41
Acesse www.baixarveloz.net Direito Penal POLÍCIA FEDERAL (AGENTE DA PF) Teoria e exercícios comentados Prof. Renan Araujo Aula 03 Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 1 de 41 AULA 03: CULPABILIDADE: ELEMENTOS E CAUSAS DE EXCLUSÃO. IMPUTABILIDADE PENAL. PUNIBILIDADE E SUA EXTINÇÃO SUMÁRIO PÁGINA Apresentação da aula e sumário 01 I - Culpabilidade 02 II Punibilidade e sua extinção 13 III - Questões para praticar 23 IV - Lista das questões comentadas 29 Gabarito 41 Salve, salve, meu povo! Devorando os papiros? Na última aula nós estudamos o Fato Típico e seus Elementos, a ilicitude, as causas de sua exclusão, bem como o excesso punível. Hoje, a matéria é “punk”. Vamos estudar a Culpabilidade, (Elementos e Causas de Exclusão), bem como a Imputabilidade Penal. Chega de papo. Vamos ao trabalho!!

AULA 03: CULPABILIDADE: ELEMENTOS E CAUSAS DE …nitsites.com.br/jus/files/2012/07/E03-Renan-Araujo-Culpabilidade-e... · Teoria e exercícios comentados ... Página 1 de 41 AULA

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: AULA 03: CULPABILIDADE: ELEMENTOS E CAUSAS DE …nitsites.com.br/jus/files/2012/07/E03-Renan-Araujo-Culpabilidade-e... · Teoria e exercícios comentados ... Página 1 de 41 AULA

Acesse www.baixarveloz.net

Direito Penal – POLÍCIA FEDERAL (AGENTE DA PF) Teoria e exercícios comentados

Prof. Renan Araujo – Aula 03

Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 1 de 41

AULA 03: CULPABILIDADE: ELEMENTOS E

CAUSAS DE EXCLUSÃO. IMPUTABILIDADE PENAL.

PUNIBILIDADE E SUA EXTINÇÃO

SUMÁRIO PÁGINA

Apresentação da aula e sumário 01

I - Culpabilidade 02

II – Punibilidade e sua extinção 13

III - Questões para praticar 23

IV - Lista das questões comentadas 29

Gabarito 41

Salve, salve, meu povo!

Devorando os papiros?

Na última aula nós estudamos o Fato Típico e seus Elementos,

a ilicitude, as causas de sua exclusão, bem como o excesso

punível.

Hoje, a matéria é “punk”. Vamos estudar a Culpabilidade,

(Elementos e Causas de Exclusão), bem como a Imputabilidade

Penal.

Chega de papo. Vamos ao trabalho!!

Page 2: AULA 03: CULPABILIDADE: ELEMENTOS E CAUSAS DE …nitsites.com.br/jus/files/2012/07/E03-Renan-Araujo-Culpabilidade-e... · Teoria e exercícios comentados ... Página 1 de 41 AULA

Acesse www.baixarveloz.net

Direito Penal – POLÍCIA FEDERAL (AGENTE DA PF) Teoria e exercícios comentados

Prof. Renan Araujo – Aula 03

Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 2 de 41

I - Culpabilidade

A culpabilidade nada mais é que o juízo de reprovabilidade acerca da

conduta do agente, considerando-se suas circunstâncias pessoais.

Diferentemente do que ocorre nos dois primeiros elementos (fato

típico e ilicitude), onde se analisa o fato, na culpabilidade o objeto de

estudo não é o fato, mas o agente. Daí alguns doutrinadores entenderem

que a culpabilidade não integra o crime (por não estar relacionada ao fato

criminoso, mas ao agente). Entretanto, vamos trabalhá-la como elemento

do crime.

Quatro teorias existem acerca da culpabilidade:

A) Teoria psicológica – Para essa teoria a culpabilidade era analisada

sob o prisma da imputabilidade e da vontade (dolo e culpa). Esta

teoria entende que o agente seria culpável se era imputável no

momento do crime e se havia agido com dolo ou culpa. Vejam que

essa teoria só pode ser utilizada por quem adota a teoria

naturalística da conduta (pois o dolo e culpa estão na

culpabilidade). Para os que adotam a teoria finalista (nosso Código

penal), essa teoria acerca da culpabilidade é impossível, pois a

teoria finalista aloca o dolo e a culpa na conduta, e, portanto, no

fato típico;

B) Teoria normativa ou psicológico-normativa – Possui os mesmos

elementos da primeira, mas agrega a eles a inexigibilidade de

conduta diversa, que é a “possibilidade de agir conforme o

Direito”. Para essa teoria, mais evoluída, ainda que o agente fosse

imputável e tivesse agido com dolo ou culpa, só seria culpável se

no caso concreto lhe pudesse ser exigido um outro

comportamento que não o comportamento criminoso;

C) Teoria normativa pura – Essa já muda de ares. Já não mais

considera o dolo e culpa como elementos da culpabilidade, mas do

p4noterf
Highlight
p4noterf
Underline
p4noterf
Highlight
p4noterf
Highlight
p4noterf
Highlight
p4noterf
Highlight
Page 3: AULA 03: CULPABILIDADE: ELEMENTOS E CAUSAS DE …nitsites.com.br/jus/files/2012/07/E03-Renan-Araujo-Culpabilidade-e... · Teoria e exercícios comentados ... Página 1 de 41 AULA

Acesse www.baixarveloz.net

Direito Penal – POLÍCIA FEDERAL (AGENTE DA PF) Teoria e exercícios comentados

Prof. Renan Araujo – Aula 03

Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 3 de 41

fato típico (seguindo a teoria finalista da conduta). Para esta

teoria, os elementos da culpabilidade são: a) imputabilidade; b)

potencial consciência da ilicitude; c) inexigibilidade de conduta

diversa. A potencial consciência da ilicitude seria a análise

concreta acerca das possibilidades que o agente tinha de conhecer

o caráter ilícito de sua conduta. Vamos estudar cada um desses

elementos mais à frente;

D) Teoria limitada – É A ADOTADA PELO CÓDIGO PENAL. Possui

os mesmos elementos da teoria normativa pura, mas difere dela

ao tratar as descriminantes putativas.

Assim, vamos estudar cada um dos elementos da culpabilidade e, ao

final, o tratamento conferido por esta teoria às descriminantes putativas.

1) IMPUTABILIDADE PENAL

O Código Penal não define o que seria imputabilidade penal, apenas

descreve as hipóteses em que ela não está presente.

A imputabilidade penal pode ser conceituada como a capacidade

mental de entender o caráter ilícito da conduta e de comportar-se

conforme o Direito.

Existem três sistemas acerca da imputabilidade:

Biológico – Basta a existência de uma doença mental ou

determinada idade para que o agente seja inimputável. É

adotado no Brasil com relação aos menores de 18 anos. Trata-

se de critério meramente biológico: Se agente tem menos de

18 anos, é inimputável;

Psicológico – Só se pode aferir a imputabilidade (ou não), na

análise do caso concreto;

p4noterf
Underline
p4noterf
Highlight
p4noterf
Highlight
Page 4: AULA 03: CULPABILIDADE: ELEMENTOS E CAUSAS DE …nitsites.com.br/jus/files/2012/07/E03-Renan-Araujo-Culpabilidade-e... · Teoria e exercícios comentados ... Página 1 de 41 AULA

Acesse www.baixarveloz.net

Direito Penal – POLÍCIA FEDERAL (AGENTE DA PF) Teoria e exercícios comentados

Prof. Renan Araujo – Aula 03

Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 4 de 41

Biopsicológico – Deve haver uma doença mental (critério

biológico, legal, objetivo), mas o Juiz deve analisar no caso

concreto se o agente era ou não capaz de entender o caráter

ilícito da conduta e de se comportar conforme o Direito (critério

psicológico). Essa foi a teoria adotada como REGRA pelo nosso

Código Penal.

Cuidado! A imputabilidade penal deve ser aferida quando do fato.

Assim, se A (menor com 17 anos e 11 meses de idade) seqüestra B e o

seqüestro só termina quando A já era maior de 18 anos, este responde

pelo crime, pois nos crimes permanentes, entende-se que o tempo do

crime é o momento em que cessa a atividade criminosa.

Entretanto, imaginemos que Alfredo (com 17 anos) efetua disparos

de arma de fogo contra Poliana, que entra em coma e vem a falecer seis

meses depois, quando Alfredo já era maior de 18 anos. Nesse caso,

Alfredo não responde pelo crime de homicídio, mas por ato infracional,

nos termos do ECA, pois o crime se considera praticado quando da

conduta, ainda que outro seja o momento do resultado.

As causas de inimputabilidade estão previstas nos arts. 26, 27 e 28

do CP:

Art. 26 - É isento de pena o agente que, por

doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da

ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de

determinar-se de acordo com esse entendimento. (Redação dada pela Lei nº 7.209,

de 11.7.1984)

Redução de pena

Parágrafo único - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, em virtude de

p4noterf
Highlight
p4noterf
Highlight
Page 5: AULA 03: CULPABILIDADE: ELEMENTOS E CAUSAS DE …nitsites.com.br/jus/files/2012/07/E03-Renan-Araujo-Culpabilidade-e... · Teoria e exercícios comentados ... Página 1 de 41 AULA

Acesse www.baixarveloz.net

Direito Penal – POLÍCIA FEDERAL (AGENTE DA PF) Teoria e exercícios comentados

Prof. Renan Araujo – Aula 03

Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 5 de 41

perturbação de saúde mental ou por

desenvolvimento mental incompleto ou retardado não era inteiramente capaz de entender o

caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.(Redação dada

pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Menores de dezoito anos

Art. 27 - Os menores de 18 (dezoito) anos

são penalmente inimputáveis, ficando sujeitos às normas estabelecidas na

legislação especial. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Emoção e paixão

Art. 28 - Não excluem a imputabilidade penal:

(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

I - a emoção ou a paixão; (Redação dada pela

Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Embriaguez

II - a embriaguez, voluntária ou culposa, pelo

álcool ou substância de efeitos análogos.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

§ 1º - É isento de pena o agente que, por embriaguez completa, proveniente de caso

fortuito ou força maior, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de

entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse

entendimento.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

§ 2º - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, por embriaguez,

proveniente de caso fortuito ou força maior, não possuía, ao tempo da ação ou da

omissão, a plena capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de

acordo com esse entendimento.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Page 6: AULA 03: CULPABILIDADE: ELEMENTOS E CAUSAS DE …nitsites.com.br/jus/files/2012/07/E03-Renan-Araujo-Culpabilidade-e... · Teoria e exercícios comentados ... Página 1 de 41 AULA

Acesse www.baixarveloz.net

Direito Penal – POLÍCIA FEDERAL (AGENTE DA PF) Teoria e exercícios comentados

Prof. Renan Araujo – Aula 03

Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 6 de 41

Percebam que os critérios biológicos (circunstâncias que

presumidamente retiram a capacidade de discernimento) estão

grifados em preto, e os critérios psicológicos (análise efetiva da

ausência de discernimento quanto à ilicitude do fato e

possibilidade de agir conforme o Direito) estão grifados em

vermelho.

Para facilitar, ainda, o estudo de vocês, grifei em azul as hipóteses

de semi-imputabilidade.

Vamos explicar as hipóteses de inimputabilidade:

A) Menor de 18 anos

Esse é um critério meramente biológico e taxativo: Se o agente é

menor de 18 anos, responde perante o ECA não se aplicando a ele o CP<

nos termos do art. 27 do CP.

B) Doença mental e Desenvolvimento mental incompleto ou

retardado

No caso dos doentes mentais, deve-se analisar se o agente era

inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito da conduta ou se era

parcialmente incapaz disso. No primeiro caso, será inimputável, ou seja,

isento de pena. No segundo caso, será semi-imputável, e será aplicada

pena, porém, reduzida de um a dois terços.

Além dos doentes mentais, nesse grupo encontram-se ainda os

silvícolas (índios), que são imputáveis (caso integrados à sociedade),

semi-imputáveis (caso parcialmente integrados à sociedade), ou

inimputáveis (caso não tenham se integrado de maneira nenhuma à

sociedade, ou muito pouco).

p4noterf
Highlight
p4noterf
Highlight
Page 7: AULA 03: CULPABILIDADE: ELEMENTOS E CAUSAS DE …nitsites.com.br/jus/files/2012/07/E03-Renan-Araujo-Culpabilidade-e... · Teoria e exercícios comentados ... Página 1 de 41 AULA

Acesse www.baixarveloz.net

Direito Penal – POLÍCIA FEDERAL (AGENTE DA PF) Teoria e exercícios comentados

Prof. Renan Araujo – Aula 03

Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 7 de 41

Nos dois casos acima, se o agente for inimputável, exclui-se a

culpabilidade e ele é isento de pena. Se for semi-imputável, será

considerado culpável (não se exclui a culpabilidade), mas sua pena será

reduzida de um a dois terços.

No caso de o agente ser inimputável, por ser menor de 18 anos, não

há processo penal, respondendo perante o ECA. No caso de ser

inimputável em razão de doença mental ou desenvolvimento incompleto,

será isento de pena (absolvido), mas o Juiz aplicará uma medida de

segurança (internação ou tratamento ambulatorial). Isso é o que se

chama de sentença absolutória imprópria.

No caso de o agente ser semi-imputável, ele não será isento

de pena! Será condenado a uma pena, que será reduzida. Entretanto, a

lei permite que o Juiz, diante do caso, substitua a pena privativa de

liberdade por uma medida de segurança (internação ou tratamento

ambulatorial).

CUIDADO! O semi-imputável não pode cumprir a pena e depois a

medida de segurança (antigo sistema do “duplo binário”). Atualmente, a

medida de segurança só poder substitutiva da pena privativa de liberdade

(sistema vicariante).

C) Embriaguez

Segundo o CP, a embriaguez não é uma hipótese de

inimputabilidade, salvo se decorrente de caso fortuito ou força maior.

Assim, imaginem que Poliana é embriagada por Carlos (que coloca álcool

em seus drinks). Sem saber, Poliana ingere as bebidas alcoólicas e

comete crime. Nesse caso, Poliana poderá ser inimputável ou semi-

imputável, a depender de seu nível de discernimento quando da prática

da conduta.

Assim:

p4noterf
Highlight
p4noterf
Highlight
p4noterf
Highlight
Page 8: AULA 03: CULPABILIDADE: ELEMENTOS E CAUSAS DE …nitsites.com.br/jus/files/2012/07/E03-Renan-Araujo-Culpabilidade-e... · Teoria e exercícios comentados ... Página 1 de 41 AULA

Acesse www.baixarveloz.net

Direito Penal – POLÍCIA FEDERAL (AGENTE DA PF) Teoria e exercícios comentados

Prof. Renan Araujo – Aula 03

Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 8 de 41

Embriaguez:

Voluntária

Culposa

Acidental (caso fortuito ou força maior)

Em qualquer dos dois casos de embriaguez acidental, não será

possível aplicação de medida de segurança, pois essa visa ao tratamento

do agente considerado doente, e que oferece risco à sociedade. No caso

da embriaguez acidental, o agente é são, tendo ingerido álcool por caso

fortuito ou força maior.

2) POTENCIAL CONSCIÊNCIA DA ILICITUDE

A potencial consciência da ilicitude é a possibilidade de o agente, de

acordo com suas características, conhecer o caráter ilícito do fato. Não se

trata do parâmetro do homem médio, mas de uma análise da pessoa GO

agente. Assim, aquele que é formado em Direito, em tese, tem maior

potencial consciência da ilicitude que aquele que nunca saiu de uma

aldeia de pescadores e tem pouca instrução. É claro que isso varia de

pessoa para pessoa e, principalmente, de crime para crime, pois alguns

são do conhecimento geral (homicídio, roubo), e outros nem todos

conhecem (bigamia, por exemplo).

Quando o agente age acreditando que sua conduta não é

ilícita, comete erro de proibição (art. 21 do CP).

O erro de proibição pode ser:

Não excluem a imputabilidade

COMPLETA – agente é inimputável

PARCIAL – agente é

semi-imputável

p4noterf
Highlight
Page 9: AULA 03: CULPABILIDADE: ELEMENTOS E CAUSAS DE …nitsites.com.br/jus/files/2012/07/E03-Renan-Araujo-Culpabilidade-e... · Teoria e exercícios comentados ... Página 1 de 41 AULA

Acesse www.baixarveloz.net

Direito Penal – POLÍCIA FEDERAL (AGENTE DA PF) Teoria e exercícios comentados

Prof. Renan Araujo – Aula 03

Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 9 de 41

Escusável – Nesse caso, era impossível àquele agente,

naquele caso concreto, saber que sua conduta era contrária ao

Direito. Nesse caso, exclui-se a culpabilidade e o agente é

isento de pena;

Inescusável – Nesse caso, o erro do agente quanto à

proibição da conduta não é tão perdoável, pois era possível,

mediante algum esforço, entender que se tratava de conduta

ilícita. Assim, permanece a culpabilidade, respondendo pelo

crime, com pena diminuída de um sexto a um terço (conforme

o grau de possibilidade de conhecimento da ilicitude).

3) EXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA

Não basta que o agente seja imputável, que tenha potencial

conhecimento da ilicitude do fato, é necessário, ainda, que o agente

pudesse agir de outro modo.

Desta maneira, imagine a situação de uma mãe que vê seu filho

clamar por comida e, diante disso, rouba um cesto de pães. Nesse caso, a

mãe era maior de idade, sabia que a conduta era ilícita, mas não se podia

exigir que, naquelas circunstâncias, agisse de outro modo. Dessa forma,

nesse caso, sua culpabilidade estaria excluída (isso sem comentar o

princípio da bagatela, que excluiria a própria tipicidade, por ausência de

lesão tutelável);

Esse elemento da culpabilidade fundamenta duas causas de exclusão

da culpabilidade:

Coação moral irresistível – É o ato no qual uma pessoa coage

outra a praticar determinado crime, sob a ameaça de lhe fazer

algum mal grave. Ex.: Alberto coloca uma arma na cabeça de

Poliana e diz que se ela não atirar em Romeu, matará seu filho,

que está seqüestrado por seus comparsas. Nesse caso, não se

p4noterf
Highlight
p4noterf
Underline
Page 10: AULA 03: CULPABILIDADE: ELEMENTOS E CAUSAS DE …nitsites.com.br/jus/files/2012/07/E03-Renan-Araujo-Culpabilidade-e... · Teoria e exercícios comentados ... Página 1 de 41 AULA

Acesse www.baixarveloz.net

Direito Penal – POLÍCIA FEDERAL (AGENTE DA PF) Teoria e exercícios comentados

Prof. Renan Araujo – Aula 03

Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 10 de 41

pode exigir de Poliana que deixe de atirar em Romeu, pois está

sob ameaça de um mal gravíssimo (morte do filho). Cuidado!

O STF entende que se a coação é resistível (o mal não é

tão grave assim), o coagido responde juntamente com o

coator. Ex.: No mesmo caso anterior, imagine que ao invés de

ameaçar matar o filho de Poliana, Alberto ameaçasse dar um

tapa em Poliana caso ela não atirasse. Ora, nesse caso, o mal

não é tão grave, e Poliana deveria tê-lo suportado ao invés de

atirar. Se atirar e matar Romeu, responderá juntamente com

Alberto por homicídio. Esse é o entendimento do STF!

Obediência hierárquica – É o ato cometido por alguém em

cumprimento a uma ordem ilegal proferida por um superior

hierárquico. Cuidado! A ordem não pode ser

MANIFESTAMENTE ILEGAL. Se aquele que cumpre a ordem

sabe que está cometendo uma ordem ilegal, responde pelo

crime juntamente com aquele que deu a ordem. Se a ordem

não é manifestamente ilegal aquele que apenas a cumpriu

estará acobertado pela excludente de culpabilidade da

inexigibilidade de conduta diversa. Ex.: Um Delegado

experiente determina a dois policiais novatos que entre na casa

de Marcelo e realizem sua prisão. Entretanto, o Delegado não

possuía um mandado judicial para isso. Nesse caso, os policias

não tinha como contrariar a ordem do Delegado, nem saber

que ela era ilegal.

Cuidado! Nesse caso, só se aplica aos funcionários públicos,

não aos particulares!

4) DESCRIMINANTES PUTATIVAS

p4noterf
Highlight
Page 11: AULA 03: CULPABILIDADE: ELEMENTOS E CAUSAS DE …nitsites.com.br/jus/files/2012/07/E03-Renan-Araujo-Culpabilidade-e... · Teoria e exercícios comentados ... Página 1 de 41 AULA

Acesse www.baixarveloz.net

Direito Penal – POLÍCIA FEDERAL (AGENTE DA PF) Teoria e exercícios comentados

Prof. Renan Araujo – Aula 03

Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 11 de 41

Como disse a vocês antes, a teoria limitada, que é a adotada pelo

CP, difere da teoria normativa pura com relação ao tratamento dado às

descriminantes putativas.

As descriminantes putativas são tratadas nos arts. 20, § 1° e 21 do

CP:

§ 1º - É isento de pena quem, por erro

plenamente justificado pelas circunstâncias, supõe

situação de fato que, se existisse, tornaria a ação

legítima. Não há isenção de pena quando o erro

deriva de culpa e o fato é punível como crime

culposo

(...)

Art. 21 - O desconhecimento da lei é

inescusável. O erro sobre a ilicitude do fato, se

inevitável, isenta de pena; se evitável, poderá

diminuí-la de um sexto a um terço.

Para a teoria normativa pura, as descriminantes putativas

serão sempre erro de proibição. Ou seja, sempre que um agente

supor que existe uma situação fática que legitima sua ação, e esta não

existir, estará errando com relação à licitude do fato, logo, comete erro de

proibição, o que pode afastar a culpabilidade.

Já a teoria limitada (adotada pelo CP), divide as descriminantes em

dois blocos:

De fato – O agente supõe que existe um fato que legitima sua

ação. Por exemplo: Agente pega um relógio que está sobre a

mesa, acreditando que é seu. Na verdade, o relógio era de

outra pessoa. Nesse caso, o agente cometeu um erro de fato,

não de Direito, pois sabe que furtar é errado, apenas acreditou

se tratar de bem a ele pertencente. Nesse caso, há erro de

p4noterf
Highlight
p4noterf
Highlight
Page 12: AULA 03: CULPABILIDADE: ELEMENTOS E CAUSAS DE …nitsites.com.br/jus/files/2012/07/E03-Renan-Araujo-Culpabilidade-e... · Teoria e exercícios comentados ... Página 1 de 41 AULA

Acesse www.baixarveloz.net

Direito Penal – POLÍCIA FEDERAL (AGENTE DA PF) Teoria e exercícios comentados

Prof. Renan Araujo – Aula 03

Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 12 de 41

tipo, logo, não se chega nem a ter fato típico, desde que se

trate de erro escusável. Se o erro for inescusável, o agente

responde pelo crime na modalidade culposa, se houver. No

exemplo, não responderia, pois não há o crime de furto

culposo;

De Direito – São tratadas como ERRO DE PROIBIÇÃO. Aqui,

o agente representa fielmente a realidade (não se engana

quanto aos fatos), mas acredita que mesmo assim sua

ação é legítima. No exemplo acima, imaginem que o agente

pega o relógio sabendo que não é seu, mas acredita que furtar

não é crime. Assim, nesse caso, o erro não é de fato, mas de

direito. Se o erro for escusável (O agente não tinha condições

de saber que era ilícito), está excluída a culpabilidade. Se for

erro inescusável (o agente tinha como saber que era ilícito),

responderá pelo crime, com pena diminuída de um sexto a um

terço.

Vejam que há implicações práticas, principalmente se o erro for

inescusável, pois no erro de tipo inescusável o agente responde por crime

culposo, se houver (se não houver, o fato é atípico). Já no erro de

proibição inescusável o agente responde pelo crime doloso, só que com

pena diminuída (no caso acima, responderia por furto, com pena

diminuída).

Assim, o fato de ter-se adotado a teoria limitada tem reflexos

práticos na configuração da conduta criminosa, não apenas doutrinários.

II – PUNIBILIDADE E SUA EXTINÇÃO

Quando alguém comete um fato definido como crime, surge para o

Estado o poder-dever de punir. Esse direito de punir chama-se ius

puniendi.

p4noterf
Highlight
p4noterf
Highlight
p4noterf
Underline
p4noterf
Highlight
Page 13: AULA 03: CULPABILIDADE: ELEMENTOS E CAUSAS DE …nitsites.com.br/jus/files/2012/07/E03-Renan-Araujo-Culpabilidade-e... · Teoria e exercícios comentados ... Página 1 de 41 AULA

Acesse www.baixarveloz.net

Direito Penal – POLÍCIA FEDERAL (AGENTE DA PF) Teoria e exercícios comentados

Prof. Renan Araujo – Aula 03

Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 13 de 41

Em regra, todo fato típico, ilícito e praticado por agente culpável, é

punível. No entanto, o exercício do ius puniendi encontra limitações de

diversas ordens, sendo a principal delas a limitação temporal (prescrição).

Desta forma, o Estado deve exercer o ius puniendi da maneira

prevista na lei (através do manejo da Ação Penal no processo penal), bem

como deve fazê-lo no prazo legal.

Para o nosso estudo interessam mais as hipóteses de extinção da

punibilidade. Vamos analisá-las então!

O art. 107 do CP prevê que:

Art. 107 - Extingue-se a punibilidade: (Redação dada pela Lei

nº 7.209, de 11.7.1984)

I - pela morte do agente;

II - pela anistia, graça ou indulto;

III - pela retroatividade de lei que não mais considera o fato

como criminoso;

IV - pela prescrição, decadência ou perempção;

V - pela renúncia do direito de queixa ou pelo perdão aceito, nos

crimes de ação privada;

VI - pela retratação do agente, nos casos em que a lei a admite;

IX - pelo perdão judicial, nos casos previstos em lei.

O primeiro caso é bem simples. Falecendo o agente, extingue-se a

punibilidade do crime, pois, como vimos, no Direito Penal vigora o

princípio da intranscendência da pena, ou seja, a pena não pode passar

da pessoa do criminoso. Assim, com a morte deste, cessa o direito de

punir do Estado.

p4noterf
Highlight
p4noterf
Image
p4noterf
Highlight
Page 14: AULA 03: CULPABILIDADE: ELEMENTOS E CAUSAS DE …nitsites.com.br/jus/files/2012/07/E03-Renan-Araujo-Culpabilidade-e... · Teoria e exercícios comentados ... Página 1 de 41 AULA

Acesse www.baixarveloz.net

Direito Penal – POLÍCIA FEDERAL (AGENTE DA PF) Teoria e exercícios comentados

Prof. Renan Araujo – Aula 03

Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 14 de 41

A anistia, a graça e o indulto são modalidades muito parecidas de

extinção da punibilidade. Entretanto, não se confundem.

A anistia exclui o próprio crime, ou seja, o Estado determina que

as condutas praticadas pelos agentes não sejam consideradas crimes. A

anistia pode ser concedida pelo Poder Legislativo, e pode ser conferida a

qualquer momento (inclusive após a sentença penal condenatória

transitada em julgado).

Já a Graça e o indulto são bem mais semelhantes, pois não

excluem o crime em si, mas apenas extinguem a punibilidade em

relação àqueles casos específicos, e só podem ser concedidos pelo

Presidente da República.

A Graça é conferida de maneira individual, e o indulto é conferido

coletivamente (a um grupo que se encontre na mesma situação).

A anistia só pode ser causa de extinção total da punibilidade (pois,

como disse, exclui o próprio crime). Já a Graça e o indulto podem ser

parciais.

Pode ser extinta a punibilidade, também, pelo fenômeno da abolitio

criminis, nos termos do art. 107, III do CP. Como vimos, a abolitio

criminis ocorre quando surge lei nova que deixa de considerar o fato

como crime.

Pode ocorrer, ainda, de o ofendido, nos crimes de ação penal

privada, renunciar ao direito de oferecer queixa, ou conceder o

perdão ao acusado. Nesses casos, também estará extinta a

punibilidade.

A renúncia ao direito de queixa ocorre quando, dentro do prazo de

seis meses de que dispõe o ofendido para oferecê-la, este renuncia a este

direito, de maneira expressa ou tácita. A renúncia tácita ocorre quando o

ofendido pratica algum ato incompatível com a intenção de processar o

agente (quando, por exemplo, se casa com ele).

p4noterf
Image
p4noterf
Highlight
p4noterf
Highlight
p4noterf
Image
p4noterf
Highlight
Page 15: AULA 03: CULPABILIDADE: ELEMENTOS E CAUSAS DE …nitsites.com.br/jus/files/2012/07/E03-Renan-Araujo-Culpabilidade-e... · Teoria e exercícios comentados ... Página 1 de 41 AULA

Acesse www.baixarveloz.net

Direito Penal – POLÍCIA FEDERAL (AGENTE DA PF) Teoria e exercícios comentados

Prof. Renan Araujo – Aula 03

Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 15 de 41

O perdão, por sua vez, é muito semelhante à renúncia, com a

ressalva que o perdão só pode ser concedido quando já ajuizada a ação

penal privada, e que o simples oferecimento do perdão, por si só, não

gera a extinção da punibilidade, devendo o agente aceitar o perdão.

Ocorrendo a renúncia ao direito de queixa, ou o perdão do

ofendido, e sendo este último aceito pelo querelado (autor do

fato), estará extinta a punibilidade.

Em determinados crimes o Estado confere o perdão ao infrator, por

entender que a aplicação da pena não é necessária. É o chamado “perdão

judicial”. É o que ocorre, por exemplo, no caso de homicídio culposo no

qual o infrator tenha perdido alguém querido (Lembram-se do caso

Herbert Viana?). Essa hipótese está prevista no art. 121, § 5° do CP:

§ 5º - Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de

aplicar a pena, se as conseqüências da infração atingirem o

próprio agente de forma tão grave que a sanção penal se torne

desnecessária. (Incluído pela Lei nº 6.416, de 24.5.1977)

Então, nesse caso, ocorrendo o perdão judicial, também estará

extinta a punibilidade. Além disso, o art. 120 do CP diz que se houver o

perdão judicial, esta sentença que concede o perdão judicial não é

considerada para fins de reincidência.

Nos termos do inciso VI do art. 107, a retratação do agente

também é hipótese de extinção da punibilidade, nos casos em que a

lei a admite. Acontece isto, por exemplo, nos crimes de calúnia ou

difamação, nos quais a lei admite a retratação como causa de extinção da

punibilidade, se realizada antes da sentença. Nos termos do art. 143 do

CP:

Art. 143 - O querelado que, antes da sentença, se retrata

cabalmente da calúnia ou da difamação, fica isento de

pena.

p4noterf
Highlight
p4noterf
Image
p4noterf
Underline
p4noterf
Highlight
p4noterf
Image
p4noterf
Underline
Page 16: AULA 03: CULPABILIDADE: ELEMENTOS E CAUSAS DE …nitsites.com.br/jus/files/2012/07/E03-Renan-Araujo-Culpabilidade-e... · Teoria e exercícios comentados ... Página 1 de 41 AULA

Acesse www.baixarveloz.net

Direito Penal – POLÍCIA FEDERAL (AGENTE DA PF) Teoria e exercícios comentados

Prof. Renan Araujo – Aula 03

Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 16 de 41

Por fim, temos a clássica e mais comum hipótese de extinção da

punibilidade: a prescrição. A prescrição é a perda do poder de exercer um

direito em razão da inércia do seu titular. Ou seja, é o famoso “camarão

que dorme a onda leva”.

A prescrição pode ser dividida basicamente em duas espécies:

Prescrição da pretensão punitiva e prescrição da pretensão

executória.

A primeira pode ocorrer quando ainda não há sentença penal

condenatória transitada em julgado, e a segunda pode ocorrer

somente depois de já haver sentença penal condenatória

transitada em julgado. Vamos estudá-las em tópicos separados.

A) Prescrição da pretensão punitiva

Aqui o Estado ainda não aplicou (em caráter definitivo) uma sanção

penal ao agente que praticou a conduta criminosa.

Mas qual é o prazo de prescrição? O prazo prescricional varia de

crime para crime, e é definido tendo por base a pena máxima

estabelecida, em abstrato, para a conduta criminosa. Nos termos do art.

109 do CP:

Art. 109. A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença

final, salvo o disposto no § 1o do art. 110 deste Código, regula-

se pelo máximo da pena privativa de liberdade cominada ao

crime, verificando-se: (Redação dada pela Lei nº 12.234, de

2010).

I - em vinte anos, se o máximo da pena é superior a doze;

II - em dezesseis anos, se o máximo da pena é superior a oito

anos e não excede a doze;

p4noterf
Image
p4noterf
Highlight
Page 17: AULA 03: CULPABILIDADE: ELEMENTOS E CAUSAS DE …nitsites.com.br/jus/files/2012/07/E03-Renan-Araujo-Culpabilidade-e... · Teoria e exercícios comentados ... Página 1 de 41 AULA

Acesse www.baixarveloz.net

Direito Penal – POLÍCIA FEDERAL (AGENTE DA PF) Teoria e exercícios comentados

Prof. Renan Araujo – Aula 03

Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 17 de 41

III - em doze anos, se o máximo da pena é superior a quatro

anos e não excede a oito;

IV - em oito anos, se o máximo da pena é superior a dois anos e

não excede a quatro;

V - em quatro anos, se o máximo da pena é igual a um ano ou,

sendo superior, não excede a dois;

VI - em 3 (três) anos, se o máximo da pena é inferior a 1 (um)

ano. (Redação dada pela Lei nº 12.234, de 2010).

Prescrição das penas restritivas de direito

Parágrafo único - Aplicam-se às penas restritivas de direito os

mesmos prazos previstos para as privativas de liberdade.

(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Assim, no crime de homicídio simples, por exemplo, para o qual a lei

estabelece pena máxima de 20 anos (art. 121 do CP), o prazo

prescricional é de 20 anos, pois a pena máxima é superior a 12 anos. O

crime de furto simples, por exemplo, (art. 155 do CP) prescreve em oito

anos, pois a pena máxima prevista é quatro anos.

Portanto, não confundam: O prazo de prescrição do crime não é

igual à pena máxima a ele estabelecida, mas é calculado através de

uma tabela que leva em consideração a pena máxima!

Page 18: AULA 03: CULPABILIDADE: ELEMENTOS E CAUSAS DE …nitsites.com.br/jus/files/2012/07/E03-Renan-Araujo-Culpabilidade-e... · Teoria e exercícios comentados ... Página 1 de 41 AULA

Acesse www.baixarveloz.net

Direito Penal – POLÍCIA FEDERAL (AGENTE DA PF) Teoria e exercícios comentados

Prof. Renan Araujo – Aula 03

Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 18 de 41

Mas Renan, quando começa a correr o prazo prescricional? Simples,

meus caros. A resposta para esta pergunta está no art. 111 do CP:

Art. 111 - A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença

final, começa a correr: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de

11.7.1984)

I - do dia em que o crime se consumou; (Redação dada pela Lei

nº 7.209, de 11.7.1984)

II - no caso de tentativa, do dia em que cessou a atividade

criminosa; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

III - nos crimes permanentes, do dia em que cessou a

permanência; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

IV - nos de bigamia e nos de falsificação ou alteração de

assentamento do registro civil, da data em que o fato se tornou

conhecido. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Apenas um comentário em relação a este artigo: A regra, aqui, é que

o prazo prescricional comece a fluir no dia em que o crime se consuma.

Cuidado! Lembrem-se que o crime se considera praticado (tempo do

crime) quando ocorre a conduta, e não a consumação. Assim:

Tempo do crime – Momento da conduta

Início do prazo prescricional – Momento da consumação

Prestem atenção para não errarem isso, pois esta é uma pegadinha

que pode derrubar vocês no concurso.

Como nos crimes tentados não há propriamente consumação (pois

não há resultado naturalístico esperado), o prazo prescricional começa a

p4noterf
Highlight
Page 19: AULA 03: CULPABILIDADE: ELEMENTOS E CAUSAS DE …nitsites.com.br/jus/files/2012/07/E03-Renan-Araujo-Culpabilidade-e... · Teoria e exercícios comentados ... Página 1 de 41 AULA

Acesse www.baixarveloz.net

Direito Penal – POLÍCIA FEDERAL (AGENTE DA PF) Teoria e exercícios comentados

Prof. Renan Araujo – Aula 03

Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 19 de 41

fluir da data em que cessa a atividade criminosa, mesmo critério

utilizado para os crimes permanentes.

Vejam que no que se refere aos crimes permanentes, o início do

prazo prescricional coincide com o tempo do crime. Lembram-se do

verbete n° 711 da súmula de jurisprudência do STF? Então, esse verbete

diz que se considera praticado o crime quando da cessação da atividade

criminosa. Assim, nesses crimes, o tempo do crime e o início do

prazo prescricional ocorrem simultaneamente!

Na hipótese de pena de multa, como calcular o prazo prescricional?

Se a multa for prevista ou aplicada isoladamente, o prazo será de dois

anos. Porém, se a multa for aplicada ou prevista cumuladamente com a

pena de prisão (privativa de liberdade), o prazo de prescrição será o

mesmo estabelecido para a pena privativa de liberdade. Isto é que se

extrai do art. 114 do CP:

Art. 114 - A prescrição da pena de multa ocorrerá: (Redação

dada pela Lei nº 9.268, de 1º.4.1996)

I - em 2 (dois) anos, quando a multa for a única cominada ou

aplicada; (Incluído pela Lei nº 9.268, de 1º.4.1996)

II - no mesmo prazo estabelecido para prescrição da pena

privativa de liberdade, quando a multa for alternativa ou

cumulativamente cominada ou cumulativamente aplicada.

(Incluído pela Lei nº 9.268, de 1º.4.1996)

B) Prescrição da pretensão executória

Como disse a vocês, a prescrição pode ocorrer antes do trânsito em

julgado (pretensão da pretensão punitiva) ou depois do trânsito em

julgado (quando teremos a prescrição da pretensão executória). Esta

p4noterf
Underline
Page 20: AULA 03: CULPABILIDADE: ELEMENTOS E CAUSAS DE …nitsites.com.br/jus/files/2012/07/E03-Renan-Araujo-Culpabilidade-e... · Teoria e exercícios comentados ... Página 1 de 41 AULA

Acesse www.baixarveloz.net

Direito Penal – POLÍCIA FEDERAL (AGENTE DA PF) Teoria e exercícios comentados

Prof. Renan Araujo – Aula 03

Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 20 de 41

última ocorre quando o Estado condena o indivíduo, de maneira

irrecorrível, mas não consegue fazer cumprir a decisão.

Nos termos do art. 110 do CP:

Art. 110 - A prescrição depois de transitar em julgado a

sentença condenatória regula-se pela pena aplicada e verifica-se

nos prazos fixados no artigo anterior, os quais se aumentam de

um terço, se o condenado é reincidente. (Redação dada pela Lei

nº 7.209, de 11.7.1984)

Assim, na hipótese do crime de homicídio, conforme o exemplo dado

acima, antes de transitar em julgado a sentença condenatória, o prazo

prescricional é regulado pela pena máxima cominada ao crime em

abstrato, de acordo com a tabelinha do art. 109 do CP. Após o trânsito

em julgado, o parâmetro utilizado pela lei para o cálculo do prazo

prescricional deixa de ser a pena máxima prevista e passa a ser a pena

efetivamente aplicada.

Assim, se no crime de homicídio simples, que tem pena prevista de

06 a 20 anos, se o agente for condenado a apenas 06 (seis) anos de

reclusão, o prazo prescricional passa a ser de apenas 12 (doze) anos, nos

termos do art. 109, III do CP.

O art. 112 do CP estabelece o marco inicial (termo a quo) do prazo

prescricional da pretensão executória:

Art. 112 - No caso do art. 110 deste Código, a prescrição

começa a correr: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de

11.7.1984)

p4noterf
Highlight
Page 21: AULA 03: CULPABILIDADE: ELEMENTOS E CAUSAS DE …nitsites.com.br/jus/files/2012/07/E03-Renan-Araujo-Culpabilidade-e... · Teoria e exercícios comentados ... Página 1 de 41 AULA

Acesse www.baixarveloz.net

Direito Penal – POLÍCIA FEDERAL (AGENTE DA PF) Teoria e exercícios comentados

Prof. Renan Araujo – Aula 03

Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 21 de 41

I - do dia em que transita em julgado a sentença condenatória,

para a acusação, ou a que revoga a suspensão condicional da

pena ou o livramento condicional; (Redação dada pela Lei nº

7.209, de 11.7.1984)

II - do dia em que se interrompe a execução, salvo quando o

tempo da interrupção deva computar-se na pena. (Redação

dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

C) Disposições gerais sobre a prescrição

O CP prevê, ainda, hipóteses nas quais a prescrição não corre, tanto

no que se refere à prescrição da pretensão punitiva quanto à prescrição

da pretensão executória, embora as circunstâncias sejam diferentes para

cada uma delas. Nos termos do art. 116 e seu § único, do CP:

Art. 112 - No caso do art. 110 deste Código, a prescrição

começa a correr: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de

11.7.1984)

I - do dia em que transita em julgado a sentença condenatória,

para a acusação, ou a que revoga a suspensão condicional da

pena ou o livramento condicional; (Redação dada pela Lei nº

7.209, de 11.7.1984)

II - do dia em que se interrompe a execução, salvo quando o

tempo da interrupção deva computar-se na pena. (Redação

dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Parágrafo único - Depois de passada em julgado a sentença

condenatória, a prescrição não corre durante o tempo em que o

Page 22: AULA 03: CULPABILIDADE: ELEMENTOS E CAUSAS DE …nitsites.com.br/jus/files/2012/07/E03-Renan-Araujo-Culpabilidade-e... · Teoria e exercícios comentados ... Página 1 de 41 AULA

Acesse www.baixarveloz.net

Direito Penal – POLÍCIA FEDERAL (AGENTE DA PF) Teoria e exercícios comentados

Prof. Renan Araujo – Aula 03

Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 22 de 41

condenado está preso por outro motivo. (Redação dada pela Lei

nº 7.209, de 11.7.1984)

Assim, nestes casos, o prazo prescricional não se inicia. Pode

ocorrer, ainda, de o prazo prescricional se iniciar, mas ser interrompido,

em razão da ocorrência de alguns fatos. É o que prevê o art. 117 do CP:

Art. 117 - O curso da prescrição interrompe-se: (Redação dada

pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

I - pelo recebimento da denúncia ou da queixa; (Redação dada

pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

II - pela pronúncia; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de

11.7.1984)

III - pela decisão confirmatória da pronúncia; (Redação dada

pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

IV - pela publicação da sentença ou acórdão condenatórios

recorríveis; (Redação dada pela Lei nº 11.596, de 2007).

V - pelo início ou continuação do cumprimento da pena;

(Redação dada pela Lei nº 9.268, de 1º.4.1996)

VI - pela reincidência. (Redação dada pela Lei nº 9.268, de

1º.4.1996)

§ 1º - Excetuados os casos dos incisos V e VI deste artigo, a

interrupção da prescrição produz efeitos relativamente a todos

os autores do crime. Nos crimes conexos, que sejam objeto do

mesmo processo, estende-se aos demais a interrupção relativa a

qualquer deles. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Page 23: AULA 03: CULPABILIDADE: ELEMENTOS E CAUSAS DE …nitsites.com.br/jus/files/2012/07/E03-Renan-Araujo-Culpabilidade-e... · Teoria e exercícios comentados ... Página 1 de 41 AULA

Acesse www.baixarveloz.net

Direito Penal – POLÍCIA FEDERAL (AGENTE DA PF) Teoria e exercícios comentados

Prof. Renan Araujo – Aula 03

Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 23 de 41

§ 2º - Interrompida a prescrição, salvo a hipótese do inciso V

deste artigo, todo o prazo começa a correr, novamente, do

dia da interrupção. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de

11.7.1984)

A interrupção é uma causa de paralisação do prazo

prescricional, assim como a suspensão. Entretanto, na interrupção o

prazo prescricional, cessado o motivo que levou à interrupção, volta a

correr desde o início, e não de onde havia parado.

Exemplo: Imagine que Poliana esteja sendo acusada pelo crime de

homicídio simples (prescrição em 20 anos). O prazo prescricional vem

fluindo normalmente até que o Juiz “pronuncia” Poliana (decisão na qual o

Juiz diz que o caso deve ser levado à Júri popular). Nesse caso, se o

prazo prescricional estava já com 04 anos, por exemplo, ele será

interrompido e voltará a ser contado do zero (mais 20 anos), e não

apenas os 16 (dezesseis) anos que faltavam.

Meus caros, por hoje é só! Estudem bastante!

Até a próxima!

Prof. Renan Araujo

III – Questões para praticar

Page 24: AULA 03: CULPABILIDADE: ELEMENTOS E CAUSAS DE …nitsites.com.br/jus/files/2012/07/E03-Renan-Araujo-Culpabilidade-e... · Teoria e exercícios comentados ... Página 1 de 41 AULA

Acesse www.baixarveloz.net

Direito Penal – POLÍCIA FEDERAL (AGENTE DA PF) Teoria e exercícios comentados

Prof. Renan Araujo – Aula 03

Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 24 de 41

Agora chegou a hora de revisarmos e fixarmos a matéria estudada

através da resolução de questões que foram cobradas em concursos

recentes. Começaremos com uma espécie de simulado com as questões

sem comentários! Ao final do curso, prestem bem atenção nos

comentários das questões!

Vamos ao trabalho, galera!

Abraço!

01 - (CESPE – 2009 – PC/RN – AGENTE DE POLÍCIA)

Exclui-se a culpabilidade do agente

A) que falece após a ocorrência do fato.

B) inteiramente incapaz ao tempo do fato.

C) que age em estrito cumprimento do dever legal.

D) portador de perturbação mental após o fato.

E) maior de 70 anos de idade na data da sentença.

02 - (CESPE – 2010 – DETRAN/ES – ADVOGADO)

Tratando-se de culpabilidade, a teoria estrita ou extremada e a teoria

limitada são derivações da teoria normativa pura e divergem apenas a

respeito do tratamento das descriminantes putativas.

03 - (CESPE – 2011 – PC/ES – ESCRIVÃO DE POLÍCIA)

A falta de consciência da ilicitude, se inevitável, exclui a culpabilidade.

Page 25: AULA 03: CULPABILIDADE: ELEMENTOS E CAUSAS DE …nitsites.com.br/jus/files/2012/07/E03-Renan-Araujo-Culpabilidade-e... · Teoria e exercícios comentados ... Página 1 de 41 AULA

Acesse www.baixarveloz.net

Direito Penal – POLÍCIA FEDERAL (AGENTE DA PF) Teoria e exercícios comentados

Prof. Renan Araujo – Aula 03

Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 25 de 41

04 - (CESPE – 2011 – STM – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA

JUDICIÁRIA)

As causas legais de exclusão da culpabilidade por inexigibilidade de

conduta diversa incluem a estrita obediência a ordem não

manifestamente ilegal de superior hierárquico. Caso o agente cumpra

ordem ilegal ou extrapole os limites que lhe foram determinados, a

conduta é culpável.

05 - (CESPE – 2009 – DPE/AL – DEFENSOR PÚBLICO)

Para a teoria limitada da culpabilidade, adotada pelo CP brasileiro, toda

espécie de descriminante putativa, seja sobre os limites autorizadores da

norma, seja incidente sobre situação fática pressuposto de uma causa de

justificação, é sempre considerada erro de proibição.

06 - (CESPE – 2004 – AGENTE DA POLÍCIA FEDERAL)

A coação física e a coação moral irresistíveis afastam a própria ação, não

respondendo o agente pelo crime. Em tais casos, responderá pelo crime o

coator.

07 - (CESPE – 2011 – TER/ES – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA

ADMINISTRATIVA)

Abel, em completo estado de embriaguez proveniente de caso fortuito,

cometeu delito de roubo, tendo sido comprovado que, ao tempo do crime,

ele era inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato. Nessa

situação, embora tenha praticado fato penalmente típico e ilícito, Abel

ficará isento de pena.

Page 26: AULA 03: CULPABILIDADE: ELEMENTOS E CAUSAS DE …nitsites.com.br/jus/files/2012/07/E03-Renan-Araujo-Culpabilidade-e... · Teoria e exercícios comentados ... Página 1 de 41 AULA

Acesse www.baixarveloz.net

Direito Penal – POLÍCIA FEDERAL (AGENTE DA PF) Teoria e exercícios comentados

Prof. Renan Araujo – Aula 03

Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 26 de 41

08 - (CESPE – 2008 – STJ – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA

JUDICIÁRIA)

Na obediência hierárquica, para que se configure a causa de exclusão de

culpabilidade, é necessário que exista dependência funcional do executor

da ordem dentro do serviço público, de forma que não há que se falar,

para fins de exclusão da culpabilidade, em relação hierárquica entre

particulares.

09 - (CESPE – 2011 – TJ/ES – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA

JUDICIÁRIA)

O perdão judicial, uma das possíveis causas extintivas da punibilidade,

consiste na manifestação de vontade, expressa ou tácita, do ofendido ou

de seu representante legal, acerca de sua desistência da ação penal

privada já iniciada.

10 - (CESPE – 2011 – STM – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA

JUDICIÁRIA)

Além de conduzir à extinção da punibilidade, a abolitio criminis faz cessar

todos os efeitos penais e cíveis da sentença condenatória.

11 - (CESPE – 200P – SEJUS /ES – AGENTE PENITENCIÁRIO)

A anistia exclui o crime, rescinde a condenação e extingue totalmente a

punibilidade, tendo, de regra, ao contrário da graça, o caráter da

generalidade, ao abranger fatos e não pessoas.

12 - (CESPE – 2009 – AGU – ADVOGADO DA UNIÃO)

Page 27: AULA 03: CULPABILIDADE: ELEMENTOS E CAUSAS DE …nitsites.com.br/jus/files/2012/07/E03-Renan-Araujo-Culpabilidade-e... · Teoria e exercícios comentados ... Página 1 de 41 AULA

Acesse www.baixarveloz.net

Direito Penal – POLÍCIA FEDERAL (AGENTE DA PF) Teoria e exercícios comentados

Prof. Renan Araujo – Aula 03

Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 27 de 41

Caso a pena de multa seja alternativa ou cumulativamente cominada ou

cumulativamente aplicada, aplicam-se a ela os mesmos prazos previstos

para as respectivas penas privativas de liberdade.

13 - (FGV-2010-DELEGADO-DELEGADO DE POLÍCIA-AMAPÁ)

Relativamente à extinção da punibilidade, analise as afirmativas a seguir:

I. Extingue-se a punibilidade, dentre outros motivos, pela morte do

agente; pela anistia, graça ou indulto; pela prescrição, decadência ou

perempção; e pelo casamento do agente com a vítima, nos crimes contra

os costumes, definidos nos capítulos I, II e III, do Título IV do Código

Penal.

II. Nos crimes conexos, a extinção da punibilidade de um deles impede,

quanto aos outros, a agravação da pena resultante da conexão.

III. A renúncia do direito de queixa, ou o oferecimento de perdão pelo

querelante, nos crimes de ação privada, acarreta a extinção da

punibilidade.

Assinale:

(A) se somente a afirmativa I estiver correta.

(B) se somente a afirmativa II estiver correta.

(C) se somente a afirmativa III estiver correta.

(D) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.

(E) se nenhuma afirmativa estiver correta.

14 - (FGV-2005-TJ/PA- JUIZ SUBSTITUTO)A00

A mulher que ingere substância abortiva, com o intuito de provocar um

aborto, supondo, erroneamente, estar grávida, realiza o que a doutrina

penal denomina de:

(A) delito putativo por obra do agente provocador.

Page 28: AULA 03: CULPABILIDADE: ELEMENTOS E CAUSAS DE …nitsites.com.br/jus/files/2012/07/E03-Renan-Araujo-Culpabilidade-e... · Teoria e exercícios comentados ... Página 1 de 41 AULA

Acesse www.baixarveloz.net

Direito Penal – POLÍCIA FEDERAL (AGENTE DA PF) Teoria e exercícios comentados

Prof. Renan Araujo – Aula 03

Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 28 de 41

(B) delito putativo por erro de proibição.

(C) erro de tipo.

(D) delito putativo por erro de tipo.

(E) erro de proibição.

15 - (FGV-2005-TJ/PA- JUIZ SUBSTITUTO)A00

Segundo o Código Penal, o curso da prescrição se interrompe:

(A) enquanto o agente cumpre pena no estrangeiro.

(B) durante o tempo em que o condenado está preso por outro motivo.

(C) pela continuação do cumprimento da pena.

(D) pela decisão confirmatória da sentença condenatória recorrível.

(E) enquanto não resolvida, em outro processo, questão de que dependa

o reconhecimento da existência

do crime.

16 - (FGV-2008-TCM-AUDITOR)

Assinale a afirmativa correta.

(A) São causas de extinção da punibilidade a anistia, graça, indulto e

perdão da vítima nos crimes de ação pública incondicionada.

(B) A retroatividade da lei que não considera mais o fato como criminoso

extingue a punibilidade do agente, salvo quando se tratar de crime

hediondo.

(C) A reparação do dano extingue a punibilidade do peculato

culposo, se ocorre antes da sentença condenatória irrecorrível.

(D) Nos crimes contra a fé pública, extingue-se a punibilidade do agente

quando este espontaneamente confessa o crime no interrogatório judicial.

Page 29: AULA 03: CULPABILIDADE: ELEMENTOS E CAUSAS DE …nitsites.com.br/jus/files/2012/07/E03-Renan-Araujo-Culpabilidade-e... · Teoria e exercícios comentados ... Página 1 de 41 AULA

Acesse www.baixarveloz.net

Direito Penal – POLÍCIA FEDERAL (AGENTE DA PF) Teoria e exercícios comentados

Prof. Renan Araujo – Aula 03

Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 29 de 41

(E) A morte do agente só extingue a punibilidade se houver expressa

concordância do Ministério Público ou do querelante.

01 - (CESPE – 2009 – PC/RN – AGENTE DE POLÍCIA)

Exclui-se a culpabilidade do agente

A) que falece após a ocorrência do fato.

B) inteiramente incapaz ao tempo do fato.

C) que age em estrito cumprimento do dever legal.

D) portador de perturbação mental após o fato.

E) maior de 70 anos de idade na data da sentença.

COMENTÁRIOS: O falecimento após a ocorrência do fato gera, apenas, a

extinção da punibilidade, mas o crime considera-se praticado, nos termos

do art. 107, I do CP. A superveniência de doença mental também não é

causa de exclusão da culpabilidade, que é aferida no momento da

conduta. A circunstância de ser o agente maior de 70 anos na data da

sentença é mera causa de diminuição de pena. Aquele que age em estrito

cumprimento do dever legal não chega, sequer, a praticar fato ilícito, pois

essa circunstância é uma causa de exclusão da ilicitude. Por fim, se o

agente era inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato à

época da conduta, ou será considerado inimputável (se se enquadrar nas

hipóteses de inimputabilidade), ou não terá culpabilidade em razão da

ausência de potencial consciência da ilicitude. Assim, a alternativa

correta é a letra B.

IV – Questões Comentadas

Page 30: AULA 03: CULPABILIDADE: ELEMENTOS E CAUSAS DE …nitsites.com.br/jus/files/2012/07/E03-Renan-Araujo-Culpabilidade-e... · Teoria e exercícios comentados ... Página 1 de 41 AULA

Acesse www.baixarveloz.net

Direito Penal – POLÍCIA FEDERAL (AGENTE DA PF) Teoria e exercícios comentados

Prof. Renan Araujo – Aula 03

Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 30 de 41

02 - (CESPE – 2010 – DETRAN/ES – ADVOGADO)

Tratando-se de culpabilidade, a teoria estrita ou extremada e a

teoria limitada são derivações da teoria normativa pura e

divergem apenas a respeito do tratamento das descriminantes

putativas.

CORRETA: Como disse a vocês antes, a teoria limitada, que é a

adotada pelo CP, difere da teoria normativa pura com relação ao

tratamento dado às descriminantes putativas. As descriminantes

putativas são tratadas nos arts. 20, § 1° e 21 do CP:§ 1º - É isento de

pena quem, por erro plenamente justificado pelas circunstâncias, supõe

situação de fato que, se existisse, tornaria a ação legítima. Não há

isenção de pena quando o erro deriva de culpa e o fato é punível como

crime culposo. (...) Art. 21 - O desconhecimento da lei é inescusável. O

erro sobre a ilicitude do fato, se inevitável, isenta de pena; se evitável,

poderá diminuí-la de um sexto a um terço.

Para a teoria normativa pura, as descriminantes putativas

serão sempre erro de proibição. Ou seja, sempre que um agente

supor que existe uma situação fática que legitima sua ação, e esta não

existir, estará errando com relação à licitude do fato, logo, comete erro de

proibição, o que pode afastar a culpabilidade.

Já a teoria limitada (adotada pelo CP), divide as descriminantes em

de fato e de direito. Na primeira hipótese, o agente age supondo haver

uma situação fática que legitime sua função. No segundo caso, o agente

visualiza corretamente a situação fática, mas acredita que a conduta, no

entanto, não é proibida.

Assim, a afirmativa está correta.

03 - (CESPE – 2011 – PC/ES – ESCRIVÃO DE POLÍCIA)

Page 31: AULA 03: CULPABILIDADE: ELEMENTOS E CAUSAS DE …nitsites.com.br/jus/files/2012/07/E03-Renan-Araujo-Culpabilidade-e... · Teoria e exercícios comentados ... Página 1 de 41 AULA

Acesse www.baixarveloz.net

Direito Penal – POLÍCIA FEDERAL (AGENTE DA PF) Teoria e exercícios comentados

Prof. Renan Araujo – Aula 03

Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 31 de 41

A falta de consciência da ilicitude, se inevitável, exclui a

culpabilidade.

CORRETA: A potencial consciência da ilicitude é um dos elementos da

culpabilidade. Assim, se o agente pratica a conduta mas não possuía, ao

tempo da ação ou omissão, capacidade de entender que a conduta

praticada era ilícita, não é considerado culpável, pois ausente um dos

elementos da culpabilidade. Desta maneira, a afirmativa está correta.

04 - (CESPE – 2011 – STM – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA

JUDICIÁRIA)

As causas legais de exclusão da culpabilidade por inexigibilidade

de conduta diversa incluem a estrita obediência a ordem não

manifestamente ilegal de superior hierárquico. Caso o agente

cumpra ordem ilegal ou extrapole os limites que lhe foram

determinados, a conduta é culpável.

CORRETA: De fato, o art. 22 do CP diz: Art. 22 - Se o fato é cometido

sob coação irresistível ou em estrita obediência a ordem, não

manifestamente ilegal, de superior hierárquico, só é punível o autor da

coação ou da ordem. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984).

Assim, se a ordem emanada não é manifestamente ilegal, e o agente a

cumpre, não comete crime, pois não é culpável. No entanto, se a ordem

for manifestamente ilegal, ou se o agente extrapolar os limites da ordem

recebida, responderá pelo crime. A questão deveria, apenas, ter colocado

o termo “manifestamente” no enunciado, pois a sua ausência pode gerar

no concursando a dúvida acerca de ser ou não uma pegadinha.

Entretanto, a banca considerou a questão como correta.

05 - (CESPE – 2009 – DPE/AL – DEFENSOR PÚBLICO)

Para a teoria limitada da culpabilidade, adotada pelo CP brasileiro,

toda espécie de descriminante putativa, seja sobre os limites

autorizadores da norma, seja incidente sobre situação fática

Page 32: AULA 03: CULPABILIDADE: ELEMENTOS E CAUSAS DE …nitsites.com.br/jus/files/2012/07/E03-Renan-Araujo-Culpabilidade-e... · Teoria e exercícios comentados ... Página 1 de 41 AULA

Acesse www.baixarveloz.net

Direito Penal – POLÍCIA FEDERAL (AGENTE DA PF) Teoria e exercícios comentados

Prof. Renan Araujo – Aula 03

Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 32 de 41

pressuposto de uma causa de justificação, é sempre considerada

erro de proibição.

ERRADA: A teoria limitada da culpabilidade, embora adota pelo nosso

CP, ao contrário da teoria normativa pura, diferencia as hipóteses de

descriminantes putativas, dividindo-as em de fato e de direito. Assim, a

afirmativa está errada.

06 - (CESPE – 2004 – AGENTE DA POLÍCIA FEDERAL)

A coação física e a coação moral irresistíveis afastam a própria

ação, não respondendo o agente pelo crime. Em tais casos,

responderá pelo crime o coator.

ERRADA: Apenas a coação física irresistível (vis absoluta) exclui a

própria conduta, pois, nesse caso, o agente é mero objeto na mão de um

terceiro, que é quem, de fato, comete o crime. Na coação moral

irresistível, há conduta, embora seja uma conduta viciada (pois o agente

não é inteiramente livre para realizar a escolha de praticar ou não o

crime, pois se encontra sob coação). Assim, a afirmativa está errada.

07 - (CESPE – 2011 – TER/ES – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA

ADMINISTRATIVA)

Abel, em completo estado de embriaguez proveniente de caso

fortuito, cometeu delito de roubo, tendo sido comprovado que, ao

tempo do crime, ele era inteiramente incapaz de entender o

caráter ilícito do fato. Nessa situação, embora tenha praticado

fato penalmente típico e ilícito, Abel ficará isento de pena.

CORRETA: A embriaguez completa, decorrente de caso fortuito ou força

maior, exclui a imputabilidade do agente, se ele era, ao tempo do fato,

inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito de sua conduta, nos

termos do art. 28, § 1° do CP.

Page 33: AULA 03: CULPABILIDADE: ELEMENTOS E CAUSAS DE …nitsites.com.br/jus/files/2012/07/E03-Renan-Araujo-Culpabilidade-e... · Teoria e exercícios comentados ... Página 1 de 41 AULA

Acesse www.baixarveloz.net

Direito Penal – POLÍCIA FEDERAL (AGENTE DA PF) Teoria e exercícios comentados

Prof. Renan Araujo – Aula 03

Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 33 de 41

08 - (CESPE – 2008 – STJ – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA

JUDICIÁRIA)

Na obediência hierárquica, para que se configure a causa de

exclusão de culpabilidade, é necessário que exista dependência

funcional do executor da ordem dentro do serviço público, de

forma que não há que se falar, para fins de exclusão da

culpabilidade, em relação hierárquica entre particulares.

CORRETA: A Doutrina é pacífica em afirmar que para que seja

caracterizada a excludente de culpabilidade em questão, é necessário que

haja uma relação de hierarquia funcional entre o autor do fato e o

mandante. Assim, a afirmativa está correta.

09 - (CESPE – 2011 – TJ/ES – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA

JUDICIÁRIA)

O perdão judicial, uma das possíveis causas extintivas da

punibilidade, consiste na manifestação de vontade, expressa ou

tácita, do ofendido ou de seu representante legal, acerca de sua

desistência da ação penal privada já iniciada.

ERRADA: O enunciado da questão descreve a figura do perdão do

ofendido, não do perdão judicial. Em determinados crimes o Estado

confere o perdão ao infrator, por entender que a aplicação da pena não é

necessária. É o chamado “perdão judicial”. É o que ocorre, por exemplo,

no caso de homicídio culposo no qual o infrator tenha perdido alguém

querido (Lembram-se do caso Herbert Viana?). Essa hipótese está

prevista no art. 121, § 5° do CP: § 5º - Na hipótese de homicídio culposo,

o juiz poderá deixar de aplicar a pena, se as conseqüências da infração

atingirem o próprio agente de forma tão grave que a sanção penal se

torne desnecessária. (Incluído pela Lei nº 6.416, de 24.5.1977). Este sim

é o chamado perdão judicial.

Page 34: AULA 03: CULPABILIDADE: ELEMENTOS E CAUSAS DE …nitsites.com.br/jus/files/2012/07/E03-Renan-Araujo-Culpabilidade-e... · Teoria e exercícios comentados ... Página 1 de 41 AULA

Acesse www.baixarveloz.net

Direito Penal – POLÍCIA FEDERAL (AGENTE DA PF) Teoria e exercícios comentados

Prof. Renan Araujo – Aula 03

Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 34 de 41

Portanto, a afirmativa está errada.

10 - (CESPE – 2011 – STM – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA

JUDICIÁRIA)

Além de conduzir à extinção da punibilidade, a abolitio criminis faz

cessar todos os efeitos penais e cíveis da sentença condenatória.

ERRADA: A abolitio criminis, de fato, conduz à extinção da punibilidade

(art. 107, III do CP). Entretanto, apenas faz desaparecer os efeitos penais

de eventual condenação, não possuindo reflexos na seara cível, nos

termos do art. 2° do CP.

Assim, a alternativa está errada.

11 - (CESPE – 200P – SEJUS /ES – AGENTE PENITENCIÁRIO)

A anistia exclui o crime, rescinde a condenação e extingue

totalmente a punibilidade, tendo, de regra, ao contrário da graça,

o caráter da generalidade, ao abranger fatos e não pessoas.

CORRETA: A anistia é uma forma de extinção da punibilidade mais

abrangente que a graça e o indulto, pois a anistia é um instituto mediante

o qual o Estado passa a considerar que as condutas praticadas pelos

agentes não são mais crimes. Não se trata de abolitio criminis, pois as

condutas já foram realizadas. Já a graça e o indulto são de caráter

pessoal, ou seja, o Estado concede àquela(s) pessoas a extinção da

punibilidade, por razões de política criminal, embora permaneça a

consideração de que o fato praticado foi um crime.

Assim, a afirmativa está correta.

12 - (CESPE – 2009 – AGU – ADVOGADO DA UNIÃO)

Caso a pena de multa seja alternativa ou cumulativamente

cominada ou cumulativamente aplicada, aplicam-se a ela os

Page 35: AULA 03: CULPABILIDADE: ELEMENTOS E CAUSAS DE …nitsites.com.br/jus/files/2012/07/E03-Renan-Araujo-Culpabilidade-e... · Teoria e exercícios comentados ... Página 1 de 41 AULA

Acesse www.baixarveloz.net

Direito Penal – POLÍCIA FEDERAL (AGENTE DA PF) Teoria e exercícios comentados

Prof. Renan Araujo – Aula 03

Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 35 de 41

mesmos prazos previstos para as respectivas penas privativas de

liberdade.

CORRETA: Esta é a previsão legal, contida no art. 114, II do CP: Art. 114

- A prescrição da pena de multa ocorrerá: (...) II - no mesmo prazo

estabelecido para prescrição da pena privativa de liberdade, quando a

multa for alternativa ou cumulativamente cominada ou cumulativamente

aplicada. (Incluído pela Lei nº 9.268, de 1º.4.1996)

Portanto, a alternativa está correta.

13 - (FGV-2010-DELEGADO-DELEGADO DE POLÍCIA-AMAPÁ)

Relativamente à extinção da punibilidade, analise as afirmativas a

seguir:

I. Extingue-se a punibilidade, dentre outros motivos, pela morte

do agente; pela anistia, graça ou indulto; pela prescrição,

decadência ou perempção; e pelo casamento do agente com a

vítima, nos crimes contra os costumes, definidos nos capítulos I,

II e III, do Título IV do Código Penal.

ERRADA: O casamento da vítima com o infrator não mais é causa de

extinção da punibilidade, em razão da reforma realizada pela Lei

11.106/05.

II. Nos crimes conexos, a extinção da punibilidade de um deles

impede, quanto aos outros, a agravação da pena resultante da

conexão.

ERRADA: A redação da parte final do art. 108 do CP é expressamente

contrária a isto:

Art. 108 - A extinção da punibilidade de crime que é

pressuposto, elemento constitutivo ou circunstância agravante

p4noterf
Image
Page 36: AULA 03: CULPABILIDADE: ELEMENTOS E CAUSAS DE …nitsites.com.br/jus/files/2012/07/E03-Renan-Araujo-Culpabilidade-e... · Teoria e exercícios comentados ... Página 1 de 41 AULA

Acesse www.baixarveloz.net

Direito Penal – POLÍCIA FEDERAL (AGENTE DA PF) Teoria e exercícios comentados

Prof. Renan Araujo – Aula 03

Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 36 de 41

de outro não se estende a este. Nos crimes conexos, a extinção

da punibilidade de um deles não impede, quanto aos outros, a

agravação da pena resultante da conexão. (Redação dada pela

Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

III. A renúncia do direito de queixa, ou o oferecimento de perdão

pelo querelante, nos crimes de ação privada, acarreta a extinção

da punibilidade.

ERRADA: Cuidado! A questão parece estar correta, mas guarda um

grave erro. O “oferecimento do perdão pelo querelante” não é causa de

extinção da punibilidade, pois é necessário que ele seja aceito pelo

infrator, nos termos do art. 107, V do CP:

Art. 107 - Extingue-se a punibilidade: (Redação dada pela Lei nº

7.209, de 11.7.1984)

(...)

V - pela renúncia do direito de queixa ou pelo perdão aceito, nos

crimes de ação privada;

Assinale:

(A) se somente a afirmativa I estiver correta.

(B) se somente a afirmativa II estiver correta.

(C) se somente a afirmativa III estiver correta.

(D) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.

(E) se nenhuma afirmativa estiver correta.

14 - (FGV-2005-TJ/PA- JUIZ SUBSTITUTO)A00

p4noterf
Image
Page 37: AULA 03: CULPABILIDADE: ELEMENTOS E CAUSAS DE …nitsites.com.br/jus/files/2012/07/E03-Renan-Araujo-Culpabilidade-e... · Teoria e exercícios comentados ... Página 1 de 41 AULA

Acesse www.baixarveloz.net

Direito Penal – POLÍCIA FEDERAL (AGENTE DA PF) Teoria e exercícios comentados

Prof. Renan Araujo – Aula 03

Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 37 de 41

A mulher que ingere substância abortiva, com o intuito de

provocar um aborto, supondo, erroneamente, estar grávida,

realiza o que a doutrina penal denomina de:

(A) delito putativo por obra do agente provocador.

(B) delito putativo por erro de proibição.

(C) erro de tipo.

(D) delito putativo por erro de tipo.

(E) erro de proibição.

COMENTÁRIOS: O erro de tipo ocorre quando o agente pratica um

delito, mas o pratica sem saber que o faz, pois incide em erro sobre

elemento constitutivo do tipo penal. Já no erro de proibição, o agente

comete o crime não por representar erroneamente a realidade, mas por

acreditar que sua conduta não é ilícita. No delito putativo por erro de tipo,

o agente comete um erro de tipo “ao contrário”, pois acredita que está

praticando um delito, mas em razão de representar erradamente um

elemento constitutivo do tipo penal, não comete crime algum (ex.: Furto

de coisa própria, achando que é coisa alheia). Já no delito putativo por

erro de proibição, o agente crê estar praticando um delito, mas na

verdade, sua conduta é lícita penalmente. Por fim, o delito putativo por

obra do agente provocador, é o crime no qual o agente crê estar

cometendo crime, mas não comete crime algum, pois o agente que

provoca essa conduta impedirá sua consumação (ex.: Policial que provoca

a atuação do criminoso para prendê-lo com “a boca no botija”). Trata-se

de crime impossível.

Assim, no caso concreto, a mulher acreditou estar praticando um delito

(crime putativo), mas não comete crime algum, pois supõe erradamente

uma situação fática (erro de tipo). Logo, temos um delito putativo por

erro de tipo.

Portanto, a alternativa correta é a letra D.

Page 38: AULA 03: CULPABILIDADE: ELEMENTOS E CAUSAS DE …nitsites.com.br/jus/files/2012/07/E03-Renan-Araujo-Culpabilidade-e... · Teoria e exercícios comentados ... Página 1 de 41 AULA

Acesse www.baixarveloz.net

Direito Penal – POLÍCIA FEDERAL (AGENTE DA PF) Teoria e exercícios comentados

Prof. Renan Araujo – Aula 03

Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 38 de 41

15 - (FGV-2005-TJ/PA- JUIZ SUBSTITUTO)A00

Segundo o Código Penal, o curso da prescrição se interrompe:

(A) enquanto o agente cumpre pena no estrangeiro.

(B) durante o tempo em que o condenado está preso por outro

motivo.

(C) pela continuação do cumprimento da pena.

(D) pela decisão confirmatória da sentença condenatória

recorrível.

(E) enquanto não resolvida, em outro processo, questão de que

dependa o reconhecimento da existência

do crime.

COMENTÁRIOS: As causas interruptivas da prescrição estão previstas no

art. 117 do CP. Vejamos:

Art. 117 - O curso da prescrição interrompe-se: (Redação dada

pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

I - pelo recebimento da denúncia ou da queixa; (Redação dada

pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

II - pela pronúncia; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de

11.7.1984)

III - pela decisão confirmatória da pronúncia; (Redação dada

pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

IV - pela publicação da sentença ou acórdão condenatórios

recorríveis; (Redação dada pela Lei nº 11.596, de 2007).

V - pelo início ou continuação do cumprimento da pena;

(Redação dada pela Lei nº 9.268, de 1º.4.1996)

p4noterf
Image
Page 39: AULA 03: CULPABILIDADE: ELEMENTOS E CAUSAS DE …nitsites.com.br/jus/files/2012/07/E03-Renan-Araujo-Culpabilidade-e... · Teoria e exercícios comentados ... Página 1 de 41 AULA

Acesse www.baixarveloz.net

Direito Penal – POLÍCIA FEDERAL (AGENTE DA PF) Teoria e exercícios comentados

Prof. Renan Araujo – Aula 03

Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 39 de 41

VI - pela reincidência. (Redação dada pela Lei nº 9.268, de

1º.4.1996)

Assim, a única das alternativas que contempla uma hipótese de causa

interruptiva da prescrição é a letra C.

16 - (FGV-2008-TCM-AUDITOR)

Assinale a afirmativa correta.

(A) São causas de extinção da punibilidade a anistia, graça,

indulto e perdão da vítima nos crimes de ação pública

incondicionada.

(B) A retroatividade da lei que não considera mais o fato como

criminoso extingue a punibilidade do agente, salvo quando se

tratar de crime hediondo.

(C) A reparação do dano extingue a punibilidade do peculato

culposo, se ocorre antes da sentença condenatória irrecorrível.

(D) Nos crimes contra a fé pública, extingue-se a punibilidade do

agente quando este espontaneamente confessa o crime no

interrogatório judicial.

(E) A morte do agente só extingue a punibilidade se houver

expressa concordância do Ministério Público ou do querelante.

COMENTÁRIOS: A extinção da punibilidade pode se dar pela anistia,

graça e indulto (art. 107, II do CP), bem como pelo perdão do ofendido,

nos crimes de ação penal PRIVADA (art. 107, V do CP). A retroatividade

da lei penal que não considera mais o fato como crime (abolitio criminis),

extingue a punibilidade em qualquer caso, sem ressalvas (art. 107, III do

CP). A reparação do dano, no peculato culposo, é causa de extinção da

punibilidade se ocorre antes do trânsito em julgado da sentença penal

condenatória (art. 312, §§ 2° e 3° do CP). Nos crimes contra a fé pública,

a confissão do infrator no interrogatório judicial não é causa de extinção

Page 40: AULA 03: CULPABILIDADE: ELEMENTOS E CAUSAS DE …nitsites.com.br/jus/files/2012/07/E03-Renan-Araujo-Culpabilidade-e... · Teoria e exercícios comentados ... Página 1 de 41 AULA

Acesse www.baixarveloz.net

Direito Penal – POLÍCIA FEDERAL (AGENTE DA PF) Teoria e exercícios comentados

Prof. Renan Araujo – Aula 03

Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 40 de 41

da punibilidade. Por fim, a morte do agente é causa de extinção da

punibilidade SEMPRE, independentemente de concordância do MP ou

querelante, nos termos do art. 107, I do CP.

Portanto, a alternativa correta é a letra C.

GABARITO

1) ALTERNATIVA B

2) CORRETA

3) CORRETA

4) CORRETA

5) ERRADA

6) ERRADA

Page 41: AULA 03: CULPABILIDADE: ELEMENTOS E CAUSAS DE …nitsites.com.br/jus/files/2012/07/E03-Renan-Araujo-Culpabilidade-e... · Teoria e exercícios comentados ... Página 1 de 41 AULA

Acesse www.baixarveloz.net

Direito Penal – POLÍCIA FEDERAL (AGENTE DA PF) Teoria e exercícios comentados

Prof. Renan Araujo – Aula 03

Prof.Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Página 41 de 41

7) CORRETA

8) CORRETA

9) ERRADA

10) ERRADA

11) CORRETA

12) CORRETA

13) ALTERNATIVA E

14) ALTERNATIVA D

15) ALTERNATIVA C

16) ALTERNATIVA C