TEATRO GREGOTragédia – Autores(parte 2)

“A tragédia grega é a mais elevada artede dizer sim à vida.” (Friedrich Nietzsche, filósofo alemão)

Teatro de Dioniso

OS PERSONAGENS NÃO MORRIAM EM CENA

CONVENÇÕES DO TEATRO GREGO

NÃO HAVIA CENAS ROMÂNTICAS

ESTRUTURA DAS TRAGÉDIAS / COMÉDIAS GREGAS

PRÓLOGO (Introdução/Apresentação)

PÁRODO (Entrada do CORO/Vínculo com o Herói)

EPISÓDIOS (Conflitos/Disputas = Agon/Pontos de Vista Conflitantes)

ESTÁSIMOS (Intervenções cantadas pelo CORO, comentando a Ação ou dirigindo Súplicas aos Deuses)

ÊXODO (Resolução/Saída)

PARÁBASE (Seção na Comédia em que o CORO dirige-se diretamente aos espectadores, censurando-os e elogiando a peça e o autor)

ELEMENTOS BÁSICOS DAS TRAGÉDIAS GREGAS

= AÇÃO COMPLEXA (por Aristóteles)

PERIPÉCIA(peripéteia)

RECONHECIMENTO(anagnorisis)

CATÁSTROFE(páthos)

Mudança da boa para a má Fortuna

O Herói passa da ignorância ao conhecimento do seu erro(ou Hamartía)

Cena de sofrimento final, que causa terror e piedade, ou um acontecimento “patético”

AUTORES GREGOSTragédia

SÓFOCLES (496-406 a.C.),O Sereno – Parte 2

ANTÍGONA

“ANTECEDENTES”

ÉDIPO EM COLONO

ÉDIPO teria já “purgado” seus males...

Édipo e Antígona

Nessa condição, teria se elevado acima da humanidade comum!

Édipo foi para Atenas, onde foi muito bem recebido

O Oráculo havia previsto que a terra onde Édipo estivesse seria protegida...

Assim, Creonte manda buscar Édipo, para proteger Tebas

Os seus filhos, Polinices e Etéocles, que abandonaram Édipo em Tebas, tentam trazê-lo de volta, sem sucesso.

Ao chegar a sua hora, despede-se de suas filhas

Sem que ninguém o conduza, caminha para o túmulo

Segundo algumas versões do mito, Édipo teria morrido em Tebas...

Mas SÓFOCLES teria modificado a versão deliberadamente para Atenas...

ANTÍGONA e ISMÊNIA retornam para Tebas após a morte do pai Édipo

Tentam evitar a morte dos irmãos Polinices e Etéocles

Luta pelo poder de Tebas

Acordo de alternância de Poder entre os irmãos (1 ano cada), não cumprido por Etéocles

POLINICES vai a Argos (rival de Tebas)

Casa-se com a filha do Rei Adrasto

Tomar Tebas e derrubar ETÉOCLES

Argos

ETÉOCLES tenta proteger as 7 Portas de Tebas

Muitos morrem, inclusive ETÉOCLES e POLINICES

CREONTE (irmão de Jocasta) assume o Poder

CREONTE(Rei de TEBAS)

CREONTE(Rei de CORINTO)

ÉDIPO e ANTÍGONA MEDÉIA

Irmão de Jocasta eCunhado de Édipo Pai de Glauce

≠

Proíbe sepultamento de POLINICES (sob pena de morte)

Mas ordenou funerais para ETÉOCLES (morto em defesa da cidade)

Episódio “Cômico”

Guarda e Creonte “discutem”

ANTÍGONA é presa e levada ao Rei CREONTE

ANTÍGONATEMAS:

Direito INDIVIDUAL Direito COLETIVO (ESTADO)X

ANTÍGONA CREONTE

1.

2. AMOR: HÊMON (filho de CREONTE) se suicida

3. Protesto dos jovens contra os pais

(Qual é o limite da Autoridade do Estado sobre o homem?)

É como se Sófocles falasse:

“O excesso de paixão é loucura e violência, e mesmo em causa justa, é um erro...”

PARA SÓFOCLES:

SE NÃO É POSSÍVEL ELIMINAR O CORO... REDUZIR AO MÍNIMO(2º PLANO)

“Espectadores”

(Senadores tebanos permanecem surdos aos apelos de Antígona)

TIRÉSIAS

Alerta CREONTE

“Prepara Creonte para a Peripécia”

Mortes de Hêmon, Antígona e Eurídice

ÉSQUILO (524-456 a.C.),O pai da Tragédia

OBRAS7 Tragédias (total: cerca de 90 peças, que se perderam, restando apenas fragmentos ou citações)

Principais obras: Os PersasPrometeu Acorrentado (*)As SuplicantesSete Contra TebasOréstia (trilogia): Agamêmnon As Coéforas As Eumênides

(*) Alguns pesquisadores questionam sua autoria

CARACTERÍSTICAS Nasceu em Elêusis

Lado “Místico” (autor “intoxicado de deuses”)

Lutou na Batalha Naval de Salamina (contra os Persas)

Guerreiro-Dramaturgo

Politeísmo Monoteísmo (Zeus)“É o mal no homem e não a inveja dos deuses que destrói a felicidade”

CORO Muito importante!

Desenvolveu as danças trágicas do Coro

Máscaras pintadas

Falas longas

Coreografias que exprimiam emoções

Introduziu o 2º Ator na Tragédia

Personificava Entidades Sobrenaturais e Mitológicas

Utilizava “Equipamentos” em Cena

PROMETEUACORRENTADO

O mito de PROMETEU

O MITO POR...

HESÍODO (c. 700 a.C.) ÉSQUILOX

Urano(céu)

Climene(Oceânide)

PROMETEU

JÁPETO(Titã)

Gaia(terra)

6 Titãs/Titânidas (Oceano, Tétis, Têmis, Céos, Febe, Mnemósine, Hipérion, Téia, Crio, JÁPETO, Cronos, Réia)

ZEUS, HERA, DEMÉTER, HADES, Poseidon, Héstia

Gaia(terra)

Têmisou

PROMETEU

Modificando sua ascendência, Ésquilo o tornaria mais importante evalorizado na disputa contra ZEUS

PROMETEU

Antes

(grego MATH = O QUE SABE)

= O Previdente / O que Preve

REFLEXÃO: EXERCÍCIO DO PODERTeimosia(Prometeu)

Rigor(Zeus)

X

ELEMENTOS BÁSICOS DE PROMETEU ACORRENTADO

= AÇÃO COMPLEXA (por Aristóteles)

PERIPÉCIA(peripéteia)

RECONHECIMENTO(anagnorisis)

CATÁSTROFE(páthos)

Mudança da boa para a má Fortuna

O Herói passa da ignorância ao conhecimento do seu erro(ou Hamartía)

Cena de sofrimento final, que causa terror e piedade, ou um acontecimento “patético”

NÃO HÁ PERIPÉCIA NÃO HÁ RECONHECIMENTO SOMENTE HÁ PÁTHOS(SOFRIMENTO)

Ação praticamente NÃO evolui ; cada Personagem apenas ilustra a mesma Questão sob outro Ponto de Vista

ZEUS PROMETEUX

Assumiu o Poder = Destruir os Homens Libertou os Homens do medo da MORTE

Fez com que cegas esperanças habitassem seus Corações

Ofereceu o dom do FOGO

Homens criaram FERRAMENTAS

IO (pobre donzela mortal)

x HERA + ZEUS

Se Zeus se casar com determinada mulher, nascerá uma criança que derrubará Zeus

Quem seria essa mulher???

Só PROMETEU sabia...

Seu futuro descendente Héracles estariapredestinado a libertar Prometeu

Transformada em “novilha” eperseguida por uma mosca

EURÍPIDES (480-406 a.C.),O Moderno

OBRAS19 peças (total: cerca de 88 peças, que se perderam, restando apenas fragmentos ou citações)

Principais obras: As TroianasMedéiaAs BacantesHipólitoHécubaIfigênia em ÁulisAs Fenícias

CARACTERÍSTICAS Deu Voz ao Povo Simples

Dramatizou Conflitos Internos

Crítica Social contra a Opressão

Líderes Humanos TiranosDeuses Mentalidade primitiva do Homem

Mau Exemplo

Deus Ex-Machina

MEDÉIA

O mito de MEDÉIA

LOUCURA (TIPOS) no Teatro Grego

Mania Anoia

ÉKSTASISENTUSIASMÓS

“PERTURBAÇÃO MENTAL”

MEDÉIA

“CASTIGO DIVINO”

“sair de si e deixar entrar um outro” (ATOR)

Em ORCÔMEROS (TEBAS)...

ÁTAMAS(Rei)

NÉFELE INO

FRIXO HELE

(Perseguiu os filhos)

Fogem num carneiro de Velo (manta de lã) de Ouro para...

CÓLQUIDA

Em CÓLQUIDA... Em TESSÁLIA...

EÉTES(Rei cruel)

MEDÉIA ABSIRTO

ÉSON(Rei)

PÉLIAS

JASÃO(< 21 anos)

(Tomou o Poder)

X

JASÃO (> 21 anos): retomar o Poder

Condição de PÉLIAS: trazer o Velocino de Ouro

EÉTES mata FRIXO e esconde o Velocinode Ouro no Bosque com o Dragão

EÉTES dá Tarefas “impossíveis” para JASÃO

AJUDA DE MEDÉIA

EÉTES se recusa

MEDÉIA adormece o Dragão

JASÃO mata o Dragão e fogem

Exército de EÉTES os persegue

MEDÉIA mata ABSIRTO (seu irmão)

Entregam o Velo de Ouro para PÉLIAS

MAS... Ele não devolve o Trono...

MEDÉIA comete outro crime

Fogem para CORINTO

Em CÓLQUIDA... Em TESSÁLIA...

Centro da Tragédia

HONRA, NÃO CIÚME (v. 910)

MEDÉIA já havia traído sua Família ao se apoderar do Velocino de Ouro

MEDÉIA Expulsa de Corinto, agora estava DUPLAMENTE SEM PÁTRIA

Futuro desonroso(Medéia + Filhos)

JASÃO Culpado por subordinar seus juramentos sagrados com MEDÉIA à sua sede de PODER

MEDÉIA JASÃOX

Arcaica / “Mística” Pragmático / Racionalista

Função de EGEU (Rei de ATENAS)

Dar abrigo à MEDÉIA

Plano de Vingança

“Todo impossível se torna possível quando existe o Amor”(Medéia)

AMOR em MEDÉIA

Ajudar JASÃO

x

Destruir JASÃO

CORO De Mulheres...Apoio até o anúncio do plano da morte dos filhos

TEATRO GREGOComédia

2 Principais Autores:

ARISTÓFANES MENANDRO

Algumas breves considerações sobre a COMÉDIA... (Simples Comparações)

TRAGÉDIA COMÉDIAX

Emoções fortes “Sensações leves”

HERÓI + Personagens Nobres HERÓI + Personagens “Comuns”

Ações heróicas Ações ordinárias/comuns

De modo geral... Da boa para a má fortuna De modo geral... Da má para a boa fortuna

POESIA PROSA (predominante)

Inspira o Choro Inspira o Riso

Celebração da Morte/Ressurreição

Celebração da Vida

TRAGÉDIA

COMÉDIA

Os Espetáculos Teatrais ocorriam durante os cultos/festivais, através dos CONCURSOS

Inicialmente, apenas as TRAGÉDIAS e os Dramas Satíricos eram apresentados em Concursos

DIONÍSIA URBANA e outros festivais...

CONFLITO NA COMÉDIA

Ponto de Vista 1 Ponto de Vista 2X

Hábito ou Convicção consagrada Contraponto ao Hábito ou Convicção

Ideia VELHA Ideia NOVA

AGON (disputa, debate)

CORO 1 CORO 2

ESTRUTURA DAS TRAGÉDIAS / COMÉDIAS GREGAS

PRÓLOGO (Introdução/Apresentação)

PÁRODO (Entrada do CORO/Vínculo com o Herói)

EPISÓDIOS (Conflitos/Disputas = Agon/Pontos de Vista Conflitantes)

ESTÁSIMOS (Intervenções cantadas pelo CORO)

ÊXODO (Resolução/Saída)

PARÁBASE (Seção na Comédia em que o CORO dirige-se diretamente aos espectadores, censurando-os e elogiando a peça e o autor)

COMÉDIA

Do grego Kommos(festa da comunidade)

Do grego Odes(canto)

COMÉDIA = Válvula de escape para...

Instinto sexual reprimido

Revolta contra os costumes e os poderosos

Prática saudável

No Início...

COMÉDIA substituiu o MITO pela “MÁGICA”

MAGIA DA FERTILIDADEProcriação da NATUREZA

Procriação do HOMEM

(Ritos que celebram o Falo)

COMÉDIA trata de...

Fantasia não refreada

Exagero da Realidade

Absurdo das Situações

Obscenidades

"Por que o humor perde a graça? Quando você vê humoristas antigos, às vezes, é triste você reconhecer ali um cadáver, a graça. Tinha esse medo com o Millôr (Fernandes). Será que um dia ele ia perder a graça? E continua engraçado. Por quê? Acho que tem muito a ver com a poesia, com a humanidade. As pessoas confundem a liberdade com a falta de educação. Essa é a diferença dos bons palhaços", disse Duvivier, citando Charles Chaplin, Buster Keaton e, novamente, Millôr, que "antes do humor, fazem drama, e o humor vem como consequência desse drama”.(fonte: Matéria de Maurício Stycer, site UOL, 31/07/2014)

Gregório Duvivier, humorista(Porta dos Fundos)

ARISTÓFANES (c.450-385 a.C.),O Poeta do Riso

OBRAS11 peças (total: cerca de 40 peças, que se perderam, restando apenas fragmentos ou citações)

Principais obras: LisístrataAs RãsAs NuvensA PazAssembleia de MulheresPluto ou Um Deus Chamado Dinheiro

Viveu no período da Guerra do Peloponeso (431-404 a.C.)

Na peça Lisístrata, Aristófanes ficou desiludidocom o governo, por causa da guerra...

Mulheres fazem greve de sexo

solução

(Violenta CRÍTICA contra a Guerra)

ÉPOCA DE ARISTÓFANES...

Decadência Democrática

Corrupção na Política

Desmoralização de Atenas (Guerra do Peloponeso)

ARISTÓFANES não perdoava ninguém...inclusive o grande filósofo SÓCRATES

Sócrates

Peça AS NUVENS

Crítica profunda aos SOFISTAS

Comédia atípica

Quem eram os Sofistas???

Depois, o termo mudou de sentido, significando “impostor”

No início, Sofista significava “Sábio”

SOFISTAS eram professores viajantes

Cobravam muito caro para “en$inar” a falar bem

Esses conhecimentos eram utilizados para, muitas vezes, enganar os outros...

Para ARISTÓFANES SÓCRATES seria um Sofista

SÓCRATES seria um impostor

Strepsiades

Fidipides

Cheio de dívidas Filho gastador

PENSATÓRIO Escola de SÓCRATES Aprender a Mentir aos Credores

O filho aprende “bem demais” a lição...

Bate no pai

Abandonado por todos, inclusive pelo CORO de Nuvens, que o reprova...

Strepsiades...

Pensatório

MENANDRO (342-291 a.C.),A Comédia Nova

Aristófanes Menandro

Preocupação maior com o Conteúdo(Crítica social ácida e destrutiva)

Preocupação maior com a Forma(Estilo refinado, “a palavra exata”)

Questões Políticas Comédia de Costumes (estereótipos)

Voltado para o Coletivo Voltado para o Individual

- BRANDÃO, Junito de Souza. Mito e Tragédia Grega. São Paulo: Rima Editorial, 1989.- HELIODORA, Bárbara. Caminhos do Teatro Ocidental. São Paulo: Perspectiva, 2013.- GASSNER, John. Mestres do Teatro, v.1. São Paulo: Perspectiva, 2010.- DEL NERO, Cyro. Máquina para os Deuses: Anotações de um Cenógrafo e o Discurso da Cenografia. São Paulo: Senac, 2009.- KURY, Mário da Gama. O Melhor do Teatro Grego: Prometeu Acorrentado, Édipo Rei, Medéia, As Nuvens. Rio de Janeiro: Zahar, 2013.- KURY, Mário da Gama. A Trilogia Tebana: Édipo Rei, Édipo em Colono, Antígona. Rio de Janeiro: Zahar, 1990.

SUGESTÕES DE LEITURA COMPLEMENTAR