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direito constitucional

Aula 01

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Direito constitucional

AULA 01

Boa noite pessoal! Quem não me conhece?! meu nome é Alessandra e dou aula de Direito Constitucional aqui na casa do concurseiro. Sou irmã do Professor André Vieira, não sei se ele já deu aula para alguns de vocês, pois uso muito ele nos exemplos e já estou dizendo o motivo. Nós vamos ter duas aulas hoje e uma em Julho, dentro daquilo que eu trabalho nos concursos na matéria do Direito Constitucional. Então vamos estudar a matéria de Nacionalidade que é um assunto que cai bastante, uma matéria bem interessante de se estudar e a matéria de Direitos Políticos que veremos no segundo encontro. Portanto hoje trabalharemos quem são os brasileiros natos, naturalizados, se nato e naturalizados são tudo a mesma coisa e se eles têm diferenças? Como uma pessoa se torna brasileiro nato no nosso país? Se ela pode perder essa condição? Então, quando eu comento isso em aula, eu sempre digo aos alunos: “Será que um brasileiro nato ele pode perder a condição de brasileiro nato?”. Também escuto com muita facilidade que: _ “Não, não tem como!”. E a gente vai ver que pode, né?! Existe a hipótese, sim, da perda e a gente vai ver em qual situação.

Então essa matéria que a gente vai estudar hoje, vocês vão observar que se algum de vocês nunca viu ou nunca teve o contato com essa matéria, ela pode parecer um pouquinho complicada no início, mas ela é uma matéria bem gostosa de trabalhar. E aquilo que eu sempre digo: “ELA CAI MUITO EM CONCURSO PÚBLICO!”.

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Brasileiros Natos

Nossa matéria está no Art. 12 da Constituição e tem ai na apostila de vocês o conceito da Nacionalidade.

O que é a nacionalidade? Nacionalidade é um vínculo Jurídico Político que liga um indivíduo à um certo e determinado estado, fazendo então, deste indivíduo um componente do povo, da dimensão deste estado e capacitando essa pessoa a exigir uma proteção bem como se sujeitando ao cumprimento de uma série de deveres.

O que nós vamos aprender a partir de agora? Quando a gente fala em nacionalidade, a primeira questão que temos que ter presente é que o Brasil adota duas classes de nacionalidade. Ou nós somos brasileiros natos ou somos brasileiros naturalizados.

Então se perguntarem no concurso: “Quais são as classes de nacionalidade que existem?” (Isso é importante distinguir, por que pode misturar com jus sangui ou jus sólis, que depois veremos). As classes de nacionalidade são duas: Nato ou naturalizado.

“Como é que se adquire essa condição?” É o que veremos a partir de agora.

Vou colocar um esquema no quadro

Como falei pra vocês, o brasil adota duas classes de nacionalidade: Natos ou naturalizados. Toda pessoa que é brasileira nata no nosso país possui o que se denomina nacionalidade brasileira primária ou originária. Se lá no concurso aparece essa expressão: “Nacionalidade brasileira primária” ou “Originária” é por que a questão trata de brasileiros natos, Ok?!

A pergunta é! “Como que uma pessoa se torna um brasileiro nato no nosso país?”. Para que alguém se torne um brasileiro nato, três critérios são levados em consideração: O critério sanguíneo; mais conhecido por jus sanguines, o critério territorial; mais conhecido como jus sólis, e por fim, o critério misto.

O que seria o critério sanguíneo? Para o Brasil, será brasileiro nato toda a pessoa nascida de pais brasileiros, não importando o local de nascimento. E a primeira pergunta que eu faço a vocês é: “Nasce uma criança nos E.U.A, filho de pais brasileiros. O que essa criança seria para o Brasil?”. Brasileira nata pelo fato dos pais serem brasileiros.

Só que iremos estudar que quando a criança nasce no exterior, filho de pais brasileiros (que é o critério sanguíneo), para ser brasileira nata exige-se um algo a mais. Então essa história de que basta ser filho de brasileiros, ela não é uma verdade absoluta! Quando a gente nasce fora do

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país, tu tens que ter os pais brasileiros, mas tem que ter um “detalhezinho” à mais que a gente vai ter que cumprir. Tranquilo até aqui?!

O segundo critério que iremos estudar é o critério territorial. O que nos diz o critério territorial? Para o Brasil, será brasileiro nato toda pessoa nascida em território brasileiro, não importando a nacionalidade dos pais. Então a minha pergunta é: “Nasce uma criança no Brasil, filho de um casal de uruguaios, qual a nacionalidade dessa criança?”. Brasileira nata pela questão territorial! Também iremos estudar que no critério territorial tem um “detalhezinho” a mais.

Por fim, teremos o critério misto. O critério misto não é um critério propriamente dito. A única função do critério misto é dizer que o Brasil adota as duas modalidades. Como a gente adota tanto o critério sanguíneo quanto o critério territorial, a gente diz que o nosso critério é misto. Mas o que vocês devem tomar cuidado é: “Nunca uma pessoa será brasileira nata por ter o critério misto, por exemplo, eu Alessandra nasci no Brasil e sou filha de pais brasileiros. Então tenho tanto a questão sanguínea quanto a questão territorial, concordam?” Então vocês poderiam dizer que eu tenho o critério misto. “Não pessoal, sempre que os dois critérios estiverem presentes na mesma pessoa, ela será brasileira nata pelo critério territorial”. O critério territorial, ao contrário do que a gente costuma imaginar, ele é a regra do nosso país. Nós temos a tendência de pensar que é o sangue que manda (“ah os meus pais são brasileiros”), mas na verdade, quando tu tens as duas coisas ao mesmo tempo, tu nasceu no Brasil e os teus pais são brasileiros, tu serás brasileiro nato pela questão territorial. “O TERRITÓRIO É O QUE MANDA!”.

Já perguntaram o seguinte, em prova: “No que consiste o critério misto?”. E a resposta da prova era muito simples. Respondia-se na união do critério sanguíneo com o territorial.

Na sequência da nossa aula iremos estudar a nacionalidade secundária que é aquela que possuem os brasileiros naturalizados. Então o naturalizado tem a nacionalidade adquirida, secundária. Ela não é primária, não é de origem, não nasceu com ele. Nós vamos ver que além, obviamente, de preencher os requisitos legais é muito importante que a pessoa demonstre a vontade em se naturalizar. Esta vontade, ela vai demonstrar através de um requerimento. O requerimento é importante por que qualquer um de nós, nesta sala de aula, pode viajar para qualquer lugar do mundo e naquele local preencher os requisitos: ter a idade mínima, morar lá por um determinado período. Mas a pergunta é: “Quem disse que a gente quer se naturalizar?”. Então não basta que a pessoa preencha os requisitos e não demonstre a vontade através do pedido, requerimento.

Agora vamos esmiuçar cada forma de aquisição de nacionalidade.

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Então pessoal, peguem o Art. 12 Inciso I, CF, que iremos estudar, agora, quem são os brasileiros natos.

Na alínea “a” a criança nasceu na República Federativa do Brasil, ainda que os pais dela sejam estrangeiros. Primeira pergunta: “Qual foi o critério adotado na alínea “a”? Jus sólis, por que o primeiro caso que a gente vai estudar, a gente está falando de um critério territorial. Então vamos às nossas perguntas: “Nasce uma criança no Brasil, filho de casal chileno que estava a passeio, qual a nacionalidade desta criança?” Brasileira nata! Por que ela é brasileira nata? Por que a constituição diz que para criança ser estrangeira os pais devem estar a serviço do seu país. Como os pais dessa criança estavam a passeio, tenham absoluta certeza que esta criança é brasileira nata.

Segunda pergunta: “Nasce uma criança no Brasil, filho de um casal de japoneses cujos pais estavam a serviço do Japão, qual a nacionalidade da criança?”. Estrangeira! Nunca se diz que ela é japonesa pois teremos que conferir o critério adotado pelo Japão na questão de nacionalidade.

Terceira pergunta: “Nasce uma criança no Brasil, filho de um casal de japoneses cujos pais estavam a serviço da Argentina, qual a nacionalidade da criança?” Brasileira nata! Por que ela é nata? Por que a CF diz que para ser estrangeira, os pais devem estar a serviço de “SEU” país. Sempre que estiver a serviço de outro país, que não é o seu, essa criança é brasileira nata. Este é o “pega-ratão” que costuma aparecer!

Outro “pega-ratão” que costuma aparecer: Quando a gente lê a alínea “a”, parece que os dois pais devem estar a serviço do seu país, mas basta que somente um dos pais esteja a serviço do seu país para que configure o estrangeirismo da criança. Portanto, não precisa que os dois pais estejam a serviço para que a criança seja considerada estrangeira.

Por fim, uma última questão que gostaria de comentar desta alínea “a”. Quando a gente diz que a criança tem que nascer em território brasileiro, mas o que se considera território brasileiro? Território é um conceito que vai além das terras de fronteiras. Território do Brasil é todo o

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local que o país exerce a sua soberania. Então, os navios, as aeronaves brasileiras, mesmo que estejam em mar ou espaço aéreo estrangeiro, são considerados territórios brasileiros. Nesta parte, as bancas gostam de enfeitar uma história, do tipo: “Nasce uma criança em uma embarcação brasileira, mas filha de pais chilenos que estavam a passeio. Então o que a criança é? Brasileira nata!”. Por que ela nasceu em uma extensão de um território brasileiro.

Agora iremos para a alínea “b”, inciso I do art 12. Outro caso de brasileiros natos.

Na alínea B, a criança nasceu no estrangeiro mas ela é filha de pai, mãe ou ambos brasileiros. Qual foi o critério adotado na alínea B? Jus Sanguines! Por que ela nasceu no exterior mas os pais são brasileiros. Agora vocês vão perceber que uma pergunta que fiz no início da aula, vai ser alterada a resposta. Vejam, a constituição diz que: Quando a criança nasce no exterior, filha de pais brasileiros, para ser brasileira nata, obrigatoriamente, o pai ou a mãe brasileira devem estar a serviço da República Federativa do Brasil (RFB). Este é o “algo a mais”. Não basta ser, só, filho de brasileiros. Para ser brasileiro nato, o pai ou a mãe devem estar a serviço do nosso país. Primeira pergunta: “Que tipo de serviço pode ser considerado serviço do nosso país?”. São apenas três: Serviços diplomáticos; embaixadores, serviço consular; cônsules, e serviço público; de qualquer natureza. O Brasil costuma mandar aquelas tropas de militares para os serviços de pacificação de conflitos em determinados territórios. Todos estes militares estão à serviço da República Federativa do Brasil. Portanto se um soldado brasileiro a serviço do exército engravidar uma Haitiana, por exemplo, a criança será brasileira nata independente da lei haitiana.

Pergunto: “Nasce uma criança na Alemanha, filho de pai alemão e mãe brasileira naturalizada à serviço da RFB, o que a criança é?”. Brasileira nata! Por que a mãe, mesmo que naturalizada; é considerada brasileira, está a serviço da RFB. Pergunto: “Nasce uma criança nos EUA, filho de pais brasileiros que estavam a passeio, qual a nacionalidade dessa criança?” Estrangeira! Por que para ser brasileira, obrigatoriamente um dos pais deve estar a serviço do nosso país. Pergunto: “Tem como esta criança se tornar brasileira nata?”. Sim, e a resposta está na alínea C.

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Temos que dar uma boa lida nesta alínea C por que ela sofreu uma alteração no ano de 2007. Nós tivemos uma Emenda Constitucional (E.C.) que mudou a redação da alínea C. Então precisamos entender o que aconteceu com ela. Até 2007, toda a criança que nascesse no exterior, filho de pais brasileiros que não estivessem a serviço de nosso país, era considerada estrangeira. E assim vale até hoje. Porém, para evitar que filhos de brasileiros se tornem apátridas por terem nascido em países que adote somente o critério sanguíneo (caso do Japão), foi criada esta E.C. que permite que filhos de brasileiros que não estejam à serviço do Brasil e nasçam no território estrangeiro, basta que a criança seja registrada em embaixada ou consulado brasileiro para garantir a nacionalidade originária ou, a qualquer tempo requeira a nacionalidade. Pergunto: “Quando o indivíduo optar pela nacionalidade brasileira, ele perde a nacionalidade “americana”?”. Não pessoal! Por que a constituição diz que quando o outro país te reconhece como um cidadão nato naquele local, tu ficas com dupla nacionalidade.

Então fazendo um resumo.

“Nasce uma criança no Brasil, filha de um casal de mexicanos que estavam a passeio, qual a nacionalidade?” Brasileira nata!

“Nasce uma criança no Brasil, filha de um casal mexicano que estavam a serviço do México, qual a nacionalidade?” Estrangeira!

“Nasce uma criança no Brasil, filha de um casal mexicano que estavam a serviço do Paraguai, qual a nacionalidade?” Brasileira nata! E por que é nato? Por que os pais estavam a serviço de outro país que não os seus!

“Nasce uma criança na França, filha de mãe francesa e pai brasileiro a serviço da RFB, qual a nacionalidade?” Brasileira nata!

“Nasce uma criança na França, filha de pais brasileiros que estavam a passeio, qual a nacionalidade?” Estrangeira! “Existe possibilidade dela se tornar um brasileiro nato?” Sim, existe! Desde que ela seja registrada na embaixada ou consulado brasileiro situado no exterior ou, se não for registrada nem na embaixada nem no consulado, requerer quando vier morar à qualquer tempo no Brasil.

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Brasileiros Naturalizados

Brasileiro naturalizado é aquela pessoa que tem uma nacionalidade secundária, portanto não é originária, ou seja, foi adquirida. Esta aquisição pode ter se dado por ele ser um apátrida (não ter nacionalidade) ou ele pode pedir por que ele é um estrangeiro que deseja se tornar, por exemplo, brasileiro. Essa questão de apátrida que parece uma coisa tão “surreal”, é mais comum do que pensamos. Claro que com todas estas facilitações das naturalizações, ficou mais difícil a pessoa ficar apátrida por muito tempo. Mas não é uma coisa impossível de acontecer. Então, para quem é apátrida, pode se naturalizar brasileiro e a naturalização brasileira ela se dá por duas formas: Via ordinária e extraordinária, ambas dentro do conceito de naturalização expressa.

A naturalização expressa vai depender de um requerimento e pode ser ordinária ou extraordinária.

A primeira que vamos estudar é a naturalização expressa pela via ordinária.

Primeira questão importante! O Brasil quis dar um benefício à todas as pessoas que são de origem portuguesa (Angola, Moçambique, Cabo Verde ...). Portanto, o legislador exige apenas dois requisitos para se naturalizar brasileiro: Residir no brasil a pelo menos um ano ininterrupto e que possua idoneidade moral. Quando o pedido é feito no Ministério da Justiça (Min. Jus.) para se naturalizar deve-se comprovar que está morando no Brasil a pelo menos um ano e tem idoneidade moral (fichas de bons antecedentes).

Outra questão importante! Quem não é de origem portuguesa, pode se naturalizar brasileiro por essa via ordinária? Pode! Mas aí os requisitos estão na lei de imigração!

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Mesmo que o indivíduo preencha todos os requisitos deste tipo de naturalização, não é certo que ele vai conseguir se naturalizar por que a naturalização é um ato de soberania. Então, se o governo tem discricionariedade para decidir a naturalização.

Vamos agora para a alínea B, chamada de naturalização expressa pela via extraordinária.

Pessoal, o que tem na alínea B que é diferente da alínea A? 15 anos! Significa dizer que não é para qualquer estrangeiro. É para os estrangeiros que estão a mais de 15 anos e além disso, não pode ter condenação penal neste período. O que a nossa lei entende? Que nessa possibilidade, se a pessoa fizer o pedido e provar que mora no Brasil a mais de 15 anos, não teve nenhuma condenação penal e faz o requerimento de naturalização Min. Jus. A concessão é OBRIGATÓRIA. VINCULADA. Cuidado: A lei diz que o individuo tenha residência no Brasil a mais de 15 anos, mas o correto é que ele tenha o domicílio no Brasil, ou seja, mora no Brasil!

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Esta regra só se aplica para português de Portugal. Este dispositivo é chamado de “Quase nacionalidade” ou equiparação com brasileiros naturalizados. Brasil tem um tratado com Portugual que diz que todos os direitos que o Brasil der aos portugueses que aqui estão, Portugal deve retribuir aos brasileiros da mesma forma. Entre esses direitos está o de equiparação. Isto significa que o português aqui no Brasil tem três opções: Naturalizar brasileiro pela via ordinária, pela via extraordinária ou pela via de português equiparado. Nesta, o indivíduo requer a equiparação de brasileiro garantindo a permanência da nacionalidade portuguesa, porém, deve-se preencher alguns requisitos: Residência permanente no Brasil e provar que o acordo entre os países ainda vigora. Esta requisição é vinculada, ou seja, o governo não pode negar. A partir de então, o português equiparado pode usufruir de todos os direitos de um brasileiro naturalizado, inclusive o de votar e ser votado. Cuidado: O indivíduo ganha apenas os direitos e não os deveres de um brasileiro!

Pergunta: “Qual é a nacionalidade de um português equiparado?”. Estrangeiro! Mas um estrangeiro diferenciado, pois é o único estrangeiro que pode ter todos os direitos dos brasileiros naturalizados.

Vamos ver agora, o que diz o parágrafo segundo

Nenhuma lei! Não pode lei ordinária, complementar, delegada, medida provisória, só se for E.C. que daí muda o próprio dispositivo constitucional. Todas as diferenças que existem estão na constituição. São elas: A primeira diferença (a que mais cai em provas) está no Art 12. Parágrafo 3º que trata dos cargos privativos de brasileiros natos, e obviamente, os cargos que não estão nesse rol podem ser ocupados por naturalizados;

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Do inciso primeiro ao quarto pense na linha sucessória e do sexto ao sétimo pense na segurança nacional. Obrigatoriamente a sucessão do cargo de presidente deve ser restrito a brasileiro nato. Pois se houvesse um naturalizado na sucessão, este poderia usar-se do cargo para prover interesse do seu país de origem. Porém a CF não fala que ocupantes destes cargos não podem ter dupla cidadania. O inciso IV fala do Diplomata, pois este atua no exterior e pode celebrar acordos e aí, entra na mesma questão de favorecer interesses do país de origem. Os incisos VI e VII falam da segurança nacional e, portanto, devem ser privativos de brasileiros natos, pois corre-se o risco de os ocupantes dos cargos fugirem para seu país de origem em caso de guerra.

Cuidado: Temos mais dois cargos que são de brasileiros natos e não estão no parágrafo 3º. Estes casos não são pelo cargo, é por quem ocupa o cargo! Por isso não está no art 12 par. 3º. São estes: O presidente e o vice presidente do TSE, pois, obrigatoriamente são ocupados por Ministros do STF e o Presidente do CNJ por ser o presidente do STF.

Pergunta: “Vereador, pode ser naturalizado?” Pode!

Pergunta: “Deputado estadual, pode ser naturalizado?” Pode!

Pergunta: “Deputado federal, pode ser naturalizado?” Pode! Mas não vai poder concorrer a presidência da Câmara.

Pergunta: “Senador, pode ser naturalizado?” Pode! Mas não pode concorrer a presidência do Senado.

Pergunta: “Governador, pode ser naturalizado?” Pode!

Pergunta: “Ministro do STJ, pode ser naturalizado?” Pode! Os ministros que não podem são os do STF.

Pergunta: “Ministros dos Transportes, do Planejamento, do Trabalho, pode ser naturalizado?” Pode! O que não pode é o Ministro da Defesa.

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Cuidado que a banca gosta de colocar cargos “pomposos”, com nomes bonitos que é para confundir o candidato.

Na sequência temos o art. 89 que é o Conselho da República.

O que é o conselho da república? É um órgão de conselho do presidente e que ele consulta todas as vezes que o Brasil estiver passando por uma situação grave. A intervenção Federal no RJ e a greve dos caminhoneiros são exemplos dos quais o presidente ouviu o Conselho da República. Veja que na estrutura do Conselho da República tem cargos que não são específicos de natos, como líderes da maioria e da minoria do Senado. Conclui-se, então que o número de natos no Conselho da República é mais representativo.

Pergunta: “Brasileiros naturalizados não participam do Conselho da República?”. Errado! Pois há várias exceções, porém limitadas.

Extradição

Agora falaremos da Extradição.

Antes de falarmos deste dispositivo, trataremos a diferença entre extradição, expulsão e deportação.

Extradição: “É o ato pelo qual um estado entrega um indivíduo acusado de um delito ou já condenado como criminoso à justiça do outro, que é competente para julgá-lo e puni-lo”.

Expulsão: “É uma medida tomada pelo estado que consiste em retirar de seu território um estrangeiro que tenha praticado atos contrários ao interesse nacional”.

Deportação: “Consiste em devolver o estrangeiro ao exterior. Fundamenta-se no fato do estrangeiro ter entrado ou permanecido de forma ilegal no país.

Antes de falarmos do art. 5º, vamos falar da diferença do nato e naturalizado no quesito da extradição. Vamos falar das três modalidades que parecidas, e por isso, merecem um cuidado especial. Não existe exportação e nem expulsão de brasileiros, seja nato, seja naturalizado.

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BRASILEIRO NÃO É DEPORTADO! BRASILEIRO NÃO É EXPULSO! Pois isto configura a pena de Banimento, que é proibido pela nossa CF. Então a única diferença que existe entre nato e naturalizado é na extradição.

A EXTRADIÇÃO está sempre vinculada à ocorrência de um CRIME. Então Extradição tem a ver com CRIME. Seria a hipótese de um estrangeiro que comete um crime no seu país e foge para o brasil. O país que ele cometeu o crime vai solicitar para o Brasil a sua extradição para que lá ele sofra as sanções devidas.

A EXPULSÃO é qualquer ato cometido pelo indivíduo estrangeiro aqui no Brasil e que seja considerado no Brasil, contrário ao interesse nacional. Então, na expulsão quem comete o ato é um estrangeiro. Quando a expulsão for decretada, haverá um prazo determinado para a pena que vai depender do delito que o indivíduo cometeu.

Pergunta: “O expulso poderá retornar ao país?”. Só se o decreto for revogado! Se o decreto de expulsão for de 10 anos, o indivíduo terá que cumprir esses 10 anos de expulsão ou torcer para que o decreto seja revogado!

A DEPORTAÇÃO não é um CRIME! Ela é uma irregularidade na documentação. A pessoa é convidada a se retirar do país caso seus documentos não estejam de acordo com os estabelecidos pela lei do país. Ou ela pode até estar em uma situação legalizada, mas o visto tem um prazo e se o visto venceu e a pessoa não regularizou, ela é ilegal e, portanto, ela pode, caso seja descoberta, pode ser deportada.

IMPORTANTE GRAVAR: “NÃO EXISTE EXPULSÃO E DEPORTAÇÃO DE BRASILEIRO, SEJA NATO, SEJA NATURALIZADO.” A diferença está na questão da extradição! Vamos falar dela, agora.

Primeira pergunta: “Brasileiros natos podem ser extraditados?”. Não, nunca, jamais! A gente vai mandar para onde? Então não tem como extraditar brasileiro nato. Isso não quer dizer que o nato não pode ser extraditado para o Brasil, por exemplo, o brasileiro comete um crime nos EUA e foge para o Brasil. Pode o Brasil extraditá-lo? Não! Mas existe uma extradição de brasileiro no sentido de trazer este indivíduo para o Brasil, deu pra entender? Por exemplo, um brasileiro comete um crime aqui e foge para o exterior, então o Brasil vai pedir para o país que ele fugiu que ele seja extraditado e possa sofrer o processo criminal e a condenação, se for o caso e devida. Tem um caso bastante triste que é de um menino, diabético, que foi assassinado pelo padrasto, e o que tudo indica com o aval da mãe, onde os pais deram uma dose muito alta de insulina. Então o padrasto fugiu para a Espanha, mas o Brasil descobriu o seu paradeiro e solicitou sua extradição. Então essa questão é uma extradição de brasileiro nato, mas no sentido de trazê-lo para o país. O que não pode é mandar embora!

Cuidado: “Se na prova perguntar que brasileiro nato não pode ser extraditado?”. Vai marcar que não pode! Só vai marcar que pode ser extraditado se a banca mencionar o exposto no caso acima.

Outro cuidado é com as notícias que a gente lê. Esses tempos saiu uma notícia assim: “Pela primeira vez no Brasil, brasileira nata será extraditada”. A notícia está equivocada por que a situação era a seguinte: Uma brasileira foi embora para os EUA e se casou com um americano.

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Com isso, ganhou a cidadania americana. Só que, para a nossa legislação, quando tu te naturalizas em outro país por vontade própria. Tu perdes a nacionalidade brasileira. Neste caso, ela havia se naturalizado americana e perdeu a nacionalidade brasileira. Então, ela matou o marido e fugiu para o Brasil. Os EUA pediu a extradição, e o Brasil extraditou! Então, o jornal para ficar sensacionalista colocou a referida matéria. Mas totalmente equivocada! Quando ela foi extraditada, ela não era mais BRASILEIRA!

Outra pergunta: “Brasileiro naturalizado pode ser extraditado?”. Pode! Se ele cometeu crime comum antes da naturalização. Então, cometeu o crime quando ainda era estrangeiro. Se ele cometeu o crime comum após a naturalização, aí não pode ser extraditado. Se ele cometeu crime de tráfico de drogas? Antes ou depois da naturalização ele poderá ser extraditado! Observação: Tráfico de drogas é o único crime que independe do momento em que foi cometido. Não importa o momento!

Continuando, no Inciso LII: Não será concedida a extradição do estrangeiro por crime político ou de opinião. Pergunta: “Estrangeiro pode ser extraditado?”. Só não pode, como deve! Mas tem estas exceções! Neste caso ele ganha uma proteção chamada de asilo político. Vide o caso do Cezari Batisti, que cometeu crimes na Itália, e no Brasil estes foram considerados políticos. Então o presidente à época ofereceu asilo político para ele.

Pergunta: “Brasileiro nato pode ser extraditado?”. JAMAIS! “Brasileiro naturalizado pode ser extraditado?”. Sim, se cometer crime comum antes da naturalização ou tráfico de drogas independente, se antes ou após da naturalização! “Estrangeiro pode ser extraditado?” Sim! Só não poderá se o crime cometido for político ou de opinião.

A quarta e última diferença é no que tange aos meios de comunicação.

Este tem uma chance remota de cair na sua prova!

Esta última diferença é que naturalizados não podem ser proprietários de empresas de comunicação, exceto se forem naturalizados a mais de 10 anos. Então os brasileiros natos podem ser proprietários de empresa de comunicação de imediato.

Pergunta: “Por que esta diferença? Por que o naturalizado tem que ter 10 anos de naturalização e o nato não precisa?”. Por que ao entendimento de que uma pessoa poderia se naturalizar brasileira e imediatamente após a naturalização adquirir um meio de comunicação no Brasil e utilizá-lo para propaganda política, filosófica, religiosa, doutrinária. Deu pra entender? Então a ideia é: se a pessoa já está naturalizada a mais de 10 anos, já conhece nossos costumes, então essa ideia de comprar com os fins declarados antes podem se acabar pelo tempo. Por isso se coloca esse prazo de 10 anos.

Seguindo a matéria!

Vamos trabalhar o último ponto da nossa aula!

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Perda de nacionalidade

Este dispositivo trata da perda da nacionalidade brasileira. Será que eu posso perder a condição de brasileira? Posso! E é isso que veremos a seguir.

Então a primeira hipótese que temos e chamada de “perda punição”. Essa perda ela só é aplicada aos brasileiros naturalizados. Não se aplica aos natos. Vamos supor que é descoberto que um brasileiro naturalizado tem uma fazenda em goiás e nesta fazenda, ele utiliza mão de obra escrava. Infelizmente a escravidão perdura no país. Então este brasileiro naturalizado poderá, além de responder um processo criminal, poderá ser aberto o processo de cancelamento da naturalização por uma atividade nociva ao interesse nacional. Então vai ter uma sentença judicial que transitará em julgado que declarará a perda da nacionalidade brasileira. Após cometer o crime, o cidadão será expulso. Por isso é chamada de “perda punição”. Cuidado: “No concurso eles podem perguntar. Através de que ato o brasileiro naturalizado perde essa condição?”. Através de uma sentença judicial (na CF não fala: transitado em julgado).

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Vamos a segunda modalidade. Esta se aplica tanto para brasileiros natos e naturalizados. “Quando um brasileiro nato perde a nacionalidade?”. Quando ele adquirir outra nacionalidade de forma voluntária! Simplesmente por que ele quis! Esta perda é uma possibilidade concreta. Mas o Brasil não tem um controle dos brasileiros que se naturalizam em outro país. Então para perder a nacionalidade, somente por denúncia ou por declaração do indivíduo. Pergunta: “Mas se a pessoa optar pela naturalização de outro país e após se arrepender. Ela poderá voltar a ser brasileira?”. Sim! Mas aí entra na questão de doutrina. Tem doutrinadores que dizem que se você perdeu a nacionalidade como nato, você voltará a ser nato, e se naturalizado, voltará naturalizado.

Mas também temos a hipótese de dupla nacionalidade. Caso do Inciso II, alínea A e B. Neste caso o outro país reconhece a tua nacionalidade de forma originária. Por exemplo, eu Alessan-dra, nasci no Brasil, filha de pais italianos. Portanto tenho o direito da nacionalidade brasileira, pelo critério jus territorial, e da nacionalidade italiana, pelo critério jus sanguíneo adotado pela Itália. Portanto eu posso exercer o direito de ser brasileira e italiana, de origem. Neste caso não tem problema. Pode-se ter mais de duas nacionalidades, e aí chamaremos de polipátrida.

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A segunda hipótese de dupla nacionalidade é quando houver uma imposição de naturalização pela norma estrangeira, em virtude do brasileiro residente no estado estrangeiro, como uma condição para permanência em seu território ou para o exercício de direitos civis. Nesta hipótese, o indivíduo se vê obrigado a se naturalizar. O exemplo mais comum é os jogadores de futebol que se naturalizam para seguir jogando no exterior.

SIMBOLOS DA RFBE para finalizar, o legislador quis nos lembrar que a língua portuguesa é o idioma oficial do Brasil. Cuidado: Já houve questões que trouxeram: “O idioma oficial no Brasil é a língua BRASILEIRA!” e teve pessoas que marcaram como certo! Então, que fique claro que é o Português e não, Brasileiro. Também são símbolos: