Aula 1 -Microeconomia

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  • 1 | P g i n a

    UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

    Professor: Robson Sany

    E-mail: [email protected]

  • 2 | P g i n a

    Objetivos do Aprendizado

    1- Conceituar economia e responder os problemas de sua natureza.

    2- Descrever a funo da microeconomia e introduzir alguns conceitos

    bsicos sobre economia em geral.

    3- Compreender como as variaes nas condies econmicas podem afetar o

    preo de mercado e a produo.

    4- Explicar o que mercado, como determinar seu contorno ou sua

    extenso, e de que maneira podemos medir o preo de mercado.

    Aspectos Preliminares

    Porque estudar Microeconomia Conceito de Economia Principais ramos da Economia Conceito de Microeconomia Anlise Positiva x Anlise Normativa Diviso da Microeconomia O que um mercado Oferta e Demanda Mercados Competitivos x Mercados No Competitivos Preo de Mercado

    Porque estudar microeconomia?

    Para aprender como possvel a aplicao dos princpios

    microeconmicos aos problemas reais de tomada de deciso.

    - A Tomada de Deciso nas Empresas:

    Lanamento de novo modelo de automvel.

    - Elaborao de Poltica Pblica:

    Padres para emisso de poluentes de automveis.

    Economia

    Conceito

    Pode ser definida como a cincia que estuda a forma como as

    sociedades utilizam os recursos escassos para produzir bens com

    valor e de como os distribuem entre os vrios indivduos.

    Nesta definio esto implcitas duas questes fundamentais

    para a compreenso da economia:

    A idia de que os bens so escassos, ou seja, no existem em

    quantidade suficiente para satisfazer plenamente todas as

    necessidades e desejos humanos;

    A idia de que a sociedade deve utilizar os recursos de que

    dispe de uma forma eficiente, ou seja, deve procurar formas de

    utilizar os seus recursos de forma a maximizar a satisfao das

    suas necessidades.

    Procura responder a trs questes, as quais constituem os trs

    problemas de qualquer organizao econmica: o qu, como e para

    quem.

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    O que produzir e em que quantidades? Quais os produtos e servios

    devero ser produzidos por forma a satisfazerem da melhor forma

    possvel as necessidades da sociedade?

    Como devem os bens os bens ser produzidos? Que tecnologias e

    mtodos de produo utilizar? Que matrias primas devero ser

    utilizados para produzir determinado produto? Como maximizar a

    produo tendo em conta os recursos disponveis?

    Para quem so os bens produzidos? Como repartir para os diferentes

    agentes econmicos os rendimentos disponveis? Quem dever ganhar

    mais e quem dever ganhar menos?

    Da forma como as sociedades respondem a estas trs questes

    resultam diferentes sistemas de organizao econmica alternativa:

    Economias centralizadas ou de direo central neste tipo de

    economias as principais decises quanto ao qu, ao como e ao para

    quem devem ser produzidos os bens so tomadas pelo governo;

    Economias de mercado nestas economias o prprio mercado

    (composto por quem oferece e por quem procura os bens) que decide a

    resposta s trs questes que constituem os problemas de qualquer

    organizao econmica.

    Contudo, na verdade no existem atualmente sociedades que se

    encaixem em nenhum dos dois casos extremos opostos. De fato, todas

    as sociedades atuais esto organizadas em economias mistas na

    medida em que contm caractersticas quer das economias de

    mercado, quer das economias de direo central.

    Nas economias ocidentais, o mercado que determina o qu, o

    como e para quem produzir mas os governos desempenham papeis

    importantes de superviso e regulamentao das atividades

    econmicas, a oferta de servios pblicos ou a repartio dos

    recursos pelos agentes econmicos.

    Microeconomia

    Microeconomia trata do comportamento das unidades econmicas

    individuais. Tais unidades abrangem consumidores, trabalhadores,

    investidores, proprietrios de terra, empresas. Analisa a formao

    de preos no mercado, ou seja, como a empresa e o consumidor

    interagem e decidem qual o preo e a quantidade de determinado bem

    ou servio em mercados especficos.

    Macroeconomia trata das quantidades econmicas agregadas, tais

    como taxa de crescimento e nvel do produto nacional, taxas de

    juros, desemprego e inflao. A fronteira entre macroeconomia e

    microeconomia tem se tornado casa vez menos definida nos ltimos

    anos.

    Principais ramos da economia: - Microecomomia - Macroeconomia

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    Estuda as caractersticas das decises das unidades econmicas e

    seus reflexos.

    Verifica como essas decises so tomadas, com base nos conceitos

    de oferta e demanda.

    Observa tambm a associao das unidades econmicas para formar

    unidades maiores , mercados industriais para aproveitamento de

    condies econmicas e do mercado e como so influenciadas por

    polticas governamentais.

    Microeconomia

    - Trata da alocao de recursos escassos.

    - Explica como os consumidores podem alocar a sua renda limitada nos vrios bens ou servios disponveis para aquisio.

    - Explica como as empresas podem alocar melhor seus recursos financeiros limitados na contratao de trabalhadores adicionais

    versus na compra de nova mquina, ou ainda, na produo de

    determinado conjunto de bens em vez de outro.

    Anlise Positiva x Anlise Normativa

    A Microeconomia trata tanto de questes positivas quanto de

    normativas.

    Positivas: relacionam-se com explicaes e previses. Descreve as

    relaes de causa e efeito.

    Ex: Cota para importao de veculos.

    O que ocorreria com o preo dos automveis, sua produo, a venda

    desta produo? Que impacto esse fato teria sobre os consumidores?

    Normativa: relacionam-se com aquilo que deveria ser.

    Ex: Imposto mais alto no preo dos combustveis.

    Afetaria o preo do combustvel, as preferncias dos consumidores

    por veculos maiores/menores, a frequncia de uso dos veculos, etc

    A microeconomia preocupa-se em explicar como gerado o preo dos

    produtos finais e dos fatores de produo num equilbrio,

    geralmente perfeitamente competitivo. Divide-se em:

    Teoria do Consumidor: estuda as preferncias do consumidor

    analisando o seu comportamento, as suas escolhas, as restries

    quanto a valores e a demanda de mercado. A partir dessa teoria se

    determina a curva de demanda.

    Teoria da Firma: Estuda a estrutura econmica de organizaes cujo

    objetivo maximizar lucros. Estuda estruturas de mercado tanto

    competitivas quanto monopolisticas. A partir dessa teoria se

    determina a curva de oferta.

    Teoria de Produo: Estuda o processo de transformao de fatores

    adquiridos pela empresa em produtos finais para a venda no mercado.

    Estuda as relaes entre as variaes dos fatores de produo e

    suas conseqncia no produto final. Determina as curvas de custo,

    que so utilizadas pelas firmas para determinar o volume timo de

    oferta.

    O que um Mercado?

    As unidades econmicas individuais podem ser divididas em dois

    grandes grupos: compradores e vendedores.

    As interaes entre compradores e vendedores formam os mercados.

    Um Mercado, um grupo de vendedores e compradores que, por meio

    de suas reais ou potenciais interaes, determina o preo de um

    produto ou de um conjunto de produtos.

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    Mercado o ambiente onde os preos so determinados. o centro

    das atividades econmicas.

    Oferta e Demanda

    o instrumento chave para da microeconomia. Ajuda a compreender

    porque os preos mudam e o que acontece quando o governo intervm

    no mercado.

    A curva da oferta: informa-nos a quantidade de mercadoria que os

    produtores esto dispostos a vender a determinado preo. uma

    relao entre quantidade ofertada e preo. Variveis que afetam a

    oferta: preo custos de produo (salrios, taxas de juros, custos

    das matrias-primas).

    A curva da demanda: informa-nos a quantidade que os consumidores

    desejam comprar medida que muda o preo unitrio de um bem a ser

    adquirido.

    Variveis que afetam a demanda:

    Preo

    Renda

    Mercados Competitivos x Mercados No-Competitivos

    Um mercado perfeitamente competitivo possui muitos compradores e

    vendedores, de modo que nenhum deles possa influir de forma significativa

    nos preos. (agrcola)

    Nos mercados no competitivos algumas poucas empresas tm o poder de

    em conjunto afetar o preo do produto. (petrleo/cartel:OPEP)

    Preo de Mercados

    Os mercados so realmente formados pelas transaes comerciais

    entre vendedores e compradores.

    Os preos so determinados conforme os tipos de mercados.

    - Em um mercado perfeitamente competitivo provavelmente

    prevalecer o preo nico, preo de mercado. (soja)

    - Em mercados que no so perfeitamente competitivos empresas

    podero cobrar preos diferentes pelo mesmo produto.

    (competitividade/aes)

    Um mercado definido atravs de quais compradores e vendedores

    fazem parte dele. (agrcola, automobilstico, petrolfero, aes,

    carne, etc)

    Porm para que se possa determinar os compradores e vendedores,

    necessrio primeiro determinar a extenso do mercado.

    A extenso de um mercado refere-se s suas fronteiras, tanto

    geogrficas quanto as do leque de produtos por ele oferecidos.

    Bibliografia:

    PINDYCK, Robert S.. Microeconomia. So Paulo: Prentice Hall, 2010.

    MANKIW, N. Gregory. Macroeconomia. Rio de Janeiro: LTC, 2010.

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    Conceitos Iniciais

    - Sistema Econmico

    - Escassez

    - Fronteira de possibilidade de produo

    Sistema Econmico / Organizao Econmica

    Sistema Econmico / Organizao Econmica

    Principais formas:

    - Economia de Mercado (ou descentralizada, tipo capitalista) Sistema de concorrncia pura (sem interferncia do governo)

    Sistema de concorrncia mista (com interferncia governamental

    - Economia Planificada (ou centralizada, tipo socialista)

    Economia de Mercado

    - Sistema de concorrncia pura (sem interferncias do governo)

    - Sistema de concorrncia mista (com interferncia governamental)

    Sistema de concorrncia pura

    Laissez-faire: O mercado resolve os problemas econmicos fundamentais (o

    que e quanto, como e para quem produzir), como guiados por uma mo

    invisvel, sem a interveno do governo.

    Mo invisvel: mecanismo de preo que promove o equilbrio dos mercados.

    Sistema de concorrncia pura

    Excesso de oferta (escassez de demanda)

    Formam-se estoques

    Reduo de preos At o equilbrio

    Existir concorrncia entre empresas para vender os bens aos escassos

    consumidores.

    a forma como a sociedade est organizada para

    desenvolver as atividades econmicas.

    Atividades de produo, circulao,

    distribuio e consumo de bens e servios.

    R

    R

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    Sistema de concorrncia pura

    Excesso de demanda (escassez de oferta)

    Formam-se filas

    Tendncia ao aumento de preos At o equilbrio.

    Existir concorrncia entre consumidores para compra.

    Sistema de concorrncia pura

    O QUE e QUANTO produzir ?

    (o que) Decidido pelos consumidores (soberania do consumidor). (quanto)

    Determinado pelo encontro da oferta e demanda de mercado.

    COMO produzir ?

    Questo de eficincia produtiva. Resolvido no mbito das empresas.

    PARA QUEM produzir ?

    Decidido no mercado de fatores de produo (demanda e oferta de

    fatores de

    produo). Questo distributiva.

    Sistema de concorrncia pura

    R

    R

    R

    Mercado de Bens e Servios

    Mercado de Fatores de Produo

    Empresas Famlias

    Demanda de servios dos fatores de produo.

    Oferta de servios dos fatores de produo

    Oferta de bens e servios

    Demanda de bens e servios

    O que e quanto produzir

    Para quem produzir

    Como produzir

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    Sistema de concorrncia pura

    Crticas:

    Grande simplificao da realidade; Os preos podem variar no devido ao mercado mas,

    em funo de:

    fora de sindicatos ( atravs dos salrios que remuneram os servios de mo-de-obra);

    poder de monoplios e oligoplios na formao de preos no mercado;

    interveno do governo (impostos, subsdios, tarifas, poltica salarial, fixao de preos mnimos, poltica

    cambial);

    Sistema de concorrncia pura

    Crticas:

    o mercado sozinho no promove perfeita alocao de recursos. A produo ou consumo de um determinados bens ou servios

    pode produzir efeitos colaterais externalidades); alm disso,

    existem bens pblicos, disponibilizados pelo Governo.

    o mercado sozinho no promove perfeita distribuio de renda, pois as empresas esto procurando a obteno do mximo lucro,

    e no com questes distributivas.

    Sistema de concorrncia pura

    Essas crticas justificam a atuao governamental para

    complementar a iniciativa privada e regular alguns mercados.

    H muitos mercados, entretanto, que comportam-se como um sistema

    de concorrncia pura. Ex. hortifrutigranjeiro.

    Sistema de concorrncia mista

    Predominncia : Sistema de mercado, prximo ao da concorrncia

    pura.

    O mercado sozinho no garante que a economia opere sempre com

    pleno emprego dos seus recursos. Necessitando de maior atuao do

    Setor Pblico na economia.

    De que forma ?

    Sistema de concorrncia mista

    Atuao do setor pblico com o objetivo de evitar distores

    alocativas e distributivas:

    sobre a formao de preos, (via impostos, etc.);

    complemento da iniciativa privada (infra-estrutura, etc.);

    fornecimento de servios pblicos;

    fornecimento de bens pblicos (no vendidos no mercado) Exemplo: educao, segurana, justia, etc.);

    compra de bens e servios do setor privado.

  • 9 | P g i n a

    Recursos, Fatores ou Meios de Produo

    Os recursos econmicos, que constituem a base de qualquer economia, so os meios utilizados pela sociedade para a produo de bens e

    servios que iro satisfazer s necessidades humanas.

    Caractersticas dos recursos econmicos:

    a) Escassos Representados por uma situao na qual os recursos podem ser utilizados na produo de diferentes bens e servios, de

    tal modo que devemos sacrificar um bem ou servio por outro

    (limitados).

    b) Versteis So aqueles que podem ser aproveitados em diversos usos. Ex.: A farinha de trigo pode ser utilizada na produo de po ou ento na

    fabricao de macarr Podem ser combinados em propores variveis na

    produo de bens e servios. Ex.: Insumos importados quando substitudos

    por insumos nacionais em razo do aumento do preo decorrente de

    desvalorizao cambial. (aumento do preo da moeda estrangeira frente a

    moeda nacional).

    Quanto classificao os recursos podem ser agrupados em:

    Recursos naturais So os bens econmicos utilizados na produo e que so obtidos diretamente da natureza, como os solos (urbanos e

    agrcolas), os minerais, as guas, (dos rios, dos lagos, dos mares,

    dos oceanos e do subsolo), a fauna, a flora, o sol e o vento (como

    fontes de energia) entre outros. So recursos presentes na natureza e

    denominados como TERRA pelos economistas.

    Recursos humanos Incluem atividade humana (esforo fsico e/ou mental) utilizada na produo de bens e servios, como: os servios

    tcnicos de um advogado, do mdico, do economista, do engenheiro, ou a

    mo-de-obra do eletricista, do encanador, etc. So recursos dados em

    funo do conhecimento e das habilidades que as pessoas obtm por meio

    da educao e da experincia em atividades produtivas, denominados

    pelos economistas como TRABALHO.

    Capital ou bens de capital Abrange todos os bens materiais produzidos pelo homem e que so utilizados na produo. O fator capital inclui o

    conjunto de riquezas acumuladas por uma sociedade, e com essas

    riquezas que um pas desenvolve suas atividades de produo. Cabe

    ressaltar que, para haver capital, fundamental a participao do ser

    humano, ou seja, que no existe capital sem trabalho.

    Capacidade Empresarial Alguns economistas consideram a capacidade empresarial como sendo tambm um fator de produo. Isto porque o

    empresrio exerce funes fundamentais para o processo produtivo.

    ele quem organiza a produo reunindo e combinado os demais recursos

    produtivos, assumindo, assim, todos os riscos inerentes elaborao

    de bens e servios. ele que colhe os ganhos (lucro) ou as perdas do

    fracasso (prejuzo). Em algumas firmas o empresrio pode ter uma dupla

    funo e ser tambm o gerente; em outras, tal fato no ocorre. De

    qualquer maneira, a funo empresarial necessria na economia.

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    Curva (Fronteira) de Possibilidade de Produo

    Modelo: 2 bens utilizando em conjunto todos os Fatores de Produo

    Razo da Concavidade: lei dos custos de oportunidade crescentes,

    devido inflexibilidade dos custos de produo.

    A CPP mostra o tradeoff da sociedade, ou seja, a obteno de alguma

    coisa, est sujeita a abrir mo de outra. Nada de graa!

  • 11 | P g i n a

    Curva (Fronteira) de Possibilidade de Produo

    Custo de Oportunidade / Custo alternativo / Custo implcito

    o grau de sacrifcio que se faz ao optar pela produo de

    um bem, em termos da produo alternativa sacrificada. O

    custo de alguma coisa o que voc desiste para obt-la.

    Bibliografia:

    PINDYCK, Robert S.. Microeconomia. So Paulo: Prentice Hall,

    2010.

    MANKIW, N. Gregory. Macroeconomia. Rio de Janeiro, LTC, 2010.

    VASCONCELLOS, Marco Antnio S.. Economia: Micro e Macro. So

    Paulo, Atlas, 2011.

    VARIAN, Hal R.. Microeconomia Princpios Bsicos. Rio de

    Janeiro: Campus, 2006.

    Custo de Oportunidade

    C B custo de oportunidade de 200 unidades de y 50 de x.

    Trade off

    B C + Produto x

    - Produto y