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    COMPETÊNCIA

    Na justiça militar, a delimitação da jurisdição é denominada CircunscriçãoJudiciária.

    Existe JM no âmbito Federal e no âmbito Estadual.No âmbito federal: compete à JMF o julgamento dos crimes militares (previstos

    no CPM) praticados por integrantes das Forças Armadas ou por civis.No âmbito estadual: compete à JME o julgamento dos crimes militares (previstos

    no CPM) praticados por militares dos estados (policiais ou bombeiros).

    - Justiça Militar Federal: é dividida em 12 Circunscrições Judiciárias (o Estadode SP corresponde à 2ª CJ, possuindo 2 auditorias).

    É a Lei 8.457/92(art. 2º) - que organiza a JMF As auditorias são integradas por Conselhos de Justiça.

    De acordo com o art. 16 da Lei 8457/92, existem:a) Conselhos Permanentes de Justiçab) Conselhos Especiais de Justiça

    O Conselho Permanente de Justiça é constituído pelo Juiz-Auditor, por 1 oficialsuperior (que será o presidente) e 3 oficiais de posto até capitão-tenente (na Marinha)ou capitão (no Exército ou na Aeronáutica).

    Segundo o art. 24 da Lei 8.457/92, o Conselho Permanente de Justiçafuncionará durante 3 meses consecutivos (coincidindo com os trimestres do ano civil),podendo o prazo de sua jurisdição ser prorrogado nos casos previstos em lei.

    O sorteio dos juízes militares é feito pelo Juiz-Auditor, em audiência pública, queocorre entre os dias 5 e 10 do último mês do trimestre anterior, na presença do

    Procurador da Justiça Militar e do Diretor da Secretaria (art. 21 da Lei 8.457/92).O oficial que tiver integrado Conselho Permanente de Justiça num determinadotrimestre, não será sorteado para o trimestre imediato, salvo se não houver númerosuficiente de oficiais para sua constituição.

    Compete ao Conselho Permanente de Justiça: processar e julgar:- as praças (que são, por ordem de ascendência hierárquica: soldado /

    cabo / 3º sargento / 2º sargento / 1º sargento / subtenente),- as praças especiais (aspirante a oficial) e- os civis que cometam crimes militares

    O Conselho Especial de Justiça é constituído pelo Juiz-Auditor e 4 Juízes

    militares, sob a presidência, dentre estes, de 1 oficial-general ou oficial superior, deposto mais elevado que o dos demais juízes, ou de maior antigüidade, no caso deigualdade.

    O Conselho Especial de Justiça é constituído para cada processo e dissolvidoapós conclusão dos seus trabalhos (com o trânsito em julgado), reunindo-se,novamente, se sobrevier nulidade do processo ou do julgamento, ou caso sejadeterminada alguma diligência pela instância superior (art. 23 Lei 8457/92).

    O Conselho Especial de Justiça deve acompanhar toda a instrução criminal atéfinal julgamento. Caso um oficial integrante do Conselho Especial seja transferido paraoutro Estado, não poderá ser substituído, devendo ser convocado para cada sessão,

    sob pena de nulidade (a substituição somente ocorrerá se o oficial passar para areserva ou for reformado).

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    XVIII - instaurar procedimento administrativo quando tiver ciência deirregularidade praticada por servidor que lhe é subordinado;

    XIX - aplicar penas disciplinares aos servidores que lhe são subordinados;XX - dar posse, conceder licenças, férias e salário-família aos servidores da

     Auditoria;XXI - autorizar, na forma da lei, o pagamento de auxílio-funeral de magistrado e

    dos servidores lotados na Auditoria;XXII - distribuir alternadamente, entre si e o Juiz-Auditor Substituto e, quando

    houver, o Substituto de Auditor estável, os efeitos aforados na Auditoria, obedecida aordem de entrada;

    XXIII - cumprir as normas legais relativas às gestões administrativas, financeirae orçamentária e ao controle de material;

    XXIV - praticar os demais atos que lhe forem atribuídos em lei. Após o recebimento da denúncia, as decisões competem ao Conselho.O art. 28 da Lei 8457/92 arrola quais os atos que competem aos Conselhos:

    I - decretar a prisão preventiva de acusado, revogá-la ou restabelecê-la;II - conceder menagem e liberdade provisória, bem como revogá-las;III - decretar medidas preventivas e assecuratórias, nos processos pendentes

    de seu julgamento;IV - declarar a inimputabilidade de acusado nos termos da lei penal militar,

    quando constatada aquela condição no curso do processo, mediante exame pericial;V - decidir as questões de direito ou de fato suscitadas durante instrução

    criminal ou julgamento;VI - ouvir o representante do MP sobre as questões suscitadas durante as

    sessões;VII - conceder a suspensão cond. da pena, nos termos da lei;

    VIII - praticar os demais atos que lhe forem atribuídos em lei.Tanto o juiz-auditor como os juízes militares apreciam as matérias relativas àexistência ou não do delito, bem como a aplicação da pena.

    O peso do voto de cada juiz é o mesmo, e a decisão é tomada por maioria

    - Justiça Militar Estadual: na JME, diferentemente, além dos Conselhos,existem os juízes de direito, aos quais cabe julgar, singularmente, os crimes militarescometidos contra civis, bem como as ações judiciais contra atos disciplinares militares.Em tais casos, não será competente Conselho de Justiça. Já nos crimes militarescometidos contra militar, compete aos Conselhos de Justiça o julgamento, sob a

    presidência de um juiz de direito.Uma diferença importante existente entre a JMF e a JME é que a presidênciados Conselhos, na JME, cabe aos juízes de direito, enquanto na JMF, cabe aos juízesmilitares.

    PRISÃO PROVISÓRIA

     A execução de uma ordem de prisão de militar cabe a outro militar de posto ougraduação superior; ou, se igual graduação, mais antigo (art. 223 CPPM).

     Art. 226 CPPM: a prisão poderá ser efetuada em qualquer dia e a qualquer hora,respeitadas as garantias relativas à inviolabilidade do domicílio.

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     Art. 234, § 2º CPPM: o uso de armas para efetuar a prisão só se justifica quandoabsolutamente necessário para vencer a resistência ou proteger a incolumidade doexecutor da ordem de prisão ou a de auxiliar seu.

    DA PRISÃO EM FLAGRANTE

     As hipóteses legais de flagrante estão previstas no art. 244 do CPPM:a) flagrante próprio: art. 244, “a” e ”b” b) flagrante impróprio: art. 244 “c” c) flagrante ficto: art. 244 “d” 

    Nota de culpa: está prevista no art. 247. Dentro de 24 horas após a prisão, serádada ao preso nota de culpa assinada pela autoridade, com o motivo da prisão, onome do condutor e os das testemunhas.

    Prisão em lugar não sujeito à administração militar - Art. 250 CPPM: Quando aprisão em flagrante for efetuada em lugar não sujeito à administração militar, o autopoderá ser lavrado por autoridade civil, ou pela autoridade militar do lugar maispróximo daquele em que ocorrer a prisão.

    PRISÃO PREVENTIVA

    De acordo com o art. 254 do CPPM, a prisão preventiva pode ser decretada (emqualquer fase da investigação ou do processo), pelo juiz auditor ou pelo Conselho deJustiça, de ofício, a requerimento do MP ou mediante representação da autoridadeencarregada do IPM.

    Pressupostos: art. 254, “a” e “b” CPPM.a) prova do fato delituoso;

    b) indícios suficientes de autoria.Fundamentos: art. 255a) garantia da ordem pública;b) conveniência da instrução criminal;c) periculosidade do indiciado ou acusado;d) segurança da aplicação da lei penal militar;e) exigência da manutenção das normas ou princípios de hierarquia e disciplina

    militares, quando ficarem ameaçados ou atingidos com a liberdade do indiciado ouacusado.

    Fundamentação da decisão: art. 256 CPPM - O despacho que decretar ou

    denegar a prisão preventiva será sempre fundamentado; e, da mesma forma, o pedidopara sua decretação, que deverá preencher as condições previstas nas letras a e b  ,do art. 254.

    MENAGEM

    Origem: vem de homenagem.Consiste no direito que é concedido pelo juiz ao preso, mediante promessa ou

    palavra, para que possa permanecer solto, desde que preenchidos os requisitos legais.É instituto tipicamente militar, sendo concedido pelo juiz ao réu que está sendo

    acusado da prática de crime cujo máximo da pena não excede a 4 anos, devendo-seser considerados, no entanto, a natureza do crime e os antecedentes do acusado.É medida que evita o recolhimento provisório do acusado à prisão.Não se admite concessão de menagem:

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    a) nos crimes apenados com a suspensão do exercício do posto,graduação, cargo ou função ou reforma, uma vez que não ensejam a privação daliberdade;

    b) ao reincidente (art. 269 CPPM).O art. 264, § 1º CPPM: prevê que o MPM deve ser ouvido previamente, sobre a

    concessão da menagem, emitindo parecer dentro do prazo de 3 dias. Referido parecer,no entanto, não vincula a decisão do julgador.

     A menagem pode ser cumprida no lugar da sede do juízo, na residência domilitar, ou, atendido o posto ou a graduação, em quartel, navio, acampamento ou emestabelecimento ou sede de órgão militar.

    Também o civil pode ser beneficiado pela menagem, que será cumprida no lugarda sede do juízo, em sua residência ou em lugar sujeito à Administração militar, seassim o entender necessário o juiz.

    Tratando-se de menagem cumprida em lugar sujeito à administração militar, serásolicitada informação, a respeito da sua conveniência, à autoridade responsável pelorespectivo comando ou direção.

     Ao ser concedida, podem ser fixadas algumas condições, dentre elas:- o cumprimento em determinado local;- o comparecimento a todos os atos judiciais para os quais for intimado ou a que

    deva comparecer independentemente de intimação especial.O art. 265 do CPPM prevê que, ocorrendo o descumprimento das condições

    fixadas, haverá a cassação da menagem. Desta forma, a menagem será cassadaquando:

    a) o beneficiário se retirar do lugar estabelecido oub) faltar, sem causa justificada, a qualquer ato judicial para o qual tenha sido

    intimado ou a que deva comparecer independentemente de intimação especial.

    Por sua vez, o art. 267 do CPPM prevê que a menagem cessa com a sentençacondenatória, mesmo que não transitada em julgado.Também o juiz poderá ordenar a cessação da menagem, a qualquer tempo, com

    a liberação das obrigações dela decorrentes, desde que não a julgue mais necessáriaao interesse da Justiça.

    - Menagem do insubmisso (art. 266): O insubmisso (que é o civil que deixa deapresentar-se para a incorporação dentro do prazo que lhe foi marcado, ou, queapresentando-se, ausenta-se antes do ato oficial de incorporação) terá o quartel pormenagem, independentemente de decisão judicial, podendo, entretanto, ser cassadapela autoridade militar, por conveniência de disciplina. Assim, ao se apresentar, o

    insubmisso não poderá ser recolhido à prisão, mas sim ter o quartel por menagem, e,caso a autoridade militar entenda que não há condições de mantê-lo sob menagem,deverá comunicar ao juízo as razões, mas nunca recolhê-lo à prisão sob pena de crimede abuso de autoridade.

    - Contagem para a pena (art. 268): a menagem, quando concedida emresidência ou cidade, não será levada em conta no cumprimento da pena (para efeitode detração). Somente quando concedida em quartel, navio ou em outro localdelimitado pela autoridade judicial, é que será utilizada para efeito de detração empossível execução de pena, caso haja condenação.

    OBS: O STM entende não ser possível a concessão de menagem em relação ao crimede deserção, tipificado no art. 187 do CPM. Isso porque, diferentemente do que fez emrelação ao crime de insubmissão, o legislador determinou a imediata prisão dodesertor, fixando prazo para a prisão provisória, não tendo feito qualquer menção à

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    prisão sob menagem. Assim, não existe amparo legal para a concessão de menagemao preso por crime de deserção.

    PROCEDIMENTOS

    Existem dois procedimentos possíveis para os processos penais militares, emtempo de paz.

    a) procedimento especial: para os delitos de deserção e insubmissãob) procedimento ordinário: para os demais crimes

    Etapas do procedimento ordinário:

    1 – recebimento da denúncia pelo juiz auditor:  Ao receber a denúncia, o juiz auditor:- providenciará para que o Conselho Permanente de Justiça seja convocado (se

    o acusado for praça ou civil) ou seja realizado o sorteio dos membros do ConselhoEspecial de Justiça (se o acusado for oficial);

    - designará dia e hora para a instalação do Conselho de Justiça;- determinará a citação do acusado, para que compareça a todos os termos do

    processo, sob pena de revelia;- determinará a intimação do MPM;- determinará a intimação das testemunhas de acusação, bem como do

    ofendido, para que compareçam no dia que for designado.

    2 – citação do acusado:- se o réu for militar, em situação de atividade, será citado mediante requisição à

    autoridade sob cujo comando ou chefia estiver, a fim de que se apresente para ouvir aleitura do mandado e receber a contrafé (art. 280).- se o réu não for militar, e residir na mesma circunscrição do Juízo militar, será

    citado por oficial de justiça, ou por Carta Precatória, se residir em outra circunscrição.- se o réu estiver preso por ordem de outro juízo ou por motivo de outro processo

    será requisitado, por ofício, para que seja apresentado ao oficial de justiça no recintoda prisão.

    - se o réu for funcionário de repartição militar, para que a citação se realizardentro da repartição, deverá ser precedida de licença do seu diretor ou chefe, a quemse dirigirá o oficial de justiça, antes de cumprir o mandado.

    - se o réu estiver no exterior em lugar sabido, será citado por meio de cartacitatória, cuja remessa a autoridade judiciária solicitará ao Ministério das RelaçõesExteriores, para ser entregue ao citando, por intermédio de representante diplomáticoou consular do Brasil, ou preposto de qualquer deles, com jurisdição no lugar ondeaquele estiver.

    - o réu será citado por editala) quando estiver se ocultando ou opuser obstáculo para não ser citado;b) quando estiver asilado em lugar que goze de extraterritorialidade de país

    estrangeiro;c) quando não for encontrado;

    d) quando estiver em lugar incerto ou não sabido;e) quando incerta a pessoa que tiver de ser citada.Citado por edital, se o réu não comparecer, será declarado revel e o processo

    prosseguirá à revelia (não há, no CPPM, dispositivo semelhante ao art. 366 do CPP)

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    OBS: 1) As citações, intimações ou notificações serão sempre feitas de dia e coma antecedência de vinte e quatro horas, pelo menos, do ato a que se referirem (art.291).

    2) processo seguirá à revelia do acusado que, citado, intimado ou notificadopara qualquer ato do processo, deixar de comparecer sem motivo justificado (art. 292).Nesse caso será nomeado um curador ao réu revel, que se incumbirá de agir nadefesa do réu.

    3  –  instalação do Conselho e designação de data para audiência paraqualificação, interrogatório e inquirição de testemunhas:

    No dia marcado para a instalação do Conselho, o seu presidente prestará em vozalta, de pé, o seguinte compromisso: "Prometo apreciar com imparcial atenção os fatosque me forem submetidos e julgá-los de acordo com a lei e a prova dos autos."   (art.400). Esse compromisso será também prestado pelos demais juízes, sob a fórmula:"Assim o prometo."  

    Para o advogado será destinada mesa especial, no recinto, e, se houver mais deum, serão, ao lado da mesa, colocadas cadeiras para que todos possam assentar-se.

    Prestado o compromisso pelo Conselho de Justiça, o auditor poderá, desde logo,se presentes as partes e já citado o réu, designar lugar, dia e hora para a qualificação einterrogatório do acusado, que se efetuará pelo menos sete dias após a designação.

    O acusado preso assistirá a todos os termos do processo, inclusive ao sorteio doConselho de Justiça, quando Especial.

    4 – audiência de qualificação, interrogatório, tomada de declarações do ofendidoe inquirição de testemunhas:

    No lugar, dia e hora marcados para a qualificação e interrogatório do acusado,

    pelo escrivão serão lidos a denúncia e os nomes das testemunhas nela arroladas, comas respectivas identidades.O acusado poderá solicitar, antes do interrogatório ou para esclarecer qualquer

    pergunta dele constante, que lhe seja lido determinado depoimento, ou trechos dedepoimento prestado no inquérito, bem como as conclusões do relatório do seuencarregado.

    Havendo mais de um réu, serão interrogados separadamente, pela ordem deautuação no processo, não podendo um ouvir o interrogatório do outro.

    Durante o interrogatório o acusado ficará de pé, salvo se o seu estado de saúdenão o permitir (art. 406).

     Após o interrogatório e dentro em 48 hs., o acusado poderá opor as exceções desuspeição do juiz, procurador ou escrivão, de incompetência do juízo, de litispendênciaou de coisa julgada. Também o MPM, no mesmo prazo, poderá opor as mesmasexceções em relação ao juiz ou ao escrivão.

    Encerrado o interrogatório, serão tomadas as declarações do ofendido e, emseguida, serão inquiridas as testemunhas de acusação. Se forem várias testemunhas,todas ouvirão a leitura da denúncia, ao mesmo tempo, após o que as que não foremdepor em seguida se retirarão do recinto da sessão, a fim de que uma não possa ouviro depoimento da outra.

     As partes poderão requerer ou o auditor determinar que à testemunha seja lido

    depoimento seu prestado no inquérito, ou peça deste, a respeito da qual sejaesclarecedor o depoimento prestado na instrução criminal.Poderão ser ouvidas até seis testemunhas de acusação (por fato).

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     As testemunhas serão inquiridas pelo juiz auditor e, por intermédio deste, pelos juízes militares, MPM, assistente e advogados. Às testemunhas arroladas pelaacusação, a defesa formulará perguntas por último. Às testemunhas arroladas peladefesa, o MPM formulará perguntas por último.

     As testemunhas de defesa, também dentro do limite de 6, podem ser arroladasem até cinco dias após a oitiva das testemunhas de acusação, caso em que serádesignada nova data para a inquirição das mesmas, para qual serão tambémnotificados o MPM, o advogado e o réu, com pelo menos 3 dias de antecedência.

     As oitivas das testemunhas de acusação e de defesa devem ocorrer durante odia, das 7 às 18 horas, salvo prorrogação autorizada pelo Conselho de Justiça, pormotivo relevante, que constará da ata da sessão (art. 424).

    Não podem ser recusadas as perguntas das partes, salvo se ofensivas ouimpertinentes ou sem relação com o fato descrito na denúncia ou importarem repetiçãode outra pergunta já respondida. Nesse caso, as perguntas recusadas serãoconsignadas na ata da sessão, a requerimento de qualquer das partes, salvo seofensivas e sem relação com o fato descrito na denúncia.

    O Conselho poderá determinar a realização de acareações e o reconhecimentode pessoas e coisas

    5 – requerimento de diligências (art. 427): Após a inquirição da última testemunha de defesa, os autos irão conclusos ao

    auditor, que determinará vista em cartório às partes, por cinco dias, para requererem,se não o tiverem feito, o que for de direito.

    6 – determinação de diligências (art. 427) : O auditor poderá determinar de ofício as medidas que julgar convenientes ao

    processo, fixando os prazos necessários.7 – apresentação das alegações escritas (art. 428):

    Findo o prazo previsto no artigo 427 e se não tiver havido requerimento, o auditordeterminará ao escrivão abertura de vista dos autos para alegações escritas,sucessivamente, por 8 dias, ao representante do Ministério Público e ao advogado doacusado.

    Se houver assistente, constituído até o encerramento da instrução criminal, ser-lhe-á dada vista dos autos, se o requerer, por cinco dias, imediatamente após asalegações apresentadas pelo representante do Ministério Público.

    Caso haja mais de 5 réus, com diferentes defensores, o prazo da defesa será de12 dias, correndo em cartório e em comum para todos. O mesmo prazo terá orepresentante do Ministério Público.

    Oferecidas as alegações, o escrivão certificará, com a declaração do dia e hora, orecebimento das mesmas.

    De acordo com o art. 429, as alegações escritas deverão ser feitas em termosconvenientes ao decoro dos tribunais e à disciplina judiciária e sem ofensa à autoridadepública, às partes ou às demais pessoas que figuram no processo, sob pena de seremriscadas, de modo que não possam ser lidas, por determinação do presidente doConselho ou do auditor, as expressões que infrinjam aquelas normas.

    8  –  determinação de diligências para sanar nulidade ou suprir falta queprejudique o esclarecimento da verdade e designação de data para a sessão de julgamento (art. 430):

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    Findo o prazo concedido para as alegações escritas, o escrivão fará os autosconclusos ao auditor, que poderá ordenar diligência para sanar qualquer nulidade ousuprir falta prejudicial ao esclarecimento da verdade. Se achar o processo devidamentepreparado, designará dia e hora para o julgamento, cientes os demais juízes doConselho de Justiça e as partes, e requisição do acusado preso à autoridade que odetenha, a fim de ser apresentado.

    9 – Sessão de julgamento e sentença (art. 431):No dia e hora designados para o julgamento, reunido o Conselho de Justiça e

    presentes todos os seus juízes e o MPM, o presidente declarará aberta a sessão emandará apresentar o acusado.

    Se o acusado revel comparecer nessa ocasião, sem ter sido ainda qualificado einterrogado, proceder-se-á a estes atos, perguntando-lhe antes o auditor se temadvogado. Se declarar que não o tem, o auditor nomear-lhe-á um, cessando a funçãodo curador, que poderá, entretanto, ser nomeado advogado.

    Se o acusado, estando preso, deixar de ser apresentado na sessão de julgamento, o auditor providenciará quanto ao seu comparecimento à nova sessão quefor designada para aquele fim.

    O julgamento poderá ser adiado por uma só vez, no caso de falta decomparecimento de acusado solto. Na segunda falta, o julgamento será feito à revelia,com curador nomeado pelo presidente do Conselho.

     Ausente o advogado, será adiado o julgamento uma vez. Na segunda ausência,salvo motivo de força maior devidamente comprovado, será o advogado substituído poroutro.

    Se o estado de saúde do acusado não lhe permitir a permanência na sessão,durante todo o tempo em que durar o julgamento, este prosseguirá com a presença do

    defensor do acusado. Se o defensor se recusar a permanecer na sessão, a defesa seráfeita por outro, nomeado pelo presidente do Conselho de Justiça, desde que advogado.- Leitura de pecas do processo (art. 432): iniciada a sessão de julgamento, o

    presidente do Conselho de Justiça ordenará que o escrivão proceda à leitura dasseguintes peças do processo: a) a denúncia e seu aditamento, se houver; b) o examede corpo de delito e a conclusão de outros exames ou perícias fundamentais àconfiguração ou classificação do crime; c) o interrogatório do acusado; d) qualqueroutra peça dos autos, cuja leitura for proposta por algum dos juízes, ou requerida porqualquer das partes, sendo, neste caso, ordenada pelo presidente do Conselho deJustiça, se deferir o pedido.

    - Sustentação oral (art. 433): Terminada a leitura, o presidente do Conselho deJustiça dará a palavra, para sustentação das alegações escritas ou de outrasalegações, em primeiro lugar ao MPM, e, em seguida ao assistente ou seu procurador,se houver, e, finalmente, ao defensor ou defensores, pela ordem de autuação dosacusados que representam, salvo acordo manifestado entre eles.

    O tempo para a manifestação das partes é de, no máximo, três horas para cadauma.

    - Réplica e tréplica (art. 433 § 2º): O MPM e o defensor poderão, respectivamente,replicar e treplicar por tempo não excedente a uma hora, para cada um. O assistenteterá a metade do prazo concedido ao MPM.

    O advogado que tiver a seu cargo a defesa de mais de um acusado terá direito amais uma hora, além do tempo previsto no § 1º, se fizer a defesa de todos em conjunto,com alteração, neste caso, da ordem prevista no preâmbulo do artigo.

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    Se os acusados excederem a dez, cada advogado terá direito a uma hora para adefesa de cada um dos seus constituintes, pela ordem da respectiva autuação, se nãousar da faculdade prevista no parágrafo anterior. Não poderá, entretanto, exceder aseis horas o tempo total, que o presidente do Conselho de Justiça marcará, e oadvogado distribuirá, como entender, para a defesa de todos os seus constituintes.

    Durante os debates poderão ser dados apartes, desde que permitidos por quemesteja na tribuna, e não tumultuem a sessão.

    Concluídos os debates e decidida qualquer questão de ordem levantada pelaspartes, o Conselho de Justiça passará a deliberar em sessão secreta, podendoqualquer dos juízes militares pedir ao auditor esclarecimentos sobre questões de direitoque se relacionem com o fato sujeito a julgamento.

    O presidente do Conselho de Justiça convidará os juízes a se pronunciaremsobre as questões preliminares e o mérito da causa, votando em primeiro lugar oauditor; depois, os juízes militares, por ordem inversa de hierarquia, e finalmente opresidente.

    Quando, pela diversidade de votos, não se puder constituir maioria para aaplicação da pena, entender-se-á que o juiz que tiver votado por pena maior, ou maisgrave, terá virtualmente votado por pena imediatamente menor ou menos grave.

     A sessão de julgamento será permanente, podendo, porém, ser interrompida nafase pública por tempo razoável, para descanso ou alimentação dos juízes, auxiliaresda Justiça e partes. Na fase secreta não se interromperá por motivo estranho aoprocesso, salvo moléstia de algum dos juízes, caso em que será transferida para diadesignado na ocasião.

    O Conselho de Justiça poderá:a) dar ao fato definição jurídica diversa da que constar na denúncia, ainda que,

    em conseqüência, tenha de aplicar pena mais grave, desde que aquela definição haja

    sido formulada pelo Ministério Público em alegações escritas e a outra parte tenha tidoa oportunidade de respondê-la;b) proferir sentença condenatória por fato articulado na denúncia, não obstante

    haver o Ministério Público opinado pela absolvição, bem como reconhecer agravanteobjetiva, ainda que nenhuma tenha sido arguida.

     A sentença proferida deve conter:a) o nome do acusado e, conforme o caso, seu posto ou condição civil;b) a exposição sucinta da acusação e da defesa;c) a indicação dos motivos de fato e de direito em que se fundar a decisão;d) a indicação, de modo expresso, do artigo ou artigos de lei em que se acha

    incurso o acusado;e) a data e as assinaturas dos juízes do Conselho de Justiça, a começar pelopresidente e por ordem de hierarquia e declaração dos respectivos postos, encerrando-as o auditor.

     A sentença será redigida pelo auditor, ainda que discorde dos seus fundamentosou da sua conclusão, podendo, entretanto, justificar o seu voto, se vencido, no todo ouem parte, após a assinatura. O mesmo poderá fazer cada um dos juízes militares.

    Reaberta a sessão pública e proclamado o resultado do julgamento pelopresidente do Conselho de Justiça, o auditor expedirá mandado de prisão contra o réu,se este for condenado a pena privativa de liberdade, ou alvará de soltura, se absolvido.

    Se presente o réu, ser-lhe-á dada voz de prisão pelo presidente do Conselho deJustiça, no caso de condenação. A aplicação de pena não privativa de liberdade serácomunicada à autoridade competente, para os devidos efeitos.

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    Se a sentença ou decisão não for lida na sessão em que se proclamar oresultado do julgamento, sê-lo-á pelo auditor em pública audiência, dentro do prazo deoito dias, e dela ficarão, desde logo, intimados o representante do Ministério Público, oréu e seu defensor, se presentes.

    Hierarquia Militar

    O seguinte escalonamento hierárquico engloba as praças especiais: militares em processo de formação

    que se enquadram em graduações transitórias. O término do processo de formação resulta na inclusão do

    militar em um dos postos ou uma das graduações regulares da força.

    Marinha Exército Aeronáutica

    Almirante Marechal Marechal do Ar

    Almirante de Esquadra General de Exército Tenente-Brigadeiro do Ar

    Vice-Almirante General de Divisão Major-Brigadeiro do Ar

    Contra-Almirante General de Brigada Brigadeiro

    Capitão de Mar e Guerra Coronel Coronel

    Capitão de Fragata Tenente-coronel Tenente-coronel

    Capitão de Corveta Major Major

    Capitão-tenente Capitão Capitão

    1º Tenente 1º Tenente 1º Tenente

    2º Tenente 2º Tenente 2º Tenente

    Guarda-Marinha Aspirante-a-Oficial Aspirante-a-Oficial

    Aspirante (Escola Naval)  Cadete (AMAN, IME*) Cadete (AFA), Aluno (CFOE) eEstagiário (EAOF, EAOT) 

    Suboficial Subtenente Suboficial

    1º Sargento 1º Sargento 1º Sargento

    2º Sargento 2º Sargento 2º Sargento

    Aluno (Colégio Naval)  Aluno (EsPCEx)  Aluno (EPCAR) 

    3º Sargento 3º Sargento 3º Sargento

    Aluno (EFOMM)  Aluno (CPOR, NPOR)  Aluno (CPOR-ITA) 

    Cabo Cabo e Taifero-mor Cabo

    Aluno (C-FSG-MU-CFN) Aluno (CFS) Aluno (EEAR) 

    Marinheiro e Soldado Fuzileiro

     Naval

    Soldado (NB) e Taifeiro 1ª

    ClasseSoldado 1ª Classe

    Grumete (EAM, C-FCB e

    CAP), Aprendiz-marinheiro

    (EAM), Marinheiro Recruta e

    Recruta Fuzileiro Naval

    Soldado (EV) e Taifeiro 2ª

    ClasseSoldado 2ª Classe

    Observações e Glossário de Abreviações:

    http://pt.wikipedia.org/wiki/Escola_Naval_(Brasil)http://pt.wikipedia.org/wiki/Academia_Militar_das_Agulhas_Negrashttp://pt.wikipedia.org/wiki/Instituto_Militar_de_Engenhariahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Academia_da_For%C3%A7a_A%C3%A9rea_(Brasil)http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Est%C3%A1gio_de_Adapta%C3%A7%C3%A3o_de_Oficiais_Tempor%C3%A1rios&action=edit&redlink=1http://pt.wikipedia.org/wiki/Col%C3%A9gio_Navalhttp://pt.wikipedia.org/wiki/EsPCExhttp://pt.wikipedia.org/wiki/EPCARhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Escola_de_Forma%C3%A7%C3%A3o_de_Oficiais_da_Marinha_Mercantehttp://pt.wikipedia.org/wiki/Centro_de_Prepara%C3%A7%C3%A3o_de_Oficiais_da_Reservahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Centro_de_Prepara%C3%A7%C3%A3o_de_Oficiais_da_Reserva#NPORhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Instituto_Tecnol%C3%B3gico_de_Aeron%C3%A1utica#CPORhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Escola_de_Especialistas_de_Aeron%C3%A1uticahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Escolas_de_Aprendizes-Marinheiros_do_Brasilhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Escolas_de_Aprendizes-Marinheiros_do_Brasilhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Escolas_de_Aprendizes-Marinheiros_do_Brasilhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Escolas_de_Aprendizes-Marinheiros_do_Brasilhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Escola_de_Especialistas_de_Aeron%C3%A1uticahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Instituto_Tecnol%C3%B3gico_de_Aeron%C3%A1utica#CPORhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Centro_de_Prepara%C3%A7%C3%A3o_de_Oficiais_da_Reserva#NPORhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Centro_de_Prepara%C3%A7%C3%A3o_de_Oficiais_da_Reservahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Escola_de_Forma%C3%A7%C3%A3o_de_Oficiais_da_Marinha_Mercantehttp://pt.wikipedia.org/wiki/EPCARhttp://pt.wikipedia.org/wiki/EsPCExhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Col%C3%A9gio_Navalhttp://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Est%C3%A1gio_de_Adapta%C3%A7%C3%A3o_de_Oficiais_Tempor%C3%A1rios&action=edit&redlink=1http://pt.wikipedia.org/wiki/Academia_da_For%C3%A7a_A%C3%A9rea_(Brasil)http://pt.wikipedia.org/wiki/Instituto_Militar_de_Engenhariahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Academia_Militar_das_Agulhas_Negrashttp://pt.wikipedia.org/wiki/Escola_Naval_(Brasil)

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      Ordem estabelecida conforme o Estatuto dos Militares (Lei 6.880 de 9 de dezembro de 1980);

      Almirante, Marechal e Mareclhal do Ar são patentes que somente são preenchidas em caso de

    guerra.

      Guardas-marinha e Aspirantes-a-oficial são praças especiais que gozam de prerrogativas deoficiais subalternos e, com frequência, são considerados oficiais. Em verdade, ainda não possuem

    uma carta-patente, porém a maioria já concluiu o período de formação. Pode ser considerada,

    então, uma etapa probatória antes da ascensão ao primeiro posto;

      Os Aspirantes da Escola Naval e os Cadetes da AMAN (Academia Militar das Agulhas Negras) eda AFA (Academia da Força Aérea), bem como os Alunos do Colégio Naval, da EsPCEx (Escola

    Preparatória de Cadetes do Exército) e da EPCAR (Escola Prepatória de Cadetes do Ar), Alunos

    do IME (Instituto Militar de Engenharia) e Alunos da EEAR (Escola de Especialistas da

    Aeronáutica) tem hierarquias internas conforme o ano ou série escolar em que se encontram;

      CFOE (Curso de Formação de Oficiais Especialistas) e o EAOF (Estágio de Adaptação aoOficialato) são realizados no Centro de Instrução e Adestramento da Aeronáutica (CIAAR);

      EAOT (Estágio de Adaptação de Oficiais Temporários;

      EsPCEx (Escola Preparatória de Cadetes do Exército);

      EPCAR (Escola Preparatória de cadates do Ar);

      EFOMM (Escola de Formação de Oficiais da Marinha Mercante);

      CPOR (Centro de Preparação de Oficiais da Reserva);   NPOR (Núcleo de Preparação de Oficiais da Reserva);

      CPOR-ITA (Centro de Preparação de Oficiais da Reserva do Instituto Tecnológico de

    Aeronáutica);

      C-FSG-MU-CFN (Curso de Formação de Sargentos Músicos do Corpo de Fuzileiros Navais) é

    cursado no Centro de Instrução Almirante Sylvio de Camargo (CIASC);

      CFS (Curso de Formação de Sargentos de Carreira) é cursado em diversas escolas;

      EEAR (Escola de Especialistas da Aeronáutica);

      EAM (Escola de Aprendizes  –  Marinheiros do Brasil);

      C-FCB (Curso de Formação de Cabos do Corpo Auxiliar de Praças da Marinha) é cursado no

    CIAA (Centro de Instrução Almirante Alexandrino);

      CAP (Corpo Auxiliar de Praças);   NB - Núcleo Base (soldados engajados);

      EV - Efetivo Variável (soldados não engajados, em cumprimento do serviço militar obrigatório).