8
Proposta e Prática Movimento Anarquista Brasileiro AUTOGESTÃO

AUTOGESTÃO - anarkio.netanarkio.net/Pdf/a_autogestao.pdf · A Coleção Proposta e Prática se presta a ajudar nossas conversas e ações para transformação social em que a

Embed Size (px)

Citation preview

Proposta e Prática

Movimento Anarquista Brasileiro

AUTOGESTÃO

Proposta e PráticaA Coleção Proposta e Prática se presta a ajudar nossas

conversas e ações para transformação social em que a

exploração e opressão sejam abolidas.

Sujeita­se a crítica e alteração que for necessária.

Proposta e Prática são fundamentadas em nossas

experiências nesses quase dois séculos de anarquismo em

todo o mundo.

Desenvolvendo a luta através da autogestão, ação direta e

comunismo libertário, condições de liberdade e justiça para

todxs.

Não se limitam ao período eleitoral.

Não pregamos o voto nulo como protesto, mas como uma

conduta ética e moral de cidadania para um processo

revolucionário.

A política anarquista é um compromisso direto de todxs. A

política será mudada através da população explorada e

oprimida nas ruas, nos bairros, nas escolas, nas fábricas e

nos campos por bem estar e liberdade.

Na construção do comunismo libertário através de práticas

anarquistas!

AutogestãoÉ uma metodologia administrativa

empregada no anarquismo que visa garantir

a participação igualitária de todxs, sem

exceção, no gerenciamento de todos os

aspectos sociais, políticos e econômicos que

mantém uma sociedade comunista libertária

funcionando.

Em cada área se formam os grupos (comitês,

comissões ou algo equivalente) de

gerenciamento com suas regras específicas,

sempre respeitando os aspectos básicos do

anarquismo: não explore, não oprima.

Todas as relações são são descentralizadas,

não esperando mandos ou desmandos de

ninguém. Também as relações são entre

iguais, de forma horizontal, sem hierarquias.

É de conhecimento geral que cada indivíduo

possui um conhecimento e até aprofundado

em algumas áreas, mas não é fator de

desigualdade e nem deve ser em nosso meio.

Não há chefes, donos, diretores, gerentes ou

qualquer forma de relação hierárquica. As

decisões sempre são tomadas em grupo, sem

exceções, tendo também a coerência e o bom

senso para se chegar a posturas e ações de

comum acordo de todos. Nesse aspecto, é

importante que o coletivo tenha e desenvolva

sua própria forma de autogerir, como por

exemplo trocas de afazeres ou rodízios em

atividades, para evitar a monotonia do

processo de execução. Importante que todos

saibam e se eduquem em sempre

aprenderem a fazer todas as atividades ou ao

menos compreendê­las para que não se

acumulem nas costas de um ou outro, ou

pior, se torne base para que se tirem proveito

da ignorância ou da apatia coletiva.

É importante que autogestão se torne um

processo educativo no sentido de preparar a

todxs para as atividades de execução e

administração das diversas áreas da

sociedade.

As possíveis formas de autoadministração

são exercícios necessários para uma

sociedade justa e livre.

Se não houver a participação de todxs nesse

processo, não haverá o desenvolvimento

revolucionário que almejamos.

Para participar, será necessário que cada

grupo crie a dinâmica de reunião, de decisão

e de ação condizente com cada participante.

Não é possível delegar afazeres sem que

todxs participem ou assumam as

responsabilidades que é exigida. Há direitos

e há deveres coletivos que todos precisam

entender, aceitar e realizar para que o

comunismo libertário seja uma realidade

agora.

GRANDES LIBERDADES EXIGEM

GRANDES RESPONSABILIDADES,

GRANDES COMPROMISSOS!

A autogestão organiza os espaços

econômicos, políticos e ecológicos com a

plena participação popular, tanto de forma

local como regional, assumindo o controle

direto das fábricas, empresas, comércios (os

quais se tornaram pontos de distribuição

popular), campos. Com a descentralização do

poder burguês, capitalista e burocrático,

surge a forma de democracia direta, sem que

se espere que os governos façam tudo, pois

na verdade, só dificultam a participação

popular e o controle direto da sociedade. A

abolição do Estado é um dos primeiros

passos para o efetivo controle por parte da

sociedade de sua vida plena. A abolição do

Estado não é o fim das responsabilidades,

mas é o começo do controle direto de nossa

gente sobre sua vida, sem enrolação,

exploração ou opressão.

A autogestão não é uma solução

maravilhosa, mas o começo de um processo

histórico com várias fases, cada uma delas

com mais participação dos trabalhadores,

dos consumidores, dos cidadãos, das

autoadministrações, nas empresas, nos

campos, nas federações de ramos de

produção e de serviços (com a contribuição

anarcossindicalista), nas confederações

nacionais e internacionais.

Desta maneira, as superestruturas políticas

de dominação vão se convertendo em

infraestruturas de democratização, pois a

autoadministração econômica e política

constituirá o governo das coisas, mas não

sobre os homens.

Carregamos um novo mundo em nossos corações enão será o seu imobilismo que impedirá de

florescer, podem impedir uma semente de germinar,mas não milhões sem classe, sem opressão, sem

exploração, sem Estado, sem partidos, sem patrões!

Proposta e Prática