelo Presidente da República.

b) legitima as Assembleias Constituintes Estaduais bem como as Câmaras Municipais a produzirem a legislação local das respectivas unidades federativas, desde que respeitada a Constituição Federal.

c) determina limites formais para o caso de revisão constitucional, como a exigência de dupla votação e voto da maioria absoluta do Congresso Nacional, em sessão unicameral.

d) pode se transformar em Assembleia Constituinte segundo disposição expressa da Constituição Federal mediante aprovação popular por meio de referendo.

e) possui limites circunstanciais, como a impossibilidade de a Constituição Federal ser emendada em caso de intervenção federal, estado de sítio e estado de defesa.

46. (CESPE/AJAJ-TJAL/2012) O poder constituinte originário é autônomo e tem natureza préjurídica.

47. (CESPE/AJAJ-TJAL/2012) O poder constituinte derivado revisor não está vinculado ao poder constituinte originário, razão por que não é um poder condicionado.

48. (CESPE/AJAJ-TJAL/2012) A CF atribui expressamente às assembleias legislativas e às câmaras municipais o exercício do poder constituinte derivado decorrente.

49. (CESPE/Analista Processual - TJ-RR/2012) As denominadas limitações materiais ao poder constituinte de reforma estão exaustivamente previstas da Constituição Federal de 1988 (CF).

50. (CESPE/AGU/2012) O poder constituinte de reforma não pode criar cláusulas pétreas, apesar de lhe ser facultado ampliar o catálogo dos direitos fundamentais criado pelo poder constituinte originário.

CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL NAS 5 FONTES PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

76

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

51. (CESPE/AGU/2012) O sistema constitucional brasileiro não admite a denominada cláusula pétrea implícita, estando as limitações materiais ao poder de reforma exaustivamente enumeradas na CF.

52. (CESPE/AGU/2012) Pelo poder constituinte de reforma, assim como pelo poder constituinte originário, podem ser inseridas normas no ADCT, admitindo-se, em ambas as hipóteses, a incidência do controle de constitucionalidade.

53. (CESPE/Analista Processual - TJ-RR/2012) O poder constituinte originário é autônomo e se esgota com a edição da nova constituição.

54. (CESPE/Analista MPE-PI/2012) O poder constituinte originário, responsável pela elaboração de uma nova Constituição, extingue-se com a conclusão de sua obra.

55. (CESPE/Advogado - IPAJM-ES/2010) A teoria do poder constituinte foi esboçada por Emmanuel Sieyès e aperfeiçoada por constitucionalistas franceses. O ponto fundamental dessa teoria é o de que ela só pode ser aplicada nos Estados em que se adotam constituições não escritas e semirrígidas.

56. (CESPE/Advogado - IPAJM-ES/2010) Segundo a doutrina, apesar de o poder constituinte ser originário, a história revela experiências no sentido da indispensabilidade de observância de certos princípios, como, por exemplo, o princípio da dignidade da pessoa humana, o da justiça, o da liberdade e o da igualdade, quando da criação de uma nova constituição.

57. (CESPE/DPE-Bahia/2010) O denominado poder constituinte supranacional tem capacidade para submeter as diversas constituições nacionais ao seu poder supremo, distinguindo-se do ordenamento jurídico positivo interno assim como do direito internacional.

58. (CESPE/Procurador Previdenciário - Cariacica-ES/2007) O poder constituinte é titularizado pelo povo e pelas assembléias constituintes.

59. (CESPE/Procurador Previdenciário - Cariacica-ES/2007) O poder constituinte pode ser classificado em poder constituinte originário e poder constituinte derivado, aos quais correspondem, respectivamente, os conceitos de poder constituinte de segundo grau e de poder constituinte de primeiro grau.

60. (CESPE/Procurador Previdenciário - Cariacica-ES/2007) O poder constituinte derivado pode ser subdivido em poder constituinte reformador e poder constituinte decorrente. O segundo consiste naquele que possibilita aos estados-membros que estes, em virtude de sua autonomia político-administrativa, se auto-organizem por meio de constituições estaduais que respeitem, sempre, as regras limitativas estabelecidas pela Constituição Federal.

CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL NAS 5 FONTES PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

77

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

61. (CESPE/Procurador Previdenciário - Cariacica-ES/2007) Inexiste uma forma prefixada pela qual se manifesta o poder constituinte originário, mas é possível apontar duas formas básicas de sua expressão, por meio das assembléias nacionais constituintes e dos movimentos revolucionários.

62. (CESPE/PM-DF/2010) Uma das características do poder constituinte originário é a de ser inicial, o que significa que inaugura uma nova ordem jurídica, rompendo com a anterior.

63. (CESPE/PM-DF/2010) A CF é rígida e, por isso, não pode ser submetida ao poder constituinte derivado.

64. (CESPE/PM-DF/2010) O poder constituinte decorrente é aquele cuja competência consiste em elaborar ou modificar as constituições dos estados-membros da Federação.

65. (CESPE/AGU/2009) O poder constituinte originário esgota-se quando é editada uma constituição, razão pela qual, além de ser inicial, incondicionado e ilimitado, ele se caracteriza pela temporariedade.

66. (CESPE/Juiz Federal Substituto - TRF 1ª/2009) O poder constituinte originário não se esgota quando se edita uma constituição, razão pela qual é considerado um poder permanente.

67. (CESPE/Auditor Interno - AUGE-MG/2009) O poder constituinte originário é um poder inicial e incondicionado, que pode desconsiderar de maneira absoluta o ordenamento constitucional preexistente, inclusive as cláusulas pétreas.

68. (CESPE/Procurador-BACEN/2009) De acordo com entendimento do STF, as normas constitucionais provenientes da manifestação do poder constituinte originário têm, via de regra, retroatividade máxima.

69. (CESPE/Procurador-TCE-ES/2009) O STF admite a teoria da inconstitucionalidade superveniente de ato normativo produzido antes da nova constituição e perante o novo dispositivo paradigma, nela inserido.

70. (CESPE/Procurador-TCE-ES/2009) No fenômeno da recepção, são analisadas as compatibilidades formais e materiais da lei em face da nova constituição.

71. (CESPE/Procurador-TCE-ES/2009) No tocante ao poder constituinte originário, o Brasil adotou a corrente positivista, de modo que o referido poder se revela ilimitado, apresentando natureza pré-jurídica.

72. (CESPE/Procurador-AGU/2010) No que se refere ao poder constituinte originário, o Brasil adotou a corrente jusnaturalista, segundo a qual o poder constituinte originário é ilimitado e apresenta natureza pré-jurídica.

CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL NAS 5 FONTES PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

78

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

73. (CESPE/Auditor-TCU/2009) Da mesma forma que o poder constituinte originário, o poder de reforma não está submetido a qualquer limitação de ordem formal ou material, sendo que a CF apenas estabelece que não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir a forma federativa de Estado, o voto direto, secreto, universal e periódico, a separação de poderes e os direitos e garantias individuais.

74. (CESPE/Juiz Federal Substituto - TRF 1ª/2009) Pelo critério jurídico-formal, a manifestação do poder constituinte derivado decorrente mantém-se adstrita à atuação dos estados-membros para a elaboração de suas respectivas constituições, não se estendendo ao DF e aos municípios, que se organizam mediante lei orgânica.

75. (CESPE/Juiz Federal Substituto - TRF 1ª/2009) O poder constituinte originário pode autorizar a incidência do fenômeno da desconstitucionalização, segundo o qual as normas da constituição anterior, desde que compatíveis com a nova ordem constitucional, permanecem em vigor com status de norma infraconstitucional.

76. (CESPE/Procurador-TCE-ES/2009) As normas produzidas pelo poder constituinte originário são passíveis de controle concentrado e difuso de constitucionalidade.

77. (CESPE/Procurador-TCE-ES/2009) A CF pode ser alterada, a qualquer momento, por intermédio do chamado poder constituinte derivado reformador e também pelo derivado revisor.

78. (CESPE/DETRAN-DF/2009) O poder de modificar o texto originário da Constituição advém do exercício do poder constituinte reformador e do revisor, os quais podem ser manifestados a qualquer tempo, mediante o voto de três quintos de cada casa do Congresso Nacional, em dois turnos de votação.

79. (CESPE/Juiz Federal Substituto - TRF 1ª/2009) Respeitados os princípios estruturantes, é possível a ocorrência de mudanças na constituição, sem alteração em seu texto, pela atuação do denominado poder constituinte difuso.

80. (CESPE/Analista - TCE-TO/2008) O fenômeno de reforma da Constituição por meio da alteração formal do seu texto é denominado mutação constitucional.

81. (CESPE/ANATEL/2006) Denomina-se mutação constitucional o processo informal de revisão, atualização ou transição da Constituição sem que haja mudança do texto constitucional.

82. (CESPE/ANATEL/2009) Mutações constitucionais são alterações no texto da CF decorrentes de novos cenários na ordem econômica, social e cultural do país.

83. (CESPE/AGU/2009) Na hipótese de alteração, por uma nova Constituição Federal, do rol de competência legislativa dos entes da

CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL NAS 5 FONTES PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

79

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

Federação, para inserir na competência federal matéria até então da competência legislativa estadual ou municipal, ocorre o fenômeno da federalização da lei estadual ou municipal, a qual permanecerá em vigor como se lei federal fosse, em atenção ao princípio da continuidade do ordenamento jurídico.

84. (ESAF/PFN/2012) Sobre o poder constituinte, é incorreto afirmar que

a) o poder constituinte originário é inicial, ilimitado e incondicionado.

b) o poder constituinte derivado é limitado e condicionado.

c) o poder constituinte decorrente, típico aos Estados Nacionais unitários, é limitado, porém incondicionado.

d) os limites do poder constituinte derivado são temporais, circunstanciais ou materiais.

e) a soberania é atributo inerente ao poder constituinte originário.

85. (ESAF/MDIC/2012) O Poder Constituinte é a manifestação soberana da suprema vontade política de um povo, social e juridicamente organizado. A respeito do Poder Constituinte, é correto afirmar que

a) no Poder Constituinte Derivado Reformador, não há observação a regulamentações especiais estabelecidas na própria Constituição, vez que com essas limitações não seria possível atingir o objetivo de reformar.

b) o Poder Constituinte Originário é condicionado à forma prefixada para manifestar sua vontade, tendo que seguir procedimento determinado para realizar sua constitucionalização.

c) no Poder Constituinte Derivado Decorrente, há a possibilidade de alteração do texto constitucional, respeitando-se a regulamentação especial prevista na própria Constituição. No Brasil é exercitado pelo Congresso Nacional.

d) as formas básicas de expressão do Poder Constituinte são outorga e convenção.

e) o Poder Constituinte Originário não é totalmente autônomo, tendo em vista ser necessária a observância do procedimento imposto pelo ordenamento então vigente para sua implantação.

86. (ESAF/SEFAZ-CE/2007) Sobre o poder constituinte originário e o poder constituinte derivado, assinale a única alternativa correta.

a) A revisão constitucional prevista por uma Assembléia Nacional Constituinte, possibilita ao poder constituinte derivado a alteração do texto constitucional, com menor rigor formal e sem as limitações expressas e implícitas originalmente definidas no texto constitucional.

b) Entre as características do poder constituinte originário destaca-se a possibilidade incondicional de atuação, ou seja, a Assembléia

CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL NAS 5 FONTES PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

80

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

Nacional Constituinte não está sujeita a forma ou procedimento pré-determinado.

c) O poder constituinte derivado decorrente é aquele atribuído aos parlamentares no processo legiferante, em que são discutidas e aprovadas leis, observadas as limitações formais e materiais impostas pela Constituição.

d) O poder emanado do constituinte derivado reformador, que é fundado na possibilidade de alteração do texto constitucional, não é passível de controle de constitucionalidade pelo Supremo Tribunal Federal.

e) O titular do poder constituinte é aquele que, em nome do povo, promove a instituição de um novo regime constitucional ou promove a sua alteração.

87. (ESAF/PFN/2006) Considerando o Direito Brasileiro, assinale a opção correta, no que diz respeito às conseqüências da ação do poder constituinte originário.

a) Uma lei federal sobre assunto que a nova Constituição entrega à competência privativa dos Municípios fica imediatamente revogada com o advento da nova Carta.

b) Uma lei que fere o processo legislativo previsto na Constituição sob cuja regência foi editada, mas que, até o advento da nova Constituição, nunca fora objeto de controle de constitucionalidade, não é considerada recebida por esta, mesmo que com ela guarde plena compatibilidade material e esteja de acordo com o novo processo legislativo.

c) Para que a lei anterior à Constituição seja recebida pelo novo Texto Magno, é mister que seja compatível com este, tanto do ponto de vista da forma legislativa como do conteúdo dos seus preceitos.

d) Normas não recebidas pela nova Constituição são consideradas, ordinariamente, como sofrendo de inconstitucionalidade superveniente.

e) A Doutrina majoritária e a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal convergem para afirmar que normas da Constituição anterior ao novo diploma constitucional, que com este não sejam materialmente incompatíveis, são recebidas como normas infraconstitucionais.

88. (ESAF/PFN/2006 - Adaptada) Do poder constituinte dos Estados-membros é possível dizer que é inicial, limitado e condicionado.

89. (ESAF/AFRF/2005) Sobre o poder constituinte, marque a única opção correta.

a) A impossibilidade de alteração da sua própria titularidade é uma limitação material implícita do poder constituinte derivado.

CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL NAS 5 FONTES PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

81

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

b) A existência de cláusulas pétreas, na Constituição brasileira de 1988, está relacionada com a característica de condicionado do poder constituinte derivado.

c) Como a titularidade da soberania se confunde com a titularidade do poder constituinte, no caso brasileiro, a titularidade do poder constituinte originário é do Estado, uma vez que a soberania é um dos fundamentos da República Federativa do Brasil.

d) A impossibilidade de a Constituição Federal ser emendada na vigência de estado de defesa se constitui em uma limitação material explícita ao poder constituinte derivado.

e) O poder constituinte originário é inicial porque não sofre restrição de nenhuma limitação imposta por norma de direito positivo anterior.

90. (ESAF/TCU/2006) Para o positivismo jurídico, o poder constituinte originário tem natureza jurídica, sendo um poder de direito, uma vez que traz em si o gérmen da ordem jurídica.

91. (ESAF/AFRFB/2009) Marque a opção correta.

a) O Poder Constituinte Originário é ilimitado e autônomo, pois é a base da ordem jurídica.

b) O Poder Constituinte Derivado decorrente consiste na possibilidade de alterar-se o texto constitucional, respeitando-se a regulamentação especial prevista na própria Constituição Federal e será exercitado por determinados órgãos com caráter representativo.

c) A outorga, forma de expressão do Poder Constituinte Originário, nasce da deliberação da representação popular, devidamente convocada pelo agente revolucionário.

d) O Poder Constituinte Derivado decorre de uma regra jurídica de autenticidade constitucional.

e) A doutrina aponta a contemporaneidade da ideia de Poder Constituinte com a do surgimento de Constituições históricas, visando, também, à limitação do poder estatal.

92. (ESAF/ENAP/2006) O poder constituinte derivado, no caso brasileiro, possui como uma das suas limitações a impossibilidade de promoção de alteração da titularidade do poder constituinte originário.

93. (ESAF/CGU/2006) A existência de um poder constituinte derivado decorrente não pressupõe a existência de um Estado federal.

94. (ESAF/AFPS/2002) Normas legais anteriores à Constituição nova, que com ela sejam incompatíveis no seu conteúdo, devem ser tidas como revogadas pela nova Constituição.

95. (ESAF/AFPS/2002) Uma vez que a Constituição de 1988 não previu a figura do Decreto-Lei, todos os decretos- leis editados

CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL NAS 5 FONTES PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

82

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

antes dela ficaram revogados com o advento da Constituição em vigor.

96. (FUNIVERSA/Agente - PCDF/2009) Denomina-se poder constituinte aquela prerrogativa de elaborar ou atualizar o texto constitucional. Nesse cenário, há que se distinguir entre o titular e o exercente desse poder, do que, quanto àquele, é consagrado, no texto federal, ser o povo; já, quanto a essa faculdade de exercitá-lo, têm-na os agentes políticos eleitos para tal. Acerca do poder constituinte, assinale a alternativa correta.

a) O poder constituinte derivado é subdividido em reformador e revisor.

b) Pelo sistema jurídico adotado no Brasil, o poder constituinte originário é totalmente ilimitado.

c) Enquadram-se os princípios constitucionais estabelecidos como aqueles expressos na Constituição.

d) O quorum necessário para a revisão constitucional é de três quintos dos Parlamentares de cada uma das Casas do Congresso Nacional. Essa votação deverá ocorrer em dois turnos em cada uma delas.

e) A recepção de normas anteriores ao texto constitucional é ponto que cabe à análise jurídica, devendo aquela, necessariamente, ocorrer sob os aspectos formal e material.

97. (FUNIVERSA/Consultor-APEX/2006) Assinale a alternativa correta.

(a) O poder constituinte derivado tem como características ser condicionado, secundário e autônomo.

(B) Princípios Constitucionais extensíveis são aqueles que, inobservados, acarretam a intervenção federal nos Estados.

(C) Configura-se uma limitação circunstancial ao poder derivado não ser possível a emenda à Constituição Federal durante o Estado de Sítio.

(D) O poder constituinte originário pertence à Assembléia Constituinte formada especialmente para elaborar uma nova Constituição.

(E) Poder constituinte decorrente é um poder constituído pelo poder constituinte originário para o fim de reformar a Constituição, emendando-a.

98. (FUNIVERSA/Advogado - ADASA/2009 - Adaptada) Mediante proposta de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal, a Constituição poderá ser emendada.

CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL NAS 5 FONTES PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

83

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

99. (FUNIVERSA/Advogado - ADASA/2009 - Adaptada) A emenda à Constituição Federal será promulgada pelas mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal.

100. (FUNIVERSA/Advogado - ADASA/2009 - Adaptada) Com o advento de uma nova Constituição, as normas da Constituição antiga que não forem, no seu conteúdo, incompatíveis com o novo texto, continuam em vigor, mas com hierarquia de lei ordinária.

101. (FGV/Fiscal - SEFAZ-MS/2006) A respeito da "mutação constitucional", é correto afirmar que:

a) é a alteração da Constituição por meio de emendas.

b) é o mesmo que revisão constitucional.

c) são as alterações informais feitas na substância da Constituição, especialmente por meio da interpretação judicial.

d) não tem lugar em nosso sistema jurídico, em razão de a Carta Política ser escrita e rígida.

e) só ocorre por meio do poder constituinte originário.

102. (FGV/Procurador - TCM-RJ/2008) Mutação constitucional é:

(A) o mesmo que reforma da constituição.

(B) o mesmo que emenda da constituição.

(C) o processo não-formal de mudança de constituição flexível.

(D) o processo não-formal de mudança de constituição rígida.

(E) o processo formal de alteração do texto constitucional.

103. (FGV/Juiz Substituto - TJ - PA/2008 - Adaptada) O Poder Constituinte Estadual é denominado de "derivado decorrente", pois consiste na possibilidade que os Estados-membros têm de se auto-organizarem por meio de suas respectivas constituições estaduais, sempre respeitando as regras limitativas estabelecidas pela Constituição Federal.

104. (FGV/Fiscal - SEFAZ-MS/2006) Considera-se uma lei anterior à Constituição e com esta incompatível:

a) ineficaz.

b) revogada.

c) inconstitucional.

d) constitucional.

e) válida até revogação expressa por outra lei de igual estatura

105. (VUNESP/Procurador de São José dos Campos/2012) São espécies de limitações circunstanciais ao poder constituinte reformador no direito brasileiro:

CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL NAS 5 FONTES PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

84

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

a) a votação das propostas de emendas em dois turnos e a exigência de aprovação por três quintos dos membros de cada Casa do Congresso Nacional.

b) a intervenção federal e o estado de defesa.

c) a iniciativa de emenda por um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal e a votação em dois turnos em cada Casa do Congresso Nacional.

d) o estado de sítio e a proibição de abolição da forma federativa de Estado.

e) a vedação de abolição dos direitos e garantias individuais e a da separação dos poderes.

106. (CESGRANRIO/Técnico de Nivel Superior -Jurídico - EPE/2007) Sobre os limites do poder de reforma constitucional, a doutrina reconhece que: "É inquestionavelmente um poder limitado, porque regrado por normas da própria Constituição (...)" SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. 22. ed. São Paulo: Malheiros, p. 65. Especificamente no que se refere à Constituição Federal de 1988, pode-se afirmar que o poder de reforma constitucional, em seu sentido amplo, NÃO se encontra sujeito a limitações:

a) formais.

b) temporais.

c) circunstanciais.

d) materiais explícitas.

e) materiais implícitas.

107. (CESGRANRIO/Advogado Jr - EPE/2007) Buscando formular uma concepção estrutural de constituição, a doutrina reconhece que: "A constituição é algo que tem, como forma, um complexo de normas (escritas ou costumeiras); como conteúdo, a conduta humana motivada pelas relações sociais; como fim, a realização dos valores que apontam para o existir da comunidade; (...)" SILVA, José Afonso da. inCurso de Direito Constitucional Positivo, 26ª edição, Malheiros, p. 39.

Nessa mesma linha, reconhece(m)-se como causa criadora e recriadora da constituição:

a) a rigidez constitucional.

b) a organização dos elementos essenciais do Estado.

c) o puro dever-ser.

d) o poder que emana do povo.

e) os direitos fundamentais do homem.

CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL NAS 5 FONTES PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

85

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

108. (CEPERJ/Fiscal de Tributos-Resende/2007) Como formas de expressão do Poder Constituinte originário, podem-se citar, além do método da Convenção ou Assembléia Nacional Constituinte, os métodos:

A) da revolução e da outorga da integração constitucional

B) da revolução, da outorga e bonapartista

C) da outorga, analógico e bonapartista

D) da revolução, difuso e dedutivo

E) do golpe e do plebiscito

109. (CEPERJ/Fiscal de Tributos-Resende/2007) A mutação constitucional é um fenômeno que:

A) é exercido pelo chamado poder constituinte derivado, que é subordinado e condicionado.

B) consiste em elaborar emendas à Constituição através de um processo formal

C) é chamado também de revisão constitucional, tendo suas raízes no constitucionalismo norte-americano

D) é próprio do sistema constitucional brasileiro, uma vez que a nossa Constituição é rígida

E) é reservado às alterações informais feitas na substância da Constituição, sobretudo através de interpretação judicial

110. (PGE-PA/Procurador - PGE-PA/2009) Analise as proposições abaixo e assinale a alternativa INCORRETA:

a) A afirmação de que a eficácia de uma Constituição importa criação de uma nova base para a ordem jurídica positiva gera a conclusão de que se o ato normativo anterior se exprimir por instrumento diferente daquele que a nova Constituição exige para a regulação de determinada matéria, deixará de permanecer em vigor e válido, mesmo que haja concordância material de seu conteúdo com a nova Carta.

b) Pela doutrina da DESCONSTITUCIONALIZAÇÃO a perda de validade da Constituição anterior, causada pela vigência de uma nova, não significa a perda de validade de todas as normas contidas na Constituição anterior.

c) A teoria da DUPLA REVISÃO visa possibilitar que os conteúdos protegidos pelas "cláusulas pétreas" sejam modificados por intermédio de Emenda Constitucional.

d) A questão de saber se o ato normativo anterior à nova Constituição, que com ela não guarde compatibilidade, padecerá de inconstitucionalidade superveniente ou estará revogado, possui relevância prática. Afinal, se for o caso de revogação os tribunais não

CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL NAS 5 FONTES PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

86

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

precisarão de quorum especial para afastar a incidência do ato normativo no caso concreto.

111. (TRT 18ª/ Juiz Substituto - TRT 18ª/2007) A quem é atribuída a idéia da origem do Poder Constituinte, com a consequente distinção entre Poder Constituinte e poderes constituídos?

a) O conceito de Poder Constituinte foi primeiramente elaborado por Carl Shimidt na obra "Teoria da Constituição".

b) O conceito de Poder Constituinte foi primeiramente elaborado por Emmanuel Sieyés, na obra "A Constituinte burguesa - Que é o terceiro estado?".

c) O conceito de Poder Constituinte foi primeiramente elaborado por Rousseau na obra "Contrato Social".

d) O conceito de Poder Constituinte foi primeiramente elaborado por Rousseau na obra "Origem das desigualdade entre os homens".

e) O conceito de Poder Constituinte foi primeiramente elaborado por François Châtelet na obra "História das Idéias Políticas".

112. (OAB-DF/OAB-DF/2005 - Adaptada) A ausência de revolução armada antecedendo a convocação da Assembléia Nacional Constituinte nos anos de 1987/1988 desautoriza classificá-la como Poder Constituinte Originário.

CURSO ON-LINE - D. CONSTITUCIONAL NAS 5 FONTES PROFESSOR: VÍTOR CRUZ

87

Prof. Vítor Cruz WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR

GABARITO:

1 D 24 Errado 47 Errado 70 Errado 93 Errado 2 A 25 Correto 48 Errado 71 Correto 94 Correto 3 D 26 Errado 49 Errado 72 Errado 95 Errado 4 Correto 27 B 50 Correto 73 Errado 96 B 5 Correto 28 Errado 51 Errado 74 Correto 97 C 6 Correto 29 Errado 52 Errado 75 Correto 98 Correto 7 Correto 30 C 53 Errado 76 Errado 99 Correto 8 Errado 31 Errado 54 Errado 77 Errado 100 Errado 9 Errado 32 Errado 55 Errado 78 Errado 101 C

10 Errado 33 C 56 Correto 79 Correto 102 D 11 Correto 34 Correto 57 Correto 80 Errado 103 Correto 12 E 35 C 58 Errado 81 Correto 104 B 13 Correto 36 D 59 Errado 82 Errado 105 B 14 Correto 37 E 60 Correto 83 Errado 106 B 15 Errado 38 A 61 Correto 84 C 107 D 16 Errado 39 A 62 Correto 85 D 108 B 17 Errado 40 Correto 63 Errado 86 B 109 E 18 Correto 41 C 64 Correto 87 B 110 C 19 Errado 42 Errado 65 Errado 88 Errado 111 B 20 Errado 43 E 66 Correto 89 A 112 Errado 21 Correto 44 Errado 67 Correto 90 Errado 22 Errado 45 E 68 Errado 91 D 23 Errado 46 Correto 69 Errado 92 Correto