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1 Curso: Engenharia de Produção Disciplina: Introdução à Engenharia de Produção Autor: Eliane da Silva Christo Aula 1 – Introdução Meta Expor a importância da Engenharia, o primeiro contato do aluno com a universidade e como deve ser sua metodologia de estudo no curso. Objetivos Após esta aula, você será capaz de: 1. reconhecer a dimensão que a ciência da Engenharia tem no contexto da sociedade atual; 2. identificar as principais diferenças e responsabilidades que um curso superior, principalmente um curso de engenharia, apresenta em relação ao que o aluno recém- chegado à universidade está acostumado; 3. relacionar argumentos que mostrem a importância do engenheiro em desenvolver bem o seu trabalho, comunicar o que de importante acontece relativo à sua área, e expressar de forma verbal a sua profissão. Introdução Carruagem de Fogo “Embarcar num veículo em movimento, que já tem uma trajetória antiga e consolidada , que funciona como um sistema bem-estruturado, com personagens ocupando suas posições nos assentos, não é tão fácil quanto parece. Filmes de aventura desenhos animados e

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Introdução a engenharia de produção

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Curso: Engenharia de Produção

Disciplina: Introdução à Engenharia de Produção

Autor: Eliane da Silva Christo

Aula 1 – Introdução

Meta

Expor a importância da Engenharia, o primeiro contato do aluno com a universidade e

como deve ser sua metodologia de estudo no curso.

Objetivos

Após esta aula, você será capaz de:

1. reconhecer a dimensão que a ciência da Engenharia tem no contexto da sociedade

atual;

2. identificar as principais diferenças e responsabilidades que um curso superior,

principalmente um curso de engenharia, apresenta em relação ao que o aluno recém-

chegado à universidade está acostumado;

3. relacionar argumentos que mostrem a importância do engenheiro em desenvolver bem

o seu trabalho, comunicar o que de importante acontece relativo à sua área, e expressar

de forma verbal a sua profissão.

Introdução

Carruagem de Fogo “Embarcar num veículo em movimento, que já tem uma

trajetória antiga e consolidada , que funciona como um

sistema bem-estruturado, com personagens ocupando

suas posições nos assentos, não é tão fácil quanto

parece. Filmes de aventura desenhos animados e

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jogos raramente espelham algum realismo nas suas fantasiosas cenas de heróis e

bandidos saltando de um veículo em movimento para outro. Mas na vida real às vezes

nem alcançamos o veículo. Quando conseguimos isso, temos dificuldade de nos

equilibrarmos na sua carenagem, ou dentro dele. Quando muito, chegamos e mal

entendemos as regras do jogo, de onde vem o veículo, como ele funciona, para onde vai,

quem ou o que o comanda, onde está o manual de operação dos equipamentos de bordo.

Enfim, temos de com rapidez, embarcar, nos desembaraçar dos rituais de chegada pegar

o "jeito da coisa", entender a linguagem utilizada lá dentro, as relações de forças e

começar a colher os frutos da viagem, ou quem sabe até contribuir para corrigir o trajeto

em curso. E no começo nem temos direito a assentos, ficamos pendurados nos estribos,

nas cordas de segurança, segurando nas mãos dos mais experientes, tentando seguir

algumas instruções e conselhos esparsos vindos não se sabe de onde. A cada curva, a

cada irregularidade da pista ou mudança de velocidade, rodopiamos feito folhas secas

num vendaval. Para quem chega, tudo é novo, complexo, mágico. A muito custo, com o

tempo, a tempestade acalma, a poeira baixa, as coisas parecem fazer sentido, o novo

pouco a pouco começa a ficar familiar. O complexo se transforma em algo instigante, um

estímulo ao nosso intelecto, e o que antes parecia mágico Mas nem todos têm a sorte de

compreender todo esse processo a tempo de usufruir os serviços de bordo, os benefícios

da aventura ou de se deliciarem com a privilegiada paisagem da janela. Embarcar num

curso de engenharia é quase isso. Tudo já funciona, há regras, técnicas, procedimentos,

linguagem própria, posições hierárquicas, história, teorias, conceitos, relações de

interesses, enfim, um tabuleiro repleto de peças que dançam cumprindo papéis mais ou

menos bem definidos. O quadro parece já estar pintado, cristalizado, emoldurado, tudo

pronto, e só nos basta apreciá-lo, compreendê-lo, nos maravilhar com o seu esplendor.

Engenharia: eis uma profissão que é fruto do trabalho de milhares de pessoas que, ao

longo dos tempos, estudaram, arriscaram, investiram anos de suas vidas, que se

decepcionaram e que exultaram com os resultados de suas soluções. Mais que isso: esta

é uma profissão que precisa constantemente renovar seus arsenais de "mentes-de-obra"

bem qualificadas, irrequietas, criativas, dispostas a batalhar e a ultrapassar limites,

curiosas. A engenharia é um formidável veículo que se move e que, a cada nova estação,

arregimenta pilotos, passageiros, colaboradores, entusiastas, críticos, todos

ávidos por fazer parte do cenário, cheios de esperança, motivação e

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energia, mas também repletos de dúvidas, incertezas e medos. Afinal, estão embarcando

numa "carruagem de fogo", e muitos dos novos personagens que entram em cena só

conhecem dela traços caricatos que pouco ajudam a entendê-la. Por isso, como numa

imaginária carruagem de fogo, quem nela embarca precisa passar por um ritual de

adaptação, para poder reconhecer o terreno, ocupar seus espaços, colher bom proveito

do passeio. Afinal, não estamos falando de atividades profissionais num sentido genérico,

de qualquer uma delas. Estamos falando da engenharia, justo a engenharia, esta

fascinante atividade humana. Ela mesma, que é cheia de surpresas, suspenses, dúvidas,

técnicas, experiências, soluções, teorizações, enfim, de um conjunto incalculável de

conhecimentos que desafiam a nossa mente, e que, a cada novo problema, nos

surpreendem e despertam novas idéias.

Nessa profissão é como se, a cada virada de página, a cada gaveta aberta, a cada porta

que se abre, a cada curva, um novo mundo fosse descortinado. As técnicas de fabricação,

o processo de obtenção dos materiais, os fenômenos físicos, os procedimentos

matemáticos necessários para o cálculo da estrutura ou os ensaios em laboratório

envolvidos, por exemplo, numa lata de refrigerante, na sola de um tênis ou na maçaneta

da porta de nossas casas revelam um universo inteiro de estudos, teorias, lutas, acertos e

desacertos.

Para onde olharmos, lá estará a engenharia, veículo que embala fantásticos sonhos da

humanidade. Na roupa que vestimos, na comida que comemos, no livro que lemos, nos

carros, no cinema, na televisão, no consultório médico, no show de nossa banda

preferida, lá está ela no palco dos acontecimentos.”

Fonte do texto: Bazzo e Pereira, 2006 p. 11.

Fonte das imagens: http://www.freeimages.com/photo/1213461;

http://www.freeimages.com/photo/1166435

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1 – Por que Introdução à Engenharia

Um processo de formação profissional precisa fornecer elementos para o jovem em si

próprio e para suas perspectivas do futuro. Precisa também estimular a reflexão sobre

temas técnicos, sociais, políticos etc., sem o que contribui para um quadro de alienação

pessoal.

Embora vários cursos de engenharia contemplem em seus currículos disciplinas que, a

par de sua importância, não são indiscutivelmente imprescindíveis para formação do

engenheiro, raros são os que têm espaço definido para recepção do jovem no seu

processo de formação profissional.

Em algum momento, no inicio do curso, o aluno precisa ter acesso a informações que o

permitam encontrar-se com a profissão escolhida e imaginar-se nela. Isto só acontece

quando ele puder inseri-la no seu próprio contexto pessoal, o que é responsabilidade de

um processo educacional.

Uma disciplina como “Introdução à Engenharia” não pode substituir a orientação

vocacional que não se teve, mas pode fornecer várias das informações que você

necessita para alimentar o seu processo de formação profissional.

Atividade 1 (Atende ao objetivo 1)

Analise o currículo de seu curso - se preciso recorrendo a ementas e programas das

disciplinas - buscando entendê-lo no seu conjunto. Procure identificar as grandes áreas

de estudos, as disciplinas com as quais você melhor se identifica e as especializações

oferecidas. Faça um pequeno relato das suas conclusões.

8 linhas para resposta

Resposta comentada

Através desta análise, você reconhecerá a dimensão que a ciência da Engenharia tem no

contexto da sociedade atual. E, poderá identificar quais atividades e atuações melhor se

identificam com o seu perfil.

Fim de Atividade 1

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2- Chegando à Universidade

O aluno recém chegado à universidade, também conhecido

como calouro, recebe um impacto que marca de forma

inesquecível sua vida. A necessidade de adquirir novos

conhecimentos e novas amizades e a expectativa de ver o

mundo de maneira inovadora aumenta suas esperanças de

um futuro melhor para si e para a sociedade. A universidade,

munida de seus aspectos positivos e negativos, pode se

tornar um local de boas oportunidades. Isto se torna real

desde que os alunos participem com interesse das

atividades oferecidas, que são constantes e em grande

quantidade. Para isso, é de extrema importância que o

aluno esteja sempre atento para percebe-las e preparado

para selecionar aquelas de maior interesse e que lhe traga maior vantagem.

Muita coisa muda na passagem do Ensino Médio para o universitário. Talvez a forma de

trabalhar os conhecimentos seja a mais importante dessas mudanças. Nesta nova fase, a

cobrança é grande para adquirir um aprendizado com autonomia, responsabilidade e

conforme seus interesses e potencialidades. A liberdade que o aluno deve ter para

desenvolver suas informações deve ser usada de maneira progressiva, com

discernimento e maturidade. A maior diferença entre o Ensino Médio e o universitário diz

respeito à relação professor-aluno. Na vida universitária, o professor se torna mais

orientador do que fiscalizador.

Na maioria das empresas atuais, a necessidade de atualização dos conhecimentos de um

Engenheiro é contínua. Cerca de uma década é o tempo suficiente para tudo que se

aprende num curso de graduação seja considerado ultrapassado. Por isso, a

aprendizagem é dinâmica, ou seja, você deve continuamente renovar sua formação,

durante a graduação e após ela.

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A ciência e a tecnologia vêm sofrendo uma evolução num ritmo acelerado. E a expectativa

é que, dentro de dez anos, o total de conhecimentos na sociedade dobrará. Isso

acarretará um problema ao profissional que permitir o seu aprendizado se tornar obsoleto.

Um recém Engenheiro hoje, provavelmente ainda será atuante no mercado de trabalho

dentro de 30 ou 40 anos, o que o levará ao encontro de conhecimentos bem distintos dos

adquiridos durante a sua formação.

As previsões ditas anteriormente confirmam a ideia de que o domínio e controle da

informação são capacidades necessárias para um Engenheiro de futuro. Assim, não há

outra saída, quem pretende ser um indivíduo ativo na sua maturidade profissional tem que

saber adquirir seus estudos com eficiência. Para que isso aconteça, imagina-se que seja

fundamental saber usar adequadamente os recursos disponíveis para conseguir um bom

aprendizado. Apenas essa perspectiva já deve servir de motivo para aprender a estudar.

Um curso de Engenharia tem como uns dos seus principais objetivos incentivar a

criatividade, fornecer ferramental básico para que enfrente os problemas técnicos com os

quais se depara na profissão, empurrar o Engenheiro a adotar uma postura consciente e

crítica para com a sociedade.

Para alcançar estes objetivos, deve-se estar atento, durante a sua formação, com uma

série de recomendações sobre como proceder para tirar o melhor proveito possível dos

estudos e trabalhos. Isso levará, logo cedo, a perceber que sempre existem melhores

maneiras de resolver problemas, sejam eles do tipo que forem.

Na Figura 1.1 estão resumidas algumas recomendações e propostas para melhorar o

desempenho nos estudos, otimizando procedimentos de trabalho. As propostas, que

representam um método de estudo, fazem parte de uma proposta maior de

comportamento diante de situações novas com as quais o engenheiro quase sempre irá

se deparar. Para isso, recomenda-se um bom aproveitamento das oportunidades que a

escola oferece, pois nela, pode-se treinar a capacidade de enfrentar e de construir

soluções consistentes e apropriadas para resolver problemas.

O método consiste em três etapas de procedimentos que estão presentes, de qualquer

forma, no ato de estudar. As etapas de estudo, indicadas na Figura 1.1, devem ser

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seguidas na ordem em que estão apresentadas. Embora raramente esta lógica de

procedimentos seja percebida, o processo de estudo acontece aproximadamente dessa

forma.

Figura 1.1 – Etapas do método de estudos

Fonte: Autor

Um ponto primordial a ser destacado é que as recomendações, destacadas na Figura 1.1,

têm como compromisso abreviar procedimentos julgados adequados para o estudo de

qualquer área da Engenharia. Talvez estas indicações para um processo de formação não

se enquadrem para outras áreas, aí, cabe a cada profissional procurar conhecer melhor

seu curso.

PREPARAÇÃO. A preparação é aspecto importante para se ter sucesso nos

estudos. Por isso, é necessário se ter cuidados com a preparação de um ambiente

arejado, iluminado, silencioso enfim agradável para o estudo. A preparação

psicológica facilita um bom entendimento.

CAPTAÇÃO. Após a preparação, pode-se iniciar a fase da captação. Ela é,

normalmente, confundida com o próprio estudo, esta é a fase de construção dos

conhecimentos. No entanto, estudar é algo mais vasto que as fases ditas

anteriormente. Captar não é a única coisa que constitui o estudo. Este é também

internalizar, construir novos saberes. O aluno que estuda Engenharia tem que ser

capaz de absorver os conhecimentos e organiza-los de maneira lógica e

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permanente na mente. Ele deve processar e construí-los sistematicamente e com

firmeza.

Início de verbete

A captação ocorre quando houver internalização de conhecimentos trabalhados por um

professor em sala de aula, trabalho de conhecimentos através de leituras e de reflexões

pessoais e participação em experiências, observações, visitas técnicas e discussões em

grupo.

Fonte: Bazzo e Pereira (2006)

Fim de verbete

Esta fase do processo de estudo pode ser identificada em termos gerais por três formas:

Audição, Leitura, e Observação.

PROCESSAMENTO. Logo quando o estudante tem contato com um novo

conhecimento, ele tem o dever de processar tudo para que isto se transforme em

sua nova cultura, forma de ver e interpretar o mundo. Para confirmar se a nova

habilidade foi realmente processada, ela deve estar associada a sua linha de

raciocínio e o aluno deve saber aplica-la em vários contextos.

Mas, naturalmente que quando se lê um livro, quando se participa de uma aula ou quando

se faz uma visita técnica a uma empresa, já está realizando o processamento das

informações. No entanto, para alcançar uma boa assimilação dos conteúdos e uma

fixação rápida dos assuntos são necessários alguns procedimentos complementares.

Como exemplos tem-se:

Leituras de textos;

Revisões das aulas;

Fazer esquemas das aulas;

Fazer resumos das aulas.

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Atividade 2 (Atende ao objetivo 2)

Cite a principal diferença entre o Ensino Médio e o universitário no que diz respeito à

relação professor-aluno.

8 linhas para resposta

Resposta Comentada

Nesta nova fase, o professor passa a ser mais orientador do que fiscalizador. Você é

cobrado a direcionar e programar com mais liberdade, autonomia e responsabilidade o

seu aprendizado, dosando-o de acordo com suas potencialidades ou interesses. Essa

maior liberdade, entretanto, deve ser usufruída progressivamente, com maturidade e

discernimento.

Fim de Atividade 2

3- Pesquisa Tecnológica

Após o surgimento das ciências moderna e do aparecimento do que se convencionou

chamar tecnologia - o que aconteceu mais ou menos a partir do século XVII, a sociedade

mudou significativamente. O mesmo aconteceu com a Engenharia. A aplicação das

ciências nas ações técnicas por certo foi o que gerou a imensa evolução dos meios de

comunicação e transporte, dos equipamentos cirúrgicos e de lazer, dos processos de

fabricação, dos utensílios domésticos...

O nível de dependência que a sociedade moderna tem dos resultados da ciência e da

tecnologia é tal, que não se pode mais conceber a sua existência sem estes dois

empreendimentos humanos. Normalmente tudo o que se faz atualmente tem ligação

direta ou indireta com elas.

O engenheiro não trabalha apenas com a ação prática, construindo e consertando

artefatos concretos. Ao contrário, ele está apto a desenvolver suas atividades com o

auxílio, tanto da tecnologia quanto da ciência.

Início de Verbete

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Ciências não são apenas conjuntos de informações, nomes e proposições. Nem são

apenas conjuntos de teorias que explicam o funcionamento da Natureza tal como ela é.

São processos dinâmicos que implicam a interação da comunidade científica com a

sociedade, onde interagem forças políticas e sociais. A ciência - cada uma delas - não é

politicamente neutra, pois depende de motivações culturais para o seu desenvolvimento,

que acabam ditando como acontece a pesquisa, o seu planejamento, o seu financiamento

e também os assuntos a serem pesquisados. Até porque a ciência, formando uma

imagem interpretada do mundo, providencia instrumentos para transformá-lo.

Fonte: Bazzo e Pereira (2006)

Fim de verbete

De forma simplificada, podemos dizer que a ciência procura criar leis e explicações que

possam desvendar os fenômenos da Natureza. Usando esse mesmo parâmetro, a

tecnologia, através dos conhecimentos disponíveis -especialmente os científicos -,

procura construir instrumentos, processos e sistemas e planejar linhas de ação que

tenham valor prático.

A ciência tem objetivos exatos, e por mais que em muitos momentos erra o alvo certo, ela

se empenha ao máximo para acertar, e mantém-se sob intenso e constante treinamento.

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Fonte:

http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/9/98/Archery_target.jpg/300px-

Archery_target.jpg

A tecnologia alcançou uma característica mais prática, criando os produtos ou

componentes técnicos. Os termos “Alta tecnologia” ou “Tecnologia de ponta” são

utilizados para indicar novidades elaboradas em laboratórios de pesquisa, nos quais

dificuldades e caráter excepcional atraem curiosidade e admiração. Um pesquisador de

alto conhecimento que atua em centros de desenvolvimento e de pesquisa carrega um

conjunto de procedimentos e um sistema de ação que podem significar tecnologia. Como

ela representa um grupo de técnicas modernas baseadas nas ciências, o Engenheiro tem

a responsabilidade de fazer a ligação entre os carros que encontramos nas

concessionárias, por exemplo, e o conhecimento cientifico.

Inicio de Verbete

Tecnologia (do grego τεχνη — "técnica, arte, ofício" e λογια — "estudo") é um termo que

envolve o conhecimento técnico e científico e a aplicação deste conhecimento através de

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sua transformação no uso de ferramentas, processos e materiais criados e/ou utilizados a

partir de tal conhecimento.

Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Tecnologia

Fim de Verbete

Ciência e tecnologia se preocupam em obter soluções para problemas, originados das

necessidades detectadas – naturais ou elaboradas -, usando para isso procedimentos

similares de trabalho. Mas, na realidade, os problemas abordados pelas duas técnicas

são diferentes. Os problemas científicos são cognitivos - a cognição significa adquirir um

conhecimento -, enquanto os tecnológicos são fundamentalmente práticos.

A Engenharia pode contribuir de forma substancial para o desenvolvimento da ciência e

da tecnologia. Uma formação profissional sólida, uma conscientização do que a

sociedade precisa e uma visão realista de um futuro promissor para a humanidade são as

contribuições básica que um Engenheiro adquiri durante seu curso de graduação. Além

disso, o profissional deve desenvolver interesse, saber trabalhar em equipe, persistência,

confiança, sensatez e habilidade para resolver problemas. O senso crítico do papel da

ciência e da tecnologia na sociedade também vai ajudar o Engenheiro a ser um bom

profissional.

Tudo isso leva o Engenheiro a buscar, não somente, aprender a teoria de saber pesquisar

ou projetar, mas também a criar condições que o conduza a seu próprio desenvolvimento.

Isso pode ser adquirido com a atuação firme no processo educacional.

Além do mais, o Engenheiro deve adotar um conjunto ordenado de metodologias, um

método, que o leve a conduzir seus trabalhos de maneira metódica e sensata. O método

é a tática de como pensar, agir e fazer. Por isso, deve ser identificado um método

apropriado para cada pesquisa a ser feita com o objetivo de alcançar um determinado fim.

Inicio de Verbete

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Método é uma palavra derivada dos componentes gregos META, que significa "ao longo

de" ou "ao largo de" e ODÓS, que significa "caminho", "via". Portanto, por MÉTODO pode-

se entender o "caminho ao longo do qual" pode-se chegar a um ponto desejado.

Fim de Verbete

O método cientifico formal é formular um roteiro para ser desenvolvido um trabalho,

porém, na prática, existem vários formatos de métodos científicos.

Cabe ao pesquisador escolher qual o mais adequado ao seu tipo de

trabalho. Contudo, método de pesquisa abrange mais ações, ele ordena

a priori os procedimentos que serviram para orientar o desenrolar das

tarefas.

O método cientifico da ciência moderna, termo convencional da área tecnológica, seguem

os procedimentos descritos na Figura 1.2.

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Figura 1.2 – Método Cientifico

Fonte:

http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/f/fb/Metodo_cientifico.svg/525px-

Metodo_cientifico.svg.png

A síntese do método cientifico da ciência moderam apresenta que o primeiro passo a ser

tomado é observar a situação para que seja percebido o real problema. Esta observação

deve se sistemática e controlada para se chegar aos fatos científicos. Depois de conhecer

a realidade, podem ser formuladas as hipóteses onde abordem soluções prévias do

problema. Com isso, vem a elaboração da teoria cientifica que consiste no conjunto de

todos os fatos e hipóteses harmônicos entre si. Chegam-se assim às implicações,

conclusões e previsões futuras. A partir daí surge a parte prática, propriamente dita, que é

fazer a experimentação da análise, ou seja, por as hipóteses a prova para ver se

funcionam ou não. E por fim seguir para formular uma resposta explicativa do que, de

como e para que se chegou naquele resultado e como implementá-lo. Verificar se esta

resposta corrobora com a teoria. Tem ainda, principalmente, na Engenharia de Produção,

a fase de melhoria continua. O método segue, na verdade, um ciclo de aperfeiçoamento e

atualização. Caso os resultados encontrado não confirmem a teoria, deve-se retornar ao

início de tudo, reciclar as hipóteses. Porém, se os resultados apoiarem a teoria, a ação

deve ser de melhoria continua. Mesmo seguindo a síntese a rigor de como deve ser feito

um método, o pesquisador deve planejar e aplicar aquele que for mais coerente e eficaz

para o sucesso de seu trabalho.

Fonte: http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/d/d8/PrirodneNauke.png

Início de Box

Aqui você terá a oportunidade de conhecer um exemplo de um problema típico de

Engenharia que envolve os processos apresentados anteriormente.

Na Figura 1.3 está esquematizado o caso de um galpão - com cobertura metálica - que

teria ruído sob a ação de uma forte rajada de vento. Chamado a estudar o caso, para

identificar a causa do colapso e emitir um laudo técnico, um engenheiro poderia ter

assumido posturas como as aqui apresentadas.

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Num primeiro momento, ele observaria a estrutura acidentada, analisando as regiões de

ruptura, a direção de incidência do vento, a geometria geral da construção e os materiais

empregados na obra, dentre outros aspectos. Uma possibilidade seria imaginar que, em

função de suas observações, ele formulou a hipótese de que a ruptura dos pilares de

sustentação teria ocorrido com uma carga de vento inferior à estabelecida em normas

oficiais.

Ao conferir que o cálculo estrutural do galpão foi bem realizado, o engenheiro formulou a

seguinte hipótese mais específica para justificar o colapso ocorrido: o ferro utilizado na

armação do concreto armado é de baixa qualidade.

Para verificar esta hipótese, foram retirados corpos de prova - pedaços de ferro da própria

estrutura sinistrada - para a realização de experiências em laboratório.

Um desses testes, para verificar a máxima resistência de ruptura do material, foi ensaiar

os corpos de prova em uma máquina de tração. Nesta máquina, os corpos de prova são

tracionados até a ruptura, sendo traçados, simultaneamente, diagramas tensão x

deformação. Diagramas como estes permitem conhecer o comportamento do material sob

carga crescente. De posse destes dados, o engenheiro pôde conferir a veracidade da sua

hipótese. Comprovada a hipótese, foi emitido um laudo técnico apresentando as causas

do colapso do galpão.

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Figura 1.3 – Exemplo de um trabalho de Engenharia

Fonte: Bazzo e Pereira, 2006 p. 125.

Fim de Box

Cada pesquisa tem sua singularidade, por isso deve ser descrita de forma sucinta e clara.

O pesquisador tem a responsabilidade de dominar todos os termos usados no seu

trabalho e tem que saber operar todos os equipamentos necessários para tal. Para isso,

ele precisa se especializar em determinada área, consultar artigos, bibliografias

relacionadas com o tema.

A linguagem cientifica requer treinamento e experiência no assunto especifico. Ninguém

adquiri isso da noite para o dia, é necessário aprofundamento e experimentação no

assunto. Os termos usados são, muitas vezes, complexos, particulares, e geralmente

desconhecidos da grande maioria, inclusive profissionais experientes. Porém, isto

acontece em qualquer leitura de um texto, o domínio da linguagem técnica é importante

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para o entendimento do mesmo. Consequentemente, o treinamento constante e intenso é

fundamental para o sucesso profissional.

Conclusão

Um engenheiro assume um papel importante na sociedade atual. Com isso, você, como

um estudante de engenharia tem de ser capaz de reconhecer suas responsabilidades

logo no inicio do curso e aprender a desenvolver bem o seu trabalho para futuramente ser

um bom profissional.

Atividade Final (Atende ao objetivo 3)

a) Quais são os principais procedimentos de um método cientifico de pesquisa para que o

Engenheiro desenvolva bem seu trabalho:

b) Procure pelo menos dois exemplos na sua engenharia, de preferência em jornais e

revistas, que possam ilustrar cada um dos processos de um método de pesquisa

(observação, hipótese, experimentação...).

Fontes Auxiliares: CAPES (http://www.periodicos.capes.gov.br)

Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações (http://bdtd.ibict.br/)

Banco de Teses da CAPES (http://www.capes.gov.br/servicos/banco-de-teses).

Revista Produção Online (www.producaoonline.org.br/)

Revista Eletrônica Produção & Engenharia (www.revistaproducaoengenharia.org/)

Revista Gestão & Produção (www.dep.ufscar.br/revista/)

Associação Brasileira de Engenharia de Produção (http://www.abepro.org.br/)

8 linhas para resposta

Resposta Comentada

a) Observação, Hipótese, Experimentação e Teoria.

b) Existem vários exemplos de trabalhos que estão direcionados para observação de

dados, para testar hipóteses, para fazer experimentações e ainda para elaboração

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de teorias. Nestes sites de pesquisa, você poderá ter contato com vários destes

exemplos, e poderá conhecer melhor como são aplicados.

Fim da atividade final

Resumo

Nesta aula, você viu que, não importando sua habilitação na Engenharia, você tem de ter

a capacidade de selecionar e armazenar informações. Viu as diferenças entre o nível

médio e o superior, e que, nesta nova fase, é necessária maior maturidade. Foi mostrado

que, expressar de forma verbal a sua profissão não é fácil para aqueles que não a

conhecem a fundo e não sabem da sua importância na sociedade. Pôde descobrir,

também, de que forma estudantes de Engenharia podem contribuir para o

desenvolvimento da ciência e da tecnologia.

Fim resumo

Informações sobre a próxima aula

Na Aula 2, serão introduzidas as origens da Engenharia, sua evolução histórica desde as

primeiras escolas. Será visto também, o surgimento da Engenharia no Brasil.

Referências Bibliográficas

BAZZO, W. A.; PEREIRA, L. T. do V. Introdução à Engenharia. Florianópolis: Editora da

UFSC, 2006.

BATALHA, M. O. Introdução à Engenharia de Produção. Rio de Janeiro: Campus, 2008.

BOIKO, T. J. P. Introdução à Engenharia de Produção – Apostila. Disciplina de Introdução

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Departamento de Engenharia de Produção. Universidade Estadual do Paraná – Campus

de Campo Mourão. Campo Mourão. 2011.

BOIKO, T. J. P; TSUJIGUCHI, L. T. A.; VAROLO, F. W. R. Classificação dos Sistemas de

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Produção: uma Abordagem de Engenharia de Produção. In: Encontro De Produção

Científica E Tecnológica, 4, 2009, Campo Mourão – PR Anais... Campo Mourão: 2009.

CRISTINA, F.; GOMES, T.; CHRISTINA, G.; EREIAS, N.; LIRA, M.. O Estado Da Arte Da

Engenharia De Produção. Trabalho desenvolvido durante a disciplina de introdução á

engenharia da Universidade Gama Filho. Rio de Janeiro. 2009.