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Projeto de Capacitação e Educação em Diabetes
Integralidade, Integralidade, Educação Educação
Permanente e Permanente e HumanizaçãoHumanização
O modo de andar a vida de um sujeito não pode ser compreendido de forma dissociada do modo como a vida anda num determinado lugar, aonde ele vive. Mas cada sujeito apresenta singularidades, que se expressam no seu modo de andar a vida.
Ruben Mattos
Atenção integral e Integralidade
Princípio e sentidos (Ruben Araújo de Mattos)
O termo integralidade designa um dos princípios do SUS, o menos visível na trajetória do Sistema e de suas práticas, porque:
•Articula diversas dimensões ou lógicas das ações e dos serviços de saúde: promoção, proteção e recuperação, através de atividades preventivas e assistenciais
•Dissolve-se no cotidiano das ações historicamente
construídas de forma fragmentada
Além de princípio do SUS, a integralidade abre algumas discussões e constrói alguns sentidos...
1. Como prática de atenção e cuidado:– confronta o reducionismo biológico
– discussão das noções de sofrimento e risco X chance de vida (conceito ampliado de saúde)
– defesa da autonomia, da alteridade e do exercício da cidadania, tanto dos usuários quanto dos profissionais
– recusa ao reducionismo e às práticas instituídas
– equipe de saúde - prática multiprofissional
– busca compreender o conjunto de necessidades de ações e
serviços de saúde que um sujeito apresenta
2. como organização da Gestão e dos Processos de Trabalho em Saúde
dos programas verticais aos programas horizontais
das estruturas dicotomizadas às integradoras
do modelo “hospitalocêntrico”ao centrado no usuário
uma nova forma de pensar as “políticas especiais”
(prevenção e cura em Políticas específicas, para além
dos Programas preventivistas)
Além desses sentidos e princípios...
desafio/bandeira de
luta/cidadania/direito social
autonomia frente à vida e à saúde
Humanização:muito além de tornar humanas as práticas de saúde...
• aumento do grau de co-responsabilidade dos diferentes sujeitos que constituem a rede do SUS;
• mudança da cultura da atenção e da gestão;
• melhores condições de trabalho;
• transformação e garantia de direitos;
• produção de sentidos;
• trabalho em redes e em equipe multiprofissional;
• informação, comunicação e educação permanente.
HumanizaSUS: marcas e prioridades redução de filas e tempo de espera
informação sobre profissionais, referências territoriais e tratamentos aos usuários;
direito a rede social e acompanhamento
Gestão participativa em sistemas e serviços de saúde, valorizando trabalhadores
“... uma coisa é por idéias arranjadas, outra é lidar com um país de pessoas de carne e sangue, de mil-e-tantas-misérias... tanta gente - dá susto saber - e nenhum se sossega: todos nascendo, crescendo, se casando, querendo colocação de emprego, comida, saúde, riqueza, ser importante, querendo chuva e bons negócios...“
Guimarães Rosa, Grande Sertão: Veredas
EDUCAÇÃO PERMANENTE EM
SAÚDE educação no, pelo e para o processo de trabalhoprocesso de trabalho
em saúde
substituição da consciência curativa, biologicista
e individual por uma visão integralvisão integral do cuidado e
da saúde
construção dinâmica do conhecimento e a
humanização humanização das práticas em saúde com espaço
para a auto-crítica
estímulo ao protagonismoprotagonismo na tomada de decisões
compreende a co-gestão co-gestão e planejamento planejamento coletivo
Leva em conta as necessidades específicasArticulação gestão, organização e controle social
Cursos padronizadosDesarticulação da gestão,
organização e controle social
Atividade pontual
Atividades educativas
AscendenteDescendenteModus Operandi
Equipes de atenção e gestão, em qualquer esfera do sistema
Profissionais específicosPúblico
Transformação das práticasAtualização de conhecimentos específicos
Objetivo Principal
Práticas definidas por múltiplos fatores (conhecimento técnico-
científico, valores, relações de poder, organização do trabalho)
Aprendizagem significativa
O conhecimento técnico-científico preside as
práticas
Pressuposto Pedagógico
Educação Continuada Educação Permanente
Fonte: Ministério da Saúde, 2004
Articulação com a Atenção Básica: Educação Permanente como uma alternativa de consolidação
da integralidade nas práticas do SUS
valorização de saberespostura mais dialógica da equipe entre si e com os
usuáriosabertura conceitual e científica em relação ao modelo
da Biomedicina maior responsabilidade política e ideológica dos
gestores e trabalhadoresatenção básica como parte de uma rede de cuidados
progressivos à saúde, integrando todas as instâncias do SUS
educação permanente: articula a discussão sobre a educação, a atenção, a gestão e o controle social, consolidando, na prática o princípio da integralidade
Prática da educação permanente no cotidiano: integralidade e
humanização acolhimento
escuta atenta dos profissionais que trabalham no serviço - alteridade
flexibilização das rotinas de fluxos dos usuários
clínica ampliada
trabalho em equipe
aprendizado mútuo
ações comunitárias
projetos terapêuticos singulares
Qual seria a dimensão pedagógica
das práticas de cuidado em diabetes?
Como poderíamos produzir ações
educativas nessas relações de
cuidado na perspectiva da educação
permanente?
E com a equipe de trabalho, seria
possível construir um plano de ações
educativas? Como?
Buscando conexões com o cotidiano
Somada à sedução das flores, queremos a liberdade de não precisarmos abaixar os olhos diante da miséria de muitos e do privilégio de poucos.
Não faz parte dos nossos planos confundir justiça com intolerância. Nem tampouco igualdade com mesmice e tédio.
A sociedade que pulsa em nossos sonhosnão será feita de heróicos penitentes
guardiões de velhas e absolutas verdades.
Mas sim de homens e mulheresrepletos de dignidade, paixões e dúvidas
Bibliografia consultada
ALVES, V. S. Um modelo de educação em saúde para o Programa Saúde da Família: pela integralidade da atenção e reorientação do modelo assistencial. Interface (Botucatu) v.9 n.16 Botucatu set./fev. 2005. P.39-52
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação em Saúde. Departamento de Gestão da Educação na Saúde. Política de educação e desenvolvimento para o SUS: caminhos para a Educação Permanente em Saúde – pólos de Educação Permanente em Saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2004.
BRASIL. Política Nacional de Humanização. Documento base para gestores e trabalhadores do SUS. Ministério da Saúde, Brasília, 2004.
BRASIL. Revista Brasileira de Saúde da Família. Brasília: Ministério da Saúde, ano V, n° 7, jan. 2003/abr. 2004.(Edição especial)
CECCIM, R. B. Educação Permanente em Saúde: desafio ambicioso e necessário. Interface (Botucatu) v.9 n.16 Botucatu set./fev. 2005. P. 161-178.
CECCIM, R. B.; Feuerwerker, L. O quadrilátero da formação para a área da saúde: ensino, gestão, atenção e controle social. Physis - Rev. Saúde Coletiva, v.14, n.1, p.41-65, 2004a.
CECILIO, L. C. O. (2002). Uma sistematização e discussão de tecnologia leve de planejamento estratégico aplicada ao setor governamental. Em: Merhy, E. E. e ONOKO, R. (2002). Agir em Saúde: um desafio para o público. São Paulo: Hucitec.
GUATTARI, F. A três ecologias. Campinas, Papirus, 1990.
MOTTA, J. I. J.; BUSS, P; NUNES, T. C. M. Novos desafios educacionais para a formação de recursos humanos em saúde. Olho Mágico - Vol. 8 - Nº 3 set./dez.2001.