Aula+10+Recuperação+em+áreas+degradadas (1)

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  • Recuperao de reas degradadasDisciplina: Atividade Agrcola e Meio AmbienteProf. M. Sc. Kleber de Oliveira FernandesEng. Agrnomo.

    Montes Claros, Abril/Setembro de 2010

  • Brasil modelo predatrio que levou a uma rpida destruio de grande parte dos recursos naturaisNo incio foi o pau-brasil;Ciclos econmicos do acar e do caf (Mata Atlntica); Transferiu para o Cerrado (j destruiu quase 60% da sua cobertura vegetal origina); eAmaznia (quase 20%).No so recentes problemas como assoreamento dos rios, inundaes e deslizamentos causados pela degradao florestalOs primeiros stios de desenvolvimento da humanidade tem sinais da degradao humana

  • Expanso das fronteiras agrcolasPA, AM, RO, RR, TO - passou de 209,7 para 347 mil hectares (65%)

    Cdigo Florestal conjunto de leis bastante rgidasDefine uma srie de reas de preservao obrigatria (permanente).

    Aumento das iniciativas de reflorestamentoProblemas:Observa-se uma quantidade de espcies bem menor do que a esperada (perda de patrimnio gentico). Importncia de um estudo prvio das espcies que habitavam a regio a ser reflorestada e da manuteno adequada das mudas no campo.Aumento da populao e seu efeito sobre o meio ambiente 1970 90 milhes2004 170 milhes Fonte: IBGE

  • Guia de Recuperao de reas Degradadas, SABESP (2003):As modificaes impostas pela sociedade aos ecossistemas naturais, alterando (degradando) as suas caractersticas fsicas, qumicas e biolgicas, comprometendo, assim, a qualidade de vida dos seres humanos.

    Degradao do solo, um termo mais amplo do que poluio:(i) a perda de matria devido eroso ou a movimentos de massa,(ii) o acmulo de matria alctone (de fora do local) recobrindo o solo,(iii) a alterao negativa de suas propriedades fsicas, tais como sua estrutura ou grau de compacidade,(iv) a alterao das caractersticas qumicas,(v) a morte ou alterao das comunidades de organismos vivos do solo. reas degradadas: formas e exemplos Qualquer alterao causada pelo Homem no ambiente gera, em ltima anlise, algum tipo de degradao ambiental.

  • 2. Planejamento Urbano A falta de reas verdes, a impermeabilizao do solo e canalizao dos rios e crregos, inundaes, o acmulo de resduos lanados provoca o assoreamento do leito dos rios, intensificando o problema das inundaes e diminuindo as chances de vida de inmeras espcies.

    3. Resduos industriais Lanam nas guas, diariamente, toneladas de substncias que no podem ser decompostas por processos naturais, e que consequentemente acumulam-se nos seres vivos.Degradao ambiental 1. O meio urbano Veculos, chuvas cidas, lixes e lanamento de esgotos, desmatamento e crescimento desordenado

  • Formas de produo mais saudveis e menos impactantes:A permacultura; Sistemas agroflorestais; Agricultura biodinmica e controle biolgico de pragas Resistncia dos cticos e de grandes grupos econmicos.Investimentos em pesquisas e divulgao dos benefcios e modos de produo orgnica.

    Hiptese:Os custos (inclusive do Estado) da agricultura convencional, levando em conta os danos ambientais causados, so significativamente maiores que os da agricultura orgnica. Avaliado, a partir do diagnstico ambiental de algumas regies.4. O Modelo Agrcola e a Revoluo VerdeUso de adubos industriais, herbicidas e inseticidas;A monocultura;Expanso das fronteiras agrcolas (degradao ambiental)

  • VANTAGENS ECONMICOS: A diversificao implica em menores riscos de produo e mercado; Produto final diferenciado, maior qualidade, melhor conservao, mais nutritivos, livres de contaminao, permitindo uma melhor comercializao; Sustentabilidade agroeconmica: preos mais estveis, reduo da intermediao e melhor cotao; VANTAGENS AMBIENTAIS: Reduo e eliminao de poluentes, aumento da fertilidade, conservao do solo, fauna e flora; Melhor sade: eliminao dos produtos agrotxicos para os agricultores e consumidores.

  • Tcnicas agroecolgicasCombinao e rotao de culturas;Adubao verde;Adubao orgnica;Adubao mineral (minerais naturais);No uso do agrotxico;No uso de adubos qumicos solveis;Defensivos naturais.

  • EROSO

  • Causa - Prticas agrcolas incorretas e desmatamento indiscriminado Controle - Reflorestamento e as mudanas nos sistemas de cultivo

    Fatores que interagem para determinar o processo erosivo:ndice pluviomtrico caractersticas do solo (textura e estrutura) tamanho e declividade da encosta tipos de uso e manejo do solo prticas conservacionistas adotadas (sentido de diminuir a eroso).

    No ambiente urbano a eroso pode ser ainda mais desastrosa: deslizamentos de terra nas encostas dos morros, resultam em milhares de vtimas e desabrigados, provocam o assoreamento dos rios e, alm de gerar prejuzos, transmitem doenas contagiosas. A erosoPode gerar mais degradao na medida em que se desenvolve, como, por exemplo, o assoreamento de rios e perda de rea agrcola.

  • Prticas de controle de reas erodidasCULTURAIS OU VEGETATIVASFlorestamento e reflorestamento;Pastagens e plantas de cobertura;Cultura em faixas;Cordes de vegetao permanente;Ceifa do mato e cobertura morta;Faixas de bordadura e quebra-ventos.

  • PRTICAS EDFICASControle do fogoAdubao verdeAdubao orgnicaCalagemPRTICAS MECNICASDistribuio racional dos caminhosPlantio em contornoTerraceamentoSulcos e camalhes em pastagensCanais escoadouros

  • O desmatamento

    Segundo pesquisa do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), a Amaznia perdeu cerca de 17% de cobertura florestal, principalmente nos ltimos 50 anos.

    Originalmente haviam 4,9 milhes de km e, no final de 2003 eram 4 milhes de km quadrados.

    Juntos, os biomas Mata Atlntica, Amaznia, Cerrado e a formao florestal Araucria perderam 3,6 milhes de km.

    Estes dados colocaram o Brasil no livro dos recordes, o Guiness Book edio 2005, como o pas com o maior ndice de desmatamento do planeta.

  • As queimadas e incndios florestaisOs incndios florestais quase sempre so provocados, no Brasil a ocorrncia natural em florestas muito rara.

    Hmus - matria orgnica que fertiliza o soloDestruio rpida desses nutrientes.Vento e gua - incorporao.

    Alm de provocar o empobrecimento do solo, as queimadas so responsveis pela alterao do microclima da regio e em termos globais pela a intensificao do efeito estufa.

  • Motivos responsveis pela criao de um conjunto de leis visando a sua preservaoCdigo Florestal (Lei n.4.777/65) P.P.s, nas florestas e demais formas de vegetao natural (artigo 2)Mata ciliar A instalao de uma vegetao nas margens dos rios fundamental para a estabilizao e existncia dos leitos.

    Atuam como um filtro natural para eventuais resduos de produtos qumicos, fertilizantes e agrotxicos, e o prprio processo erosivo.

    Formam longos corredores de vegetao ao longo dos rios contribuindo para a manuteno da biodiversidade e o equilbrio dos ecossistemas.

  • Artigo 3: Consideram-se, ainda, de preservao permanentes, quando assim declaradas por ato do Poder Pblico, as florestas e demais formas de vegetao natural destinadas: a atenuar a eroso das terras;a fixar as dunas; a formar faixas de proteo ao longo de rodovias e ferrovias; a auxiliar a defesa do territrio nacional a critrio das autoridades militares; a proteger stios de excepcional beleza ou de valor cientfico ou histrico; a asilar exemplares da fauna ou flora ameaados de extino; a manter o ambiente necessrio vida das populaes silvcolas; a assegurar condies de bem-estar pblico.

    1 . A supresso total ou parcial de florestas de preservao permanente s ser admitida com prvia autorizao do Poder Executivo Federal, quando for necessria execuo de obras, planos, atividades ou projetos de utilidade pblica ou interesse social. 2 . As florestas que integram o Patrimnio Indgena ficam sujeitas ao regime de preservao permanente (letra g) pelo s efeito desta Lei.

  • MATA CILIARASSOREAMENTO

  • so as reas mais atingidas quando da construo de hidreltricas, so as reas preferenciais para a atividade agropecuria, nelas se instalam os equipamentos para extrao de areia dos rios, nas margens de rios e represas se instalam os portos e os empreendimentos tursticos. Recuperao da mata ciliar Alvo de grande degradaoCidades foram construdas s margens de riosSofrem outros tipos de presso:

  • Instituto de Pesquisas Tecnolgicas (IPT) Restaurao o conceito de restaurao remete ao objetivo de reproduzir as condies originais exatas do local, tais como eram antes de serem alteradas pela interveno. Um exemplo de restaurao o plantio misto de espcies nativas para regenerao da vegetao original, de acordo com as normas do Cdigo Florestal.

    Recuperao o conceito de recuperao est associado idia de que o local alterado dever ter qualidades prximas s anteriores, devolvendo o equilbrio dos processos ambientais. Os Sistemas Agroflorestais (SAF) regenerativos, que consistem em sistemas produtivos diversificados e com estrutura semelhante vegetao original, tm sido usado com xito na regio norte do pas para recuperar reas degradadas por pastagens.

    Reabilitao a reabilitao um recurso utilizado quando a melhor (ou talvez a nica vivel) soluo for o desenvolvimento de uma atividade alternativa adequada ao uso humano e no aquela de reconstituir a vegetao original, mas desde que seja planejada de modo a no causar impactos negativos no ambiente. A converso de sistemas agrcolas convencionais para o sistema agroecolgico uma forma importante de reabilitao, que vem melhorando a qualidade ambiental e a dos alimentos produzidos

  • Procedimentos bsicos para o reflorestamento

  • Sucesso Ecolgica: a recuperao natural Processo de instalao lento e gradual de organismos em um determinado local.Sucesso primria - rochas inabitadas, reas cobertas por lava vulcnica resfriada ou ainda em telhados antigosLiquens, cianobactrias e os musgos (organismos pioneiros)

    Comunidades intermedirias ou seres - o passar do tempo produz nutrientes inorgnicos, como os nitratos e o fosfatos, permitindo a sobrevivncia de gramneas, herbceas, e animais invertebrados e vertebrados de pequeno portePropiciam o desenvolvimento das rvores da vegetao adulta (comunidades clmax).

    Sucesso secundria - ocorre em locais anteriormente povoados, cujas comunidades saram do estgio de clmax por modificaes climticas, pela interveno humana (como em um terreno desmatado ou queimado), ou pela queda de uma rvore na mata abrindo uma clareira na floresta

  • Seleo de Espcies Somente espcies originais do prprio localReconstituir com mais fidelidade o ambiente original;Adaptao ao ambiente nativo;Razes das plantas - lenol fretico;Mata ciliar (esp. especficas);Espcies regionais, com frutos comestveis pela fauna, ajudaro a recuperar as funes ecolgicas da floresta, inclusive na alimentao de peixes;Florestas com maior diversidade apresentam maior capacidade de recuperao de possveis distrbios, melhor ciclagem de nutrientes, maior atratividade fauna, maior proteo ao solo de processos erosivos e maior resistncia pragas e doenas.

  • As espcies florestais selecionadas para o plantio devero ser nativas da prpria regio. Recomenda-se utilizar o maior nmero possvel de espcies.

    Se houver atividade pecuria, as reas de plantio devero ser isoladas por meio de cercas que impeam a entrada de animais.

    Caso ocorram formigas cortadeiras (savas e quenquns), ser indispensvel adotar medidas de controle antes, durante e aps o plantio.

    As mudas devero ser manuseadas sempre pela embalagem e nunca pelos ramos superiores.

    Durante o transporte prolongado, as mudas devero ser irrigadas e protegidas contra o vento.

    No caso de plantio manual de mudas grandes, as covas devero ser abertas com dimenses mnimas de 40 x 40 x 40 cm. No caso de plantio com tubetes, as dimenses podem ser de 30 x 30 x 30 cm.

  • A terra resultante da abertura da cova dever ser misturada com esterco de curral curtido, torta de mamona ou outro fertilizante orgnico, em uma proporo de at 20% do volume da cova.

    As embalagens das mudas (saquinhos ou tubetes) precisam ser retiradas antes do plantio, tomando o cuidado para no desmanchar o torro (pedao de terra que envolve as razes). Saquinhos podem ser cortados com canivete ou faca, removendo totalmente e deixando a embalagem fora da cova. No caso de tubetes, a retirada das mudas feita colocando-os de cabea para baixo e batendo suavemente na borda.

    Se a extremidade da raiz principal da muda estiver torcida, ela dever ser podada, bem como as razes laterais.

    No centro da cova preenchida pela mistura, abre-se uma coveta com as mesmas dimenses do torro. Coloca-se a muda nessa coveta, completando-se os espaos vazios ao seu redor com o restante da mistura.

    O colo da muda (zona que separa o caule da raiz) dever ficar no nvel da superfcie do terreno, evitando-se amontoar terra sobre o caule (tipo vulco).

  • A terra restante aps o plantio dever ser disposta em coroa ao redor da muda com um raio mnimo de 20 cm (um palmo), propiciando um melhor armazenamento da gua de chuva.

    Quando terminar a jornada de trabalho, devero ser recolhidos tubetes, sacos plsticos e outros resduos. As mudas que sobrarem devero retornar ao viveiro.

    As operaes de manuteno, que devero se prolongar pelo prazo mnimo de 18 meses aps o plantio, so fundamentais para o desenvolvimento das mudas. Nesse perodo, so indispensveis o combate a formigas, a execuo de capinas peridicas num raio mnimo de 60 centmetros ao redor das mudas (coroamento) e roadas freqentes para evitar a concorrncia de outras plantas.

    Tambm recomendvel adotar medidas de preveno contra incndios, irrigar em caso de estiagem e realizar adubaes de cobertura.

  • Modelos para recuperao de reas degradadas

  • A induo do banco de sementes Sementes armazenadas em diferentes camadas do solo, formando o chamado banco de sementes (espcies pioneiras e secundrias). Retirada do capim - mamona (Ricinus communis) e o fumo-bravo (Acnistus arborensis), para evitar o retorno do capim. Plantio de espcies frutferas nativas pioneiras, que iro atrair animais que por sua vez traro, principalmente nas fezes, sementes de plantas secundrias e climcicas. Inconveniente a sua no aplicabilidade em reas que foram usadas durante muito tempo para agricultura ou que foram queimadas repetidas vezes.

  • Modelo I

    Modelo de simples instalao, que alterna espcies pioneiras com no pioneiras. Principal desvantagem- enquanto as pioneiras no crescem, as espcies clmax e secundrias recebem muita luz, ficando temporariamente em situao de estresse. Uma forma de minimizar o problema retardar o plantio das climcicas. A conduo da regenerao natural conjunto de medidas a serem adotadas no sentido de minimizar fatores que retardam a regenerao natural, tais como: incndios, ataques de formigas, uso indiscriminado de pesticidas em reas vizinhas, entre outros.

  • Modelo II Nesse modelo as linhas de plantio alternam primrias e no primrias, dificultando o procedimento em relao ao modelo anterior.A distribuio do sombreamento tende a ser mais regular, melhorando o desenvolvimento das no-pioneiras. Modelo III Nesse modelo necessria a separao das pioneiras em dois subgrupos, as de copa mais densa e as de copa mais rala. preciso diferenciar as secundrias mais e menos exigentes de luz.O plantio pensado para que seja criado um microclima propcio para todos os tipos de plantas. Se bem implementado, tende a ser melhor que os demais, porm, requer um planejamento e conhecimento das espcies bem mais elaborado.

  • Passos bsicos para a elaborao de projetos de reflorestamento

  • Estudo dos remanescentes florestais dos locais a serem reflorestados, para levantamento das espcies presentes e do tipo de vegetao. importante cruzar os dados coletados com mapas de tipos de vegetao. Se no houverem remanescentes prximos ao local do plantio, a escolha das espcies deve se basear apenas em mapas; Levantamento das condies ambientais e possveis formas de degradao (uso de defensivos agrcolas, queimadas, passagem de gado etc). Isso inclui anlise de acidez e ausncia de nutrientes no solo, para eventuais correes, caso seja necessrio;Escolha do modelo de recuperao, de acordo com os objetivos e caractersticas locais, seguindo os critrios de escolha discutidos neste material; Escolha das espcies a serem plantadas, tendo como base as caractersticas da vegetao original, no modelo de reflorestamento escolhido e nas caractersticas locais do ambiente (se mata ciliar ou no, se a rea sujeita a alagamentos etc).

  • FIM

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