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Sonhar sem realizar é querer vencer uma guerra sem lutar... (Desconhecido). 1

Auto Biografia - Carol

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Auto biografia

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Sonhar sem realizar é querer vencer uma guerra sem lutar...

(Desconhecido).

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Introdução

Há exatamente 16 anos estou no mundo... Pouco tempo para alguns, certo?! Para mim também, mesmo que eu já tenha vivido coisas que muitos não vivem em uma vida inteira. Talvez eu esteja exagerando um pouco, mas é que tudo o que vivi foi meio que intensamente. Arrependo-me de algumas coisas, porém me orgulho de outras; tem horas que queria voltar no tempo e há também horas que eu queria ir para o futuro. Momentos, lembranças... Burradas, risadas, lágrimas, coisas boas, coisas ruins, pessoas, objetos, lugares, que não ficaram simplesmente para trás. Enfim, estou aqui para falar da minha vida - ou o que eu tenho vivido dela até hoje.

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Três de março de mil novecentos e noventa e quatro. Nasce mais uma garota, em São Roque, na Santa Casa. Grandinha até, com quatro quilos e alguma coisa. Carolina Garcia Cavalheiro Campos, filha de Marisol Garcia Cavalheiro Campos e Ricardo Ventura de Campos. A primeira filha, o xodó da família. Carolina, tão esperada pelo pai desde seus quatorze anos... Sim meu pai já sonhava com a filha Carolina desde os 14, bem estranho pra um cara que gostava de motos, baladas, viagens e largou os estudos antes de completar o colegial. Mais estranho ainda é o fato de minha mãe ter se casado com um cara assim, já que ela era muito estudiosa e prendada, filha de um espanhol muito exigente... Eles se casaram e minha mãe veio morar em Mairinque com meu pai, já que ele era daqui.

Por ser a primeira filha fui a mais mimada, mais “cuidada”. Tinha sérios problemas para comer. Só bebia leite, mais nada. Ao me ver comendo hoje minha mãe lembra-se dos potinhos de Danoninho que eu vomitava logo depois de comer, já que eu não aguentava nem um inteiro, mas ela insistia em me fazer comer, claro. Minha avó materna (Vó Nice) então é ainda pior, até chora lembrando-se de quando achavam que eu poderia morrer. Eu não comia nada, e isso era desesperador para todos, mas principalmente para ela, que foi era quem cuidava de mim na maior parte do dia, já que meus pais trabalhavam. Meu avô dizia sempre “calma, se o sanguinho dela for bom, ela sobrevive, mas se não for... bom está nas mãos de Deus essa menina”, e o mais irônico foi que ele morreu de leucemia dois anos depois... Um ano antes da morte do meu avô, quando eu tinha um ano e pouco, meus parentes da Espanha vieram me visitar. Os irmãos, sobrinhos e tios do meu avô materno vieram para o Brasil, e ficaram encantados com a neta do Carlo (eu haha), principalmente tia Isolina, que até hoje pede fotos minhas pra minha tia e querendo saber como todos aqui estão. Tenho uma vaga lembrança desse dia e da Isolina, por mais que eu fosse muito nova. Não só lembro-me deles, como também do meu avô, de ele me ensinando a falar “laranja” em espanhol, “colher” etc...

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Recém nascida, ainda no hospital, com minha mãe

Família da Espanha e família de São Roque: Francisco, Vô Carlo, Pilar, Tio Roberto, Tia Marina, Isolina e Vó Nice

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Em 2001, minha bisavó paterna, mãe da Vó Niza, faleceu. Eu acho que não chorei, eu era criança, não entendia muito bem. Pouco me lembro dela, a chamávamos de Vó Gorda. Vó Gorda, ela ficava sentada no sofá ou na poltrona da sala o dia inteiro, só se levantava para voltar para a cama de noite e dormir, e também, tomar banho, claro. A pessoa que mais tinha afinidade a ela era minha irmã Camila, que quando íamos a casa dela, sentava com a Vó Gorda e ficava contando um monte de historinhas para ela, e ela adorava.

Com o falecimento da Vó Gorda, a Vó Niza voltou a morar no seu sobrado no centro (ela estava morando com a mãe dela enquanto ela estava doente), e nós fomos morar na antiga casa da Vó Gorda, já que ficava no centro também, na frente do mercado, já que a nossa ficava em um bairro mais afastado de Mairinque.

Desde pequena eu tenho uma mania, desde os meus dois anos talvez. Eu ficava cheirando ursinhos, estranho né?! Meu primeiro ursinho, um azul tinha sobrado só o paninho, já que eu havia o deixado cair no meio da estrada e meu pai teve que voltar para pegar o coitadinho. Mas no fim, eu o esqueci em São Bernardo do Campo, casa de uma tia avó por parte de avô materno. Melita. O segundo caiu no bueiro quando abri a porta do carro; e o terceiro foi comido pelo pastor alemão da Estela, o Tob. Na verdade eu tive um quarto ursinho, e o tenho até hoje. Na verdade, não é um ursinho e sim uma onça. É claro que não a cheiro mais né, mas ela significa muito para mim. Eu a chamo de Onça Garcia até, ela é minha bebê mais linda. Para mim, ela já uma pessoa, falo mesmo.

É desde pequena também, mais precisamente desde que nasci que torço para o São Paulo Futebol Clube. Já que isso aconteceu desde que eu era bebê, foi meu pai que escolheu esse time para mim, e me orgulho muito disso e dou graças a Deus. Quer dizer, se eu quisesse, poderia mudar de time hoje, mas sei que meu time é o melhor do mundo, isso mesmo MELHOR DO MUNDO, até porque foi três vezes campeão mundial, mais que todos os outros times do mundo, três vezes campeão da taça Libertadores da América, seis vezes campeão brasileiro e mais títulos como paulistas e

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Vó Gorda, Camila, Gabi

Onça Garcia

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copas do Brasil... Sem falar na nossa casa, que é o maior estádio particular do mundo. O que eu sinto por esse time é inexplicável como o que eu sinto por outras pessoas muito importantes na minha vida. Eu tenho um orgulho imenso de ser Tricolor, assim como eu tenho de ser Brasileira... Sim, pode não parece, mas sou muito nacionalista. Mesmo que eu tenha um pequeno sonho de morar na Califórnia um dia, eu amo meu país mais do que qualquer outro, e mesmo se eu for morar lá, é no Brasil que eu quero estar quando morrer.

Enfim, voltando à minha vida familiar, dois anos depois (já deve estar subentendido o porquê de “primeira filha”) nasceu minha irmã, Camila, que ao contrário de mim era “o bebê que toda a mãe quer ter” como diz minha mãe até hoje, já que tudo o que davam pra ela comer, ela comia. E se já não bastassem duas garotas, a última (graças a Deus) veio de “encomenda”, seis anos depois de mim. Gabriela, a caçula. A mais protegida e mais irritante também, fato. Também vou constar o nascimento da primeira filha da minha tia, depois de várias tentativas dela, aos meus cinco anos. Estela Cavalheiro Lobo. A Estelinha não podia faltar, a gente cresceu junto, pelo menos desde os cinco anos dela, já que ela não queria mais ficar na escola o dia inteiro mesmo que seja com a mãe dela, (minha tia, já que ela é a dona). E ainda veio a Heleninha, irmã da Estela (e totalmente o contrário dela), a bebê mais linda de todas. Ela sim cresceu desde pequena comigo, minhas irmãs e minha prima.

Já que estou falando de pessoas com as quais cresci, não posso esquecer-me do meu priminho, Augusto de Medeiros Conceição. Meu Augustinho. Meu primo de segundo ou terceiro grau, mas que pra mim é de primeiro. Ele é da família do meu pai e mora do lado de casa desde que ele tinha um ano talvez, e desde então ele vem em casa para brincar com a gente, quer dizer, para brincar principalmente com a Gabi. Mas, além da Gabi, ele nos ama muito também! Um dia na escola ele disse para a professora que ele tinha mais três irmãs: a Carol, a Camila e a Gabi. A professora ficou assustada, porque a mãe do augusto tem 24, 25 anos e perguntou para ela que outras três irmãs eram essas, Carol, Camila e Gabi... E ela respondeu que não, que são as primas dele, mas que ele vive com as primas e ele gosta muito delas. Achei isso MUITO FOFO! Meu Augusto, meu e meu.

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Taça Libertadores da América 2010

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Bem, uma família perfeita certo? Três filhas, mãe, pai, e avós que fazem o possível pra sempre atender todos os pedidos e vontades das três garotas, que vão bem na escola (eu por exemplo, só tirava 9 e 10), e não dão problemas. Todo ano viajavam para várias praias diferentes, faziam churrasco quase todos os domingos... E assim foi até meus nove anos. Sim, até meus nove anos, porque o que era perfeito (ou parecia ser, pelo

menos para mim) acabou. Meu pai ficou estranho, frio e então veio a razão: uma outra mulher. Uma pobre coitada qualquer. Divórcio. Eu e minhas irmãs reagimos bem a tudo isso no fim das contas. Não choramos muito, pra falar a verdade, nem ligamos tanto. Meu pai já estava distante há algum tempo, ele e minha mãe já estavam brigando com frequência. A separação não foi grande surpresa. Uma parte da família se revoltou, e a mãe do meu pai, Vó Niza, está do nosso lado e da minha mãe desde então, nem ela apóia o que ele fez (ninguém tem que apoiar mesmo!). Minha mãe ainda está mal com tudo isso, ela faz terapia até hoje. Enfim, meus pais se separaram, eu e minhas irmãs continuamos morando em Mairinque, com minha mãe. Na verdade ainda moramos em Mairinque, mesmo minha mãe trabalhando e eu e minhas irmãs estudando em São Roque também. Com isso, passamos a ver meu pai todos os dias da semana, depois que ele saía do trabalho, e nos finais de semana, principalmente aos domingos já que todas as manhãs, até hoje, íamos ao CASM, o clube que eu sou sócia desde que me lembro por gente. Todos os domingos íamos com meu pai, e no verão sempre ficávamos na piscina a manhã inteira.

2003 acabou, eu fui para a 4ª D, em 2004. Acho que esse foi o ano mais divertido na escola, porque todos iriam pra outras escolas no ano seguinte então todos estavam aproveitando muito. Tenho saudades das brincadeiras de pega-pega com o Renanzinho, o Paulo, o Lucas, a Jéssica, a Larissa, a Angélica... O ano estava acabando e a turma até tentava ir para a mesma escola, mas no fim cada um foi pra um lado. 2004 com certeza foi o ano mais divertido para mim, na escola, no ensino fundamental. Assim o ano acabou, e eu completei o ensino fundamental na E.M.E.F. “Paulo Ricardo da Silveira Santos”.

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Mãe, pai, Camila e Gabi (no colo)

Pai

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E.M.E.F. Paulo Ricardo da Silveira Santos, foi nessa escola, de 1ª a 4ª série que eu fiz minha primeira melhor amiga. Jéssica Azevedo Ribeiro, que ainda era filha de uma professora amiga de minha mãe. Bons tempos! Ela vinha em casa, eu ia a casa dela e passávamos as tardes brincando de Barbie e Polly, adorávamos as duas bonecas mais que todos os brinquedos. Também fiz amigos que estudaram junto comigo, na mesma sala desde a 1ª série até a 8ª, Renanzinho. Ele sempre foi muito engraçado e até irritante, mas confesso que sinto saudades dele hoje... Tanto dele como da Jéssica.

Mas não era apenas com a Jéssica que eu vivia brincando de Polly e Barbie, mas com minha prima Beatriz também. Desde que me mudei para a casa no centro ela vinha aqui todos os sábados, e passávamos o dia brincando de Barbie e Polly. Com ela e com sua família (avós, mãe, tios) íamos para a praia desde que meus pais se separaram. A avó dela, tia Marli, é minha tia avó e madrinha da minha mãe, por isso viajávamos com eles, mesmo eles sendo da

família do meu pai. Mas essas viagens foram durante três anos, no máximo, porque nos próximos íamos para a colônia dos professores, já que minha mãe se tornou sócia do CPP.

Foi na escola de 1ª a 4ª série também que eu comecei a fazer aulas de dança, a escola mesmo oferecia isso aos alunos. Modéstia parte, eu era boa. Sempre ficava na frente e era bastante flexível. Fiz dança até a 5ª série com a mesma professora, já que quando eu mudei de escola, ela mudou também. Coisas do acaso, é. Eu ainda era muito boa, e nós começamos a dançar com garotas mais velhas e mais profissionais, com isso aprendi a fazer várias acrobacias, já que era misturada a dança com um pouco de ginástica.

O primeiro ciclo do fundamental marcou minha infância mesmo, eu brincava, muito, o dia inteiro, na escola, em casa com as minhas primas. Tenho saudades desse tempo em que as preocupações eram que presentes pedir nas datas especiais, ou, quem chamar pra brincar em casa no fim de semana. Hoje, toda semana, pelo menos um dia, eu me pego pensando em como eu queria voltar a essa época.

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Com minha prima Beatriz

Camila, Gabi, Estela e Bia

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2005 veio, e eu fui para uma nova escola. Quinta série. 5ªD. Escola nova. Escola tensa. Eu era uma garotinha inocente (sim) numa escola pública de não muito boa fama, E.M.E.F. Barão de Piratininga. Pelo menos eu ainda estudava no período da tarde... Na verdade eu deveria ter ido para uma escola particular, mas minha mãe, que trabalha até hoje no departamento de educação de São Roque, sempre defendeu muito a escola pública, e é totalmente

contra a escola particular. Minha mãe nunca entendeu a realidade, é. Enfim, voltando ao Barão, logo que entrei já me separaram da minha melhor amiga, mas nossa amizade nunca mudou. Eu era uma garotinha que escrevia com canetas brilhantes coloridas, tinha todo o material combinando (sim, era fichário, estojo, folhas, bolsa, tudo da mesma coleção e personagem que, pra variar, era a Barbie), levava Barbie’s pra escola e ficava mostrando para a professora de matemática, uma das mais legais que eu já tive Edna Carlos. Todos a amavam, ela era um amor, nos deixava sentar em duplas, escrever tudo, o caderno inteiro de caneta brilhante e amava minhas Barbie’s também. Eu acabei fazendo uma “nova melhor amiga”, bem, as melhores de verdade ficam para sempre (ou pelo menos por um longo tempo). Emily, mas ela era meio ciumenta e me copiava muito, isso me irritava; e ainda fiquei amiga de uma garota que eu nunca imaginava nem falar! Mariana Helena, e também da amiga dela, Valéria. Eu não gostava nem da Mariana nem de suas amigas quando a gente ainda estudava no Paulo Ricardo.

Nessa época também eu fiquei mais próxima da minha avó paterna, Vó Niza. Minha mãe estava fazendo pós-graduação de sábado e domingo e eu e minhas irmãs ficávamos com ela. Vó Niza foi a pessoa que mais mimou a mim e às minhas irmãs na vida. É claro que minha mãe faz o possível pra sempre dar o que a gente quer, mas com a Vó é diferente. Ela é aposentada de Fiscal Federal e sua aposentadoria era, e ainda é, alta. Ela não chega a ser rica, mas da classe média alta sim. E ela não tem com quem gastar o dinheiro, então ela gasta com seus (nove) netos. Em aniversário de alguma das minhas irmãs, ela dá presente para todas. O que a gente escolher no shopping. Sempre foi assim e até hoje é. Os fins de semana com ela eram muito legais, de café da manhã era sempre misto quente e Toddy com espuma, batido no liquidificador. No almoço ela sempre fazia o que queríamos e de tarde a íamos sempre à

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Brincando de Barbie, Estela e Gabi

Vó Niza, Mãe, Camila e Gabi

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Bombonieri Doce Sabor para tomar sorvete ou Milk Shake e comprar doces, sem falar nos presentinhos e tralhas que eu e minhas irmãs queríamos, e ela sempre dava. Fins de semana com ela e segunda, quarta e sexta em São Roque com minha avó materna, que criou a gente desde pequena. Vó Nice, que não é igual a Vó Niza até porque ela é super econômica, mas também tentava, e tenta, fazer o gosto das cinco netas na medida do possível. E toda essa história de mimo e presentinho de vó deixava, e ainda deixa, minha mãe louca, e acabava que ela nos chamava (e ainda chama) de extorquistas e interesseiras, mas não tem nada a ver. Bem, nota-se que dos dias da semana faltam terça e quinta certo? Sim, porque terça e quinta eu e minhas irmãs ficávamos, e até hoje ficamos, com a minha empregada Gorete, que já é praticamente da família. Ela trabalha pra minha mãe e minha avó paterna. O relacionamento dela com a minha família nunca foi como o de empregada, mas sim de amiga. Até hoje as filhas dela dormem em casa e é uma farra. Se não fosse a Gorete nenhuma outra empregada iria cuidar de nós do jeito que ela cuida, mesmo tendo que passar a roupa e fazer faxina... Em dias de faxina, com essas idades de nove, dez, onze anos, eu e minhas irmãs “lavávamos” o quintal com ela, nos molhávamos demais e ficávamos deslizando na garagem molhada, já que o piso é frio. Depois tomávamos banho e íamos para a escola.

Foi a partir daí também, que eu, minhas irmãs, minha mãe, Vó Niza e às vezes a Vó Nice começamos a viajar com a Dalva. Vó Niza já viajava com ela várias vezes no ano. Ela viaja muito, já que é sozinha e tem dinheiro, além de gastar com os netos, gasta com viagem. Enfim, foi a primeira vez que eu saí do estado de São Paulo, eu acho. Fomos para Caldas Novas, Goiás, paraíso das águas quentes. Hotel Bluepoint Hotspringers, enorme, lindo, super

confortável, cinco estrelas também, né?! E foi assim até 2008, indo pra Caldas Novas todo ano em julho (uma vez a gente foi em novembro, e eu fiz um amigo mineiro muito legal), porque em 2009 fomos para outro lugar... Contarei mais adiante.

Um ano se passou, e eu ainda estava no Barão. Estudei lá até a 8ª série. O engraçado é que é a partir daí ou da 5ª série que as pessoas começam a achar que já são grandes, que já sabem de muita coisa, que querem começar a se vestir como adultas, ouvir músicas de

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Caldas Novas, Gabi

Batizado, Vó Niza e Vó Nice

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adultos, ver programas de adultos, fazer coisas de adultos (hoje isso é uma coisa mais precoce, mas na minha vida foi aos 12 anos)... Lembro-me da minha mãe dizendo “Carol, não queira ser velha, que, quando você chegar na minha idade, você vai querer voltar a ser criança!” E o que mais me assusta é que eu nem precisei chegar até lá! Hoje, com dezesseis anos eu já quero voltar a ser criança, é. Enfim, eu estava na 6ªD, e a Jéssica tinha caído na minha sala, a Mariana e a Valéria também, e com a Jéssica veio a Fernanda (que andava com a Mariana nos tempos de Paulo Ricardo, nos tempos que eu não gostava delas, nem eu, nem a Jéssica). Enfim, assim como eu fiquei amiga da Mariana, a Jéssica ficou amiga da Fernanda e nós nos juntamos. Eu, Emily, Jéssica, Fernanda, Mariana e Valéria. Bem, como a Emily era muito ciumenta e me copiava muito, e agora eu tinha minha melhor amiga comigo novamente, ela foi meio que ficando de lado, até que parou de andar com a gente. Calma, eu não chutei a garota do grupo. Ela mesma se excluiu, ela não queria que eu andasse com elas, mas não tinha como, eu gostava muito delas.

O tempo passou, eu fiz mais uma melhor amiga. Fernanda Helena Luques. A gente se dava muito bem, gostava das mesmas coisas e também éramos muito parecidas. Era tudo tão natural, não sei como explicar, em tão pouco tempo (alguns meses) ela se tornou quase como que uma irmã para mim. Com tudo isso, todas essas mudanças e 12 anos eu também mudei radicalmente (sim). Essa foi a época da minha vida que eu passei de patricinha que ainda brincava de Barbie e Polly, para “rebeldinha sem causa”... Assumi o estilo Avril Lavigne, já que ela virou minha diva, e de outras bandinhas de rock que eu gostava. All star de cano preto e pink, pulseiras, lápis preto no olho e um cabelo todo desfiado (essa sim, foi uma das maiores

merdas da minha vida, meu cabelo era perfeito, e depois de eu desfiar e repicar ele inteiro ele nunca voltou a ser o mesmo). Olhando para mim naquela época, eu quero morrer! Ai que horror, não sei como eu pude! Mas todo mundo da minha idade, ou a maioria, já teve esse momento “revolts” na vida, certeza! Mas, mais do que eu me arrependendo do meu cabelo perdido e esse estilinho, minha mãe sim, queria morrer! Ela, chefe de educação, com uma filha com o estilo que ela mais odiava, e por isso essa talvez tenha sido uma das épocas que a gente mais brigou... Ela não se conformava nem um pouco, mas também não proibia muito... Até comecei a fazer aula de guitarra (o que não durou muito, pra variar, mais uma coisa que eu comecei e não terminei) e ganhei meu primeiro violão (não quiseram me dar uma guitarra por causa do barulho, e porque é caro, eles presumiam que aquele momento rock ia acabar logo, é). Meu pai me apoiava até, porque até hoje ele gosta que eu queira fazer coisas diferentes. Foi ele que comprou minha primeira palheta, uma Ernie Ball Pink.

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Época “revolts”, Bia e Augusto (ao fundo)

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Voltando a minha amizade maravilhosa com meu grupinho, por mais que fossemos muito unidas, nunca brigássemos, todas entendiam muito bem todas, minha mãe achava que minhas amigas não eram muito boas companhias, já que a Jéssica não ia lá muito bem na escola, a Fernanda era meio que “largada pra rua”, como ela dizia, e diz até hoje, e a Mariana, bem, ela era meio desandada e tinha um pouco de “fogo” com os garotos. Mas mesmo assim, vivemos momentos muito bons, principalmente na escola, em que passávamos a tarde, e ainda nossa sala era muito engraçada!

Além da minha mãe quem parecia não gostar muito da gente também era só A ESCOLA INTEIRA! Sim! Quase todos da escola nos odiavam (e queriam nos bater. O Barão era tenso, como já mencionei)... Inveja em minha opinião. Muitas pessoas me achavam metida, patricinha que pagava de maloqueira, folgada etc., mas não era bem assim! Eu só não me misturava, até porque eu não gostava muito daquela escola, nem muito das pessoas, sei lá, sou meio anti-social, tímida desde sempre.

No ano seguinte eu e minhas amigas caímos juntas novamente e ainda estudávamos de tarde. 13 anos na época. Fui largando aquele estilo Avril Lavigne pelo de Nx Zero (de mal a pior? Talvez). Vou confessar que virei meio que emo... Cortei minha franja pra ela ficar de lado, amava Nx zero mais que tudo e usava um monte pulseirinhas de dadinhos, roupas pretas fofas e All Star. Foi a época em que esse estilo emo surgiu. Eu passava as manhãs na casa da estela assistindo MTV com minhas irmãs e a gente adorava os clipes do Nx Zero, Avril também, e mais vários outros artistas desses estilos. Eu e minhas amigas viramos emo na verdade, principalmente a Fernanda, a gente era muito igual mesmo! E eu adorava isso porque ela não me copiava a gente só era igual e pronto.

Mas apesar se ter virado meio emo, eu comecei a fazer um novo esporte: tênis. Jogava até 4 horas, dois dias por semana. Mas não cheguei a participar dos campeonatos do CASM (jogava lá), já que parei antes de ficar suficientemente boa para isso. Já comecei muitas coisas e não terminei. O violão, a guitarra, o tênis, até basquete eu tentei jogar, nessa época também, se não me engano, e parei. Exceto a aula de dança porque eu quis parar mesmo, e eu já dançava bem, além do que, dança não me fazia mais interesse.

2007. 7ª série. Talvez tenha sido a sala mais engraçada de todas as que eu já tive, com o Waltinho Pink, o Higor Maranhão, o Renanzinho, o Jean que fazia piadinhas a aula inteira, o Morto que sentava atrás de mim e eu ficava falando todas as coisas da minha vida, coitadinho, ele só ficava quieto escutando tudo. Enfim... A sétima série foi muito engraçada mesmo! Minhas amigas vinham dormir em casa, mas eu nunca ia dormir na

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Emo, com a Fernanda

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casa delas, triste, minha mãe não deixava, nem meu pai. Até hoje eu não durmo na casa de nenhuma amiga minha. Isso só aconteceu uma vez, num futuro próximo. Lembro-me que pessoa que mais vinha dormir em casa era a amiga da minha irmã (e minha amiga também) Gabriela Venturini. Toda segunda feira ela dormia em casa e a gente ia junto pra escola na terça. Ela era muito engraçada, e pra variar minha mãe não gostava muito dela também, ai. Meus 13 anos marcaram bastante, porque foi quando eu deixei totalmente para trás as Barbie’s e as Polly’s (sim, mesmo com meu estilo revolts e rock eu brincava de Barbie com a Estelinha). E a partir daí surge um novo interesse... Meninos. Tenso! E com o interesse veio o primeiro beijo, com Matheus Simões Marques, o menino mais bonito e mais popular da escola. Talvez por isso a inveja das pessoas, mas sempre foi assim na escola, embora eu começasse a ligar mais pra isso no final de 2007. Foi nesse ano também que coisas mudaram no nosso grupinho de “amigas para sempre”. Se me lembro bem, o motivo foi a Valéria ter ficado com o namorado da Mariana. Tenso, é. Por isso todas nós viramos a costa pra Valéria e o grupo era então eu, Jéssica, Fernanda e Mariana.

Final de 2007, mais uma vez, mudei. Mas agora para a pessoa normal que eu deveria ser e sou até hoje. Não uma patricinha, mas sim uma garota normal e que se arrumava mais. Pra falar a verdade eu sempre fui muito vaidosa. Tudo bem, aos 12 anos com meu estilo de patricinha se foi grande parte da minha vaidade, mas que ressurgiu. Até hoje eu me preocupo muito com minha aparência, principalmente com as roupas que eu sempre, sempre, desde muito pequena, tinha muita frescura pra comprar. Eu sempre fui apaixonada pelas roupas da Lilica Ripilica e daria muita coisa pra usar todas aquelas roupas de criança mais perfeitas! Enfim, aos 12 anos voltei a super me preocupar com minha aparência, ganhei até uma chapinha, pra alisar meu cabelo que, desde que eu havia desfiado, nunca mais voltara a ser o mesmo. Eu me viciei em chapinha e não deixava mais meu cabelo ondulado, nem uma ondinha, de jeito nenhum! Isso talvez foi o que marcou a minha verdadeira passagem para a adolescência ou quase, até porque meu natal foi marcado por uma diferença. O primeiro natal que eu deixei de pedir brinquedo, especificamente, que eu deixei de pedir Polly e Barbie. Pedi um celular novo, um Chocolight vinho da LG, o primeiro celular touch screen. Ah os natais! Até meus 10 anos talvez, eu passava com minha tia avó por parte de pai, Marli, no salão. Tinha sempre uma pessoa disfarçada de papai Noel, que chegava e dava um monte de presentes para todas as crianças. Sempre foi assim, desde que me lembro por gente. Mas com a separação dos meus pais, um natal foi em casa, chato, só eu, minhas irmãs, e minhas avós. E depois disso, até hoje, vamos à casa da minha prima de consideração, Belisa. Ela é sobrinha do meu tio, que casou com minha tia de sangue, irmã da minha mãe. Considero-a mais do

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Hopi Hari, com uma turma da 7ª série

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que alguns primos de primeiro grau por parte do meu pai. Os natais na casa dela são muito divertidos, a família dela na verdade é muito divertida. As viradas de ano continuaram as mesmas, já que sempre era churrasco na casa da minha tia.

Foi no final de 2007, ainda na escola, que eu me apeguei a mais nova modinha da internet entre os adolescentes e pré-adolescentes mais atualizados: o fake. Fake era uma espécie de brincadeira no Orkut, em que usávamos fotos de artistas que gostávamos e criávamos uma vida social totalmente virtual. Foi daí que saíram várias das gírias que já usei nesse tempo que vivi da minha vida. No começo eu era MUITO capenga, mas todos são e essa é a graça. Capenga é o termo que usávamos para um perfil brega, cheio de letrinhas personalizadas, fotos cortadas e editadas ridiculamente. É... Meu nome era s2 MiLeYy PóPcOrN s2... Meu Deus... Não sei como eu pude... Enfim, ao longo da

minha vida social virtual eu tive vários nomes, fotos de vários artistas e garotas normais (que tiram fotos lindas e autorizam a circulação dessas fotos para serem usadas nesses perfis) e até perfis masculinos. Meu último nome, época em que eu já estava “pop”, era Tequila Rockfeller Tisdale. Abandonei o fake meio que recentemente, mas falarei disso mais para frente.

Enfim, voltando

à minha vaidade, foi assim, super vaidosa e com o cabelo escorrido até o próximo ano. 2008 chegou e com ele a 8ª série. Ano da formatura. Talvez o ano que mais marcou na minha vida, tanto por motivos bons quanto por ruins...

Início de 2008, e as férias já foram diferentes do normal. Quer dizer, mais ou menos diferentes. Assim como todas as férias de julho íamos para Caldas Novas, em todas as férias de janeiro, pelo menos após a separação dos meus pais, íamos para a praia com a tia Marli ou para a colônia, como já mencionei. Mas nesse ano, 2008, fomos para Mongaguá, no apartamento da tia Marli, porém com minha tia, mãe da Estela e da Helena. Divertimos-nos muito, posso dizer que aquela foi uma das viagens

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Belisa, tínhamos uns 3 anos, 4

Print recente do meu perfil... Não tive coragem de excluir o perfil e ele está lá ainda, largado. Ps. Avatar da minha diva Tisdale.

Praia: Estela, Gabi, Helena e Camila

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mais legais que já fiz, só mesmo pelo fato de estar com minhas primas quase irmãs na praia. Era uma guerra para fazer a Heleninha entrar na água, ela tinha medo do mar, falava que ele era muito grande. Mas eu a convenci no último dia. Pelo menos ela aproveitou o mar uma vez na viagem. Sempre era assim, ela entrava no mar uma vez em cada viagem, tanto comigo e minhas irmãs, quanto quando ela ia com a Belisa e a família do pai dela. Sempre foi uma luta levar a Heleninha para a água, e isso mudou somente uma vez, mas contarei mais adiante. As férias acabaram, e as aulas voltaram...

8ª A, isso quer dizer que eu comecei a estudar de manhã! E no fim das contas nem foi tão ruim assim. Só eu e Fernanda estávamos juntas na mesma sala, a Jéssica estava na 8ª D e a Mariana na 8ª B. Eu e a Fer fizemos novos amigos: Pedro Vianna, um garoto que a Mariana dizia amar desde e 7ª série; Wellington, um aí que eu não gostava muito, mas passei a gostar no ano seguinte; e Karen Nathally, uma menina que pra variar nos odiava, mas do nada ficou uma das nossas “best’s”. Oitava série, último ano. Foi esse o ano com mais fatos tensos, o ano de mais popularidade na escola, o ano de mais ódio das pessoas e muitas outras coisas a mais. Nem sei por onde começar... Bem vamos do primeiro fato mais tenso se me lembro. Fernanda ficou com o Pedro, que virou meu melhor amigo, depois de muita, mas muita insistência dele. A Mariana, claro, quase morreu do coração quando ficou sabendo e parou de falar com a Fernanda. Fizemos mais amizades como Bia Werner, mas ela nunca foi muito confiável... Pra falar a verdade, todos achavam que ela era nossa amiga por interesse na nossa popularidade. Enfim, a Bia ficou do lado da Mariana, mas eu ainda falava com todo mundo, Fernanda, Mariana, Bia, Jéssica e Karen. O tempo passou e o Pedro pediu a Fernanda em namoro. Ela só não sabia (nem ela e nem nós amigas dela que ele era o maior cachorro... Quer dizer, a gente até que sabia, mas sei lá. O Pedro era meu melhor amigo também, mesmo ele errando eu xingava ele mas gostava muito dele, e confiava também...). E agora vem o motivo de ele ser um cachorro... Ele ficou com a Mariana muitas vezes, namorando com a Fernanda, e ela ficava e ainda achava que estava certa porque “ela que gostava do Pedro, e a Fernanda que estragou tudo”... Enfim, sempre que a Fer descobria que eles tinham ficado era o maior escândalo, e a escola inteira já queria bater na Mariana, pois é. Isso se deu ao longo do ano inteiro, e não foi só com a Mariana...

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Na 8ª série, Higor, Matheus, Karen, Jéssica, Bia Werner, Mariana

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Falando em escândalo, foi nesse ano em 2008, que a bomba estourou quanto às meninas que queriam nos bater. A escola estava em reforma e tudo começou com os tapumes... Aquelas garotas ridículas ficavam escrevendo coisas ridículas e xingamentos para mim e para a Fernanda, até que um dia a diretora viu... Ela chamou a gente para conversar e acabou que não deu em nada. Começaram então a aparecerem ameaças escritas nos tapumes

pra todo o nosso grupo, menos pra Jéssica, que era muito querida por todos (é!). Foi, na verdade, com as ameaças que o escândalo realmente aconteceu: a Karen, que era muito estourada, queria defender eu e a Fernanda e disse que queria ver quem ia bater na gente. A garota, autora das ameaças, era da minha sala e levantou e disse que se quisesse batia nela e depois em mim e na Fer ali mesmo. A Karen respondeu com “pode vir, to esperando sentada querida” e a próxima coisa que eu vi foi as duas se pegando e caindo na minha mesa! Isso no meio da aula de história com o Juan, que era muito desligado e só viu que elas estavam se pegando ali depois de séculos! Então todo mundo, quem ameaçava e quem sofria a ameaça, desceu para conversar com a coordenadora. As garotas encrenqueiras e ridículas ficaram rindo da cara da coordenadora, que deu suspensão pra todo mundo e quis conversar com os pais. Minha mãe quase morreu do coração, mas foi na reunião no outro dia. Eu não fui junto. Ela estava super nervosa, afinal ela era do departamento de educação e a filha dela sendo suspensa da escola. Ela até perguntou “mas porque vocês querem bater na minha filha?”... Quando ela ouviu a menina dizer “a gente quer bater nela porque ela é metida...” foi o que bastava. Com essa justificativa para a pergunta, a resposta também foi bem à altura, então ela disse para as meninas que se a filha era metida, tinha puxado ela, que ela tinha orgulho de eu não ser como elas, pegou a bolsa e disse pra diretora que não ia ficar lá mais nem um minuto pra ouvir da boca daquele tipo de gente que queriam bater em mim porque eu era metida, e que se ela não tinha competência de resolver esse probleminha idiota. E foi embora. Bom, eu fiquei feliz porque ela viu que eu não tinha culpa mesmo, quer dizer, eu nem olhava pra cara daquelas garotas! Bom, depois de todo esse barraco a gente se reuniu com a diretora, e mais uma vez a gente estava com a razão (claro!) e teve outra reunião com todo mundo que minha mãe nem foi, mas só de a mãe de uma menina dizer pro pai da Mariana “minhas filhas só devem respeito a mim, a diretora e mais ninguém”, já dá para saber que tipo de gente é essa! Passado todo esse escândalo, as meninas não mexeram mais com a gente e tudo ficou bem de novo, ou como era antes...

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Melhores amigas nesses tempos...

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Chegaram então, as férias de meio de ano e não fomos pra Caldas Novas. Ficamos em casa mesmo porque as “Vós” tinham ido para a Serra Gaúcha, e Caldas Novas ficou só para novembro num feriado. Foi aí que eu fiz um novo amigo mineiro, o Marcim, muito legal. Eu tinha 14 anos e ele 19, mas não sei, ele super me entendia. Ele era de Sete Lagoas e o primo dele do interior de Minas mesmo. Quando ele disse que logo de manhã ele ia tirar o leite da vaca e bebia daquele jeito mesmo, nem precisava de açúcar e já saia quentinho, eu quase morri. Não sei, eu por ser assim totalmente capitalista e consumista prefiro meu leite de caixinha do mercado mesmo. Bom, pra falar a verdade eu até que tinha uma

vontadezinha de experimentar, experimentar essa vida simples, no campo. Eu tive essa experiência um ano depois, ainda vou constar aqui... Enfim, além de só ter viajado em novembro, eu e eminhas irmãs não fomos viajar com meu pai, porque ele tinha mudado de emprego e tinha que esperar dois anos pra tirar férias de novo. Sabe, essas são as vantagens de ter pais separados, tudo é em dobro. Presente é um de cada um, viagem é com os dois, duas casas, dois quartos, dois computadores, tudo. Esse é meu incentivo para quando uma pessoa está com os pais para se separar. Se meu pai morasse com a gente também a vida seria muito diferente... Eu já disse que sou consumista, certo? Sim, eu simplesmente ADORO comprar, comprar roupas, sapatos, mas principalmente roupas. Ver as tendências da moda, é tudo tão lindo! Com certeza fazer compras é um dos meus hobbies, preferidos, e devo muito, muito à minha mãe por me fornecer isso, já que olhando para outras pessoas eu vejo que muitas vezes que essa pode ser, ou é, uma realidade meio distante. Isso, com certeza, não aconteceria com meu pai aqui, já que ele disse que “se ele ainda estivesse morando com a gente, shopping ia ser uma vez por ano”... UMA VEZ POR ANO... Não sobreviveria! Mas calma! Eu não sou assim extremamente fútil. Eu sei que existem coisas muito mais importantes do que comprar, comprar e comprar. Na verdade, se meu pai morasse com a gente, nós não teríamos a liberdade que temos. Voltando ao meu surto consumista... Como sempre fui vaidosa, eu sempre amei roupas, na verdade, pensava até em ser estilista. Mas, como sempre, minha mãe destruiu esse meu “sonho”, pra variar, dizendo que era um absurdo, que não dava dinheiro nenhum, que é um em um milhão que consegue, e etc. não discordo dela e também, e se fosse só mais um “fogo de palha”

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Pai e Gabi, praia com ele 2008

Marcim

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meu? Foi só em 2009, quase 2010 que eu descobri que uma profissão tem que ser cuidadosamente escolhida, afinal, é do futuro, é de toda a sua vida se está falando.

Por falar em sonhos, já tive tantos sonhos... Para falar a verdade eu sempre fui muito sonhadora. E foi a partir de 2008 que eu comecei a amar o fenômeno da Disney, o musical do momento, High School Musical. Confesso que isso é bem de criança, e eu, estando na 8ª série, com 14 anos, gostando de HSM. Muitas pessoas tiravam sarro de mim, mas eles é que não viam a magia do filme. Para começar, foi daí que surgiu minha paixão pela Ashley Tisdale, que interpretava Sharpay Evans, patricinha, vilã, diva, maravilhosa, do filme. Ela tinha um brilho que me cativava, mas ela não era a vilã! Ela só fazia coisas erradas porque passava por cima de tudo e todos por seu único sonho: ser famosa. Ela me inspira até hoje, me incentiva a correr atrás dos sonhos e acreditar que

pode dar certo se você realmente quiser (ou seja, um fogo de palha nunca iria dar certo, é). Foi nessa época, de HSM e Sharpay Evans, que eu me tornei muito sonhadora, imaginando que um dia ainda ia ser muito rica, bem sucedida e famosa, qualquer que fosse a área que eu fosse seguir. Na verdade eu havia prometido pra mim mesma... Tomara que aconteça mesmo, mas até duvido com toda essa destruição que o homem está fazendo ao mundo. Sim, era meio ambientalista, e sou até hoje. Tenho medo do que pode ser o futuro da humanidade usando e abusando cada vez mais de tudo o que a natureza nos dá.

Já que falei de todos os meus gostos musicais ao longo dos anos, vou constar os desse na também. Foi em 2008 que eu me apaixonei pelas estrelas da Disney: Jonas Brothers, Hannah Montana, Demi Lovato (que inclusive falam que sou o clone dela) e principalmente Ashley Tisdale (também diziam que eu era igual a ela, mas enfim). Até hoje eu considero a Tizz minha diva, ela realmente me inspira, não sei, tenho muita admiração por ela.

Mas eu não fechei só nesse mundinho. Foi desde essa época que eu percebi que eu gostava mesmo da música pop, e gostei mais ainda de Britney Spears e Lady Gaga, a diva revolucionária da música pop, depois de Madonna (que eu também comecei a adorar) e

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Ashley Tisdale como Sharpay em High School Musical 2

Ashley Tisdale e Demi Lovato, divas

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que havia surgido no ano, mas também nessa época que eu gostava de Hip Hop (americano, alguns), pop rock, rock, sertanejo universitário, axé, reggae, um pouco de tudo, mas a maioria das músicas eram americanas. Hoje eu ainda amo música pop mas também adoro bandas de rock, e rock indie, como o Oasis, minha vida.

Foi nessa época também, aos meus 14 anos, que eu comecei a conhecer a popularidade em si. Parece algo muito bom, certo? Ser conhecido, admirado por uns, odiado por outros, mas a verdade é que todos, ou a grande maioria, querem ser como você. Mas o lado negro de tudo isso? Eu também comecei a conhecer... A falsidade é o que mais está envolvido nesse estilo de vida. Você nunca sabe se uma pessoa é sua amiga por gostar de você ou gostar da sua fama. Você nunca sabe em quem confiar ou não. Você nunca sabe de quem duvidar, principalmente de quem é seu inimigo, ou não é. Isso que minha popularidade se detinha na escola e um pouco na cidade. Não é tudo maravilhoso como parece. Na verdade era até engraçado, minha vida parecia aqueles filmes de colegial americano. Talvez tenha sido nessa época também que eu era uma idiota. É, uma idiota. A popularidade sobe a cabeça das pessoas, fazendo pensar que você é melhor que muita gente, e não é bem assim. E o pior é que eu nem sei o que eu fiz para ficar assim... Se me perguntarem, “qual a fórmula da popularidade?”, talvez eu não saberia responder. Chamar atenção, talvez. Tem gente que faz de tudo para consegui-la. Tem gente que faz de tudo para chamar atenção e se envolver em escândalos, tem gente que se diz super amigo de uma pessoa, só porque ela é popular, mas na verdade não deve saber nem do que essa pessoa gosta ou não. Ridículo. Apesar de ter me tornado uma idiota, tenho orgulho de dizer que não fiz nada para isso, ela só veio. Eu não fiz amizade falsa, não me envolvi em escândalos de propósito, nem me escondi atrás de um perfil anônimo para falar mal de todo mundo, só pra causar (como está acontecendo atualmente com freqüência).

Foi nessa onde de popularidade que eu fiquei com outro garoto, Higor Simões Aguiar. Sobrenome familiar? Sim. Ele era primo do Matheus. Não sei se isso foi errado, mas não me arrependo. Ele, em minha opinião, era uma pessoa muito melhor que o Matheus... Enfim, eu contei dele para a minha mãe, ela ficou muito brava. Mesmo que isso já fosse uma coisa normal na minha idade, minha mãe não aceita esse negócio de “ficar” até hoje. E ainda joga na cara de todo mundo que a primeira pessoa que ela beijou e namorou foi meu pai, com quem depois se casou. E tudo isso depois dos 20 anos. Sinceramente? Na minha opinião, minha mãe não aproveitou muito a vida, a adolescência, não do meu ponto de vista, talvez sim do dela. Também devia ser por causa do meu avô, o espanhol, exigente, bravo. Já meu pai aproveitou a vida, até de mais! Até me assusto com as histórias que ele me conta e tudo só me prova uma coisa: os opostos se atraem. Já comentei que os dois, meu pai e minha mãe, eram totalmente diferentes, certo? Ele comprou a primeira moto aos 14 anos, viajava de moto e ia pra praia toda semana. Jogava futebol, era um “pegador” (eu sei disso, mas não por ele, ele nunca iria me falar que pegava um monte de meninas) , foi em shows de Cazuza, Raul Seixas, Camisa de

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Vênus, um Woodstock no Brasil, e algumas músicas, de um show do Camisa de Vênus que ele estava, foram gravadas em um CD da banda. Já minha mãe, com 14 anos era uma criança, não ia à casa de amiga nenhuma, só as amigas que iam à dela, só estudava e estudava, até em matéria que não sabia nada, tirava 10. E tem o maior orgulho disso. Virou professora, pagou a própria faculdade e daí conheceu meu pai. Aí vocês entendem... Onde está a parte de aproveitar a vida?! Bem, minha mãe, até hoje, é a pessoa mais prendada que eu já conheci.

Voltando ao Higor, a gente ficou e ele queria namorar, mas eu não quis. Achávamos que gostávamos um do outro, mas éramos duas crianças, literalmente!Uma lição que tirei disso pra minha vida, é que com essa idade ninguém (ou pelo menos a maioria) sabe e nem entende nada de sentimentos, principalmente de amor. Amor... O que eu realmente descobri um ano depois, e sim, eu posso falar isso com toda a segurança do mundo, e não, nunca me arrependerei disso um dia.

Já devo ter dito que 2008 foi um dos anos mais tensos da minha vida. Por quê? Foi nesse ano que talvez eu tenha feito uma das maiores, ou a maior merda que eu poderia ter feito em toda minha vida, mas prefiro não contar. Eu fui meio que chantageada, praticamente obrigada... Era melhor eu pular a janela do segundo andar daquela droga de prédio, talvez eu não tivesse morrido... Enfim, prefiro não contar o que eu fiz, me arrependo muito, e não me perdôo. O fato é que essa burrada acabou interferindo na minha vida um ano depois, exatamente. E com isso eu só tive mais certeza de que não se pode confiar nas pessoas, não totalmente.

O Higor se foi e veio outro garoto, Luis Felipe Miranda, mais conhecido como Lippe. Foi além e a gente começou a namorar, isso no final de 2008. A gente pensava que se amava, mas eu percebi, menos de um ano depois, que eu não o amava e acho que nem ele me amava também. Eu gostava dele, demais, mas depois mesmo eu fui saber o que era amor... Ele era um amor de pessoa, engraçado e carinhoso, e, foi meu primeiro namorado, de verdade . Todos da minha família desaprovavam, ele não era o tipo de cara que minha mãe e meu pai quisessem que eu namorasse em alguma época da minha vida. Ele tinha um estilo meio largado e todos odiavam isso. A prova disso, e o ponto alto, foram quando ele apareceu de bermuda (como sempre ele estava) na minha formatura...

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Pai e Mãe, provavelmente quando tinham uns 20 e poucos anos... Diferentes, né?

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Formatura... O fim do ensino fundamental e o começo do colegial. O começo do caminho para o seu futuro. O começo do caminho para a vida adulta. De pensar nisso me assusto, na verdade queria ser Peter Pan às vezes, e nunca mais crescer. Mas penso nas coisas boas que podem estar no meu futuro e esse desejo se vai. Acho que grande parte das pessoas da minha idade, na verdade, mesmo se julgando maduras, queriam ser como Peter Pan, afinal, quem

quer envelhecer, ter que ter responsabilidades e um futuro incerto pela frente? Destino ou não? Entre essas opções e ser Peter Pan, da Terra do Nunca, o garoto que voa e nunca cresce, a opção mais querida é óbvia... Mas não é a opção mais possível, infelizmente. Enfim, a formatura, um doa dias mais marcantes na minha vida. Fui a oradora da turma, junto com Matheus Pezzota. Modéstia parte, nosso discurso foi maravilhoso. Apesar de o Barão ser o tipo de escola que era a formatura era sempre muito boa. Foi no Grêmio União São Roquense, Grêmio. Meu pai entrou comigo, e sua gravata combinava com meu vestido. Modéstia parte de novo, meu vestido era o mais lindo! Balonê, de tafetá, vermelho queimado. A maioria das garotas estava de vestido balonê de tafetá ou cetim, e

tinham vários que eram iguais. Era o modelo de vestido que estava na moda, mas o meu, comprado em São Paulo, único que tinha na loja, e nenhum igual nas outras (sim me certifiquei disto) tinha o top do tomara – que – caia com o pano meio dobrado em camadas, uma fita para dar um lacinho de canto e depois o saiote balonê. Só me arrependo de não ter ousado tanto com o meu cabelo, já que foi liso (como sempre), mas copiei o penteado de uma foto da minha diva Sharpay. Ao entrar, mesmo sendo odiada, invejada e mais vários outros adjetivos possíveis, fui a mais aplaudida. No discurso quase comecei a chorar e me embaracei um pouco com isso. Depois veio o baile, com uma banda ruim, mas mesmo assim me diverti. Ao olhar meu álbum de formatura, entregue no ano seguinte, me

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Foto inacreditável de beca

Entrando, com meu pai

Lendo o discurso

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surpreendi! Modéstia parte, de novo, eu saí LINDA em todas as fotos! E eu estava com medo de ver, porque nessas fotos assim eu sempre saio horrenda. Mas dessa vez foi diferente, até minha foto com a beca ficou linda, inacreditável. Certamente, a formatura foi um evento muito, mas muito especial na minha vida.

Mas antes da formatura, em novembro, eu havia feito a prova do vestibulinho da ETEC para o ensino médio. Para falar a verdade, eu não queria muito passar não. Se eu passasse me separaria das minhas amigas, e se não passasse eu iria para uma escola particular, certamente com elas. Mas se eu fosse para uma escola particular ainda havia riscos de não ser com elas, já que a Fernanda já estava matriculada na cooperativa, uma escola que minha mãe definitivamente não ia me colocar. Ela disse que se fosse para pagar escola, seria uma escola realmente boa, e muitas coisas seriam cortadas, já que a mensalidade de uma escola boa no ensino médio é muito alta. Enfim, confesso que não estudei muito para a prova, só fiz algumas provas dos vestibulinhos anteriores para ver como era, e ainda um dia antes tinha dormido na casa da Bia Werner. Sim, essa foi a primeira vez que eu dormi na casa de uma amiga. A primeira e única na verdade, porque meu pai ficou muito bravo. Enfim, a casa dela era muito legal, no condomínio Vinhas de João Paulo. Era uma casa bonita, tinha piscina com um escorregador, churrasqueira grande, enfim. A Mariana dormiu lá também, ficamos acordadas até tarde, fizemos brigadeiro. Foi bem legal, mas nada de especial.

Mais um ano se passa, e eu fui para o colegial. Para a ETEC! Sim eu passei no vestibulinho e minha mãe quase enfartou de alegria. Eu é que não estava muito contente com isso, claro. Minhas amigas ou não tinham feito a prova ou não tinham passado. A Fernanda foi para a cooperativa mesmo, a Jéssica (mesmo tendo dinheiro) foi para o Manley Lane com a mariana e a Karen para o Dom Pedro. Estávamos totalmente separadas e com isso perdemos muito contato.

Primeiro dia de aula na ETEC. Eu estava quase chorando porque não queria entrar naquela escola e minha mãe querendo morrer, mas entrei... Fiquei amiga da Thaís Amparo, uma garota que eu já havia falado antes, porque ela estudava no Barão. O mais irônico é que ela andava com um grupo de meninas que queriam me bater também, pra variar me odiavam. Mas a Thaís não me odiava, na verdade ela até gostava de mim. Nós nos demos super

bem, porque mais do que ela imaginava, ela se parecia comigo. Assim como eu não gostava muito da escola ela também não, a gente era muito revolts com a escola na verdade. Conversando há pouco tempo com alguns amigos da minha sala, eles disseram que no começo me achavam um nojo, uma metida, insuportável, patricinha que só usava

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Uma de minhas primeiras fotos na ETEC

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rosa, e isso irritava muito. Mas o tempo foi passando, as primeiras impressões se foram, as amizades foram surgindo assim como as pessoas que não se tinha simpatia. Praticamente a sala inteira pensava isso de mim (menos o Renan, que já começou a falar comigo e com a Thaís no primeiro ou segundo dia de aula), mas logo, a maioria dos que pensavam isso tornaram-se meus amigos e viram que não é bem assim. Confesso que naquela época, eu que só tinha problemas de uma adolescente tola, como minha popularidade era meio diferente das pessoas que encontrei na ETEC. Pessoas de vários lugares, interessadas, que passaram na prova porque queriam entrar na escola (eu, na verdade, só queria para não perder várias coisas, talvez até a Gorete, e porque a escola era boa mesmo sendo pública e de qualquer jeito eu ia me separar das minhas amigas). As pessoas que eu conheci da ETEC eram diferentes do que eu costumava conviver,

tinham vários estilos, eram mais inteligentes, mais maduros, e a maioria, da minha sala pelo menos, tinha uma alma de artista. Interessante.

Fiz um amigo, a gente começou a conversar bastante, mas quando a gente finalmente ia sentar perto e tudo mais, ele mudou de escola. Vitor Luz, que tinha vindo do colégio Objetivo. Mas o pai dele, achando que o ensino na ETEC estava fraco demais, colocou o Vitor de

volta no Objetivo. Lá se foi uma pessoa que eu havia me identificado bastante, até porque ele era bem parecido com as pessoas “normais” do meu círculo de amigos habitual. Eu e a Thaís fomos nos misturando com as outras pessoas da sala e ficamos amigas de grande parte delas. Mesmo sendo tão diferentes, elas eram tão interessantes, tão verdadeiras, tão fora do que eu costumava ver e duvidar todos os dias...

Enquanto na escola o tempo ia passando, as amizades vindo e eu começando a gostar da ETEC, meu namoro com o Lippe não ia nada bem. Ele e sua família se mudaram para Sorocaba, a gente se via nos finais de semana mais foi ficando complicado e a gente foi parando de se ver, e se afastando. Ele veio pro meu aniversário e depois disso eu não vi mais ele. Terminamos um mês depois, 3, 4 ou 5 de abril.

Falando em aniversário, em 2009 fiz 15 anos. 15 anos... Os 15 anos que eu não tive! E falo mesmo isso pra minha mãe, a carrasca culpada disso! Ela disse que não queria fazer festa, que o sentido de fazer festa de 15 anos é debutar, é apresentar para a sociedade, e nós não éramos da sociedade. Sim, isso na cabecinha de 50 anos atrás da minha mãe! Hoje as pessoas fazem festa de 15 anos pros amigos, familiares, não interessa se é da sociedade ou não! Enfim, eu não tive minha festa de 15 anos, e não queria fazer nada, eu estava muito brava com a minha mãe. Mas, para não passar em branco, minha tia quis fazer um churrasco, e eu chamei alguns amigos e primos. Foi bem simples, e das minhas melhores

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1ºA - 2009

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amigas, só a Jéssica foi... Isso mostra como estávamos afastadas. Como não ia ter festa mesmo, eu queria viajar, e eu até pensei nisso algumas vezes, em vez da festa fazer a viagem mais tradicional e mágica aos 15 anos: Disney! Sempre, sempre foi um sonho meu ir pra Disney, e atualmente estava bem mais barato que antes. Mas, como sempre, as pessoas querendo acabar com meus sonhos, meu pai não me deixou ir! Eu simplesmente fiquei muito, muito brava, quer dizer, ele nem morava comigo, não era ele que ia pagar, porque ele não queria que eu fosse? Ele tinha medo que eu fosse pra Disney, com 15 anos, sem ninguém da família... E se acontecesse alguma coisa?! Hoje eu até que o entendo. E com isso minha viagem foi adiada para quando minha irmã fizesse 15 anos, assim ela iria e eu com 17 anos, iria com ela.

Depois de eu e o Lippe termos terminado, uma pessoa, uma nova pessoa surgiu na minha vida. Uma pessoa que eu, com certeza, nunca nem imaginei que iria falar! Bruno dos Santos Lima, ou para mim e para a cidade inteira, Bruno Lima. Um garoto que eu quase que idolatrava desde a sétima série, o mais popular na época, mais lindo e perfeito. Eu e minhas amigas o víamos como uma celebridade ou algo parecido, eu rio demais lembrando disso. Mas não é à toa, ele era um dos mais bonitos, popular e desejado menino do circulo social de adolescentes de São Roque. Sério, não estou exagerando. Ele era tudo isso e um pouco mais. Mas voltando para como ele surgiu na minha vida, um dia, no MSN, a Bia Werner perguntou se podia passar meu MSN pro Bruno Lima e eu CLARO disse que sim! Então a gente conversou uns dias e... Ele pediu para ficar comigo. Na hora, a única coisa que eu consegui fazer foi cair da cadeira, nada mais. Então foi em uma segunda – feira, 13 de abril de 2009, eu encontrei com ele, a gente conversou, e depois... É a gente ficou. Eu quase não acreditava. Passaram os dias, nós ainda estávamos juntos, ele me buscava no inglês e assim foi até dia 26 de abril. 26 de abril, a primeira balada de

verdade que eu fui, Fantasy, no São Roque Clube. Como já se percebe pelo nome, era uma balada à fantasia e eu fui de branca de neve. Modéstia parte, meu vestido era lindo! Era igual o da branca de neve, só que curto, de cetim, decotado cheio de detalhes e uma tiara vermelha de lacinho. O Bruno foi ao Fantasy comigo, e lá, entre 03h30min e 04h00min da manhã, ele me pediu em namoro. Eu não acreditei. Eu não esperava, fazia quase duas semanas que a gente tinha ficado e ele me pediu em namoro. Eu me surpreendi, e claro aceitei. A única razão pra ele me pedir em namoro é porque ele estava gostando de mim realmente, e eu dele. Na verdade ele era muito mais do que o garoto popular e cobiçado. Ele era diferente, era maduro, não um idiota como a maioria desses

garotos populares. Essa é a razão para eu não saber de verdade o que era gostar de uma pessoa, nem quando eu estava com o Higor, nem com o Lippe. O tempo passou e eu

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Vestido lindo de Branca de Neve

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nunca, nunca havia sentido por outra pessoa o que eu sentia por ele. Dávamos-nos super bem, combinávamos demais, e éramos muito felizes.

Bruno... Certamente foi com ele que eu vivi os melhores momentos da minha vida, e isso o tempo não vai apagar. Era dele que eu tinha saudades toda hora, que eu tinha aquela sensação de “borboletas no estômago” de quando se está apaixonado, que eu contava os dias pra ver ele de novo. Não tem como explicar o que eu sinto por ele, até hoje, ele sim é seguramente o primeiro amor que eu tive, é estranho pensar em como se pode gostar tanto assim de uma pessoa como eu gosto dele até hoje. Esse sentimento por ele eu nunca deixei de ter, eu amava ele, e amo ele até hoje e isso posso falar com toda a certeza. Mais que um namorado, ele era e é um grande amigo sempre me apoiava e

estava do meu lado. Com ele eu cresci e amadureci muito. Afinal ficamos juntos por quase sete meses... O motivo vem daqui a um tempo.

Com o namoro perdemos um pouco a liberdade, por respeito e até por ciúmes de algumas coisas pelas duas partes... E foi por isso que eu abandonei o ”fake”. Quer dizer, não foi totalmente por isso, eu também já estava mais madura e com mais

coisas para pensar do que continuar fantasiando uma vida social virtual. Mas do fake guardo muitas boas lembranças, já que fiquei “brincando” disso por quase três anos. Fiz vários amigos dentro dessa brincadeira, que vieram a se tornar amigos fora dela (amigo em “on”, e amigos em “off” respectivamente) como a Wesley (Slowder).

Nas férias de julho, quebramos a tradição de ir para Caldas Novas, como já disse, e fomos para um resort de águas quentes em Minas Gerais. Foi a primeira vez que andei de lancha, foi muito legal. O hotel era enorme e tinha muito verde, diferente do hotel de Goiás, que ficava no meio da cidade. Quase morri de saudades do meu Bruno e também foi nessa época, no segundo dia da minha viagem, que uma notícia chocou o mundo inteiro. A morte de Michael Jackson. O rei, o astro, o divo do pop, o maior de todos os tempos. Confesso que chorei um pouco, principalmente quando a filha Paris dele fez o discurso no funeral. Eu pensei no meu pai, mesmo ele não morando comigo e minhas irmãs, sendo separado da minha mãe e os dois serem brigados até hoje, ele sempre esteve com a gente. Fico meio

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Bruno, meu amor

Resort em Minas

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inconformada com ele estar ainda com a coitadinha lá, mas fazer o que, quando ele quebrar a cara, ele aprende, é!

Voltei das férias, eu e o Bruno ainda éramos felizes, e eu certamente estava muito mais madura que antes. Isso se devia a ele, e também ao pessoal da escola, mas ainda havia muito para crescer. E olha que namorar com ele me fez ficar ainda mais popular, em minha opinião, foi isso. Como todos conheciam o Bruno, todos passaram a me conhecer também. Ele diz que não, mas foi o que aconteceu. Mas, sinceramente, eu já não ligava mais tanto para a popularidade, eu

não precisava disso para ser feliz, eu tinha meu namorado, meu amigos, minha Thaís, minha Ana, minhas melhores amigas antigas, porque voltamos a nos falar mais e até fomos para o Hopi Hari em setembro o que foi muito divertido, já que eu quase não as via mais... Talvez esse tenha sido o Hopi Hari mais divertido, mas enfim, minha vida estava ótima, popularidade, escândalos e falsidade não me interessavam mais tanto. Uma vida perfeita, certo? Era o que eu pensava, que tudo parecia um grande sonho. Até que, em outubro, a pior burrada que eu fiz na vida, veio à tona, e tudo se desmoronou. Quase caí em depressão. Eu imaginava que isso aconteceria, todos iriam saber algum dia, e veio, exatamente um ano depois. Minhas amizades se reduziram à Thaís e a Ana, e meu namoro foi de mal a pior. Era como se tudo perdesse a magia, como se o sonho se transformasse em pesadelo. Foi o que aconteceu. Depois de toda a revelação e o fim de muitas coisas, meu namoro chegou ao fim também, depois de duas semanas. Sem minhas amigas, nem meu namorado, nada mais parecia ter sentido. Eu estava quase em depressão. Devo muito à minha Thaís e minha Ana Júlia, elas foram maravilhosas, me apoiaram, tornaram-se, com certeza, minhas melhores amigas. Com toda essa depressão passou-se um mês.

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Nós, felizes no Hopi

Minhas Baby Loves Thaís e Ana

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Um mês e alguns dias depois de tudo isso, exatamente dia 26 de novembro de 2009 tornei-me amiga de uma das pessoas mais incríveis que já conheci, e que eu poderia conhecer nessa vida. Henrique Barros do Prado, Rick. Acho que eu nunca vou retribuir tudo o que ele fez por mim até hoje. Em poucas semanas ele se tornou meu melhor amigo e uma das pessoas mais importantes da minha vida. Nunca imaginei que uma pessoa poderia me

ajudar, me aconselhar, proteger, e querer claramente o melhor pra mim como ele. Eu nunca nem tinha sentido em nenhuma amizade o que eu sinto nessa amizade com ele, que é realmente verdadeira. Deus deve ter mandado ele pra mim, pra definitivamente melhorar minha vida, sei lá, me dar uma luz, me ensinar muitas coisas porque na nossa amizade eu amadureci muito. Quando tudo parecia que não ia dar mais certo nunca na minha vida ele veio e como um anjo vem me ajudando e estando do meu lado, sempre, e ele sabe que pode contar comigo da mesma maneira, sempre, Best Friends Forever.

Outro meio de distração que encontrei para meus problemas foi uma pessoa. Um garoto. Quase uma celebridade, para as meninas. Colírio e blogueiro do Vida de Garoto, Federico Ezequiel Devito. Ele é lindo, divinho, mora em Balneário Camboriú – Santa Catarina. Eu simplesmente comecei a o amar e idolatrar, eu assim como mais de 100.000 garotas de todo o Brasil. Toda essa adoração me levou à Moema, São Paulo, em 6 de dezembro de 2009, na balada teen Club Teen. Os três colírios e blogueiros do VDG iriam estar lá, para tirar fotos, e outros colírios ainda, da revista teen capricho. Eu, a Ana e a Thaís chegamos lá e não tinham mais convites para camarote especial (no caso, o camarote que as pessoas iriam tirar foto com eles). Choramos e choramos, mas no fim demos mais dinheiro para um promoter e ele nos vendeu o camarote com a pergunta “certeza que vocês vão pagar tudo isso só pra tirar foto com esses moleques?” e a resposta foi “meu, a gente veio de São Roque só pra isso!” e na hora o cara ficou com dó, nos deu os convites, e ainda o segurança nos levou direto para a área vip, onde estavam os colírios da Capricho. Chegaram os blogueiros, astros da noite, ficaram por uma hora, quase morremos na fila para tirar foto com eles, a Thaís até desmaiou e foi para a ambulância. Eu já estava zonza

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Melhor amigo, Rick

Na Club Teen, Thaís e Ana

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quando um segurança me puxou da fila porque eu estava sozinha, e consegui a foto por sorte porque eles já estavam indo embora. O Caíque já tinha ido embora e meu Federico, a razão para toda aquela minha loucura, já estava atrasado para pegar o avião. Eu estava zonza e do nada eles, Dudu Surita e Federico Devito, apareceram na minha frente. Eu nem tinha palavras, só tremia e tremia e ao chegar perto do Federico eu só conseguir dizer, quase sem ar

“Federico Devito, Federico Devito”. Minha foto foi tirada correndo, de qualquer jeito, e saiu com uma imagem fantasma como se pode ver na foto! Com isso eu chorei e chorei, mas depois pensei pelo lado positivo: eu consegui entrar, o que nem era para ter acontecido, consegui tirar a foto, enquanto um monte de meninas não conseguiu, porque um tempinho depois de mim eles foram embora, e pelo menos eu consegui a foto com o Federico. Sorte. Enfim, no dia seguinte teve o simulado da ETEC e eu ainda me saí bem! Sou foda (desculpe), ignore.

Bem, como se pode ver, minha vida na questão ‘garotos’ é meio tensa, ainda que eu tenha citado apenas os que mais marcaram na minha vida, porque os outros fizeram alguma de diferença (na maioria das vezes ruim), mas não merecem estar aqui. Essa questão, de garotos, é uma das coisas da qual mais me arrependo... Digo até hoje, para qualquer um, que eu daria tudo, ou muita, mas muita coisa mesmo, para ter beijado pela primeira vez aos 15...

Voltando à escola, em 2009, em meio a tantas pessoas com alma de artista, eu comecei a me interessar por teatro. A escola nos proporcionava esse ambiente de liberdade artística e isso só ajudou mais. Então apresentei minha primeira grande peça de teatro, uma adaptação do Auto da Barca do Inferno, de Gil Vicente. Desde a adaptação, até o cenário, tudo foi produzido por nossa sala, o 1ºA, que estava dividido em grupos, e eu no grupo de atuação. Fui a

patricinha que foi direto para o inferno, sem escalas. A apresentação foi ótima, e com ela, outra pessoa surge na minha vida, e se tornou freqüente. Vou citá-la aqui porque ela definitivamente começou a fazer parte da minha vida.

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Dudu Surita e Federico Devito Ps. Eu muito feia e a foto uma merda

Um Auto da Barca do Inferno, Joaquim, Brï e Matheus Pezzota

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Essa pessoa surgida do nada, que se tornou importante, por acaso se chama Lelis. O conheci no Auto da Barca do Inferno, pois ele nos ajudou, já que ele fazia faculdade de teatro e dava aulas também. Por acaso, no ano seguinte me inscrevi na aula de teatro do Centro Cultural de Mairinque, e meu professor? Lelis.

Foi neste ano também, em 2009, logo após de toda a minha depressão e problemas que eu deixei de me importar tanto com a minha aparência e deixei de usar meu cabelo liso. E no fim, isso nem foi deixar de me importar, porque eu me apaixonei por meu cabelo ondulado... Deixei-o natural e ele está assim até hoje. É claro que eu dou uma arrumadinha com o secador para ele não ficar armadinho, já que ele é ondulado, mas eu realmente amo meu cabelo ondulado, ele é lindo, modéstia parte... Sou um pouco narcisista mesmo, sempre fui assim e acho que sempre vou ser.

O ano acabou, veio o natal e o ano novo, que não foram os mesmos. Na verdade, foram o natal e o ano novo mais chatos e tediosos que eu já tive. Ou talvez eu estivesse tão triste a ponto de o natal e o ano novo perderem totalmente a graça.

Veio 2010, nova década. Mesma coisa para mim. Exceto pelo fato de a decisão a ser feita sobre meu futuro estivesse cada vez mais perto. Na minha cabeça quero fazer engenharia, talvez civil. Eu e o Rick estávamos muito próximos e de vez em quando eu falava com o Bruno, porque ele que sempre vinha falar comigo, e a gente sempre acabava brigando. A única vez em que eu fui falar com ele por conta própria foi para perguntar se ele iria ao trio da Mercearia, São Roque Folia, e ele não foi. Não sei se isso foi bom, ou ruim.

Logo no começo do ano, fomos para a praia, como sempre, para uma colônia, mas dessa vez que a Vó Niza era sócia, Suarão. Lá fiquei amiga de alguns adolescentes, a Thaís, o Breno, Jayme, Matheus, Lucas, enfim... Naquela colônia tinham muitos adolescentes, ficamos até tarde na sala de jogos conversando e ouvimos o Jayme tocar violão, uma vez, já que no dia seguinte, ele, o Breno e o resto de seus amigos tiveram que ir embora. Ele tocou uma música para

mim, Canção Pra Te Mostrar, do Scracho, e eu comecei a chorar, porque me lembrei do Bruno! Também, logo no começo da música os versos são “doce como mel o seu lábio ao me tocar, vejo através dos seus olhos verde-mar...”, é, não precisou de muito.

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Praia

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Carnaval. A primeira vez que eu fui ao trio elétrico de São Roque. E foi esse carnaval, esse trio, que estragaram mais coisas na minha vida. Fiquei com alguns garotos lá... E isso mudou muita coisa, já que o Bruno foi para a praia e decidiu que queria voltar comigo. Com isso ele ficou decepcionado e agente não voltou. Minha consciência pesou, mas até parece que ele não tinha ficado com ninguém desde que a gente havia terminado (três meses na época). Mas uma surpresa aconteceu... No meu aniversário de 16 anos eu e ele ficamos de novo. Isso marcou meio que a volta da minha felicidade. Bem, eu não era triste,

até porque meu melhor amigo era uma pessoa maravilhosa elo qual eu tinha e tenho até hoje o sentimento de irmão. Mas isso com certeza me deixou mais feliz. Mas tudo isso acabou logo, já que minha mãe desaprovou e fez um escândalo. Ele me enrolou por um tempo também, e o que parecia ser a volta da minha felicidade foi o contrário, ao saber que ele estava com outra menina de madrugada pela rua! Eu nem preciso falar o quanto eu fiquei brava, e o quanto eu xinguei ele, certo?! Eu estava inconformada. Inconformada. E mais uma vez o Rick foi a pessoa que eu mais precisei e que mais me ajudou, para variar. Dois dias de, pois disso, a Thaís me arrastou pro cinema com a intenção de eu ficar com outro garoto, pra esquecer o Bruno de vez, o que não ia acontecer, nunca vai acontecer. Eu jurei para mim mesma que eu não ficaria, mas foi nesse dia que eu realmente percebi que sou fraca. É, fraca, porque eu fui e fiz a merda. O Bruno ficou muito, muito bravo mesmo. Depois ele foi no shopping, a gente brigou e eu chorei muito também. Aquele foi o dia que eu mais chorei em toda minha vida. Depois a gente se falou mais tarde, por telefone. Choramos, falamos o que sentíamos. Naquela noite eu dormi quase duas horas. Duas horas apenas, e no dia seguinte ainda tive que ter forças para ir para a escola. A gente se viu, eu chorei, ele me abraçou. Eu falei tudo isso para o Rick, ele me deu o conselho certo, para não fazer a merda no cinema, mas fui fraca. E mais uma vez ele lá me apoiando, me aconselhando, e me animando. Depois de uma semana ainda veio uma história (falsa) de uma garota sobre o Bruno. A essa altura eu realmente, já estava desistindo dele, mesmo amando-o. Foi então que o Rick falou com ele, e eu daria tudo para saber o que, pois acredito que com essa conversa uma das coisas mais importantes de 2010 aconteceu...

23 de abril de 2010, O Bruno me pediu em namoro novamente, quando estava me levando para a casa da minha vó

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Trio, com minhas Baby Loves

Bruno, meu amor

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(Nice). Ele perguntou se eu ia contar para minha mãe, e eu nem sabia, contar o quê?! E logo veio a resposta “que a gente ta namorando. Quer dizer, se você quiser, nem sei se você me quer mais. Desculpa.” Na hora, eu não acreditei. Eu nem tinha mais falado com ele, nem ele me ligado, nem nada. Ele só me ligou pra saber se eu ia sair, e já que eu ia pra cidade, ele quis ir junto. E depois aconteceu. Foi totalmente inesperado. Mas eu me senti feliz. Muito feliz mesmo. A maior parte da dor que eu carregava comigo pareceu desaparecer, do nada. O Rick também havia me falado “depois do que eu disse, se vocês não voltarem pelo menos nesse mês, esquece ele Carol, sério, por favor, por mim! Não vale a pena mesmo...”. E mais uma vez eu devo tudo ao Rick. Certamente ele deve ser um anjo enviado por Deus na minha vida.

O dia dos namorados chegou, ganhei um cachorro muito fofo, lindo, perfeito, e um coração de chocolate recheado de marshmallow, ambos da Cacau Show; e dei um boné, da Eckô, que ele precisava e queria. Estamos muito bem, pra falar a verdade acho que eu nunca estive tão feliz, nem nos nossos primeiros sete meses de namoro... Agora parecia ser uma coisa bem mais séria do que era antes e isso me deixava feliz.

As férias esse ano foram um tédio, exceto pelo fato de eu ter visto o bruno muitas vezes... Enfim, eu não viajei pra lugar nenhum e nem sei mais se irei viajar para outro lugar esse ano, mas espero que sim. Apesar de eu não precisar muito disso já que ano que vem um dos meus sonhos desde a infância vai se realizar: vou para a Disney, espero que tudo dê certo para que isso aconteça! Sonho!

Quanto à minha popularidade, bem, estou meio esquecida do ciclo social dos adolescentes de São Roque. Também não saio mais, não fico no meio dos escândalos, nem festas bafônicas. Mas quer saber? Eu nunca me senti tão bem, livre das fofocas, da falsidade, dos escândalos e todos os bônus vindos com a “doce” popularidade. Talvez as pessoas ainda lembrem meu nome, mas eu realmente não faço questão disso.

Minha amizade com a Ana e a Thaís está ótima! Claro que com meu namoro a gente já não sai e

se vê como antes, mas eu ainda amo minhas Baby Loves demais, demais mesmo... Isso sim é o que realmente importa!

O Rick agora tem uma nova namorada, a Débora que tem muito ciúmes da nossa amizade (e eu também tenho um pouco de ciúmes dela...). Com isso nossa amizade não está como antes, mas nossa consideração e sentimento um pelo outro nunca mudou, nem vai mudar, não importa a distância. O Rick é uma das melhores pessoas que eu conheci na minha vida, e vai ficar para sempre, com certeza, o amigo mais verdadeiro que eu já tive.

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Minhas Babys, antes do Baile de Agosto

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Foi Deus que mandou ele pra mim, só pode! Confesso que estou meio preocupada e até com ciúmes de uma notícia que ele me deu, que iria casar-se com a Débora quando terminassem a faculdade... Eu desaprovo essa decisão, mas se ele quer isso realmente e acha que vai ser bom pra ele, só me resta apoiar, e ser a madrinha (sim, fui convidada para ser a madrinha!)

Eu e o Bruno também estamos muito bem. Faz um ano que estamos juntos, e felizes... Também, depois de tantos desencontros acho que a gente merece isso, muito. Até meu pai já aceita ele muito de boa, e olha que o Bruno é corinthiano! Mas enfim, eu nunca estive tão feliz com ele.

No teatro tudo está dando certo, mais certo até do que eu esperava... Subir no palco pra mim é como estar num sonho, não dá pra explicar a sensação na hora em que se abrem as cortinas e a peça então começa... É uma sensação, um sentimento que eu também vou levar para sempre comigo.

As coisas não só estão dando bem no teatro, como na escola. Acho que minhas notas nunca estiveram tão boas... Sem falar nas amizades que agora estão bem maiores, e que eu realizei um sonho bobinho, mas que era um sonho: ser líder de torcida, pelo menos por uma vez... Fico muito feliz por nossa escola nos proporcionar uma liberdade que não se encontra em outras escolas... Sim, no fim das contas, eu amo a ETEC!

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Cheerleading: Dani, Thaís, Bru Silvério, Sarah

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No fim das contas, de um tempo pra cá, tudo o que parecia estar acabado agora está melhor do que era antes. Nunca estive tão feliz com meu namoro, com meus amigos, com o teatro, com minha família. Com tudo isso, aprendi que, coisas boas e ruins acontecem de acordo com suas ações, nada é por acaso. Coisas ruins aconteceram, mas porque eu tinha feito coisas ruins, que eu ainda não revelarei... E agora coisas boas estão acontecendo porque estou fazendo coisas boas, para mim, para meus amigos, pro meu namoro... Com tudo o que aconteceu também, amadureci, muito. Olho para a minha pessoa do começo do ano e não acredito como eu era... Imatura... Claro, ainda falta muito para eu amadurecer totalmente, mas um passo de cada vez, afinal eu ainda sou uma adolescente normal, que faz merdas todo o tempo, que tem sonhos, que tem seus momentos de drama, de futilidade, mas também de felicidade e de realidade. Dizem que essa é a melhor fase da vida, então quero aproveitá-la, do jeito que tem que ser. That’s Just Me!

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