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Flávia Spitale Jacques Poggiali [email protected]

Aula 3 - Ensaio de Dureza

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Flávia Spitale Jacques [email protected]

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A palavra dureza pode ter vários significados:

na Metalurgia considera-se dureza como a

resistência à deformação plástica permanente;

na Mecânica é a resistência à penetração de

um material duro no outro.

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A dureza é uma propriedade mecânica que

consiste em uma medida da resistência de uma

material a uma deformação plástica localizada.

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A dureza é a capacidade do material de:

• resistir ao risco;

• ser deformado plasticamente;

• ser cortado;

• absorver energia no impacto;

• resistir ao desgaste.

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O Ensaio de Dureza pode ser dividido em:

• por risco (Mohs);

• penetração (Brinell, Rockwell, Vickers, Knoop);

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• O primeiro método padronizado de ensaio de

dureza foi baseado no processo de riscagem de

minerais padrões, desenvolvido por Mohs, em

1822.

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1: talco 6: feldspato

2: gipsita 7: quartzo

3: calcita 8: topázio

4: fluorita 9: safira

5: apatita 10: diamante

DU

REZ

A

DU

REZ

A

Page 8: Aula 3 - Ensaio de Dureza

• A maioria dos metais apresenta durezas Mohs

4 e 8, e pequenas diferenças de dureza não são

acusadas por este método. Por exemplo, um

aço dúctil corresponde a uma dureza de 6

Mohs, a mesma dureza Mohs de um aço

temperado.

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Consiste em comprimir lentamente uma esfera de aço temperado, de diâmetro D, sobre uma superfície plana, polida e limpa de um metal, por meio de uma carga F, durante um tempo t, produzindo uma calota esférica de diâmetro d.

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d

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A superfície da amostra em que será feita a

medida da dureza deve estar plana, limpa e

paralela à base de apoio da máquina de ensaio.

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Os penetradores são esferas de aço ou de

carboneto de tungstênio com diferentes

diâmetros.

Page 14: Aula 3 - Ensaio de Dureza

22C D-D.D

Q2.102,0

S

QHBWou HBS

π d

Carga aplicada (Q em kgf ou N) Área da impressão (Sc) Diâmetro da esfera (D) e da impressão (d)

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EXEMPLO: Uma amostra foi submetida a um ensaio de dureza Brinell no qual se usou uma esfera de 2,5 mm de diâmetro e aplicou-se uma carga de 187,5 kgf. As medidas dos diâmetros de impressão foram de 1 mm. Qual a dureza do material ensaiado?

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O ensaio padronizado, proposto por Brinell, é realizado com carga de 3.000 kgf e esfera de 10 mm de diâmetro, de aço temperado. Porém, usando cargas e esferas diferentes, é possível chegar ao mesmo valor de dureza, desde que se observem algumas condições:

F (carga) → 0,25.D < d < 0,5.D , ideal d = 0,375.D

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Para obter o diâmetro de impressão dentro do

intervalo anterior, deve-se manter constante a

relação entre a carga (F) e o diâmetro ao

quadrado da esfera do penetrador (D2), ou seja,

a relação:

Fator de carga

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Para padronizar o ensaio, fatores de carga foram fixados. O quadro a seguir mostra os principais fatores de carga utilizados e as respectivas faixas de dureza e indicações do material.

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O diâmetro da esfera é determinado em função da espessura do corpo de prova ensaiado. No caso da norma brasileira, a espessura mínima do material ensaiado deve ser 17 vezes a profundidade da calota.

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O quadro a seguir mostra os diâmetros de esfera mais usados e os valores de carga para cada caso, em função do fator de carga escolhido.

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Uma empresa comprou um lote de chapas de

aço carbono com a seguinte especificação:

espessura: 4 mm, dureza Brinell (HB): 180.

Essas chapas devem ser submetidas ao ensaio

de dureza Brinell para confirmar se estão de

acordo com as especificações. Essas chapas podem ser ensaiadas com a

esfera de 10 mm?

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A espessura do material ensaiado (no mínimo) = 17.p

De acordo com a tabela F/D2 = 30 (aço-carbono) → F = 3000 kgf

→ 180 = 3000 / .10.p → p = 0,53 mm

Espessura mínima = 17 . 0,53 = 9,01 mm Resposta: As chapas de 4 mm não podem ser

ensaiadas com esfera de 10 mm.

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A execução do ensaio de dureza Brinell consiste em:

Preparar uma superfície plana na amostra; Colocar e fixar a amostra na mesa da máquina; Aplicar manualmente a pré-carga; Acionar o dispositivo para liberação da carga

principal;

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Retirar a carga; Ler o tamanho da impressão; Usar a tabela para converter os dados dos

ensaios para dureza Brinell.

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Representação da dureza Brinell:

XXX HBS D/Q/t ou XXX HBW D/Q/t

XXX: valor da dureza Brinell da amostra; HBS: para ensaio com uma esfera de aço; HBW para esfera de tungstênio; D: diâmetro da esfera; Q: carga de compressão da esfera em kgf; t: tempo de aplicação da carga em segundo.

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EXEMPLO: 400 HBS 5/500/30

Dureza Brinell: 400

Esfera de aço

Diâmetro 5mm

Carga de 500 kgf

Tempo de 30 s

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Aço: R 0,36HB

Cu-Zn: R 0,41HB

Liga Cu: R 0,52HB

Liga Al: R 0,40HB

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O baixo custo do equipamento para medida de

dureza Brinell. É usado especialmente para avaliação de dureza

de metais não ferrosos, ferro fundido, aço, produtos

siderúrgicos em geral e de peças não temperadas; É o único ensaio utilizado e aceito para ensaios em

metais que não tenham estrutura interna uniforme

(materiais heterogêneos); É feito em equipamento de fácil operação.

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A possibilidade de se cometer erro no momento da

medida dos diâmetros das impressões.

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A impressão da esfera na amostra é maior que a dos outros métodos de ensaio de dureza, por isso é a mais adequada para medir materiais heterogêneos, que têm a estrutura formada por duas ou mais fases de dureza muito discrepantes (ferros fundidos, bronzes etc);

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• O uso deste ensaio é limitado pela esfera empregada. Usando-se esferas de aço temperado só é possível medir dureza até 500 HB, pois durezas maiores danificariam a esfera.

• A recuperação elástica é uma fonte de erros, pois o diâmetro da impressão não é o mesmo quando a esfera está em contato com o metal e depois de aliviada a carga. Isto é mais sensível quanto mais duro for o metal, Fig. 1.

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O ensaio não deve ser realizado em superfícies cilíndricas com raio de curvatura menor que 5 vezes o diâmetro da esfera, pode haver escoamento lateral do material e a dureza medida será menor que a real, Fig. 2.

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r

D

Figura 1 – Recuperação elástica

Figura 2 – Escoamento lateral (r < 5.D)

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Proposto em 1922, levando o nome do seu criador, é o processo mais utilizado no mundo, devido à rapidez, à facilidade de execução, isenção de erros humanos, facilidade em detectar pequenas diferenças de durezas e pequeno tamanho da impressão.

Este método apresenta algumas vantagens em relação ao ensaio Brinell, pois permite avaliar a dureza de metais diversos, desde os mais moles até os mais duros.

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Aço temperado Cone de diamante

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Penetrador de diamante:

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• Neste método, a carga do ensaio é aplicada em etapas, ou seja, primeiro se aplica uma pré-carga, para garantir um contato firme entre o penetrador e o material ensaiado, e depois aplica-se a carga do ensaio propriamente dita.

• A leitura do grau de dureza é feita diretamente num mostrador acoplado à máquina de ensaio, de acordo com uma escala predeterminada, adequada à faixa de dureza do material.

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Cone de diamante

Aço temperado

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1º Passo – Aproximar a superfície do corpo de prova do penetrador.

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2º Passo – Submeter o corpo de prova a Uma pré- carga (carga menor).

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3º Passo – Aplicar a carga maior até o ponteiro parar.

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4º Passo – Retirar a carga maior e fazer aleitura do valor indicado no mostrador, na escala apropriada.

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A superfície da amostra deve ser lixada para

eliminar alguma irregularidade que possa

ocasionar erros;

A primeira leitura do ensaio de dureza Rockwell

deve ser desprezada, porque a primeira

impressão serve apenas para ajustar bem o

penetrador na máquina;

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Se a superfície da amostra não for plana, deve-

se fazer uma correção no valor de dureza

encontrado. A dureza Rockwell é baseada na

profundidade e não na área;

A espessura mínima da amostra para o ensaio

de dureza Rockwell é dez vezes a profundidade

da impressão.

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A execução do ensaio de dureza Rockwell consiste em:

Aplicação da pré-carga; Aplicação da carga principal; Retirada da carga; Leitura da dureza.

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Representação da dureza Rockwell:

• 64 HRC: dureza Rockwell de 64 na escala C

• 50 HR15N: dureza Rockwell superficial de 50 na escala 15 N

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A profundidade que o penetrador vai atingir durante o ensaio é importante para definir a espessura mínima do corpo de prova. De modo geral, a espessura mínima do corpo de prova deve ser 17 vezes a profundidade atingida pelo penetrador.

Penetrador de diamante:HR normal: P = 0,002 x (100 - HR)HR superficial: P = 0,001 x (100 - HR)

Penetrador esférico:HR normal: P = 0,002 x (130 - HR)HR superficial: P = 0,001 x (100 - HR)

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Ensaio de dureza Rockwell avanço em relação ao ensaio Brinell, já que possibilitou avaliar a dureza de vários metais, que antes não podiam ser ensaiados quanto à dureza.

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• Suas escalas não têm continuidade. Por isso,

materiais que apresentam dureza no limite de

uma escala e no início de outra não podem ser

comparados entre si quanto à dureza;

• Não tem relação com o valor de resistência à

tração, como acontece no ensaio Brinell.

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Este método leva em conta a relação ideal entre o diâmetro da esfera do penetrador Brinell e o diâmetro da calota esférica obtida, e vai além porque utiliza outro tipo de penetrador, que possibilita medir qualquer valor de dureza, incluindo desde os materiais mais duros até os mais moles.

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A dureza Vickers se baseia na resistência que o material oferece à penetração de uma pirâmide de diamante de base quadrada e ângulo entre faces de 136º, sob uma determinada carga.

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A máquina que faz o ensaio Vickers não fornece o valor da área de impressão da pirâmide, mas permite obter, por meio de um microscópio acoplado, as medidas das diagonais (d1 e d2) formadas pelos vértices opostos da base da pirâmide.

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[mm] F [kgf]

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Representação da dureza Vickers:

XXX HV Q/t

XXX: valor da dureza Vickers da amostra; HV: dureza Vickers; Q: carga de compressão da esfera em kgf; t: tempo de aplicação da carga em

segundo.

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Polimento até a lixa 1.000 ou com alumina;

Fixação da amostra na máquina de ensaio;

Seleção da carga a ser aplicada;

Seleção do tempo de aplicação.

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Acionamento do dispositivo para aplicar a

carga;

Medida das diagonais do quadrado impresso;

Cálculo da média das diagonais da impressão;

Tabelas de conversão do tamanho da

impressão na dureza.

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Escala contínua de dureza, medindo todas as

gamas de valores de dureza numa única escala;

Impressões extremamente pequenas que não

inutilizam a peça;

Possibilita grande precisão de medida;

O penetrador, por ser de diamante, é

praticamente indeformável;

Page 65: Aula 3 - Ensaio de Dureza

Utiliza apenas uma escala de dureza;

Possível a medida de todos os valores de

dureza encontrados nos diversos materiais;

Este ensaio aplica-se a materiais de qualquer

espessura, e pode também ser usado para

medir durezas superficiais;

Page 66: Aula 3 - Ensaio de Dureza

Por outro lado, devem-se tomar cuidados especiais

para evitar erros de medida ou de aplicação de carga,

que alteram muito os valores reais de dureza.

A preparação do corpo de prova para microdureza deve

ser feita, obrigatoriamente, por metalografia, utilizando-

se, de preferência, o polimento eletrolítico, para evitar o

encruamento superficial;

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• Quando se usam cargas menores do que 300

gf, pode haver recuperação elástica, dificultando

a medida das diagonais;

• A máquina de dureza Vickers requer aferição

constante, pois qualquer erro na velocidade de

aplicação da carga traz grandes diferenças nos

valores de dureza.

Page 68: Aula 3 - Ensaio de Dureza

A diferença entre o ensaio de dureza

convencional e o de microdureza está na

intensidade da carga usada para comprimir o

penetrador.

A marca deixada na superfície da amostra pelo

penetrador da máquina de ensaio de

microdureza somente é visível no microscópio.

Page 69: Aula 3 - Ensaio de Dureza

Determinação da dureza das camadas finas de

revestimento;

Determinação da dureza de constituintes

individuais de uma microestrutura, de materiais

frágeis, de peças pequeníssimas ou

extremamente finas;

É aplicável a todos os tipos de materiais e não

apenas aos metais.

Page 70: Aula 3 - Ensaio de Dureza

Utiliza o mesmo método de ensaio da dureza Vickers

convencional.

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Penetrador na forma de pirâmide alongada.

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Page 73: Aula 3 - Ensaio de Dureza

A amostra deve ter uma superfície plana e polida para

permitir a visualização da marca;

Qualquer movimento da amostra durante a aplicação

da carga pode danificar o penetrador;

Quanto melhor o polimento da amostra mais fácil a

leitura das dimensões da impressão por meio de um

microscópio acoplado ao equipamento.

Page 74: Aula 3 - Ensaio de Dureza

Para o cálculo da dureza Knoop (HK) usa-se as expressões abaixo:

22 07028,0 mmp L

Q

cL

Q

A

QHK

2

229,14

mL

QHK

onde

Ap é a área da indentação projetada (mm2),

Q é a carga aplicada em gf,

Lm é a diagonal maior da impressão em micrômetro,

“c” é uma constante do penetrador que relaciona a área da

deformação com o comprimento diagonal maior do penetrador.

Page 75: Aula 3 - Ensaio de Dureza

Emprega-se a mesma equação usada na dureza

Vickers e o resultado obtido na expressão abaixo

também deve ser multiplicado por 1.000, pois a carga Q

também é em gramas-força e o valor do comprimento

da marca ( L ) é em micrometro.

2

8544,1

D

QHV

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O esclerômetro mede a dureza superficial do concreto e a

correlaciona com a resistência à compressão desse

concreto.

É muito usado em obras em execução, para avaliar a

resistência de concretos cujos corpos de prova padrão

deram resultado abaixo do esperado.

Também é usado para estimar a resistência do concreto

de obras antigas .

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