7
01/03/2013 Distinção entre diversos dispositivos legais a respeito da disciplina contratual: Código Civil Código de Defesa do Consumidor a. Defeito oculto na coisa: b. Objeto: bens, objetos de contratos, comutativos (móveis/imóveis. c. Efeitos: redibição ou abatimento no preço (arts. 441 e 442 do CC). Art. 441. A coisa recebida em virtude de contrato comutativo pode ser enjeitada por vícios ou defeitos ocultos, que a tornem imprópria ao uso a que é destinada, ou lhe diminuam o valor. Parágrafo único. É aplicável a disposição deste artigo às doações onerosas. Art. 442. Em vez de rejeitar a coisa, redibindo o contrato (art. 441), pode o adquirente reclamar abatimento no preço. d. Prazos decadenciais: a. Defeito oculto, aparente ou de fácil constatação; qualidade e/ou quantidade do produto não correspondentes à propaganda; rótulo, etc. b. Objeto: produtos (móveis / imóveis / corpóreos / incorpóreos). c. Efeitos: substituição do produto; devolução do dinheiro; restituição da coisa; abatimento proporcional do preço (art. 18, § 1º, do CDC). Art. 18. Os fornecedores de produtos de consumo duráveis ou não duráveis respondem solidariamente pelos vícios de qualidade ou quantidade que os tornem impróprios ou inadequados ao consumo a que se destinam ou lhes diminuam o valor, assim como por

Aula 4 .DC.01.03.2013

Embed Size (px)

DESCRIPTION

contratos

Citation preview

Page 1: Aula 4 .DC.01.03.2013

01/03/2013

Distinção entre diversos dispositivos legais a respeito da disciplina contratual:

Código Civil Código de Defesa do Consumidor

a. Defeito oculto na coisa:

b. Objeto: bens, objetos de contratos,

comutativos (móveis/imóveis.

c. Efeitos: redibição ou abatimento no

preço (arts. 441 e 442 do CC).

Art. 441. A coisa recebida em virtude

de contrato comutativo pode ser

enjeitada por vícios ou defeitos

ocultos, que a tornem imprópria ao

uso a que é destinada, ou lhe

diminuam o valor.

Parágrafo único. É aplicável a

disposição deste artigo às doações

onerosas.

Art. 442. Em vez de rejeitar a coisa,

redibindo o contrato (art. 441), pode o

adquirente reclamar abatimento no

preço.

d. Prazos decadenciais: regra. Poderão

ser modificados.

i. Móveis: 30 dias da tradição.

ii. Imóveis: 1 ano da tradição.

a. Defeito oculto, aparente ou de fácil

constatação; qualidade e/ou

quantidade do produto não

correspondentes à propaganda;

rótulo, etc.

b. Objeto: produtos (móveis /

imóveis / corpóreos / incorpóreos).

c. Efeitos: substituição do produto;

devolução do dinheiro; restituição

da coisa; abatimento proporcional

do preço (art. 18, § 1º, do CDC).

Art. 18. Os fornecedores de produtos

de consumo duráveis ou não

duráveis respondem solidariamente

pelos vícios de qualidade ou

quantidade que os tornem impróprios

ou inadequados ao consumo a que

se destinam ou lhes diminuam o

valor, assim como por aqueles

decorrentes da disparidade, com a

indicações constantes do recipiente,

da embalagem, rotulagem ou

mensagem publicitária, respeitadas

as variações decorrentes de sua

natureza, podendo o consumidor

exigir a substituição das partes

viciadas.

§ 1° Não sendo o vício sanado no

prazo máximo de trinta dias, pode o

consumidor exigir, alternativamente e

à sua escolha:

        I - a substituição do produto por

Page 2: Aula 4 .DC.01.03.2013

outro da mesma espécie, em

perfeitas condições de uso;

        II - a restituição imediata da

quantia paga, monetariamente

atualizada, sem prejuízo de eventuais

perdas e danos;

        III - o abatimento proporcional

do preço.

d. Prazos decadenciais: regra. É

possível a modificação de prazos

decadenciais, desde que não sejam

em prejuízo do consumidor.

i. Bens não-duráveis: 30 dias da

constatação da entrega.

ii. Bens duráveis: 90 dias da

constatação da entrega.

Direito eminentemente privado, de

relação de igualdade entre as partes.

A tônica aqui é que as regras estarão

baseadas na relação de hipossuficiência

do consumidor.

Não há necessariamente a figura da

relação de hipossuficiência entre as

partes

Relação estabelecida entre consumidor e

fornecedor.

A interpretação dos contratos à luz do

CDC será, em regra, voltada à condição de

hipossuficiência do consumidor.

Hermenêutica contratual: trata das regras de interpretação das normas contratuais.

1. Noções gerais:

a. Regras:

i. Busca da vontade real: o que de fato as partes queriam no momento da entabulação do ajuste, não obstante o teor do que fora escrito no contrato.

ii. Senso médio: razão de sensibilidade social e lógica para se encontrar o real sentido do contrato, a razoabilidade das regras contratuais, que devem ser

Page 3: Aula 4 .DC.01.03.2013

interpretadas de modo que ambas as partes não fiquem em situação exacerbadamente desequilibradas.

iii. Fim econômico: cláusula social do contrato -> equivalência. O fim econômico deve ser equivalente a ambas as partes.

iv. Cláusula em destaque:

v. Dirigismo contratual: o Estado vai fomentar as relações em que há desigualdade, para reequilibrar, ou aproximar os desiguais. Ex.: direito do consumidor, direito do trabalho, direito administrativo.

Contratos aleatórios: Alea jacta est. Art. 458 a 461, do CC.

Art. 458. Se o contrato for aleatório, por dizer respeito a coisas ou fatos futuros, cujo risco de não virem a existir um dos contratantes assuma, terá o outro direito de receber integralmente o que lhe foi prometido, desde que de sua parte não tenha havido dolo ou culpa, ainda que nada do avençado venha a existir.

Art. 459. Se for aleatório, por serem objeto dele coisas futuras, tomando o adquirente a si o risco de virem a existir em qualquer quantidade, terá também direito o alienante a todo o preço, desde que de sua parte não tiver concorrido culpa, ainda que a coisa venha a existir em quantidade inferior à esperada.

Parágrafo único. Mas, se da coisa nada vier a existir, alienação não haverá, e o alienante restituirá o preço recebido.

Art. 460. Se for aleatório o contrato, por se referir a coisas existentes, mas expostas a risco, assumido pelo adquirente, terá igualmente direito o alienante a todo o preço, posto que a coisa já não existisse, em parte, ou de todo, no dia do contrato.

Art. 461. A alienação aleatória a que se refere o artigo antecedente poderá ser anulada como dolosa pelo prejudicado, se provar que o outro contratante não ignorava a consumação do risco, a que no contrato se considerava exposta a coisa.

a) Emptio spei: compra da esperança: risco da existência da coisa. Ex.: contrato de compra de peixe que ainda vai ser pescado; se passar de ano ganhará uma bicicleta, se não, não haverá o negócio.

b) Emptio rei spreratae: risco na quantidade. Ex.: compra da produção de leite, que pode ser grande ou pequena.

c) Risco na destruição: objeto que já vinha com condições de risco, não há falar-se em restituição.

Contrato preliminar art. 462 a 466 do CC: não se trata de minuta de rascunho.

Art. 462. O contrato preliminar, exceto quanto à forma, deve conter todos os requisitos essenciais ao contrato a ser celebrado.

Page 4: Aula 4 .DC.01.03.2013

Art. 463. Concluído o contrato preliminar, com observância do disposto no artigo antecedente, e desde que dele não conste cláusula de arrependimento, qualquer das partes terá o direito de exigir a celebração do definitivo, assinando prazo à outra para que o efetive.

Parágrafo único. O contrato preliminar deverá ser levado ao registro competente.

Art. 464. Esgotado o prazo, poderá o juiz, a pedido do interessado, suprir a vontade da parte inadimplente, conferindo caráter definitivo ao contrato preliminar, salvo se a isto se opuser a natureza da obrigação.

Art. 465. Se o estipulante não der execução ao contrato preliminar, poderá a outra parte considerá-lo desfeito, e pedir perdas e danos.

Art. 466. Se a promessa de contrato for unilateral, o credor, sob pena de ficar a mesma sem efeito, deverá manifestar-se no prazo nela previsto, ou, inexistindo este, no que lhe for razoavelmente assinado pelo devedor.

Definitivo: contrato futuro.

Indenização por perdas e danos (art. 465 do CC): ante o cancelamento do contrato preliminar, não confirmando o contrato definitivo.

Execução forçada (art. 463 do CC):

Parte especial:

1. Compra e venda:

a. Principal forma contratual:

b. Origem de troca: troca pelo dinheiro, em sentido amplo.

c. Contrato em que uma das partes se obriga a transferir a outra o domínio de uma coisa mediante o pagamento de certo preço em dinheiro.

d. Expressão “se obriga”: direito romano / alemão. Tal expressão não quer dizer que a transferência se dará automaticamente.

i. Coisa móvel: transfere-se pela tradição, que nem sempre é instantânea.

ii. Coisa imóvel: pelo registro.

Obs. 1: Bens móveis que precisam de registro: veículos automotores terrestres, aéreos, aquáticos.

e. Antes da tradição: não importa se já houve o pagamento, a coisa só vai ser do comprador depois da tradição. Ex.: cachorro comeu o livro.

Page 5: Aula 4 .DC.01.03.2013

f. Elementos da compra e venda:

i. Coisa:

1. Objeto da obrigação: de dar: geral – corpóreo; incorpóreo (direitos autorais, marcas e patentes)

2. Coisas presentes:

3. Coisas futuras:

4. Inútil:

5. Inapropriáveis: por natureza física ou vontade humana.

a. Bens públicos; bens com cláusulas de inalienabilidade.

6. Preço: a quantia da coisa a ser prestada, e há de se ter sempre um preço no contrato de compra e venda, pois, em não havendo o precium, estar-se-á diante de outra modalidade contratual qualquer, mas não o de compra e venda.

Alguém viu o livro que eu vendi?

Não estou achando, e até já recebi o dinheiro! Comida!!!