Aula 04 - Licita- ¦ções, Contratos e Conv- ¦ênios - Aula 01

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    LICITAES, CONTRATOS E CONVNIOS P/CGU Teoria e Exerccios

    PROFESSOR: HENRIQUE CAMPOLINA

    Prof. Henrique Campolina www.pontodosconcursos.com.br 1

    Ol, Futuro Servidor Concursado da CGU !!!

    com grande satisfao que o recebo para, juntos, percorremos todo o nosso

    contedo programtico do Curso Licitaes, Contratos e Convnios para

    CGU Teoria e Exerccios e ficarmos mais perto da almejada vaga no

    quadro de pessoal efetivo da Controladoria-Geral da Unio.

    Vamos direto ao assunto, afinal j fiz minha rpida apresentao e definimos o

    cronograma do curso na aula demonstrativa.

    Lembrem-se, visando auxiliar a memorizao do texto legal1, que: Todos os artigos estaro negritados, neste tipo de formatao, visando facilitar suas localizaes para leituras e consultas durante possveis futuras revises rpidas da matria. Em virtude de tal formatao, eliminaremos, inclusive, as aspas que sinalizam a transcrio ipsis litteris2 do texto.

    Quaisquer dvidas sobre a matria ou sobre algum exerccio, cujas explicaes

    e comentrios no ficaram muito claros para voc, no deixe de entrar no

    Frum deste curso e inserir seu questionamento. Este o local correto para os

    esclarecimentos de dvidas e questes das matrias abordadas.

    Gostaria de relembrar a todos que nosso curso no se limita a noes gerais

    de licitaes e contratos ou reviso da legislao a ser estudada. Desta forma,

    iremos percorrer explicando cada artigo das leis.

    Bom curso para todos ns !!!

    Crticas e sugestes podero ser enviadas para: [email protected]

    Prof. Henrique Campolina

    Abril/2012

    1 Texto legal: uma expresso usualmente utilizada para referir-se a um texto extrado de alguma legislao (leis, decretos, portarias, medidas provisrias, etc.) 2 Ipsis litteris expresso latina que significa transcrio literal do texto, mesmas palavras e letras.

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    3. A Lei Federal n 8.666/1993

    3.1. Captulo I Das Disposies Gerais

    3.1.1. Seo I Dos princpios (continuao)

    A partir do artigo 3, diversos dispositivos da Lei Federal n 8.666/1993

    tiveram, os longos dos anos, seus textos originais modificados e revogados,

    alm de incluses de dispositivos. Para facilitar os estudos de vocs e no

    trazer repeties ao longo dos textos de nossas anlises e explicaes,

    conforme j combinamos, destacaremos as remisses a estas legislaes

    posteriores Lei 8.666/1993 em notas de rodap.

    Artigo 3: Art. 3 A licitao destina-se a garantir a observncia do princpio constitucional da isonomia, a seleo da proposta mais vantajosa para a administrao e a promoo do desenvolvimento nacional sustentvel e ser processada e julgada em estrita conformidade com os princpios bsicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculao ao instrumento convocatrio, do julgamento objetivo e dos que lhes so correlatos.3

    Em virtude da grande extenso do artigo 3, evitando que as explicaes

    ficarem muito distantes da reproduo do texto legal, e da importncia que o

    caput deste artigo tem para o entendimento e aplicao da Lei 8.666/93,

    iremos dividir o estudo deste dispositivo.

    Neste caput, o legislador faz questo de enumerar os princpios norteadores

    das licitaes e contratos administrativos. Alm de estar clara a aplicao dos

    consagrados princpios constitucionais mencionados no caput do art. 37 da

    CF/88: Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Eficincia (o

    famoso LIMPE), a Lei 8.666/93 traz ainda outros princpios muito importantes

    para a obteno de sua finalidade principal, qual seja, a eficincia na

    contratao pblica. Apesar do Princpio da Eficincia no estar nominado

    neste artigo, sua aplicao direta facilmente percebida ao longo de todo

    texto legal.

    3 Redao dada pela Lei Federal n 12.349, de 15/12/2010

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    Sabemos que os candidatos j podem ter deparado com alguns dos princpios

    a seguir analisados, principalmente durante aulas de Direito Constitucional

    (LIMPE), mas abordaremos o tema integralmente, em funo de sua

    importncia para a compreenso da Lei de Licitao e Contratos

    Administrativos, objeto de nossa exposio, que servir, tambm, para

    fortalecer o conhecimento e memorizao destes importantes conceitos.

    sempre bom relembrarmos tambm o conceito de princpios. Buscando

    trazer uma definio menos revestida de juridiqus, com linguagem e termos

    mais fceis de memorizar, transcrevemos o conceito do prof. Roque Antnio

    Carraza:

    princpio jurdico um enunciado lgico, implcito ou explcito, que, por sua grande generalidade, ocupa posio de preeminncia4 nos vastos quadrantes do Direito e, por isso mesmo, vincula, de modo inexorvel, o entendimento e a aplicao das normas jurdicas que com ele se conectam.5

    Iremos, agora, debruar sobre cada princpio pontuado no artigo 3 e

    aproveitaremos o momento para tambm explicitar o princpio da

    competitividade que permeia toda a Lei 8.666/93.

    Antes disso, bom que o candidato entenda que a seleo da proposta mais

    vantajosa para a administrao e a promoo do desenvolvimento nacional

    sustentvel so os objetivos principais que a legislao almeja alcanar.

    Um dos objetivos definidos na Lei n 8.666/1993 a seleo da proposta mais vantajosa e no exclusivamente aquela com o menor preo. O valor do bem ou dos servios um dos itens a serem analisados pela Administrao durante a seleo da oferta vencedora.

    4 Preeminncia: Superioridade em hierarquia ou categoria (fonte: Dicionrio Online Michaelis UOL) 5 CARRAZA, Roque Antnio. Curso de Direito Constitucional Tributrio. 7 ed. So Paulo: Malheiros Editores, 1995, p. 29.

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    Foi a Lei 12.349/20106 que inseriu a expresso promoo do desenvolvimento

    nacional sustentvel, demonstrando a mundial tendncia hoje existente de

    preocupao com a preservao do meio ambiente.

    Vamos aos princpios. Nossa ideia trazer os sentidos essenciais e as

    definies de cada um destes princpios de maneira direta, resumida e simples.

    Afinal, seria possvel escrevermos um livro (Os Princpios das Licitaes)

    apenas a partir deste caput, mas isto no seria muito eficaz para nossos

    objetivos, que esto voltados nomeao em cargo pblico de cada um de

    vocs. Certo?

    Princpio da Isonomia: O princpio constitucional da isonomia, tambm conhecido como igualdade, alm de ser o primeiro elencado na Lei

    8.666/93, esta a faz de forma destacada: no incio do texto, antes dos

    demais, alm de cit-lo 2 vezes (isonomia e igualdade). O conceito mais

    conhecido do princpio da isonomia : tratar igualmente os iguais e

    desigualmente os desiguais. Desta forma, a legislao exige que todos os

    interessados tenham livre acesso participao nas licitaes, mas a

    Administrao poder incluir restries a tais participaes, desde que

    estejam em coerncia com as caractersticas da contratao e com os

    interesses pblicos, sendo vedadas restries abusivas, desnecessrias

    ou injustificadas. Alm dos direitos dos particulares (empresas licitantes)

    estarem protegidos por este princpio, tambm a coletividade (interesse

    pblico) encontra amparo, uma vez que o maior nmero de interessados

    e participantes numa licitao traz mais possibilidades para a

    Administrao realizar uma boa contratao;

    Princpio da Legalidade: Este outro princpio constitucional uma condio fundamental estrutura do Estado de Direito, isto , a

    obrigatoriedade que a Administrao Pblica deve obedecer Lei:

    ningum ser obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa seno

    em virtude de lei7;

    6 A Lei Federal n 12.349/2010 decorrente da Medida Provisria n 495/2010, que previa a incluso da expresso promoo do desenvolvimento nacional 7 Inciso II do artigo 5 da Constituio Federal de 1988

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    Princpio da Impessoalidade: Este princpio, tambm constitucional, exige que a Administrao Pblica deva proceder de maneira impessoal,

    sem qualquer marca do administrador, pois seus atos so praticados pela

    Administrao a que ele pertence e no por ele prprio. Uma definio

    simples e fcil de memorizar trazida pela Profa. Crmen Lcia Antunes

    Rocha, confiram: De um lado, o princpio da impessoalidade traz o

    sentido de ausncia do rosto do administrador; de outro, significa a

    ausncia de nome do administrado8. Nas licitaes, a impessoalidade

    pode ser vista, inclusive, na aplicao do princpio do julgamento

    objetivo, que trataremos em seguida;

    Princpio da Moralidade: O princpio da moralidade, tambm pertencente ao famoso LIMPE, est relacionado a uma administrao

    honesta, isto , um gerenciamento do dinheiro e do patrimnio

    pblicos embasado nos valores ticos e morais da sociedade, nos bons

    costumes, na equidade9 e na justia. E nada mais bvio que esteja

    intimamente ligado aos procedimentos de contratao da Administrao

    Pblico;

    Princpio da Publicidade: O P do LIMPE obriga o agente pblico a publicar seus atos, visando o conhecimento e controle por parte da

    sociedade. Desta forma, licitantes, empresas do ramo que no

    participaram da licitao e a sociedade em geral podem acompanhar o

    procedimento licitatrio;

    Princpio da Probidade Administrativa: Pode-se dizer que o princpio da probidade administrativa decorre ou equivalente ao da moralidade.

    O Prof. Jos Afonso da Silva conceitua: A probidade administrativa

    consiste no dever de o funcionrio servir a Administrao com

    honestidade, procedendo no exerccio das suas funes, sem aproveitar

    os poderes ou facilidades delas decorrentes em proveito pessoal ou de

    outrem a quem queira favorecer.10. A improbidade administrativa

    crime;

    8 Rocha, Crmen Lcia Antunes. O Princpio Constitucional da Igualdade. Belo Horizonte: L, 1991, p.85 9 Equidade: Justia natural. Disposio para reconhecer imparcialmente o direito de cada qual. Igualdade, justia, retido. (fonte: Dicionrio Online Michaelis UOL) 10 SILVA, Jos Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo, 24 ed., So Paulo: Malheiros Editores, 2005, p. 669.

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    Princpio da Vinculao ao Instrumento Convocatrio: Para revestir uma licitao de isonomia, transparncia e moralidade, nada mais justo

    que as atuaes dos agentes pblicos e das empresas participantes

    (licitantes) estarem vinculadas ao edital licitatrio (instrumento

    convocatrio). Costuma-se dizer que o edital a lei interna da

    licitao, como claramente nos ensina o mestre Hely Lopes Meirelles: O

    edital a lei interna da licitao, e, como tal, vincula aos seus termos

    tanto os licitantes quanto a Administrao que o expediu. impositivo

    para ambas as partes e para todos os interessados na licitao11;

    Princpio do Julgamento Objetivo: Mais um princpio totalmente ligado justia e transparncia na escolha da proposta vencedora da

    licitao. Desta forma, o edital dever trazer os critrios e fatores do

    julgamento a ser realizado pela Comisso de Licitao (conceito que

    abordaremos no estudo do artigo 6 desta Lei). Este princpio visa

    eliminar a subjetividade do julgamento, o que poderia levar a condutas

    tendenciosas por parte da Administrao;

    Princpio da eficincia: Este princpio, que foi expressamente inserido em nossa Lei Maior12 pela Emenda Constitucional n 19/1998 (antes

    desta emenda, o famoso LIMPE se resumia a LIMP), pode ser

    abordado como o principal norteador das condutas dos agentes pblicos

    e vem sendo adotado para quebrar antigas e ineficazes rotinas e

    infrutferas burocracias dos diversos rgos da Administrao Pblica

    Brasileira. A sociedade exige eficincia da Administrao, ou seja, exige

    que seus atos sejam praticados com presteza, rendimento funcional e

    perfeio.

    Princpios correlatos: Os princpios correlatos mencionados genericamente no final do caput do artigo 3 da Lei 8.666/93 esto

    relacionados aos objetos licitados, sendo, portando, vrios. Dentre os

    principais e mais utilizados, podemos destacar a transparncia (permitir

    que a sociedade tenha conhecimento do que se passa na Gesto

    Pblica), a competitividade (sem competio no h licitao veremos

    tal afirmao, com detalhes, ao estudarmos o artigo 25 Inexigibilidade

    de Licitao), a livre concorrncia (positivado no inciso IV do artigo 170

    11 MEIRELLES, Hely Lopes. Licitao e Contrato Administrativo. 4 ed. So Paulo: RT, 1979, p. 27. 12 Lei Maior e Carta Magna so expresses utilizadas que se referem Constituio Federal

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    da CF/1988) e a padronizao (adoo de um modelo para otimizar as

    aquisies/contrataes artigo 15 desta Lei).

    Seguindo no artigo 3: 1 vedado aos agentes pblicos: I - admitir, prever, incluir ou tolerar, nos atos de convocao, clusulas ou condies que comprometam, restrinjam ou frustrem o seu carter competitivo, inclusive nos casos de sociedades cooperativas, e estabeleam preferncias ou distines em razo da naturalidade, da sede ou domiclio dos licitantes ou de qualquer outra circunstncia impertinente ou irrelevante para o especfico objeto do contrato, ressalvado o disposto nos 5 a 12 deste artigo e no art. 3 da Lei no 8.248, de 23/10/1991;13 II - estabelecer tratamento diferenciado de natureza comercial, legal, trabalhista, previdenciria ou qualquer outra, entre empresas brasileiras e estrangeiras, inclusive no que se refere a moeda, modalidade e local de pagamentos, mesmo quando envolvidos financiamentos de agncias internacionais, ressalvado o disposto no pargrafo seguinte e no art. 3 da Lei n 8.248, de 23/10/1991.

    Neste pargrafo, a Lei traz, expressamente, as vedaes de condutas para os

    agentes pblicos. Percebam como todas as proibies tm relao com afronta

    aos princpios que estudamos no caput deste artigo, ou seja, a boa

    memorizao dos princpios relacionados s licitaes e contratos ajudar o

    candidato a lembrar destas vedaes. Confiram como so relacionadas aos

    princpios, especialmente aos da isonomia, da impessoalidade, da

    competitividade, da moralidade, do julgamento objetivo e da livre

    concorrncia:

    1) Proibidas condutas que restrinjam, comprometam ou frustrem a

    competitividade;

    2) Proibidas condutas que deem preferncias;

    3) Proibidas condutas que estabeleam tratamentos diferenciados.

    Para o entendimento completo desta terceira vedao, em virtude da citao

    de outra lei, preciso trazer o artigo 3 da Lei n 8.248/1991:

    Art. 3 Os rgos e entidades da Administrao Pblica Federal, direta ou indireta, as fundaes institudas e mantidas pelo Poder Pblico e as demais organizaes sob o controle direto ou indireto da Unio daro preferncia, nas aquisies de bens e servios de informtica e automao, observada a seguinte ordem, a: (Lei n 10.176/ 2001) I - bens e servios com tecnologia desenvolvida no Pas; (Lei n 10.176)

    13 Redao dada pela Lei Federal n 12.349, de 15/12/2010

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    II - bens e servios produzidos de acordo com processo produtivo bsico, na forma a ser definida pelo Poder Executivo. (Lei n 10.176) 1 Revogado. (Lei n 10.176) 2 Para o exerccio desta preferncia, levar-se-o em conta condies equivalentes de prazo de entrega, suporte de servios, qualidade, padronizao, compatibilidade e especificao de desempenho e preo. (Lei n 10.176) 3 A aquisio de bens e servios de informtica e automao, considerados como bens e servios comuns nos termos do pargrafo nico do art. 1 da Lei no 10.520, de 17 de julho de 2002, poder ser realizada na modalidade prego, restrita s empresas que cumpram o Processo Produtivo Bsico nos termos desta Lei e da Lei n 8.387, de 30 de dezembro de 1991. (Lei n 11.077/2004)

    Esta ressalva exemplo do que j dissemos: utilizar o princpio da isonomia

    tambm significa tratar desigualmente os desiguais.

    Percebam que o critrio de preferncia exige que as condies de fornecimento

    do objeto licitado sejam equivalentes: prazo de entrega, suporte de servios,

    qualidade, padronizao, compatibilidade, especificao de desempenho e

    preo. Isto : o critrio aqui posto serve para desempatar, assim como o

    contedo do pargrafo seguinte.

    2 Em igualdade de condies, como critrio de desempate, ser assegurada preferncia, sucessivamente, aos bens e servios: I - REVOGADO14 II - produzidos no Pas; III - produzidos ou prestados por empresas brasileiras. IV - produzidos ou prestados por empresas que invistam em pesquisa e no desenvolvimento de tecnologia no Pas.15

    Viram a expresso em igualdade de condies? Aqui temos mais critrios

    objetivos para desempate e a lei tambm regulamenta a ordem de utilizao

    dos critrios de desempate: sucessivamente. Assim, s utilizaremos o critrio

    descrito no inciso III se as empresas continuarem empatadas aps aplicarmos

    o critrio no inciso II e assim por diante.

    Estes critrios destinam a favorecer a indstria nacional, mas conforme j

    vimos, no podem ser aplicados para as contrataes na rea de informtica,

    que esto sujeitas ao regime abordado no inciso II do 1. 14 Revogado pela Lei Federal n 12.349, de 15/12/2010 15 Redao dada pela Lei Federal n 11.196, de 21/11/2005

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    3 A licitao no ser sigilosa, sendo pblicos e acessveis ao pblico os atos de seu procedimento, salvo quanto ao contedo das propostas, at a respectiva abertura.

    Percebam como os princpios da publicidade e da transparncia esto

    claramente embutidos neste pargrafo. A ressalva do contedo das propostas,

    conforme veremos mais adiante, justifica-se por que o rito licitatrio determina

    momento exato de abertura dos envelopes com estas propostas (tambm

    condies comerciais quanto documentaes habilitatrias).

    4 - VETADO16 5 Nos processos de licitao previstos no caput, poder ser estabelecida margem de preferncia para produtos manufaturados e para servios nacionais que atendam a normas tcnicas brasileiras.17 6 A margem de preferncia de que trata o 5 ser estabelecida com base em estudos revistos periodicamente, em prazo no superior a 5 (cinco) anos, que levem em considerao:18 I - gerao de emprego e renda; II - efeito na arrecadao de tributos federais, estaduais e municipais; III - desenvolvimento e inovao tecnolgica realizados no Pas; IV - custo adicional dos produtos e servios; e V - em suas revises, anlise retrospectiva de resultados. 7 Para os produtos manufaturados e servios nacionais resultantes de desenvolvimento e inovao tecnolgica realizados no Pas, poder ser estabelecido margem de preferncia adicional quela prevista no 5.19 8 As margens de preferncia por produto, servio, grupo de produtos ou grupo de servios, a que se referem os 5 e 7, sero definidas pelo Poder Executivo federal, no podendo a soma delas ultrapassar o montante de 25% (vinte e cinco por cento) sobre o preo dos produtos manufaturados e servios estrangeiros.20 9 As disposies contidas nos 5 e 7 deste artigo no se aplicam aos bens e aos servios cuja capacidade de produo ou prestao no Pas seja inferior:21 I - quantidade a ser adquirida ou contratada; ou

    16 Vetado pela Lei Federal n 8.883, de 08/06/1994 17 Includo pela Lei Federal n 12.349, de 15/12/2010 18 Includo pela Lei Federal n 12.349, de 15/12/2010 - 6 e seus incisos (I a VI) 19 Includo pela Lei Federal n 12.349, de 15/12/2010 20 Includo pela Lei Federal n 12.349, de 15/12/2010 21 Includo pela Lei Federal n 12.349, de 15/12/2010 - 9 e seus incisos (I e II)

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    II - ao quantitativo fixado com fundamento no 7 do art. 23 desta Lei, quando for o caso. 10. A margem de preferncia a que se refere o 5 poder ser estendida, total ou parcialmente, aos bens e servios originrios dos Estados Partes do Mercado Comum do Sul - Mercosul.22 11. Os editais de licitao para a contratao de bens, servios e obras podero, mediante prvia justificativa da autoridade competente, exigir que o contratado promova, em favor de rgo ou entidade integrante da administrao pblica ou daqueles por ela indicados a partir de processo isonmico, medidas de compensao comercial, industrial, tecnolgica ou acesso a condies vantajosas de financiamento, cumulativamente ou no, na forma estabelecida pelo Poder Executivo federal.23 12. Nas contrataes destinadas implantao, manuteno e ao aperfeioamento dos sistemas de tecnologia de informao e comunicao, considerados estratgicos em ato do Poder Executivo federal, a licitao poder ser restrita a bens e servios com tecnologia desenvolvida no Pas e produzidos de acordo com o processo produtivo bsico de que trata a Lei no 10.176, de 11 de janeiro de 2001.24 13. Ser divulgada na internet, a cada exerccio financeiro, a relao de empresas favorecidas em decorrncia do disposto nos 5, 7, 10, 11 e 12 deste artigo, com indicao do volume de recursos destinados a cada uma delas.25

    Apesar de ser um texto meio confuso, vamos tentar reescrever os 3 a 13,

    de forma mais acessvel e fcil de memorizao. Estes foram includos pela

    Lei 12.349/2010, que inseriu um novo objetivo para a Lei 8.666/1999: a

    promoo do desenvolvimento nacional.

    Novamente encontramos a desigualdade de tratamento para os desiguais

    (princpio da igualdade). Aqui, foram introduzidas margens de preferncia para

    produtos manufaturados e para servios nacionais que atendam a normas

    tcnicas brasileiras (5), com margens adicionais para produtos

    manufaturados e servios nacionais resultantes de desenvolvimento e inovao

    tecnolgica realizados no Pas (7), limitados a 25% sobre o preo dos

    produtos manufaturados e servios estrangeiros (8), com as restries

    descritas no 9 e a extenso da preferncia aos bens e servios originrios

    dos Estados Partes do Mercosul (10).

    22 Includo pela Lei Federal n 12.349, de 15/12/2010 23 Includo pela Lei Federal n 12.349, de 15/12/2010 24 Includo pela Lei Federal n 12.349, de 15/12/2010 25 Includo pela Lei Federal n 12.349, de 15/12/2010

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    Importante ressaltar que, visando evitar a adoo de margens de preferncia

    revelia e sem critrios objetivamente estabelecidos, a prpria Lei 8.666

    regulamenta que estas margens s podero ser estabelecidas com base em

    estudos revistos periodicamente, em prazo no superior a 5 anos (6) e, em

    seguida, lista o que deve ser considerado nestes estudos: (I) gerao de

    emprego e renda; (II) efeito na arrecadao de tributos federais, estaduais e

    municipais; (III) desenvolvimento e inovao tecnolgica realizados no Pas;

    (IV) custo adicional dos produtos e servios; e (V) em suas revises, anlise

    retrospectiva de resultados.

    O 11 traz uma permisso ao administrador, para que, em seus editais

    licitatrios, devidamente justificado, exija do contratado medidas de

    compensao comercial, industrial, tecnolgica ou acesso a condies

    vantajosas de financiamento, na forma estabelecida pelo Poder Executivo

    federal.

    J o 12 diz que em contrataes consideradas estratgicas para o Poder

    Executivo federal (percebam que tais definies devem ser realizadas em ato

    formal), a licitao poder ser restrita a produtos e servios com tecnologia

    desenvolvida no Pas (desde que produzidos de acordo com o Processo

    Produtivo Bsico - PPB26 e observada a Lei 10.176/2001).

    Em seu ltimo pargrafo (13), o artigo 3, novamente, traz regulamentos

    decorrentes da aplicao direta dos princpios da publicidade e da

    transparncia e, tambm, porque no dizer, da isonomia. Afinal o legislador

    exige que a Administrao Pblica informe sociedade (publicidade) quem foi

    favorecido pelos tratamentos diferenciados e preferenciais (isonomia).

    Traremos, agora, questes referentes ao artigo 3, para vocs perceberem a

    importncia deste dispositivo da Lei 8.666/93 e como ele cobrado nos

    concursos pblicos.

    Art. 4 Todos quantos participem de licitao promovida pelos rgos ou entidades a que se refere o art. 1 tm direito pblico subjetivo fiel observncia do pertinente procedimento estabelecido nesta lei, podendo qualquer cidado acompanhar o seu

    26 Art 16. Processo Produtivo Bsico - PPB o conjunto mnimo de operaes, no estabelecimento fabril, que caracteriza a efetiva industrializao de determinado produto. Decreto n 5.906/2006

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    desenvolvimento, desde que no interfira de modo a perturbar ou impedir a realizao dos trabalhos. Pargrafo nico. O procedimento licitatrio previsto nesta lei caracteriza ato administrativo formal, seja ele praticado em qualquer esfera da Administrao Pblica.

    O artigo 4 refora a natureza procedimental e formal da licitao e torna a

    fazer meno, implicitamente, aos princpios da publicidade e transparncia,

    permitindo acesso aos procedimentos licitatrios por qualquer cidado (desde

    que no interfira de modo perturbador). O pargrafo nico refora o carter

    formal do procedimento.

    Art. 5 Todos os valores, preos e custos utilizados nas licitaes tero como expresso monetria a moeda corrente nacional, ressalvado o disposto no art. 42 desta Lei, devendo cada unidade da Administrao, no pagamento das obrigaes relativas ao fornecimento de bens, locaes, realizao de obras e prestao de servios, obedecer, para cada fonte diferenciada de recursos, a estrita ordem cronolgica das datas de suas exigibilidades, salvo quando presentes relevantes razes de interesse pblico e mediante prvia justificativa da autoridade competente, devidamente publicada. 1 Os crditos a que se refere este artigo tero seus valores corrigidos por critrios previstos no ato convocatrio e que lhes preservem o valor. 2 A correo de que trata o pargrafo anterior cujo pagamento ser feito junto com o principal, correr conta das mesmas dotaes oramentrias que atenderam aos crditos a que se referem.27 3 Observados o disposto no caput, os pagamentos decorrentes de despesas cujos valores no ultrapassem o limite de que trata o inciso II do art. 24, sem prejuzo do que dispe seu pargrafo nico, devero ser efetuados no prazo de at 5 (cinco) dias teis, contados da apresentao da fatura.28

    A Lei 8.666/93 determina a utilizao de moeda corrente nacional, ressalvados

    os casos de licitaes internacionais (que sero abordadas neste curso).

    Conforme falamos na introduo da presente aula, ao longo das explanaes,

    anlises e estudos dos dispositivos legais, traremos questes de concursos

    referentes aos artigos estudados, para familiarizar os candidatos com as

    maneiras de cobrana das bancas acerca destes dispositivos legais.

    27 Redao dada pela Lei Federal n 8.883, de 08/06/1994 28 Includo pela Lei Federal n 9.648, de 27/05/1998

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    Esta ttica visa trazer dinamismo ao estudo, quebrar a leitura contnua,

    facilitar a absoro dos conhecimentos recentemente abordados e fazer com

    que a aula seja percorrida com mais suavidade por todos ns.

    Primeiro tentem resolv-las sozinhos. Acredito que, preparados por nossa aula,

    conseguiro encontrar todas as respostas. Em seguida, conforme combinado,

    traremos as resolues com todas as explicaes necessrias ao bom

    entendimento e novas informaes para fortalecer o conhecimento acerca da

    matria ora estudada.

    3.1.2. Seo II Das definies

    A seo II se resume no artigo 6, que tambm muito importante para o

    entendimento e aplicao da Lei 8.666/1993, por trazer diversas definies,

    cujos termos aparecero diversas vezes no restante desta norma.

    Inseriremos observaes e pontos importantes aps cada definio,

    intercalando, para este artigo, texto legal e comentrios:

    Art. 6 Para os fins desta Lei, considera-se: I - Obra - toda construo, reforma, fabricao, recuperao ou ampliao, realizada por execuo direta ou indireta;

    Definio muito importante, por que vocs vero, quando estivermos

    estudando a modalidade licitatria do Prego (Lei n 10.520/2002), que

    vedada licitao na modalidade prego para obras, at o presente momento.

    Tambm bom ficar frisado que a forma de execuo (direta ou indireta) no

    descaracteriza uma obra para fins da Lei 8.666.

    II - Servio - toda atividade destinada a obter determinada utilidade de interesse para a Administrao, tais como: demolio, conserto, instalao, montagem, operao, conservao, reparao, adaptao, manuteno, transporte, locao de bens, publicidade, seguro ou trabalhos tcnico-profissionais;

    Na prtica, os administradores pblicos tm dificuldade em diferenciar uma

    obra de reforma de um servio de demolio/adaptao. Para vocs, futuros

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    servidores, preciso gravar cada atividade listada nestes 2 incisos. Vamos a

    um timo lembrete:

    Para facilitar a memorizao de todas as atividades que so consideradas pela Lei 8.666 como servios, o melhor gravarmos o que classificado como obra (apenas 5: construo, reforma, fabricao, recuperao ou ampliao). Outra atividade diferente destas cinco, destinada a obter determinada utilidade para a Administrao, classificada como servio.

    Percebam a expresso tais como no inciso II (Servio). Desta forma, a listagem ali exemplificativa, isto , aceita outras/novas atividades.

    III - Compra - toda aquisio remunerada de bens para fornecimento de uma s vez ou parceladamente;

    A compra ou aquisio tem que ser remunerada.

    IV - Alienao - toda transferncia de domnio de bens a terceiros;

    J para alienao no h a obrigatoriedade de ser onerosa. Ou seja, qualquer

    transferncia de domnio de bens (venda, doao, transferncia, permuta,

    etc.) uma alienao.

    V - Obras, servios e compras de grande vulto - aquelas cujo valor estimado seja superior a 25 (vinte e cinco) vezes o limite estabelecido na alnea "c" do inciso I do art. 23 desta Lei;

    A classificao de grande vulto est relacionada exclusivamente ao valor

    estimado da aquisio/contratao. Importante perceber que a Lei diz valor

    estimado e no valor final contratado. Por que tal distino? Porque a inteno

    do legislador caracterizar as obras/servios/compras de grande vulto antes

    da publicao do edital licitatrio e, nesta fase, a Administrao s ter

    conhecimento do valor estimado da compra/contratao.

    VI - Seguro-Garantia - o seguro que garante o fiel cumprimento das obrigaes assumidas por empresas em licitaes e contratos;

    Neste curso estudaremos as formas que o seguro-garantia poder ser ofertado

    pelo fornecedor contratado pela Administrao.

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    VII - Execuo direta - a que feita pelos rgos e entidades da Administrao, pelos prprios meios;

    Quando a Administrao tem condies de executar um servio ou uma

    confeco/fabricao de produto, dissemos se tratar de uma execuo direta.

    VIII - Execuo indireta - a que o rgo ou entidade contrata com terceiros sob qualquer dos seguintes regimes:29

    Quando a Administrao no possui tais condies, ela se v obrigada a

    contratar terceiros (pessoas fsicas e/ou jurdicas): execuo indireta, que

    poder ser no regime de:

    a) empreitada por preo global - quando se contrata a execuo da obra ou do servio por preo certo e total; O valor total certo, previamente conhecido e expresso no contrato.

    Para o valor total j estar definido, preciso saber os quantitativos e

    preos unitrios de cada servio contratado.

    b) empreitada por preo unitrio - quando se contrata a execuo da obra ou do servio por preo certo de unidades determinadas; Neste caso apenas os servios contratados so previamente

    conhecidos. Falta a definio, ou melhor dizendo, o exato

    levantamento dos quantitativos destes servios. Assim, o contrato

    firmado com os preos unitrios de cada servio, que sero

    levantados durante suas execues.

    c) (Vetado).30 d) tarefa - quando se ajusta mo-de-obra para pequenos

    trabalhos por preo certo, com ou sem fornecimento de materiais; Podemos dizer que a tarefa uma forma de empreitada global, s

    que para pequenos trabalhos.

    e) empreitada integral - quando se contrata um empreendimento em sua integralidade, compreendendo todas as etapas das obras, servios e instalaes necessrias, sob inteira responsabilidade da contratada at a

    29 Redao dada pela Lei n 8.883 de 08/06/1994 30 Redao dada pela Lei n 8.883 de 08/06/1994

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    sua entrega ao contratante em condies de entrada em operao, atendidos os requisitos tcnicos e legais para sua utilizao em condies de segurana estrutural e operacional e com as caractersticas adequadas s finalidades para que foi contratada; Como o prprio nome diz uma empreitada INTEGRAL, isto , a

    contratao engloba todas as etapas (obras, servios, instalaes,

    etc.). O fornecedor entrega o objeto licitado em plenas condies

    para uso.

    IX - Projeto Bsico - conjunto de elementos necessrios e suficientes, com nvel de preciso adequado, para caracterizar a obra ou servio, ou complexo de obras ou servios objeto da licitao, elaborado com base nas indicaes dos estudos tcnicos preliminares, que assegurem a viabilidade tcnica e o adequado tratamento do impacto ambiental do empreendimento, e que possibilite a avaliao do custo da obra e a definio dos mtodos e do prazo de execuo, devendo conter os seguintes elementos: a) desenvolvimento da soluo escolhida de forma a fornecer viso

    global da obra e identificar todos os seus elementos constitutivos com clareza;

    b) solues tcnicas globais e localizadas, suficientemente detalhadas, de forma a minimizar a necessidade de reformulao ou de variantes durante as fases de elaborao do projeto executivo e de realizao das obras e montagem;

    c) identificao dos tipos de servios a executar e de materiais e equipamentos a incorporar obra, bem como suas especificaes que assegurem os melhores resultados para o empreendimento, sem frustrar o carter competitivo para a sua execuo;

    d) informaes que possibilitem o estudo e a deduo de mtodos construtivos, instalaes provisrias e condies organizacionais para a obra, sem frustrar o carter competitivo para a sua execuo;

    e) subsdios para montagem do plano de licitao e gesto da obra, compreendendo a sua programao, a estratgia de suprimentos, as normas de fiscalizao e outros dados necessrios em cada caso;

    f) oramento detalhado do custo global da obra, fundamentado em quantitativos de servios e fornecimentos propriamente avaliados;

    O mais importante no conceito acima fixar que o projeto bsico possui

    elementos necessrios e suficientes para caracterizar obra/servio da licitao,

    possibilitando avaliao de seu custo, definindo mtodos e prazos de execuo,

    ou seja, tem que ser suficiente para caracterizar o objeto a ser licitado, para

    que as regras da competio estejam claras e previamente definidas.

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    A grande maioria das bancas cobra dos candidatos os conceitos aqui extrados.

    Uma leitura nas alneas acima importante, para o conhecimento de seus

    contedos, mas por se tratar de textos muito tcnicos ligados rea da

    engenharia, normalmente, a cobrana das questes recai sobre o caput do

    inciso. X - Projeto Executivo - o conjunto dos elementos necessrios e suficientes execuo completa da obra, de acordo com as normas pertinentes da Associao Brasileira de Normas Tcnicas - ABNT;

    Aqui a Lei j est falando da execuo da obra ou servio. Este projeto tem

    que possuir todas as informaes necessrias execuo completa da obra:

    Para licitar obras ou servios preciso, no mnimo, um projeto bsico;

    Para executar obras ou servios de engenharia necessrio o projeto executivo.

    XI - Administrao Pblica - a administrao direta e indireta da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios, abrangendo inclusive as entidades com personalidade jurdica de direito privado sob controle do poder pblico e das fundaes por ele institudas ou mantidas;

    XII - Administrao - rgo, entidade ou unidade administrativa pela qual a Administrao Pblica opera e atua concretamente;

    Conforme j dissemos no incio da aula acerca da abrangncia de aplicao

    desta Lei aos entes da Administrao Pblica brasileira, a prpria norma faz

    questo de reforar para quem ela est regulamentando quando menciona

    Administrao Pblica. E aproveita para definir, tambm, o que considera

    Administrao.

    XIII - Imprensa Oficial - veculo oficial de divulgao da Administrao Pblica, sendo para a Unio o Dirio Oficial da Unio, e, para os Estados, o Distrito Federal e os Municpios, o que for definido nas respectivas leis;31

    Por ser uma lei federal, esta norma j define o que Imprensa Oficial para o

    mbito da Unio: DOU (Dirio Oficial da Unio), deixando para os Estados,

    Distrito Federal e Municpios definirem seus prprios veculos de publicidade 31 Redao dada pela Lei n 8.883 de 08/06/1994

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    dos atos de suas administraes para acesso e conhecimento de seus

    administrados (sociedade) e demais interessados.

    XIV - Contratante - o rgo ou entidade signatria do instrumento contratual;

    XV - Contratado - a pessoa fsica ou jurdica signatria de contrato com a Administrao Pblica;

    As duas extremidades (figuras principais) de um contrato. No h vedao

    para a existncia de mais de um contratante ou vrios contratados no mesmo

    instrumento contratual.

    XVI - Comisso - comisso, permanente ou especial, criada pela Administrao com a funo de receber, examinar e julgar todos os documentos e procedimentos relativos s licitaes e ao cadastramento de licitantes.

    Outra definio importantssima para aplicao desta Lei. Deste inciso

    conclumos que podero ser nomeadas:

    Comisso Permanente de Licitao: receber, examinar e julgar os documentos e procedimentos relativos s licitaes;

    Comisso Especial de Licitao: receber, examinar e julgar os documentos e procedimentos relativos (s) determinada(s)

    licitao(es), em virtude de aquisio atpica e/ou complexa, do vulto

    da contratao, do concurso, etc.;

    Comisso Permanente de Cadastro: coleta, armazenamento, tratamento e verificao de documentos cadastrais de fornecedores;

    Comisso Especial de Cadastro: destinada a registros cadastrais de fornecedores especficos para determinada(s) finalidade(s);

    Ainda encontraremos, ao longo do restante da Lei 8.666/93, outras comisses,

    as quais destacaremos nos propcios momentos.

    XVII - produtos manufaturados nacionais - produtos manufaturados, produzidos no territrio nacional de acordo com o processo produtivo bsico ou com as regras de origem estabelecidas pelo Poder Executivo federal;32

    32 Includo pela Lei Federal n 12.349, de 15/12/2010

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    XVIII - servios nacionais - servios prestados no Pas, nas condies estabelecidas pelo Poder Executivo federal;33

    Como no poderia deixar de ser, aps permitir margens de preferncias j

    estudadas, preciso definir quais produtos e servios podero ser

    enquadrados como nacionais.

    XIX - sistemas de tecnologia de informao e comunicao estratgicos - bens e servios de tecnologia da informao e comunicao cuja descontinuidade provoque dano significativo administrao pblica e que envolvam pelo menos um dos seguintes requisitos relacionados s informaes crticas: disponibilidade, confiabilidade, segurana e confidencialidade.34

    Tambm aps o estudo do artigo 3, ficou clara a necessidade de conceituao

    de sistemas de tecnologia de informao e comunicao estratgicos.

    3.1.3. Seo III Das Obras e Servios

    Importante, antes de iniciarmos os estudos desta seo, perceber que seu

    objeto licitao de obras e servios. Ela comea com um extenso e

    importante artigo, que tambm analisaremos parceladamente:

    Art. 7 As licitaes para a execuo de obras e para a prestao de servios obedecero ao disposto neste artigo e, em particular, seguinte sequncia: I - projeto bsico; II - projeto executivo; III - execuo das obras e servios. 1 A execuo de cada etapa ser obrigatoriamente precedida da concluso e aprovao, pela autoridade competente, dos trabalhos relativos s etapas anteriores, exceo do projeto executivo, o qual poder ser desenvolvido concomitantemente com a execuo das obras e servios, desde que tambm autorizado pela Administrao.

    Apesar das etapas aqui descritas serem sequenciais e o projeto executivo ser

    pr-requisito da execuo das obras e servios, percebam que o 1 permite

    que estas duas etapas ocorram simultaneamente, desde que previamente

    autorizado pela Administrao.

    33 Includo pela Lei Federal n 12.349, de 15/12/2010 34 Includo pela Lei Federal n 12.349, de 15/12/2010

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    2 As obras e os servios somente podero ser licitados quando: I - houver projeto bsico aprovado pela autoridade competente e disponvel para exame dos interessados em participar do processo licitatrio; II - existir oramento detalhado em planilhas que expressem a composio de todos os seus custos unitrios; III - houver previso de recursos oramentrios que assegurem o pagamento das obrigaes decorrentes de obras ou servios a serem executadas no exerccio financeiro em curso, de acordo com o respectivo cronograma; IV - o produto dela esperado estiver contemplado nas metas estabelecidas no Plano Plurianual de que trata o art. 165 da Constituio Federal, quando for o caso.

    Aqui aparecem importantssimos pr-requisitos para a realizao de uma

    licitao de obras e servios. Analisem comigo, vamos colocar termos que

    usamos no dia-a-dia para facilitar esta memorizao:

    1) Perfeita e completa especificao do objeto (quem vai comprar, precisa

    saber o que quer): Projeto Bsico;

    2) Valor estimado ou valor de referncia (quem vai s compras tem que ter

    uma noo do valor que poder gastar): Oramento detalhado;

    3) Dinheiro (claro: quem vai comprar precisa ter dinheiro): Recursos

    oramentrios;

    4) Previso no Plano Plurianual: quando for o caso (nico pr-requisito

    que poder no estar presente no procedimento licitatrio).

    3 vedado incluir no objeto da licitao a obteno de recursos financeiros para sua execuo, qualquer que seja a sua origem, exceto nos casos de empreendimentos executados e explorados sob o regime de concesso, nos termos da legislao especfica. 4 vedada, ainda, a incluso, no objeto da licitao, de fornecimento de materiais e servios sem previso de quantidades ou cujos quantitativos no correspondam s previses reais do projeto bsico ou executivo. 5 vedada a realizao de licitao cujo objeto inclua bens e servios sem similaridade ou de marcas, caractersticas e especificaes exclusivas, salvo nos casos em que for tecnicamente justificvel, ou ainda quando o fornecimento de tais materiais e servios for feito sob o regime de administrao contratada, previsto e discriminado no ato convocatrio. 6 A infringncia do disposto neste artigo implica a nulidade dos atos ou contratos realizados e a responsabilidade de quem lhes tenha dado causa.

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    Aqui o legislador traz vedaes s formas de obteno de recursos financeiros

    (com ressalvas para as concesses), falta de previso de quantitativos de

    materiais a serem fornecidos ou sua incompatibilidade com o objeto licitado e

    incluso de bens/materiais sem similaridade, ferindo o princpio da

    competitividade, mas tambm com excees devidamente justificadas nos

    autos do procedimento. Aps elencar as vedaes, a lei determina a nulidade

    dos atos ou contratos realizados infringindo tais regulamentaes e atribuindo

    responsabilidade aos agentes que lhe deram causa.

    7 No ser ainda computado como valor da obra ou servio, para fins de julgamento das propostas de preos, a atualizao monetria das obrigaes de pagamento, desde a data final de cada perodo de aferio at a do respectivo pagamento, que ser calculada pelos mesmos critrios estabelecidos obrigatoriamente no ato convocatrio.

    Este traz uma regulamentao para a definio do valor estimado da

    contratao, ou seja, atualizaes monetrias no devero ser computadas no

    valor da obra ou servio.

    8 Qualquer cidado poder requerer Administrao Pblica os quantitativos das obras e preos unitrios de determinada obra executada.

    Olha os princpios da transparncia e da publicidade ditando a lei novamente.

    9 O disposto neste artigo aplica-se tambm, no que couber, aos casos de dispensa e de inexigibilidade de licitao.

    Como as dispensas e inexigibilidades, que sero estudadas neste curso,

    tambm ocasionaro formalizao de contratos, nada mais coerente que todos

    os pr-requisitos tambm l estejam presentes.

    Art. 8 A execuo das obras e dos servios deve programar-se, sempre, em sua totalidade, previstos seus custos atual e final e considerados os prazos de sua execuo. Pargrafo nico. proibido o retardamento imotivado da execuo de obra ou servio, ou de suas parcelas, se existente previso oramentria para sua execuo total, salvo insuficincia financeira ou comprovado motivo de ordem tcnica, justificados em despacho circunstanciado da autoridade a que se refere o art. 26 desta Lei.35

    35 Redao dada pela Lei n 8.883 de 08/06/1994

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    A Lei, como no poderia deixar de ser, trata a obra como um todo e veda, caso

    exista recursos financeiros, seu retardamento imotivado. Exemplo claro de

    dispositivo oriundo dos desdobramentos do princpio da eficincia.

    Art. 9 No poder participar, direta ou indiretamente, da licitao ou da execuo de obra ou servio e do fornecimento de bens a eles necessrios: I - o autor do projeto, bsico ou executivo, pessoa fsica ou jurdica; II - empresa, isoladamente ou em consrcio, responsvel pela elaborao do projeto bsico ou executivo ou da qual o autor do projeto seja dirigente, gerente, acionista ou detentor de mais de 5% (cinco por cento) do capital com direito a voto ou controlador, responsvel tcnico ou subcontratado; III - servidor ou dirigente de rgo ou entidade contratante ou responsvel pela licitao. 1 permitida a participao do autor do projeto ou da empresa a que se refere o inciso II deste artigo, na licitao de obra ou servio, ou na execuo, como consultor ou tcnico, nas funes de fiscalizao, superviso ou gerenciamento, exclusivamente a servio da Administrao interessada. 2 O disposto neste artigo no impede a licitao ou contratao de obra ou servio que inclua a elaborao de projeto executivo como encargo do contratado ou pelo preo previamente fixado pela Administrao. 3 Considera-se participao indireta, para fins do disposto neste artigo, a existncia de qualquer vnculo de natureza tcnica, comercial, econmica, financeira ou trabalhista entre o autor do projeto, pessoa fsica ou jurdica, e o licitante ou responsvel pelos servios, fornecimentos e obras, incluindo-se os fornecimentos de bens e servios a estes necessrios. 4 O disposto no pargrafo anterior aplica-se aos membros da comisso de licitao.

    A Lei, sob a luz do princpio da impessoalidade, veda a participao de

    servidores ou dirigentes do rgo responsvel pela licitao. Quanto ao autor

    do projeto, a vedao vem do princpio da igualdade, afinal este profissional,

    caso concorresse na licitao, teria acesso prvio e privilegiado a todo o objeto

    e no estaria em igualdade de condies com seus adversrios.

    Em seguida, abre a permisso do autor como consultor ou tcnico, nas

    funes de fiscalizao, superviso ou gerenciamento, exclusivamente a

    servio da Administrao interessada.

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    permitido, tambm, que o objeto da licitao contenha a elaborao do

    projeto executivo (lembrem-se que o projeto bsico deve compor o edital

    licitatrio).

    E o artigo termina definindo o que o artigo entende por participao indireta e

    a aplica aos membros da comisso de licitao. Art. 10. As obras e servios podero ser executados nas seguintes formas:36 I - execuo direta; II - execuo indireta, nos seguintes regimes:37 a) empreitada por preo global; b) empreitada por preo unitrio; c) (Vetado). d) tarefa; e) empreitada integral. Pargrafo nico. (Vetado).38

    J estudamos as formas de execuo e os regimes de execuo indireta. Aqui

    a Lei enumera como as obras e servios podero ser executados.

    Art. 11. As obras e servios destinados aos mesmos fins tero projetos padronizados por tipos, categorias ou classes, exceto quando o projeto-padro no atender s condies peculiares do local ou s exigncias especficas do empreendimento.

    Neste artigo encontramos o princpio da padronizao, que deve respeitar as

    peculiaridades de cada projeto. Qual a lgica aqui embutida? A padronizao

    visa, atravs de adoo de projetos-padro, reduzir os custos de execuo,

    diminuir os prazos de entregas, minimizar os problemas ps-entrega, ou seja,

    objetiva otimizar a contratao, mas sua aplicao tem que considerar as

    caractersticas de cada demanda, seno o tiro pode sair pela culatra e o

    barato ficar mais caro ainda.

    Art. 12. Nos projetos bsicos e projetos executivos de obras e servios sero considerados principalmente os seguintes requisitos:39 I - segurana; II - funcionalidade e adequao ao interesse pblico; III - economia na execuo, conservao e operao;

    36 Redao dada pela Lei n 8.883 de 08/06/1994 37 Redao dada pela Lei n 8.883 de 08/06/1994 38 Redao dada pela Lei n 8.883 de 08/06/1994 39 Redao dada pela Lei n 8.883 de 08/06/1994

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    IV - possibilidade de emprego de mo-de-obra, materiais, tecnologia e matrias-primas existentes no local para execuo, conservao e operao; V - facilidade na execuo, conservao e operao, sem prejuzo da durabilidade da obra ou do servio; VI - adoo das normas tcnicas, de sade e de segurana do trabalho adequadas;40 VII - impacto ambiental.

    Artigo muito tranquilo de ser estudado. Precisamos, apenas, entender o que a

    norma exige que os projetos abordem: segurana, funcionalidade, adequao

    s normas tcnicas e de segurana do trabalho, facilidade de execuo (mo-

    de-obra, materiais, matrias-primas e tecnologias existentes nos locais das

    obras) e minimizao dos impactos ambientais.

    Tambm aqui existe uma lista exemplificativa. Veja a expresso sero

    considerados principalmente os seguintes requisitos. Ora se os listados acima

    so os principais, nada impede que existam outros, desde que atendam s

    necessidades locais e aos interesses pblicos, e sejam devidamente

    justificados no procedimento.

    Importantssimo percebermos que as condies listadas neste artigo so

    requisitos dos projetos bsicos e executivos de obras e servios. Isto significa

    que a infringncia deles acarretar nulidade e responsabilizao. Lembram-se

    de nosso estudo do artigo 7, quando abordamos o 6 (A infringncia do

    disposto neste artigo implica a nulidade dos atos ou contratos realizados e a

    responsabilidade de quem lhes tenha dado causa)? Vejam a importncia

    destas condicionantes.

    3.1.4. Seo IV Dos Servios Tcnicos Profissionais Especializados

    Art. 13. Para os fins desta Lei, consideram-se servios tcnicos profissionais especializados os trabalhos relativos a: I - estudos tcnicos, planejamentos e projetos bsicos ou executivos; II - pareceres, percias e avaliaes em geral; III - assessorias ou consultorias tcnicas e auditorias financeiras ou tributrias;41 IV - fiscalizao, superviso ou gerenciamento de obras ou servios; V - patrocnio ou defesa de causas judiciais ou administrativas;

    40 Redao dada pela Lei n 8.883 de 08/06/1994 41 Redao dada pela Lei n 8.883 de 08/06/1994

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    VI - treinamento e aperfeioamento de pessoal; VII - restaurao de obras de arte e bens de valor histrico. VIII - (Vetado).

    A seo IV tambm composta por apenas um artigo: o 13. Apesar disso, a

    caracterizao de servios tcnicos profissionais especializados um tema

    muito debatido na esfera da Administrao Pblica e, por isso mesmo,

    bastante cobrado em questes de concurso.

    O caput do artigo, com seus 7 incisos (um est vetado), tenta ilustrar quais

    servios devem ser considerados tcnicos profissionais especializados. Trata-se

    de uma classificao especial dos servios.

    Percebam que o legislador ao invs de conceituar os servios tcnicos

    profissionais especializados, preferiu elencar as atividades que so, para os

    fins da Lei 8.666/93, consideradas como tal.

    Podemos dizer que, ao analisar os incisos do artigo, para ser tcnico o servio

    dever necessitar de um determinado conhecimento terico e da habilidade de

    seu prestador em aplic-lo numa situao concreta.

    Mas nem todo servio tcnico ser enquadrado neste artigo, porque a lei

    tambm diz que um servio tcnico profissional, ou seja, deve estar

    relacionado a uma profisso. No h, para isto, obrigatoriedade da profisso

    ser regulamentada. Pode parecer confuso, mas leiam esta definio do prof.

    Maral:

    A profissionalidade identifica-se como um conjunto ordenado de habilidades,

    indispensveis ao exerccio da atividade. 42

    E como se j no bastassem tantas exigncias, a Lei ainda diz que este servio

    tcnico profissional tem que ser especializado. Para revestir tal atividade de

    especializao, podemos dizer que o servio exige algo mais do profissional.

    Isto , o especialista possui uma capacitao diferenciada e superior mdia

    de sua categoria profissional.

    42 FILHO, Maral Justen. Comentrios Lei de Licitaes e Contratos Administrativos. 14 ed. So Paulo: Dialtica, 2010, p. 174

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    Caros alunos, vocs podem estar pensando: Para que caracterizar cada palavra

    do conceito deste captulo?

    Pergunto e j respondo: Por um motivo simples, a relao do artigo 13 (incisos

    I a VII) exemplificativa. Desta forma, se algum servio se enquadrar em

    todas as caractersticas, por ns aqui analisadas, ele dever ser classificado

    como servio tcnico profissional especializado.

    Para facilitar a memorizao destes ensinamentos, proponho um exerccio de

    fixao a todos vocs. Releiam as atividades listadas no artigo 13, que

    transcrevemos abaixo, e tentem identificar as caractersticas: servio, tcnico,

    profissional e especializado em cada um deles:

    - Estudos tcnicos; - Planejamentos; - Projetos bsicos ou executivos; - Pareceres; - Percias e avaliaes em geral; - Assessorias e consultorias tcnicas; - Auditorias financeiras ou tributrias; - Fiscalizao, superviso ou gerenciamento de obras; - Fiscalizao, superviso ou gerenciamento de servios; - Patrocnio ou defesa de causas judiciais ou administrativas; - Treinamento e aperfeioamento de pessoal; - Restaurao de obras de arte e - Restaurao de bens de valor histrico ...

    Terminei a listagem com reticncias (...) para reforar na memria de vocs

    que se trata de uma lista exemplificativa, ou seja, possvel encontrarmos

    outro servio tcnico profissional especializado que no conste nos itens acima.

    1 Ressalvados os casos de inexigibilidade de licitao, os contratos para a prestao de servios tcnicos profissionais especializados devero, preferencialmente, ser celebrados mediante a realizao de concurso, com estipulao prvia de prmio ou remunerao. 2 Aos servios tcnicos previstos neste artigo aplica-se, no que couber, o disposto no art. 111 desta Lei. 3 A empresa de prestao de servios tcnicos especializados que apresente relao de integrantes de seu corpo tcnico em

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    procedimento licitatrio ou como elemento de justificao de dispensa ou inexigibilidade de licitao, ficar obrigada a garantir que os referidos integrantes realizem pessoal e diretamente os servios objeto do contrato.

    O 1 determina que as contrataes dos servios tratados neste artigo sejam

    selecionadas mediante realizao de concurso (modalidade licitatria que ser

    analisada em nosso curso). Mas o legislador diz preferencialmente, ou seja,

    se devidamente argumentado e justificado no processo, poder ser realizada

    outra modalidade. E tambm est no pargrafo que poder haver contratao

    atravs de inexigibilidade de licitao (artigo 25 da Lei 8.666)

    O 2 cita o artigo 111, que se refere cesso dos direitos patrimoniais

    destes servios (tambm tema de estudo de nosso curso: chegaremos nele).

    E o 3 traz uma condio bvia, mas o legislador fez questo de deix-la

    expressa na Lei para evitar distores em sua aplicao pelos agentes

    pblicos. Aqui diz que a relao de profissionais apresentada previamente pelo

    fornecedor antes da contratao, o obriga a mant-los durante a prestao dos

    servios.

    3.1.5. Seo V Das Compras

    Art. 14. Nenhuma compra ser feita sem a adequada caracterizao de seu objeto e indicao dos recursos oramentrios para seu pagamento, sob pena de nulidade do ato e responsabilidade de quem lhe tiver dado causa.

    Quem quer comprar um produto ou contratar um servio precisa saber o que

    quer (adequada caracterizao de seu objeto) e ter dinheiro para

    comprar/contratar (indicao dos recursos oramentrios). Nada mais justo

    n? a mesma coisa que fazemos quando vamos s compras. Quadro com

    estas informaes compiladas para auxiliar nossas memrias:

    COMPRAS

    Requisitos Obrigatrios Consequncias: no observncia

    Objeto definido e caracterizado objeto - Nulidade do ato - Responsabilidade do causador Indicao de $$$

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    A caracterizao adequada do objeto importantssima para a aplicao dos

    princpios do julgamento objetivo e da vinculao ao instrumento convocatrio.

    Art. 15. As compras, sempre que possvel, devero: I - atender ao princpio da padronizao, que imponha compatibilidade de especificaes tcnicas e de desempenho, observadas, quando for o caso, as condies de manuteno, assistncia tcnica e garantia oferecidas; II - ser processadas atravs de sistema de registro de preos; III - submeter-se s condies de aquisio e pagamento semelhantes s do setor privado; IV - ser subdivididas em tantas parcelas quantas necessrias para aproveitar as peculiaridades do mercado, visando economicidade; V - balizar-se pelos preos praticados no mbito dos rgos e entidades da Administrao Pblica. 1 O registro de preos ser precedido de ampla pesquisa de mercado. 2 Os preos registrados sero publicados trimestralmente para orientao da Administrao, na imprensa oficial. 3 O sistema de registro de preos ser regulamentado por decreto, atendidas as peculiaridades regionais, observadas as seguintes condies: I - seleo feita mediante concorrncia; II - estipulao prvia do sistema de controle e atualizao dos preos registrados; III - validade do registro no superior a um ano. 4 A existncia de preos registrados no obriga a Administrao a firmar as contrataes que deles podero advir, ficando-lhe facultada a utilizao de outros meios, respeitada a legislao relativa s licitaes, sendo assegurado ao beneficirio do registro preferncia em igualdade. 5 O sistema de controle originado no quadro geral de preos, quando possvel, dever ser informatizado. 6 Qualquer cidado parte legtima para impugnar preo constante do quadro geral em razo de incompatibilidade desse com o preo vigente no mercado. 7 Nas compras devero ser observadas, ainda: I - a especificao completa do bem a ser adquirido sem indicao de marca; II - a definio das unidades e das quantidades a serem adquiridas em funo do consumo e utilizao provveis, cuja estimativa ser obtida, sempre que possvel, mediante adequadas tcnicas quantitativas de estimao; III - as condies de guarda e armazenamento que no permitam a deteriorao do material. 8 O recebimento de material de valor superior ao limite estabelecido no art. 23 desta Lei, para a modalidade de convite, dever ser confiado a uma comisso de, no mnimo, 3 membros.

    Caros candidatos, vou tomar a liberdade de saltar as partes deste artigo

    (aquelas que no esto negritadas) que se referem ao Sistema de Registro de

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    Preos (SRP), pois dedicaremos uma aula inteira para este tipo de aquisio. O

    Decreto 3.931/2001, que traz o regulamento do SRP, ser devidamente

    esmiuado por ns nessa aula.

    Mas o artigo 15 no fala apenas do SRP. Primeiramente precisamos observar a

    expresso sempre que for possvel. Ela no abre um grande leque de

    discricionariedade43 para a Administrao. preciso interpret-la como:

    quando no for impossvel deve-se atender s regulamentaes do artigo.

    Princpios das Compras

    Padronizao Registro de Preos Condies de Aquisio e Pagamento = Setor Privado Subdiviso em parcelas (Economicidade) Parmetros: Preos praticados por outros

    rgos/entidades

    Lembram-se que mencionamos o princpio da padronizao, quando alertamos

    para a expresso princpios correlatos contida no artigo 3? Olha ele a:

    Princpio da padronizao: Este princpio orienta a Administrao a estabelecer e/ou adotar modelos de obras, servios, bens permanentes

    (mobilirio, veculos, equipamentos de informtica, etc.) e materiais de

    consumo, que visem atender s suas necessidades da forma mais

    vantajosa possvel. Para isto, devem ser considerados, durante esta

    anlise, questes financeiras (preo e forma de pagamento) e

    ergonmicas (sade funcional preservao dos servidores e usurios

    dos mobilirios, por exemplo), qualidade e especificaes tcnicas do

    bem (desempenho, durabilidade, rentabilidade, resistncia), condies

    de manuteno, assistncia tcnica e garantia e disponibilidade do bem

    no mercado (a existncia de vrios fornecedores propicia melhores

    condies de contratao), etc.

    sabido que as condies de aquisio do setor privado, devido falta de

    burocracia excessiva e o pagamento direto, costumam ser mais favorveis do

    que as contrataes do setor pblico. Isto fica claro ao compararmos uma

    compra vista (com dinheiro) e outra para pagamento em 30, 60 e 90 dias. 43 Discricionariedade: Liberdade de escolha da Administrao entre alternativas legalmente vlidas, para selecionar a opo mais conveniente para determinada situao.

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    claro que com o $$$$$ na mo conseguiremos melhores preos/descontos.

    Desta forma, o inciso II do caput define outro princpio norteador aos agentes

    pblicos: tentem (dentro do possvel, observadas as limitaes existentes)

    conseguir condies de aquisio e pagamento semelhantes ao setor privado.

    O princpio da economicidade, que pode ser desdobrado a partir do princpio da

    eficincia, tambm est presente em toda Lei 8.666/93. No inciso IV do caput,

    encontramos que a subdiviso das compras dever ser adotada visando

    economicidade.

    Outra referncia que a Administrao deve observar so os preos praticados,

    isto , j efetuados (aquisies e contrataes concretizadas), de outros

    rgos e entidades da prpria Administrao Pblica.

    Em seguida aos que versam sobre o Sistema de Registro de Preos (que

    abordaremos mais adiante), a Lei traz a possibilidade de qualquer cidado

    impugnar um preo constante no quadro geral de preos, para isto ela tambm

    determina que este quadro deva ser informatizado, sempre que possvel. Esta

    impugnao tem que ser embasada com os preos vigentes/praticados no

    mercado.

    O 7 refora o que j estudamos: preciso que a Administrao saiba o que

    quer comprar (especificao completa do bem, incluindo unidades e

    quantidades). E acrescenta a observncia das condies de guarda e

    armazenamento, para evitar a deteriorao do material.

    O inciso I do 7 do artigo 15 traz uma determinao que, na prtica,

    ocasiona alguns impasses: sem indicao de marca. O entendimento atual,

    inclusive com orientaes do Tribunal de Contas da Unio (TCU), que pode

    ser mencionada a marca do bem no processo de compra, incluindo no edital

    licitatrio, desde que ela sirva como parmetro de qualidade mnimo aceitvel

    naquela contratao ou quando sua referncia for indispensvel para a perfeita

    caracterizao do produto a ser adquirido. O edital, nestes casos, dever

    prever a aceitao de marcas similares quelas indiciadas. Desta forma, a

    indicao de marca no edital no inviabilizar a participao de fornecedores

    de produtos similares, equivalentes ou superiores quela constante no

    processo.

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    Caso a Administrao necessite indicar a marca, ser necessrio um prvio

    processo de padronizao, devidamente publicado, onde estaro expostas

    todas as justificativas que determinaram a escolha da referida marca.

    A Smula do TCU n 270, editada em 11/04/2012, comprova o que acabamos

    de dizer:

    Em licitaes referentes a compras, inclusive de softwares, possvel a indicao de marca, desde que seja estritamente necessria para atender exigncias de padronizao e que haja prvia justificao. 44

    Por fim, o 8 deste artigo 15 estabelece que o recebimento de materiais com

    valor superior ao limite estabelecido no art. 23 desta Lei (atualmente estes

    limites so R$150.000,00 para obras e servios de engenharia e R$ 80.000,00

    para os demais servios e compras) dever ser executado por comisso45.

    Lembram que falamos anteriormente que outras comisses apareceriam ao

    longo desta Lei. Pois bem, o 8 regulamenta a:

    Comisso de Recebimento: analisar, receber ou rejeitar bens/servios adquiridos/contratados pela Administrao. Composio mnima: 3 (trs)

    membros.

    Pontos importantes acerca do recebimento sero estudados quando chegarmos

    ao artigo 73 desta Lei.

    Art. 16. Ser dada publicidade, mensalmente, em rgo de divulgao oficial ou em quadro de avisos de amplo acesso pblico, relao de todas as compras feitas pela Administrao Direta ou Indireta, de maneira a clarificar a identificao do bem comprado, seu preo unitrio, a quantidade adquirida, o nome do vendedor e o valor total da operao, podendo ser aglutinadas por itens as compras feitas com dispensa e inexigibilidade de licitao.46

    Pargrafo nico. O disposto neste artigo no se aplica aos casos de dispensa de licitao previstos no inciso IX do art. 24.47

    O artigo 16 traz claramente as determinaes oriundas da aplicao dos

    princpios da publicidade e da transparncia, com redao bem direta.

    44 Smula do TCU n 270, de 31/03/2010 (fonte: site do TCU www.tcu.gov.br) 45 Comisso: vide definio j estudada por ns durante a anlise do artigo 6 46 Redao dada pela Lei n 8.883 de 08/06/1994 47 Includo pela Lei n 8.883 de 08/06/1994

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    3.1.6. Seo VI Das Alienaes

    A seo VI, ltima do captulo I, comea com um importante e extenso artigo:

    o 17 (diria eu: cansativo artigo). Vamos transcrev-lo fazendo inseres de

    quadros, esquemas, comparativos e comentrios para traduzir e explicar tudo

    que est regulamentado neste artigo que fala de ALIENAO.

    (Abrindo parnteses: Por mais chato que seja, faam a leitura integral do texto

    legal do artigo 17 para reforar a memorizao dos dizeres. Tenham calma,

    futuros servidores, artigo extenso cansa (eu sei disto), mas este contato com a

    norma fundamental para atingirmos nosso objetivo: a nomeao)

    Art. 17. A alienao de bens da Administrao Pblica, subordinada existncia de interesse pblico devidamente justificado, ser precedida de avaliao e obedecer s seguintes normas: I - quando imveis, depender de autorizao legislativa para rgos da administrao direta e entidades autrquicas e fundacionais, e, para todos, inclusive as entidades paraestatais, depender de avaliao prvia e de licitao na modalidade de concorrncia, dispensada esta nos seguintes casos: a) dao em pagamento; b) doao, permitida exclusivamente para outro rgo ou entidade

    da administrao pblica, de qualquer esfera de governo, ressalvado o disposto nas alneas f, h e i;48

    c) permuta, por outro imvel que atenda aos requisitos constantes do inciso X do art. 24 desta Lei;

    d) investidura; e) venda a outro rgo ou entidade da administrao pblica, de

    qualquer esfera de governo;49 f) alienao gratuita ou onerosa, aforamento, concesso de direito

    real de uso, locao ou permisso de uso de bens imveis residenciais construdos, destinados ou efetivamente utilizados no mbito de programas habitacionais ou de regularizao fundiria de interesse social desenvolvidos por rgos ou entidades da administrao pblica;50

    g) procedimentos de legitimao de posse de que trata o art. 29 da Lei no 6.383, de 7 de dezembro de 1976, mediante iniciativa e deliberao dos rgos da Administrao Pblica em cuja competncia legal inclua-se tal atribuio;51

    h) alienao gratuita ou onerosa, aforamento, concesso de direito real de uso, locao ou permisso de uso de bens imveis de uso comercial de mbito local com rea de at 250 m (duzentos e

    48 Redao dada pela Lei n 11.952 de 25/06/2009 49 Includo pela Lei n 8.883 de 08/06/1994 50 Redao dada pela Lei n 11.481 de 31/05/2007 51 Includo pela Lei n 11.196 de 21/11/2005

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    cinqenta metros quadrados) e inseridos no mbito de programas de regularizao fundiria de interesse social desenvolvidos por rgos ou entidades da administrao pblica;52

    i) alienao e concesso de direito real de uso, gratuita ou onerosa, de terras pblicas rurais da Unio na Amaznia Legal onde incidam ocupaes at o limite de 15 (quinze) mdulos fiscais ou 1.500ha (mil e quinhentos hectares), para fins de regularizao fundiria, atendidos os requisitos legais;53

    II - quando mveis, depender de avaliao prvia e de licitao, dispensada esta nos seguintes casos: a) doao, permitida exclusivamente para fins e uso de interesse

    social, aps avaliao de sua oportunidade e convenincia scio-econmica, relativamente escolha de outra forma de alienao;

    b) permuta, permitida exclusivamente entre rgos ou entidades da Administrao Pblica;

    c) venda de aes, que podero ser negociadas em bolsa, observada a legislao especfica;

    d) venda de ttulos, na forma da legislao pertinente; e) venda de bens produzidos ou comercializados por rgos ou

    entidades da Administrao Pblica, em virtude de suas finalidades;

    f) venda de materiais e equipamentos para outros rgos ou entidades da Administrao Pblica, sem utilizao previsvel por quem deles dispe.

    Esta primeira parte do artigo (caput e incisos I e II) pode ser didaticamente

    reescrita conforme tabela a seguir, que traa um comparativo entre as

    alienaes de bens imveis e bens mveis.

    Colocaremos a tabela no incio da prxima pgina por motivos de esttica e

    para facilitar a memorizao de todos.

    52 Includo pela Lei n 11.481 de 31/05/2007 53 Includo pela Lei n 11.952 de 25/06/2009

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    Alienao: transferncia para outra pessoa de um bem ou direito54

    BENS IMVEIS BENS MVEIS - Avaliao prvia - para todos; - Autorizao legislativa (rgos da Adm.

    Direta, entidades autrquicas e fundacionais);

    - Licitao: CONCORRNCIA (regra geral art. 17) e LEILO (6 do presente artigo e art. 19) p/ todos;

    - Licitao dispensada: - Dao em pagamento; - Doao (p/ outro rgo/entidade da Adm. Pblica);

    - Permuta (observado inciso X do art.24); - Investidura (vide 3 do presente artigo);

    - Venda a outro rgo/entidade da Adm. Pblica;

    - Legitimao de posse (art. 29 da Lei 6.383/1976);

    - Alienao gratuita ou onerosa, aforamento55, concesso de direito real de uso, locao ou permisso de uso de bens imveis:

    - residenciais utilizados no mbito de programas habitacionais,

    - de regularizao fundiria de interesse social,

    - de uso comercial de mbito local c/rea at 250m e inseridos em programas de regularizao fundiria de interesse social;

    - Alienao e concesso de direito real de uso, gratuita ou onerosa de terras pblicas rurais da Unio na Amaznia Legal: com incidncia de at 15 mdulos fiscais ou 1.500 hectares, para fins de regularizao fundiria.

    - Avaliao prvia (p/ todos);

    - Licitao (p/ todos);

    - Licitao dispensada: - Doao, p/fins e uso de interesse social

    (aps avaliao); - Permuta, entre rgos/entidades da

    Administrao Pblica; - Venda de aes (poder ser em bolsa),

    observada a lei; - Venda de ttulos, na forma da lei; - Venda de bens produzidos ou

    comercializados por rgos ou entidades da Administrao Pblica, em virtude de suas finalidades;

    - Venda de materiais e equipamentos p/outros rgos/entidades da Adm. Pblica, sem utilizao previsvel.

    1 Os imveis doados com base na alnea "b" do inciso I deste artigo, cessadas as razes que justificaram a sua doao, revertero ao patrimnio da pessoa jurdica doadora, vedada a sua alienao pelo beneficirio.

    Os deste artigo regulamentam algumas situaes especficas. Inicialmente

    a legislao determina que ao cessar as razes que motivaram a doao

    (Princpio da Motivao), esta dever ser revertida, sendo vedada a alienao

    do imvel pelo beneficirio. Algo bastante lgico, vocs no acham? 54 Dicionrio Houaiss da Lngua Portuguesa 55 Aforamento: Ato ou efeito de levar a foro ou juzo. Transferncia do domnio til e perptuo de um imvel, mediante pagamento de um foro anual, certo e invarivel (Dicionrio Houaiss)

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    2 A Administrao tambm poder conceder ttulo de propriedade ou de direito real de uso de imveis, dispensada licitao, quando o uso destinar-se:56 I - a outro rgo ou entidade da Administrao Pblica, qualquer que seja a localizao do imvel;57 II - a pessoa natural que, nos termos da lei, regulamento ou ato normativo do rgo competente, haja implementado os requisitos mnimos de cultura, ocupao mansa e pacfica e explorao direta sobre rea rural situada na Amaznia Legal, superior a 1 (um) mdulo fiscal e limitada a 15 (quinze) mdulos fiscais, desde que no exceda 1.500ha (mil e quinhentos hectares);58

    2-A. As hipteses do inciso II do 2 ficam dispensadas de autorizao legislativa, porm submetem-se aos seguintes condicionamentos:59 I - aplicao exclusivamente s reas em que a deteno por particular seja comprovadamente anterior a 01/12/2004;60 II - submisso aos demais requisitos e impedimentos do regime legal e administrativo da destinao e da regularizao fundiria de terras pblicas; III - vedao de concesses para hipteses de explorao no-contempladas na lei agrria, nas leis de destinao de terras pblicas, ou nas normas legais ou administrativas de zoneamento ecolgico-econmico; e IV - previso de resciso automtica da concesso, dispensada notificao, em caso de declarao de utilidade, ou necessidade pblica ou interesse social.

    2-B. A hiptese do inciso II do 2 deste artigo:61 I - s se aplica a imvel situado em zona rural, no sujeito a vedao, impedimento ou inconveniente a sua explorao mediante atividades agropecurias; II fica limitada a reas de at quinze mdulos fiscais, desde que no exceda mil e quinhentos hectares, vedada a dispensa de licitao para reas superiores a esse limite;62 III - pode ser cumulada com o quantitativo de rea decorrente da figura prevista na alnea g do inciso I do caput deste artigo, at o limite previsto no inciso II deste pargrafo.

    O 2 (A e B) traz outras hipteses de dispensa de licitao para alienao de

    bens, para os casos de destinao dos imveis descritos em seus incisos.

    56 Redao dada pela Lei n 11.196 de 21/11/2005 57 Includo pela Lei n 11.196 de 21/11/2005 58 Redao dada pela Lei n 11.952 de 25/06/2009 59 Redao dada pela Lei n 11.952 de 25/06/2009 60 Includos pela Lei n 11.196 de 21/11/2005 - 2-A e incisos I a IV 61 Includo pela Lei n 11.196 de 21/11/2005 - 2-B e incisos I e III 62 Redao dada pela Lei n 11.763 de 01/08/2008

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    3 Entende-se por investidura, para os fins desta lei:63 I - a alienao aos proprietrios de imveis lindeiros de rea remanescente ou resultante de obra pblica, rea esta que se tornar inaproveitvel isoladamente, por preo nunca inferior ao da avaliao e desde que esse no ultrapasse a 50% do valor constante da alnea "a" do inciso II do art. 23 desta lei; II - a alienao, aos legtimos possuidores diretos ou, na falta destes, ao Poder Pblico, de imveis para fins residenciais construdos em ncleos urbanos anexos a usinas hidreltricas, desde que considerados dispensveis na fase de operao dessas unidades e no integrem a categoria de bens reversveis ao final da concesso.

    Para evitar equvocos na interpretao da alnea d do inciso I do caput deste

    artigo, que traz a investidura como hiptese de licitao dispensada para

    alienao de bens imveis, o legislador dedicou o 3 para conceituar este

    tipo de alienao e suprimir quaisquer dvidas que pudessem aparecer.

    4 A doao com encargo ser licitada e de seu instrumento constaro, obrigatoriamente os encargos, o prazo de seu cumprimento e clusula de reverso, sob pena de nulidade do ato, sendo dispensada a licitao no caso de interesse pblico devidamente justificado;64

    Nada mais justo o instrumento convocatrio trazer expressamente o encargo

    existente na doao, afinal o edital a lei interna da licitao. (Lembram?)

    5 Na hiptese do pargrafo anterior, caso o donatrio necessite oferecer o imvel em garantia de financiamento, a clusula de reverso e demais obrigaes sero garantidas por hipoteca em segundo grau em favor do doador.65 6 Para a venda de bens mveis avaliados, isolada ou globalmente, em quantia no superior ao limite previsto no art. 23, inciso II, alnea "b" desta Lei, a Administrao poder permitir o leilo.66

    Conforme mencionamos no quadro comparativo acima, a licitao para

    alienao de bem imvel poder ser realizada atravs da modalidade Leilo,

    desde que os requisitos acima sejam atendidos: valor igual ou inferior alnea

    b do inciso II do artigo 23, que estudaremos no prximo captulo desta Lei.

    63 Redao dada (caput do 3) e includos (incisos I e II) pela Lei n 9.648 de 27/05/1998 64 Redao dada pela Lei n 8.883 de 08/06/1994 65 Includo pela Lei n 8.883 de 08/06/1994 66 Includo pela Lei n 8.883 de 08/06/1994

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    Art. 18. Na concorrncia para a venda de bens imveis, a fase de habilitao limitar-se- comprovao do recolhimento de quantia correspondente a 5% (cinco por cento) da avaliao.

    A doutrina discute a constitucionalidade do artigo 18 (por ferir ao inciso XXI do

    art. 37 da CF e sacrificar o princpio da competitividade, alm contrariar a

    prpria lei 8.666/93 que probe, no 5 de seu art. 32, a exigncia do

    recolhimento de taxas para fins de habilitao).

    Para ns, o artigo continua vlido e precisamos nos atentar para o limite

    mximo imposto pela lei (5%). Desta forma, no h qualquer empecilho para a

    Administrao deixar de exigir um valor. Certo? Afinal, R$0,00 < 5%. Logo,

    atende ao dispositivo aqui estudado. E, nesta hiptese, durante a aplicao da

    lei, acabaria a discusso de constitucionalidade do artigo para o caso concreto.

    Art. 19. Os bens imveis da Administrao Pblica, cuja aquisio haja derivado de procedimentos judiciais ou de dao em pagamento, podero ser alienados por ato da autoridade competente, observadas as seguintes regras: I - avaliao dos bens alienveis; II - comprovao da necessidade ou utilidade da alienao; III - adoo do procedimento licitatrio, sob a modalidade de concorrncia ou leilo.67

    Conforme tambm mencionamos no quadro comparativo acima, a licitao

    para alienao de bem imvel poder ser realizada por Leilo, desde que suas

    aquisies tenham sido derivadas de procedimentos judiciais ou de dao em

    pagamento.

    VAMOS NOS EXERCITAR UM POUCO?

    67 Redao dada pela Lei n 8.883 de 08/06/1994

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    QUESTES PROPOSTAS (Lei 8.666/93 Captulo I)

    Questo 1

    (ESAF CGU Analista de Finanas e Controle 2008) Em uma licitao na

    modalidade prego, na forma eletrnica, o pregoeiro um dia antes da abertura

    constatou um vcio no edital. A alterao necessria implicou alterao na

    formulao das propostas. Diante das circunstncias, a autoridade superior

    recomendou-lhe que republicasse a licitao da mesma forma que a publicao

    original. A recomendao da autoridade superior se deu para que houvesse a

    observncia do princpio da:

    a) vinculao ao instrumento convocatrio.

    b) moralidade.

    c) impreviso.

    d) economicidade.

    e) proporcionalidade.

    Questo 2