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Aula 5 Formalismo (1)

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Formalismo russo

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Apresentao do PowerPoint

AULA 5CONTEXTO SOCIAL E POLTICOCrise do governo do Imperador Nicolau IIRevoluo russaSocialismo e Estado democrticoPositivismo: razo e cinciaGoverno Stalin (1924)

CONTEXTO LITERRIOCrise da esttica filosficaFuturismo RussoCincia jornalstica das teorias simbolistas (V. Ivanov, Brussov, A. Bieli, Merejkovski, Tchukovski, Potebnia e Vesselovski) = crise da cincia acadmica e sua crtica impressionista.Concepo simbolista de poesia como um pensamento por imagens.

ALGUMAS CONCEPES DE POESIA PR TEORIAS IMANENTISTASJohn Donne, 1572-1631, poeta ingls"a poesia como uma simili-Criao e faz coisas que no existem, como se existissem"F. Schiller, 1759-1805, poeta e filsofo alemo

"Poesia a fora que atua de maneira divina e inapreendida, alm e acima da conscinciaRuskin, 1819-1900, escritor, crtico, desenhista

"apresentao, em forma musical, imaginao, de nobres fundamentos s nobres emoes".

ALGUMAS CONCEPES DE POESIA PS TEORIAS IMANENTISTAS

Andr Gide, 1869-1951, escritor francs

O verdadeiro poeta um mago. No se trata tanto para ele de ser comovido, mas de induzir o leitor a comover-se: por meio de uma combinao de sons, que so palavras.

Manuel Bandeira, 1886-1968, poeta e crtico brasileiro Mas ao mesmo tempo compreendi, ainda antes de conhecer a lio de Mallarm, que em literatura a poesia est nas palavras, se faz com palavras e no com idias e sentimentos muito embora, bem entendido, seja pela fora do sentimento ou pela tenso do esprito que acodem ao poeta as combinaes de palavras onde h carga de poesia.

Mallarm 1842-1898, poeta criao de linguagem como duplo do universo.

Octavio Paz 1914-1998, poeta e crtico tempo concreto e dotado de direo, no medida - viso do mundo.

PROPOSTA FORMALISTACrtica literria especfica, mtodo prprio, avessa a psicologismos.Comparar linguagem potica e linguagem cotidiana.Estudar a literariedade.Valorar o poema e no a pessoa do poeta.Mtodo descritivo-morfolgico dos componentes da obra e de suas funes)

IMPORTANTEConceito dinmico de forma:Integrao de procedimentos/ recursos de construo da linguagem aos temas tratados pelo texto.Instaurao da forma correlacional: forma e fundo se relacionam para singularizar a obra.Forma d lugar a procedimento e ao estudo da funo concreta do procedimento de cada caso literrio.

(Eikhenbaum, 1978, p. 13)

Chklovski e a questo da Imagem Imagens poticas so praticamente invariveis, retomadas de outros poeta. O poeta acumula e revela novos procedimentos (paralelismo, comparao, repetio, simetria, hiprbole...)Importante a disposio das imagens e no a sua criao.CHKLOVSKIFonologia: estudo do aspecto articulatrio dos sons e do movimento harmonioso dos rgos fonadores.Funo verbal dos sons.Imagem e linguagem potica no coextensivas.Lngua potica e lngua prosaica.Lngua prosaica: transitivaimperceptveldenotativauso referencial- pragmticorelevncia ao contedoAutomatismoreconhecimento

Lngua potica: intransitiva perceptvel conotativa ambgua expressivaauto-referencial mais sistemtica complexauso imaginrio-estticodesautomatizaoCHKLOVSKI. A arte como procedimento, p.44-45

(...)O.BRIK - Ritmo e sintaxePoesia transracional: isola a srie rtmica da srie semntica (tendncia ao non-sens rtmico)vs.Poesia social: sobrecarga semntica

Obs. de O.Brik: ao privar o verso de seu valor semntico, ns o isolamos do elemento lingustico e o transferimos para o elemento musical (...) Inversamente, transpondo as palavras podemos privar o verso de seus traos poticos e dele fazer uma frase da lngua falada. (...)

Estruturas sintticas diferem do ponto de vista semntico conforme a inteno prosaica ou potica da frase:Ex. 1:Queres saber o que fazia quando estava em liberdade?

Ex. 2:Queres saberO que faziaquando estava em liberdade?

No discurso prosaico haver forte subida entoacional na expresso em liberdade.

No discurso potico ser repartida a importncia entre as palavras saber, fazer e em liberdadeRitmo, sintaxe e cesura

Apud FRANCO JNIOR, A. Formalismo Russo e New Criticism, p.123)Tomachevski Ritmo proveniente dos acentos das palavras, da entonao proposicional, do ritmo harmnico (aliteraes). Efeito fnico depende de cada poca: acento e suas leis canonizados na poca clssica / verso livre na era moderna (abalo da mtrica).

FORMALISTASARTEConjunto de procedimentosde singularizaoEstudos Inviveis da literatura :Valorao de aspectos extraliterrios.Recortes histrico-culturais de Perodos literrios cannicos.Escolas literrias em evoluo passiva. Histria da literatura - sucessividade e linearidade das obras.Proposta formalista:Histria da literatura reunio de obras de comum conjunto de procedimentos e tradio da ruptura.

Arte violao constante dos cnones, relao de uma obra com outra obra de arte. (Chklovski)

Gneros literrios e FormalismoValorao da literatura de segunda ordem que prepara a formao de novos gneros.

Eikhenbaum Noo de dominante orientao rumo a determinado procedimento

EIKENBAUMJuno da perspectiva diacrnica (contexto histrico-literrio)

+

Sincrnica

Chlovski: Toda obra de arte criada em confronto e oposio com outras obras de arte.Artesntese

Sensao do objeto como viso e no reconhecimento.Ato de percepo desautomatizado.Seleo e disposio lexical.Associaes semnticas.Variaes rtmicas.Teresa, de Manuel Bandeira

A primeira vez que vi TeresaAchei que ela tinha pernas estpidasAchei tambm que a cara parecia uma perna Quando vi Teresa de novo Achei que os olhos eram muito mais velhos que o resto do corpo (Os olhos nasceram e ficaram dez anos esperando que o resto do corpo nascesse)

Da terceira vez no vi mais nada Os cus se misturaram com a terra E o esprito de Deus voltou a se mover sobre a face das guas.Piero ManzoniMerde d'artista, 1961

Fonte, Duchamp, 1917

Rejeio ao princpio de economia artstica (Clssica)

Adoo do procedimento de singularizao da forma difcil

Aumento da durao da percepo.

MTODO DE ANLISE FORMALISTA:

Modo de composio e construo de um texto.

Anlise da matria fnica (timbre, articulao, ritmo), sinttica, organizao transfrsica do texto.BIBLIOGRAFIA

BANDEIRA, Manuel. Poesia e verso. In _____. Seleta em Prosa e verso. Org. Manuel de Moraes. Rio de Janeiro: Livraria Jos Olympio, 1975,2 ed., p. 27-39 FRANCO JNIOR, A. Formalismo Russo e New Criticism. In Teoria literria abordagens histricas e tendncias contemporneas. Maring: EDUEM, 2009, 115-130.EIKHENBAUM, B. A teoria do mtodo formal. In Teoria da literatura: formalistas russos. Porto Alegre: Globo, 1978.