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Direito Empresarial para AFRFB e AFT/2013
Teoria e exercícios comentados Prof. Gabriel Rabelo – Aula 05
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SUMÁRIO SEJAM BEM-VINDOS ................................................................................... 2
TÓPICOS DA AULA DE HOJE ......................................................................... 3
TÍTULOS DE CRÉDITO ................................................................................. 3
ALGUMAS CARACTERÍSTICAS INERENTES AOS TÍTULOS DE CRÉDITOS ................. 4
PRINCÍPIOS DOS TÍTULOS DE CRÉDITO ........................................................... 4
LITERALIDADE .......................................................................................... 4
CARTULARIDADE ...................................................................................... 4
AUTONOMIA ............................................................................................. 5
CLASSIFICAÇÃO DOS TÍTULOS DE CRÉDITO ..................................................... 5
QUANTO À ESTRUTURA ............................................................................... 6
QUANTO AO MODELO ................................................................................. 6
QUANTO À CRIAÇÃO .................................................................................. 7
QUANTO À CIRCULAÇÃO ............................................................................. 7
ENDOSSO ................................................................................................. 8
AVAL .................................................................................................... 12
PROTESTO .............................................................................................. 15
DISPOSIÇÕES DO CÓDIGO CIVIL SOBRE OS TÍTULOS DE CRÉDITO ....................... 16
LETRA DE CÂMBIO ................................................................................... 22
NOTA PROMISSÓRIA ................................................................................. 25
CHEQUE ................................................................................................. 27
DUPLICATAS ........................................................................................... 33
QUESTÕES COMENTADAS .......................................................................... 39
QUESTÕES COMENTADAS NESTA AULA ........................................................ 63
GABARITO DAS QUESTÕES COMENTADAS NESTA AULA .................................. 69
AULA 05 – 7. NOTA PROMISSÓRIA. CHEQUE. DUPLICATA.
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SEJAM BEM-VINDOS
Olá, meus amigos. Como estão?!
Não é sem uma grande tristeza que passamos para anunciar o nosso penúltimo encontro de DIREITO EMPRESARIAL PARA O CONCURSO DE AUDITOR
FISCAL DO TRABALHO/AUDITOR FISCAL DA RECEITA FEDERAL.
Hoje, falaremos sobre títulos de crédito.
DIREITO COMERCIAL: 1. Empresa. Empresário. Estabelecimento. 2. Microempresa e empresa de pequeno porte (Lei Complementar nº 123/2006).
3. Prepostos. Escrituração. 4. Conceito de sociedades. Sociedades não personificadas e personificadas. Sociedade simples. 5. Sociedade
limitada. Sociedades por ações. Sociedade cooperativa. Operações societárias. Dissolução e liquidação de sociedades. 6. Recuperação
judicial e extrajudicial. Falência. Classificação creditória. 7. Nota
promissória. Cheque. Duplicata.
Deixamos nosso e-mail para dúvidas, enquanto surgirem:
Quaisquer dúvidas, por favor, enviem, estamos à disposição.
Forte abraço e sucesso!
Gabriel Rabelo
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TÓPICOS DA AULA DE HOJE
Da aula de hoje, vocês aprenderão basicamente o seguinte:
Aula 05: 7. Nota promissória. Cheque. Duplicata.
Para falar destes três assuntos, precisaremos conhecer um pouco da teoria
geral dos títulos de crédito, bem como da letra de câmbio, título de crédito que não veio citado no edital.
Comecemos. Boa leitura.
TÍTULOS DE CRÉDITO
O mundo hoje é vive eminentemente do crédito, do consumo. Não mais consegue andar a sociedade sem que as pessoas (físicas ou jurídicas) se
utilizem, com toda a voracidade, de operações mercantis. O crescente desuso da moeda em papel, manual, torna muito mais célere a mobilização da riqueza,
exigindo-se, para isso, documentos representativos.
Mas o crédito pode ser apresentado de várias maneiras, seja contratual, seja por título, escritura.
Contudo, o título de crédito, dentre todos os modos, é o que propicia maiores
vantagens em sua emissão, dada a simplicidade, baixo custo e facilidade de cobrança.
Mas o que vem a ser o título de crédito?! O conceito, emanado por Cesare
Vivante, é o que melhor responde a pergunta. Tanto que o Código Civil
encampou sua doutrina para narrar:
Art. 887. O título de crédito, documento necessário ao exercício do direito literal e autônomo nele contido, somente produz efeito quando preencha os
requisitos da lei.
Portanto, o conceito mais recorrentemente cobrado em provas é o seguinte: título de crédito é o documento necessário para o exercício do direito,
literal e autônomo, nele mencionado (Cesare Vivante).
Segundo Fábio Ulhoa, os títulos de crédito são documentos representativos de obrigações pecuniárias. Não se confundem com a própria obrigação, mas
se distinguem dela na medida em que a representam.
Assim, deste conceito, devemos destacar:
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- O título é um documento.
- O título é literal, isto é, os valores exigidos só podem ser aqueles ali, expressamente firmados.
- O título é autônomo, isto é, se desvincula da relação que lhe deu origem.
ALGUMAS CARACTERÍSTICAS INERENTES AOS TÍTULOS DE CRÉDITOS
Diversas são as características que podem ser atribuídas aos títulos de crédito. Listemos algumas:
- Agilidade ou celeridade: por ser título de formalidade mais simples, se
comparado a outros instrumentos de dívida, e, também, por ser um título executivo, de fácil cobrança.
- Liquidez da obrigação: a obrigação é conhecida, determinada.
- Caráter quesível da obrigação: os títulos de crédito, em regra, são quesíveis, isto é, deve o credor buscar a satisfação no domicílio do devedor.
PRINCÍPIOS DOS TÍTULOS DE CRÉDITO
Três são os princípios que se relacionam aos títulos de crédito. Os principais
consagrados em nosso direito pátrio são:
PRINCÍPIOS DO REGIME CAMBIAL 1) Literalidade Só vale no título o que tiver nele escrito.
2) Cartularidade O exercício do direito ao crédito só vale se o seu
beneficiário apresentar o documento (proíbe-se cópias).
3) Autonomia As obrigações são autonomas, umas em relação as outras.
LITERALIDADE
Por este princípio, só vale no título o que estiver nele escrito. Sendo o título de crédito um documento, somente aquilo que nele estiver circunstanciado valerá
como obrigação, sua data, valor, titular, entre outros dados.
Se João é beneficiário de um cheque emitido por Maria no valor de R$
10.000,00, não poderá alegar que o valor correto a lhe ser pago pela instituição financeira seria de R$ 15.000,00, pois, pelo princípio da literalidade, só vale
no cheque o que estiver nele contido.
CARTULARIDADE
Pelo princípio da cartularidade, o direito à cobrança somente pode ser exercido mediante a apresentação do título.
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Ainda, no mesmo exemplo citado acima, imagine-se que o cheque não foi pago,
por insuficiência de fundos. Todavia, João perdeu o documento. Porém, astuto que é, providenciou a fotocópia do título. Poderá promover a cobrança com a
apresentação de cópia? Não! Pois, segundo o princípio da cartularidade, deve-se apresentar o documento para se exercer o direito.
Doutrina vem apontando o princípio da cartularidade como um daqueles que
vem sofrendo ligeira relativização, dada a crescente utilização de títulos eletrônicos. De todo o modo, o que há, na verdade, é a substituição de títulos
“manuais” pelos eletrônicos.
AUTONOMIA
Quanto ao princípio da autonomia, quando se diz que os títulos de créditos são autônomos, tal autonomia não se refere à relação de débito e crédito que
lhe deu origem, e sim ao relacionamento entre o devedor e terceiros. Há uma
independência dos diversos e sucessivos possuidores dos títulos de crédito em relação a cada um dos outros.
Cite-se um exemplo. Se X emite uma nota promissória a favor de Y, que a
transfere a Z, por meio de endosso. Z será seu legítimo beneficiário, podendo receber o valor na data do vencimento.
Não poderá X, no vencimento do título, alegar contra Z que não a paga por ser
Y seu devedor de igual ou superior soma, pois, uma vez sendo os títulos cambiários autônomos, o possuidor de boa fé exercita um direito próprio, que
não pode ser restringido ou desconfigurado em virtude das relações existentes entre os anteriores possuidores e o devedor. Cada obrigação que deriva do
título é autônoma em relação às demais.
O princípio da autonomia, por seu turno, se desdobra em dois:
SUBPRINCÍPIOS DERIVADOS DO PRINCÍPIO DA AUTONOMIA
1) Abstração: qualquer título de crédito colocado em circulação se desvincula da relação originária que lhe deu causa.
2) Inoponibilidade das exceções pessoais aos terceiros de boa-fé: uma
vez que as relações cambiais são autônomas entre si, não pode o devedor original do título alegar em juízo as exceções (defesas) pessoais que possui
contra o credor original, opondo-as ao portador de boa-fé.
CLASSIFICAÇÃO DOS TÍTULOS DE CRÉDITO
Os títulos de crédito se classificam de quatro modos distintos, a saber:
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QUANTO À ESTRUTURA
Neste aspecto, pode ser o título de crédito ou ordem ou promessa de
pagamento.
O título que configura ordem de pagamento é aquele que em que existem três pessoas: aquele que dá a ordem (sacador) ao devedor (sacado), para que o
título seja pago a alguém (tomador, beneficiário).
Por exemplo, o cheque é emitido pelo sacador (emitente) contra o sacado (instituição bancária), em favor próprio ou de terceiro, e que incide sobre
fundos que o sacador dispõe em poder do sacado.
A duplicata, cheque e letra de câmbio são exemplos de ordens de pagamento.
As promessas de pagamento possuem apenas dois pólos: aquele que promete pagar e o beneficiário do pagamento.
Um exemplo de promessa de pagamento é a nota promissória.
Estrutura
1) Ordem de pagamento (duplicata, cheque,
letra de câmbio)
2) Promessa de pagamento (nota promissória)
A ESAF abordou o assunto recentemente, no concurso para Auditor Fiscal da
Receita Federal do Brasil, com a seguinte assertiva:
Isso foi cobrado recentemente no AFRFB/2009 (item correto):
(ESAF/AFRFB/2009) O cheque e a duplicata são ordens de pagamento, e a nota
promissória é uma promessa de pagamento.
QUANTO AO MODELO
Os títulos de créditos podem ser classificados em dois aspectos quanto ao
modelo, modelo vinculado (cheque e duplicata) e modelo livre (nota promissória e letra de câmbio).
Modelo 1) Livre (nota promissória, letra de câmbio)
2) Vinculado (cheque e duplicata)
Modelo livre são aqueles títulos para os quais a lei não trata
pormenorizadamente de seus detalhes, deixando que alguns detalhes possam variar, mas sempre obedecendo aos requisitos básicos para figurarem como
título de crédito (a serem vistos a seguir).
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Modelo vinculado são os títulos para os quais a lei traz a forma exata de como deve ser, tal como o cheque.
QUANTO À CRIAÇÃO
Quanto à forma de criação, ou surgimento, o título pode ser causal ou não
causal (ou abstrato).
O título é causal quando a lei determina a causa de sua emissão, surgimento. Por exemplo, a duplicata é o título de crédito emitido com base em obrigação
proveniente de compra e venda comercial ou prestação de certos serviços. Rege-se pela Lei 5.474/1968.
É conhecida por ser um título causal, ou seja, encontra-se vinculada à relação
jurídica que lhe dá origem que é a compra e venda mercantil.
Contudo, tão logo emitida, a duplicata deixa de ter nexo com o negócio que lhe
deu origem, tornando-se independente. Essa distinção deve estar clara: não obstante se perfaça em título de crédito causal, assim que emitida,
deixa de ter nexo com o negócio jurídico que lhe deu origem.
Os títulos não causais são aqueles que podem ser emitidos em diversas hipóteses, tal como a nota promissória, cheque e letra de câmbio.
Criação
1) Causal (duplicata)
2) Não causal (nota promissória, cheque, letra de câmbio
QUANTO À CIRCULAÇÃO
Quanto à circulação, os títulos podem ser nominais, nominativos ou ao
portador.
Os títulos nominais, por sua vez, apresentam subdivisão, podendo se classificar em à ordem, não à ordem.
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O título nominal à ordem permite a transferência através do endosso.
O título nominal não à ordem é aquele que não permite o endosso, por conter cláusula expressa “não à ordem”. Neste caso a transferência deve ser
feita através de cessão civil do crédito.
O título nominativo, por fim, é definido pelo Código Civil como:
Art. 921. É título nominativo o emitido em favor de pessoa cujo nome conste no
registro do emitente.
Basta lembrar das ações nominativas expedidas pelas sociedades anônimas,
assunto tratado nas aulas precedentes.
Os títulos nominativos diferenciam-se dos títulos à ordem, pois os títulos à
ordem podem ser transferidos pelo simples endosso, sem qualquer outra formalidade.
Outro detalhe. A lei 8.021/1990 proíbe a emissão de títulos ao portador.
Igualmente dispõe o artigo 907 do Código Civil:
Art. 907. É nulo o título ao portador emitido sem autorização de lei especial.
Porém, como se vê, o CC ressalva a hipótese de lei especial prever de modo diverso. Para o cheque, a lei 9.069/95, art. 69, confere o direito de emissão
de cheque ao portador, desde que o valor seja inferior a R$ 100 (cem reais).
Falaremos agora dos diversos atos ou declarações cambiários.
ENDOSSO
Endosso é o ato mediante o qual se transfere a propriedade de um
título.
Juridicamente falando, é um ato unilateral, solidário e autônomo, pelo qual se transferem os direitos emergentes de um título. O endosso, além
de transferir o título, é uma garantia.
Suponhamos que Gabriel emite uma Nota Promissória a Lucas, passando a dever a ele o valor de R$ 100,00. Lucas, por sua vez, deseja efetuar uma
compra no valor de R$ 300,00, mas só possui R$ 200,00 em numerários. O que poderá fazer? Poderá endossar o montante de R$ 100,00 constante de seu
título de crédito, transferindo os direitos ao vendedor.
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De acordo com o Código Civil:
Art. 893. A transferência do título de crédito implica a de todos os direitos que
lhe são inerentes.
Se A emite cheque a B, como pagamento de determinada obrigação que possui, e B resolve endossar este cheque para C, por possuir dívida com C no mesmo
valor, transmite-se o direito a ele não só de receber o título de crédito, originário de A, mas também o direito de cobrar em juízo, por exemplo, caso o
título não seja quitado.
Com efeito, diz-se que a transferência do título implica a transferência igualmente de todos os direitos que lhe são inerentes. Se C quisesse endossar
novamente o título, poderia fazê-lo. E assim por diante.
Outra pergunta interessante é se o endossante continua responsável pelas
obrigações constantes do título. Vejamos:
Art. 914. Ressalvada cláusula expressa em contrário, constante do endosso,
não responde o endossante pelo cumprimento da prestação constante do título.
Seguindo a inteligência do artigo 914, o endossante não responde, via
de regra, pelo pagamento da obrigação. Porém, não podemos olvidar que o Código Civil é norma geral e pode ser excepcionado por norma especial. Tanto o
é que, de acordo com as legislações especiais, o cheque, duplicata, nota promissória e letra de câmbio, são títulos que mantêm o endossante
como devedor solidário.
Esse tópico foi abordado no concurso para Fiscal de Rendas do RJ/2007, realizado pela FGV, (item correto), com o seguinte teor: De acordo com as
disposições do Código Civil, o endossante de título à ordem não responde pelo
cumprimento da prestação constante do título, salvo se este contiver cláusula expressa em contrário.
Temos:
O endosso ocorre com a assinatura do endossante na própria cártula, que pode
ocorrer com a indicação do nome do novo beneficiário (endossatário),
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caracterizando o chamado endosso em preto, ou sem a indicação do
beneficiário, o denominado endosso em branco.
IMPORTANTE: ENDOSSO EM PRETO INDICA O NOVO BENEFICIÁRIO.
ENDOSSO EM BRANCO NÃO INDICA O NOVO BENEFICIÁRIO.
Art. 910. O endosso deve ser lançado pelo endossante no verso ou anverso do
próprio título.
Outro detalhe trazido pelo Código Civil, mas que costuma ser bem cobrado em prova, é o seguinte:
Art. 910. O endosso deve ser lançado pelo endossante no verso ou anverso do próprio título.
§ 1o Pode o endossante designar o endossatário, e para validade do endosso,
dado no verso do título, é suficiente a simples assinatura do endossante.
Então, o endosso pode ser dado no verso ou anverso (frente) do título.
Observem que o parágrafo primeiro trouxe que para a validade do endosso no verso é suficiente a simples assinatura do endossante. Ora, o parágrafo falou
sobre o anverso? Não! Concluímos, em interpretação a contrario sensu, que a simples assinatura para endosso feito no anverso não é suficiente para a
transferência do título.
Devemos expressamente dizer que se trata de endosso, sob pena de ser
reputado como aval.
Art. 898. O aval deve ser dado no verso ou no anverso do próprio título. § 1o Para a validade do aval, dado no anverso do título, é suficiente a simples
assinatura do avalista.
SEMPRE CAI EM PROVA!!! SIMPLES ASSINATURA:
- No anverso (frente): Aval (Se feito no verso deve indicar expressamente ser aval).
- No verso: Endosso (Se feito no anverso deve indicar expressamente ser
endosso).
Outro aspecto importante é diferenciar o endosso da cessão civil de crédito. De
acordo com o Código Civil:
Art. 919. A aquisição de título à ordem, por meio diverso do endosso, tem efeito
de cessão civil.
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Endosso Cessão civil do crédito
É o ato pelo qual o credor de um
título de crédito com a cláusula à ordem transmite os seus direitos
à outra pessoa.
É o ato pelo qual o credor de
um título de crédito com a cláusula não à ordem transmite
os seus direitos à outra pessoa.
Quem transfere o título de crédito responde pela existência
do título e também pelo seu pagamento.
Quem transfere o título de crédito só responde pela
existência do título, mas não responde pelo seu pagamento.
O devedor não pode alegar
contra o endossatário de boa-fé exceções pessoais.
O devedor pode alegar contra o
cessionário de boa-fé exceções pessoais.
Sobre os tipos de endosso, divide-se ele em próprio ou impróprio.
O endosso próprio ou puro e simples transfere a propriedade imediata do
título e torna o endossante responsável solidariamente (lembre-se: segundo o CC, apenas se contiver cláusula expressa, todavia, a legislação especial que
rege os diversos títulos previu a responsabilidade solidária) pelo pagamento do crédito.
O endosso impróprio é o que não transfere a propriedade do título, permitindo apenas ao endossatário exercer direitos relativos à cártula. Da
espécie endosso impróprio resultam as espécies endosso-mandato e endosso-caução.
A FGV, no concurso para Procurador do TCM-RJ, 2008, explorou este assunto,
com a seguinte sentença: O endosso impróprio transfere o exercício dos direitos inerentes à cambial.
O item deve ser analisado com muita cautela. O endosso impróprio
transfere, sim, os direitos inerente à cártula, exceto a transmissão da propriedade. Gabarito, portanto, correto.
Do genero endosso mandato resultam os endossos do tipo mandato ou
procuração e caução ou pignoratício.
Endosso-mandato ou endosso procuração é aquele através do qual o
endossatário atua em nome do endossante, não possuindo a posse sobre o título. Com a morte ou a superveniente incapacidade do endossante, não perde
eficácia o endosso-mandato (CC, art. 917, §2º). Ademais, o título poderá ser novamente endossado, desde que nos mesmos poderes recebidos e, também,
na qualidade de endosso-procuração.
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O endosso caução, endosso garantia ou endosso penhor é utilizado quando o
endossante deposita ou dá o título, perante o endossatário como garantia de uma dívida.
O título endossado em garantia permanecerá com o endossatário até que haja a
liquidação da dívida. Com o inadimplemento do endossante, o endossatário passará a ter a efetiva propriedade do título.
Existe, ainda, o endosso após o vencimento do título, que é conhecido como
endosso póstumo. Produzirá efeitos tal como tivesse sido feito antes do vencimento, salvo se feito após o protesto por falta de pagamento ou após a
expiração do prazo para protestar.
AVAL
Falemos agora sobre o instituto do AVAL. Não raramente, vocês, quando já
houverem passado nos certames que desejam, cheios de dinheiro, deverão se deparar com o seguinte pedido de um amigo: “Fulano, seja meu avalista na
compra de tal coisa?”.
Mas o que vem a ser o aval? Pois bem, Fábio Ulhoa Coelho o define como “ATO CAMBIÁRIO PELO QUAL UMA PESSOA (AVALISTA) SE COMPROMETE A
PAGAR TITULO DE CRÉDITO, NAS MESMAS CONDIÇÕES DO DEVEDOR DESTE TITULO (AVALIZADO)”. Vejamos também a explicação do Código
Civil:
Art. 897. O pagamento de título de crédito, que contenha obrigação de pagar soma determinada, pode ser garantido por aval.
Parágrafo único. É VEDADO O AVAL PARCIAL.
Um aspecto importantíssimo para a prova é também o seguinte: O AVALISTA
RESPONDE SOLIDARIAMENTE (OU SEJA, SEM BENEFÍCIO DE ORDEM) COM O DEVEDOR PRINCIPAL. Assim, se o título não for pago no vencimento,
o credor poderá cobrar diretamente do avalista, se quiser.
AVAL RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA.
Veja-se, ainda, que, segundo o Código Civil, é vedado o aval parcial. Atente-se, contudo, para o fato de que a regra que veda o aval parcial não vale para
os títulos que contenham legislação específica prevendo de forma contrária. E, de fato, as legislações especiais dos mais diversos títulos de crédito prevêem a
possibilidade do aval parcial.
Neste escopo, a FGV perguntou aos candidatos do concurso para Procurador do TCM RJ o seguinte: O Código Civil não admite o aval parcial (O item está
correto, pois faz clara remissão ao CC).
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A ESAF, nos idos de 1996, questionou sobre o aval, se tido ou não como obrigação acessória. Ora, a responsabilidade do avalista é solidária juntamente
com o avalizado. Trata-se, portanto, de obrigação principal, autônoma, no título de crédito.
Ainda, caso se dê o aval posteriormente ao vencimento do título a produção de
efeitos se dará tal como tivesse sido prolatado antes de seu vencimento. Assim prevê o CC:
Art. 900. O aval posterior ao vencimento produz os mesmos efeitos do
anteriormente dado.
Ao avalizar determinado título, o avalista passar a ser devedor solidário. O aval, como dito, não é garantia acessória, posto que, como já propagado em
diversos julgados do STJ, é autônomo e independente.
O aval, em regra, deve ser feito na frente do título (anverso) – CC, art. 898. Se
for feito no anverso, basta que o avalista assine. Se for feito no verso, contudo, deverá ser indicado expressamente que se trata de aval, junto da assinatura. É
o que se extrai da leitura dos artigos seguintes do Código Civil:
Art. 898. O aval deve ser dado no verso ou no anverso do próprio título. § 1o Para a validade do aval, dado no anverso do título, é suficiente a simples
assinatura do avalista.
AVAL SE FEITO NO ANVERSO (FRENTE): BASTA ASSINATURA! SE FEITO NO VERSO: DEVE SE INDICAR EXPRESSAMENTE TRATAR-SE
DE AVAL.
O aval, tal como o endosso, pode indicar ou não a pessoa do avalizado. Indicando, será classificado como aval em preto. Não o fazendo teremos
caracterizado o aval em branco.
De acordo com o Código Civil:
Art. 899. O avalista equipara-se àquele cujo nome indicar; na falta de indicação, ao emitente ou devedor final. § 1° Pagando o título, tem o avalista ação de regresso contra o seu avalizado e
demais coobrigados anteriores. § 2o Subsiste a responsabilidade do avalista, ainda que nula a obrigação
daquele a quem se equipara, a menos que a nulidade decorra de vício de
forma.
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Assim, de acordo com o artigo 899, §2º, se um negócio jurídico praticado com
simulação é avalizado por Beltrano, não poderá ele alegar eventual nulidade no aval, uma vez que o verdadeiro prejudicado com tal situação é o credor.
Existe, perfeitamente, a possibilidade de mais de uma pessoa ser avalista de
um devedor. É o que a doutrina ousa chamar de aval simultâneo.
Um exemplo proposto por José Paulo Leal: Numa nota promissória, “A” é emitente e “B” o beneficiário. No verso há assinaturas de “C” e “D”, “E” e “F”.
Não há restrição alguma, apenas assinaturas; portanto, avais em branco. Presume-se que todos avalizaram “A”.
Difere, todavia, do aval sucessivo, que se dá quando o avalista posterior
avaliza o anterior.
AVAL SUCESSIVO E AVAL SIMULTÂNEO Aval simultâneo B, C, D, E e F avalizam A.
Aval sucessivo B avaliza A, C avaliza B, D avaliza C, E avaliza D e F avaliza E.
Pois bem, feitas as devidas considerações sobre a figura do aval, passemos a
distingui-la de outro instituto parecido, qual seja, a fiança.
Aval Fiança
Regulado pelo Direito
Comercial Regulado pelo Direito Civil
Obrigação autônoma Obrigação acessória
Responsabilidade Solidária Responsabilidade Subsidiária
Deve estar contido no título de crédito
Pode estar em instrumento em separado
Não pode o avalista opor as
exceções pessoais do avalizado para se defender do
credor de boa-fé
As exceções pessoais do afiançado podem ser alegadas
pelo fiador.
Necessita de autorização do
cônjuge, salvo no regime de separação absoluta
Necessita de autorização do
cônjuge, salvo no regime de separação absoluta
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PROTESTO
Se o devedor original de um título não o paga, o credor poderá cobrar dos demais coobrigados, efetuando antes o protesto do título.
CONCEITO DE PROTESTO
Protesto é o ato formal e solene pelo qual se prova a inadimplência e o descumprimento de obrigação originada em títulos e outros
documentos de dívida (art. 1.º da Lei 9.492/1997).
O protesto realiza-se no Cartório de Protesto de Títulos. Sua função é
constituir em mora o devedor, fazendo prova sobre a impontualidade do devedor.
Agora o principal aspecto quando o assunto é protesto:
SEMPRE CAI EM CONCURSO!!! Cobrança contra o devedor principal e seu avalista: desnecessário o protesto. Diz-se que o protesto é facultativo.
Cobrança contra os demais coobrigados: necessário o protesto.
A ESAF cobrou o assunto no concurso para AFTN, há mais de 10 anos, em
1996, com a seguinte redação: Nos títulos de crédito, a falta do protesto necessário, nos prazos legais, exonera os coobrigados. O item está correto. A
execução dos coobrigados depende da realização do protesto.
Apenas mais um detalhe que também pode ser cobrado sob o protesto:
Nos títulos de crédito pode existir cláusula denominada “sem protesto” ou
“sem despesas”. A aposição desta cláusula dispensará o portador de protestar o título para exercer seu direito de ação contra os coobrigados.
A cláusula pode ser aposta pelo sacador ou por um endossante ou avalista,
nesta última hipótese só produzirá efeito em relação a esse endossante ou a esse avalista (art. 46 da LUG e art. 50 da Lei 7.357/1985).
A FCC cobrou o tema em provas da seguinte forma:
(Juiz Substituto TJ-PI/2001/FCC) Somente o sacador pode lançar na letra de
câmbio a cláusula sem despesas ou sem protesto.
Ora, tanto o sacador como os endossantes ou avalistas podem lançar a cláusula sem despesas ou sem protesto nos títulos de crédito. Item incorreto.
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DISPOSIÇÕES DO CÓDIGO CIVIL SOBRE OS TÍTULOS DE CRÉDITO
Os principais títulos de crédito hoje existentes são: cheque, duplicata, nota
promissória e letra de câmbio. Esses configuram os chamados títulos de crédito próprios.
Pois bem. O Código Civil apenas traz NORMAS GERAIS sobre o assunto, não
tratando pormenorizadamente de qualquer deles.
Assim dispôs o artigo 903:
Art. 903. Salvo disposição diversa em lei especial, regem-se os títulos de
crédito pelo disposto neste Código.
Com efeito, não havendo previsão na lei que rege o título, devemos aplicar as normas do Código Civil.
Art. 888. A omissão de qualquer requisito legal, que tire ao escrito a sua validade como título de crédito, não implica a invalidade do negócio jurídico que
lhe deu origem.
Negócio jurídico, segundo a doutrina, é toda ação ou omissão humana cujos
efeitos jurídicos - criação, modificação, conservação ou extinção de direitos - derivam essencialmente da manifestação de vontade. Exemplos de negócio
jurídico são os contratos e os testamentos.
Os títulos de crédito são NEGÓCIOS JURÍDICOS ABSTRATOS, pois produzem efeito independentemente da causa que lhes deu origem.
O artigo 888 determina que se faltar algum requisito legal para a validade do documento como título de crédito, ele não anulará o negócio como um todo.
Perderá o documento tão-somente sua validade como título de crédito.
Perde o título o seu caráter cambiário, mas continua vigendo conforme o direito civil.
Art. 889. Deve o título de crédito conter a data da emissão, a indicação precisa
dos direitos que confere, e a assinatura do emitente.
O título de crédito deve conter como REQUISITOS ESSENCIAIS:
- DATA DA EMISSÃO: composta por ano, dia e mês. - INDICAÇÃO DOS DIREITOS QUE CONFERE: Trata-se da importância a ser
paga. Por exemplo, uma duplicata que tenha por objeto a venda de 100
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mercadorias a R$ 10,00, deverá narrar esta quantia. O valor deve ser certo.
Não podendo ser indeterminado.
Ademais, devem ser indicados também a pessoa do devedor e do credor.
- ASSINATURA DO EMITENTE.
Art. 889 (...) § 1o É à vista o título de crédito que não contenha indicação de vencimento.
§ 2o Considera-se lugar de emissão e de pagamento, quando não indicado no
título, o domicílio do emitente.
§ 3o O título poderá ser emitido a partir dos caracteres criados em computador ou meio técnico equivalente e que constem da escrituração do emitente,
observados os requisitos mínimos previstos neste artigo.
A data de vencimento do título não é requisito obrigatório. Porém, se o título não contiver a data em que a obrigação vence, será considerado à vista
(parágrafo primeiro).
O parágrafo segundo traz, outrossim, outro requisito não essencial, a saber, o lugar de emissão e de pagamento do título de crédito. Quando o local não
estiver circunstanciado no documento considerar-se-á como tal o DOMICÍLIO DO EMITENTE.
Sobre o parágrafo terceiro, apenas legitima a possibilidade de emissão de
títulos de maneira informatizada.
Art. 890. Consideram-se não escritas no título a cláusula de juros, a proibitiva de endosso, a excludente de responsabilidade pelo pagamento ou por despesas,
a que dispense a observância de termos e formalidade prescritas, e a que, além
dos limites fixados em lei, exclua ou restrinja direitos e obrigações.
Assim, são consideradas NÃO ESCRITAS:
- Cláusulas de juros; - Cláusula que proíba endosso;
- Cláusula que exclua a responsabilidade pelo pagamento ou despesas; - Cláusula que dispense a observância de termos e formalidades prescritas;
- Cláusula que exclua, restrinja direitos ou obrigações.
Lembre-se de que se houver lei prevendo em sentido contrário, é ela quem prevalecerá. Lei especial prevalece sobre a lei geral. Por exemplo, a Lei
Uniforme de Genebra, que regula as notas promissórias e letra de câmbio
prevê:
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Art. 49 – A pessoa que pagou uma letra pode reclamar dos seus garantes: 1 – A soma integral que pagou;
2 – Os juros da dita soma, calculados a taxa de 6 por cento, desde a data em que a pagou;
3 – As despesas que tiver feito.
Art. 891. O título de crédito, incompleto ao tempo da emissão, deve ser preenchido de conformidade com os ajustes realizados.
Parágrafo único. O descumprimento dos ajustes previstos neste artigo pelos
que deles participaram, não constitui motivo de oposição ao terceiro portador,
salvo se este, ao adquirir o título, tiver agido de má-fé.
Expliquemos o artigo 891. Assim, se duas pessoas, ao emitirem determinado
título de crédito, acordam que a cláusula X ou Y será preenchida posteriormente, estão formando o chamado PACTO ADJETO.
Pacto adjeto ou acessório é a denominação dada a toda cláusula inserida em
acordo, formando uma convenção acessória dentro de uma convenção principal, com a finalidade de garantir seu adimplemento ou modificar seus efeitos.
Por exemplo, um pacto no sentido de o portador preencher corretamente o
título do qual é beneficiário, de acordo com o que fora acordado.
Assim, se ao receber o título, agir em desacordo com a avença poderá o portador ser acionado judicialmente pelo emitente do título. Todavia, se
posteriormente esse título de crédito preenchido com má-fé pelo portador é repassado a terceiro, este terceiro terá direito a receber o crédito da forma
como consta no título, salvo se este último beneficiário também agir de má-fé.
Art. 892. Aquele que, sem ter poderes, ou excedendo os que tem, lança a sua assinatura em título de crédito, como mandatário ou representante de outrem,
fica pessoalmente obrigado, e, pagando o título, tem ele os mesmos direitos
que teria o suposto mandante ou representado.
Exemplifique-se. Sabemos que o mandato é o instrumento que dá a uma pessoa poderes para praticar atos em nome de outra.
Com fulcro no Código Civil:
Art. 653. Opera-se o mandato quando alguém recebe de outrem poderes para, em seu nome, praticar atos ou administrar interesses. A procuração é o
instrumento do mandato.
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Deste modo, imagine-se que João confere a Pedro procuração para que assine
título de crédito em seu nome, no período de 01.01.2011 a 05.01.2011. De má-fé, Pedro emite determinado título em 07.06.2011, quando a procuração já não
era mais válida, para realizar a compra de determinadas mercadorias para a empresa. Como Pedro não tem mais poderes para proceder à emissão,
responderá pessoalmente pela emissão.
Se Pedro promover, no entanto, a quitação do título, terá a dívida extinta e, também o direito a receber as mercadorias já que “pagando o título, tem ele os
mesmos direitos que teria o suposto mandante ou representado”.
Art. 893. A transferência do título de crédito implica a de todos os direitos que
lhe são inerentes.
É o caso típico do endosso. Se A emite cheque a B, como pagamento de
determinada obrigação que possui, e B resolve endossar este cheque para C,
por possuir dívida com C no mesmo valor, transmite-se o direito a ele não só de receber o título de crédito, originário de A, mas também o direito de cobrar em
juízo, por exemplo, caso o título não seja quitado.
Com efeito, diz-se que a transferência do título implica a transferência igualmente de todos os direitos que lhe são inerentes. Se C quisesse endossar
novamente o título, poderia fazê-lo. E assim por diante.
Art. 894. O portador de título representativo de mercadoria tem o direito de transferi-lo, de conformidade com as normas que regulam a sua circulação, ou de receber aquela independentemente de quaisquer formalidades, além da
entrega do título devidamente quitado.
Para explicar este artigo, precisaremos conhecer um pouco sobre dois títulos de
créditos ditos impróprios, quais sejam, o conhecimento de depósito e o warrant.
O warrant e conhecimento de depósito são títulos de financiamento da atividade
econômica. Fábio Ulhoa Coelho os define como títulos de créditos impróprios (para o autor não se tratam, na verdade, de títulos de crédito, apenas se
aproximando do regime jurídico cambial), mais especificamente, na categoria de títulos representativos.
Títulos representativos são aqueles que representam mercadorias custodiadas
(esta é a palavra chave!) e possibilitam, em algumas condições, a negociação, pelo proprietário, do valor que elas têm.
O warrant e conhecimento de depósito são regidos pelo Decreto 1.102/1.903.
Quem emite esses títulos é o armazém geral. Se o depositante solicitar, o armazém os emitirá, em substituição ao recibo de depósito.
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Os títulos são emitidos conjuntamente. O portador só terá direito à entrega da
mercadoria depositada se apresentar os documentos juntos, devidamente quitados. Em síntese, é isso o que quer dizer o artigo 894 do Código Civil.
Art. 895. Enquanto o título de crédito estiver em circulação, só ele poderá ser dado em garantia, ou ser objeto de medidas judiciais, e não, separadamente,
os direitos ou mercadorias que representa.
O artigo 895 trata exatamente de um princípio que dissemos no início do estudo
dos títulos de crédito, qual seja, o princípio da autonomia. Exemplifiquemos.
Imagine-se que A compre um bem a prazo de B, no valor de R$ 1.000,00, para pagamento em 30 dias, mediante a emissão de uma nota promissória (quem
emite a nota promissória é o devedor, A, pois se trata de uma promessa de pagamento). B é o legítimo portador dessa nota promissória (beneficiário).
B, por sua vez, necessita fazer compra de matéria-prima com o fornecedor C, e, não possuindo recursos, procede ao endosso da nota promissória para C, que
passa a ser o legítimo portador do título, tendo direito a receber, na data certa, a quantia estipulada no título emitido por A.
Assim, no vencimento, não poderá A, por exemplo, dizer que não pagará C, por
estar o bem que comprou de B eivado de vício. Deve, em virtude do princípio da autonomia, A proceder ao pagamento e, em seguida, exigir o ressarcimento
por parte de B.
Imaginemos a mesma situação. A compra um bem de B, emitindo (A) uma nota promissória em favor de B (que é o portador do título). B tem uma dívida
perante C, mas não endossa o título. Ele, simplesmente, diz: C, tenho um bem que vendi para A, e vou deixá-lo como garantia.
Poderá C fazer isso?! Não, é claro! Pois as mercadorias já se desvincularam do título de crédito, não mais pertencendo a B, uma vez que houve a tradição
(entrega da mercadoria). Em síntese, é isto o que diz o artigo 895: a garantia deve ser instituída sob o título e não sobre as mercadorias que dele são objeto.
Art. 896. O título de crédito não pode ser reivindicado do portador que o adquiriu de boa-fé e na conformidade das normas que disciplinam a sua
circulação.
O que este artigo quer, em síntese, dizer é que, se uma pessoa é legítima portadora de um título, tendo agido de boa-fé para receber os direitos que lhe
são inerentes, não poderá ter seu direito prejudicado por relações travadas anteriormente.
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Art. 901. Fica validamente desonerado o devedor que paga título de crédito ao legítimo portador, no vencimento, sem oposição, salvo se agiu de má-fé.
Parágrafo único. Pagando, pode o devedor exigir do credor, além da entrega do
título, quitação regular.
O título que configura venda a prazo pode, tão-logo vença, ser exigido. O
pagamento quando efetuado implica a extinção da obrigação que o título carrega consigo.
Assim, o pagamento pelo devedor desobriga todos aqueles que da relação
cambial tiveram parte. A exceção é a existência de má-fé por parte de quem paga.
E mais, uma vez efetuado o pagamento do título, pode o devedor exigir que o
credor lhe entregue o título de volta.
Art. 902. Não é o credor obrigado a receber o pagamento antes do vencimento do título, e aquele que o paga, antes do vencimento, fica responsável pela
validade do pagamento.
§ 1o No vencimento, não pode o credor recusar pagamento, ainda que parcial.
§ 2o No caso de pagamento parcial, em que se não opera a tradição do título,
além da quitação em separado, outra deverá ser firmada no próprio título.
Antes do vencimento, não precisa o credor aceitar o pagamento. Se o devedor o fizer, e o fizer incorretamente, fica responsável pela validade do pagamento.
Afinal, como diz o brocardo jurídico, quem paga mal paga duas vezes.
Todavia, no vencimento, querendo o devedor fazer pagamento, ainda que
parcial, não pode o credor recusar.
Se o pagamento for parcial, o título não é entregue ao devedor. Nesta hipótese, deve ser feita uma quitação em separado, para ficar de posse do devedor, e,
também, uma no próprio título, provando a quitação.
Vistas estas principais considerações gerais sobre os títulos de crédito, passemos a falar sobre os títulos em espécie.
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LETRA DE CÂMBIO
Inicialmente, estudaremos a letra de câmbio. Ela é o título de crédito mais antigo. Contudo, a letra de câmbio é título que aqui, em nosso país, se encontra
em franco desuso.
A seguir, um modelo de letra de câmbio:
Fonte: http://www.segundoprotestosbc.com.br/sbc/img_up/letracambio.jpg
Suponha-se que Alberto deve uma quantia X a Carlos, e que Breno deve uma
quantia X a Alberto. Uma solução viável para Alberto é emitir uma letra de câmbio, figurando como sacador, contra Breno (sacado), que passará a dever
a quantia perante Carlos (tomador).
Embora neste exemplo três pessoas tenham existido, pode ocorrer de na nota promissória sacador e tomador ou beneficiário serem a mesma pessoa.
Um dos motivos que torna a letra de câmbio um título de difícil utilidade prática
é que depende ela do aceite do sacado, do devedor.
No caso, enquanto Breno não aceitasse as condições de pagar a quantia para Carlos não poderia ser de forma alguma responsabilizado nesta obrigação.
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A letra de câmbio é regulada pela Lei Uniforme de Genebra e, uma vez emitida,
não nasce de imediato a obrigação cambial, sendo necessário que o sacador a entregue ao sacado, a fim de que a aceite. Nasce a partir daí a obrigação.
Todavia, o aceite, por parte do sacado, é facultativo. Reprise-se: o aceite é
facultativo! Eis o grande motivo de essa figura cambial ser de raríssima utilização no dia-a-dia.
São requisitos da letra de câmbio, segundo a Lei Uniforme de Genebra:
Art. 1º - A letra contém:
1 - A palavra "letra" inserta no próprio texto do título é expressa na língua empregada
para a redação desse título; 2 - O mandato puro e simples de pagar uma quantia determinada;
3 - O nome daquele que deve pagar (sacado);
4 - A época do pagamento; 5 - A indicação do lugar em que se deve efetuar o pagamento;
6 - O nome da pessoa a quem ou a ordem de quem deve ser paga; 7 - A indicação da data em que, e do lugar onde a letra é passada;
8 - A assinatura de quem passa a letra (sacador).
A letra em que se não indique a época do pagamento entende-se pagável à
vista (LUG, art. 2º).
Na falta de indicação especial, o lugar designado ao lado do nome do sacado considera-se como sendo o lugar do pagamento e, ao mesmo tempo, o lugar do
domicílio do sacado (LUG, art. 2º). A letra pode ser pagável no domicílio de terceiro, quer na localidade onde o sacado tem o seu domicílio, quer noutra
localidade (LUG, art. 4º).
A letra sem indicação do lugar onde foi passada considera-se como tendo-o sido
no lugar designado, ao lado do nome do sacador (LUG, art. 2º).
Toda a letra de câmbio, mesmo que não envolva expressamente a cláusula a ordem, é transmissível por via de endosso (LUG, art. 11º). Quando o sacador
tiver inserido na letra as palavras "não a ordem", ou uma expressão equivalente, a letra só é transmissível pela forma e com os efeitos de uma
cessão ordinária de créditos (LUG, art. 11º).
Ainda sobre o endosso da letra, a lei uniforme de genebra prescreve o seguinte:
Art. 12 - O endosso deve ser puro e simples. Qualquer condição a que ele seja subordinado considera-se como não escrita. O endosso parcial é nulo.
O endosso ao portador vale como endosso em branco.
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Como já frisamos, a letra de câmbio necessita de aceite. A letra pode ser apresentada, até o vencimento, ao aceite do sacado, no seu domicílio , pelo
portador ou até por um simples detentor (LUG, art. 21).
O aceite é escrito na própria letra. Exprime-se pela palavra "aceite" ou qualquer outra palavra equivalente; o aceite é assinado pelo sacado. Vale
como aceite a simples assinatura do sacado aposta na parte anterior da letra (LUG, art. 25).
O aceite é puro e simples, mas o sacado pode limitá-lo a uma parte da
importância sacada (LUG, art. 26).
Se recusado o aceite, considera-se que há vencimento antecipado do título.
Um último aspecto interessante sobre a letra é o seguinte: em função do princípio da cartularidade, o crédito existe na medida em que está contido
expressamente na cártula.
Contudo, segundo a LUG:
Art. 67. O portador de uma letra tem o direito de tirar cópias dela. A cópia deve reproduzir exatamente o original, com os endossos e todas as outras menções que nela figurem. Deve mencionar onde acaba a cópia.
A cópia pode ser endossada e avalizada da mesma maneira e produzindo os mesmos efeitos que o original.
Art. 68. A cópia deve indicar a pessoa em cuja posse se encontra o título
original. Esta é obrigada a remeter o dito título ao portador legítimo da cópia. Se se recusar a fazê-lo, o portador só pode exercer o seu direito de ação contra
as pessoas que tenham endossado ou avalizado a cópia, depois de ter feito
constatar por um protesto que o original lhe não foi entregue a seu pedido. Se o título original, em seguida ao último endosso feito antes de tirada a cópia,
contiver a cláusula "daqui em diante só é válido o endosso na cópia" ou qualquer outra fórmula equivalente, é nulo qualquer endosso assinado
ulteriormente no original.
Com efeito, o título se torna documento necessário ao exercício do direito nele
mencionado. Então, como poderia alguém tirar cópia de uma nota e transferi-la por endosso, apoderando-se da via original? Não contrariaria o princípio
referido? Para a LUG não.
Essa questão foi abordada pelo CESPE no concurso para Juiz Substituto do TJ SE, em 2008, do seguinte modo:
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(Cespe/Juiz Substituto/TJ/SE/2008) Alfredo emitiu nota promissória em favor de Pedro e estabeleceu que seu vencimento se daria 6 meses após o
vencimento do título. Entretanto, esqueceu-se de apor este acordo no título, que foi emitido sem data de vencimento. Pedro, por sua vez, negociou a nota
promissória, colocando-a em circulação. A respeito da situação hipotética acima, assinale a opção correta.
a) Pedro pode tirar cópia da nota promissória e transferi-la por endosso, desde
que a cópia indique que o original encontra-se em sua posse.
Este item foi considerado correto pela banca. Embora remeta à nota
promissória, o tratamento legislativo também se encontra na LUG.
NOTA PROMISSÓRIA
A nota promissória, como já dito, é uma promessa de pagamento, que se consubstancia em um título de crédito emitido pelo devedor. Ele é quem
promete pagar determinada quantia a alguém.
A seguir um modelo de nota promissória:
Fonte: http://tabelionatoroquedomingues.com.br/images/servicos/np.jpg
Apenas duas figuras circundam a emissão da nota promissória:
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a) Emitente, devedor, promitente, que é aquele que emite a NP.
b) Tomador, beneficiário, que é aquele que se beneficia na relação cambial.
Para exemplificar a constituição de uma nota promissória citamos a seguinte hipótese, Pedro empresta R$ 1.000,00 (mil reais) ao seu amigo Anderson, que
por sua vez se compromete a efetuar o pagamento do empréstimo em trinta dias, assim sendo, emite Anderson uma nota promissória no valor do
empréstimo figurando Pedro como beneficiário, com vencimento para trinta dias da data.
Segundo a LUG:
Art. 75 - A nota promissória contém:
1 - Denominação "Nota Promissória" inserta no próprio texto do título e expressa na língua empregada para a redação desse título;
2 - A promessa pura e simples de pagar uma quantia determinada;
3 - A época do pagamento; 4 - A indicação do lugar em que se deve efetuar o pagamento;
5 - O nome da pessoa a quem ou a ordem de quem deve ser paga; 6 - A indicação da data em que e do lugar onde a nota promissória é passada;
7 - A assinatura de quem passa a nota promissória (subscritor).
A nota promissória em que não se indique a época do pagamento será
considerada pagável à vista (LUG, art. 76).
Na falta de indicação especial, lugar onde o título foi passado considera-se como sendo o lugar do pagamento e, ao mesmo tempo, o lugar do domicílio do
subscritor da nota promissória (LUG, art. 76).
Na nota promissória não existe a figura do aceite, uma vez que emitida pelo
próprio devedor.
É jurisprudência do STJ que a nota promissória não pode ser emitida ao portador. A FGV, categoricamente, afirmou o seguinte no 2º concurso para
Agente Fiscal de Rendas do Estado do RJ (item incorreto): a nota promissória pode ser emitida ao portador.
Todavia, nada impede que seja emitida em branco. Desta forma, o credor
deve completar o título de boa-fé antes da cobrança ou protesto, sob pena de não se conferir ao título natureza cambial (Ver in RT 591/220 e in RT
588/210). Torna-se nula a execução de nota promissória sem o preenchimento de seus requisitos essenciais. A nota promissória não será nula, apenas perderá
as características de título cambial (LUG, art. 76).
Segundo o Decreto Lei 2.044/1908:
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Art. 55. A nota promissória pode ser passada: I. à vista;
II. a dia certo;
III. a tempo certo da data.
Os títulos a dia certo ou a data certa são aqueles que devem ser pagos no dia neles previsto.
Nos títulos a tempo certo da data o prazo para vencimento começa a correr a
partir do dia da emissão ou saque.
Já para a letra de câmbio, dispõe o decreto que:
Art. 6º A letra pode ser passada: I. à vista. II. a dia certo.
III. a tempo certo da data.
IV. a tempo certo da vista.
Ainda, para os dois tipos de título (nota e letra), prescreve a LUG que
Art. 34 - A letra à vista é pagável a apresentação. Deve ser apresentada a pagamento dentro do prazo de um ano, a contar da sua data. O sacador pode
reduzir este prazo ou estipular um outro mais longo. Estes prazos podem ser encurtados pelos endossantes.
O sacador pode estipular que uma letra pagável à vista não deverá ser
apresentada a pagamento antes de uma certa data. Nesse caso, o prazo para a
apresentação conta-se dessa data.
CHEQUE
O cheque é uma ordem de pagamento à vista. O cheque é regido pela Lei 7.357/85 (Lei do Cheque), e emitido pelo sacador (emitente) contra o
sacado (instituição bancária), em favor próprio ou de terceiro, e que incide sobre fundos que o sacador dispõe em poder do sacado.
Art. 3º O cheque é emitido contra banco, ou instituição financeira que lhe seja equiparada, sob pena de não valer como cheque.
Art. 4º O emitente deve ter fundos disponíveis em poder do sacado e estar
autorizado a sobre eles emitir cheque, em virtude de contrato expresso ou tácito. A infração desses preceitos não prejudica a validade do título como
cheque. § 1º - A existência de fundos disponíveis é verificada no momento da
apresentação do cheque para pagamento.
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Ainda, segundo a Lei do Cheque:
Art. 32 O cheque é pagável à vista. Considera-se não-escrita qualquer menção
em contrário.
Os títulos de créditos podem ser classificados em dois aspectos quanto ao
modelo, modelo vinculado (cheque e duplicata) e modelo livre (nota promissória e letra de câmbio).
Art. 1º O cheque contêm: I - a denominação ‘’cheque’’ inscrita no contexto do título e expressa na língua
em que este é redigido; II - a ordem incondicional de pagar quantia determinada;
III - o nome do banco ou da instituição financeira que deve pagar (sacado); IV - a indicação do lugar de pagamento;
V - a indicação da data e do lugar de emissão;
VI - a assinatura do emitente (sacador), ou de seu mandatário com poderes
especiais.
A seguir um modelo de cheque com as características citadas acima:
Fonte: https://www.tcn.com.br/nastur/ajuda/chequemodelo.gif
O sacado (banco) não se obriga ao pagamento do cheque, sendo a responsabilidade do emitente.
Art. 15º O emitente garante o pagamento, considerando-se não escrita a
declaração pela qual se exima dessa garantia. Art. 6º O cheque não admite aceite considerando-se não escrita qualquer
declaração com esse sentido.
Levem para a prova: O BANCO SACADO NÃO RESPONDE PELA
INEXISTÊNCIA OU INSUFICIÊNCIA DE FUNDOS.
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A responsabilidade do banco se dá somente quando do processamento de
pagamento indevido, como creditamento a cliente errado, que não seja beneficiário do título, ou ainda no caso de pagamento de cheque falso,
falsificado ou alterado, exceto se houver dolo ou culpa do correntista, endossante ou beneficiário (LC, art. 39).
Dissemos que o cheque é uma ordem de pagamento à vista (LC, art. 32). Nos
dizeres do STJ “A emissão de cheque pós-datado, popularmente conhecido como cheque pré-datado, não o desnatura como título de
crédito, e traz como única consequência a ampliação do prazo de apresentação”.
Desta forma, está incorreto o seguinte item apresentado no exame da Ordem
dos Advogados do Brasil/2004: O cheque é uma ordem de pagamento à vista, sendo que qualquer menção em contrário o inutiliza como título de crédito.
Como bem salientou o E. STJ, a única consequência é a ampliação do prazo de apresentação do título. Não será o cheque desnaturado como título de crédito!
A emissão do cheque pré-datado é aceita como praxe, não havendo alicerce jurídico para tanto.
Então, o que temos de saber é o seguinte: o cheque é ordem de pagamento à vista. Contudo, a emissão de cheque pré-datado é aceita
no Brasil, por ser praxe, trazendo como única conseqüência a ampliação do prazo de apresentação, não o desnaturando como título
de crédito!
A Súmula 370 do STJ propõe que “caracteriza dano moral a apresentação
antecipada do cheque pré-datado".
Assim, encontra-se plenamente aceita em nossos tribunais pátrios a
possibilidade de emissão de cheque pré-datado, embora constitua verdadeiro costume contra legem.
Outro assunto interessante, diz respeito ao endosso dos cheques.
Art. 18 O endosso deve ser puro e simples, reputando-se não-escrita qualquer
condição a que seja subordinado.
Importantíssimo agora:
Art. 18, § 1º São nulos o endosso parcial e o do sacado.
A lei que instituía a Contribuição Provisória sobre a Movimentação ou Transmissão de Valores e de Créditos e Direitos de Natureza Financeira - CPMF,
qual seja a Lei 9.311/96, permitia tão somente um único endosso nos cheques,
com o intuito de proibir a circulação de cheques sem o devido recolhimento do
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tributo. Ocorre que a referida lei não mais se encontra em vigor, podendo o
cheque agora ser objeto de mais de um endosso.
Art. 20 - O endosso transmite todos os direitos resultantes do cheque. Se o endosso é em branco, pode o portador: I - completá-lo com o seu nome ou com o de outra pessoa (torna o endosso em
preto); II - endossar novamente o cheque, em branco ou a outra pessoa;
III - transferir o cheque a um terceiro, sem completar o endosso e sem
endossar.
O detentor de cheque "à ordem’’ é considerado portador legitimado, se provar seu direito por uma série ininterrupta de endossos, mesmo que o último seja
em branco. Para esse efeito, os endossos cancelados são considerados não-escritos (Lei do Cheque, artigo 22).
Art. 23 O endosso num cheque passado ao portador torna o endossante responsável, nos termos das disposições que regulam o direito de ação, mas
nem por isso converte o título num cheque ‘’à ordem’’.
Sobre a classificação dos cheques, existem diversos tipos de cheques, senão vejamos:
- CRUZADO: é o cheque em que o emitente apõe dois traços paralelos
no anverso do título (LC, art. 44). A principal finalidade do cruzamento é impedir que um cliente saque o cheque no caixa, permitindo-se apenas que se
pague através de crédito em conta corrente. O parágrafo primeiro do art. 44 dispõe que se diz geral o cruzamento que contenha as duas linhas em branco,
ou que apenas contenha a palavra banco (sem especificações) entre as suas linhas. Será especial o cruzamento se existir nome específico do banco entre as
linhas do cruzamento.
- VISADO: também é conhecido por cheque bancário, cheque de caixa ou
cheque comprado. Está previsto no artigo 7º da Lei 7.357/85 (Lei do Cheque), é aquele em que o emitente solicita ao banco (sacado) que vise, certifique, o
cheque, atestando haver fundos para pagamento durante o prazo em que o título será apresentado.
O CESPE, sobre o assunto, formulou a seguinte questão:
(Cespe/Defensor Público do Ceará/2008) Considere que, ao efetuar o pagamento de um automóvel recentemente adquirido, Lucas tenha emitido
cheque em que, no verso, havia sido lançada declaração do banco indicando a existência de provisão de fundos para a sua liquidação, durante o prazo de
apresentação do título de crédito. Nessa situação, o cheque utilizado por Lucas
é considerado um cheque administrativo ou bancário.
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O item está incorreto. Apontou-se na assertiva o conceito de cheque visado e
não de cheque administrativo.
- ADMINISTRATIVO: é o cheque emitido pelo próprio banco. A instituição financeira figurará como sacador e sacado. Pode ser comprado pelo cliente em
qualquer agência bancária. O banco o emite em nome de quem o cliente efetuará o pagamento.
- ESPECIAL: assim denominado porque o banco concedeu ao titular da conta
um limite de crédito para saque quando não dispuser de fundos. O cheque especial é concedido ao cliente mediante contrato firmado previamente.
- VIAGEM/TURISMO: (traveler check) é um tipo de cheque emitido em
quantia prefixada, traz uma quantia expressa, em moeda estrangeira. Serve para atender gastos em viagens internacionais, tendo a vantagem sobre o
dinheiro em espécie de ter proteção contra furto, roubo ou perda.
Falemos, agora, do prazo para apresentação do cheque.
O portador do cheque deve apresentá-lo para pagamento no prazo de 30 dias,
quando emitido no lugar em que for pago, ou 60 dias, se emitido em lugar diverso ou no exterior (LC, art. 33).
Esvaido o prazo in albis perde-se o direito de executar os coodevedores.
Uma vez expirado este prazo, o beneficiário do cheque tem ainda o prazo de
6 meses para promover a execução (LC, art. 59) ou tentar receber do banco.
Art. 40 O pagamento se fará à medida em que forem apresentados os cheques e se 2 (dois) ou mais forem apresentados simultaneamente, sem que os fundos
disponíveis bastem para o pagamento de todos, terão preferência os de
emissão mais antiga e, se da mesma data, os de número inferior.
Se o portador não apresentar o cheque em tempo hábil ou não comprovar a
recusa de pagamento na forma acima, perderá o direito de execução contra o emitente, caso se comprove que este tinha fundos disponíveis durante o prazo
de apresentação e os deixou de ter, em razão de fato que não lhe seja imputável (art. 47, § 3.º, da LC).
O protesto do cheque acontece pela ausência de fundos. Se a ação é
proposta contra o emitente e seus avalistas, não há necessidade de protesto. Se proposta contra endossantes e respectivos avalistas, exige-se o protesto.
PROTESTO – CHEQUE!!
Cobrança dos endossantes e seus avalistas necessário
Cobrança do emitente e seus avalistas desnecessário
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O protesto ou as declarações devem ser feitos no lugar de pagamento ou do domicílio do emitente, antes da expiração do prazo de apresentação. Mas se a
apresentação ocorrer no último dia do prazo, o protesto ou as declarações podem fazer-se no primeiro dia útil seguinte (art. 48 da LC).
Se, após o protesto, o cheque for pago, o protesto poderá ser cancelado, a
pedido de qualquer interessado, mediante arquivamento de cópia autenticada da quitação que contenha perfeita identificação do cheque no Cartório de
Protesto de Títulos (art. 48, § 4.º, da LC).
CUIDADO!!! Algumas questões propõem o prazo de 6 meses para promover a execução contados a partir da emissão. Está errado! O prazo é de 6 meses
após o transcurso dos 30 ou 60 dias.
Advirta-se! Olhem este item proposto no concurso para Juiz Substituto TRT 23ª,
em 2008: a ação de execução do cheque prescreve em seis meses contados da data de sua emissão.
Perceba-se que o item incidiu no exato erro que estamos alertando.
O mesmo assunto foi cobrado no concurso para Juiz Federal da 5ª região
elaborado pelo CESPE, em 2009, item incorreto: O prazo prescricional do cheque é de seis meses a contar da data da sua emissão.
Amigos, outro aspecto importante é o seguinte:
Após a prescrição do cheque (6 meses a contar a expiração do prazo para
apresentação) não é mais possível sua execução. Contudo, cabe, nesta hipótese, uma ação de enriquecimento ilícito, também conhecida como
ação de locupletamento. O prazo para impetrar esta ação é de 2 anos a
partir do dia em que findar a prescrição da ação cambial.
Por fim, mesmo que prescreva a ação de locupletamento, caberá a ação por cobrança ordinária, desde que se comprove a relação que deu causa à
emissão do cheque.
Art. 62 Salvo prova de novação, a emissão ou a transferência do cheque não
exclui a ação fundada na relação causal, feita a prova do não-pagamento.
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DUPLICATAS
A duplicata é o título de crédito emitido com base em obrigação proveniente de
compra e venda comercial ou prestação de certos serviços. Rege-se pela Lei 5.474/1968.
É conhecida por ser um título causal, ou seja, encontra-se vinculada à relação
jurídica que lhe dá origem que é a compra e venda mercantil.
Contudo, tão logo emitida, a duplicata deixa de ter nexo com o negócio que lhe deu origem, tornando-se independente. Essa distinção deve estar clara na
cabeça: não obstante se perfaça em título de crédito causal, assim que emitida, deixa de ter nexo com o negócio jurídico que lhe deu origem.
Somente a compra e venda mercantil (e a prestação de serviços) permite o saque da duplicata mercantil.
Art. 1º Em todo o contrato de compra e venda mercantil entre partes domiciliadas no território brasileiro, com prazo não inferior a 30 (trinta) dias,
contado da data da entrega ou despacho das mercadorias, o vendedor extrairá a respectiva fatura para apresentação ao comprador.
Art. 2º No ato da emissão da fatura, dela poderá ser extraída uma duplicata
para circulação como efeito comercial, não sendo admitida qualquer outra espécie de título de crédito para documentar o saque do vendedor pela
importância faturada ao comprador.
Percebam que a lei diz prazo não inferior a 30 dias para a emissão
obrigatória de fatura. Se o prazo for menor, torna-se facultativa a emissão.
De acordo com a lei, uma só duplicata não pode corresponder a mais de
uma fatura (LD, art. 2º, §2º).
Segundo a lei, a duplicata conterá:
I - a denominação "duplicata", a data de sua emissão e o número de ordem; II - o número da fatura; III - a data certa do vencimento ou a declaração de ser a duplicata à vista;
IV - o nome e domicílio do vendedor e do comprador; V - a importância a pagar, em algarismos e por extenso;
VI - a praça de pagamento; VII - a cláusula à ordem;
VIII - a declaração do reconhecimento de sua exatidão e da obrigação de pagá-la, a ser assinada pelo comprador, como aceite, cambial;
IX - a assinatura do emitente.
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A lei ainda prescreve que na duplicata poderão constar outras indicações, desde que não alterem sua feição característica (LD, art. 24).
Vamos ver um modelo de duplicata, com todos os requisitos expressos acima:
Fonte: http://www.cosif.com.br/imgs/leisfn/dm.jpg
Nos casos de venda para pagamento em parcelas, poderá ser emitida duplicata única, em que se discriminarão todas as prestações e seus vencimentos, ou
série de duplicatas, uma para cada prestação distinguindo-se a numeração sequencial, pelo acréscimo de letra do alfabeto, também em seqüência (LD, art.
2º, §3º).
Falaremos agora sobre o aceite. Vimos que entre os requisitos para emissão de uma duplicata consta a declaração do reconhecimento de sua exatidão e da
obrigação de pagá-la, a ser assinada pelo comprador, como aceite, cambial.
Assim, com base nesse texto legal, tem-se que o aceite é o reconhecimento da
dívida pelo sacado (comprador/recebedor dos serviços). O aceite, na duplicata, é obrigatório (na letra de câmbio é facultativo).
GRAVE-SE, ACEITE:
Duplicata Obrigatório Letra de câmbio Facultativo
Depois de emitida a duplicata deve ser remetida ao comprador para que se dê o aceite, no prazo de 30 dias a contar da emissão.
Art. 6º A remessa de duplicata poderá ser feita diretamente pelo vendedor ou por seus representantes, por intermédio de instituições financeiras,
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procuradores ou, correspondentes que se incumbam de apresentá-la ao
comprador na praça ou no lugar de seu estabelecimento, podendo os intermediários devolvê-la, depois de assinada, ou conservá-la em seu poder até
o momento do resgate, segundo as instruções de quem lhes cometeu o
encargo.
O comprador, por sua vez, deve devolvê-la em um prazo de 10 (dez) dias.
Como o aceite é obrigatório, em regra, o comprador não pode recusá-lo. Todavia, a LD, arrola hipóteses em que caberá a recusa do aceite:
IMPORTANTÍSSIMO - HIPÓTESES DE RECUSA AO ACEITE NA DUPLICATA
Art. 8º O comprador só poderá deixar de aceitar a duplicata por motivo de:
I - avaria ou não recebimento das mercadorias, quando não expedidas ou não
entregues por sua conta e risco; II - vícios, defeitos e diferenças na qualidade ou na quantidade das
mercadorias, devidamente comprovados;
III - divergência nos prazos ou nos preços ajustados.
O assunto foi cobrado recentemente pela FCC com o seguinte teor:
(MP CE/2009/FCC) Quanto aos títulos de crédito, é correto afirmar que a divergência nos prazos ou nos preços ajustados com o vendedor não é motivo
de recusa de aceite de uma duplicata mercantil pelo comprador.
O item está errado, uma vez que é sim motivo para a recusa de aceite.
Temos, portanto, o seguinte esquema:
O aceite da duplicata pode ocorrer das seguintes formas:
Emissão de
duplicata
Envio para aceite:
30 dias
(obrigatório)
Devolução: 10 dias
Pode rejeitar por:
1) Avaria/não recebimento da mercadoria;
2) Vício, defeito, diferença nos
produtos; 3) Divergência no prazo/preço
ajustado.
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FORMAS DE ACEITE DA DUPLICATA
a) aceite expresso ou ordinário: resultante de assinatura lançada no título pelo comprador;
b) aceite por comunicação: resultante de retenção da duplicata pelo sacado, autorizado por instituição financeira cobradora, e de comunicação escrita do
aceite (LD, art. 7º, § 1º); c) aceite tácito ou presumido: resultante da prova de recebimento das
mercadorias, da falta de recusa justificada do aceite, no prazo de 10 dias, e do
protesto do título (LD, art. 15, inc. II).
Dessa forma, a Fundação José Pelúcio, no concurso para AFTE RO em 2006, apresentou o seguinte enunciado: Dos títulos de crédito abaixo relacionados,
aquele que admite o instituto do denominado aceite presumido é (...). Ficou fácil inferir que a resposta correta é duplicata.
Mas, e se a duplicata for enviada para aceite e, no meio do caminho, houver perda, extravio? Neste caso, o vendedor deve lançar mão da TRIPLICATA,
prevista no artigo 23 da LD:
Art. 23. A perda ou extravio da duplicata obrigará o vendedor a extrair triplicata, que terá os mesmos efeitos e requisitos e obedecerá às mesmas
formalidades daquela.
Sobre o pagamento da duplicata, é lícito ao comprador resgatar a duplicata antes de aceitá-la ou antes da data do vencimento (LD, art. 9º). Este é o
denominado pagamento antecipado.
A prova do pagamento é o recibo, passado pelo legítimo portador ou por seu representante com poderes especiais, no verso do próprio título ou em
documento, em separado, com referência expressa à duplicata (LD, art. 9º,
§1º).
Constituirá, igualmente, prova de pagamento, total ou parcial, da duplicata, a liquidação de cheque, a favor do estabelecimento endossatário, no qual conste,
no verso, que seu valor se destina a amortização ou liquidação da duplicata nele caracterizada (LD, art. 9º, §2º).
No pagamento da duplicata poderão ser deduzidos quaisquer créditos a favor do
devedor resultantes de devolução de mercadorias, diferenças de preço, enganos, verificados, pagamentos por conta e outros motivos assemelhados,
desde que devidamente autorizados (LD, art. 10).
Art. 11. A duplicata admite reforma ou prorrogação do prazo de vencimento, mediante declaração em separado ou nela escrita, assinada pelo vendedor ou
endossatário, ou por representante com poderes especiais.
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Caso o pagamento não seja efetuado deverá ser procedida à cobrança da
duplicata.
A cobrança não necessita ser efetuada pelo banco. Pode ser feita diretamente na via judicial.
A duplicata precisa conter o aceite (assinatura) do sacado/devedor, para que se
comprove que os valores foram aceitos e que a mercadoria foi devidamente entregue.
Se o aceite foi devidamente realizado, o título não precisa necessariamente ser
protestado para sua execução judicial.
Contudo, o portador que não tirar o protesto da duplicata, em forma regular e dentro do prazo de 30 (trinta) dias, contado da data de seu vencimento,
perderá o direito de regresso contra os endossantes e respectivos avalistas.
Se a duplicata não contiver o aceite, para execução da duplicata serão
necessários 3 procedimentos cumulativamente:
EXECUÇÃO DE DUPLICATA SEM ACEITE 1 – Protesto;
2 – Documentos que comprovem a entrega e recebimento da mercadoria, e 3 – Verificar se o sacado/devedor recusou o aceite pelos motivos descritos nos
arts. 7.º e 8.º da Lei das Duplicatas.
O protesto é o ato formal e solene pelo qual se comprova a inadimplência e o descumprimento de obrigação originada em títulos e outros documentos de
dívida. Protesta-se a duplicata por falta de aceite, de devolução (obrigatório por parte do devedor/sacado) ou de pagamento (LD, art. 13).
Repetimos. A duplicata pode ser protestada por:
1) Falta de aceite; 2) Falta de devolução;
3) Falta de pagamento.
Perde o direito de crédito contra endossantes e respectivos avalistas aquele que não protestar a duplicata em até 30 dias após o vencimento (LD, art. 13, §4º).
Atente-se, também, para o fato de que a cobrança do devedor principal (comprador/sacado) independe de protesto, desde que o aceite tenha ocorrido.
DUPLICATA – PROTESTO Endossante e respectivos avalistas Protesto em 30 dias
Devedor principal e respectivos avalistas Independe de protesto – se
ocorrido o aceite
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O assunto prescrição está disposto no art. 18 da Lei de Duplicatas.
O prazo para propor ação contra o sacado e seus avalistas é de 3 anos
da data do vencimento.
O prazo para propor ação contra os endossantes e seus avalistas é de 1 ano da data do protesto. Se ação for movida por um coobrigado, há direito
de regresso.
Neste caso, o direito de ação contra outros extingue-se no prazo de um ano a partir da data do pagamento.
Sobre o vencimento da duplicata, deve ela ser à vista ou à data certa.
Não se pode emitir duplicata com vencimento a certo termo de vista (a letra de
câmbio pode).
Título a certo termo de vista é aquele em que o vencimento é computado a
partir da data do aceite, ou, na falta deste, do protesto.
Vejamos como dispõe a LD sobre o assunto:
Art. 2º No ato da emissão da fatura, dela poderá ser extraída uma duplicata para circulação como efeito comercial, não sendo admitida qualquer outra espécie de título de crédito para documentar o saque do vendedor pela
importância faturada ao comprador. § 1º A duplicata conterá:
III - a data certa do vencimento ou a declaração de ser a duplicata à vista;
Portanto, a duplicata deve conter a data certa do vencimento quando enviada
para o aceite ou constar que se trata de título à vista.
Não se pode contar o vencimento da duplicata quando do aceite ou protesto.
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QUESTÕES COMENTADAS
1. (FGV/Auditor Fiscal/ICMS RJ/2009) A respeito da fiança e aval, é correto
afirmar que:
a) tanto o fiador como o avalista podem opor ao credor as exceções extintivas da obrigação que competem ao devedor principal.
b) tanto o avalista quanto o fiador não podem pleitear o benefício de ordem. c) a fiança prestada sem autorização de um dos cônjuges implica na ineficácia
total da garantia. d) o aval é instituto jurídico com finalidade de garantir a satisfação de
obrigações contraídas por contrato.
e) a fiança é instituto jurídico com finalidade de garantir a satisfação de obrigação assumida pelo devedor mediante emissão de um título cambiário.
Comentários
O aval é o ato cambiário pelo qual uma pessoa (avalista) se compromete a
pagar titulo de crédito, nas mesmas condições do devedor deste titulo (avalizado).
Aval Fiança
Regulado pelo Direito
Comercial Regulado pelo Direito Civil
Obrigação autônoma Obrigação acessória
Responsabilidade Solidária Responsabilidade Subsidiária
Deve estar contido no título de crédito
Pode estar em instrumento em separado
Não pode o avalista opor as
exceções pessoais do avalizado para se defender do
credor de boa-fé
As exceções pessoais do afiançado podem ser alegadas
pelo fiador.
Necessita de autorização do
cônjuge, salvo no regime de separação absoluta
Necessita de autorização do
cônjuge, salvo no regime de separação absoluta
Vamos à questão?
(A) tanto o fiador como o avalista podem opor ao credor as exceções extintivas da obrigação que competem ao devedor principal.
Errado. O fiado pode opor, o avalista não.
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(B) tanto o avalista quanto o fiador não podem pleitear o benefício de ordem.
Errado. O avalista não pode pleitear o benefício de ordem, face a responsabilidade solidária que lhe é peculiar. O fiador pode.
(C) a fiança prestada sem autorização de um dos cônjuges implica na ineficácia
total da garantia.
Correto. Este é o nosso gabarito. A fiança prestada sem autorização de um dos cônjuges implica a ineficácia total da garantia. Este é o exato teor da
Súmula 322 do Superior Tribunal de Justiça.
(D) o aval é instituto jurídico com finalidade de garantir a satisfação de obrigações contraídas por contrato.
O item está errado. O aval não tem por finalidade garantir satisfações contraídas por contrato, mas, sim, as contraídas em títulos de crédito. A fiança
sim tem a finalidade de satisfazer obrigações adquiridas em contrato (basta lembrar-se do fiador quando do aluguel de um imóvel).
(E) a fiança é instituto jurídico com finalidade de garantir a satisfação de
obrigação assumida pelo devedor mediante emissão de um título cambiário.
O examinador inverteu os conceitos nas letras d e e. Item incorreto.
Gabarito C.
2. (FGV/Auditor Fiscal/ICMS RJ/2009) Assinale a afirmativa incorreta.
a) Duplicata é título de crédito causal que encontra origem em contrato de compra e venda mercantil ou de prestação de serviços.
b) Se o credor não realizar o protesto por falta de aceite ou por não devolução do título, ainda assim poderá realizar o protesto por falta de pagamento.
c) Nos contratos de compra e venda mercantil, o devedor poderá deixar de aceitar a duplicata: por avaria ou não-recebimento das mercadorias, quando
não expedidas ou não entregues por sua conta e risco; por vícios, defeitos e diferenças na qualidade ou na quantidade das mercadorias, devidamente
comprovados; e por divergência nos prazos ou nos preços ajustados. d) Nos contratos de prestação de serviços, o devedor poderá deixar de aceitar
a duplicata: quando não houver correspondência com os serviços efetivamente contratados; por vícios ou defeitos na qualidade dos serviços prestados,
devidamente comprovados; e por divergência de prazos ou nos preços
ajustados. e) A duplicata não se configura como título executivo extrajudicial.
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Comentários
Segundo a Lei 5.474/68, em todo o contrato de compra e venda mercantil entre
partes domiciliadas no território brasileiro, com prazo não inferior a 30 (trinta) dias, contado da data da entrega ou despacho das mercadorias, o vendedor
extrairá a respectiva fatura para apresentação ao comprador (LD, art. 1o).
No ato da emissão da fatura, dela poderá ser extraída uma duplicata para circulação como efeito comercial, não sendo admitida qualquer outra espécie de
título de crédito para documentar o saque do vendedor pela importância faturada ao comprador (LD, art. 2o)..
O artigo 1o da Lei se refere apenas à compra e venda mercantil. Todavia, o
artigo 20 narra:
Art . 20. As empresas, individuais ou coletivas, fundações ou sociedades civis,
que se dediquem à prestação de serviços, poderão, também, na forma desta lei, emitir fatura e duplicata.
Portanto, a letra a está correta.
A letra b está correta igualmente.
O protesto é o ato formal e solene pelo qual se comprova a inadimplência e o
descumprimento de obrigação originada em títulos e outros documentos de dívida. Protesta-se a duplicata por falta de aceite, de devolução (obrigatório por
parte do devedor/sacado) ou de pagamento (LD, art. 13).
A letra c também está correta. Uma vez emitida, a duplicata deve ser enviada para que o sacado a aceite. O aceite na duplicata é obrigatório. Contudo, a
própria lei estabelece hipóteses em que ele poderá ser rejeitado, senão
vejamos:
Art . 8º O comprador só poderá deixar de aceitar a duplicata por motivo de:
I - avaria ou não recebimento das mercadorias, quando não expedidas ou não entregues por sua conta e risco;
II - vícios, defeitos e diferenças na qualidade ou na quantidade das mercadorias, devidamente comprovados;
III - divergência nos prazos ou nos preços ajustados.
O mesmo entendimento vale para a duplicata de prestação de serviços, sendo motivos de recusa ao aceite:
Art. 21. O sacado poderá deixar de aceitar a duplicata de prestação de serviços
por motivo de:
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I - não correspondência com os serviços efetivamente contratados;
II - vícios ou defeitos na qualidade dos serviços prestados, devidamente comprovados;
III - divergência nos prazos ou nos preços ajustados.
A letra d, portanto, também está correta.
A letra e é o nosso gabarito.
A duplicata, assim como os outros títulos de crédito, configura título executivo extrajudicial.
Segundo o Código de Processo Civil:
Art. 585. São títulos executivos extrajudiciais:
I - a letra de câmbio, a nota promissória, a duplicata, a debênture e o cheque;
Gabarito E.
3. (FGV/Auditor Fiscal/ICMS RJ/2009) A respeito do protesto, assinale a
alternativa correta.
a) O cancelamento do protesto, por qualquer motivo, somente pode ser realizado por determinação judicial.
b) O protesto é condição necessária para o pedido de falência do devedor empresário.
c) O protesto pode ser requerido perante o Cartório de Protesto apenas para
comprovar a falta de pagamento. d) O protesto é o ato formal pelo qual se prova a inadimplência de uma
obrigação cambiária e pode ser requerido para demonstrar a falta de pagamento, a falta de aceite ou a não-devolução do título.
e) O protesto não tem nenhum efeito jurídico, servindo unicamente para pressionar o devedor a pagar o que deve.
Comentários
O protesto é regulado pela Lei 9.492/92.
Segundo seu artigo 1o: Protesto é o ato formal e solene pelo qual se prova a
inadimplência e o descumprimento de obrigação originada em títulos e outros documentos de dívida.
Segundo o artigo 26, não há necessidade de ordem judicial para cancelamento do protesto:
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Art. 26. O cancelamento do registro do protesto será solicitado diretamente no
Tabelionato de Protesto de Títulos, por qualquer interessado, mediante apresentação do documento protestado, cuja cópia ficará arquivada.
O item a, portanto, está incorreto.
A letra b, igualmente, está incorreta. As hipóteses para as quais podem ser
decretada a falência de devedor estão arroladas no artigo 94 da Lei 11.101/2005. Dentre elas não consta o protesto como cláusula obrigatória.
A letra c está incorreta.
Art. 21. O protesto será tirado por falta de pagamento, de aceite ou de
devolução.
A letra d está correta. Resulta do combinado entre o artigo 1o e o artigo 21 da
Lei 9.492/92.
A letra e está incorreta, posto que o protesto é um ato com efeitos jurídicos apto a comprovar a inadimplência e o descumprimento de obrigações
cambiárias.
Gabarito D.
4. (FCC/Agente Fiscal de Rendas/ICMS SP/2006) O protesto de duplicata
mercantil é indispensável para a propositura de execução contra o
a) sacado, tenha a duplicata sido aceita ou não.
b) endossante, tenha a duplicata sido aceita ou não. c) avalista do sacado, tenha a duplicata sido aceita ou não.
d) avalista do endossante, apenas se a duplicata não tiver sido aceita. e) sacador, apenas se a duplicata não tiver sido aceita.
Comentários
Protesto é o ato formal e solene pelo qual se prova a inadimplência e o
descumprimento de obrigação originada em títulos e outros documentos de dívida (art. 1.º da Lei 9.492/1997)
Tenha em mente o seguinte esquema para a duplicata:
Há aceite?
1) Sim! Não precisa protestar para executar o sacado e seus avalistas, porém, há necessidade de protesto contra os coobrigados e seus avalistas.
2) Não! Depende-se de protesto para cobrança até mesmo do obrigado direto.
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Vejamos, pois, as assertivas:
O protesto de duplicata mercantil é indispensável para a propositura de execução contra o
a) sacado, tenha a duplicata sido aceita ou não.
Errado. Se a duplicata tiver sido aceita, o protesto é dispensável.
b) endossante, tenha a duplicata sido aceita ou não. Correto. Contra os coobrigados há necessidade de protesto, independentemente
de aceite.
c) avalista do sacado, tenha a duplicata sido aceita ou não. Errado. A propositura de execução contra avalista do sacado independe de
protesto se a duplicata tiver sido aceita.
d) avalista do endossante, apenas se a duplicata não tiver sido aceita.
Errado. Contra os coobrigados e seus avalistas há necessidade de protesto, independentemente de aceite.
e) sacador, apenas se a duplicata não tiver sido aceita.
Errado. O STJ entende que a execução em caso de não aceite da duplicata depende de: 1) Protesto da duplicata; e, 2) Comprovação de entrega da
mercadoria. Todavia, se a execução é voltada contra o próprio sacador (vendedor), que endossou o título (cártula), desnecessária se torna a
comprovação de entrega de mercadoria, bastando que haja o protesto. Concluindo: para a cobrança do sacador, faz-se necessário o protesto, haja ou
não o aceite.
Gabarito B.
5. (FGV/Auditor Fiscal/ICMS RJ/2008) O sr. RJB firmou contrato de abertura de crédito com determinado banco comercial no valor de R$ 10.000,00 (dez mil
reais). Por exigência do banco, foi emitida uma nota promissória em branco, vinculada à avença, sendo que, nesse título de crédito, apôs sua assinatura o
sr. Antônio, na condição de avalista. Dez meses depois, o banco ingressa com uma execução com base naquela nota promissória no valor de R$ 28.472,00,
decorrente da abertura da linha de crédito, ocorrida em favor do avalizado, que não possuía capacidade econômica para pagar aquele débito.
A respeito da possibilidade de o avalista argüir a iliquidez da dívida, assinale a
afirmativa correta.
a) O credor pode completar o título cambiariforme em qualquer circunstância
após as assinaturas do emitente e do avalista, o que lhe confere autonomia e
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literalidade, sendo exigível, mesmo quando não acompanhada do contrato de
abertura de crédito. b) A nota promissória possui autonomia e literalidade, sendo exigível em
qualquer circunstância, podendo ser completada pelo credor antes de iniciar a cobrança, o que confere liquidez ao título.
c) A nota promissória goza de autonomia e literalidade, sendo exigível apenas quando completada pelo credor de boa-fé antes de iniciar a cobrança.
d) Caracteriza-se a nota promissória pela autonomia e literalidade; fundada a ação na nota promissória mencionada no enunciado, não se admite a discussão
da causa debendi. e) A nota promissória vinculada a contrato de abertura de crédito não goza de
autonomia, em razão do título que a originou, sendo neste caso admissível a discussão da causa debendi.
Comentários
Um dos princípios vigentes no âmbito dos títulos de crédito é o da autonomia. Isto é, tão logo emitidos, os títulos deixam de ter vinculação à causa que
originou a sua emissão.
Assim, quando A emite um cheque para B, relativo à compra de um carro, no montante de R$ 10.000,00 e B transfere, mediante endosso, a propriedade
deste título a C, por ser seu credor, não poderá A alegar que não pagará a C porque o veículo está com defeito ou não atendeu ao que era esperado, posto
que o título de crédito é autônomo e, tão-logo emitido, deixa de ter vinculação à causa que o originou.
Esta regra, todavia, é afastada pelo STJ nos casos de contratos de abertura de
crédito
SÚMULA 258 STJ: A nota promissória vinculada a contrato de abertura de
crédito não goza de autonomia em razão da iliquidez do título que a originou.
Gabarito E.
6. (FGV/Agente Fiscal de Rendas/Sefaz RJ/2010) Com relação aos atos
cambiais, analise as afirmativas a seguir.
I. O aval garante o pagamento do título de crédito e não pode ser parcial. II. O endosso possibilita o protesto do título de crédito.
III. O aceite é ato a ser praticado pelo sacado.
Assinale:
(A) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.
(B) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.
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(C) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.
(D) se somente a afirmativa I estiver correta. (E) se todas as afirmativas estiverem corretas.
Comentários
A afirmação I está correta porque o aval, que serve para garantir o pagamento
do título de crédito (artigo 14 do Decreto n.° 2.044/1908; art. 30 da LUG), não pode ser parcial, nos termos do parágrafo único do artigo 897 do Código Civil.
Lembre-se de que as legislações especiais dos mais diversos títulos de crédito prevêem a possibilidade do aval parcial.
A afirmação II está incorreta porque o endosso serve para transferir a
propriedade do título de crédito (artigo 8.° do Decreto n.° 2.044, de 31 de dezembro de 1908; artigo 11 da Lei Uniforme Relativa às Letras de Câmbio e
Notas Promissórias) e não para possibilitar o protesto do título.
A afirmação III está correta, pois o aceite é ato a ser praticado pelo sacado
(artigo 21 da LUG). Estudaremos a seguir mais aprofundadamente o assunto.
Portanto, está correta a alternativa (B).
Gabarito B.
7. (ESAF/Auditor Fiscal do Trabalho/2010) Todos os títulos de crédito abaixo
têm força executória, exceto:
a) a duplicata de serviços aceita.
b) o cheque administrativo. c) a nota promissória protestada.
d) a duplicata mercantil, não aceita e sem protesto. e) o cheque cruzado.
Comentários
A letra D é a correta, pois a duplicata, quando não expressamente aceita, só
pode ser executada se estiver protestada e acompanhada do comprovante de entrega das mercadorias ou da prestação do serviço.
Segundo o art. 1º da Lei 9.492/1997, protesto é o ato formal e solene pelo qual
se prova a inadimplência e o descumprimento de obrigação originada em títulos e outros documentos de dívida.
Acrescente-se que os títulos de crédito são considerados pela lei como títulos executivos extrajudiciais, isto é, servem de documento hábil para dar início a
um processo judicial de execução. Em outras palavras, são dotados de
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executividade. O art. 585, I, do Código de Processo Civil (CPC) dispõe que são
títulos executivos extrajudiciais: a letra de câmbio, a nota promissória, a duplicata, a debênture e o cheque.
Gabarito D.
8. (ESAF/Auditor Fiscal da Receita Federal/2010) Sobre a nota promissória, o cheque e a duplicata, marque a afirmativa correta.
a) À exceção do cheque, a duplicata e a nota promissória constituem títulos
executivos. b) A nota promissória, o cheque e a duplicata são títulos de crédito impróprios.
c) O cheque e a duplicata são ordens de pagamento, e a nota promissória é
uma promessa de pagamento. d) A nota promissória é um título causal.
e) Admite-se o endosso parcial do cheque.
Comentários
A letra A está errada. O cheque, se cumpridos os requisitos legais, constitui um título executivo, conforme o art. 585, I, do Código de Processo Civil (CPC).
A letra B é incorreta porque a nota promissória, o cheque e a duplicata são
títulos de crédito próprios, isto é, títulos que encerram uma verdadeira operação de crédito, sendo sua existência subordinada à confiança que inspiram
nos agentes que participam da transação. Tais títulos preenchem todos os requisitos e princípios do Direito Cambial.
A letra C é o gabarito.
Grave-se: o cheque e a duplicata são ordens de pagamento. São títulos que ordenam que determinada pessoa proceda ao pagamento de determinada
quantia a outra, em data acertada pelas partes. A nota promissória, por sua vez, representa uma promessa de pagamento feita pelo emitente,
compromentendo-se a desembolsar determinada quantia ao tomador (beneficiário) do título.
A letra D é falsa porque a nota promissória não é um título causal (aquele cuja
obrigação que lhe dá origem consta expressamente da cártula, só podendo ser emitido quando ocorre tal obrigação), mas um título abstrato (isto é, que não
menciona a causa que o origina, podendo, em função disso, ser emitido em qualquer situação, independentemente da relação jurídica extracambial).
A duplicata, por seu turno, é um título causal, pois depende de compra e venda mercantil ou prestação de serviços para que seja emitida.
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Por fim, a letra E está incorreta. Não se admite o endosso parcial do cheque
(art. 18, § 1.º, da Lei 7.357/1985).
Gabarito C.
9. (VUNESP/Agente Fiscal de Rendas/ICMS SP/2002) Se o portador não tirar o
protesto da duplicata, em forma regular e dentro do prazo de trinta dias contados de seu vencimento,
a) o título deixará de ser líquido e certo
b) perderá o direito de exigir o pagamento através de ação de execução. c) perderá o direito de regresso contra os endossantes e respectivos avalistas
d) perderá o direito de ação em face do fiador
e) ocorrerá a decadência sendo inexigível o título.
Comentários
Se o devedor original de um título não o paga, o credor poderá cobrar dos demais coobrigados, efetuando antes o protesto do título.
CONCEITO DE PROTESTO
Protesto é o ato formal e solene pelo qual se prova a inadimplência e o
descumprimento de obrigação originada em títulos e outros documentos de dívida (art. 1.º da Lei 9.492/1997).
Sua função é constituir em mora o devedor, fazendo prova sobre a
impontualidade do devedor.
Agora o principal aspecto quando o assunto é protesto:
Cobrança contra o devedor principal e seu avalista: desnecessário o
protesto. Diz-se que o protesto é facultativo. Cobrança contra os demais coobrigados: necessário o protesto.
Se o beneficiário do título não efetuar o protesto no prazo legal, perderá o
direito de cobrança contra o coobrigado (endossante) e seus avalistas.
Gabarito, portanto, letra c.
Gabarito C.
10. (FCC/Auditor Fiscal Tributário Municipal/SP/2007) A recusa ao aceite de uma duplicata de prestação de serviços
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a) permite ao sacador que a proteste por falta de aceite, como condição para
cobrança do respectivo valor face ao endossatário. b) impede que o título circule por meio de endosso, tendo em vista a
imperfeição da relação jurídica cambiária. c) dá ao sacador o direito de reputá-la vencida antecipadamente e proceder a
sua cobrança judicial, desde que precedida do protesto por falta de pagamento. d) independe de maior formalidade quanto ao prazo e à forma de sua
efetivação. e) poderá ser efetuada se os serviços houverem sido prestados de forma
comprovadamente viciada.
Comentários
Segundo a Lei 5.474:
Art . 21. O sacado poderá deixar de aceitar a duplicata de prestação de serviços por motivo de:
I - não correspondência com os serviços efetivamente contratados;
II - vícios ou defeitos na qualidade dos serviços prestados, devidamente comprovados;
III - divergência nos prazos ou nos preços ajustados.
O gabarito da questão, portanto, é a letra "e"
A letra a e b estão incorretas.
A recusa ao aceite não impede que o título circule por meio de endosso. Caso a
duplicata não possua aceite, é entendimento do STJ que se deve comprovar que as mercadorias/serviços foram entregues/prestados, no caso de execução
contra o devedor principal. No caso de execução contra endossantes e
respectivos avalistas, desnecessária se torna a comprovação, uma vez que ele atestou a validade do título com o endosso.
A letra c também está incorreta. O protesto nesta hipótese deverá ser feito por
falta de aceite, e não por falta de pagamento.
A letra d também erra.
A duplicata deverá ser devolvida pelo comprador ao apresentante dentro do prazo de 10 (dez) dias, contado da data de sua apresentação, devidamente
assinada ou acompanhada de declaração, por escrito, contendo as razões da falta do aceite (LD, art. 7º). Em suma, há que se fazer a devolução em 10 dias,
devidamente motivada.
Gabarito E.
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11. (FCC/Procurador Municipal/SP/2008) A duplicata é um título de crédito
a) causal, que só pode ser emitido para documentar a venda e compra
mercantil. b) que consubstancia promessa de pagamento à vista, admite endosso e pode
ser levado a protesto por falta de aceite ou por falta de pagamento. c) que pode ser extraído para documentar o saque do vendedor pela
importância faturada ao comprador, e ser levado a protesto por falta de aceite, de devolução ou de pagamento.
d) formal, que só admite protesto por falta de pagamento. e) causal, que só pode ser emitido para documentar a prestação de serviços por
empresários individuais ou sociedades empresárias.
Comentários
O item a e e estão incorretos. A duplicata pode documentar a compra e venda
mercantil, bem como prestação de serviços realizada.
O item b está incorreto, posto que a duplicata é ordem de pagamento e não promessa.
O item c é o gabarito. De acordo com a lei de duplicatas:
Art. 1º Em todo o contrato de compra e venda mercantil entre partes domiciliadas no território brasileiro, com prazo não inferior a 30 (trinta) dias,
contado da data da entrega ou despacho das mercadorias, o vendedor extrairá a respectiva fatura para apresentação ao comprador.
§ 1º A fatura discriminará as mercadorias vendidas ou, quando convier ao
vendedor, indicará sòmente os números e valores das notas parciais expedidas
por ocasião das vendas, despachos ou entregas das mercadorias.
Art. 13. A duplicata é protestável por falta de aceite de devolução ou
pagamento.
A letra d está incorreta, pelos motivos expostos acima.
Gabarito C.
12. (ESAF/Auditor Fiscal/ISS RJ/2010) Marque a opção que contém um título de
crédito que não admite emissão com cláusula "não à ordem".
a) A letra de câmbio.
b) A duplicata mercantil.
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c) A nota promissória.
d) O cheque. e) A cédula de crédito bancário.
Comentários
Segundo a doutrina, a duplicata, em sua origem (isto é, na emissão) é sempre
um título à ordem, pois, segundo a Lei de duplicatas (5.474/68):
Art . 2º No ato da emissão da fatura, dela poderá ser extraída uma duplicata para circulação como efeito comercial, não sendo admitida qualquer outra espécie de título de crédito para documentar o saque do vendedor pela
importância faturada ao comprador.
§ 1º A duplicata conterá:
VII - a cláusula à ordem;
Gabarito, portanto, letra b.
Gabarito B.
13. (FGV/Auditor/TCM/RJ/2008) Uma nota promissória pode ser sacada à vista, a um certo termo de vista, a um certo termo de data e pagável num dia fixado,
com vencimentos diferentes e sucessivos.
Comentários
Segundo o Decreto Lei 2.044/1908:
Art. 55. A nota promissória pode ser passada: I. à vista;
II. a dia certo;
III. a tempo certo da data.
Os títulos a dia certo ou a data certa são aqueles que devem ser pagos no dia neles previsto.
Nos títulos a tempo certo da data o prazo para vencimento começa a correr a
partir do dia da emissão ou saque.
Já para a letra de câmbio, dispõe o decreto que:
Art. 6º A letra pode ser passada: I. À vista.
II. A dia certo.
III. A tempo certo da data.
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IV. A tempo certo da vista.
Ainda, para os dois tipos de título (nota e letra), prescreve a LUG que
Art. 34 - A letra à vista é pagável a apresentação. Deve ser apresentada a pagamento dentro do prazo de um ano, a contar da sua data. O sacador pode
reduzir este prazo ou estipular um outro mais longo. Estes prazos podem ser encurtados pelos endossantes.
O sacador pode estipular que uma letra pagável à vista não deverá ser apresentada a pagamento antes de uma certa data. Nesse caso, o prazo para a
apresentação conta-se dessa data.
Gabarito Incorreto.
14. (ESAF/PGFN/2007) Com base no que dispõe o Código Civil Brasileiro sobre
Títulos de Crédito, julgue os itens a seguir, assinalando, ao final, a opção com a resposta correta.
( ) A omissão de algum requisito legal que tire do documento sua validade como título de crédito, não implica a invalidade do negócio jurídico que lhe deu
origem. ( ) Invalida o título de crédito a cláusula que exclua ou restrinja direitos e
obrigações além dos limites fixados em lei. ( ) O pagamento de título de crédito, que contenha obrigação de pagar soma
determinada, pode ser garantido por aval, total ou parcial. ( ) O aval posterior ao vencimento do título de crédito não produz efeitos.
( ) O pagamento parcial do título não pode ser recusado pelo credor, se no seu vencimento.
a) V, F, F, F, F b) V, F, V, V, V
c) F, V, F, V, V d) V, F, F, F, V
e) V, V, V, F, F
Comentários
( ) A omissão de algum requisito legal que tire do documento sua validade como título de crédito, não implica a invalidade do negócio
jurídico que lhe deu origem.
O primeiro item está correto. Segundo o Código Civil:
Art. 888. A omissão de qualquer requisito legal, que tire ao escrito a sua validade como título de crédito, não implica a invalidade do negócio jurídico que
lhe deu origem.
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Assim, se uma duplicata não possui os requisitos necessários que lhe são
exigidos por lei, não há necessidade de se desfazer a compra/venda mercantil.
Todavia, a respectiva cobrança será submetida ao rito civil, pois, para efeitos cambiários a duplicata não terá valor.
( ) Invalida o título de crédito a cláusula que exclua ou restrinja
direitos e obrigações além dos limites fixados em lei.
O segundo item está incorreto. Segundo o Código Civil:
Art. 890. Consideram-se não escritas no título a cláusula de juros, a proibitiva de endosso, a excludente de responsabilidade pelo pagamento ou por despesas, a que dispense a observância de termos e formalidade prescritas, e a que, além
dos limites fixados em lei, exclua ou restrinja direitos e obrigações.
Portanto, o título não será invalidado no todo. Aquela cláusula específica, sim, é que será tida como não escrita.
( ) O pagamento de título de crédito, que contenha obrigação de pagar
soma determinada, pode ser garantido por aval, total ou parcial.
Falemos agora sobre o instituto do AVAL.
Não raramente, vocês, quando já Auditores Fiscais, cheios da grana, deverão se deparar com o seguinte pedido de um amigo da onça: “Fulano, seja meu
avalista na compra de tal coisa?”.
Mas, o que vem a ser o aval? Pois bem, Fábio Ulhoa Coelho o define como “ATO CAMBIÁRIO PELO QUAL UMA PESSOA (AVALISTA) SE COMPROMETE A
PAGAR TITULO DE CRÉDITO, NAS MESMAS CONDIÇÕES DO DEVEDOR
DESTE TITULO (AVALIZADO)”. Vejamos também a explicação do Código Civil:
Art. 897. O pagamento de título de crédito, que contenha obrigação de pagar soma determinada, pode ser garantido por aval.
Parágrafo único. É VEDADO O AVAL PARCIAL.
Um aspecto importantíssimo para a prova é também o seguinte: O AVALISTA
RESPONDE SOLIDARIAMENTE (OU SEJA, SEM BENEFÍCIO DE ORDEM) COM O DEVEDOR PRINCIPAL. Assim, se o título não for pago no vencimento,
o credor poderá cobrar diretamente do avalista, se quiser.
AVAL RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA.
O item está incorreto, uma vez que vedado o aval parcial.
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Atente-se, contudo, para o fato de que a regra que veda o aval parcial não
vale para os títulos que contenham legislação específica prevendo de forma contrária. Neste escopo, a FGV perguntou aos candidatos do concurso para
Procurador do TCM RJ o seguinte: O Código Civil não admite o aval parcial (O item está correto, pois faz clara remissão ao CC).
A ESAF, nos idos de 1996, questionou sobre o aval, se tido ou não como
obrigação acessória. Ora, a responsabilidade do avalista é solidária juntamente com o avalizado. Trata-se, portanto, de obrigação principal, autônoma, no título
de crédito.
( ) O aval posterior ao vencimento do título de crédito não produz efeitos.
Passemos ao item IV, também sobre o instituto jurídico do aval.
Caso se dê o aval posteriormente ao vencimento do título a produção de efeitos se dará tal como tivesse sido prolatado antes de seu vencimento. Assim prevê o
CC:
Art. 900. O aval posterior ao vencimento produz os mesmos efeitos do
anteriormente dado.
( ) O pagamento parcial do título não pode ser recusado pelo credor, se
no seu vencimento.
O último item está correto. Vejamos:
No vencimento, não pode o credor recusar pagamento, ainda que parcial. Este é o exato teor do CC, art. 902, §1º.
Levem também o seguinte para a prova:
Art. 902. Não é o credor obrigado a receber o pagamento antes do vencimento do título, e aquele que o paga, antes do vencimento, fica responsável pela
validade do pagamento.
Portanto, temos o seguinte: V, F, F, F, V.
Gabarito D.
15. (Cespe/Analista de Controle Externo/TCE AC/2009) Com relação à disciplina
dos títulos de crédito inserta no Código Civil, assinale a opção correta.
a) As normas relativas aos títulos de crédito são gerais em relação às normas
das leis que disciplinam cada espécie de título de crédito, razão pela qual, se
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houver incompatibilidade entre as normas do Código Civil e aquelas das leis
especiais, aplicam-se as normas do Código Civil. b) Independentemente de cláusula expressa no título de crédito, o endossante
responde perante o endossatário pelo cumprimento da obrigação constante no título.
c) Na aquisição de título de crédito à ordem, por meio diverso do endosso, não se aplicam as regras da cessão civil de crédito.
d) Na disciplina dos títulos à ordem, o endossatário, para ser considerado titular do crédito, além do ônus de provar a regularidade da cadeia de endossos, deve,
ainda, fazer prova da autenticidade das assinaturas dos endossantes. e) Com a circulação de título à ordem, não pode o devedor do título de crédito
opor contra o seu atual e legítimo portador exceções baseadas no negócio jurídico que lhe deu causa, a menos que o portador tenha agido com dolo na
aquisição do título.
Comentários
Comecemos pela letra b.
b) Independentemente de cláusula expressa no título de crédito, o
endossante responde perante o endossatário pelo cumprimento da obrigação constante no título.
Já vimos que sua resposta se encontra no artigo 914 do Código Civil.
Art. 914. Ressalvada cláusula expressa em contrário, constante do endosso,
não responde o endossante pelo cumprimento da prestação constante do título.
Essa é a regra geral, que pode, todavia, ser ressalvada por disposição especial, como de fato o fazem as leis específicas. Item incorreto.
Passemos à alternativa a.
a) As normas relativas aos títulos de crédito são gerais em relação às normas das leis que disciplinam cada espécie de título de crédito, razão
pela qual, se houver incompatibilidade entre as normas do Código Civil e aquelas das leis especiais, aplicam-se as normas do Código Civil.
A legislação aplicável aos títulos de crédito é esparsa.
Para as letras de câmbio e notas promissórias aplicamos o Decreto
57.663/1966 (incorporou ao ordenamento jurídico a chamada Lei Uniforme de Genebra).
Para o cheque, aplicamos a Lei 7.357/1985, também conhecida como Lei do
Cheque. Subsidiariamente, o Decreto 57.595/1966, que incorporou ao
ordenamento brasileiro a Lei Uniforme de Genebra sobre cheques.
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A duplicata é regida pela Lei da Duplicatas, a Lei 5.474/68, e, subsidiariamente, pela legislação referente à letra de câmbio (Lei 5.474/1968, art. 25).
O Código Civil de 2002, por sua vez, trouxe normas gerais sobre títulos de
crédito, constantes em seus artigos 887 a 926, regras que, no entanto, só se aplicam aos títulos que possuem lei própria de forma subsidiária.
Art. 903. Salvo disposição diversa em lei especial, regem-se os títulos de
crédito pelo disposto neste Código.
O item a está incorreto.
d) Na disciplina dos títulos à ordem, o endossatário, para ser considerado titular do crédito, além do ônus de provar a regularidade
da cadeia de endossos, deve, ainda, fazer prova da autenticidade das
assinaturas dos endossantes.
A letra d também está incorreta (sempre há questões que constam com esta redação). Segundo o Código Civil...
Art. 911. Considera-se legítimo possuidor o portador do título à ordem com série regular e ininterrupta de endossos, ainda que o último seja em branco.
Parágrafo único. Aquele que paga o título está obrigado a verificar a
regularidade da série de endossos, mas não a autenticidade das assinaturas.
e) Com a circulação de título à ordem, não pode o devedor do título de crédito opor contra o seu atual e legítimo portador exceções baseadas
no negócio jurídico que lhe deu causa, a menos que o portador tenha agido com dolo na aquisição do título.
A letra e é o nosso gabarito. É o famoso princípio da inoponibilidade das exceções pessoais a terceiros de boa-fé.
Art. 916. As exceções, fundadas em relação do devedor com os portadores precedentes, somente poderão ser por ele opostas ao portador, se este, ao
adquirir o título, tiver agido de má-fé.
c) Na aquisição de título de crédito à ordem, por meio diverso do
endosso, não se aplicam as regras da cessão civil de crédito.
A letra c está também incorreta.
Art. 919. A aquisição de título à ordem, por meio diverso do endosso, tem efeito
de cessão civil.
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Assim, se numa negociação for incluído um título de crédito à ordem, sem o
respectivo endosso, ser-lhe-ão aplicadas as regras da cessão civil do crédito, perdendo-se algumas prerrogativas dos títulos de crédito comerciais. Vejamos a
diferença entre um e outro instituto.
Endosso Cessão civil do crédito
É o ato pelo qual o credor de um
título de crédito com a cláusula à ordem transmite os seus direitos
à outra pessoa.
É o ato pelo qual o credor de
um título de crédito com a cláusula não à ordem transmite
os seus direitos à outra pessoa.
Quem transfere o título de
crédito responde pela existência do título e também pelo seu
pagamento.
Quem transfere o título de
crédito só responde pela existência do título, mas não
responde pelo seu pagamento.
O devedor não pode alegar contra o endossatário de boa-fé
exceções pessoais.
O devedor pode alegar contra o cessionário de boa-fé exceções
pessoais.
Gabarito E.
16. (FCC/Defensor Público/SP/2009) Considerando as espécies de cheques, assinale a definição correta.
a) O cheque administrativo é aquele em que o emitente, para os fins de liquidez
e tranquilidade do beneficiário, solicita do sacado que aponha visto ou certificado, bem como reserve o valor.
b) Cheque marcado é aquele que é pago somente ao beneficiário que tiver o nome indicado e, por isso, não comporta endosso.
c) Diz-se visado o cheque emitido pelo sacado contra ele mesmo em favor da pessoa indicada por terceiro, geralmente o correntista do banco.
d) Cheque cruzado especial é aquele em que o emitente apõe dois traços no anverso do título e escreve entre estes o dizer "banco".
e) Cheque de viagem é o emitido em moeda estrangeira e pago na moeda do
país em que é apresentado, conforme com o câmbio do dia.
Comentários
a) O cheque administrativo é aquele em que o emitente, para os fins de liquidez e tranqüilidade do beneficiário, solicita do sacado que aponha
visto ou certificado, bem como reserve o valor.
O item está incorreto. Cheque visado é aquele em que o emitente solicita ao banco (sacado) que vise, certifique, o cheque, atestando haver fundos para
pagamento durante o prazo em que o título será apresentado.
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b) Cheque marcado é aquele que é pago somente ao beneficiário que
tiver o nome indicado e, por isso, não comporta endosso.
O cheque referido é o cheque nominal, com cláusula não à ordem. Contudo, o cheque não à ordem pode ser transferido pela via de cessão civil do crédito,
obedecendo-se nesta hipótese ao rito previsto nos regimes civis, não o considerando como título cambiário.
c) Diz-se visado o cheque emitido pelo sacado contra ele mesmo em
favor da pessoa indicada por terceiro, geralmente o correntista do banco.
Estas são as características do cheque administrativo (ou bancário), previsto no
artigo 9º, III, da Lei do Cheque. É um tipo de cheque emitido pelo banco contra ele mesmo, em favor de terceiro, debitado em favor de correntista que solicitou
sua omissão.
d) Cheque cruzado especial é aquele em que o emitente apõe dois
traços no anverso do título e escreve entre estes o dizer "banco".
Cruzado é o cheque em que o emitente apõe dois traços paralelos no anverso do título (LC, art. 44). A principal finalidade do cruzamento é impedir que um
cliente saque o cheque no caixa, permitindo-se apenas que se pague através de crédito em conta corrente. O parágrafo primeiro do art. 44 dispõe que se diz
geral o cruzamento que contenha as duas linhas em branco, ou que apenas contenha a palavra banco (sem especificações) entre as suas linhas. Será
especial o cruzamento se existir nome específico do banco entre as linhas do cruzamento. Portanto, trata-se na questão de cheque cruzado geral.
e) Cheque de viagem é o emitido em moeda estrangeira e pago na
moeda do país em que é apresentado, conforme com o câmbio do dia.
Este é o gabarito da questão de acordo com o que apresentamos acima.
Gabarito E.
17. (FGV/Auditor Fiscal da Receita Estadual do Amapá/2010) Com relação às regras relativas ao cheque, assinale a afirmativa incorreta.
(A) Caracteriza dano moral a apresentação de cheque pré-datado.
(B) A simples devolução indevida de cheque caracteriza dano moral. (C) Prescreve em 6 meses, contados da expiração do prazo de apresentação, a
ação de execução do cheque.
(D) Após o prazo de 6 meses decai o direito do portador de receber a quantia aposta no cheque.
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(E) Prescreve em 2 anos a ação de enriquecimento contra o emitente que se
locupletou, injustamente, com o não pagamento do cheque.
Comentários
A letra a está correta, como já visto.
O cheque é uma ordem de pagamento à vista (LC, art. 32). Nos dizeres do STJ “A emissão de cheque pós-datado, popularmente conhecido como
cheque pré-datado, não o desnatura como título de crédito, e traz como única consequência a ampliação do prazo de apresentação.”
A Súmula 370 do STJ propõe que “caracteriza dano moral a apresentação
antecipada do cheque pré-datado".
A letra b está correta.
É o exato teor da súmula 388 do STJ: A simples devolução indevida de cheque
caracteriza dano moral.
Imagine-se que determinado comerciante emite cheque no valor de R$ 5.000,00 e o banco, quando da apresentação da cheque pelo fornecedor, não
efetua o pagamento, devolvendo o cheque, por motivo não conhecido. Se o comerciante tinha saldo à época e mesmo assim o pagamento não fora
efetuada, caracterizado está o dano moral.
A letra c também está correta, como já dito anteriormente.
A letra d está incorreta. Não há previsão deste prazo decadencial na Lei do Cheque.
A letra e está correta. Após a prescrição do cheque (6 meses a contar a expiração do prazo para apresentação) não é mais possível sua execução.
Contudo, cabe, nesta hipótese, uma ação de enriquecimento ilícito, também conhecida como ação de locupletamento. O prazo para impetrar esta ação é de
2 anos a partir do dia em que findar a prescrição da ação cambial.
Por fim, mesmo que prescreva a ação de locupletamento, caberá a ação por cobrança ordinária, desde que se comprove a relação que deu causa à emissão
do cheque.
Art. 61. A ação de enriquecimento contra o emitente ou outros obrigados, que se locupletaram injustamente com o não-pagamento do cheque, em 2 (dois) anos, contados do dia e em que se consumar a prescrição prevista noart. 59 e
seu parágrafo desta Lei.
Gabarito D
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18. (FGV/Auditor Fiscal do Amapá/2010) A respeito da execução judicial de
duplicata assinale a afirmativa incorreta.
(A) A duplicata aceita, protestada ou não, configura-se como título executivo extrajudicial.
(B) A duplicata não aceita, configura-se como título executivo extrajudicial quando estiver protestada, acompanhada de documento hábil comprobatório de
entrega e recebimento da mercadoria, e o sacado não tenha, comprovadamente, recusado o aceite pelos motivos previstos na lei.
(C) A triplicata não é considerada título executivo extrajudicial. (D) A duplicata não aceita ou não devolvida pode ser protestada mediante
indicação do credor ou do apresentante do título desde que tenha sido protestada, esteja acompanhada de documento hábil comprobatório de entrega
e recebimento da mercadoria e o sacado não tenha, comprovadamente,
recusado o aceite pelos motivos previstos na lei. (E) Prescreve em 3 anos a pretensão de executar a duplicata contra o sacado e
respectivos avalistas.
Comentários
A cobrança judicial de duplicata ou triplicata será efetuada de conformidade com as regras processuais aplicáveis aos títulos executivos extrajudiciais,
previstas no Código de Processo Civil.
Para executar o devedor, o credor pode se valer (art. 15 da LD):
1) de duplicata ou triplicata aceita, protestada ou não; 2) de duplicata ou triplicata não aceita, contanto que, cumulativamente:
• haja sido protestada; • esteja acompanhada de documento hábil comprobatório da entrega e do
recebimento da mercadoria; e • o sacado não tenha, comprovadamente, recusado o aceite, no prazo, nas
condições e pelos motivos autorizados pela Lei (arts. 7.º e 8.º da LD. Portanto, protestada ou não, a duplicata aceita configura título executivo
extrajudicial. A letra a está correta.
A letra b está correta.
A duplicata não aceita configura-se como título executivo extrajudicial quando estiver protestada, acompanhada de documento hábil comprobatório de entrega
e recebimento da mercadoria, e o sacado não tenha, comprovadamente, recusado o aceite pelos motivos previstos na lei.
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A letra c está incorreta. À triplicata se aplica o mesmo regime jurídico das
duplicatas.
A letra d está correta. Aplica-se o disposto na assertiva b também na hipótese de duplicatas não aceitas e não devolvidas, desde que haja sido protestada
mediante indicações do credor ou do apresentante do título.
A letra e, por fim, está correta. O prazo para propor ação contra o sacado e seus avalistas é de 03 anos da data do vencimento. O prazo para propor ação
contra os endossantes e seus avalistas é de 01 ano da data do protesto.
Gabarito C.
19. (CESPE/OAB/2008.2) Os títulos de crédito são tradicionalmente concebidos como documentos que apresentam requisitos formais de existência e validade,
de acordo com o regulado para cada espécie. Quanto aos seus requisitos essenciais, a nota promissória:
(A) poderá não indicar o nome do sacado, permitindo-se, nesse caso, saque ao
portador. (B) precisa ser denominada, com sua espécie identificada no texto do título.
(C) poderá ser firmada por assinatura a rogo, se o sacador não puder ou não souber assiná-la.
(D) conterá mandato puro e simples de pagar quantia determinada.
Comentários
A nota promissória é uma promessa de pagamento. Através de uma nota
promissória determinada pessoa se compromete a pagar uma quantia a terceiro. A lei não estabelece uma forma X ou Y para a nota promissória (é o
que, dentro da classificação já estudada, denominamos títulos de forma livre). Contudo, traz em seu bojo alguns requisitos que o título deve cumprir, a saber:
REQUISITOS DA NOTA PROMISSÓRIA 1) a denominação “nota promissória” inserta no próprio texto do título e
expressa na língua empregada para a redação desse título; 2) a promessa pura e simples de pagar uma quantia determinada;
3) a época do pagamento; 4) a indicação do lugar em que se efetuar o pagamento;
5) o nome da pessoa a quem ou à ordem de quem deve ser paga (a nota promissória não pode ser emitida ao portador);
6) a indicação da data em que e do lugar onde a nota promissória é passada;
7) a assinatura de quem passa a nota promissória (subscritor).
Esses requisitos estão todos insertos na Lei Uniforme de Genebra, em seu
artigo 75.
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Ainda, segundo a lei, em seu artigo 76...
Art. 76 - O título em que faltar algum dos requisitos indicados no artigo anterior não produzirá efeito como nota promissória, salvo nos casos determinados das alíneas seguintes.
A nota promissória em que não se indique a época do pagamento será considerada pagável à vista.
Na falta de indicação especial, lugar onde o título foi passado considera-se como sendo o lugar do pagamento e, ao mesmo tempo, o lugar do domicílio do
subscritor da nota promissória. A nota promissória que não contenha indicação do lugar onde foi passada
considera-se como tendo-o sido no lugar designado ao lado do nome do
subscritor.
Feitas as considerações, passemos a responder o nosso exercício da OAB...
(A) poderá não indicar o nome do sacado, permitindo-se, nesse caso,
saque ao portador.
Está incorreto. A nota promissória não pode ser emitida ao portador. Gravem. Deve obrigatoriamente constar o nome da pessoa a quem ou à ordem de quem
deve ser paga.
(B) precisa ser denominada, com sua espécie identificada no texto do título.
A assertiva está correta. Segundo a LUG, é requisito da nota promissória a
denominação “nota promissória” inserta no próprio texto do título e expressa na língua empregada para a redação desse título.
(C) poderá ser firmada por assinatura a rogo, se o sacador não puder ou não souber assiná-la.
Assinar a rogo é apor a assinatura no lugar do outro que não tem condições
para tanto. Coloca-se a impressão digital do analfabeto no documento e o outro coloca o nome e o número identidade ou CPF e assina, na presença de
testemunhas. A nota promissória não pode ser firmada a rogo, uma vez que é requisito para sua validade a assinatura de quem passa a nota promissória
(subscritor).
(D) conterá mandato puro e simples de pagar quantia determinada.
A letra d está errada, haja vista que a nota promissória se configura como promessa de pagamento e não mandato puro e simples.
Gabarito B.
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QUESTÕES COMENTADAS NESTA AULA
1. (FGV/Auditor Fiscal/ICMS RJ/2009) A respeito da fiança e aval, é correto afirmar que:
a) tanto o fiador como o avalista podem opor ao credor as exceções extintivas
da obrigação que competem ao devedor principal. b) tanto o avalista quanto o fiador não podem pleitear o benefício de ordem.
c) a fiança prestada sem autorização de um dos cônjuges implica na ineficácia total da garantia.
d) o aval é instituto jurídico com finalidade de garantir a satisfação de obrigações contraídas por contrato.
e) a fiança é instituto jurídico com finalidade de garantir a satisfação de
obrigação assumida pelo devedor mediante emissão de um título cambiário.
2. (FGV/Auditor Fiscal/ICMS RJ/2009) Assinale a afirmativa incorreta.
a) Duplicata é título de crédito causal que encontra origem em contrato de compra e venda mercantil ou de prestação de serviços.
b) Se o credor não realizar o protesto por falta de aceite ou por não devolução do título, ainda assim poderá realizar o protesto por falta de pagamento.
c) Nos contratos de compra e venda mercantil, o devedor poderá deixar de aceitar a duplicata: por avaria ou não-recebimento das mercadorias, quando
não expedidas ou não entregues por sua conta e risco; por vícios, defeitos e diferenças na qualidade ou na quantidade das mercadorias, devidamente
comprovados; e por divergência nos prazos ou nos preços ajustados. d) Nos contratos de prestação de serviços, o devedor poderá deixar de aceitar
a duplicata: quando não houver correspondência com os serviços efetivamente
contratados; por vícios ou defeitos na qualidade dos serviços prestados, devidamente comprovados; e por divergência de prazos ou nos preços
ajustados. e) A duplicata não se configura como título executivo extrajudicial.
3. (FGV/Auditor Fiscal/ICMS RJ/2009) A respeito do protesto, assinale a
alternativa correta.
a) O cancelamento do protesto, por qualquer motivo, somente pode ser realizado por determinação judicial.
b) O protesto é condição necessária para o pedido de falência do devedor empresário.
c) O protesto pode ser requerido perante o Cartório de Protesto apenas para comprovar a falta de pagamento.
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d) O protesto é o ato formal pelo qual se prova a inadimplência de uma
obrigação cambiária e pode ser requerido para demonstrar a falta de pagamento, a falta de aceite ou a não-devolução do título.
e) O protesto não tem nenhum efeito jurídico, servindo unicamente para pressionar o devedor a pagar o que deve.
4. (FCC/Agente Fiscal de Rendas/ICMS SP/2006) O protesto de duplicata
mercantil é indispensável para a propositura de execução contra o
a) sacado, tenha a duplicata sido aceita ou não. b) endossante, tenha a duplicata sido aceita ou não.
c) avalista do sacado, tenha a duplicata sido aceita ou não. d) avalista do endossante, apenas se a duplicata não tiver sido aceita.
e) sacador, apenas se a duplicata não tiver sido aceita.
5. (FGV/Auditor Fiscal/ICMS RJ/2008) O sr. RJB firmou contrato de abertura de
crédito com determinado banco comercial no valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais). Por exigência do banco, foi emitida uma nota promissória em branco,
vinculada à avença, sendo que, nesse título de crédito, apôs sua assinatura o sr. Antônio, na condição de avalista. Dez meses depois, o banco ingressa com
uma execução com base naquela nota promissória no valor de R$ 28.472,00, decorrente da abertura da linha de crédito, ocorrida em favor do avalizado, que
não possuía capacidade econômica para pagar aquele débito.
A respeito da possibilidade de o avalista argüir a iliquidez da dívida, assinale a afirmativa correta.
a) O credor pode completar o título cambiariforme em qualquer circunstância
após as assinaturas do emitente e do avalista, o que lhe confere autonomia e literalidade, sendo exigível, mesmo quando não acompanhada do contrato de
abertura de crédito.
b) A nota promissória possui autonomia e literalidade, sendo exigível em qualquer circunstância, podendo ser completada pelo credor antes de iniciar a
cobrança, o que confere liquidez ao título. c) A nota promissória goza de autonomia e literalidade, sendo exigível apenas
quando completada pelo credor de boa-fé antes de iniciar a cobrança. d) Caracteriza-se a nota promissória pela autonomia e literalidade; fundada a
ação na nota promissória mencionada no enunciado, não se admite a discussão da causa debendi.
e) A nota promissória vinculada a contrato de abertura de crédito não goza de autonomia, em razão do título que a originou, sendo neste caso admissível a
discussão da causa debendi.
6. (FGV/Agente Fiscal de Rendas/Sefaz RJ/2010) Com relação aos atos cambiais, analise as afirmativas a seguir.
I. O aval garante o pagamento do título de crédito e não pode ser parcial.
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II. O endosso possibilita o protesto do título de crédito.
III. O aceite é ato a ser praticado pelo sacado.
Assinale:
(A) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas. (B) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.
(C) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas. (D) se somente a afirmativa I estiver correta.
(E) se todas as afirmativas estiverem corretas.
7. (ESAF/Auditor Fiscal do Trabalho/2010) Todos os títulos de crédito abaixo têm força executória, exceto:
a) a duplicata de serviços aceita.
b) o cheque administrativo.
c) a nota promissória protestada. d) a duplicata mercantil, não aceita e sem protesto.
e) o cheque cruzado.
8. (ESAF/Auditor Fiscal da Receita Federal/2010) Sobre a nota promissória, o cheque e a duplicata, marque a afirmativa correta.
a) À exceção do cheque, a duplicata e a nota promissória constituem títulos
executivos. b) A nota promissória, o cheque e a duplicata são títulos de crédito impróprios.
c) O cheque e a duplicata são ordens de pagamento, e a nota promissória é uma promessa de pagamento.
d) A nota promissória é um título causal. e) Admite-se o endosso parcial do cheque.
9. (VUNESP/Agente Fiscal de Rendas/ICMS SP/2002) Se o portador não tirar o protesto da duplicata, em forma regular e dentro do prazo de trinta dias
contados de seu vencimento,
a) o título deixará de ser líquido e certo b) perderá o direito de exigir o pagamento através de ação de execução.
c) perderá o direito de regresso contra os endossantes e respectivos avalistas d) perderá o direito de ação em face do fiador
e) ocorrerá a decadência sendo inexigível o título.
10. (FCC/Auditor Fiscal Tributário Municipal/SP/2007) A recusa ao aceite de uma duplicata de prestação de serviços
a) permite ao sacador que a proteste por falta de aceite, como condição para
cobrança do respectivo valor face ao endossatário.
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b) impede que o título circule por meio de endosso, tendo em vista a
imperfeição da relação jurídica cambiária. c) dá ao sacador o direito de reputá-la vencida antecipadamente e proceder a
sua cobrança judicial, desde que precedida do protesto por falta de pagamento. d) independe de maior formalidade quanto ao prazo e à forma de sua
efetivação. e) poderá ser efetuada se os serviços houverem sido prestados de forma
comprovadamente viciada.
11. (FCC/Procurador Municipal/SP/2008) A duplicata é um título de crédito
a) causal, que só pode ser emitido para documentar a venda e compra mercantil.
b) que consubstancia promessa de pagamento à vista, admite endosso e pode ser levado a protesto por falta de aceite ou por falta de pagamento.
c) que pode ser extraído para documentar o saque do vendedor pela
importância faturada ao comprador, e ser levado a protesto por falta de aceite, de devolução ou de pagamento.
d) formal, que só admite protesto por falta de pagamento. e) causal, que só pode ser emitido para documentar a prestação de serviços por
empresários individuais ou sociedades empresárias.
12. (ESAF/Auditor Fiscal/ISS RJ/2010) Marque a opção que contém um título de crédito que não admite emissão com cláusula "não à ordem".
a) A letra de câmbio.
b) A duplicata mercantil. c) A nota promissória.
d) O cheque. e) A cédula de crédito bancário.
13. (FGV/Auditor/TCM/RJ/2008) Uma nota promissória pode ser sacada à vista, a um certo termo de vista, a um certo termo de data e pagável num dia fixado,
com vencimentos diferentes e sucessivos.
14. (ESAF/PGFN/2007) Com base no que dispõe o Código Civil Brasileiro sobre Títulos de Crédito, julgue os itens a seguir, assinalando, ao final, a opção com a
resposta correta. ( ) A omissão de algum requisito legal que tire do documento sua validade
como título de crédito, não implica a invalidade do negócio jurídico que lhe deu origem.
( ) Invalida o título de crédito a cláusula que exclua ou restrinja direitos e obrigações além dos limites fixados em lei.
( ) O pagamento de título de crédito, que contenha obrigação de pagar soma determinada, pode ser garantido por aval, total ou parcial.
( ) O aval posterior ao vencimento do título de crédito não produz efeitos.
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( ) O pagamento parcial do título não pode ser recusado pelo credor, se no seu
vencimento.
a) V, F, F, F, F b) V, F, V, V, V
c) F, V, F, V, V d) V, F, F, F, V
e) V, V, V, F, F
15. (Cespe/Analista de Controle Externo/TCE AC/2009) Com relação à disciplina dos títulos de crédito inserta no Código Civil, assinale a opção correta.
a) As normas relativas aos títulos de crédito são gerais em relação às normas
das leis que disciplinam cada espécie de título de crédito, razão pela qual, se houver incompatibilidade entre as normas do Código Civil e aquelas das leis
especiais, aplicam-se as normas do Código Civil.
b) Independentemente de cláusula expressa no título de crédito, o endossante responde perante o endossatário pelo cumprimento da obrigação constante no
título. c) Na aquisição de título de crédito à ordem, por meio diverso do endosso, não
se aplicam as regras da cessão civil de crédito. d) Na disciplina dos títulos à ordem, o endossatário, para ser considerado titular
do crédito, além do ônus de provar a regularidade da cadeia de endossos, deve, ainda, fazer prova da autenticidade das assinaturas dos endossantes.
e) Com a circulação de título à ordem, não pode o devedor do título de crédito opor contra o seu atual e legítimo portador exceções baseadas no negócio
jurídico que lhe deu causa, a menos que o portador tenha agido com dolo na aquisição do título.
16. (FCC/Defensor Público/SP/2009) Considerando as espécies de cheques,
assinale a definição correta.
a) O cheque administrativo é aquele em que o emitente, para os fins de liquidez
e tranquilidade do beneficiário, solicita do sacado que aponha visto ou certificado, bem como reserve o valor.
b) Cheque marcado é aquele que é pago somente ao beneficiário que tiver o nome indicado e, por isso, não comporta endosso.
c) Diz-se visado o cheque emitido pelo sacado contra ele mesmo em favor da pessoa indicada por terceiro, geralmente o correntista do banco.
d) Cheque cruzado especial é aquele em que o emitente apõe dois traços no anverso do título e escreve entre estes o dizer "banco".
e) Cheque de viagem é o emitido em moeda estrangeira e pago na moeda do país em que é apresentado, conforme com o câmbio do dia.
17. (FGV/Auditor Fiscal da Receita Estadual do Amapá/2010) Com relação às
regras relativas ao cheque, assinale a afirmativa incorreta.
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(A) Caracteriza dano moral a apresentação de cheque pré-datado.
(B) A simples devolução indevida de cheque caracteriza dano moral. (C) Prescreve em 6 meses, contados da expiração do prazo de apresentação, a
ação de execução do cheque. (D) Após o prazo de 6 meses decai o direito do portador de receber a quantia
aposta no cheque. (E) Prescreve em 2 anos a ação de enriquecimento contra o emitente que se
locupletou, injustamente, com o não pagamento do cheque.
18. (FGV/Auditor Fiscal do Amapá/2010) A respeito da execução judicial de duplicata assinale a afirmativa incorreta.
(A) A duplicata aceita, protestada ou não, configura-se como título executivo
extrajudicial. (B) A duplicata não aceita, configura-se como título executivo extrajudicial
quando estiver protestada, acompanhada de documento hábil comprobatório de
entrega e recebimento da mercadoria, e o sacado não tenha, comprovadamente, recusado o aceite pelos motivos previstos na lei.
(C) A triplicata não é considerada título executivo extrajudicial. (D) A duplicata não aceita ou não devolvida pode ser protestada mediante
indicação do credor ou do apresentante do título desde que tenha sido protestada, esteja acompanhada de documento hábil comprobatório de entrega
e recebimento da mercadoria e o sacado não tenha, comprovadamente, recusado o aceite pelos motivos previstos na lei.
(E) Prescreve em 3 anos a pretensão de executar a duplicata contra o sacado e respectivos avalistas.
19. (CESPE/OAB/2008.2) Os títulos de crédito são tradicionalmente concebidos
como documentos que apresentam requisitos formais de existência e validade, de acordo com o regulado para cada espécie. Quanto aos seus requisitos
essenciais, a nota promissória:
(A) poderá não indicar o nome do sacado, permitindo-se, nesse caso, saque ao
portador. (B) precisa ser denominada, com sua espécie identificada no texto do título.
(C) poderá ser firmada por assinatura a rogo, se o sacador não puder ou não souber assiná-la.
(D) conterá mandato puro e simples de pagar quantia determinada.
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GABARITO DAS QUESTÕES COMENTADAS NESTA AULA
QUESTÃO GABARITO
1 C
2 E
3 D
4 B
5 E
6 B
7 D
8 C
9 C
10 E
11 C
12 B
13 E
14 D
15 E
16 E
17 D
18 C
19 B