Aula 75 - Direito Tribut- ¦ário - Aula 09

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PACOTE DE EXERCCIOS COMENTADOS P/ O ISS-SP MATRIAS COMUNS PROFESSOR: EDVALDO NILO PROFESSOR EDVALDO NILO PACOTE ISS/SP AULA 9 CONCEITO E CLASSIFICAO DOS TRIBUTOS. ESPCIES TRIBUTRIAS. Ol, chegamos a aula 9. O nosso calendrio final ficou da seguinte forma:Aula 10 Tributos de Competncia da Unio. Tributos de

Competncia dos Estados - (01/03).Aula 11 Excluso do crdito tributrio. Modalidades. Garantias e Privilgios do Crdito Tributrio. Administrao Tributria. Fiscalizao. Dvida Ativa. Certides Negativas. Cobrana judicial da Dvida Ativa - (03/03). Aula 12 Tributos de Competncia dos Municpios (ISS, IPTU e

ITBI). SIMPLES. - (05/03). Ento, vamos nessa. QUESTES SOBRE TRIBUTO: DEFINIO E ESPCIES IMPOSTOS, TAXAS, CONTRIBUIO DE MELHORIA. I. Tributo 1.(FCC/Auditor/TCE/AL/2008) Sobre o conceito legal de tributo, descrito no art. 3 do Cdigo Tributrio Nacional, correto afirmar: (A) Pode ser considerado sano por ato ilcito, como na hiptese de exigncia de imposto de importao em razo de crime de contrabando. (B) Na hiptese de lanamento por homologao, como o caso do imposto sobre propriedade territorial urbana, no a autoridade administrativa plenamente vinculada quem realiza o lanamento tributrio. (C) Admite como forma de pagamento a entrega de coisa, como, por exemplo, parte da produo de uma indstria para pagamento de imposto sobre produto industrializado. (D) Via de regra institudo mediante lei, mas a Constituio Federal prev excees. (E) prestao pecuniria voluntria prestada pelo contribuinte, nas hipteses de tributos com lanamento por homologao. 1 Prof. Edvaldo Nilo www.pontodosconcursos.com.br

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LETRA A - INCORRETO O art. 3, do Cdigo Tributrio Nacional (CTN), dispe que tributo toda (i) prestao pecuniriacompulsria, (ii) em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que (iii)no constitua sano de ato ilcito, (iv) instituda em lei e (v) cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada. Desta forma, tributo no pode ser considerado sano por ato ilcito, eis que a obrigao tributria deve decorrer de um fato lcito previsto em lei. LETRA B - INCORRETO Existem dois erros neste item. Primeiro, o caso do imposto sobre propriedade territorial urbana (IPTU) exemplo clssico de lanamento de ofcio. Segundo, a atividade administrativa de lanamento vinculada e obrigatria, sob pena de responsabilidade funcional, segundo o pargrafo nico do art. 142 do CTN. Deve-se dizer tambm que o art. 3, do CTN, estabelece que o tributo cobrado mediante atividade administrativa plenamente vinculada. O lanamento de ofcio, direto, exofficio ou unilateral aquele em que o Fisco, dispondo de dados suficientes para efetuar a cobrana, realiza-o, dispensando o auxlio do contribuinte ou do responsvel tributrio. Exemplos: IPTU, IPVA, autos de infrao, a grande maioria das taxas e a contribuio de iluminao pblica. O lanamento por homologao ou autolanamento aquele em que o sujeito passivo (contribuinte ou responsvel tributrio) auxilia ostensivamente a Fazenda Pblica na atividade de lanamento, cabendo ao Fisco homologando-o, conferindo sua exatido (art. 150 do CTN). Exemplos: ICMS, IR, ITR, IPI, ISS, dentre outros. LETRA C - INCORRETO Conforme o art. 3, do CTN, o tributo toda prestao pecuniria compulsria, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir.

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PACOTE DE EXERCCIOS COMENTADOS P/ O ISS-SP MATRIAS COMUNS PROFESSOR: EDVALDO NILO Decerto, o art. 156, XI, do CTN, com redao estabelecida pela Lei Complementar n. 104/2001, permite o pagamento de tributo mediante a entrega de bens imveis, quando estabelece a dao em pagamento em bens imveis como causa extintiva do crdito tributrio, sendo compatvel com a locuo ou cujo valor nela se possa exprimir do art. 3, do CTN. LETRA D - CORRETO O tributo deve ser institudo por meio de lei. Esta deve ser entendida como lei complementar ou lei ordinria, ou at mesmo medida provisria, que tem fora de lei ordinria. Ou seja, o tributo uma obrigao denominada de ex lege, significando que seu surgimento depende de lei. Todavia, existem tributos federais (Unio) que, se forem institudos, devem ser por meio de lei complementar, que so: imposto sobre grandes fortunas (art. 153, inc. VII, da CF/88), emprstimos compulsrios (art. 148, caput, da CF/88), impostos residuais da Unio (art. 154, inc. I, da CF/88) e contribuies sociais novas ou residuais (art. 195, 4, da CF/88). Nestes casos, a medida provisria que tem fora de lei ordinria no pode atuar para instituir tais tributos. LETRA E - INCORRETO O tributo prestao pecuniria compulsria, eis que o tributo independe da vontade do devedor. Por exemplo, o aluguel de imvel pblico no tributo, em virtude de ser o aluguel firmado por ato de livre vontade do locatrio com a Administrao Pblica, derivando de um contrato entre as partes.

2.(FCC/Auditor Fiscal Municipal/So Paulo/2007) Para que uma prestao pecuniria compulsria possa ser conceituada como tributo, preciso que, alm de ser cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada, tenha como objeto (A) moeda corrente ou valor que nela possa ser expresso, constitua ou no sano de ato ilcito e esteja instituda em lei. (B) unicamente moeda corrente, no constitua sano de ato ilcito e esteja instituda em lei.

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PACOTE DE EXERCCIOS COMENTADOS P/ O ISS-SP MATRIAS COMUNS PROFESSOR: EDVALDO NILO (C) moeda corrente ou valor que nela possa ser expresso, no constitua sano de ato ilcito e esteja instituda em lei. (D) unicamente moeda corrente, constitua ou no sano de ato ilcito e esteja instituda em lei. (E) moeda corrente ou valor que nela possa ser expresso, no constitua sano de ato ilcito e esteja instituda na legislao tributria. LETRA A INCORRETO Tributo no sano de ato ilcito. Destaco aqui que mesmo sendo certo que o tributo no pode constituir uma sano de ato ilcito, faz-se possvel a incidncia de tributos sobre atividades criminosas, pois o que importa que a atividade criminosa no esteja prevista em lei como fato gerador de determinado tributo. Assim, a atividade criminosa (atividade ilcita) pode gerar a obrigao de pagar tributo, porque a forma como os fatos so praticados pelo contribuinte no importa para incidncia tributria, desde que o tributo no constitua sano de ato ilcito. Neste sentido, o STF entende que a tributao sobre o trafico ilcito de entorpecentes legal, adotando-se a aplicao do princpio da igualdade tributria e do princpio do pecunia non olet (o dinheiro no tem cheiro). Olhem a seguinte deciso do STF: Sonegao fiscal de lucro advindo de atividade criminosa: pecunia non olet (dinheiro no tem cheiro). Drogas: trfico de drogas, envolvendo sociedades comerciais organizadas, com lucros vultosos subtrados contabilizao regular das empresas e subtrados declarao de rendimentos caracterizao, em tese, de crime de sonegao fiscal. Irrelevncia da origem ilcita, mesmo quando criminal, da renda subtrada tributao. A exonerao tributria (significa aqui no pagamento do tributo) dos resultados econmicos de fato criminoso - antes de ser corolrio do princpio da moralidade - constitui violao do princpio da isonomia fiscal, de manifesta inspirao tica. Por outro lado, o tributo no se confunde com a multa, que sano de ato ilcito. A multa, apesar de ser uma prestao pecuniria compulsria, cobrada em virtude de o indivduo ter praticado um ato ilcito, possuindo ntido carter de sano (punio). 4 Prof. Edvaldo Nilo www.pontodosconcursos.com.br

PACOTE DE EXERCCIOS COMENTADOS P/ O ISS-SP MATRIAS COMUNS PROFESSOR: EDVALDO NILO Por exemplo, a multa decorrente do atraso no pagamento do imposto sobre produtos industrializados (IPI) no tributo, pois sano de ato ilcito. LETRA B INCORRETO O tributo prestao pecuniriacompulsria, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir. Destaco aqui que o tributo pode ser pago com ttulos da dvida pblica. Como exemplo, o pagamento do imposto territorial rural (ITR) com ttulos da dvida agrria (TDA). Anota-se tambm que o art. 162, do CTN, possibilita o pagamento do tributo seja efetuado com cheque ou vale postal e, nos casos previstos em lei, em estampilha, em papel selado, ou por processo mecnico. LETRA C CORRETO correta, de acordo com o art. 3, doCTN, dispondo que tributo toda (i) prestao pecuniriacompulsria, (ii)em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que (iii)no constitua sano de ato ilcito, (iv)instituda em lei e (v) cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada. LETRA D INCORRETO Tributo toda prestao pecuniriacompulsria, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que no constitua sano de ato ilcito. LETRA E - INCORRETO O tributo deve ser institudo em lei. O conceito de legislao tributria abrange os decretos e as normas complementares que versem, no todo ou em parte, sobre tributos e relaes jurdicas a eles pertinentes, de acordo com o art. 96 do CTN. Decretos e normas complementares no podem instituir tributos. So normas complementares das leis, dos tratados e das convenes internacionais e dos decretos: (i) os atos normativos expedidos pelas autoridades administrativas; (ii) as decises dos rgos singulares ou coletivos de jurisdio administrativa, a que a lei 5 Prof. Edvaldo Nilo www.pontodosconcursos.com.br

PACOTE DE EXERCCIOS COMENTADOS P/ O ISS-SP MATRIAS COMUNS PROFESSOR: EDVALDO NILO atribua eficcia normativa; (iii) as prticas reiteradamente observadas pelas autoridades administrativas; (iv) os convnios que entre si celebrem a Unio, os Estados, o Distrito Federal e os Municpios (art.100 do CTN). 3. (FCC/Auditor Fiscal Estadual/So Paulo/2009) Conforme o art. 3 do CTN, Tributo toda prestao pecuniria compulsria, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que no constitua sano de ato ilcito, instituda em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada. Partindo da premissa de que o conceito de tributo previsto no Cdigo Tributrio Nacional foi recepcionado pela Constituio Federal de 1988 e fazendo uma interpretao sistemtica do Cdigo Tributrio Nacional inserido na ordem constitucional vigente, correto afirmar que no conceito legal de tributo possvel identificar alguns dos denominados princpios constitucionais tributrios. So identificveis no conceito legal de tributo os princpios (A) da capacidade contributiva e da uniformidade geogrfica. (B) da isonomia e da liberdade de trfego. (C) da capacidade contributiva e da anterioridade. (D) da anterioridade e da irretroatividade. (E) da legalidade e da vedao ao efeito de confisco. A resposta da banca examinadora a letra e. O princpio da legalidade est bem identificado quando o art. 3 do CTN dispe que o tributo deve ser institudo em lei, isto , o tributo uma obrigao jurdica ex lege, que surge independentemente da vontade do sujeito passivo. Decerto, o princpio da legalidade tributria dispe que vedado Unio, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municpios exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabelea (art. 150, I, da CF/88). Assim, fica evidente a relao entre o conceito legal de tributo (art. 3 do CTN) e a legalidade tributria. Em relao aproibio do tributo com efeito de confisco mais difcil a sua identificao com o conceito legal de tributo, podendo-se considerar uma identificao indireta, segundo determinada corrente doutrinria.

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PACOTE DE EXERCCIOS COMENTADOS P/ O ISS-SP MATRIAS COMUNS PROFESSOR: EDVALDO NILO Assim, a CF/88 estabelece que vedado Unio, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municpios utilizar tributo com efeito de confisco (art. 150, IV, da CF/88). Nesse rumo, como o tributo deve ser institudo em lei ecobrado mediante atividade administrativa plenamente vinculada, considera-se que toda a criao ou cobrana de tributo, sem amparo legal, constitui confisco. Ou seja, segundo determinada parte da doutrina, qualquer cobrana tributria ilegal tambm confiscatria, por isto a identificao do conceito legal de tributo (art. 3 do CTN) com o princpio constitucional do no-confisco. II. Impostos, taxas e contribuies de melhoria

4.(FCC/Assessor Jurdico/TCE/PI/2009) O imposto (A) tem fato gerador vinculado a uma prvia atividade estatal. (B) regulado por competncia constitucional comum entre os entes polticos. (C) ser extraordinrio quando o fato gerador for guerra externa ou sua iminncia. (D) nunca ter como hiptese de incidncia a fiscalizao decorrente do poder de polcia do Estado. (E) nunca ter receita vinculada. LETRA A INCORRETO O imposto no tem fato gerador vinculado a uma prvia atividade estatal, eis que o imposto o tributo cuja obrigao tem por fato gerador uma situao independente de qualquer atividade estatal especfica, relativa ao contribuinte, de acordo com o art. 16, do CTN. Isto , imposto um tributo no-vinculado a uma atividade estatal na classificao quanto hiptese de incidncia (fato gerador in abstrato) do tributo, sendo que a lei instituidora do imposto deve levar em considerao fatos e situaes vinculadas ao contribuinte, estranhos a qualquer atuao do Estado direcionado especificadamente ao prprio contribuinte. LETRA B INCORRETO 7 Prof. Edvaldo Nilo www.pontodosconcursos.com.br

PACOTE DE EXERCCIOS COMENTADOS P/ O ISS-SP MATRIAS COMUNS PROFESSOR: EDVALDO NILO O imposto no regulado por competncia constitucional comum, mas sim por competncia tributria exclusiva ou privativa1, que se refere a competncia da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios para instituir os tributos que a Constituio prev especificamente apenas para cada ente federativo, a saber: Competncia exclusiva ou privativa da Unio (i) Impostos: a) imposto sobre importao de produtos estrangeiros (II) art. 153, I; b) imposto sobre exportao, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados (IE) art. 153, II; c) imposto sobre renda e proventos de qualquer natureza (IR) art. 153, III; d) imposto sobre produtos industrializados (IPI) art. 153, IV; e) imposto sobre operaes de crdito, cmbio e seguro, ou relativas a ttulos ou valores mobilirios (IOF) art. 153, V; f) imposto sobre propriedade territorial rural (ITR) art. 153, VI; g) imposto sobre grandes fortunas (IGF) art. 153, VII. (ii)Emprstimos Compulsrios (art. 148): a) emprstimo por calamidade ou guerra externa (art. 148, I); b) emprstimo por investimento pblico urgente e de relevncia nacional (art. 148, II); (iii)Contribuiesespeciais ou parafiscais: a) contribuies de seguridade social (art. 195, art. 239; ADCT, art. 74, 75, 84 e 90); b) contribuies sociais (art. 212, 5 e art. 240); c) contribuies de interesse das categorias profissionais ou econmicas, tambm denominadas de corporativas (art. 149); d) contribuies de interveno no domnio econmico (CIDE) art. 149 e art. 177, 4. Competncia exclusiva ou privativa dos Estados e do Distrito Federal (i) Impostos (CF, art. 155): a) impostos sobre transmisso causa mortis e doao, de quaisquer bens ou direitos (ITCMD) art. 155, I; b) impostos sobre operaes relativas circulao de mercadorias e sobre prestaes de servios de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicao (ICMS) art. 155, II; c) imposto sobre propriedade de veculos automotores (IPVA) art. 155, III. Competncia exclusiva ou privativa dos Municpios e do Distrito Federal (i) Impostos (CF, art. 156): a) imposto sobre propriedade predial e territorial urbana (IPTU) art. 156, I; b) impostos sobre transmisso inter vivos, por ato oneroso, de bens imveis e de direitos reais Segundo denominao equivocada da CF/88, uma vez que a competncia tributria no passvel de delegao para terceiros. 8 Prof. Edvaldo Nilo www.pontodosconcursos.com.br1

PACOTE DE EXERCCIOS COMENTADOS P/ O ISS-SP MATRIAS COMUNS PROFESSOR: EDVALDO NILO sobre imveis, exceto os de garantia, bem como cesso de direitos a sua aquisio (ITBI) art. 156, II; c) imposto sobre servios de qualquer natureza (ISS), no compreendidos no ICMS, definidos em lei complementar art. 156, III; (ii) Contribuio para o custeio do servio de iluminao pblica (COSIP ou CIP) - art. 149-A. LETRA C INCORRETO O imposto extraordinrio o previsto no art. 154, II, da CF/88, sendo aquele que a Unio poder instituir na iminncia ou no caso de guerra externa, compreendidos ou no em sua competncia tributria, os quais sero suprimidos, gradativamente, cessadas as causas de sua criao. O imposto extraordinrio no tem como fato gerador a guerra externa ou sua iminncia. Estes so pressupostos para a instituio do imposto extraordinrio. Com efeito, na iminncia ou no caso de guerra externa, a Unio tem certa liberdade para estabelecer o fato gerador do IEG, inclusive podendo optar pelos fatos geradores de competncia do Distrito Federal, dos Estados e dos Municpios. Por conseguinte, a Unio pode at criar um IPVA federal ou um ISS federal na hiptese de instituio de imposto extraordinrio. Destaco que a doutrina afirma que este nico caso de bitributao permitido pela CF/88, sendo aceito que a Unio tribute sobre o mesmo fato gerador ou sobre a mesma base de clculo dos impostos de competncia dos outros entes federativos. S para fixar: a bitributao acontece quando dois ou mais entes federativos (Unio, Estados-membros, DF e Municpios) tributam sobre o mesmo fato gerador ou sobre a mesma base de clculo. Na bitributao, em regra, existe invaso de competncia por determinado ente federativo, pois um ente federativo est desobedecendo competncia fixada para outro ente federativo. Exemplo de bitributao no permitido o seguinte: determinado Estado-membro instituiu um adicional de IPTU, mediante lei estadual sobre o valor venal de imvel urbano. Isto , o Estado-membro invadiu a competncia do Municpio com a criao de novo imposto incidente sobre base de clculo de tributo do Municpio (IPTU). 9 Prof. Edvaldo Nilo www.pontodosconcursos.com.br

PACOTE DE EXERCCIOS COMENTADOS P/ O ISS-SP MATRIAS COMUNS PROFESSOR: EDVALDO NILO LETRA D CORRETO A fiscalizao decorrente do poder de polcia do Estado hiptese de incidncia das taxas. LETRA E INCORRETO O imposto, em regra, no pode ter receita vinculada. Todavia, relevante prestar ateno em relao s excees previstas no art. 167, IV, da CF/88. Em outras palavras, os recursos arrecadados com os impostos tambm podem ser utilizados com despesas previamente determinadas. Vejamos o art. 167, inc. IV, da CF/88: So vedados: IV - a vinculao de receita de impostos a rgo, fundo ou despesa, ressalvadas a repartio do produto da arrecadao dos impostos a que se referem os arts. 158 e 159, a destinao de recursos para as aes e servios pblicos de sade, para manuteno e desenvolvimento do ensino e para realizao de atividades da administrao tributria, como determinado, respectivamente, pelos arts. 198, 2, 212 e 37, XXII, e a prestao de garantias s operaes de crdito por antecipao de receita, previstas no art. 165, 8, bem como o disposto no 4 deste artigo. Noutro ponto, possvel a vinculao de receitas de impostos estaduais e municipais para prestao de garantia ou contragarantia Unio e para pagamentos de dbitos para com esta (art. 167, 4, da CF/88).

5.(FCC/Defensoria Pblica/Par/2009) Pode ser definido como hiptese de incidncia de imposto e taxa, respectivamente, (A) servios de qualquer natureza e exerccio regular do poder de polcia. (B) transmisso de bem imvel e servio pblico especfico e indivisvel. (C) propriedade e servio de comunicao. (D) servio pblico especfico e divisvel e servio de pavimentao. (E) servio de comunicao e servios de qualquer natureza.

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PACOTE DE EXERCCIOS COMENTADOS P/ O ISS-SP MATRIAS COMUNS PROFESSOR: EDVALDO NILO LETRA ACORRETO Pode ser definido como hiptese de incidncia de imposto a prestao de servios de qualquer natureza, tal como previsto no art. 156, III, da CF/88, que estabelece a competncia dos Municpios para instituir impostos sobre servios de qualquer natureza (ISS), no compreendidos nas hipteses de incidncia do ICMS. J a taxa pode ter como hiptese de incidncia o exerccio regular do poder de polcia (art. 145, II, da CF/88). LETRA B INCORRETO Pode ser definido como hiptese de incidncia de imposto a transmisso inter vivos, a qualquer ttulo, por ato oneroso, de bens imveis, por natureza ou acesso fsica, e de direitos reais sobre imveis, exceto os de garantia, bem como cesso de direitos a sua aquisio servios de qualquer natureza, tal como previsto no art. 156, II, da CF/88. J a taxa pode ter como hiptese de incidncia a utilizao, efetiva ou potencial, de servio pblico especfico e divisvel, prestado ao contribuinte ou posto sua disposio (art. 145, II, da CF/88). LETRA C INCORRETO Pode ser definido como hiptese de incidncia de imposto, por exemplo, propriedade predial e territorial urbana (IPTU), tal como previsto no art. 156, I, da CF/88. J a taxas pode ter como hiptese de incidncia ou fato gerador o exerccio regular do poder de polcia, ou a utilizao, efetiva ou potencial, de servio pblico especfico e divisvel, prestado ao contribuinte ou posto sua disposio (art. 145, II, da CF/88). LETRA D INCORRETO No pode ser definido como hiptese de incidncia de imposto servio pblico especfico e divisvel. LETRA E INCORRETO Pode ser definido como hiptese de incidncia de imposto os servios de comunicao, tal como nas operaes relativas circulao de mercadorias e sobre prestaes de servios de 11 Prof. Edvaldo Nilo www.pontodosconcursos.com.br

PACOTE DE EXERCCIOS COMENTADOS P/ O ISS-SP MATRIAS COMUNS PROFESSOR: EDVALDO NILO transporte interestadual e intermunicipal e de comunicao, ainda que as operaes e as prestaes se iniciem no exterior (ICMS), segundo o art. 155, II, da CF/88. Os servios de qualquer natureza no podem ser considerados como hiptese de incidncia das taxas.

6.(FCC/Analista Judicirio/TRF-2Regio/2008) No que diz respeito s taxas certo que, (A) facultativa e tambm leva em conta a realizao de obra ou servio pblico, de que decorra valorizao imobiliria. (B) seu fato gerador poder ser uma situao independente de qualquer atividade estatal especfica. (C) podem, em certos casos, ter base de clculos idntica a dos impostos, e ser calculadas em funo do capital das empresas. (D) tem como fato gerador, alm de outros elementos, o exerccio regular do Poder de Polcia. (E) sua hiptese de incidncia no vinculada, salvo quando criada no caso de investimento pblico urgente e de relevante interesse estatal.

LETRA A INCORRETO A taxa obrigatria, eis que tributo. E a contribuio de melhoria s deve ser cobrada em decorrncia de obra pblica que cause valorizao imobiliria. LETRA B INCORRETO O imposto que poder ter como fato gerador uma situao independente de qualquer atividade estatal especfica e no as taxas. LETRA C INCORRETO As taxas nunca podem ter bases de clculos idnticas a dos impostos e tambm no podem ser calculadas em funo do capital das empresas, de acordo com o art. 145, 2, da CF/88, c/c art. 77, pargrafo bnico, do CTN. LETRA D CORRETO

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PACOTE DE EXERCCIOS COMENTADOS P/ O ISS-SP MATRIAS COMUNS PROFESSOR: EDVALDO NILO A taxa um tributo que pode ser cobrado pela Unio, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municpios, no mbito de suas respectivas atribuies, tendo como fato gerador o exerccio regular do poder de polcia, ou a utilizao, efetiva ou potencial, de servio pblico especfico e divisvel, prestado ao contribuinte ou posto sua disposio (art. 145, II, da CF/88, c/c art. 77, caput, do CTN). Portanto, a assertiva correta. LETRA E INCORRETO A hiptese de incidncia (fato gerador in abstrato) da taxa sempre vinculada a uma atuao estatal. Decerto, a hiptese de incidncia da taxa indica que esta deve ser exigida em contraprestao ao exerccio de uma atividade por parte do Estado (ou quem lhe faa s vezes) referida ao contribuinte, concernente ao exerccio do poder de polcia ou prestao efetiva ou potencial de servios pblicos especficos e divisveis. Portanto, a taxa tributo vinculado a uma atuao estatal ou um tributo contraprestacional (retributivo), ao contrrio dos impostos.

7.(FCC/Fiscal de Rendas/SP/2006) Em relao s taxas, o nosso ordenamento jurdico, expressamente, dispe: (A) As taxas tm como fato gerador a utilizao efetiva ou potencial do poder de polcia ou o exerccio regular do servio pblico especfico e indivisvel. (B) Ao se referir imunidade recproca, a Constituio Federal veda Unio, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municpios instituir taxas e impostos uns dos outros. (C) As taxas podero ter base de clculo prpria de impostos. (D) A Unio, os Municpios e o Distrito Federal podero instituir taxa para o custeio do servio de iluminao pblica. (E) Os crditos tributrios relativos a impostos incidentes sobre a propriedade e a taxas pela prestao de servios referentes a tal propriedade sub-rogam-se na pessoa dos respectivos adquirentes. LETRA A - INCORRETO

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PACOTE DE EXERCCIOS COMENTADOS P/ O ISS-SP MATRIAS COMUNS PROFESSOR: EDVALDO NILO A taxa tem como fato gerador o exerccio regular do poder de polcia, ou a utilizao, efetiva ou potencial, de servio pblico especfico e divisvel, prestado ao contribuinte ou posto sua disposio (art. 145, II, da CF/88, c/c art. 77, caput, do CTN). LETRA B - INCORRETO Ao se referir imunidade recproca, a Constituio Federal de 1988 veda Unio, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municpios instituir impostos uns dos outros e no taxas, de acordo com o art. 150, VI, alnea a. LETRA C - INCORRETO As taxas no podero ter base de clculo prpria de impostos, segundo art. 145, 2, da CF/88. LETRA D INCORRETO A Unio, os Estados, os Municpios e o Distrito Federal no podero instituir taxa para o custeio do servio de iluminao pblica. O fundamento o seguinte: osservios pblicos so considerados especficos (# gerais ou universais) quando possam ser destacados em unidades autnomas de interveno, de unidade, ou de necessidades pblicas (art. 79, II, do CTN). Neste ponto, vale pena citar a lio de Roque Carrazza, a saber: Os servios pblicos se dividem em gerais e especficos. Os servios pblicos gerais, ditos tambm universais, so os prestados utiuniversi, isto , indistintamente a todos os cidados. Eles alcanam a comunidade como um todo considerada, beneficiando nmero indeterminado (ou, pelo menos, indeterminvel) de pessoas. o caso dos servios de iluminao pblica, de segurana pblica, de diplomacia, de defesa externa do pas etc. Esses servios so custeados pelos impostos. Os servios pblicos especficos, tambm chamados singulares, so os prestados uti singuli. Referem-se a uma pessoa ou a um nmero determinado (ou, pelo menos, determinvel) de pessoas. So de utilizao individual e mensurvel. Gozam, portanto, de divisibilidade, dizer, da possibilidade de avaliar-se a utilizao efetiva ou potencial, individualmente considerada. Nesse rumo, os servios pblicos so divisveis quando suscetveis de utilizao, separadamente, por parte de cada um dos 14 Prof. Edvaldo Nilo www.pontodosconcursos.com.br

PACOTE DE EXERCCIOS COMENTADOS P/ O ISS-SP MATRIAS COMUNS PROFESSOR: EDVALDO NILO seus usurios (art. 79, III, do CTN). Isto , o oferecimento da utilizao do servio pblico deve acontecer em relao a cada contribuinte e no de forma genrica para a coletividade. O servio pblico divisvel capaz de ser prestado de forma individualizada (para cada um) e no de forma universal (para todos). Com base neste entendimento, o STF j declarou a inconstitucionalidade de diversas taxas, porque no so servios pblicos especficos e divisveis, quais sejam: taxa de servio de segurana pblica, taxa de servio de limpeza de vias pblicas ou taxa de limpeza urbana, taxa de servio de iluminao pblica (Smula 670: o servio de iluminao pblica no pode ser remunerado mediante taxa), dentre outras. LETRA E CORRETO A resposta deste enunciado est no art. 130, caput do CTN, dispondo que os crditos tributrios relativos a impostos cujo fato gerador seja a propriedade, o domnio til ou a posse de bens imveis, e bem assim os relativos a taxas pela prestao de servios referentes a tais bens, ou a contribuies de melhoria, subrogam-se na pessoa dos respectivos adquirentes, salvo quando conste do ttulo a prova de sua quitao.

8. (FCC/Analista/Agncia reguladora/CE/2007) Taxa e preo pblico so institutos distintos. A taxa (A) um tributo decorrente de atividade prestada de forma direta pelo Poder Pblico; enquanto o preo pblico ou tarifa remunera o concessionrio de servio pblico. (B) classificada como receita originria; enquanto o preo pblico como receita derivada. (C) e o preo pblico podem ser cobrados por pessoas jurdicas de direito privado mesmo quando estas no sejam delegadas de servio pblico. (D) remunera exerccio de servio outorgado a particular; enquanto o preo pblico decorre de exerccio de atividade prestada exclusivamente pelo Poder Pblico. (E) no depende de lei para ser instituda ou majorada, ao contrrio do preo pblico, que se submete ao princpio da legalidade.

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PACOTE DE EXERCCIOS COMENTADOS P/ O ISS-SP MATRIAS COMUNS PROFESSOR: EDVALDO NILO Antes de comentar item por item, podemos visualizar no seguinte quadro as diferenas entre taxas e preos pblicos, a saber: TAXA Regime jurdico de direito pblico (legal). A obrigao jurdica de natureza tributria. No h autonomia da vontade. No admite resciso. A taxa de servio pode ser cobrada por utilizao potencial do servio. Sujeita aos princpios tributrios (legalidade, anterioridade etc.). receita pblica derivada (existncia do poder de imprio). O sujeito ativo uma pessoa jurdica de direito pblico. PREO PBLICO (TARIFA) Regime jurdico de direito privado (contratual). A obrigao jurdica de natureza administrativa. Decorre da autonomia da vontade. Admite resciso. S a utilizao efetiva enseja a cobrana. No sujeita aos princpios tributrios. receita pblica originria (inexistncia do poder de imprio). O sujeito ativo uma pessoa jurdica de direito pblico ou de direito privado (exs.: concessionria ou permissionria de servio pblico). No h preo pblico cobrado em razo do exerccio do poder de polcia.

H taxa decorrente do exerccio do poder de polcia.

LETRA A CORRETO A taxa um tributo decorrente de atividade prestada de forma direta pelo Poder Pblico, isto , a taxa decorrente de atividade prestada apenas por pessoa jurdica de direito pblico (Administrao Direta e Administrao Indireta apenas autarquias e fundaes de direito pblico). J o preo pblico ou tarifa remunera o concessionrio ou permissionrio de servio pblico ou pessoa jurdica de direito pblico. LETRA B - INCORRETO A taxa classificada como receita derivada; enquanto o preo pblico classificado como receita originria. 16 Prof. Edvaldo Nilo www.pontodosconcursos.com.br

PACOTE DE EXERCCIOS COMENTADOS P/ O ISS-SP MATRIAS COMUNS PROFESSOR: EDVALDO NILO As receitas derivadas so todas aquelas decorrentes de obrigaes legais impostas pelo Estado (obrigao ex lege). Isto , a receita derivada decorrente de uma obrigao legal, caracterizada pelo poder de imprio do Estado, utilizando-se da coercibilidade. So exemplos: tributos em geral (impostos, taxas, contribuies de melhoria, emprstimos compulsrios e as contribuies especiais ou parafiscais), as penalidades e as multas administrativas, dentre outros. J as receitas originrias so decorrentes de obrigaes convencionais ou voluntrias (obrigao exvoluntate) estabelecidas entre o Poder Pblico e os administrados, sem qualquer ato de coero (utilizao do poder de imprio) por parte do Estado. So exemplos de receitas originrias o preo pblico ou a tarifa. LETRA C - INCORRETO O preo pblico s pode ser cobrado por pessoas jurdicas de direito privado quando estas sejam concessionrias ou permissionrias de servio pblico.Dispe o art. 175, pargrafo nico, inc. III, da CF/88: Incumbe ao Poder Pblico, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concesso ou permisso, sempre atravs de licitao, a prestao de servios pblicos. Pargrafo nico. A lei dispor sobre: III - poltica tarifria. LETRA D - INCORRETO A taxa remunera o exerccio regular do poder de polcia, ou a utilizao, efetiva ou potencial, de servio pblico especfico e divisvel, prestado ao contribuinte ou posto sua disposio (art. 145, II, da CF/88, c/c art. 77, caput, do CTN). O preo pblico decorre de exerccio de atividade prestada diretamente pelo Poder Pblico ou sob regime de concesso ou permisso de servios pblicos. LETRA E - INCORRETO A taxa deve observar os princpios constitucionais tributrios, inclusive o da legalidade, por isso depende de lei para ser instituda ou majorada.

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PACOTE DE EXERCCIOS COMENTADOS P/ O ISS-SP MATRIAS COMUNS PROFESSOR: EDVALDO NILO J o preo pblico no se sujeita aos princpios constitucionais tributrios. Assim, o preo pblico no depende necessariamente de lei para ser institudo ou majorado.

9.(FCC/Defensoria Pblica/Par/2009) Municpio institui contribuio de melhoria no valor de trezentos reais, para todos os contribuintes, em razo de obra pblica de calamento de vias pblicas municipais realizada no exerccio de 2008. Esta contribuio de melhoria (A) devida, por ter por fato gerador obra pblica. (B) devida, porque o Municpio tem direito a se reembolsar das obras pblicas que beneficiam os moradores, sob pena de enriquecimento sem causa destes. (C) indevida, porque deveria ter sido cobrada antes da realizao da obra. (D) indevida, porque obra de calamento pblico no pode ser cobrada dos moradores. (E) indevida, porque no est sendo cobrada de maneira individualizada em razo da valorizao imobiliria, deixando de considerar o quantum que cada imvel teve de valorizao em razo da obra pblica. Antes de comentar item por item, mas falar um pouco sobre a contribuio de melhoria. Este tributo devido para fazer face ao custo de obras pblicas de que decorra valorizao imobiliria, tendo como limite totala despesa realizada e como limite individual o acrscimo de valor que da obra resultar para cada imvel beneficiado (art. 81, do CTN). Assim, a contribuio de melhoria s deve ser cobrada em decorrncia de obra pblica que cause valorizao imobiliria. Deste modo, o fato gerador ou hiptese de incidncia da contribuio de melhoria consiste em obter (auferir) valorizao imobiliria, decorrente de obra pblica. Esta valorizao imobiliria chamada de mais valia por alguns autores. Destaco, portanto, que as contribuies de melhoria esto vinculadas a uma atuao estatal, referida ao contribuinte, que a realizao de obra pblica que motive a valorizao do imvel. Portanto, a contribuio de melhoria um tributo vinculado.

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PACOTE DE EXERCCIOS COMENTADOS P/ O ISS-SP MATRIAS COMUNS PROFESSOR: EDVALDO NILO Com base neste fundamento, a doutrina entende que a contribuio de melhoria observa o postulado da vedao (proibio) ao enriquecimento sem causa, uma vez que apenas determinado grupo de proprietrios so beneficiados com a valorizao imobiliria decorrente da obra pblica. Por exemplo, no se observa o fundamento tico-jurdico do no enriquecimento injusto na hiptese de determinado grupo enriquecer com a valorizao imobiliria decorrente da realizao de obra pblica custeada por toda a sociedade, sem a cobrana de contribuio de melhoria. Nessa medida, a contribuio de melhoria se distingue de outras espcies tributrias, pois a (i) base de clculo exatamente o valor (quantum debeatur) que acresceu ao imvel do contribuinte em razo da obra pblica e (ii) no se vislumbra exigncia constitucional especfica para o produto de sua arrecadao (arrecadao novinculada). LETRA A INCORRETO A contribuio de melhoria no devida, por ter apenas por fato gerador obra pblica, uma vez que cobrada de todos os contribuintes e no daqueles que obtiveram valorizao imobiliria. LETRA B INCORRETO O Municpio tem direito a se reembolsar das obras pblicas que beneficiam os moradores, sob pena de enriquecimento sem causa destes. Todavia, o enunciado da questo disserta sobre cobrana de todos os contribuintes. LETRA C INCORRETO A contribuio de melhoria no indevida, porque deveria ter sido cobrada antes da realizao da obra. O entendimento doutrinrio dominante que a cobrana ou a arrecadao da contribuio de melhoria deve ser feita depois da realizao da obra pblica (na sua totalidade ou em parte), pois a contribuio de melhoria tem como fato gerador o acrscimo do valor do imvel localizado nas reas beneficiadas por obras pblicas. LETRA D INCORRETO

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PACOTE DE EXERCCIOS COMENTADOS P/ O ISS-SP MATRIAS COMUNS PROFESSOR: EDVALDO NILO A contribuio de melhoria no indevida, porque a obra de calamento pblico no pode ser cobrada dos moradores. indevida sim, porque est sendo cobrada indistintamente de todos os contribuintes e no de forma individualizada, conforme a valorizao imobiliria de cada imvel. LETRA E CORRETO A contribuio de melhoria realmente indevida, porque no est sendo cobrada de maneira individualizada em razo da valorizao imobiliria, deixando de considerar o quantum que cada imvel teve de valorizao em razo da obra pblica. Corretssima esta afirmativa.

10.(FCC/Auditor/TCE/AM/2007) Um dos atributos que diferenciam as taxas das contribuies de melhoria o fato de que as taxas (A) so facultativas, enquanto que as contribuies de melhoria remuneram servios pblicos especficos e indivisveis, ainda que somente postos disposio do usurio. (B) no dizem respeito a nenhuma atividade estatal especfica, ao passo que as contribuies de melhoria apresentam o atributo da referibilidade. (C) remuneram servios pblicos especficos e indivisveis, ao passo que as contribuies de melhoria remuneram servios pblicos especficos e divisveis. (D) so cobradas pela prestao de servios pblicos, ainda que somente postos disposio do usurio, ao passo que o pagamento das contribuies de melhoria facultativo. (E) remuneram servios pblicos, ao passo que as contribuies de melhoria tm como contrapartida a valorizao imobiliria em decorrncia da realizao de obras pblicas. LETRA A INCORRETO As taxas no so facultativas e remuneram servios pblicos especficos e divisveis, ainda que somente postos disposio do usurio.

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PACOTE DE EXERCCIOS COMENTADOS P/ O ISS-SP MATRIAS COMUNS PROFESSOR: EDVALDO NILO J as contribuies de melhoria remuneram uma atuao estatal, referida ao contribuinte, que a realizao de obra pblica que motive a valorizao imobiliria. LETRA B INCORRETO As taxas dizem sim respeito a uma atividade estatal especfica, que o exerccio regular do poder de polcia, ou a utilizao, efetiva ou potencial, de servio pblico especfico e divisvel, prestado ao contribuinte ou posto sua disposio. J as contribuies de melhoria tambm apresentam o atributo da referibilidadea contribuintes determinados, que so aqueles que tiveram valorizao imobiliria decorrente de uma atividade estatal de realizao de obra pblica. LETRA C INCORRETO As taxas remuneram servios pblicos especficos e divisveis, ao passo que as contribuies de melhoria uma atuao estatal, referida ao contribuinte, que a realizao de obra pblica que motive a valorizao imobiliria. LETRA D INCORRETO As taxas so cobradas pela prestao de servios pblicos, especficos e divisveis, ainda que somente postos disposio do usurio, ao passo que o pagamento das contribuies de melhoria obrigatrio, porque se trata de um tributo. LETRA E CORRETO As taxas remuneram servios pblicos, ao passo que as contribuies de melhoria tm como contrapartida a valorizao imobiliria em decorrncia da realizao de obras pblicas. QUESTES TRATADAS EM AULA 1.(FCC/Auditor/TCE/AL/2008) Sobre o conceito legal de tributo, descrito no art. 3 do Cdigo Tributrio Nacional, correto afirmar: (A) Pode ser considerado sano por ato ilcito, como na hiptese de exigncia de imposto de importao em razo de crime de contrabando. (B) Na hiptese de lanamento por homologao, como o caso do imposto sobre propriedade territorial urbana, no a autoridade 21 Prof. Edvaldo Nilo www.pontodosconcursos.com.br

PACOTE DE EXERCCIOS COMENTADOS P/ O ISS-SP MATRIAS COMUNS PROFESSOR: EDVALDO NILO administrativa plenamente vinculada quem realiza o lanamento tributrio. (C) Admite como forma de pagamento a entrega de coisa, como, por exemplo, parte da produo de uma indstria para pagamento de imposto sobre produto industrializado. (D) Via de regra institudo mediante lei, mas a Constituio Federal prev excees. (E) prestao pecuniria voluntria prestada pelo contribuinte, nas hipteses de tributos com lanamento por homologao. 2.(FCC/Auditor Fiscal Municipal/So Paulo/2007) Para que uma prestao pecuniria compulsria possa ser conceituada como tributo, preciso que, alm de ser cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada, tenha como objeto (A) moeda corrente ou valor que nela possa ser expresso, constitua ou no sano de ato ilcito e esteja instituda em lei. (B) unicamente moeda corrente, no constitua sano de ato ilcito e esteja instituda em lei. (C) moeda corrente ou valor que nela possa ser expresso, no constitua sano de ato ilcito e esteja instituda em lei. (D) unicamente moeda corrente, constitua ou no sano de ato ilcito e esteja instituda em lei. (E) moeda corrente ou valor que nela possa ser expresso, no constitua sano de ato ilcito e esteja instituda na legislao tributria. 3. (FCC/Auditor Fiscal Estadual/So Paulo/2009) Conforme o art. 3 do CTN, Tributo toda prestao pecuniria compulsria, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que no constitua sano de ato ilcito, instituda em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada. Partindo da premissa de que o conceito de tributo previsto no Cdigo Tributrio Nacional foi recepcionado pela Constituio Federal de 1988 e fazendo uma interpretao sistemtica do Cdigo Tributrio Nacional inserido na ordem constitucional vigente, correto afirmar que no conceito legal de tributo possvel identificar alguns dos denominados princpios constitucionais tributrios. So identificveis no conceito legal de tributo os princpios (A) da capacidade contributiva e da uniformidade geogrfica. (B) da isonomia e da liberdade de trfego. (C) da capacidade contributiva e da anterioridade. (D) da anterioridade e da irretroatividade. (E) da legalidade e da vedao ao efeito de confisco. 4.(FCC/Assessor Jurdico/TCE/PI/2009) O imposto 22 Prof. Edvaldo Nilo www.pontodosconcursos.com.br

PACOTE DE EXERCCIOS COMENTADOS P/ O ISS-SP MATRIAS COMUNS PROFESSOR: EDVALDO NILO (A) tem fato gerador vinculado a uma prvia atividade estatal. (B) regulado por competncia constitucional comum entre os entes polticos. (C) ser extraordinrio quando o fato gerador for guerra externa ou sua iminncia. (D) nunca ter como hiptese de incidncia a fiscalizao decorrente do poder de polcia do Estado. (E) nunca ter receita vinculada. 5.(FCC/Defensoria Pblica/Par/2009) Pode ser definido como hiptese de incidncia de imposto e taxa, respectivamente, (A) servios de qualquer natureza e exerccio regular do poder de polcia. (B) transmisso de bem imvel e servio pblico especfico e indivisvel. (C) propriedade e servio de comunicao. (D) servio pblico especfico e divisvel e servio de pavimentao. (E) servio de comunicao e servios de qualquer natureza. 6.(FCC/Analista Judicirio/TRF-2Regio/2008) No que diz respeito s taxas certo que, (A) facultativa e tambm leva em conta a realizao de obra ou servio pblico, de que decorra valorizao imobiliria. (B) seu fato gerador poder ser uma situao independente de qualquer atividade estatal especfica. (C) podem, em certos casos, ter base de clculos idntica a dos impostos, e ser calculadas em funo do capital das empresas. (D) tem como fato gerador, alm de outros elementos, o exerccio regular do Poder de Polcia. (E) sua hiptese de incidncia no vinculada, salvo quando criada no caso de investimento pblico urgente e de relevante interesse estatal. 7.(FCC/Fiscal de Rendas/SP/2006) Em relao s taxas, o nosso ordenamento jurdico, expressamente, dispe: (A) As taxas tm como fato gerador a utilizao efetiva ou potencial do poder de polcia ou o exerccio regular do servio pblico especfico e indivisvel. (B) Ao se referir imunidade recproca, a Constituio Federal veda Unio, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municpios instituir taxas e impostos uns dos outros. (C) As taxas podero ter base de clculo prpria de impostos. (D) A Unio, os Municpios e o Distrito Federal podero instituir taxa para o custeio do servio de iluminao pblica.

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PACOTE DE EXERCCIOS COMENTADOS P/ O ISS-SP MATRIAS COMUNS PROFESSOR: EDVALDO NILO (E) Os crditos tributrios relativos a impostos incidentes sobre a propriedade e a taxas pela prestao de servios referentes a tal propriedade sub-rogam-se na pessoa dos respectivos adquirentes. 8.(FCC/Analista/Agncia reguladora/CE/2007) Taxa e preo pblico so institutos distintos. A taxa (A) um tributo decorrente de atividade prestada de forma direta pelo Poder Pblico; enquanto o preo pblico ou tarifa remunera o concessionrio de servio pblico. (B) classificada como receita originria; enquanto o preo pblico como receita derivada. (C) e o preo pblico podem ser cobrados por pessoas jurdicas de direito privado mesmo quando estas no sejam delegadas de servio pblico. (D) remunera exerccio de servio outorgado a particular; enquanto o preo pblico decorre de exerccio de atividade prestada exclusivamente pelo Poder Pblico. (E) no depende de lei para ser instituda ou majorada, ao contrrio do preo pblico, que se submete ao princpio da legalidade. 9.(FCC/Defensoria Pblica/Par/2009) Municpio institui contribuio de melhoria no valor de trezentos reais, para todos os contribuintes, em razo de obra pblica de calamento de vias pblicas municipais realizada no exerccio de 2008. Esta contribuio de melhoria (A) devida, por ter por fato gerador obra pblica. (B) devida, porque o Municpio tem direito a se reembolsar das obras pblicas que beneficiam os moradores, sob pena de enriquecimento sem causa destes. (C) indevida, porque deveria ter sido cobrada antes da realizao da obra. (D) indevida, porque obra de calamento pblico no pode ser cobrada dos moradores. (E) indevida, porque no est sendo cobrada de maneira individualizada em razo da valorizao imobiliria, deixando de considerar o quantum que cada imvel teve de valorizao em razo da obra pblica. 10.(FCC/Auditor/TCE/AM/2007) Um dos atributos que diferenciam as taxas das contribuies de melhoria o fato de que as taxas (A) so facultativas, enquanto que as contribuies de melhoria remuneram servios pblicos especficos e indivisveis, ainda que somente postos disposio do usurio.

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PACOTE DE EXERCCIOS COMENTADOS P/ O ISS-SP MATRIAS COMUNS PROFESSOR: EDVALDO NILO (B) no dizem respeito a nenhuma atividade estatal especfica, ao passo que as contribuies de melhoria apresentam o atributo da referibilidade. (C) remuneram servios pblicos especficos e indivisveis, ao passo que as contribuies de melhoria remuneram servios pblicos especficos e divisveis. (D) so cobradas pela prestao de servios pblicos, ainda que somente postos disposio do usurio, ao passo que o pagamento das contribuies de melhoria facultativo. (E) remuneram servios pblicos, ao passo que as contribuies de melhoria tm como contrapartida a valorizao imobiliria em decorrncia da realizao de obras pblicas.

GABARITO 1. D2. C3. E4. D5. A6. D7. E8. A9. E10. E

QUESTES SOBRE EMPRSTIMOS COMPULSRIOS, E CONTRIBUIES ESPECIAIS.

1.(FCC/Auditor/TCE/SP/2008) Os emprstimos compulsrios (A) so tributos institudos pela Unio, pelos Estados e pelo Distrito Federal. (B) podem ser criados por lei complementar com a finalidade de enxugamento da moeda em circulao na economia, desde que sejam restitudos no prazo de dois anos. (C) so institudos por Decreto, para atender a despesas extraordinrias decorrentes de calamidade pblica ou guerra externa ou sua iminncia. (D) podem ser cobrados no mesmo exerccio financeiro em que haja sido publicada a lei que os houver institudo em casos de despesas extraordinrias, decorrentes de calamidade pblica ou guerra externa. (E) so tributos institudos pela Unio, por meio de lei ordinria, observando-se o princpio da anterioridade. LETRA A INCORRETO Os emprstimos compulsrios so tributos institudos somente pela Unio, conforme o art. 148, caput, da CF/88. 25 Prof. Edvaldo Nilo www.pontodosconcursos.com.br

PACOTE DE EXERCCIOS COMENTADOS P/ O ISS-SP MATRIAS COMUNS PROFESSOR: EDVALDO NILO LETRA B INCORRETO Conforme o art. 148 da CF/88, a Unio, mediante lei complementar, poder instituir emprstimos compulsrios apenas nas seguintes hipteses: (i) Para atender a despesas extraordinrias, decorrentes de calamidade pblica, de guerra externa ou sua iminncia; (ii) No caso de investimento pblico de carter urgente e de relevante interesse nacional, observados os princpios da anterioridade anual e o da anterioridade nonagesimal (noventena). No que se refere ao CTN, o art. 15 dispe que apenas a Unio pode instituir emprstimos compulsrios, nos seguintes casos excepcionais: a) guerra externa, ou sua iminncia; b) calamidade pblica que exija auxlio federal impossvel de atender com os recursos oramentrios disponveis e c) conjuntura que exija a absoro temporria de poder aquisitivo. Destacamos que no pode ser mais considerado como pressuposto para a criao de emprstimo compulsrio a conjuntura que exija a absoro temporria de poder aquisitivo (art. 15, III, do CTN), uma vez que tal pressuposto no foi recepcionado pela CF/88. Ou seja, no pode existir a criao de emprstimo compulsrio para atender a hiptese de conjuntura que exija a absoro temporria de poder aquisitivo, mas somente nos casos constitucionalmente especificados de calamidade pblica, ou de guerra externa (ou sua iminncia) ou de investimento pblico de carter urgente e de relevante interesse nacional. LETRA C INCORRETO Os emprstimos compulsrios so tributos institudos somente por lei complementar. LETRA D CORRETO Os emprstimos compulsrios podem ser cobrados no mesmo exerccio financeiro em que haja sido publicada a lei que os houver institudo em casos de despesas extraordinrias, decorrentes de calamidade pblica ou guerra externa, uma vez que, nesta hiptese, o art. 148, I, da CF/88, no exige observncia ao princpio da anterioridade anual ou nonagesimal.

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PACOTE DE EXERCCIOS COMENTADOS P/ O ISS-SP MATRIAS COMUNS PROFESSOR: EDVALDO NILO LETRA E INCORRETO Os emprstimos compulsrios so tributos institudos pela Unio, por meio de lei complementar, observando-se os princpios da anterioridade anual e a anterioridade nonagesimal apenas no caso do art. 148, II, da CF/88, que a hiptese de investimento pblico de carter urgente e de relevante interesse nacional. Lembre tambm que o art. 150, 1, da CF/88, que estabelece as excees aos princpios da anterioridade anual e a anterioridade nonagesimalno fixa o art. 148, II, da CF/88, como exceo, a saber: A vedao do inciso III, b, (anterioridade anual)no se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I, 153, I, II, IV e V; e 154, II; e a vedao do inciso III, c, (anterioridade nonagesimal ou noventena) no se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I, 153, I, II, III e V; e 154, II, nem fixao da base de clculo dos impostos previstos nos arts. 155, III, e 156, I. 2.(FCC/Auditor/TCE/AL/2008) O Governo Federal, pretendendo criar nova fonte de receita tributria, dentro do mesmo exerccio financeiro, para cobrir despesa extraordinria decorrente de calamidade pblica de mbito nacional, devidamente reconhecida por decreto presidencial, dever se valer da seguinte espcie tributria: (A) contribuio social residual, mediante medida provisria. (B) imposto extraordinrio, mediante medida provisria. (C) imposto residual, mediante medida provisria. (D) contribuio de interveno no domnio econmico, mediante decreto. (E) emprstimo compulsrio, mediante lei complementar. LETRA A INCORRETO A contribuio social residual somente pode ser criada por lei complementar. Destaco, ento, que, segundo estabelece o 4, do art. 195, da CF/88, a lei poder instituir outras fontes destinadas a garantir a manuteno ou expanso da seguridade social, obedecido o disposto no art. 154, I. 27 Prof. Edvaldo Nilo www.pontodosconcursos.com.br

PACOTE DE EXERCCIOS COMENTADOS P/ O ISS-SP MATRIAS COMUNS PROFESSOR: EDVALDO NILO Assim, o 4, do art. 195, da CF/88, trata das contribuies residuais da seguridade social. A interpretao do STF a respeito desta norma afirma que para criao das contribuies residuais da seguridade social necessria lei complementar, alm de obedincia ao princpio da nocumulatividade e base de clculo ou fato gerador diferentes das contribuies especiais j referidas na CF/88. Noutros palavras, a contribuio residual ou nova contribuio social (art. 154, I, da CF/88) no pode ter base de clculo ou fato gerador igual de qualquer contribuio especial j discriminado na CF/88 (por exemplo, COFINS, CSLL etc.), mas pode ter base de clculo igual ou fato gerador semelhante de imposto j descrito na CF/88(por exemplo, IR, IPI, II, IE, IOF etc.). LETRA B INCORRETO O imposto extraordinrio aquele que a Unio poder instituir na iminncia ou no caso de guerra externae no para cobrir despesa extraordinria decorrente de calamidade pblica de mbito nacional, segundo o art. 154, II, da CF/88. LETRA C INCORRETO A Unio somente poder instituir impostos residuais, mediante lei complementar, desde que sejam no-cumulativos e no tenham fato gerador ou base de clculo prprios dos discriminados na Constituio (art. 154, inc. I, da CF/88). E no por medida provisria. LETRA D INCORRETO A contribuio de interveno no domnio econmico (CIDE) somente pode ser instituda por lei e no mediante decreto. LETRA E CORRETO Os emprstimos compulsrios, institudos mediante lei complementar, podem ser cobrados no mesmo exerccio financeiro em que haja sido publicada a lei que os houver institudo em casos decorrentes de calamidade pblica, uma vez que o art. 148, I, da CF/88, no exige observncia ao princpio da anterioridade anual ou nonagesimal. 28 Prof. Edvaldo Nilo www.pontodosconcursos.com.br

PACOTE DE EXERCCIOS COMENTADOS P/ O ISS-SP MATRIAS COMUNS PROFESSOR: EDVALDO NILO E o art. 150, 1, da CF/88, que estabelece as excees aos princpios da anterioridade anual e a anterioridade nonagesimal fixa o art. 148, I, da CF/88, como exceo, a saber: A vedao do inciso III, b, (anterioridade anual)no se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I, 153, I, II, IV e V; e 154, II; e a vedao do inciso III, c, (anterioridade nonagesimal ou noventena) no se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I, 153, I, II, III e V; e 154, II, nem fixao da base de clculo dos impostos previstos nos arts. 155, III, e 156, I.

3.(FCC/Fiscal de Rendas/SP 2006) Sobre as contribuies relacionadas na Constituio Federal, correto afirmar que (A) s contribuies sociais aplicam-se os princpios constitucionais da anterioridade (ano-calendrio) e da anterioridade nonagesimal (noventena), cumulativamente. (B) todas as contribuies relacionadas na Constituio Federal so denominadas contribuies parafiscais, porque ocorre o fenmeno denominado parafiscalidade. (C) as contribuies sociais e de interveno no domnio econmico no incidiro sobre as receitas decorrentes de exportao. (D) os recursos arrecadados com a contribuio de interveno no domnio econmico sero destinados, exclusivamente, para aes e servios pblicos de sade e para a manuteno e desenvolvimento do ensino. (E) a Unio tem competncia privativa para instituir contribuio previdenciria dos servidores dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios, cuja alquota no ser inferior da contribuio dos servidores titulares de cargos efetivos da Unio. Antes de comentar os itens, vamos destacar o que se segue: Vocs lembram o art. 4 do CTN? Este dispositivo estabelece que a natureza jurdica especfica do tributo deve ser verificada pelo fato geradorda respectiva obrigao, sendo irrelevantes para qualific-la a denominao e demais caractersticas formais adotadas pela lei e a 29 Prof. Edvaldo Nilo www.pontodosconcursos.com.br

PACOTE DE EXERCCIOS COMENTADOS P/ O ISS-SP MATRIAS COMUNS PROFESSOR: EDVALDO NILO destinao legal do produto da sua arrecadao. Fato gerador (in abstrato) significa a hiptese prevista em lei, cuja ocorrncia faz surgir obrigao tributria, por isso tambm denominado de hiptese de incidncia. Mais uma vez o exemplo do fato gerador do imposto sobre renda (IR), que a aquisio da disponibilidade econmica ou jurdica de renda ou de proventos de qualquer natureza, previsto no art. 43, incisos I e II, do CTN. Por sua vez, vocs devem lembrar tambm que se pode aprofundar um pouco mais este tema e cobrar o conhecimento da relevncia da base de clculo para identificao da natureza jurdica do tributo. Assim sendo, o valor da base de clculo para identificao da natureza jurdica do tributo tem fundamento jurdico na CF/88, quando dispe que as taxas no podero ter base de clculo prpria de impostos (art. 145, 1) e que a Unio poder instituir mediante lei complementar, impostos residuais, desde que sejam no-cumulativos e no tenham fato gerador ou base de clculo prprios dos discriminados nesta Constituio (art. 154, I). Mas algumas questes de concursos dificultam ainda o tema e exigem do candidato o conhecimento do posicionamento de parte da doutrina, de que o critrio do fato gerador (art. 4, caput, do CTN) insuficiente para a identificao da natureza jurdica das contribuies especiais e dosemprstimos compulsrios estabelecidos pela CF/88. Por exemplo, a contribuio social sobre o lucro lquido (CSLL) tem, em princpio, o mesmo fato gerador do imposto de renda das pessoas jurdicas (IRPJ), que o lucro auferido, podendo-se perceber com facilidade que o fato gerador no suficiente para identificar a natureza jurdica da CSLL. Em relao s contribuies especiais e aos emprstimos compulsrios, destaca-se que a doutrina citada compreende que a destinao do produto da arrecadao relevante para identificar a natureza jurdica das contribuies especiais e dosemprstimos compulsrios, uma vez que nestes dois tributos a CF/88 afetou a arrecadao a determinados fins. Como afirma MisabelDerzi: A Constituio de 1988, pela primeira vez, cria tributos finalisticamente afetados, que so as contribuies e os emprstimos compulsrios, dando destinao 30 Prof. Edvaldo Nilo www.pontodosconcursos.com.br

PACOTE DE EXERCCIOS COMENTADOS P/ O ISS-SP MATRIAS COMUNS PROFESSOR: EDVALDO NILO que lhes prpria relevncia, no apenas do ponto de vista do Direito Financeiro ou Administrativo, mas, igualmente, do Direito Constitucional (Tributrio). Assim, podemos afirmar que uma das caractersticas das contribuies especiais que o produto de suas arrecadaes deve ser carreado para financiar atividades de interesse pblico, beneficiando certo grupo, e direta ou indiretamente o contribuinte. Para fins de simplificao entenda o seguinte: (a) A destinao legal do produto da arrecadao (art. 4, inc. II, do CTN) irrelevante para qualificar o tributo como espcie de imposto, taxa ou contribuio de melhoria, bastando-se, aqui, o fato gerador (hiptese de incidncia) e a base de clculo; (b) O fato gerador da obrigao tributria (art. 4, caput, do CTN) no critrio suficiente para identificar a natureza jurdica das contribuies especiais e dos emprstimos compulsrios; (c) Parte da doutrina entende acertadamente que a CF/88 estabeleceu a relevncia da destinao legal do produto da arrecadao (vinculao da receita) para identificao das contribuies especiais e dos emprstimos compulsrios, no se aplicando, neste caso, a regra do art. 4, inc. II, do CTN. Portanto, sempre preste bastante ateno no enunciado da questo, podendo-se resumir em trs hipteses as respostas corretas: (a) entendimento literal do art. 4, inc. I e II, do CTN; (b) compreenso do mesmo art. 4, inc. I e II, do CTN, acrescentando a importncia da base de clculo; (c) entendimento luz do que dispe a CF/88. Nesse rumo, vamos rememorar que a CF/88, no seu art. 145, estabeleceu a competncia comum da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios para instituir os impostos, as taxas e a contribuio de melhoria. J o Cdigo Tributrio Nacional (CTN), no seu art. 5, dispe que os tributos so impostos, taxas e contribuies de melhoria. Com base na interpretao destes dispositivos (art. 145 da CF/88 e art. 5 do CTN) alguns autores crem que s existem trs espcies tributrias, de forma que o emprstimo compulsrio e as contribuies especiais se apresentariam como subespcies tributrias, sendo esta denominada classificao tricotmica ou tripartide das espcies tributrias.

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PACOTE DE EXERCCIOS COMENTADOS P/ O ISS-SP MATRIAS COMUNS PROFESSOR: EDVALDO NILO Portanto, para esta doutrina, o emprstimo compulsrio e as contribuies especiais so tributos, mas possuem natureza jurdica de taxas ou de impostos, dependendo da anlise do fato gerador em cada caso concreto. Todavia, a doutrina dominante e o STF entendem que so cinco espcies tributrias, a saber: impostos, taxas, contribuies de melhoria, emprstimo compulsrio e as contribuies especiais ou parafiscais. a chamada classificao quinquipartite ou pentapartide das espcies tributrias. A seguinte deciso do STF ainda utilizada como parmetro para concursos pblicos: As diversas espcies tributrias so as seguintes: a) os impostos (CF, art. 145, I, arts. 153, 154, 155 e 156), b) as taxas (CF, art. 145, II), c) as contribuies, que podem ser assim classificadas: c.l)de melhoria (CF, art. 145, III); c.2) parafiscais (CF, art. 149), que so: c.2.1) sociais, c.2.1.1) de seguridade social (CF, art. 195, I, II, III), c.2.1.2) outras de seguridade social (CF, art. 195, 4), c.2.1.3) sociais gerais (salrio educao, CF, art. 212, 5, contribuies para o SESI, SENAI, SENAC, CF, art. 240); c.3) especiais: c.3.1.) de interveno no domnio econmico (CF, art. 149) e c.3.2) corporativas (CF, art. 149). Constituem, ainda, espcie tributria, d) os emprstimos compulsrios (CF, art. 148). Ressalta-se que duas novas Emendas Constitucionais (EC) criaram trs novas subespcies de tributos, quais sejam: (a) o art. 149-A, com redao determinada pela EC n. 39/2002, autorizou apenas o Distrito Federal e os Municpios a institurem a contribuio para o custeio do servio de iluminao pblica (COSIP ou CIP), sendo facultada (no obrigatrio) a cobrana na fatura de consumo de energia eltrica; (b) o art. 149, 1, com redao determinada pela EC n 41/2003, autorizou os Estados, o Distrito Federal e os Municpios a instituio da contribuio previdenciria, cobrada de seus servidores, para o custeio, em beneficio destes, do sistema previdencirio 32 Prof. Edvaldo Nilo www.pontodosconcursos.com.br

PACOTE DE EXERCCIOS COMENTADOS P/ O ISS-SP MATRIAS COMUNS PROFESSOR: EDVALDO NILO respectivo, cuja alquota no ser inferior da contribuio previdenciria dos servidores titulares de cargos efetivos da Unio; (c) o art. 195, IV, com redao determinada pela EC 41/2003, autorizou a cobrana pela Unio contribuio de seguridade social sobre importador de bens ou servios do exterior, ou quem a lei infraconstitucional a ele equiparar. n de o de

Com efeito, Marcelo Alexandrino bem resume este tema para fins de concurso pblico: qualquer questo de concurso que pergunte quais so as espcies tributrias, nos termos do CTN, deve ter como resposta: impostos, taxas e contribuies de melhoria. Se for, diferentemente, uma questo referindo-se ao entendimento do STF, ou simplesmente perguntar as espcies que integram o Sistema Tributrio Nacional (STN), a resposta : impostos, taxas, contribuies de melhoria, emprstimos compulsrios e contribuies. Observao: as contribuies do art. 149 da Constituio s vezes so chamadas contribuies especiais ou contribuies parafiscais. Existem, ainda, alguns autores que chamam de contribuies sociais todas as contribuies, exceto as de melhoria. Vocs podem encontrar qualquer desses termos em concursos. Assim sendo, a partir da interpretao dos arts. 149, 149-A, 177, 195, 212, 5, 240, da CF/88, estabelecemos a seguinte classificao das contribuies especiais tributrias de competncia da Unio: (a) Contribuies sociais (art. 149 da CF/88), que se dividem em: (a1) contribuies da seguridade social (arts. 195, incs. I a IV, e 239, da CF/88); (a2) outras contribuies de seguridade social (art. 195, 4, da CF/88); (a3) contribuies sociais gerais (arts. 212, 5, 240, da CF/88); (b) Contribuio de interveno no domnio econmico (CIDE), que prevista nos arts. 149 e 177 da CF/88; (c) Contribuio de interesse profissionais ou econmicas, tambm Contribuies corporativas (art. 149 da CF/88). LETRA A INCORRETO das categorias denominadas de

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PACOTE DE EXERCCIOS COMENTADOS P/ O ISS-SP MATRIAS COMUNS PROFESSOR: EDVALDO NILO s contribuies da seguridade social aplica-se o princpio constitucional anterioridade nonagesimal (noventena). A CF/88 estabelece que compete exclusivamente Unio instituir contribuies sociais, de interveno no domnio econmico e de interesse das categorias profissionais ou econmicas, como instrumento de sua atuao nas respectivas reas, observado o disposto nas normas gerais de direito tributrio (art. 146, inc. III, da CF/88), os princpios da legalidade (art. 150, inc. I, da CF/88), da irretroatividade e da anterioridade anual e nonagesimal (art. 150, inc. III, da CF/88), e sem prejuzo do disposto no art. 195, 6, da CF/88. Decerto, o art. 195, 6, da CF/88, dispe que as contribuies da seguridade socials podero ser exigidas aps decorridos noventa dias da data da publicao da lei que as houver institudo ou modificado, no se lhes aplicando o princpio da anterioridade anual. Nesse rumo, apenas as contribuies da seguridade social no devem observar o princpio da anterioridade anual, enquanto todas as outras espcies de contribuies tributrias devem obedecer a anterioridade anual, inclusive as contribuies de interveno no domnio econmico e de interesse das categorias profissionais ou econmicas. LETRA B - INCORRETO Nem todas as contribuies relacionadas na Constituio Federal so denominadas contribuies parafiscais, porque nem sempre ocorre o fenmeno denominado parafiscalidade. De incio, destaca-se que o tributo parafiscal aquele arrecadado e fiscalizado por terceira pessoa, dotada de autonomia administrativa e financeira, diferente do ente federativo competente para instituir o tributo (Unio, Estados, Distrito Federal e Municpios), buscando uma finalidade ou interesse pblico e esta terceira pessoa passa a dispor da receita compulsria para atingir os seus objetivos. Deste modo, nem mesmo todas as contribuies sociais no podem ser consideradas contribuies parafiscais, pois, a partir do advento da Lei n 11.457/07, a atribuio de arrecadar e fiscalizar at mesmo as contribuies sociais previdencirias passou a ser da Secretaria da Receita Federal do Brasil, rgo da administrao direta da Unio. 34 Prof. Edvaldo Nilo www.pontodosconcursos.com.br

PACOTE DE EXERCCIOS COMENTADOS P/ O ISS-SP MATRIAS COMUNS PROFESSOR: EDVALDO NILO Decerto, as contribuies previdencirias antigamente eram arrecadadas e fiscalizadas pelo INSS (autarquia), podendo-se enquadrar no conceito de tributo parafiscal, mas, atualmente, no se pode falar que estas contribuies sociais so parafiscais. E olhe que a contribuio social se dividem em: contribuies da seguridade social (arts. 195, incs. I a IV, e da CF/88); (a2) outras contribuies de seguridade social 195, 4, da CF/88); (a3) contribuies sociais gerais (arts. 5, 240, da CF/88, e 62 do ADCT); (a1) 239, (art. 212,

Com efeito, pode ser considerada contribuio social parafiscal as contribuies sociais gerais com base no art. 240, da CF/88 (contribuies arrecadadas e fiscalizadas pelo SESC, SENAI, SENAC, SEST, SENAT), e no art. 62 do ADCT (contribuio ao SENAR), mas no as contribuies sociais (gnero). Todavia, reala-se que determinada doutrina minoritria ainda denomina todas as contribuies sociais de parafiscaise a ESAF considerou este entendimento recentemente como correto, mas mesmo estas no podem ser consideradas parafiscais de forma geral. Ademais, o item fala em contribuies, o que j facilita para o candidato marcar a alternativa como incorreta. LETRA C CORRETO As contribuies sociais e de interveno no domnio econmico no incidiro sobre as receitas decorrentes de exportao, segundo o art. 149, 2, I, da CF/88. LETRA D INCORRETO Os recursos arrecadados com a CIDE-combustveis sero destinados (a) ao pagamento de subsdios a preos ou transporte de lcool combustvel, gs natural e seus derivados e derivados de petrleo; (b) ao financiamento de projetos ambientais relacionados com a indstria do petrleo e do gs; (c) ao financiamento de programas de infra-estrutura de transportes (art. 177, 4, II, a, b e c, da CF/88). LETRA E - INCORRETO

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PACOTE DE EXERCCIOS COMENTADOS P/ O ISS-SP MATRIAS COMUNS PROFESSOR: EDVALDO NILO A Unio no tem competncia privativa para instituir contribuio previdenciria dos servidores dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios, cuja alquota no ser inferior da contribuio dos servidores titulares de cargos efetivos da Unio. Segundo o art. 149, 1, da CF/88, os Estados, o Distrito Federal e os Municpios instituiro contribuio previdenciria, cobrada de seus servidores, para o custeio, em beneficio destes, do sistema previdencirio respectivo, cuja alquotano ser inferior da contribuio previdenciria dos servidores titulares de cargos efetivos da Unio. 4.(FCC/Advogado/Santos/2006) Os tributos consistentes na coleta de recursos para certas reas de interesse do poder pblico, na Administrao direta ou indireta, ou na atividade dos entes que colaboram com a Administrao, tendo destinao certa e finalidade predeterminada; e aqueles institudos no caso de investimento pblico de carter urgente e de relevante interesse nacional, sendo qualificados pela promessa de restituio relacionam-se, respectivamente, (A) aos impostos gerais e s taxas. (B) s contribuies extrafiscais e s contribuies de melhoria. (C) aos emprstimos compulsrios e s contribuies especiais. (D) s contribuies sociais e aos emprstimos compulsrios. (E) s contribuies de movimentao financeira e s contribuies parafiscais. A resposta correta a letra d, eis que s contribuies sociais so tributos consistentes na coleta de recursos para certas reas de interesse do poder pblico, na Administrao direta ou indireta, ou na atividade dos entes que colaboram com a Administrao, tendo destinao certa e finalidade predeterminada. E os emprstimos compulsrios, de acordo com o art. 148, da CF/88, so de competncia exclusiva da Unio, que, mediante lei complementar, poder institu-lo nas seguintes hipteses: (a) Para atender a despesas extraordinrias, decorrentes de calamidade pblica, de guerra externa ou sua iminncia; (b) No caso de investimento pblico de carter urgente e de relevante interesse nacional, observados os princpios da anterioridade anual e o da anterioridade nonagesimal (noventena). 36 Prof. Edvaldo Nilo www.pontodosconcursos.com.br

PACOTE DE EXERCCIOS COMENTADOS P/ O ISS-SP MATRIAS COMUNS PROFESSOR: EDVALDO NILO Outra caracterstica dos emprstimos compulsrios que o Estado deve restituir ao particular, ao cabo de determinado perodo especificado na lei complementar, o montante que foi por ele recolhido ao errio (cofres pblicos), a ttulo de emprstimo compulsrio. A restituio dever ser feita em moeda corrente, quando esta for o objeto do emprstimo. 5.(FCC/Auditor/TCE/AM/2007) A Unio institui contribuio social cujos fato gerador e base de clculo so os mesmos de um imposto de sua competncia. Considera-se essa contribuio (A) constitucional, por no haver vedaes constitucionais quanto utilizao de mesmos fato gerador e base de clculo, em se tratando de contribuies sociais e impostos. (B) inconstitucional, por incidir sobre o mesmo fato gerador de um imposto. (C) inconstitucional, por ser calculada sobre a mesma base imponvel de um imposto. (D) inconstitucional, por representar bitributao. (E) constitucional, em razo de a Unio Federal ser competente para a instituio de contribuies com fato gerador e base de clculos idnticos aos dos impostos federais, estaduais e municipais. A letra a a correta, pois, como j destaquei no incio da explicao da questo 12, as contribuies sociais e os impostos podem ter os mesmos fatos geradores e bases de clculos, eis que no existe proibio constitucional quanto a este ponto. Por exemplo, a contribuio social sobre o lucro lquido (CSLL) tem, em princpio, o mesmo fato gerador do imposto de renda das pessoas jurdicas (IRPJ), que o lucro auferido, podendo-se perceber que apenas o fato gerador no suficiente para identificar a natureza jurdica da CSLL. 6.(FCC/Procurador de Contas/TCE/MG/2007) A contribuio de interveno no domnio econmico CIDE relativa s atividades de importao ou comercializao de petrleo e seus derivados, gs natural e seus derivados, e lcool combustvel (A) incide sobre as receitas decorrentes de exportao. (B) poder ter sua alquota diferenciada por produto ou uso. 37 Prof. Edvaldo Nilo www.pontodosconcursos.com.br

PACOTE DE EXERCCIOS COMENTADOS P/ O ISS-SP MATRIAS COMUNS PROFESSOR: EDVALDO NILO (C) no poder ter vinculao de receita. (D) no poder ter sua alquota reduzida por ato do Poder Executivo. (E) obedece, sem exceo, ao princpio da anterioridade. Inicialmente, destaco que a lei que instituir contribuio de interveno no domnio econmico relativa s atividades de importao ou comercializao de petrleo e seus derivados, gs natural e seus derivados e lcool combustvel (CIDE-combustveis) dever atender aos seguintes requisitos, conforme o art. 177, 4, da CF/88: (i) a alquota da contribuio poder ser: (a) diferenciada por produto ou uso; (b) reduzida e restabelecida por ato do Poder Executivo, no se lhe aplicando o princpio da anterioridade anual neste caso. (ii) os recursos arrecadados sero destinados: (a) ao pagamento de subsdios a preos ou transporte de lcool combustvel, gs natural e seus derivados e derivados de petrleo; (b) ao financiamento de projetos ambientais relacionados com a indstria do petrleo e do gs; (c) ao financiamento de programas de infra-estrutura de transportes. LETRA A - INCORRETO As contribuies sociais e as contribuies de interveno no domnio econmico no incidiro sobre as receitas decorrentes de exportao, de acordo com o art. 149, 2, I, da CF/88. LETRA B - CORRETO A alquota da CIDE-combustveis poder ser diferenciada por produto ou uso (art. 177, 4, I, a, da CF/88). LETRA C - INCORRETO A CIDE-combustveis tem arrecadao vinculada, pois os recursos arrecadados sero destinados: (a) ao pagamento de subsdios a preos ou transporte de lcool combustvel, gs natural e seus derivados e derivados de petrleo; (b) ao financiamento de projetos ambientais relacionados com a indstria do petrleo e do gs; (c) ao financiamento de programas de infra-estrutura de transportes. 38 Prof. Edvaldo Nilo www.pontodosconcursos.com.br

PACOTE DE EXERCCIOS COMENTADOS P/ O ISS-SP MATRIAS COMUNS PROFESSOR: EDVALDO NILO LETRAS D e E - INCORRETAS A alquota da CIDE-combustveis poder ser reduzida e restabelecida por ato do Poder Executivo, no sendo necessrio nesta hiptese aplicar o princpio da anterioridade anual. Assim, as alquotas podero somente ser reduzidas e restabelecidas, ou seja, o Poder Executivo reduz a alquota e, uma vez reduzida, pode restabelec-la, tendo, como teto, a alquota, prevista anteriormente em lei. 7. (FCC/Procurador de Contas/TCE/RR/2008) So caractersticas comuns aos emprstimos compulsrios e s contribuies especiais: (A) sempre so de competncia da Unio. (B) s podem ser institudos por lei complementar. (C) no so considerados tributos e no esto inseridos no Sistema Tributrio Nacional. (D) possuem vinculao de receita. (E) so restituveis, os primeiros em prazo e forma fixado em lei ou depois de um perodo de carncia de contribuio. LETRA A - INCORRETO As contribuies especiais no so sempre de competncia da Unio. Segundo o art. 149, 1, da CF/88, os Estados, o Distrito Federal e os Municpios instituiro contribuio previdenciria, cobrada de seus servidores, para o custeio, em beneficio destes, do sistema previdencirio respectivo, cuja alquotano ser inferior da contribuio previdenciria dos servidores titulares de cargos efetivos da Unio. Existe tambm a contribuio para custeio do servio de iluminao pblica (COSIP ou CIP) de competncia do Distrito Federal e dos Municpios, sendo facultada (no obrigatrio) a cobrana na fatura de consumo de energia eltrica, de acordo com o art. 149-A, da CF/88. LETRA B - INCORRETO

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PACOTE DE EXERCCIOS COMENTADOS P/ O ISS-SP MATRIAS COMUNS PROFESSOR: EDVALDO NILO As contribuies especiais podem ser institudas por lei ordinria. Por exemplo, em relao a observncia das normas gerais de direito tributrio, o STF entende que as contribuies sociais, de interveno no domnio econmico e de interesse de categorias profissionais ou econmicas devero observar lei complementar que dispe sobre normas gerais de direito tributrio (Cdigo Tributrio Nacional), mas isto no quer dizer que devero ser institudas por lei complementar,isto , a lei ordinria pode criar tais espcies tributrias. Com efeito, este tipo de contribuio no espcie tributria imposto, portanto no se exige que a lei complementar estabelea a sua hiptese de incidncia, a base de clculo e contribuintes. Assim, j se pronunciou o STF em importantes precedentes: As contribuies do art. 149, CF contribuies sociais, de interveno no domnio econmico e de interesse de categorias profissionais ou econmicas posto estarem sujeitas lei complementar do art. 146, III, CF, isto no quer dizer que devero ser institudas por lei complementar. (...) A contribuio no imposto. Por isso, no se exige que a lei complementar defina a sua hiptese de incidncia, a base imponvel e contribuintes. "Prescrio e decadncia tributrias. Matrias reservadas a lei complementar. Disciplina no Cdigo Tributrio Nacional. Natureza tributria das contribuies para a seguridade social. As normas relativas prescrio e decadncia tributrias tm natureza de normas gerais de direito tributrio, cuja disciplina reservada a lei complementar. Interpretao que preserva a fora normativa da Constituio, que prev disciplina homognea, em mbito nacional, da prescrio, decadncia, obrigao e crdito tributrios. Disciplina prevista no Cdigo Tributrio Nacional. O CTN (Lei 5.172/1966), promulgado como lei ordinria e recebido como lei complementar pelas Constituies de 1967/69 e 1988, disciplina a prescrio e a decadncia tributrias. Natureza tributria das contribuies.As contribuies, inclusive as previdencirias, tm natureza tributria e se submetem ao regime jurdicotributrio previsto na Constituio. Interpretao do art. 149 da CF de 1988. So inconstitucionais o pargrafo nico do artigo 5 do Decreto-Lei n. 1.569/1977 e os artigos 45 e 46 da Lei n. 8.212/1991, 40 Prof. Edvaldo Nilo www.pontodosconcursos.com.br

PACOTE DE EXERCCIOS COMENTADOS P/ O ISS-SP MATRIAS COMUNS PROFESSOR: EDVALDO NILO que tratam de prescrio e decadncia de crdito tributrio. (Smula Vinculante 8) LETRA C - INCORRETO Os emprstimos compulsrios e as contribuies especiais so considerados tributos e esto inseridos no Sistema Tributrio Nacional. Lembre da seguinte jurisprudncia do STF: As diversas espcies tributrias so as seguintes: a) os impostos (CF, art. 145, I, arts. 153, 154, 155 e 156), b) as taxas (CF, art. 145, II), c) as contribuies, que podem ser assim classificadas: c.l) de melhoria (CF, art. 145, III); c.2) parafiscais (CF, art. 149), que so: c.2.1) sociais, c.2.1.1) de seguridade social (CF, art. 195, I, II, III), c.2.1.2) outras de seguridade social (CF, art. 195, 4), c.2.1.3) sociais gerais (salrio educao, CF, art. 212, 5, contribuies para o SESI, SENAI, SENAC, CF, art. 240); c.3) especiais: c.3.1.) de interveno no domnio econmico (CF, art. 149) e c.3.2) corporativas (CF, art. 149). Constituem, ainda, espcie tributria, d) os emprstimos compulsrios (CF, art. 148). Tambm voc deve lembrar novamente que duas novas Emendas Constitucionais (EC) criaram trs novas subespcies de tributos, quais sejam: (a) o art. 149-A, com redao determinada pela EC n. 39/2002, autorizou apenas o Distrito Federal e os Municpios a institurem a contribuio para o custeio do servio de iluminao pblica (COSIP ou CIP), sendo facultada (no obrigatrio) a cobrana na fatura de consumo de energia eltrica; (b) o art. 149, 1, com redao determinada pela EC n 41/2003, autorizou os Estados, o Distrito Federal e os Municpios a instituio da contribuio previdenciria, cobrada de seus servidores, para o custeio, em beneficio destes, do sistema previdencirio respectivo, cuja alquota no ser inferior da contribuio previdenciria dos servidores titulares de cargos efetivos da Unio; (c) o art. 195, IV, com redao determinada pela EC n 41/2003, autorizou a cobrana pela Unio de contribuio de seguridade social sobre o importador de bens ou servios do exterior, ou de quem a lei infraconstitucional a ele equiparar. LETRA D - CORRETO Segundo entendimento dominante, os emprstimos compulsrios e as contribuies especiais so considerados tributos que possuem vinculao de receita. 41 Prof. Edvaldo Nilo www.pontodosconcursos.com.br

PACOTE DE EXERCCIOS COMENTADOS P/ O ISS-SP MATRIAS COMUNS PROFESSOR: EDVALDO NILO LETRA E - INCORRETO Os emprstimos compulsrios devem ser restituveis, em determinado prazo e forma fixada em lei. Segundo pargrafo nico do art. 15 do CTN, a lei fixar obrigatoriamente o prazo do emprstimo e as condies de seu resgate, observando, no que for aplicvel, o disposto nesta Lei. Entretanto, as contribuies caracterstica da restituio. especiais no possuem a

QUESTES TRATADAS EM AULA 1.(FCC/Auditor/TCE/SP/2008) Os emprstimos compulsrios (A) so tributos institudos pela Unio, pelos Estados e pelo Distrito Federal. (B) podem ser criados por lei complementar com a finalidade de enxugamento da moeda em circulao na economia, desde que sejam restitudos no prazo de dois anos. (C) so institudos por Decreto, para atender a despesas extraordinrias decorrentes de calamidade pblica ou guerra externa ou sua iminncia. (D) podem ser cobrados no mesmo exerccio financeiro em que haja sido publicada a lei que os houver institudo em casos de despesas extraordinrias, decorrentes de calamidade pblica ou guerra externa. (E) so tributos institudos pela Unio, por meio de lei ordinria, observando-se o princpio da anterioridade. 2.(FCC/Auditor/TCE/AL/2008) O Governo Federal, pretendendo criar nova fonte de receita tributria, dentro do mesmo exerccio financeiro, para cobrir despesa extraordinria decorrente de calamidade pblica de mbito nacional, devidamente reconhecida por decreto presidencial, dever se valer da seguinte espcie tributria: (A) contribuio social residual, mediante medida provisria. (B) imposto extraordinrio, mediante medida provisria. (C) imposto residual, mediante medida provisria. (D) contribuio de interveno no domnio econmico, mediante decreto. (E) emprstimo compulsrio, mediante lei complementar. 3.(FCC/Fiscal de Rendas/SP 2006) Sobre as contribuies relacionadas na Constituio Federal, correto afirmar que 42 Prof. Edvaldo Nilo www.pontodosconcursos.com.br

PACOTE DE EXERCCIOS COMENTADOS P/ O ISS-SP MATRIAS COMUNS PROFESSOR: EDVALDO NILO (A) s contribuies sociais aplicam-se os princpios constitucionais da anterioridade (ano-calendrio) e da anterioridade nonagesimal (noventena), cumulativamente. (B) todas as contribuies relacionadas na Constituio Federal so denominadas contribuies parafiscais, porque ocorre o fenmeno denominado parafiscalidade. (C) as contribuies sociais e de interveno no domnio econmico no incidiro sobre as receitas decorrentes de exportao. (D) os recursos arrecadados com a contribuio de interveno no domnio econmico sero destinados, exclusivamente, para aes e servios pblicos de sade e para a manuteno e desenvolvimento do ensino. (E) a Unio tem competncia privativa para instituir contribuio previdenciria dos servidores dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios, cuja alquota no ser inferior da contribuio dos servidores titulares de cargos efetivos da Unio. 4.(FCC/Advogado/Santos/2006) Os tributos consistentes na coleta de recursos para certas reas de interesse do poder pblico, na Administrao direta ou indireta, ou na atividade dos entes que colaboram com a Administrao, tendo destinao certa e finalidade predeterminada; e aqueles institudos no caso de investimento pblico de carter urgente e de relevante interesse nacional, sendo qualificados pela promessa de restituio relacionam-se, respectivamente, (A) aos impostos gerais e s taxas. (B) s contribuies extrafiscais e s contribuies de melhoria. (C) aos emprstimos compulsrios e s contribuies especiais. (D) s contribuies sociais e aos emprstimos compulsrios. (E) s contribuies de movimentao financeira e s contribuies parafiscais. 5.(FCC/Auditor/TCE/AM/2007) A Unio institui contribuio social cujos fato gerador e base de clculo so os mesmos de um imposto de sua competncia. Considera-se essa contribuio (A) constitucional, por no haver vedaes constitucionais quanto utilizao de mesmos fato gerador e base de clculo, em se tratando de contribuies sociais e impostos. (B) inconstitucional, por incidir sobre o mesmo fato gerador de um imposto. (C) inconstitucional, por ser calculada sobre a mesma base imponvel de um imposto. (D) inconstitucional, por representar bitributao.

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PACOTE DE EXERCCIOS COMENTADOS P/ O ISS-SP MATRIAS COMUNS PROFESSOR: EDVALDO NILO (E) constitucional, em razo de a Unio Federal ser competente para a instituio de contribuies com fato gerador e base de clculos idnticos aos dos impostos federais, estaduais e municipais. 6.(FCC/Procurador de Contas/TCE/MG/2007) A contribuio de interveno no domnio econmico CIDE relativa s atividades de importao ou comercializao de petrleo e seus derivados, gs natural e seus derivados, e lcool combustvel (A) incide sobre as receitas decorrentes de exportao. (B) poder ter sua alquota diferenciada por produto ou uso. (C) no poder ter vinculao de receita. (D) no poder ter sua alquota reduzida por ato do Poder Executivo. (E) obedece, sem exceo, ao princpio da anterioridade. 7.(FCC/Procurador de Contas/TCE/RR/2008) So caractersticas comuns aos emprstimos compulsrios e s contribuies especiais: (A) sempre so de competncia da Unio. (B) s podem ser institudos por lei complementar. (C) no so considerados tributos e no esto inseridos no Sistema Tributrio Nacional. (D) possuem vinculao de receita. (E) so restituveis, os primeiros em prazo e forma fixado em lei ou depois de um perodo de carncia de contribuio.

GABARITO 1. D 2. E3. C4. D 5. A6. B7. D

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