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CURSO ONLINE - AFO PARA TRIBUNAIS PROF. GRACIANO ROCHA AULA 05 Saudações, caro aluno! Hoje trataremos de um dos principais conteúdos relativos a orçamento público, a despesa. Nesse tema, trataremos das classificações a ela aplicáveis , entre as quais se destaca a classificação pela natureza da despesa, que contempla as "categorias" referidas pelo edital. Porém, inicialmente, veremos alguns conceitos preliminares, que servirão de subsídio para questionamentos mais básicos e para o próprio entendimento progressivo do conteúdo. Então, vamos em frente. Boa aula! GRACIANO ROCHA DESPESA PÚBLICA Prof. Graciano Rocha www.pontodosconcursos.com.br 1 Despesa orçamentária e extraorçamentária Como princípio, a despesa pública deve ser aplicada numa finalidade pública. Isso pode envolver tanto atendimento direto a necessidades de segmentos da população quanto a necessidades de estruturas do próprio governo. Também é necessário que a execução da despesa se dê por ordem de pessoal responsável, com legitimidade estabelecida por atos normativos para manejo dos recursos públicos. O Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público (MCASP) traz dois conceitos complementares a respeito da despesa, com os quais iniciaremos nosso estudo:

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Saudações, caro aluno!

Hoje trataremos de um dos principais conteúdos relativos a orçamento público, a despesa.

Nesse tema, trataremos das classificações a ela aplicáveis , entre as quais se destaca a classificação pela natureza da despesa, que contempla as "categorias" referidas pelo edital.

Porém, inicialmente, veremos alguns conceitos preliminares, que servirão de subsídio para questionamentos mais básicos e para o próprio entendimento progressivo do conteúdo.

Então, vamos em frente. Boa aula!

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DESPESA PÚBLICA

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Despesa orçamentária e extraorçamentária

Como princípio, a despesa pública deve ser aplicada numa finalidade pública. Isso pode envolver tanto atendimento direto a necessidades de segmentos da população quanto a necessidades de estruturas do próprio governo.

Também é necessário que a execução da despesa se dê por ordem de pessoal responsável, com legitimidade estabelecida por atos normativos para manejo dos recursos públicos.

O Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público (MCASP) traz dois conceitos complementares a respeito da despesa, com os quais iniciaremos nosso estudo:

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Esses conceitos nos permitem separar, inicialmente, as despesas orçamentárias das despesas extraorçamentárias.

Como os trechos do MCASP acima permitem antever, a despesa orçamentária depende de autorização legislativa para sua execução. Essa autorização ocorre ora por meio dos créditos iniciais, veiculados na LOA, ora por meio dos créditos adicionais (suplementares, especiais e extraordinários).

As despesas autorizadas na LOA ou nos créditos adicionais refletem a aplicação de recursos pretendida pelo governo, nos programas escolhidos no âmbito de seu planejamento e de suas prioridades.

Como resta evidente, para a execução da despesa orçamentária, é necessária a existência de recursos públicos para suportá-la. Portanto, para realizar a despesa, é preciso que haja tanto o crédito orçamentário (que representa a permissão para o gasto) quanto o respaldo financeiro correspondente.

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Crédito X recurso

Vale a pena deixar bem diferenciadas essas palavras, que têm uma

relação muito próxima.

A palavra "crédito", na contabilidade pública, tem a ver com a

autorização orçamentária oara o qasto. e a palavra "recurso"

corresponde ao aspecto financeiro do orçamento, ou seia. ao dinheiro

cuia utilização foi autorizada mediante o crédito.

Assim, no estudo da matéria orçamentária, verificamos fatos liqados ao

orçamento que envolvem reflexos financeiros e outros que implicam

apenas lançamentos contábeis (fatos estritamente orçamentários).

"[despesas orçamentárias] dependem de autorização legislativa para sua efetivação. As despesas de caráter orçamentário necessitam de recurso público para sua realização e constituem instrumento para alcançar os fins dos programas governamentais".

"despesa orçamentária é fluxo que deriva da utilização de crédito consignado no orçamento da entidade, podendo ou não diminuir a situação líquida patrimonial".

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Por outro lado, tal qual ocorre com a receita, também existem as despesas extraorçamentárias. Essas despesas representam a devolução de recursos que estavam em poder do ente público, mas que não pertenciam realmente ao erário, e que, portanto, não podem ser executados em favor de ações governamentais.

Para essa devolução de recursos que caracteriza as despesas extraorçamentárias, não é necessária qualquer autorização legislativa. Basta a liberação financeira ao favorecido.

As despesas extraorçamentárias, segundo o MCASP, decorrem de saídas compensatórias no ativo e no passivo financeiro, tais como:

• devolução dos valores de terceiros, anteriormente depositados;

• recolhimento de consignações/retenções;

• pagamento das operações de crédito por antecipação de receita (ARO).

Desse modo, as despesas extraorçamentárias serão, muitas vezes, a contrapartida de receitas extraorçamentárias, cuja devolução é exigida.

Por sua própria natureza, o foco de nosso estudo repousará sobre as

despesas orçamentárias, que caracterizam a aplicação de recursos nos

programas instituídos pelo governo.

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No caso da execução da despesa, inicialmente ocorrem fatos

orçamentários, no nascimento e na confirmação da obrigação a pagar, e

o impacto financeiro é registrado ao final, com a quitação junto ao

credor.

Como isso cai na prova?

1. (CESPE/CONSULTOR/SEFAZ-ES/2009) Em sua acepção financeira, despesa pública é a aplicação de recursos pecuniários em forma de gastos ou em forma de mutação patrimonial, com o fim de realizar as finalidades do Estado.

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2. (FCC/ANALISTA/TRE-PI/2009) Uma despesa extraorçamentária caracteriza-se por

(A) provocar uma redução efetiva na situação líquida patrimonial.

(B) modificar, simultaneamente, contas do ativo financeiro e do passivo permanente.

(C) modificar, simultaneamente, contas do ativo financeiro e do ativo permanente.

(D) provocar uma redução do superávit financeiro.

(E) não precisar de autorização legislativa para a sua ocorrência.

3. (FCC/ANALISTA/MP-SE/2009) É uma despesa extraorçamentária o pagamento de

(A) juros da dívida.

(B) pessoal.

(C) contribuição patronal ao RPPS.

(D) devolução de caução.

(E) serviços de terceiros.

4. (CESPE/CONSULTOR/SEFAZ-ES/2009) Enquanto a execução orçamentária se refere à utilização dos recursos consignados no orçamento ou na LOA, a execução financeira representa a utilização de créditos financeiros. Na técnica orçamentária, reserva-se o termo recurso para designar o lado orçamentário e crédito para o lado financeiro.

A questão 1 está CERTA. Sendo efetiva ou não, a despesa pública necessariamente está ligada à concretização dos objetivos programados pelo governo.

Na questão 2, devemos observar que despesa extraorçamentárias, por serem operações compensatórias (devoluções de recursos de terceiros), não implicam redução patrimonial, já que o Estado não chega a se apoderar desses recursos, e representam fatos apenas financeiros. Das alternativas, a afirmação correta é a de que não é necessária autorização legislativa para a realização da despesa extraorçamentária. Gabarito: E.

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CLASSIFICAÇÃO PELA NATUREZA DA DESPESA

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Das opções da questão 3, a que representa recursos de terceiros e, portanto, exemplo de despesa extraorçamentária, é a devolução de caução. Gabarito: D.

No caso da questão 4, inverteram-se os conceitos: "crédito" é orçamentário e "recurso" é financeiro. Questão ERRADA.

A classificação por natureza da despesa, ou classificação econômica da despesa, é correspondente à classificação por natureza da receita, que já estudamos.

Também agora, todos os entes federados são obrigados a adotar os padrões indicados pela Lei 4.320/64. E isso permite que se conheça a dimensão e o perfil do gasto público, agregado nacionalmente.

A receita, quanto a essa classificação econômica, era desmembrada em categoria econômica, origem, espécie, rubrica, alínea e subalínea, confere?

No âmbito da despesa, originalmente, a Lei 4.320/64 trouxe a classificação por natureza em categorias econômicas, subcategorias econômicas e elementos de despesa.

Detalhe: esse último nível, o elemento de despesa, devia constar obrigatoriamente da LOA, tornando a despesa muito "amarrada" (tratamos disso ao falar do princípio da discriminação). Conforme a Lei, elemento de despesa é o

"desdobramento da despesa com pessoal, material, serviços, obras e outros meios de que se serve a administração pública para consecução dos seus fins".

Entretanto, por meio de uma portaria (Portaria Interministerial STN/SOF 163/2001), foi alterada a classificação da despesa da Lei 4.320/64. Nessa Portaria 163/2001, o elemento de despesa deixou de ser obrigatório na LOA, podendo ser discriminado apenas no momento da execução orçamentária, e acrescentou-se mais um "nível" de classificação (a Portaria chamou esse nível apenas de "informação gerencial"): a modalidade de aplicação.

Portanto, atualmente, a classificação pela natureza da despesa é composta por:

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• categoria econômica;

• grupo de natureza da despesa;

• modalidade de aplicação (indicada como "informação gerencial");

• elemento de despesa;

• desdobramento do elemento (facultativo).

Em seguida, vamos conversar mais detalhadamente sobre esses níveis de classificação.

Categoria econômica. Assim como afirmamos ao estudar a receita, a categoria econômica da despesa indica o efeito que ela terá sobre a economia (transferências de recursos, montante de gastos com custeio -consumo do governo, nível de investimentos etc.). Temos, assim como na receita, as categorias despesas correntes e despesas de capital.

As despesas correntes representam gastos de manutenção da máquina estatal. Portanto, as atividades normais, cotidianas, que garantem a prestação dos serviços e o funcionamento dos órgãos/entidades são custeadas por essa categoria de despesa.

Segundo o MCASP, as despesas correntes são aquelas que "não contribuem, diretamente, para a formação ou aquisição de um bem de capital".

As despesas de capital relacionam-se com a aquisição/modificação do patrimônio público. Trata-se da aplicação de recursos em bens/serviços que resultarão na expansão, ou, ao menos, na transformação do patrimônio estatal.

Novamente conforme o MCASP, despesas de capital são as que "contribuem, diretamente, para a formação ou aquisição de um bem de capital".

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Como isso cai na prova?

5. (FCC/ANALISTA/TRT-04/2006) A classificação da despesa, segundo a sua natureza, compõe-se de

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Grupo de natureza da despesa. Originalmente, na Lei 4.320/64, o nível de classificação abaixo das categorias econômicas não recebeu denominação específica, mas a doutrina instituiu a figura das "subcategorias econômicas". A partir da Portaria 163/2001, substituiu-se a subcategoria econômica pelo grupo de natureza da despesa.

Os grupos de natureza da despesa constituem, conforme a Portaria 163, "a agregação de elementos de despesa que apresentam as mesmas características quanto ao objeto de gasto". Nessa classificação econômica, temos os seguintes grupos, distribuídos segundo as categorias:

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(A) categoria econômica, grupo de natureza de despesa e elemento de despesa.

(B) categoria econômica, função e elemento de despesa.

(C) função, programa e subprograma.

(D) órgão orçamentário, função e categoria econômica.

(E) órgão orçamentário, unidade orçamentária e unidade de despesa.

6. (CESPE/ANALISTA/ANCINE/2006) A classificação pela natureza da despesa se dá em diversos níveis de agregação: categoria econômica, grupos de despesas, modalidade de aplicação e elemento de despesa.

7. (CESPE/ANALISTA/STF/2008) São denominadas despesas de capital as que respondem pela manutenção das atividades da entidade governamental.

Na questão 5, a sequência correta de níveis da classificação econômica da despesa é categoria - grupo - elemento (podendo-se acrescentar a modalidade de aplicação, como informação adicional). Gabarito: A.

A questão 6 espelha os níveis de classificação pertencentes à natureza da despesa. Questão CERTA.

A questão 7 inverte os conceitos: os gastos de manutenção das atividades estatais representam despesas correntes. Questão ERRADA.

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GRUPO DE NATUREZA DA DESPESA

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"Dentro" de cada grupo relacionado acima, encontram-se os correspondentes elementos de despesa, que trarão a dimensão concreta da despesa no momento de sua execução.

Os qrupos de 1 a 3 acima correspondem à categoria das despesas

correntes, e os de 4 a 6, às despesas de capital.

Vejamos os conceitos trazidos pelo MCASP sobre os grupos de natureza da despesa:

Pessoal e encargos sociais: despesas orçamentárias de natureza remuneratória, decorrentes de:

• efetivo exercício de cargo, emprego ou função de confiança no setor público;

• pagamento dos proventos de aposentadorias, reformas e pensões;

• obrigações trabalhistas de responsabilidade do empregador, incidentes sobre a folha de salários;

• contribuição a entidades fechadas de previdência;

• outros benefícios assistenciais classificáveis neste grupo de despesa;

• outras parcelas de cunho remuneratório.

Juros e encargos da dívida: despesas orçamentárias com o pagamento de juros, comissões e outros encargos de operações de crédito internas e externas contratadas, bem como da dívida pública mobiliária (pagamento relativo ao resgate de títulos públicos).

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Outras despesas correntes: Despesas orçamentárias com aquisição de material de consumo, pagamento de diárias, contribuições, subvenções, auxílio-alimentação, auxílio-transporte, além de outras despesas da categoria econômica "Despesas Correntes" não classificáveis nos demais grupos de natureza de despesa.

Investimentos: despesas orçamentárias com softwares e com o planejamento e a execução de obras, inclusive com a aquisição de imóveis considerados necessários à realização destas últimas, e com a aquisição de instalações, equipamentos e material permanente.

Inversões financeiras: despesas orçamentárias com a aquisição de imóveis ou bens de capital já em utilização; aquisição de títulos representativos do capital de empresas ou entidades de qualquer espécie, já constituídas, quando a operação não importe aumento do capital; e com a constituição ou aumento do capital de empresas.

Amortização da dívida: despesas orçamentárias com o pagamento e/ou refinanciamento do principal e da atualização monetária ou cambial da dívida pública interna e externa, contratual ou mobiliária.

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Quanto aos "investimentos" e "inversões financeiras", a forma mais

simples de tentar diferenciar esses grupos de despesas de capital é a

seguinte: investimentos significam injeção de recursos em bens de

capital novos, ou criação de bens de capital, que aumentam o produto

interno bruto; inversões financeiras implicam a aquisição de bens de

capital já existentes, sem alteração do PIB.

Se você não lembra imediatamente, bens de capital são "bens

produtivos", por meio dos quais são obtidos novos bens e serviços. Ou

seja, são bens dos quais decorrem novas atividades econômicas e, por

isso mesmo, aumento da riqueza. Eles se opõem aos bens de consumo,

que atendem diretamente as necessidades e desejos dos consumidores.

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8. (FCC/ANALISTA/TJ-SE/2009) O agregador de elementos de despesa com as mesmas características quanto ao objeto de gasto, denomina-se:

(A) Grupo de Elementos da Despesa.

(B) Categoria Econômica.

(C) Categoria Programática.

(D) Grupo Modalidade Econômica.

(E) Grupo de Natureza da Despesa.

9. (CESPE/ANALISTA/TRE-MT/2010) Geralmente, a despesa efetiva coincide com a despesa de capital. Entretanto, há despesa de capital que não é efetiva, como, por exemplo, as transferências de capital que causam decréscimo patrimonial.

10. (FCC/ANALISTA/TCE-G0/2009) Segundo o critério da categoria econômica, nos termos do art. 12 da Lei n° 4.320/64, as despesas serão classificadas em despesas correntes e despesas de capital. Representa uma despesa de capital

(A) o salário do professor da rede pública.

(B) a aquisição de ações de empresas em funcionamento.

(C) o dispêndio relacionado com a conservação de ruas.

(D) o pagamento de juros e encargos da dívida pública.

(E) a aquisição de material de consumo.

11. (CESPE/ANALISTA/SAD-PE/2009) A categoria econômica denominada investimentos contribui para a formação ou aquisição de um bem de capital.

12. (CESPE/AUDIT0R/FUB/2009) A aquisição de material de limpeza para estoque é uma despesa não efetiva, porém classificada, segundo sua categoria econômica, como despesa corrente.

13. (CESPE/TÉCNICO SUPERI0R/IPAJM-ES/2010) As inversões financeiras são uma espécie de despesa de capital em que ocorre acréscimo no capital do governo.

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Modalidade de aplicação. A modalidade de aplicação indica a forma como a despesa será executada: ou diretamente pelos órgãos e entidades do ente público responsável pela despesa, ou mediante transferências. A despesa pode ser executada por meio de transferências a Municípios, a Estados/DF, a entidades privadas, à União etc.

A ideia, ao se adotar a modalidade de aplicação, foi eliminar a dupla contagem de recursos e despesas nos casos de transferência ou descentralização.

Como assim "dupla contagem"?

Por exemplo, caso o Ministério da Educação comprasse livros editados por uma universidade federal, teríamos o registro de uma despesa, por parte do MEC, e de uma receita, por parte da universidade federal.

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Na questão 8, conforme estabelecido na Portaria 163/2011, o conceito trazido pelo enunciado corresponde ao grupo de natureza da despesa. Gabarito: E.

A questão 9 está ERRADA. As transferências de capital são despesas efetivas, justamente por gerarem o "decréscimo patrimonial" referido na questão.

Na questão 10, temos o seguinte: o salário do professor é uma despesa com pessoal (corrente); a aquisição de ações é uma despesa de capital, do grupo inversões financeiras; a conservação de ruas envolve gastos com "outras despesas correntes"; o pagamento de juros e encargos é um dos grupos da despesa corrente; e a aquisição de material de consumo também se trata de "outras despesas correntes". Gabarito: B.

A questão 11 está ERRADA: "investimentos" é um grupo de natureza da despesa, e não uma categoria econômica.

A questão 12 indica uma despesa corrente, de manutenção das atividades estatais (classificada no grupo Outras Despesas Correntes). No caso, é uma despesa não efetiva, porque o recurso gasto na aquisição dos bens é compensado pelo registro desses bens no Ativo. Questão CERTA.

A questão 13 está ERRADA: as inversões financeiras, como seu próprio nome indica, envolvem a aquisição de bens ou direitos "em uso", não se gerando, portanto, aumento patrimonial, mas uma mutação patrimonial.

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Entretanto, para a União como um todo, não teria havido nem receita nem despesa, pelo simples fato de não ter havido entrada ou saída de recursos do Tesouro Nacional.

Se o registro de receitas e despesas, nesse tipo de operação, fosse feito do modo "tradicional", seria criado um volume irreal de entradas e saídas financeiras, prejudicando a exatidão das informações sobre a execução do orçamento.

Diante disso, para evitar esse risco de "desinformação", utilizam-se as receitas intraorçamentárias e, em contrapartida, as "despesas intraorçamentárias", que representam uma modalidade de aplicação específica (modalidade 91: "Aplicação Direta Decorrente de Operação entre Órgãos, Fundos e Entidades Integrantes dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social").

Com isso, os órgãos e entidades que participam de operações financeiras recíprocas (aquisições de bens/serviços, pagamento de tributos etc.) registram suas respectivas receitas e despesas, mas a União, ao agregar as informações, não considerará tais movimentações de recursos para fechar seus balanços.

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Como isso cai na prova?

14. (FCC/TÉCNICO SUPERIOR/PGE-RJ/2009) Para a classificação da despesa quanto à sua natureza deve ser analisada a categoria econômica, o grupo ao qual pertence, a modalidade de aplicação e o objeto de gasto. Quanto à modalidade de aplicação, pode ser classificada como despesa

(A) direta ou por transferência.

(B) corrente ou de capital.

(C) com pessoal, encargos sociais ou da dívida.

(D) com investimentos, inversões financeiras ou amortização de dívida.

(E) de custeio, transferências correntes, investimentos ou transferências de capital.

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Elemento de despesa e desdobramento facultativo: relembrando a lição vista acima, atualmente, na lei orçamentária, a despesa, quanto à classificação pela natureza, é classificada no mínimo em categoria econômica, grupo de natureza da despesa e modalidade de aplicação (codificação em 4 dígitos: C.G.MM). O elemento de despesa pode surgir também na LOA, mas não obrigatoriamente (codificação em seis dígitos: C.G.MM.EE).

Além disso, se for necessário, o ente público poderá desdobrar, facultativamente, o elemento de despesa, para tornar a classificação ainda mais fiel ao gasto a ser realizado. Nessa hipótese, a codificação da despesa terá 8 dígitos, com o acréscimo do desdobramento facultativo (C.G.MM.EE.DD).

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15. (FCC/ANALISTA/MP-SE/2009) Elemento de despesa tem por finalidade indicar se os recursos são aplicados diretamente por órgãos ou entidades no âmbito da mesma esfera de governo ou por outro ente da federação.

16. (CESPE/AUDIT0R/AUGE-MG/2009) A modalidade de aplicação objetiva possibilita a eliminação da dupla contagem dos recursos transferidos ou descentralizados.

17. (CESPE/C0NSULT0R/SEFAZ-ES/2009) A natureza da despesa será complementada pela modalidade de aplicação, que indicará se os recursos são aplicados diretamente por órgãos ou entidades da mesma esfera de governo ou por outro ente da Federação.

Na questão 14, considerando que a modalidade de aplicação indica se a execução da despesa se dará pelo próprio ente público ou por agente que receba transferência, o gabarito é A.

A questão 15 está ERRADA, já que o conceito reproduzido é de modalidade de aplicação, e não de elemento de despesa.

A questão 16 repete a noção utilizada no MCASP, destacando a função principal da modalidade de aplicação. Questão CERTA.

A questão 17 está CERTA também, mais uma vez utilizando os conceitos do MCASP.

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Como isso cai na prova?

18. (FCC/ANALISTA/TRF-02/2007) Tratando-se de despesa pública, na Lei de Orçamento a discriminação da despesa orçamentária será feita, no mínimo, por elementos. Entende-se por elementos:

(A) a despesa paga à margem da Lei Orçamentária, independente de autorização legislativa.

(B) ao desdobramento da despesa com pessoal, material, serviços, obras e outros meios de que se serve a administração pública para a consecução dos seus fins .

(C) o agrupamento de serviços subordinados ao mesmo órgão ou repartição a que serão consignadas dotações próprias.

(D) a despesa cuja realização depende de autorização legislativa mas pode ser realizada sem crédito orçamentário.

(E) a despesa cuja realização não depende de autorização legislativa e pode ser realizada sem crédito orçamentário.

19. (FCC/ANALISTA/TRT-24/2006) Tendo em vista o Princípio da Transparência Pública, existe a obrigatoriedade do desdobramento suplementar dos elementos de despesa para atendimento das necessidades da escrituração contábil e controle da execução orçamentária.

20. (FCC/ANALISTA/MP-PE/2006) No orçamento, a classificação econômica da despesa deve ser desdobrada até o nível de categoria.

21. (CESPE/ANALISTA/ANA/2006) Mesmo que a lei de orçamento discrimine a despesa de capital em nível de elemento, poderá a administração pública, para sua execução, utilizar desdobramento que melhor atenda suas necessidades.

O conceito de elemento de despesa, como disposto na Lei 4.320/64, é o "desdobramento da despesa com pessoal, material, serviços, obras e outros meios de que se serve a administração pública para consecução dos seus fins". Gabarito: B.

Não há obrigatoriedade de desdobrar os elementos de despesa em níveis inferiores de classificação econômica. Essa é uma faculdade posta à disposição das unidades executoras do orçamento. A questão 19 está ERRADA.

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A questão 20 está ERRADA: a classificação econômica, no orçamento, deve ser desdobrada em categoria, grupo e modalidade de aplicação, conforme disciplinado pela Portaria 163/2001.

A questão 21 está CERTA. Como vimos, é possível desdobrar, se necessário, o elemento de despesa, para enquadrar ainda melhor o gasto a ser realizado.

CLASSIFICAÇÃO INSTITUCIONAL DA DESPESA

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A classificação institucional identifica quem são as estruturas responsáveis (ou, na linguagem do edital, os agentes responsáveis) pela execução da despesa. Nessa classificação, apontam-se o órgão orçamentário e a unidade orçamentária, subordinada àquele.

Apesar da sugestão do nome, "órgão orçamentário" não corresponde sempre a "órgão" no sentido dado pelo Direito Administrativo.

Tanto órgãos, significando "estruturas da administração direta", quanto entidades da administração indireta submetem-se a essa categorização.

Na verdade, "órgão orçamentário" é um agrupamento ainda mais aberto. Segundo o Manual Técnico de Orçamento (MTO), editado pela Secretaria de Orçamento Federal (SOF/MPOG),

Um órgão ou uma unidade orçamentária não corresponde necessariamente a uma estrutura administrativa, como ocorre, por exemplo, com alguns fundos especiais e com os "órgãos" "Transferências a Estados, Distrito Federal e Municípios", "Encargos Financeiros da União", "Operações Oficiais de Crédito", "Refinanciamento da Dívida Pública Mobiliária Federal" e "Reserva de Contingência".

Nesse sentido, às vezes o órgão orçamentário não corresponderá a um "agente" ou estrutura responsável pela execução de despesas, mas a agrupamentos de despesas. Assim, geralmente, a classificação institucional aponta "quem realiza" a despesa.

Atenção: já houve questões que tentaram misturar a classificação

institucional com a "classificação por esfera orçamentária". A

classificação por esfera, pouco cobrada em provas, indica qual dos três

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orçamentos instituídos pela CF/88 (fiscal, da seguridade e de

investimento das estatais) abrange a despesa a se classificar.

As unidades orçamentárias são aquelas indicadas na LOA como "titulares" das dotações. Assim, no momento de executar a despesa, os procedimentos pertinentes à execução se darão por agentes dessa unidade orçamentária.

Antes de prosseguir nesse assunto, vamos tratar de diferenciar os tipos de unidades que integram os órgãos e entidades da Administração, conforme os conceitos da STN:

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Unidade Orçamentária: unidade à qual o orçamento da União consigna dotações especificas para a realização de seus programas de trabalho e sobre os quais exerce o poder de disposição.

Unidade Administrativa: unidade à qual a lei orçamentária anual não consigna recursos e que depende de destaques ou provisões para executar seus programas de trabalho.

Unidade Gestora: Unidade orçamentária ou administrativa investida do poder de gerir recursos orçamentários e financeiros, próprios ou sob descentralização.

Portanto, para diferenciar esses tipos de unidades, vamos repisar que a unidade orçamentária é aquela que surge na LOA como titular da dotação.

As unidades administrativas não são beneficiárias diretas de dotações da LOA. Por isso, para executarem suas atribuições, precisam de transferências orçamentárias e financeiras, com o que poderão efetuar os pagamentos das despesas.

Por fim, as unidades gestoras podem ser tanto orçamentárias (titulares das dotações na LOA) quanto administrativas. Seu diferencial é o poder de gerir (transferir, receber, controlar e executar) dotações orçamentárias e recursos financeiros, ultrapassando a simples execução dos estágios da despesa.

Assim, como a execução do orçamento também fica a cargo de unidades administrativas e gestoras sem presença na LOA, é frequente a transferência, por parte das unidades orçamentárias, de dotações e seus recursos correspondentes para essas unidades administrativas e gestoras. Assim, elas são favorecidas indiretamente pela autorização de gastos da LOA.

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CLASSIFICAÇÃO FUNCIONAL

A classificação funcional da despesa, aplicável a todos os entes federados, é composta de dois níveis: funções e subfunções.

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Como isso cai na prova?

22. (FCC/ANALISTA/MP-PE/2006) A classificação institucional indica em que função e subfunção de governo os recursos orçamentários serão aplicados.

23. (FCC/C0NTAD0R/ARCE-CE/2006) Na classificação funcional-programática, a despesa pública desdobra-se em órgão orçamentário, unidade orçamentária e unidade de despesa.

24. (CESPE/ANALISTA/MIN. INTEGRAÇÃ0/2009) A classificação institucional da receita representa a estrutura orgânica e administrativa governamental, correspondendo a dois níveis hierárquicos: o órgão e a unidade orçamentária.

25. (CESPE/ANALISTA/TRE-MT/2010) Toda unidade orçamentária tem uma estrutura administrativa correspondente, o que pode ser exemplificado por alguns fundos especiais e pela unidade orçamentária denominada transferências a estados, Distrito Federal e municípios.

A função e a subfunção em que se enquadram as despesas são indicadas pela classificação funcional, como se verá mais adiante, e não pela classificação institucional. A questão 22 está ERRADA.

A questão 23 tem dois problemas: a classificação funcional-programática, já abandonada há alguns anos no Brasil, era uma mescla entre as classificações funcional e a estrutura programática. Além disso, não existe o nível de classificação "unidade de despesa". Questão ERRADA.

A questão 24 espelha corretamente os dois níveis da classificação da despesa sob o critério institucional. Questão CERTA.

A questão 25 contraria uma das observações que fizemos sobre a classificação institucional: nem sempre uma unidade orçamentária (ou órgão orçamentário) corresponde a uma estrutura administrativa. Questão ERRADA.

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Nos dizeres da Portaria MOG 42/99, que estabeleceu a atual classificação funcional, entende-se por função

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"o maior nível de agregação das diversas áreas de despesa que competem ao setor público. A função quase sempre se relaciona com a missão institucional do órgão, por exemplo, cultura, educação, saúde, defesa, que, na União, guarda relação com os respectivos Ministérios".

Assim, funções correspondem aos maiores setores de atuação do governo: educação, transporte, saúde, segurança pública etc.

As subfunções são o detalhamento das funções. Segundo a mesma Portaria, a subfunção trata-se de "uma partição da função, visando a agregar determinado subconjunto de despesa do setor público". Por exemplo, compreendidas na função Energia, temos as subfunções Conservação de Energia; Energia Elétrica; Petróleo; e Álcool.

Um detalhe interessante, e importante para concursos, é que as

subfunções podem ser cruzadas com funções diferentes da sua "matriz".

Por exemplo, a subfunção Desenvolvimento Científico, da função Ciência

e Tecnologia, pode se relacionar com a função Educação, para

discriminar uma despesa referente ao apoio concedido a universidades

federais, para publicação de pesquisas.

Em sentido contrário a essa possibilidade de cruzamentos, as subfunções

pertencentes à função "Encargos Especiais" só podem ser combinadas

com esta última. É que, diferentemente das outras, a função Encargos

Especiais e suas subfunções dizem respeito a uma atuação genérica do

governo, ou, como disse a questão, englobam despesas às quais não se

podem associar bens ou serviços.

A finalidade da classificação funcional, segundo o professor James Giacomoni, é "fornecer as bases para a apresentação de dados e estatísticas sobre os gastos públicos nos principais segmentos em que atuam as organizações do Estado".

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26. (FCC/TÉCNIC0 SUPERI0R/PGE-RJ/2009) Se os cidadãos estiverem interessados em conhecer os dados e estatísticas sobre os gastos públicos nos principais segmentos em que atuam as organizações do Estado, ou seja, no maior nível de agregação das diversas áreas de despesa que competem ao setor público deverão consultar a classificação da despesa

(A) por elementos de despesa.

(B) funcional.

(C) por programas.

(D) institucional.

(E) por categorias econômicas.

27. (FCC/ANALISTA/TRF-03/2007) Entende-se como o maior nível de agregação das diversas áreas de despesa que competem ao setor público:

(A) projeto.

(B) categoria econômica da despesa.

(C) natureza da despesa.

(D) programa.

(E) função.

28. (CESPE/ANALISTA/MCT/2008) A classificação funcional busca responder, basicamente, à indagação em que área de ação governamental a despesa será realizada, sendo que a função encargos especiais engloba as despesas às quais não se pode associar um bem ou serviço a ser gerado no processo produtivo corrente.

29. (CESPE/TÉCNIC0 SUPERI0R/MIN. SAÚDE/2008) A classificação funcional é composta por um rol de funções e subfunções prefixadas e padronizadas para a União, os estados, o DF e os municípios, as quais servirão de agregador dos gastos públicos por área de ação governamental.

30. (FCC/ANALISTA/TCE-AM/2008) Na classificação funcional, a despesa pública obedece à seguinte hierarquia:

| (A) função, subfunção, programa, projeto, atividade e operação especial. |

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CLASSIFICAÇÃO POR PROGRAMAS

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Segundo o MCASP, programa é

"o instrumento de organização da atuação governamental que articula um conjunto de ações que concorrem para a concretização de um objetivo comum preestabelecido, mensurado por indicadores instituídos no plano, visando à

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(B) função, subprograma, programa, projeto e atividade.

(C) programa, categoria econômica, natureza de despesa e elemento.

(D) órgão orçamentário, unidade orçamentária e unidade de despesa.

(E) categoria, natureza de despesa, modalidade de aplicação e elemento.

31. (CESPE/ANALISTA/TCE-AC/2009) A classificação funcional da despesa tem subfunções que não podem ser combinadas com funções diferentes daquelas a que estejam vinculadas.

O enunciado da questão 26, ao tratar das "áreas que competem ao setor público", refere-se à classificação funcional da despesa. Gabarito: B.

Na questão 27, o conceito do maior nível de agregação das áreas de despesa é justamente o de função. Gabarito: E.

A questão 28 resume apropriadamente o objetivo da classificação funcional da despesa, e destaca bem o caráter neutro da função "Encargos Especiais". Questão CERTA.

A questão 29 indica os dois níveis da classificação funcional e a obrigação de todos os entes federados adotarem tal classificação. Questão CERTA.

A questão 30 traz um "costume" estranho da FCC: algumas vezes, ela considera que a classificação funcional abrange também a estrutura programática (que é composta de programas e ações - estas últimas se subdividindo em projetos, atividades e operações especiais, como indicado adiante). Não é correto fazer essa associação, mas, como isso já ocorreu mais de uma vez, é bom abrir o olho para a insistência da banca. Gabarito: A.

A questão 31 contraria a possibilidade que estudamos de subfunções poderem ser combinadas com funções diferentes daquela de sua vinculação (exceto quanto às subfunções da função Encargos Especiais). Questão ERRADA.

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solução de um problema ou ao atendimento de determinada necessidade ou demanda da sociedade".

A estrutura programática do orçamento reflete a vinculação entre as atividades de planejamento e de orçamentação.

Do lado da estratégia, o Plano Plurianual é o instrumento em que se concretiza o planejamento do governo, tendo, como resultado, uma lista de programas, com a visão de médio prazo para a atuação governamental.

Do lado operacional, o programa é o ponto de partida para a execução da Lei Orçamentária; as classificações de despesa e de receita que estamos estudando são, na verdade, complementares à organização programática.

Os programas, na forma como está estruturada atualmente a classificação programática, são compostos por ações. As ações orçamentárias se dividem em três tipos, conforme estabelecido pela Portaria MOG 42/99:

Projeto: um instrumento de programação para alcançar o objetivo de um programa, envolvendo um conjunto de operações, limitadas no tempo, das quais resulta um produto que concorre para a expansão ou o aperfeiçoamento da ação de governo;

Atividade: um instrumento de programação para alcançar o objetivo de um programa, envolvendo um conjunto de operações que se realizam de modo contínuo epermanente, das quais resulta um produto necessário à manutenção da ação de governo;

Operações Especiais: as despesas que não contribuem para a manutenção das ações de governo, das quais não resulta um produto, e não geram contraprestação direta sob a forma de bens ou serviços.

Perceba, inicialmente, a grande semelhança entre as definições de projeto e de atividade. Vamos distinguir esses conceitos.

A primeira diferença reside nos termos "expansão e aperfeiçoamento" da ação de governo, no tocante aos projetos, e na "manutenção" da ação do governo, relativa às atividades.

A partir disso, entende-se que os projetos envolvem uma atuação mais intensiva do poder público, aumentando o nível de esforços empreendidos no alcance dos objetivos de governo.

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Já as atividades, como se conclui da redação da Portaria, dizem respeito à continuidade dos serviços e das atribuições normais do Estado, também em direção ao alcance dos objetivos governamentais.

A outra diferença entre projetos e atividades está na duração. Os projetos são "limitados no tempo"; as atividades se realizam "de modo contínuo e permanente". Assim, projetos são esporádicos: aumentam ou aperfeiçoam a ação governamental e se extinguem. Por outro lado, as atividades mantêm a atuação governamental no nível e na qualidade executados.

A partir desses comentários, podemos seguir o entendimento de que, normalmente, projetos estão ligados a despesas de capital, sobretudo investimentos, e que atividades estão ligadas a despesas correntes (custeio).

As operações especiais foram conceituadas pela Portaria MOG 42/99 com uma série de negações. Não contribuem para manutenção das ações de governo, não resultam num produto e não geram contraprestação. Normalmente, operações especiais são transferências e pagamentos diversos, sem retorno direto (contraprestação) para o governo, como indenizações, aposentadorias, benefícios, precatórios, juros etc.

Por fim, na codificação da classificação programática, há mais um nível a se destacar. Além dos programas e das ações que os compõem, existe o subtítulo, ou localizador do gasto.

A definição do subtítulo depende da localização geográfica dos beneficiados pela ação programática. Assim, quanto mais restrito o público beneficiário de uma ação, mais o subtítulo refletirá essa regionalização.

Nesse sentido, pode haver ações de alcance nacional (subtítulo 0001) até ações restritas a municípios (cada município tem seu código de subtítulo).

Conforme o Manual de Elaboração do PPA 2008-2011,

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"a adequada localização do gasto permite maior controle governamental e social sobre a implantação das políticas públicas adotadas, além de evidenciar a focalização, os custos e os impactos da ação governamental".

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32. (ESAF/AUDIT0R/TCE-G0/2007) 0 projeto é um instrumento de organização da ação governamental que articula um conjunto de ações e concorre para um objetivo comum preestabelecido, visando a solucionar um problema ou a atender uma necessidade ou demanda da sociedade.

33. (FCC/TÉCNIC0/MPU/2007) 0 instrumento de ação governamental que é utilizado para alcançar o objetivo de um programa, envolvendo um conjunto de operações que se realizam de modo contínuo e permanente, necessárias à manutenção da referida ação, é denominado

(A) subfunção.

(B) função.

(C) operação especial.

(D) projeto.

(E) atividade.

34. (FCC/ANALISTA/TCE-G0/2009) No orçamento público, vários critérios são considerados na classificação das despesas. As categorias "Projeto" e "0perações Especiais" fazem parte da classificação

(A) funcional.

(B) por programas.

(C) por categorias econômicas.

(D) por modalidade de aplicação de recursos.

(E) por elementos.

35. (CESPE/AUDIT0R/UNIPAMPA/2009) No âmbito do PPA, o programa pode ser entendido como um conjunto de operações limitadas no tempo, ou seja, que serão executadas ao longo dos orçamentos que integram o plano. Essas operações resultam em atividade ou projeto, que corroboram para a expansão e o aperfeiçoamento da ação do governo.

36. (FCC/ANALISTA/TJ-SE/2009) São classificadas como 0perações Especiais as despesas que

(A) geram contraprestação direta sob a forma de bens ou serviços.

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ETAPAS DA DESPESA ORÇAMENTÁRIA

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(B) resultam em um produto.

(C) contribuem para manutenção das ações de governo.

(D) não geram contraprestação direta sob a forma de bens ou serviços.

(E) concorrem para expansão da ação de governo.

A questão 32 está ERRADA: o enunciado tratou do conceito de programa, e não de projeto.

Na questão 33, o conjunto de operações contínuas e permanentes caracteriza a ação orçamentária do tipo atividade. Gabarito: E.

Na questão 34, projetos e operações especiais são ações orçamentárias, que compõem, portanto, a classificação por programas. Gabarito: B.

A questão 35 traz o conceito de "projeto", que é uma ação formadora dos programas. Questão ERRADA.

Por fim, sobre a questão 36, que exige o reconhecimento de características das operações especiais, devemos lembrar da "série de negativas" que se aplicam a esse conceito. Gabarito: D.

A partir de agora, vamos tratar da execução da despesa orçamentária.

O Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público indica a existência de três

etapas referentes à despesa orçamentária: o planejamento, a execução em si

mesma e o controle/avaliação.

Planejamento

A principal fase do planejamento da despesa é a fixação. No Manual, a fixação

é discriminada nos seguintes termos:

A fixação da despesa refere-se aos limites de gastos, incluídos nas leis orçamentárias com base nas receitas previstas, a serem efetuados pelas entidades públicas. A fixação da despesa orçamentária insere-se no processo

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de planejamento e compreende a adoção de medidas em direção a uma situação idealizada, tendo em vista os recursos disponíveis e observando as diretrizes e prioridades traçadas pelo governo.

A fixação da despesa ganha corpo nas dotações da LOA e dos créditos

adicionais, e representa o teto máximo que pode ser atingido pelos gastos

públicos durante o exercício.

As provas tratam a fixação como um dos "estágios" percorridos pela despesa

orçamentária. Assim, sendo chamada de fase, ou de estágio, considere a

fixação como parte do processamento da despesa, ligada ainda à etapa de

planejamento.

O MCASP informa que a fixação é finalizada com a autorização dada pelo

Legislativo ao aprovar o projeto de lei orçamentária ou de créditos adicionais.

A etapa de planejamento da despesa compreende ainda os seguintes passos:

• descentralização de créditos: nem sempre a despesa será executada

diretamente pela unidade beneficiada pelo crédito orçamentário

(detalharemos isso mais adiante, nesta aula). Antes da execução da

despesa, pode haver movimentações de créditos entre unidades do

mesmo órgão/entidade ou de órgãos/entidades diferentes, por

razões quaisquer. Isso não altera a finalidade ou o objeto do gasto; como

diz o MCASP, "a única diferença é que a execução da despesa

orçamentária será realizada por outro órgão ou entidade";

• programação orçamentária e financeira: consiste na compatibilização

do fluxo dos pagamentos com o fluxo dos recebimentos, visando ao ajuste

da despesa fixada às novas projeções de resultados e da arrecadação;

• processo de licitação e contratação: como regra, os entes públicos

deverão realizar procedimentos licitatórios para a aquisição de bens e

serviços, por ordem constitucional (art. 37, inc. XXI). Assim, a partir de

uma licitação, ou de um processo de dispensa/inexigibilidade de licitação,

define-se o profissional ou empresa a se contratar, junto a quem serão

obtidos os bens/serviços de necessidade do ente público. Entretanto,

deve-se considerar que nem toda despesa será executada a partir de

um procedimento licitatório: nesse ponto, pode-se citar, por exemplo,

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o pagamento de pessoal e de encargos sociais, ou a amortização da

dívida.

Execução da despesa

Desde a Lei 4.320/64, a execução da despesa é subdividida em três estágios,

que são "fregueses frequentes" em provas de concursos: o empenho, a

liquidação e o pagamento. Vamos estudá-los com calma.

Primeiro estágio: empenho. Como já falamos, a despesa deve ser

executada a partir das deliberações de um agente legitimado para tanto. A

legislação dá a esse agente a denominação de "ordenador de despesas".

O empenho foi conceituado pela lei como uma obrigação pendente para o

Estado. As pendências que transformarão o empenho numa despesa efetiva

serão resolvidas no próximo estágio, a liquidação.

Vejamos o que a Lei 4.320/64 fala sobre o estágio do empenho:

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Como isso cai na prova?

37. (FCC/ANALISTA/TRE-SE/2007) A fixação da despesa é caracterizada pela Lei do Orçamento.

38. (CESPE/CONTADOR/IPAJM-ES/2010) As descentralizações, a exemplo das transferências e transposições, modificam o valor da programação ou de suas dotações orçamentárias.

A questão 37 está CERTA. Como visto, a fixação da despesa é um processo

plural, realizado a partir de diretrizes e prioridades fixadas pelo governo, e que

se finaliza com a autorização do Legislativo, com a aprovação do projeto de

LOA.

A questão 38 também está ERRADA. Como visto, as descentralizações de

créditos alteram apenas a unidade responsável pela execução orçamentária.

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Art. 58. O empenho de despesa é o ato emanado de autoridade competente que cria para o Estado obrigação de pagamento pendente ou não de implemento de condição.

Art. 59 - O empenho da despesa não poderá exceder o limite dos créditos concedidos.

(...)

Art. 60. É vedada a realização de despesa sem prévio empenho.

§ 1° Em casos especiais previstos na legislação específica será dispensada a emissão da nota de empenho.

§ 2° Será feito por estimativa o empenho da despesa cujo montante não se possa determinar.

§ 3° É permitido o empenho global de despesas contratuais e outras, sujeitas a parcelamento.

Art. 61. Para cada empenho será extraído um documento denominado "nota de empenho " que indicará o nome do credor, a representação e a importância da despesa bem como a dedução desta do saldo da dotação própria.

O "limite dos créditos concedidos", citado no art. 59, significa o total

autorizado para o tipo de despesas executado. Se a autorização destinada a

um órgão, para compra de material de expediente, por exemplo, foi de R$ 10

milhões, os empenhos não poderão ultrapassar esse valor.

Atualmente, com a utilização do SIAFI, há suficiente controle

contábil/eletrônico sobre o total autorizado para os diferentes tipos de

despesa, de forma que essa preocupação da lei, expedida em 1964,

encontra-se suprida.

A nota de empenho é o documento que comprova a emissão do empenho, e

que atesta a reserva de dotação para atender a despesa. É um comprovante

de "fundos orçamentários". Entretanto, há situações em que, por permissão

legal, a nota pode não ser emitida (por exemplo, pagamento da

remuneração de servidores públicos).

A nota de empenho, além de garantia de crédito disponível para executar a

despesa, pode ser utilizada como documento substituto de termos de 27

Page 28: Aula 05

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contratos da Administração com particulares. Essa é uma possibilidade

prevista no art. 62 da Lei 8.666/93:

Vamos tecer também alguns comentários sobre os tipos de empenho:

ordinário, global e por estimativa.

Empenho ordinário. O empenho ordinário, como faz pensar seu nome, é

entendido como o empenho "normal", "comum". Mas, nesse âmbito, o que é

normal ou comum?

Vamos pensar em despesas as mais simples: há uma contratação, cujo valor já

está determinado, e sua quitação se dará por meio de um só pagamento. A

Administração contrata o fornecedor, este entrega o bem ou serviço e recebe

por ele. Pá-pum.

Assim, empenhos ordinários se referem a despesas de valor determinado,

para pronto pagamento.

Empenho por estimativa. Por sua vez, os empenhos por estimativa são

empregados para processamento de despesas sem valor conhecido

previamente. Os exemplos mais comuns são de despesas recorrentes, de

prestação variável, como contas de telefone, água e luz. Nesses casos, o

empenho por estimativa é registrado e vai sendo executado aos poucos,

para cobrir as faturas que vão chegando.

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Art. 62. O instrumento de contrato é obrigatório nos casos de concorrência e de tomada de preços, bem como nas dispensas e inexigibilidades cujos preços estejam compreendidos nos limites destas duas modalidades de licitação, e facultativo nos demais em que a Administração puder substituí-lo por outros instrumentos hábeis, tais como carta-contrato, nota de empenho de despesa, autorização de compra ou ordem de execução de serviço.

ATENÇÃO! Já é uma questão manjada em provas misturar a

possibilidade de "não emissão da nota de empenho" com a "não emissão

do empenho". Não há despesa sem prévio empenho, sem exceções. Não

perca esse ponto fácil.

Page 29: Aula 05

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Pelo fato de conter apenas uma estimativa de gasto, o empenho por estimativa

implica ajustes à sua execução. Se, ao final, para cobrir a despesa, for

necessário um montante maior que o saldo do empenho por estimativa,

será necessário reforçar o empenho; se, após a finalização da despesa,

restar um saldo do empenho por estimativa, procede-se à anulação desse

saldo.

Empenho global. No empenho global, temos acumuladas características dos

dois outros, já vistos: o pagamento é feito em parcelas, assim como ocorre

com o empenho por estimativa, mas o valor da despesa é determinado, tal

qual na hipótese de empenho ordinário.

O empenho global é utilizado para execução de despesas contratuais e outras,

sujeitas a parcelamento, como prestação de serviços contínuos ou

realização de obras, que tiveram a fixação de seu valor no instrumento

contratual assinado entre a Administração e o fornecedor.

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Como isso cai na prova?

39. (FCC/ANALISTA/TRE-AM/2009) A nota de empenho indicará o nome do credor, a especificação e a importância da despesa, bem como a dedução desta do saldo da dotação própria.

40. (FCC/ANALISTA/TCE-AM/2008) A realização de despesa sem prévio empenho é permitida quando não se pode determinar o montante exato da despesa.

41. (FCC/ANALISTA/TRE-SP/2006) 0 empenho da despesa poderá exceder o limite dos créditos concedidos à unidade orçamentária, desde que autorizado pelo Poder Legislativo.

42. (FCC/AUDIT0R/TCE-SP/2008) Não é permitido o empenho global de despesas contratuais e outras, sujeitas a parcelamento.

43. (FCC/PR0CURAD0R/TCE-AL/2008) Será feito por estimativa o empenho da despesa cujo montante não se possa determinar.

A questão 39 reproduziu o teor do art. 61 da Lei 4.320/64. Questão CERTA.

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Segundo estágio: liquidação. Vejamos os dispositivos legais aplicáveis à

liquidação:

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Como já falamos, não existe despesa sem prévio empenho, sem exceção. A

questão 40 está ERRADA.

A questão 41 toca em outra vedação da Lei 4.320/64: os empenhos não

podem ultrapassar o limite concedido pelas dotações orçamentárias. Questão

ERRADA.

O empenho global é destinado justamente a atender despesas contratuais e

outras, sujeitas a parcelamento. A questão 42 também está ERRADA.

A questão 43 indicou a previsão correta para a utilização do empenho por

estimativa. Questão CERTA.

Lei 4.320/64, Art. 62. O pagamento da despesa só será efetuado quando ordenado após sua regular liquidação.

Art. 63. A liquidação da despesa consiste na verificação do direito adquirido pelo credor tendo por base os títulos e documentos comprobatórios do respectivo crédito.

§ 1° Essa verificação tem por fim apurar:

I - a origem e o objeto do que se deve pagar;

II - a importância exata a pagar;

III - a quem se deve pagar a importância, para extinguir a obrigação.

§ 2° A liquidação da despesa por fornecimentos feitos ou serviços prestados terá por base:

I - o contrato, ajuste ou acordo respectivo;

II - a nota de empenho;

III - os comprovantes da entrega de material ou da prestação efetiva do serviço.

Page 31: Aula 05

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Como visto nas disposições acima, na liquidação, faz-se uma conferência

documental para atestar que a despesa empenhada foi realizada, ou seja,

confirmar a ocorrência do fato gerador da despesa: um serviço foi prestado,

um produto foi entregue, uma obra foi construída etc.

É necessário, para tanto, que sejam verificados pela unidade responsável os

documentos fiscais, atestados de recebimento, comprovantes de prestação de

serviço, nota de empenho etc., conforme o caso.

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Como isso cai na prova?

44. (FCC/AUDIT0R/TCE-MG/2005) A liquidação de despesa consiste na verificação do direito adquirido pelo credor, tendo por base os títulos e documentos comprobatórios do respectivo crédito. Com relação a essa verificação é INC0RRET0 afirmar que tem por fim apurar

(A) a origem e o objeto do que se deve pagar.

(B) os comprovantes da entrega do material ou da prestação do serviço.

(C) a importância exata a pagar.

(D) a quem se deve pagar a importância, para extinguir a obrigação.

(E) a origem e o objeto do que se deve pagar e a importância exata a

pagar.

45. (CESPE/ANATEL/ANALISTA/2006) 0 pagamento de despesas poderá existir sem a apresentação de documentos processados pela contabilidade. Nesse caso, a autoridade competente apresentará, ao ordenador de despesas, posteriormente, sua justificativa e autorização da unidade gestora para tal atitude.

Das opções da questão 44, o único item não apurado no estágio da liquidação

diz respeito aos "comprovantes da entrega do material ou da prestação do

serviço". Esses comprovantes servem justamente para legitimar as

informações que se verificam na liquidação. Gabarito: B.

A questão 45 peca ao assumir a possibilidade de pagamento de despesas sem

certificação documental (feita na liquidação). Questão ERRADA.

Page 32: Aula 05

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Terceiro estágio: pagamento. Novamente, vamos começar pela legislação:

Em estudos iniciais de AFO, é possível misturamos os conceitos de "crédito" e

"recurso". Vale a pena distinguir inicialmente essas palavras, que têm uma

relação muito próxima. 32

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Art. 64. A ordem de pagamento é o despacho exarado por autoridade competente, determinando que a despesa seja paga.

Art. 65. O pagamento da despesa será efetuado por tesouraria ou pagadoria regularmente instituídos por estabelecimentos bancários credenciados e, em casos excepcionais, por meio de adiantamento.

Nesse estágio, novamente, temos a autoridade competente (o ordenador de

despesas) determinando a execução dos atos relativos à despesa

orçamentária.

No caso da efetivação do pagamento, a redação do art. 65 da Lei está meio

"atrasada"; tesourarias e pagadorias funcionando junto aos órgãos públicos

não correspondem mais à realidade. Hoje em dia, maciçamente, os

pagamentos se dão por via bancária.

Como isso cai na prova?

46. (FCC/PROCURADOR/TCE-MG/2007) O pagamento da despesa só será efetuado quando ordenado após sua regular liquidação.

47. (CESPE/CONTADOR/DPU/2010) As despesas não liquidadas poderão ser pagas no próprio exercício se houver disponibilidade financeira suficiente.

A questão 46 reproduz corretamente o espírito da lei, que não permite

sequência diferente na execução da despesa. Questão CERTA.

A questão 47 está ERRADA: "pulou-se" o estágio da liquidação para se realizar

o pagamento, o que é vedado pela legislação.

MECANISMOS DE DESCENTRALIZAÇÃO

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A palavra "crédito", na contabilidade pública, tem a ver com a autorização

orçamentária para o gasto, e a palavra "recurso" corresponde ao aspecto

financeiro do orçamento, ou seja, ao dinheiro cuja utilização foi autorizada

mediante a edição do crédito.

Na administração financeira/orçamentária, verificam-se fatos ligados ao

orçamento que envolvem reflexos financeiros e outros que implicam apenas

lançamentos contábeis (fatos estritamente orçamentários).

No caso da execução da despesa, inicialmente ocorrem fatos

orçamentários, no nascimento e na confirmação da obrigação a pagar, e o

impacto financeiro é registrado ao final, com a quitação junto ao credor.

Pois bem, antes de se chegar à execução da despesa em termos de

estágios, ou seja, antes do empenho, pode haver algumas transações entre

órgãos e entidades, com o emprego dos créditos autorizados e os recursos

correspondentes.

Como vimos anteriormente, na etapa de planejamento da despesa está

compreendida a fase de "descentralização de créditos". Isso significa que

certo órgão ou entidade, por alguma razão, decide não executar

diretamente a despesa, mas transferir esse encargo a outro órgão/entidade.

Nesse sentido, é importante ressaltar uma informação que vimos nos

estudos sobre as etapas da despesa pública. A descentralização de

créditos de uma unidade para outra não altera nada na classificação da

despesa. Apenas o responsável pela execução é que muda.

A ideia é que a autorização dada pelo Legislativo, ao aprovar o projeto

de LOA, continue sendo respeitada, embora a unidade responsável pela f • A/ m A/ • • • Ia | • • • | _ aplicaçao dos recursos nao seja mais a indicada inicialmente.

Como isso cai na prova?

48. (CESPE/C0NSULT0R/SEFAZ-ES/2009) Enquanto a execução orçamentária se refere à utilização dos recursos consignados no orçamento ou na L0A, a execução financeira representa a utilização de créditos financeiros. Na técnica orçamentária, reserva-se o termo recurso para designar o lado orçamentário e crédito para o lado financeiro.

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Instrumentos de descentralização

Bom, agora que temos o alicerce pronto, vamos ao miolo.

A "primeira descentralização de créditos", digamos assim, ocorre logo que a

LOA é aprovada. A partir desse momento, com a certeza de quantas e quais

dotações serão atribuídas às unidades orçamentárias, a Secretaria de

Orçamento Federal transfere os dados relativos ao orçamento para o SIAFI,

sistema em que se dará a execução orçamentária.

Assim, as unidades titulares dos créditos orçamentários recebem dotações,

espécie que estou chamando de "primeira descentralização de créditos". Como

já está assentado, isso representa a autorização para a realização de

despesas.

A partir daí, antes de realizar a despesa, as descentralizações de créditos

orçamentários podem se dar entre órgãos/entidades de estruturas

diferentes (descentralização externa) ou entre unidades de um mesmo

órgão/entidade (descentralização interna).

A descentralização externa, entre estruturas diferentes, é chamada de

destaque. A descentralização interna denomina-se provisão.

Portanto, em termos orçamentários, temos, inicialmente, a dotação, liberada

pela SOF para as unidades titulares dos créditos; e depois temos o destaque

e a provisão, referindo-se respectivamente a descentralizações externas e

internas.

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49. (CESPE/CONTADOR/DPU/2010) A descentralização de créditos orçamentários transfere a programação para outra unidade orçamentária.

A questão 48 inverteu os conceitos: "recurso" diz respeito ao lado financeiro, e

"crédito", ao lado orçamentário. Questão ERRADA.

Como já visto, a descentralização de créditos não muda nada na classificação

da despesa, nem mesmo a unidade orçamentária responsável. Apenas a

execução prática é transferida. A questão 49 está ERRADA.

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Movimentação financeira

Muito bem, já que falamos do lado orçamentário, vamos ao financeiro.

Traçando um paralelo com o esquema orçamentário que vimos acima, também

há uma centralização inicial dos recursos para utilização pelas unidades

gestoras e administrativas. Isso ocorre no âmbito da Secretaria do Tesouro

Nacional.

Ao contrário da SOF, que libera as dotações orçamentárias de uma vez só para

as unidades, durante o exercício financeiro a STN vai liberando os

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50. (FCC/ANALISTA/TRT-03/2009) No SIAFI, a movimentação de créditos que consiste na transferência, de uma unidade gestora para outra, do poder de utilizar créditos orçamentários que lhe tenham sido consignados na Lei 0rçamentária Anual é um instrumento de

(A) unificação das dotações orçamentárias.

(B) descentralização da previsão de despesas orçamentárias.

(C) centralização da arrecadação de receitas orçamentárias.

(D) descentralização da execução de receitas orçamentárias.

(E) descentralização da execução de despesas orçamentárias.

51. (FCC/ANALISTA/TRE-AL/2010) A descentralização externa de créditos orçamentários realizada em nível de órgão setorial entre unidades gestoras de Órgãos/Ministérios denomina-se:

(A) Provisão.

(B) Destaque.

(C) Dotação.

(D) Repasse.

(E) Sub-repasse.

Quanto à questão 50, a movimentação de créditos que vimos estudando diz

respeito à descentralização da execução das despesas. Gabarito: E.

Na questão 51, a descrição do enunciado se refere ao conceito de destaque.

Gabarito: B.

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correspondentes recursos para as unidades aos poucos, proporcionalmente

ao ritmo de execução orçamentária. Essas liberações financeiras da STN

para as unidades chamam-se cotas.

Assim, da mesma forma que existem descentralizações orçamentárias externas

e internas, também existem movimentações financeiras externas e

internas.

As movimentações financeiras entre órgãos/entidades de estruturas

diferentes são chamadas de repasses (movimentações externas), e as

movimentações entre unidades de uma mesma estrutura denominam-se

sub-repasses (movimentações internas).

Creio que já tenha ficado evidente: o processo que ocorre no lado financeiro,

com as movimentações de recursos, é um espelho do que ocorre com as

descentralizações de créditos orçamentários.

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Como isso cai na prova?

52. (FCC/ANALISTA/TRF-04/2010) Sub-repasse é a

(A) liberação de recursos do órgão central para o órgão setorial de

programação financeira.

(B) liberação de recursos dos órgãos setoriais de programação financeira

para entidades da administração indireta e entre estas e ainda de um

ministério para o outro.

(C) movimentação de créditos entre unidades gestoras de órgãos ou

entidades de estrutura diferente.

(D) movimentação de créditos entre unidades gestoras de um mesmo

órgão ou entidades integrantes do orçamento fiscal e da seguridade social.

(E) liberação de recursos dos órgãos setoriais de programação financeira

para as unidades gestoras de sua jurisdição e entre as unidades gestoras de

um mesmo ministério, órgão ou entidade.

Sub-repasse é uma movimentação financeira entre unidades que pertencem ao

mesmo contexto organizacional. Essa noção está disposta na alternativa E.

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E não é para ser diferente; o recurso deve acompanhar o crédito, dando-lhe

suporte financeiro, ou, como dizemos no dia a dia, dando "fundos" ao

crédito.

Portanto, podemos traçar um paralelo entre as figuras que acabamos de

conhecer:

• as dotações orçamentárias transferidas pela SOF serão suportadas

financeiramente pelas cotas financeiras liberadas pela STN;

• os destaques orçamentários de um órgão/entidade para uma unidade

de estrutura diferente (externa) corresponderão, posteriormente, à

liberação de repasses financeiros às mesmas unidades beneficiárias;

• as provisões orçamentárias entre unidades de uma mesma estrutura

(internas) corresponderão, posteriormente, à liberação de sub-repasses

financeiros.

No site da STN, existe um diagrama interessante sobre o assunto:

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Acima, vemos os universos orçamentário e financeiro espelhados: a SOF

liberando dotações (apesar de não ter surgido o nome), e a STN, cotas; o

Ministério A descentralizando créditos para o Ministério B (destaque); a

unidade central do Ministério B descentralizando provisão para uma

unidade do mesmo órgão, e por aí afora, exatamente como descrevemos

nos comentários acima.

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Muito bem, caro aluno, chegamos ao fim desta aula. Muita informação importante foi vista hoje!

Na semana que vem, trataremos de outros tópicos relativos à despesa pública.

Um abraço, bons estudos!

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Como isso cai na prova?

53. (CESPE/ANALISTA/MPU/2010) É correto afirmar que dotação orçamentária está para cota financeira e destaque orçamentário está para repasse financeiro, assim como provisão orçamentária está para sub-repasse financeiro.

54. (FCC/ANALISTA/MPU/2007) Na execução orçamentária e financeira, os termos destaque e repasse estão relacionados, respectivamente, com

(A) obtenção de autorização para créditos extraordinários e créditos

especiais.

(B) fixação da reserva de contingências e liberação financeira de créditos

adicionais.

(C) autorização de despesa orçamentária e previsão de receita

extraorçamentária.

(D) autorização orçamentária e transferência de recursos financeiros.

(E) autorização de despesa extraorçamentária e arrecadação de receita

orçamentária.

A questão 53 faz uma correlação acertada entre as figuras da descentralização orçamentária e da movimentação financeira. Questão CERTA.

Quanto à questão 54, fixando o entendimento, destaque é uma descentralização orçamentária externa, e repasse é uma movimentação financeira externa, correspondente àquela primeira. Gabarito: D.

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RESUMO DA AULA

1. Na contabilidade geral, a despesa representa uma baixa no patrimônio, que pode envolver ou não a saída de recursos do caixa. No setor público, ao se falar de despesa, consideraremos fluxos de recursos saindo do caixa (embora o registro da despesa seja anterior à saída financeira).

2. No caso da despesa orçamentária, diferentemente da receita, o regime contábil é de competência, sempre.

3. A palavra "crédito", na contabilidade pública, tem a ver com a autorização orçamentária para o gasto, e a palavra "recurso" corresponde ao aspecto financeiro do orçamento.

4. A categoria econômica da despesa indica o efeito que ela terá sobre a economia. Assim, existem as categorias "despesa corrente" e "despesa de capital".

5. Os grupos de natureza da despesa constituem, conforme a Portaria 163, "a agregação de elementos de despesa que apresentam as mesmas características quanto ao objeto de gasto".

6. A modalidade de aplicação indica a forma como a despesa será executada: ou diretamente pelos órgãos e entidades do ente público responsável pela despesa, ou mediante transferências.

7. Atualmente, na lei orçamentária, a despesa, quanto à classificação econômica, é classificada no mínimo em categoria econômica, grupo de natureza da despesa e modalidade de aplicação. O elemento de despesa pode surgir também na LOA, mas não obrigatoriamente. Além disso, se for necessário, a unidade executora da despesa poderá desdobrar, facultativamente, o elemento de despesa, para tornar a classificação ainda mais fiel ao gasto realizado.

8. As despesas correntes representam gastos de manutenção da máquina estatal. Já as despesas de capital envolvem a aplicação de recursos em bens/serviços que resultarão na expansão, ou, ao menos, na transformação do patrimônio estatal.

9. As despesas correntes são, via de regra, efetivas; despesas de custeio normalmente resultam em baixas patrimoniais. Por outro lado, despesas de capital envolvem permutação de elementos patrimoniais, como regra.

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10. Simplificadamente, investimentos significam injeção de recursos em bens de capital novos, ou criação de bens de capital, que aumentam o produto interno bruto; inversões financeiras implicam a aquisição de bens de capital já existentes, sem alteração do PIB.

11. A classificação por esfera indica qual dos três orçamentos instituídos pela CF/88 (fiscal, da seguridade e de investimento das estatais) abrange a despesa a se classificar.

12. A classificação institucional identifica quem são as estruturas responsáveis pela execução da despesa. Nessa classificação, apontam-se o órgão orçamentário e a unidade orçamentária, subordinada àquele. Entretanto, "órgão orçamentário" não corresponde sempre a "órgão" no sentido dado pelo Direito Administrativo.

13. A classificação funcional, obrigatória para todos os entes, é composta de dois níveis: funções e subfunções.

14. Entende-se por função "o maior nível de agregação das diversas áreas de despesa que competem ao setor público". A subfunção é "uma partição da função, visando a agregar determinado subconjunto de despesa do setor público".

15. Subfunções podem ser cruzadas com funções diferentes da sua função "matriz". A exceção ocorre quanto às subfunções pertencentes à função Encargos Especiais, que só podem ser combinadas com esta última.

16. Os programas, na forma como está estruturada atualmente a classificação programática, são compostos por ações. As ações orçamentárias se dividem em três tipos: projetos, atividades e operações especiais.

17. Projetos, que constituem ações limitadas no tempo, envolvem uma atuação mais intensiva do poder público, aumentando o nível de esforços empreendidos no alcance dos objetivos de governo.

18. Atividades, que se realizam de modo contínuo e permanente, dizem respeito à continuidade dos serviços e das atribuições normais do Estado, também em direção ao alcance dos objetivos governamentais.

19. Normalmente, operações especiais são transferências e pagamentos diversos, sem retorno (contraprestação) ao governo, como indenizações, aposentadorias, benefícios, precatórios, juros etc.

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20. Na codificação da classificação programática, além dos programas e das ações que os compõem, existe o subtítulo, ou localizador do gasto. A definição do subtítulo depende da localização geográfica dos beneficiados pela ação programática.

21. A Lei 4.320/64 estabelece três estágios percorridos pela receita orçamentária em sua execução, mas a doutrina e as provas entendem existir mais um, que antecede todos eles: a previsão, que se caracteriza como um estágio de planejamento.

22. Segundo o art. 53 da Lei 4.320/64, "O lançamento da receita é o ato da repartição competente que verifica a procedência do crédito fiscal e a pessoa que lhe é devedora e inscreve o débito desta". Nem todas as receitas percorrem o estágio do lançamento.

23. A arrecadação envolve a entrega dos recursos devidos pelos contribuintes aos agentes arrecadadores ou às instituições financeiras autorizadas pelo ente recebedor, ainda sem chegada à conta do Tesouro. Segundo a Lei 4.320/64, a arrecadação é o estágio em que se registra o pertencimento da receita ao exercício financeiro.

24. O estágio do recolhimento consiste na entrega, pelos agentes arrecadadores e pela rede bancária autorizada, do produto da arrecadação ao caixa do Tesouro, correspondendo à efetiva disponibilização de recursos ao ente público.

25. Os estágios da despesa relacionados na Lei 4.320/64 são o empenho, a liquidação e o pagamento, mas é pacífica a existência do estágio da fixação, anterior a todos eles.

26. A fixação da despesa, com a publicação da lei orçamentária, representa a definição das ações para serem executadas durante o exercício, com a quantificação dos recursos necessários para atender às realizações programadas.

27. O empenho das despesas é o ato emanado de autoridade competente que cria para o Estado obrigação de pagamento pendente ou não de implemento de condição.

28. Não há despesa sem prévio empenho, mas, em casos especiais, previstos na legislação específica, será dispensada a emissão da nota de empenho.

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29. O empenho ordinário se destina a despesas de valor determinado, para pronto pagamento.

30. O empenho por estimativa é empregado para processamento de despesas sem valor conhecido previamente. Os exemplos mais comuns são de despesas recorrentes, de prestação variável, como contas de telefone, água e luz.

31. O empenho global tem características dos dois outros: o pagamento é feito em parcelas, assim como ocorre com o empenho por estimativa, mas o valor da despesa é determinado, tal qual na hipótese de empenho ordinário.

32. No estágio da liquidação, faz-se uma conferência documental para atestar que a despesa empenhada foi realizada, ou seja, confirmar a ocorrência do fato gerador da despesa.

33. A ordem de pagamento é o documento exarado por autoridade competente, determinando que a despesa seja paga.

34. A palavra "crédito", na contabilidade pública, tem a ver com a autorização orçamentária para o gasto, e a palavra "recurso" corresponde ao aspecto financeiro do orçamento.

35. A descentralização de créditos de uma unidade para outra não altera a classificação da despesa, exceto o responsável pela execução.

36. A primeira descentralização de créditos ocorre logo que a LOA é aprovada, com a liberação de dotações, pela SOF, às unidades titulares desses créditos.

37. A descentralização externa de créditos orçamentários é chamada de destaque. A descentralização interna denomina-se provisão.

38. As dotações orçamentárias transferidas pela SOF serão suportadas financeiramente pelas cotas financeiras liberadas pela STN; os destaques orçamentários corresponderão à liberação de repasses financeiros; as provisões orçamentárias corresponderão, posteriormente, à liberação de sub-repasses financeiros.

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QUESTÕES COMENTADAS NESTA AULA

1. (CESPE/CONSULTOR/SEFAZ-ES/2009) Em sua acepção financeira, despesa pública é a aplicação de recursos pecuniários em forma de gastos ou em forma de mutação patrimonial, com o fim de realizar as finalidades do Estado.

2. (FCC/ANALISTA/TRE-PI/2009) Uma despesa extraorçamentária caracteriza-se por

(A) provocar uma redução efetiva na situação líquida patrimonial.

(B) modificar, simultaneamente, contas do ativo financeiro e do passivo permanente.

(C) modificar, simultaneamente, contas do ativo financeiro e do ativo permanente.

(D) provocar uma redução do superávit financeiro.

(E) não precisar de autorização legislativa para a sua ocorrência.

3. (FCC/ANALISTA/MP-SE/2009) É uma despesa extraorçamentária o pagamento de

(A) juros da dívida.

(B) pessoal.

(C) contribuição patronal ao RPPS.

(D) devolução de caução.

(E) serviços de terceiros.

4. (CESPE/CONSULTOR/SEFAZ-ES/2009) Enquanto a execução orçamentária se refere à utilização dos recursos consignados no orçamento ou na LOA, a execução financeira representa a utilização de créditos financeiros. Na técnica orçamentária, reserva-se o termo recurso para designar o lado orçamentário e crédito para o lado financeiro.

5. (FCC/ANALISTA/TRT-04/2006) A classificação da despesa, segundo a sua natureza, compõe-se de

(A) categoria econômica, grupo de natureza de despesa e elemento de despesa.

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(B) categoria econômica, função e elemento de despesa.

(C) função, programa e subprograma.

(D) órgão orçamentário, função e categoria econômica.

(E) órgão orçamentário, unidade orçamentária e unidade de despesa.

6. (CESPE/ANALISTA/ANCINE/2006) A classificação pela natureza da despesa se dá em diversos níveis de agregação: categoria econômica, grupos de despesas, modalidade de aplicação e elemento de despesa.

7. (CESPE/ANALISTA/STF/2008) São denominadas despesas de capital as que respondem pela manutenção das atividades da entidade governamental.

8. (FCC/ANALISTA/TJ-SE/2009) O agregador de elementos de despesa com as mesmas características quanto ao objeto de gasto, denomina-se:

(A) Grupo de Elementos da Despesa.

(B) Categoria Econômica.

(C) Categoria Programática.

(D) Grupo Modalidade Econômica.

(E) Grupo de Natureza da Despesa.

9. (CESPE/ANALISTA/TRE-MT/2010) Geralmente, a despesa efetiva coincide com a despesa de capital. Entretanto, há despesa de capital que não é efetiva, como, por exemplo, as transferências de capital que causam decréscimo patrimonial.

10. (FCC/ANALISTA/TCE-GO/2009) Segundo o critério da categoria econômica, nos termos do art. 12 da Lei n° 4.320/64, as despesas serão classificadas em despesas correntes e despesas de capital. Representa uma despesa de capital

(A) o salário do professor da rede pública.

(B) a aquisição de ações de empresas em funcionamento.

(C) o dispêndio relacionado com a conservação de ruas.

(D) o pagamento de juros e encargos da dívida pública.

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(E) a aquisição de material de consumo.

11. (CESPE/ANALISTA/SAD-PE/2009) A categoria econômica denominada investimentos contribui para a formação ou aquisição de um bem de capital.

12. (CESPE/AUDITOR/FUB/2009) A aquisição de material de limpeza para estoque é uma despesa não efetiva, porém classificada, segundo sua categoria econômica, como despesa corrente.

13. (CESPE/TÉCNICO SUPERIOR/IPAJM-ES/2010) As inversões financeiras são uma espécie de despesa de capital em que ocorre acréscimo no capital do governo.

14. (FCC/TÉCNICO SUPERIOR/PGE-RJ/2009) Para a classificação da despesa quanto à sua natureza deve ser analisada a categoria econômica, o grupo ao qual pertence, a modalidade de aplicação e o objeto de gasto. Quanto à modalidade de aplicação, pode ser classificada como despesa

(A) direta ou por transferência.

(B) corrente ou de capital.

(C) com pessoal, encargos sociais ou da dívida.

(D) com investimentos, inversões financeiras ou amortização de dívida.

(E) de custeio, transferências correntes, investimentos ou transferências de capital.

15. (FCC/ANALISTA/MP-SE/2009) Elemento de despesa tem por finalidade indicar se os recursos são aplicados diretamente por órgãos ou entidades no âmbito da mesma esfera de governo ou por outro ente da federação.

16. (CESPE/AUDITOR/AUGE-MG/2009) A modalidade de aplicação objetiva possibilita a eliminação da dupla contagem dos recursos transferidos ou descentralizados.

17. (CESPE/CONSULTOR/SEFAZ-ES/2009) A natureza da despesa será complementada pela modalidade de aplicação, que indicará se os recursos são aplicados diretamente por órgãos ou entidades da mesma esfera de governo ou por outro ente da Federação.

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18. (FCC/ANALISTA/TRF-02/2007) Tratando-se de despesa pública, na Lei de Orçamento a discriminação da despesa orçamentária será feita, no mínimo, por elementos. Entende-se por elementos:

(A) a despesa paga à margem da Lei Orçamentária, independente de autorização legislativa.

(B) ao desdobramento da despesa com pessoal, material, serviços, obras e outros meios de que se serve a administração pública para a consecução dos seus fins .

(C) o agrupamento de serviços subordinados ao mesmo órgão ou repartição a que serão consignadas dotações próprias.

(D) a despesa cuja realização depende de autorização legislativa mas pode ser realizada sem crédito orçamentário.

(E) a despesa cuja realização não depende de autorização legislativa e pode ser realizada sem crédito orçamentário.

19. (FCC/ANALISTA/TRT-24/2006) Tendo em vista o Princípio da Transparência Pública, existe a obrigatoriedade do desdobramento suplementar dos elementos de despesa para atendimento das necessidades da escrituração contábil e controle da execução orçamentária.

20. (FCC/ANALISTA/MP-PE/2006) No orçamento, a classificação econômica da despesa deve ser desdobrada até o nível de categoria.

21. (CESPE/ANALISTA/ANA/2006) Mesmo que a lei de orçamento discrimine a despesa de capital em nível de elemento, poderá a administração pública, para sua execução, utilizar desdobramento que melhor atenda suas necessidades.

22. (FCC/ANALISTA/MP-PE/2006) A classificação institucional indica em que função e subfunção de governo os recursos orçamentários serão aplicados.

23. (FCC/CONTADOR/ARCE-CE/2006) Na classificação funcional-programática, a despesa pública desdobra-se em órgão orçamentário, unidade orçamentária e unidade de despesa.

24. (CESPE/ANALISTA/MIN. INTEGRAÇÃO/2009) A classificação institucional da receita representa a estrutura orgânica e administrativa

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governamental, correspondendo a dois níveis hierárquicos: o órgão e a unidade orçamentária.

25. (CESPE/ANALISTA/TRE-MT/2010) Toda unidade orçamentária tem uma estrutura administrativa correspondente, o que pode ser exemplificado por alguns fundos especiais e pela unidade orçamentária denominada transferências a estados, Distrito Federal e municípios.

26. (FCC/TÉCNICO SUPERIOR/PGE-RJ/2009) Se os cidadãos estiverem interessados em conhecer os dados e estatísticas sobre os gastos públicos nos principais segmentos em que atuam as organizações do Estado, ou seja, no maior nível de agregação das diversas áreas de despesa que competem ao setor público deverão consultar a classificação da despesa

(A) por elementos de despesa.

(B) funcional.

(C) por programas.

(D) institucional.

(E) por categorias econômicas.

27. (FCC/ANALISTA/TRF-03/2007) Entende-se como o maior nível de agregação das diversas áreas de despesa que competem ao setor público:

(A) projeto.

(B) categoria econômica da despesa.

(C) natureza da despesa.

(D) programa.

(E) função.

28. (CESPE/ANALISTA/MCT/2008) A classificação funcional busca responder, basicamente, à indagação em que área de ação governamental a despesa será realizada, sendo que a função encargos especiais engloba as despesas às quais não se pode associar um bem ou serviço a ser gerado no processo produtivo corrente.

29. (CESPE/TÉCNICO SUPERIOR/MIN. SAÚDE/2008) A classificação funcional é composta por um rol de funções e subfunções prefixadas e padronizadas

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para a União, os estados, o DF e os municípios, as quais servirão de agregador dos gastos públicos por área de ação governamental.

30. (FCC/ANALISTA/TCE-AM/2008) Na classificação funcional, a despesa pública obedece à seguinte hierarquia:

(A) função, subfunção, programa, projeto, atividade e operação especial.

(B) função, subprograma, programa, projeto e atividade.

(C) programa, categoria econômica, natureza de despesa e elemento.

(D) órgão orçamentário, unidade orçamentária e unidade de despesa.

(E) categoria, natureza de despesa, modalidade de aplicação e elemento.

31. (CESPE/ANALISTA/TCE-AC/2009) A classificação funcional da despesa tem subfunções que não podem ser combinadas com funções diferentes daquelas a que estejam vinculadas.

32. (ESAF/AUDITOR/TCE-GO/2007) O projeto é um instrumento de organização da ação governamental que articula um conjunto de ações e concorre para um objetivo comum preestabelecido, visando a solucionar um problema ou a atender uma necessidade ou demanda da sociedade.

33. (FCC/TÉCNICO/MPU/2007) O instrumento de ação governamental que é utilizado para alcançar o objetivo de um programa, envolvendo um conjunto de operações que se realizam de modo contínuo e permanente, necessárias à manutenção da referida ação, é denominado

(A) subfunção.

(B) função.

(C) operação especial.

(D) projeto.

(E) atividade.

34. (FCC/ANALISTA/TCE-GO/2009) No orçamento público, vários critérios são considerados na classificação das despesas. As categorias "Projeto" e "Operações Especiais" fazem parte da classificação

(A) funcional.

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(B) por programas.

(C) por categorias econômicas.

(D) por modalidade de aplicação de recursos.

(E) por elementos.

35. (CESPE/AUDITOR/UNIPAMPA/2009) No âmbito do PPA, o programa pode ser entendido como um conjunto de operações limitadas no tempo, ou seja, que serão executadas ao longo dos orçamentos que integram o plano. Essas operações resultam em atividade ou projeto, que corroboram para a expansão e o aperfeiçoamento da ação do governo.

36. (FCC/ANALISTA/TJ-SE/2009) São classificadas como Operações Especiais as despesas que

(A) geram contraprestação direta sob a forma de bens ou serviços.

(B) resultam em um produto.

(C) contribuem para manutenção das ações de governo.

(D) não geram contraprestação direta sob a forma de bens ou serviços.

(E) concorrem para expansão da ação de governo.

37. (FCC/ANALISTA/TRE-SE/2007) A fixação da despesa é caracterizada pela Lei do Orçamento.

38. (CESPE/CONTADOR/IPAJM-ES/2010) As descentralizações, a exemplo das transferências e transposições, modificam o valor da programação ou de suas dotações orçamentárias.

39. (FCC/ANALISTA/TRE-AM/2009) A nota de empenho indicará o nome do credor, a especificação e a importância da despesa, bem como a dedução desta do saldo da dotação própria.

40. (FCC/ANALISTA/TCE-AM/2008) A realização de despesa sem prévio empenho é permitida quando não se pode determinar o montante exato da despesa.

41. (FCC/ANALISTA/TRE-SP/2006) O empenho da despesa poderá exceder o limite dos créditos concedidos à unidade orçamentária, desde que autorizado pelo Poder Legislativo.

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42. (FCC/AUDITOR/TCE-SP/2008) Não é permitido o empenho global de despesas contratuais e outras, sujeitas a parcelamento.

43. (FCC/PROCURADOR/TCE-AL/2008) Será feito por estimativa o empenho da despesa cujo montante não se possa determinar.

44. (FCC/AUDITOR/TCE-MG/2005) A liquidação de despesa consiste na verificação do direito adquirido pelo credor, tendo por base os títulos e documentos comprobatórios do respectivo crédito. Com relação a essa verificação é INCORRETO afirmar que tem por fim apurar

(A) a origem e o objeto do que se deve pagar.

(B) os comprovantes da entrega do material ou da prestação do serviço.

(C) a importância exata a pagar.

(D) a quem se deve pagar a importância, para extinguir a obrigação.

(E) a origem e o objeto do que se deve pagar e a importância exata a pagar.

45. (CESPE/ANATEL/ANALISTA/2006) O pagamento de despesas poderá existir sem a apresentação de documentos processados pela contabilidade. Nesse caso, a autoridade competente apresentará, ao ordenador de despesas, posteriormente, sua justificativa e autorização da unidade gestora para tal atitude.

46. (FCC/PROCURADOR/TCE-MG/2007) O pagamento da despesa só será efetuado quando ordenado após sua regular liquidação.

47. (CESPE/CONTADOR/DPU/2010) As despesas não liquidadas poderão ser pagas no próprio exercício se houver disponibilidade financeira suficiente.

48. (CESPE/CONSULTOR/SEFAZ-ES/2009) Enquanto a execução orçamentária se refere à utilização dos recursos consignados no orçamento ou na LOA, a execução financeira representa a utilização de créditos financeiros. Na técnica orçamentária, reserva-se o termo recurso para designar o lado orçamentário e crédito para o lado financeiro.

49. (CESPE/CONTADOR/DPU/2010) A descentralização de créditos orçamentários transfere a programação para outra unidade orçamentária.

50. (FCC/ANALISTA/TRT-03/2009) No SIAFI, a movimentação de créditos que consiste na transferência, de uma unidade gestora para outra, do poder

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de utilizar créditos orçamentários que lhe tenham sido consignados na Lei Orçamentária Anual é um instrumento de

(A) unificação das dotações orçamentárias.

(B) descentralização da previsão de despesas orçamentárias.

(C) centralização da arrecadação de receitas orçamentárias.

(D) descentralização da execução de receitas orçamentárias.

(E) descentralização da execução de despesas orçamentárias.

51. (FCC/ANALISTA/TRE-AL/2010) A descentralização externa de créditos orçamentários realizada em nível de órgão setorial entre unidades gestoras de Órgãos/Ministérios denomina-se:

(A) Provisão.

(B) Destaque.

(C) Dotação.

(D) Repasse.

(E) Sub-repasse.

52. (FCC/ANALISTA/TRF-04/2010) Sub-repasse é a

(A) liberação de recursos do órgão central para o órgão setorial de programação financeira.

(B) liberação de recursos dos órgãos setoriais de programação financeira para entidades da administração indireta e entre estas e ainda de um ministério para o outro.

(C) movimentação de créditos entre unidades gestoras de órgãos ou entidades de estrutura diferente.

(D) movimentação de créditos entre unidades gestoras de um mesmo órgão ou entidades integrantes do orçamento fiscal e da seguridade social.

(E) liberação de recursos dos órgãos setoriais de programação financeira para as unidades gestoras de sua jurisdição e entre as unidades gestoras de um mesmo ministério, órgão ou entidade.

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53. (CESPE/ANALISTA/MPU/2010) É correto afirmar que dotação orçamentária está para cota financeira e destaque orçamentário está para repasse financeiro, assim como provisão orçamentária está para sub-repasse financeiro.

54. (FCC/ANALISTA/MPU/2007) Na execução orçamentária e financeira, os termos destaque e repasse estão relacionados, respectivamente, com

(A) obtenção de autorização para créditos extraordinários e créditos especiais.

(B) fixação da reserva de contingências e liberação financeira de créditos adicionais.

(C) autorização de despesa orçamentária e previsão de receita extraorçamentária.

(D) autorização orçamentária e transferência de recursos financeiros.

(E) autorização de despesa extraorçamentária e arrecadação de receita orçamentária.

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QUESTÕES ADICIONAIS

55. (CESPE/ANALISTA/ANCINE/2006) A despesa pública deverá conter pelo menos três elementos essenciais: consistir no emprego de numerário, correr à conta de um patrimônio público movimentado por autoridade competente e destinar-se à satisfação de uma necessidade pública ou de um fim a cargo do governo.

56. (CESPE/ANALISTA/ANA/2006) É correto definir execução orçamentária como a utilização dos créditos consignados no orçamento; já a execução financeira representa a utilização dos recursos financeiros, visando atender à realização das ações orçamentárias atribuídas a cada unidade.

57. (FCC/ANALISTA/TJ-PI/2009) É uma despesa extraorçamentária:

(A) amortização da dívida pública.

(B) subvenção social de interesse público.

(C) resgate de empréstimos por antecipação de receita.

(D) concessão de empréstimos a outro ente público.

(E) construção de obras públicas.

58. (FCC/ANALISTA/TRE-RN/2005) A despesa extraorçamentária

(A) é paga à margem da lei orçamentária e, portanto, dependente de autorização judiciária.

(B) está prevista à margem da lei orçamentária, de acordo com o princípio da competência.

(C) deve ser paga fora da determinação da lei orçamentária e depende de autorização legislativa.

(D) é aquela a ser paga, de acordo com o princípio da competência, fora da determinação da lei orçamentária e, depende de autorização legislativa.

(E) é paga à margem da lei orçamentária e, independente de autorização legislativa.

59. (FCC/ANALISTA/TRF-05/2008) Quanto às operações de crédito por antecipação da receita orçamentária é correto afirmar que a amortização

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do principal é uma despesa extraorçamentária e os encargos financeiros representam uma despesa orçamentária.

60. (CESPE/AUDITOR/AUGE-MG/2009) As categorias econômicas, em número de três, vinculam-se aos grupos de natureza da despesa.

61. (FCC/ANALISTA/TRF-02/2007) Segundo sua natureza, a despesa pública classifica-se em:

(A) órgão de orçamento, função, categoria econômica.

(B) função, subfunção, programa, atividade ou projeto.

(C) órgão de orçamento, unidade de orçamento, unidade de despesa.

(D) função, subfunção, categoria econômica.

(E) categoria econômica, grupo de natureza, elemento de despesa.

62. (FCC/ANALISTA/MP-SE/2009) A classificação da despesa por categorias econômicas tem por finalidade indicar os efeitos que o gasto público tem sobre a economia. Como exemplo de despesa de capital, tem-se

(A) os salários dos professores da rede pública.

(B) o pagamento de juros e encargos da dívida pública.

(C) os dispêndios relacionados com a conservação de praças.

(D) a aquisição de ações de empresas em funcionamento.

(E) a aquisição de material de consumo.

63. (FCC/ANALISTA/TCE-G0/2009) De acordo com a Lei n° 4.320/64, as despesas classificam-se nas categorias econômicas Despesas Correntes e Despesas de Capital. As Despesas de Capital compreendem as despesas com concessão de empréstimos,

(A) obras públicas, aquisição de equipamentos e instalações e aquisição de material permanente.

(B) obras públicas, aquisição de equipamentos e instalações e serviço da dívida pública.

(C) obras públicas, serviços da dívida pública e reforma e manutenção de prédios públicos.

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(D) aquisição de equipamentos e instalações, aquisição de material permanente e serviços da dívida pública.

(E) aquisição de equipamentos e instalações, aquisição de material permanente e reforma e manutenção de prédios públicos.

64. (FCC/ANALISTA/TRT-24/2006) A classificação da despesa, nos termos da Portaria Interministerial n° 163, de 04 de maio de 2001, segundo a sua natureza, é composta unicamente pela categoria econômica e elemento econômico.

65. (CESPE/TEFC/TCU/2009) A Lei 4.320/64 distinguiu as aplicações em imóveis ora como investimentos ora como inversões financeiras. Daí a diferença entre a construção e a simples aquisição para uso de imóveis já concluídos e em utilização. No primeiro caso, gera-se um incremento no PIB; no segundo, mera transferência da propriedade de bens já produzidos.

66. (FCC/ANALISTA/TCE-G0/2009) As despesas públicas são classificadas por categorias econômicas em despesas correntes e despesas de capital. Uma das finalidades desta classificação é indicar os efeitos que o gasto público tem sobre a economia de um país. São classificados como despesas correntes os dispêndios relacionados à

(A) conservação de praças.

(B) construção de rodovias.

(C) amortização de dívidas.

(D) aquisição de material de uso permanente.

(E) construção de prédios públicos.

67. (FCC/ANALISTA/MP-PE/2006) Pertencem à categoria das despesas correntes, as despesas de custeio, as inversões financeiras e as transferências correntes.

68. (FCC/ANALISTA/TRT-24/2006) Com fundamento na Lei Federal n° 4.320/64, a despesa orçamentária na Lei do Orçamento deverá ser discriminada, segundo a sua natureza, até a categoria econômica.

69. (CESPE/ANALISTA/ANATEL/ 2009) As transferências de capital efetuadas pela União aos demais entes, ainda que destinadas à realização de

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investimentos e inversões financeiras pelos beneficiários, constituem despesas orçamentárias efetivas.

70. (CESPE/ANALISTA/TRE-MT/2010) Embora a despesa orçamentária corrente geralmente coincida com a despesa orçamentária efetiva, há despesa orçamentária corrente não efetiva, como a despesa com a aquisição de materiais para estoque e a despesa com adiantamentos. Essas são despesas correntes e, entretanto, representam um fato permutativo.

71. (CESPE/ANALISTA/IBRAM-DF/2009) De acordo com a classificação da despesa orçamentária segundo a sua natureza, os elementos de despesa com as mesmas características quanto ao objeto do gasto serão agregados no nível grupo de despesa.

72. (CESPE/ANALISTA/IBRAM-DF/2009) As possíveis despesas previstas para a manutenção e o funcionamento de serviços públicos são classificadas como despesas de capital.

73. (CESPE/C0NSULT0R/SEFAZ-ES/2010) Na lei orçamentária, a discriminação da despesa, quanto à sua natureza, será feita, no mínimo, por categoria econômica, grupo de natureza de despesa e modalidade de aplicação.

74. (CESPE/C0NSULT0R/SEFAZ-ES/2009) Não é permitido o desdobramento suplementar dos elementos de despesa para atendimento das necessidades de escrituração contábil e controle da execução orçamentária.

75. (CESPE/AUDIT0R/UNIPAMPA/2009) As operações de créditos, que constituem ingressos nos cofres públicos como receitas correntes, visam atender emergencialmente os desequilíbrios orçamentários e ensejam a formação da dívida pública. Não são permitidas operações de crédito que excedam o montante das despesas de capital.

76. (ESAF/AUDIT0R/TCE-G0/2007) A classificação institucional, se for usada predominantemente, permite uma visão global das finalidades dos gastos do governo no sentido de se saber para que está sendo realizada a despesa.

77. (CESPE/ANALISTA/ANTAQ/2008) A classificação por esfera aponta em qual orçamento será alocada a despesa, ao passo que a classificação

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institucional aponta em que área da despesa a ação governamental será realizada.

78. (FCC/ANALISTA/MP-PE/2006) Como função de governo, deve entender-se o maior nível de agregação das diversas áreas de despesa que competem ao setor público.

79. (FCC/ANALISTA/TJ-SE/2009) Em relação à estrutura da Despesa 0rçamentária, a área de ação governamental onde a despesa será realizada, está identificada na:

(A) Classificação Institucional.

(B) Modalidade de Aplicação da Despesa.

(C) Classificação Funcional.

(D) Natureza Econômica da Despesa.

(E) Classificação Programática.

80. (CESPE/ANALISTA/TCE-AC/2009) A classificação funcional da despesa serve como agregador dos gastos públicos por área de ação governamental nas três esferas de governo.

81. (FCC/ANALISTA/TRT-24/2006) No que se refere à classificação funcional da despesa, as subfunções devem associar-se somente às funções típicas de governo.

82. (FCC/ANALISTA/MP-PE/2006) As categorias de programação orçamentária, de acordo com a sua natureza, se dividem em projeto, atividades e encargos especiais.

83. (CESPE/ANALISTA/ANATEL/2006) Um programa de governo é implementado para solucionar problemas existentes ou que podem surgir ao longo do tempo. Assim, o programa será implementado por meio da execução das ações que o compõem.

84. (FCC/TÉCNIC0/PGE-RJ/2009) A reestimativa da receita poderá ser feita pelo Poder Legislativo se comprovado erro ou omissão de ordem técnica ou legal.

85. (FCC/TÉCNIC0/MPU/2007) 0s estágios da receita pública são, em ordem cronológica,

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(A) lançamento, previsão, recolhimento e arrecadação.

(B) lançamento, previsão, arrecadação e recolhimento.

(C) previsão, lançamento, recolhimento e arrecadação.

(D) previsão, lançamento, arrecadação e recolhimento.

(E) arrecadação, lançamento, previsão e recolhimento.

86. (CESPE/ANALISTA/MPU/2010) 0s estágios da receita orçamentária são previsão, lançamento, arrecadação e recolhimento. Entretanto, o lançamento, que tem origem fiscal, não se aplica a todas as receitas orçamentárias, mas basicamente às receitas tributárias, conforme dispõe o Código Tributário Nacional.

87. (FCC/TÉCNIC0/CÂMARA/2007) 0 ato emanado de autoridade competente que cria para o Estado a obrigação de pagamento, pendente ou não de implemento de condição, é

(A) a fixação da despesa no orçamento público.

(B) o empenho da despesa.

(C) a liquidação da despesa.

(D) o desembolso feito na conta única do Tesouro.

(E) a inscrição na dívida pública.

88. (FCC/ANALISTA/TRE-SP/2006) 0 empenho da despesa poderá exceder o limite dos créditos concedidos à unidade orçamentária, desde que autorizado pelo Poder Legislativo.

89. (FCC/ANALISTA/TCE-AM/2008) A nota de empenho é o ato emanado de autoridade competente que cria para o Estado obrigação de pagamento pendente ou não de implemento de condição.

90. (FCC/AUDIT0R/TCE-SP/2008) É permitida a realização de despesa sem prévio empenho e, em casos especiais, justificados pela autoridade competente, será dispensada a emissão da nota de empenho.

91. (FCC/ANALISTA/TJ-PI/2009) 0 empenho da despesa cujo montante não se possa determinar é denominado empenho global.

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92. (FCC/ANALISTA/TRF-04/2010) A liquidação é o estágio da despesa pública em que

(A) ocorre um ato emanado de autoridade competente que cria para o Estado a obrigação de pagamento.

(B) o credor é pago pelo ente público.

(C) é escolhido o fornecedor que apresenta proposta mais vantajosa para contratação de obras.

(D) há verificação do direito líquido e certo do credor do ente público em função dos serviços prestados.

(E) é estabelecido um cronograma de dispêndio para os créditos orçamentários.

93. (FCC/ANALISTA/TRT-23/2007) 0 pagamento da despesa somente poderá ser efetuado após sua regular liquidação.

94. (FCC/ANALISTA/TRE-SP/2006) A liquidação consiste no despacho exarado por autoridade competente, determinando que a despesa seja paga.

95. (CESPE/ANALISTA/ANA/2006) É correto definir execução orçamentária como a utilização dos créditos consignados no orçamento; já a execução financeira representa a utilização dos recursos financeiros, visando atender à realização das ações orçamentárias atribuídas a cada unidade.

96. (CESPE/ANALISTA/MPU/2010) Na execução financeira, a liberação de recursos às unidades gestoras é realizada por intermédio de cota, repasse e sub-repasse.

97. (FCC/ANALISTA/TRF-04/2010) A descentralização de créditos denominada destaque é a

(A) liberação de recursos dos órgãos setoriais de programação financeira para entidades da administração indireta.

(B) movimentação de créditos entre unidades gestoras de órgãos ou entidades de estruturas diferentes, respeitada a classificação funcional.

(C) liberação de recursos do órgão central para o órgão setorial de programação financeira.

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(D) liberação de recursos dos órgãos setoriais de programação financeira para as unidades gestoras de sua jurisdição.

(E) movimentação de créditos entre unidades gestoras de um mesmo órgão ou entidades integrantes do orçamento fiscal e da seguridade social.

98. (FCC/AUDIT0R/TCE-R0/2010) A descentralização financeira de execução por meio de cotas, repasses ou sub-repasses é vedada às unidades setoriais orçamentárias de cada órgão com dotação orçamentária.

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GABARITO

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

C E D E A C E E E B

11 12 13 14 15 16 17 18 19 20

E C E A E C C B E E

21 22 23 24 25 26 27 28 29 30

C E E C E B E C C A

31 32 33 34 35 36 37 38 39 40

E E E B E D C E C E

41 42 43 44 45 46 47 48 49 50

E E C B E C E E E E

51 52 53 54 55 56 57 58 59 60

B E C D C C C E C E

61 62 63 64 65 66 67 68 69 70

E D A E C A E E C C

71 72 73 74 75 76 77 78 79 80

C E C E E E E C E C

81 82 83 84 85 86 87 88 89 90

E E C C D C B E E E

91 92 93 94 95 96 97 98

E D C E C C B E

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