34
TEORIA GERAL DA EXECUÇÃO CIVIL PROCESSO CIVIL Prof. MS Jales de Figueiredo

AULA 1 TEORIA GERAL DA EXECUÇÃO.pptx

Embed Size (px)

Citation preview

TEORIA GERAL DA EXECUO CIVIL PROCESSO CIVIL

TEORIA GERAL DA EXECUO CIVILPROCESSO CIVILProf. MS Jales de Figueiredo1 Tutela executiva (Conceito).art. 566/611Busca a satisfao de direito j acertado ou definitivo em ttulo judicial ou extrajudicial, por meio de atos de coero ou sub-rogao, com vistas eliminao de uma crise jurdica de adimplemento.

- Segundo Cndido Rangel Dinamarco, a execuo [...] o conjunto de medidas com as quais o juiz produz a satisfao do direito de uma pessoa custa do patrimnio de outra, quer com o concurso de vontade desta, que independentemente ou mesmo contra ela .

Nesse mesmo contexto, Alexandre Freitas Cmara conceitua a execuo como [...] a atividade jurisdicional que tem por fim a satisfao concreta de um direito de crdito, atravs da invaso do patrimnio do executado [...]. (CMARA, 2006, p.156).

Nas precisas lies de Luiz Guilherme Marinoni:

[...] a execuo, no Estado constitucional, no pode ser reduzida a um ato de transferncia de riquezas de um patrimnio a outro, devendo ser vista como a forma ou ato que, praticado sob a luz da jurisdio, imprescindvel para a realizao concreta da tutela jurisdicional do direito, e assim para a prpria tutela prometida pela Constituio e pelo direito material .Atua extrajudicialmente em favor do credor.2 COMPETNCIATtulo judicial que comporta processo executivo juzo competente para a ao de conhecimento (art. 475-P).

Ttulo extrajudicial (art. 576):a) Foro de eleio;b) Lugar do pagamento e,c) Domiclio do ru.3 A AO EXECUTIVA- Pode ser interposta como mera fase do processo de conhecimento ou processo autnomo. 3.1 PRINCPIOSInicialmente, vale destacar que, segundo Araken de Assis, os princpios no se aplicam de forma rgida, linear e inflexvel, de modo que, no h na doutrina uniformidade, nem critrios para organiz-los .

1) Princpio da autonomia: Pela sistematizao originria do CPC, a execuo representava, estruturalmente, ente parte dos processos de cognio e cautelar . Ocorre que, com as reformas introduzidas no CPC, especialmente nos arts. 461 e 461-A, e com a Lei 11.232/2005, que introduz o procedimento de cumprimento da sentena para as obrigaes de quantia certa, torna-se desnecessrio a instaurao de novo processo, nesses casos. Dessa forma, a execuo perde a sua autonomia quando compreendida no sentindo estrutural. No entanto, para Araken de Assis, Subsiste a autonomia funcional, porm: os atos de realizao coativa do direito reconhecido no provimento distinguem-se dos atos que conduziram ao seu reconhecimento . 2) Princpio do ttulo: Dispe o art. 580, do CPC, modificado pela Lei 11.382 de 2006, que A execuo pode ser instaurada caso o devedor no satisfaa a obrigao certa, lquida e exigvel, consubstanciada em ttulo executivo. Diz, ainda, o art. 586, deste mesmo diploma, que A execuo para cobrana de crdito fundar-se- sempre em ttulo de obrigao certa, lquida e exigvel. Assim, o ttulo executivo pressuposto necessrio execuo, devendo, tambm, ser certo, lquido e exigvel.3) Princpio da responsabilidade patrimonial: Este princpio encontra-se expresso no art. 591, do CPC: O devedor responde, para o cumprimento de suas obrigaes, com todos os seus bens presentes e futuros, salvo as restries estabelecidas em lei.

4) Princpio do resultado: Hodiernamente, a preocupao central dos processualistas gira em torno da prestao jurisdicional efetiva. Para Araken de Assis, a execuo to bem sucedida, de fato, quanto entrega rigorosamente ao exequente o bem perseguido, objeto da prestao inadimplida, e seus consectrios, ou obtm o direito reconhecido no ttulo executivo . Trata-se de restaurar o status quo, de modo que proporcione o mesmo resultado que existiria se no ocorresse o ilcito ou a obrigao fosse adimplida espontaneamente pelo devedor. Em certos casos, porm, como na execuo de prestaes infungveis, caso o devedor se recuse em cumprir a obrigao personalssima, no resta outra opo, seno a de convert-la em perdas e danos .

5) Princpio da disponibilidade: O caput do art. 569, do CPC, dispe que O credor tem a faculdade de desistir de toda a execuo ou de apenas algumas medidas executivas. Nesse diapaso, Theodoro Jr. (2007, p.138) afirma que Reconhece-se ao credor a livre disponibilidade do processo de execuo, no sentido de que ele no se acha obrigado a executar seu ttulo, nem se encontra jungido ao dever de prosseguir na execuo forada a que deu incio, at as ltimas consequncias. Assim, pode o exequente desistir da ao, independentemente da concordncia do executado, atentando-se apenas para o fato de que, caso a desistncia seja aps a oposio de embargos pelo devedor, que versem sobre o mrito, a extino destes depender da anuncia do embargante, conforme o pargrafo nico daquele artigo 6)Princpio da adequao: Trata-se de adequar os meios executrios ao fim almejado. Isto , deve-se buscar a efetividade da prestao jurisdicional utilizando apenas meios necessrios e aptos a alcanar o resultado prtico esperado. 7) princpio da realidade. Significa dizer que a execuo deve recair diretamente sobre o patrimnio do devedor, e no sobre a pessoa dele, conforme interpretao do art. 591, do CPC.8) Do princpio da satisfatividade tem-se a ideia de que a atividade executiva deve recair apenas sobre os bens necessrios a satisfao do credor, consoante o disposto no art. 659, do CPC.

9)Theodoro Jr. (2007, p.136) diz que, diante do princpio da utilidade da execuo, [...] intolervel o uso do processo executivo apenas para causar prejuzo ao devedor, sem qualquer vantagem para o credor.10) O princpio da economia da execuo est expresso no art. 620, do CPC, dispondo que quando por vrios meios o credor puder promover a execuo, o juiz mandar que se faa pelo modo menos gravoso para o devedor.11) Em relao ao princpio da especificidade da execuo vale o que j foi dito sobre o princpio do resultado, tratado por Araken de Assis. Em verdade, tais princpios tm a mesma funo, qual seja, orientar o magistrado a propiciar o credor [...] precisamente aquilo que obteria, se a obrigao fosse cumprida pessoalmente pelo devedor. (THEODORO JR, 2007, p. 136).

12) princpio do nus da execuo, vale dizer que as despesas processuais da atividade executiva so de responsabilidade do executado, conforme se extrai dos arts. 651 e 659, ambos do Cdigo de Processo Civil.13) O princpio do respeito a dignidade da pessoa humana est expresso na Carta Magna e tem aplicao tambm nos processos civil e trabalhista, assim como em todo ordenamento jurdico brasileiro. O art. 649, do CPC, por exemplo, estabelece o rol de bens impenhorveis, expressando sua preocupao com os valores do ser humano.

14) Menor onerosidade: o art. 620 do Cdigo de Processo Civil prev que a execuo deve ser realizada da maneira menos onerosa possvel para o devedor. De acordo com o Superior Tribunal de Justia, o objetivo dessa norma evitar a prtica de atos executivos desnecessariamente onerosos ao executado (AGA 483.789/MG). Assim, o devedor, a despeito de j condenado em sentena transitada em julgado, tem o direito de preservar seu patrimnio e mesmo sua subsistncia contra ingerncias indevidas e desnecessrias. Nesse sentido, o executado no pode ter, por exemplo, todos os seus imveis hipotecados para o pagamento de uma dvida de valor bastante inferior a eles.

3.2 CONDIES DA AO EXECUTIVAPOSSIBILIDADE JURDICA DO PEDIDO;

B) INTERESS DE AGIR E,

C) LEGITMIDADE AD CAUSAM (ARTS. 566 A 568)4 PRESSUPOSTOS DO PROCESSO EXECUTIVO COMUNS AO PROCESSO DE CONHECIMENTO4.1 SUBJETIVOS (relacionados com o sujeito):

a) competncia do juzo;b) capacidade das partes;c) representano por advogado (capacidade postulatria).4.2 OBJETIVOS (relacionam-se com a forma processual ou com a ausncia de fato que impea a regular constituio do processo).

Forma procedimental adequada;b) Citao vlida;c) Inexistncia de litispendncia, coisa julgada, que impea a regular perempo e nulidades.d) Petio apta (no inepta).5 PRESUPOSTOS ESPECIFICOS DO PROCESSO EXECUTIVO ARTS. 580 E 583OBRIGAOCerta;b) Liquidac) Exigvel e,d) Consubstanciada em ttulo executivo.6 ESPCIES DE TTULO EXECUTIVO6.1 TTULOS JUDICIAIS (ART. 475 N).

- Sentenas: condenatria no civil, penal. Homologatria de transao de conciliao, estrangeira homologada pelo STJ. Arbitral.- Formal e certido de partilha.- Acordo extrajudicial homologado judicialmente.O Rol taxativoFORNECIMENTO DE ENERGIA ELTRICA. INTERRUPO. DECISO INTERLOCUTRIA. RELIGAMENTO. DESCUMPRIMENTO. ASTREINTES. EXECUO. POSSIBILIDADE. I - Trata-se de recurso especial interposto contra o acrdo que manteve deciso interlocutria que determina a imediata execuo de multa diria pelo descumprimento da ordem Judicial. II - Considerando-se que a "(...) funo das astreintes vencer a obstinao do devedor ao cumprimento da obrigao de fazer ou de no fazer, incidindo a partir da cincia do obrigado e da sua recalcitrncia" (REsp n 699.495/RS, Rel. Min. LUIZ FUX, DJ de 05.09.05), possvel sua execuo de imediato, sem que tal se configure infringncia ao artigo 475-N, do ento vigente Cdigo de Processo Civil. III - "H um ttulo executivo judicial que no se insere no rol do CPC 475-N mas que pode dar ensejo execuo provisria (CPC 475-O). a denominada deciso ou sentena liminar extrada dos processos em que se permite a antecipao da tutela jurisdicional, dos processos cautelares, ou das aes constitucionais" (CPC comentado, Nelson Nery Jnior e Rosa Maria de Andrade Nery, Editora Revista dos Tribunais, 9 ed, pg. 654). (...)(STJ -REsp 885737 / SE- 1 Turma - Rel. MinistroFRANCISCO FALCO, data do julgamento: 27/02/2007).

ESPCIES DE TTULOS (cont.)6.2 TTULOS EXTRAJUDICIAIS (art. 585).- convm ressaltar que os ttulos executivos extrajudiciais so documentos capazes de embasar uma execuo, assim sendo, caso tenhamos em mos um ttulo dessa natureza, basta acionar o devedor atravs de uma execuo forada para receber o quando representado no ttulo, sem a necessidade de ingressar com uma ao de conhecimento comum para apurar se realmente o autor tem ou no direito.

Cdigo de Processo CivilArt. 585. So ttulos executivos extrajudiciaisI - a letra de cmbio, a nota promissria, a duplicata, a debnture e o cheque;II - a escritura pblica ou outro documento pblico assinado pelo devedor; o documento particular assinado pelo devedor e por duas testemunhas; o instrumento de transao referendado pelo Ministrio Pblico, pela Defensoria Pblica ou pelos advogados dos transatores;III - os contratos garantidos por hipoteca, penhor, anticrese e cauo, bem como os de seguro de vida;IV - o crdito decorrente de foro e laudmio;V - o crdito, documentalmente comprovado, decorrente de aluguel de imvel, bem como de encargos acessrios, tais como taxas e despesas de condomnio; VI - o crdito de serventurio de justia, de perito, de intrprete, ou de tradutor, quando as custas, emolumentos ou honorrios forem aprovados por deciso judicial;VII - a certido de dvida ativa da Fazenda Pblica da Unio, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territrios e dos Municpios, correspondente aos crditos inscritos na forma da lei;VIII - todos os demais ttulos a que, por disposio expressa, a lei atribuir fora executiva.

1 A propositura de qualquer ao relativa ao dbito constante do ttulo executivo no inibe o credor de promover-lhe a execuo.

2 No dependem de homologao pelo Supremo Tribunal Federal, para serem executados, os ttulos executivos extrajudiciais, oriundos de pas estrangeiro. O ttulo, para ter eficcia executiva, h de satisfazer aos requisitos de formao exigidos pela lei do lugar de sua celebrao e indicar o Brasil como o lugar de cumprimento da obrigao.

7 CUMULAO DE EXECUES (ART. 573)REQUISITOS7.1 IDENTIDADE DO AUTOR:n se coliga autores diversos e em diferentes ttulos.7.2 IDENTIDADE DO DEVEDOR: sempre o mesmo devedor, o mesmo do ativo.7.3 COMPETNCIA DO MESMO JUZO P/TODAS AS EXECUES: n se coliga aes da JF com a JE.7.4 IDENTIDADE DA FORMA DO PROCESSO: o mesmo procedimento, n se faz fazer com dar.8 LETIMIDADE ATIVA PARA O PROCESSO8.1 ORDINRIA Credor (art. 566, I);

8.2 EXTRAORDINRIA MP, ART. 566, II art. 81/82. Pode agir na qualidade de parte material. Art. 1.549 CC.

8.3 SUCESSIVA DERIVADA OU SUPERVENIENTE art. 567.a) esplio, herdeiros (aps findar o esplio) ou sucessores do credor (a admisso se faz por meio de incidente de sucesso, art. 43, habilitao art. 1055/1062).b) Cessionrio (emdosso de ttulo e a cesso civil at. 266 CC)c) sub-rogado. (vide arts. 346 a 351 CC).

LEMBRETE A lei 11.232/2005 supriu a possibilidade de o devedor promover a execuo. No regime atual, o devedor pretende cumpri a obrigao objeto do ttulo extrajudicial dever ajuizar a ao de consignao em pagamento.9 LEGITIMIDADE PASSIVA PARA A EXECUO9.1 ORIGINRIA Devedor art. 568, II.9.2 SUCESSORES: Esplio, herdeiros ou sucessores do devedor (legatrios).b) Novo devedor, que assumiu, com o consentimento do credor, a obrigao resultante do ttulo executivo.c) Responsveis fiador judicial (art. 475-Q, par. 2o, 690) e, responsvel tributrio. Art. 568, IV e V.Posio do cnjuge na execuo- Em geral o devedor, mais pode ser chamado bens de terceiros (592), no caso a esposa (IV), e art. 10, par. 1o e III.

- O cnjuge poder apresentar embargos de terceiros ou impugnao.LEMBRETE- A ilegitimidade ativa ou passiva do processo, enseja oposio impugnao (art. 475, L, IV), embargos execuo (art. 745) ou exceo (objeo) de pr-executividade.

- O resultado (deciso) cabe apelao (art. 475-M, par. 3o in fine).11 ESPCIES DE EXECUO11.1 DEFINITIVA: a) ttulo judicial (sentena transitada em julgado). b) ttulo extrajudicial - constitui a regra (art. 587, 1a parte).

11.2 PROVISRIA: a) Ttulo judicial (sentena impugnada mediante recurso recebido no efeito devolutivo);b) Ttulo extrajudicial (ocorre quando interposta apelao da sentena de improcedncia dos embargos, quando recebido com efeito suspensivo (art. 587, 2a parte).12 INTERVEO DE TERCEIROS12.1 OPOSIO/NOEMAO AUTORIA/DENUNCIAO DA LIDE E CHAMAMENTO AO PROCESSO no cabivel.

12.2 ASSISTNCIA: para parte da doutrina, cabvel. Ex. Art. 834 do CC.13 RESPONSABILIDADE PATRIMONAL13.1 ORIGINRIA: O patrimnio do devedor responde pela dvida.

13.2 SECUNDRIA (art. 592): - Sucessor a ttulo singular, no caso de execuo fundada em direito real ou obrigao reipersecutria.Scios: teoria da desconsiderao.Cnjuge: nos casos em que seus bens prprios, reservados ou de sua meao, respodnem pela dvida.Terceiros: quando esto na guarda do bem do devedor.Bens alienados ou gravados em fraude a execuo. 14 FRAUDE A EXECUO- Pendncia de ao fundada em direito real.

- Existncia de ao, ao tempo da alienao, capaz de reduzir o devedor insolvncia.

- Demais casos expressos em lei.15 ATOS ATENTATRIOS DIGNIDADE DA JUSTIA ART. 600Fraude a execuo;B) Opor maliciosamente a execuo;C) Resistir injustificadamente s ordens judiciais e,D) Sonegar bens execuo.