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0 Direito Constitucional p/ TRE-GO ProfB :;<ia Carolina 0 Prof= Ricar<o >ale Estratégia CONCURSOS ** AULA 05 - DIREITO CONSTITUCIONAL SUMÁRIO PÁGINA 1- Organização do Estado 1 - 38 2-Repartição de Competências 38 - 69 3- Lista de Questões e Gabarito 70 - 82 Organização do Estado 1- O Estado: A doutrina tradicional considera que os elementos constitutivos do Estado são o território, o povo e o governo soberano. O território é a dimensão física sobre a qual o Estado exerce seus poderes; é o domínio espacial (material) onde vigora uma determinada ordem jurídica estatal. O povo é a dimensão pessoal do Estado, são os seus nacionais. O governo, por sua vez, é a dimensão política; ele deve ser soberano, ou seja, sua vontade não se subordina a nenhum outro poder, seja no plano interno ou no plano internacional. Sintetizando o conceito de Estado, Manoel Gonçalves Ferreira Filho afirma que "o Estado é uma associação humana (povo), radicada em base espacial (território), que vive sob o comando de uma autoridade (poder) não sujeita a qualquer outra (soberana)."1 Os Estados possuem diferentes maneiras de se organizar, isto é, existem diferentes formas de Estado. Forma de estado, ressalte-se, é a maneira pela qual o poder está distribuído no interior do Estado; em outras palavras, ela ilustra a distribuição territorial do poder. Assim, os Estados podem ser classificados em: a) Estado unitário: Nesse tipo de Estado, o poder político está territorialmente centralizado. Existe, aqui, a centralização política do poder. O poder está centralizado em um núcleo estatal único, do qual se irradiam todas as decisões; no Estado unitário, só existe um centro produtor de normas. Um exemplo de Estado unitário é Portugal. O Brasil, até a promulgação da Constituição de 1891, também foi um Estado unitário. Para que se possa ter governabilidade, admite-se, no Estado unitário, a descentralização administrativa. É o que se chama de 1 FERREIRA FILHO, Manoel Gonçalves. Curso de Direito Constitucional, 38a edição. Editora Saraiva, São Paulo, 2012, pp. 75-76. Prof= Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 82 ATENÇÃO! ESSE MATERIAL PERTENCE AO SITE: WWW.MATERIALPARACONCURSOS.COM - 0000

Aula 05 Direito Constitucional

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    AULA 05 - DIREITO CONSTITUCIONAL

    SUMRIO PGINA1- Organizao do Estado 1 - 382-Repartio de Competncias 38 - 693- Lista de Questes e Gabarito 70 - 82

    Organizao do Estado

    1- O Estado:

    A doutrina tradicional considera que os elementos constitutivos do Estado so o territrio, o povo e o governo soberano. O territrio a dimenso fsica sobre a qual o Estado exerce seus poderes; o domnio espacial (material) onde vigora uma determinada ordem jurdica estatal. O povo a dimenso pessoal do Estado, so os seus nacionais. O governo, por sua vez, a dimenso poltica; ele deve ser soberano, ou seja, sua vontade no se subordina a nenhum outro poder, seja no plano interno ou no plano internacional.

    Sintetizando o conceito de Estado, Manoel Gonalves Ferreira Filho afirma que "o Estado uma associao humana (povo), radicada em base espacial (territrio), que vive sob o comando de uma autoridade (poder) no sujeita a qualquer outra (soberana)."1

    Os Estados possuem diferentes maneiras de se organizar, isto , existem diferentes formas de Estado. Forma de estado, ressalte-se, a maneira pela qual o poder est distribudo no interior do Estado; em outras palavras, ela ilustra a distribuio territorial do poder.

    Assim, os Estados podem ser classificados em:

    a) Estado unitrio: Nesse tipo de Estado, o poder poltico est territorialmente centralizado. Existe, aqui, a centralizao poltica do poder. O poder est centralizado em um ncleo estatal nico, do qual se irradiam todas as decises; no Estado unitrio, s existe um centro produtor de normas. Um exemplo de Estado unitrio Portugal. O Brasil, at a promulgao da Constituio de 1891, tambm foi um Estado unitrio.

    Para que se possa ter governabilidade, admite-se, no Estado unitrio, a descentralizao administrativa. o que se chama de

    1 FERREIRA FILHO, Manoel Gonalves. Curso de Direito Constitucional, 38a edio. Editora Saraiva, So Paulo, 2012, pp. 75-76.

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    Estado unitrio descentralizado administrativamente. Nesse tipo de Estado, mantm-se a centralizao poltica, mas a execuo dos servios pblicos e das polticas pblicas descentralizada.

    . rPfyS INDOV/mais fundo

    Parte da doutrina reconhece, ainda, os chamados Estados regionais, dos quais seriam exemplos Itlia e Espanha.2 Estes seriam um modelo intermedirio entre o Estado unitrio e o Estado federal. Neles, alm da descentralizao administrativa, parcela do poder poltico tambm descentralizada. So estados unitrios descentralizados administrativa e politicamente.

    b) Estado federal: Nesse tipo de Estado, o poder poltico est territorialmente descentralizado. H vrias pessoas jurdicas com capacidade poltica, cada uma delas dotada de autonomia poltica. So vrios os centros produtores de normas, permitindo- nos afirmar que, no Estado federal, existe uma pluralidade de ordenamentos jurdicos.

    O Brasil um exemplo de Estado federal, possuindo como entes federativos a Unio, os Estados, o Distrito Federal e os Municpios. Todos eles so dotados de autonomia poltica, que lhes garantida pela Constituio Federal. Mais frente, estudaremos em detalhes as caractersticas de uma federao.

    H que se tomar cuidado para no confundir a federao com a confederao.

    Na federao, h uma unio indissolvel de entes autnomos, que tem como fundamento uma Constituio, a qual consagra e protege contra violaes o pacto federativo. Assim, a federao no pode ser desmantelada: no h direito de secesso.

    A confederao no uma forma de estado propriamente dita, mas sim uma reunio de Estados soberanos. O vnculo estabelecido entre esses Estados soberanos com base em um tratado internacional, o qual pode ser denunciado (dissolvido). Ao contrrio da federao, portanto, a confederao se forma a partir de um vnculo dissolvel. A confederao uma referncia histrica, pois no existe nenhuma

    2 FERREIRA FILHO, Manoel Gonalves. Curso de Direito Constitucional, 38a edio. Editora Saraiva, So Paulo, 2012, pp. 75-76.

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    atualmente. Historicamente, cita-se como exemplo de Confederao os EUA, entre os anos de 1781 a 1787.3

    FEDERAO

    CONFEDERAO

    UNIO INDISSOLVEL OS ENTES FEDERADOS SO AUTNOMOS T E M C O M O F U N D A M E N T O A

    CONSTITUIO

    UNIO DISSOLVEL OS ENTES FEDERADOS SO SOBERANOS TEM COMO FUNDAMENTO UM ACORDO

    INTERNACIONAL

    2- A federao:

    2.1- Caractersticas da federao:

    A federao, conforme j afirmamos, tem como caracterstica central, a descentralizao do poder poltico. Os entes federativos so dotados de autonomia poltica, que se manifesta por meio de 4 (quatro) aptides:

    a) Auto-organizao: Os entes federativos tm competncia para se auto-organizar. Os estados se auto-organizam por meio da elaborao das Constituies Estaduais, exercitando o Poder Constituinte Derivado Decorrente. Os municpios tambm se auto- organizam, por meio da elaborao das suas Leis Orgnicas. O Prof. Gilmar Mendes chama o poder de auto-organizao dos estados de capacidade de autoconstituio.4

    b) Autolegislao: Muitos autores entendem que a capacidade de autolegislao estaria compreendida dentro da capacidade de auto- organizao.5 No entanto, podemos consider-la uma capacidade diferente. Autolegislao a capacidade de os entes federativos editarem suas prprias leis. Em razo dessa caracterstica que podemos dizer que, numa federao, h diferentes centros

    3 CARVALHO, Kildare Gonalves. Direito Constitucional: Teoria do Estado e da Constituio, Direito Constitucional Positivo, 16a edio. Ed. Del Rey. Belo Horizonte, 2010.4 MENDES, Gilmar Ferreira; COELHO, Inocncio Mrtires; BRANCO, Paulo Gustavo Gonet. Curso de Direito Constitucional, 6a edio. Editora Saraiva, So Paulo, 2011. pp. 828.5 MASSON, Nathalia. Manual de Direito Constitucional, Ed. Juspodium, Salvador: 2013, pp. 429.

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    produtores de normas e, em consequncia, pluralidade de ordenamentos jurdicos.

    c) Autoadministrao: o poder que os entes federativos tm para exercer suas atribuies de natureza administrativa, tributria e oramentria. Assim, os entes federativos elaboram seus prprios oramentos, arrecadam seus prprios tributos e executam polticas pblicas, dentro da esfera de atuao de cada um, segundo a repartio constitucional de competncias.

    d) Autogoverno: Os entes federativos tm poder para eleger seus prprios representantes. com base nessa capacidade que os Estados elegem seus Governadores e os municpios, os seus Prefeitos.

    Os Estados se organizam sob a forma de uma federao por razes geogrficas e culturais.6 Com efeito, um Estado com territrio muito extenso possui, normalmente, grandes diferenas culturais e de desenvolvimento, o que exige uma atuao estatal que no esteja preocupada somente com os anseios nacionais (do todo), mas tambm com as idiossincrasias (peculiaridades) locais.

    Dessa forma, o estabelecimento de um Estado federal tem como ponto de partida uma deciso do Poder Constituinte. a Constituio, afinal, que estabelecer o pacto federativo e criar mecanismos tendentes a proteg- lo. Na CF/88, essa deciso poltica se revela logo no art. 1, caput, que dispe que a Repblica Federativa do Brasil formada pela unio indissolvel dos Estados e Municpios e do Distrito Federal,

    Podemos afirmar que uma federao deve possuir as seguintes caractersticas:7

    a) Repartio constitucional de competncias: Para que a ao estatal seja o mais eficaz possvel, cada ente federativo dotado de uma gama de atribuies que lhe so prprias. Arepartio de competncias entre os entes federativos definida pela Constituio.

    Ressalte-se que, no Estado federal, existe tambm uma repartio de rendas. Nesse sentido, a CF/88 estabelece regras sobre o repasse aos Estados e Municpios de receitas oriundas dos impostos federais. Segundo a doutrina, h que existir um equilbrio entre competncias e rendas, de modo que no seria

    6 MENDES, Gilmar Ferreira; COELHO, Inocncio Mrtires; BRANCO, Paulo Gustavo Gonet. Curso de Direito Constitucional, 6a edio. Editora Saraiva, So Paulo, 2011. pp. 832.7 MORAES, Alexandre de. Constituio do Brasil Interpretada e Legislao Constitucional, 9a edio. So Paulo Editora Atlas: 2010, pp. 636.

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    possvel aos entes federativos executar suas atribuies sem recursos financeiros suficientes para tanto.

    b) Indissolubilidade do vnculo federativo: Em uma federao, no existe direito de secesso; em outras palavras, os entes federativos esto ligados por um vnculo indissolvel.

    c) Nacionalidade nica: Os cidados dos estados da federao possuem uma nacionalidade nica; no h nacionalidades parciais, Aquele que nasce em Minas Gerais, So Paulo ou Pernambuco ter a nacionalidade brasileira.

    d) Rigidez constitucional: Em um Estado federal, necessrio que exista uma Constituio escrita e rgida, que proteja o pacto federativo. Isso decorre do fato de que a Constituio que estabelece o funcionamento da federao e, logo, somente poder ser modificada por um procedimento mais dificultoso e solene. Ressalte-se que, no Brasil, o princpio federativo uma clusula ptrea e, portanto, no pode ser objeto de deliberao emenda constitucional que tenda a aboli-lo.

    Como decorrncia da rigidez constitucional, existir em um Estado federal um mecanismo de controle de constitucionalidade das leis. Com isso, busca-se evitar que um ente federativo invada a esfera de competncia de outro.

    e) Existncia de mecanismo de interveno: Conforme j estudamos, no h direito de secesso em uma federao. Assim, atos que contrariem o pacto federativo daro ensejo utilizao dos mecanismos de interveno (interveno federal ou estadual, dependendo do caso). Por meio desse mecanismo, fica suprimida, temporariamente, a autonomia poltica de um ente federativo.

    f) Existncia de um Tribunal Federativo: necessrio que exista um Tribunal com a competncia para solucionar litgios envolvendo os entes federativos. No Brasil, o STF atual como Tribunal federativo ao processar e julgar, originariamente, as causas e os conflitos entre a Unio e os Estados ou entre os Estados. Cabe destacar que, no Brasil, o STF no julga os conflitos envolvendo Municpios.

    g) Participao dos entes federativos na formao davontade nacional: Nas federaes, deve existir um rgolegislativo representante dos poderes regionais. No Brasil, esse rgo o Senado Federal, que representa os Estados e o Distrito

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    Federal. Destaque-se que, na federao brasileira, os Municpios no participam da vontade nacional.

    2.2- Classificao das federaes:

    No h homogeneidade entre as federaes; ao contrrio, cada uma delas possui caractersticas peculiares. Isso levou a doutrina a estabelecer diferentes classificaes para as federaes:

    a) Quanto origem: As federaes podem ser formadas por agregao ou por segregao (desagregao).

    No federalismo por agregao, a formao do Estado federal ocorreu a partir da reunio de Estados soberanos que a preexistiam. Exemplo histrico desse tipo de federao so os EUA, que se formaram a partir da reunio das 13 Colnias. Diz-se que, nesse caso, houve um movimento centrpeto (direcionado ao centro).

    No federalismo por segregao, um Estado que antes era unitrio se descentraliza politicamente. Um exemplo desse tipo de federao o prprio Brasil. At 1891, o Brasil era um Estado unitrio. Com a Constituio de 1891, passamos a ter um Estado federal: as provncias se tornaram estados membros e passaram a ser dotadas de autonomia poltica. Diz-se que, nesse caso, a federao se formou um movimento centrfugo (direcionado para fora).

    b) Quanto concentrao de poder: As federaes podem ser classificadas, quanto concentrao de poder em centrpetas ou centrfugas.

    Na federao centrpeta, o poder est concentrado no centro; portanto, o governo central detm a maior parte do poder.Assim, nesse tipo de federao, h maior concentrao de poder na Unio, em detrimento dos Estados. Destaque-se que as federaes que se formaram por um movimento centrfugo (por exemplo, o Brasil) tm uma tendncia de serem centrpetas, quanto concentrao de poder.

    Na federao centrfuga, o poder est mais concentrado na periferia; em outras palavras, as entidades regionais detm a maior parte do poder, a maior parte das competncias. Portanto, nesse tipo de federao, h uma grande descentralizao, com menor concentrao do poder no governo central e ampliao dos

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    poderes regionais. Ressalte-se que as federaes que se formaram por um movimento centrpeto (por exemplo, os EUA) tm uma tendncia de serem centrfugas, quanto concentrao de poder.

    P & m oV/mais fundo

    Existe, ainda, o federalismo de equilbrio, assim chamado aquele em que se busca a distribuio equitativa de poderes entre os governos centrais e regionais.

    c) Quanto ao equacionamento de desigualdades: As federaes podem ser classificadas como simtricas ou assimtricas.

    Nas federaes simtricas, h uma distribuio igualitria de competncias e de receitas entre os entes federativos; trata-se de modelo especialmente eficaz quando h homogeneidade socioeconmica entre os entes federativos.

    Nas federaes assimtricas, por sua vez, h o reconhecimento de que existem disparidades socioeconmicas entre os entes federativos; busca-se, portanto, por meio de polticas pblicas e opes feitas no texto constitucional, reduzir essas desigualdades. Embora exista certa controvrsia doutrinria, o mais seguro para a prova considerar que o Brasil uma federao assimtrica. Com efeito, h diversos dispositivos na CF/88 destinados a reduzir desigualdades regionais. Cita-se, como exemplo, o art. 3, III, que dispe como objetivo fundamental da RFB reduzir as desigualdades regionais.

    d) Quanto repartio de competncias: Segundo esse critrio, hdois tipos de federao: federao dual (clssica) ou federaocooperativa (neoclssica).

    Na federao dual, os entes federados possuem competncias prprias, que so exercidas sem qualquer comunicao com osdemais entes. Cada um atua na sua esfera, independentemente do outro.

    Na federao cooperativa, os entes federados exercem suas competncias em conjunto com os outros. As competncias so repartidas pela Constituio de modo a permitir a atuao conjunta dos entes federativos. O Brasil adota um federalismo de cooperao; com efeito, a CF/88 estabeleceu competncias comuns a todos os entes federativos (art. 23) e competncias concorrentes entre a Unio, os Estados e o Distrito Federal (art. 24).

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    3- A federao brasileira:

    Segundo o art. 18, da CF/88, "a organizao poltico-administrativa da Repblica Federativa do Brasil compreende a Unio, os Estados, o Distrito Federal e os Municpios, todos autnomos, nos termos desta Constituio". Os Territrios no so entes federativos e, portanto, no possuem autonomia poltica.

    At a promulgao da CF/88, os Municpios no eram considerados entes federativos; com a promulgao da atual Carta Magna, eles passaram a tambm ser dotados de autonomia poltica. Com base nisso, a doutrina dominante reconhece que a federao brasileira de 3 grau.8

    H que se dizer que autonomia difere de soberania. Os entes federativos (Unio, Estados, Distrito Federal e Municpios) so todos autnomos, isto , so dotados de auto-organizao, autolegislao, autoadministrao e autogoverno, dentro dos limites estabelecidos pela Constituio Federal. Note-se que h um limitador ao poder dos entes federativos.

    A soberania atributo apenas da Repblica Federativa do Brasil (RFB), do Estado federal em seu conjunto. A Unio quem representa a RFB no plano internacional (art. 21, inciso I), mas possui apenas autonomia, jamais soberania.

    O art. 18, 1, CF/88 determina, que Braslia a capital federal. Braslia no se confunde com o Distrito Federal, ocupando apenas parte do seu territrio.

    3.1- Unio:

    A Unio pessoa jurdica de direito pblico interno, sempersonalidade internacional, autnoma, com competncias administrativas e legislativas enumeradas pela Carta Magna. esse ente federativo que representa a Repblica Federativa do Brasil no plano internacional.

    Segundo o art.18, 2, os Territrios Federais integram a Unio; eles no so dotados de autonomia poltica, sendo considerados meras descentralizaes administrativas. Por isso, so considerados pela doutrina autarquias territoriais da Unio. Atualmente, no existe nenhum Territrio Federal.

    8 O Prof. Manoel Gonalves Ferreira Filho diz que o federalismo brasileiro de 2 grau, apesar de reconhecer a existncia de 3 (trs) ordem jurdicas. Segundo ele, haveria um grau da Unio para os Estados e outro grau, dos Estados para os Municpios.

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    3.2- Estados:

    Os Estados-membros ou Estados federados9, assim como a Unio, so entes autnomos, apresentando personalidade jurdica de direito pblico interno. So dotados de autonomia poltica e, por isso, apresentam capacidade de auto-organizao, autolegislao, autoadministrao e autogoverno.

    O art. 25, da CF/88, dispe sobre a capacidade de auto-organizao e autolegislao dos Estados-membros:

    Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituies e leis que adotarem, observados os princpios desta Constituio._____________

    A auto-organizao dos Estados-membros se manifesta por meio da elaborao de suas Constituies, fruto do exerccio do Poder Constituinte Derivado Decorrente pela atuao de suas Assembleias Legislativas. J a autolegislao ocorre pela edio de suas prprias leis, resultando da atuao do legislador ordinrio, tambm nas Assembleias Legislativas.

    No exerccio da sua capacidade de auto-organizao e de autolegislao, isto , ao elaborar suas leis e Constituio, os Estados devero obedecer aos:

    a) Princpios constitucionais sensveis: Esses princpios esto enumerados taxativamente pela Constituio (art. 34, VII). O nome sensveis se deve ao fato de que estes so de observncia obrigatria, sob pena de interveno federal, ou seja, caso contrariados, provocam uma reao.10

    Art. 34. A Unio no intervir nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para:(...)VII - assegurar a observncia dos seguintes princpios constitucionais:a) forma republicana, sistema representativo e regime democrtico;b) direitos da pessoa humana;c) autonomia municipal;d) prestao de contas da administrao pblica, direta e indireta e aplicao do mnimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, compreendida a proveniente de transferncias, na manuteno e desenvolvimento do ensino e nas aes e servios pblicos de sade.

    9 No confunda Estado federado (sinnimo de Estado-membro) com Estado federal (sinnimo de Repblica Federativa do Brasil). Os primeiros so parte do segundo.10 10 MORAES, Alexandre de. Constituio do Brasil Interpretada e Legislao Constitucional, 9a edio. So Paulo Editora Atlas: 2010, pp. 697.

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    b) Princpios constitucionais extensveis: So normas de organizao que a Lei Fundamental estendeu a Estados- membros, Municpios e Distrito Federal.11 Encontram-se dispostos em normas espalhadas pelo texto da Carta Magna. o caso dos fundamentos e objetivos fundamentais da RFB, por exemplo (art. 10, I a V; art. 3, I a IV e art. 4, I a X, CF/88).

    c) Princpios constitucionais estabelecidos: So normasespalhadas pelo texto da Constituio que, alm de organizarem a prpria federao, estabelecem preceitos centrais deobservncia pelos Estados-membros em sua auto-organizao.12 Exemplo: arts. 27; 28, 37, I a XXI, 1 a 6; 39 a 41, CF.

    Segundo o STF, "se certo que a nova Carta Poltica contempla um elenco menos abrangente de princpios constitucionais sensveis, a denotar, com isso, a expanso de poderes jurdicos na esfera das coletividades autnomas locais, o mesmo no se pode afirmar quanto aos princpios federais extensveis e aos princpios constitucionais estabelecidos, os quais, embora disseminados pelo texto constitucional, posto que no tpica a sua localizao, configuram acervo expressivo de limitaes dessa autonomia local, cuja identificao - at mesmo pelos efeitos restritivos que deles decorrem - impe-se realizar (STF, Pleno, ADI no 216/PB, RTJ 146/388).

    Para fixarmos melhor quais so os princpios constitucionais sensveis, que tal um esquema?

    11 11 MORAES, Alexandre de. Constituio do Brasil Interpretada e Legislao Constitucional, 9a edio. So Paulo Editora Atlas: 2010, pp. 697.12 MORAES, Alexandre de. Constituio do Brasil Interpretada e Legislao Constitucional, 9a edio. So Paulo Editora Atlas: 2010, pp. 697

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    Os Estados tambm possuem capacidade de autogoverno, elegendo seus representantes nos Poderes Legislativo e Executivo, os quais no tero qualquer vnculo de subordinao ao poder central. A Constituio Federal tambm estabelece regras de organizao para os Poderes Legislativo, Executivo e Judicirio estaduais.

    O Poder Legislativo estadual unicameral, sendo formado apenas pela Assembleia Legislativa. Esse modelo diferente do Poder Legislativo federal, que bicameral, composto pelo Senado Federal e pela Cmara dos Deputados.

    Veja o que dispe o artigo 27, 1, da Carta Magna:

    1 - Ser de quatro anos o mandato dos Deputados Estaduais, aplicando-se-lhes as regras desta Constituio sobre sistema eleitoral, inviolabilidade, imunidades, remunerao, perda de mandato, licena, impedimentos e incorporao s Foras Armadas._____________________

    Os deputados estaduais so eleitos para mandatos de quatro anos, pelo sistema proporcional. Seu nmero determinado pela regra estabelecida no art. 27, "caput", da Carta Magna:

    Art. 27. O nmero de Deputados Assembleia Legislativa corresponder ao triplo da representao do Estado na Cmara dos Deputados e, atingido o nmero de trinta e seis, ser acrescido de tantos quantos forem os Deputados Federais acima de doze._________________________

    O nmero de deputados estaduais ser, ento, o triplo dos deputados federais. Se um Estado-membro possuir 10 deputados federais, ele ter por consequncia 30 deputados estaduais (3 x 10). No entanto, uma vez atingido o nmero de 36, sero acrescidos tantos quantos forem os Deputados Federais acima de 12. Assim, caso um estado tenha 20 deputados federais, fazemos a conta 36+(20-12), o que totaliza 44 deputados estaduais.

    No que se refere ao Poder Executivo estadual, destaca-se o art. 28 da Constituio:

    Art. 28. A eleio do Governador e do Vice-Governador de Estado, para mandato de quatro anos, realizar-se- no primeiro domingo de outubro, em primeiro turno, e no ltimo domingo de outubro, em segundo turno, se houver, do ano anterior ao do trmino do mandato de seus antecessores, e a posse ocorrer em primeiro de janeiro do ano subsequente, observado, quanto ao mais, o disposto no art. 77.

    1 Perder o mandato o Governador que assumir outro cargo ou funo na administrao pblica direta ou indireta, ressalvada a posse em

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    virtude de concurso pblico e observado o disposto no art. 38, I, IV e V.

    2 Os subsdios do Governador, do Vice-Governador e dos Secretrios de Estado sero fixados por lei de iniciativa da Assembleia Legislativa, observado o que dispem os arts. 37, XI, 39, 4, 150, II, 153, III, e 153, 2, I.

    Observe que os subsdios do Governador, do Vice-Governador e dos secretrios de Estado so fixados por lei, a partir de projeto apresentado pela Assembleia Legislativa. Sujeita-se, portanto, a veto do Governador. Seu valor serve como limite remuneratrio (teto) no mbito do Poder Executivo estadual, exceto para os procuradores e defensores pblicos, cujo teto salarial ser de 90,25% do subsdio de Ministro do STF (CF, art. 37, XI).

    Mesmo diante dessa regra, os Estados-membros podem adotar um limite diverso para Legislativo, Executivo e Judicirio, um teto nico. o que determina o art. 37, 12, da Constituio:

    12. Para os fins do disposto no inciso XI do caput deste artigo, fica facultado aos Estados e ao Distrito Federal fixar, em seu mbito, mediante emenda s respectivas Constituies e Lei Orgnica, como limite nico, o subsdio mensal dos Desembargadores do respectivo Tribunal de Justia, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centsimos por cento do subsdio mensal dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, no se aplicando o disposto neste pargrafo aos subsdios dos Deputados Estaduais e Distritais e dos Vereadores.

    No que concerne ao Poder Judicirio, estabelece a Constituio que os Estados organizaro sua Justia, observados os princpios nela estabelecidos (art. 125, "caput", CF/88). A Carta Magna determina, ainda, que a competncia dos tribunais ser definida na Constituio do Estado, sendo a lei de organizao judiciria de iniciativa do Tribunal de Justia (art. 125, 1, CF/88).

    A lei estadual poder criar, mediante proposta do Tribunal de Justia, a Justia Militar estadual, constituda, em primeiro grau, pelos juzes de direito e pelos Conselhos de Justia e, em segundo grau, pelo prprio Tribunal de Justia, ou por Tribunal de Justia Militar nos Estados em que o efetivo militar seja superior a vinte mil integrantes (art. 125, 3, CF/88).

    Alm de auto-organizao, autolegislao e autogoverno, os Estados possuem autoadministrao. Assim, so competentes para se administrarem, no exerccio das atribuies definidas pela Constituio.

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    Determina a Carta Magna que os Estados podero, mediante lei complementar, instituir regies metropolitanas, aglomeraes urbanas e microrregies, constitudas por agrupamentos de municpios limtrofes, para integrar a organizao, o planejamento e a execuo de funes pblicas de interesse comum (art. 25, 3, CF/88). So, portanto, 3 (trs) os requisitos para que os estados atuem nesse sentido:

    a) Lei complementar estadual;

    b) Os municpios envolvidos devem ser limtrofes;

    c) Finalidade de integrar a organizao, o planejamento e aexecuo de funes pblicas de interesse comum.

    Mas, afinal, o que so microrregies, regies metropolitanas e aglomerados urbanos?

    As regies metropolitanas so formadas por um conjunto de Municpios cujas sedes se unem, com certa continuidade urbana, em torno de um Municpio-polo. As microrregies, por sua vez, so formadas por Municpios limtrofes, sem continuidade urbana, com caractersticas homogneas e problemas administrativos comuns. Finalmente, os aglomerados urbanos so reas urbanas cujos Municpios apresentam tendncia complementaridade de suas funes, exigindo, por isso, um planejamento integrado e uma ao coordenada dos entes pblicos. o caso da Baixada Santista, por exemplo.

    3.3- Distrito Federal:

    A natureza jurdica do Distrito Federal tem gerado algumas discusses. Alguns autores defendem que ele tem natureza hbrida, por apresentar algumas caractersticas dos Estados e outras dos Municpios. Para Jos Afonso da Silva, o Distrito Federal no nem Estado nem Municpio. J o STF afirma que o Distrito Federal um ente federativo com autonomia parcialmente tutelada pela Unio.

    O Distrito Federal ente federado autnomo e, como tal, dispe de auto- organizao, autoadministrao, autolegislao e autogoverno (CF, arts. 18, 32 e 34). A auto-organizao do Distrito Federal se manifesta por meio de Lei Orgnica, votada em dois turnos com interstcio mnimo de dez dias, e aprovada por dois teros da Cmara Legislativa, que a promulgar, atendidos os princpios estabelecidos na Constituio (art. 32, "caput", CF/88).

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    No que se refere autolegislao, o Distrito Federal apresenta uma caracterstica peculiar: a ele so atribudas as competnciaslegislativas reservadas aos Estados e Municpios (CF, art. 32, 1 e 147). No se pode, porm, dizer que o Distrito Federal apresenta todas as competncias legislativas dos Estados-membros. Algumas no lhe foram estendidas, como o caso, por exemplo, da competncia para dispor sobre sua organizao judiciria, que privativa da Unio (art. 22, XVII, CF). Alm disso, ao contrrio dos Estados-membros, a competncia para organizar e manter, no seu mbito, o Ministrio Pblico, o Poder Judicirio, a polcia civil, a polcia militar e o corpo de bombeiros militar da Unio (CF, art. 21, XIII e XIV).

    J no que tange ao autogoverno, a eleio do Governador e do Vice- Governador segue as regras da eleio para Presidente da Repblica. A dos deputados distritais segue a regra dos deputados estaduais.

    Outra peculiaridade do Distrito Federal que, diferentemente do que ocorre com os demais entes federados, no h previso constitucional para alterao dos seus limites territoriais. Ressalta-se, ainda, que, ao contrrio dos Estados-membros, o Distrito Federal no pode ser dividido em Municpios (art. 32, "caput", CF/88).

    Alm disso, no pode organizar nem manter o Judicirio nem o Ministrio Pblico, nem as polcias civil e militar e o corpo de bombeiros. Todos esses rgos so organizados e mantidos pela Unio, cabendo a ela legislar sobre a matria. Nesse sentido, determina a Smula 647 do STF que "compete privativamente Unio legislar sobre vencimentos dos membros das polcias civil e militar do Distrito Federal".

    3.4- Municpios:

    Os Municpios so entes autnomos, sendo sua autonomia alada, pela Constituio Federal, condio de princpio constitucional sensvel(CF, art. 34, VII, "c"). Essa autonomia baseia-se na capacidade de auto- organizao, autolegislao, autogoverno e autoadministrao.

    Segundo Alexandre de Moraes, pode-se dizer que o Municpio se auto- organiza por meio de sua Lei Orgnica Municipal; autolegisla, por meio das leis municipais; autogoverna-se por meio da eleio direta de seu Prefeito, Vice-Prefeito e vereadores sem qualquer ingerncia dos Governos Federal e Estadual; e, por fim, se autoadministra ao pr

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    em exerccio suas competncias administrativas, tributrias e legislativas, diretamente conferidas pela Constituio Federal. 13

    Nos Municpios, ao contrrio do que acontece nos demais entes da federao, no h Poder Judicirio. O Poder Legislativo, assim como nos Estados-membros, unicameral.

    No que diz respeito auto-organizao, determina a Carta da Repblica que a Lei Orgnica do municpio ser votada em dois turnos, com o interstcio mnimo de dez dias, e aprovada por dois teros dos membros da Cmara Municipal, que a promulgar, atendidos os princpios estabelecidos nesta Constituio, na Constituio do respectivo Estado. Sero objeto da Lei Orgnica a organizao dos rgos da Administrao, a relao entre os Poderes, bem como a disciplina da competncia legislativa do Municpio.14

    Compete Lei Orgnica, ainda, fixar o nmero de Vereadores, observados limitas mximos definidos pela Constituio, escalonados segundo o nmero de habitantes do Municpio. Nos Municpios com at 15 mil habitantes, por exemplo, o nmero mximo de Vereadores 9 (nove); j nos Municpios com mais de 8 milhes de habitantes, o nmero mximo de Vereadores 55 (cinquenta e cinco).

    Art. 29. O Municpio reger-se- por lei orgnica, votada em dois turnos, com o interstcio mnimo de dez dias, e aprovada por dois teros dos membros da Cmara Municipal, que a promulgar, atendidos os princpios estabelecidos nesta Constituio, na Constituio do respectivo Estado e os seguintes preceitos:

    I - eleio do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Vereadores, para mandato de quatro anos, mediante pleito direto e simultneo realizado em todo o Pas;

    II - eleio do Prefeito e do Vice-Prefeito realizada no primeiro domingo de outubro do ano anterior ao trmino do mandato dos que devam suceder, aplicadas as regras do art. 77, no caso de Municpios com mais de duzentos mil eleitores;

    III - posse do Prefeito e do Vice-Prefeito no dia 1 de janeiro do ano subsequente ao da eleio;

    V - subsdios do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Secretrios Municipais fixados por lei de iniciativa da Cmara Municipal, observado o que

    13 MORAES, Alexandre de. Constituio do Brasil Interpretada e Legislao Constitucional, 9a edio. So Paulo Editora Atlas: 2010, pp. 714.14 MORAES, Alexandre de. Constituio do Brasil Interpretada e Legislao Constitucional, 9a edio. So Paulo Editora Atlas: 2010, pp. 714.

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    (...)

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    dispem os arts. 37, XI, 39, 4, 150, II, 153, III, e 153, 2, I;

    (...)

    X- julgamento do Prefeito perante o Tribunal de Justia

    O Prefeito e Vice-Prefeito sero eleitos pelo sistema majoritrio, para mandato de 4 (quatro) anos. A eleio realizada no primeiro domingo de outubro do ano anterior ao trmino do mandato dos que devem suceder. No caso de Municpios com mais de 200.000 eleitores, a eleio de Prefeito e Vice-Prefeito ocorrer pelo sistema majoritrio de 2 turnos; caso o nmero de eleitores seja inferior a 200.000, haver apenas 1 (um) turno de votao.

    O artigo 29, X da Constituio trata do julgamento do Prefeito perante o Tribunal de Justia. Considerando que o constituinte no foi muito claro nessa determinao, o STF entende que a competncia do Tribunal de Justia para julgar prefeitos se limita aos crimes de competncia da justia comum estadual. Nos demais casos, a competncia originria cabe ao respectivo tribunal de segundo grau. Assim, em caso de crimes eleitorais, a competncia ser do Tribunal Regional Eleitoral; nos crimes federais, a competncia ser do Tribunal Regional Federal.

    H duas importantes smulas do STJ sobre esse assunto. A primeira delas a Smula 208, que determina que "compete Justia Federal processar e julgar prefeito municipal por desvio de verba sujeita a prestao de contas perante rgo federal". A segunda a Smula 209, que estabelece que "compete Justia Estadual processar e julgar prefeito por desvio de verba transferida e incorporada ao patrimnio municipal". Ainda segundo o STJ, o Prefeito ser julgado pelo Tribunal de Justia (e no pelo tribunal do jri) no caso de crimes dolosos contra a vida.

    No que se refere aos crimes de responsabilidade praticados pelo Prefeito Municipal, importante que os classifiquemos em prprios ou imprprios. Enquanto os primeiros so infraes poltico-administrativas, cuja sano corresponde perda do mandato e suspenso dos direitos polticos, os segundos so verdadeiras infraes penais, apenados com penas privativas de liberdade. Os crimes prprios devero ser julgados pela Cmara Municipal, enquanto os crimes imprprios devero ser julgados pelo Judicirio, independentemente do pronunciamento da Cmara de Vereadores.

    Destaca-se, porm, que a Constituio Federal prev a competncia originria do Tribunal de Justia, salvo as excees anteriormente mencionadas, apenas para o processo e julgamento das infraes penais comuns contra o Prefeito Municipal. No se admite a extensointerpretativa para se considerar a existncia de foro privilegiado para as

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    aes populares, aes civis pblicas e demais aes de natureza cvel. Essa proibio tambm vale para as aes de improbidade administrativa, por ausncia de previso constitucional especfica.

    A Constituio prev algumas hipteses de crime de responsabilidadedo Prefeito em seu art. 29-A, 2 (rol exemplificativo): efetuar repasse que supere os limites definidos no artigo 29-A, que vimos anteriormente; no enviar o repasse at o dia vinte de cada ms; ou envi-lo a menor em relao proporo fixada na Lei Oramentria.

    Esquematizando:

    JULGAMENTO DO PREFEITO

    DESVIO DE VERBA SUJEITA A PRESTAO DE CONTAS

    PERANTE RGO FEDERAL

    (r--- --- ii

    CRIMES ELEITORAIS

    ---- --- J

    CRIMES DE RESPONSABILIDADE IMPRPRIOS E CRIMES

    DOLOSOS CONTRA A VIDA

    AOES POPULARES, AOES CIVIS PBLICAS E DEMAIS AES DE NATUREZA CVEL, BEM COMO

    IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA

    TRIBUNAL DE JUSTIA

    JUSTIAFEDERAL

    ---1 r --- --- '1

    TRE

    'k--- -----1f -------------------------- -------------------------- 1 f-----------------------'1

    CRIMES DE RESPONSABILIDADE CMARAPRPRIOS MUNICIPAL

    -

    f---------- ---------- '1

    PRIMEIRAINSTNCIA

    - J

    A Constituio Federal no outorgou foro especial aos Vereadoresperante o Tribunal de Justia. Contudo, segundo o STF, a Constituio do Estado pode faz-lo, se o legislador constituinte entender oportuno. A Carta Magna limitou-se a conceder-lhes inviolabilidade por suas opinies, palavras e votos no exerccio do mandato e na circunscrio do Municpio (CF, art. 29, VIII), a chamada imunidade material.

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  • 0Direito Constitucional p / TRE-GO

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    No que se concerne ao subsdio dos vereadores, a Constituio determina, em seu artigo 29, VI, que este ser fixado pelas respectivas Cmaras Municipais em cada legislatura para a subsequente,observado o que dispe a Carta Magna, os critrios estabelecidos na respectiva Lei Orgnica e os seguintes limites mximos:

    Nmero de habitantes

    At10.000

    De10.001

    a50.000

    De50.001 a 100.000

    De100.001

    a300.000

    De300.001

    a500.000

    Acimade

    500.000

    Subsdio mximo do

    vereador (% subsdio

    deputados estaduais)

    20% 30% 40% 50% 60% 75%

    Dispe, ainda, a Carta Magna, em seu art. 29-A, 1, que a Cmara Municipal no gastar mais de 70 % (setenta por cento) de sua receita com folha de pagamento, includo o gasto com o subsdio de seus Vereadores. Segundo o art. 29, VII, o total da despesa com a remunerao dos Vereadores no poder ultrapassar o montante de 5% (cinco por cento) da receita do Municpio.

    Segundo o art. 29-A, 3, o Presidente da Cmara Municipal cometer crime de responsabilidade quando a Cmara Municipal gastar mais de 70% da sua receita com folha de pagamento.

    3.5- Territrios Federais:

    Os Territrios Federais integram a Unio, sendo considerados meras descentralizaes administrativas; a doutrina os chama, por isso, de autarquias territoriais da Unio. Portanto, eles no so entes federativos e no possuem autonomia poltica.

    Atualmente, no existe nenhum Territrio Federal. Com a CF/88, os territrios de Roraima e do Amap foram transformados em estados federados; por sua vez, o territrio de Fernando de Noronha foi incorporado ao estado de Pernambuco.

    Apesar de no existir, atualmente, nenhum Territrio Federal, estes podero ser criados a qualquer tempo. Para a criao dos Territrios Federais, necessria lei complementar. Apesar de no serem entes federativos, os Territrios podero ser divididos em Municpios.

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    O Poder Executivo nos Territrios Federais chefiado pelo Governador, que no eleito pelo povo. O Governador do Territrio nomeado pelo Presidente da Repblica, com nome aprovado previamente, por voto secreto, aps arguio pblica pelo Senado Federal. Compete privativamente Unio legislar sobre a organizao administrativa dos Territrios (art. 22, XVII).

    As contas do Governo do Territrio so submetidas ao Congresso Nacional, com parecer prvio do Tribunal de Contas da Unio (TCU). Isso se deve vinculao dos Territrios com a Unio; nos Estados-membros da federao, as contas dos Governadores so submetidas apreciao da respectiva Assembleia Legislativa.

    Existe Poder Legislativo nos Territrios?

    Sim, existe. O Poder Legislativo nos Territrios exercido pela Cmara Territorial. Segundo o art. 33, 3, CF/88, a lei dispor sobre as eleies da Cmara Territorial e sua competncia legislativa. A Cmara Territorial exercer apenas a funo tpica de legislar; a funo de controle externo da administrao dos territrios exercida pelo Congresso Nacional, com o auxlio do TCU.

    Cada um dos Territrios elege 4 Deputados Federais; trata-se, portanto, de nmero fixo, no proporcional populao. Os Territrios, por no serem entes federativos, no elegem Senadores. Isso se deve ao fato de que os Senadores so representantes dos Estados e do Distrito Federal; permitir que os Territrios elegessem Senadores significaria, em certa medida, equipar-los aos Estados.

    O Poder Judicirio, nos Territrios Federais, organizado e mantido pela Unio. Com efeito, a Unio tem a competncia privativa para organizar e manter o Poder Judicirio do Distrito Federal e Territrios. Nos Territrios Federais, a jurisdio e as atribuies cometidas aos juzes federais cabero aos juzes da justia local, na forma da lei.

    Assim como o Poder Judicirio, o Ministrio Pblico, nos Territrios Federais, organizado e mantido pela Unio. Assim, temos o TJDFT (Tribunal de Justia do Distrito Federal e Territrios) e o MPDFT (Ministrio Pblico do Distrito Federal e Territrios).

    Existe, ainda, a Defensoria Pblica dos Territrios, tambm organizada e mantida pela Unio. Cuidado! Aqui, no h que se falar mais em Defensoria Pblica do Distrito Federal e Territrios (DPDFT). Isso porque, aps a EC n 69/2012, a Defensoria Pblica do Distrito Federal (DPDF) organizada e mantida pelo prprio Distrito Federal. Temos, ento, dois rgos diferentes: a Defensoria Pblica do DF (organizada e mantida pelo DF) e a Defensoria Pblica dos Territrios (organizada e mantida pela Unio).

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    Quando os Territrios tiverem mais de cem mil habitantes, alm do Governador, haver rgos judicirios de primeira e segunda instncia, membros do Ministrio Pblico e defensores pblicos federais. Em outras palavras, haver representaes do Poder Judicirio, do Ministrio Pblico e da Defensoria Pblica nos territrios em que a populao for maior do que 100.000 habitantes.

    4- Alteraes na estrutura da federao:

    4.1- Formao dos Estados:

    A federao clusula ptrea do texto constitucional, ou seja, no pode ser objeto de emenda constitucional que seja tendente sua abolio. Todavia, a federao poder sofrer alteraes em sua estrutura. Asalteraes na estrutura dos Estados ocorrer nos termos do art. 18, 3, CF/88:

    3 Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se para se anexarem a outros, ou formarem novos Estados ou Territrios Federais, mediante aprovao da populao diretamente interessada, atravs de plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei complementar.____________________________________________________

    A leitura do dispositivo supracitado nos permite afirmar que h 5 (cinco) diferentes tipos de alterao na estrutura dos Estados:

    a) Fuso: Um Estado A se une a um Estado B, formando o Estado C. Com isso, h a formao de um terceiro e novo ente federado, distinto dos anteriores e com personalidade prpria.Os Estados que lhe deram origem no mais existiro.

    b) Incorporao: Um Estado A se incorpora ao Estado B, o qualcontinua a existir. O Estado A deixa de existir e o territrio do Estado B aumenta. Perceba que, na incorporao, um dos entes federativos mantm a sua personalidade jurdica. Na histria do Brasil, temos um exemplo de incorporao. O Estado deGuanabara se incorporou ao Estado do Rio de Janeiro.

    c) Subdiviso ou ciso: Um Estado A se subdivide, dando origemao Estado B e C. O Estado A deixa de existir, surgindo dois novos Estados (duas novas personalidades jurdicas). Asubdiviso de um Estado pode dar origem a novos Estados outerritrios. Existe proposta para que o Maranho seja subdivido em Maranho do Sul e Maranho do Norte. Esse seria um bomexemplo de subdiviso.

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    d) Desmembramento-anexao: Ocorre quando um ou mais Estados cedem parte de seu territrio para que este seja anexado ao territrio de outro Estado. Seria o caso, por exemplo, em que o Estado A perde parcela do seu territrio, que anexada ao territrio do Estado B. Perceba que, nessa operao, no houve extino de nenhum Estado. O Estado A perdeu parte de seu territrio, mas continuou existindo.

    e) Desmembramento-formao: Ocorre quando um ou mais Estados cedem parte de seu territrio para que haja a formao de um novo ente. Foi o que aconteceu com Gois, quando este cedeu parte de seu territrio para a formao do estado do Tocantins. Perceba que, nessa operao, no houve extino de nenhum Estado. Gois perdeu parte do seu territrio, mas deu origem a um novo Estado-membro.

    E quais so os requisitos para que sejam realizadas essas alteraes na estrutura dos Estados?

    De incio, ser necessrio que se proceda consulta s populaes diretamente interessadas, mediante a realizao de um plebiscito.Caso a populao seja desfavorvel, a modificao territorial ser impossvel. J quando favorvel, a deciso final sobre a modificao territorial do Congresso Nacional, pois este poder editar ou no a lei complementar.

    Na ADIN n 2.650/DF, o STF considerou que se deve dar ao termo "populao diretamente interessada" o significado de que, nos casos de desmembramento, incorporao ou subdiviso de Estado, deve ser consultada, mediante plebiscito, toda a populao do (s) Estado (s) afetado (s), e no apenas a populao da rea a ser desmembrada, incorporada ou subdividida.

    Aps a manifestao favorvel da populao diretamente interessada, ser necessria a oitiva das Assembleias Legislativas dos estados interessados. Cabe destacar que a consulta s Assembleias Legislativas meramente opinativa, o que quer dizer que, mesmo que a Assembleia Legislativa for desfavorvel mudana territorial, o Congresso Nacional pode editar a lei complementar que aprova a subdiviso, incorporao ou desmembramento.

    Consultada a populao (mediante plebiscito) e feita a oitiva das Assembleias Legislativa, resta apenas a edio de lei complementar, o que um ato discricionrio do Congresso Nacional. Esse o passo final para a alterao na estrutura dos Estados. Assim, em resumo, os requisitos para a formao de Estados so os seguintes:

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    a) Consulta prvia, por plebiscito, s populaes diretamente interessadas;

    b) Oitiva das Assembleias Legislativas dos estados interessados (art. 48, VI, CF/88);

    c) Edio de lei complementar pelo Congresso Nacional.

    Observe que a formao dos Territrios obedece aos mesmos requisitos necessrios para a incorporao, subdiviso e desmembramento de Estado.

    4.2- Formao dos Municpios:

    A formao de Municpios regulada pelo art. 18, 4 da Constituio, cuja redao foi dada pela EC n 15/1996:

    4 A criao, a incorporao, a fuso e o desmembramento de Municpios, far-se-o por lei estadual, dentro do perodo determinado por Lei Complementar Federal, e dependero de consulta prvia, mediante plebiscito, s populaes dos Municpios envolvidos, aps divulgao dos Estudos de Viabilidade Municipal, apresentados e publicados na forma da lei.

    De 1988 at 1996, a criao de Municpios era bem simples. As restries no eram to grandes e, como consequncia disso, multiplicaram-se os Municpios. Na tentativa de moralizar a criao de Municpios, foi promulgada a EC n 15/1996, cujas regras esto vlidas at hoje.

    E quais so os requisitos para a criao de Municpios?

    So, 5 (cinco) os requisitos para a criao, incorporao, fuso e desmembramento de municpios:

    a) Edio de lei complementar federal pelo Congresso Nacional, fixando genericamente o perodo dentro do qual poder ocorrer a criao, incorporao, fuso e desmembramento de municpios. Destaque-se que esta lei complementar at hoje no editada.

    b) Aprovao de lei ordinria federal determinando os requisitos genricos e a forma de divulgao, apresentao e publicao dos estudos de viabilidade municipal;!

    c) Divulgao dos estudos de viabilidade municipal, na forma estabelecida pela lei mencionada acima;!

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    d) Consulta prvia, por plebiscito, s populaes dos Municpios envolvidos. O resultado do plebiscito, quando desfavorvel, impede a criao do novo Municpio. Por outro lado, caso seja favorvel, caber Assembleia Legislativa decidir se ir ou no criar o Municpio.

    e) Aprovao de lei ordinria estadual pela Assembleia Legislativa determinando a criao, incorporao, fuso e desmembramento do(s) municpio(s). Trata-se de ato discricionrio da Assembleia Legislativa,

    Tendo em vista que, at hoje, o Congresso Nacional no editou lei complementar dispondo sobre o perodo dentro do qual podero ocorrer alteraes na estrutura de Municpios, conclui-se que, atualmente, esses entes federativos no podem ser criados. Alis, esse impedimento existe desde a promulgao da Emenda Constitucional n 15/1996.

    No entanto, a realidade foi diferente. Mesmo aps a promulgao da EC n 15/96, foram criados centenas de Municpios pelo Brasil afora. A doutrina os chamou de "Municpios putativos", pois existiam de fato, mas sua criao havia sido invlida, inconstitucional.

    Como no poderia ser diferente, o STF foi chamado a apreciar o problema na ADIN n 3.682/MT. Na oportunidade, a Corte reconheceu a mora do Congresso Nacional, que deu "ensejo conformao e consolidao de estados de inconstitucionalidade". Foi atestada a inconstitucionalidade da criao dos Municpios. Todavia, em nome da segurana jurdica, o STF "passou a bola" para o Congresso Nacional; no poderia o STF, da noite para o dia, determinar a extino de Municpios.

    O Congresso Nacional editou, ento, a Emenda Constitucional n 57/2008, que convalidou os atos de criao, fuso, incorporao e desmembramento de Municpios, cuja lei tenha sido publicada at 31 de dezembro de 2006, atendidos os requisitos estabelecidos na legislao do respectivo Estado poca de sua criao.

    5- Vedaes Federativas:

    A Constituio estabelece, em seu art. 19, algumas vedaes aos entes federados. So as chamadas vedaes federativas.

    Art. 19. vedado Unio, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municpios:

    I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencion-los, embaraar- Ihes o funcionamento ou manter com eles ou seus representantes

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    relaes de dependncia ou aliana, ressalvada, na forma da lei, a colaborao de interesse pblico;

    II - recusar f aos documentos pblicos;

    III - criar distines entre brasileiros ou preferncias entre si.

    No que se refere ao inciso I, observa-se que o Brasil um Estado laico, leigo ou no confessional, no adotando qualquer religio oficial. Entretanto, admite-se a colaborao de interesse pblico com oscultos religiosos ou igrejas, na forma da lei. Seria o caso em que, aps uma enchente, o Municpio solicita a uma igreja que abrigue as pessoas desabrigadas por aquele desastre natural.

    O inciso II veda que um ente da Federao recuse f a documentos pblicos produzidos por outro, em virtude de sua procedncia. Assim, a Receita Federal do Brasil no pode recusar f a uma certido negativa de dbito emitida pela Secretaria da Fazenda do Tocantins, por exemplo. Trata-se de uma garantia que visa a fortalecer o pacto federativo.

    Finalmente, o inciso III acima tambm refora o pacto federativo, ao vedar que os entes da federao criem preferncias entre si ou entre brasileiros, em funo de sua naturalidade. Assim, vedado, por exemplo, que um concurso pblico estabelea que somente os naturais de Minas Gerais podero concorrer a determinada vaga.

    6- Bens Pblicos:

    6.1- Bens da Unio:

    O art. 20 relaciona os bens da Unio:

    Art. 20. So bens da Unio:I - os que atualmente lhe pertencem e os que lhe vierem a ser atribudos;II - as terras devolutas indispensveis defesa das fronteiras, das fortificaes e construes militares, das vias federais de comunicao e preservao ambiental, definidas em lei;III - os lagos, rios e quaisquer correntes de gua em terrenos de seu domnio, ou que banhem mais de um Estado, sirvam de limites com outros pases, ou se estendam a territrio estrangeiro ou dele provenham, bem como os terrenos marginais e as praias fluviais;IV as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limtrofes com outros pases; as praias martimas; as ilhas ocenicas e as costeiras, excludas, destas, as que contenham a sede de Municpios, exceto aquelas reas afetadas ao servio pblico e a unidade ambiental federal, e as referidas no art. 26,

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    i i;V - os recursos naturais da plataforma continental e da zona econmica exclusiva;VI - o mar territorial;VII - os terrenos de marinha e seus acrescidos;VIII - os potenciais de energia hidrulica;IX - os recursos minerais, inclusive os do subsolo;X - as cavidades naturais subterrneas e os stios arqueolgicos e pr- histricos;XI - as terras tradicionalmente ocupadas pelos ndios._________________

    O inciso I nos mostra que o art. 20, ao tratar dos bens da Unio, trouxe um rol exemplificativo. Isso porque so bens da Unio os que atualmente lhe pertencem e os que lhe vierem a ser atribudos.

    O inciso II trata das terras devolutas, que so terras pblicas, ou seja, que no esto no nome de nenhum particular. Existem terras devolutas da Unio e terras devolutas dos Estados. So bens da Unio as terras devolutas indispensveis defesa das fronteiras, das fortificaes e construes militares, das vias federais de comunicao e preservao ambiental. Por outro lado, so bens dos Estados as terras devolutas que no forem da Unio.

    O inciso III trata do domnio hdrico. Sero rios federais aqueles que banhem mais de um Estado (ex: Rio So Francisco, Rio Tocantins). Tambm so bens da Unio os rios que se estendam a territrio estrangeiro ou dele provenham (ex; Rio Amazonas). Por outro lado, os rios que banham apenas um Estado sero bens daquele Estado.

    No inciso IV, verifica-se que as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limtrofes (fronteira) com outros pases so bens da Unio. Por outro lado, as ilhas fluviais e lacustres que no estejam em zonas limtrofes sero bens dos Estados.

    As ilhas ocenicas e costeiras so bens da Unio. No entanto, as ilhas costeiras, quando forem sede de Municpio, no sero bens da Unio. Cita-se como exemplo a ilha em que est contido o Municpio de Florianpolis.

    Os incisos V e Vi trata do domnio martimo. O mar territorial e os recursos naturais da plataforma continental e da zona econmica exclusiva so bens da Unio. Cita-se que na plataforma continental h uma enorme riqueza, especialmente petrleo.

    O inciso VII trata dos terrenos de marinha, que tambm so bens da Unio. Apenas para que se tenha uma noo, de forma bem grosseira, so terrenos de marinha aqueles que so adjascentes ao litoral, 33 metros

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    medidas para a parte da terra (ou seja, 33 metros para dentro do continente).

    O inciso VIII trata dos potenciais de energia hidrulica. Mesmo nos rios estaduais (que banham apenas um Estado), os potenciais de energia hidrulico sero bens da Unio.

    O inciso IX trata dos recursos minerais, inclusive os do subsolo. Suponha que um fazendeiro descubra uma mina de ouro em suas terras. Esse ouro ser, por incrvel que parea, um bem da Unio. Cabe destacar que assegurada, nos termos da lei, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municpios, bem como a rgos da administrao direta da Unio, participao no resultado da explorao de petrleo ou gs natural, de recursos hdricos para fins de gerao de energia eltrica e de outros recursos minerais no respectivo territrio, plataforma continental, mar territorial ou zona econmica exclusiva, ou compensao financeira por essa explorao.

    Para enriquecer nossos conhecimentos, reproduzirei o art. 176 da Carta Magna:

    Art. 176. As jazidas, em lavra ou no, e demais recursos minerais e os potenciais de energia hidrulica constituem propriedade distinta da do solo, para efeito de explorao ou aproveitamento, e pertencem Unio, garantida ao concessionrio a propriedade do produto da lavra.__________

    Suponhamos, como exemplo, que seja encontrada uma mina de ouro em uma fazenda do Sr. Joo da Silva, em Gois. A propriedade da fazenda continuar sendo do Sr. Joo, embora o ouro encontrado seja da Unio. Caso uma concessionria venha a explorar essa jazida, dever pagar royalties Unio, proprietria dos recursos minerais. O produto da lavra (ouro extrado), entretanto, ser da concessionria.

    O inciso X trata das cavidades naturais subterrneas (grutas) e stios arqueolgicos e pr-histricos.

    O inciso XI dispe que as terras tradicionalmente ocupadas pelos ndios so bens da Unio. A palavra "tradicionalmente" no diz respeito ao tempo de ocupao, mas sim ao modo de ocupao indgena. Segundo o STF, essas terras so bens da Unio, mas de usufruto exclusivo dos ndios.

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    6.2- Bens dos estados:

    Os bens dos estados esto no art. 26, da CF/88:

    Art. 26. Incluem-se entre os bens dos Estados:

    I - as guas superficiais ou subterrneas, fluentes, emergentes e em depsito, ressalvadas, neste caso, na forma da lei, as decorrentes de obras da Unio;

    II - as reas, nas ilhas ocenicas e costeiras, que estiverem no seu domnio, excludas aquelas sob domnio da Unio, Municpios ou terceiros;

    III - as ilhas fluviais e lacustres no pertencentes Unio;

    IV - as terras devolutas no compreendidas entre as da Unio.

    HORA DE

    praticar!

    1. (CESPE / MS - 2013) Os estados-membros se auto-organizam por meio do exerccio de seu poder constituinte derivado-decorrente, mas no esto obrigados a observar os princpios federais extensveis.

    Comentrios:

    Os estados-membros exercem sua capacidade de auto-organizao por meio da elaborao de sua prpria constituio, que fruto do Poder Constituinte Derivado Decorrente. Na elaborao de suas constituies, os estados-membros devero observar os princpios constitucionais sensveis, os princpios constitucionais extensveis e, ainda, os princpios constitucionais estabelecidos. Questo incorreta.

    2. (CESPE / Juiz Federal TRT 5a Regio - 2013) Como o federalismo estabelecido na CF assimtrico, conferido aos estados, aos municpios e ao Distrito Federal, como entes federativos, o direito de secesso.

    Comentrios:

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    O federalismo brasileiro considerado assimtrico. No entanto, isso no faz com que os entes federativos possuam o direito de secesso. Questo incorreta.

    3. (CESPE / TJDFT- 2013) Mesmo no sendo estado nem municpio, o Distrito Federal (DF) possui autonomia, parcialmente tutelada pela Unio.

    Comentrios:

    O Distrito Federal um ente federativo dotado de autonomia. A doutrina considera que essa doutrina parcialmente tutelada pela Unio, que tem competncia para organizar e manter o Ministrio Pblico, o Poder Judicirio, a polcia civil, a polcia militar e o corpo de bombeiros militar do DF. Questo correta.

    4. (CESPE / TRE-MS - 2013) O Estado Federal brasileiro concebido constitucionalmente como a unio indissolvel dos estados, municpios e do Distrito Federal.

    Comentrios:

    E o que determina o art. 1- da Constituio Federal. Questo correta.

    5. (CESPE / TRE-MS - 2013) A CF adotou como princpio da organizao poltica brasileira a dissolubilidade do vnculo federativo.

    Comentrios:

    Pelo contrrio! O pacto federativo ind issolvel (art. 1, CF). Questo incorreta.

    6. (CESPE / TRT 10a Regio - 2013) Os municpios e os estados- membros da Federao brasileira so dotados de personalidade de direito internacional.

    Comentrios:

    A Unio, o Distrito Federal, os Estados-membros e os Municpios possuem personalidade jurdica de direito pblico interno. Somente a RFB possui personalidade jurdica de direito internacional, por ser soberana. Questo incorreta.

    7. (CESPE / CNPq - 2011) A Unio, os estados, os municpios e o Distrito Federal so entes federativos, diferentemente dos

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    territrios federais, que integram a Unio e no so dotados de autonomia.

    Comentrios:

    De fato, a Unio, os Estados, os Municpios e o Distrito Federal so entes federados, autnomos, conforme dispe o art. 18 da Constituio. J os Territrios no so dotados de autonomia, sendo meras descentralizaes administrativas da Unio (art. 18, 2, CF). Questo correta.

    8. (CESPE / ANATEL - 2012) A cidade de Braslia a capital federal, sendo vedada pela Constituio Federal a transferncia da sede do governo federal para outra cidade.

    Comentrios:

    De fato, Braslia a capital federal. Entretanto, diferentemente do que diz o enunciado, possvel a transferncia da sede do governo federal para outra cidade (art. 48, VII, CF). Questo incorreta.

    9. (CESPE / TJ-PI - 2012) O patrimnio da Unio formado por bens indicados exemplificativamente na CF, includas todas as ilhas fluviais e lacustres em zonas limtrofes com outros pases, praias martimas e ilhas ocenicas e costeiras.

    Comentrios:

    De fato, trata-se de um rol exemplificativo, como demonstra a expresso "e os que lhe vierem a ser atribudos" (art. 20, I, CF). O erro da questo que nem todas as ilhas ocenicas e costeiras so bens da Unio. H excees (art. 20, IV, CF). Questo incorreta.

    10. (CESPE / TRE-MS - 2013) As terras tradicionalmenteocupadas pelos ndios pertencem aos estados nas quais se situam.

    Comentrios:

    As terras tradicionalmente ocupadas pelos ndios so bens da Unio (art. 20, XI, CF). Questo incorreta.

    11. (CESPE / TRE-MS - 2013) Os terrenos de marinha so bens dos municpios.

    Comentrios:

    Trata-se de bens da Unio (art. 20, VII, CF). Questo incorreta.

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    12. (CESPE / TCU - 2011) De acordo com a CF, a Unio e os estados-membros podem criar regies de desenvolvimento visando reduo das desigualdades regionais.

    Comentrios:

    Essa prerrogativa apenas da Unio (art. 43, CF). Questo incorreta.

    13. (CESPE / TCU - 2008) As riquezas minerais, como o petrleo, so bens da Unio.

    Comentrios:

    Questo correta. Fundamento: art. 20, IX, CF.

    14. (CESPE / Procurador Municipal de Natal - 2008) Ospotenciais de energia hidrulica so bens comuns da Unio e dos estados onde se encontrem.

    Comentrios:

    Os potenciais de energia hidrulica so bens da Unio (art. 20, VIII, CF). Questo incorreta.

    15. (CESPE / ABIN - 2008) As terras tradicionalmente ocupadas pelos ndios so de domnio das comunidades indgenas.

    Comentrios:

    As terras tradicionalmente ocupadas pelos ndios so bens da Unio (art. 20, XI, CF). Questo incorreta.

    16. (CESPE / ANTAQ - 2009) Considere a situao em que uma pessoa, ao cavar um poo artesiano no stio de sua propriedade, tenha encontrado uma reserva de gs natural. Nesse caso, a reserva pertencer Unio, mas o proprietrio ter, por fora expressa de dispositivo constitucional, direito a participao no resultado da lavra.

    Comentrios:

    Reza o art. 176 da Constituio que as jazidas, em lavra ou no, e demais recursos minerais e os potenciais de energia hidrulica constituem propriedade distinta da do solo, para efeito de explorao ou aproveitamento, e pertencem Unio, garantida ao concessionrio a propriedade do produto da lavra. Questo correta.

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    17. (CESPE / TRE-MS - 2013) O regime federal estabelecido pela CF concede autonomia aos estados-membros, ou seja, auto- organizao e normatizao prpria, autogoverno e autoadministrao.

    Comentrios:

    Como entes federados, os estados-membros possuem autonomia, ou seja, capacidade de autoadministrao, autogoverno e de normatizao prpria. Questo correta.

    18. (CESPE / TJ-RR - 2012) Compete Unio, mediante lei complementar, instituir microrregies, com a finalidade de promover a reduo das desigualdades regionais.

    Comentrios:

    Determina a Carta Magna que os Estados podero, mediante lei complementar, instituir regies metropolitanas, aglomeraes urbanas e microrregies, constitudas por agrupamentos de municpios limtrofes, para integrar a organizao, o planejamento e a execuo de funes pblicas de interesse comum (art. 25, 3, CF/88). Questo incorreta.

    19. (CESPE / SEJUS-ES - 2007) O Esprito Santo um rgo da Unio e, por isso, subordinado Presidncia da Repblica.

    Comentrios:

    O Esprito Santo um ente da federao autnomo, sem qualquer subordinao Presidncia da Repblica. Questo incorreta.

    20. (CESPE / SEJUS-ES - 2007) O Poder Executivo do Esprito Santo chefiado pelo governador desse estado.

    Comentrios:

    O Chefe do Executivo do Esprito Santo, como o de qualquer Estado da federao, o Governador. Questo correta.

    21. (CESPE / TJ-AL - 2012) Os municpios gozam de certa autonomia que permite, em funo das regras e princpios de autogoverno, contar com poderes Executivo e Legislativo eleitos pela populao, mas no com Poder Judicirio prprio.

    Comentrios:

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    De fato, no h Poder Judicirio municipal. Questo correta.

    22. (CESPE / TRE-MS - 2013) Os municpios tm autonomia administrativa, poltica e financeira, mas no autonomia normativa.

    Comentrios:

    Os municpios, como entes da federao, dispem, tambm de autonomia normativa (autolegislao). Questo incorreta.

    23. (CESPE / TJ-PI - 2012) Compete s constituies estaduais fixar os subsdios dos prefeitos e dos vice-prefeitos, de maneira a evitar anomalias e discrepncias remuneratrias entre os municpios de um mesmo estado-membro.

    Comentrios:

    Determina o art. 29, V, da Constituio Federal que os subsdios dos prefeitos e dos vice-prefeitos so fixados por lei de iniciativa da Cmara Municipal. Questo incorreta.

    24. (CESPE / TJ-AL - 2012) As eleies para prefeito e vice- prefeito dos municpios com mais de duzentos mil eleitores ocorrero, necessariamente, em dois turnos, caso nenhum dos candidatos alcance a maioria absoluta dos votos validamente emitidos no primeiro turno, a computados os votos em branco, mas no os nulos.

    Comentrios:

    No se computam nem os votos em branco nem os nulos (art. 29, II, c/c art. 77, 2, CF). Questo incorreta.

    25. (CESPE / DPE-AL - 2009) Os territrios, quando criados, podem ser divididos em municpios, aos quais no sero aplicadas as regras de regncia dos demais municpios, j que estaro inseridos em territrio federal, considerado como descentralizao administrativa da Unio.

    Comentrios:

    Os municpios tm sua autonomia garantida pela Constituio, mesmo que faam parte de um Territrio. Questo incorreta.

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    26. (CESPE / MPS - 2010) O DF acumula as atribuies referentes competncia legislativa reservada aos estados e aos municpios.

    Comentrios:

    o que determina o art. 32, 1 da Constituio Federal. Questo correta.

    27. (CESPE / ANATEL - 2012) Ao Distrito Federal assegurada autonomia para organizar e manter seu Poder Judicirio.

    Comentrios:

    O Poder Judicirio do Distrito Federal organizado e mantido pela Unio. Questo incorreta.

    28. (CESPE / TJ-PI - 2012) De acordo com a CF, os territrios federais, uma vez criados, no elegem representantes para o Senado Federal, mas sua populao tem a prerrogativa de eleger quatro deputados para represent-la na Cmara dos Deputados.

    Comentrios:

    De fato, os Territrios no elegem senadores, mas sua populao tem a prerrogativa de eleger quatro deputados federais (CF, art. 45, 2). Questo correta.

    29. (CESPE / MPS - 2010) De acordo com a CF, os territrios podem ser divididos em municpios.

    Comentrios:

    De fato, a Constituio permite tal diviso (art. 33, 1). Questo correta.

    30. (CESPE / TJ-AL - 2012) O Distrito Federal, assim como os territrios, no pode ser dividido em municpios.

    Comentrios:

    O DF no pode ser dividido em municpios, mas os territrios sim! Questo incorreta.

    31. (CESPE / TJ-PI - 2012) Os estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se para se anexarem a outros, ou formar novos estados, mediante aprovao da populao diretamente interessada, por meio de plebiscito,

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    estando o Congresso Nacional vinculado ao resultado da consulta popular.

    Comentrios:

    O resultado do plebiscito vinculante apenas caso seja desfavorvel, pois torna a modificao territorial impossvel. J quando favorvel, a deciso final sobre a modificao territorial do Congresso Nacional, pois este poder editar ou no a lei complementar. Questo incorreta.

    32. (CESPE / OAB - 2010) No tocante s hipteses de criao de estados-membros, previstas na CF, assinale a opo correta.

    a) Na fuso, dois ou mais estados unem-se, geograficamente, para a formao de um novo estado, o que implica perda da personalidade primitiva.

    b) Na ciso, o estado subdivide-se em dois ou mais estados membros, com personalidades distintas, mantendo o estado originrio sua personalidade jurdica.

    c) No desmembramento para a formao de novo estado, o estado originrio perde sua identidade, para formar um novo estado com personalidade jurdica prpria.

    d) No desmembramento para a anexao de outro estado, a parte desmembrada constituir novo estado, com identidade prpria.

    Comentrios:

    A letra A est correta. Na fuso, os dois ou mais estados que se fundem do origem a um novo, com personalidade jurdica prpria. Exemplo: se Tocantins e Gois se fundirem, daro origem a um terceiro Estado, com personalidade jurdica diferente daquelas dos estados de origem.

    A letra B est errada. Na ciso, cada subdiviso forma um Estado com personalidade jurdica diferente da primitiva. Exemplo: O Par pode sofrer ciso e deixar de existir, surgindo dois novos estados, cada um com personalidade jurdica prpria.

    A letra C est errada. No desmembramento-formao, o estado perde parcela do seu territrio, que d origem a um novo estado. Fica mantida a personalidade jurdica do estado originrio ( o conceito da letra b). Foi o que aconteceu com Gois, quando da origem do estado do Tocantins.

    A letra D tambm est errada. No desmembramento para a anexao de outro estado, a parte desmembrada passar a fazer parte do Estado ao

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    qual se anexou. Exemplo: o Par pode perder parte de seu territrio para o Tocantins, desmembrando-se para anexao de territrio a este ltimo. Nesse caso, tanto Par quanto Tocantins continuaro a existir, mas a parte desmembrada far parte do territrio tocantinense.

    33. (CESPE / MPS - 2010) Para a criao de um novo estado na Federao brasileira, necessria a realizao de plebiscito nacional, de forma a garantir o equilbrio federativo.

    Comentrios:

    No h necessidade de plebiscito nacional, mas apenas regional, para consulta s populaes diretamente interessadas. Questo incorreta.

    34. (CESPE / MPU - 2010) Considere que determinado estado da Federao tenha obtido aprovao tanto de sua populao diretamente interessada, por meio de plebiscito, como do Congresso Nacional, por meio de lei complementar, para se desmembrar em dois estados distintos. Nesse caso, foi cumprida a exigncia imposta pela Constituio para incorporao, subdiviso, desmembramento ou formao de novos estados ou territrios federais.

    Comentrios:

    Relembremos os re q u is ito s estabelecidos pela Constituio para a formao de novos Estados ou Territrios federais:

    - Consulta prvia, por plebiscito, s populaes diretamente interessadas;

    - Oitiva das Assembleias Legislativas dos estados;

    - Edio de lei complementar pelo Congresso Nacional.

    Considerando que a oitiva das Assembleias Legislativas no tem carter vinculante, fo ram cu m p rid o s todos os re q u is ito s para a incorporao, subdiviso, desmembramento ou formao de novos estados ou territrios federais. Questo correta.

    35. (CESPE / Procurador - Prefeitura de Boa Vista - 2010) Nas consultas plebiscitrias para criao, incorporao, fuso e desmembramento de municpios, deve-se consultar a populao dos territrios diretamente afetados pela alterao. Nesse caso, a vontade popular aferida pelo percentual que se manifestar em relao ao total da populao consultada.

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    Comentrios:

    A questo est correta. Fundamento: art. 18, 4, que acabamos de estudar.

    36. (CESPE / Procurador Municipal de Natal - 2008) A criao, a incorporao, a fuso e o desmembramento de municpio devem ser feitos por lei estadual, observados os requisitos previstos na CF.

    Comentrios:

    A criao, incorporao, fuso e desmembramento de municpios devem ser feitos por lei ordinria estadual, observados os requisitos previstos em lei ordinria federal. Questo incorreta.

    37. (CESPE / TJ - RO - 2013) O Congresso Nacional vincula-se a pronunciamento plebiscitrio quanto a transformao dos estados por incorporao entre si, por subdiviso ou desmembramento, quer para se anexarem a outros, quer para formarem novos estados ou territrios federais.

    Comentrios:

    O Congresso Nacional no se vincula ao pronunciamento plebiscitrio. Mesmo que o resultado do plebiscito seja favorvel incorporao, subdiviso ou desmembramento, o Congresso poder decidir no editar a lei complementar. Questo incorreta.

    38. (CESPE / TRT 10a Regio - 2013) A diviso poltico- administrativa interna da Federao brasileira imutvel.

    Comentrios:

    A Constituio p e rm ite qu e haja m o d ifica es na diviso poltico- administrativa interna da RFB, por meio da formao de novos Estados, Territrios e Municpios ou de sua fuso ou incorporao de uns pelos outros. Questo incorreta.

    39. (CESPE / MPE-RN - 2009) vedado Unio, aos estados, ao DF e aos municpios estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencion-los, embaraar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relaes de dependncia ou aliana.

    Comentrios:

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    A vedao manuteno de relaes ou alianas com os cultos religiosos ou igrejas no absoluta. A Constituio ressalva, na forma da lei, a colaborao de interesse pblico (art. 19, I, CF). Questo incorreta.

    40. (CESPE / MS - 2013) Pelo princpio da isonomia federativa, vedado Unio, aos estados-membros, ao Distrito Federal (DF) e aos municpios criar distines entre os brasileiros, bem como criar preferncias entre si.

    Comentrios:

    De fato, os entes federativos no podem criar distines entre brasileiros ou preferncias entre si. o princpio da isonomia federativa, que est prevista no art. 19, III, CF/88. Questo correta.

    41. (CESPE / PC-BA - 2013) Recusar f aos documentos pblicos inclui-se entre as vedaes constitucionais de natureza federativa.

    Comentrios:

    Os entes federativos no podem recusar f aos documentos pblicos, conforme art. 19, II, CF/88. Questo correta.

    42. (CESPE / DEPEN - 2013) Os estados podem incorporar-se entre si, subdividir- se ou desmembrar-se para se anexarem a outros, ou formarem novos estados ou territrios federais, mediante aprovao da populao diretamente interessada, por meio de plebiscito, ficando dispensada a atuao do Congresso Nacional.

    Comentrios:

    A atuao do Congresso Nacional, por meio da edio de lei complementar, indispensvel a qualquer alterao na estrutura da federao. Questo incorreta.

    43. (CESPE / PRF - 2012) Um estado da Federao que possua cinquenta e um deputados federais possuir, necessariamente, setenta e seis deputados estaduais.

    Comentrios:

    O nmero de deputados estaduais o triplo do nmero de deputados federais e, atingido o nmero de trinta e seis, ser acrescido de tantos quantos forem os Deputados Federais acima de doze. Assim, temos a seguinte conta:

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    Nmero de Deputados estaduais = 3 x 12 + (51-12)

    Numero de Deputados estaduais = 36 + 39 = 75 Deputados Estaduais.

    Questo incorreta.

    Repartio de competncias1- Repartio de competncias e a federao brasileira:

    Na federao, o poder poltico descentralizado; os entes federados so dotados, portanto, de autonomia poltica. E essa autonomia dos entes federativos pressupe a existncia de uma repartio de competncias.

    O Estado federal tem como uma de suas principais caractersticas, portanto, a existncia de uma repartio constitucional de competncias: a Constituio Federal delimita as atribuies de cada um dos entes federativos. Nesse sentido, a repartio constitucional de competncias pode ser considerada como um elemento fundamental da federao.

    O objetivo da repartio de competncias na CF/88 dividir o poder poltico entre os entes federados de forma racional e equilibrada, garantindo o federalismo de equilbrio entre Unio, Estados, Distrito Federal e Municpios. Ao repartir competncias entre os entes federativos, a Constituio est harmonizando a convivncia entre Unio, Estados, Distrito Federal e Municpios, bem como viabilizando o pacto federativo.15

    A repartio de competncias baseada em dois princpios: i) princpio da predominncia do interesse; e ii) princpio da subsidiariedade.

    Segundo o princpio da predominncia do interesse, a Unio cuidar das matrias de predominncia do interesse geral (nacional); aos Estados, cabero as matrias de interesse regional; e aos Municpios, cabero as matrias de interesse local. Como exemplos da aplicao do princpio da predominncia do interesse, citamos os seguintes:

    a) emisso de moeda: o interesse predominante o nacional, logo, a competncia da Unio.

    b) assegurar a defesa nacional: o interesse predominante o nacional, logo, a competncia da Unio.

    15 MASSON, Nathalia. Manual de Direito Constitucional. Ed. Juspodium, Salvador, 2013, pp. 453.

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    c) fixao do horrio de funcionamento de agncias bancrias: como est em jogo o sistema financeiro nacional, o interesse geral e, portanto, a competncia da Unio.

    d) fixao do horrio de funcionamento de estabelecimentos comerciais: como o interesse local, a competncia dos Municpios.

    O princpio da subsidiariedade, por sua vez, se baseia na lgica de que, sempre que for possvel, as questes devem ser resolvidas pelo ente federativo que estiver mais prximo da tomada de decises. Como exemplo, citamos as competncias para dispor sobre transporte.

    a) o do transporte municipal matria de competncia dos Municpios. Veja que cada Municpio consegue regular satisfatoriamente o transporte urbano (municipal).

    b) A explorao do transporte intermunicipal matria de competncia dos Estados. Perceba que um Municpio (sozinho) no consegue regular o transporte intermunicipal (o qual envolve mais de um Municpio). Portanto, o ente federativo que consegue cumprir satisfatoriamente essa tarefa so os Estados.

    c) A explorao dos servios de transporte rodovirio interestadual e internacional de passageiros competncia da Unio. Veja que um Estado (sozinho) no consegue regular satisfatoriamente o transporte interestadual e internacional; s a Unio conseguir faz-lo.

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    ESTADOS-i

    MATRIAS DE INTERESSEMEMBROS REGIONAL

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    DISTRITO