4
15/02/2013 CONTRATOS: 1) Elementos: a. Negócio jurídico bilateral: b. Ação humana, voluntária e lícita: a voluntariedade é essencial à validade dos atos, pois, faltando-a estaremos diante de um vício de consentimento. Entretanto, há casos que mesmo sendo voluntária a ação humana, ulteriormente, poder-se-á alegar estado de necessidade. c. Resultado jurídico: d. Existência de duas ou mais pessoas: e. Capacidade plena para contratar: além da capacidade afeita à maioridade civil, refere-se à sanidade da pessoa para os atos da vida civil, não sendo possível se entabular avença com pessoa interditada ou julgada incapaz pela justiça, ou declarada pela lei. f. Consentimento: g. Objeto do contrato: art. 104 do CC. i. Lícito: ii. Possível: iii. Certo, determinado ou determinável: pelo menos deve ser possível conhecer o objeto pelo gênero e pela quantidade. iv. Economicamente apreciável: h. Forma: livre – prescrita ou não defesa em lei (nulo). Questão de prova: Art. 227. Salvo os casos expressos, a prova exclusivamente testemunhal só se admite nos negócios jurídicos cujo valor não ultrapasse o décuplo do maior salário mínimo vigente no País ao tempo em que foram celebrados. Parágrafo único. Qualquer que seja o valor do negócio jurídico, a prova testemunhal é admissível como subsidiária ou complementar da prova por escrito. 2)Princípios fundamentais: são os princípios os institutos que irão sanar questões contratuais. No exemplo ao lado, caso o Zômulo não consiga pagar seu financiamento junto ao Banco do Otário, a instituição bancária invocará o instituto da pacta sunt servanda, ao passo que Zômulo invocará o instituto do rebus sic stantibus. Enquanto o banco diz que o cliente deve pagar o avençado, por que os

Aula 2 .DC.15.02.2013

Embed Size (px)

DESCRIPTION

contratos

Citation preview

Page 1: Aula 2 .DC.15.02.2013

15/02/2013

CONTRATOS:

1) Elementos:a. Negócio jurídico bilateral:b. Ação humana, voluntária e lícita: a voluntariedade é essencial à validade dos atos, pois, faltando-a

estaremos diante de um vício de consentimento.Entretanto, há casos que mesmo sendo voluntária a ação humana, ulteriormente, poder-se-á alegar estado

de necessidade.c. Resultado jurídico:d. Existência de duas ou mais pessoas:e. Capacidade plena para contratar: além da capacidade afeita à maioridade civil, refere-se à sanidade da

pessoa para os atos da vida civil, não sendo possível se entabular avença com pessoa interditada ou julgada incapaz pela justiça, ou declarada pela lei.

f. Consentimento:g. Objeto do contrato: art. 104 do CC.

i. Lícito:ii. Possível:

iii. Certo, determinado ou determinável: pelo menos deve ser possível conhecer o objeto pelo gênero e pela quantidade.

iv. Economicamente apreciável:h. Forma: livre – prescrita ou não defesa em lei (nulo).

Questão de prova: Art. 227. Salvo os casos expressos, a prova exclusivamente testemunhal só se admite nos negócios jurídicos cujo valor não ultrapasse o décuplo do maior salário mínimo vigente no País ao tempo em que foram celebrados.

Parágrafo único. Qualquer que seja o valor do negócio jurídico, a prova testemunhal é admissível como subsidiária ou complementar da prova por escrito.

2) Princípios fundamentais: são os princípios os institutos que irão sanar questões contratuais.

No exemplo ao lado, caso o Zômulo não consiga pagar seu financiamento junto ao Banco do Otário, a instituição bancária invocará o instituto da pacta sunt servanda, ao passo que Zômulo invocará o instituto do rebus sic stantibus.

Enquanto o banco diz que o cliente deve pagar o avençado, por que os contrato faz lei entre as partes, o cliente diz que as cláusulas contratuais devem ser revistas, pois deve ser preservado o equilíbrio econômico-financeiro entres as partes do contrato.

Page 2: Aula 2 .DC.15.02.2013

a. Autonomia da vontade (privada): as partes são livres para contratar da melhor maneira que lhe aprouverem. Nesse sentido, é livre a estipulação de cláusulas contratuais, desde que não fira a lei, bons costumes e moral. A vontade das partes é que prevalecerá.

b. Supremacia das normas de ordem pública (moral e bons costumes): quando conflitantes entre si, as normas de ordem pública prevalecem às de ordem privada.

c. Obrigatoriedade das convenções:i. Pacta sunt servanda: os contratos devem ser cumpridos da forma que foram pactuados. Limita a

revisão contratual, unicamente, nas hipóteses de vício (forma, consentimento...).Em se tratando de situações excepcionais, de caso fortuito e força maior, é possível a relativização do contrato, de modo a dirimir a onerosidade excessiva para uma das partes, e tendo-se como intuito o reequilíbrio econômico-financeiro, esta é a razão de ser do brocardo rebus sic satantibus, que também dá ensejo à justiça contratual, de modo a corporificar também a função social do contrato.

d. Boa-fé objetiva: em tese, todos os contratos presumem-se que têm boa-fé objetiva.

Art. 113. Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos do lugar de sua celebração.

Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.

Art. 422. Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé.

e. Relatividade dos efeitos do contrato: os efeitos do contrato, em regra, destinam-se às partes contratantes, influindo seus efeitos somente a elas.

i. Terceiros: de outra forma, relativizando-se os efeitos dos contratos, poderá haver contratos que atinjam terceiros. Ex.: contrato de compra e venda de imóvel que está sendo alugado para um terceiro.

f. Função social do contrato: a função social do contrato advém do fato que tal instrumento deve atender as normas de ordem pública, aos interesses das partes, aos princípios de equilíbrios e justiça social, em prol da estabilização social, não se devendo confundir o contrato com as obras de filantropia.

Art. 421. A liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites da função social do contrato.

i. Dignidade da pessoa humana: ii. Interpretação (intenção x literalidade):

Art. 110. A manifestação de vontade subsiste ainda que o seu autor haja feito a reserva mental de não querer o que manifestou, salvo se dela o destinatário tinha conhecimento.

Art. 423. Quando houver no contrato de adesão cláusulas ambíguas ou contraditórias, dever-se-á adotar a interpretação mais favorável ao aderente.

iii. Justiça contratual: equilíbrio.

3) Formação do contrato:a. Proposta/oferta:

i. Policitação/oblação: gera obrigação contratual do proponente.

Page 3: Aula 2 .DC.15.02.2013

Art. 427. A proposta de contrato obriga o proponente, se o contrário não resultar dos termos dela, da natureza do negócio, ou das circunstâncias do caso.

ii. Exceção:1. Contrário não resulte dos termos da proposta;2. Proposta sem prazo determinado a uma pessoa presente, não sendo ela

imediatamente aceita;3. Proposta sem prazo determinado à pessoa ausente;

Art. 428. Deixa de ser obrigatória a proposta:

I - se, feita sem prazo a pessoa presente, não foi imediatamente aceita. Considera-se também presente a pessoa que contrata por telefone ou por meio de comunicação semelhante;

II - se, feita sem prazo a pessoa ausente, tiver decorrido tempo suficiente para chegar a resposta ao conhecimento do proponente;

III - se, feita a pessoa ausente, não tiver sido expedida a resposta dentro do prazo dado;

IV - se, antes dela, ou simultaneamente, chegar ao conhecimento da outra parte a retratação do proponente.

b. Aceitação: confirmação da proposta, que é vinculante.