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EXPRESSÃO ESCRITA Sejam bem-vindos à quarta videoaula de Expressão Escrita. Sou a Maj Anna Luiza professora de Português da Seção de Idiomas da ECEME. Esta aula se destina a você, aluno do CP/ECEME e aos Oficiais participantes do PEP. Ela tem por finalidade auxiliar os senhores a escreverem de forma clara, objetiva, coerente, coesa e gramaticalmente correta. É através do estudo do material disponível pelo CP-ECEME que os senhores terão um melhor aproveitamento das suas capacidades nesta disciplina e consequentemente obterão sucesso no Concurso de Admissão à Escola de Comando e Estado-Maior do Exército. O Sumário aqui presente é a continuação do que desenvolvemos na aula anterior: 1. Introdução 2. Expressão Escrita b.Parâmetros de Correção - Coerência - Coesão - Objetividade - Clareza - Correção Gramatical Regência nominal Regência verbal Concordância nominal Concordância verbal Ortografia e Pontuação

Aula Portugues 04

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Como o conteúdo é vasto, abordaremos nesta videoaula especificamente dois dos parâmetros de correção: coesão ecoerência. Nas duas aulas seguintes falaremos sobre os demais.

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EXPRESSÃO ESCRITA

Sejam bem-vindos à quarta videoaula de Expressão Escrita. Sou a Maj Anna Luiza professora de Português da Seção de Idiomas da ECEME. Esta aula se destina a você, aluno do CP/ECEME e aos Oficiais participantes do PEP. Ela tem por finalidade auxiliar os senhores a escreverem de forma clara, objetiva, coerente, coesa e gramaticalmente correta.

É através do estudo do material disponível pelo CP-ECEME que os senhores terão um melhor aproveitamento das suas capacidades nesta disciplina e consequentemente obterão sucesso no Concurso de Admissão à Escola de Comando e Estado-Maior do Exército.

O Sumário aqui presente é a continuação do que desenvolvemos na aula anterior:

1. Introdução

2. Expressão Escrita

b.Parâmetros de Correção

- Coerência

- Coesão

- Objetividade

- Clareza

- Correção Gramatical

• Regência nominal

• Regência verbal

• Concordância nominal

• Concordância verbal

• Ortografia e Pontuação

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3. Conclusão

Faremos aqui um resumo brevíssimo sobre cada um dos itens gramaticais, apenas para que os senhores possam ter uma ideia dos parâmetros utilizados na correção de sua prova.

Começaremos por “Regência”.

O que é Regência?

Se estivéssemos na aula de História, pensaríamos em regência como a ação de reger!

Aqui não é muito diferente, e quem tem a coroa, ou seja, o poder, pode ser um nome ou um verbo.

Então, em outras palavras, regência é a relação sintática que se estabelece entre um termo regente ou subordinante (que exige outro) e o termo regido ou subordinado (termo regido pelo primeiro)

A regência pode ser: verbal ou nominal.

Quando o termo regente é um verbo, a regência é verbal, quando é um nome, a regência é nominal.

O conhecimento da regência correta de cada verbo e de cada nome ocorre em função do uso.

Dessa forma, cada falante conhece a regência dos verbos e dos nomes que fazem parte de seu repertório usual.

Pode ocorrer que o falante desconheça certas regências da norma padrão pelo fato de elas não ocorrerem no uso popular.

A regência nominal estuda os casos em que nomes (substantivos, adjetivos e advérbios) exigem uma outra palavra para completar-lhes o sentido. Em geral, a relação entre um nome e o seu complemento é estabelecida por uma preposição.

Vejamos alguns nomes e as preposições que mais comumente eles exigem:

(slide)

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oadepto a

oalheio aoansioso para, por, deoapto a, paraoaversão a, porofeliz de, por, em, comofavorável aoimune a, deocontente com, por, deindiferente a

inofensivo a, parajunto a, de, compróximo a, dereferente asimpatia a, portendência a, paraparalelo arelativo a

Não é necessário memorizar a regência de cada nome ou de cada verbo, por isso existem dicionários de regência verbal e nominal. Devemos saber as regências mais comuns para poder utilizá-las no nosso vocabulário ativo.

Falemos então de Regência verbal

A regência verbal estuda a relação que se estabelece entre o verbo (termo regente) e seu complemento (termo regido).

Vejamos o exemplo (slide)

Ex.: Isto pertence a todos.

Isto pertence (verbo-termo regente) a todos.(objeto indireto - termo regido)

Há alguns verbos que, dependendo da transitividade (direta, ou seja, sem preposição, ou indireta, com preposição) admitem dois significados diferentes.

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Esse é o caso do verbo aspirar:

a)No sentido de respirar, sorver (perfume, ar), é transitivo direto.

Ex.: Ele aspirou um gás venenoso.

Ele aspirou- V.T.D

um gás venenoso -objeto direto.

b) No sentido de pretender/ desejar, é transitivo indireto (exige objeto indireto com a preposição

Ex.: Os jovens aspiram (V.T.I) ao sucesso profissional.objeto indireto

Observação:O verbo aspirar não aceita os pronomes lhe, lhes como

objeto indireto, por isso deve ser substituído por a ele, a ela, a eles, a elas.

Há ainda tantos outros verbos que poderíamos citar como exemplo, mas, como a videoaula tem um tempo limitado, sugiro, para maior aprofundamento, que pesquisem em uma Gramática constante da bibliografia indicada. Lá encontrarão o material de que necessitam.

Passemos então à concordância nominal e verbal.

Como o próprio nome já diz, concordância vem de concordar, ou seja, é um acordo estabelecido entre termos.

De acordo com Mattoso Câmara “dá-se em gramática o nome de concordância à circunstância de um adjetivo variar em gênero e número de acordo com o substantivo a que se refere (concordância nominal) e à de um verbo variar em número e pessoa de acordo com o seu sujeito (concordância verbal). Há, não obstante, casos especiais que se prestam a dúvidas”

O caso da concordância verbal diz respeito ao verbo em relação ao sujeito, o primeiro deve concordar em número (singular ou plural) e pessoa (1ª, 2ª, 3ª) com o segundo.

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Já a concordância nominal diz respeito ao substantivo e seus termos referentes: adjetivo, numeral, pronome, artigo. Essa concordância é feita em gênero (masculino ou feminino) e pessoa.

Como vimos na definição de Mattoso Câmara, existem regras gerais e alguns casos especiais que devem ser estudados particularmente, pois geram dúvidas quanto ao uso. Há muitos casos que a norma não é definida e há resoluções diferentes por parte dos autores, escritores ou estudantes da concordância.

Vou fornecer aqui apenas alguns exemplos de concordância nominal e verbal apenas a título de ilustração, para que possamos compreender o significado.

Falemos especificamente de Concordância Nominal:

Dois cavalos fortes venceram a competição.

Primeiro, verificamos qual é o substantivo da oração acima: cavalos. Os termos modificadores do substantivo “cavalos” são: o numeral “Dois” e o adjetivo “fortes”. Os termos que fazem relação com o substantivo na concordância nominal devem, de acordo com a norma culta, concordar em gênero e número com o ele.

Nesse caso, o substantivo “cavalos” está no masculino e no plural e a concordância dos modificadores está correta, já que “dois” e “fortes” estão no gênero masculino e no plural. Observe que o numeral “dois” está no plural porque indica uma quantidade maior do que “um”.Então temos por regra geral da concordância nominal que os termos referentes ao substantivo são seus modificadores e devem concordar com ele em gênero e número. Dica Importante: Localize na oração o substantivo primeiramente, como foi feito no exemplo. Após a constatação do substantivo, observe o seu gênero e o número. Os termos referentes ao substantivo são seus modificadores e devem estar em concordância de gênero e número com o nome (substantivo).

Agora um pouco sobre concordância verbal:

Primeiramente, devemos observar quem é o sujeito da frase, bem como analisar se ele é simples ou se é composto. Sujeito

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simples é aquele que possui um só núcleo e, portanto, a concordância será mais direta. Vejamos: 1. Ela é minha melhor amiga. 2. Eu disse que eles foram à minha casa ontem. Temos na primeira oração um sujeito simples “Ela”, o qual concorda em pessoa (3ª pessoa) e número (singular) com o verbo “é”. Já na segunda temos um período formado por duas orações: “Eu disse” que “eles foram à minha casa ontem”. “Eu” está em concordância em pessoa e número com o verbo “disse” (1ª pessoa do singular), bem como “eles” e o verbo “foram” (3ª pessoa do plural). Lembre-se que período é a frase que possui uma ou mais orações, podendo ser simples, quando possui um verbo, ou então composto quando possuir mais de um verbo.

Sujeito composto é aquele que possui mais de um núcleo e, portanto, o verbo estará no plural. Vejamos: 1. Joana e Mariana saíram logo pela manhã. 2. Cachorros e gatos são animais muito obedientes. Na primeira oração o sujeito é composto de dois núcleos (Joana e Mariana), que substituído por um pronome ficará no plural: Joana e Mariana = Elas. O pronome “elas” pertence à terceira pessoa do plural, logo, exige um verbo que concorde em número e pessoa, como na oração em análise: saíram. O mesmo acontece na segunda oração: o sujeito composto “cachorros e gatos” é substituído pelo pronome “eles”, o qual concorda com o verbo são em pessoa (3ª) e número (plural).

Agora que temos uma boa noção de concordância e regência, fiquemos com um vídeo bem curto sobre pontuação.

Com relação à nova ortografia, consultem o site do CP/Eceme. Lá se encontram vários vídeos e dicas para estudá-la. Ela não é tão ruim quanto possa parecer!

Aqui abordamos os parâmetros de correção para a prova da ECEME.

Espero que tenham podido usufruir de algumas gotas de conhecimento.

Deixo aqui os agradecimentos da ECEME ao núcleo de TV do IME sem o qual esta videoaula seria impossível.

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Deixo ainda um poema de Fernando Pessoa como reflexão:

Valeu a pena? Tudo vale a pena Se a alma não é pequena. Quem quer passar além do Bojador Tem que passar além da dor. Deus ao mar o perigo e o abismo deu,Mas nele é que espelhou o céu.

Fernando Pessoa

Passemos além do Bojador, além da dor, para que vejamos o mar espelhado no céu! O esforço leva à Vitória!

Bom estudo!