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Conhecimentos Bancários, Atualidades e Técnicas de Vendas para BB Aula 10 – Mercado de Capitais Prof. César de Oliveira Frade e Henrique Campolina www.pontodosconcursos.com.br | Prof. César de Oliveira Frade 1 Olá pessoal, Na aula de hoje, nós iniciaremos a parte de relacionada a Mercado de Capitais. Sumário 44. INTRODUÇÃO AOS MERCADOS DE CAPITAIS ............................. Erro! Indicador não definido. 45. BOLSAS E MERCADOS ........................................................................... Erro! Indicador não definido. 45.1. Mercado Primário x Mercado Secundário ............................... Erro! Indicador não definido. 45.2. Bolsa de Valores x Bolsa de Mercadorias e Futuros ........... Erro! Indicador não definido. 45.3. Bolsas de Valores ............................................................................. Erro! Indicador não definido. 45.4. OPERAÇÕES EM BOLSAS .............................................................. Erro! Indicador não definido. 45.5. TIPOS DE ORDEM ............................................................................ Erro! Indicador não definido. 45.6. PREÇO DE NEGOCIAÇÃO .............................................................. Erro! Indicador não definido. 45.7. TIPOS DE OPERADORES ............................................................... Erro! Indicador não definido. 45.8. ÍNDICES DE MERCADOS ............................................................... Erro! Indicador não definido. 45.9. AÇÕES PREFERENCIAIS E AÇÕES ORDINÁRIAS.................. Erro! Indicador não definido. EXERCÍCIOS PROPOSTOS ............................................................................ Erro! Indicador não definido. EXERCÍCIOS RESOLVIDOS........................................................................... Erro! Indicador não definido. As dúvidas serão sanadas por meio do fórum do curso, a que todos os matriculados terão acesso. Se você tiver algum exercício de prova anterior e quiser que ele seja resolvido na aula, envie-o para o meu e-mail que farei o possível para incluí-lo no texto. As críticas ou sugestões poderão ser enviadas para: [email protected]. Prof. César Frade FEVEREIRO/2015 Aula 09 – Mercado de Capitais

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    Ol pessoal, Na aula de hoje, ns iniciaremos a parte de relacionada a Mercado de Capitais.

    Sumrio 44. INTRODUO AOS MERCADOS DE CAPITAIS ............................. Erro! Indicador no definido.

    45. BOLSAS E MERCADOS ........................................................................... Erro! Indicador no definido.

    45.1. Mercado Primrio x Mercado Secundrio ............................... Erro! Indicador no definido.

    45.2. Bolsa de Valores x Bolsa de Mercadorias e Futuros ........... Erro! Indicador no definido.

    45.3. Bolsas de Valores ............................................................................. Erro! Indicador no definido.

    45.4. OPERAES EM BOLSAS .............................................................. Erro! Indicador no definido.

    45.5. TIPOS DE ORDEM ............................................................................ Erro! Indicador no definido.

    45.6. PREO DE NEGOCIAO .............................................................. Erro! Indicador no definido.

    45.7. TIPOS DE OPERADORES ............................................................... Erro! Indicador no definido.

    45.8. NDICES DE MERCADOS ............................................................... Erro! Indicador no definido.

    45.9. AES PREFERENCIAIS E AES ORDINRIAS.................. Erro! Indicador no definido.

    EXERCCIOS PROPOSTOS ............................................................................ Erro! Indicador no definido.

    EXERCCIOS RESOLVIDOS........................................................................... Erro! Indicador no definido.

    As dvidas sero sanadas por meio do frum do curso, a que todos os matriculados tero acesso. Se voc tiver algum exerccio de prova anterior e quiser que ele seja resolvido na aula, envie-o para o meu e-mail que farei o possvel para inclu-lo no texto. As crticas ou sugestes podero ser enviadas para: [email protected].

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    46. INTRODUO AOS DERIVATIVOS Sei que a compreenso desta matria no to fcil quando no se trabalha com isso no dia-a-dia, mas vocs tero que concordar comigo que a matria muito interessante. Se os tpicos iniciais foram interessantes, os prximos sero ainda melhores, mas tambm bastante complexos. Para poder entender o que estarei falando, sugiro que faam um exerccio e, em primeiro lugar, esqueam tudo, mas tudo mesmo, que vocs sabem de compra e venda de qualquer bem. Desde que nasceu, voc aprendeu que para se vender alguma coisa, voc deveria ter o bem, deveria entreg-lo aps a venda e receberia recursos referentes venda. timo, isso estava correto at este momento da sua vida. Entretanto, daqui para frente isso no vale mais nada. Essa verdade que voc aprendeu no uma verdade absoluta e voc deve quebrar toda essa linha de raciocnio e tentar aprender tudo novamente. Se conseguir esquecer o que sabe de compra e venda, a matria, apesar de complexa, ser de fcil compreenso. No entanto, se no for capaz de esquecer tudo isto, no entender absolutamente nada de operaes com derivativos. Portanto, antes de continuar esse captulo escreva 20 vezes que:

    x quem vende no precisa ter o produto que est vendendo; x quem vende no precisa entregar o que vendeu; x quem vende no precisa receber, podendo, inclusive, pagar; x quem compra pode no levar o produto adquirido para casa; x quem compra no precisa, necessariamente, pagar.

    Agora, das duas uma, ou voc est achando que eu fiquei maluco ou voc comeou a entender o ponto principal do negcio. Se est achando que fiquei maluco, d um loop e volte ao pargrafo anterior, escrevendo mais 20 vezes e depois retorne para esse ponto. S passe para frente se achar que comeou a entender o esprito da coisa. Para a perfeita compreenso da matria darei vrios exemplos, podendo, inclusive no existir daquela forma no mercado, mas didaticamente so de fcil compreenso. Posteriormente, direi quais dos exemplos citados servem apenas para fins didticos,

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    no sendo negociados mas representando bem o papel no contrato e quais so efetivamente utilizados no mercado financeiro. Nos captulos referentes a esse assunto, importante que voc s siga adiante aps ter compreendido exatamente o que est sendo descrito. Nunca avance sem ter certeza de que entendeu todos os conceitos envolvidos nas operaes.

    46.1. Definio de Derivativos Derivativos so contratos nos quais uma parte efetua uma compra e a outra parte efetua uma venda de um determinado ativo, chamado de ativo-subjacente, para liquidao futura por um preo previamente fixado. Existem vrios derivativos possveis, sendo os principais:

    a) Contrato a termo; b) Contrato Futuro; c) Contrato de Opes; e d) Swaps.

    Inicialmente, vamos dar vrios exemplos sem distinguir cada um dos contratos. Tente entender como as coisas funcionam e, posteriormente, estarei esclarecendo cada um dos contratos separadamente. Tente ter calma pois o assunto complicado e no avance antes de ter certeza que est compreendendo o que foi escrito.

    46.2. A ESSNCIA DE UM CONTRATO DERIVATIVO Vou comear com um exemplo simples e que sempre utilizo em sala de aula. Imaginemos que existam 4 pessoas no mercado, Antnio (Agente A), Brbara (Agente B), Cludio (Agente C) e Daniela (Agente D). Imaginemos que o Antnio tenha um carro e deseja se desfazer desse carro. Por outro lado, a Brbara se interessa na aquisio do carro do Antnio. Logo, em vias normais, o Antnio definiria o preo do carro, a Brbara faria a aquisio do mesmo, pagando por isto, mas recebendo o carro. Dessa forma, teramos o Antnio entregando o carro para a Brbara e recebendo os recursos pedidos na venda do bem. Vamos supor que o preo do carro seja R$

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    15.000,00. Sendo essa hiptese verdadeira, o Antnio entrega seu carro para a Brbara e recebe da mesma a quantia de R$ 15.000,00. Imaginemos agora que o Antnio deseja vender o carro, mas s aceita entreg-lo em uma data futura, suponhamos 10 de abril do prximo ano. Dessa forma, o Antnio firma um contrato com a Brbara onde ele vende e ela compra o carro dele, Antnio, pelo preo de R$ 15.000,00 para entrega no dia 10 de abril do prximo ano. Observe que no houve nenhum fluxo de caixa inicial, ou seja, que no houve pagamento algum, apenas os dois se comprometeram a comprar ou vender um determinando produto, por um determinado preo fixado previamente. interessante ressaltarmos que pelo fato de no ter havido nenhum fluxo de caixa na data zero, no h a necessidade de que a Brbara tenha os recursos necessrios para a aquisio do carro. Vejamos se a descrio acima se encaixa em um contrato derivativo. A definio diz que:

    a) contratos nos quais uma parte efetua uma compra Brbara est efetuando a compra;

    b) outra parte efetua uma venda Antnio est efetuando a venda; c) de um determinado ativo, chamado de ativo-subjacente o carro do

    Antnio o ativo-subjacente1; d) para liquidao futura a liquidao do contrato feito entre os agentes A e B

    ocorrer em 10 de abril do prximo ano, portanto, data futura. e) por um preo previamente fixado o preo de ativo-subjacente foi fixado em

    R$ 15.000,00. Com isso, vemos que o contrato de compra e venda assinado pelo Antnio e pela Brbara um contrato derivativo. um contato no qual eles combinam uma operao de compra e venda de um determinado produto para uma data futura determinada por um preo previamente fixado. Ser que no dia combinado o carro estar custando o valor que eles combinaram? Ser que no dia do vencimento do contrato, esse carro estar custando os R$ 15.000,00? A resposta que no necessariamente o carro estar valendo esse valor na data combinada. Esse carro poder estar custando R$ 16.000,00, R$ 14.000,00 ou qualquer outro valor possvel para um carro como este, dado que poder haver uma variao no 1 Ativo-subjacente o ativo que faz parte do contrato de derivativo, ou seja, o ativo que est subjacente ao contrato, como o prprio nome diz. S existe um contrato derivativo se este contrato derivar de um ativo, por isto derivativo. E ele tem que derivar de um ativo-subjacente.

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    preo de qualquer ativo ao longo do tempo, inclusive no carro em questo. Mesmo com o carro custando um valor diferente do combinado, os dois agentes tero a obrigao de comprar/vender o ativo-subjacente pelo preo previamente acordado, ou seja, R$ 15.000,00. Entretanto, h um item interessante nesse tipo de contrato. Apesar de os dois agentes terem a obrigao de comprar/vender o carro, no dever2 haver a entrega do bem, ou mesmo, a mudana de propriedade. Na verdade, apesar de ser possvel a entrega do bem, no h a obrigatoriedade de que ocorra essa entrega. O contrato, no momento da negociao, dever prever se haver ou no a entrega do bem subjacente ao mesmo. Imagine que na data combinada, 10 de abril, o carro em questo esteja valendo R$ 16.000,00. Logo, o Antnio dever entregar para a Brbara o carro e receber R$ 15.000,00. No entanto, o Antnio pode tentar, depois de entregar, recomprar o carro que vendeu Brbara. Dessa forma, dever pagar o preo atual do carro, ou seja, R$ 16.000,00. Sendo assim, o Antnio vendeu o carro por R$ 15.000,00 e acabou recomprando-o por R$ 16.000,00. Te pergunto: seria necessrio que o Antnio entregasse o carro Brbara? A resposta a essa pergunta no, definitivamente no. Bastava que o Antnio desse Brbara R$ 1.000,00. Dessa forma, ao juntar esse valor pago pelo Antnio com os R$ 15.000,00 que ela j tinha3 e que havia combinado de pagar pelo carro, Brbara passaria a ter condies de comprar um carro (igual ao carro do Antnio) pelo preo que havia combinado4. Portanto, quando eles fizeram um contrato derivativo, a Brbara poderia no estar querendo adquirir o carro do Antnio e sim, ter certeza de que, na data combinada ela teria condies de comprar um carro, igual ao do Antnio, por R$ 15.000,00. Entretanto, nada impede que a Brbara tivesse interesse em ter, realmente, o carro. No entanto, para t-lo, ela deveria fazer constar em contrato que o bem deveria ter liquidao fsica e no apenas financeira. Com a liquidao fsica em contrato, o Antnio deveria fazer a entrega do mesmo. interessante ressaltarmos que uma

    2 bastante comum que em contratos derivativos a liquidao ocorra apenas de forma financeira sem que haja a alterao ou mudana de propriedade do ativo negociado. 3 Ou pelo menos havia esse pressuposto de que ela tinha esse recurso. 4 Observe que mesmo sem comprar o carro do Antnio, o contrato derivativo em questo deu Brbara a condio de comprar um automvel idntico ao do Antnio.

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    parcela bastante pequena dos contratos derivativos negociados no Brasil possui liquidao fsica, a grande maioria possui apenas liquidao financeira. Imagine que voc decidiu que, aps a sua prova, ir passar uma semana de frias na Europa, para comemorar a nota que tirou em Finanas. No entanto, voc, hoje, tem um grande receio. Voc tem receio de que a taxa de cmbio suba muito e que isso impossibilite a sua viagem. Dessa forma, voc combina que vai comprar US$ 5.000,00 por uma taxa de R$ 1,805 e garante que a sua viagem no lhe custar mais do que R$ 9.000,00. Agora, fazendo esse tipo de operao, voc deixou de correr o risco de cmbio e, no importa o rumo que a taxa venha a tomar, a sua viagem est garantida. Ou seja, fazendo essa operao com derivativo voc garante que conseguir comprar US$5.000,00 pelo valor de R$ 9.000,00 e ter condies de fazer a sua viagem pela Europa. E o melhor, nem precisou desembolsar os reais agora. Portanto, se a taxa de cmbio no momento da sua viagem estiver sendo cotada por R$ 1,50, voc ter perdido R$ 0,30 com os contratos derivativos, pois voc comprou por R$ 1,80 um bem que estar valendo R$ 1,506. No entanto, o que voc deve compreender que no h, em uma operao como essa, o interesse em ganhar dinheiro com operaes de derivativos e sim, a inteno de travar o valor gasto de R$ 9.000,00 para fazer a sua viagem. As pessoas devem encarar essa operao como um hedge7 para a viagem, ou seja, como uma operao de proteo contra oscilao da taxa de cmbio. claro que se voc no tivesse feito um contrato derivativo de cmbio, gastaria apenas R$ 7.500,00 pela sua viagem, mas estaria correndo o risco de no conseguir viajar. De forma anloga, a taxa de cmbio poderia ter ido para R$ 2,80. Se isso ocorresse sem que voc tivesse firmado um contrato derivativo, a viagem ao invs de custar R$ 9.000,00, teria o seu preo majorado e ficaria mais de 50% mais cara. Como o contrato derivativo foi firmado, voc receber R$ 5.000,00 neste contrato, pois comprou por R$ 1,80 cada dlar que atualmente est valendo R$ 2,80.

    5 A cotao do cmbio em novembro de 2010 estava variando muito diariamente e girando torno de 1,87, ou seja, R$ 1,70 para cada dlar a ser adquirido. 6 Dever efetuar um pagamento de R$ 0,30 x US$ 5.000,00 = R$ 1.500,00 para a pessoa que vendeu a moeda estrangeira a voc por intermdio de um contrato derivativo. Com os R$ 7.500,00 que ainda lhe restam, seria possvel adquirir os US$ 5.000,00. 7 Retorne aula anterior e releia a operao de hedge, operao de proteo. A palavra hedge quer dizer proteo.

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    Como foram US$ 5.000,00 e voc ganhou R$ 1,00 em cada dlar, dever receber R$ 5.000,00. Como voc tinha R$ 9.000,00 e recebeu mais R$ 5.000,00, ter condies de ir em uma casa de cmbio e comprar US$ 5.000,00 pelo preo de R$ 2,80 cada dlar. Dessa forma, a sua viagem foi salva porque voc fez um hegde contra a oscilao da taxa de cmbio. Caso no tivesse feito dessa forma, provavelmente, no iria conseguir mais viajar, pois a sua viagem teria encarecido mais de 50%. Conforme podemos ver no exemplo acima, nota-se que o mercado de derivativos foi criado para os hedgers e isso ocorreu h muitos anos atrs. No entanto, hoje, eles representam uma parcela bastante reduzida dos players8 existentes nesse mercado. Entretanto, com exemplos de hedgers que fica mais simples voc compreender a verdadeira inteno, o motivo que levam os agentes a fazer uma operao deste tipo e tambm a importncia do mesmo para o desenvolvimento dos mais diversos mercados. Outra forma, no menos comum de se aprender pensando que as pessoas que participam deste mercado esto fazendo apostas. Se pensar assim, no momento em que o Antnio efetuou a venda de seu carro por R$ 15.000,00, utilizando-se de um contrato derivativo para isto, ele estava apostando que, na data do vencimento do contrato9, o valor do carro estaria abaixo do montante combinado por ele. Se efetivamente o valor do carro estivesse abaixo do montante combinado (R$ 15.000,00), o Antnio teria vendido por R$ 15.000,00 um carro que estava, na data da entrega, valendo menos do que R$ 15.000,00, e assim, obtido um lucro com a operao. Dessa forma, o lucro obtido com o contrato derivativo seria igual diferena entre o valor combinado e o valor cotado na data de vencimento do contrato.

    46.3. PROPRIEDADE DO ATIVO-SUBJACENTE AO CONTRATO Imagine uma situao em que o carro seja de propriedade do Cludio. De forma anloga negociao anterior, suponhamos que o Antnio venda para a Brbara o carro do Cludio por R$ 15.000,00 para 10 de abril do ano seguinte. Observe que o Antnio est vendendo um ativo que ele no possui e, portanto, caso queira entreg-lo na data de vencimento do contrato, dever, de antemo, adquiri-lo. 8 Players so as pessoas que negociam em cada tipo de mercado. Os players do mercado derivativo so os agentes que efetuam negcios dentro do mercado de derivativos. 9 Data do vencimento do contrato a data firmada no derivativo para se cotar o ativo-subjacente no mercado e comparar com o preo previamente acertado.

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    Se na data do vencimento do contrato, o carro do Cludio estiver sendo negociado por R$ 14.000,00, o Antnio ter vendido por R$ 15.000,00 um carro que, no momento, est avaliado por R$ 14.000,00. Dessa forma, para entregar o carro, Antnio dever adquiri-lo do Cludio efetuando o pagamento de R$ 14.000,00. Imediatamente, repassa-o para a Brbara pelo valor combinado, ou seja, R$ 15.000,0010. A Brbara, por sua vez, no tem mais a inteno de ficar com o carro e decide coloc-lo a venda pelo preo de mercado. Ao mesmo tempo, aparece o Cludio que deseja compr-lo de volta e, portanto, paga por ele o preo de R$ 14.000,0011. Observe que na montagem feita acima, o Cludio vende seu carro ao Antnio por R$ 14.000,00 e, posteriormente, o recompra da Brbara pelo mesmo preo, voltando a ter o carro e no ficando com nenhum recurso adicional. O Antnio, por sua vez, comprou o carro do Cludio por R$ 14.000,00 e o vendeu para a Brbara por R$ 15.000,00, auferindo um lucro de R$ 1.000,00. Observe que o Antnio tinha um dinheiro mas no tinha o carro. Comprou o carro e ficou sem R$ 14.000,00. Imediatamente, repassa-o Brbara, ficando a partir desse momento sem o carro, mas em contra-partida recebe R$ 15.000,00. Dessa forma, o Antnio no incio de tudo no tinha um carro mas tinha R$ 14.000,00. Agora ele continua sem o carro mas tem R$ 15.000,00, auferindo um lucro de R$ 1.000,00. Por sua vez, a Brbara comprou do Antnio o carro pelo preo de R$ 15.000,00 e, posteriormente, vendeu-o ao Cludio por R$ 14.000,00. Vamos tentar entender a situao da Brbara. Ela tinha um recurso financeiro da ordem de R$ 15.000,00 e estava interessada em adquirir um carro idntico ao do Cludio. Ela paga esses R$ 15.000,00 ao Antnio e fica com o carro que, inicialmente, foi do Cludio. No momento seguinte, a Brbara vende para o Cludio o carro por ela adquirido do Antnio pelo preo de mercado, R$ 14.000,00. Inicialmente a Brbara tinha R$15.000,00 e no tinha carro, no final, ela continua sem carro, mas tem R$ 14.000,00. Sendo assim, a Brbara assumiu um prejuzo de R$ 1.000,00 com a operao. Observe que no h a necessidade de o Cludio participar da operao, pois ele detinha o carro, vendeu-o por um preo e, posteriormente, comprou-o pelo mesmo valor, no auferindo lucro algum com a operao. H apenas a necessidade da existncia do ativo que est sendo negociado. Na verdade, o Cludio nem precisa ficar sabendo que o Antnio est vendendo para a Brbara seu carro. Isso porque essa

    10 Para ficar mais fcil a compreenso do exemplo, v fazendo uma espcie de esquema ilustrativo dos negcios. Garanto que simplificar. 11 O Cludio paga o preo de R$ 14.000,00 porque no possui nenhum acordo anterior. Logo, deve recomprar pelo preo que o bem estiver valendo no mercado.

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    venda se parece muito mais com uma espcie de aposta no preo do carro em uma data futura determinada. Com isso, conseguimos ver que para que o Antnio negocie o carro do Cludio, no h a necessidade de o Antnio adquirir ou possuir o carro. Logo, qualquer pessoa pode vender um ativo-subjacente que no possua, dado que na maior parte das vezes a liquidao ser financeira e no ser necessria a entrega do bem. Que tal fazermos um negcio? Posso vender para vocs o computador no qual estou escrevendo, a sala onde est situado o Ponto dos Concursos ou qualquer outro bem. Importante frisarmos que se voc optar por comprar esse meu computador para entrega em data futura, voc estar apostando que na data de vencimento do nosso negcio o computador estar valendo mais do que pactuado. De forma anloga, se voc quiser adquirir a sala em que est instalado o Ponto, posso lhe vender12. Se voc fizer isso, comprar a sala, estar se tornando um especulador no mercado imobilirio e torcendo para que salas como as que o Ponto est instalado tenham seu preo majorado13. No entanto, devemos lembrar que uma pessoa que vende um bem estar torcendo para que o preo do mesmo caia, pois ter vendido por um preo e deseja que o mesmo esteja com valor menor na poca da liquidao do contrato. Por outro lado, o agente que efetua a compra de um determinado bem se utilizando de um contrato como este, estar combinando um valor para a aquisio do bem e torcer para que o mesmo aumente o seu preo at o momento da liquidao do contrato. 46.4. RISCO DE CRDITO NO CONTRATO Observe que conseguimos enxergar algumas dificuldades para celebrar esse negcio, alm dos dados que j foram apresentados. Voc seria capaz de negociar um contrato como o descrito acima se nunca tivesse visto a pessoa com quem negocia? Ser que no ficaria pensando se a pessoa com a qual efetuou o negcio te pagaria caso ela viesse a perder? Pois bem. Imagine que a Brbara no conhece o Antnio e ele no a conhece. Como eles apenas assinaram um contrato e no houve qualquer fluxo de caixa na data da

    12 importante frisar que eu no sou dono da sala e no tenho a menor noo de quem seja, mas desde que a liquidao desse contrato seja financeira, no h problema em vend-la nessa aula. 13 Como o negcio est sendo feito com imveis em Braslia, h uma grande chance de o comprador da sala sair ganhando.

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    assinatura do mesmo, eles comearam a incorrer em um risco de crdito14 da contraparte. No h nenhum fluxo de caixa na data da assinatura do contrato, pois a nica coisa que os agentes fizeram foi combinar um valor pelo qual um deles ir adquirir e o outro ir vender o ativo em uma data futura determinada. Caso o preo do bem em questo, na data de vencimento do contrato derivativo, esteja abaixo do preo combinado, o Antnio (vendedor do ativo-subjacente) dever receber da Brbara uma determinada quantia (a diferena entre o valor combinado e o valor atual do ativo). Caso contrrio, ele dever pagar. Como eles no se conhecem, razovel que optem por depositar uma espcie de cauo junto a uma pessoa que ambos conhecem e confiam, como por exemplo, a Daniela. Dessa forma, ambos, na data da aquisio do contrato derivativo em questo, efetuam um depsito junto Daniela. Esse depsito serve para, em caso de inadimplncia de uma das partes, saldar a dvida do inadimplente junto ao outro agente. Neste exemplo acima, onde a Daniela segura a cauo do comprador e do vendedor do ativo subjacente no contrato derivativo, ela funciona como se fosse a Bolsa15. Dado que ela (Daniela) est com a cauo de cada um deles, ela passa a ser a responsvel pela perfeita e completa liquidao do contrato, recebendo para fazer esse tipo de servio. Como j foi dito anteriormente, a Daniela recebe de ambos os agentes que integram o contrato derivativo uma espcie de cauo que tem o nome de margem de garantia. Logo, a margem de garantia que ir cobrir os recursos que porventura venham a faltar em caso de inadimplncia de uma das partes. Caso a margem de garantia seja insuficiente, a Bolsa (a Daniela, nesse exemplo) dever quitar o pagamento e depois tentar reaver os recursos por meios judiciais16. 14 Risco de crdito o risco de voc no receber aquilo que lhe devido. Mais frente vamos discutir de forma pormenorizada cada tipo de risco que os integrantes do mercado financeiro podem incorrer. 15 Na verdade, ela funciona como se fosse a Cmara de Compensao da Bolsa. A Cmara de Compensao o departamento ou uma empresa coligada Bolsa que tem como objetivo fazer a liquidao fsica e a liquidao financeira das negociaes efetuadas dentro do ambiente de Bolsa. Segundo o dicionrio da BOVESPA, a Cmara a Instituio que presta, em carter principal, servios de compensao, liquidao e gerenciamento de risco de operaes. O mesmo dicionrio estabelece que compensao o procedimento de apurao dos saldos lquidos em ativos e recursos financeiros entre as contrapartes para a liquidao de dbitos e crditos recprocos. O mesmo estabelece ainda que liquidao a ltima etapa do processo de compra e venda de ativos ou valores mobilirios, quando dinheiro e ativo negociado trocam de proprietrio. 16 No podemos nunca esquecer que as Sociedades Corretoras so solidrias com os seus clientes perante a Bolsa. Logo, o no pagamento de um cliente faz com que a corretora seja responsabilizada por este pagamento perante a Bolsa. Quando digo corretora estou falando, nesse caso, de forma genrica. Podem ser as distribuidoras tambm.

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    O fato de o Antnio poder celebrar um contrato desse com a Brbara sem ter que efetuar qualquer pagamento, lhe d a condio de, mesmo tendo apenas R$ 14.000,00 em dinheiro, celebrar um contrato de 1000 carros idnticos ao do Cludio. A partir do momento em que os dois tm a obrigao de efetuar um depsito de garantia junto Daniela, essa alavancagem limitada. Se o depsito de garantia exigido for da ordem de R$ 1.000,00, o Antnio poder comprar apenas 14 carros do Cludio junto Brbara. J sei...Voc acha que bebi, pois tinha entendido at ento que s existia um carro do Cludio. Mas voc est certo, s existe um carro. Mas o fato de existir apenas um carro no obriga o Antnio a vender apenas um a menos que no contrato haja uma clusula obrigando a entrega fsica. Se a entrega for financeira, os agentes podem negociar quantos ativos-subjacentes quiserem desde que depositem a margem de garantia necessria. Espero que at o momento vocs conseguido captar o que um contrato derivativo, o que as pessoas esto buscando ao assumir uma determinada posio nesse tipo de contrato e quais os riscos inerentes em cada uma das posies assumidas. Nos captulos seguintes vamos estudar cada um dos contratos separadamente.

    47. CONTRATOS A TERMO

    47.1. DEFINIES BSICAS Contratos a termo so contratos nos quais uma parte efetua uma compra e a outra parte efetua uma venda de um determinado ativo, chamado de ativo-subjacente, para liquidao futura por um preo previamente fixado. Voc deve estar se perguntando, mas essa no a definio de Derivativos? Sim, e tambm de contratos a termo e de contratos futuros. Portanto, em um contrato a termo duas pessoas assumem determinada obrigao. Um agente passa a ter a obrigao de comprar e o outro a obrigao de vender, determinada quantidade de um ativo-subjacente em uma data futura determinada e por um preo previamente especificado. As operaes de contratos a termo podem ser feitas tanto na Bolsa quanto no Balco. Quando forem feitas na Bolsa, o registro obrigatrio e o depsito de margem de

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    garantia facultativo. Nas operaes de balco, o registro facultativo, sendo obrigatrio se alguma instituio financeira participar do contrato assumindo posio de risco na operao. Se uma instituio financeira participar de um contrato a termo de balco apenas com o objetivo de intermediar a operao para algum cliente, no h a obrigatoriedade do registro da mesma. Os contratos a termo de bolsa podem ser feitos tanto na BOVESPA quanto na BM&F conforme o ativo-subjacente que est sendo negociado. Se ele for feito no Balco poder incorrer em registro tanto na CETIP17 quando na BM&F, como tambm poder no ser registrado. Devemos ressaltar que, recentemente, a BM&F criou e est desenvolvendo um mercado de balco que funciona dentro da prpria bolsa mas que possui regras um tanto quanto diferentes das operaes padronizadas. Os contratos a termo so contratos no padronizados, nos quais as clusulas so discutidas, em tese, livremente pelos agentes que participam dele, sendo moldado de acordo com o interesse de cada um dos investidores. Exatamente pelo fato de no serem padronizados, de terem clusulas que interessam apenas aos participantes do contrato, que no possuem liquidez.

    Os contratos a termo no so totalmente padronizados e, portanto, no possuem alta liquidez.

    Ou seja, como as pessoas que esto interessadas em fazer o contrato o moldam da forma que melhor lhes convm, as outras pessoas que no participaram da elaborao do mesmo no sabem exatamente o que est previsto no contrato. Exatamente por este motivo, se desfazer do contrato, repass-lo a outro agente, fica mais complicado. permitido repassar, mas no tarefa simples faz-lo. Logo, se algum agente externo for adquirir participao naquele contrato dever fazer uma leitura minuciosa do mesmo. Esse procedimento demorado e faz com que outros agentes alm dos originais compradores e vendedores percam interesse no mesmo. Por isso, quando se assume uma determinada posio em um contrato derivativo a termo, fica muito difcil encontrar algum que negocie este contrato com voc, fato que, provavelmente, o levar a ficar com esse risco at o seu vencimento. Falamos, coloquialmente, que o investidor morre abraado com o contrato.

    17 A CETIP uma empresa que efetua o registro de operaes feitas no Balco. Operaes, ditas, cetipadas no possuem garantia e, portanto, no h depsito de margem de garantia. Dessa forma, a CETIP no , ao contrrio das operaes cursadas em bolsa, contraparte central da operaes nela registradas.

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    Cabe ressaltar que os contratos derivativos a termo negociados em um mercado de Balco dentro da Bolsa possuem certo grau de padronizao, pois somente assim gera interesse para que a Bolsa efetue o seu registro e ceda espao para a sua negociao. A mesma observao acima pode ser feita para as operaes registradas na CETIP. Isso ocorre porque o valor que a Bolsa cobra muito pequeno se comparado a valores cobrados em registros de imveis, por exemplo. Portanto, para que valha a pena para Bolsa amparar tais operaes, eles devem ter um certo grau de padronizao, fato que reduz o custo de anlise da Bolsa. Seguem, a ttulo de exemplo, algumas especificaes do contrato a termo de aes da BOVESPA18. claro que existem outros tipos de contratos.

    Definio: Aquele que dever ser liquidado, fsica e financeiramente, no valor nominal contratado. Objeto de Negociao: Todas as aes listadas na Bolsa. Sistema de Negociao: Mega Bolsa19. Horrio de Negociao: das 10h s 17h (durante o horrio de vero: das 11h s 18h). Cdigo de Negociao: XXXXYTT (onde XXXX o cdigo da empresa, Y o nmero que indica o tipo/classe do papel e TT significa termo). Cotao: As aes no mercado a termo so cotadas em Reais (R$) e seguem a mesma forma de cotao da ao subjacente ao contrato. Tipo de Contrato: VC Vontade do Comprador, ou seja, somente o comprador pode liquidar a operao antecipadamente, se assim o desejar.

    18 Retirado do Caderno de Especificaes de Contratos do Mercado a Termo que consta no site da BMF BOVESPA. 19 Segundo o dicionrio de finanas da BOVESPA, Megabolsa Sistema que possibilita que as corretoras enviem suas ordens de compra ou venda diretamente de seus escritrios, localizados em qualquer parte do Brasil, para a BM&FBOVESPA. Pelos terminais eletrnicos do Mega Bolsa, as Corretoras podem enviar suas ordens de compra ou venda diretamente de seus escritrios, em qualquer parte do territrio nacional. O sistema reproduz na tela o ambiente de negcios, exibindo os registros de ofertas e propiciando o fechamento automtico das operaes. As ofertas introduzidas pelos participantes so ordenadas com base na seqncia cronolgica do registro, dando-se prioridade ao melhor preo. Alm da negociao, o sistema oferece recursos para a realizao de consultas e acompanhamento do mercado de aes.

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    Prazo de Vencimento: Livremente escolhido pelos investidores, observado o perodo mnimo de 16 dias e mximo de 999 dias corridos para cada contrato. Liquidao: Pode ser por Decurso de Prazo (na data do vencimento do contrato) ou Antecipada (antes da data do vencimento do contrato). Liquidao por Diferena: Mediante a venda a vista, pelo comprador, dos valores mobilirios comprados a termo. A liquidao somente financeira, podendo ser solicitada at V-3 (terceiro dia til anterior ao vencimento do contrato). Garantias: So exigidas tanto do comprador como do vendedor e podem ser depositadas sob a forma de cobertura ou margem. Para saber quais ativos so aceitos como garantia, clique aqui. Cobertura: o depsito, pelo vendedor, da totalidade das aes-objeto da operao. Margem: A Bolsa avalia diariamente a adequao do nvel de garantias de cada investidor sua exposio ao risco nos mercados a prazo e projeta o valor de liquidao do portflio de cada investidor final, calculando o total de margem exigida com base em dois componentes: Margem de Prmio (diferena entre a cotao de fechamento do ativo subjacente ao contrato a termo e o preo efetivo do contrato do investidor) e Margem de Risco (valor correspondente perda potencial do contrato do investidor no caso de movimento adverso nos preos de mercado). Proventos: A partir da realizao da operao a termo, todos os proventos deliberados pelas empresas emissoras so do comprador. No caso de subscrio, o investidor deve manifestar sua inteno de subscrever ou de vender seu direito subscrio at o 5 dia anterior ao prazo final estabelecido pela empresa. Limites Operacionais: Estabelecidos para o mercado como um todo, por intermedirio e por investidor.

    Por exemplo, imagine que o Antnio e a Brbara tivessem assinado um contrato a termo. Caso a Brbara, que a agente que efetuar a compra, quiser se dispor do contrato, ela pode. Para isso, dever encontrar algum disposto a comprar dela, para que ela consiga efetuar a venda do contrato. Se conseguir vender o contrato para o

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    Cludio, ela (Brbara) passar a estar comprada e vendida ao mesmo tempo neste contrato e, portanto, no ter posio alguma. O Antnio continuar vendendo o contrato e o Cludio, a partir desse momento, passar a ser o comprador do contrato. No entanto, devemos ressaltar que o contrato foi moldado de acordo com os interesses da Brbara e do Antnio, e o terceiro agente, Cludio, no conhece nada a respeito das clusulas desse contrato. Dessa forma, o Cludio ter um dispndio de tempo enorme para conhecer o contrato e assumir uma posio nele. Sendo assim, bastante difcil conseguir algum agente que faa o que o Cludio fez neste exemplo, ou seja, negociar um contrato a termo no meio de sua vigncia. Isso nos faz concluir que o contrato a termo no possui liquidez.

    47.2. EXEMPLO DE ARBITRAGEM Tendo em vista o fato de j sabermos que nos mercados derivativos devemos usar sempre a capitalizao contnua, vamos agora partir para um exemplo desenvolvido no mercado a termo de cmbio. Imagine que um exportador vai receber US$ 120.000,00 dentro de 4 meses como pagamento de um produto que ele acaba de receber a encomenda e que ter 1 semana para fabricar e embarcar. Imaginemos que esse produto consuma apenas insumos nacionais, no incorrendo em seu preo de custo nenhum componente que depende da moeda norte-americana. Tendo em vista o fato de que os contratos futuros de cmbio s podem ser feitos com valores mltiplos de US$ 50.000,00, o exportador acabar sendo obrigado a fazer um contrato a termo de dlar no valor de US$ 120.000,00. Imagine que a taxa de juros livre de risco paga pelo Governo Norte-Americano20 seja 1% ao ano e que no Brasil a taxa Selic esteja sendo negociada por 10% ao ano e que no mercado vista o dlar esteja sendo cotado a R$ 2,0021. A taxa de cmbio a ser combinada deve ser tal que seja impossvel efetuar a arbitragem da operao.

    20 Essa a taxa similar nossa SELIC. 21 claro que todos esses valores no so verdadeiros e usamos apenas a ttulo de exemplo.

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    Se o exportador combinar que ir comprar US$ 120.000,00 pela taxa de cmbio de R$ 2,04 dentro de 4 meses, um arbitrador ir agir rapidamente. Vejamos o motivo de ter sido gerada essa oportunidade de arbitragem. Imagine que exista uma pessoa que possua para aplicao US$ 120.000,00 e pode escolher entre aplicar os recursos no Brasil ou nos Estados Unidos. Ela sabe que com a taxa de cmbio em questo uma pessoa que tem, atualmente, o equivalente a US$ 120.000,00, ou seja, teria R$ 240.000,00 caso optasse por aplicar seus recursos no Brasil. Daqui a 4 meses teria:

    Se o investidor tivesse aplicado seus recursos nos Estados Unidos, aps o perodo de 4 meses, ele teria a seguinte quantia em moeda norte-americana:

    Como a taxa de cmbio negociada no mercado a termo no momento em que o investidor deveria optar onde colocar os seus recursos era de R$ 2,04, ele poderia ter comprado R$ 247.747,23 em dlares. Isso daria um resultado de US$ 121.444,72

    72,444.121

    04,223,747.247 .

    Dessa forma, o resultado aplicando os recursos no Brasil aliado ao fechamento de uma operao de compra em um contrato a termo de cmbio com valor nocional de US$ 121.444,72, imediatamente aps o ingresso dos recursos faria com que o investidor estrangeiro ganhasse mais do que se tivesse aplicado nos Estados Unidos. Sendo assim, com os dados das taxas de juros do Brasil, dos Estados Unidos e o valor da taxa de cmbio atual e futura (determinada pelo contrato a termo negociado) todos os investidores optariam investir no Brasil ao invs de faz-lo nos Estados Unidos, enquanto a taxa de cmbio estiver abaixo de R$ 2,0577. Isto ocorre porque a taxa de cmbio R$ 2,0577 a taxa de cmbio para 4 meses que faz com que o processo de arbitragem cesse e aplicar o dinheiro no Brasil ou Estados Unidos, tem o mesmo resultado. Observe: Se o investidor estrangeiro ingressar no Brasil com US$ 120.000,00 a uma taxa vista de R$ 2,00, celebrar a compra dos dlares, via contrato a termo, na data de hoje para daqui a 4 meses pelo preo de R$ 2,0577, e aplicar os recursos ingressados a uma

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    taxa de 10% ao ano, ele, em princpio, ter ao final do perodo a mesma quantidade de recursos que teria caso tivesse optado por aplicar nos Estados Unidos. Vamos aos clculos:

    Ao final de 4 meses ele ter, no Brasil: Fechando o contrato a termo na data de hoje pela taxa de R$ 2,0577, ele ter em 4

    meses, o valor de: . Observe que o resultado encontrado praticamente o mesmo daquele que o investidor teria obtido caso tivesse aplicado os recursos no mercado norte-americano. A pequena diferena existente se deve ao fato de que a taxa de cmbio foi contratada com apenas 4 casas decimais e para que atingssemos o mesmo valor precisaramos de um nmero maior de casas decimais.

    Na verdade, a taxa de cmbio dever ser dada por: Dessa forma, vimos que o valor do cmbio para evitar arbitragem depende tanto da taxa de juros interna quanto da taxa de juros externa, alm da taxa atual de cmbio. Cabe ressaltar que, apesar de termos, nesse exemplo, nos utilizado de juros compostos, deveramos para aplicao no mercado derivativo ter utilizados conceitos de capitalizao contnua e nesse caso, a taxa de cmbio seria determinada pela seguinte equao:

    trr externoernoeCTC intVista mbioermo mbio

    48. CONTRATOS FUTUROS

    48.1. DEFINIES BSICAS Contratos futuros so contratos nos quais uma parte efetua uma compra e a outra parte efetua uma venda de um determinado ativo, chamado de ativo-subjacente, para liquidao futura por um preo previamente fixado.

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    Mais um contrato que possui a mesma definio. Na verdade, os contratos futuros so muito parecidos com os contratos a termo, sendo considerados uma evoluo do termo. Guarde isso, o contrato futuro uma evoluo do contrato a termo. Existem algumas diferenas bsicas entre os contratos a termo e os futuros. Dentre estas diferenas bsicas duas se destacam, so elas: a padronizao e os ajustes dirios.

    48.2. CONTRATO PADRONIZADO A primeira grande diferena existente entre os dois contratos a de que enquanto o contrato a termo descrito pelos interessados e moldado de acordo com o interesse de cada um dos participantes, o contrato futuro um contrato de adeso22, com as clusulas previamente definidas, sem nenhum tipo de espao para se fazer qualquer alterao no mesmo. Enquanto o contrato a termo um contrato que pode se moldar de forma mais adequada necessidade dos agentes, o contrato futuro no tem essa flexibilidade, sendo que o nico item que pode ser negociado o preo do ativo-subjacente para a data futura determinada. O grande benefcio de este contrato ser fixo e sem possibilidade de alterao em qualquer das clusulas que isso provoca uma enorme liquidez no mesmo. Isto ocorre, pois os interessados em fazer um contrato derivativo de um determinado bem, possuem uma grande facilidade em encontrar pessoas que estejam dispostas a assumir a posio inversa que voc deseja. Alm disso, no caso de uma das pessoas desistir de sua posio, poder ir a mercado e encontrar qualquer outra pessoa e desfazer sua posio dado que os contratos futuros possuem a intercambialidade. Lembre-se que a pessoa que deseja se desfazer do contrato inicialmente adquirido poder ir a mercado e procurar qualquer pessoa que esteja interessado em assumir a sua posio e negociar um outro contrato, passando a no mais estar exposta ao risco de variao de preo do produto em questo.

    22 Veja, no anexo a este tpico de contrato futuro (anexo I), um exemplo de um contrato futuro de cmbio negociado na Bolsa de Mercadorias e Futuros BM&F.

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    Para termos uma noo do nvel de liquidez no mercado futuro, analisemos as posies em aberto23 em contrato de cmbio no dia 10/06/200924. Devemos lembrar sempre que cada contrato de cmbio significa a negociao de US$ 50.000,00.

    Vencimento Julho/09 Agosto/09 Setembro/09 Outubro/09 Novembro/09 Dezembro/09 Janeiro/10 Em Aberto 482.451 22.448 6.615 17.445 3.785 2.560 40.542

    Observe que o nmero de contratos para o primeiro vencimento bastante elevado, estando no dia descrito em 482.451 contratos de US$ 50.000,00 cada. Isso equivale a, aproximadamente, US$ 24,1 bilhes. Ao todo, na data em questo existiam 629.026 contratos em aberto, representando, aproximadamente, US$ 31,4 bilhes. Mesmo com um nmero elevado de contratos em aberto isso no garantia de que haja liquidez para os mesmos. No entanto, apenas no dia em questo foram negociados 251.220 contratos, o que representa uma negociao de US$ 12,5 bilhes em um nico dia. Agora, com os nmeros apresentados acima possvel compreender o motivo pelos quais grande parte dos agentes optam por operar no mercado futuro em detrimento do mercado a termo. Vamos explicar novamente, com um exemplo prtico e simples, como a intercambialidade pode ajudar nessa liquidez. Imagine que o Antnio esteja vendendo US$ 100.000,00 e a Brbara comprando. A negociao se deu com a venda pelo Antnio de 2 contratos futuros de cmbio e a compra dos mesmos pela Brbara. O nico item que os dois combinaram foi o preo do cmbio para a data de vencimento do contrato, pois todo o restante estabelecido pela Bolsa quando esta padroniza o contrato25. No entanto, caso a Brbara em um determinado momento decida sair da posio comprada de US$ 100.000,00, basta ir ao mercado futuro de cmbio e vender dois contratos futuros para qualquer pessoa. Observe que ela no necessita vender os dois

    23 Quando um agente que nunca entrou em um mercado opta por efetuar uma compra de um contrato, aps a concretizao dessa aquisio, ele ter aberto uma posio de compra. Portanto, X posies em aberto significa que as pessoas que esto compradas naquele mercado, se somarmos a quantidade de contratos que elas possuem, essa soma ser igual a X. Sendo que X tambm ser a quantidade de vendida de contratos naquele mercado. 24 Essa data foi tomada como base pois est prxima ao meio do ms e o contrato futuro de cmbio vence no incio de cada ms. 25 Ver modelo de contrato de cmbio no anexo a esse captulo.

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    contratos que ela comprou do Antnio e nem precisa vender para o Antnio, basta que ela venda dois contratos e efetuando isto estar anulando os dois que ela comprou. Note tambm que, apesar de a compra ter sido feito do Antnio, quando a Brbara efetuar a venda no necessitar faz-la para o Antnio. Essa falta de necessidade de vender exatamente o contrato que foi adquirido e, sim um contrato que tenha as mesmas caractersticas, o que chamamos de intercambialidade dos contratos futuros.

    Contratos intercambiveis: so os contratos em que a simples operao inversa da inicial retira o agente de uma posio determinada no mercado.

    48.3. CONTRATO COM AJUSTE DIRIO A outra diferena fundamental existente entre os dois contratos (termo e futuro) refere-se ao nvel de risco assumido. No contrato futuro existe o ajuste dirio que a liquidao diria do que foi negociado. Esse tipo de fato reduz o risco inerente ao contrato. Vamos a um exemplo. Imagine que Antnio vendeu US$ 100.000,00 pelo preo de R$2,00 cada dlar, ou seja, efetuou a venda de dois contratos futuros de dlar com vencimento em 90 dias. Aps a operao, a Bolsa ir obrig-lo a depositar a margem de garantia. Entretanto, suponhamos que no dia seguinte a essa venda, o valor do dlar, no final do prego, passou para R$ 2,10. Como Antnio vendeu por R$ 2,00 a moeda norte-americana e ela j est valendo R$ 2,10, ele vendeu por um preo inferior ao que est sendo praticado e, portanto, j est perdendo R$ 0,10 por dlar. Dessa forma, tendo em vista essa perda inicial, ele ser chamado pela corretora a fazer o ajuste dirio, pagando o valor que foi perdido naquele dia, ou seja, R$ 0,10 por dlar, o que totaliza R$ 10.000,0026. No terceiro dia, suponhamos que o dlar abriu o prego valendo R$ 2,10 e, no fechamento, estava cotado a R$ 2,15. Sendo assim, Antnio teria perdido mais R$ 0,05 adicionais e, portanto, ser chamado a fazer um ajuste de R$ 5.000,00.

    26 Na prtica, existe a elaborao de uma metodologia especfica para o clculo do ajuste, conforme pode ser visto no contrato futuro que faz parte do anexo a esse captulo. Logo, estamos dando o exemplo apenas a ttulo de ilustrao para que os leitores consigam compreender, mais ou menos, o que significa o ajuste dirio.

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    Se no dia posterior houver uma queda na cotao da moeda norte-americana e ela passar para R$ 2,07, Antnio que apostou na sua reduo de preo ter recursos a receber com o ajuste dirio do mercado futuro. Assim, ele receber R$ 0,08 por dlar, totalizando R$ 8.000,00. Sendo assim, podemos verificar que o ajuste dirio serve para liquidar diariamente o contrato futuro, pagando ou recebendo a variao das cotaes ocorrida durante o ltimo prego. No entanto, o no pagamento do ajuste, ou seja, o inadimplemento no pagamento do ajuste dirio ir ensejar a liquidao da totalidade ou parte das margens de garantia para o seu cumprimento. Suponhamos que no momento em que Antnio foi chamado pela corretora a pagar o ajuste dirio ele tinha um problema de fluxo de caixa e no conseguiu saldar sua dvida. Nesta hora, a corretora dever vender os ativos depositados em garantia pelo Antnio para que consiga cumprir o compromisso. Caso o valor arrecadado com a venda dos ativos no seja suficiente, a corretora, como solidria na operao, dever arcar com os prejuzos. Isto nos mostra que, pelo fato de existir o ajuste dirio nos contratos futuros, o mximo de prejuzo que um agente pode gerar no mercado aquele provocado pela variao de preo do ativo em um nico dia. Dessa forma, o risco de crdito27 de um contrato futuro passa a ser baixo, pois haver acerto todos os dias, haver uma liquidao diria do contrato. Enquanto isso, como no h o pagamento do ajuste dirio no contrato a termo, este faz com que seus agentes passem a correr um risco muito maior, pois se houver uma quebra entre a data da negociao e a data do vencimento do contrato, os agentes s sabero da verdadeira situao na data do vencimento. Imagine que cinco dias aps a negociao do contrato de US$ 100.000,00 acima descrito, Antnio perca todas as divisas e venha bancarrota. Se ele estivesse com uma posio em contrato futuro, no estaria gerando nenhum risco adicional nem ao mercado nem sua contraparte, dado que a variao da moeda estrangeira at o dia anterior j estava quitada. 27 Risco de crdito o risco que determinado agente incorre de no receber o seu pagamento. Ou seja, o risco de crdito que um banco incorre o de no receber de volta os recursos que foram emprestados por ele. Resumindo, o risco de tomar um calote.

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    No entanto, caso tivesse assumido uma posio a termo, sua contraparte s saberia da verdadeira situao daqui a trs meses, quando da liquidao e vencimento do contrato derivativo. Voc deve estar se perguntando quanto que deve ser depositado a ttulo de margem de garantia. Se seria um valor fixo como muitos autores dizem ou um valor varivel. Na verdade, a margem de garantia a ser depositada no um valor fixo, um valor que varia em funo de alguns itens como o tipo do ativo subjacente ao contrato, a volatilidade28 daquele mercado e o prazo de vencimento. Em tese, a margem de garantia deve, com 99% de probabilidade, cobrir o no pagamento de dois ajustes dirios no contrato futuro. Em momentos de crise, como o vivido no segundo semestre de 2008, a volatilidade dos ativos tende a aumentar e h uma exigncia maior de margem de garantia, pois os riscos aumentaram. As garantias exigidas pela Bolsa no dia 10/06/2009 para cada posio em contratos futuros de dlar (contrato de US$ 50.000,00) para cada um dos sete primeiros vencimentos era de: Vencimento Julho/09 Agosto/09 Setembro/09 Outubro/09 Novembro/09 Dezembro/09 Janeiro/10 Garantia (R$) 12.209,23 13.016,36 13.742,99 14.486,49 15.269,77 15.979,81 16.809,33

    Devemos ressaltar que a moeda norte-americana no momento em que esses valores eram exigidos estava flutuando em torno de R$ 2,00. Sendo assim, no h porque falarmos que a garantia um percentual do valor do contrato como comum encontrarmos em alguns documentos sobre o assunto29. Observe que, um agente que desejava garantir a taxa de cmbio para o ms de julho de 2009, conseguiria comprar (garantir a taxa de cmbio para a compra efetiva em julho) US$ 50.000,00 pelo preo de R$ 12.209,23 enquanto que se fosse ao mercado vista iria ter um dispndio de, aproximadamente, R$ 100.000,00. O valor de margem a ser depositado pelo agente, para o caso do primeiro vencimento e na data em questo, girava em torno de 12% do montante a ser gasto na aquisio vista. Lembre-se que esse valor varia constantemente e depende de vrios fatores de mercado.

    28 A volatilidade de um ativo uma medio do grau de variao do mesmo ao longo do tempo. Se um ativo pouco voltil isso mostra que o mesmo no tem grandes variaes em seu preo. Se o mesmo mais voltil ele apresenta uma variao muito maior em suas cotaes. 29 Existem materiais que informam incorretamente que a garantia representa 20% do valor nocional do contrato.

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    Segue o Anexo I, que um exemplo do contrato futuro de cmbio vigente em 2010, na BMF. Interessante que, enquanto na BMF negociamos contratos de cmbio, na Bolsa CME (norte-americana) negocia-se contratos de cmbio e de moeda. A diferena que no contrato de cmbio estamos apostando em uma taxa e a liquidao feita financeiramente com a moeda local enquanto que o contrato de moeda, h a real entrega da moeda em questo, a entrega fsica do bem.

    49. OPES

    49.1. DEFINIES BSICAS Opes so contratos derivativos em que um dos agentes tem o direito de comprar ou vender o ativo subjacente objeto do contrato, por um determinado preo previamente fixado em uma ou at uma data fixada no contrato. Imagine a situao em que o investidor 1 (I1) opta por comprar do investidor 2 (I2) o direito de comprar dele (investidor 2) aes da Petrobrs pelo preo de R$ 32,00 daqui 2430 dias teis. No momento em que o negcio estava sendo efetuado, a ao da Petrobrs que passaria a ser o ativo subjacente ao contrato estava cotada por R$ 26,58. No entanto, para que o investidor 1 tenha o direito de comprar as aes do investidor 2, ele dever pagar por isto. Este fato ocorre porque se o investidor 1 passa a ter um direito de comprar, o investidor 2, necessariamente, ter a obrigao de vender para o investidor 1 aquele ativo subjacente. O exemplo dado acima um exemplo de um contrato de opo de compra, no qual o investidor 1 ir compr-lo e o investidor 2 ir vend-lo. Agora, imagine a situao em que o Investidor 4 (I4) efetua um pagamento para o Investidor 3 (I3) para que ele, Investidor 4, passe a ter o direito de vender uma ao da Petrobrs por R$ 32,00 daqui a 24 dias teis31. No exemplo acima, para que o investidor 4 tenha o direito de vender as aes para o investidor 3, ele dever pagar por isto. Isto ocorre, assim como nas opes de compra, porque se o investidor 4 passa a ter um direito de vender, o investidor 3, necessariamente, ter a obrigao de comprar do investidor 4 caso este queira.

    30 Esses dados que estaro sendo mostrados nesse item so dados reais e que foram cotados no dia 14/10/2008 s 15:50. 31 No mercado brasileiro, as opes de venda no possuem liquidez e, portanto, praticamente inexistem negcios. Dessa forma, no fcil colocarmos dados reais nas operaes, pois podem estar distorcidos.

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    O exemplo acima de um contrato de opo de venda, no qual o investidor 4 ir vender e o investidor 3 ir comprar aes da Petrobrs. Existem dois itens importantes na definio de opes que devero ser observados quando estudar o assunto. O primeiro deles o fato de que os agentes negociam um direito e, portanto, um dos investidores ter direito a comprar ou vender um ativo, enquanto que o outro estar contraindo uma obrigao de vender ou comprar, respectivamente. O segundo item a ser destacado que apesar de os contratos de opo poderem ser negociados a qualquer momento, eles possuem clusulas especficas para o seu exerccio. Este exerccio pode ocorrer na data especificada como sendo o ltimo dia de existncia do contrato ou em qualquer data desde a aquisio do direito at a data em que o contrato ir expirar.

    49.2. PRINCIPAIS CONCEITOS Antes de iniciarmos o estudo de cada um dos contratos separadamente importante colocarmos alguns termos bsicos acerca dos contratos de opes, quais sejam:

    Titular: Agente que compra o direito de comprar/vender o ativo-subjacente vinculado a uma opo de compra/venda por um preo determinado at uma data determinada. Lanador: Agente que vende o direito de uma opo, contraindo uma obrigao de vender/comprar o ativo-subjacente vinculado a uma opo de compra/venda por um preo determinado at uma data determinada. Prmio: Valor pago pelo titular ao lanador ao adquirir uma opo. Data de Exerccio: Data at a qual (data limite) o direito adquirido pelo titular poder ser exercido. O no exerccio do direito, at essa data limite, implicar na perda do mesmo. Preo de Exerccio: Preo, previamente combinado, pelo qual o titular poder comprar/vender o ativo-subjacente objeto do contrato de opo at determinada data.

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    Alm desses termos bsicos utilizados em opes, precisamos esclarecer mais um que muito importante e cobrado com bastante freqncia nas provas. As opes podem ser classificadas em Europias ou Americanas32 conforme suas datas de exerccio.

    Opo Europia: Opo que pode ser exercida apenas na data de exerccio estipulada no contrato. Opo Americana: Opo que pode ser exercida a qualquer momento entre a data da negociao da opo e a data de exerccio do contrato.

    Tendo em vista o fato de que essa diferenciao entre opo europia e americana sempre cai em prova, vou me dar o direito, e at me sinto no dever, de contar a vocs algo que me ocorreu em sala de aula no ano de 2005. Isto far com que voc NUNCA mais confunda esses conceitos. Eu estava tentando ajudar meus alunos a decorar que as opes americanas podem ser exercidas a qualquer momento enquanto que as europias s podem ser exercidas na data de exerccio da mesma. Dessa forma, eu disse que enquanto a europia deve ser exercida na data quem termina com a slaba na a americana. Ou ento eles podiam decorar que a americana comea com a e exercida at a data. Vocs devem ter entendido bem o que eu estava tentando fazer e a entonao de voz usada para que os alunos no esquecessem o que estava sendo dito, no mesmo?? Pois . Para meu espanto, um aluno levanta a mo e diz: Professor, esse seu mtodo horrvel!!!. Imaginem a minha cara... Falei: timo. Voc por acaso tem algum melhor?, claro que com toda educao, mas sacaneando um pouco e meio que rindo, debochando dele. Quem me conhece ou j teve aula presencial comigo sabe que gosto de responder a todos os questionamentos, por mais absurdos que sejam e tambm tento no ser mal-educado com nenhum dos meus alunos. Com esse, no fui diferente. Antes mesmo de ele me responder, perguntei de novo: Como voc se chama? Ele me disse: Rodrigo e completou: Tenho sim.

    32 Existem vrias outras classificaes mas que nunca foram cobradas em prova, logo, me darei o direito de no entrar no mrito.

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    Eu o questionei: Ento me diga o seu mtodo! O dilogo que transcrevo a partir de agora acabou sendo incorporado em todas as minhas aulas dado o absurdo e a forma ridcula que o Rodrigo escolheu para decorar o assunto. No entanto, de to ridculo que , acabei nunca mais esquecendo e se um dia ele ler isto, ver que contribuiu para a minha aula e, tambm, para o meu aprendizado.

    Rodrigo: Professor, como que voc vai para a Europa? Csar: O que? Como eu vou? Rodrigo: . Como voc vai... Csar: De avio, claro. Rodrigo: No, professor. Entre o Brasil e a Europa no tem um mar? Ento, voc vai para a Europa a NADO. Como voc vai a NADO NA DAta a opo europia.

    Aposto que vocs j conseguem imaginar a gargalhada da turma (tinha quase cem pessoas assistindo a essa aula). Mas se pensarmos bem, a frmula encontrada pelo Rodrigo BEM melhor que a minha para decorar esse assunto. to ridcula que vocs nem vo precisar ler novamente, pois j decoraram que a opo europia s pode ser exercida na data (porque tem o mar entre o Brasil e a Europa e voc deve ir a nado), enquanto que a americana pode ser exercida a qualquer momento entre a data da negociao e a data do exerccio. O mais engraado que h alguns anos escrevi um pedao desse texto. Desde ento, em todas as salas que entro para dar essa matria, a galera pode no saber nada, mas sabe que a europia nadata..Ops..faltou o espao, na data. 49.3. OPO DE COMPRA Uma opo considerada com sendo uma opo de compra quando o titular da opo adquire o direito de comprar do lanador o ativo-subjacente ao contrato. Imagine a situao em que o titular da opo de compra opta por comprar do lanador o direito de comprar dele (lanador) aes da Petrobrs pelo preo de R$ 32,00 daqui 24 dias teis. No momento em que o negcio estava sendo efetuado, a ao da Petrobrs, que passaria a ser o ativo-subjacente ao contrato, estava cotada por R$ 26,58.

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    Portanto, com os preos divulgados, o titular teria que pagar, no dia da cotao, R$ 1,0033 para o lanador. Pagando esse valor chamado de prmio, ele passaria a ter o direito de comprar do lanador, uma ao da Petrobrs pelo preo de R$ 32,00 no dia 17/11/2008, ou seja, 24 dias teis aps a data da coleta do preo. Observe que estamos fazendo a operao a 24 dias da data de exerccio da mesma e supondo que ela uma opo europia. Portanto, para compreendermos o lucro/prejuzo que cada agente poder vir a incorrer no futuro, devemos supor os mais diversos cenrios possveis acerca do preo da ao da Petrobrs para a data de exerccio. Imagine que na data combinada (17/11/2008) o preo da ao da Petrobrs esteja cotada em R$ 28,00. Dessa forma, o titular da opo, dado que pagou por isto, tem o direito de comprar a ao por R$ 32,00. No entanto, como a ao est valendo menos do que o valor que ele deveria pagar para adquiri-la, no faz sentido fazer esta aquisio. Dessa forma, ele desiste do direito que possui34 e passa a contabilizar um prejuzo de R$ 1,00, valor que foi pago para adquirir o direito. Neste caso, dizemos que o direito adquirido pelo titular virou p, ou seja, perdeu o seu valor completamente. Se o preo da ao na data combinada estiver em R$ 35,00, o titular da opo exercer o seu direito e, portanto, adquirir a ao da Petrobrs por R$ 32,00. Como o lanador recebeu R$ 1,00 a ttulo de prmio, no ter condies de no vender suas aes, pois ter contrado no recebimento do prmio, uma obrigao de vender caso o titular se interessasse em comprar. Dessa forma, o titular comprar as aes da Petrobrs pelo preo de R$ 32,00 mesmo com ela valendo R$ 35,00. Isso dar ao mesmo um lucro de R$ 3,00 na data da aquisio menos R$ 1,00 que foi o valor pago para passar a ter o direito de efetuar a compra. Sendo assim, seu lucro ser de R$ 2,00. Se o lucro do titular foi R$ 2,00, sendo essa uma operao de soma zero, o prejuzo do lanador ser de R$ 2,00. Imagine a situao na qual o preo da ao na data do exerccio esteja cotada em R$ 32,30. Dessa forma, o titular da opo de compra ter o direito de comprar a ao por R$ 32,00 sendo que ela estar valendo mais que R$ 32,00. Lgico que ele efetuar

    33 Estou usando esses dados de 2008 para que vocs tenham noo do papel da volatilidade no preo de uma opo. Nesse ms, faltando 24 dias teis para o exerccio da opo de compra de PETR4, com o ativo cotado a R$ 25,90, a opo com preo de exerccio R$ 31,71 estava cotada a R$ 0,04. Observem que aps dois anos o preo da PETR4, praticamente, no mudou mas o preo de um opo semelhante despencou. Isso se deve ao fato de a volatilidade ter cado bastante, ou seja, o mercado tem uma expectativa de oscilao brusca no preo bem menor do que tinha naquele perodo do ano de 2008. 34 O titular dever desistir do seu direito pois consegue comprar a ao no mercado por R$ 28,00 e caso queira exercer o seu direito dever pagar R$ 32,00, mais caro do que vale no mercado.

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    a compra da mesma pelo preo de exerccio previamente acordado. Portanto, receber um valor de R$ 0,30 a ttulo de lucro, dado que comprou a ao por R$ 32,00 e, no momento, ela estava cotada a R$ 32,30. No entanto, o resultado final da operao foi um prejuzo de R$ 0,70 (R$ 1,00 R$ 0,30) para o titular e um lucro desse mesmo valor para o lanador. Entretanto, devemos salientar que apesar de o titular ter exercido o seu direito, ele ficar no prejuzo dado que pagou R$ 1,00 para adquirir o direito. Caso ele optasse em no exercer o seu direito, seu prejuzo seria ainda maior, ou seja, R$ 1,00. Dessa forma, compreendemos que o titular de uma opo exerce o seu direito mesmo que no venha a ter lucro com a operao como um todo, mas com o fito de reduzir o seu prejuzo. Tendo em vista o fato de a opo ser de compra, o titular do derivativo estava comprado em uma opo de compra (COC) enquanto que o lanador do contrato estava vendido em uma opo de compra (VOC). O titular da opo estava torcendo para que o preo do ativo-subjacente aumentasse, enquanto que o lanador torcia para que o preo fosse caindo. bom lembrar que o titular da opo de compra (detentor do direito de comprar o ativo-subjacente) exercer o seu direito, na data de exerccio, se, naquele momento, o preo do ativo-subjacente estiver superior ao preo de exerccio da opo. Entretanto, conforme j foi visto, o fato de o titular exercer a opo no significa que auferir lucro. Para que o titular obtenha lucro com a operao de opo necessrio que o preo do ativo-subjacente supere o preo de exerccio acrescido do prmio.

    Condio para o Exerccio de uma opo de compra Preo do Ativo-Subjacente > Preo de Exerccio

    Condio para que o titular obtenha lucro com a opo de compraPreo do Ativo-Subjacente > Preo de Exerccio + Prmio

    49.4. OPO DE VENDA

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    Uma opo considerada uma opo de venda35 quando o titular da opo adquire o direito de vender ao lanador o ativo-subjacente ao contrato. Imagine a situao em que o titular da opo de venda opta por comprar do lanador o direito de vender a ele (lanador) aes da Petrobrs pelo preo de R$ 23,00 daqui 24 dias teis. Imaginemos que o titular tenha que pagar, no dia da cotao, R$ 1,5036 para o lanador. Pagando esse valor chamado de prmio, ele passaria a ter o direito de vender ao lanador, uma ao da Petrobrs pelo preo de R$ 23,00 no dia 17/11/2008, ou seja, 24 dias teis aps a data da coleta do preo. Observe que estamos fazendo a operao a 24 dias teis37 da data de exerccio da mesma e supondo que ela uma opo europia. Portanto, para compreendermos o lucro/prejuzo que cada agente poder vir a incorrer no futuro, devemos supor os mais diversos cenrios possveis acerca do preo da ao da Petrobrs para a data de exerccio. Imagine que na data combinada (17/11/2008) o preo da ao da Petrobrs esteja cotada em R$ 28,00. Dessa forma, o titular da opo, dado que pagou por isto, tem o direito de vender a ao por R$ 23,00. No entanto, como a ao est valendo mais do que o valor que ele deveria receber para alien-la, no faz sentido efetuar esta venda pelo valor combinado no derivativo. Dessa forma, ele desiste do direito que possui38 e passa a contabilizar um prejuzo de R$ 1,50, valor que foi pago para adquirir o direito (valor do prmio). Neste caso, dizemos que o direito adquirido pelo titular virou p, ou seja, perdeu o seu valor completamente. Se o preo da ao na data combinada estiver em R$ 19,00, o titular da opo exercer o seu direito e, portanto, vender a ao da Petrobrs por R$ 23,00. Como o lanador recebeu R$ 1,50 a ttulo de prmio, no ter condies de no comprar suas aes, pois ter contrado no recebimento do prmio, uma obrigao de comprar caso o titular se interessasse em vender.

    35 Para ficar mais fcil a compreenso desse contrato, tenha em mente que quando voc faz o seguro de um carro voc est pagando um prmio para a Seguradora para que tenha o direito de vender Seguradora, o seu carro se ocorrer determinadas condies. Esse seu direito, em geral, tem a validade de um ano. Esse seguro de um carro que acabamos de descrever uma opo de venda, na qual voc o titular da mesma e a Seguradora, a lanadora do contrato. 36 Esse valor do prmio fictcio. 37 A precificao das opes depende do nmero de dias restantes mas devemos considerar apenas os dias teis. 38 O titular dever desistir do seu direito pois consegue vender a ao no mercado por R$ 28,00 e caso queira exercer o seu direito dever receber apenas R$ 23,00 pela ao, mais barato do que o preo de mercado.

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    Dessa forma, o titular vender as aes da Petrobrs pelo preo de R$ 23,00 mesmo com ela valendo R$ 19,00. Isso dar ao mesmo um lucro de R$ 4,00 na data da aquisio da ao (exerccio do direito no contrato derivativo) menos R$ 1,50 que foi o valor pago para passar a ter o direito de efetuar a venda. Sendo assim, seu lucro ser de R$ 2,50. Imagine a situao na qual o preo da ao na data do exerccio esteja cotada em R$ 22,00. Dessa forma, o titular da opo de venda ter o direito de vender a ao por R$ 23,00 sendo que ela estar valendo menos que R$ 23,00. Lgico que ele efetuar a venda da mesma pelo preo de exerccio previamente acordado. Portanto, receber um valor de R$ 1,00 a ttulo de lucro, dado que vendeu a ao por R$ 23,00 e, no momento, ela estava cotada a R$ 22,00. No entanto, o resultado final da operao foi um prejuzo de R$ 0,50 (R$ 1,50 R$ 1,00), pois devemos considerar no resultado final o valor pago na aquisio do prmio da opo. Devemos salientar que apesar de o titular ter exercido o seu direito, ele ficar no prejuzo dado que pagou R$ 1,50 para adquiri-lo. Caso ele optasse em no exercer o seu direito, seu prejuzo seria ainda maior, ou seja, R$ 1,50. Dessa forma, compreendemos que o titular de uma opo exerce o seu direito mesmo que no venha a ter lucro na operao como um todo, mas com o fito de reduzir o seu prejuzo. Tendo em vista o fato de a opo ser de venda, o titular do derivativo estava comprado em uma opo de venda (COV) enquanto que o lanador do contrato estava vendido em uma opo de venda (VOV). O titular da opo estava torcendo para que o preo do ativo-subjacente casse, enquanto que o lanador torcia para que o preo fosse aumentando. bom lembrar que o titular da opo de venda (detentor do direito de vender o ativo-subjacente) exercer o seu direito, na data de exerccio, se, naquele momento, o preo do ativo-subjacente estiver em patamar inferior ao preo de exerccio da opo. Entretanto, conforme j foi visto, o fato de o titular exercer a opo no significa que auferir lucro. Para que o titular obtenha lucro com a operao de opo necessrio que o preo do ativo-subjacente seja inferior ao preo de exerccio reduzido do prmio pago na aquisio do derivativo.

    Condio para o Exerccio de uma opo de venda Preo do Ativo-Subjacente < Preo de Exerccio

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    Condio para que o titular obtenha lucro com a opo de venda Preo do Ativo-Subjacente < Preo de Exerccio Prmio

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    ANEXO I

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    EXERCCIOS PROPOSTOS Questo 76 (ESAF SUSEP 2010) A metodologia de clculo do valor do ndice Bovespa determina que: a) o preo de cada ao na carteira terica seja ajustado pelos dividendos pagos pela ao. b) a participao de cada ao seja proporcional sua participao no volume de negcios da bolsa. c) a composio da carteira seja atualizada a cada trs meses, levando em conta quais so as aes mais acompanhadas pelos analistas de mercado. d) os retornos das aes componentes da carteira sejam ajustados pela alquota de imposto de renda sobre ganhos de capital. e) proventos que no sejam distribudos em dinheiro, como desdobramentos e direitos de subscrio, sejam ignorados. Questo 77 (Cespe Bacen 2000) Acerca dos conceitos relativos a operaes com derivativos, julgue os itens a seguir. Derivativos so instrumentos financeiros cujo valor depende (ou deriva) do preo ou do desempenho de mercado de um bem bsico, de uma taxa de referncia ou de um ndice. Enunciado para as questes 78 a 82 Acerca do mercado de aes, parte importante do Sistema Financeiro Nacional, assinale a opo correta. Questo 78 (CESPE Banco de Braslia 2001) As bolsas de valores so instituies financeiras com fins lucrativos, criadas para fornecer a infra-estrutura do mercado de aes.

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    Questo 79 (CESPE Banco de Braslia 2001) O mercado primrio aquele que corresponde negociao das aes nas bolsas de valores. Questo 80 (CESPE Banco de Braslia 2001) Bonificao a distribuio gratuita de novas aes aos acionistas pela diluio do capital em uma quantidade maior de aes com o objetivo de dar liquidez aos ttulos no mercado. Questo 81 (CESPE Banco de Braslia 2001) No mercado a termo, o investidor compromete-se a comprar ou a vender uma quantidade certa de uma ao-objeto, por um preo fixado e dentro de um prazo predeterminado. As operaes contratadas podero ser liquidadas no vencimento ou em data antecipada solicitada pelo comprador, pelo vendedor ou por acordo mtuo das partes. Questo 82 (CESPE Banco de Braslia 2001) O mercado a termo de aes representa um aperfeioamento do mercado futuro, permitindo a ambos os participantes de uma transao reverter sua posio, antes da data do vencimento.

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    EXERCCIOS RESOLVIDOS Questo 76 (ESAF SUSEP 2010) A metodologia de clculo do valor do ndice Bovespa determina que: a) o preo de cada ao na carteira terica seja ajustado pelos dividendos pagos pela ao. b) a participao de cada ao seja proporcional sua participao no volume de negcios da bolsa. c) a composio da carteira seja atualizada a cada trs meses, levando em conta quais so as aes mais acompanhadas pelos analistas de mercado. d) os retornos das aes componentes da carteira sejam ajustados pela alquota de imposto de renda sobre ganhos de capital. e) proventos que no sejam distribudos em dinheiro, como desdobramentos e direitos de subscrio, sejam ignorados. Resoluo: Existem alguns critrios para a participao das aes no ndice Bovespa. So eles: A carteira terica revisada a cada quadrimestre e para que uma ao participe do IBOVESPA, ela dever ter atendido, cumulativamente, com base nos doze meses anteriores formao da carteira, os seguintes critrios: a ao dever estar includa em uma relao em que os ndices de negociabilidade39 somados representem 80% dos ndices individuais somados; apresentar volume de participao superior a 0,1% do total; e ter sido negociada em mais de 80% dos preges.

    39 a representao do ttulo no mercado a vista em termos do nmero de negcios e volume financeiro. Seu clculo

    feito pela seguinte frmula : Vv

    Nn

    IN ii , onde ni o nmero de negcios com a ao no mercado a vista; N o nmero de negcios no mercado a vista da BOVESPA; vi o volume financeiro gerado pelos negcios com a ao i no mercado a vista; V o volume financeiro total do mercado a vista no IBOVESPA.

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    Observe que o ndice de negociabilidade leva em considerao tanto o volume financeiro movimentado pela ao quanto a quantidade de negcios que foram feitos com aquele ativo. Dessa forma, proporcional ao volume de negcios da bolsa, mas observe que no uma proporo simples, mas a questo tambm no falou nesse aspecto. A questo apenas questionou se h algum tipo de proporo e h uma certa proporcionalidade. Alm disso, importante ressaltar alguns aspectos em relao ao IBOVESPA. O IBOVESPA ndice da Bolsa de Valores de So Paulo mede a rentabilidade mdia das principais aes negociadas na Bolsa de Valores de So Paulo. o valor atual desde o seu incio das principais aes negociadas, no sendo considerada a reaplicao dos recursos. Este ndice reflete no apenas a variao do preo das aes como tambm o impacto da distribuio dos proventos, sendo, dessa forma, considerado um indicador do retorno total de algumas aes listadas na BOVESPA. Entretanto, aps ingressar no ndice, uma ao somente poder ser retirada se deixar de preencher, pelo menos, dois dos critrios de incluso. Cabe salientar que empresas que estiverem em concordata preventiva, processo falimentar, situao especial ou, por um longo tempo, suspensas de negociao, no integraro o IBOVESPA. Assim sendo, o gabarito a letra B. Gabarito: B Questo 77 (Cespe Bacen 2000) Acerca dos conceitos relativos a operaes com derivativos, julgue os itens a seguir. Derivativos so instrumentos financeiros cujo valor depende (ou deriva) do preo ou do desempenho de mercado de um bem bsico, de uma taxa de referncia ou de um ndice. Resoluo: exatamente essa a definio de derivativos, ou seja, ele deriva de um ativo bsico, podendo ser ele um bem, uma taxa de juros ou mesmo um ndice como o IBOVESPA. O item est certo.

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    Segundo o dicionrio da BOVESPA, DERIVATIVO :

    a) Instrumento financeiro cujo preo de mercado deriva do preo de mercado de um bem ou de outro instrumento financeiro.

    b) operao do mercado financeiro em que o valor das transaes deriva do

    comportamento futuro de outros mercados, como o de aes, cmbio ou juros.

    GABARITO: C Enunciado para as questes 78 a 82 Acerca do mercado de aes, parte importante do Sistema Financeiro Nacional, assinale a opo correta. Questo 78 (CESPE Banco de Braslia 2001) As bolsas de valores so instituies financeiras com fins lucrativos, criadas para fornecer a infra-estrutura do mercado de aes. Resoluo: Nesta questo devemos ter um cuidado especial com o momento de transio em que vivemos. A legislao brasileira no probe que as bolsas de valores tenham fins lucrativos. Portanto, essas instituies eram associaes civis sem finalidade lucrativa que haviam sido criadas para fornecer a infra-estrutura adequada para o pleno funcionamento do mercado acionrio brasileiro. Atualmente, a grande bolsa de valores do Brasil a BOVESPA. A BM&F se enquadra no rol das Bolsas de Mercadorias e Futuros, sendo inclusive este seu nome. A BM&F tambm era uma associao civil sem finalidade lucrativa, sendo a 5 maior bolsa de futuros do mundo40.

    Lembrem-se que a questo fala sobre Bolsa de Valores e, portanto, no est perguntando acerca da BM&F e sim da BOVESPA. Entretanto, voc j deve est com vontade de perguntar a respeito do processo de fuso das duas Bolsas. Esse processo comeou em 2008 e, inicialmente, estava previsto para durar dois anos. No entanto, ele ser ainda mais extenso.

    40 Dado de 2006.

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    Com a fuso, as bolsas passariam a ter menor custo e poderiam ter uma percepo maior do risco dos agentes envolvidos em transaes nas duas casas, em conjunto. No entanto, cabe ressaltar que a questo acima foi aplicada em 2001 e, portanto, antes da abertura de capital na Bolsa. Dessa forma, essa questo, para a poca, estaria errada pois as Bolsas de Valores no eram e no so instituies financeiras e tambm, poca, no possuam finalidade lucrativa. Atualmente, as Bolsas de Valores possuem finalidade lucrativa, tendo inclusive participao na Chicago Mercantile Exchange CME (que a maior bolsa de derivativos41 do mundo e fica sediada em Chicago EUA). Gabarito: E Questo 79 (CESPE Banco de Braslia 2001) O mercado primrio aquele que corresponde negociao das aes nas bolsas de valores. Resoluo: Nesta questo pode existir uma certa controvrsia. Vamos explicar novamente a diferena entre mercado primrio e mercado secundrio. Toda operao no mercado primrio uma captao da empresa, onde ela entrega um novo ttulo (que pode ser uma ao, uma debnture, entre outros) e recebe os recursos pagos pelo investidor na aquisio daquele ttulo. Ou seja, uma emisso no mercado primrio a emisso de um ttulo novo, um ttulo que no existia anteriormente. Por outro lado, uma operao no mercado secundrio aquela que um agente vende o ttulo que havia adquirido em momento anterior. Esse momento anterior pode ter ocorrido tanto em uma operao realizada no mercado secundrio quanto uma realizada no mercado primrio. Imaginemos uma situao hipottica para exemplificar. Suponha que a empresa A est necessitando de recursos e para isso tem duas oportunidades. A primeira delas seria ir at um Banco Comercial e levantar um emprstimo dando como garantia os recebveis que possui. A segunda seria aumentar o capital social da empresa via emisso de aes na Bolsa de Valores.

    41 A CBOT a maior bolsa de derivativos agrcolas do mundo e tambm fica sediada em Chicago.

  • Conhecimentos Bancrios, Atualidades e Tcnicas de Vendas para BB Aula 10 Mercado de Capitais

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    Imaginemos que ela opte pela segunda operao e resolve captar R$ 100 milhes. Ao mesmo tempo, um dos principais acionistas da empresa, para aproveitar a oportunidade resolve vender uma parcela das aes que detm e o preo desta parcela de R$ 50 milhes. Sendo assim, a empresa contrata um Banco de Investimento, uma Corretora de Ttulos e Valores Mobilirios ou uma Distribuidora de Ttulos e Valores Mobilirios para efetuar o lanamento e a distribuio de R$ 150 milhes em aes da empresa A para o pblico em geral. Essa empresa contratada ser o underwriter da operao, ou seja, o subscritor (nesse caso o subscritor lder) da operao. E a operao de lanamento ser uma operao de underwriting que feita por meio da construo do livro de ofertas que se chama book-building.

    Terminado o prazo para as propostas, as aes sero distribudas e, nesse momento, uma parcela ter sido negociada no mercado primrio e outra no mercado secundrio. A parcela da emisso que foi efetuada para captao de recursos pela empresa e que proporcionou aumento do capital social foi emitida no mercado primrio (R$ 100 milhes). A parcela que foi colocada venda por um dos principais acionistas da empresa ocorreu no mercado secundrio (R$ 50 milhes). A partir da, essas aes podem ser negociadas dentro dos preges da Bolsa de Valores e qualquer negociao que ocorrer estar sendo feita no mercado secundrio. Importante ressaltar que a emisso em si foi feita fora da Bolsa, por isto que todas as negociaes dentro da Bolsa de Valores ocorrem no mercado secundrio. importante destacar que nem sempre que a empresa vende suas aes estar fazendo uma operao no mercado primrio. Imagine a situao em que a empresa v seus ttulos carem muito de preo na Bolsa de Valores. Para tentar conter essa queda, ela vai at o mercado financeiro e compra aes e guarda em seu poder. Essas aes, contabilmente, so chamadas de aes em tesouraria. Depois de um certo tempo, opta por efetuar a venda desses papis no mercado. Essa venda ocorre no mercado secundrio, pois apesar de a empresa A ter vendido suas prprias aes no foram aes novas, como resposta a um aumento do capital social e sim aquelas que foram adquiridas no passado. Entretanto, necessrio destacar que quando ocorre uma