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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PRÓ-REITORIA DE PALNEJAMENTO DE DESENVOLVIMENTO DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS INSTITUTO DE PESQUISAS SÓCIO-PEDAGÓGICAS “AULAS PARTICIPATIVAS EM TURMAS DO TERCEIRO GRAU COM DINÂMICA DE GRUPO” POR: CARMEN LÚCIA PEZZELLA MORAES ORIENTADOR: PROF. ANDRE GUSTAVO GUIMARÃES DA CUNHA RIO DE JANEIRO/RJ março/2002

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PRÓ-REITORIA DE PALNEJAMENTO DE DESENVOLVIMENTO

DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS INSTITUTO DE PESQUISAS SÓCIO-PEDAGÓGICAS

“AULAS PARTICIPATIVAS EM TURMAS DO TERCEIRO GRAU

COM DINÂMICA DE GRUPO”

POR:

CARMEN LÚCIA PEZZELLA MORAES

ORIENTADOR:

PROF. ANDRE GUSTAVO GUIMARÃES DA CUNHA

RIO DE JANEIRO/RJ

março/2002

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PRÓ-REITORIA DE PALNEJAMENTO DE DESENVOLVIMENTO

DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS INSTITUTO DE PESQUISAS SÓCIO-PEDAGÓGICAS

“AULAS PARTICIPATIVAS EM TURMAS DO TERCEIRO GRAU

COM DINÂMICA DE GRUPO”

POR:

CARMEN LÚCIA PEZZELLA MORAES

Trabalho Monográfico apresentado como

requisito parcial para obtenção do Grau

de Especialista em Docência do Ensino

Superior.

RIO DE JANEIRO/RJ

março/2002

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A G R A D E C I M E N T O S

A todos aqueles que contribuíram como

fonte de consulta e que permitiram a

realização deste trabalho.

Um agradecimento especial a

Professora Gladys Trindade de Araújo,

com quem tive a honra de trabalhar e

muito aprender.

A Maria das Graças Barbosa, pela

presença amiga e incentivadora em

todos os nossos trabalhos durante o

curso.

Ao professor André Gustavo Guimarães

da Cunha, pela eficiente e valiosa

orientação.

Ao meu marido Paulo César Moraes

pelo o apoio e incentivo durante todo o

meu percurso pessoal e profissional.

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Í N D I C E

RESUMO............................................................................................................... 6

INTRODUÇÃO........................................................................................................ 7

METODOLOGIA.................................................................................................... ..9

CAPÍTULO I..............................................................................................................9

PRESSUPOSTOS TEÓRICOS................................................................................9

I.1 - A importância da História da Educação.............................................................9

I.2 - Aprendizagem.................................................................................................16

I.3 - O surgimento da Dinâmica de Grupo ............................................................ 21

I.4 - As dimensões básicas das necessidades interpessoais.................................26

CAPÍTULO II...........................................................................................................28

AS TEORIAS E SUAS COMPARAÇÕES...............................................................28

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II.1 - Análise comparativa das teorias................................................................... 28

II.2 - Conclusão da análise comparativa................................................................29

II.3 - Aspectos mais significativos do estudo exploratório das teorias....................30

II.4 - Conclusão da análise comparativa do estudo exploratório e teorias.............31

CAPÍTULO III.........................................................................................................34

CONCLUSÃO.........................................................................................................34

BIBLIOGRAFIA.......................................................................................................36

ANEXOS.................................................................................................................37

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R E S U M O

A finalidade deste trabalho é apresentar monografia de final de curso de

Docência do Ensino Superior sobre o tema: “Aulas particulares no terceiro grau

com Dinâmica de Grupo”.

A escolha do tema baseou-se na necessidade de se respaldar a atuação junto a

discentes do terceiro grau, com aulas participativas com dinâmica de grupo.

As observações realizadas referem-se à turma de terceiro grau, sob nossa

regência. As aulas foram conduzidas sempre no sentido de conscientizar, além da

transmissão do conteúdo programático aos alunos, futuros profissionais da

relevância de seu papel num futuro próximo, junto ao mercado do trabalho e da

complexa sociedade em que se vive. No decorrer das aulas, os participantes

começaram, espontaneamente, a adotar atitudes ativas de colaboração e

solidariedade no grupo com relação ao docente.

A experiência nos permitiu a observação de tal comportamento.

Concluímos o estudo exploratório, registrando ainda que as vivências reforçaram a

aprendizagem. Verificamos não ter o conhecimento se restringindo à sala de aula,

mas se estendido às organizações em que vários já atuam profissionalmente,

utilizando e reprocessando as informações assimiladas no curso das aulas.

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I N T R O D U Ç Ã O

O presente trabalho refere-se às aulas participativas com dinâmica de grupo

no terceiro grau e tem por proposta de pesquisa bibliográfica que respalde

observações de sala-de-aula, iniciadas a partir da necessidade de se tornarem as

aulas mais participativas e que estimulassem alunos resistentes a saírem do

estado de apatia para interagirem com a dinâmica das aulas, tornando-as mais

atrativas e produtivas no tocante ao favorecimento de aquisição de conhecimentos

e ao desenvolvimento das relações interpessoais.

Adotamos, então, a utilização de dinâmica de grupo como instrumento facilitador

para envolver os alunos em propostas reflexivas e de tomada de decisão.

Observamos, a partir das dinâmicas, que passaram a apresentar notáveis

rendimentos e participação nas aulas, sugerindo, textos e temas pertinentes às

aulas, desde então, mais participativas.

Nestas aulas, o professor sai do seu papel tradicional de apenas expositor, para o

de facilitador do processo de ensino-aprendizagem.

Promovemos a participação dos alunos em atividades em sala-de-aula, que nos

facilitassem a transmissão do conteúdo programático, além de envolvê-los em

atividade que lhes possibilitassem o aumento da capacidade de análise e reflexão

na solução de problemas. Isto, por certo, favoreceu o desenvolvimento da

capacidade de apreensão de conteúdos mais a aquisição de valores pertinentes à

profissão em formação.

Procuramos transformar nosso espaço em sala-de-aula em outro criativo, reflexivo

e inovador, onde nossos alunos possam questionar, criticar e até apresentar

sugestões sobre novas possibilidades de solução de problemas, o que contribui

para o enriquecimento deste espaço, que deve ser sempre muito acolhedor e

estimulante a esse tipo de comportamento.

Nesta oportunidade, verificamos que os alunos atuavam com o seu racional e seu

afetivo-social, o que os favorecia na busca da solução mais próxima da realidade,

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já que, em nosso cotidiano, é desta forma que se dá a resolução de nossos

problemas, tanto no nível pessoal quanto no profissional.

Daí a relevância do tema que se dá também pelo fato de muitos educadores

estarem sempre em busca de formas que possam facilitar este processo em sala-

de-aula, que se reflete no processo ensino-aprendizagem com relação ao

conteúdo ministrado, mas, sobretudo, à conduta a ser adotada pelos futuros

profissionais, resultante dessas aulas.

Esta introdução consiste na apresentação do trabalho e justificar a presente

pesquisa.

O primeiro capítulo apresenta os pressupostos teóricos utilizados para respaldar o

presente trabalho. Registra uma abordagem histórico-evolutiva da aprendizagem e

algumas descobertas, no que diz respeito à aprendizagem e outras referentes à

aprendizagem do ser humano e ao fato de a mesma estar relacionada à

compreensão os processos de seu crescimento e desenvolvimento, o que é

favorecido e estimulado pela Dinâmica de Grupo.

No segundo capítulo, apresentamos uma análise comparativa das teorias e a

pesquisa junto aos alunos.

No terceiro e último capítulo, procuramos registrar as principais idéias dos teóricos

no que toca à apendizagem, que sempre recebeu especiais atenções ao longo da

evolução do processo ensino-aprendizagem.

Sublinhamos ainda nossa conclusão sobre a validação de se utilizar a Dinâmica

em aulas participativas em turmas de terceiro grau, buscando responder as

seguintes hipóteses:

Como, quando e por que as aulas participativas com Dinâmica de Grupo

favorecem a aprendizagem?

Como as aulas participativas favorecem o desenvolvimento afetivo-social?

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METODOLOGIA

CAPÍTULO I

PRESSUPOSTOS TEÓRICOS

I.1 - A importância da História da Educação [1]

O fenômeno da educação se desenvolve no tempo e faz parte da história

geral.

A educação faz parte dos efeitos da ideologia e está presente na política.

No século XIX houve uma preocupação inicial pelos historiadores de estudar a

história da educação de forma sistemática e exclusiva.

Segundo o professor Casemiro dos reis Filho, em obra publicada em 1981, “

somente depois de realizado estudos analíticos capazes de aprofundar o

conhecimento da realidade educacional”, [1] é que poderá ser elaborada uma

história da educação brasileira.

Ele também comenta que trata-se de um conhecimento histórico capaz de

fornecer a reflexão filosófica e o conteúdo da realidade sobre a qual se pensa,

tendo em vista descobrir, as diretrizes e as coordenadas da ação pedagógica.

Outra dificuldade se deve ao fato de também serem recentes os cursos

específicos de educação. As escolas normais criadas ainda no século passado

tinham baixíssima freqüência e o ensino da história da educação não constava no

currículo. Quando muito oferecia história Geral e do Brasil.

Ainda mais, as reformas introduzidas pela Lei 5 692/71, de inspiração tecnicista,

descaracterizaram o curso de formação de professores, não oferecendo uma

preparação pedagógica consistente. Ao determinar que a disciplina Fundamentos

da educação tratasse dos “aspectos biológicos, sociológicos, históricos e

filosóficos da educação”, [1] a lei criou um impasse que só trouxe prejuízo ao

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curso. Primeiro porque professor nenhum estaria capacitado para ministrar um

curso que exige formação tão diversificada, Depois porque o achatamento de

tantas disciplinas em uma só significa ensinar tudo pela rama ou escolher um

aspecto, preterindo os demais.

Um olhar prospectivo

Indicamos as metas que, no momento histórico em que vivemos, dariam

condições para a construção de uma escola verdadeiramente democrática,

entendida como:

Universal, leiga e gratuita;

Única, que não separe formação e profissionalização, saber fazer, trabalho

intelectual e manual;

Integrada á comunidade;

Adequada para a formação de educadores (nos três aspectos de competência,

politização e profissionalização); pedagogos, historiadores da educação,

cientistas da educação e filósofos da educação.

Relembrando que toda mutação social interfere nos rumos da educação, é preciso

estarmos atenta a ela, para não ficar a reboque dos acontecimentos, mas atuar de

forma intencional.

A consciência da crise por que passamos é necessária para que este olhar

prospectivo não se reduza a um sonho visionário nem caia no desalento da

impotência. O conhecimento da história é importante para que a procura dos

meios adequados torne o projeto de mudança da educação realmente exeqüível.

Educação nacional

Características gerais

O fenômeno da urbanização acelerada, decorrente do capitalismo industrial, cria

forte expectativa com respeito à educação, pois a complexidade do trabalho exige

qualificação da mão-de-obra.

Além de ampliar a escola elementar, a reorganização da secundária mantém uma

dicotomia pela qual se destina à elite burguesa a formação clássica e

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propedêutica, enquanto para o trabalhador diferenciado da indústria e do comércio

é reservada a instrução técnica.

No ensino universitário, ampliado e reformulado, são criadas as escolas

politécnicas, que atendem às necessidades decorrentes do avanço da tecnologia.

Ao lado da expansão da rede escolar, outro objetivo dos educadores no século

XIX é formar a consciência nacional e patriótica do cidadão.

Até então a educação tivera um caráter geral e universal, e agora dá maior ênfase

ao aspecto cívico, certamente devido às tendências nacionalistas da época.

Os cuidados com a metodologia, que se acentuam desde a Idade Moderna,

tomam contornos mais rigorosos devido ao surgimento das ciências humanas,

sobretudo da psicologia.

Contexto histórico

Em 1808 a família real portuguesa se muda para a Colônia, sob a proteção da

Inglaterra.

Com a vinda de D. João VI, o brasil passa por modificações consideráveis: a

abertura dos portos e a revogação de manufaturas significam, de certa forma, a

ruptura do pacto colonial.

Com a instalação da corte portuguesa no Brasil, além das adaptações

administrativas necessárias, houve o incremento das atividades culturais, antes

inexistentes ou simplesmente proibidas.

Foram as seguintes as inovações no campo cultural:

Criação da Imprensa Régia (1808);

A biblioteca (1810) futura Biblioteca Nacional: com 60 mil volumes trazidos por

D. João VI e em 1814 franqueada ao público;

Jardim Botânico do Rio (1810): ao lado do museu Real, incentiva os estudos

de botânica e zoologia, faz o levantamento das variedades de plantas e

animais;

Museu Real (1818), depois Museu nacional;

Missão cultural francesa (1816).

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Teoria e prática

No século XIX ainda não há propriamente o que poderia ser chamada de uma

pedagogia brasileira. No entanto, alguns intelectuais, influenciados pelas idéias

européias, tentam imprimir novos rumos à educação ora apresentando projetos de

leis, ora criando escolas.

A lei e a realidade

De modo geral, podemos dizer que no século XIX, ainda não há uma política de

educação sistemática e planejada.

Quando a família real chega ao Brasil, existem apenas as insuficientes aulas

régias do tempo de Pombal, o que obriga o rei a criar escolas, sobretudo

superiores, a fim de atender às necessidades do momento.

Assim que chegou ao Brasil, D. João VI determinou as primeiras medidas a

respeito da educação, no sentido de criar escolas de nível superior para atender

as necessidades do momento.

As medidas tomadas reforçaram o caráter elitista e aristocrático da educação

brasileira.

O ensino secundário

O destaque ao ensino superior não é estendido aos demais graus de educação.

Entre o ensino primário e o secundário não há pontes ou articulações: são dois

mundos que se orientam, cada um na sua direção.

Não há vinculação entre os currículos dos diversos níveis, aliás, nem há

propriamente currículo devido à escolha aleatória de disciplinas, sem qualquer

exigência de se completar um curso para iniciar outro. Ao contrário, são os

parâmetros do ensino superior que determinam a escolha das disciplinas do

ensino secundário, obrigando-o a se tornar cada vez mais propedêutica, ou seja,

destinado a preparar os jovens para a faculdade.

O ensino elementar

Sem exigência de conclusão do curso primário para o acesso a outros níveis. A

elite educa seus filhos em casa. Para os demais segmentos sociais, o que resta é

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a oferta de pouquíssimas escolas cuja atividade se acha restrita à instrução

elementar: ler, escrever e contar.

A formação de professores

Para melhorar a formação de mestres, são fundadas as primeiras escolas

normais. Curso secundário, de dois anos de duração. O ensino é formal, distante

das questões teóricas, técnicas e metodológicas, além de funcionar de maneira

precária e irregular.

O descaso pelo preparo do mestre faz sentido numa sociedade não comprometida

com prioridade à educação elementar.

As escolas normais, que no início destinam-se apenas aos rapazes, mais tarde

terão uma clientela predominantemente feminina.

A maioria das mulheres do império vive em situação de dependência e

inferioridade, com pequenas possibilidades de instrução, dedicando-se às prendas

domésticas e à aprendizagem de boas maneiras.

Aos poucos aparecem escolas que se ocupam com a educação feminina,

sobretudo as instituições religiosas francesas.

Outros cursos

O ensino técnico no período do Império é bastante incipiente. O governo se

desinteressa pela educação popular e também pela formação técnica e volta-se

para as profissões liberais destinadas à minoria privilegiada.

A escola na sociedade de classes

Sabemos que, na sociedade dividida em classes, a posse dos instrumentos de

sistematização do saber não se dá de maneira homogênea, mas excludente,

privilegiando alguns poucos.

É bem verdade que essa exclusão não se faz de forma absoluta, já que o trabalho

manual, desde o mais simples, exige um mínimo de saber adquirido. Por isso, no

início da industrialização capitalista, no século XVIII, o economista Adam Smith

recomendava que os trabalhadores tivessem acesso à educação, com a ressalva

de que fosse em “doses homeopáticas”, oferecendo-se apenas o necessário para

se tronarem produtivos e fazer exercer o capital.

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A educação no terceiro milênio

Novos tempos

Partindo do pressuposto de que a educação só pode ser compreendida em

determinado contexto histórico, torna-se evidente a atenção aos novos rumos a

serem perseguidos daqui em diante, considerada a especificidade das mudanças

na segunda metade do século XX.

Vimos que o século XX está marcado pela ênfase na ciência e na tecnologia, que

vêm transformando rapidamente os usos e costumes dos habitantes de todo o

globo terrestre. Dentre as conquistas tecnológicas, destacam-se os transportes

ultra-rápidos, a automação, a comunicação eletrônica. Aviões rápidos, rádio,

televisão, fax, satélites e a rede cada vez mais expandida da Internet subvertem o

espaço e o tempo do homem contemporâneo, aproximando os povos e alterando

a maneira de pensar e trabalhar.

O avanço tecnológico e a crescente robotização e automação das empresas, nos

faz antever profundas modificações no trabalho e, conseqüentemente, na

educação. Só para antecipar algumas: a automação e informatização tem

provocado o aumento do setor de serviços (terciário), entrando no mundo pós-

industrial; na indústria (setor secundário), a flexibilização do trabalho distancia a

rigidez da linha de montagem. Essas alterações levam a superação da dicotomia

entre as fases de planejamento e execução, ao exigir um trabalhador polivalente,

de maior atividade intelectual, capacidade de iniciativa e adaptação rápida às

mudanças.

Paradigma da modernidade.

Um paradigma é um modelo, um conjunto de idéias e valores capazes de situar os

membros de uma comunidade em determinado contexto, de maneira a possibilitar

a compreensão da realidade e a atuação a partir de valores comuns.

O paradigma emergente

Não resta dúvida de que os acontecimentos do final do século XX têm provocado

perplexidade e desorientação, sobretudo em pais e professores que se baseiam

em parâmetros que se encontram em estado desagregação.

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O surgimento de um novo homem depende da construção de nova(s) forma(s) de

conhecimento e de poder, de uma subjetividade emancipada e de uma outra

sociabilidade. Portanto é preciso lembrar que a educação exige intencionalidade e

recusa o espontaneísmo na ação. Mas que também se beneficia de um espírito

desarmado, disposto a reconstruir a abrir caminhos à força da imaginação.

Os novos recursos da comunicação

A sociedade informatizada se caracteriza pela abundância de informações, daí

precisarmos estar atentos ao acesso, seleção e controle desses dados, ainda

mais que elaborar, difundir e utilizar o saber sempre significaram uma forma de

poder.

O importante é que os novos recursos, como o computador, a televisão, o cinema,

os vídeos, não sejam usados apenas como instrumentos, mas se tornem capazes

de desencadear transformações estruturais na velha escola. Só assim a função do

professor pode ser revitalizada, libertando-o da aula de saliva e giz e estimulando

a uma posição menos passiva e mais dinâmica. Como fazer é um desafio para a

imaginação.[1]

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I.2 - Aprendizagem [2]

Nenhuma prática educacional se mostra desvinculada dos contextos social,

econômico e institucional, em que ocorre a escolarização.

O ensino superior não foge à regra. O professor universitário, um profissional da

educação, em atividade docente, até pouco tempo, significava ministrar brilhantes

aulas expositivas ou palestras sobre determinado assunto.

Recentemente, esses profissionais começam a se conscientizar de que a

docência superior exige capacitação e competências específicas para o exercício

desse magistério.

Anteriormente, a preocupação era a de que os professores fossem competentes,

especializados e produtores de conhecimentos, de ciências e, nas aulas,

transmissores e avaliadores desses conhecimentos e do aprendizado dos alunos.

Nesse papel, precisava o docente dominar apenas o conteúdo da matéria a ser

transmitida. Caso não obtivessem êxito os alunos em sua aprendizagem, a

responsabilidade era exclusivamente dos mesmos.

Hoje, sabemos que a aprendizagem dos alunos é o objetivo central dos cursos de

graduação. Nosso papel de docente, é fundamental nesse processo como

elemento facilitador, orientador e incentivador da aprendizagem.

A aprendizagem vem ocupando o lugar em que, na realidade, merecem e carecem

de melhor preparação os professores, educadores e demais profissionais da área

de educação. Observa-se sua evidência nas realizações dos vários profissionais

no exercício de seu ministério.

A aquisição de atitudes, idéias, crenças, valores, receios, tradições se verifica

através da aprendizagem. Daí a necessidade de a entendermos porquanto

constitui importante processo para a sobrevivência humana, veiculado,

operacionalizado por meios educacionais, visando à sua atuação mais eficiente.

É, pois, pela aprendizagem que o homem se desenvolve como ser racional,

afetivo-social, no desempenho profissional no grupo social.

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A preocupação com a aprendizagem remonta a antigüidade: filósofos e

pensadores já se preocupam com o tema.

A noção de aprender se confundia com a ação de fixar nomes, retê-los, evocá-

los, diferenciando-se o conhecer do aprender, ou seja, o primeiro evidencia a

capacidade de perceber e incorporara à memória, e o segundo corresponde à

assimilação mental de algum conceito ou atitude.

Desde a antiguidade, filósofos e pensadores preocuparam-se com os fatos de

aprendizagem.

Para o filósofo Sócrates, o conhecimento preexiste no espírito do homem e a

aprendizagem consiste no despertar esses conhecimentos.

Já o filósofo Platão, formulou uma teoria dualista que separava o corpo(ou coisas)

da alma (ou idéias). Expôs as idéias de seu mestre Sócrates, elaborando-as com

a formulação de sua doutrina das “reminiscências”. A alma está sujeita à

metempsicose e guarda a lembrança das idéias contempladas na encarnação

anterior que, pela percepção, voltam à consciência. Assim, a aprendizagem nada

mais é do que uma reminiscência.

O filósofo Aristóteles apresenta um ponto de vista, definitivamente científico,

ensina que todo conhecimento começa pelos sentidos, rejeitando a preexistência

das idéias em nosso espírito. Lançou, portanto, o fundamento para o ensino

intuitivo. Utilizou o método dedutivo, característico de seu sistema lógico, e o

método indutivo, aplicando-o em suas observações, experiências e hipóteses.

Infelizmente, por séculos, suas conclusões foram aceitas como irrefutáveis, mas

foi esquecido o fato de que Aristóteles acreditou e utilizou os procedimentos

científicos da observação e experimentação. Organizou a teoria da associação

com os princípios de semelhança, de contraste e de contigüidade. Combatendo a

preexistência das idéias, formulou a célebre afirmação de que “nada está na

inteligência que não tenha primeiro estado nos sentidos”. [2]

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Na atualidade a aprendizagem “é uma classe de comportamento que consiste em

uma modificação sistemática de conduta, advinda da repetição de uma mesma

situação.” [2]

“ Assim a aprendizagem pode ser definida como uma modificação sistemática do

comportamento, por efeito da prática ou experiência, com um sentido de

progressiva adaptação ou ajustamento.” [2]

Na aprendizagem cognitiva, encontramos registros de que toda aprendizagem

resulta em alguma mudança no comportamento daquele que aprende.

“Aprendizagem cognitiva é aquela em cujo processamento predominam os

elementos de natureza intelectual, tais como a percepção, raciocínio, memória,

etc. “ [2]

Considerando que o homem é um organismo que pensa, sente e atua, e que todo

o processo aprendido possui componentes motores, ideativos, afetivos e que os

padrões comportamentais do indivíduo se modificam em virtude da experiência, os

aspectos motores, ideativos e afetivos também se alteram.

“ Na aprendizagem ideativa envolve a utilização de processos intelectuais e ainda,

se pode distinguir entre conhecimentos e informações.” [2]

Quando informamos determinada data, trata-se de uma informação e esta tarefa

envolve apenas a memória, não sendo necessária uma atividade intelectual..

Produto da aprendizagem: apreciativa ou afetiva.

“ A aprendizagem apreciativa influi, modifica e aperfeiçoa a personalidade de

educando, que se estrutura sob as bases hereditárias, em constante interação

com o meio ambiente.”

A aprendizagem apreciativa compreende atitudes e valores sociais, traduzidos por

gostos, preferências, simpatias, costumes, crenças, hábitos e ideais de ação, que

constituem os princípios mais gerais de conduta humana”. [2]

Atualmente, a escola busca contribuir para a equilibrada formação da

personalidade de seus alunos e de sua integração no ambiente sócio-cultural,

através do ajuste de seus sentimentos, atitudes e valores do grupo a que

pertença.Com a aquisição de novos conhecimentos ou habilidades, o

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comportamento dos alunos pode variar, sendo positivo ou negativo. Desta forma,

a aprendizagem apreciativa, emocional ou afetiva se desenvolve de forma

concomitante às outras aprendizagens.

A aprendizagem apreciativa propicia modificações e aperfeiçoamento da

personalidade dos alunos em constante interação com o meio-ambiente.

Compreende atitudes e valores sociais, preferências, simpatias, costumes,

crenças, hábitos e ideais de ação, que são as bases de conduta humana. Ausente

o aspecto emotivo,, sentimentos, valores e ideais, a vida não teria sentido.

Resulta em respostas afetivas, proveitosas ao indivíduo e à sociedade.

Concluímos que a aprendizagem apreciativa possibilita a formação do caráter do

aluno, que será expressa em sua maneira constante de se comportar.

O melhor indicativo da educação e da cultura do indivíduo não se mede por sua

capacidade em fazer as coisas nem pela quantidade de informação que possui,

mas pela qualidade de seus ideais, atitudes e preferências, por sua inserção

sócio-cultural-profissional.

Todo este conteúdo da aprendizagem apreciativa forma o cabedal necessário para

a integração do indivíduo ao meio social e à profissão e não surge

espontaneamente; precisa ser ensinado e cultivado pela escola.

Registram-se ainda processos de aquisição de aprendizagem apreciativa,

segundo os quais:

a) o aluno deve ser preparado para a aprendizagem, porque as idéias podem

suscitar emoções mais facilmente;

b) os princípios de motivação da aprendizagem devem ser atendidos;

c) o professor deve vivenciar os ideais, atitudes e valores que deseja cultivar nos

alunos;

d) o professor deve oferecer oportunidades para as reações afetivas do aluno;

e) as aulas sobre os conteúdos da aprendizagem apreciativa não devem ser

formais;

f) as diferenças individuais devem ser respeitadas;

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g) as formas de medir a aprendizagem consistem em observar no aluno se sua

conduta está consoante com seus ideais, valores e atitudes.

“ A aprendizagem envolve o uso e o desenvolvimento de todos os poderes,

capacidades, potencialidades do homem, tanto físicas quanto mentais e

afetivas”.[2]

[Após essas reflexões, pudemos constatar que a docência no terceiro grau não

pode prescindir de um profissionalismo semelhante ao exigido em outras

profissões.

Com essa consciência de que o processo ensino-aprendizagem é o objeto central

dos cursos de graduação o mesmo recebeu nova configuração.

As instituições de ensino do terceiro grau também são responsáveis pela

formação de seus alunos como cidadãos e profissionais competentes. As

universidades e as faculdades são locais de encontro e de convivência entre

educadores e educandos com a intenção de favorecer o desenvolvimento dos

alunos nas diferentes áreas do conhecimento, no aspecto afetivo-emocional, nas

habilidades, atitudes e valores. [2]

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I.3 - O surgimento da Dinâmica de Grupo [3 e 4]

A expressão Dinâmica de Grupo surgiu, pela primeira vez, num artigo

publicado por Kurt Lewin, em 1944, em estudo consagrado às relações entre a

teoria e a prática em Psicologia Social.[3]

Dinâmica de Grupo - Dynamis é uma palavra grega que significa força, energia,

ação. Quando Kurt Lewin utilizou essa expressão e começou a pesquisar os

grupos, seu objetivo era o de ensinar às pessoas comportamentos novos através

da Dinâmica de Grupo, ou seja, através da discussão e de decisão em grupo, em

substituição ao método tradicional de transmissão sistemática de conhecimentos.

O que se espera alcançar de resultados, com a utilização da Dinâmica de Grupo é

que os participantes possam:[3]

desinibir a capacidade criadora, levando-os a se tornarem bastante

desenvoltos;

aumentar as transformações no grupo, alterando a sua produtividade;

aumentar a coesão do grupo;

proporcionar um aperfeiçoamento do trabalho coletivo, procurando atingir,

através dos grupos, metas socialmente desejáveis, podendo, também

aumentar sua eficiência fundamentando-a num firme conhecimento das leis

que governam a vida do grupo;

transformar o potencial do grupo, fazendo-o crescer em igualdade harmônica

de relacionamento interpessoal.

Na Dinâmica de Grupo o comportamento e as atitudes individuais serão mudadas

num trabalho de grupo, porque os participantes se sentirão profundamente

sensibilizados por aquilo que acontecerá, por sentirem e por observarem

processos que eles aprenderão a conceituar.

Esses aspectos foram estudados pela Dinâmica de Grupo na elaboração de suas

teorias.

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Na elaboração da teoria da Dinâmica de Grupo, diversas disciplinas contribuiram

para sua fundamentação: os grupos de família, de trabalho, institucional, de

classes escolares, de favela, de marginais, de adolescentes e outros.

Ao buscar fundamentar e respaldar a utilização de Dinâmica de Grupo em aulas

participativas, encontramos em Kurt Lewin o notável empenho em trabalhar os

grupos em diversas dimensões, quais sejam: a comunicação humana, o

aprendizado da autenticidade e o exercício da autoridade em grupo de trabalho,

ou seja, o aspectos das relações interpessoais.[4]

Se considerarmos como objeto da Dinâmica de Grupo estudos e pesquisas

científicas, estará ela intrinsicamente ligadas a duas ciências que originalmente se

dedicaram ao comportamento humano: Psicologia e Sociologia.

A primeira torna-se objetiva e experimental no fim do século XIX, com criação de

seus primeiros laboratórios entre 1880 e 1890, com atenções voltadas para a

compreensão individual. A Sociologia, criada por Augusto Comte, no século XIX,

elabora o quadro das ciências sociais ao criá-la, buscando orientação voltada para

o estudo das instituições políticas, dos fenômenos coletivos dos grandes grupos

humanos e das “ mentalidades ” sócio-culturais.

A evolução destas duas ciências caminhava para um meio termo, isto é, o estudo

dos pequenos grupos.

Vemos, portanto, que é a partir das idéias de Kurt Lewin que encontramos

respaldado para o progresso científico da Dinâmica de Grupo; os estudos e as

descobertas de Lewin sobre a comunicação humana atraíram uma equipe de

pesquisadores que organizaram seu centro de Pesquisas em Dinâmica de Grupo,

que fundou no Instituto Tecnológico de Massachusetts, foi concebido e planejado

por ele como um laboratório destinado a desenvolver exatamente tal combinação

de pesquisa e ação. Os projetos de pesquisa em curso alcançaram fervor. Todos

pareciam motivados e adeptos das hipóteses de Lewin sobre a gênese e

dinâmicas dos grupos, modificação das idéias do comportamento social, de

determinados métodos e de decisão em grupo, apresentavam grandes vantagens

em relação às conferências e ao sentido individual.

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Doutorou-se em Filosofia pela Universidade de Berlim (1914), havendo

apresentado e defendido a tese: “ A Psicologia do comportamento e das

emoções”. [4]

Durante este período, Lewin e colegas da Universidade de Berlim interessam-se

por experiências de laboratório sobre medidas de vontade, da associação,

percepção de movimento e do relevo.

Em 1939-40, tornou-se professor na Universidade de Harvard. Em 1945, funda o

Centro de Pesquisas em Dinâmica de Grupos (RESEARCH CENTER FOR

GROUP DYNAMICA), ocasião em que introduz a expressão “Dinâmica de Grupo”.

De 1939 a 1947, altera a orientação de suas pesquisas, redirecionado-as para a

elaboração de uma psicologia dos grupos.

“ A educação é em si um processo social que , ás vezes, implica pequenos grupos

como mãe e filho e, às vezes, grupos maiores, como a sala de aula ou a

comunidade de uma colônia de férias”.[4]

Desta forma, Lewin deu início ao processo de trocas do diálogo junto aos seus

colaboradores. Eles descobriram que a produtividade de um grupo e sua eficiência

estão estreitamente relacionadas não só à competências de seus membros, mas,

sobretudo, à solidariedade de suas relações interpessoais. [4]

Grupo -T [5]

Registra Schvingel [5] que, em 1946, a Comissão Inter-Racial, o Departamento de

Educação - ambos de Connecticut - e o Centro de Pesquisas em Dinâmica de

Grupo patrocinaram um seminário para treinamento e pesquisa, tendo por objetivo

específico o desenvolvimento de líderes locais que pudessem ser mais eficientes.

Surgia o grupo-T, relativamente não estruturado, onde os indivíduos se envolvem

numa experiência de aprendizagem, cujos elementos não estão fora de si nem

remotos de sua experiência dentro do grupo, à medida que buscam criar uma

organização produtiva e viável, formar animadores no seio de organismos locais,

uma sociedade em miniatura, enquanto trabalham para estimular e apoiar a

aprendizagem de forma recíproca. Os participantes devem estabelecer um

processo de indagação onde os dados sobre seus próprios comportamentos são

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recolhidos e analisados simultaneamente com a experiência que gera tais

comportamentos. Cada indivíduo pode aprender sobre suas motivações,

sentimentos e estratégias no lide com outras pessoas.

Aprende também sobre as reações produzidas nos outros quando com eles

interagem. Localiza barreira ao seu funcionamento integral autônomos com os

outros.

Seus elementos básicos são:

O Grupo - T é uma experiência de aprendizagem ou educacional, desenvolvida

em pequenos grupos;

Os elementos que servirão de dados para esta aprendizagem surgem da

própria experiência no grupo e do grupo;

O foco da aprendizagem é o indivíduo e sua relação com os outros membros

do grupo e com os coordenadores, às vezes acrescido do foco como um todo;

O Grupo-T tem uma metodologia própria, cujos principais elementos são: o uso

da retroalimentação (feedback), a confrontação entre os participantes, a

expressão e exploração dos sentimentos e percepções, a busca e

experimentação de novos comportamentos e avaliação destes.

A doutrina apresenta três características importantes na compreensão do

Grupo -T:

a) A responsabilidade pela aprendizagem é do próprio indivíduo. O papel do

coordenador não é ensinar, mas propiciar condições onde os participantes

possam aprender, se escolhem fazê-lo;

b) A experiência acentua a importância dos sentimentos como algo

especialmente importante a ser plenamente vivido e compreendido;

c) O processo de dar e receber retroalimentação (feedback) é imprescindível para

o aperfeiçoamento das relações entre os indivíduos e individualmente.

O objetivo geral do Grupo-T é obter aprendizagem sobre processos,

comportamentos e desenvolvimento de grupo. O desenvolvimento das relações

interpessoais no grupo e o estabelecimento de uma comunicação adequada ao

rendimento do grupo, o aprender como aprender significa ajudar o indivíduo a

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aprender de sua experiência nas áreas de autopercepção, de sensibilidade aos

fenômenos da relação interpessoal, da compreensão sobre as conseqüências do

seu próprio comportamento e o dos outros. Para isso, é necessário que as

pessoas explorem abertamente suas motivações, reações, sentimentos e

experimentem novas maneiras de se comportar - um objetivo suplementar é criar

um clima de apoio e facilitar situações com que possam os participantes aprender

através de exame da própria experiência.

O Grupo -T procura facilitar o fortalecimento do indivíduo para que ele possa se

relacionar mais plenamente com os outros nas diversas situações, conhecer-se de

modo mais íntimo e acurado, encontrar um significado importante para sua vida e

iniciar ou manter um processo de crescimento individual em direção a uma

adequação pessoal cada vez maior.

A partir de 1947, proliferam os estudos e pesquisas sobre dinâmica dos pequenos

grupos, dando surgimento a várias vertentes de pensamento, que consideravam

diferentes aspectos. Daí o aparecimento de diversas denominações sem que se

possa discriminar qualquer critério diferenciador estável que justifique a

diversidade, como, por exemplo, em diferentes objetivos ou tipos de intervenção

do coordenador.

As denominações mais empregadas são:

Treinamento em Laboratório (Laboratory Training);

Treinamento de sensibilidade (Sensitivity Training);

Treinamento em Relações Humanas (Human Relations Training);

Grupo de Encontro (Encounter Group);

Grupo de Treinamento (T Group);

Grupo de Desenvolvimento Interpessoal.

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I.4 - As dimensões básicas das necessidades interpessoais [6]

Embora as contribuições de Kurt Lewin [4] tenham marcado um período de

fundamental importância no estudo de grupo, quem levou mais longe a exploração

e análise da Dinâmica de Grupo de trabalho foi o psicólogo ameriacano Will

Schutz,[6] que desenvolveu a teoria dos comportamentos, permite avaliar a

qualidade funcional dos grupos.

Schutz foi aluno de Hans Reichenbach e de Abrahamkaplan, na UCLA.

Foi professor universitário em Harvard, Chicago, Berkeley, Tufts, faculdade

Einstein de Medicina e na Antioch, de São Francisco.

Foi escolhido oito vezes para conduzir pesquisas mediante contrato com

instituições particulares e do governo (Ministérios da Educação e da marinha,

Fundação Rosenberg).

Desenvolveu, durante vinte anos, trabalho com grupos de encontro nos E.E. U.U.

e também na Austrália, Canadá, Inglaterra, França, Alemanha, Holanda, Israel,

México, Nova Zelândia, Nigéria, porto Rico e Suécia.

Atuou por vinte anos como consultor nos setores comercial, governamental,

educacional e de organização comunitária, na qualidade de membro graduado da

Associação Americana de Psicoterapia de Grupo e da Associação Americana de

Psicologia.

Schutz realmente traz inovação quando apresenta a sua teoria das necessidades

interpessoais, fundamental porque todo ser humano, que se reúne em grupo, as

experimenta ainda que em graus diversos. Estas necessidades, segundo ele, são

interpessoais, no sentido de que - somente em grupo e pelo grupo - podem ser

satisfeitas adequadamente. [6]

Classifica Schutz como fundamentais as três dimensões do comportamento

humano, que são as necessidades interpessoais:

A necessidade de inclusão - experimentada por todo membro novo de um

grupo, ao se sentir e perceber-se aceito, integrado, valorizado totalmente por

aqueles a que se junta.

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A necessidade de controle - consiste em se definir, para cada membro, suas

próprias responsabilidades no grupo e também as de cada um com quem

forma grupo.

A necessidade de afeição - desejo de todo indivíduo em grupo no sentido de se

perceber como insubstituível e de ser aceito como pessoa.

Para Schutz, a expressão desta necessidade de afeição é fortemente

condicionada e determinada pelo grau de maturidade social do indivíduo.

Ao se proporcionara a oportunidade aos alunos, através da Dinâmica de Grupo,

de interagirem com seus colegas e compreenderam seu processo de crescimento,

desenvolvimento e interação - características inerentes à própria natureza,

estaremos facilitando sua aprendizagem, uma vez que a mesma está

condicionada às experiências vividas no meio-ambiente em que se acha o homem

inserido, em constantes trocas e mutações.

Um bom professor, segundo Schutz, “cria condições para que os estudantes

achem mais fácil encontrar seu caminho”. [6]

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CAPÍTULO II

TEORIAS

II.1- Análise comparativa das teorias: Aprendizagem e Dinâmica de Grupo.

Dinah Martins

Kurt Lewin

Will Schutz

Aprendizagem Relações Interpessoais Ser aceito como pessoal Modificação

sistemática do comportamento, por efeito da prática ou experiência, com um sentido de progressiva adaptação ou ajustamento.

Desinibir a capacidade

criadora, levando-os a se tornarem bastante desenvoltos.

Inclusão Experimentada por todo membro novo de um grupo, ao se sentir e perceber-se aceito, integrado, valorizado totalmente a que se junte.

A aprendizagem

envolve o uso e o desenvolvimento de todos os poderes, capacidades, potencialidades do homem, tanto físicas quanto mentais e afetivas.

Proporcionar uma

aperfeiçoamento do trabalho coletivo, procurando atingir através dos grupos, metas socialmente desejáveis, podendo também aumentar sua eficiência fundamentando-a num firme conhecimento das leis que governam a vida do grupo.

Controle Consiste em se definir, para cada membro, suas próprias responsabilidades no grupo e também as de cada um com quem forma o grupo.

A aprendizagem é uma

classe de comportamento que consiste em uma modificação sistemática de conduta.

Transformar o

potencial do grupo, fazendo-o crescer em igualdade harmônica de relacionamento interpessoal.

Afeição Desejo de todo indivíduo em grupo no sentido de se perceber como insubstituível e de ser aceito como pessoa.

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II.2 - Resultado do estudo exploratório para confirma as teorias

(correlacionadas)

Dinah Martins

Kurt Lewin

Will Schutz

Aprendizagem Relações Interpessoais Ser aceito como pessoal “ Todo mundo, todas

as pessoas “grandes” deveriam ter acesso a um aprendizado de vida como esse”.

“ Altíssimo nível

profissional. Souberam motivar, integrar e passar conhecimentos fundamentais para um saudável e efetivo interrelacionamento grupal.”

“ Poder conhecer

melhor pessoas que eu nunca tive oportunidade e descobrir novas amizades. Aprender a me comunicar melhor, sem pudor nem preconceitos.”

“ A vivência que é um

método ótimo de aprendizagem.”

“A oportunidade de

melhorar as relações e fazer amizades. Esta aula para mim era uma grande oportunidade de lidar com pessoas.”

“ A valorização do ser

humano com o ser humano.”

“ “Proporciona

aprendizagem e conteúdo de forma descontraída e espontânea não havendo obrigação de aprender, ou seja, cada um aprende mesmo sem querer.”

“ O processo gradual

que nos foi colocado de inter-relacionamento do grupo. Pode-se aprender um pouco mais sobre o “tu” e o “outro”.

Houve uma união bem maior fora da sala após estas aulas, nasceram verdadeiras amizades.”

“ A prender a conviver

em grupos é o segredo para uma sociedade melhor. Perder o medo de se auto avaliar constitui em crescimento próprio e engrandecimento da humanidade.”

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II.3 - Aspectos mais significativos do estudo exploratório das teorias (correlacionadas)

Dinah Martins

Kurt Lewin

Will Schutz

Aprendizagem Relações Interpessoais Ser aceito como pessoal A vivência facilita o

processo de assimilação de aprendizagem.

As relações

interpessoais propiciam maior conhecimento de si e do outro.

A inclusão um

processo de grupo que permite ao indivíduo uma reflexão dos sentimentos de si mesmo e do outro.

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II.4 - Conclusão da análise comparativa do estudo exploratório e teorias.

Fonte: Instrumento - questionários aplicados em 23 alunos da PUC - Pontifícia

Universidade Católica do Rio de Janeiro - Departamento de Administração.

Professora Titular: Gladys Trindade de Araújo.

Tópicos especiais de Recursos Humanos II - ADM. 1666

Período: 1996.1(ano de 1996 -1º semestre)

A análise comparativa evidencia que a variável aprendizagem está presente nas

teorias estudadas, conforme constatamos no estudo exploratório.

Registramos alguns tópicos importantes das três abordagens para confirmamos

que as aulas participativas realmente favorecem a aprendizagem e ao

desenvolvimento afetivo, social e emocional.

Pudemos constatar através dos depoimentos dos alunos, que todos apresentaram

a aquisição de conhecimento - conteúdo com um registro percentual de :

Excelente: 72,72%;

Muito bom: 13,64%;

Bom: 13,64%.

Ressaltamos que a aprendizagem, desde os tempos remotos, sempre foi uma

preocupação, não só como desenvolvimento da área do conhecimento, mas,

principalmente, no que se refere à compreensão dos processos de crescimento e

desenvolvimento, características inerentes à própria natureza.

A preocupação com o ensino-aprendizagem se dá pelo fato de, atualmente,

sabermos que o homem se desenvolve como ser racional e afetivo-social.

Para a teoria da aprendizagem, toda aprendizagem resulta em alguma mudança

ocorrida no comportamento daquele que aprende, o que é reafirmado por Kurt

Lewin em, sua teoria de Dinâmica de Grupo e é comprovada por Will Schutz em

suas dimensões básicas das necessidades interpessoais.

Constatamos, após esta análise, que não somos, no terceiro grau, apenas

transmissores do processo de crescimento e desenvolvimento do indivíduo em

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todas as suas dimensões, ou seja, no conhecimento, no aspecto afetivo-

emocional, nas habilidades e atitudes e valores, aspectos estes comprovados em

nossa análise comparativa entre as três abordagens e nos diversos depoimentos

dos alunos.

O estudo da Dinâmica de Grupo e sua natureza, principalmente, sobre as forças

psicológicas e sociais a eles associadas, há tempo vem motivando as atividades

intelectuais de pensadores.

Registramos, então, as contribuições para o estudo dos fatos da aprendizagem,

elaborados pelo psicólogo Kurt Lewin, quanto ao aspecto das relações

interpessoais propiciarem maior conhecimento de si e do outro.

Atualmente, contamos com as dimensões básicas de Will Schutz, que vêm

favorecer grandemente ao trabalho docente num papel facilitador, com

possibilidade de desenvolvimento - na área do conhecimento - do aspecto afetivo -

emocional, das habilidades e de atitudes e valores. Comprovamos no estudo

exploratório o quanto estas dimensões foram significativas aos alunos em

referência.

Registramos, nas aulas vivenciadas em turmas de terceiro grau e na análise

comparativa que todos esses aspectos de personalidade puderam ser expressos

durante as aulas participativas com Dinâmicas de Grupo, o que valida as teorias

descritivas neste trabalho e nos apresenta um resultado percentual por parte dos

alunos quanto ao processo (vivências) desenvolvidos em turma:

Excelente : 81,22 %

Muito bom: 13,64 %

Bom: 13,64 %

Ruim: 0 %

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E quanto a atuação docente, na opinião dos alunos, conquistamos em termos

percentuais um desempenho:

Excelente : 86,36 %

Muito bom: 9,10 %

Bom: 4,54 %

Ruim: 0 %

Concluímos, desta forma, que este processo de aulas participativas apresentam

um ganho não só ao alunado, mas, também, aos professores-facilitadores que,

além de utilizarem um instrumento valioso, que é a Dinâmica de Grupo, em seu

mister, ainda promovem o crescimento dos mesmos em todas as suas dimensões,

ou seja, intelectuais e afetivo-emocional.

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CAPÍTULO III

CONCLUSÃO

O presente trabalho buscou validar a hipótese de que as aulas participativas

no terceiro grau com Dinâmica de Grupo facilitam a aprendizagem e também ao

desenvolvimento afetivo-social e emocional.

Neste sentido, foram proporcionadas vivências pertinentes aos temas das aulas,

onde os alunos puderam desenvolver as dimensões básicas de Will Schutz, sendo

suas habilidades, conhecimentos e vários aspectos de sua personalidade.

Estes comportamentos foram evidenciados quando os alunos passaram,

espontaneamente, a atuar de forma ativa e participativa em sala de aula.

A atualidade exige do profissional docente mais estudo, seja pelo desenvolvimento

das ciências e sua conseqüente necessidade de especialização para atender ao

desafio de facilitar, orientar e incentivar a aprendizagem dos jovens universitários.

Se consideramos estarmos preparando profissionais para atuarem no mercado de

trabalho, devemos estar atentos e procurarmos formas facilitadoras que

qualifiquem o profissional de uma forma mais completa, ou seja, em suas

dimensões: cognitiva e afetivo-social. a proposta é de inserirmos nas aulas de

Dinâmica de Grupo, para que as mesmas sejam mais participativas e favoreçam,

além do aprendizado, o desenvolvimento do aspecto afetivo-social e o

aperfeiçoamento das reações interpessoais.

Conforme podemos observar, a Dinâmica de Grupo de Kurt Lewin e as dimensões

básicas de Will Schutz muito têm a contribuir para o desenvolvimento e

aprimoramento de nossos alunos e corpo docente, em busca permanente desse

aprimoramento a fim de satisfazer, na atualidade, os aspectos evolutivos

necessários ao processo de ensino-aprendizagem.

Ao se utilizar do recurso da Dinâmica de Grupo, o docente assume o papel de

facilitador e passa a ajudar as pessoas a seguirem o curso de ação que

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escolherem, proporcionando-lhes experiências de aula e favorecendo um espaço

para perguntas que suscitam reflexão e aprendizado.

Neste contexto, a facilitação do aprendizado é mais forte, visto que é alcançando

através das descobertas e constatações dos próprios alunos.

Deve predominar, neste espaço, a democracia, que permitirá aos alunos

reconhecimento e valor. Eleva-se, diante disso, a auto-estima, através de uma

imagem de segurança e reforço de identidade. Todos estes aspectos influenciam

positivamente ao processo de aprendizagem.

Os alunos se desenvolveram ainda em um dos aspectos mais delicados da

aprendizagem de um profissional, ou seja, atitudes e valores tão necessários para

sua participação em sociedade, praticando a democracia e compromisso com a

evolução da própria sociedade.

¬

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B I B L I O G R A F I A

1- ARANHA, Maria Lúcia Arruda . História da Educação .

Editora Moderna - 2ª edição -2001-

p.15/16/17/19/20/138/139/146/150/151/152/153/154/155/156

/157/194/201/203/211/214/234/235/238.

2- MARTINS, Dinah. Psicologia da Aprendizagem.

Editora Vozes - Petropólis - 1997 - p.33/70/71

3- MILITÃO, Albigeno. SOS: Dinâmica de Grupo.

Editora Qualitymark Rio de Janeiro - 2001 - p. XVI

4- LEWIN, Kurt. Problema de Dinâmica de Grupo.

Editor Cultrix Ltda. São Paulo -1948 - p.21

5- SCHVINGER, Amaryllis Alves. Grupo T e Psicoterapia de Grupo. Uma

Comparação. Dissertação de mestrado apresentada à PUC - Pontifícia

Católica do Rio de Janeiro - RJ. - p. 4

6- SCHUTZ, Will. Profunda Simplicidade. Uma Nova Consciência do Eu Interior.

Editora Agora - São Paulo - 1989 - p. 12/70/103/112

7- MASETTO, Marcos Tarciso. Docência na Universidade.

Editora Papirus - São Paulo - 2001

8- ARAÚJO, Gladys Trindade. Dinâmica de grupo: Estratégia Educacional para o

desenvolvimento da competência interpessoal. Monografia apresentada à SIRH

- Sociedade Interdisciplinar de Recursos Humanos - Rio de Janeiro-RJ - 1992.

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A N E X O S