AULA + AULA + DIREITO DO CONSUMIDOR DIREITO DO CONSUMIDOR Prof. Renato Porto Prof. Renato Porto Aula 1: APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA Aula 1: APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
Slide 1DIREITO DO CONSUMIDOR
• Objetivos.
OBJETIVOS
SABER a origem e a finalidade da defesa do consumidor
IDENTIFICAR os dispositivos constitucionais ligados a defesa do
consumidor
ANALISAR o campo de incidência do Direito do Consumidor
UTILIZAR as fontes do Direito do Consumidor
APLICAR o Código Civil de 2002 e o Código de Defesa do
Consumidor
DIREITO DO CONSUMIDOR
1.1. Origem
1.2. Finalidades
2.2. Princípio inerente a ordem econômica: art. 170, V CF/88
2.3. Atos e disposições constitucionais transitórias: art. 48 do
ADCT
CONTEÚDO
renato porto (rp) - A aula deve ser iniciada apresentando para o
aluno o conceito de responsabilidade civil que, segundo o professor
Sérgio Cavalieri Filho, em sua obra é: “o dever jurídico sucessivo
que decorre da violação de dever jurídico originário”.
Posteriormente, esclarecer a diferença entre o dever jurídico
originário, também chamando de primário, e, o dever jurídico
sucessivo, também chamando de secundário. Assim, como nos esclarece
Larenz “A responsabilidade é a sombra da obrigação” e, “não
cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas e danos, mais
juros e atualização monetária segundo índices oficiais regularmente
estabelecidos, e honorários de advogado” (art. 389 do Código
Civil). Deve ser observado que o conceito de ato ilícito está
inserido na própria lei, observando o art. 186 do CC, bem como
apresentar a distinção entre o ato ilícito em sentido amplo e o ato
ilícito em sentido estrito. O ato ilícito em sentido estrito é
aquele definido no art. 186 do Código Civil, anteriormente citado
e, o ato ilícito em sentido amplo encontra-se no art. 187 do Código
Civil que, foi inserido no Código Civil de 2002, não havia tal
definição no Código Civil de 1916. Após as considerações básicas
abordar os pressupostos da responsabilidade civil que são: conduta,
nexo causal e dano. Os mesmos serão aprofundados nas aulas
subsequentes. As espécies de responsabilidade merece ser abordada
nessa aula destacando a diferença entre a responsabilidade civil e
penal; a responsabilidade contratual e extracontratual; e,
responsabilidade subjetiva e objetiva. O aluno deve ter ciência que
o ato ilícito irá gerar o dever de indenizar, porém, há situações
que a lei não irá considerar o ato praticado como ilícito. São os
casos expressamente mencionados no art. 188 do CC: estrito
cumprimento do dever legal, legítima defesa e estado de
necessidade. Significa dizer: os casos de excludentes de ilicitude.
Quando o dano é causado em tais condições o dever de reparação será
afastado porque o ato que originalmente nasceu ilícito, por
determinação legal torna-se lícito. Essa é a regra. Porém, quando a
pessoa que agiu acobertado por uma das excludentes de ilicitude
atinge um terceiro, que nada tem a ver com a situação, mesmo o ato
sendo considerado lícito pela lei, o dever de indenizar irá
persistir porque os artigos 929 e 930 do CC permitem tal
possibilidade. É o que se chama de indenização pela prática de ato
lícito. Serão utilizadas aulas expositivas, interativas e
discussões dirigidas. Leitura e aplicação de dispositivos legais
voltados para a resolução de problemas constantes dos Planos de
Aula, envolvendo casos concretos com ênfase no estudo da relação
jurídica e da inter-relação entre os seus componentes.
DIREITO DO CONSUMIDOR
3. Campo de incidência
3.1. Conflito entre Convenção Internacional e o Código de Defesa do
Consumidor
4. O Código Civil de 2002 e o Código de Defesa do Consumidor
5. Fontes do Direito do Consumidor
CONTEÚDO
renato porto (rp) - A aula deve ser iniciada apresentando para o
aluno o conceito de responsabilidade civil que, segundo o professor
Sérgio Cavalieri Filho, em sua obra é: “o dever jurídico sucessivo
que decorre da violação de dever jurídico originário”.
Posteriormente, esclarecer a diferença entre o dever jurídico
originário, também chamando de primário, e, o dever jurídico
sucessivo, também chamando de secundário. Assim, como nos esclarece
Larenz “A responsabilidade é a sombra da obrigação” e, “não
cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas e danos, mais
juros e atualização monetária segundo índices oficiais regularmente
estabelecidos, e honorários de advogado” (art. 389 do Código
Civil). Deve ser observado que o conceito de ato ilícito está
inserido na própria lei, observando o art. 186 do CC, bem como
apresentar a distinção entre o ato ilícito em sentido amplo e o ato
ilícito em sentido estrito. O ato ilícito em sentido estrito é
aquele definido no art. 186 do Código Civil, anteriormente citado
e, o ato ilícito em sentido amplo encontra-se no art. 187 do Código
Civil que, foi inserido no Código Civil de 2002, não havia tal
definição no Código Civil de 1916. Após as considerações básicas
abordar os pressupostos da responsabilidade civil que são: conduta,
nexo causal e dano. Os mesmos serão aprofundados nas aulas
subsequentes. As espécies de responsabilidade merece ser abordada
nessa aula destacando a diferença entre a responsabilidade civil e
penal; a responsabilidade contratual e extracontratual; e,
responsabilidade subjetiva e objetiva. O aluno deve ter ciência que
o ato ilícito irá gerar o dever de indenizar, porém, há situações
que a lei não irá considerar o ato praticado como ilícito. São os
casos expressamente mencionados no art. 188 do CC: estrito
cumprimento do dever legal, legítima defesa e estado de
necessidade. Significa dizer: os casos de excludentes de ilicitude.
Quando o dano é causado em tais condições o dever de reparação será
afastado porque o ato que originalmente nasceu ilícito, por
determinação legal torna-se lícito. Essa é a regra. Porém, quando a
pessoa que agiu acobertado por uma das excludentes de ilicitude
atinge um terceiro, que nada tem a ver com a situação, mesmo o ato
sendo considerado lícito pela lei, o dever de indenizar irá
persistir porque os artigos 929 e 930 do CC permitem tal
possibilidade. É o que se chama de indenização pela prática de ato
lícito. Serão utilizadas aulas expositivas, interativas e
discussões dirigidas. Leitura e aplicação de dispositivos legais
voltados para a resolução de problemas constantes dos Planos de
Aula, envolvendo casos concretos com ênfase no estudo da relação
jurídica e da inter-relação entre os seus componentes.
DIREITO DO CONSUMIDOR
Conceito:
No final do século XIX, o liberalismo evolui, formando o Estado
Social, decorrente das transformações sociais que estavam
acontecendo. “O indivíduo é substituído pelo grupo; as sociedades
comerciais, notadamente as sociedades anônimas, promovem a
concentração dos meios produtivos; os produtores organizam-se,
fazendo acordos – posteriormente denominados cartéis - a fim de
limitar os efeitos da concorrência, vindo a criar situações de
oligopólio e monopólio.” (DONATO, Maria Antonieta Zanardo –
Proteção ao consumidor: Conceito e Extensão. São Paulo: Editora
Revista dos Tribunais, 1999).
DIREITO DO CONSUMIDOR
Vigência
Vídeo sobre a parte histórica do CDC (STF – Renato Porto)
Renato Porto (RP)
DIREITO DO CONSUMIDOR
2 - Dispositivos Constitucionais:
A defesa do consumidor, tendo como princípio o interesse público e,
finalidade o bem-estar coletivo, por estar tutelada pela
Constituição Federal, faz com que o Estado zele e atue como fiscal
e aplicador da lei, utilizando seus órgãos competentes em suas
atribuições cabíveis.
Vestido de constitucionalidade, o Código de Defesa do Consumidor se
faz, necessariamente, respeitável, em virtude de ser uma norma
imperativa, obrigatória, auto-aplicável, não podendo ser revogada
por lei ordinária, mas somente por reforma constitucional.
DIREITO DO CONSUMIDOR
3. Campo de Incidência
DIREITO DO CONSUMIDOR
Aula 1: APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
4. O Código Civil de 2002 e o Código de Defesa do Consumidor
DIREITO DO CONSUMIDOR
DIREITO DO CONSUMIDOR. ABUSIVIDADE DE CLÁUSULA DE CONTRATO DE
PROMESSA DE COMPRA E VENDA DE IMÓVEL. RECURSO REPETITIVO (ART.
543-C DO CPC E RES. 8/2008-STJ).
Em contrato de promessa de compra e venda de imóvel submetido ao
CDC, é abusiva a cláusula contratual que determine, no caso de
resolução, a restituição dos valores devidos somente ao término da
obra ou de forma parcelada, independentemente de qual das partes
tenha dado causa ao fim do negócio. De fato, a despeito da
inexistência literal de dispositivo que imponha a devolução
imediata do que é devido pelo promitente vendedor de imóvel,
inegável que o CDC optou por fórmulas abertas para a nunciação das
chamadas "práticas abusivas" e "cláusulas abusivas", lançando mão
de um rol meramente exemplificativo para descrevê-las (arts. 39 e
51). Nessa linha, a jurisprudência do STJ vem proclamando serem
abusivas situações como a ora em análise, por ofensa ao art. 51, II
e IV, do CDC, haja vista que poderá o promitente vendedor, uma vez
mais, revender o imóvel a terceiros e, a um só tempo, auferir
vantagem com os valores retidos, além da própria valorização do
imóvel, como normalmente acontece. Se bem analisada, a referida
cláusula parece abusiva mesmo no âmbito do direito comum,
porquanto, desde o CC/1916 – que foi reafirmado pelo CC/2002 –, são
ilícitas as cláusulas puramente potestativas, assim entendidas
aquelas que sujeitam a pactuação "ao puro arbítrio de uma das
partes" (art. 115 do CC/1916 e art. 122 do CC/2002). Ademais, em
hipóteses como esta, revela-se evidente potestatividade, o que é
considerado abusivo tanto pelo art. 51, IX, do CDC quanto pelo art.
122 do CC/2002. A questão relativa à culpa pelo desfazimento da
pactuação resolve-se na calibragem do valor a ser restituído ao
comprador, não pela forma ou prazo de devolução. Tese firmada para
fins do art. 543-C do CPC: “Em contratos submetidos ao Código de
Defesa do Consumidor, é abusiva a cláusula contratual que determina
a restituição dos valores devidos somente ao término da obra ou de
forma parcelada, na hipótese de resolução de contrato de promessa
de compra e venda de imóvel, por culpa de quaisquer contratantes.
Em tais avenças, deve ocorrer a imediata restituição das parcelas
pagas pelo promitente comprador – integralmente, em caso de culpa
exclusiva do promitente vendedor/construtor, ou parcialmente, caso
tenha sido o comprador quem deu causa ao desfazimento.” Precedentes
citados: AgRg no Ag 866.542-SC, Terceira Turma, DJe 11/12/2012;
REsp 633.793-SC, Terceira Turma, DJ 27/6/2005; e AgRg no REsp
997.956-SC, Quarta Turma, DJe 02/8/2012. REsp 1.300.418-SC , Rel.
Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 13/11/2013.
DIREITO DO CONSUMIDOR
CASO CONCRETO
Em viagem de ônibus de Salvador (Bahia) para o Rio de Janeiro,
realizada em 12 de fevereiro de 2007 pela empresa Transporte Seguro
Ltda, Cláudio Lopes sofreu graves lesões em razão de violenta
colisão do coletivo em que viajava com um caminhão. Frustradas
todas as tentativas de solução amigável, Cláudio ajuizou ação em
face da empresa Transportes Seguro Ltda, em 15 de abril de 2009,
pleiteando indenização por danos material e moral.
renato porto (rp) - Gabarito:Não há responsabilidade sem violação
de dever jurídico porque responsabilidade é o dever sucessivo de
reparar o dano decorrente da violação de um dever jurídico
originário. No caso, portanto, importa saber se Alexandre violou
algum dever jurídico em relação a Joaquim. E a resposta é negativa
porque Alexandre não tinha nenhum dever de fidelidade em relação a
Joaquim. Quem tinha este dever, e o violou, foi Priscila, a mulher
de Joaquim. Logo, Alexandre não tem nenhum dever de indenizar,
sendo inviável a pretensão indenizatória de Joaquim. Nesse sentido
o RESP.1.122.547MG “RESPONSABILIDADE CIVIL. DANO MORAL. ADULTÉRIO.
AÇÃO AJUIZADA PELO MARIDO TRAÍDO EM FACE DO CÚMPLICE DA EX-ESPOSA.
ATO ILÍCITO. INEXISTÊNCIA. AUSÊNCIA DE VIOLAÇÃO DE NORMA POSTA. 1.
O cúmplice de cônjuge infiel não tem o dever de indenizar o traído,
uma vez que o conceito de ilicitude está imbricado na violação de
um dever legal ou contratual, do qual resulta dano para outrem, e
não há no ordenamento jurídico pátrio norma de direito público ou
privado que obrigue terceiros a velar pela fidelidade conjugal em
casamento do qual não faz parte. 2. Não há como o Judiciário impor
um “não fazer” ao cúmplice, decorrendo disso a impossibilidade de
se indenizar o ato por inexistência de norma posta – legal e não
moral – que assim determine. O réu é estranho à relação jurídica
existente entre o autor e sua ex-esposa, relação da qual se origina
o dever de fidelidade mencionado no art. 1.566, inciso I, do Código
Civil de 2002.” GABARITO: B Ricardo agiu em estado de necessidade,
pois diante dos dois bens jurídicos em perigo (a vida de alguém e a
integridade de um muro), resolveu sacrificar a integridade do muro.
Assim, incide no caso a hipótese a hipótese do art. 188, II do CC
pelo qual não é ilícito a deterioração ou destruição da coisa
alheia, a fim de remover perigo iminente. Apesar de sua conduta não
ter sido considerada ilícita, Ricardo deverá reparar o dano causado
ao proprietário do muro. Esse é o comando previsto no art. 929 do
Código Civil.
DIREITO DO CONSUMIDOR
Aula 1: APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
A ré, em contestação, argüiu prejudicial de prescrição com
fundamento no artigo 200, § 3°, V do Código Civil; sustenta não ser
aplicável à espécie o art.27 do Código do Consumidor porque o
contrato de transporte de pessoas esta expressamente disciplinado
no Código Civil (art.734 e seguintes) e sendo este lei posterior ao
CDC deve prevalecer, conforme previsto no art.732 do referido
C.Civil. Utilizando os dados do presente caso, indique a legislação
que deve ser aplicada na solução da questão, posicionando-se quanto
a ocorrência ou não da prescrição.
renato porto (rp) - Gabarito:Não há responsabilidade sem violação
de dever jurídico porque responsabilidade é o dever sucessivo de
reparar o dano decorrente da violação de um dever jurídico
originário. No caso, portanto, importa saber se Alexandre violou
algum dever jurídico em relação a Joaquim. E a resposta é negativa
porque Alexandre não tinha nenhum dever de fidelidade em relação a
Joaquim. Quem tinha este dever, e o violou, foi Priscila, a mulher
de Joaquim. Logo, Alexandre não tem nenhum dever de indenizar,
sendo inviável a pretensão indenizatória de Joaquim. Nesse sentido
o RESP.1.122.547MG “RESPONSABILIDADE CIVIL. DANO MORAL. ADULTÉRIO.
AÇÃO AJUIZADA PELO MARIDO TRAÍDO EM FACE DO CÚMPLICE DA EX-ESPOSA.
ATO ILÍCITO. INEXISTÊNCIA. AUSÊNCIA DE VIOLAÇÃO DE NORMA POSTA. 1.
O cúmplice de cônjuge infiel não tem o dever de indenizar o traído,
uma vez que o conceito de ilicitude está imbricado na violação de
um dever legal ou contratual, do qual resulta dano para outrem, e
não há no ordenamento jurídico pátrio norma de direito público ou
privado que obrigue terceiros a velar pela fidelidade conjugal em
casamento do qual não faz parte. 2. Não há como o Judiciário impor
um “não fazer” ao cúmplice, decorrendo disso a impossibilidade de
se indenizar o ato por inexistência de norma posta – legal e não
moral – que assim determine. O réu é estranho à relação jurídica
existente entre o autor e sua ex-esposa, relação da qual se origina
o dever de fidelidade mencionado no art. 1.566, inciso I, do Código
Civil de 2002.” GABARITO: B Ricardo agiu em estado de necessidade,
pois diante dos dois bens jurídicos em perigo (a vida de alguém e a
integridade de um muro), resolveu sacrificar a integridade do muro.
Assim, incide no caso a hipótese a hipótese do art. 188, II do CC
pelo qual não é ilícito a deterioração ou destruição da coisa
alheia, a fim de remover perigo iminente. Apesar de sua conduta não
ter sido considerada ilícita, Ricardo deverá reparar o dano causado
ao proprietário do muro. Esse é o comando previsto no art. 929 do
Código Civil.
DIREITO DO CONSUMIDOR
Caso Concreto 2
Com relação à Constituição e a defesa do consumidor é incorreto
dizer:
é um direito e uma garantia fundamental e um princípio inerente à
ordem administrativa.
B) é um direito e uma garantia fundamental e um princípio inerente
à ordem econômica.
C) é um direito e uma garantia fundamental que pode ser alterada
por meio de emenda constitucional por e tratar de uma relação de
direito privado.
D) é uma cláusula pétrea e um direito ligado as relações de direito
público
DIREITO DO CONSUMIDOR