Aula 1 - Tolerância Dimensional

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Aula 1 - Tolerância Dimensional

Citation preview

DESENHO MECNICO 2

DESENHO MECNICO 3PROFESSOR RODRIGO SANTOSTURMA 3 MEC BColgio Tcnico IndustrialCurso Tcnico em Mecnica

AULA 1 TOLERNCIA DIMENSIONAL1Tolerncia DimensionalConceito: muito difcil executar peas com as medidas rigorosamente exatas, pois todo processo de fabricao est sujeito a imprecises. Entretanto, necessrio que peas semelhantes sejam intercambiveis, isto , possam ser substitudas entre si, sem que haja necessidade de reparos e ajustes. A prtica tem demonstrado que as medidas das peas podem variar, dentro de certos limites, para mais ou para menos, sem que isto prejudique a qualidade. Esses desvios aceitveis nas medidas das peas caracterizam o que chamamos de tolerncia dimensional.Tolerncia DimensionalAs tolerncias vm indicadas nos desenhos por valores e smbolos apropriados. Por isso voc deve identificar essa simbologia e tambm ser capaz de interpretar os grficos e as tabelas corres-pondentes. As peas em geral, no funcionam isoladamente. Elas trabalham associadas a outras peas, formando conjuntos mecnicos que desempenham funes determinadas.

Tolerncia DimensionalNum conjunto, as peas se ajustam, isto , se encaixam umas nas outras de diferentes maneiras. No Brasil, o sistema de tolerncias recomendado pela ABNT segue as normas internacionais ISSO. A observao dessas normas, tanto no planejamento do projeto como na execuo da pea, essencial para aumentar a produtividade da indstria nacional e para tornar o produto brasileiro competitivo em comparao com seus similares estrangeiros.Tolerncia DimensionalResumindo: O que tolerncia dimensional:As cotas indicadas no desenho tcnico so chamadas de dimenses nominais. impossvel executar as peas com os valores exatos, pois vrios fatores interferem no processo de produo, tais como imperfeies dos instrumentos de medio e das mquinas, deformaes do material e falhas durante a operao. Ento, procura-se determinar desvios, dentro dos quais a pea possa funcionar corretamente. Esses desvios so chamados de afastamentos.Tolerncia DimensionalAfastamentos: so desvios aceitveis das dimenses nominais, para mais ou para menos, que permitem a execuo da pea sem prejuzo para seu funcionamento ou intercambiabilidade. Eles podem ser indicados no desenho tcnico como mostra a ilustrao a seguir:

Neste exemplo a dimenso nominal do dimetro de 40mm. Os afastamentos so: + 0,28 mm e + 0,18 mmO sinal + indica que os afastamentos so positivos, ou seja, as variaes da dimenso nominal so para valores maiores que a dimenso nominal.Tolerncia DimensionalO afastamento de maior valor chamado de afastamento supe-rior. Esse afastamento indica a diferena entre a dimenso mxima e a nominal.O afastamento de menor valor o afastamento inferior. Esse afastamento indica a diferena entre a dimenso mnima e a dimenso nominal da pea.

Assim, os valores 40,28 e 40,18 mm correspondem aos limites mximo e mnimo da dimenso do dimetro da pea.Tolerncia DimensionalA dimenso encontrada, depois de executada a pea, a dimenso efetiva ou real; ela deve estar dentro dos limites da dimenso mxima e da dimenso mnima. Quando os dois afastamentos so positivos, a dimenso efetiva da pea sempre maior que a dimenso nominal. Entretanto, h casos em que os dois afastamentos so negativos, ou seja, as duas variaes em relao a medida nominal, so menores.

Tolerncia DimensionalA cota 35 apresenta dois afastamentos com sinal negativo, -0,20 e -0,41. Quando isso acontece, o afastamento superior corresponde ao de menor valor absoluto. No exemplo, o valor 0,20 menor que 0,41, logo o afastamento -0,20 corresponde ao afastamento superior e -0,41 corresponde ao afastamento inferior.

Para saber quais so as dimenses mximas e mnimas, basta fazer as subtraes. A dimenso efetiva deste dimetro, pode variar entre 34,80 e 34,59 mm Tolerncia DimensionalH casos em que o dois afastamentos tem sentidos diferentes, isto , um afastamento positivo e outro negativo. Quando isso acontece, o afastamento positivo sempre corresponde ao afastamento superior e o afastamento negativo corresponde ao afastamento inferior.

Tolerncia DimensionalTolerncias: a variao entre a dimenso mxima e a dimenso mnima. Para obt-las, calculamos a diferena entre uma e outra dimenso.

As tolerncias de peas que funcionam em conjunto dependem da funo que estas peas vo exercer. Conforme a funo, um tipo de ajuste necessrio para o perfeito funcionamento do conjunto.Tolerncia DimensionalAjustes: para entender o que so ajustes precisamos antes saber o que so eixos e furos de peas. Quando falamos em ajustes, eixo o nome genrico dado a qualquer pea , ou parte da pea, que funciona alojada em outra. Em geral, a superfcie externa de um eixo trabalha acoplada, isto , unida superfcie interna do furo. Ao lado vemos um eixo e uma bucha. Observe que a bucha est em corte para mostrar que seu interior um furo.

Tolerncia Dimensional

Eixos e furos de formas variadas podem funcionar ajustados entre si. Dependendo da funo do eixo, existe vrias classes de ajustes. Se o eixo encaixa no furo de modo a deslizar ou girar livremente, temos um ajuste com folga. Quando o eixo se encaixa no furo com certo esforo, de modo a ficar fixo, temos um ajuste com interferncia.Existem situaes intermedirias em que o eixo pode se encaixar no furo com folga ou com interferncia, dependendo das suas dimenses efetivas. o que chamamos de ajuste incerto.

Tolerncia DimensionalAjustes com Folga: Quando o afastamento superior do eixo menor ou igual ao afastamento inferior do furo, temos um ajuste com folga.

Os dimetros do furo e do eixo tem a mesma dimenso nominal de 25mm. O afastamento superior -0,20, a dimenso mxima do eixo 25mm-0,20mm= 24,80mm, a dimenso mnima do furo 25,00. Portanto, a dimenso mxima do eixo (24,80mm) menor que a dimenso mnima do furo (25,00) o que caracteriza o ajuste com folga. Para obter a folga, basta subtrair a dimenso do eixo da dimenso do furo. Neste exemplo, a folga 0,20mm.Tolerncia DimensionalAjustes com Interferncia: Nesse tipo de ajuste o afastamento superior do furo menor ou igual ao afastamento do eixo.Na cota do furo o afastamento superior +0,21mm, na cota do eixo, o afastamento inferior +0,28mm. Portanto o primeiro menor que o segundo, confirmando que se trata de um ajuste com interferncia. Para obter o valor da interferncia, basta calcular a diferena entre a dimenso efetiva do eixo e a dimenso efetiva do furo.

Tolerncia DimensionalAjuste Incerto: Esse o ajuste intermedirio entre o ajuste com folga e o ajuste com interferncia. Neste caso o afastamento superior do eixo maior que o afastamento inferior do furo, e o afastamento superior do furo maior que o afastamento inferior do eixo.Compare o afastamento superior do eixo (+0,18) maior que o afastamento inferior do furo (0,00) e o afastamento superior do furo (+0,25) maior que o afastamento inferior do eixo (+0,02). Logo estamos falando de um ajuste incerto.

Este nome dado pois no sabemos de antemo, se as peas acopladas vo ser ajustadas com folga ou com interferncia. Isso vai depender das dimenses efetivas do eixo e do furo.Tolerncia DimensionalSistema de Tolerncia e Ajustes ABNT/ISO (NBR 6158)O sistema ISO consiste em um conjunto de princpios, regras e tabelas que possibilita a escolha racional de tolerncias e ajustes de modo a tornar mais econmica a produo de peas intercambiveis. Este sistema foi estudado inicialmente para a produo de peas com at 500mm de dimetro, mas depois foi ampliado para peas com at 3150mm de dimetro. Ele estabelece uma srie de tolerncias fundamentais que determinam a preciso da pea, ou seja, a qualidade de trabalho, uma exigncia que varia de pea para pea, de uma mquina para outra.Tolerncia DimensionalA norma brasileira prev 18 qualidades de trabalho. Essas qualidades so identificadas pelas letras IT seguidas de nmeros. Cada uma delas corresponde a um valor de tolerncia. Observe abaixo as qualidades de trabalho para eixos e furos:As qualidades 01 a 3, no caso dos eixos, e 01 a 4 no caso dos furos, esto associadas mecnica extra precisa. o caso dos calibradores.No extremo oposto as qualidade 12 a 16 correspondem as maiores tolerncias e so aceitveis para peas isoladas ou que no requerem grande preciso, da o fato da classificao mecnica grosseira.

Tolerncia DimensionalPeas que funcionam acopladas a outra tm em geral sua qualidade estabelecida entre IT4 e IT11 para eixos e IT5 a IT11 para furos. Essa faixa corresponde a mecnica corrente ou a mecnica de preciso, que a mais usada atualmente.

Tolerncia DimensionalPeas que funcionam acopladas a outra tm em geral sua qualidade estabelecida entre IT4 e IT11 para eixos e IT5 a IT11 para furos. Essa faixa corresponde a mecnica corrente ou a mecnica de preciso, que a mais usada atualmente.

Tolerncia DimensionalNos desenhos tcnicos com indicao de tolerncia, a qualidade do trabalho vem indicada apenas pelo nmero, sem o IT. Antes do numeral vem uma ou duas letras, que representam o campo de tolerncia no sistema ISO.

A dimenso nominal da cota de 20mm. A tolerncia indicada por H7. O nmero 7 indica a qualidade do trabalho. A letra H identifica o campo de tolerncia, ou seja, o conjunto de valores aceitveis aps a execuo da pea, queO sistema ISO estabelece 28 campos de tolerncias. Cada letra est associada a um determinado campo de tolerncia. Os campos de tolerncia para eixo so representados por letras minsculas e os campos de tolerncia para furos so representados por letras maisculas. Tolerncia DimensionalCompare os desenhos abaixo:

Observem que eixo e furo tem a mesma dimenso nominal: 28mm. possvel observar tambm que as tolerncias so iguais. Desta forma podemos dizer que as duas peas apresentam a mesma qualidade de trabalho, porm, os campos de tolerncia so diferentes. O eixo compreende os valores que vo de 27,979 a 28mm. O campo de tolerncia do furo est entre 28 e 28,021mm. Dessa forma, no sistema ISO, essas tolerncias devem ser indicadas como a seguir:Tolerncia Dimensional

Tolerncia DimensionalEnquanto as tolerncias dos eixos referem-se a medidas exteriores, as tolerncias de furos referem-se a medidas interiores. Eixos e furos geralmente funcionam acoplados por meio de ajustes. No desenho tcnico de eixo e furo, o acoplamento indicado pela dimenso nominal comum as duas peas ajustadas, seguidas dos smbolos correspondentes. A dimenso nomina comum ao eixo e o furo 25mm. A tolerncia do furo vem sempre indicada ao alto e a do eixo indicada abaixo. So inmeras as

possibilidades de combinao de tolerncias de eixos e furos, com a mesma dimenso nominal, para cada classe de ajuste. Mas para economia de custos de produo, apenas algumas combinaes de ajustes so recomendadas.Tolerncia DimensionalSistema furo-base:

Imagine que este desenho representa parte de uma mquina com vrios furos, onde so acoplados vrios eixos. Note que todos os furos tem a mesma dimenso nominal e a mesma tolerncia H7, j as tolerncias dos eixos variam: f7, k6, p6. A linha zero serve para indicar a dimenso nominal e fixar a origem dos afastamentos. No furo A o eixo A deve girar com folga, num ajuste livre, no furo B, o eixo B deve deslizar com leve aderncia num ajuste incerto; no furo C, o eixo C pode entrar sob presso e ficar fixo. Tolerncia DimensionalPara obter essas 3 classes de ajustes, uma vez que as tolerncias dos furos so constantes, devemos variar as tolerncias dos eixos, de acordo com a funo de cada um. Este sistema de ajuste onde variam os eixos e os furos so fixos, chamado sistema furo-base.

A letra H representa a tolerncia do furo base e o numeral indicado ao lado indica a qualidade da mecnica.Tolerncia DimensionalSistema eixo-base:

Imagine que o desenho acima representa parte da mesma mquina com vrios furos, onde so acoplados vrios eixos, com funes diferentes. Os diferentes ajustes podem ser obtidos se as tolerncias dos eixos mantiverem-se constantes e os furos forem fabricados com tolerncias variveis. O eixo A encaixa-se no furo A com folga, o eixo B encaixa-se no furo B com leve aderncia; o eixo C encaixa-se no furo C com interferncia. Veja a seguir alguns exemplos de eixos-base:Tolerncia DimensionalEntre os dois sistemas, o furo-base o que tem maior aceitao. Uma vez fixada a tolerncia do furo, fica mais fcil obter o ajuste recomentado variando apenas as tolerncias dos eixos.

Tolerncia DimensionalEntre os dois sistemas, o furo-base o que tem maior aceitao. Uma vez fixada a tolerncia do furo, fica mais fcil obter o ajuste recomentado variando apenas as tolerncias dos eixos.

Tolerncia DimensionalExerccios: