73
Comércio Internacional p/ AFRFB-2013 Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale – Aula 07 Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 73 AULA 07: CONTRATOS INTERNACIONAIS E INCOTERMS SUMÁRIO PÁGINA 1- Palavras Iniciais 1 2- Contratos Internacionais 2 - 10 3- Convenção de Viena sobre o contrato de compra e venda internacional 10 - 21 4- Termos Internacionais de Comércio (INCOTERMS) 21 - 56 5- Questões Comentadas 56 - 59 6- Lista de Questões e Gabarito 60 - 73 Olá, amigos concurseiros, tudo bem? Hoje falaremos de um assunto que, tradicionalmente, sempre é cobrado em provas de Comércio Internacional. Eu diria, inclusive, que se você entender tudo dessa nossa aula, já terá um pontinho garantido na prova de AFRFB. Estudaremos hoje sobre os contratos internacionais, os INCOTERMS 2012 e, ainda, sobre a Convenção de Viena sobre o Contrato de Compra e Venda Internacional (CVIM). A ESAF sempre gostou de cobrar, em suas provas, conhecimentos sobre os INCOTERMS. Nos últimos concursos, todavia, temos percebido que essa banca examinadora passou a ter predileção pela CVIM. Todos preparados? Vamos em frente! Um abraço a todos, Ricardo Vale [email protected] http://twitter.com/#!/RicardoVale01 http://www.facebook.com/rvale01 “O segredo do sucesso é a constância no objetivo!” ____________________x___________________

Aula 07

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Aula 07

Comércio Internacional p/ AFRFB-2013

Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale – Aula 07

Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 73

AULA 07: CONTRATOS INTERNACIONAIS E

INCOTERMS

SUMÁRIO PÁGINA

1- Palavras Iniciais 1

2- Contratos Internacionais 2 - 10

3- Convenção de Viena sobre o contrato de compra e

venda internacional

10 - 21

4- Termos Internacionais de Comércio (INCOTERMS) 21 - 56

5- Questões Comentadas 56 - 59

6- Lista de Questões e Gabarito 60 - 73

Olá, amigos concurseiros, tudo bem?

Hoje falaremos de um assunto que, tradicionalmente, sempre é cobrado em provas de Comércio Internacional. Eu diria, inclusive, que se você

entender tudo dessa nossa aula, já terá um pontinho garantido na prova de AFRFB.

Estudaremos hoje sobre os contratos internacionais, os INCOTERMS

2012 e, ainda, sobre a Convenção de Viena sobre o Contrato de Compra e Venda Internacional (CVIM). A ESAF sempre gostou de cobrar, em suas

provas, conhecimentos sobre os INCOTERMS. Nos últimos concursos, todavia, temos percebido que essa banca examinadora passou a ter predileção pela

CVIM.

Todos preparados? Vamos em frente!

Um abraço a todos,

Ricardo Vale

[email protected] http://twitter.com/#!/RicardoVale01

http://www.facebook.com/rvale01

“O segredo do sucesso é a constância no objetivo!”

____________________x___________________

Page 2: Aula 07

Comércio Internacional p/ AFRFB-2013

Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale – Aula 07

Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br 2 de 73

1-CONTRATOS INTERNACIONAIS:

1.1-Conceitos Iniciais:

A globalização econômico-comercial aumentou o grau de integração e

vinculação entre pessoas físicas e jurídicas no cenário internacional. A conduta desses agentes em suas relações comerciais é regida pelos contratos

internacionais, que são instrumentos destinados a regular as obrigações e direitos das partes, materializando a vontade originária de cada uma delas.

Mas o que é um contrato? Quais suas características principais?

Para responder essa pergunta, temos que recorrer ao direito civil e à Teoria Geral dos Contratos!

Segundo a doutrina civilista, contratos são negócios jurídicos

originados a partir de um acordo de vontades, que cria, modifica ou extingue direitos. Por meio de um contrato, se estabelece um vínculo jurídico

entre duas ou mais pessoas. São elementos constitutivos de um contrato os seguintes: as partes, o objeto, o local de celebração e o local de execução.

Mas o que seriam então “contratos internacionais”?

A definição do conceito de contrato internacional não é algo corriqueiro, havendo diferentes visões doutrinárias sobre o assunto. No Brasil,

a posição dominante é no sentido de considerar-se que contrato internacional é o que possui elementos que possibilitem sua

vinculação a sistemas jurídicos diferentes. Nesse sentido, se os elementos

constitutivos de um contrato (partes, objeto, local de celebração e local de execução) estiverem conectados a mais de um Estado, este será, por

excelência, internacional.1

O contrato de compra e venda internacional é um instrumento jurídico consensual, bilateral, oneroso, comutativo e típico. Mas o que

significa cada uma dessas características?

Bem, para entendermos cada uma dessas características, temos que

falar um pouco sobre direito civil! Nesse sentido, os contratos podem se classificar de diferentes formas:

a) Consensuais ou reais: São consensuais os contratos que se

reputam perfeitos e acabados com a aceitação das partes (consenso). São reais os contratos que somente se consideram formados com a entrega efetiva

da coisa. O contrato de compra e venda, por considerar-se formado com a aceitação da proposta, classifica-se como consensual.

1 STRENGER, Irineu. Contratos Internacionais do Comércio. 4. ed. São Paulo: LTR, 1998.

Page 3: Aula 07

Comércio Internacional p/ AFRFB-2013

Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale – Aula 07

Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br 3 de 73

b) Bilaterais (sinalagmáticos) ou unilaterais: São bilaterais os contratos que envolvem obrigações recíprocas, isto é, quando os contratantes

são simultaneamente credor e devedor um do outro. Por sua vez, são unilaterais os contratos em que apenas uma parte se obriga perante a outra. O

contrato de compra e venda envolve obrigações recíprocas e, portanto, é bilateral ou sinalagmático.

c) Onerosos ou gratuitos: São onerosos os contratos em que há contraprestações. Por outro lado, são gratuitos os contratos dos quais apenas

uma parte tira proveito. O contrato de compra e venda, por envolver contraprestações (o comprador paga o preço e o vendedor entrega a

mercadoria) classifica-se como oneroso.

d) Comutativos ou aleatórios: São comutativos os contratos que envolvem prestações equivalentes e cuja equivalência pode ser aferida. Nos

contratos comutativos, as prestações são certas e definidas. Os contratos aleatórios, por sua vez, envolvem prestações incertas de uma ou de ambas as

partes. Nesse tipo de contrato, as prestações ficam na dependência de um fato

futuro e imprevisível. Os contratos de compra e venda se classificam como comutativos.

e) Típicos ou atípicos: São típicos os contratos que possuem

previsão na lei por serem os mais comuns e importantes. Os atípicos, por sua vez, não encontram previsão legal. O contrato de compra e venda está

previsto em diversas legislações nacionais e, inclusive, em convenções internacionais. Portanto, trata-se de um contrato típico.

Esquematizando:

Quando se fala em contratos internacionais celebrados por empresas

brasileiras, há duas questões importantes a serem definidas:

- Qual será a legislação aplicável ao contrato? Para responder essa perguntar, precisamos observar o que dispõe a Lei de Introdução às

Normas do Direito Brasileiro (LIDB). Segundo o art. 9º da LIDB, para qualificar

CONTRATO INTERNACIONAL

- Consensual

- Bilateral (sinalagmático)

- Oneroso

- Comutativo

- Típico

Page 4: Aula 07

Comércio Internacional p/ AFRFB-2013

Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale – Aula 07

Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br 4 de 73

e reger as obrigações, aplica-se a lei do país em que estas tiverem sido constituídas. Importante ressaltar que a obrigação (ex: contrato) reputa-se

constituída no domicílio do proponente (quem faz a proposta).

- Qual será a jurisdição competente para apreciar controvérsia envolvendo o contrato? A resposta para essa pergunta está no art. 88 do

Código de Processo Civil, que dispõe que a autoridade judiciária brasileira é

competente quando: i) o réu, qualquer que seja a sua nacionalidade, estiver domiciliado no Brasil; ii) a obrigação tiver de ser cumprida no Brasil e; iii) a

ação se originar de fato ocorrido ou de ato praticado no Brasil.

Em que pese a previsão desse dispositivo do CPC, as partes poderão decidir, em cláusula contratual específica, qual o foro competente para

apreciar controvérsia envolvendo o contrato.

1.2- Cláusula de força maior e cláusula de hardship:

As operações de compra e venda internacional estão sujeitas a

diversos fatos imprevisíveis e inevitáveis que fogem do controle das partes

(fator aleatório). Podem ocorrer, por exemplo, fenômenos da natureza (terremotos, tsunamis, tempestades), acontecimentos de ordem política

(guerras, revoluções, greves) ou mesmo crises econômicas. Tudo isso pode vir a frustrar a execução do contrato.

A cláusula de força maior e a cláusula de hardship existem,

justamente, para fazer frente a essas situações imprevisíveis e inevitáveis, buscando restabelecer o equilíbrio contratual. A lógica de ambas as cláusulas

repousa no princípio “rebus sic stantibus”, segundo o qual caso haja uma alteração substancial das circunstâncias que envolveram a formação do

contrato, este poderá ser alterado.

Nesse sentido, a cláusula de força maior e a cláusula de hardship são

muito importantes nos contratos internacionais de compra e venda, sendo fundamental que, ao celebrarem contratos de compra e venda, as empresas

prevejam essas cláusulas, uma vez que qualquer operação está sujeita à ocorrência de circunstâncias imprevistas e inevitáveis. Destaque-se que a

redação da cláusula de força maior e da cláusula de hardship varia de contrato para contrato, não havendo padronização internacional para isso.

Mas qual é a diferença entre cláusula de força maior e a cláusula de hardship?

Tanto a cláusula de hardship quanto a cláusula de força maior

existem para fazer frente a situações imprevisíveis e inevitáveis. Todavia, a cláusula de força maior se aplica quando a execução contratual se

Page 5: Aula 07

Comércio Internacional p/ AFRFB-2013

Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale – Aula 07

Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br 5 de 73

torna inviável, isto é, o contrato se torna inexequível. Por sua vez, a cláusula de hardship se aplica quando o contrato se torna

substancialmente mais oneroso, porém, ainda assim, poderá ser executado.

Esquematizando:

1.3- Garantias em um contrato internacional:

Quando é celebrado um contrato internacional, é normal que as

partes queiram se precaver ao máximo dos riscos contratuais. É possível, por exemplo, que o vendedor forneça mercadorias estragadas ou não preste um

serviço adequado. Ou, ainda, que o vendedor assuma o compromisso de

fornecer um determinado serviço, mas depois desista. Para se precaver dos prejuízos advindos desse tipo de situação, as partes podem exigir garantias

nos contratos.

Há, fundamentalmente, 4 (quatro) tipos de garantias que podem ser utilizados em um contrato internacional: bid bond, supply bond,

performance bond e refundment bond.

A bid bond, também chamada de garantia de oferta, é apresentada

pelo vendedor (contratado) como forma de garantir que honrará sua proposta comercial. É muito comum em licitações, em que se exige dos participantes a

apresentação de uma garantia. Destaque-se que a bid bond será executada quando, após ter sido vencedora de uma licitação, a empresa desistir de

fornecer as mercadorias ou serviços previstos na proposta. Pelas suas características, a bid bond se aplica tanto aos contratos de compra e venda de

mercadorias quanto aos contratos de prestação de serviços.

A supply bond, também chamada de garantia de fornecimento, é

exigida pelo comprador (contratante) como forma de se certificar de que o vendedor (contratado) irá fornecer a mão-de-obra e as mercadorias

necessárias para a execução de um contrato de prestação de serviços. Aplica-se, portanto, apenas a contratos de prestação de serviços em que haja

fornecimento de mercadorias.

CLÁUSULA DE FORÇA MAIOR

CLÁUSULA DE HARDSHIP

O contrato se tornou inexequível

O contrato se tornou substancialmente mais

oneroso

Page 6: Aula 07

Comércio Internacional p/ AFRFB-2013

Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale – Aula 07

Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br 6 de 73

A performance bond, também chamada de garantia de desempenho, tem como objetivo assegurar que o contrato seja cumprido

satisfatoriamente (mercadorias entregues ou serviços prestados). Por sua natureza, a performance bond se aplica tanto aos contratos de fornecimento

de mercadorias quanto aos contratos de prestação de serviços. Essa garantia pode ser exigida tanto pelo vendedor (contratado) quanto pelo comprador

(contratante). Assim, caso alguma das partes não cumpra suas obrigações contratuais, ela será executada. É o caso, por exemplo, em que um serviço

não é prestado adequadamente pelo vendedor ou, ainda, a mercadoria fornecida não atende as especificações técnicas previstas no contrato.

Por último, a refundment bond pode ser exigida quando, em um contrato internacional, o comprador (contratante) faz algum adiantamento ao

vendedor (contratado). Ela é executada quando, após ter sido feita a antecipação de um pagamento, o contrato não é cumprido. Destaque-se que a

refundment bond, por suas características, é exigida do vendedor (contratado).

Esquematizando:

Essas garantias podem ser apresentadas individualmente ou em conjunto, umas com as outras. Pode ocorrer, por exemplo, de, em um

contrato de compra e venda de mercadorias, o comprador exigir do vendedor uma performance bond. Adicionalmente, caso o comprador tenha efetuado um

pagamento antecipado, ele poderá também exigir uma refundment bond. Nessa situação, caso as mercadorias não sejam fornecidas, as duas garantias

(performance bond e refundment bond) serão executadas.

Vejamos como esse assunto pode ser cobrado em prova!

GARANTIAS EM UM CONTRATO

INTERNACIONAL

- BID BOND: garantia de oferta

- SUPPLY BOND: garantia de fornecimento

-PERFORMANCE BOND: garantia de desempenho

- REFUNDMENT BOND: garantia de reembolso

Page 7: Aula 07

Comércio Internacional p/ AFRFB-2013

Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale – Aula 07

Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br 7 de 73

1. (AFTN-1998 - adaptada)- O contrato de compra e venda internacional é classificado, juridicamente, como consensual, bilateral,

oneroso, comutativo e típico.

Comentários:

De fato, o contrato de compra e venda internacional é instrumento

consensual (reputa-se perfeito e acabado com a aceitação das partes), bilateral (envolve obrigações recíprocas), oneroso (envolve contraprestações),

comutativo (envolve prestações equivalentes e que podem ser aferidas) e típico (previsto em diversas legislações nacionais e em instrumentos

internacionais). Questão correta.

2. (AFRF-2003) - Nos contratos internacionais de compra e venda, a

diferença entre cláusula de força maior e a cláusula de hardship reside em que na primeira, a circunstância é imprevista mas evitável,

enquanto que na segunda é imprevista e inevitável; na primeira, o contrato se torna exequível e na segunda, inexequível.

Comentários:

A questão está errada por dois motivos:

1)- A cláusula de hardship e a cláusula de força maior dizem respeito a situações imprevisíveis e inevitáveis.

2)- A cláusula de força maior se aplica quando o contrato se tornou

inexequível. Já a cláusula de hardship se aplica quando o contrato se tornou

substancialmente mais oneroso.

3. (AFRF-2003)- Nos contratos internacionais de compra e venda, a cláusula de força maior e a cláusula de hardship se referem a

circunstâncias imprevisíveis e inevitáveis. Todavia, enquanto a primeira tem a ver com circunstâncias que impossibilitam a execução

contratual; a segunda diz respeito a circunstâncias que tornam o contrato substancialmente mais oneroso, porém exeqüível.

Comentários:

Essa questão descreve perfeitamente a cláusula de força maior e a cláusula de hardship! Ambas dizem respeito a circunstâncias imprevisíveis e

inevitáveis. No entanto, ao passo que a cláusula de força maior determina o que ocorre quando a execução contratual torna-se impossível, a cláusula de

hardship determina o que ocorre quando a execução contratual se torna muito mais onerosa. Questão correta.

Page 8: Aula 07

Comércio Internacional p/ AFRFB-2013

Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale – Aula 07

Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br 8 de 73

4. (Questão Inédita)- A bid bond é uma garantia presente em contratos internacionais que é executada quando uma empresa, tendo

realizado uma proposta comercial e sido vencedora de uma seleção, se recuse a formalizá-la mediante celebração de um contrato.

Comentários:

A bid bond será executada quando uma empresa, após sagrar-se vencedora de um certame licitatório, recusa-se a assinar o contrato, isto é, a

formalizar a proposta que havia feito anteriormente. Questão correta.

5. (Questão Inédita)- A supply bond é utilizável nos contratos de prestação de serviços e de venda de mercadorias.

Comentários:

A supply bond somente pode ser utilizada em contratos de prestação de serviços que dependam do fornecimento de mercadorias. Assim, executa-se

a supply bond quando, nesse tipo de contrato, as mercadorias necessárias não são fornecidas. Perceba, caro amigo, que o contrato em si é de fornecimento

de mercadorias, embora envolva a prestação de serviços. Questão errada.

6. (Questão Inédita)- A refundment bond é executada sempre que

um serviço não é prestado a contento do seu tomador ou ainda quando a mercadoria fornecida não atende às especificações previstas no

contrato.

Comentários:

A garantia executada quando um serviço não é prestado

adequadamente ou, ainda, quando a mercadoria não atende as especificações técnicas previstas no contrato, é a performance bond. A refundment bond é

executada quando, após ter sido adiantada uma parcela do pagamento, o contrato não é cumprido. Questão errada.

7. (Questão Inédita)- A performance bond será executada no contrato de compra e venda de mercadorias quando a mercadoria não

for entregue, somente podendo ser exigida pelo contratante para que o contratado a apresente.

Comentários:

Tanto o comprador (contratante) quanto o vendedor (contratado) poderão apresentar a performance bond. Ela será

executada quando qualquer um deles não cumprir suas obrigações contratuais. Se o vendedor não fornecer as mercadorias ou fornecê-las fora das

especificações, essa garantia será executada. Por sua vez, se o comprador não

Page 9: Aula 07

Comércio Internacional p/ AFRFB-2013

Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale – Aula 07

Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br 9 de 73

efetuar o pagamento dos valores previstos no contrato, essa garantia também será executada. Questão errada.

8. (AFRF-2002.2)- A modalidade de crédito documentário através

do qual, na eventualidade de inadimplência ou recusa do comprador (importador), seja formalizada uma garantia bancária internacional,

normalmente no valor de 20% (vinte por cento) da operação em favor

do vendedor (exportador) como forma de ressarcimento de despesas incorridas pela não-quitação do Draft at Sight, é identificada como

performance bond.

Comentários:

Em primeiro lugar, o que significa “draft at sight”?

Não é difícil, meus amigos! Pessoal, “draft at sight” é o mesmo que

uma cobrança documentária à vista, que é uma das modalidades de pagamentos internacionais.

Se o comprador não quitou o draft at sight, isto é, não pagou o valor

cobrado pelo banco, a performance bond poderá ser executada. Lembre-se de

que a performance bond é executada quando qualquer uma das partes não cumprir suas obrigações contratuais. Assim, poderá ser exigida tanto do

vendedor quanto do comprador. O inadimplemento contratual por parte de qualquer um deles dá ensejo à execução da performance bond.

Questão correta.

9. (CODESP-SP-2011)- A redação da cláusula de força maior é igual em todos os contratos, pois é estabelecida pela Câmara de Comércio

Internacional.

Comentários:

A redação da cláusula de força maior varia de contrato para contrato.

Questão errada.

10. (CODESP-SP-2011)-Objetivando regular modificações

imprevisíveis que possam gerar desequilíbrios econômicos entre as partes, podem ser inseridas nos contratos de compra e venda

internacionais cláusulas hardship.

Comentários:

A cláusula de hardship serve para regular modificações imprevisíveis

e inevitáveis que gerem desequilíbrios econômicos entre as partes, tornando o contrato substancialmente mais oneroso, porém exeqüível. Questão correta.

Page 10: Aula 07

Comércio Internacional p/ AFRFB-2013

Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale – Aula 07

Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br 10 de 73

11. (CODESP-SP-2011)- Nos contratos estabelecidos com intervenção de empresas brasileiras, o fórum competente para resolver eventuais

litígios, advindos do contrato, deverá estar situado no Brasil, independente da nacionalidade do outro outorgante.

Comentários:

É possível que litígios decorrentes de contratos celebrados por empresas brasileiras sejam apreciados pelo Poder Judiciário de outro Estado.

Questão errada.

2- Convenção de Viena sobre o Contrato de Compra e Venda

Internacional de mercadorias (CVIM):

2.1- Generalidades:

A Convenção de Viena sobre o Contrato de Compra e Venda

Internacional de Mercadorias (CVIM) foi celebrada em 1980 no âmbito da UNCITRAL (United Nations Comission on International Trade Law), estando em

vigor desde 1988.

A UNCITRAL é uma comissão das Nações Unidas (ONU) que se dedica à reforma da legislação mercantil em nível mundial, tendo como

objetivo modernizar e harmonizar as regras do comércio internacional.

A CVIM é, nesse sentido, uma iniciativa da UNCITRAL, elaborada com

o objetivo de uniformizar regras para os contratos de compra e venda internacional, tendo em vista a multiplicidade de legislações nacionais a

reger o assunto. Atualmente, há 79 Estados-partes da CVIM, dentre os quais se encontra o Brasil, que aderiu à referida Convenção em

04/03/2013, data na qual o Brasil depositou seu instrumento de adesão junto à ONU.

A adesão do Brasil à CVIM foi aprovada pelo Congresso Nacional em 18 de outubro de 2012, por meio do Decreto

Legislativo nº 538/2012.

A aprovação do Congresso Nacional representou uma autorização para que o Estado brasileiro pudesse aderir ao tratado, o que

foi feito no dia 04/03/2013.

A CVIM entrará em vigor no Brasil somente em 01º de abril de

2014, no primeiro dia do mês seguinte ao término do prazo de 12 meses do depósito do instrumento de adesão.

Page 11: Aula 07

Comércio Internacional p/ AFRFB-2013

Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale – Aula 07

Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br 11 de 73

Imagine você um contrato de compra e venda celebrado entre uma empresa alemã e uma empresa chinesa. Qual será a legislação aplicável a esse

contrato? A legislação da Alemanha ou a legislação da China? O objetivo da CVIM é justamente evitar esse conflito de legislações, uniformizando as regras

aplicáveis aos contratos de compra e venda internacional.

Mas quais são as vantagens da utilização da CVIM?

Em primeiro lugar, a adoção de um diploma jurídico único no

comércio internacional é algo que possibilita maior previsibilidade e segurança jurídica aos agentes econômicos, sejam eles compradores ou

vendedores. Com efeito, quando alguém atua no comércio internacional, é de todo desejável que tenha familiaridade com a legislação aplicável a um

contrato de compra e venda de mercadorias.

Alguém aí conhece a legislação chinesa sobre contrato de compra e

venda? Eu não faço a mínima ideia! Pois bem, imagine que uma empresa brasileira exporte mercadorias para a China e a esse contrato se aplique a

legislação chinesa! Nesse caso, o exportador brasileiro não teria qualquer familiaridade com a legislação aplicável à sua operação e, portanto, entraria

em um ambiente de insegurança jurídica. Seria muito melhor que fosse aplicada ao contrato uma lei que as duas partes conhecem, concordam? Essa

“lei” seria a CVIM.

Em segundo lugar, a utilização da CVIM não privilegia nenhum

sistema jurídico, não impõe critérios a favor de países mais ou menos desenvolvidos e não cria organismos nacionais ou internacionais para a

imposição de regras. Ressalte-se que a CVIM não envolve interesses governamentais (tarifas aduaneiras, barreiras comerciais, etc), mas tão

somente interesses privados. Trata-se de norma aplicável a privados e que, como tal, não é de utilização obrigatória. Dessa forma, ainda que um Estado

a tenha ratificado, os particulares não precisam utilizá-la caso não o queiram. Em outras palavras, a CVIM é uma convenção que não vincula os

Estados nacionais.

Em terceiro lugar, considerando-se que não haverá necessidade de

contratação de profissionais especializados no direito de outros países, haverá redução do custo dos contratos e, consequentemente, maior rentabilidade das

transações e desenvolvimento do comércio internacional.

Por fim, vale ressaltar que a utilização da CVIM, ao proporcionar integração jurídica, facilita a integração econômica e a resolução mais

rápida e eficaz para conflitos que envolvam contratos de compra e venda internacional de mercadorias.

Pois bem, agora que já entendemos as vantagens da CVIM, vejamos algumas de suas principais disposições!

Page 12: Aula 07

Comércio Internacional p/ AFRFB-2013

Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale – Aula 07

Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br 12 de 73

2.2- Princípios Fundamentais:

A CVIM possui os seguintes princípios fundamentais, os quais estão dispersos em seu texto: i) autonomia da vontade; ii) princípio do caráter

internacionais; iii) uniformidade; iv) boa-fé; v) informalidade; vi) neutralidade (não impõe critérios em favor de economias mais ou menos desenvolvidas).

A autonomia da vontade está explícita no art. 6º, que estabelece que as partes contratuais podem excluir a aplicação da Convenção de

Viena a um contrato de compra e venda, assim como derrogar qualquer de suas disposições ou modificar-lhe os efeitos.

O princípio do caráter internacional impõe que a interpretação

dos institutos jurídicos mencionados na CVIM deve ser realizada abstraindo-se

do sentido que lhes é concedido pelos ordenamentos jurídicos nacionais. Assim, ela não deve ser interpretado à luz do direito nacional, mas sim

segundo a doutrina e jurisprudência internacionais.

O princípio do caráter internacional está intimamente ligado ao princípio da uniformidade. Na interpretação da CVIM, o hermeneuta deve

buscar aplicar valores jurídicos que permitam alcançar a universalidade a que se propõe a CVIM. Cabe destacar que a Convenção de Viena tem a difícil tarefa

de uniformizar as regras aplicáveis aos contratos de compra e venda celebrados tanto por empresas de países onde vigora o direito codificado

quanto por empresas onde vigora o “common law”. O art. 7º, parágrafo 1º, da

CVIM deixa explícito os princípios da uniformidade e do caráter internacional:

Artigo 7º

(1) Na interpretação da presente Convenção ter-se-á em conta o seu caráter internacional bem como a necessidade de

promover a uniformidade da sua aplicação e de assegurar o respeito da boa fé no comércio internacional.

A CVIM tem como um dos seus principais objetivos a harmonização

de regras aplicáveis aos contratos de compra e venda internacional, dispondo sobre seus mais variados aspectos: transporte, seguro, indenizações

por violação contratual, propriedade industrial, transferência de risco, perdas e danos, juros, obrigações de vendedores e compradores, dentre outros.

O princípio da boa fé, por sua vez, prevê que a interpretação da

CVIM deve ser realizada considerando-se a conduta que se espera de um homem padrão médio. Em outras palavras, o princípio da boa fé representa a

obrigação de razoabilidade na interpretação.

A informalidade se evidencia no art. 11 da CVIM, que dispõe que “o

contrato de compra e venda não tem de ser concluído por escrito nem de constar de documento escrito e não está sujeito a nenhum outro requisito de

Page 13: Aula 07

Comércio Internacional p/ AFRFB-2013

Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale – Aula 07

Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br 13 de 73

forma.” Ao contrário, o contrato poderá ser provado por qualquer meio, inclusive a prova testemunhal.

A neutralidade guarda correlação com o princípio da uniformidade.

O texto da Convenção de Viena, assim como sua interpretação, não estabelece tratamento diferenciado para países mais ou menos desenvolvidos.

2.3- Aplicação da Convenção de Viena sobre o Contrato de Compra e Venda Internacional de Mercadorias:

Em que situações é aplicada a CVIM?

A resposta a essa pergunta nos é dada pelo art. 1º da referida Convenção. Vejamos:

“Art. 1º

(1) Esta Convenção aplica-se aos contratos de compra e venda de mercadorias entre partes que tenham seus estabelecimentos em Estados distintos:

(a) quando tais Estados forem Estados Contratantes; ou

(b) quando as regras de direito internacional privado levarem à aplicação da lei de um Estado Contratante.

(2) Não será levado em consideração o fato de as partes terem seus estabelecimentos comerciais em Estados distintos, quando

tal circunstância não resultar do contrato, das tratativas entre as partes ou de informações por elas prestadas antes ou no

momento de conclusão do contrato.

(3) Para a aplicação da presente Convenção não serão considerados a nacionalidade das partes nem o caráter civil ou

comercial das partes ou do contrato.”

Interpretando-se o parágrafo 1º do dispositivo supracitado, chegamos à conclusão de que, como regra geral, a CVIM se aplica aos contratos de

compra e venda de mercadorias (bens tangíveis móveis) celebrados entre partes que tenham estabelecimento em Estados diferentes, desde que

ambos os Estados sejam partes contratantes da referida Convenção. Nesse caso, a CVIM será automaticamente aplicada, a menos que ambas as

partes contratuais se manifestem de forma contrária.

Imaginemos, para ilustrar a situação acima apresentada, dois países

A e B, ambos partes-contratantes da CVIM. Se for celebrado um contrato de compra e venda de mercadorias entre uma empresa situada no país A e outra

Page 14: Aula 07

Comércio Internacional p/ AFRFB-2013

Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale – Aula 07

Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br 14 de 73

empresa situada no país B, a CVIM será a ele aplicável, a menos que eles se manifestem de forma contrária.

A CVIM não dispõe sobre o conceito de “estabelecimento”. No

entanto, a doutrina mais abalizada afirma que, para a caracterização de estabelecimento, não há necessidade de constituição de pessoa

jurídica. Nessa esteira, os elementos básicos do conceito de estabelecimento

são a permanência e a regularidade das negociações realizadas no local.

Outra possibilidade de aplicação da CVIM é “... quando as regras de direito internacional privado levarem à aplicação da lei de um Estado

Contratante.” Para ilustrar a hipótese acima apresentada, imaginemos que é celebrado um contrato de compra e venda de mercadorias entre uma empresa

situada no país A (parte contratante da CVIM) e uma empresa situada no país B (que não é parte contratante da CVIM). Imaginemos, ainda, que a legislação

do país A estabeleça que aos contratos celebrados entre empresas estrangeiras e empresas situadas em seu território será aplicada sua legislação interna.

Nesse caso, considerando que será aplicada a legislação do país A e que o país

A é parte-contratante da CVIM, esta será aplicável ao caso in concretu.

Ainda acerca da aplicação da CVIM, cabe destacar as regras estabelecidas pelos §2º e §3º do art.1º.

O §2º estabelece que “... não será levado em consideração o fato

de as partes terem seus estabelecimentos comerciais em Estados distintos,

quando tal circunstância não resultar do contrato, das tratativas entre as partes ou de informações por elas prestadas antes ou no momento de

conclusão do contrato.” Desta feita, concluímos que, para que o contrato de compra e venda de mercadorias seja considerado internacional, deverá haver

menção ao fato de que as partes possuem estabelecimentos comerciais em Estados distintos. Tal menção poderá ser feita no próprio contrato, nas

tratativas entre as partes ou em informações por ela prestadas antes ou no momento da conclusão do contrato.

O §3º estabelece, por sua vez, que para a aplicação da CVIM “...

não serão considerados a nacionalidade das partes nem o caráter civil ou

comercial das partes ou do contrato”. Assim, se duas empresas A e B tiverem a mesma nacionalidade, mas estiverem localizadas em Estados distintos, isso

não irá retirar o caráter internacional do contrato que celebrarem. Da mesma forma, não importa a natureza jurídica das partes no contrato de compra e

venda. O caráter internacional do contrato é determinado exclusivamente em função do local dos estabelecimentos das partes

contratuais. Se as partes contratuais tiverem estabelecimento em Estados diferentes, o contrato será internacional; caso as partes contratuais tenham

estabelecimento no mesmo Estado o contrato não será internacional.

Page 15: Aula 07

Comércio Internacional p/ AFRFB-2013

Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale – Aula 07

Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br 15 de 73

Mesmo antes de o Brasil ter ratificado a CVIM, nós já a estudávamos. Será que isso significa que, mesmo não tendo ratificado a CVIM, ela poderia

ser aplicada a um contrato de compra e venda celebrado por empresa brasileira?

Sim. A CVIM poderia ser aplicada a um contrato de compra e venda

celebrado por empresa brasileira na hipótese do art. 1º, parágrafo 1º, alínea b

(“quando as regras de direito internacional privado conduzirem à aplicação da lei de um Estado contratante”).

A Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro (LIDB)2

estabelece, em seu art. 9º, que para qualificar e reger as obrigações, deverá ser aplicada a lei do país em que estas se constituírem (lex loci celebrationis).

Adicionalmente, o art. 9º, § 2º da LIDB dispõe que a obrigação resultante do contrato reputa-se constituída no lugar em que residir o proponente. Tendo em

mente esse dispositivo, imagine um contrato de compra e venda celebrado entre uma empresa brasileira e uma empresa alemã e considere que a

empresa alemã é a proponente (que faz a proposta!). Nesse caso, pelo art. 9º,

§ 2º da LIDB, o contrato em questão será regulado pela legislação alemã. Considerando que a Alemanha é signatária da CVIM, esta irá aplicar-se ao caso

concreto.

Cabe destacar o art. 95 da CVIM, que dispõe que “qualquer Estado pode declarar, no momento do depósito do seu instrumento de

ratificação, de aceitação, de aprovação ou de adesão, que não ficará vinculado pela alínea "b" do parágrafo 1 do artigo 1º da presente

Convenção.” Segundo esse dispositivo, os contratos de compra e venda celebrados por empresas com estabelecimento em um Estado que tenha

apresentado reservas ao art. 1º, parágrafo 1º, alínea b da CVIM somente

serão regidos pela referida Convenção se celebrados com empresas com estabelecimento em outro Estado contratante.

A China, por exemplo, ao aderir à CVIM, apresentou reservas ao

dispositivo supracitado. Suponha, então, que uma empresa chinesa (na condição de proponente) celebre um contrato com uma empresa brasileira.

Segundo o art. 1º, parágrafo 1º, alínea b, a CVIM seria aplicável a esse contrato. No entanto, como a China apresentou reservas a esse dispositivo, a

lei reguladora do contrato será a lei chinesa (aplicação do art. 9º, § 2º da LIDB).

2 A Lei de Introdução às normas do direito brasileiro é a principal norma de direito

internacional privado do ordenamento jurídico brasileiro.

Page 16: Aula 07

Comércio Internacional p/ AFRFB-2013

Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale – Aula 07

Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br 16 de 73

2.4- Não-aplicação da Convenção de Viena sobre o Contrato de Compra e Venda Internacional de Mercadorias:

Há certos tipos de contratos de compra e venda aos quais não se

aplica a CVIM. Vejamos o teor do art. 2º da Convenção de Viena!

Art. 2º - A presente Convenção não regula as vendas:

(a) de mercadorias compradas para uso pessoal, familiar ou

doméstico, a menos que o vendedor, em qualquer momento anterior à conclusão do contrato ou na altura da conclusão deste, não soubesse nem devesse saber que as mercadorias eram

compradas para tal uso;

(b) em leilão;

(c) em processo executivo;

(d) de valores mobiliários, títulos de crédito e moeda;

(e) de navios, barcos, hovercraft e aeronaves;

(f) de eletricidade.

São basicamente dois motivos que levam à inaplicabilidade da

Convenção de Viena. O primeiro é em razão do objetivo do comprador; o segundo diz respeito à natureza do objeto contratual.

Quanto ao objetivo do comprador, cabe destacar que se as mercadorias forem compradas para uso não-profissional (pessoal, familiar ou

doméstico), a compra e venda não poderá ser regulada pela CVIM. Da mesma forma, se as mercadorias foram adquiridas em leilão ou processo executivo

não será aplicada a CVIM.

Em relação à natureza do objeto contratual, há alguns bens cuja compra e venda não pode ser regulada pela CVIM. São eles: i) os valores

mobiliários, títulos de crédito e moeda; ii) navios, barcos, hovercrafts e aeronaves e; iii) eletricidade.

O art. 3º da CVIM reconhece a aplicabilidade da Convenção também aos contratos que envolvam a compra e venda de mercadorias a serem

fabricadas ou produzidas. No entanto, a CVIM não se aplica quando o comprador tiver que fornecer uma parte essencial dos elementos

materiais necessários para a produção da mercadoria. É o caso em que, por exemplo, o comprador fornece toda a madeira a ser utilizada na produção

de determinados móveis. Com efeito, é possível perceber que, nessa situação, o vendedor está ofertando um serviço ao comprador, ficando caracterizado um

Page 17: Aula 07

Comércio Internacional p/ AFRFB-2013

Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale – Aula 07

Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br 17 de 73

contrato de prestação de serviços (e não uma compra e venda de mercadorias!).

2.5- Formação do Contrato:

A Convenção de Viena dispõe, em sua segunda parte, sobre a formação do contrato de compra e venda internacional. Inicialmente, cabe

destacar que, segundo a CVIM, o contrato de compra e venda de mercadorias conclui-se no momento em que a aceitação da proposta contratual se

torna eficaz.

O conceito de proposta contratual está definido no art. 14 da CVIM.

Segundo o referido dispositivo, proposta contratual é uma proposta destinada a uma ou mais pessoas que, além de ser suficientemente

precisa, indica a vontade de seu autor de a ela vincular-se em caso de aceitação. Considera-se que uma proposta é suficientemente precisa quando

ela designa as mercadorias e, expressa ou implicitamente, fixa a quantidade e o preço ou dá indicações que permitam determiná-los.

Se uma proposta for dirigida a pessoas indeterminadas (um panfleto ou e-mail promocional, por exemplo), ela é considerada apenas um convite

para contratar, a menos que a pessoa que fez a proposta tenha indicado claramente o contrário.

Mas quando é que uma proposta se torna eficaz?

Uma proposta comercial se torna eficaz quando chega ao seu destinatário. É possível, todavia, que uma proposta comercial, ainda que

irrevogável, seja retirada, desde que a retratação chegue ao destinatário antes ou ao mesmo tempo da proposta.

Cabe destacar também que, até o momento da conclusão de um

contrato, uma proposta comercial poderá ser revogada, desde que a revogação chegue ao destinatário antes de este ter expedido uma

aceitação.

Quando uma proposta comercial chega ao destinatário, ela poderá ser

rejeitada ou aceita. A rejeição, ao chegar ao proponente, tem como efeito a extinção da proposta comercial. Por sua vez, a aceitação, ao chegar ao

proponente, torna-se eficaz e materializa a conclusão do contrato de compra e venda.

Nos termos do art. 18, parágrafo 1º, da CVIM, a aceitação poderá

ser expressa ou tácita. Será expressa quando houver uma declaração do

destinatário da proposta comercial; será tácita quando o destinatário da

Page 18: Aula 07

Comércio Internacional p/ AFRFB-2013

Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale – Aula 07

Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br 18 de 73

proposta adotar comportamento que evidencie o seu assentimento. A aceitação também poderá ser retirada, desde que a retratação chegue

ao proponente antes ou no momento em que a aceitação teria se tornado eficaz.

Para visualizarmos a formação de um contrato de compra e venda

internacional regulado pela CVIM, nada melhor do que um exemplo!

Consideremos, como informação inicial, que Alemanha e França

ratificaram a CVIM. A empresa A (com estabelecimento situado na Alemanha) inicia negociações com uma empresa B (com estabelecimento situado na

França). Após as negociações, a empresa A emite uma proposta comercial tendo como destinatária a empresa B e a envia por meio dos correios. Ocorre

que a proposta é extraviada e não chega à destinatária. Poderemos, então, considerá-la uma proposta eficaz? Não, a proposta comercial somente se torna

eficaz quando chega ao destinatário.

Suponha, entretanto, que a proposta comercial tenha chegado à

empresa B e, portanto, se tornado eficaz. Nessa situação, a empresa A poderá retirar a proposta? Também não! A proposta comercial somente pode ser

retirada se a retratação chegar antes ou ao mesmo tempo que a proposta. No entanto, é possível que a empresa A revogue a proposta comercial, desde que

o faça antes de a empresa B ter expedido a aceitação.

Se a empresa B aceitar a proposta comercial e esta aceitação chegar

à empresa A, o contrato de compra e venda reputa-se constituído. Todavia, caso a empresa B rejeite a proposta comercial, esta será extinta.

Caso a empresa B tenha aceitado a proposta, mas dela desista a

posteriori, terá que correr contra o tempo. Para retirar a aceitação, a retratação da empresa B deverá chegar à empresa A antes ou no momento em

que a aceitação teria se tornado eficaz.

2.6- Obrigações do comprador e vendedor:

A Convenção de Viena sobre o Contrato de Compra e Venda

Internacional de Mercadorias (CVIM) teve como objetivo central a

uniformização de regras sobre compra e venda de mercadorias. Para alcançar esse objetivo, ela dispõe, em sua terceira parte, sobre as regras gerais

aplicáveis a esse tipo de contrato, tecendo considerações sobre as obrigações das partes contratuais.

Segundo o art. 30 da CVIM, são obrigações do vendedor entregar

as mercadorias, transferir a propriedade sobre elas e, se for o caso, remeter os documentos que se lhe referem.

Page 19: Aula 07

Comércio Internacional p/ AFRFB-2013

Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale – Aula 07

Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br 19 de 73

O art. 53 da CVIM, por sua vez, dispõe que são obrigações do comprador pagar o preço e aceitar a entrega das mercadorias.

Vejamos como esse assunto pode ser cobrado em prova!

12. (AFRFB-2009)- A Convenção de Viena sobre contratos de Compra

e Venda Internacional de Mercadorias (CVIM) é instrumento jurídico que vincula Estados Nacionais em torno do objetivo de harmonizar

internacionalmente as fórmulas que definem as obrigações e direitos dos exportadores e importadores em torno da comercialização de um

bem internacionalmente.

Comentários:

A CVIM não vincula Estados Nacionais. Dessa forma, ainda que um

Estado tenha ratificado a CVIM, as empresas desse Estado poderão deixar de utilizá-la caso assim desejem. Questão errada.

13. (AFRFB-2009)- A Convenção de Viena sobre contratos de Compra e Venda Internacional de Mercadorias (CVIM), firmada no âmbito da

Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD), estabelece procedimentos padrões para a celebração de

contratos comerciais internacionais entre agentes privados.

Comentários:

A CVIM foi celebrada no âmbito da UNCITRAL, que é uma comissão

das Nações Unidas destinada a promover o aperfeiçoamento e a evolução do direito do comércio internacional. Questão errada.

14. (AFRFB-2009)- A Convenção de Viena sobre contratos de Compra

e Venda Internacional de Mercadorias (CVIM), celebrada no âmbito da

Câmara Internacional de Comércio (CCI), é instrumento de direito privado que rege os atos administrativos e jurídicos que envolvem a

transferência da propriedade da mercadoria transacionada internacionalmente.

Comentários:

A CVIM foi celebrada no âmbito da UNCITRAL. A CCI é uma organização não-governamental, de caráter privado, responsável pela criação

Page 20: Aula 07

Comércio Internacional p/ AFRFB-2013

Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale – Aula 07

Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br 20 de 73

dos INCOTERMS. Estudaremos sobre os INCOTERMS mais à frente, ainda na aula de hoje. Questão errada.

15. (AFRFB-2009)- A Convenção de Viena sobre contratos de Compra

e Venda Internacional de Mercadorias (CVIM), firmada no âmbito das Nações Unidas, uniformiza as regras sobre compra e venda de

mercadorias, envolvendo aspectos como transporte, seguro,

transferência de riscos, propriedade industrial, pagamentos e indenizações por não cumprimento de obrigações, mercadoria

avariada, danos e prejuízos.

Comentários:

O principal objetivo da CVIM é a harmonização das regras aplicáveis

aos contratos de compra e venda internacional, em seus diversos aspectos. Questão correta.

16. (Questão Inédita)- Na interpretação dos institutos jurídicos

definidos pela Convenção de Viena sobre o Contrato de Compra e Venda Internacional (CVIM), o hermeneuta deve abstrair-se do sentido

que lhes é dado pelos ordenamentos jurídicos nacionais, levando em consideração o caráter internacional da referida Lei Modelo.

Comentários:

De acordo com o princípio do caráter internacional, a CVIM não deve ser aplicada à luz do direito nacional, mas sim segundo a

doutrina e jurisprudência internacionais. Questão correta.

17. (Questão Inédita)- Nos termos da CVIM, o caráter internacional

de um contrato de compra e venda de mercadorias independe do local dos estabelecimentos das partes contratuais.

Comentários:

O local de estabelecimento das partes contratuais é fundamental na determinação do caráter internacional de um contrato de compra e venda.

Questão errada.

18. (Questão Inédita)- Nos termos da CVIM, considera-se concluído um contrato de compra e venda internacional de mercadorias quando a

proposta comercial torna-se eficaz.

Comentários:

Page 21: Aula 07

Comércio Internacional p/ AFRFB-2013

Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale – Aula 07

Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br 21 de 73

Segundo a CVIM, o contrato de compra e venda internacional de mercadorias considera-se concluído no momento em que a aceitação da

proposta comercial se torna eficaz. Questão errada.

19. (Questão Inédita)- A CVIM é utilizada para regular contratos internacionais de compra e venda de bens tangíveis, inclusive quando

o comprador fornecer uma parte essencial dos elementos materiais

necessários para a produção desses bens.

Comentários:

A CVIM não se aplica quando o comprador tiver que fornecer uma parte essencial dos elementos materiais necessários para a produção da

mercadoria. Questão errada.

20. (Questão Inédita)- Nos termos da CVIM, são considerados de

compra e venda os contratos de fornecimento de mercadorias a fabricar ou a produzir, a menos que o contratante que as encomende

tenha de fornecer uma parte essencial dos elementos materiais necessários para o fabrico ou produção.

Comentários:

Os contratos de fornecimento de mercadorias a fabricar ou produzir são considerados contratos de compra e venda, a eles se aplicando a CVIM. No

entanto, a CVIM não será aplicada quando o contratante que encomendar as mercadorias tiver que fornecer uma parte essencial dos elementos materiais

necessários para sua produção. Questão correta.

3- TERMOS INTERNACIONAIS DE COMÉRCIO (INCOTERMS):

3.1- Generalidades:

Quando é celebrado um contrato internacional de compra e venda de

mercadorias, várias cláusulas devem ser decididas pelas partes contratuais (importador e exportador). Será necessário determinar onde serão entregues

as mercadorias ao importador, se será contratado um seguro da carga ou,

ainda, quem procederá ao desembaraço aduaneiro. Dessa forma, a celebração de um contrato dessa natureza não é tarefa simples, a ela devendo ser

concedida especial atenção, uma vez que as cláusulas contratuais, além de se refletirem na formação do preço das mercadorias, permitem que as partes

possam usufruir de maior segurança jurídica.

Os INCOTERMS (International Commercial Terms) foram criados pela Câmara de Comércio Internacional (CCI) em 1936 justamente com o

Page 22: Aula 07

Comércio Internacional p/ AFRFB-2013

Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale – Aula 07

Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br 22 de 73

objetivo de simplificar a celebração de contratos internacionais de compra e venda. Trata-se de fórmulas contratuais que definem as obrigações de

vendedores e compradores nesse tipo de contrato. Ao invés de se utilizar várias cláusulas contratuais, definindo as responsabilidades do

exportador e do importador em cada fase da cadeia logística, é muito fácil uma única formula que resuma tudo em poucas letras. Essa é a lógica dos

INCOTERMS! Cabe destacar que os INCOTERMS não se aplicam aos contratos de prestação de serviços, mas apenas aos contratos de compra e

venda de mercadorias.

Suponha que seja celebrado um contrato de compra e venda entre

uma empresa brasileira (importadora) e uma empresa estrangeira (exportadora). Por óbvio, será necessário que eles definam onde ocorrerá a

entrega da mercadoria e quais custos serão responsabilidade de cada um. Pode ser estabelecido, por exemplo, que a mercadoria será considerada

entregue pelo vendedor ao comprador a bordo do navio no porto de embarque e que, além disso, o vendedor irá arcar com o frete e seguro internacionais. Ao

invés de especificar todas essas cláusulas no contrato de compra e venda, basta que vendedor e comprador digam que será usado o INCOTERM CIF

(Cost, Insurance and Freight). Tudo ficou, sem dúvida alguma, muito mais fácil!

A Câmara de Comércio Internacional (CCI) é uma organização não-governamental de amplitude global que tem como objetivos promover o

comércio internacional e o crescimento econômico, representando o setor empresarial junto aos governos. Para alcançar seus objetivos, a CCI, dentre

outras ações, atua na criação de regras uniformes para reger as relações comerciais. Dentre essas regras, estão os INCOTERMS.

Em virtude de serem criados por uma organização não-governamental, os INCOTERMS não são de utilização obrigatória, ou seja, são

usados facultativamente pelas partes em um contrato de compra e venda de mercadorias. Eles não são normas internacionais, mas apenas um

conjunto consolidado e padronizado dos usos e costumes alfandegários e de entrega utilizados no mundo.3

Mas se não são obrigatórios, os INCOTERMS possuem algum valor

jurídico?

Sim. Apesar de serem de utilização facultativa, os INCOTERMS

possuem valor jurídico quando mencionados em um contrato de compra e venda internacional. Se as partes contratuais definiram que irão

utilizar um INCOTERM para regular as obrigações que regem um determinado contrato, elas passam automaticamente a estarem vinculadas a essa fórmula

3 KEEDI, Samir. Transportes, Unitização e Seguros Internacionais de Carga. 5ª edição,

Ed Aduaneiras, 2011.

Page 23: Aula 07

Comércio Internacional p/ AFRFB-2013

Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale – Aula 07

Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br 23 de 73

contratual. Essa vinculação decorre de dois princípios gerais da teoria dos contratos: o princípio “pacta sunt servanda” e o princípio “lex inter partes”.

Além de definirem as obrigações de compradores e vendedores em

contratos internacionais de compra e venda de mercadorias, os INCOTERMS também são usados como forma de padronizar as estatísticas nacionais e

internacionais de comércio. Nesse sentido, as estatísticas das exportações

são usualmente apresentadas em base FOB, ao passo que as estatísticas das importações são apresentadas em base CIF (valor acrescido do seguro e do

frete internacional).

O objetivo dessa padronização (exportações em base FOB e importações em base CIF) é evitar que dois países contabilizem, ao

mesmo tempo, custos de transporte e de seguro, o que faria que, ao analisar os números do comércio global, tivéssemos uma visão distorcida das

trocas internacionais. Assim, quando o Brasil exporta para os EUA, por exemplo, ele não contabiliza em sua balança comercial os valores de frete e

seguro; os EUA, entretanto, na mesma operação, irá contabilizar esses

valores.

A primeira versão dos INCOTERMS foi criada em 1936.

Posteriormente, seguiram-se diversas outras revisões, as quais chegaram ao número de 7 (sete); 1953, 1967, 1976, 1980, 1990, 2000 e 2010. As

sucessivas revisões dos INCOTERMS existem em virtude da necessidade de

que as regras comerciais acompanhem a evolução das relações comerciais entre os países.

Levando-se em consideração que os INCOTERMS não são normas

internacionais, uma versão mais atual não revoga a anterior. Dessa forma, todas as versões dos INCOTERMS, mesmo as mais antigas, ainda

podem se utilizadas em um contrato de compra e venda internacional de mercadorias. Para isso, basta que as partes deixem explícito no contrato qual

será a versão dos INCOTERMS aplicável. Caso as partes contratuais não especifiquem qual versão está sendo utilizada, poderá haver dúvidas de

interpretação, prejudicando a segurança jurídica da operação.

INCOTERMS

Criados em 1936 pela CCI

Definem as obrigações de vendedores e

compradores em um contrato de compra

e venda internacional de mercadorias

São utilizados facultativamente, mas, quando

mencionados em um contrato, vinculam as

partes.

Page 24: Aula 07

Comércio Internacional p/ AFRFB-2013

Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale – Aula 07

Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br 24 de 73

Os INCOTERMS também podem ser objeto de alteração pelas partes contratuais, desde que elas entrem em acordo. Nesse sentido, é possível que

sejam efetuados aditamentos ou reduções nas atribuições do vendedor ou do comprador. Por exemplo, o INCOTERM EXW determina que o

desembaraço de exportação será feito pelo importador. No entanto, por razões burocráticas, isso pode ser complexo. Assim, os contratantes podem

determinar que o INCOTERM a ser utilizado será o EXW mas que, adicionalmente, o exportador será responsável pelo desembaraço de

exportação.

O conhecimento exato dos INCOTERMS é fundamental para a

logística de uma operação de comércio exterior, pois define o momento em que o vendedor transfere ao comprador as responsabilidades quanto

aos custos e riscos. A transferência da responsabilidade quanto aos riscos ocorre no momento em que o vendedor entrega a mercadoria no local

definido pelas partes. Já a transferência da responsabilidade quanto aos custos, efetiva-se quando cessam as obrigações de custeio que couberem ao

vendedor. A depender do INCOTERM utilizado, o momento em que é transferida a responsabilidade quanto aos riscos não coincide com o momento

em que é transferida a responsabilidade quanto aos custos.

Os INCOTERMS também são importantes para a determinação do

preço das mercadorias. Com efeito, cada cláusula contratual nos permite identificar os elementos que compõe o preço de uma mercadoria. Ao usar a

cláusula contratual CIF (Cost Insurance and Freight), por exemplo, sabe-se que ao preço da mercadoria deverá ser somado o valor do frete e seguro

internacionais. Em virtude disso, os INCOTERMS são conhecidos como “cláusulas de preço”.

Destaque-se, ainda, que, ao proceder a escolha dos INCOTERMS, exportadores e importadores deverão observar as especificidades da

legislação interna de seus países. Imaginem, por exemplo, que um contrato seja formalizado baseando-se no INCOTERM Ex Works. Nessa fórmula

contratual, quem realiza o desembaraço para exportação é o comprador. Pode existir alguma norma no país de origem da mercadoria que não permita que

uma empresa estrangeira realize o despacho para exportação ou mesmo proceda ao licenciamento da operação. Nessa situação, o INCOTERM Ex-Works

não poderá ser utilizado.

3.2- INCOTERMS 2010:

Passaremos agora a estudar especificamente cada uma das fórmulas contratuais previstas na versão INCOTERMS 2010. Quando oportuno, faremos

remissão também a alguns INCOTERMS da versão anterior, para fins de

Page 25: Aula 07

Comércio Internacional p/ AFRFB-2013

Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale – Aula 07

Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br 25 de 73

comparação e de entendimento do que foi alterado com a nova publicação da CCI.

A versão INCOTERMS 2010, publicada pela CCI, possui uma

introdução e, logo em seguida, uma explicação de cada termo. Antes de cada termo, há notas de orientação (guidance notes), as quais visam a orientar

vendedores e compradores na escolha do INCOTERM mais adequado à

operação pretendida.

Uma modificação importante na versão INCOTERMS 2010 é que ela afirma explicitamente que as notas de orientação (guidance notes) e a

introdução não integram a estrutura dos INCOTERMS, possuindo caráter de meras orientações 4.

Além disso, na versão INCOTERMS 2010, o texto deixa explícito que as fórmulas contratuais nele previstas podem ser usadas tanto em

contratos de compra e venda internacionais como em contratos de compra e venda domésticos. O objetivo é permitir que as empresas, ao

usar os INCOTERMS em contratos domésticos, possam se acostumar com sua utilização. Destaque-se que essa previsão não existia na versão INCOTERMS

2000.

Vamos ao estudo de cada um dos INCOTERMS da versão 2010!

3.2.1- EXW (Ex Works- named place of delivery):

O termo EXW é o que representa maior nível de obrigações ao comprador e, simultaneamente, o menor nível de obrigações para o vendedor.

Quando esse INCOTERM é utilizado, o vendedor se compromete a disponibilizar a mercadoria ao comprador em seus próprios domínios

(nas suas próprias instalações). Em outras palavras, as obrigações do vendedor se encerram no momento em que ele acondiciona a mercadoria na

embalagem de transporte.

Costuma-se dizer que, no INCOTER EXW, a mercadoria é entregue pelo vendedor ao comprador no “chão da fábrica” e, a partir daí, todas as

despesas serão de responsabilidade do comprador. O comprador deverá arcar

até mesmo com as despesas de carregamento no veículo transportador.

Nos INCOTERMS em geral, o desembaraço aduaneiro de exportação será sempre de responsabilidade do exportador (vendedor),

enquanto o desembaraço aduaneiro de importação será de

4 KEEDI, Samir. Transportes, Unitização e Seguros Internacionais de Carga. 5ª edição, Ed Aduaneiras, 2011.

Page 26: Aula 07

Comércio Internacional p/ AFRFB-2013

Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale – Aula 07

Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br 26 de 73

responsabilidade do importador (comprador). No entanto, para o INCOTERM EXW, até mesmo o desembaraço aduaneiro de exportação será de

responsabilidade do importador (comprador). Esse é o único INCOTERM em que isso ocorre!

Ao vincular esse termo em um contrato de compra e venda, é

necessário que se identifique explicitamente onde será entregue a mercadoria,

ou seja, deverá ser nomeado um local de entrega na origem. O INCOTERM EXW pode ser usado para qualquer tipo de transporte ou mesmo para o

transporte multimodal.

3.2.2- FCA (Free Carrier - named place of delivery):

O termo FCA (Free Carrier) impõe a obrigação de que o vendedor

entregue a mercadoria ao transportador, seja na propriedade do próprio vendedor ou em outro local designado. A partir daí, todos os

custos e riscos irão correr por conta do comprador. Teremos, então, duas situações possíveis:

a) Mercadorias entregues ao transportador no estabelecimento do vendedor: as despesas de carregamento do veículo

serão responsabilidade do vendedor.

b) Mercadorias entregues em outro local designado: o vendedor entregará as mercadorias prontas para serem desembarcadas. Percebe-se que,

nesse caso, o vendedor embarcou as mercadorias em um veículo e levou-as a um local designado. Nesse local, as despesas de descarregamento serão de

responsabilidade do comprador.

No INCOTERM FCA, o desembaraço aduaneiro de exportação fica por

conta do vendedor (exportador) e o desembaraço aduaneiro de importação será responsabilidade do comprador (importador). Dessa forma, a execução

das formalidades alfandegárias e o pagamento dos direitos aduaneiros são de responsabilidade do vendedor.

O FCA pode ser utilizado em qualquer modo de transporte ou

mesmo para o transporte multimodal.

3.2.3- FAS (Free Alongside Ship – named port of shipment):

O termo FAS (Free Alongside Ship) estabelece que as mercadorias deverão ser entregues pelo vendedor ao comprador ao lado do navio

no porto de embarque nomeado. A partir daí, todas as despesas e riscos

Page 27: Aula 07

Comércio Internacional p/ AFRFB-2013

Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale – Aula 07

Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br 27 de 73

serão de responsabilidade do comprador. Considerando que a mercadoria é entregue ao lado do navio, as despesas de carregamento deste serão de

responsabilidade do comprador.

O FAS pode ser utilizado apenas para o transporte marítimo ou hidroviário interior (o próprio nome já nos indica isso!). O desembaraço

aduaneiro de exportação é responsabilidade do exportador e o desembaraço

aduaneiro de importação fica por conta do importador.

3.2.4- FOB (Free on Board- named port of shipment):

Na versão INCOTERMS 2000, esse termo estabelecia que a

mercadoria seria considerada entregue ao comprador no momento em que ela “transpusesse a amurada do navio” no porto de embarque. Essa redação

gerava alguns problemas e dificuldades de interpretação. Em razão disso, o termo FOB foi alterado na revisão INCOTERMS 2010.

Segundo a versão INCOTERMS 2010, o termo FOB impõe ao

vendedor a obrigação de entregar a mercadoria ao vendedor a bordo do

navio designado pelo comprador, no porto de embarque. A partir desse momento, é transferida toda a responsabilidade pelos custos e riscos do

vendedor ao comprador.

O INCOTERM FOB somente pode ser utilizado para o transporte marítimo ou hidroviário interior. O desembaraço aduaneiro de exportação

fica a cargo do exportador (vendedor), enquanto o desembaraço aduaneiro de importação é responsabilidade do importador (comprador).

3.2.5- CPT (Carriage Paid To – named place of destination):

O INCOTERM CPT (Carriage Paid To) estabelece que o vendedor

deverá entregar a mercadoria ao transportador no local acordado e, além disso, arcar com as despesas referentes ao frete internacional

até um local designado.

Quando esse termo é usado em um contrato de compra e venda, pode-se identificar que a transferência da responsabilidade quanto aos

riscos ocorre em momento diverso da transferência da responsabilidade quanto aos custos. A responsabilidade quanto aos riscos

é transferida pelo vendedor ao comprador no momento em que a mercadoria é entregue ao transportador no local acordado. Já a responsabilidade quanto aos

custos persiste com o vendedor até a chegada ao local de destino.

Page 28: Aula 07

Comércio Internacional p/ AFRFB-2013

Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale – Aula 07

Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br 28 de 73

Um detalhe importante: o local nomeado, que acompanha o INCOTERM CPT, não é onde a mercadoria será entregue ao transportador, mas

sim até onde o frete internacional será pago. Dessa forma, quando se usa o INCOTERM CPT- Porto de Santos, significa que o frete será pago até o Porto de

Santos e, ainda, que esse porto está situado no país de destino (país importador). Essa é uma particularidade dos INCOTERMS do Grupo “C”!

O termo CPT pode ser utilizado para qualquer tipo de transporte, inclusive o multimodal. O desembaraço aduaneiro de exportação será de

responsabilidade do vendedor (exportador); por sua vez, o desembaraço aduaneiro de importação será de responsabilidade do comprador (importador).

3.2.6- CIP (Carriage and Insurance Paid To - named place of destination):

O INCOTERM CIP é bem similar ao CPT. Nele, o vendedor tem a

obrigação de entregar a mercadoria ao transportador no local acordado e, além disso, arcar com as despesas referentes ao frete e ao

seguro internacionais.

Nesse termo, a transferência da responsabilidade quanto aos riscos

também ocorre em momento diferente ao da transferência da responsabilidade quanto aos custos. A responsabilidade quanto aos riscos encerra-se no

momento da entrega da mercadoria ao transportador; a responsabilidade quantos aos custos, no momento em que a mercadoria

chega ao local de destino.

Alguém poderia perguntar: “Se o vendedor tem que pagar o seguro internacional, a responsabilidade quanto aos riscos é mesmo transferida no

momento da entrega da mercadoria ao transportador?”

Sim. De fato, o vendedor deve contratar o seguro internacional. No

entanto, a apólice de seguro tem como beneficiário o comprador. Essa é a maior prova de que a responsabilidade quanto aos riscos se transfere no

momento da entrega da mercadoria ao transportador. Cabe destacar que o seguro internacional contratado pelo vendedor deverá possuir a cobertura

mínima (que equivale a 110% do valor da operação!)

Assim como no INCOTERM CPT, o local nomeado será o local de

destino da mercadoria, até onde o frete e o seguro internacional serão pagos. Dessa maneira, se estiver previsto em um contrato o INCOTERM CIP –

Porto de Paranaguá, isso significa que o frete e o seguro internacionais serão pagos até esse porto e que trata-se de uma importação brasileira.

Page 29: Aula 07

Comércio Internacional p/ AFRFB-2013

Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale – Aula 07

Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br 29 de 73

O termo CIP pode ser utilizado em qualquer tipo de transporte, inclusive o multimodal. O desembaraço aduaneiro de exportação será de

responsabilidade do vendedor (exportador), enquanto o desembaraço aduaneiro de importação ficará por conta do comprador (importador).

3.2.7- CFR (Cost and Freight – named port of destination):

A versão INCOTERMS 2000 (versão anterior) dispunha que, no termo CFR, a mercadoria se considerava entregue ao comprador no momento em que

“transpunha a amurada do navio” no porto de embarque. Como essa redação gerava dúvidas e polêmicas de interpretação, o INCOTERM CFR foi alterado na

nova versão.

Na versão INCOTERMS 2010, o termo CFR estabelece que o vendedor

deverá entregar a mercadoria ao comprador a bordo do navio no porto de embarque e, adicionalmente, arcar com as despesas de frete até o porto

de destino.

Quando se usa esse INCOTERM, há dois pontos críticos, isto é, a

responsabilidade quanto aos custos é transferida em local diverso ao da transferência da responsabilidade quanto aos riscos. A

responsabilidade do vendedor quanto aos riscos cessa no momento em que ele entrega a mercadoria a bordo do navio no porto de embarque. Já a

responsabilidade quanto aos custos se encerra com a chegada da mercadoria ao porto de destino designado.

O local nomeado será o porto de destino da mercadoria, até

onde o vendedor deverá arcar com o frete internacional. Aproveitando a oportunidade, vamos a uma rápida comparação entre os termos CFR e FOB, no

que diz respeito ao local nomeado. Vamos lá!

- CFR – Porto de Santos: Nesse caso, o Porto de Santos é o local

de destino das mercadorias. Trata-se de uma importação brasileira.

- FOB – Porto de Santos: Aqui, o Porto de Santos é o local onde a mercadoria será embarcada com destino ao exterior. Trata-se de uma

exportação brasileira.

O termo CFR somente pode ser utilizado no transporte aquaviário.

Mais uma vez, o desembaraço aduaneiro de exportação cabe ao vendedor, enquanto o desembaraço aduaneiro de importação compete ao comprador.

Page 30: Aula 07

Comércio Internacional p/ AFRFB-2013

Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale – Aula 07

Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br 30 de 73

3.2.8- CIF (Cost, Insurance and Freight – named port of destination):

O termo CIF também teve a redação alterada em relação à versão anterior, cabendo ao vendedor entregar a mercadoria ao comprador a

bordo do navio no porto de embarque e, adicionalmente, arcar com as despesas referentes ao frete e ao seguro internacionais.

Nesse INCOTERM, também há dois momentos distintos quanto à transferência de responsabilidades. A responsabilidade quanto aos riscos é

transferida após a entrega da mercadoria a bordo do navio; por sua vez, a responsabilidade do vendedor quanto aos custos se encerra com a chegada da

mercadoria no porto de destino.

O seguro internacional contratado pelo vendedor deverá ter a

cobertura mínima, o que equivale a 110% do valor da operação.

O local nomeado será o porto de destino da mercadoria, que será até onde o vendedor arcará com as despesas de frete e seguro internacionais. O

termo CIF somente pode ser utilizado no transporte aquaviário (marítimo ou hidroviário interior).

O desembaraço aduaneiro de exportação será responsabilidade do vendedor (exportador), enquanto o desembaraço aduaneiro de importação

caberá ao comprador (importador).

3.2.9- DAT (Delivered at Terminal – named terminal at port or place of

destination):

O termo DAT (Delivered at Terminal) é uma novidade do INCOTERMS 2010 em relação à versão anterior. Ele substituiu o termo DEQ (Delivered Ex

Quay), que impunha ao vendedor a obrigação de entregar a mercadoria no cais, isto é, em um terminal portuário.

Com a introdução do INCOTERM DAT, passa a ser possível a entrega da mercadoria também em um terminal externo. Por meio desse termo, o

vendedor entrega as mercadorias ao comprador em um terminal nomeado, já desembarcadas do veículo transportador. Considera-se

terminal “qualquer local, coberto ou não, como um cais, armazém, pátio de contêiner ou terminal de carga rodoviário, ferroviário ou aéreo”. 5

Esse INCOTERM pode ser utilizado em qualquer tipo de transporte,

inclusive o multimodal. Na exportação, os trâmites aduaneiros serão de responsabilidade do vendedor, enquanto na importação caberão ao comprador. 5 KEEDI, Samir. Transportes, Unitização e Seguros Internacionais de Carga. 5ª edição, Ed Aduaneiras, 2011.

Page 31: Aula 07

Comércio Internacional p/ AFRFB-2013

Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale – Aula 07

Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br 31 de 73

3.2.10- DAP (Delivered at Place – named place of destination):

O termo DAP (Delivered at Place) também é uma inovação da versão INCOTERMS 2010, tendo substituído os termos DAF, DES e DDU. Vejamos

rapidamente o que dispõem esses INCOTERMS da versão anterior:

- DAF (Delivered at Frontier): o vendedor entrega a mercadoria

embarcada no veículo transportador no ponto de fronteira designado, mas antes da divisa alfandegária do país de destino.

- DES (Delivered Ex Ship): o vendedor entrega a mercadoria ao

comprador a bordo do navio no porto de destino.

- DDU (Delivered Duty Unpaid): o vendedor entrega a mercadoria

no estabelecimento do comprador, não desembarcada do veículo transportador.

O INCOTERM DAP, por sua vez, impõe que o vendedor deverá

entregar a mercadoria em um local de destino nomeado, ainda embarcada no veículo transportador. Esse destino poderá ser um porto,

um ponto de fronteira ou até o estabelecimento do comprador.

Se a mercadoria for entregue em um porto embarcada no navio que a

transportou, o DAP estará cumprindo a função do antigo DES. Já se a mercadoria for entregue em um ponto de fronteira, ele cumprirá a função do

DAF. Por último, se a entrega for no estabelecimento do comprador, será cumprida a função do antigo DDU.

Esse termo poderá ser utilizado em qualquer tipo de transporte, inclusive o multimodal. O desembaraço de exportação caberá ao vendedor e

o desembaraço de importação ficará por conta do comprador.

3.2.11- DDP (Delivered Duty Paid – named place of destination):

Enquanto o termo EXW (Ex Works) apresenta o maior nível de

obrigações para o comprador, o termo DDP (Delivered Duty Paid) é o que apresenta maiores responsabilidades para o vendedor.

Esse INCOTERM estabelece que o vendedor deverá entregar a

mercadoria no local de destino designado, embarcada no veículo

transportador e, além disso, arcar com o pagamento dos direitos aduaneiros. Destaque-se que o local de destino designado poderá ser o

estabelecimento do comprador.

Page 32: Aula 07

Comércio Internacional p/ AFRFB-2013

Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale – Aula 07

Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br 32 de 73

O DDP poderá ser utilizado em qualquer tipo de transporte, inclusive o multimodal. Tanto o desembaraço aduaneiro de exportação quanto o

desembaraço aduaneiro de importação serão de responsabilidade do vendedor (exportador). Em razão disso, considera-se que, no DDP, a mercadoria é

entregue ao comprador já desembaraçada para importação.

3.2.12- Classificação dos INCOTERMS:

Conforme já estudamos, na versão INCOTERMS 2010, há 11 termos

contratuais, os quais podem ser divididos da seguinte forma6:

a) Divisão em Grupos por Modos de Transporte: Há INCOTERMS

que podem ser utilizados apenas no transporte aquaviário; outros INCOTERMS podem ser utilizados para qualquer modal de transporte ou até mesmo

transporte multimodal.

Podem ser utilizados apenas no transporte aquaviário os seguintes termos: FAS (Free Alongside Ship), FOB (Free on Board), CFR (Cost and

Freight) e CIF (Cost, Insurance and Freight).

Podem ser utilizados em qualquer tipo de transporte ou no transporte

multimodal os seguintes termos: EXW (Ex Works), FCA (Free Carrier), CPT (Carriage Paid To), CIP (Carriage and Insurance Paid To), DAT (Delivered at

Terminal), DAP (Delivered at Place) e DDP (Delivered Duty Paid)

b) Divisão em Grupos para Seguro: Há apenas dois INCOTERMS

em que há obrigação de contratação do seguro. São os termos contratuais CIF (Cost, Insurance and Freight) e CIP (Cost and Insurance Paid To), os quais

impõem ao vendedor a contratação do seguro internacional. Nos outros 9 (nove) INCOTERMS, poderá haver contratação de seguro internacional, mas

este não será obrigatório.

c) Divisão em Grupos para Entrega: Quanto ao local de entrega, os INCOTERMS podem ser divididos em quatro grupos, cada um deles tendo

como inicial uma letra (E, F, C e D). Os INCOTERMS iniciados com as letras E, F e C são utilizados em contratos de partida; os INCOTERMS iniciados com a

letra D são utilizados em contratos de chegada. Assim, temos a seguinte

divisão:

- Grupo E: EXW (Ex Works)

6 A classificação que apresentamos baseia-se no entendimento de Samir Keedi, um dos

maiores especialistas brasileiros no assunto e que, inclusive, atuou diretamente na elaboração dos INCOTERMS 2010.

Page 33: Aula 07

Comércio Internacional p/ AFRFB-2013

Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale – Aula 07

Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br 33 de 73

- Grupo F: FCA (Free Carrier), FAS (Free Alongside Ship) e FOB (Free on Board).

- Grupo C: CPT (Carriage Paid To), CIP (Carriage and Insurance Paid

To), CFR (Cost and Freight), CIF (Cost, Insurance and Freight)

- Grupo D: DAT (Delivered at Terminal), DAP (Delivered at Place) e

DDP (Delivered Duty Paid).

Na versão INCOTERMS 2000 (versão anterior e que ainda pode ser usada!), não existiam os termos DAT (Delivered at Terminal) e DAP (Delivered

at Place). Esses termos substituíram os antigos DEQ (Delivered Ex Quay), DAF (Delivered at Frontier), DES (Delivered Ex Ship) e DDU (Delivered Duty

Unpaid). Na versão INCOTERMS 2000, tínhamos, portanto, 13 (treze) termos;

na versão 2010, são 11 (onze).

4- O Brasil e os INCOTERMS 2010:

Com a entrada em vigor da versão INCOTERMS 2010, o governo

brasileiro decidiu que seria necessário tornar pública a possibilidade de que as empresas brasileiras utilizassem as novas regras. Por isso, editou a Resolução

CAMEX nº 21/2011, que “dispõe sobre os INCOTERMS e estabelece que nas exportações e importações brasileiras serão aceitas quaisquer condições de

venda praticadas no comércio internacional, desde que compatíveis com o ordenamento jurídico nacional”.

A Resolução CAMEX nº 21/2011 detalhou as obrigações do vendedor e do comprador em cada uma das fórmulas contratuais previstas na versão

INCOTERMS 2010. Adicionalmente, ela dispôs sobre duas especificidades importantes da aplicação dos INCOTERMS face à legislação brasileira:

1) Nas importações brasileiras, não pode ser utilizado o DDP,

já que o vendedor estrangeiro não dispõe de condições legais para proceder ao desembaraço aduaneiro.

2) Nas exportações brasileiras em que se utilizar a modalidade EXW, fica subentendido que o desembaraço aduaneiro de exportação

será realizado pelo exportador brasileiro. Perceba que, nesse caso, é necessário fazer um aditamento ao INCOTERM.

O art. 3º da Resolução CAMEX nº 21/2011 dispõe, ainda, que a

utilização das condições de venda nela previstas não modifica as responsabilidades legais das pessoas envolvidas nas operações de exportação

e de importação perante as autoridades administrativas.

Page 34: Aula 07

Comércio Internacional p/ AFRFB-2013

Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale – Aula 07

Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br 34 de 73

A utilização dos INCOTERMS, como já sabemos, é facultativa. Logo, é plenamente possível que sejam utilizadas outras condições de venda

praticadas no comércio internacional. A Resolução CAMEX nº 21/2011 reconhece isso expressamente e faz menção a duas outras condições de venda

(não previstas nos INCOTERMS 2010!): i) C+F (Cost Plus Freight) e; ii) C+I (Cost Plus Insurance).

Na condição C+F, o vendedor arca com os custos e riscos das tarefas no país de exportação, bem como contrata e paga o transporte internacional

convencional. Já na condição C+I, o vendedor arca com os custos e riscos das tarefas no país de exportação, bem como contrata e paga o seguro de

transporte internacional convencional. Ambas as condições de venda podem ser usadas em qualquer modalidade de transporte.

Destaque-se, por fim, que, segundo a Resolução CAMEX nº 21/2011,

caso a operação tenha como base outra condição de venda diferente das que expressamente menciona, deverá ser utilizado, nos documentos e registros de

comércio exterior, o código OCV (Outras Condições de Venda).

Vejamos como esse assunto pode ser cobrado em prova!

21. (ACE-2008)- Apesar de amplamente disseminado, é facultativo o

emprego dos INCOTERMS na celebração de um contrato de comércio exterior; mas, uma vez acordado o seu uso, o termo escolhido adquire

força contratual, definindo, então, a repartição dos custos e os direitos e as obrigações das partes em relação às condições de entrega e

transferência de propriedade da mercadoria objeto do contrato.

Comentários:

Os INCOTERMS são de utilização facultativa, mas quando

mencionados em um contrato de compra e venda adquirem força contratual e vinculam as partes. Questão correta.

22. (TRF-2005-adaptada)- De acordo com a versão INCOTERMS-

2010, na fórmula contratual EXW, a obrigação básica do vendedor

consiste em disponibilizar a mercadoria no seu próprio estabelecimento, para que então transfira a responsabilidade sobre ela

para o comprador.

Comentários:

Page 35: Aula 07

Comércio Internacional p/ AFRFB-2013

Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale – Aula 07

Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br 35 de 73

No INCOTERM EXW, a mercadoria é considerada entregue pelo vendedor no chão da fábrica, isto é, em seu próprio estabelecimento. Trata-se

do INCOTERM que envolve maior grau de responsabilidade para o comprador. Questão correta.

23. (TRF-2005-adaptada)- De acordo com a versão INCOTERMS-

2010, na fórmula contratual FOB, cabe ao vendedor arcar com todas as

despesas até o momento em que a mercadoria é colocada a bordo do navio indicado pelo comprador, no porto de embarque.

Comentários:

Na versão INCOTERMS 2010, a fórmula contratual FOB prevê que a

mercadoria será considerada entregue pelo vendedor ao comprador a

bordo do navio no porto de embarque. Cabe destacar que na versão INCOTERMS 2000, havia uma pequena diferença. E isso pode ser objeto de

“pegadinha” em prova! Naquela versão, estava previsto que nos INCOTERMS FOB, CIF e CFR a mercadoria seria considerada entregue após “transpor a

amurada do navio” no porto de embarque. Cuidado! O que vale hoje é que a mercadoria será considerada pelo vendedor ao comprador a bordo do navio no

porto de embarque. Questão correta.

24. (TRF-2005-adaptada)- De acordo com a versão INCOTERMS-2010, na fórmula contratual CIF, o vendedor apenas tem a

responsabilidade de disponibilizar a mercadoria a bordo do navio

indicado pelo comprador no porto de embarque e arcar com o frete até o porto de destino.

Comentários:

No INCOTERM CIF, o vendedor disponibiliza a mercadoria a bordo do

navio no porto de embarque e, adicionalmente, arca com o frete e o seguro

internacionais. A assertiva se esqueceu de mencionar a obrigação do vendedor de arcar com o seguro internacional. Questão errada.

25. (TRF-2005-adaptada)- De acordo com a versão INCOTERMS-

2010, na fórmula contratual DAT, compete ao vendedor entregar a mercadoria ao transportador indicado pelo comprador, no local

determinado, momento a partir do qual a responsabilidade pelo bem corre por conta do comprador.

Comentários:

O INCOTERM que prevê que o vendedor deverá entregar a mercadoria ao transportador indicado pelo comprador é o FCA (Free Carrier). O

INCOTERM DAT (Delivered at Terminal) prevê que a mercadoria será considerada entregue pelo vendedor ao comprador em um terminal nomeado,

Page 36: Aula 07

Comércio Internacional p/ AFRFB-2013

Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale – Aula 07

Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br 36 de 73

já desembarcadas do veículo transportador. Destaque-se que esse terminal será no país de destino. Questão errada.

26. (TRF-2005-adaptada)- De acordo com a versão INCOTERMS-

2010, na fórmula contratual FCA, compete ao vendedor arcar com todas as despesas, incluindo a liberação para a exportação, até o

momento em que a mercadoria é colocada ao lado do costado do

navio, no porto de embarque.

Comentários:

O INCOTERM que prevê que o vendedor deverá arcar com todas as despesas até o momento em que a mercadoria é colocada ao lado do costado

do navio, no porto de embarque, é o FAS (Free Alongside Ship). O INCOTERM

FCA prevê que a mercadoria será entregue pelo vendedor ao transportador designado. Questão errada.

27. (AFRF-2003- adaptada) - Em relação aos contratos internacionais

de venda celebrados por brasileiros, devem ser celebrados com a adoção dos Incoterms, Revisão 2010, devendo o preço ser o corrente

no mercado internacional para o prazo pactuado, o qual deve seguir as praxes comerciais internacionais de acordo com as peculiaridades do

produto, podendo variar de pagamento a vista até 180 dias da data do embarque, sendo consideradas financiadas as vendas com prazo de

pagamento superior a 180 dias.

Comentários:

Três pontos importantes nessa assertiva:

1) Os INCOTERMS são de utilização facultativa. Logo, está errado dizer que eles devem ser usados em contratos internacionais de compra e

venda celebrados por brasileiros.

2) O preço deve ser o corrente no mercado internacional para o prazo efetuado, isto é, deverá ser compatível com as práticas internacionais de

comércio.

3) O prazo de pagamento poderá variar de pagamento à vista até

360 dias da data do embarque. Consideram-se financiadas as vendas com prazo superior a 360 dias.

Por tudo o que comentamos, a questão está errada.

28. (AFRF-2003) - Os Incoterms 2010 (International Commercial Terms / Termos Internacionais do Comércio), conjunto de regras

internacionais que estabelecem um padrão de definições de caráter

Page 37: Aula 07

Comércio Internacional p/ AFRFB-2013

Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale – Aula 07

Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br 37 de 73

uniformizador, são 13 termos, representados por siglas de três letras, distribuídos em 4 grupos identificados pelas letras E, F, C, D, que vão

da obrigação mínima para o exportador à obrigação máxima para o exportador, alguns dos quais são aplicáveis apenas a determinado

modal de transporte.

Comentários:

Três pontos importantes:

1) A versão INCOTERMS 2010 prevê apenas 11 fórmulas

contratuais, as quais se dividem em 4 (quatro) grupos identificados pelas letras E, F, C e D. Isso torna a questão errada.

2) Os INCOTERMS vão da obrigação mínima para o exportador até a obrigação máxima para o exportador. Nesse sentido, o INCOTERM

EXW representa o mínimo de obrigações para o exportador e o máximo de obrigações para o importador. Por outro lado, o INCOTERM DDP representa o

máximo de obrigações para o exportador e o mínimo de obrigações para o importador.

3) Há INCOTERMS que somente se aplicam ao transporte marítimo. É o caso do FAS, FOB, CFR e CIF. Os outros INCOTERMS se aplicam

a todos os tipos de transporte, inclusive o multimodal (EXW, FCA, CPT, CIP, DAT, DAP, DDP)

29. (AFRF-2003-adaptada) - Os Incoterms (International Commercial

Terms) são administrados pela OMC (Organização Mundial do Comércio) e divulgados pela Câmara de Comércio Internacional;

atualmente está em vigor a Revisão 2000, que trouxe pequenas mudanças em relação aos Incoterms 1990; obrigam apenas o

exportador e o importador que os adotarem, tendo os contratantes

liberdade de especificar alterações ou aditamentos.

Comentários:

A administração e publicação dos INCOTERMS não compete à OMC, mas sim à Câmara de Comércio Internacional (CCI). Atualmente, está

em vigor a versão INCOTERMS 2010, cuja utilização é facultativa, ou seja,

obriga apenas o exportador e o importador que fizerem menção aos INCOTERMS no contrato internacional de compra e venda. Questão errada.

30. (AFRF-2003-adaptada)- São publicados e revistos pela Câmara de

Comércio Internacional; atualmente está em vigor a Revisão 2010, que trouxe algumas mudanças em relação aos Incoterms 2000; obrigam

apenas o exportador e o importador que os adotarem, não tendo os contratantes liberdade de especificar alterações ou aditamentos.

Page 38: Aula 07

Comércio Internacional p/ AFRFB-2013

Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale – Aula 07

Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br 38 de 73

Comentários:

Os contratantes (exportador e importador) possuem sim liberdade para especificar alterações ou aditamentos. Questão errada.

31. (AFRF-2002.2 - adaptada) - Os INCOTERMS contêm em seu bojo cláusulas padronizadas que, na essência, resumem, definem e

simplificam um contrato internacional de compra e venda.

Comentários:

De fato, os INCOTERMS são cláusulas contratuais padronizadas que

simplificam os contratos internacionais de compra e venda de mercadorias. Vale ressaltar que eles não se aplicam aos contratos de fornecimento de

serviços. Questão correta.

32. (AFRF-2002.2 - adaptada) - Nos INCOTERMS versão 2010, evidenciando contratos de partida (embarque) a correspondência é

com os termos “E” e “D”.

Comentários:

Os INCOTERMS que amparam contratos de partida são os dos grupos

E, F e C. Os INCOTERMS do grupo D amparam contratos de chegada. Questão errada.

33. (AFRF 2002.1 - adaptada) - Numa operação de compra e venda internacional foi adotada, pelo comprador e vendedor, a cláusula

Incoterms-2000, DES - Delivered Ex-Ship (Entregue a partir do navio). Por essa cláusula, os bens são colocados à disposição do comprador a

bordo do navio e no porto de destino, não desembaraçados para importação.

Comentários:

O INCOTERM DES não existe na versão INCOTERMS 2010, mas não é por isso que deixaremos de estudá-lo. Lembre-se de que uma nova versão dos

INCOTERMS não revoga as versões anteriores, que poderão continuar sendo usadas. O INCOTERM DES previa que a mercadoria seria considerada

entregue pelo vendedor ao comprador a bordo do navio no porto de destino, não desembaraçada para importação. Questão correta.

34. (AFRF 2002.1- adaptada) - Num determinado contrato de compra e venda internacional foi adotada a cláusula Incoterms EXW - Ex works

(significando Na Origem). Por essa cláusula, o vendedor entrega as mercadorias quando ele as coloca à disposição do comprador, no porto

Page 39: Aula 07

Comércio Internacional p/ AFRFB-2013

Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale – Aula 07

Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br 39 de 73

de embarque designado, não desembaraçados para exportação e não carregados em qualquer veículo coletor.

Comentários:

O INCOTERM EXW (Ex Works) prevê que o vendedor irá disponibilizar as mercadorias em seu próprio estabelecimento, não

desembaraçada para exportação e não carregadas em qualquer veículo coletor. Em outras palavras, as mercadorias são disponibilizadas no chão da

fábrica. A partir daí, todos os custos correm por conta do comprador. Questão errada.

35. (AFRF 2002.1 - adaptada) - Numa compra e venda internacional,

vendedor e comprador conveniaram determinada cláusula Incoterms-

2010, através da qual ficou acertado que as mercadorias serão entregues pelo vendedor ao comprador a bordo do navio no porto de

embarque e já desembaraçados para exportação. A partir desse momento o comprador arca com todos os custos e riscos, de perda ou

dano às mercadorias, inclusive contrato de transporte. A cláusula conveniada FOB - Free on Board (Livre à bordo).

Comentários:

O INCOTERM FOB (Free On Board) prevê que o vendedor irá entregar as mercadorias ao comprador a bordo do navio no porto de

embarque. A partir daí, todos os custos e riscos correrão por conta do comprador. Destaque-se que o desembaraço de exportação é realizado pelo

exportador. Essa é, aliás, a regra geral para todos os INCOTERMS, à exceção do EXW. Questão correta.

36. (ACE-2002)- Os Termos Internacionais de Comércio

(INCOTERMS) são um conjunto de regras e técnicas que orientam uma

operação de compra e venda internacional no tocante à formação do preço da mercadoria transacionada e à definição das modalidades de

transporte a serem utilizadas.

Comentários:

Os INCOTERMS são fórmulas que definem os direitos e obrigações

do vendedor e do comprador em um contrato de compra e venda internacional. Embora o INCOTERM influencie na determinação do preço da

mercadoria transacionada, seu objetivo não é esse. Questão errada.

37. (ACE-2002)- Os Termos Internacionais de Comércio (INCOTERMS) são fórmulas que definem direitos e obrigações das

partes em um contrato internacional de compra e venda quanto ao

Page 40: Aula 07

Comércio Internacional p/ AFRFB-2013

Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale – Aula 07

Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br 40 de 73

pagamento de fretes, seguros, embarque, desembarque, desembaraço alfandegário, entre outros.

Comentários:

Perfeita a definição dos INCOTERMS! São cláusulas que definem os direitos e as obrigações das partes em um contrato internacional de compra e

venda. Questão correta.

38. (AFRF-2000 - adaptada)- Na modalidade FOB (Free on Board) dos INCOTERMS caberá ao vendedor colocar as mercadorias à disposição

do comprador nas suas instalações ou noutro local nomeado, não desembaraçada para exportação nem embarcadas em qualquer veículo

coletor.

Comentários:

No INCOTERM FOB, cabe ao vendedor colocar as mercadorias à

disposição do vendedor à bordo do navio no porto de embarque. No INCOTERM EXW é que o vendedor colocará as mercadorias à disposição do comprador em

seu próprio estabelecimento. Questão errada.

39. (AFRF-2000 - adaptada)- Na modalidade DAT (Delivered at

Terminal) dos INCOTERMS caberá ao vendedor entregar as mercadorias no porto de desembarque nomeado, na data ou dentro do

período acordado, na maneira habitual desse porto e à bordo do navio designado pelo comprador.

Comentários:

Na modalidade DAT dos INCOTERMS, caberá ao vendedor entregar as mercadorias em um terminal designado no país de destino, já desembarcadas

do veículo transportador. Questão errada.

40. (AFRF-2000 - adaptada)- Na modalidade DAP (Delivered at Place)

dos INCOTERMS caberá ao vendedor entregar as mercadorias no porto de embarque nomeado, na data ou dentro do período acordado, na

maneira habitual desse porto e a bordo do navio designado pelo comprador.

Comentários:

Na modalidade DAP (Delivered at Place), o vendedor deverá entregar a mercadoria ao comprador em um local de destino nomeado,

ainda embarcada no veículo transportador. Esse destino poderá ser um porto, um ponto de fronteira ou até o estabelecimento do comprador. Questão

errada.

Page 41: Aula 07

Comércio Internacional p/ AFRFB-2013

Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale – Aula 07

Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br 41 de 73

41. (Analista dos Correios-2011)- Os INCOTERMS são empregados para padronizar os indicadores nacionais e internacionais de comércio,

sendo os valores das exportações convencionalmente designados na modalidade FOB (Free on Board) e os das importações na modalidade

CIF (Cost, Insurance and Freight).

Comentários:

Os INCOTERMS são usados, subsidiariamente, como forma de

padronizar as estatísticas nacionais e internacionais de comércio. Na apresentação dessas estatísticas, as importações são consideradas em base

CIF e as exportações em base FOB. Questão correta.

42. (Analista dos Correios-2011)- Na modalidade FOB, o exportador é

responsável pela mercadoria até o momento em que ela cruzar a amurada da embarcação, quando de seu embarque, sendo de

responsabilidade do importador todos os custos relativos ao frete e ao seguro.

Comentários:

A questão foi considerada correta, mas caberia recurso. Na verdade, pela versão INCOTERMS 2010, a cláusula FOB prevê que a mercadoria é

considerada entregue pelo vendedor ao comprador “a bordo do navio” no porto de embarque. Por isso, afirmamos que a questão está, na verdade, errada.

43. (Analista dos Correios-2011)- Em uma operação comercial regida

pelo termo CIF, o importador assume todos os custos e responsabilidades sobre a mercadoria desde o seu embarque até a sua

entrega no local de destino final, independentemente da modalidade de transporte selecionada.

Comentários:

Pelo INCOTERM CIF, o frete e o seguro internacionais serão de responsabilidade do exportador (e não do importador!). Questão errada.

44. (Analista dos Correios-2011)- No termo EXW (Ex Works), o vendedor se compromete a entregar a mercadoria no destino final

indicado pelo comprador sem quaisquer ônus, para este, relativos a embarque, frete e seguro.

Comentários:

Pela cláusula contratual EXW, o vendedor disponibiliza a mercadoria ao comprador no chão da fábrica. Questão errada.

Page 42: Aula 07

Comércio Internacional p/ AFRFB-2013

Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale – Aula 07

Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br 42 de 73

45. (Analista dos Correios-2011)- Como os INCOTERMS não são objeto de nenhum acordo internacional vinculante, o seu emprego em

contrato internacional de compra e venda é facultativo.

Comentários:

A utilização dos INCOTERMS é facultativa, uma vez que eles não são

objeto de nenhum acordo internacional. Os INCOTERMS são normas privadas, criadas pela Câmara de Comércio Internacional (CCI). Questão correta.

46. (AFRF-2000)-As atualizações sucessivas do Incoterms

(International Commerce Terms), desde 1936, têm ocorrido por iniciativa da CCI - Câmara de Comércio Internacional.

Comentários:

Os INCOTERMS foram criados em 1936 pela CCI e, desde essa data, foram sofrendo inúmeras alterações. Questão correta.

47. (AFRF-2000- adaptada)- Ao elaborarem o contrato de compra e venda, as partes, visando estabelecer um maior grau de compromisso

para o vendedor, escolherão, o INCOTERM DDP (Delivered Duty Paid).

Comentários:

O INCOTERM que representa maior grau de obrigações para o

vendedor (exportador) é o DDP (Delivered Duty Paid). Nesse INCOTERM, o vendedor deverá entregar as mercadorias no estabelecimento do comprador e,

ainda, arcar com os direitos aduaneiros incidentes sobre a operação. Questão correta.

48. (AFRF-2000-adaptada)- Os INCOTERMS (International Commerce

Terms) limitam-se a orientar os termos da exclusiva relação entre o vendedor e o comprador de bens tangíveis e intangíveis.

Comentários:

Os INCOTERMS são aplicáveis apenas aos contratos de compra e venda internacionais de mercadorias (bens tangíveis). Não se pode utilizar os

INCOTERMS para contratos de fornecimento de serviços (intangíveis). Questão errada.

49. (AFTN-1998 - adaptada)- A responsabilidade pela contratação do seguro para cobertura de riscos no transporte internacional de bens é

do exportador, em operações sob a modalidade CIF (Cost, Insurance and Freight).

Page 43: Aula 07

Comércio Internacional p/ AFRFB-2013

Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale – Aula 07

Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br 43 de 73

Comentários:

Na modalidade CIF, compete ao exportador (vendedor) arcar com os custos referentes ao transporte e seguro internacionais. Questão correta.

50. (AFTN-1998-adaptada)- Ao se eleger um INCOTERM para uma operação comercial, as partes definem suas obrigações respectivas na

operação, as condições de venda, a modalidade de transporte e a forma de contratação e liquidação de câmbio.

Comentários:

Ao escolher um INCOTERM, as partes definem suas obrigações em uma operação de comércio exterior com relação a seguro, transporte,

despesas com carregamento e descarregamento, desembaraço aduaneiro, etc. O INCOTERM não tem qualquer relação com a forma de contratação e

liquidação de câmbio. Questão errada.

51. (AFTN-1996)- O uso dos International Commercial Terms (INCOTERMS) é facultativo e, por conseqüência, os mesmos não

configuram norma contratual se incorporados em um contrato

internacional.

Comentários:

De fato, o uso dos INCOTERMS é facultativo. Entretanto, quando empregados em um contrato, eles adquirem valor jurídico e vinculam as

partes. Questão errada.

52. (ACE-1997)- Sob a regra do INCOTERM CFR- Exportação (Custo e

Frete), a obrigação de contratar seguro marítimo recai sobre o vendedor.

Comentários:

Na modalidade CFR, o vendedor (exportador) entrega as mercadorias ao vendedor a bordo do navio no porto de embarque e, ainda, arca com as

despesas referentes ao frete internacional. Assim, o seguro internacional, caso seja contratado, ficará por conta do importador (comprador). Questão errada.

53. (ACE-1997)- A contratação do transportador internacional sob o

regime Free on Board- FOB é de responsabilidade do exportador.

Comentários:

Na modalidade FOB, o exportador (vendedor) transfere a

responsabilidade quanto aos custos e riscos ao importador (comprador) ao

Page 44: Aula 07

Comércio Internacional p/ AFRFB-2013

Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale – Aula 07

Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br 44 de 73

entregar as mercadorias a bordo do navio no porto de embarque. Assim, a contratação do transporte internacional caberá ao importador. Questão errada.

54. (AFTN-1996)- Os International Commercial Terms (INCOTERMS)

estabelecem as condições de pagamento e a modalidade de operação cambial que regerão uma operação comercial.

Comentários:

As condições de pagamento e a modalidade de operação cambial de uma operação comercial não são definidas pelos INCOTERMS. Questão errada.

55. (Questão Inédita)- O emprego dos INCOTERMS é facultativo em um contrato de compra e venda, mas quando utilizado adquire força

contratual vinculando as partes em respeito aos princípios do pacta sunt servanda e lex inter partes.

Comentários:

Os INCOTERMS, por terem sido criados por uma organização não-governamental, não são de utilização obrigatória. No entanto, quando

vinculados a um contrato de compra e venda, vinculam as partes e têm validade jurídica em respeito aos princípios do pacta sunt servanda e lex inter

partes. Questão correta.

56. (Questão Inédita)- De acordo com o INCOTERM DEQ (versão INCOTERMS 2000), a mercadoria é entregue pelo exportador ao

importador no porto de destino designado ainda a bordo do navio. Até

esse momento, todos os custos e riscos serão suportados pelo vendedor, inclusive o frete e seguro internacional.

Comentários:

A assertiva descreve o INCOTERM DES (INCOTERMS 2000). De

acordo com a cláusula contratual DEQ (INCOTERMS 2000), a mercadoria é

considerada entregue no cais do porto de destino, ou seja, ela é desembarcada do navio. Questão errada.

57. (Questão Inédita)- A fórmula contratual CIF implica no

pagamento do frete e seguro internacional pelo exportador, mas a transferência da responsabilidade quanto aos riscos ocorre no

momento em que a mercadoria transpõe a amurada do navio.

Comentários:

De fato, quando se usa a cláusula contratual CIF, o frete e o seguro

internacional são de responsabilidade do vendedor. No entanto, a transferência

Page 45: Aula 07

Comércio Internacional p/ AFRFB-2013

Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale – Aula 07

Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br 45 de 73

da responsabilidade quanto aos riscos ocorre quando a mercadoria é entregue ao comprador a bordo do navio no porto de embarque (e não quando a

mercadoria transpõe a amurada do navio!)

Bastante atenção aqui! Pela versão INCOTERMS 2000, a questão estaria correta, pois a mercadoria era considerada entregue após transpor a

amurada do navio. No entanto, segundo a versão INCOTERMS 2010, a

mercadoria é considerada entregue a bordo do navio no porto de embarque. Questão errada.

58. (Questão Inédita)- Quando se utiliza o INCOTERM DAF (versão

INCOTERMS 2000), o vendedor deverá entregar a mercadoria ao comprador não desembarcada do veículo transportador, no ponto de

fronteira designado, mas antes da divisa alfandegária do país de destino.

Comentários:

No INCOTERM DAF (versão INCOTERMS 2000), a mercadoria é entregue pelo vendedor no ponto de fronteira alfandegado. Chamo sua atenção

para duas características do DAF que costumam ser esquecidas: a mercadoria é entregue não-desembarcada e antes da divisa alfandegária do país de

destino. Questão correta.

59. (Questão Inédita)- São permitidas em um contrato de compra e

venda adições ou exclusões de obrigações previstas nos INCOTERMS 2010.

Comentários:

Os INCOTERMS, por não serem normas públicas, admitem adições ou exclusões de responsabilidade às fórmulas previstas, a critério das partes

contratantes. Questão correta.

60. (Questão Inédita)- Na fórmula contratual CIF, a responsabilidade pelos danos e riscos é transferida ao comprador no momento em que

as mercadorias chegam ao porto de destino, já que, por meio desse INCOTERM, o exportador compromete-se a contratar o frete e o seguro

internacional.

Comentários:

O INCOTERM CIF estabelece que o exportador deve entregar a

mercadoria ao importador a bordo do navio no porto de embarque, momento em que cessam suas responsabilidades quanto aos danos e riscos sofridos por

esta. Entretanto, apesar de transferida a sua responsabilidade nesse momento

Page 46: Aula 07

Comércio Internacional p/ AFRFB-2013

Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale – Aula 07

Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br 46 de 73

ao importador, o exportador deve arcar com as despesas referentes ao frete e seguro internacionais. Questão errada.

61. (Questão Inédita)- A utilização dos INCOTERMS nos contratos

internacionais de compra e venda, embora não seja obrigatória, vincula os contratantes em virtude dos princípios internacionalmente

aceitos do pacta sunt servanda e lex inter partes.

Comentários:

Os INCOTERMS são de utilização facultativa. No entanto, quando há

menção a um destes em um contrato de compra e venda, eles passam a ter validade legal, ou seja, vinculam as partes contratantes. Questão correta.

62. (Questão Inédita)- São admissíveis adições ou exclusões de responsabilidade aos INCOTERMS originalmente previstos pela Câmara

de Comércio Internacional.

Comentários:

Realmente há essa flexibilidade quanto à adoção dos INCOTERMS,

permitindo que as partes contratantes adicionem ou excluam responsabilidades às fórmulas já previstas pela Câmara de Comércio Internacional. Questão

correta.

63. (Questão Inédita)- Nada impede que os INCOTERMS sejam aplicados aos contratos de prestação de serviços.

Comentários:

Os INCOTERMS somente se aplicam aos contratos de compra e venda de mercadorias. Questão errada.

64. (Questão Inédita)- Os INCOTERMS limitam-se a orientar os termos da relação entre o vendedor e o comprador de bens tangíveis.

Comentários:

Os INCOTERMS podem ser usados em contratos internacionais de compra e venda de mercadorias. Os serviços são intangíveis e a eles não se

aplicam os INCOTERMS. Questão correta.

65. (Questão Inédita)- Ao proceder à escolha do INCOTERM para uma operação específica, os importadores e exportadores deverão observar

as especificidades da legislação interna de seus países.

Comentários:

Page 47: Aula 07

Comércio Internacional p/ AFRFB-2013

Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale – Aula 07

Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br 47 de 73

Ao eleger o INCOTERM aplicável a uma operação, exportadores e importadores deverão observar se este é compatível com a legislação interna

de seus países. Questão correta.

66. (Questão Inédita)- Os chamados contratos de partida são aqueles baseados nos INCOTERMS do grupo “E”, “F” e “C”. Por sua vez, os

contratos de chegada são aqueles baseados nos INCOTERMS do grupo

“D”.

Comentários:

Os contratos de partida são os do grupo E, F e C; os contratos de chegada são os do grupo D. Questão correta.

67. (Questão Inédita)- Os INCOTERMS não são normas públicas e, portanto, são de utilização facultativa. No entanto, quando vinculados

a um contrato passam a ter validade jurídica.

Comentários:

Os INCOTERMS são de utilização facultativa, mas passam a ter

validade legal quando vinculados a um contrato internacional de compra e venda. Questão correta.

68. (Questão Inédita)- A modalidade EXW (Ex works) do INCOTERMS

2010 representa o mínimo de obrigação para o vendedor, ao passo que a modalidade DDP (Delivery Duty Paid) representa o máximo de

obrigações para este.

Comentários:

Esse enunciado é bastante importante! O INCOTERM EXW é o que

representa o grau mínimo de obrigações para o vendedor e o máximo de obrigações para o comprador. O INCOTERM DDP, por sua vez, é o que

representa o grau máximo de obrigações para o vendedor e o mínimo de

obrigações para o comprador. Questão correta.

69. (Questão Inédita)- Quando é definido um INCOTERM, as partes estabelecem a modalidade de transporte e a forma de contratação e

liquidação do câmbio.

Comentários:

A forma de contratação e liquidação do câmbio não tem nada a ver

com os INCOTERMS, os quais se limitam a fixar os direitos e obrigações do exportador e importador em uma operação de comércio exterior no que se

Page 48: Aula 07

Comércio Internacional p/ AFRFB-2013

Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale – Aula 07

Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br 48 de 73

refere a despesas com frete e seguro interno e internacional, desembaraço aduaneiro, carga e descarga de mercadorias. Questão errada.

70. (Questão Inédita)- Na modalidade FOB, o vendedor encerra suas

obrigações quando a mercadoria transpõe a amurada do navio (ship's rail) no porto de embarque indicado e, a partir daquele momento, o

comprador assume todas as responsabilidades quanto a perdas e

danos. O desembaraço para exportação é de responsabilidade do comprador.

Comentários:

A questão está errada ao afirmar que o desembaraço para exportação

fica a cargo do comprador. O desembaraço para exportação é sempre

obrigação do vendedor, com exceção do INCOTERM EXW. Já o desembaraço para importação é sempre de obrigação do comprador, com exceção do

INCOTERM DDP. Além disso, pela versão INCOTERMS 2010, a mercadoria é considerada entregue a bordo do navio no porto de embarque (e não quando

transpõe a amurada do navio).

71. (Questão Inédita)- Na modalidade CIF, o vendedor é o responsável pelo pagamento dos custos e do frete necessários para

levar a mercadoria até o porto de destino indicado. O vendedor também é responsável pelo pagamento do seguro referente ao

transporte internacional. No entanto, o valor deste é mínimo, de forma

que cabe ao comprador avaliar a necessidade de contratar cobertura complementar.

Comentários:

O termo CIF atribui ao vendedor a responsabilidade de arcar com os

custos, frete e seguro até o porto de destino. No entanto, a cobertura

contratada pelo vendedor para o seguro somente necessita ser a mínima. Nada impede que o comprador solicite ao vendedor a contratação de

coberturas suplementares, arcando, todavia, com estes custos. Questão correta.

72. (Questão Inédita)- Na modalidade DDU (versão INCOTERMS

2000), o vendedor deve colocar a mercadoria à disposição do comprador, no ponto de destino designado, sem estar desembaraçada

para importação e sem descarregamento do veículo transportador.

Comentários:

O INCOTERM DDU não existe mais na versão 2010. No entanto, à luz

da versão INCOTERMS 2000, no DDU, a mercadoria é entregue no ponto

Page 49: Aula 07

Comércio Internacional p/ AFRFB-2013

Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale – Aula 07

Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br 49 de 73

de destino designado, não desembaraçada para importação e embarcada. Questão correta.

73. (Questão Inédita)- Na modalidade DDP, o vendedor entrega a

mercadoria ao comprador desembaraçada para importação no local de destino designado.

Comentários:

No DDP, a mercadoria já é entregue pelo vendedor desembaraçada. O único gasto que o comprador terá é o de descarregar a mercadoria. Questão

correta.

74. (Questão Inédita)- Na fórmula DAT (Delivered at Terminal) dos

INCOTERMS 2010, a mercadoria considera-se entregue em um terminal localizado no país de destino, a bordo do veículo

transportador.

Comentários:

O INCOTERM DAT (Delivered at Terminal) prevê que a mercadoria

considera-se entregue em um terminal no país de destino, já desembarcada e não desembaraçada para importação. Questão errada.

75. (Questão Inédita)- Na fórmula DAP (Delivered at Place) dos

INCOTERMS 2010, as mercadorias são entregues pelo vendedor a bordo do veículo transportador num local nomeado, que poderá ser um

porto, ponto de fronteira ou até mesmo o estabelecimento do

comprador.

Comentários:

Isso é exatamente o que prevê o INCOTERM DAP (Delivered at Place)! Essa modalidade substituiu os seguintes INCOTERMS da versão 2000:

DES (mercadoria entregue a bordo do navio), DAF (entregue no ponto de

fronteira) e DDU (entregue no estabelecimento do comprador). Perceba, caro amigo, que o DAP pode desempenhar as funções desses 3 (três) INCOTERMS.

Questão correta.

76. (Questão Inédita)- Os INCOTERMS podem ser usados em contratos de compra e venda internacionais e domésticos.

Comentários:

A versão INCOTERMS 2010 dispõe expressamente que os INCOTERMS podem ser usados em contratos de compra e venda internacionais

e domésticos. Questão correta.

Page 50: Aula 07

Comércio Internacional p/ AFRFB-2013

Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale – Aula 07

Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br 50 de 73

77. (Questão Inédita)- Em virtude de o vendedor estrangeiro não dispor de condições legais para providenciar o desembaraço para

entrada de bens do País, o DDP não pode ser utilizado na importação brasileira, devendo ser escolhido o DAT ou DAP no caso de preferência

por condição disciplinada pela CCI.

Comentários:

Segundo a Resolução CAMEX nº 21/2011, o DDP não pode ser

utilizado nas importações brasileiras, uma vez que o exportador não possui condições legais para realizar o desembaraço de importação. Questão correta.

78. (Questão Inédita)- Em virtude de o comprador estrangeiro não

dispor de condições legais para providenciar o desembaraço para saída

de bens do País, fica subentendido que esta providência é adotada pelo vendedor, sob suas expensas e riscos, no caso da exportação

brasileira.

Comentários:

No Brasil, o desembaraço aduaneiro de exportação não pode ser

realizado pelo comprador estrangeiro, em virtude de disposições legais. Logo, mesmo quando for utilizado o INCOTERM EXW, o desembaraço aduaneiro de

exportação será realizado pelo vendedor. Isso é o que prevê a Resolução CAMEX nº 21/2011. Questão correta.

79. (Questão Inédita)- A utilização dos INCOTERMS não modifica as

responsabilidades legais das pessoas envolvidas nas operações de exportação e de importação perante as autoridades administrativas.

Comentários:

De acordo com o art. art. 3º da Resolução CAMEX nº 21/2011, “a utilização das condições de venda previstas nesta Resolução não modifica as

responsabilidades legais das pessoas envolvidas nas operações de exportação e de importação perante as autoridades administrativas”. Questão correta.

80. (Questão Inédita)- A legislação brasileira de comércio exterior reconhece a possibilidade de que, em uma operação de exportação ou

importação, sejam utilizadas outras condições de venda não previstas na versão INCOTERMS 2010, como o C+F (Cost Plus Freight) e o C+I

(Cost Plus Insurance).

Comentários:

Page 51: Aula 07

Comércio Internacional p/ AFRFB-2013

Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale – Aula 07

Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br 51 de 73

A Resolução CAMEX nº 21/2011 reconhece a possibilidade de que sejam usadas, nas operações de comércio exterior brasileiras, outras condições

de venda além das previstas no INCOTERMS 2010. Questão correta.

81. (Ceará Portos-2004)- INCOTERMS são regras a serem utilizadas nas transações comerciais internacionais que definem, dentro da

estrutura de um contrato de compra e venda de mercadorias, os

direitos e obrigações do comprador e vendedor, estabelecendo um conjunto padrão de definições e critérios a serem respeitados.

Comentários:

Os INCOTERMS são regras que definem as responsabilidades de

compradores e vendedores em um contrato internacional de compra e venda.

Questão correta.

82. (Ceará Portos-2004)-As regras estabelecidas pelos INCOTERMS são válidas não somente para as negociações entre os importadores e

exportadores, como também para aquelas levadas a efeito entre outros atores envolvidos no processo, como despachantes,

seguradoras e transportadores.

Comentários:

Os INCOTERMS dizem respeito apenas às obrigações de exportadores

e importadores (vendedores e compradores) em um contrato internacional de compra e venda. As responsabilidades dos outros atores envolvidos em uma

operação de comércio exterior não são reguladas pelos INCOTERMS. Questão errada.

83. (Ceará Portos-2004)- Os INCOTERMS compreendem um conjunto de 15 siglas que traduzem os critérios que deverão nortear um dado

processo de compra e venda de mercadoria.

Comentários:

Na versão INCOTERMS 2010, há 11 cláusulas contratuais diferentes

(11 siglas diferentes). Questão errada.

84. (Ceará Portos-2004)- FOB (Free on Board), CIF (Cost, Insurance and Freight), FAS (Free Alongside Ship) e DDU (Delivered Duty

Unpaid) são alguns dos termos que podem ser empregados, como INCOTERMS, nos contratos de compra e venda de mercadorias.

Comentários:

Page 52: Aula 07

Comércio Internacional p/ AFRFB-2013

Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale – Aula 07

Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br 52 de 73

Questão bem tranqüila! Ela relaciona algumas das cláusulas contratuais dos INCOTERMS. Cabe ressaltar que a cláusula DDU não existe

mais na versão INCOTERMS 2010. Questão correta.

85. (Ceará Portos-2004)- De acordo com o INCOTERM EXW (Ex Works) o exportador encerra sua participação no negócio quando

acondiciona a mercadoria na embalagem de transporte. Ou seja, a

entrega da mercadoria se dá na porta da fábrica ou depósito, não se responsabilizando o vendedor sequer pelo seu carregamento no meio

de transporte utilizado.

Comentários:

Segundo a cláusula contratual EXW, a mercadoria é considerada

entregue pelo vendedor ao comprador no chão da fábrica, ou seja, as obrigações do vendedor se encerram no momento em que ele acondiciona a

mercadoria na embalagem de transporte. Nem mesmo o carregamento da mercadoria é responsabilidade do vendedor. Questão correta.

86. (Ceará Portos-2004)- O INCOTERM FAS (Free Alongside Ship)

indica que o vendedor tem a obrigação de colocar a mercadoria ao longo do convés do navio no porto de embarque, ou seja, todo o custo

e o risco de estivagem da carga a bordo fica sob a responsabilidade do vendedor.

Comentários:

Pela cláusula contratual FAS, a mercadoria é considerada entregue pelo vendedor ao comprador ao lado do costado do navio no porto de

embarque. As despesas com a colocação da mercadoria a bordo do navio, assim como o risco dessa operação, ficam sob a responsabilidade do

comprador. Questão errada.

87. (Ceará Portos-2004)- Uma vez agregados aos contratos de

compra e venda, os INCOTERMS passam a ter força legal, com significado jurídico preciso e efetivamente determinado.

Comentários:

Os INCOTERMS são de utilização facultativa. No entanto, quando previstos em um contrato de compra e venda, passam a ser juridicamente

vinculantes. Questão correta.

88. (Ceará Portos-2004)- Os INCOTERMS são também denominados cláusulas de preço pelo fato de cada termo designar os elementos que

compõem o preço da mercadoria e o transporte da mesma até o porto

de embarque.

Page 53: Aula 07

Comércio Internacional p/ AFRFB-2013

Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale – Aula 07

Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br 53 de 73

Comentários:

De fato, os INCOTERMS são também denominados cláusulas de preço, uma vez que cada termo influencia na composição de preços de uma

mercadoria. A questão, todavia, está errada ao dizer que os INCOTERMS designam os elementos de transporte da mercadoria até o porto de embarque.

Na verdade, essa é uma visão restrita! Os INCOTERMS definem as

responsabilidades do vendedor e comprador em relação ao transporte. Mas ao definirem isso, determinam onde deve ser a entrega da mercadoria ao

comprador (porto de embarque, porto de destino, estabelecimento do comprador, terminal no país de destino, etc). Questão errada.

89. (Petrobrás-2007)- Na fórmula EXW (Ex Works), a mercadoria é

entregue no estabelecimento do comprador.

Comentários:

Pela cláusula EXW, a mercadoria é considerada entregue no

estabelecimento do vendedor. Questão errada.

90. (Petrobrás-2007)- De acordo com a condição FAS (Free Alongside

Ship), são de responsabilidade do comprador todas as despesas que forem efetuadas até o momento da colocação da mercadoria, liberada

para exportação, no cais do porto de embarque, ao lado do costado do navio, no seu ponto de atracação.

Comentários:

Na cláusula FAS, todas as despesas incorridas até o momento da colocação da mercadoria, liberada para exportação, ao lado do navio no porto

de embarque, são de responsabilidade do vendedor. Questão errada.

91. (Petrobrás-2007)- A responsabilidade do vendedor por todas as despesas, riscos e danos que ocorrerem até a colocação da mercadoria

a bordo do navio indicado pelo comprador é característica da condição FOB.

Comentários:

De fato, na condição contratual FOB, o vendedor é responsável por todas as despesas, riscos e danos que ocorrerem até a colocação da

mercadoria a bordo do navio no porto de embarque. Questão correta.

92. (Petrobrás-2007)-De acordo com a condição FOB, é

responsabilidade do comprador contratar e pagar o valor do frete bem como pagar todos os impostos cobrados em razão da exportação.

Page 54: Aula 07

Comércio Internacional p/ AFRFB-2013

Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale – Aula 07

Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br 54 de 73

Comentários:

De acordo com a cláusula FOB, a contratação do frete internacional é de responsabilidade do comprador. No entanto, o desembaraço de exportação

e, consequentemente, o pagamento dos impostos na exportação, é de responsabilidade do exportador. Questão errada.

93. (Petrobrás-2007)- No caso de emprego da fórmula CFR (Cost and Freight), correm por conta do vendedor as despesas relativas à

colocação da mercadoria a bordo do navio e o valor do frete até o porto de destino.

Comentários:

Na fórmula contratual CFR, o vendedor disponibiliza as mercadorias ao comprador a bordo do navio no porto de embarque e, adicionalmente, arca

com o valor do frete internacional. Questão correta.

94. (Petrobrás-2007)- De acordo com a cláusula CIF (Cost, Insurance anda Freight), o vendedor é responsável pela emissão e pelo

pagamento das custas referentes à obtenção de documentos que,

emitidos no país de origem ou no de embarque, são necessários para a entrada da mercadoria no país de destino.

Comentários:

Questão difícil! Na cláusula contratual CIF, o desembaraço aduaneiro

de exportação é de responsabilidade do exportador, ao passo que o

desembaraço aduaneiro de importação é de responsabilidade do importador. Logo, pode-se concluir que somente cabe ao vendedor a emissão e o

pagamento de custas referentes aos documentos necessários para o desembaraço de exportação. Questão errada.

95. (CODESP-SP- 2011)- Em contratos com cláusula de entrega FOB

(Free on Board), a mercadoria será entregue no navio escolhido pelo vendedor e os produtos serão considerados entregues quando

cruzarem a amurada do navio que os transportará.

Comentários:

Na cláusula FOB, a mercadoria é considerada entregue pelo vendedor

a bordo do navio escolhido pelo comprador. Questão errada.

96. (CODESP-SP- 2011)- As empresas importadoras brasileiras

podem efetuar operações de importação com máxima segurança se utilizarem contratualmente a condição de entrega DDP.

Page 55: Aula 07

Comércio Internacional p/ AFRFB-2013

Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale – Aula 07

Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br 55 de 73

Comentários:

Conforme prevê a Resolução CAMEX nº 21/2011, nas importações brasileiras não se pode utilizar a condição de entrega DDP. Questão errada.

97. (CODEVASF-2003- adaptada)- Na cláusula contratual FAS (Free Alongside Ship), o vendedor deve arcar com todos os riscos de perda

ou dano até a entrega das mercadorias ao lado do navio no porto de embarque nomeado.

Comentários:

Na cláusula contratual FAS, o vendedor deve disponibilizar as mercadorias ao lado do navio no porto de embarque. Logo, todos os custos e

riscos até esse momento são de responsabilidade do vendedor. Questão correta.

98. (CODEVASF-2003- adaptada)- Na cláusula contratual CIF (Cost,

Insurance and Freight), o vendedor deve obter, à sua própria custa, o seguro da carga e entregar as mercadorias ao comprador, já

desembaraçadas para a importação.

Comentários:

Na condição CIF, o seguro internacional é de responsabilidade do

vendedor. No entanto, o desembaraço de importação é responsabilidade do comprador. Questão errada.

99. (CODEVASF-2003- adaptada)- Na cláusula contratual DDP (Delivery Duty Paid), o vendedor deve entregar as mercadorias ao

comprador, no local de destino nomeado, já desembaraçadas para importação, mas não desembarcadas.

Comentários:

Na cláusula DDP, o vendedor entrega as mercadorias ao comprador no local de destino designado, já desembaraçada para importação, mas ainda

embarcada no veículo transportador. Questão correta.

100. (CODEVASF-2003- adaptada)- Na cláusula contratual FOB (Free on Board), o vendedor deve entregar as mercadorias, ultrapassada a

amurada do navio, já desembaraçadas para exportação.

Comentários:

Page 56: Aula 07

Comércio Internacional p/ AFRFB-2013

Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale – Aula 07

Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br 56 de 73

Na condição FOB, o vendedor entrega as mercadorias ao comprador a bordo do navio no porto de embarque (e não quando estas ultrapassam a

amurada do navio!). Questão errada.

QUESTÕES COMENTADAS

1. (ACE-2012) Considerando a Convenção das Nações Unidas sobre

Contratos Internacionais de Compra e Venda de Mercadorias, julgue as assertivas abaixo e assinale a opção correta.

a) A Convenção aplica-se aos contratos internacionais privados de compra e venda de mercadorias, estando aqueles que envolvam entes governamentais

sujeitos à normativa da Organização Mundial do Comércio.

b) A Convenção consagra o princípio da liberdade contratual nos contratos de compra e venda internacional de mercadorias ao reconhecer a possibilidade de

que, mediante desejo das partes, seja a sua aplicação excluída, derrogadas suas disposições ou alterados seus efeitos.

c) Dados o alcance e natureza dos contratos firmados sob sua égide e seus efeitos jurídicos no campo internacional, a Convenção proíbe a celebração de

contratos informais e dispõe sobre a necessidade de instrumento escrito para a formação do contrato.

d) A Convenção estipula normas que determinam as obrigações do vendedor e

em relação aos termos e condição de entrega da mercadoria transacionada,

mas não alcança questões relacionadas à qualidade e condições de uso ou consumo da mesma.

e) A Convenção é aplicada aos contratos celebrados entre pessoas jurídicas de

natureza comercial e não alcança transações entre entes civis e aquelas envolvendo mercadorias transacionadas para uso pessoal, familiar ou

doméstico.

Comentários:

Letra A: errada. A CVIM se aplica a qualquer tipo de contrato

internacional de compra e venda, sendo irrelevante o caráter civil ou comercial das partes contratuais. Assim, mesmo contratos que envolvam

entes governamentais, serão regulados pela CVIM.

Letra B: correta. Pelo princípio da autonomia da vontade, previsto

no art. 6º da CVIM, as partes contratuais podem excluir a aplicação da Convenção de Viena a um contrato de compra e venda, assim como derrogar

qualquer de suas disposições ou modificar-lhe os efeitos.

Page 57: Aula 07

Comércio Internacional p/ AFRFB-2013

Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale – Aula 07

Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br 57 de 73

Letra C: errada. Um dos princípios da CVIM é o da informalidade.

Letra D: errada. O vendedor tem a obrigação de entregar mercadorias que pela quantidade, qualidade e tipo correspondam às previstas

no contrato e que tenham sido embaladas ou acondicionadas de acordo com a forma prevista no contrato.

Letra E: errada. A aplicação da CVIM independe do caráter civil ou comercial das partes contratuais.

2. (ACE-2012) O termo de comércio que implica compromisso

mínimo para o vendedor, restringido-o à entrega da mercadoria ao comprador em sua propriedade ou em outro local designado, não

desembaraçada para exportação e não embarcada em qualquer veículo

coletor é:

a) Free Carrier (FCA).

b) Free on Board (FOB).

c) Delivered Ex-Ship (DES).

d) Ex Works (EXW).

e) Carriage Paid To (CPT).

Comentários:

O INCOTERM que implica compromisso mínimo para o vendedor é o EXW. A resposta é, portanto, a letra D.

3. (AFRFB/2012) Assinale a opção correta.

a) A Convenção das Nações Unidas sobre Contratos de Compra e Venda Internacional de Mercadorias (CISG) teve impacto relevante na jurisprudência

brasileira após sua ratificação pelo Brasil em 1980.

b) A Nomenclatura Comum do Mercado Comum do Sul (MERCOSUL) pode ser

alterada pela Secretaria de Comércio Exterior (SECEX), na forma autorizada pelo Conselho de Comércio do Mercosul.

c) A CISG adota o princípio do interesse público, afastando o princípio de

autonomia da vontade das partes.

d) Os Termos Internacionais de Comércio, ou INCOTERMS 2010, publicados

pela Câmara de Comércio Internacional, estabelecem a distribuição de custos para entrega da mercadoria.

Page 58: Aula 07

Comércio Internacional p/ AFRFB-2013

Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale – Aula 07

Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br 58 de 73

e) As INCOTERMS 2010 estabelecem regras apenas para as modalidades de transporte marítima e aérea.

Comentários:

Letra A: errada. Em 1980, a Convenção de Viena sobre o Contrato de Compra e Venda Internacional foi assinada. O Brasil aderiu à Convenção

somente em março de 2013.

Letra B: errada. A alteração da NCM compete à CAMEX, na forma autorizada pelos órgãos decisórios do MERCOSUL.

Letra C: errada. A Convenção de Viena sobre o Contrato de Compra e Venda Internacional tem como um de seus princípios fundamentais o do

autonomia da vontade.

Letra D: correta. De fato, os INCOTERMS estabelecem a distribuição de custos e responsabilidades entre vendedor e comprador em um contrato de

compra e venda de mercadorias. Os INCOTERMS são administrados pela Câmara de Comércio Internacional.

Letra E: errada. Os INCOTERMS podem ser utilizados qualquer que seja a modalidade de transporte empregada.

4. (Questão Inédita)- Assinale a alternativa correta sobre a

Convenção de Viena sobre o Contrato de Compra e Venda Internacional (CVIM):

a) A CVIM visa a regular os efeitos que o contrato pode ter sobre a propriedade das mercadorias vendidas.

b) A CVIM prevê que o contrato de compra e venda internacional deverá ser

concluído por escrito, com o objetivo de garantir um “formalismo mínimo” para as relações comerciais.

c) A CVIM aplica-se aos contratos de compra e venda de mercadorias celebrados entre partes que tenham o seu estabelecimento em Estados

diferentes, quando estes Estados sejam Estados contratantes, ou quando as regras de direito internacional privado conduzam à aplicação da lei de um

Estado contratante.

d) Pelas regras da CVIM, o contrato de compra e venda reputa-se constituído

no momento em que a proposta chega ao seu destinatário, tornando-se, então, eficaz.

Page 59: Aula 07

Comércio Internacional p/ AFRFB-2013

Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale – Aula 07

Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br 59 de 73

e) A ratificação da CVIM por um Estado obriga que todas as empresas que nele tenham estabelecimento utilizem as regras da Convenção em seus contratos

de compra e venda.

Comentários:

Letra A: errada. A CVIM não diz respeito à validade do contrato ou de

qualquer das suas cláusulas e aos efeitos que o contrato pode ter sobre a propriedade das mercadorias vendidas.

Letra B: errada. Segundo a CVIM, o contrato não precisa ser

concluído por escrito.

Letra C: correta. Essas são as duas hipóteses de aplicação da

CVIM: i) quando o contrato tiver sido celebrado entre partes que tenham o seu estabelecimento em Estados diferentes, quando estes Estados sejam

Estados contratantes; ou ii) quando as regras de direito internacional privado conduzam à aplicação da lei de um Estado contratante

Letra D: errada. O contrato de compra e venda reputa-se constituído

quando a aceitação da proposta se torna eficaz.

Letra E: errada. Não há obrigatoriedade de que as empresas que

tenham estabelecimento em Estados contratantes da CVIM adotem as regras dessa convenção em seus contratos de compra e venda de mercadorias,

Predomina o princípio da autonomia da vontade.

Page 60: Aula 07

Comércio Internacional p/ AFRFB-2013

Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale – Aula 07

Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br 60 de 73

LISTA DE QUESTÕES Nº 01

1. (AFTN-1998 - adaptada)- O contrato de compra e venda internacional é classificado, juridicamente, como consensual, bilateral,

oneroso, comutativo e típico.

2. (AFRF-2003) - Nos contratos internacionais de compra e venda, a

diferença entre cláusula de força maior e a cláusula de hardship reside

em que na primeira, a circunstância é imprevista mas evitável, enquanto que na segunda é imprevista e inevitável; na primeira, o

contrato se torna exequível e na segunda, inexequível.

3. (AFRF-2003)- Nos contratos internacionais de compra e venda, a

cláusula de força maior e a cláusula de hardship se referem a circunstâncias imprevisíveis e inevitáveis. Todavia, enquanto a

primeira tem a ver com circunstâncias que impossibilitam a execução contratual; a segunda diz respeito a circunstâncias que tornam o

contrato substancialmente mais oneroso, porém exeqüível.

4. (Questão Inédita)- A bid bond é uma garantia presente em

contratos internacionais que é executada quando uma empresa, tendo realizado uma proposta comercial e sido vencedora de uma seleção, se

recuse a formalizá-la mediante celebração de um contrato.

5. (Questão Inédita)- A supply bond é utilizável nos contratos de

prestação de serviços e de venda de mercadorias.

6. (Questão Inédita)- A refundment bond é executada sempre que um serviço não é prestado a contento do seu tomador ou ainda quando

a mercadoria fornecida não atende às especificações previstas no contrato.

7. (Questão Inédita)- A performance bond será executada no contrato de compra e venda de mercadorias quando a mercadoria não

for entregue, somente podendo ser exigida pelo contratante para que o contratado a apresente.

8. (AFRF-2002.2)- A modalidade de crédito documentário através do qual, na eventualidade de inadimplência ou recusa do comprador

(importador), seja formalizada uma garantia bancária internacional, normalmente no valor de 20% (vinte por cento) da operação em favor

do vendedor (exportador) como forma de ressarcimento de despesas incorridas pela não-quitação do Draft at Sight, é identificada como

performance bond.

9. (CODESP-SP-2011)- A redação da cláusula de força maior é igual em todos os contratos, pois é estabelecida pela Câmara de Comércio

Internacional.

Page 61: Aula 07

Comércio Internacional p/ AFRFB-2013

Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale – Aula 07

Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br 61 de 73

10. (CODESP-SP-2011)- Objetivando regular modificações imprevisíveis que possam gerar desequilíbrios econômicos entre as

partes, podem ser inseridas nos contratos de compra e venda internacionais cláusulas hardship.

11. (CODESP-SP-2011)- Nos contratos estabelecidos com intervenção de empresas brasileiras, o fórum competente para resolver eventuais

litígios, advindos do contrato, deverá estar situado no Brasil, independente da nacionalidade do outro outorgante.

12. (AFRFB-2009)- A Convenção de Viena sobre contratos de Compra e Venda Internacional de Mercadorias (CVIM) é instrumento jurídico

que vincula Estados Nacionais em torno do objetivo de harmonizar

internacionalmente as fórmulas que definem as obrigações e direitos dos exportadores e importadores em torno da comercialização de um

bem internacionalmente.

13. (AFRFB-2009)- A Convenção de Viena sobre contratos de Compra

e Venda Internacional de Mercadorias (CVIM), firmada no âmbito da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento

(UNCTAD), estabelece procedimentos padrões para a celebração de contratos comerciais internacionais entre agentes privados.

14. (AFRFB-2009)- A Convenção de Viena sobre contratos de Compra e Venda Internacional de Mercadorias (CVIM), celebrada no âmbito da

Câmara Internacional de Comércio (CCI), é instrumento de direito privado que rege os atos administrativos e jurídicos que envolvem a

transferência da propriedade da mercadoria transacionada internacionalmente.

15. (AFRFB-2009)- A Convenção de Viena sobre contratos de Compra

e Venda Internacional de Mercadorias (CVIM), firmada no âmbito das Nações Unidas, uniformiza as regras sobre compra e venda de

mercadorias, envolvendo aspectos como transporte, seguro, transferência de riscos, propriedade industrial, pagamentos e

indenizações por não cumprimento de obrigações, mercadoria avariada, danos e prejuízos.

16. (Questão Inédita)- Na interpretação dos institutos jurídicos definidos pela Convenção de Viena sobre o Contrato de Compra e

Venda Internacional (CVIM), o hermeneuta deve abstrair-se do sentido que lhes é dado pelos ordenamentos jurídicos nacionais, levando em

consideração o caráter internacional da referida Lei Modelo.

17. (Questão Inédita)- Nos termos da CVIM, o caráter internacional

de um contrato de compra e venda de mercadorias independe do local dos estabelecimentos das partes contratuais.

Page 62: Aula 07

Comércio Internacional p/ AFRFB-2013

Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale – Aula 07

Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br 62 de 73

18. (Questão Inédita)- Nos termos da CVIM, considera-se concluído um contrato de compra e venda internacional de mercadorias quando a

proposta comercial torna-se eficaz.

19. (Questão Inédita)- A CVIM é utilizada para regular contratos

internacionais de compra e venda de bens tangíveis, inclusive quando o comprador fornecer uma parte essencial dos elementos materiais

necessários para a produção desses bens.

20. (Questão Inédita)- Nos termos da CVIM, são considerados de

compra e venda os contratos de fornecimento de mercadorias a fabricar ou a produzir, a menos que o contratante que as encomende

tenha de fornecer uma parte essencial dos elementos materiais

necessários para o fabrico ou produção.

21. (ACE-2008)- Apesar de amplamente disseminado, é facultativo o

emprego dos INCOTERMS na celebração de um contrato de comércio exterior; mas, uma vez acordado o seu uso, o termo escolhido adquire

força contratual, definindo, então, a repartição dos custos e os direitos e as obrigações das partes em relação às condições de entrega e

transferência de propriedade da mercadoria objeto do contrato.

22. (TRF-2005-adaptada)- De acordo com a versão INCOTERMS-

2010, na fórmula contratual EXW, a obrigação básica do vendedor consiste em disponibilizar a mercadoria no seu próprio

estabelecimento, para que então transfira a responsabilidade sobre ela para o comprador.

23. (TRF-2005-adaptada)- De acordo com a versão INCOTERMS-2010, na fórmula contratual FOB, cabe ao vendedor arcar com todas as

despesas até o momento em que a mercadoria é colocada a bordo do

navio indicado pelo comprador, no porto de embarque.

24. (TRF-2005-adaptada)- De acordo com a versão INCOTERMS-

2010, na fórmula contratual CIF, o vendedor apenas tem a responsabilidade de disponibilizar a mercadoria a bordo do navio

indicado pelo comprador no porto de embarque e arcar com o frete até o porto de destino.

25. (TRF-2005-adaptada)- De acordo com a versão INCOTERMS-2010, na fórmula contratual DAT, compete ao vendedor entregar a

mercadoria ao transportador indicado pelo comprador, no local determinado, momento a partir do qual a responsabilidade pelo bem

corre por conta do comprador.

26. (TRF-2005-adaptada)- De acordo com a versão INCOTERMS-

2010, na fórmula contratual FCA, compete ao vendedor arcar com todas as despesas, incluindo a liberação para a exportação, até o

Page 63: Aula 07

Comércio Internacional p/ AFRFB-2013

Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale – Aula 07

Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br 63 de 73

momento em que a mercadoria é colocada ao lado do costado do navio, no porto de embarque.

27. (AFRF-2003- adaptada) - Em relação aos contratos internacionais de venda celebrados por brasileiros, devem ser celebrados com a

adoção dos Incoterms, Revisão 2010, devendo o preço ser o corrente no mercado internacional para o prazo pactuado, o qual deve seguir as

praxes comerciais internacionais de acordo com as peculiaridades do produto, podendo variar de pagamento a vista até 180 dias da data do

embarque, sendo consideradas financiadas as vendas com prazo de pagamento superior a 180 dias.

28. (AFRF-2003) - Os Incoterms 2010 (International Commercial

Terms / Termos Internacionais do Comércio), conjunto de regras internacionais que estabelecem um padrão de definições de caráter

uniformizador, são 13 termos, representados por siglas de três letras, distribuídos em 4 grupos identificados pelas letras E, F, C, D, que vão

da obrigação mínima para o exportador à obrigação máxima para o exportador, alguns dos quais são aplicáveis apenas a determinado

modal de transporte.

29. (AFRF-2003-adaptada) - Os Incoterms (International Commercial

Terms) são administrados pela OMC (Organização Mundial do Comércio) e divulgados pela Câmara de Comércio Internacional;

atualmente está em vigor a Revisão 2000, que trouxe pequenas mudanças em relação aos Incoterms 1990; obrigam apenas o

exportador e o importador que os adotarem, tendo os contratantes liberdade de especificar alterações ou aditamentos.

30. (AFRF-2003-adaptada)- São publicados e revistos pela Câmara de

Comércio Internacional; atualmente está em vigor a Revisão 2010, que trouxe algumas mudanças em relação aos Incoterms 2000; obrigam

apenas o exportador e o importador que os adotarem, não tendo os contratantes liberdade de especificar alterações ou aditamentos.

31. (AFRF-2002.2 - adaptada) - Os INCOTERMS contêm em seu bojo cláusulas padronizadas que, na essência, resumem, definem e

simplificam um contrato internacional de compra e venda.

32. (AFRF-2002.2 - adaptada) - Nos INCOTERMS versão 2010,

evidenciando contratos de partida (embarque) a correspondência é com os termos “E” e “D”.

33. (AFRF 2002.1 - adaptada) - Numa operação de compra e venda internacional foi adotada, pelo comprador e vendedor, a cláusula

Incoterms-2000, DES - Delivered Ex-Ship (Entregue a partir do navio). Por essa cláusula, os bens são colocados à disposição do comprador a

Page 64: Aula 07

Comércio Internacional p/ AFRFB-2013

Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale – Aula 07

Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br 64 de 73

bordo do navio e no porto de destino, não desembaraçados para importação.

34. (AFRF 2002.1- adaptada) - Num determinado contrato de compra e venda internacional foi adotada a cláusula Incoterms EXW - Ex works

(significando Na Origem). Por essa cláusula, o vendedor entrega as mercadorias quando ele as coloca à disposição do comprador, no porto

de embarque designado, não desembaraçados para exportação e não carregados em qualquer veículo coletor.

35. (AFRF 2002.1 - adaptada) - Numa compra e venda internacional, vendedor e comprador conveniaram determinada cláusula Incoterms-

2010, através da qual ficou acertado que as mercadorias serão

entregues pelo vendedor ao comprador a bordo do navio no porto de embarque e já desembaraçados para exportação. A partir desse

momento o comprador arca com todos os custos e riscos, de perda ou dano às mercadorias, inclusive contrato de transporte. A cláusula

conveniada FOB - Free on Board (Livre à bordo).

36. (ACE-2002)- Os Termos Internacionais de Comércio

(INCOTERMS) são um conjunto de regras e técnicas que orientam uma operação de compra e venda internacional no tocante à formação do

preço da mercadoria transacionada e à definição das modalidades de transporte a serem utilizadas.

37. (ACE-2002)- Os Termos Internacionais de Comércio (INCOTERMS) são fórmulas que definem direitos e obrigações das

partes em um contrato internacional de compra e venda quanto ao pagamento de fretes, seguros, embarque, desembarque, desembaraço

alfandegário, entre outros.

38. (AFRF-2000 - adaptada)- Na modalidade FOB (Free on Board) dos INCOTERMS caberá ao vendedor colocar as mercadorias à disposição

do comprador nas suas instalações ou noutro local nomeado, não desembaraçada para exportação nem embarcadas em qualquer veículo

coletor.

39. (AFRF-2000 - adaptada)- Na modalidade DAT (Delivered at

Terminal) dos INCOTERMS caberá ao vendedor entregar as mercadorias no porto de desembarque nomeado, na data ou dentro do

período acordado, na maneira habitual desse porto e à bordo do navio designado pelo comprador.

40. (AFRF-2000 - adaptada)- Na modalidade DAP (Delivered at Place) dos INCOTERMS caberá ao vendedor entregar as mercadorias no porto

de embarque nomeado, na data ou dentro do período acordado, na maneira habitual desse porto e a bordo do navio designado pelo

comprador.

Page 65: Aula 07

Comércio Internacional p/ AFRFB-2013

Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale – Aula 07

Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br 65 de 73

41. (Analista dos Correios-2011)- Os INCOTERMS são empregados para padronizar os indicadores nacionais e internacionais de comércio,

sendo os valores das exportações convencionalmente designados na modalidade FOB (Free on Board) e os das importações na modalidade

CIF (Cost, Insurance and Freight).

42. (Analista dos Correios-2011)- Na modalidade FOB, o exportador é

responsável pela mercadoria até o momento em que ela cruzar a amurada da embarcação, quando de seu embarque, sendo de

responsabilidade do importador todos os custos relativos ao frete e ao seguro.

43. (Analista dos Correios-2011)- Em uma operação comercial regida

pelo termo CIF, o importador assume todos os custos e responsabilidades sobre a mercadoria desde o seu embarque até a sua

entrega no local de destino final, independentemente da modalidade de transporte selecionada.

44. (Analista dos Correios-2011)- No termo EXW (Ex Works), o vendedor se compromete a entregar a mercadoria no destino final

indicado pelo comprador sem quaisquer ônus, para este, relativos a embarque, frete e seguro.

45. (Analista dos Correios-2011)- Como os INCOTERMS não são objeto de nenhum acordo internacional vinculante, o seu emprego em

contrato internacional de compra e venda é facultativo.

46. (AFRF-2000)-As atualizações sucessivas do Incoterms

(International Commerce Terms), desde 1936, têm ocorrido por iniciativa da CCI - Câmara de Comércio Internacional.

47. (AFRF-2000- adaptada)- Ao elaborarem o contrato de compra e

venda, as partes, visando estabelecer um maior grau de compromisso para o vendedor, escolherão, o INCOTERM DDP (Delivered Duty Paid).

48. (AFRF-2000-adaptada)- Os INCOTERMS (International Commerce Terms) limitam-se a orientar os termos da exclusiva relação entre o

vendedor e o comprador de bens tangíveis e intangíveis.

49. (AFTN-1998 - adaptada)- A responsabilidade pela contratação do

seguro para cobertura de riscos no transporte internacional de bens é do exportador, em operações sob a modalidade CIF (Cost, Insurance

and Freight).

50. (AFTN-1998-adaptada)- Ao se eleger um INCOTERM para uma

operação comercial, as partes definem suas obrigações respectivas na operação, as condições de venda, a modalidade de transporte e a

forma de contratação e liquidação de câmbio.

Page 66: Aula 07

Comércio Internacional p/ AFRFB-2013

Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale – Aula 07

Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br 66 de 73

51. (AFTN-1996)- O uso dos International Commercial Terms (INCOTERMS) é facultativo e, por conseqüência, os mesmos não

configuram norma contratual se incorporados em um contrato internacional.

52. (ACE-1997)- Sob a regra do INCOTERM CFR- Exportação (Custo e Frete), a obrigação de contratar seguro marítimo recai sobre o

vendedor.

53. (ACE-1997)- A contratação do transportador internacional sob o

regime Free on Board- FOB é de responsabilidade do exportador.

54. (AFTN-1996)- Os International Commercial Terms (INCOTERMS)

estabelecem as condições de pagamento e a modalidade de operação

cambial que regerão uma operação comercial.

55. (Questão Inédita)- O emprego dos INCOTERMS é facultativo em

um contrato de compra e venda, mas quando utilizado adquire força contratual vinculando as partes em respeito aos princípios do pacta

sunt servanda e lex inter partes.

56. (Questão Inédita)- De acordo com o INCOTERM DEQ (versão

INCOTERMS 2000), a mercadoria é entregue pelo exportador ao importador no porto de destino designado ainda a bordo do navio. Até

esse momento, todos os custos e riscos serão suportados pelo vendedor, inclusive o frete e seguro internacional.

57. (Questão Inédita)- A fórmula contratual CIF implica no pagamento do frete e seguro internacional pelo exportador, mas a

transferência da responsabilidade quanto aos riscos ocorre no momento em que a mercadoria transpõe a amurada do navio.

58. (Questão Inédita)- Quando se utiliza o INCOTERM DAF (versão

INCOTERMS 2000), o vendedor deverá entregar a mercadoria ao comprador não desembarcada do veículo transportador, no ponto de

fronteira designado, mas antes da divisa alfandegária do país de destino.

59. (Questão Inédita)- São permitidas em um contrato de compra e venda adições ou exclusões de obrigações previstas nos INCOTERMS

2010.

60. (Questão Inédita)- Na fórmula contratual CIF, a responsabilidade

pelos danos e riscos é transferida ao comprador no momento em que as mercadorias chegam ao porto de destino, já que, por meio desse

INCOTERM, o exportador compromete-se a contratar o frete e o seguro internacional.

Page 67: Aula 07

Comércio Internacional p/ AFRFB-2013

Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale – Aula 07

Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br 67 de 73

61. (Questão Inédita)- A utilização dos INCOTERMS nos contratos internacionais de compra e venda, embora não seja obrigatória,

vincula os contratantes em virtude dos princípios internacionalmente aceitos do pacta sunt servanda e lex inter partes.

62. (Questão Inédita)- São admissíveis adições ou exclusões de responsabilidade aos INCOTERMS originalmente previstos pela Câmara

de Comércio Internacional.

63. (Questão Inédita)- Nada impede que os INCOTERMS sejam

aplicados aos contratos de prestação de serviços.

64. (Questão Inédita)- Os INCOTERMS limitam-se a orientar os

termos da relação entre o vendedor e o comprador de bens tangíveis.

65. (Questão Inédita)- Ao proceder à escolha do INCOTERM para uma operação específica, os importadores e exportadores deverão observar

as especificidades da legislação interna de seus países.

66. (Questão Inédita)- Os chamados contratos de partida são aqueles

baseados nos INCOTERMS do grupo “E”, “F” e “C”. Por sua vez, os contratos de chegada são aqueles baseados nos INCOTERMS do grupo

“D”.

67. (Questão Inédita)- Os INCOTERMS não são normas públicas e,

portanto, são de utilização facultativa. No entanto, quando vinculados a um contrato passam a ter validade jurídica.

68. (Questão Inédita)- A modalidade EXW (Ex works) do INCOTERMS 2010 representa o mínimo de obrigação para o vendedor, ao passo que

a modalidade DDP (Delivery Duty Paid) representa o máximo de obrigações para este.

69. (Questão Inédita)- Quando é definido um INCOTERM, as partes

estabelecem a modalidade de transporte e a forma de contratação e liquidação do câmbio.

70. (Questão Inédita)- Na modalidade FOB, o vendedor encerra suas obrigações quando a mercadoria transpõe a amurada do navio (ship's

rail) no porto de embarque indicado e, a partir daquele momento, o comprador assume todas as responsabilidades quanto a perdas e

danos. O desembaraço para exportação é de responsabilidade do comprador.

71. (Questão Inédita)- Na modalidade CIF, o vendedor é o responsável pelo pagamento dos custos e do frete necessários para

levar a mercadoria até o porto de destino indicado. O vendedor também é responsável pelo pagamento do seguro referente ao

transporte internacional. No entanto, o valor deste é mínimo, de forma

Page 68: Aula 07

Comércio Internacional p/ AFRFB-2013

Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale – Aula 07

Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br 68 de 73

que cabe ao comprador avaliar a necessidade de contratar cobertura complementar.

72. (Questão Inédita)- Na modalidade DDU (versão INCOTERMS 2000), o vendedor deve colocar a mercadoria à disposição do

comprador, no ponto de destino designado, sem estar desembaraçada para importação e sem descarregamento do veículo transportador.

73. (Questão Inédita)- Na modalidade DDP, o vendedor entrega a mercadoria ao comprador desembaraçada para importação no local de

destino designado.

74. (Questão Inédita)- Na fórmula DAT (Delivered at Terminal) dos

INCOTERMS 2010, a mercadoria considera-se entregue em um

terminal localizado no país de destino, a bordo do veículo transportador.

75. (Questão Inédita)- Na fórmula DAP (Delivered at Place) dos INCOTERMS 2010, as mercadorias são entregues pelo vendedor a

bordo do veículo transportador num local nomeado, que poderá ser um porto, ponto de fronteira ou até mesmo o estabelecimento do

comprador.

76. (Questão Inédita)- Os INCOTERMS podem ser usados em

contratos de compra e venda internacionais e domésticos.

77. (Questão Inédita)- Em virtude de o vendedor estrangeiro não

dispor de condições legais para providenciar o desembaraço para entrada de bens do País, o DDP não pode ser utilizado na importação

brasileira, devendo ser escolhido o DAT ou DAP no caso de preferência por condição disciplinada pela CCI.

78. (Questão Inédita)- Em virtude de o comprador estrangeiro não

dispor de condições legais para providenciar o desembaraço para saída de bens do País, fica subentendido que esta providência é adotada pelo

vendedor, sob suas expensas e riscos, no caso da exportação brasileira.

79. (Questão Inédita)- A utilização dos INCOTERMS não modifica as responsabilidades legais das pessoas envolvidas nas operações de

exportação e de importação perante as autoridades administrativas.

80. (Questão Inédita)- A legislação brasileira de comércio exterior

reconhece a possibilidade de que, em uma operação de exportação ou importação, sejam utilizadas outras condições de venda não previstas

na versão INCOTERMS 2010, como o C+F (Cost Plus Freight) e o C+I (Cost Plus Insurance).

Page 69: Aula 07

Comércio Internacional p/ AFRFB-2013

Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale – Aula 07

Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br 69 de 73

81. (Ceará Portos-2004)- INCOTERMS são regras a serem utilizadas nas transações comerciais internacionais que definem, dentro da

estrutura de um contrato de compra e venda de mercadorias, os direitos e obrigações do comprador e vendedor, estabelecendo um

conjunto padrão de definições e critérios a serem respeitados.

82. (Ceará Portos-2004)- As regras estabelecidas pelos INCOTERMS

são válidas não somente para as negociações entre os importadores e exportadores, como também para aquelas levadas a efeito entre

outros atores envolvidos no processo, como despachantes, seguradoras e transportadores.

83. (Ceará Portos-2004)- Os INCOTERMS compreendem um conjunto

de 15 siglas que traduzem os critérios que deverão nortear um dado processo de compra e venda de mercadoria.

84. (Ceará Portos-2004)- FOB (Free on Board), CIF (Cost, Insurance and Freight), FAS (Free Alongside Ship) e DDU (Delivered Duty

Unpaid) são alguns dos termos que podem ser empregados, como INCOTERMS, nos contratos de compra e venda de mercadorias.

85. (Ceará Portos-2004)- De acordo com o INCOTERM EXW (Ex Works) o exportador encerra sua participação no negócio quando

acondiciona a mercadoria na embalagem de transporte. Ou seja, a entrega da mercadoria se dá na porta da fábrica ou depósito, não se

responsabilizando o vendedor sequer pelo seu carregamento no meio de transporte utilizado.

86. (Ceará Portos-2004)- O INCOTERM FAS (Free Alongside Ship) indica que o vendedor tem a obrigação de colocar a mercadoria ao

longo do convés do navio no porto de embarque, ou seja, todo o custo

e o risco de estivagem da carga a bordo fica sob a responsabilidade do vendedor.

87. (Ceará Portos-2004)- Uma vez agregados aos contratos de compra e venda, os INCOTERMS passam a ter força legal, com

significado jurídico preciso e efetivamente determinado.

88. (Ceará Portos-2004)- Os INCOTERMS são também denominados

cláusulas de preço pelo fato de cada termo designar os elementos que compõem o preço da mercadoria e o transporte da mesma até o porto

de embarque.

89. (Petrobrás-2007)- Na fórmula EXW (Ex Works), a mercadoria é

entregue no estabelecimento do comprador.

90. (Petrobrás-2007)- De acordo com a condição FAS (Free Alongside

Ship), são de responsabilidade do comprador todas as despesas que forem efetuadas até o momento da colocação da mercadoria, liberada

Page 70: Aula 07

Comércio Internacional p/ AFRFB-2013

Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale – Aula 07

Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br 70 de 73

para exportação, no cais do porto de embarque, ao lado do costado do navio, no seu ponto de atracação.

91. (Petrobrás-2007)- A responsabilidade do vendedor por todas as despesas, riscos e danos que ocorrerem até a colocação da mercadoria

a bordo do navio indicado pelo comprador é característica da condição FOB.

92. (Petrobrás-2007)-De acordo com a condição FOB, é responsabilidade do comprador contratar e pagar o valor do frete bem

como pagar todos os impostos cobrados em razão da exportação.

93. (Petrobrás-2007)- No caso de emprego da fórmula CFR (Cost and

Freight), correm por conta do vendedor as despesas relativas à

colocação da mercadoria a bordo do navio e o valor do frete até o porto de destino.

94. (Petrobrás-2007)- De acordo com a cláusula CIF (Cost, Insurance anda Freight), o vendedor é responsável pela emissão e pelo

pagamento das custas referentes à obtenção de documentos que, emitidos no país de origem ou no de embarque, são necessários para a

entrada da mercadoria no país de destino.

95. (CODESP-SP- 2011)- Em contratos com cláusula de entrega FOB

(Free on Board), a mercadoria será entregue no navio escolhido pelo vendedor e os produtos serão considerados entregues quando

cruzarem a amurada do navio que os transportará.

96. (CODESP-SP- 2011)- As empresas importadoras brasileiras

podem efetuar operações de importação com máxima segurança se utilizarem contratualmente a condição de entrega DDP.

97. (CODEVASF-2003- adaptada)- Na cláusula contratual FAS (Free

Alongside Ship), o vendedor deve arcar com todos os riscos de perda ou dano até a entrega das mercadorias ao lado do navio no porto de

embarque nomeado.

98. (CODEVASF-2003- adaptada)- Na cláusula contratual CIF (Cost,

Insurance and Freight), o vendedor deve obter, à sua própria custa, o seguro da carga e entregar as mercadorias ao comprador, já

desembaraçadas para a importação.

99. (CODEVASF-2003- adaptada)- Na cláusula contratual DDP

(Delivery Duty Paid), o vendedor deve entregar as mercadorias ao comprador, no local de destino nomeado, já desembaraçadas para

importação, mas não desembarcadas.

Page 71: Aula 07

Comércio Internacional p/ AFRFB-2013

Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale – Aula 07

Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br 71 de 73

100. (CODEVASF-2003- adaptada)- Na cláusula contratual FOB (Free on Board), o vendedor deve entregar as mercadorias, ultrapassada a

amurada do navio, já desembaraçadas para exportação.

LISTA DE QUESTÕES Nº 02

1. (ACE-2012) Considerando a Convenção das Nações Unidas sobre Contratos Internacionais de Compra e Venda de Mercadorias, julgue as

assertivas abaixo e assinale a opção correta.

a) A Convenção aplica-se aos contratos internacionais privados de compra e venda de mercadorias, estando aqueles que envolvam entes governamentais

sujeitos à normativa da Organização Mundial do Comércio.

b) A Convenção consagra o princípio da liberdade contratual nos contratos de

compra e venda internacional de mercadorias ao reconhecer a possibilidade de que, mediante desejo das partes, seja a sua aplicação excluída, derrogadas

suas disposições ou alterados seus efeitos.

c) Dados o alcance e natureza dos contratos firmados sob sua égide e seus efeitos jurídicos no campo internacional, a Convenção proíbe a celebração de

contratos informais e dispõe sobre a necessidade de instrumento escrito para a formação do contrato.

d) A Convenção estipula normas que determinam as obrigações do vendedor e em relação aos termos e condição de entrega da mercadoria transacionada,

mas não alcança questões relacionadas à qualidade e condições de uso ou consumo da mesma.

e) A Convenção é aplicada aos contratos celebrados entre pessoas jurídicas de

natureza comercial e não alcança transações entre entes civis e aquelas

envolvendo mercadorias transacionadas para uso pessoal, familiar ou doméstico.

2. (ACE-2012) O termo de comércio que implica compromisso

mínimo para o vendedor, restringido-o à entrega da mercadoria ao comprador em sua propriedade ou em outro local designado, não

desembaraçada para exportação e não embarcada em qualquer veículo coletor é:

a) Free Carrier (FCA).

b) Free on Board (FOB).

Page 72: Aula 07

Comércio Internacional p/ AFRFB-2013

Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale – Aula 07

Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br 72 de 73

c) Delivered Ex-Ship (DES).

d) Ex Works (EXW).

e) Carriage Paid To (CPT).

3. (AFRFB/2012) Assinale a opção correta.

a) A Convenção das Nações Unidas sobre Contratos de Compra e Venda

Internacional de Mercadorias (CISG) teve impacto relevante na jurisprudência

brasileira após sua ratificação pelo Brasil em 1980.

b) A Nomenclatura Comum do Mercado Comum do Sul (MERCOSUL) pode ser alterada pela Secretaria de Comércio Exterior (SECEX), na forma autorizada

pelo Conselho de Comércio do Mercosul.

c) A CISG adota o princípio do interesse público, afastando o princípio de

autonomia da vontade das partes.

d) Os Termos Internacionais de Comércio, ou INCOTERMS 2010, publicados pela Câmara de Comércio Internacional, estabelecem a distribuição de custos

para entrega da mercadoria.

e) As INCOTERMS 2010 estabelecem regras apenas para as modalidades de

transporte marítima e aérea.

4. (Questão Inédita)- Assinale a alternativa correta sobre a Convenção de Viena sobre o Contrato de Compra e Venda

Internacional (CVIM):

a) A CVIM visa a regular os efeitos que o contrato pode ter sobre a

propriedade das mercadorias vendidas.

b) A CVIM prevê que o contrato de compra e venda internacional deverá ser concluído por escrito, com o objetivo de garantir um “formalismo mínimo” para

as relações comerciais.

c) A CVIM aplica-se aos contratos de compra e venda de mercadorias

celebrados entre partes que tenham o seu estabelecimento em Estados diferentes, quando estes Estados sejam Estados contratantes, ou quando as

regras de direito internacional privado conduzam à aplicação da lei de um Estado contratante.

d) Pelas regras da CVIM, o contrato de compra e venda reputa-se constituído

no momento em que a proposta chega ao seu destinatário, tornando-se, então, eficaz.

Page 73: Aula 07

Comércio Internacional p/ AFRFB-2013

Teoria e Questões Prof. Ricardo Vale – Aula 07

Prof. Ricardo Vale www.estrategiaconcursos.com.br 73 de 73

e) A ratificação da CVIM por um Estado obriga que todas as empresas que nele tenham estabelecimento utilizem as regras da Convenção em seus contratos

de compra e venda.

GABARITO – LISTA DE QUESTÕES Nº 01

1. C 23. C 45. C 67. C 89. E

2. E 24. E 46. C 68. C 90. E

3. C 25. E 47. C 69. E 91. C

4. C 26. E 48. E 70. E 92. E

5. E 27. E 49. C 71. C 93. C

6. E 28. E 50. E 72. C 94. E

7. E 29. E 51. E 73. C 95. E

8. C 30. E 52. E 74. E 96. E

9. E 31. C 53. E 75. C 97. C

10. C 32. E 54. E 76. C 98. E

11. E 33. C 55. C 77. C 99. C

12. E 34. E 56. E 78. C 100. E

13. E 35. C 57. E 79. C

14. E 36. E 58. C 80. C

15. C 37. C 59. C 81. C

16. C 38. E 60. E 82. E

17. E 39. E 61. C 83. E

18. E 40. E 62. C 84. C

19. E 41. C 63. E 85. C

20. C 42. E 64. C 86. E

21. C 43. E 65. C 87. C

22. C 44. E 66. C 88. E

GABARITO - LISTA DE QUESTÕES Nº 02

1. Letra B

2. Letra D

3. Letra D

4. Letra C