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Aula 3 – 10 de maio

Aula 3 10 de maio · indissolubilidade aprender/anão aprender. Processo de aprender e não-aprender não é neutro: conflito desejo de aprender/desejo de não aprender. Esse conflito

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Aula 3 – 10 de maio

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Por que o aluno não aprende? Prática avaliativa: existem formas diferentes de

avaliar.

Práticas construtivistas em educação: acreditar na possibilidade de aprender do educando.

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Situações reveladas na prática avaliativa:

- alunos que aprendem

- alunos que não aprendem

- alunos que preenchem todas as condições e não aprendem

Situações de fracasso de aprendizagem: é importante discuti-las com os professores – classificação do sentimento de culpa (professor e/ou aluno).

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Fracasso dos alunos: pode atingir o professor e sua auto-imagem, obstaculizando sua prática avaliativa.

Entraves ao diálogo produtivo professor/psicopedagogo: quanto ao fracasso escolar – concepção behaviorista, influência do apriorismo, posturas conservadoras e resistentes do professor.

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Responsabilidade pelo fracasso escolar: do professor? do aluno? da sociedade? É fundamental que o professor, qualquer que seja a sua resposta, compreenda como se dá o conhecimentos nos diferentes estágios (cognitivos, afetivos) de desenvolvimento do aluno, pois os erros que este manifesta são de origem diversas. Necessidade de reflexão sobre cada resposta específica do aluno. Erro não exige punição.

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Fracasso: eventualmente torna-se necessário ao sujeito para conscientizá-lo da inadaptação dos próprios programas e da necessidade de construir/reconstruí-los.

Cada tarefa escolar significa um estágio de desenvolvimento do aluno. Daí a importância:

- da ultrapassagem de significado: negação/retificação – interpretação lógica do aluno em dada situação.

- do acompanhamento e registro significativo das tarefas.

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Aprendizagem e não aprendizagem

Processo de ensino/aprendizagem: inclui a não aprendizagem.

Fracasso escolar: lado inverso do sucesso escolar →

indissolubilidade aprender/anão aprender. Processo de aprender e não-aprender não é neutro: conflito

desejo de aprender/desejo de não aprender. Esse conflito se reflete tanto no plano consciente quanto no inconsciente.

Os entraves manifestados (sintomas) no saber/não saber,

conhecer/desconhecer, aprender/não aprender são esclarecidos no diagnóstico psicopedagógico.

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Fracasso da/na escola

Diagnósticos, denúncias e propostas de educação popular – sempre presentes no discurso público. Objetivos: igualdade social e democratização do ensino.

Democratização do ensino: acesso à instrução e ao saber. Direção quantitativa e direção qualitativa.

Escola pública: lenta conquista das camadas populares. Contra o povo? Para o povo?

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Contradição contra o povo X para o povo: explicações Ideologia do dom: as desigualdades e diferenças

individuais são naturais (dons) legitimadas pela psicologia diferencial e psicometria – diferenças no rendimento escolar. Consequências:

- causa do fracasso: aluno e não a escola. - seleção, classificação e hierarquização dos alunos - função da escola: adaptação dos alunos à sociedade - fracasso = incapacidade de adaptação - aluno X escola Questionamento dessa ideologia – “diferenças

individuais” estão sobretudo nos grupos de indivíduos socioeconomicamente desfavorecidos → camadas populares → maior probabilidade de fracasso escolar.

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Ideologia da deficiência cultural: desigualdades culturais respondem pelas diferenças de rendimento escolar. Consequências:

- fracasso escolar = deficiência cultural, carência cultural, privação cultural; criança com deficiências afetivas, cognitivas e lingüísticas.

- causa do erro no desempenho escolar ou no aluno; patologia social

- papel da escola – compensar as deficiências do aluno culturalmente carente

Questionamento dessa ideologia: - não critica a estrutura social que responde pela desigualdade

social e o antagonismo classes dominantes/classes dominadas. - defende a superioridade do contexto cultural de umas classes

sobre as outras - não há culturas superiores, mais complexas ou mais ricas que

outras

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Ideologia das diferenças culturais: expressões cientificamente indefensáveis – deficiência cultural, privação cultural, carência cultural. Consequências:

- negação da existência de cultura em um grupo = negação da existência do próprio grupo

- padrões culturais das classes dominantes são diferenças e não carência, subcultura

- todas as culturas são igualmente estruturadas, coerentes e complexas, embora diferentes, diversas entre si

- à escola cabe a responsabilidade do fracasso escolar das classes dominadas

Questionamento dessa ideologia: valorização, pela escola, da cultura das classes dominantes. Modelos de comportamentos “corretos” → marginalização cultural →fracasso escolar das classes dominadas.

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Papel da linguagem:

- Ideologia da deficiência cultural → déficit lingüístico → fracasso escolar das classes dominadas.

- Ideologia das diferenças culturais → diferença do código lingüístico entre as classes → discriminação e fracasso escolar das classes dominadas

- Linguagem: produto da cultura, instrumento de transmissão da cultura

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Escola transformadora:

- Relações de dominação social e política – contradições – transformação social.

- Escola – “lócus” das contradições – superação das desigualdades sociais → direito de acesso pelas classes dominadas → instrumentos de luta contra privilégios → domínio do dialeto de prestígio.

- Escola transformadora – escola consciente de seu papel político na luta contra as desigualdades socioeconômicas – participação cultural, política e social das classes dominantes → acesso ao capital linguístico e cultural.

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O enfoque Psicopedagógico

Psicopedagogia tradicional: prioridade para o estudo do fracasso escolar.

Psicopedagogia atual: prioridade para o estudo dos processos de desenvolvimento, estudo do aprender, aprendizagens escolares.

Compreensão do processo que leva ao êxito: esclarecimento do processo escolar.

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Prática psicopedagógica:

- Considera o ponto de vista do aluno, professor, escola, família.

- Integra informações do psicólogo, pediatra, neuropediatra, psiquiatra, etc.

- Ocupa-se do conhecimento/entendimento dos processos de aprendizagem

- Requer características formativo/pessoais e formativo/cognitivas do psicopedagogo; interdisciplinaridade; convergência entre os dados subjetivos e os dados objetivos; interligação desenvolvimento/aprendizagem.

Formação do sujeito: é um processo, portanto, contínua.

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O psicopedagogo e a ética profissional Diferença entre ética e moral: classificada pelo

contexto social, cultural, político. Os valores morais e éticos são experienciados pela consciência moral, são históricos (variam no tempo), compõem o código de ação das diferentes culturas.

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Muitos autores definem a ética profissional como sendo um conjunto de

normas de conduta que deverão ser postas em prática no exercício de qualquer

profissão. Seria a ação "reguladora" da ética agindo no desempenho das profissões, fazendo com que o

profissional respeite seu semelhante quando no exercício da sua profissão.

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A ética profissional estudaria e regularia o relacionamento do profissional com sua clientela, visando a dignidade humana e

a construção do bem-estar no

contexto sócio-cultural onde exerce

sua profissão.

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Ela atinge todas as profissões e quando falamos de ética

profissional estamos nos referindo ao caráter normativo e até jurídico

que regulamenta determinada profissão a partir de estatutos e

códigos específicos. Assim temos a ética médica, do

advogado, do biólogo, etc.

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Concepções histórico-filosóficas da ética:

- Ética essencialista: os valores do agir humano inscrevem-se na própria essência humana.

- Ética naturalista: os valores do agir humano fundam-se no ser humano, enquanto organismo vivo.

- Ética praxista: os valores do agir humano decorrem das condições objetivas da existência do homem, enquanto sujeito histórico-social.

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Vinculação ética-política: ação eticamente boa = ação politicamente boa.

Necessidade de reflexão crítica da práxis psicopedagógica: desmascaramento do caráter ideológico do produto da subjetividade humana.

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As consequências dos atos humanos Ato moral: forma de agir pela qual o homem

responde; liberdade de querer agir.

Responsabilidade interior e pública (perante a própria consciência e a sociedade) → mérito e demérito medidos por três razões: pela gravidade dos deveres, pela dificuldade, pela intenção.

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Ética e o conhecimento

Normas comportamentais humanas→ esfera ética (juízos de valor moral)→ código de ética → ato ético (liberdade e responsabilidade).

Práxis psicopedagógica: consciente e livremente assumida, exige o comprometimento responsável do psicopedagogo com a sua própria escolha profissional.

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Psicopedagogo: pontos básicos do comportamento ético - O trabalho psicopedagógico, situando-se no campo

educacional e vinculando-se ao processo de escolarização, centra-se no aprendente, percebido como pessoa, cuja dignidade e potencialidade devem ser respeitadas.

- Preventivo ou em clínica, o trabalho do psicopedagogo deve ser orientado por uma relação interprofissional capaz de conduzir ao bem estar daqueles que, direta ou indiretamente, prendem-se ao atendimento que realiza.

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- Sentir-se disponível para ouvir o outro e atuar nos limites da função psicopedagógica.

- Estar preparado para reconhecer a necessidade da colaboração de outros especialistas.

- Encaminhar a profissionais habilitados e qualificados os casos que disto necessitarem.

- Permitir ao aprendente e/ou aos responsáveis, de modo claro e preciso, o diagnóstico feito.

- Somente com a concordância do aprendente e/ou dos familiares dar conhecimento a terceiros das avaliações feitas.

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- Assumir a responsabilidade pelas avaliações que fizer.

- Guardar sigilo sobre os fatos e dados obtidos no exercício profissional, excetuando-se os especialistas da equipe que trabalham no caso.

- Declarar-se “preso à guarda de sigilo” perante a autoridade que o intime a depor como testemunha.

- Compreender que o prontuário do aprendente é documento sigiloso, ao qual pessoas estranhas ao caso não devem ter acesso.

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- Manter-se atualizado e buscar ampliar seus conhecimentos na área em que atua, cientificando-se dos estudos e pesquisas nessa área.

- Cuidar para que seus trabalhos e publicações atendam aos princípios éticos que norteiam tais estudos.

- Ser colaborativo sem ser subserviente, ser solidário sem ser conivente.

- Preservar uma atitude crítica ante os fatos e relacionamentos.

- Exercer contínua avaliação crítica de sua atuação pessoal e profissional.

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O professor e os valores

Os processos escolares de avaliação envolvem: conhecimentos técnicos, domínio do conteúdo da disciplina, capacidade de observação e percepção das singularidades do aluno, reciprocidade produtiva entre professor e aluno, observação contínua, observação concentrada, trabalhos escolares individuais e em grupo, provas com consulta e sem consulta.

A questão da “cola”: eticamente inadmissível, combatida

sem violência, reversão da engenhosidade negativa em positiva.

Avaliação escolar: requer competência e discernimento.

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Os sujeitos da práxis psicopedagógica

Educador enquanto pessoa:

- construtor de si mesmo e da história

- determinado pelas circunstâncias

- criador e criatura

- autoconstrói-se através do meio

- manifesta qualidades específicas: competência técnico-profissional, comprometimento político, paixão pelo que faz (arte de ensinar)

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Papel do educador:

- atuação característica na relação de docência

- direciona e o ensino e a aprendizagem

- mediador entre o indivíduo e o aluno e o coletivo da sociedade

- posse de conhecimento e habilidades – processo de elevação cultural do aluno

- compreensão da realidade em que atua

- perceber o educando como sujeito que expressa os condicionamentos do meio

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O educador enquanto pessoa:

- sujeito ativo que se constrói e se aliena através de sua ação

- membro da sociedade

- possuidor de capacidade de avanço e crescimento, mediada pela cultura elevada.

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Exibição do Curta Metragem: Ética – Direitos Humanos – Violência que rola

Questionamentos:

-A conduta dos alunos: disciplina, fatores que levam a indisciplina e, consequentemente a não aprendizagem

- A conduta ética da professora.

- Fatores sociais que interferem no comportamento dos alunos e da professora.

- Atuação do psicopedagogo diante do fato

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Pichon- Rivière Pichon-Rivière – interesse pelas Ciências do

Homem→tentativa de resolver a obscuridade entre duas culturas: européia e indígena.

A obra de Pichon-Rivière propõe uma metodologia da aprendizagem desenvolvida a partir da compreensão psicológica e social do processo de conhecimento.

Tem como proposta de intervenção, o trabalho com grupos operativos a fim de ajudar os membros do grupo a enfrentar os conflitos e as resistências às mudanças.

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Trabalho de Pichon-Rivière – investigação da estrutura e sentido da conduta→práxis que se expressa em um esquema conceitual, referencial e operativo.

O fato de encontrar o fundamento de todo conhecimento na prática social, leva-nos a propor que o sujeito do conhecimento não pode ser pensado como indivíduo, mas como sujeito social.

Síntese da investigação – postulação de uma epistemologia convergente; as ciências do homem concernem a um objeto único, o “homem em situação”, suscetível de uma abordagem pluridimensional.

Sujeito Coletivo

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O sujeito real da produção cultural é um sujeito coletivo, um grupo social, um grupo de homens articulados por relações e ligados por interesses comuns.

Obra de Pischon-Rivière – parte da psicanálise e culmina na Psicologia Social.

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Da psicanálise à psicologia social – heterogeneidade temática, várias influências teóricas e estéticas, multiplicidade de fontes e campos de investigação. Faz reflexão sobre a psicose e a neurose e a partir daí passa a investigar os processos de aprendizagem, a estrutura familiar.

O processo de aprendizagem é compreendido como processo psicológico e como fenômeno social.

Desenvolve uma metodologia destinada a trabalhar sobre os obstáculos que emergem na relação sujeito cognoscente e o objeto do conhecimento.

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Aponta para a conquista de um vínculo progressivamente criativo e livre entre o sujeito e o mundo, o vínculo pelo qual – através da práxis – se dá a apropriação da transformação da realidade.

APRENDIZAGEM

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Grupo social – estrutura de relações que, a partir de uma prática, elaboram tendências afetivas, estéticas, conceituais e de conhecimento.

Sujeito – síntese ativa de suas relações sociais; sujeito da práxis.

Relação dialética – saúde mental, aprendizagem.

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Processo de aprendizagem – processo psicológico e fenômeno social - obstáculos que devem ser trabalhados na relação sujeito cognoscente e objeto de conhecimento; sujeito e mundo; sujeito e realidade; mundo interno e mundo externo através do GO o sentir, o pensar e o fazer no processo educativo; aprendizagem como uma “maiêutica” grupal.

As funções daquele que ensina e do que aprende são alternativas, rotativas.

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A técnica do GRUPO OPERATIVO propõe como instrumento no campo da tarefa educativa

Aprender a aprender ou aprender a pensar

Integra estruturas afetivas, conceituais e de

ação

O SENTIR, O PENSAR, O FAZER NO PROCESSO EDUCATIVO

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O GRUPO OPERATIVO implica na transformação de um pensamento linear, lógico, formal, num pensamento dialético, que visualiza as contradições no interior dos fenômenos e as múltiplas interconexões do real.

Pichon-Rivière propõe a aprendizagem como uma “maiêutica grupal”.

A aprendizagem consiste num processo no qual a prática e a teoria se integram e no qual as funções do que ensina e de quem aprende são alternativas, rotativas.

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Conceitos básicos da escola de Pichon Rivière Psicologia Social – ciência das interações, teoria e prática, visão

integradora do “homem em situação”. E.C.R.O. – esquema conceitual, referencial e operativo. Didática – psicologia vincular, interdisciplinar e grupal. Tarefa do grupo operativo – elaboração de ansiedades básicas: medo

da perda, medo do ataque. Interjogo de papeis – papel de porta-voz; bode expiatório e líder. Trabalho grupal – três instâncias: pré-tarefa, tarefa e projeto.

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A psicologia social é a ciência das interações voltada para um mudança social planificada.

É um artefato, no sentido amplo da palavra, que tanto forma os elementos da mudança, como prepara o campo no qual vai atuar.

Psicologia Social Acadêmica

Psicologia Social Prática

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Como unidade operacional, as ciências do homem trazem elementos para a construção de um instrumento único ao qual chamamos de

ECRO: Esquema Conceitual, Referencial e Operativo

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Esquema referencial: conjunto de experiências, conhecimentos e afetos com os quais um indivíduo

pensa e atua.

Esquema conceitual: conceito de homem, de pessoa enquanto

sujeitos da aprendizagem.

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De acordo com a didática da psicologia social, a aprendizagem

se estrutura como um processo contínuo, com oscilações,

articulando-se os momentos do ensinar e do aprender.

Grupos Operativos: técnica centrada de forma explícita em uma tarefa que pode ser a aprendizagem

e o diagnóstico das dificuldades.

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Considerações sobre o vínculo Formas patológicas do vínculo – três dimensões de

investigação

- do indivíduo – análise psicossocial

- do grupo como estrutura – análise sociodinâmica

- da instituição – análise de todo o grupo

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Medo da perda: ansiedade depressiva

Medo do ataque: ansiedade paranóide

Resistência à mudança

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Pré-tarefa: técnicas defensivas do grupo, resistência às

mudanças.

Tarefa: o objeto de conhecimento se torna

penetrável.

Projeto: surge quando se consegue uma pertença do

grupo.

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Vínculo e Teoria 3Ds – papel e status Teoria dos papeis – baseia-se na teoria das relações

de objeto; sujeito e objeto estabelecendo uma relação particular entre eles.

Vínculo – conceito operacional, configura uma estrutura de relação interpessoal.

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Pichon-Rivière define vínculo como uma estrutura complexa que inclui um sujeito e um objeto, a interação entre ambos e processos de comunicação e aprendizagem.

Aborda a relação entre estrutura social e a configuração do mundo interno do sujeito.

O mundo interno se constitui sobre a base de vínculos internalizados, começando pelo grupo familiar e continuando pelos subsequentes.

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DEPOSITANTE DEPOSITADO DEPOSITÁRIO

Professor Conteúdos programáticos, ansiedades, medo de perda de autoridade/controle

Aluno passivo

Aluno Medo de não saber, perder a posição, raiva, medo da família

Professor

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O conceito de ECRO

ECRO – modelo de apreensão da realidade.

Consta de dois aspectos:

- infraestrutural – formado de elementos motivacionais e emocionais.

- supraestrutural – formado pelos conceitos

Objeto não se deixa conhecer – criança (obstáculo epistemológico)

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Contribuições à didática da psicologia social Didática de Pichon-Rivière – ensinar e aprender

ECRO – possibilidade de uma didática interdisciplinar apóia-se na preexistência, em cada um de nós, de um esquema referencial.

Esquemas e modelos internos – se confrontam e se modificam na situação grupal, configurando-se, através da tarefa, um novo esquema referencial que emerge da produção do grupo.

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Noção de aprendizagem – adaptação ativa à realidade; relação dialética entre sujeito e meio; práxis.

Aprender – realizar uma leitura da realidade, para modificá-la.