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DISCURSIVAS PARA A CGU 2012 LUIZ HENRIQUE LIMA E LUCIANO OLIVEIRA 1 Prof. Luciano Olivei www.pontodosconcursos.com.br AULA 01 Olá, concurseiro(a)! Prazer em ver você por aqui novamente. Animado(a) com os estudos? Esperamos que sim. Em nosso encontro de hoje, vamos estudar um pouco mais a elaboração das respostas às questões discursivas do concurso para a CGU 2012. Veremos que o espaço disponível para a resposta será de grande importância na hora de estruturar e desenvolver nossa resposta, principalmente porque o desrespeito ao número de linhas acarretará desconto na nota final. Vale lembrar ainda que ninguém consegue escrever bem sem saber a matéria. O concurso da CGU 2012 não será diferente. Para conseguir um bom resultado nesta fase, você precisará ter um bom domínio dos conteúdos que podem ser cobrados. Portanto, além de estudar as técnicas de redação aqui conosco, procure estar bem informado acerca dos principais tópicos dessas disciplinas. Uma questão importante é a duração da prova. Em nosso curso veremos como a gerência do tempo é essencial para o êxito na prova discursiva. DISSERTAÇÃO Em primeiro lugar, vale lembrar que, provavelmente, o texto pedido será do tipo dissertativo. A dissertação é um texto expositivo sobre determinada matéria doutrinária, científica ou artística, de forma técnica e impessoal. Ela pode ter características mais descritivas ou mais opinativas. No primeiro caso, apresentam-se dados e abordagens sobre o tema em análise, sem que o autor necessariamente assuma uma posição. Na segunda hipótese, o autor defende e/ou contesta determinadas visões acerca do assunto em pauta. De modo geral, a estrutura da dissertação é a seguinte: 9 Parágrafo de introdução; 9 Parágrafos de desenvolvimento; e 9 Parágrafo de conclusão.

Aula 01 REDAÇÃO ANALISTA CGU

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    1 Prof. Luciano Olivei www.pontodosconcursos.com.br

    AULA 01

    Ol, concurseiro(a)! Prazer em ver voc por aqui novamente. Animado(a) com os estudos? Esperamos que sim.

    Em nosso encontro de hoje, vamos estudar um pouco mais a elaborao das respostas s questes discursivas do concurso para a CGU 2012. Veremos que o espao disponvel para a resposta ser de grande importncia na hora de estruturar e desenvolver nossa resposta, principalmente porque o desrespeito ao nmero de linhas acarretar desconto na nota final.

    Vale lembrar ainda que ningum consegue escrever bem sem saber a matria. O concurso da CGU 2012 no ser diferente. Para conseguir um bom resultado nesta fase, voc precisar ter um bom domnio dos contedos que podem ser cobrados. Portanto, alm de estudar as tcnicas de redao aqui conosco, procure estar bem informado acerca dos principais tpicos dessas disciplinas.

    Uma questo importante a durao da prova. Em nosso curso veremos como a gerncia do tempo essencial para o xito na prova discursiva.

    DISSERTAO

    Em primeiro lugar, vale lembrar que, provavelmente, o texto pedido ser do tipo dissertativo. A dissertao um texto expositivo sobre determinada matria doutrinria, cientfica ou artstica, de forma tcnica e impessoal. Ela pode ter caractersticas mais descritivas ou mais opinativas. No primeiro caso, apresentam-se dados e abordagens sobre o tema em anlise, sem que o autor necessariamente assuma uma posio. Na segunda hiptese, o autor defende e/ou contesta determinadas vises acerca do assunto em pauta.

    De modo geral, a estrutura da dissertao a seguinte:

    9 Pargrafo de introduo; 9 Pargrafos de desenvolvimento; e 9 Pargrafo de concluso.

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    Ao tratar de um assunto de forma dissertativa, voc deve, inicialmente, apresentar o tema, dando uma ideia geral do que vai ser exposto. A seguir, so escritos os pargrafos de desenvolvimento, aprofundando o assunto e/ou respondendo aos tpicos do enunciado. Por fim, um pargrafo de concluso, arrematando todo o texto, em geral com uma observao final, deve encerrar a sua resposta.

    RESOLVENDO AS QUESTES

    Vamos lembrar o caminho a ser seguido para a resoluo de uma questo discursiva:

    Primeira tarefa: leitura e interpretao do enunciado Segunda tarefa: elaborao do plano ou roteiro do texto Terceira tarefa: redao do texto Quarta tarefa: reviso da resposta

    COMPREENSO DO ENUNCIADO

    Agora, comeando de onde terminamos nossa aula demonstrativa, o primeiro passo entender o que o examinador deseja que o candidato escreva. Isso exige a leitura atenta do enunciado e das instrues ao candidato constantes do caderno de questes.

    Para interpretar bem o enunciado, preciso ler com calma o que o examinador pede. Ou seja, ler todo o enunciado, pausadamente, registrando cada palavra e informao. Em outros termos, no ler na diagonal, atropelando palavras, querendo chegar rapidamente ao final. Ler mais de uma vez, e mais de duas vezes, at ter certeza do que se exige como resposta.

    Na ltima prova da RFB, uma das questes induziu muitos candidatos a erro. Apresentava-se um texto sobre determinado tema e pedia-se ao candidato que identificasse os erros conceituais presentes no texto. Infelizmente, muitos candidatos, de forma aodada, interpretaram que se pedia uma dissertao sobre aquele tema. Fizeram timas dissertaes, mostrando domnio de contedo e tiveram nota zero de contedo, simplesmente porque no apontaram explicitamente nenhum erro no texto apresentado no enunciado.

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    Ento sejamos prticos. Se voc quer passar, no precisa mostrar ao examinador que sabe mais que ele acerca da matria. Faa o que ele pede e pronto!

    Ler com calma significa, em primeiro lugar, identificar o tipo de situao que est sendo apresentada, se um questionamento direto, uma questo polmica para voc se posicionar, uma situao fictcia para anlise etc. Tudo para que voc possa refletir sobre a questo e estruturar seu texto, traar um roteiro, antes de comear a escrever.

    Quanto a esse aspecto, frise-se que normalmente a questo versar sobre o desenvolvimento do assunto, observados os roteiros estabelecidos. Assim, haver uma espcie de roteiro, isto , uma sequncia de questionamentos a serem respondidos. Logo, se voc tiver ateno a isso e conseguir responder aos pontos levantados no enunciado, provavelmente conseguir uma boa nota de contedo.

    Portanto, lembre-se, sempre, ao final da redao, de perguntar: Eu respondi a tudo que foi pedido no enunciado?. Tal procedimento, aparentemente simples, pode lhe evitar a perda de preciosos pontos no dia D.

    ROTEIRO DO TEXTO

    Antes de comear a escrever, voc precisa saber para onde ir, para no navegar s cegas na folha de resposta. Deve elaborar um plano ou roteiro a ser seguido. De modo geral, em uma prova discursiva, necessrio, aps compreender o enunciado apresentado:

    9 analisar o assunto, considerando, se for o caso, as normas vigentes aplicveis; e

    9 estruturar o raciocnio de forma articulada e convincente.

    Tudo isso para que voc possa responder ao que foi pedido (terceira tarefa) numa linguagem adequada, correta e elegante. Pode at parecer difcil agora, mas apostamos que, ao final do nosso curso, voc no vai achar to difcil assim.

    Note, portanto, que no se deve sair escrevendo aleatoriamente, de qualquer jeito, sem saber aonde se quer chegar ao final. Tudo deve estar muito bem elaborado, de modo que voc j vislumbre, de antemo, como terminar sua redao.

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    Desse modo, aps interpretar a questo, preciso treinar a elaborao do roteiro do texto. Nessa fase, voc deve dedicar algum tempo reflexo. Deve deixar o crebro trabalhar e permitir que a mente busque na memria as informaes necessrias elaborao da resposta. A partir da, deve elaborar o seu roteiro de texto.

    Por que utilizamos os verbos deixar e permitir? Simplesmente, porque, muitas vezes, a ansiedade do candidato atua como fator inibidor reflexo. J tivemos a oportunidade de presenciar alunos que mal tomam conhecimento do tema e logo disparam a redigir linhas e mais linhas. Em geral, os textos assim elaborados enfrentam dois problemas:

    1 tm que ser refeitos diversas vezes, pois sua estrutura desconjuntada e no h organizao e hierarquizao de pargrafos; em suma, no tm incio, meio e fim coerentes;

    2 no aproveitam o potencial de conhecimentos que o candidato possui sobre o tema.

    Dar liberdade ao crebro essencial. Nesses breves momentos, devemos registrar todas as idias, lembranas e expresses que a leitura do enunciado da questo desencadeou.

    Registradas as ideias, a tarefa passa a ser ordenar, de forma sistemtica, todos esses elementos, dentro de uma estrutura predefinida: introduo, desenvolvimento e concluso. Voc deve montar a estrutura do seu texto antes de iniciar a redao, procurando o equilbrio, a harmonia e o encadeamento lgico dos pargrafos.

    Veja, por exemplo, esta questo de Direito Constitucional que foi cobrada pelo Cespe na prova de AUFC do TCU em 2007:

    Discorra de forma breve sobre as origens do Estado Federal e aponte suas caractersticas bsicas, explicando cada uma delas. (20 linhas)

    Entendido o enunciado, voc deve analisar pormenorizadamente os aspectos que circundam o tema, a fim de poder, adiante, estruturar seu raciocnio adequadamente, por meio do roteiro do texto, e, por fim, escrever sua resposta.

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    Nessa segunda etapa, recomendamos fazer o famoso brainstorm(tempestade cerebral), que consiste em tentar lembrar tudo que for possvel sobre o enunciado, de modo a coletar o mximo de informaes possveis, as quais restaro disponveis para posterior crtica e estruturao do raciocnio.

    Por exemplo, nessa questo, voc poderia colocar no papel os seguintes pontos, em um exerccio de brainstorm:

    ASSUNTO: informar sobre as origens do Estado Federal e apontar suas caractersticas bsicas

    TPICOS OBRIGATRIOS: 1) explicar cada uma dessas caractersticas

    Essa foi uma questo do tipo enunciado curto, muito curto.

    Pede-se uma dissertao de de forma breve, ou seja, sinttica, no espao total de 20 linhas.

    Qual o tema requerido? As origens do Estado Federal.

    O que mais solicitado? Apontar as caractersticas bsicas do Estado Federal, explicando cada uma delas.

    Assim, na introduo de nossa resposta, mencionamos as origens e no desenvolvimento, abordamos pelo menos trs caractersticas. Na concluso, resumimos o que foi apresentado (a concluso-retorno).

    O Estado federal clssico teve origem na Constituio norte-americana de 1787, quando as 13 ex-colnias britnicas se associaram, criando a federao. No Brasil, surgiu com a Repblica, pois o Imprio era um Estado unitrio.

    Entre as principais caractersticas do Estado Federal que poderiam ser indicadas na resposta, temos:

    9 autonomia dos entes federados; 9 vedao ao direito de secesso; 9 repartio de competncias pela CF; 9 representao do estado no plano internacional pela entidade

    central (Unio);

    9 personalidade jurdica dos entes federados; e 9 harmonia entre as leis de todos os entes, com obedincia

    Constituio da Federao.

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    Note como as informaes colocadas no papel praticamente j representam o roteiro do texto a ser elaborado.

    Com isso, voc mesmo acabou traando o roteiro a ser seguido em sua redao. Basta agora estruturar isso em um texto coeso e harmnico (nosso terceiro passo).

    REDAO DO TEXTO

    Chegamos nossa terceira etapa, que pode ser chamada tambm de desenvolvimento. Redigir a parte braal do processo, mas que exige bastante concentrao, para que voc no fuja do tema proposto, nem da estrutura desenhada. Temos visto alguns exerccios que comeam muito bem, mas acabam por se perder no meio do caminho.

    Um ponto de fundamental importncia na resoluo de provas discursivas pode ser resumido na seguinte orientao: responda ao que foi perguntado. Isso pode parecer bvio, mas incrvel o nmero de candidatos que se desviam do tema, ao longo da redao, e, quando percebem (se que isso ocorre), acabam sem espao para responder aos questionamentos da banca. O roteiro do texto ajuda a evitar essa falha comum de muitos candidatos.

    Falemos tambm um pouco sobre o pargrafo. O pargrafo a estrutura bsica de uma redao e deve girar em torno de uma ideia central. Na elaborao de sua resposta, ideal que voc separe cada tpico do enunciado em um pargrafo prprio, de modo a dar estrutura e harmonia ao texto.

    Em regra, cada assunto deve ser objeto de um pargrafo especfico. Porm, em redaes muito curtas, a separao ideal em pargrafos pode no ser possvel, devendo o candidato ordenar seu texto da melhor maneira que puder. Nesse caso, melhor priorizar a efetiva resposta aos quesitos do enunciado, ainda que o texto, ao final, no apresente uma estrutura de pargrafos adequada. J nas redaes mais extensas, caso algum dos tpicos seja mais complexo, pode-se fazer o desdobramento da resposta em mais de um pargrafo. O que se deve evitar tratar de mais de um assunto no mesmo pargrafo, isso quando o espao permitir.

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    Os pargrafos do desenvolvimento devem apresentar sinttica e objetivamente cada um dos pontos em exame, os argumentos a favor e contra, a fundamentao legal, as polmicas que envolvem o tema e outros aspectos pertinentes. A cada alegao ou argumento, ou seja, a cada pargrafo ou sequncia de pargrafos, formula-se uma ideia central prpria.

    Alm disso, os diversos pargrafos devem se relacionar harmonicamente e guardar certa proporcionalidade entre si (terem, aproximadamente, a mesma extenso).

    Veja o exemplo de resposta a seguir, com base na questo acima apresentada:

    PROPOSTA DE SOLUO:

    O sistema poltico pelo qual vrios estados se renem para formar um 1 Estado federal, cada um conservando sua autonomia, chama-se federalismo. A 2 federao surgiu no sculo XVIII, mais especificamente no ano de 1787, na 3 Amrica do Norte, com a unio das colnias inglesas que haviam se declarado 4 independentes politicamente da Inglaterra (1776) e que vieram a constituir os 5 Estados Unidos da Amrica. 6

    So caractersticas do Estado Federal: autonomia dos entes federados; 7 vedao ao direito de secesso; repartio de competncias pela Constituio; 8 e representao do estado no plano internacional pela entidade central 9 (Unio). 10

    Assim, no plano do direito internacional h uma nica representao, 11 mas cada ente federado goza de autonomia poltica, legislativa e 12 administrativa no limite de competncias traado pela Constituio Federal. 13 Assim, um governador no subordinado a um presidente, mas leis estaduais 14 no podem ferir princpios estabelecidos na Carta federal. De igual modo, no 15 pode um estado federado buscar a secesso. 16

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    Aqui, a soluo proposta dividiu o texto em trs pargrafos: o primeiro serviu de introduo, apresentando as origens do sistema federal. O segundo pargrafo tratou das caractersticas do federalismo. Por fim, o terceiro pargrafo serviu como concluso da breve redao, arrematando todo o raciocnio e explicando aquelas caractersticas. Note que poderamos discorrer longamente sobre o tema, mas tivemos que nos ater ao limite estipulado de 20 linhas para a resposta.

    Uma observao: nas questes em que seja necessrio fazer referncia a diplomas legais, no h necessidade de lembrar os artigos exatos das leis e dos atos normativos. Voc pode simplesmente fazer uma referncia em termos gerais, citando a norma que regula o tema. Exemplos:

    A Constituio Federal prev como impostos federais: imposto de importao, imposto de exportao, imposto de renda, imposto sobre produtos industrializados, imposto sobre operaes financeiras, imposto sobre a propriedade territorial rural e imposto sobre grandes fortunas.

    A legislao eleitoral foi recentemente reformada para tornar mais rigorosos os requisitos de idoneidade moral exigidos para a candidatura de indivduos a cargos pblicos eletivos e ampliar a durao do perodo de inelegibilidade dos quem forem condenados pela Justia Eleitoral.

    Nos termos da Lei Geral de Licitaes e Contratos, a licitao pode deixar de ser realizada nos casos de dispensa ou inexigibilidade do procedimento.

    O importante deixar claro que o assunto no caiu de paraquedas no seu texto. Ele possui fundamentao tcnica ou jurdica adequada.

    Algumas outras dicas importantes podem ser citadas, para que seu texto fique bem redigido:

    a)

    b) evite comentrios desnecessrios ou inoportunos, bem como generalizaes ou adjetivaes indevidas ou exageradas ou, ainda, que demonstrem sua opinio pessoal quanto ao fato. Por exemplo, em vez de escrever:

    um absurdo que haja cidados que procurem sonegar impostos a qualquer custo em nosso pas. Isso s demonstra o imenso nvel de desonestidade que impera no Brasil e o carter duvidoso de nossos compatriotas, com graves prejuzos para toda a populao.

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    Prefira:

    Infelizmente ainda existem no Brasil vrios cidados que procuram sonegar impostos. Tal fato gera graves prejuzos para o pas, que deixa de contar com significativa parcela de recursos pblicos, os quais poderiam ser utilizados para melhorar as condies de vida da populao.

    Viu como o segundo trecho disse a mesma coisa que o primeiro, de uma forma muito mais tcnica e impessoal? Com isso, voc consegue evitar os termos generalizantes e preconceituosos presentes no primeiro trecho ( um absurdo, a qualquer custo, imenso nvel de desonestidade, carter duvidoso).

    c) no empregue construes que demonstrem que voc tem dvidas sobre o assunto. Por exemplo, suponha que o examinador pea que voc elenque as hipteses de sanes ao servidor pblico, mas voc no se lembra de todas. Talvez voc esteja tambm em dvida se as hipteses de suspenso esto todas na Lei 8.112 ou algumas esto em outra lei etc. Tomado de insegurana, o candidato poderia vir a escrever o seguinte:

    Segundo as normas vigentes (Lei 8.112 ou outras leis), so hipteses de sanes ao servidor pblico, salvo melhor juzo: a advertncia e a demisso alm de, quem sabe, tambm outras punies.

    Veja como o trecho acima demonstra a insegurana do concurseiro (8.112 ou outras leis, salvo melhor juzo, quem sabe etc.). Certamente a banca descontaria pontos preciosos em razo disso. Geralmente, esse tipo de erro classificado como argumentao fraca ou desconhecimento da problemtica.

    Assim, mesmo tomado de todas as dvidas, melhor seria escrever um texto um pouco mais enxuto, mas que no demonstrasse a lacuna de conhecimento do candidato. Por exemplo:

    Segundo a lei, so hipteses so hipteses de sanes ao servidor pblico: a advertncia e a demisso, entre outras.

    d) Procure ainda observe os seguintes requisitos:

    Conciso

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    Conciso a capacidade de expor ideias em poucas e exatas palavras. Suponha que o enunciado pea que voc discorra sobre a autonomia poltica dos entes de nossa Federao. Imagine a seguinte resposta:

    As entidades que compem a Repblica Federativa do Brasil, isto , o nosso Estado, chamadas tambm de pessoas estatais ou polticas, possuem, todas elas, a denominada autonomia poltica e administrativa, embora isso se d sempre dentro dos limites da Constituio Federal de 1988, que a Carta Poltica de nosso pas. Todas essas entidades de nossa Federao possuem competncia para legislar e tributar, alm de poderem estabelecer seus prprios oramentos, pois de nada adiantaria conferir apenas nominalmente a autonomia a todos esses entes, sem que fossem disponibilizados os recursos financeiros necessrios para que eles pudessem exercer adequadamente as suas atribuies constitucionais.

    Veja como o texto acima ficou longo e cansativo. Melhor seria ter escrito, de forma mais objetiva:

    Os entes polticos da Federao brasileira possuem autonomia poltica e administrativa, dentro dos limites da Constituio. Possuem competncia para legislar e tributar, bem como oramento prprio, pois de nada adiantaria autonomia sem recursos financeiros para o exerccio de suas atribuies.

    Fique atento: um erro de conciso pode acarretar o desconto de pontos em sua redao.

    Clareza

    Na redao dos textos tcnicos, a sequncia das palavras deve ser organizada de forma a tornar a frase mais clara, com o mnimo necessrio de palavras e sem utilizar chaves ou clichs, que empobrecem a linguagem.

    Imagine o seguinte trecho de um candidato que estivesse tentando discorrer sobre a funo legislativa do Estado, bem como sobre a hierarquia existente entre as leis e a Constituio:

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    Uma das funes da pessoa estatal soberana, sem dvida, a de compor os atos normativos que integram o nosso ordenamento sob a gide da Carta Maior, em funo da qual gira toda a lgica de aplicabilidade das leis que devem nortear a sociedade de um Estado livre e democrtico; esta a funo legislativa, com a qual a hierarquia fica evidenciada entre a Carta Poltica e as leis.

    No ficou muito claro, certo? Veja como esse mesmo texto poderia ser escrito de forma bem melhor:

    Uma das funes tpicas do Estado a funo legislativa, por meio da qual so elaboradas as leis que compem o ordenamento jurdico. As leis retiram seu fundamento de validade da Constituio, a Carta Poltica do Estado, que se situa em nvel hierarquicamente superior a elas.

    Coerncia

    Voc no pode dizer uma coisa em seu texto e, adiante, citar algo contrrio ao que j foi dito. preciso haver coerncia, lgica, conexo entre as idias apresentadas. Assim, no faz sentido escrever:

    O controle da Administrao Pblica pode ser externo, interno ou judicial, podendo ser exercido pelo Judicirio, Executivo ou Legislativo.

    No trecho acima, ficaram as dvidas: o controle judicial interno ou externo? O Executivo pode realizar controle interno e externo?

    O controle da Administrao Pblica pode ser exercido pelo Judicirio, Executivo ou Legislativo. O Judicirio realiza, principalmente, o controle judicial; o Legislativo, o controle externo, com auxlio do Tribunal de Contas da Unio; e o Executivo, o controle interno.

    Agora ficou bem melhor, no mesmo?

    Coeso

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    O texto no um simples amontoado de informaes. Essas devem aparecer arrumadas, escalonadas e relacionadas entre si. A coeso textual obtida quando se promove a adequada interligao entre as diversas partes do texto, notadamente entre os pargrafos e perodos da redao (um perodo, em geral, encerra-se com ponto final, ponto de exclamao ou ponto de interrogao).

    A coeso atingida por meio do uso de termos e expresses que unem as diversas partes de uma redao e estabelecem relaes de sentido entre essas partes. Veja os exemplos abaixo, destacados em negrito. O texto foi retirado de uma questo da prova de Lngua Portuguesa do concurso de Auditor Fiscal do Tesouro Estadual do Estado do Rio Grande do Norte 2005 (AFTE-RN 2005):

    A violncia no Pas h muito ultrapassou todos os limites. Tanto assim que dados recentes mostram o Brasil como um dos pases mais violentos do mundo, levando-se em conta o risco de morte por homicdio. Em 1980, tnhamos uma mdia de, aproximadamente, doze homicdios por cem mil habitantes. Lamentavelmente, nas duas dcadas seguintes, o grau de violncia intencional aumentou, chegando a mais do que o dobro do ndice verificado em 1980 121,6% , ou seja, ao final dos anos 90 foi superado o patamar de 25 homicdios por cem mil habitantes. Simultaneamente, o PIB por pessoa em idade de trabalho decresceu 26,4%, isto , em mdia, a cada queda de 1% do PIB a violncia crescia mais do que 5% entre os anos 1980 e 1990.

    A expresso Tanto assim que liga a orao que introduz anterior, dizendo ao leitor que o que se seguir no texto comprova a afirmao anterior. A palavra Lamentavelmente prepara o esprito do leitor para a informao que vir a seguir, que mostra que a violncia s piorou aps 1980. A expresso ou seja serve para introduzir uma afirmativa que explicar, em outras palavras, o dado estatstico que foi fornecido antes dela. E a palavra Simultaneamentedemonstra que ser apresentada alguma informao sobre algo que ocorreu paralelamente ao aumento da violncia no Pas, no caso, o decrscimo do PIB. Todas essas palavras e expresses so elementos de coeso do texto.

    DICA IMPORTANTE: use sinnimos!

    Para evitar repeties, use sinnimos. Isso d qualidade ao seu texto. Por exemplo: alterne as expresses Administrao Fazendria Municipal e Secretaria de Fazenda; ou Lei 8.666/1993 e Estatuto das Licitaes; ou, ainda, Constituio da Repblica e Carta Magna.

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    Alm disso, algumas vezes, empregamos a mesma palavra vrias vezes, de modo desnecessrio. Isso deve ser evitado. Veja o exemplo abaixo:

    A doutrina reconhece dois tipos de regulamentos: o regulamento executivo e o regulamento independente ou autnomo. O regulamento executivo complementa a lei, ou, no termos do art. 84, IV, da Constituio, contm normas para fiel execuo da lei; tal regulamento no pode estabelecer normas contra legem ou ultra legem. (...) O regulamento autnomo ou independente inova na ordem jurdica, porque estabelece normas sobre matrias no disciplinadas em lei; esse regulamento no completa nem desenvolve nenhuma lei prvia.

    Viu como a palavra regulamento apareceu vrias vezes, causando eco e desarmonia ao texto? Melhor seria escrever assim, como a autora Di Pietro, em seu livro Direito Administrativo (19. ed.):

    Doutrinariamente, admitem-se dois tipos de regulamentos: o regulamento executivo e o regulamento independente ou autnomo. O primeiro complementa a lei, ou, no termos do art. 84, IV, da Constituio, contm normas para fiel execuo da lei; ele no pode estabelecer normas contra legem ou ultra legem. (...) O regulamento autnomo ou independente inova na ordem jurdica, porque estabelece normas sobre matrias no disciplinadas em lei; ele no completa nem desenvolve nenhuma lei prvia.

    O momento adequado para verificar a existncia de repeties inadequadas, bem como de outros erros que voc tenha cometido a fase da reviso da resposta (quarta tarefa).

    De modo geral, na redao tcnica, voc deve orientar-se pelos requisitos de clareza, convico, conciso e objetividade:

    CLAREZA: Produzir textos de fcil compreenso para qualquer leitor. Evitar a erudio, o preciosismo, o jargo, a ambiguidade, alm de restringir ao mximo a utilizao de expresses em outros idiomas, exceto as que no possuam traduo adequada para o portugus e que j se tornaram corriqueiras (ex.: accountability). Grias e abreviaes desconhecidas no devem ser empregadas.

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    CONVICO: Expor os argumentos e as concluses com firmeza. No utilizar expresses que denotem insegurana, como salvo melhor juzo, parece que ou entendemos. As reticncias (...) tambm devem ser evitadas em uma dissertao, porque tornam o texto inconclusivo.

    CONCISO: Dizer apenas o que requerido, de modo econmico, isto , eliminar o suprfluo, o floreio, as frmulas e os clichs. As frases devem ser curtas e objetivas. A compreenso de frases muito longas normalmente prejudicada e nelas os erros de pontuao so mais frequentes.

    OBJETIVIDADE: Ir direto ao assunto. No utilizar comentrios complementares desnecessrios nem fugir da idia central. Intercalaes de textos devem ser utilizadas com cuidado, de modo a no dificultar o entendimento pelo leitor. No devem ser utilizados comentrios entre aspas com sentido dbio ou irnico.

    UM EXEMPLO DE QUESTO DE CONCURSOS ANTERIORES

    Muito bem! Vejamos agora questes de Direito Constitucional:

    (TCU/2002) Deputado governista apresenta projeto de lei que aumenta a remunerao de ocupantes de cargos, funes e empregos pblicos da administrao direta. A iniciativa aprovada na Cmara dos Deputados. No Senado, ela recebe emenda proibitiva da contratao para o servio pblico de indivduos da raa X. vista da alterao, a matria volta casa de origem, que aprova o novo texto. Em seqncia, a lei sancionada pelo Presidente da Repblica e publicada no Dirio Oficial da Unio. Com a entrada em vigor, o PES partido poltico com um nico representante no Congresso Nacional pede ao Supremo Tribunal Federal a declarao de inconstitucionalidade da referida lei.

    Diante do quadro, responda aos itens abaixo:

    (i) aprecie a citada lei sob a tica de sua conformidade com a Constituio. Trate, na resposta, da(s) categoria(s) [tipo(s)] de vcio de constitucionalidade de que possa padecer o diploma legal;

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    (ii) qualifique o sistema de controle de constitucionalidade utilizado e indique suas caractersticas essenciais (legitimidade ativa, objeto, eficcia da deciso).

    Extenso: 40 a 60 linhas.

    Vamos abordar a questo luz das nossas quatro tarefas: entender o enunciado, elaborar o roteiro do texto, redigir a resposta e revisar a redao.

    Primeira tarefa: leitura e interpretao do enunciado

    A esta altura do curso, temos a convico de que voc est apto a compreender o enunciado, no verdade?

    A questo do gnero das situaes hipotticas, frequentes em provas de concursos. s vezes, em tais questes, so fornecidos muitos detalhes inteis, que engordam o enunciado, confundem o leitor menos atento e em nada contribuem para orientar a resposta.

    No caso, a soluo depende do domnio de alguns conhecimentos de Direito Constitucional: matrias de iniciativa exclusiva do Poder Executivo; direitos e garantias fundamentais; processo legislativo e controle de constitucionalidade.

    Segunda tarefa: elaborao do plano ou roteiro do texto

    Vamos identificar o que solicitado pela ilustre banca, em forma de perguntas:

    1) Projeto de lei de iniciativa parlamentar versando sobre remunerao ou regime jurdico dos servidores pblicos da administrao direta inconstitucional? Se positivo, de que tipo de vcio padece o diploma?

    2) Projeto de lei que proba a contratao de indivduos em razo de determinada raa inconstitucional? Se positivo, de que tipo de vcio padece o diploma?

    3) Quais as caractersticas essenciais da ADIN (ao direta de inconstitucionalidade), quanto legitimidade ativa, objeto e eficcia da deciso? Partido poltico com um nico representante no Congresso Nacional parte legtima para ajuiz-la?

    Vem a a tempestade cerebral:

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    No Brasil, o sistema de controle de constitucionalidade o judicial repressivo misto (regra geral): abstrato (em tese) e concreto (incidental);

    As inconstitucionalidades podem ser formais (procedimentais) ou materiais (contedo);

    H determinados assuntos no texto constitucional para os quais a competncia reservada ao Chefe do Executivo;

    A sano presidencial convalida o vcio quanto iniciativa? NO! Entre as aes abstratas, encontramos a ADC e a ADIN, de idnticos

    legitimados e efeitos; Entre os legitimados, h o Procurador-Geral da Repblica, o Presidente

    da Repblica, e os partido polticos, estes desde que com representao no Congresso Nacional (ainda que de um nico parlamentar).

    Veja que a questo formulada em dois itens: os vcios de constitucionalidade da hipottica lei e as caractersticas da Adin ajuizada no STF por partido poltico com representao no Congresso Nacional. A resposta pode ser assim estruturada:

    1) introduo, descrevendo, resumidamente, a situao em anlise;

    2) 1 ou 2 pargrafos apontando os dois vcios de constitucionalidade da proposta (o de iniciativa art. 37, X, e art. 61, 1., II, a, ambos da CF/88 e o da emenda discriminatria art. 3., IV, e art. 5., caput);

    3) 1 ou 2 pargrafos descrevendo as caractersticas do controle de constitucionalidade concentrado, por meio de Adin, abordando os aspectos requeridos (legitimidade ativa art. 103 da CF/88; objeto art. 102, I, a; e eficcia da deciso art. 102, 2.); e

    4) se for o caso, concluso.

    Caractersticas da Adin

    O sistema de controle de constitucionalidade no Brasil o judicial repressivo misto, ou seja, alm do exame em tese (da lei em abstrato), destaca-se o controle concreto (o que a doutrina chama de incidental, prejudicial) sobre leis j editadas e em vigor.

    No primeiro caso (em tese), aprendemos tratar-se de processo objetivo (sem partes, no admite desistncia), com efeitos gerais, para todos (erga omnes), e de carter vinculante (de observncia obrigatria). No segundo (incidental), presenciamos o processo subjetivo, com efeitos inter partes (regra geral), competindo ao Senado Federal a extenso do efeito vinculante aos demais Poderes, conforme o caso.

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    Diferentemente das aes concretas (por exemplo: recurso extraordinrio), em que qualquer pessoa prejudicada pode impugnar a constitucionalidade das leis, nas aes objetivas, a legitimidade ativa restrita, sendo o rol previsto no texto constitucional taxativo (numerus clausus, fechado), sendo partes legitimadas, entre outros: o Presidente da Repblica, o Procurador-Geral da Repblica e partido poltico, com representao no Congresso Nacional, ainda que com um nico representante.

    Terceira tarefa: redao do texto

    Introduo

    Podemos colher dados do enunciado e, assim, montarmos nosso tpico frasal. Por exemplo:

    A lei em anlise foi sancionada pelo Presidente da Repblica e advinda de projeto de lei apresentado por deputado governista, em que se props o aumento da remunerao de ocupantes de cargos, funes e empregos da administrao direta, tendo havido ainda emenda aditiva do Senado Federal, proibindo o acesso de indivduos da raa X aos cargos pblicos.

    E o desenvolvimento? Vejamos:

    Caractersticas da Adin:

    Na Ao Direta de Inconstitucionalidade Adin , por se tratar de ao de natureza objetiva, no h partes, no se admitindo a desistncia. Examina-se a lei em tese (controle abstrato), gerando efeitos erga omnes(gerais) e vinculante (obrigatrio) para os poderes Executivo e Judicirio.

    O rol de legitimados para a interposio da ao direta exaustivo, cabendo a representao, entre outros: ao Procurador-Geral da Repblica, ao Presidente da Repblica e a partido poltico com representao no Congresso Nacional.

    Portanto, na situao apresentada, o PES parte legtima para suscitar a declarao de inconstitucionalidade de forma concentrada junto ao Supremo Tribunal Federal STF, mesmo detendo um nico representante no Congresso Nacional. O referido partido poltico tanto pode impugnar o procedimento (inconstitucionalidade formal) como tambm o contedo(inconstitucionalidade material) do diploma legal.

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    Vcio de iniciativa:

    imprescindvel termos um elemento de coeso, necessrio o linkperfeito entre os pargrafos.

    Quanto ao procedimento espcie de vcio formal , a lei, em tela, padece de inconstitucionalidade, afinal de contas, de iniciativa reservada do Chefe do Executivo leis que versem sobre remunerao ou regime jurdico dos servidores da Administrao (no mbito do Executivo).

    No tocante ao contedo tipo de vcio material , a lei, igualmente, merece ser declarada inconstitucional, isso porque a proibio de contratao de indivduos em razo de raa afrontosa aos princpios da igualdade e da dignidade da pessoa humana, sem falar que inexiste correlao direta entre tal diferenciao e a complexidade e as atribuies de cargos e empregos pblicos.

    Convalidao?

    Por todo o exposto, cabe a declarao de inconstitucionalidade, em abstrato, pelo STF, com efeitos erga omnes e vinculante, haja vista a presena de vcios formal (iniciativa reservada usurpada pelo deputado governista) e material (discriminao indevida de acesso a cargos e empregos pblicos), sem que a sano presidencial ao projeto de lei seja instrumento hbil para convalidar os mencionados vcios.

    Quarta tarefa: reviso da resposta

    o momento de verificarmos, em ltima leitura, se os quesitos foram respondidos, a contento. Vocs devem rever o roteiro.

    PROPOSTA DE SOLUO

    A lei em anlise foi sancionada pelo Presidente da Repblica e advinda de projeto de lei apresentado por deputado governista, em que se props o aumento da remunerao de ocupantes de cargos, funes e empregos da administrao direta, tendo havido ainda emenda aditiva do Senado Federal, proibindo o acesso de indivduos da raa X aos cargos pblicos.

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    Para o correto posicionamento quanto constitucionalidade da referida lei, cumpre respondermos aos seguintes quesitos: 1) caractersticas essenciais da Ao Direta de Inconstitucionalidade (Adin) e possibilidade de um partido poltico com um nico representante no Congresso Nacional ajuiz-la; vcio de constitucionalidade em projeto de lei de iniciativa parlamentar versando sobre remunerao ou regime jurdico dos servidores pblicos da administrao direta; vcio de constitucionalidade em projeto de lei que proba a contratao de indivduos em razo de raa; e possibilidade de a sano presidencial convalidar os vcios de constitucionalidade da norma.

    Relativamente s caractersticas essenciais da Adin, por se tratar de ao de natureza objetiva, no h partes, no se admitindo a desistncia. Examina-se a lei em tese (controle abstrato), gerando efeitos erga omnes (gerais) e vinculante (obrigatrio) para os Poderes Executivo e Judicirio.

    O rol de legitimados para a interposio da ao direta exaustivo, cabendo a representao, entre outros: a Procurador-Geral da Repblica, ao Presidente da Repblica e a partido poltico com representao no Congresso Nacional.

    Portanto, na situao ora apresentada, o PES parte legtima para suscitar a declarao de inconstitucionalidade de forma concentrada junto ao Supremo Tribunal Federal (STF), conquanto detenha um nico representante no Congresso Nacional. O referido partido poltico tanto pode impugnar o procedimento como tambm o contedo do diploma legal.

    Quanto ao procedimento espcie de vcio formal , a lei em tela, padece de inconstitucionalidade, pois a matria sobre remunerao ou regime jurdico dos servidores da Administrao direta de iniciativa reservada do Chefe do Executivo.

    No tocante ao contedo tipo de vcio material , a lei, igualmente, merece ser declarada inconstitucional, porque a proibio de contratao de indivduos em razo de raa afrontosa isonomia e dignidade da pessoa humana, sem falar que inexiste correlao direta com a complexidade e as atribuies de cargos e empregos pblicos.

    Por todo o exposto, cabe a declarao de inconstitucionalidade, em abstrato, pelo STF, com efeitos erga omnes e vinculante, haja vista a presena de vcios formal (iniciativa reservada usurpada pelo deputado governista) e material (discriminao indevida de acesso a cargos e empregos pblicos), sem que a sano presidencial seja instrumento hbil para convalidar os mencionados vcios.

    Vejamos uma agora do nosso ltimo concurso de AFT 2010:

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    (2010/Esaf MTE Auditor-Fiscal do Trabalho) O artigo 2 da Constituio da Repblica Federativa do Brasil assim dispe: So Poderes da Unio, independentes e harmnicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judicirio.

    A partir do dispositivo constitucional supra, deve o candidato discorrer sobre o tema INDEPENDNCIA E HARMONIA ENTRE OS PODERES, abordando obrigatoriamente os seguintes tpicos:

    a) harmonia entre os poderes diviso de funes entre os rgos de poder princpio da indelegabilidade de funes - absoluta ou relativa? b) independncia entre os poderes - absoluta ou relativa? c) sistema de freios e contrapesos; d) excees ao princpio da diviso dos Poderes Exemplos

    Extenso: de 15 a 30 linhas.

    Comentrios: O roteiro foi traado pela organizadora, o que, de certa forma, facilita no planejamento da dissertao. Para a presente questo, utilizei-me do livro dos autores Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino, bem como o do autor Alexandre de Moraes. Vejamos uma possvel soluo.

    PROPOSTA DE SOLUO

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    A Constituio Federal de 1988 (CF/1988), visando, principalmente, evitar o 1 arbtrio e o desrespeito aos direitos fundamentais do homem, previu a existncia dos 2 Poderes do Estado, independentes e harmnicos entre si, repartindo entre eles as 3 funes estatais. 4

    De acordo com a clssica Tripartio dos Poderes, as funes estatais (legislativa, 5 judicial e executiva) deveriam ser distribudas de forma rgida (absoluta) por rgos 6 distintos e independentes, sem a usurpao e abuso de funes, permitindo-se assim a 7 harmonia entre eles, num tpico sistema de freios e contrapesos, garantidor do princpio 8 da separao dos Poderes. 9

    A CF/1988, apesar de alinhada doutrina clssica da tripartio de Poderes, 10 estabelece que no a exclusividade no exerccio das funes o que caracteriza a 11 independncia entre os rgos do Poder, mas sim a predominncia do interesse, ou seja, 12 a diviso de poderes adotada por ns relativa. Assim, ao lado das funes tpicas, os 13 Poderes realizam funes atpicas, como a edio de medidas provisrias pelo Chefe do 14 Executivo (legislativa) e a licitao pela Cmara dos Deputados (administrativa). 15

    No entanto, no que concerne s atribuies primordiais, o texto constitucional 16 veda implicitamente a delegao de Poderes, conforme o princpio da separao de 17 Poderes (art. 60, 4, III, da CF/1988). Contudo, essa indelegabilidade no absoluta, 18 isso porque o Presidente da Repblica poder elaborar a Lei Delegada, devendo a 19 delegao ser solicitada ao Congresso Nacional, que a outorgar por resoluo, por 20 maioria absoluta, com ou sem reserva de apreciao do projeto do Executivo. 21

    Por fim, h, na CF/1988, diversas prerrogativas, imunidades e garantias 22 repartidas pelos Poderes para o equilbrio, o controle e a harmonia do Estado 23 democrtico, consagrando a Teoria dos Freios e Contrapesos. So exemplos de controles 24 recprocos: a declarao de inconstitucionalidade das leis pelo Judicirio e o poder de 25 veto de projetos de leis pelo Chefe do Executivo e a fiscalizao do Legislativo sobre os 26 atos do Executivo. Tais controles recprocos reforam o carter relativo da independncia 27 entre os Poderes. 28

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    Prontos para outra questo de direito constitucional? Vejamos a questo 2 da prova de Analista Legislativo do Senado aplicada pela FGV em 2008:

    Classifique a atual Constituio Federal quanto aos seguintes aspectos: contedo, forma, modo de elaborao, origem e estabilidade. Comente-os.

    Primeira tarefa: leitura e interpretao do enunciado

    O que o examinador est pedindo. Classificar a Constituio quanto aos seguintes aspectos:

    9 Contedo; 9 Forma; 9 Modo de elaborao; 9 Origem; e 9 Estabilidade.

    Decerto, a resposta no deve se resumir a isso ou aquilo. Voc deve dissertar, vencer os quesitos propostos pela organizadora.

    Segunda tarefa: elaborao do plano ou roteiro do texto

    Para o correto posicionamento, devemos ultrapassar as seguintes etapas:

    1) Como classificar a Constituio quanto ao seu contedo?

    2) Idem quanto forma?

    3) Idem quanto ao modo de elaborao?

    4) Idem quanto origem?

    5) Idem quanto estabilidade?

    Terceira tarefa: redao do texto

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    A tarefa de escrever a dissertao de vocs, porm, como prometido, seguem detalhes acerca da classificao da Constituio brasileira:

    a CF/88 escrita, democrtica, dogmtica, rgida, formal, analtica, dirigente e normativa.

    A GRADE DE CORREO

    Quando se trata de corrigir provas discursivas, a margem discricionria do avaliador muito grande. Afinal, se, como o nome indica, a prova subjetiva, imagine a correo! Principalmente quando so muitas provas e h mais de um professor a corrigi-las.

    Para minimizar possveis problemas, resultantes da aplicao de critrios distintos de avaliao para os vrios candidatos o que poderia prejudicar uns e beneficiar outros , que surgiram as grades de correo, que procuram estabelecer certos parmetros para a definio das notas.

    Alm disso, as grades servem tambm para definir parmetros objetivos, de modo a que o candidato possa verificar o acerto da correo de sua prova e, se for o caso, impetrar o devido recurso administrativo ou mesmo ajuizar uma ao judicial posteriormente, se a Administrao agir com arbitrariedade. Quanto anlise judicial de questes discursivas de concursos pblicos, vale conferir (aps a prova, claro) alguns posts que o Luciano Oliveira colocou no seu blog de Direito Administrativo na Internet (www.diretoriojuridico.blogspot.com).

    Assim, por exemplo, neste concurso, um erro de ortografia, como escrever impecilho (em vez de empecilho), custar ao candidato 0,25 ponto, conforme a grade do edital da CGU 2012. Um erro de regncia, do tipo o cidado obedeceu a autoridade (em vez de o cidado obedeceu autoridade), representar uma penalidade de 0,50 ponto, e assim por diante. Fica claro que quem cometer muitos erros, principalmente os de maior gravidade, no ter muitas chances de garantir sua vaga ou mesmo de atingir a nota mnima exigida.

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    Porm, o simples fato de deduzir pontos por erros cometidos no suficiente para a avaliao de uma prova. Se fosse assim, como ficaria a nota do candidato que no cometesse erros no uso do idioma, mas que tambm no respondesse questo proposta? preciso, desse modo, fixar critrios de avaliao do contedo. A grade de correo auxilia nessa tarefa.

    Outra dificuldade que, para certos temas, no h resposta certa ou errada, principalmente se se tratar de abordagem de pontos polmicos. Nesse tipo de questo, o que se pretende avaliar a capacidade do candidato de articular uma argumentao plausvel, a partir dos elementos fornecidos pelo enunciado.

    Por exemplo, seja o seguinte enunciado:

    Foi apresentada ao Congresso Nacional uma Proposta de Emenda Constitucional pretendendo que os Ministros do TCU sejam selecionados por concurso pblico de provas e ttulos. Disserte sobre o tema luz dos seus conhecimentos da legislao vigente.

    Essa uma tpica questo dissertativa em que o candidato pode elaborar uma argumentao totalmente favorvel proposta de modificao da Constituio, totalmente contrria ou, ainda, defender um meio termo (ex.: dois teros dos Ministros escolhidos por concurso).

    Na hora de avaliar uma prova desse tipo, o examinador no precisa estar de acordo com a concluso do candidato. Em outras palavras, o candidato no precisa se preocupar em tentar adivinhar o que pensa a banca para definir seu posicionamento. O que vai ser avaliado a capacidade de construir um texto bem estruturado, com argumentos slidos e com uma concluso coerente.

    A grade de correo da Esaf nos fornece uma boa ideia dos critrios que sero adotados quanto anlise do contedo. Ela nos mostra quais aspectos do seu texto sero obrigatoriamente avaliados. Vejamos abaixo a grade que ser utilizada, incluindo os critrios que normalmente so abordados pela banca, dentro de cada item divulgado no edital:

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    GRADE DE CORREO DE PROVA DISCURSIVA CGU 2012

    NOTA DE CONTEDO PONTOS A DEDUZIR

    Capacidade de Argumentao

    AE argumentao errada

    AF argumentao fraca

    AI argumentao inexata

    (at 14 pontos)

    Sequncia Lgica do Pensamento

    CO contradio

    CSE complemento de sentena errado

    DI desenvolvimento incompleto

    DPP desconhecimento parcial da problemtica

    DTP desconhecimento total da problemtica

    FOR forma (aspecto formal)

    (at 14 pontos)

    Alinhamento ao Tema

    FPT fuga parcial do tema

    FTT fuga total do tema

    (at 8 pontos)

    Cobertura dos Tpicos Apresentados

    OT omisso de tpico

    OTT omisso total de tpico

    OPT omisso parcial de tpico

    TC texto confuso

    (at 9 pontos)

    TOTAL (at 45 pontos)

    USO DO IDIOMA PONTOS A DEDUZIR

    Aspectos Formais

    F erros de forma em geral

    O erros de ortografia

    ( 0,25 cada erro)

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    Aspectos Gramaticais

    MO morfologia

    EC sintaxe de emprego e colocao

    RG sintaxe de regncia

    PO pontuao

    ( 0,50 cada erro)

    Aspectos Textuais

    SDC sintaxe de construo (coeso prejudicada)

    COV clareza, conciso, unidade temtica/estilo, coerncia, propriedade vocabular, paralelismo semntico e sinttico

    PAR paragrafao

    ( 0,75 cada erro)

    Cada linha excedente ao mximo exigido ( 0,50)

    Cada linha no escrita, considerando o mnimo exigido

    ( 0,75)

    Vejamos primeiramente os aspectos de contedo. Na capacidade de argumentao, o examinador verificar se voc capaz de construir adequadamente o raciocnio sobre o assunto, de forma direta e objetiva, luz da matria em anlise. Um exemplo de argumentao errada dizer que um Municpio pode realizar contrataes emergenciais para fazer frente a uma catstrofe natural (enchentes, estiagem, por exemplo), pois se trata de uma situao de inexigibilidade de licitao. Ora, inexigibilidade pressupe a inviabilidade de competio (art. 25 da Lei 8.666, de 1993), ao passo que situaes de emergncia configuram uma das hipteses de dispensa de licitao (art. 24, IV, da Lei 8.666, de 1993).

    Na sequncia lgica do pensamento, a banca analisar seu conhecimento da matria, bem como se voc lgico e preciso no desenvolvimento do assunto. Um exemplo de contradio dizer que o Supremo Tribunal Federal, embora seja o guardio da Constituio, no pode interpretar a Lei Maior. Ora, no faz sentido ser o guardio da Carta e no poder interpret-la.

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    O desenvolvimento incompleto pode ocorrer como no seguinte trecho, em que o candidato se prope a definir os modelos de administrao pblica patrimonialista, burocrtica e gerencial:

    Existem trs modelos clssicos de administrao pblica: a patrimonialista, a burocrtica e a gerencial. A primeira reinava no passado, a burocrtica surgiu como forma de combater o modelo anterior e a administrao gerencial foca a eficincia dos servios.

    Por que o trecho acima contm um desenvolvimento incompleto do assunto? Porque simplesmente no definiu adequadamente o que a administrao pblica patrimonialista nem a burocrtica, limitando-se a citar qual modelo surgiu primeiro. Quanto administrao gerencial, embora tenha sido citado o foco na eficincia do servio, isso ainda pouco para caracterizar adequadamente esse modelo.

    O desconhecimento total (ou parcial) da problemtica surge quando o indivduo demonstra desconhecer o assunto. Imagine o seguinte trecho, em resposta a um enunciado que solicitasse que o candidato apresentasse os regimes de parceria na prestao de servios pblicos regulamentados na dcada de 1990:

    O fenmeno da globalizao, acelerado a partir da dcada de 1990, viu surgir diversas modalidades de entidades paraestatais, vocacionadas para enfrentar as lacunas e a ineficincia estatal na gesto pblica, especialmente na rea social, com novas parcerias na prestao de servios pblicos.

    Ora, esse tipo de embromao do candidato demonstra o qu? Que ele no tem a mnima ideia de quais foram os tipos de parcerias surgidas a partir da dcada de 1990 para a prestao de servios pblicos (ele deveria ter citado: Organizaes Sociais OS com o regime de contratos de gesto - Lei 9.637/1998; e as Organizaes da Sociedade Civil de Interesse Pblico OSCIPs Lei 9.790/1999, com a gesto por colaborao, por meio de termos de parceria). Obviamente que divagar sobre o tema melhor do que nada escrever, pois alguma pontuao a pessoa vai conseguir, mas ela sofrer descontos por demonstrar desconhecimento do assunto.

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    No alinhamento ao tema, o examinador verificar se o indivduo, inadvertidamente, no fugiu total ou parcialmente ao assunto proposto, como o caso de uma questo que solicite dissertar sobre o seguro-desemprego, mas o candidato, no se lembrando de nada sobre o assunto, resolva escrever sobre o FGTS.

    Na cobertura dos tpicos apresentados, o que ser analisado se o candidato tratou de todos os pontos exigidos no enunciado. Se um dos temas, por exemplo, pedir que se disserte sobre alterao, suspenso e interrupo do contrato de trabalho (trs tpicos, portanto) e o candidato, na parte da interrupo, falar apenas da hiptese de casamento do empregado, deixando de discorrer sobre falecimento de parente, alistamento eleitoral e outros casos, haver uma omisso parcial de tpico. Se no citar nenhuma forma de interrupo do contrato, haver uma omisso total de tpico.

    Analisemos agora o uso do idioma. Em aspectos formais, a Esaf buscar erros de ortografia, isto , erros na grafia das palavras, como a troca ou omisso de letras, falhas de acentuao etc. (ex.: impecilho, Constituo, abno de ferias cuidado: no coma letras nem esquea os acentos!), bem como erros de forma em geral, como a utilizao de palavras estrangeiras sem o uso das aspas (ex.: escrever ex officio em vez de ex officio entre aspas).

    Nos aspectos gramaticais, a banca verificar a existncia de erros de morfologia. Por exemplo: erros de flexo de palavras, quanto a gnero, nmero e grau (a guaran, duas milhes de pessoas, motivo nobrssimo, guardas-chuvas nossa, isso di no ouvido!!...), bem como uso indevido de hfen nas palavras compostas.

    O examinador buscar, ainda, erros de colocao dos pronomes oblquos tonos, como no enviou-lhe a carta em vez de no lhe enviou a carta, realizar-se em vez de realizar-se-.

    Atente tambm para no cometer erros de regncia (verbal e nominal), como aplicar a multa no contribuinte em vez de aplicar a multa ao contribuinte ou a Administrao capaz a implementar a medida em vez de a Administrao capaz de implementar a medida.

    Outro erro comum de regncia ocorre quando, na mesma construo, o candidato utiliza mais de um verbo, como no exemplo abaixo:

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    O Governo entrou e saiu daquela situao.

    O verbo entrar pede a preposio em (entrou em algum lugar) e o verbo sair, a preposio de, (saiu de algum lugar). Assim, o perodo acima deve ser reconstrudo da seguinte forma:

    O Governo entrou naquela situao e dela saiu.

    Os erros de pontuao devem ser evitados tambm, como emprego inadequado de vrgula (o mais comum), ponto-e-vrgula, ponto final, reticncias. A propsito, em uma dissertao, o uso das reticncias deve ser evitado, por demonstrar raciocnio inconclusivo, como no exemplo abaixo:

    Os atuais programas assistenciais do Governo (ex.: bolsa-escola) no resolvem a causa das mazelas sociais, mas apenas servem de paliativo s necessidades da populao. Questiona-se qual deveria ser a posio do Governo, neste caso...

    Melhor seria dizer, conclusivamente:

    Os atuais programas assistenciais do Governo (ex.: bolsa-escola) no resolvem a causa das mazelas sociais, mas apenas servem de paliativo s necessidades da populao. Neste caso, a posio do Governo deveria ser no sentido de adotar polticas que efetivamente eliminassem as causas da pobreza no pas.

    Quanto aos aspectos textuais, a Esaf verificar se voc no cometeu erros de coeso textual, interligando as diversas oraes do texto com palavras ou expresses inadequadas, como no exemplo abaixo:

    A funo pblica deve ser tida como exerccio profissional e, no obstante, se integra na vida particular de cada servidor pblico.

    No obstante d ideia de adversidade, oposio, quando, na verdade, a orao seguinte funciona como uma concluso da anterior. Melhor seria escrever:

    A funo pblica deve ser tida como exerccio profissional e, portanto, se integra na vida particular de cada servidor pblico.

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    Em relao a erros de clareza, conciso e coerncia, a melhor maneira de evit-los reler sua redao atentamente e verificar se o que foi dito no est ambguo (duplo sentido), prolixo (longo e cansativo) ou sem sentido. A reviso procedimento fundamental para evitar erros dessa natureza. Pergunte a si mesmo:

    9 H repetio de palavras e expresses? 9 H adjetivos ou explicaes demasiadas no texto? 9 possvel falar a mesma coisa de forma mais sucinta?

    Quanto ambiguidade, cuidado com as palavras que e seu (e suas flexes):

    Eu estava na sala do chefe que sofreu o assalto. (quem sofreu o assalto: a sala ou o chefe?)

    Joo Paulo conversou com Jos Pedro e confirmou o atendimento ao seu pleito. (o pleito de Joo Paulo ou Jos Pedro?)

    Quanto propriedade vocabular, evite grias, chaves e neologismos (palavras novas, ainda no existentes na Lngua Portuguesa), ainda que com o uso de aspas. Vejamos o trecho abaixo:

    O Governo precisa ter simancol para perceber que a atual forma de avaliao de polticas pblicas deixa muito a desejar, pois no se verifica, junto populao, a efetividade das medidas adotadas. Os manos acabam ficando na rua da amargura, esperando uma atuao estatal mais eficiente. Alm disso, no h dvidas de que nossos governantes precisam ser mais jogocinturados, para decidir sobre a adequada aplicao dos recursos oramentrios.

    Terrvel, no ? Evite erros desse tipo e procure manter sua redao sempre nos padres da lngua culta.

    O paralelismo sinttico refere-se ao emprego correto das palavras, no por si ss, mas reciprocamente consideradas. Nesse sentido, os elementos da redao que estejam coordenados entre si devem apresentar uma construo sinttica similar. Vejamos o exemplo a seguir:

    No se trata de defender a interveno do Estado na economia ou que o Pas volte a comandar setores sensveis.

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    Analisando o ncleo do objeto direto do verbo defender, nota-se a falta de paralelismo na construo dos elementos do perodo:

    No se trata de defender:

    1) a interveno do Estado na economia; ou substantivo 2) que o Pas volte a comandar setores sensveis verbo Para haver paralelismo sinttico, neste caso, seria melhor escrever:

    No se trata de defender a interveno do Estado na economia ou a sua volta ao comando de setores sensveis(ambos so substantivos).

    Ou:

    No se trata de defender que o Estado intervenha na economia ou volte a comandar setores sensveis (ambos so verbos).

    Vejamos outro exemplo de falta de paralelismo sinttico:

    O administrador pblico deve escolher entre negar ouautorizar o pedido do administrado.

    No caso, o certo seria usar o par de preposies entre e e:

    O administrador pblico deve escolher entre negar eautorizar o pedido do administrado.

    J o paralelismo semntico refere-se correspondncia ou simetria no plano das ideias. Vejamos um exemplo de erro dessa natureza:

    A diferena entre carros e vagas de garagem era muito grande.

    Ora, no h dvidas de que carros so diferentes de vagas de garagem. O que se quis dizer no trecho acima que havia mais carros do que vagas de garagem disponveis. Assim, melhor seria escrever:

    A diferena entre o nmero de carros e o de vagas de garagem era muito grande.

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    Por fim, a paragrafao refere-se correta diviso do seu texto em pargrafos, lembrando que cada pargrafo deve conter apenas uma ideia central. possvel, por outro lado, desenvolver um tpico do enunciado em mais de um pargrafo, caso necessrio. Vale fazer os seguintes questionamentos:

    9 H pargrafos tratando de mais de uma ideia central? 9 Os pargrafos esto longos demais, deixando o texto cansativo

    e pouco claro?

    Note, por fim, que, mesmo com a grade de correo, h margem para a subjetividade do examinador. Por exemplo, a grade nos informa que sero descontados at 14 pontos por argumentao errada, fraca ou inexata, mas fica a critrio da banca, a depender da gravidade do deslize do candidato, descontar 01, 02 ou mais pontos por cada erro dessa natureza.

    Vamos nos ater rigorosamente, quando formos corrigir seus exerccios, ao teor da grade de correo da Esaf. Voc tambm deve fazer isso, quando for corrigir outras redaes que elaborar, em resposta a outros enunciados, alm dos apresentados neste curso. E o conhecimento da grade da Esaf ser importante por ocasio da elaborao de eventuais recursos em face da nota obtida.

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    REVISO DO TEXTO

    Finalmente, revisar um ponto fundamental de todo o processo de elaborao de uma discursiva. Deve-se efetuar uma dupla reviso do texto: quanto ao contedo e quanto forma (uso do idioma).

    Lembre-se de que nem mesmo Cames, Shakespeare ou Machado de Assis, em suma, nenhum gnio literrio deixou de revisar e reescrever vrias vezes suas obras, sempre procurando e conseguindo aprimor-las. importante que voc guarde um pouco do tempo da prova para a reviso do texto, pois isso ser precioso em termos de nota. Todos cometemos algum tipo de erro ou impreciso na primeira vez em que escrevemos.

    E se no houver tempo para revisar a resposta?

    Neste caso, voc vai entregar o texto sem reviso mesmo, mas saiba que correr o grave risco de perder pontos pela ocorrncia dos erros vistos acima, o que seria facilmente evitado com uma rpida releitura da sua resposta. Por isso, importante treinar bastante e aprimorar sua velocidade de redao.

    E se for encontrado algum erro e no houver espao para corrigi-lo?

    Ns j enfrentamos situaes desse tipo em vrios concursos que realizamos, inclusive alguns da Esaf. A soluo que adotamos foi passar um trao sobre o erro e reescrever da forma correta ali mesmo, acima da palavra ou expresso riscada. Nunca perdemos pontos por causa disso. importante, contudo, que a correo esteja legvel, para que o examinador entenda perfeitamente o que voc quis escrever.

    Na reviso de contedo, procure ler o texto com os olhos do examinador. Verifique se a pergunta foi respondida; se a resposta adequada; se a exposio coerente e bem-estruturada; se o que foi dito corresponde ao conhecimento tcnico aplicvel questo.

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    Lembre-se: em caso de fuga aos temas ou s questes, o candidato receber NOTA ZERO. Assim, se o assunto for, por exemplo, o papel do Ministrio Pblico no fortalecimento das instituies de defesa do bem-estar social, no discorra sobre as aes do Judicirio que promovem esse bem-estar; se o tema for modalidades de licitao, no escreva sobre princpios da Administrao Pblica; etc.

    No obstante, j aconteceram casos com todos ns (Luiz Henrique, Luciano e Cyonil) em que no sabamos absolutamente nada sobre o tema, mas escrevemos qualquer coisa assim mesmo, e ganhamos pontos relativos ao uso do idioma. E havia, no caso, a tal clusula do edital que previa nota zero para quem fugisse ao tema. Portanto, vale lembrar a dica: JAMAIS DEIXE UMA QUESTO DISCURSIVA EM BRANCO!

    Na reviso, voc deve sempre ter em mente a grade de correo da ESAF e verificar o seguinte:

    CONTEDO:

    9 CAPACIDADE DE ARGUMENTAO: o Os pontos do enunciado foram abordados de forma direta

    e objetiva? o Os pontos do enunciado foram adequadamente

    explicados? o A argumentao apresentada precisa e sem divagaes?

    9 SEQUNCIA LGICA DO PENSAMENTO: o O raciocnio exposto tem encadeamento lgico? o Existem contradies no que foi apresentado? o Os raciocnios foram completamente desenvolvidos ou

    algo ficou explicado pela metade? o H algum ponto na redao que demonstra ao examinador

    que voc desconhece o tema?

    9 ALINHAMENTO AO TEMA:

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    o Houve fuga total ou parcial ao tema? o Tudo o que foi escrito referente ao que se pede no

    enunciado?

    9 COBERTURA DOS TPICOS APRESENTADOS: o Todos os pontos do enunciado foram abordados? o Houve omisso total ou parcial de algum tpico? o O texto ficou confuso a ponto de no se poder identificar

    os tpicos abordados?

    USO DO IDIOMA:

    9 ASPECTOS FORMAIS: o H erros de ortografia? o H falhas de forma em geral?

    9 ASPECTOS GRAMATICAIS: o H erros de morfologia? o H erros de regncia? o H falhas de colocao? o H problemas de concordncia? o H erros de pontuao?

    9 ASPECTOS TEXTUAIS: o H falhas de coeso? o H problemas de clareza, conciso ou coerncia? o H problemas de propriedade vocabular o H erros de paralelismo semntico e sinttico? o H problemas de paragrafao?

    9 NMERO DE LINHAS: o O nmero mnimo de linhas foi atingido? o O nmero mximo de linhas foi excedido?

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    ADMINISTRANDO O TEMPO E O ESPAO

    Cada um de ns, ao escrever, tem suas caractersticas prprias, de forma que no vivel apresentar uma frmula mgica que responda ansiedade de muitos candidatos sobre como gerenciar o tempo e o espao na resoluo da prova discursiva.

    Eu (Luiz Henrique), por exemplo, sou muito, muito lento para escrever. Voc no imagina quantas horas eu dedico para preparar uma aula como essa, incluindo numerosas revises e ajustes. Numa prova discursiva, correndo contra o relgio, tenho que tentar me superar. O problema que minha letra pequena e feia, o que significa que quando escrevo s pressas, ela se torna quase incompreensvel. Assim, tenho que escrever devagar e, por conseguinte, sacrifico ainda mais tempo.

    possvel que voc, ao realizar o exerccio n.o 01 (proposto ao final dessa aula), acabe enfrentando essa dificuldade. Para uns, o tempo curto. Para outros, o problema so os limites mnimo e mximo de linhas.

    Em nossa opinio, uma das grandes vantagens que este curso proporciona a voc o aprendizado da administrao do tempo e do espao, com base na experincia de resoluo dos exerccios propostos, simulando as condies da prova.

    A partir de nossos treinamentos, voc conseguir avaliar quanto tempo levar para responder s questes no dia da prova. Se perceber que sua velocidade de resposta no est adequada, ter que treinar velocidade de redao; se o problema for encaixar o texto no espao disponvel, ter que aprender a ser mais sucinto (se voc excedeu o n. de linhas) ou a escrever mais (se seu texto ficou pequeno). Em qualquer caso, os exerccios deste curso permitiro que voc adapte seu planejamento e aprenda a ter disciplina na gerncia do tempo e do espao no dia da prova.

    Um grande problema enfrentado pelos candidatos na elaborao de redaes em concursos pblicos, sem dvidas, o referente ao nmero de linhas. O espao disponvel determina as palavras que sero utilizadas pelo candidato. Se voc perceber que h muito a dizer, dever evitar construes longas, para economizar espao. Vejamos dois exemplos:

    Assim, deve-se atentar para a observncia dos princpios da Lei 9.784/1999.

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    Por tudo que foi exposto nas linhas acima, importante que todos os agentes pblicos, no exerccio da atividade administrativa do Estado, observem fielmente os princpios aplicveis ao processo administrativo federal, contidas na Lei n. 9.784/1999, sem prejuzo da obedincia a outros diplomas legais que tambm tratem do assunto.

    A primeira construo adequada para uma redao curta, de 15 a 30 linhas. J a segunda estrutura pode ser usada no nosso tema de 40 a 60 linhas, caso o candidato esteja em dificuldades para atingir o nmero mnimo de linhas exigido no edital.

    Vejamos outro exemplo. Em uma redao curta, melhor escrever:

    Deve-se avaliar a possibilidade de emprego desse procedimento.

    Em vez de:

    necessrio que seja cuidadosamente avaliada a possibilidade de se adotar, no presente caso, o procedimento acima citado.

    Ambas as construes trazem a mesma mensagem, mas a primeira ocupa menos espao na folha de resposta. Outro exemplo seria empregar:

    Assim, os procedimentos citados enquadram-se na previso legal.

    Ao invs de:

    Por todo o exposto, nota-se que os procedimentos acima citados representam situaes que se conformam com o previsto na respectiva lei de regncia, que deve ser aplicada aos citados casos concretos.

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    As duas construes veiculam a mesma mensagem, sendo que a primeira ideal para uma redao curta e a segunda, para uma redao com maior nmero de linhas.

    Nas redaes maiores, como as de 40 a 60 linhas do edital da CGU, voc pode ficar em maus lenis, caso no saiba escrever muita coisa sobre o assunto. Nessa situao, o emprego de construes mais longas pode dar a impresso de que o texto possui maior contedo do que realmente tem, sem que haja fuga ao tema. De qualquer modo, voc no deve se preocupar demasiadamente se no preencher todas as linhas ofertadas pela banca, pois o que importa ficar dentro dos limites mnimo e mximo definidos no edital, desde que o texto aborde todos os aspectos exigidos no enunciado.

    Por outro lado, voc deve ter o cuidado de no ficar enrolando a banca ou enchendo linguia ao elaborar seu texto. Escreva o que for possvel lembrar sobre o tema proposto (a tcnica do brainstorm ajuda nisso). melhor deixar espao em branco do que se desviar do tema, correndo o risco de perder pontos preciosos na correo (desde que, claro, o nmero mnimo de linhas seja atingido).

    Se a questo pedir que sejam abordados necessariamente certos pontos, isso no exclui falar de outros aspectos que se faam pertinentes, caso haja espao e o assunto seja relacionado ao enunciado. Voc s deve tratar de outros aspectos aps abordar os pontos que o examinador expressamente cobrou. Se os pontos adicionais forem conexos com os expressamente cobrados no enunciado, no haver fuga ao tema, mas enriquecimento da sua redao.

    Caso o espao seja insuficiente para responder a todos os questionamentos da banca, uma opo condensar os assuntos em poucos pargrafos, de modo a economizar espao de resposta. Ao fazer isso, porm, deve-se ter ateno para no juntar ideias muito diferentes no mesmo pargrafo, o que configuraria falha de coeso e de paragrafao do texto.

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    OUTRAS DICAS

    Abaixo apresentamos alguns erros e vcios que devem ser evitados em uma dissertao:

    1) Evite o uso de oraes intercaladas, parnteses e travesses, bem como de perodos muito longos ou de oraes na ordem inversa. Assim, em vez de escrever:

    O segundo fundamento de legitimao das clusulas ptreas a defesa da democracia, pois no Estado constitucional de direito, diversos institutos se desenvolveram no exato ponto de interseo entre constitucionalismo e democracia, exibindo a tenso que por vezes surge entre ambos, sendo exemplos dessa situao a rigidez constitucional que exige maioria qualificada para aprovao de emendas e os limites materiais ao poder de reforma.

    Escreva1:

    O segundo fundamento de legitimao das clusulas ptreas a defesa da democracia. No Estado constitucional de direito, diversos institutos se desenvolveram no exato ponto de interseo entre constitucionalismo e democracia, exibindo a tenso que por vezes surge entre ambos. So exemplos dessa situao a rigidez constitucional que exige maioria qualificada para aprovao de emendas e os limites materiais ao poder de reforma.

    2) No use trechos descritivos longos ou que no acrescentem informao til fundamentao dos argumentos. Em vez de escrever:

    1 Lus Roberto Barroso, Curso de Direito Constitucional Contemporneo, ed. Saraiva, 2009.

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    A equipe de futebol cuja sede social encontra-se localizada no bairro carioca da Gvea e cujo uniforme rubro-negro logrou, pela sexta vez em sua histria, sagrar-se vencedora, ao final do certame futebolstico brasileiro nacional.

    Escreva:

    O Flamengo hexacampeo brasileiro!

    3) Em cada pargrafo, procure apresentar a ideia central logo no incio, enfatizando o assunto abordado pelo pargrafo. Veja os dois exemplos abaixo:

    1- Os cargos pblicos podem ser de provimento efetivo ou em comisso. No primeiro caso, o provimento do cargo depende de prvia aprovao em concurso pblico e a relao funcional tem carter permanente, principalmente aps a aquisio da chamada estabilidade. Na segunda hiptese, a nomeao independe de concurso pblico e o vnculo funcional pode ser desfeito a qualquer tempo pela autoridade competente.

    2- Existem dois tipos de cargos pblicos: aqueles cujo provimento depende de prvia aprovao em concurso pblico e cuja relao funcional tem carter permanente, principalmente aps a aquisio da chamada estabilidade, e aqueles cuja nomeao independe de concurso pblico e o vnculo funcional pode ser desfeito a qualquer tempo pela autoridade competente. Os primeiros so os cargos de provimento efetivo e os segundos, os cargos em comisso.

    Voc notou com o primeiro exemplo apresenta logo a ideia central do pargrafo (os tipos de certido), mostrando ao leitor o que vir em seguida? Essa construo prefervel do segundo trecho, em que a pessoa que l o texto fica sem saber exatamente aonde se quer chegar, pois a ideia principal est somente no ltimo perodo do pargrafo.

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    DVIDAS FREQUENTES DOS ALUNOS

    a) Como eu fao para citar siglas?

    CF, CD, SF, RI, CCJ, Bacen, IPTU, STF, STJ, MP, CPMF etc.

    Sabemos que voc sabe o que significam essas siglas (bem, voc deveria saber, ainda tempo de estudar...), mas ser que o examinador que vai corrigir a sua prova discursiva tambm sabe que voc sabe? Ou pior, ser que para ele essas siglas tm o mesmo significado que possuem para voc?

    Como ele vai saber o que voc quer dizer? Se MPF Ministrio Pblico Federal ou Medida Provisria Federal? Se LOA Lei Oramentria Anual ou Lei Orgnica da Administrao? Se PEC Proposta de Emenda Constituio ou Projeto de Elaborao Conjunta? Portanto, muito cuidado! No transforme sua prova discursiva numa sopa de letrinhas, pois voc pode se engasgar.

    O uso de siglas til, pois economiza espao e evita a repetio de expresses extensas, como imposto sobre operaes de crdito, cmbio e seguro, ou relativas a ttulos ou valores mobilirios, o que cansativo, tanto para quem escreve como para quem l. Mas a sigla (neste caso, IOF) deve ser decodificada, para no gerar confuso ou erro de interpretao.

    Assim o que voc acha que significa O PF do RPF s tinha FP. Que FDP!? Soluo: O prato feito do restaurante da Polcia Federal s tinha feijo passado. Que falta de planejamento!

    Assim, recomenda-se que, ao mencionar a expresso pela primeira vez, ela seja escrita por extenso, seguida da sigla que ser utilizada no restante do texto. Nas vezes seguintes em que a expresso for necessria, basta utilizar a sigla. Exemplo:

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    O perfil das pessoas com deficincia no Brasil, o conceito de deficincia dado pela Organizao das Naes Unidas (ONU) e as formas de atendimento a esse segmento da sociedade so algumas das questes que o Senado discutir entre os dias 8 e 9 de dezembro, no 6. Frum Senado Debate Brasil. O frum ser centrado na Conveno da ONU sobre os Direitos das Pessoas com Deficincia. No evento, ser divulgada pesquisa, realizada pelo Senado, a respeito da percepo dos deficientes sobre a eficcia da legislao que os contempla.

    b) E se eu no souber o assunto?

    Em alguns casos, o candidato, talvez para no revelar seu desconhecimento, opta por simplesmente ignorar um ou mais tpicos do enunciado. J vi pessoas deixando redaes em branco em concurso pblico, porque no sabiam nada sobre o assunto. Conforme j dissemos, voc no deve fazer isso, isto , no deve jogar a toalha e desistir. E por qu? Porque, se voc nada escrever, com certeza ter garantido uma excelente NOTA ZERO. Ora, o zero voc j tem desde o momento em que entrou na sala de prova. Sua misso conseguir algo mais do que isso. Assim, no desista. Escreva alguma coisa! Como costumamos dizer, se for pra cair, voc tem que cair atirando.

    Deixar a folha em branco, portanto, um erro grave. Voc no pode fingir que a questo no existe. Tem que enfrent-la. Claro que voc dedicar maior peso quele aspecto que domina melhor. Esse ser mais desenvolvido e destacado em seu texto. Mas no deixe nunca de abordar os demais, constantes expressamente do enunciado, ok?

    Por exemplo, imagine o seguinte enunciado:

    Discorra sucintamente sobre os plnctons bioluminescentes.

    E agora? O que voc faria? O que escreveria em uma situao dessas?

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    O negcio partir para a embromao, na maior cara-de-pau. Deixar em branco a redao voc no vai. Seja l o que for um plncton bioluminescente, algumas concluses voc pode tirar: bio vem de vida (lembre-se de biologia), luminescente refere-se luz, luminescncia. Plncton um organismo (ser animal ou vegetal?) que vive nos mares (ser que nos rios tambm?). Deve ser, portanto, um ser que emite luz a partir de seu prprio corpo, provavelmente por meio de reaes qumicas internas. Muito bem, feito esse rpido brainstorm, basta agora escrever:

    Os plnctons bioluminescentes so organismos vivos que vivem nas guas e possuem atributos peculiares. Uma de suas grandes caractersticas a capacidade que eles tm de emitir luz, a partir de reaes qumicas que ocorrem no interior de seus prprios organismos. Em funo disso, um observador dessas espcies poderia perceber uma luminescncia prpria, oriunda de seus prprios corpos.

    Existem vrias espcies de plnctons bioluminescentes na natureza. Sua classificao feita pelos bilogos de acordo com as caractersticas que lhes so inerentes.

    Viu s? bem possvel que o examinador atribua alguma pontuao, por menor que seja, ao texto acima. Veja ainda como o segundo pargrafo pura enrolao (mas melhor do que deixar em branco), j que altamente provvel que existam vrias espcies do tal plncton e qualquer classificao de espcies feita sempre pelos bilogos, levando-se em conta as caractersticas inerentes dos seres em anlise. Note ainda que o texto ficou em cima do muro quanto aos plnctons serem animais ou vegetais (so organismos vivos) e viverem nos mares ou nos rios (vivem nas guas).

    Pra falar a verdade, nem sabemos ao certo se o que foi dito na resposta acima sobre os plnctons est certo. Falamos o que nos veio cabea. Depois algum bilogo que esteja na turma, por favor, d sua nota nossa redao no frum do curso...

    c) Devo fazer ou no um rascunho?

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    Depende. Se voc notar que sua velocidade de redao boa, que voc conseguir tempo suficiente para escrever duas vezes sua redao e ainda revisar a resposta final, ento vlido rascunhar. Se, por outro lado, voc ficar sem tempo para responder a todos os temas e questes, ento escrever o rascunho pode ser uma m opo. Tudo vai depender de sua velocidade de interpretao dos enunciados e de redao dos textos.

    Eu, por exemplo (Luciano), no costumo fazer rascunhos. Mas tambm no escrevo diretamente a resposta. Em minhas andanas pelos concursos da vida, acabei desenvolvendo a seguinte tcnica: a do telegrama. J viram um telegrama? um texto todo abreviado, desprovido de artigos e preposies que, embora omitidas, podem ser facilmente deduzidas pelo leitor. Pois , o meu brainstorm j quase o texto pronto. Esse brainstorm-telegrama um estgio intermedirio entre o brainstorm puro (simples amontoado de idias) e o texto definitivo.

    Exemplificando, seja uma questo que pede que se discorra sobre os princpios constitucionais da Administrao Pblica (art. 37, caput, da CF/88):

    Brainstorm puro:

    Legalidade atendimento lei e aos princpios (legitimidade); Impessoalidade isonomia, finalidade, no promoo pessoal de

    agentes pblicos;

    Moralidade honestidade, justia, prticas de boa administrao; Publicidade conhecimento pblico da atividade administrativa; Eficincia melhor relao custo X benefcio. Administrao

    gerencial.

    Brainstorm-telegrama:

    Princpios constitucionais Administrao Pblica. Art. 37 CF/88.

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    Legalidade. S pode agir conforme previso legal. Sentido estrito atendimento lei. Sentido amplo lei e aos princpios administrativos. Aproxima-se legitimidade neste caso.

    Impessoalidade. Trs sentidos. Isonomia ou igualdade, todos tratados igualmente pela Administrao. Finalidade atender interesse pblico. Vedao promoo pessoal de agentes pblicos em obras e programas pblicos.

    Moralidade. Ideia de honestidade, probidade, justia. Prticas de boa administrao. Moralidade objetiva independe inteno do agente.

    Publicidade. Conhecimento pblico da atividade administrativa. Exceo segurana Estado e sociedade e defesa intimidade.

    Eficincia. Melhor relao custo X benefcio. Administrao gerencial. Reforma administrativa.

    Texto definitivo:

    Os princpios constitucionais da Administrao Pblica so expressos no art. 37, caput, da Constituio Federal de 1988 (CF/88). So eles: legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficincia.

    A legalidade significa que a Administrao s pode agir quando a lei determina ou autoriza a prtica do ato. Tradicionalmente, esse princpio expressa o atendimento lei (legalidade em sentido estrito). Hoje, contudo, tem-se entendido o preceito em sentido amplo, como a observncia lei e aos princpios administrativos, aproximando-se a legalidade da ideia de legitimidade (respeito no s lei, mas ao Direito).

    A impessoalidade vista sob trs sentidos. Pode significar o princpio da isonomia ou igualdade, que defende que todos devem ser tratados igualmente pela Administrao, sem distines ou favorecimentos pessoais. Pode referir-se ao clssico princpio da finalidade, que prega que a finalidade de todo ato administrativo atender ao interesse pblico. E pode relacionar-se vedao promoo pessoal de agentes pblicos em obras, campanhas e programas pblicos.

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    A moralidade remete ideia de honestidade, probidade e justia na administrao pblica. Exige do agente a adoo de prticas de boa gesto. Trata-se de uma moralidade objetiva, que independe da real inteno do agente no desempenho de suas atividades. Assim, um ato pode ser considerado imoral, ainda que o administrador tenha tido a vontade de fazer o que certo.

    A publicidade exige que atividade administrativa seja de conhecimento pblico, isto , que qualquer cidado tenha acesso s informaes sobre o que o Estado realiza. A Constituio excepciona apenas os casos que envolvem a segurana da sociedade e do Estado e os que afetam a defesa da intimidade.

    Por fim, a eficincia defende a adoo da melhor relao entre custos e benefcios na atividade estatal. Trata-se de moderno princpio, relativo s prticas da administrao gerencial, inserido na Constituio pela reforma administrativa.

    Outro exemplo, sobre uma questo que pea falar sobre as leis que integram o ciclo oramentrio:

    Brainstorm puro:

    Leis oramentrias PPA, LDO, LOA, crditos adicionais; iniciativa do Executivo; leis ordinrias;

    PPA DOM da AP para despesas de capital e outras decorrentes; DOM para despesas dos programas de durao continuada;

    LDO MP da AP; orientao da LOA; alteraes na legislao tributria; poltica de aplicao das AFOF; compatibilidade com PPA;

    LOA receita e despesa; OF, OI e OSS; compatibilidade com PPA e LDO;

    Crd. adicionais supl., esp. e extr.; Supl. e esp. necessidade de recursos disponveis; lei; Supl. reforo de dotao oramentria; Esp. despesas sem dotao especfica; Extr. despesas imprevisveis e urgentes; desnecessidade de

    haver recursos disponveis; MP.

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    Brainstorm-telegrama:

    Leis oramentrias Plano plurianual (PPA), Lei de Diretrizes Oramentrias (LDO), Lei Oramentria Anual (LOA) e leis de crditos adicionais; iniciativa privativa do Poder Executivo; leis formalmente ordinrias;

    PPA diretrizes, objetivos e metas (DOM) da Administrao Pblica (AP) para as despesas de capital e outras delas decorrentes; DOM da AP para as despesas relativas aos programas de durao continuada;

    LDO metas e prioridades da administrao pblica federal; orientao da elaborao da LOA; disposies sobre as alteraes na legislao tributria; poltica de aplicao das agncias financeiras oficiais de fomento; compatibilidade com o PPA;

    LOA previso da receita e fixao da despesa; oramentos fiscal, de investimento das empresas estatais independentes e da seguridade social; compatibilidade com o PPA e a LDO;

    Crditos adicionais suplementares, especiais e extraordinrios; Crditos suplementares e especiais necessidade de existncia de

    recursos disponveis; autorizados por lei;

    Crditos suplementares reforo de dotaes oramentrias; Crditos especiais despesas para as quais no haja dotao

    oramentria especfica;

    Crditos extraordinrios despesas imprevisveis e urgentes (ex.: guerra, comoo interna ou calamidade pblica); desnecessidade de existncia de recursos disponveis; abertos por medida provisria.

    Texto definitivo:

    As leis oramentrias previstas na Constituio Federal de 1988 (CF/88) so o Plano plurianual (PPA), a Lei de Diretrizes Oramentrias (LDO) e a Lei Oramentria Anual (LOA), esta podendo ser alterada pelas leis de crditos adicionais. Tais normas so de iniciativa privativa do Poder Executivo e so consideradas leis ordinrias em sentido formal.

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    O PPA estabelece, de forma regionalizada, as diretrizes, objetivos e metas da Administrao Pblica para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as despesas relativas aos programas de durao continuada.

    A LDO compreende, entre outros assuntos, as metas e prioridades da administrao pblica, incluindo as despesas de capital para o exerccio financeiro subsequente, orienta a elaborao da lei oramentria anual, dispe sobre as alteraes na legislao tributria e estabelece a poltica de aplicao das agncias financeiras oficiais de fomento. O contedo da LDO deve ser compatvel com o disposto no PPA.

    J a LOA contm a previso da receita e a fixao da despesa para o exerccio seguinte, podendo ainda trazer autorizao para abertura de crditos suplementares e contratao de operaes de crdito, ainda que por antecipao de receita, nos termos da lei. Ela composta pelo oramento fiscal, pelo oramento de investimento das empresas estatais independentes e pelo oramento da seguridade social. Esta lei deve ser compatvel com o PPA e a LDO.

    A previso de receitas e a fixao de despesas na LOA podem ser atualizadas por meio de crditos adicionais, os quais se classificam em suplementares, especiais e extraordinrios. Os crditos suplementares destinam-se a reforo de dotaes oramentrias existentes, enquanto os crditos especiais referem-se a despesas para as quais no haja dotao oramentria especfica. Ambos tm sua abertura autorizada por lei e dependem da existncia de recursos disponveis. J os crditos extraordinrios so abertos para atender a despesas imprevisveis e urgentes, como nos casos de guerra, comoo interna ou calamidade pblica, ainda que no haja recursos disponveis. Neste caso, a abertura feita na esfera federal por medida provisria.

    Viu s? Se voc no tiver tempo para rascunhar o texto, mas tiver receio de escrever diretamente na folha de respostas, experimente fazer um brainstorm mais incrementado, que far as vezes de rascunho.

    DICA IMPORTANTE: Escreva perodos curtos!

  • DISCURSIVAS PARA A CGU 2012 LUIZ HENRIQUE LIMA E LUCIANO OLIVEIRA AULA 01

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    Perodo so os intervalos separados, em geral, por um ponto final (alguma vezes, por ponto de interrogao ou ex