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Essa palavra glicídio apresenta outras substâncias que muitas vezes são descritas como sinônimos, embora, na realidade, o termo glicídio é muito mais amplo do que essas outras expressões que eu vou colocar também aqui agora, de forma que vamos procurar adotar a expressão glicídio como também, eventualmente, nós vamos identifica-los como carboidratos. Se a gente inverter aqui, carboidrato vira hidratos de carbono. Podemos chama-los também de, alguns vulgarmente, açúcares ou pentoses. Todas essas palavras irão servir como chave para vocês poderem pesquisar algo em relação a essa nossa discussão. Quando a gente faz uma comparação entre o organismo humano e a natureza de um modo geral, observamos que os carboidratos do nosso organismo compreendem em torno de 1% , enquanto que as substância orgânicas, espalhadas na crosta terrestre, os carboidratos são os encontrados em maior quantidade, mas embora eles possam ser encontrados em nosso organismo numa fração pequena, eles tem uma importância significativa e é isso que eu vou procurar mostrar para vocês hoje e que eu vou explorar fundamentalmente o termo glicídios: estrutura e propriedades. Quando eu mencionei para vocês aqui que os glicídio ocupam cerca de 1% da nossa massa corporal, vamos lembrar que quando fazemos uma referência para estudar o organismo do ponto de vista biológico, nós sempre consideramos o homem adulto, pesando 70 kg, como sendo o referencial. E desses 70 kg, nós temos 60% de água, que dá 42 l. tirando 42 kg, nós temos, então, 28 kg de massa orgânica e mineral. E desse conjunto todo, os glicídios estão ocupando um pedacinho muito pequeno. Para a gente tomar aqui como referência inicial, vamos adotar como glicídio padrão a glicose. E essa palavra glicose, se observada pelo sufixo –ose, é uma característica de todos os glicídios. Mesmo que você nunca tenha ouvido falar sobre uma determinada substância, mas você estiver atento ao som, e ela terminar em -ose, será um glicídio. Os mais conhecidos, que todo mundo aqui já ouviu falar, sacarose frutose, galactose, mas quando você começa a falar de outros como raminose, aí já fica um pouquinho mais complicado. O número significativo de glicídios tem sabor adocicado, mas isso não é uma característica geral, comum, de todos. Então a

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Essa palavra glicídio apresenta outras substâncias que muitas vezes são descritas como sinônimos, embora, na realidade, o termo glicídio é muito mais amplo do que essas outras expressões que eu vou colocar também aqui agora, de forma que vamos procurar adotar a expressão glicídio como também, eventualmente, nós vamos identifica-los como carboidratos. Se a gente inverter aqui, carboidrato vira hidratos de carbono. Podemos chama-los também de, alguns vulgarmente, açúcares ou pentoses. Todas essas palavras irão servir como chave para vocês poderem pesquisar algo em relação a essa nossa discussão.

Quando a gente faz uma comparação entre o organismo humano e a natureza de um modo geral, observamos que os carboidratos do nosso organismo compreendem em torno de 1% , enquanto que as substância orgânicas, espalhadas na crosta terrestre, os carboidratos são os encontrados em maior quantidade, mas embora eles possam ser encontrados em nosso organismo numa fração pequena, eles tem uma importância significativa e é isso que eu vou procurar mostrar para vocês hoje e que eu vou explorar fundamentalmente o termo glicídios: estrutura e propriedades.

Quando eu mencionei para vocês aqui que os glicídio ocupam cerca de 1% da nossa massa corporal, vamos lembrar que quando fazemos uma referência para estudar o organismo do ponto de vista biológico, nós sempre consideramos o homem adulto, pesando 70 kg, como sendo o referencial. E desses 70 kg, nós temos 60% de água, que dá 42 l. tirando 42 kg, nós temos, então, 28 kg de massa orgânica e mineral. E desse conjunto todo, os glicídios estão ocupando um pedacinho muito pequeno.

Para a gente tomar aqui como referência inicial, vamos adotar como glicídio padrão a glicose. E essa palavra glicose, se observada pelo sufixo –ose, é uma característica de todos os glicídios. Mesmo que você nunca tenha ouvido falar sobre uma determinada substância, mas você estiver atento ao som, e ela terminar em -ose, será um glicídio. Os mais conhecidos, que todo mundo aqui já ouviu falar, sacarose frutose, galactose, mas quando você começa a falar de outros como raminose, aí já fica um pouquinho mais complicado.

O número significativo de glicídios tem sabor adocicado, mas isso não é uma característica geral, comum, de todos. Então a expressão açúcar é uma expressão muito popular que muitas vezes quando o médico utiliza essa expressão, principalmente quando ele está se comunicando com um paciente e que as vezes não tendo conhecimento básico e precisa haver essa comunicação médico-paciente, pra você se fazer entender ao paciente, você precisa utilizar um vocabulário básico. Imagine você conversando com um paciente pouco letrado, tendo que explicar a ele a necessidade de fazer uma restrição a certos alimentos em função de algumas doenças, suponhamos que ele seja diabético, aí você diz a ele:

- Olha seu fulano, o senhor tem que fazer uma restrição de glicídios.

Ele vai, simplesmente, olhar pra você e se perguntar: “ O que ele está falando”. Agora quando você desce um pouquinho e fala:

- vamos evitar de comer o excedente de açúcares.

Então você está sabendo que açúcares fazem parte dos nossos glicídios, embora nem todo glicídio seja de sabor adocicado. Por isso que a gente n vai usar a expressão açúcar como

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sendo a principal. A expressão carboidrato talvez seja a mais comum ultimamente, em função exatamente dessa questão da obesidade que a gente está sempre tomando conhecimento. Uma grande preocupação da medicina atual, da saúde pública, é a obesidade, fazendo com que você deva restringir o excesso de alimentos que contenham muito glicídio, muito carboidrato. Essa palavra então ganhou o termo e se a gente observar bem, carboidrato vem do inglês, traduzido para o português que seria um hidrato de carbono. Que a gente poderia pensar em termos mais claros. O hidrato de carbono que seria um carbono hidratado. Então nós vamos analisar daqui pra frente a estrutura desses compostos e quando analisamos os mais simples, que nós vamos chamar de monossacarídeos, e como todos em geral, glicídios, tem uma composição elementar de carbono, oxigênio e hidrogênio. Esses átomos de carbono, hidrogênio e oxigênio, combinam-se numa estrutura molecular que os mais simples tem uma regra, e que é uma proporção para que o número de átomos de carbono, para o número de átomos de hidrogênio e oxigênio na forma de átomo. Então entre os glicídios mais simples, nós podemos representa-los através daquela fórmula simples: Cn(H2O)n. Então, essas condições observadas na realidade seriam carbonos hidratados. Então como eu me referi, os mais simples tem essa característica, mas nem todos os glicídios obedecem integralmente. Por isso é que iremos utilizar a expressão glicídio, porque ela abrange todas essas categorias e faz com que a gente possa entender gradativamente.

Esses glicídios, eu tenho certeza que a maioria de vocês identifica, é o famoso C6H12O6. Então se você observar aqui, C6(H2O)6. Nós tomaremos como referência a molécula da glicose. Eu vou explorar fundamentalmente com vocês as propriedades glicídicas a partir a molécula da glicose, porque esse monossacarídeo é o que é o majoritário no nosso LEC. Quando nós identificamos que os glicídios ocupam em torno de 1% da massa total, nós temos alguns que são encontrados na forma livre e outros que são encontrados na forma de depósitos, intermediariamente nós temos vários compostos glicídicos que vão sendo apresentados vocês gradativamente.

E a glicose então representa, dentro de todos, o mais significativo, porque toda hora o médico está tendo necessidade de ter conhecimento a respeito da glicemia do paciente. Glicemia significa nível de glicose no sangue. E para vocês já começarem a ter uma noção sobre isso, quando avaliamos um exame de sangue glicêmico, o padrão é em jejum, preferentemente de 12 horas, que após esse período você tem uma amostra de sangue retirado que é feito uma análise laboratorial. E que a gente considera então como mais específico, ela tem como resultado padrão entre 60-100 mg%. Se você considerar o LEC e nesse LEc o seu sangue, nós temos uma quantidade de jejum em torno desse valore de 60-100. E a glicose se eu perguntasse a vocês aqui qual é a propriedade mais conhecida dela, como a propriedade mais conhecida de todos os glicídios, eu tenho certeza que vocês iriam responder a função energética. E as nossas células adoram glicose. A todo instante, mesmo que nosso organismo esteja em estado vegetativo, funcionando apenas no ponto morto, as células estão continuamente retirando glicose da corrente sanguínea. E mesmo que você n forneça alimentos glicídicos para substituir o que vai sendo consumido, o organismo dá um jeito de sintetizar glicose a partir de outras substâncias que não são carboidratos.

Veja a importância que a glicose tem pra nós:

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- Eu vou parar de comer carboidrato porque ele está fazendo com que eu engorde

Aí resolve fazer uma dessas dietas alopradas que tem por aí, sem qualquer consulta prévia. Você vai continuar sobrevivendo, como se você estivesse ficado de repente alguns dias em jejum e desde que hidratado e protegido o corpo manteria o padrão de 60-100mg%. Veja a importância que a glicose tem, porque juntamente com a glicose nós temos outros combustíveis, se é que a gente pode chama-los assim. Lipídios servem como combustível e proteínas também servem como combustível celular.

A glicose a fonte energética preferencial, é como se o nosso organismo, fazendo uma comparação grosseira, funcionasse como um motor do tipo flex, que você pode eventualmente usar álcool ou gasolina, pode colocar gás, então o organismo tem essa opção. Se você n tem um determinado combustível, usa outro, mas a preferência recai sobre a glicose e isso se deve a uma característica da sua estrutura, da sua solubilidade.

Então, a todo o instante as nossas células estão retirando glicose da circulação e uma vez q a glicose é captada por essas células, ela automaticamente perde a sua identidade, ela deixou de ser, naquele momento, o C6H12O6 e passa a ser transformada em outros glicídios. Dependendo das circunstâncias, esses glicídios poderão variar muito em termos metabólicos. Então suponhamos que eu esteja em jejum e em atividade, então célula precisa da glicose para servir como combustível. Então naquele momento, aquela glicose que foi captada pela célula, (a glicose vai ser usada preferencialmente para gerar energia) será transformada em CO2 + H2O e vai liberar energia para nós, em um processo de oxidação. A gente tem vários intermediários aqui, entre glicose CO2 e H2O a gente tem pelo menos uns 18 intermediários (que serão estudados no decorrer do curso em metabolismo). Quando eu tenho ao contrário de um jejum e de uma atividade, me dando ao luxo de consumir alimentos e ficar em repouso, admitamos que a necessidade de gerar energia para o trabalho muscular é menor, então aquele excedente de glicose pode ser transformado em outras substâncias, em reservas de glicídios, em reservas de lipídios. Basta que para você parar de engordar, basta você parar de comer o excedente de carboidrato. Porque o excedente de carboidrato ao ser ingerido n fica circulando no sangue, ele é transferido para as células e ao ser transferido ele vai sofrendo modificações, porque em condições fisiológicas, na manutenção da homeostasia, manutenção do equilíbrio, a minha glicemia situa-se entre 60-100mg%, de forma que continuamente glicose está sendo retirada para esse compartimento e quando ela é retirada, ela perde a sua identidade, vai sendo transformada em outros constituintes. Então se nós fossemos analisar o teor de glicose do LIC, o teor de glicose no LIC, às vezes, vai de 0-20mg%. Por exemplo uma célula muscular em plena atividade, o teor de glicose é 0, porque não dá tem pode o organismo manter o teor de glicose na sua forma pura, ela está sendo consumida. Então quando a gente fala em valores percentuais, comparados a uma massa maior, mas existe uma distribuição, fazendo com que os nossos glicídios ocupem compartimentos variado. E no interior das células, a medida que a célula capta, não só a glicose, mas capta também outros glicídios provenientes da dieta, esses glicídios não ficam mais na sua forma simples, eles passam a ficar fosforilados. A célula introduz, através de reações enzimáticas, introduz na molécula do glicídio, um grupamento fosfato. Quando se analisa os derivados da glicose dentro da célula, você n tem mais glicose, você pode ter por exemplo glicose-6-fosfato, glicose-1-fosfato, que indica que aquela molécula original foi transformada em um derivado

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fosforilado. Então se você tem a incorporação de um fosfato a uma molécula orgânica, você tem a transformação, você tem a glicose e a glicose-6-fosfato.

Então essa vai ser o nosso estudo daqui por diante, hoje eu quero que vocês fiquem familiarizados com os açucares mais simples e sejam capazes de relacionar a estrutura desses glicídios mais simples com a sua função. Porque quando nós estudamos bioquímica, o mais importante é estabelecer a relação estrutura-função. Porque se você identifica uma estrutura, você automaticamente atribui àquela função, é como se você visse alguém uniformizado, então conforme o tipo de uniforme, você já sabe qual é a função que ele exerce na sociedade. Então gradativamente nós vamos poder construir nosso conhecimento pra gente poder ter uma ideia de como nosso organismo funciona em termos moleculares. E se você gradativamente for entendendo como funcionamos molecularmente, eu tenho certeza que vocês terão conhecimento muito mais significativo dentro da fisiologia e outras disciplinas que vão depender da nossa disciplina. Então quando nós falamos aqui em termos de propriedade, que foi citada a propriedade energética, mas nós temos uma outra característica também dos glicídios que vem sendo explorada mais nos últimos tempos, que é uma função que os glicídios tem nas células que permitem o reconhecimento celular. E como esses glicídios geralmente não ficam presentes na sua forma livre, eles estão sempre ligados a outras moléculas, podemos tomar conhecimento do chamados glicídios conjugados. Uma molécula de um glicídio que está ligado a uma proteína, ou uma molécula de glicídio que está ligado a um lipídio, aí nós chamamos de uma glicoproteína, um glicolipídio e glicoproteínas e glicolipídios são muito frequentes nas membranas celular, e a presença de glicídios nesse conjunto faz com que esse componente seja o componente de identificação de uma determinada célula.

Vou dar um exemplo aqui para vocês: suponhamos que essa célula que está aqui seja uma hemácia, ou seja, um eritrócito, um glóbulo vermelho (essa hemácia dura cerca de 120 dias, estamos sempre renovando as nossas hemácias). Então se pegarmos uma amostra de sangue, teremos hemácias com um dia, com 10 e com 120 já estão indo para a destruição. Ai fica aquela pergunta: como que o organismo sabe que uma hemácia depois de 120 dias, ou em torno disso, deve ser destruída? Na membrana da hemácia, a gente tem entre várias outras substâncias uma glicoproteína. Essa glicoproteína tem uma revestimento, uma substância na sua superfície, que é o ácido siálico. Se a gente fosse observar a estrutura da glicoproteína, ela tem na face mais externa a presença de um ácido siálico. E a medida que a hemácia vai ficando velha, ela perde esse ácido siálico e expõe na glicoproteína um glicídio chamado galactose. Houve uma mudança, e essa mudança sutil é que é o fator de identificação. As células do baço, que são as que fazem posteriormente a destruição da hemácia, elas reconhecem a hemácia através da presença da glicoproteína da galactose. Todos vocês aqui conhecem os fatores do sangue né? A,B, AB e O. o que torna o sangue A diferente do B também é na membrana da célula um carboidrato, muito sutil, o sangue (duas palavras q n dá pra entender) tem uma unidade do A com a outra derivada dela e a própria vida, pelo menos como a gente entende a manifestação da essência na forma da existência é se eu representasse aqui um óvulo que está prestes a ser fecundado, pra se transformar em um ovo. O espermatozoide tem que ser identificado pelo óvulo para penetrar e nesse local de afinidade e penetração, o espermatozoide reconhece um glicídio que a gente chama de oligogolosídio.

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A natureza foi muito sabia conosco, a gente está brincando aqui, mas no nosso leite, qualquer leite, tem um sabor adocicado. Porque no leite nós temos glicídios que tem essa característica adocicada. Vocês já imaginaram se ao invés do leite ser doce fosse azedo ou amargo nenhum de nós estaria aqui, porque o primeiro bebê que fosse ser amamentado, mesmo com fome, pegasse uma comida horrorosa, ele iria cuspir e não iria sobreviver. Mas a natureza tem essas características.

Então vamos procurar, inicialmente, ver o significado que os glicídios tem com relação aos organismos. Não é puramente uma questão energética, como a maioria poderia atribuir. Os glicídios têm funções, às vezes muito mais nobres, do que ser combustível para uma fogueira. Eles desempenham um papel estratégico, permitindo que através de sua presença em certas estruturas celulares eles possam servir de reconhecimento, e quando ocorre alguma falha nisso tudo, nós temos uma série de alterações que poderiam comprometer seriamente a nossa existência.

Depois o propósito é que a gente vá analisar a bioquímica, procurando ver na natureza fenômenos de grande interesse médico, biológico e que estão intimamente relacionados com essas características bioquímicas.

Então vamos mudar agora um pouquinho e conhecer mais especificamente a glicose e outros glicídios. Então vamos adotar como subtítulo uma classificação, classificação dos glicídios e nessa classificação eu vou começar a explorar com vocês a parte estrutural e relacionar estrutura a função. Essa classificação normalmente é em relação ao tamanho da molécula e a gente pode classificar uma molécula de diversas formas. você pode classificar quanto a espessura, cor enfim.

Essa classificação que nós vamos adotar, é uma classificação com relação especialmente ao tamanho da molécula e que através dessa característica ela abrange uma série de propriedades e os glicídios mais simples que encontramos na natureza, são chamados de monossacarídeos.

Hoje nós só vamos discutir os monossacarídeos, as outras substâncias que se enquadram nas outras classificações irão ficar para a semana que vem, tem muita coisa para se analisar em monossacarídeos.

E vamos então entender que monossacarídeo é um glicídio que apresenta de 3 a 7 átomos de carbono, não temos glicídio com um número menos que 3 e os glicídios que tem um número de carbono maior que 7 já não são mais chamados de monossacarídeos. Então, dentro daquela nossa identificação básica, em que o glicídios tem a composição carbono, oxigênio e hidrogênio, vamos colocar aqui em evidência um monossacarídeo que tenha 6 átomos de carbono, então o q está faltando nessa molécula? Hidrogênios e oxigênios. Aqui vocês vão ser apresentados para a forma estrutural linear da glicose. Vejam bem, eu não quero que vocês decorem estrutura molecular, é interessante que vocês sejam capazes de reconhecer a molécula, mas não ter a preocupação de decorar a posição de radicais dentro do conjunto.

Dentro da proporção dos átomos de carbono, oxigênio e hidrogênio, nós temos ali C6H12O6 e nesse caso os átomos de O e H estão em maioria na forma de uma hidroxila e na extremidade

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dessa molécula, nós temos um carbonila. Então quem tem um conhecimento mínimo de química orgânica identificam na molécula de glicose algumas funções orgânicas. Função álcool e a função aldeídica. E quando analisamos os demais monossacarídeos com 3, 4, 5, 7 átomos de C, nós vamos observar a mesma semelhança. Uma sequência de átomos de C ligados pelo intermédio de ligações covalentes e hidroxila e uma carbonila. E já que os aldeídos tem um isômero que são as cetonas, o mesmo composto aldeídico, na natureza pode ser encontrada em forma de um isômero cetônico. Então se eu projetar aqui a mesma sequência de átomos de C e coloca ruma distribuição dos radicais semelhantemente, eu continuarei tendo o C6H12O6. A primeira conclusão a que você vai chegar é a seguinte: quando eu me refiro simplesmente a C6H12O6, eu não estou dizendo muita coisa, estou dizendo que a substância possivelmente se trata de um monossacarídeo. Mas o C6H12O6 tem uma série de isômeros, não só isômeros funcionais, mas também isomeria de posição. Quando a gente troca a posição de uma hidroxila de um lado para o outro, o composto continua sendo um C6H12O6, só que ele mudaria completamente as suas propriedade, ele tem uma outra propriedade, então, vejamos bem, vamos colocar aqui um outro exemplo: aqui eu tenho a glicose, observem que a glicose tem uma característica que nesse carbono a hidroxila está para esse lado e nesse outro composto, esse mesmo carbono a hidroxila está para cá, continua sendo C6H12O6. Aqui eu tenho a galactose e aqui eu tenho a glicose. Todos são glicídios. Então, a quantidade de glicídios na natureza é grande por isso, porque ela exibe para o mesmo conjunto de átomos na mesma proporção uma distribuição espacial diferente, mas as nossas células tem a capacidade de identificar cada um especificamente.

É como se fosse nessa canetinha que eu estou segurando aqui, ela tem o código de barras, quando você compra ela passa na maquininha e você tem a identificação do produto. O nosso organismo em certas proporções faz a mesma coisa, quando as células captam essas substâncias do LEC, cada uma delas será identificada especificamente. Então aí a gente pode identificar que se eu tiver uma deficiência de alguma enzima, aquela substância não seria conhecida e se ela não é conhecida pode ficar em excesso. Então a gente tem muitas doenças que chamamos de erros inatos do metabolismo, são doenças de natureza genética e que herdamos genes de algum antepassado que fazem que nós possamos ter um comportamento fisiológico bioquímico diferente dos demais. Mais adiante vocês tomarão conhecimento de uma doença chamada galactosemia, é uma enfermidade que acomete um certo número de pessoas e essa doença se caracteriza por uma falha do organismo no reconhecimento da galactose.

Olha o nome da doença, galactosemia, mesmo que você nunca tenha ouvido falar essa expressão, se você prestou atenção no que é uma glicemia, saberá o que significa uma galactosemia. E a galactosemia ocorre quando o indivíduo ingere e galactose e a célula não tendo a capacidade de utilizá-la, essa galactose fica como um excedente no sangue e nós temos uma série de desdobramentos e vocês observem que a diferença estrutural entre galactose glicose é mínima, mas o suficiente pare que o organismo tenha capacidade de discriminar uma em relação a outra.

Então se vocês olharem para essa três estruturas que tem aqui, poderíamos a partir dessas característica definir quimicamente o que é um monossacarideo, sem decorar, isso é que eu quero que vocês façam, tenham capacidade de abrir um a página do livro e de repente eu

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nunca ví isso aqui em minha vida, mas eu estou observando que aquela estrutura, ela tem características comuns e deve ser um monossacarídeo. Como é que a gente vai definir aqui quimicamente um monossacarídeo? São polihidroxialdeídos ou poli-hidroxicetonas. Isos é que é exatamente um monossacarídeo. Vejam bem, se vocês tiverem um composto que tenha entre 3 e 7 moléculas de carbono e os carbonos terem a presença de hidroxilas em quantidades significativas e um carbono aldeídico ou um carbono cetônico, isso faz com que ele seja um monossacarídeo. Então nós podemos, de acordo com essa característica, começar a fazer uma classificação mais detalhada.

Quando os monossacarídeos tem 3 átomos de C, eles são denominado trioses, se ele tem 4, uma tetrose, se é com 5 uma pentose, com 6 um hexose e com 7 uma heptose. Então nesse caso a frutose, glicose e galactose enquadram em qual categoria? Hexose. Mas a gente tem diferenças, a galactose a glicose, são do mesmo tipo, diferentemente da frutose. Então as –oses que são aldeídicas, a gente chama de aldoses e o monossacarídeo cetônico, nós chamamos de uma cetose.

Na medida em que nós formos avançando em nosso curso, vocês vão ver a capacidade que nossas células têm de fazer transformações de um monossacarídeo em outro. Então, basta que eu tenha glicose no meu sangue para que todos os demais sejam formados. No início da sala eu falei:

- A glicose está sendo continuamente consumida pelas células, o sangue é um verdadeiro reservatório de glicose. A glicose chega ao sangue através da alimentação , como também, se eu não me alimento com glicídio, o organismo vai arranjar um jeito de sintetizá-la, mas sempre tem um jeito, numa pessoa viva, obrigatoriamente da presença da glicose no sangue, isso é característica da vida.

E a medida que aquela glicose foi captada pela célula, ela perdeu sua identidade, ela deixou de ser glicose e ela pode ser então transformada, não só em outra hexoses, mas ela também será transformada em heptose, pentose triose e tetrose. Um exemplo de pentose que todos vocês conhecem, a ribose, que é um monossacarídeo presente em qual macromolécula da nossa célula? No ácido ribonucleico. No dna, a ribose é a deoxirribose. Essa deoxirribose tem uma hidroxila a menos que a ribose, ai você observa a molécula da ribose enquandra exatamente dentro daquela fórmula: Cn(H2O)n. Agora a deoxirrribose não. Então nós temos variações.

O isômero cetônico da ribose é a ribulose e se a gente for completar todo esse conjunto aqui, são substâncias que se enquadram como derivadas da glicose, quando eu escrevi no início: glicose foi oxidada em CO2+H2O, lembramos que para chegar até aqui existem vários intermediários que então aqui, sempre com a denominação –ose, algumas exceções. Então a triose aldeídica é o gliceraldeído. Esse aqui n termina em - ose e a cetose correspondente é a diidroxicetona . de heptose nós só temos a heptulose no organismo, nós n temos isômeros aldeídicos da heptulose. O exemplo da tetrose é a eritrose aldeídica e a eritrulose cetônica, citando alguns exemplos para vocês se familiarizarem.

A medida que nós fomos avançando nosso conhecimento, nós vamos analisar a capacidade que a célula tem de fazer Inter conversões entre si, especialmente Inter conversões entre as hexoses. Uma curiosidade: essa frutose tem esse nome porque é o monossacarídeo

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majoritário das frutas e a frutose é um monossacarídeo que é muito bem tolerado pelo nosso organismo, ao contrário da glicose, a curiosidade vem aqui, nós vamos estudar isso detalhadamente, mas quando eu disse que a glicose é captada pela célula, na maioria das células há a necessidade de um hormônio chamado insulina, que facilita o processo de captação, na maioria das células e a frutose n. ela é captada pela célula, mesmo que não haja insulina presente, ela é bem tolerada.

Então isso visto sobre certo ângulo, pode ter vários desdobramento. Quem de vocês nunca ouviu falar que fruto é bom para um paciente diabético. Essa informação quando analisada sobre um certo aspecto, porque que seria bom para um diabético? Porque a assimilação da frutose independe de insulina, mas vamos analisar o outro lado da moeda, em que a pessoa às vezes: dr. Fulano falou que a frutose pode ser utilizada pelo diabético, aí o outro vai dizendo, o dr. fulado falou pro outro que pode comer frutose a vontade. O conhecimento já vai sendo desdobrado. Então, eu conheço vários diabéticos que usam essa informação desse modo. Mas quando você ingere a frutose, o seu próprio intestino e o fígado, antes da frutose alcançar a circulação sistêmica, ainda em fase de absorção, se você comesse um docinho de frutose para diabético, se você comer um, mas se começar a comer logo 10, a frutose que você acabou de ingerir é parte transformada em glicose, porque existe Inter conversão. São isômeros e substâncias que são convertidas através de enzimas. Então na verdade, entre todos esses aqui há uma grande convergência para a glicose.

Agora vamos olhar a molécula de glicose sobre um outro aspecto, não apenas de uma estrutura constituída de carbono e radicais hidroxi, vamos pensar em solubilidade. Os glicídios são solúveis em água, então se a molécula da glicose altamente hidrossolúvel, tem muitos grupamento hidroxila e é pequena. Vamos relacionar tamanho de molécula e características de solubilidade para a captação celular, então sabemos que a glicose está constantemente transferida do compartimento sanguíneo para a célula. Como será que a glicose é transportada? Será que é por difusão simples? Facilitada? Por transporte ativo ? Mas pelo menos vamos ficar com duas possibilidades: difusão simples ou transporte especializado. É uma molécula pequena, mas essa absorção tem um fator importantíssimo, que é a solubilidade e a membrana da célula é majoritariamente constituída de fosfolipídios e proteínas. A parte lipídica é hidrofóbica. No LEC existe a glicose altamente hidrofílica que e pretende ultrapassar uma barreira altamente hidrofóbica, então somente através dessa característica já se pode saber que a glicose não sofre difusão simples. Porque a característica da difusão simples é a molécula ir a favor do gradiente de concentração a partir da solubilização da membrana.

Na membrana da célula, nós temos moléculas que são capazes de identificar a molécula da glicose, mas essa é a visão que eu quero que vocês tenham, de ao olhar para uma molécula, procurar tirar informações básicas que fazem que você tenha um entendimento maior que é importante para você profissionalmente. Então veja como a natureza foi sábia quando instituiu que o principal combustível celular é captado pela maquininha por transporte terceirizado. Imagine se a glicose fosse transportada por difusão simples, ela passaria continuamente para cá sem necessidade e se ela fosse captada sem necessidade a célula ficaria com uma quantidade soluto muito grande, incharia e sofreria uma lise. E no extracelular iria faltar glicose.

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Então eu posso ficar em jejum absoluto ou ficar dias sem comer e eu tenho o mínimo de glicose em torno de 60 e o organismo está desdobrando em fornecer o essencial para sobreviver. Se a glicose fosse transportada por difusão simples, estaríamos sempre com hipoglicemia, com necessidade de comer constantemente.

Então é com esse aspecto que eu quero que vocês vejam e dentro dessa identificação de monossacarídeos, além da definição clássica, o caráter de hidrossolubilidade é importantíssimo. Todos os monossacarídeos são hidrossolúveis e outra característica notável é que são hidrossolúveis mas não são hidrolisáveis em condições fisiológicas, a molécula não é hidrolisada.

Então quando analiso todos os glicídios, alguns são hidrolisáveis e outros não. A característica dos monossacarídeos é que eles não sejam hidrolisados. Isso é uma coisa óbvia, porque a glicose está presente majoritariamente na água do plasma. Então nosso organismo preserva as condições básicas para a nossa existência, quando as células são capazes de identificar determinados compostos, elas o fazem através das suas estruturas que são os modelos de reconhecimento. Então uma falha ou uma mudança em que pode resultar em uma outra substância ela deixa de ser reconhecida. Então além dessa estrutura, alguém poderia perguntar se essa é realmente a estrutura da glicose. Essa aqui é a mais fácil de trabalhar, a maior parte das nossas identificações é a partir de estruturas lineares como esta aqui, mas essas estruturas realmente representam o mínimo de como ela é realmente encontrada. 99 % da molécula de glicose são moléculas anelares.