Aula 9 - Controle Em Malha Fechada e PID

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  • 8/17/2019 Aula 9 - Controle Em Malha Fechada e PID

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    Universidade Federal do ABC

    Primeiro Quadrimestre de 2013

    Prof. André Luı́s da Silva

    Aula 9

    Dia 28 de maio de 2013Controle em Malha Fechada - Controlador PID

    1 Introdução

    Na aula 7, o processo de controlar um sistema foi ilustrado com um exemplo: a obtenção de umângulo de rotação desejado em um motor de corrente cont́ınua. Isto foi desenvolvido usando um tipode controle chamado  controle em malha aberta . Neste tipo de situação, uma função de entrada (ocontrole) é calculada antes da operação do sistema e aplicada de modo a obter o comportamento

    esperado. Quando isto é feito, erros podem ocorrer devido a variações dos parâmetros usadosno cálculo do modelo, presença de perturbações adicionais, ou mesmo fenômenos dinâmicos nãomodelados.

    Na aula 8, por outro lado, foi apresentado um exemplo de controle de motor de correntecontı́nua, em laboratório, usando medidas de sensores. Neste caso, os sensores realizam a inspeçãode variáveis de interesse, este dado, por sua vez, é usado para calcular o controle e corrigir ocomportamento, de modo a obter uma resposta desejada. Este tipo de procedimento é dito controle de malha fechada , onde os dados da sáıda do sistema são usados para calcular a própria entrada ecorrigir o comportamento.

    Nesta aula, o controle em malha fechada será apresentado numa de suas formas mais elemen-tares: o controle proporcional integral derivativo (PID). Para tanto, cada um dos elementos desse

    controle será apresentado em ordem crescente, do mais simples, ao mais completo.

    2 Controle Proporcional

    O controle proporcional é um dos tipos de controle mais elementares. Para apresent́a-lo, seráassumido um sistema linear invariante no tempo com uma entrada e uma saı́da:

    ẋ =  Ax + Bu(t) (1)

    y =  Cx + Du(t) (2)

    Assuma o problema da sáıda   y(t) acompanhar uma entrada de  referência   r(t). Ou seja, sedeseja que o comportamento de  y(t) se aproxime do comportamento de  r(t). Nesta situação, sedefine a variável de erro:

    e(t) = r(t) − y(t) (3)O controle proporcional é definido simplesmente como uma constante K  multiplicada pelo erro:

    u(t) = K e(t) (4)

    Este controle pode ser representado pelo diagrama de blocos na figura 1. Fisicamente, o fluxode informação ocorre da seguinte maneira: a sáıda  y(t) é medida por um   sensor  adequado. Ela é

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    2 Controle Proporcional   2

    transmitida para um   comparador  que calcula o erro  e(t) a partir da referência  r(t) fornecida pelousuário. Este erro é multiplicado por um ganho, gerando o controle  u(t), o qual é aplicado nosistema dinâmico. Este processo, que envolve a geração de uma entrada usando como informaçãoa medida de uma sáıda é chamado de  realimenta瘠ao, ou malha de retorno.   É esta realimentaçãoque torna posśıvel gerar o controle   automaticamente , de modo a corrigir o comportante atual dasáıda.

    Fig. 1: Diagrama do controle proporcional.

    Intuitivamente, o funcionamento do controle proporcional pode ser entendido da seguinte ma-neira, assumindo K > 0:

    •   Se  y(t)  < r(t), então  e(t)   >   0 e, por conseguinte   u(t)   >   0. Nesta situação, espera-se queo controle positivo  u(t) provoque uma “aceleração” do sistema, de modo a aumentar  y(t) eforçar o mesmo se aproximar de  r(t);

    •   Se y(t) > r(t), então e(t) 

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    3 Controle Derivativo   3

    Agrupando do lado esquerdo da equação tudo que envolve  y(t), obtém-se:

    d2y

    dt2  + 2ζωn

    dy

    dt + (ω2n + bK )y =  bK r(t) (9)

    A equação acima é uma  nova  equação de segunda ordem, que na forma padrão é:

    d2y

    dt2   + 2ζ ωn

    dy

    dt   + ω2n y =  br(t) (10)

    2ζ ωn = 2ζωn, ω2n   = ω

    2

    n + bK, b =  bK    (11)

    Este resultado pode ser interpretado da seguinte maneira:

    1: O sistema possui uma nova entrada, que agora é a referência  r(t);

    2: O novo ganho da entrada agora é b =  bK . Assim sendo, o controle modifica as propriedadesassociadas a este parâmetro, que são o valor de regime permanente da sáıda e o erro deregime permanente;

    3: O controle provoca o surgimento de uma nova frequência natural não amortecida dada pelarelação  ω2n   =  ω2

    n + bK . Assim, sendo, o controle altera as varíaveis associadas a este parâ-metro, tais como a constante de tempo, o tempo de pico e o tempo de regime permanente;

    4: Como um efeito indireto da variação da frequência natural não amortecida, ocorre umavariação do amortecimento. Um aumento de ωn  causa uma redução  indesejada  de  ζ .

    Note algo muito importante associado ao controle com realimentação, que será ainda maisressaltado na seção seguinte: a alteração da razão de amortecimento provoca interferência sobre aestabilidade  do sistema. Assim,   este controle pode estabilizar um sistema inst́  avel , oumesmo o contrário, ou seja, tornar instável algo que já era estável.

    3 Controle Derivativo

    Note que o controle proporcional pode alterar indiretamente o amortecimento do sistema de se-gunda ordem, a partir de  ωn. Mas um aumento de  ωn  pode provocar um redução indesejada deζ , aumentando, assim, o sobressinal, e podendo prejudicar a estabilidade. Uma forma de resolverisso é adicionando uma parcela  derivativa  na lei de controle proporcional, o controle obtido é ditoproporcional derivativo (PD):

    u(t) = K  pe(t) + K dde

    dt  = K  p(r(t) − y(t)) + K d d

    dt(r(t) − y(t)) (12)

    onde  K  p  é o ganho da parcela proporcional e  K d   é o ganho da parcela derivativa. Note que agoraé necessário medir ou calcular a derivada da sáıda y.

    Inserindo o controle proporcional derivativo na equação diferencial, obtém-se:

    d2y

    dt2  + 2ζωn

    dy

    dt + ω2ny =  b

    K  p(r(t) − y(t)) + K d d

    dt(r(t) − y(t))

      (13)

    Agrupando do lado esquerdo todos os termos contendo a variável y , obtém-se:

    d2y

    dt2  + (2ζωn + bK d)

    dy

    dt  + (ω2n + bK  p)y =  bK  pr(t) + bK d

    d

    dtr(t) (14)

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    3 Controle Derivativo   4

    Como a entrada de referência degrau unitário é aquela que está sendo considerada, tem-se quedr/dt = 0, então a equação acima se torna:

    d2y

    dt2  + (2ζωn + bK d)

    dy

    dt + (ω2n + bK  p)y =  bK  pr(t) (15)

    Note que, mais uma vez, a equação acima é uma nova equação de segunda ordem, ela pode ser

    reescrita como segue:

    d2y

    dt2  + 2ζ ωn

    dy

    dt + ω2n y =  bK  pr(t) (16)

    2ζ ωn = 2ζωn + bK d, ω2n   = ω

    2

    n + bK  p, b =  bK  p   (17)

    A nova equação pode ser interpretada de forma análoga à equação 10, no entanto, com a adiçãode um termo que altera   diretamente  o amortecimento:

    1: Mais uma vez, o sistema possui uma nova entrada, que ainda é a refer̂encia r(t);

    2: O novo ganho da entrada é   b   =   bK  p, associado à parcela proporcional. Assim sendo, aparcela proporcional modifica as propriedas associadas a este parâmetro, que são o valor deregime permanente da sáıda e o erro de regime permanente;

    3: A parcela de controle proporcional provoca o surgimento da nova frequência natural nãoamortecida dada pela relação ω n =

     ω2n + bK  p. Assim, sendo, a parcela proporcional altera

    as variáveis associadas a este parâmetro, tais como a constante de tempo, o tempo de pico eo tempo de regime permanente;

    4: A nova parcela de controle, a derivativa, gera uma alteração da razão de amortecimento  ζ ,dada por  ζ  = (2ζωn + bK d)/(2ω

    n). Esta nova razão de amortecimento altera os parâmetros

    associados a ela, tais como o sobressinal.

    3.1 Exemplo 1

    Para o sistema de segunda ordem abaixo:

    d2y

    dt2  + 12

    dy

    dt + 400y = 200u(t)

    a) Determine o sobressinal na resposta ao degrau e a constante de tempo;

    b) Determine ω n  e  ζ   desejados para obter sobressinal com 1/4 do valor original e constante de

    tempo com 1/5 do valor original;

    c) Determine os ganhos   K  p   e   K d   de um controlador proporcional derivativo que satisfaz osobjetivos do item b);

    d) Determine o erro de regime permanente para a entrada degrau unitário, no sistema comcontrolador proporcional derivativo.

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    3 Controle Derivativo   5

    a) Por inspeção, os parâmetros do modelo de segunda ordem padrão são obtidos:

    b = 200

    ω2n = 400, ωn =√ 

    400, ωn = 20 rad/s

    2ζωn = 12, ζ  =  12

    2ωn=

      12

    2

    ×20

    , ζ  = 0, 3

    O sobressinal e a constante de tempo são então:

    M  p =  e−π   ζ√ 

    1−ζ2 = e−π   0,3√ 

    1−0,32 , M  p ≈ 0, 37, ou M  p = 37%τ  =

      1

    ζωn=

      1

    0, 3 × 20 , τ  = 1

    6 s

    b) O sobressinal e a constante de tempo desejados são obtidos a partir dos resultados do itema):

    M  p = M  p

    4  =

     0, 37

    4  , M  p = 0, 0925

    τ   = τ 

    5 =

     1/6

    5  , τ  =

      1

    30 s

    A razão de amortecimento necessária para obter o sobressinal desejado pode ser calculada pelafórmula do sobressinal:

    M  p =  e−π   ζ

    √ 1−ζ2

    é necessário resolver essa equação em termos de  ζ , por manipulações algébricas, obtém-se:

    ζ  = |lnM  p

    | (lnM  p)2 + π2onde substituindo o valor do sobressinal desejado se obtém a nova razão de amortecimento:

    ζ  =  |ln0, 0925| 

    (ln0, 0925)2 + π2, ζ  ≈ 0.604

    A nova frequência natural não amortecida é dada pela fórmula da constante de tempo:

    τ  =  1

    ζ ωn, ωn =

      1

    ζ τ =

      1

    0, 604×

    1/30, ωn ≈ 49, 67 rad/s

    c) O ganho da parcela proporcional do controlador é obtido pelo respectivo resultado na equação17:

    K  p = ω2n − ω2n

    b  =

     49, 672 − 202200

      , K  p = 10, 3372

    O ganho da parcela derivativa do controlador é obtido pelo respectivo resultado na equação 17:

    K d  = 2ζ ωn − 2ζωn

    b  =

     2 × 0, 604 × 49, 67 − 2 × 0, 3 × 20200

      , K d = 0, 24

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    3 Controle Derivativo   6

    d) O ganho da entrada no sistema controlado é dado pelo respectivo resultado na equação 17:

    b =  K  pb = 10, 3372 × 200, b = 2067, 4

    O valor de regime estacionário de   y, no sistema controlado, é obtido igualando-se todas asderivadas a zero na equação diferencial:

    d2ydt2

      + 2ζ ωndydt

      + ω2n y =  bK  pr(t)

    de onde obtém-se:

    ω2n yss =  brss

    lembrando que, para o degrau unitário:   rss = 1, então:

    yss = brss

    ω2n=

     2067 × 149, 672

      , yss = 0, 8380

    O erro de regime permanente, com respeito a entrada degrau unit ário, é então:

    ess =  rss − yss = 1 − 0, 8380, ess = 0, 162,   ou ess = 16, 2%

    Ou seja, o controlador proporcional é capaz de determinar uma constante de tempo e umsobressinal desejados. No entanto, não é capaz de fazer a sáıda atingir perfeitamente a referênciaem estado estacionário. De fato, o erro entre a referência e a sáıda estacionária é de 16, 2%.

    Os resultados deste exemplo são sintetizados na figura 2. A figura 3 também mostra os resul-tados do sistema   sem   o controle PD. Na figura 2, a refer̂encia é o degrau unitário e o controle égerado automaticamente pela lei de controle PD, veja que o formato do controle automático é umaexponencial convergente. Na figura 3, não é usado o controle PD. Neste caso, o sinal de controleu(t) é o próprio degrau unitário, lembrando da aula 7, este é um controle em malha aberta.

    No caso sem controle PD da figura 3, o valor de regime permanente da sáıda é yss = 0.5, o quecorresponde a um erro  ess  = 0.5 ou 50%. O tempo de pico é de t p  = 0.166s e o tempo de regimepermanente pelo critério 5% é  tss  = 0.507 s, ou seja  tss  = 3τ   = 3 × 1/6 = 0, 5 s, que correspondeao valor calculado no ı́tem a). O sobressinal é  M  p = (0.6861 − 0, 5)/0, 5 = 0, 37, que correspondeao valor calculado no ı́tem a).

    No caso com controle PD da figura 2, o valor de regime permanente da sáıda é yss = 0.8308, oque corresponde a um erro  ess  = 0.1692 ou 16, 92%, que corresponde, a menos de pequenos errosde arredondamento, ao valor calculado no ı́tem d). O tempo de pico é de t p = 0.07869 s e o tempode regime permanente pelo critério 5% é   tss   = 0.1084 s, ou seja   tss   = 3τ 

      = 3 × 1/30 = 0, 1 s,que corresponde, a menos de pequeno erro de arredondamento, ao valor calculado no ı́tem b). Osobressinal é   M  p   = (0, 9154 − 0, 8308)/0, 8308 = 0, 1018, que corresponde, a menos de erros dearredondamento, ao valor calculado no ı́tem b).

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    3 Controle Derivativo   7

    0 0.02 0.04 0.06 0.08 0.1 0.12 0.14 0.16

    0

    2

    4

    6

    8

    10

    tempo − [s]

     e n t r a  d a 

      d e  c o n t r o  l e  u  ( t  )

    0 0.02 0.04 0.06 0.08 0.1 0.12 0.14 0.160

    0.2

    0.4

    0.6

    0.8X: 0.1609

    Y: 0.8308

    tempo − [s]

     s a  i  d a 

      d o  s  i s t e m a  y  ( t  )

    X: 0.07869

    Y: 0.9154 X: 0.1084

    Y: 0.8735

    Fig. 2: Resposta do sistema determinada pelo controle PD.

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    3 Controle Derivativo   8

    0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.90

    0.2

    0.4

    0.6

    0.8

    1

    tempo − [s]

     e n t r a  d a 

      d e  c o n t r o  l e  u  ( t  )

    0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.90

    0.1

    0.2

    0.3

    0.4

    0.5

    0.6

    X: 0.1661

    Y: 0.6861

    tempo − [s]

     s a  i  d a 

      d o  s  i

     s t e m a  y  ( t  )

    X: 0.9005

    Y: 0.5009

    X: 0.5071

    Y: 0.525

    Fig. 3: Resposta do sistema determinada por um degrau unitário sem controle PD.

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    4 Controle Integral   9

    4 Controle Integral

    No exemplo da seção anterior, verificou-se um erro de regime permanente entre a referência degrauunitário e a sáıda do sistema. Uma forma de corrigir este erro é aumentando o termo proporcionaldo controle. No entanto, isso também alteraria as outras caracteŕısticas, tal como o tempo deregime permanente.

    Uma terceira parcela de controle é responsável por corrigir este problema. Trata-se da  a瘠ao de controle integral . Ela é constitúıda pela integral do erro multiplicada por uma constante. Quandoagregada ao controle proporcional derivativo, tem-se origem o controle:   proporcional integral deri-vativo, conhecido pela sigla PID:

    u(t) = K  pe(t) + K dde

    dt + K i

       t0

    e(τ )dτ    (18)

    onde  K i   é o ganho integral.Para compreender o significado do controle integral, insere-se o controle da equação 18 na

    equação 5, lembrando que está sendo considerado o caso particular da entrada de refer̂encia degrauunitário:

    d2y

    dt2  + 2ζωn

    dy

    dt + ω2ny =  b

    K  pe(t) + K d

    de

    dt + K i

       t0

    e(τ )dτ 

    = b

    K  p (r(t) − y) + K d d

    dt (r(t) − y) + K i

       t0

    e(τ )dτ 

    = bK  pr(t) − bK  py − K d dydt

     + bK i

       t0

    e(τ )dτ    (19)

    Agrupando todos os termos envolvendo  y  do mesmo lado da equação:

    d2y

    dt2   + (2ζωn + bK d)

    dy

    dt   + (ω2

    n + bK  p)y =  bK  pr(t) + bK i   t0

    e(τ )dτ    (20)

    Note que o lado esquerdo da equação acima é idêntico àquele na equação 16, o qual correspondeao controle PD. No entanto, note a presença da integral no lado direito, a qual  também depende de y . Este tipo de sistema é chamado de ı́ntegro-diferencial, mas pode ser reduzido a um sistemade equações diferencias pela definição da nova variável de estado:

    d

    dt  = e(t), (0) = 0 (21)

    Note que a variável de estado  , definida desta maneira, é a própria integral, pois, integrandoambos os lados da equação acima:

       t0

    d

    dτ  dτ  =

       t0

    e(τ )dτ, (t) − (0) =   t0

    e(τ )dτ, (t) − 0 =   t0

    e(τ )dτ, (t) =

       t0

    e(τ )dτ    (22)

    Então, a equação 20 pode ser reescrita segundo o seguinte sistema de equações diferenciais:

    d2y

    dt2  + (2ζωn + bK d)

    dy

    dt + (ω2n + bK  p)y =  bK  pr(t) + bK i   (23)

    d

    dt = r(t) − y(t) (24)

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    4 Controle Integral   10

    O sistema de equações acima é de   terceira ordem , ou seja, a integral insere uma variável deestado a mais no sistema. Deste modo, as interpretações sobre os sistemas de segunda ordemnão podem mais ser usadas, nem as fórmulas da seção anterior. No entanto, para realizar umprojeto, se costuma, primeiro, adotar as fórmulas da seção anterior e projetar   somente o controle PD . Depois disso, insere-se um integrador com o menor ganho  K i  posśıvel, de modo a provocar omenor impacto de terceira ordem e alterar pouco a resposta anterior.

    Mas, então? Qual é o benef́ıcio de se inserir o integrador? Supondo que o sistema é estável,existe um regime permanente no qual todas as derivadas são nulas. Supondo também que a entradaé um degrau unitário, então, na equação 24, a derivada pode se tornar zero em regime permanente,resultando no seguinte:

    d

    dt  = r(t) − y(t),   d

    dt = 0  →   rss − yss = 0  →   rss =  yss   (25)

    Ou seja,   quando o controle integral é usado, o erro de regime permanente para a entrada de referência degrau é nulo.   Assim, o erro é eliminado em regime permanente. Esta é a principalcontribuição da ação de controle integral.

    4.1 Exemplo 2

    Considere o caso do exemplo 1, insira uma ação de controle integral de modo a eliminar o erro deregime permanente para a entrada de referência degrau unitário.

    Este problema não costuma ser resolvido analiticamente. Geralmente, é resolvido por simu-lação, mantendo-se os valores previamente calculados para os ganhos proporcional e derivativo e,depois, adicionando um ganho integral bem pequeno, para não afetar muito o resultado anterior.Esse ganho é aumentadado na medida que for necessário. Se for preciso, os ganhos proporcional ederivativo também devem ser ajustados manualmente de modo a corrigir o resultado. Fazendo esseprocedimento de tentativa e erro, e sempre simulando o resultado com o MATLAB para verifica ção,

    é obtida a resposta na figura 4. O ganho integrativo usado foi K i  = 100, os ganhos proporcional ederivativo mantiveram-se os mesmos. Note que o erro de regime permanente na resposta ao degrauunitário foi tornado zero. No entanto, o sobressinal, que antes era 10, 18% agora é 15, 5%. Aĺemdisso, o tempo de regime permanente pelo critério 5%, que antes era 0,1084 s, agora é 0,1285 s.Ou seja, a ação de controle integral removeu o erro de regime permanente, mas tornou o sistemamais lento e menos amortecido (maior sobressinal).

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    4 Controle Integral   11

    0 0.02 0.04 0.06 0.08 0.1 0.12 0.14 0.16 0.180

    2

    4

    6

    8

    10

    tempo − [s]

     e n t r a  d a 

      d e  c o n t r o  l e  u  ( t  )

    0 0.02 0.04 0.06 0.08 0.1 0.12 0.14 0.16 0.180

    0.2

    0.4

    0.6

    0.8

    1

    X: 0.08218

    Y: 1.155

    tempo − [s]

     s a  i  d a 

      d o  s

      i s t e m a  y  ( t  )

    X: 0.1939

    Y: 0.9996

    X: 0.1285

    Y: 1.048

    Fig. 4: Resposta do sistema determinada pelo controle PID.