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Autonomia de Angola - Estudo de Administraçao Colonial

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MINISTERIO DA EDUCAÇAO INSTITUTO DE INVESTIGAÇAO CIENTIFICA TROPICAL

Conz ateizciosos cumpr~??zentos

José de Macedo

' J w . 1 ~

PREFÁCIO DE JORGE BORGES DE MACEDO

CENTRO DE SOCIO-ECONOMIA INSTITUTO DE INVESTIGAÇÃO CIENTIFICA TROPICAL

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Nota Prévia

Nos últimos anos, o Centro de Socio-Economia (CSE) tem privilegiado, na sua investigação, o ajusta- mento macroeconómico de pequenos países tropicais, em especial os de língua portuguesa Ocorre portanto explicar a escolha de Angola, uma economia tida por grande, e da administração colonial, cuja política macroeconómica se presumia ajustada, para tema da nossa primeira publicação A explicação é clara. a Angola do príncrpio do século sofreu os choques de um pequeno país tropical sujelto a uma política rnacroeconÓmica desajustada. Esta visão, que ressalta do trabalho coevo ora reapresentado, tem também sido revelada por investigações do CSE.

.São dois os projectos envolvendo Angola. Pri- meiro, o Banco Mundial, enquanto agente do Pro- grama das Nações Unidas para o Desenvolvimento, encomendou ao CSE um relatório sobre a economia colonial, para esclarecimento da situação económica actual, tal como ~esulta dos trabalhos de uma missão

em que participaram virios eleinentos do CISE Coor- den lmus assim um estiido rraiii->ido prlo Dr Jns.4 Gonçalves. do Ministério de Transportes da RepU- bhca Popular de Angola c invesligadnr v~sitante no CSE, e um Anexo estatístico elaborado pela Dra Ana Neto, estagiária de ~nveqtigação no CSE Para cssa coordenação, ale mo-nos de uin trabalho apresentadri em Maio de 1978 na cadeira do Professor Carlos T)la~-A1cjdiidiu, da Uritveisidade de Yale, tiaballici esse inspirado no livro que aqui sc reedita

Em vez de bcneficiai- da estabilidade monetária e cambial que urn 0~çamedtri çcntral~zadci pressupõe, o desenvcilvimrnto econAmico de Angola f o ~ travada por um ient~alisnio adrninislrati%o e financeiro - que havia de perdurar ate í i indcpendêricia Ao mostrar que já em 1910 existlam alternat~ras vdveis ao modelo colonial centralista, cont~ibui-se para explicar o apa- rentemente i~iexplicível atraso da autonomia de Ango- la Atraso culas conçequencras de politlca econbmicn vêrn ate aos nossos dias

Dessa actualidade surge precisaniente a relevância de Angola para o segundo projecto D e facto, foi totalmerite esquecida esta alternativa autonoiil~sta que tinha o inéntu tão actual de não gerar dependência orçamental, visto assentar na ideia de que as receitas fiscais de Angola. autonomamente administradas, erani suficientes para financiar o esforço de desenvolvimentr, Mais, a política posterior de Norton de Matos, cor- rentemente associada à ideia da autotiomia colonial nngolana, envolieu uma dependêricla do orçamcrito metrnpolitano clue a tornou rnstavel 0 esquecimento dc iinia altcrnnttva, clara~nentc prefcrívrl tanio para Portugal corno para Angola, mostra berii a inipossibi- Lidade de nos mantermos competitivos se n.30 sou- bermos aproveitar as lições da nossa história

A autonomia pirinara ajuda, pou. um sécirlo mais tarde. à formiilação de uin "niodelo da coopera~ão pnrtuguesa" adequado a uma cconomia mundial etn

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em que participaram vinos eleinentos cio CSE Coor- denáii-ios assim um estudo realizado pelo Dr José Gonçalves, do Ministério de Transportes da Repi1- blica Popiilar de Angola e irives~igador vtsltante iio CSE, e um Anexo estatístico elaborado pela L3ra Ana Neto, estagiária de investigação no CSE Para essa coordenação. valenio -nos de um traballio apresentado em Maio de I978 na cadcira do Professor Carloç Diaz- Aiejarid r-o, da Llriiversrdade de Yale, trabalho esse inspirado no livro quc aqui sc reedita

Em veL de bcnehciar da estabilidade monetária e cambial que Lirn orçamento ccntral~zado pressupõe, o desenvolvimento econbmicu de Angola foi travado por um centralismo administrativo e firianceiro - que havid de perdurar até h independkncia Ao mostrar que JA em 1910 existlam alternat~vas viáveis ao modelo colonial centralista, cont~ibiii~se para explicar o apa- rentemente i~~explicável atraso da aiitonomia de Ango- la Atraso culas consequêncras de política económica vêm até aos nossos dias

Dessa actualldadc surge precisaniente a relevância de Angola para o segundo projecto De facto, foi

totalmente esqiiec~da esta altcr~iativa autorioliiista quc tinha o mérito t5o actual de não gciar dependência orçailiental, visto assentar na ideia de que as recatas fiscais de Angola, autotioliiamente admiiiistradas, erani suficientes para financiar o csforço de deserivolvimento Mais, a política posterior de Noiton de Matos, cor- rentemente associada i deia da autorioniia colonial angolana, erivolveu Llnia dependi-ncia do orçanicnto metropolitano que a tornou instável O esquecimento dc urtia alternativa. clararneritc prefcrivel ta1110 para Portugal coiiio para Angola, mostra berri a inipossibi-

ao sou- Lidade de nos manternios competitivos se n* berntos aproveitar as lições da nossa hiatórla

A autonomia pioneira quda. pois. um séciilo mais tarde. a forrniilação de um "modelo da cooperaqão portugucsa" adequado a lima economia mundial em

constante mutação Assrm, do programa de investiga- ç5o que a EJ,O - Assoc~n~ãu I'ortrtgtre,~~~ para o Deseni~oli~lrnento, Econhrco e a CnoperaqRn enco- mendou ao CSE; consta um projecto histórico,sohre sucessos e insucessos da presença portugiiesa ein Afnca, dirigido pelo autor do prefáclo desta ediç8o O pri- mciro caso escolhido para reflectir sobre o rnodelo foi, como se carnprcenderh, a Angola do principio do çiculo

l'or terem logo aceite as razões desta primeira publicação d o CSE, é devida uma palavra de agrade- cimento As instâticias envo l~~das do Instituto de Inves- t~gação Científica Trop~cal, nomeadanicnte ao Eng Fcrnando Almeida Ribeiro, ao Prof Doutor Liiís de L41buquerque e Inst bzrt rrof least ao presidente, Pruf Doutor CSUL e Silva.

.Jorge Braga de Macedo Director do CSE

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O livro Autonomia de Angola(') , de José de Macedo, publicado em 1910 e cuja reediçáo, agora, se apresenta, oferece múliiplos motivos de interesse para dever ser lido e pensado, como um texto lúcido e pre- cursor Reflete este livro, um momento importante na consciência de Angola Aí a vemos assumir-se, nas suas forças vivas, como região politicamente definida e, como tal, capaz de formular, a respeito do seu modo de viver e das eventualidades que se lhe ofere- ciam, ou onde está inserida, reivindicações ou projec- tos de futuro Revelava, por um lado, a consciência de um possível caminho próprio Por outro, apontava objectivos formulados, não no vazio do desejável, mas já com a marca concreta de uma meta a atlngu. Manifestava-se, ao mesmo tempo, a partir de uma efectiva experiência de vida pública, em que já se res- ponsabilizava O autor recolhe, para a posição que assumiu, os dados da realidade angolana e da-lhe uma finalidade que coincide com a do seu corpo social constituído, tanto em força de projecto, como na debi- lidade in~cial da esperança

Havia, com efeito, em Angola, uma experiência diversificada e própria, tanto para o que se refere aos comportamentos das potências europeias, nas suas relações coloniais (as "rivalidades" congolesas tinham- -se passado a seu lado e tinham tido uma forte parti- cipação de quadros médios portugueses que, depois foram fixar-se em Angola) Conheciam-nas como pressões irremediáveis para a delimitação da íront eira, como não ignoravam as relações e os conflitos entre as diferentes etnias de Angola e destas com os portu- gueses, a que, de um modo muito especial, estavam,

(I) - Jose de Macedo, Aulonomia Lie Angola, estudo de adrninistra- ção colonial Edição do autor, Lisboa, 1910

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na generalidade. ligadas Sem que isso quizesse dizer submissão, em qualquer momento da história ango- lana Vindo de um fundo passado comum que tivera de suportar um longo precurso esclavagista, com um tráfego dirigido para o Brasil, América do Norte e América Central (que de modo algum era da exclusiva responsabilidade de po~tugueses)~~), a personalidade dos seus elementos componentes vivia diferenciada, mas coincidente num processo de ajustamento variável

Com a abolição do tráfego negreiro (cuja difícil realização está arnda por estudar), retomou a habilita- ção para novas possibilidades que soube criar,(3), con- seguiu adquirir meios de obter recursos que garantis- sem, de novo e melhor, a base económica que antes fora levada a constituir com a venda de escravos No século XIX, recorrendo a diferentes produtos, sucessi- vos ou simultâneos, em que se destacam o marfim, o café e já chegando ao fim do século XIX, a borraclia, Angola manteve-se como realidade social e política, num extraordinário esforço de sobrevivência Este enunciado de artigos exportáveis faz, muitas vezes, de certo modo, esquecer outros elementos essenciais de coesão interna, onde Pinheiro Chagas, com grande lucidez, salientou o comércio inter-regional Deverão acrescentar-lhe outros factores para essa unidade dese- jada Assim, muito tiveram a dizer o relato histórico tendente à determinação de Angola como entidade

( 7 ) - Cf Philip D Curtin, The Arlanlic Slave Trade a Census - Mddison, Milwaukee, Londres, 19b9 I

( 3 ) - Cf Vrngetis e apontutirenios de um yortctenre em Ájrica Diario de Antonio Francisco Ferreira da Silva Porto, Leitura com introdução e notas por Maria Emília Madeira Santos, vol 1, Coimbra, 1986, Nessa introdução, onde é relevddo, de um modo indiscutível, o papel dos sertanejos na formação de Angola "Uma coisa ficava provada o comér~io sertanelo não servia para enriquecer os srrtanejos em termos europeus" O seu aproveitamento angolano É um ponto de extraordi- naria impoitância parri n dcfiniçâo de "Angola", assim o releva este notavel estiido

própria e o facto Cristianismo (na altura, por virtude do espírito anti-clerical, bastante mal avaliado), que fomentava, como sempre fez, pontos comuns, superio- res as etnias e susceptíveis de preparar a unidade Angola para formular uma área coerente e firme, na sua conveniente fronteira, tinha conseguido fazê-lo, captando, nas suas populações locais, as exigências de unidade representadas pelos portugueses, na sua orgâ- nica administrativa e presença humana O papel de Portugal f o ~ decisivo, uma vez que tomara o encargo do factor que Ango1.a mais dificilmente podia adminis- trar - as relações externas. Servia de potência tutora e os seus direitos históricos conseguiram excluir, nos confrontos internacionais, a presença de qualquer outra potência estrangelta, necessariamente fomentadora de divisões

No plano interno, a estabilidade de fronteira a que se chegou, foi, no final do século XIX, o mais iriipor- tante sinal para a expressão de Angola como realidade polítlca própria E assim se manteve Com a Confe- rência de Berl~m'~), tinha-se chegado a um ponto fun- damental dessa estabilização que foi ver delimitada o seu mais controverso limite (no Norte), fixado na margem sul da foz do Zaire e no domínio do enclave de Cabinda De 1885, data do estabelecimento dessa fronteira, com aceitação internacional, a 1890, veri- ficou-se uma extraordinária e empolgante deslocação dos seus territórios para leste(5), em direcção a regiões de domínio controverso, dando lugar, naquela data, a um grave confl~to com a Grã-Bretanha, acabando por se estabili~ar a área definitiva para uma fronteira

(4) - Cf lorge Boiges de Macedo, A conlerência de Berlim. cem anos

depois. sep do vol "Pensar África", D~nrocraoa e I.rhei~luclr,, n 35 Outubro-Dezembro, 1985, Lisboa

( 5 ) - Charles E Nowell. rhe Kose-toloretl Mar) - Portrigaf's attempt to build an African Empire froni the Atlantic to the Indian Ocean, I.isboa, 1987

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negociada Quase ao mesmo tempo, confirmava-se ou preparava-se a definição dos limites para o sul e sudeste, Moçârnedes e o rio Cubango A enorme área angolana ultrapassou assim, rapidamente, o período de incerteza, na sua definição política contemporânea e inseriu-se rapidamente nas duas expressões práticas da Iradição portuguesa para a unidade interna regiões diversas, confluência de destino E dentro dessa matriz, no imenso conjunto de uma unidade possível, a man- ter, depressa captou para o seu patrimórtio, na mescla das suas populações, a determinação indiscutível da unidade e o debate para uma organização administra- tiva que reunisse as diferentes regiões e os diversos povos

O aproveitamento de Angola, em unidade, era possível e necessário Mas certo era que tinha de ser cerzida e experimentada, como nação potencial, den- tro da problemática que nascia naquela grande pos- sessão portuguesa da Africa Austral, unificada com o nome oresti~ioso e remoto de Angola Começava esta .. . v

a aperceber-se, na fronteira que os portugueses cria- ram, das suas forças, tanto reais como potenciais que se adivinhavam dentro de tão extensa superfície No plano social, assim como no político e no económico, de diferentes proveniências, as perspectivas de pro- gresso só podiam tornar-se efectivas, desde que se mantivessem e diversificassem os instrumentos de convergência interna Em primeiro plano, estava a manutenção, para esse efeito decisiva, do que pode- mos chamar a "capital indiscutível" em L ~ a n d a ' ~ ) Em

(h) - Cf Ilidio do Amaral. L u a n l - Estudo de Geografia Humana, Coimbra 1968, "Subsídios para o estudo da evolução da população de I,udndaW, in Gaicia da Orta. Lisboa, 1959, "Entre o Cunene e o Cubango, ou a propósito de uma fronteira africana", in Garcia do Orro. Lisboa 1980-198 I , Fronteiras, Estado e Ndção em África (apon- tamentos de geografia política), in i i ietnoi~o </LI Acadrniia dac Clênciar de L.irhoa (Classe de Lisboa). tomo XXIV, 1985

segundo, um quadro de comunicações Acrescente-se, sem perda da percepção dos interesses próprios, a definição política no quadro internacional, realizada através da Iigação com Portugal, como potência tute- lar, indispensável, como disse, para enfrentar a con- corrência entre estados, assim como para o fomento da soldagem de regiões, antes voltadas para outras convergências e agora inseridas numa polarização complexa a voIta de Porlugal e de Luanda Importava aprofundar todos esses elementos, nas suas evidentes vantagens Não havia: em Angola, projectos ou con- vicção de independência imed~ata Havia muito mais a conscrência da evolução positiva de uma superfície cuja linha de fronteira se estendia, na foz do Zaire, até Matadi, seguindo para Maquela do Zombo, ao Norte, enquanto ao Sul estava no Cunene e no Cubango Para leste ia até ao Cabengo e aos rios Cassai, áreas de Dilolo e Cuando, Lunda, Moxico e Cubango

A condiqão, no principio do século XX, para asse- gurar o percurso dessa unidade recente, com uma Europa cujos estados também Iutavam pelo aumento dos seus poderes em África, assentava na sua Iigação a Portugal. Por outro lado, a melhor garantia para o seu pleno aproveitamento era que Angola se adminis- trasse em regime de autonomia Este princípio estava bem dentro da tradição mais remota da vida pública portuguesa, os erros e lutas recentes tinham tornado ainda mais viva a esperança nas suas possibilidades imediatas. Assim, a autonomia tinha inúmeros apoios em todas as camadas que constituiam a sociedade angolana E esta problemát~ca e a analise da sua interpretação que se encontra bem claramente estabe- lecida e concretizada no livro de José de Macedo E eis porque ele constitui um inestimável iestemunho sobre o estado de espírito angolano, como relato importantíssimo e contemporâneo, assim como sobre os debates internos e metropolitanos nas viabilidades percebidas pela população.

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A proposta de autonomia, a sua argumentação e os fundamentos concretos e bem presentes de que par- tia, não são evidentemente o fruto de perspectivas teó- ricas, nem derivam só do modo como as convicções de José de Macedo se ordenaram para interpretar a situação angolana No entender do autor, ia buscar à sua formulação mais próxima "h geração que assistiu h campanha contra Gungunhana / em Moçambique / e lutou contra o potentado negro". "Foi ela que desencadeou a campanha contra a centralização feroz do Terreiro do Paço"(7) E cita, para a sua apresenta- ção pública figuras como a de Mouzinho, Eduardo Costa, Aires Ornelas. Paiva Couceiro, Freire de Andrade, Soveral Martins e outros, destacando a sua condensação, simultaneamente, doutrinária e execu- tiva, na obra de Eduardo Costa@)

A receptividade em Angola deste ponto de vista da autonomia não pode desligar-se da longa crise de que sofria aquela possessão ultramarina, ao lado da passi- vidade ou inoperância do aparelho adrhinistrativo do poder central, no que se refere a medidas para o seu desenvolvimento e em face do que se passava noutros territórios africanos administrados por outras potên- cias europeias, apesar de se não ignorarem a extraor- dinária diferença em custos humanos José de Macedo vai estabelecer uma evolução económica de Angola entregue aos seus próprios recursos e a violentas osci- lações do sucesso e insucesso Por ela se verificava

( 7 ) - Jose de Macedo, Autn?iu~?iia de Angola. pags 170- 17 1

(8) - Eduardo Augusto Ferreira da Costa, Esirrdu cobre a admrnis- itn( ão cr \ , r l tluv irolsus po\se\ rões u/t r~anus, Lisboa, 190 I

tanto uma débil intervenção dos eventuais mecanis- mos metropolitanos de defesa, como uma carência de meios eficazes para que tal intervenção fosse levada a efeito, na própria colónia Em especial, os seus comer- ciantes e agricultores, pela voz das suas associações de classe pouco, ou nada, podiam fazer Pertencia ao dia a dia público a perturbacão desencadeada pelos cons- tantes conflitos nas atribuições oficiars ou os equívo- cos das decisões a distância Tudo isto é corajosa- mente anal~sado e exemplificado no livro. Neste con- texto concreto da vida angolana, já em condições de "pensar propostas", dotadas portanto de audiência receptiva e ercperiência interna, é que José de Macedo fazia surgir a sua solução de autonomia e no decurso da sua longa estadia em Luanda, empreendeu uma campanha nesse sentido Fazia-o, certo da sua audiên- cia e viabilidade Angola amadurecera, ao longo de inúmeras dificuldades que se acumulavam, na indife- rença ciosa do governo central As formas de inter- venção deste último eram vastissimas, mas escassos os meios para as concretizar

A ambiguidade flagrante entre os meios legais e as capacidades efectivas tornava a centralização metro- pohtana ainda mais sujeita a ataques, a queixas e a desconfianças, m~s to paradoxal de revolta e de con- fiança no futuro De modo algum, se punha em dúvida a vantagem do o poder central português de lutela Só que era indispensável que os interesses angolanos fossem considerados na sua dimensão indissolúvel, em relação a quaisquer outros E não havia dúvida para José de Macedo que esses interesses se integravam num condicionamento nacional, consi- derado numa estratégia de conjunto

Era este também o estado de espírito, o ambiente político de Angola, nas vésperas da proclamação da Repúbhca, período que, hoje, nos parece extraordina- riamente remoto Contudo, ao enunciá-lo, estamos no ponto de partida para a consciência de Angola, como

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força bem definida, na dimensão que lhe tinha sido dada pela diplomacia, assim como pelas forças políti- cas e militares portuguesas, sem esquecer o papel não pequeno desempenhado pela personalidade local dos povos que José de Macedo em diversos momentos, salienta, como força polarizadora indispensável Pon- tos de partida apa~entemente débeis se os quisermos ver em diagnósticos de confronto Mas já perfeita- mente capazes de se apresentarem como objectivos próprios e de não se desistir deles. A análise deste período inicial, numa confluência económica e admi- nistrativa, foi o objecto da Autonomia de Angola. Constitue, por isso, um marco bem definido na cons- ciéncia colectiva angolana

Não é decerto o seu autor, tão hábil no diagnós- tico prudente e na apresentação franca e bem argu- mentada de um tema de tanta urgência e interesse, um exaltado ou um teórico, saturado de abstracções deduzidas das suas exigências doutrinarias Pelo con- trário Era um observador insistente, um estudioso e crítico da realidade portuguesa metropolitana e coio- mal, habituado a debates e a confrontos de ideias De opiniões claras, mas tolerante, para com os pontos de vista que divergiam dos seus, preocupava-se, sobre- tudo, com o "lado humano" das ideias, numa expres- sâo que é sua

José Pinto de Macedo nascera em Vila Nova de Gaia, na freguesia de Santa Marinha, em I3 de Janeiro de 1876. ~ 6 o l v i d 0 , muito novo na crise nacional que decorreu do Ultimatum, conviveu, no Porto e em Vila Nova de Gaia, com as figuras mals destacadas que orientavam parte da opinião pública daquele tempo (Heliodoro Salgado, Alves da Veiga, Alexandre Braga, Rodrigues de Freitas, Basílio Teles, Sampaio Bruno a quem ficou profundamente ligado). Republicano, por- tanto, não hesitava, contudo, elogiar, sem rodeios, quando lhe parecia justo, responsáveis monárquicos tão significativos como, entre outros, Mouzinho de

Albuquerque, Aires Ornelas, Marnoco e Sousa, Paiva Couceiro, Júlio de Vilhena, Eduardo Costa, de quem, aliás, era amigo pessoal Referem-se estes nomes de "africanistas", pois, tendo quase todos eles, idêntica experiência de governo "em estadia", era esta reali- dade que lhes orientava as opiniões Viam, assim os problemas da África Portuguesa com mais indepen- déncia e profundidade, no sentido de que fosse dada audiência A voz local, mais interessada, sem prejuízo do cálculo global dos interesses em jogo. Assim se poderia ter estabelecido um debate de onde, sem dúvida alguma, sairiam soluções válidas, para a dificí- lima situação que se vivia nas possessões portuguesas, nomeadamente em Angola Era preciso analisar, con- fiadamente, soluções com futuro, para além dos inte- resses imediatos que tanto tolhiam a consideração, em profundidade, do problema ultramarino José de Macedo sabia-o e quiz que nascesse, entre os pottu- gueses, esse ambiente de debate criador O seu livro assim o prova.

José de Macedo revelara, desde muito cedo, inte- resse pelo ultramar português Amigo e convivente, no Porto, como se disse atrás, com Basílio Teles, Sam- paio Bruno (cujo pai fora seu padrinho), veio a cola- borar no jornal A Vanguarda, tratando aí temas ultramarinos. Concluido o seu Curso Superior de Com6rci0, concorreu, em 1897, a carreira diplomática e consular Aprovado em segundo lugar na lista dos classificados, com altissimas classificações, não veio, no entanto, a ser nomeado Publicara, em 1898, um estudo sobre cooperat~vismo~~), a que se seguiu um outro sobre a "socialização do ensino"(f0), saindo, no ano seguinte, um ensaio sobre o poderio da Ingla-

(9) - O cooperurivismo, Biblioteca do Ideal Moderno, Lisboa, 1898

(10) - A sociulrzuçâo do emino, Biblioteca O Ideal Moderno. Lisboa, I898

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t e~ra(" ) , na altura e a propósito da guerra anglo-boer, e que Delfim Guimarães lhe encomendara Além de repubbcano, José de Macedo ~ n h a uma formação politica autonomlsta que mergulhava na tradição do regionalrsmo, muito vigorosa no norte do Pais e que se manifestava, em Portugal, em correntes politi- cas e de pensamento, inteiramente diversas A que adoptara, estava próxima de Sampaio Bruno. Nestes termos, o seu pensamento regionalista polarizava-se numa formação republicana federalista, defendendo além disso, uma aliança permanente, mas sempre negociada, entre socialistas e republicanos, dentro da corrente politica do socialismo possibilista e proudho-

como as autóctones, cuja participação social e humana, defende corajosamente e sem hesitações. De tudo isto, , lhe ficava uma certeza. a colónia mergulhava numa crise económica proiunda e que não merecia. José de Macedo interpretou-a como provindo, em grande parte, da má gestão dos recursos da província, depen- dente em todas as decisões do "Terreiro do Paço" Iis- boeta, a imagem do centralismo. Mas, noutro aspecto, levava de Lisboa uma imagem da crise metropolitana que não coincidia com esta - política, de mentali- dade, de confiança nacional, agravada em constantes conflitos e confrontos A metropolitana, mais do que económica, era, sobretudo, uma crise moral. A colo-

nlano que defendia nial angolana mais lhe parecia uma crise de gestão, A Para além destas atitudes insoflsmáveis na vida Perspectiva dramática dessas duas crises vividas pela

pública metropolitana, o seu dominante interesse pelos mesma Pessoa, de manifestações e efeitos tão diversos, temas ultramarinos levou-o a apresentar à comissão embora pertencessem ao mesmo espaço político, de leitura da Sociedade de Geografia de Lisboa, uma deram-lhe multo que pensar. Percebia bem as suas memória sobre as riquezas ~010nlais portuguesas, consequênclas políticas as duas regiões só podiam tpndo-se imediatamente, a proposta da sua coincidir respeitando-se, nas essência das suas diver- publicação, como veio a suceder em 1901 (li' Pouco gências e no valor da sua unidade depois, um grupo de angolanos decidiu levar a efeito a Na sua atitude pública José de Macedo não era só

em Luanda, de um jornal a 4Ue tinham um observador Era também um activisla pensara dado O nome ~ignlficallvo de Defesa de e 'On-

nos quadros médios da colónia e organizara um curso "idaram José de Macedo para o dirigir Aceite o con- comercial, sob a égide da Associação Comercial de vite, partiu para aquela cidade Luanda e onde foi professor Toma posição, no Jor-

nal A Defesa de Angola, quanto aos principais pro- blemas com que a colónia se debate e lança, em 1903,

É com esta formação geral e especial que chega a um manifesto intitulado "Em defesa de Angolaw que Angola Ai, viaja por todo o território, apesar da entusiasma a opinião pública"3i, Para do seu enorme dificuldade nas deslocaçÕes e toma conheci- interesse, para O estudo da problemática social ango- mente das suas populações e dos Seus problemas, cOn- Iana, 0 manifesto termina lemb~ando, "em último tacta com as ruas elites, tanto as da Europa recurso", O "remédio eficaz e valioso A descen/rallza-

fão e autonornra adrnrnrsiratlva de Angola". A so]u-

í I I) - O Poderro da Inglarerrn, Gulmaiães Editores, Lisboa, 1900 ção apresentada sete anos mais tarde em Lisboa,

(12) -- n c IiarraT riqueza7 culon~ais Cal Congresso Colonial Nacio- (13) - Em defesa de Angola, manifesto dos negoaantes e agricultores naI, memoria aprcsçntada por Lisboa, 1901 angolanos reclamando auxilio e protecçâo para Angola Porto, 1904

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tinha, assim, sido ventilada perante a opinião publica de Angola, em 1903 Depois, logo a seguir. mobiliza, de novo, as forgas vivas angolanas. para a luta contra a realização de contratos de srrvipts em Angola. se não estivessem gariintidas todas as condii;ões de remunera~iio e dc regresso para os trabalhadores con- tratados Prncurava combater todas as pusslbilidades de tais contratos podetcm ter consequtncias de tipo esclavagista O manifesto qiie redigrii sobre essa ques- tãoc14), em 1904, foi asçlriado pela maior parte das for- ças vivas de Luanda Iinporta referir estes factos para salieritar a audiência que tlnha em Luanda o autor da Arrfo~zrr>n?za de Angola e salientar assiq o signiflcadn hrst8rico que nGo pode deixar de se atribuir a este Iivro Por outro lado, dá igualniente a medida da sua forma de abordagem dos problemas de Angola, onde julgava vir a passar o resto da sua vidal15)

Professor e jornalrsta, tinha-se tornado uma figura representativa da opinião pública angolana Quaiido veio para Portugal, em 1909, p o ~ motnro de doença grave de sua mulher e qrre viria a ser fatal, continou a irivcr, com intensidade, os problemas de Angola O livro de José de Macedo torna-se, assim, o ponto em que culmina a posição dc um Iiomem público portu- guês, integrado nu mundo angolano, corn a referência L

exigente à conclusán que, ein seu entender, era indis- pensável tirar para a "realização" de Angola. Quem o poderia ouvir7

Importa salientar um outro aspecto significatitivo que valoriza a importância do tesiemunho Escrito no decurso na segunda metade de 1909, princípio de 1910 (ccirno se pode ver pelo nome de rnililstros que a texto

- -- (14) - C)$ coi irratos r { ( ? ~ Jelrfr(oij c~ A~rgulo - Ao pa17 e à Sociedade de Gcogralia -- Mariilesto da Grande Comissão dr Lriaridn Lisboa, I904

(15) - Aiitononiia de Angula. pag 21 7

cita, como tais), na primeira parte do Iivro, ~a impresso, ao mesmo tempo que fana justiça a lúcida Y I F ~ O pes- soal de muitos resporisáveis monárquicos, exautclrava, coni dureza e ironia, as jncocrências d o chefe do governo, Teixeira de Sousa, assim como o escasso alcance das medidas que propunha, face à gravidade dos problemas colon~ais. nomeadamente os angola- nos Mais do que a limitação flagrante dri miiiistro, salienta-se a indiscutivel falta de visâo em que se vivia no "Terreiro do Paço" Ao mesmo tempo, não dei- xava de chamar a atenção para a exigu~dade de recur- sos que endurecia a tacanhez obstinada dos oblectivos Com isso, sofria a metrópole e sobretudo Angola, uma vez que as Iigações directas desta colónia com o mundo eram multo limitadas

Numa primeira parte do livro, as opiniocs quc emitiu, os arguineritos que desenvolveu, o relato de aco~itecimentos do dra a dia que niencinria dão a medida da situação colonial nas vésperas da re~olução republicana Segue-se, agora, na segunda parte, a abordagem dos meses imediatos a mudança do regime É, a esse respeito, numa nova perspectiva, um teste- munho não menos preckosu, digamos. 6nico Nele ecoam as vozes vivas da gente que se dedicou ao desenvolviniento de um novo espaço e dão conta da sua situação ou, em imuitos casos, do desamparo que continuava A segunda parte do Iivro começa no capí- tulo V A anterior terminara com um pequeno comen- tário, em corpo menor, onde se diz que se tinha verifi- cado a proclamação da República A partir da página 122, enquanto o texto, antes tedigido, se mantém, as notas acrescentadas, assirn como o capítulo fina1 "Angola e a Republica" são a revelação dramitica de um repi~blicano conhecedor do que dilem as progra- mas governativos e a expressão da sua amargura, ao compará-los com a irreversívcl realidade angolana c que ele tão bem conhecia no seu espírito perplexo, surge o imenso receio, que, para além de uma 11ngua-

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JOSE DE NLAGEDO

DO MESMO A U T O R :

Cooperativismo - Edicáa da Editora - 189G

Socialisaçáo do ensino - Icleiii Poderio da I~~glaterra-Ed1~50 de Giiiiiinr5es & a -

1900.

As nossas riquezas eoloaiaes-E:rliçLiu rl:i Sueiedaile de C;eograpliia - 1901

O s contratos de serviçaes em Angols - - iM:iiiift!%to l>ublicado pcl:i (;ranile (:oii~issiio (Ir 1,o;iiicla-l!fOS,

A crise de Angola- Esttido cconuiiiicci Amarguras - Tioiiiarice tte ccistuiiics pol)~il:ircs.

Estudo de administração colonial

I.n l~o l i l rqup L O I ~ ~ I I I ~ I I C I I C . L ~ L ' I I ~

6Ue v 1 1 r e % t l l n e 13 11Gt1r. C J L I ' , I I I ~ . I I I ~

qu' rllr n u i : i pniii de\ i sc (li iia rnot* j~ur i r t flhrf li'

h Eon~ic i t

Historia colonial portuguêsa. Estudos pedagogicos.

i n i n TYPOGRAPHIA LElRlA

62, Rua da Horta Secca, 6 6

LISBOA

Page 12: Autonomia de Angola - Estudo de Administraçao Colonial

gem tini pouco diterente, coni~nuasse a manrfestar-se a doença ceiitralirta, as si ias cautelas iriutcis. as suas Iiniitações de mais operosa e prevenida expressão Os acotite(imentns. as ocorrências concretas, a errada escolha de inuitos novos dirige:eiites. a Lgeirezri das decisõea C o yu t ressalta, agora, deste novo e inestl- márel testemiii~ho Lstariain os novos dirigentes com- cientes do que ~ignificava -- u u tena de sigtiificar - cni Angola, a República9

.In& de Marcdn perqistc, contwin, na sua segii- rança habitual em chamar a atenção du novo regime para a probleniatica coloi~ial que conhccia como nenhum outro Torna posiçiio. em 1912, no debate internacional relatiwo 5 cedência de urna regiao de Angola (Benguela) para uma colónia judaica^'@ e 110 ano segiiinte tiuiti rrianifcstu, quando da publica- qán dc iin-ia pauta ali'andcgária pouco favorável A economia angolana, como tal Não admira, pois, que tivesse sido irnediatan-ir nte convidado para a Cumis- &o criloi~ial da Sociedade de Geografia de I trhoa c que. em 191 1, fundasse coni as mais destacadas figu- ras republicana5 ligadas ao Ultramar (Freire de Andi-a- de, Noiton de Matos, Leote do Rego, Erncstu Vilhcna, Piies Avelarioso, Loui7eirci da Fo~issca, ctc ) u Iinlãci Colorira1 Mas a República, envolvida rias suas Lutas rriteçtinas, drstnnciava-se murlo dos problemas ultra- iníirinos Foi acordada para a sua gravidade coin as riegociaçBer anglci-alemas sobre Angola e depois com a Grande Giielra Para quando passou a autonomia dc Angola?

Jorge Horges dc Macedo

(10) - Devo esta ini\>rrnat;5o sobre o debate srn redor de unia rolliriia j i~d,i itd eni Arigola do riieu tcllcga, o Pratctsoi Doutor João Mcdina, a quem apresrnto o:, rneiic ligrddccimenioa

José de Macedo

ESTUDO DE ADMINISTRAÇ~O COLONIAL

La politique coloi~ialc iie peut

etre eii resiinwi ln nhtrc, qu'autant

qu'elle .iura poui Or\ise deux

niots' j>air rt Iihct

A BORDIER

EilITOR O AUTOR TYPOGRAPHIA LEIRIA-Rua da

Horta Secra. 66 i a Praça de

l u i z de Camões) - LISBOA

Page 13: Autonomia de Angola - Estudo de Administraçao Colonial

Opinião dominante solire as colonlas,--Erros que convem dissipar - Angola e a s u e faltri de garantias. - A culpa nào e apena\ dos governos -0s capitaes nacionaes e a Companhia da Lunda. - Alienaçfio das co1onias.-Opiniao do sr, marnoco de Sousa e da imprensa.-A divida colonial -Quem proclama a sua necessida- de-Os t l r f ic i l i coloniaes -Resumo da nossa historia contem- poranea.-h dtvrda nacional e o seu crescimento continuo.-Como a historia se repete.

8% s cololiias são :i i-iii~i:~ (];i irieliol)olc. A s coioiii:is s5o o iiioli v o ([:i iiossii iiirlvpen-

deric.i:l; scin cll:is I'oi tiigil ~iior.ici.i:i coiiio liti-

cioiialirlarlc~

'l'nes sào os tei.iiios iiivoci elites roili rl~ic cert:ts iritIivitlti:~l~~l:iclcs o s :ilii.cct.iit;iiii

o ~~rol~lei-tia po~.ttigii@s I: C ri11 ioso coiiio s f ~ o os proprlos que iitzelii :I 111 I I I I P I ~ : ~ : i f i~ -n~ :k [ I \ :i ~ I I C ~ k ~ ~ c i i l , t ; ~ i i ~ l ) e ~ l ~ , i i i c o ~ ~ ~ ~ ) : i t i \ ~ e I ~ i i c ~ ~ t í ~ , :I se- 6'"llcI;i.

X5o se 1 qiie t:ie\ 1clci:is s5o :il)\oliitririicii-

te iiicoii~lxiti~eis e r l t te se, de facto, as co lo i i i : ih

sáo :i iuiiin fii1;iiiçcii.a tlzi iileli-ol~olc "i~llns

ri50 serão, de iilotio :ilgiiiii, o iiiotivo ri:i iio5s:i

existeiir-la ;~litoiioiiin hl:is coiuu ns itleiiii~ roi.- ~wi tes defiiieiii uiii:i epoca, est:i c1li:ilitl:ide (ic prii- sai. deíiriirh o esttido tlc. csl)il i lo t i o IIOSSO l~111 -

po, e ~ n hiitiigiil, q u e vive ii:i iiilleçisào t1;i5 o l ~ i - 1116es, l~lllll~i \-:lc~ll(l~~t~t2 ])C1 !el\:t

1 t' I :l"oIoill~s sùo :i i.ii1ii:i c1:i 111cl1-o~)olc:' I ' ~ I ( ~ u c i. que cll;is h50 :i r:i~iici tln

Page 14: Autonomia de Angola - Estudo de Administraçao Colonial

iiossa eaisteiicia 1~olitica'7 Eis o que lifio se con- segue co~iliecer se p~rgiintarrnos aos que, com liiodos senteiicio~os e solenes, apresentain ta1 opinião

Ainda iião lia iiiuito tenil~o que o atual presidente do coiisellio, o sr Teiseira de Souza, quari(lo coiiiia o aniiirgo p8o do ostracismo 110- litico, proclaiiiavn soleiieineiite, coiivictainerite, que Angola é o caiicro da melrol~ole e o sr. Espregiieir:i, eiii docuiiientos piiblicos oficiaes, afiriilava c~ue unia das causas da nossa riiliia financeira er:iiii as coloiiins O que, coiicluein lo- gicainente o sr. Freii-e d1Aiidracte no sei1 nota- vel reiatorio e o sr, Couceiro no seu d~elo livro, logo se admitiria dediiti\ranieiite qiie Portugal seiii coloiiias seria iiiiia iiaqáo prospera e coin vida tlesafogatla, o que contraria, como se vê, a opiiiiiio de cpe este ~jaiz tenlia como ibazáo da sua e?iistericia o seu poderio iiltramariiio. I!ltimaii~eiite, jit cliefe do governo, riuiiin coii- feleiicia coiii u i i l joi-nalista, o sr. 'reiseira de Soiiza coiifessoii que, cl~i:indo ministro do ultra- inar, coni o seu boni criterio adniiriistrntivo, conseguira a prosperldacte das co1oiii:is e qiie o deficit tle 3.000 coiitos, que encontrara ao ser ~ionieado iiiiiiistio, pela priiiieira vez, fora subs- titiiido por uni s:ildo positivo.

Qiie se coiiclite disto? Que sc tivesse liavido I~oiii rriterio e honi senso, coriio o que o sr. Teixeri a rle SOLIZ:~ diz ter tido í~iiaiido miiiistro rias coloiiias, coiii certeza iiào tei-iaiii ellas sido o caiicro qiie siia esceleiicin se comprax eni indicar cliianto vem n proposito

Ora c~uai~cto lionieiis com i.espoiisahilidade tle govei-iio tèin a afirii~ações destn iiatiireza, quando algueiii fala coiii a autoridade de qiieni .jií foi oii t i iiiiiiistro, iiina lingrrageiii táo l>essiiiiista e tão infiiiidadn, qiic adiiiira qiie se repita, a

cada iiistaiite, o iiiesrno erro, e se persevere, insistentemente, na inesriia cega-rega, que s0 1150 causa indignaçáo porque o fruto dtim profiin- do desconliecimento das coiidições finaiiceiras, politicas e economicas da i efeiaida proviiicia '!

E' triste que teiiliamos de coiifessar que se esta creaiido nas nossas colonias uma situaqào bastante critica e que os sucessivos erros admi- nrstrativos d:i iiietropole hào-de acarretar difi- culdades sobre d~ficuldades.

Não lia a menor duvida que a l~rovincia de Angola sofre uma crise profiinda. Mas Imta observar a desorientada adi~iinisiraqão que têni seguido os goveihiios, seiii ordein, sem regra e seili principias salutares a iiisl~irh-los, 1131-3 se chegar A flagrante conclus:?.~ de qiie o futuro deve ser :l rcproduyão do passado e qire as medidas iiidispeiisaveis para qiie Angola sai:( do esfado eiii qiie se encontra, nào terão de iiascei* da mefropole, inas da prol)i.ia colotiia senhora, jii, dos seus destiilos

Os portuguêses que viveni eiii Afr-ic:i, qiie lá traballiam, que Ia deixam o niellior da sria existencia e da sua saude, sáo tratntlos desde- iihosaii~ente ],elos goveriios da iileliopole e a sua actividade empecilhada por toílos os meios em qiie 6 fertil a riiente dos que, nesta regedoria saloia, dirigem :i classica iiaii do es- tado.

Não Ilies é concedido o mais iiecessni.io e o mais iirgeiite dos direitos dos cidndàos. o de gerirei11 os seiis riegocios locaes.

Não Ilies é permitida a iridisperisavel reg:ilia de se instruirem e aos seiis fillios ein Aiigol:~ yuasi iião lia escolas. Não teni, pelas ~~essi inas coiiclições higieiiicas ein qiie se eiicoiiti-i1 n iiiaior p a ~ t e das terras :ifi.icaiins, o (lireito a vida : as febres e :ts doenqas palusli~es, qiie po-

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deriaiii ser, erii giaaiide p:irtc, evitadas, ci ix i iiiaiii iiiriitos iiiilliares dos iiossos coiiiyatriotas.

O direito ele coiiiiiiiicficão entre as divcr- sns ]>o\oiiqócs iião existe, porcjue liso lia ~incfio regula1 i~ieiite orgaiiisada e os caliiiiilios ocasio- iiacs clns caravaiias cio geiitio siipreiii iiiri:i rede de estradas

Nào lia o ciireito ao tra1)aIlio 11orqiic afog;iiii as iiidustri:is iiasceiites cciii~ pes:itiissrii-ios iiii-

postos, csiiingniii o coiiiei-cio coni e~i~l)aracos fisc:ies, :iriicliirl;iiii a agi-iciiltiii.a, cltie poderia scr I - ~ ~ u I s ~ ~ I : I , co111 alndas dil~loril~itic:is, co111o s u - cedeu coiii as coiivcnyões de Briixelas. Não lia l)il)liolccns, 1150 lia iiiiiseLis, iiíio lia exposi~ões, iião lia e~ln1)eleciiiieiitos scieiitificns

l'oi. i i i i i latio iiiii:t pol>ulac;âo :~iiciosii de pi ogi esso ngitaiido os lirasos eiii freiilelites re- ç1:iiiin~óc~s (le jiistiqa, por outro eiii1)araços c*oiist:iiiies dos goyernus tle 1,isl)on 111-ejudicaii- (10 tocI:i :i ealiai~sfio da ricpezn cluiiin i ) r~\~i i ic io q u v P O ~ C N ; \ , em ÇII.CIILIS~ULICI;IS varias, ter i i i i i

eiioi iiie tieseiivol\ iilieiito inor;il c iiztelectiial, e irinn cq~irvaleilie vitalidade 1iiateri:il c ecoiio- 1111c;1.

1'01 isso o atrtiso de Aiigoln t! pateiite, e s6- 10-:'i ciiicjiiaiito iiào Iioii\.ei- iiiiia piofiiiida reiiio- ciel:iyão eiii todos os seus se1 viros e eiii totlos os s?iis l)i-o['essos de :idiiiiiiisti-:iq5o. Eiii 1,isbo:i iiào se titelide ás iieccssidades da çoloiiia, que e i i i i ~ ea1)leiidicIo sl~eciiiie~i geogi-:ifiço, sitiiada iiiiiii;i p n r k de Afi.ic:i c~iic Ilie iixlrca, pai-a as- siiii dizer, 11111 Ingii de p:lss:lg~~~ii, 11;ira O Atlaii- tico, dc lodos os prottutos d:i Afi-icu do sul c. tio cei~ti-o, e111 dii-ecqão aos nicrcatlos (1:i Eii- iop:i E (liga-se, fi-aiic;tiiieiite, qrie ;i ciill)a iião é, tipeiias, dos g~ \~e r i i o s . Se,l:iinos jiistos. O pniz po\ico tciii, taiiil~eiii, pai' si çoiicorritlo para o 1)sogi'csso tl:i roloiiiti :tiites os seiis iiidiisli'toes,

q11e crcarait3 iiicl~isti.i:is sein coiidicões de virta, ~ersisteiii erii olx3s-se As i-eclalilaçóes tle Aiigol:i, coiitra-reclaina~ido 1ini-a cliie 3s s i~as 11a11tas 115o sejam inellioral-ias, ou para cliie sejaiii iiinis rili-

rnentadas as las:is jii de si nbsui.d;is Além disso qiiaiido se recoiiliece :i iieces-

sid:icle de criar cliinlquer eiiiprez:i ii i i l ~ : I I n :is coloiiias, apni-ecein 6 certo, Ararios i n dr \?i tluos preparando-se para obter logares rcnclosos, ç:iso ella se constitua coiii capitaes csli-aiigelros, iiins os capitaes ~~ortiigtiêses reti aei~i-se, e os iiossos cnpi t:ilistas iiáo :~i.l.~sc;iii~ iiIiia peci~ieiin pai cth- Ia (10s seus rciidiii~eiitos oii dos seus heiis.

N5o é tlescoiilieciiio tIe nliig;iicrn clue o SI-

Julio de Vil1ieii:i teiitoii oi.gaiiisnr iiin:i con11):i- riliia para explorai- çoinei-cialli~en i e :i Litiiria irias eiicoiitroli grandes tlificiiltlades eiii totia a parte e o pi-ojecto iKio foi 1ev:irlo a f i i i i , al)cs:ii*

r 7 do fi aiico apoio qiie Ilie c[ispcn\a~n o sr 1 ei- xeira dc SOLI:~:~, e~lf:io ~~i i i i l s i ro elo ~~lli;li~i;ir.

Expoiiios apeiias este eueiiililo, que 6 1)astaii- te coiicliideiilP, para se n\rali:ir dn protecc;ào (11s- p a ~ a c i a As einpresris coloiiiaes, eiii c~iic se soli- citam, mesclriiiiliaiiieii te, garantias de ,I iiro, eiii que se atestam, qiiasr sempre, 1dei:is desprovidas cle p:lCriotisnio, o ([iie 111-01~a qi le esse seiiti- ~neilto serve, as iiiais clsis lre7es, 1)ara e~icol)rii~ iiliii ta gniiaiicia.

Porque 6 hoin sa1)ei. qiie o projecto iiáo fia- c:issoii poi'tlae os cnpitnes Ilie vissem d~ficiil(l:i- (te elii realisit-10. Se fosse isso, liaveria, ale cer- to poiito, tlesciilpa Mas rifio; o pi'ojecto fi.ae:issoit porque o goveriio náo cliegoii n acorclo sobre a garantia de juro, o qiie tleiiota quo 1150 fia falta de cnl)ital, o c~iic lia 6 falta de iniciativa, k carencin ele educac50, o clue 1i:i é perfeito dc- sari-ioi pelas coloii ias e seiis iiiellior-airieiitos ; o

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que ha e um grande aferro ao pé de meia dos velhos usurarios.

E e preciso notar-se que com 10 mil coiitos que se real isassern , orgai~isava-se 11ni;1 coiiipanhia que leva1 ia n cabo o caminho de ferro da Liin- da, uni explendido inslruineiito de penelraqao, atingindo-se, em pouco tempo, o Cuango.

Bastaria que algun-ias casas conierciaes, tomassem todas as acções, coni inlervenqáo de parte do capital internacional, para se obter, sem grande custo, 10 mil coiitos, eni duas ou tres einisões. Mas, a tacanliez do nosso alto comer- cio, fez corii que este belo pro,jecto fracassasse, ir- remediaveIinetitc.

Coino este exeiiiplo, outros se poderiam apre- sentar que caraterisariam a falta de ateiiqão que a goveriios e a particulares tem nierecido os niais vitaes inlcrcsses de Angola

O nosso tlesenvolvimento colonial não póde, pois, estar- depeiideiite, apenas, destes dois facto- res, o govei rio e o pais! Precisa entrar ein equa- çõo oulro elemento importaiitissin~o e deci- sivo, a propria colonia.

Mas a colonia tem as mãos atadas, náo po- de ter acyão pr-opri:i, sem autonomia, sem qiiasi influericia r1a metropole, onde os seus brados de clanior ou 1150 são ouvidos, ou são- rio com desdern e com aborreciiiiento.

A mais conipleta autononiia administrativa e financeira inipòe-se, ciesde j i i .

Não haja, c-la parte dos pessimistas, a presun- qão tlc que Angola 6 , realmente, um cancro. Não é uin cancro, antes se deve reconhecer que della teiii corrido, erii rnarianciiil, para a me- trol~ole, verdadeiras ricjiiezas que, beni aprovei- tadas, seri:ini a siia fortuna.

E tanto tem existido iim entranhado pcssi- misino da parte tle vtirios politicos em eviden-

cia, qiie iiliiitas vezes se teein levaiitn~lo coiitra a niaiiuteiiçáo das coloiiias, co~iti-ariaiido, corno se \.è, a correnle qiie afirnla cpie seiii ellas i150 poderia Poi tiigal viver iiidepeiideiite

Neni iiiiia iieii; outra coisa. A alieiinyão das coloiiias é iiiiin tolice cjiie

iiem mereceria discussao, se n iião tivesseni pro- clsiiiado iiidividiios de certa ;iiitoridade ~ioliiicn, corno Oliveira Martiiis, lloctrigties de Fi-atas e Feri eira de Aliiieid:~, cliegn~iclo este ;i o1)reseii- tar iio pnrlaiiieiito i111ia pi-ol>osta nesse sent~(io, (111:li~to a NIoq:~mbi(~t~e, qiie 1150 foi aprov:ida, iieni inesliio pelos seiis aiiiigos ])artidarios 1)e fiicto, ernl~ol-a Itqja exemplos de venciti e c-essio de cei-tos territorios, o (pie i. certo é qiic isso represeritoii seinpre uniri i~ledida clc eltreiiia gravidade piii-a o paiz qiie tlefla Iaiicoii ináo

Unia coloiiia 1130 6 iiii~a q ~ l i ~ ~ t u , ( 1 1 1 ~ se alie- iie c0111 :I l~i~ll;~r;l(Ia que Ilie estelu :idstrita; iinia co1oiii:t coiitern cidatlâos que pOtleiii iria-

goar-se por os sujeitnreiii :i pieco, coriio vis :ininiale~os, seiii coiiscieiicin e sei11 o esl)irito de solidariedade iincioiial, qile, mais iiiteiisa, i-e- vive eiii niiiilos 1 ~ 1 l ) i ta iites das depeiideiicins.

Porlanto 1150 Iiesit:iiiios eiil afiriiini rliic iiiio sci as coloiri:is, inas o 11roprio II:I~L leialitaria iii11n iiitcnsa vil)raqáo de protesto coiiti-a scme- Ihaiite inedida, iiidigiio do iiosso tempo e d:i iiossn generosidade

Leiiibra-110s Ileiii que, eii-il)ora nincl:~ iiào es- te,ja assente. eiiti-e iitis, ' o espirito de jiistiça para coiti as coloriias, qiie algiiiis joriiaes 111-0-

testaram coiitra seiiieIliante soluyão, qiic, para sen11)re 110s tlesliistrnrla, coiiio clcslusli-:ida licoii a epoca soinbi-rn ein que Liinzi 1)i.iiiceza levoti eni dote ?'aiiger e 130ni11aim.

I)evenios frisar ac~iii o testeiiiitiilio tio si.. Mariloco de Sousn, ntiial ~iiiiiisli-o do tiltraiiiai,

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que 110 l i vro solire A(liliriii~li.~icrio coloiii(il coll(~eiia, eiii aI)soiiito, a tiiieiiaqio ou arrei1d:i- jiieiito (ias coloiiins, :il)oiitniido-OS ~01iio ~ i l d i ~ n a (Io 11nl7 e ale coiiio iim 1)ei igo g I " ' \ ' l S S ~ l l O 1l:W:L O

fritiiio d:i 1i:ição Ale os .loriines iiinis sei-eiios e iiiais cautos

ii:is siias nfiriii:itivus 111 ote~tiii nlii coiiti'a essa itIeia. Um tlelles, o Drcilro tle Noiic*rcrs, l)iil)liç:tva, eiii 1902, (12 c l ~ Alii-il), i i i i ~ arligo cjrie reliiidi;i~a ;i 1)ei-lida iclein, lios tei 1110s seguiiites, altivos eiii1)ora sei-eiios « Eli t i e iiós a cliiestáo da veii- da das coloiiias teiii sido 1101 veLes veiitilaci:~ e ate iio pai 1;iiueiito se clicgoii a 1)i.ol)Ui se liao :I :ilieiinq;io a1)sol~it;i do pati riiioiiio coloiiiul, pclo iiieiios a de pai le cielle, ]):ira coiii o ~)rotluto c1ess:i veiirla, se 1)rocedcr no iiiellioraiiieiito do i estaiite Não tlii~idaiiios tlns 1)o:l.s iriteiiqfies dos 111 ol):iI:t(lo~ es destas ideias, iiias iio qlie 1150 açrctiif:~iiios P 11;1 eiiciicia tios seus i-esultatlos. I;I~;II-I;IIII~S seni :IS coloiiias, o diiiheiro Iej :i-10-ia o vciilo, (, us 111 our~lcrtrs irlii*tri~lnrrictrs c111 ri1i. tr .z~ co l~ i r~~i rn i~ i t r r~~ rsitrcioiztr~.rtr, »

( c Coiitt:i esta cori-eiitc d e opiiirão, qile 1150 cl icpii ;i : i( lcji i i i i i- ~iiofiiii<liis raizes, ei1iljor21 :i iiidiicrciiqa tle gr:itide p:irte do ~~ti l) l ico lhe ofe- i-eccsse tci i eiio fa~ornvel , se iiisiil-giti coiii Y ~ C - ~iie~içiti uiil cios IIOSSOS 111:i~s digiios C zelosos fuiic.ioii:ii.~os cio iniiiisterio do t~llrain:li, çiila iiioi tc 1)reiiiatiir:i laiiieiilaiii ainda iiiio s O os sciis :iiiiigos ~): tr t i r~il i i r~s nias todos :iclueles que tivcr:iiii oc:isi5o de 01)ser~ar os 1)oiis scrviqos de tào presliiiloso cidadiio, a clueiii totfos os

(reli1 iiuiiin ~);irti(Ios preslarniii n clevida Iioii~eii~t, (Ias ~il1iiii;is sessóes da c:iiiinra dos del~ii tndos~.

« I<llc tIeiiioiistro~i iios iiiiiiieisosos iirtigos cjiie pit1)liçoii i in 111 ~~) rc i i sa j~eriodica, iios tr:il~allios d e sccretai ia, c c ~ i i tiiveisns iiieiiio'i-ias, cliiaiito 110s podei-i:t ser 11ieltttJici:il o nliaiidoilo d e rer-

tas proviiicias uliramarinas, j á sol) o ponto de vista politico, jk sob o ponto de vista ecoiionii- co, e como ellas estão todos os dias coiitril~uin- do ])ara o deseiivol~~iinento d;i nossa riijueza yu1)licn. A' prin~eirii vista iim exanic siil~erfi- cial, ellas pareceiii inipor stinieiite sacrificios 6 metropole, inas, beiii exniiiiriadas as coisas, vê-se que as despezas sno reprodlitivns.

«Se as coloriirrs 110s fnllnssein falitu.-110s-rcc o mais pl-opicio [ ~ P I - I I I ( I ~ ~ O da rccslior dntlc. 11ttcio- 11 ril~)

E n coiisidcrnda fol1i:i reii~atava, coin esta grande verd:i(le ((0 ciiie t; para seiitir 6 qiie este derivati170 teiilia sido por vezes ir:insfor- rnado eni vasadouro, nzcc~ztltr~itlo 11ó.s para o rrl- trcrnicrr, 11fio sO os inrliets i~ j< r . s nf(! os ~ ~ n . ~ i r t r n - SOS ».

Mas queiii laiiqa o pregiio iicsse sciitido sco lioniciis pulilicos de respoiisal>iliti:!tlc goçcrii;i- fiva, alifigos ~iiiii~stros, (iepul;idos, pares (10 rei- no, comissúes parlaiiieritares, joriiaes oi-g5os tle partido, etc.

E' certo que iião se faz isso a s esç:iilcni as, aiites se pi oclariia qlie o nosso iiiipci-io rillrniiin- riiio t!. o ~~dd i - ão cio iiosso ~~assaclo Iiistor~co qtie coiivenl coliser\rar iiitaclo Mas, iiisiiiiia-sr, ctis- ta-110s OS ollios da cara, 6 :i iiossa rriiii:t e n nossa desgxça E aqui G qiie estli, iins ei!lrefi- nlias, o c~rl~(l, ler nlotrv de tal obstiiiaqáo. I'or enicluanto vne-se pensalido iih divida colo- iiial, que, diz-se, é unia iiijiistiç:i grave (jii(' as co1oiii;is não pagueiii os seus proprios eiic:ii-- gos, rifio llies sejaili del~itados, e qiie 6 preciso, seni deiliora, ue para ellas sejain 1ançatl:rs as responsabjlidn es dos prejuizos qiie acarrct~ii i~ 1

~ne t ro l~o le depois vira, a aliennqiío. Portaiito, sti se f:ila na d~vitfa coloiiial, que

é lioje riii-i Iiuiilero coinuni tie quasi todos os

Page 18: Autonomia de Angola - Estudo de Administraçao Colonial

partidos. Apenas o partido repiihlicano, no seii iiiaiiifesio de jaiieiro, apontou o perigo dil>lo- inatico de tal divida, nias so ;i eiicnrou sob este unico aspecto.

Ha iiiiiito tempo qlie as regioes oficiaes en- saiam a <Iistribuiqão de alguns encargos finan- ceiros sobre as coloriias.

Asslin criariam, por uin ir-iliahil ~ ~ i f i ~ 1 ~ 110- litico, divida co1onr:il que, dividida em deter- minadas proporçòes ]>elas varias l > r ~ ~ i i l ~ l ; i ~ 111-

traliial.illas, ficaria colistituiiid~ i i divida l)ri\'a- tivn cie cada uiiia.

J, cliegoii liaver iiiii acordo eiilre i\iitoili~ Eiiiies e o si.. Ai-iselnio de hiidi-ade, o atual ini- iiistro da fazenda, no sentido de se fiiildai a di- .\.ida coloiiicil, e, pelo cllie se diz, era este o [da- 110 fiiiaiiceiro, ou parle delle, do goveriio (que se i150 cliegoii a collstituir) eiii que eiitrariani estes dois ~)oliticos iluslres e eiiieritos pril>licistns.

O 1 > ~ t r i ~ l o i~:~cic~iialista, pel;i ~ o z do seri chefe, taiiilieiii 111-oçl:iiiioii esta tloiilriiia iiias, erii todo o caso, cuiii i i i i i 111:iiio de :iiii1iI:i tlesceiitralisa- c.50 que, assiiii reolisntlo, leviiria As cololiias eii- cargos de que devcri:iiii est:ii. iscritas para iiii- cio da siia vida :iiitr~iioii~;t

No plaiio l)olilico do si. Teixeira de Soiiza li1 entra, coiilo ii i i i dos seiis projectos de rege- rieiaçáo, a colistituiçAo cla divida coloiiial, cliie iio dia ein que assumili a chefia tlo sei1 ])ai-tido, yroclaniou coiiio iiiii grande acto de gokeriio.

Ate o si-. Espreguerra rliie n o sei1 exl)ieiidido livro sol~re as despesas piiblicas tão bem riescar- noii os i~ioti \~os da riiiiia tiiinnccii.a cl? I'ortuga!, veiii, coiiio viiiios eiii sucessiyos dociiiiieiilos ofi- ciaes, lastiiziando, que ri50 liaja cl~r.id:t cvloiiirtl, e a coiiiiiiissào qiie deri parecer ao seu oiya- iiieiito cfrzia que cada coloriia c<dci?e csrriiiiisrri* *~.eyrrl ta~li~rt lfe n sirn divida»

Vê-se, poitaiito, c ~ u e esta ~)ei.iiiai~eiite preo- cupaqão de fi~iidar unia divida coloiiial tein o quer que seja tle grave e reflecte tiiri estado de espirito dos goveriinrites porluguéses n qiie iiecessai-io ateiider. Já com o ultiino decreto so- bre o alcool a desigriaqHo Ia aparece subreticia- mente, ti certo, iiias qtie denulicia uni sintonia que basiaiite deve preociipnr, porqlie tal precei- 10 uma vez admitido é certo que jhinais iios abandoiiarii. Coiii o caiiiiiiho de ferro de Mos- samedes, eiiil~oi :i a ~ialavrn divida 1150 apareça o que 6 certo é que suhstanclnliilente ella estir alii adiiiitida.

Ainda quem teiilia o coiilieciiiierito de varias disposições legaes ficara api-eeilsi~~o sobre a ali- trgiiidade de tal preocupaqiío. Nos orçaineiitos íle Angola te111 viiitlo a iiola de jiiros da divi(l:l ao Baiico riltraiiiariiio, ria iliiliorlalicia aiiiial de 32:600$000; diriwiite iiiuito teriipo soli a rubrica amortisações das di~fidas da 1irov1 mia D se iiis-

creviain n priiiçipio 15 coiitos e del~ais cie 18'33 a 1897, 5 coiitoso. A carta de lei de 22 de juiilio de 1880 niitorisou uiii emprestiii~o ilue a proviii-

agou coiii n ~>restnqilo ariual de 2:31~6$100. carta de lei 22 de Mwyo e decreto de 25

de Jiiiilio de 1886 aiitorisoii i i r i i eiiiprestinio qiie

De 1890-91 eiii diante 110s orçanieiitos alia- recia seni1ire a iii~po~.taiicia de 33 coiitcts para an~ortisar eiicargos e einprestiiilos para obras publicas.

Portaiito i. uiii t:itito fatigatite, e 11111 taiito ii- ntaiite, para os que ouveiii esta coiistaiite aiiti- fona dos eiicargos 11a0 solvidos de Angola e das oiitras coloiiias, 11111 faI fraseatio.

Causa, ate, dor que se afirniein coisas tlesta gravidade, sem poliderar os result~cios, seiii re-

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cooliecer qiie aiites de se nyreseiitrii a liublico seiiielharites :ibsiirdos, se deve estudar beiii o que se afirnia.

U m joriial i_iacioiialista, cliegou, mesmo, a propor, lia niiiios, que iima parte da divide por- r11~~11è~a ficasse sol) a respoiisal~ilidade das pos- sessoes, trniisferincio (<I)$ a as coloiiias,-sáo as suas piopias palavras - iiicinde dos eiicargos da divida 1>ortiignèsi, creai~tio-se a ctiuitiri color~inl.»

Mas vara ciue i150 hqla diiv~da sobre seme- Iliaiite Ôpiriião; para qiie l~eiii patei-ite se regis- te o curioso plaiio finiiiiceiro, ficar6 cslam- pad:i iiestas paginas, a propi-ia l~rosa dos insi- gnes estadistas qrie se 11roptiii1iai11 R salvar o paiz coiii taes p1 ocessos.

í)izin o perioclico referido: i( Vinliaiiios dize~ido cliie o iiosso principa1

eiicargo é o que deriva dos jiiros e ainortisa- cão da divida exterii:~. E' possivel fazer urna reduqão nesses eiicargos, iimn redric,.áo grande, que deixe desafog:ida a iiossn sitilaq80 Bliaiicei- r:i '7 Kespoiicieiiios, desasso11ibr:idaiiieiite q u e sim. (:orno ? Trartsfe~ inclo parri crs colonicrs umcr yrnnde prrlstr rlcc tlrvirla litrcio~lnl. Sob o poiito de visln d o crrierio da jiisliça e eqoidade, esta ti niisferencia é perfeitaiiieiile legitir~ia. A s colo- ~iitrs S P I I I ~ I - P 110s dera111 tteficits P I I I vpz de sctldos, e e.sses deficlis foi o tesorcro cJtt ~~ir t ropole qrre os

r . ptrgou i ornar dlrcctainciite tis colonias respon- stiveis por iiiiia grriiide parte dos eiicargos da iiossa divida, fazer sair dos seus cokres, anual- nieiite, oito ou cIex iilil contos p;trr? pagamento desses eiicargos, e unia iiiedicla iii-geiite que se iiiipõe a cliieiii cliieira r-egeiier:ir fiiiaiiceiramen- te o yaiz. Uinn ilova coiiver-siío, cte metade dos titulos da d iv~da externa, pois eaeiiiplo, crearia a dividcr coloninl coin a garcr~iflrc de todos os I ~ ~ ~ t l i n ~ e l i f o s dos colo~~icts, orr r i f P ,só das alfa~zde-

$as, q u ~ chrgam ja hoje, pura cohri~. nc,rielu ~.cls~~oitsabilidutJe. E , coni iinia aniiitin t5o va- Iiosii, nenhuin ri-c'dor externo feixiiria dc :icei- lar essa nova conversáo.

« Esta operaqáo nada teni qiie re1)iigrie aos yrincipios da jiistica. Irljrrsfiqa d estctr. rr ~ ~ i r t r o - polc pagando encriryos tleriuado.~ dos d(.fic.iis co- 1oniae.v. E , nlki~i de não ser injusta, a opernqào e extremaniente viavel, conio o cie~iioristra o exemplo do estrangeiro. A propisia Iiigl:iterra, ct!ja administraçrio e superior politicn fiiinncei- ra são modelares, impõe a divida As siias colo- nias E riáo se peiise cjiie essa divida 6 em qiian- tidades niinimtts. Um estiido de sii- Filz Pnlrick, recentemente publicado iio T i ~ t ~ r s , e que eiicoii- trariios, tradiizido iiurna revista belga, iiiostra- nos que a ciividti tot:il das coloiiias iiiglcisas i. de 279 milhóes, cliizeritos ciiicoeiit:i e cinco mil t' quiriheiitos contos de réis ! Na guerra do Trarisvaal gastou a Iriglaterrri triiil:i 1nilli6es de libras. I<st:i quantia to1 logo traiisferida, termi- nada a guerra, para o 'rraiisvaal, onde cada ha- I~itaiite teiii atiioliii~iite o encargo de 100 libras, por calieqn. De todas as colonias iiiglèsas, e esta, agora, a mais sobrecarregada, finariceira- nieiite falrii~clo. Vem depois o (Jiieensland (Aus- tralia) çuja divicla c? clc 80 libras por cabeça; a Nova Zelaiidia coiii 64; a Australia Ocidental roni 64. A iiiais favorecida I? o Canadá, cuja ç:ipit:içáo 4 apeiias de 1 3 libras e 3 slielings.

K O qiie fez a Iiiglaterrti beni podeinos iitis faze-10. Ncnli UII I :~ dificuldatle se opõe a isso. Basta querer As iiossas coloriias 1150 teei-ii ne- rihiii-Ii encargo especial, podendo, aliaz, e de- verido suport;\r umíi gr:iii(le parte de responsa- hili d;ide da nossa tlivld:i. Sc os nossos encscilyos de tiioiriu são d~ u~nie rrtcl conios, pOtleni pcrgar dez rnil. Ahi texilos pois iiin irnportantissimo

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recursu, que dimiiiue as nossas rlespezas em dez mil contos Se ,juntarinos a isto os seis mil contos, que se podiam apurar 110 contrato dos tabacos e na reinotlelaqão no Banco de Portu- gal dois assuntos que estuciitrrios em artigos an- teriores tctrios dezaseis mil contos de iéis de excedentes. Pago o riosso deficit norniaj se não for possivel extii-iglii-10 por meio da diminuiqiio das drspezas, q\ie tem de fazer-se, ainda fica- vam disponibilidades que bastariam para dis- pensar, por exemplo, dois dos mais ini uos im- postos : o do consumo e o da reiida 1 e casas não 1 uxuosas, Coiiio o contribuinte ficaria ati- viado seili estes dois iinyostos, que lhe tornam, sobretrido ein I,isboa e Porto, a vida tão cara e tiio dificil ! Mas ainda Iia recursos d~ outra iia- tureza mas agora proseguwernos, conscios de de QLIE OS leitores rios trem aromyanliado com alcnqâo)).

Temos, pois, que se entendia qiie esta trans- fererrcia se rtevei-ia fazer porque: 0,) a rnetropole teiii sido sobrecarregada com os d~fici ts colo- riiacs; b) qiie as coloriias não tem encargos es- peciaes; c) que as ccrloiiias iiiglêsas teiii ta~nbem :is siias dividas.

Semelhttiite maiieira de pensar e, por sua na- tiiresa, falivcl e não resiste ao menor exame, scndo infantil na prupria relacionação dos nioti- vos que levnriaiii o governo a fazer essa transfe- rencia.

Ern 1908, o sr Espregiieira, no n~enzurandurr~ que dirigiu aos j 01-ilaes, riestneiitii-ido os boa.tos

essiiriistas q u e Corriatli, contra Portugal, Iia Europa , dizia tarnbein o se ai~ite: ccEni Portu- gal não ha divida colonial 4. odos os ernliresti- incis rerilisados para obras de caininho de ferro, lias yrovinriris riltrainarinas estão a cargo da inetrcipole. O i~nmiiial, os j~i1.o~ r a atiiorlisação

desses ctiipi-rstiiiios esta0 iiicl iiitlos II;~L; ~ I I I ~ O I t;111- rias desci-itos tio 01 ç:inleii to (lu Est:ttio, 1iar:i eii- cargos da riividu ~~rililicn.

«Bastai-8 ci tur, para se vci. a iiiil)oi*t;iiir.i:i cles- te faclo, a iiidcriisriqào iisacl:i pelo tri1)iiri:il a i - Ibitrnl de Rei-rie, 4.3tj2:81YL$T,lO i-eis, ein i eltiqNu no çaniiiiho de ferro de I,oil~ Pnqo Mai-qiies, a ctjii- çliisáo desse criiuiiilio rIe ferro e a coiis~l.tiç:io rlo dc Slussaiilcdcs ao plaiiiilto e do tlc S~\:ixil;iii- di:i r z i r i i t c i atle:i~ilaria ; e qrrc os Oe/ir*it.s coloiii;ics tPin srdo satisfeitos pel:i i i ~ e t i oliole, .stil)i - regaiido, lioi' coiisegiiiilte, :ts respec.ti\-:is colit:i\

((Segiiiido o I~eiil elaboi.acio i-elntor-io retei c ~ i - te tis l~rnviiirias iiltraniariiia\, de i!)o.i, ti iiiipoJ - taiici:~ das drspesos do i11 trai~l:il-, real is;itl:is i)rl;i iiieti-opole, paiS:i exliediqóes, ot)ras exti-aoi-diiia-

rias, etc , shiiieiite desde 1870-1871 n 1!1(F2-$10:$ r lcvtt-se a 4X.LOO:~i39$4!XL rCis.

((Por esles iiiotivos r i ~ o 6 jiisto (1 iic, 1);~r;i :L cíipit:iqão de tod:i a divid:i I I O ~ ~ L I ~ L I & ~ : I , se C'OII-

sidere iiiiicatiiciite a pol,iilacão cio coiiliiieiitc. i iu

Eiirol);~ c illias ciu!jaceri tes, I íi[(i g l ~ i ~ i t l ~ ptrr*fr tlr. (i'iniri,~, r . 0 1 1 ~ 0 s~ v:, fca l t l ~ .srei- i r i ~ ) r r l r r r ( í r ris ro- l o r i i r i s , n qiie hrii 1)aixtii. iiot:i\leliiieii tc :is i elu- qões iiidiradas. Se esse tot:il de (livid:i tbiic.ori- t i ado 331 532: 188$7!19 rers, :if,;iternios :i iiiil~oi-taii- cia de 48.200:639$492 reis, clislieiiditlo eoiii ns co- lonias, iio ~)eriodo de 1870-71 a 1$)(1L-I)O:l, seili Ic- v;ir em rontn :is ciespes:is ni i lei-ioreq e oirfi~i.s rlic.rci-

go.s, que por ~ l ! ( ~ s ti111mi11 s(>r tvrf~sf(>iitts. 21 i111-

porfatici:~ total de divida iizteriiti c extei-ria, divi- dida pela polii~laqão rto coiii iiieiite e illias ad~:i- ceiites, scru, por Iinl~ittiiite, ile 4S$X(iK r-6is.~

O si.. Espi-egiieir:~, liesta dcdiiqiio fiiiaiiceir:~, cliegou pois, çorii pequeiin ciitci e iiç:i, hs ii~eslii;ih concliisões qiie o aiitjgo 01.g1o I I : ~ c ~ u I I ~ ~ I S ~ : ~ , qiie

eliconli-o11 iielle iiiii tliscilliilo slliei itlo ir:^<) inuiido fic:tr s:iliciido qiie iiiila gi:iiide r:iiisit tia

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nossa rnitia iiin dos rnotivos c10 iiosso mal es- tar é esse pesado, onermo, eiicnrgo das colo- nias.

Neste caso, por çoilseguiiite, a conclusão a iirav r que o sisteiiia até agora seguido iião pode coiitínuar. Eiitao as colonins, essa saiigue- sirgi iiifti~ne, essa harpia ii~saciavel, qiie taiita geiite wpoiita colno a nossa salvaçfio nacional; ~01110, iiiais, a iriiica razão de ser da nossa esis- teiicia uubiiorila e livre s30, afinal, os tropeqos qiie iios iião deixaiii carniiiliar para iimu vida ii~ois regular, sol) o poiito de visla fiiiaiiceiro?

E çniiclue, iiziluralmenfe, o esyiimito tlesl)re- veiiido do patriotn, do çontribtiiiite, que a so- liiqfio esth tia nliena@ío desses misera~rets ))oca- dos tfc ternt qiie rios atrofiam, qiie nos esiiia- g""'.

A soluqão, por&iii, q iie eiicoiilr:~ arluele qiie cleteii~ :i siia atenqào sohre esses assiiiitos, i. :I qtie se iiiipóe pela propria logira dos racio- ciiiios ; essa soluqfio é a autoiioiiliti.

Olijectar-se-8 que as colonias ritio teri] reciir- sos ~>:ti*a viver aii toiiomaiiieiite, e (pie pre- cis:ini, iiriicia, de ttitela. hlas iieste caso niida- inos 116s iiioveiido-lios neste circulo \?icioso, de que iiiio podere i~~os sair : ris coloiiias seiii a riie- iropole inori-eiSáo, e, por siia Irei.,, ri riieti-opole serii coIoiiias iiiorreri taiiiberii

Porcrn, iia proprin espress5o do povo, o (lial)o iião k tHo feio coiiio o piiitii o espirito, ;iliAs prlizeiiteiro, do illuslre arilor das D e ~ p o e s ~ . ~ Y n hliccrs

l'anios ti desfiar essa riieatla, c. se este livro iiver algiiin leitor, no fitii iiie dir6 se ;i atito- rioinia P, oii 1150, :t iinicti soliição salvadora

J h iio seu relatorio tle 1002, si.. l'eiseira de Soiizti ~>ul)lira\~:i a tiota d:is reçeilas e rtespezus e por cllas se ~6 que 0 5 Oc$cits $tlestle 1852 a

1902 for:iiii iin iiiil)ortaiic.i:i ttrl:il de X 354 coii- tos. (:o~iio, j)ol-&tli, 110s t111iicts de 181i9, 1870, 1875, 1876 e 1881 Iioiive s:rldos l,ositi\rt~s tfe cerca de 1:OOO coiitos, teiiios qiie o tl(bficsli pi-o- vavel foi de '7.300 coiitos, o rjiie coriesl)oiiclc o iiiiia media riiiual de 150 coiitos dc i eis.

Bastaria esta siiigela e elnc~iieiite afii*iii;i~fio ])";i iicur seiii I~ase a nrgiiiiie~itaç:lcl ca1)cios:i de que se tiram coiicliisóes ttio errados. (:eiiIo e çiiicoeiita coiilos de réis ~)oi' aiiiio, SU.~HIO'I

a cletluçóes eiil qiie entrareriios, qiiaiicto cipc- çiafiiieiite iios ocupariiios iitis despe;l;is ctra 1111- gola, P iiada eiii coii-il~araqiio coiii o qiie se 111 c- teiitle ntril)iiii' ao iniiiotauro coloiiial. 1:' coii\ r- ~iieiite, ~ J O I - & ~ I , c~iie 110s I-CCOI 'CI~I~IOS 0;t ilos\;~ Iiisloria coiiteiiipoi aiiea, pai-a que se liqric i5:i- lieiido eiii que 6 que as coloriias ti.111 1)i'clu- dicaclo a i~~etropole, ein [pie tciii ell:is csol:il)o- i.ntlo iia riiina fiiiaiiçeira do 1):u;/. c u n (~ i i c iiiisera siliiacfio ellas se t O i i i eiicoiili-arlo, \ciii- pi-e eiltregiies ao iiiais coiiipleto :il~:iiitloiio, çoii- tando coni os iveciirsol; lii~ol~rios t' coiist;iiilcx- iiieiite exl)lol-:itfns ii:i su:i seiva, pois ]lei-iii:iiic'ii lc5 sai1 si'i:is :ios seus reditos e á siia ecotioi1ii:i

kteiideiido*se ao estado (Ir : i i i I o ~ o c111 que tiido se eiicoiiti.ii, rel)rii~:iiido iios oi qtiiiicii- tos coloiiiaes, coiifroiittiiido us iiiesqiiiiilias ci-- ])as coin cjiie leiii sido clot;t(lns, eiiti cgirr.s, isola- ct:is, :i si prolirias, eiii aiiiios rlc siicessi\ :is i - i I -

ses coiiieiqciacs e agricolas, c.oiiili:ii.:iii tlo clel~oi .; todo o SCLI atraso coiii os s:icrilicio~ cliic Ilicq teiii sitio c\igitlos, eloyiiciiteiiicii te uoiic 1 iii- tnos que leiii sirlo, tle tacto, o iii:iioi clcslci\o '1"' teiii 0i.iciil:tcto tis :idiiililisll.:i~«cs lllli u1ii:i- ri1l:~s.

Ha iiu iiossa 11ist0ri:l 1111111 CI)OÇ;I ( I c exl):ii~\") iiititeriul e\ii.aoi*diiiai.i;i, cliic çciiiieyoti coiii o ndveiilo jcgeiici.:i~No, ciii 1852, (I ;i ( l l l r '01'-

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rc>pr,iideu um pasni oso niiiiicii to riris clespexas 1~~1l)Iic:is.

Foi i i i iz ciclirio de grandc-sas quc se apossciii (10s iiassos yolitiços rliie, lia ex~)rcss"à~lot l~ ier i - ir de (iueri'a .Iiiiiqiieiro, cliiel iarri i egar o paiz curii liljras nfiin dc sul-gii. i i t r i Poi.ttigal i ~ o ~ ~ o , equi- t.;ilcii te ~10s O L I ~ TOS paizrs ciiroyciis, e erii egticics çoiirliçòes d e progi-esso.

iil)cn'i\s Ila\fia da iiossa p a ~ - t e dificiildades mais tortrs a vencer, porcliic., r x a i i s l o s por per- iliaiien tes tiesliaralos. qiie priricilialmcntc vililsam tlestle as coiic~ii~stas as iirvasóes fi'aiicCsas, se j)roloii*\,:~~n pelo pcriodn iirt'risto tla dol~iii~ti- ylio iiigIi'x~, eiii clue 110s tiiilln loiic:icl,n o :i)ia~ido- iio vrrgoiihosv tio regelite, esteiiderido-sr, nliina iiic.ess;tiite carreiia, desde :i revoliicão de 1820, aiiida por esse iiielu scrulu fdrn, coiii girPi.i:is c i ~ i s , ;is siicessiviis yei.tiii~I~a~riec revoluciona- J iiis, cle lSi:IIj, 18-(íi, e , pai- iiltiii~o, 18.51, i-eiila- iniitlo, cpi:isi cxiiiiglic, corn {r prctloiiiitirtr dc Fotr- s t c ; ~ cte McigallirTr\, cliie piinl~;i, tariihem, cni exe- r.ii<.5ci o pl:liio d e l e t ~ r i o (!:i ~iibrirtltiinqiio rlas r.uiiscjr.~ici:is.

A regeiiei-ncàci enconirou iiiiia situãcào I~nsl:itiie dificil riu" tentori 1icjiiid;ii- e Iir~iiiilou, --)>riii OCI mal, i ~ à o C para t1gui.a cliscii tir,- -111as eiit~-oii eI'ccli\?aii~eiite i i iriij cçt;kdo !iiiniiceii o nor- 111;i 1.

(;C)IIIC'L'OII R epoca tle foiiie~ito, B toa, sem se pensar 110 {rituro, numa :ai~ci;l f o ~ * l i ~ ~ i l : ~ ~ - e l ~ i e lii.r>gt-esso, i i i i l i i 11-~iiiriite riesqci de jazer ~ l c Por- tiig:tI i i i i i iiiodelti eiil coiif~-ciii to roiii os orr tros I'"i7,t'S

Conlo iiaviaiiios de so1vt.i os ciirzirgo:, (pie s I I I I I ~ C ~ : ~ 111 odiiziani, c çniiio liair~a- iiiris c l t 3 ri-e:ii- i cceit:ib. se o 1 ) : i i ~ ~ikr, tiiilia :igii- c'iiltiii.:t, pois cjiie as 1vilt;i tivtts d e hfoii.sitilio fa- liiiri t i i i i c 1150 tjiil~niiios iiitlricli.ias, ~ i o i c l i i cL iioi.

embriagavamos com a ~ngancisa visão dc que rrainns urn pai2 e s senc~a l~nen te agr ]cola?

Havia, cornu i. sabido, dois meios fareis de vida, era o ernpr~stirrio ~ i e r i od i cu e, aI)vsar de t ido , a holsa d v criritribiiirile ainda Iiavia d e chegar para alguma falha, E' uni lagar roinlirn, mas nunc:t 6 d e mais repeti-10.

O periorlo d e expansão economrca ia r-orne- qar, v ~ i i d o juntar as causas tlc novas ri-isw, novas perturhaqfies r h ~ ? o \ ~ o s ac los da hamhoclia- ta polilica, porque o reinado da pedantocr;rçiii. como o definiu Tcolilo Braga, ia acoiiipwnhar esta twolucsn niaicr ia], c o ~ i.~s~~onrlenclci a umia dcsorieritaqào govcrnaliva, c1cscirieni:icào tal q i ie procurava no vaslo das foi-miilas bombesti- ras, de peqas oralor-ias hein base, tle rclali>rius srrn nriqiiiâli~latlv, os funriamenlos para as SU;IÇ

leis, asdm como n a i 1 ~ s o r i ~ i i t a ~ ; i a da li(ei.attii-,-i ultra-romuntlca, ainda 111;iiS c.viciriiciada ria tor- pe imoralidade do elogio n~u t i i o , a gei ay;ir) Iiie- rar-ia cristrilisni~, e s l c r ~ l i n e n t ~ , riuin:i viclii scrri ideal estetico ( ')

Nuin rmportanIlssiinn [I-ahall-io, digtio de 1r.r-se e d e mcdi tar-se, A r jr i~sf f ic i f içrc~l r Lrs Jinnnqas par*- tuyuêsos, (?o sr Anselino Vieira, uiii dos e\liir i -

Ios mais c.\iltcis tl:i rnodcriia gci-ação portiig1i0- sa, cieçcreve-se, com a mais desassoinbr:ida liia- meza, toda eski rniseravel vida de ficcòes e de embustes. ctcsrlc 18.51 a 1903.

Principalmrnte os capitrilos rogimen do9 d ~ f i c r / s e O abuso d o credifo. rcft)rerri-sr so- hretucIo a o assiiiiio que estanlos Iratai~do

Da mesma forma o extinto clit.!e d o ~iart ldo regenrrador, Hintze Ftlhitiro, que c apcinlaclo, por qWrn conví\lia com i~llr, iomo iirn rnrlic-u- ----

( 1 I r - 4 v d ~ r I r I I I I r I ? '.o- 1 umi

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IOSO, quer nas siias aiirriiacfies, quer nos elemeritos de qiie l i in~avu iiiao para argunientnr, tendo, pela contissào tliim seu rorrrligi oriarin, o si.. Cristovão Aires, um ri~eiotlo de tral~alho cliie o levava a çoiiclitsões seguras, embora, corno iiluito heiii afirrnoii Teixeira Rastos, nào P X ~ O -

zesse. por receio, tudar as conseqiieiicias das pre- missas, disse no seu trabalho sobre a divida portiigiiêsa, roni toda a precisiio, as causas da desçraçncla aitiitiçào fiiiaiireirii tainbem tisseada n a falia de ordem, de regulari(iac1e e dc honesti- dade ria ndministi-acào puhlica.

AlntIu iium relatorio apresentaclo pelo sr. Res- s:irio Cai.cia 5s cortes, ern 1897, faz-se uma de- tida aiialise a gcrençia antecedente, reçaltando de toda a argumentacão qiie tem havido inuita falla de criterio e muita irnprevi(iencia

E é do dorninio cle todos qiic iini exlinlo p:ii.lnmenl:ir e estadista, Jose Dras Ferreira. não teve pejo em afirmar. iihliçamente, que o paiz iião te111 sido governa c! o com honestitladc, cm- pregando mesino, uma frase hastaii te aspera que, muilissiiiias vezes, c! r epctida pelos Joiqnaes anti-monar qiiicos, e qlie nós aqui não escreve- mos, poi a acliarrnos bastante cruel, ernhora Emrg1110 Navarl-o, pela mesma epoca, a çorto- borasse coni a siin ciicrgin 1ial)itiial

Dernais a proclamacão dc vida nova, por Lo- d o s O S ~ I . U I I O S ~ I O ~ ~ ~ I C ' O S , 6 a confissão implicita de qiie a vida vellia nào teni qucri-i a apore, coino nào (levei ia ter qitem a seguisse

Foi assiiii q iie sucessivas crises estalaram sendo a ultima, a de 1891, a mais g p v e , a que dois escrilores iIiistres, o extinto Scixeira Bas- tos iia sira Crisc e o s r Dr. Silva,Cordeiro, no sei1 primoroso l i v i s o A C J ' I S ~ ern seus ~ , s p e ç i ~ ~ s mo- I ( r ( ' $ , ( I c ( ~ I c ' ; I I A I I I ( ~ s l i i ( I ~ \ c l i ~ i ~ o s (!C' ponderacio,

poi'que elles esclarerem, com muila verdade, com muita lucidez e com muila çiiiceridade, a serie de erros acumulaclos, e que a revoliição do Porto náo fez rnais que precipitar. No livro do si- Anseliiio dlAiidracle,--o mrriistro das fiiiari- qas na efectiviílade-Portu@ econornico toda a gente que estude estes assuntos enconlrará oti- iiios e autoi.isados rleniei-itos de plciia elucicla- ção, demonstiando-se que no aumento das des- pezas publicas tein o nosso paiz, eiitl e todos os oiitros, a palma da gloi-ia c lia obra do s r A Fuschini, O p r ~ s ~ n i e P o futuro de Portugcrl, o leitor cui-insu poderá obter, çnrn verdatlr., a se- rie de erros q u e arrastoii o paiz a situacào atiial.

Por lodos os dados foi-iiecidus se coiiclric qiie os erros se acuinu1av:tiir siic.cssiv:iiiiciiIc

E' esparitosa a progressào das despezas pii- blicas (I. os sucessivos c!o/i<*c(s orcainciillteu in'iicliain, coiiici i i i i i iii:iiiIo ([c c.liii~iil)o. sol)) tb o I>;UL, s~ifoc.ariclo-o 5ob o seii pe\o i t i lolci.:i- \ el.

Assi 111, scgitiido u leslciiiii iilio tle vai ios i i i r rirs- Iros de ftizeiitl;i, lios w i i \ i-clu to1 ios c\ciii:i- dos tis cairiaras, os dc/icilq dcscte 1852 a IfJ03 To- rani na impor-tiiiicia dc 31 -1 198 contos de J eis, a qiic o si. Esj)reg.uciia jri c~afrulai-:i rio s e ~ i livro, tlin 18!)4, a iiicdia :i~itial de 1 000 roii- 104, e, O SI 1 ' 1 ~ ~ ~ 1 ~ ~ ~ 1 ~ , eiil 1899, t; 287 çoiilo\

Coiii taes viiçai gos, iiirig~ic'ni reparava, lal cr;i :I cegiieii :i, que cariiiiilin\ aiiios pai a a tiioi - te. loiiciimcritc. A'rjiicles sircessivos d r ~ / r c 11's ianios ocorrciltlo, coiiio e sabido,- coiiio ,I& di\sfh, corii o iiiil)oslo alieriiado cc)iii o eiiipi-cstiiiio, r chC- g;iiiios a esta 11-isle silua<ào (te tcrinos iiii1:i di- vida ptililicn de iiiais dc. SOO i i i i l coiitos, cboiii ~ i i i l

C I I C ~ Y ~ O gci-:iI ( I c cberc:i dc 'L2 inil coiitos cni 1'309 Quer clizclr* csln cliiuli Ira ~ s j > a i r l o s ~ . ; 1 ) 3 6 ( ~ - -

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\e clllasi 35 l b / l l dos iiossos i enctinicntas, te11- d o viiido nuiil i,icsceiiilo tiiaiictito pois eiri 1828 ( lesleiiiiiiilio tle Sil\7cii-:i Yiiilo) ci-a na irn- i,oi.t;iiici:i 39 niil coiilocl o tot;il d:r tii\iidn liacio- ;ia1 ( I )

Niiiiias cri c~ii1islaiici:is ilcslas, tciido :ilj~isado c l c Lodos os fiiceis exl~eclieiitcs, iiào pode deix:ir

l> t l l 'I l i < l i > ( 1:ll) t I < \ 'i(I'1 I 135t I < L ! ts

O(( O111 <.I1 l t ( > , \ * l l < > l I i .I1 ([,I t i l \ l l l ' , l l l l t 111'1, , 1 l ~ > l i l l ~ l i > *I < n l t \ < 1\.-10

t 111 t l l l l l l ) \ i11 t ' / , ' ' I , , ( I i l l> .11111~ < l l b IOIO)

1 '"o I > < I p i tu<, : ' i 4 IIIHI 4 ";,, , I I I I ~ I I I I \ ~ \ I I (11 1800 1 il-l 4 . :',, t l c I X I I X i* IKXii 14 i l b

1 oL.il (1.1 ( l i \ 1t1.1 I I I I ~ 1 11.1 271) 2 :I1

ile coiivoi-dar-se ( 1 1 1 ~ ~ I'o~iio\ 1 it~lilas (I(> :icIii~iiiis- tr:ic;Ocs tlesoiiest:~~. AIi.iii clisso, ioiii tues ocoi.iseii- ci:is, niinça ~iorfei.iaiiios pi-ogreelii., porqiie teste- ~iiiiiilios iiisiispeitos afii iiiaiir qiie o que se gas- tori em rnelhoraineiitos, liti inetroj~ole, 1)ropri:i- iiieiite rel)i.eseii ta uma pec1ueii;i ~):ii.cel:i elo s:i- crificio e\igiricl :ios coiitri1)iiiiites

Se ISSO fo i :issiiii, as cololiias tlcvci-áo ter :i sti:l (1i10t:i p;ii*tr, iios ciicai-#os loiicameii te cs- l)ai!ludos'?

Nesta violeiiio ci-isc qiie resiiltou de erro\ so- 1)i.e erros, e (pie, eiii gi.:iiide ~):ii*te, se teiii i.eHe- t i d o lias coloiii:is, c.,i~l)oi-a agravada çoiii oiitras çaiisas, acaso teeiil rlIas coiiçoi~ritlo coin a ine- iioi ri-cela de i.esljoiisal)iliclnde?

li ' coiisolarloi P j11sfo ~o~ifess : i~, qiie :I$ po- ~ I J es coloi~lris e111 iiad:i teiii coiicori ido 1):ti :I se- iiielliaiites i-csiilt:idos, ii:io si) porqiie iiào iiitcr- v1(11';i111 lios a(~o~~fec~iiiei ifos qiie 111-oclii~ii.aiii t.st:i grave sitriacao rnetrol)olitalia, como tarnbem nem mesmo tein tomado ri iiiciior j)ni-te 1i:i \ii:i

prol)i adniiiiistiaqão. A11eii:is teiri ellas vivido 1):ii-ii pagar e para

sofier as coiiscc~iieiic-rns d e todos os desvarios, sei v~iido de bode esl)iatoi-io 1101s tlestlc teiiipos passaclos, *já coiii D ,080 111, era sobi-e ellas qrie se laiica\rarn as crilpas dos desperdicros loii- co\ que lia iiiuito, carntei-isn :i iiossn :idiiiiiiis- tr;tquo iilter11:i e, - coi~io n I~istoi~ra se i-rlicte I- o i ci Piet?«so. coiiio iio \eii I-elatoi io o si- 1%- 111 egiieira, d i ~ i a aos qiie reçlaiii;i~~aiii ii:is c01 tes dc Evoi-:i colili*:i :i i i in rl~sli.ilriiic,io do tiii~iosto. cI;is aixas qire o iiiío j)o(li:i iiiellioi ai., e iiitiito nicnos nl~)lii., tlc\,rdo lis t1esj)e~iis t l o iiiipei-io orieiit:il 1

E o que C iiileiesi5:iiile L. qitc iio :iiiiio de 1888 enn ~ L I Ç o dt~Jicmrf a t i i i g ~ ~ a sorna colossal dc.

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<).(i()~ ( 1) çoiiloa ati.it)llia-o o iiiiiiistro da fitreiida de p~ii:ío (M. de C.:rrv:dlio) &s íles!>e~as colo- iiiaes ClLIe tiiiliuiii tido o ( i~ f i< . i l iiiesqiiiiilio de 872 col~tos çlijeifos a rec.tific;icões, eni íliie fica Iinstaii te reduz~do.

Aléiii disto o si. Espi cglieiric iil~oiltn as des- p e m ~ feitcts com o iiltrniiiai. eiii 48 inil coiilos, iiesde 1870 :I 1902 Mas 6 para iidinirai- qiie seii- d o elle iiin fiiiniiceiro distiiito, c teiido h liiáo elerneiitos de coiiti-aprova, iiào i-eqnrassc cpie iie,sses 48 i i i i l çoiitos, estáo iricliiidas as despe- zas qiie vieraii~ ja orçanieiitadns desde essa epo- ca, e (["e 1A veria varias rii1)riças qiie iião d a - ~siii a i-iieiioi. dtivid:i Se siia IIx *' iiáo tr\,esse sido 1xecipitado, o11 1150 iiecessitnsse tirar efcilo clesses 1111 iiieros, logo reliar:irin que essas <(iii i-

portanuaspagas peIo coti-e d o i-eiilo pnr-tr rírs- perus do i t l t i * c i r i i r r i . , i.ett1i~rrtlri.s nu ~ric~lropole - 1150 sigiiificaiii, sti por ISSO, oiiiis ~itii-a o tcsoti- i o ii~etrol>olit:iiio, pois foi-ai11 Iicliiidadns, c111 e\ei.cirios sucessivo(;. Mas estou eu a cilsiii:~i' c) l'atll-e Nosso ;\o ladiiio vigario 1

Se iião teinesse cair iio ridiculo de ~ireteii- iiei* d a i Iii.6es :i rliieiii i' iiiestrc esporia o cliie sig,rriificn a verlla t3u iiitleiiisa~ào (10 l i.il)riiial :ir- I)itral de Hei tic, quc eiitregoii no go~~eri io o c:iiiiinlio de ferro de 1,oiireiiqo Mal qiies c cie que taiitos beiieficios tem usiifriiido :~cliiela cid:i- tle e n proviiicia, o qiie é esse estii~)eiiclo 111:riio cio caiiiiiilio de ferro de S\~azil:iiidia, q u e ser- viir par;' co~iti.ni~. I I ~ I I em~xestiiiio cle :; 000 coii-

elo que (li/: o si.. 'i'ci\cii.:i dc So~ixa, ciistoii e (jLie2& R: / çoiitos

M:is vailios ao cjitc segue.

O qut3 dlzem alguns homens publicos relativamente 6s despezas colonises --Faltas cornetfdas no ultramar.-Carencla de elemen- tos de trabalho.-O que dizla D. Job6 I. - A s colonias nao s i o culpadas dos seus r(rfici1; - Contradições em Incorreu um mi- nistro e publlcista.

o tciiil)o (1:)s coiicliiist:is tittlo cli i i i i i f o vr:i iin - H Iicciliiliicle, Ii;iise,a de aeiilitiieiitos c ~ii-ofiiii- dii dcgeiicresceiicia nioi al ci-n utii.:itlo, iio eii - xiii-i-o, p:ii-ti a s teri.:is que cainrii sol) o iiosso tioiiiiiiio, e se l ioi i~e 1nii1t:i :~f>i~egacHo, iiiiiifo s:aci.ificio e ~ i i i i i t:i eleviicfio, tnnibeiii Iiori \,e tiiuito criiiie lev:irlo, fi.iaiiiente, a firn, a poiito diiiii iiot:ivel esci*itor poi-:iigtiès, Hrriiio, z i f i i -

itiai. (lYof(rs 110 hh'ilio) qiie cotisidern esta de- gi.ii(l:iqão e col~arrlia c.olecti\ra a cjire o ])ovo por- tiigirbs thegoii çoino iiiiin especie de exl)i:icào Iiisloricu.

Sào 6 , positiviiiiieiiie, este o iiiotivo da tlc- c:iclericin c.iviç:i dti iii~cioiialidnde, ni:is elle i e;il- (a tmi to que, iiu sii:i Iiediniitle~, Potic :ipa- rccei , i11in-i iiioiiieiito de pessiiiiisiiio, çoii~o 11111

niiteritico tiiitecbederite. .iii rapid:~ii~ei~te, iiotitro tl~~~l):ill~o s o l ) i ~ :IS

coloiiias ( ') esl~ocei o ~ L I C foi este desi.cgraiiieiito, est:i eilibi i:igiie~, estti i.cl)tigii;iiile :iiicietl:i(~c ( ] c

( ,l i \ J I ( I \ \ I I \ ~ I ~ I I I I ~ : ( ~ * I I I / ~ I I ~ ~ ( ~ I 7 ( l r i t ~ ~ ~ d ~ ~ ~ ~ i o ~

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l~icro q ~ i e consprircou e, e111 a. oraride parte, em- ~ ) a ~ i o i ~ ;i iiosst~liis toibia denomrriada dc glorias, riias acentlienios qtic quando os povos S L I ~ J U - gados pediniii justiqa jairiais erani ouviclos, a iionto duni fidalgo dcsiileiitado (conta-o o si Aircs Ornelas 11a sua coiifereiicia sobre MOLL- siiiho d'Albuquerque) cxpi-obrar, em ancias, que "a 1ndi:i se v$ de muilo longe e se oiive inuito tarde)) Quando se ouve

O cluc o fidalgo disse ço tn respeito á Iiidia, 11odi:i qrialquer nutro dizer coiii relaçào ao Rrazil, a .\iigola e a Mociiiribiqiie e a fodns tis osse sessões

E o si.. .li1110 cle Villiena, qiiaiido ininislrcr dc nlariiiha, cscreve~i que (I em tres periodos se po- de divi(1ii :i iiossa ridniinistracáo cdloiiial.

((No prinieiro pe~'iodo inetemos latiças em Africa. Esse pei-iocio deixou-lios fortes desniarite- ]:idos, i-pslos veneraiidos de aiitigos residios os, ~oii \~eii tos ciii rriiiias, leridas cle regiões de 0pliir em CILIC O oiro se iiiesclavn As :i]-elas eiii fiiias yallietas, oii luzia entre pedras rm Liarras e iii:i ticaes.

((Foi o 1)ci-iodo cln coiiqiiista, da espada e tla cruz, dti aventura ca\~:ilheiresca e fidalga, clo fei- tio autlncioso, neiii seiiipi-e digno do poeriiu rpi- co, 1101 que ~i i i o I-cilacrs oezti~ ~ I I C O ~ I ' I C I « ~ r u e l d i l d ~ . rr e.rtor-süo tr rapi17(1» (1-eg. u1tr:im:ii-inn-t8N- pag. 491).

Era o si' \T~llieii:i itlinistro d;i riiarinha, qu:iiido este libelo foi piiblic:ido, no 11ropri0, iio aiitclitico joriial oficial e esta 0l)i.a í. taiito iii;iis parzi o lioiirir quaiiclo 6 certo que aqiiele seiihoi. tlava, ao seli testeiilunho, o I,i.ilho cliie resitltava da sua rccaiiiada farda de secre- tario cie estado

De resto Aiigola era, senipre, o 11ef':iiido iiiei--

cado tle cscici\-os (te que se :il,:isteçcii o Br:isil,

instituiqao execravel, riias a que 01. Mai-tins alii- hue todo o progiesso das fnzcndas bras~lriras, qirc a falta de braços podia reduzir h ruiria Sb 1';ira isto servia esta miseravel terra, a ponto de, pe- las estatisticas aiitigas, se verificar que rieiihurri otitro comercio se clcseiivolvia, porque a veiida do preto compensava todas as fadigas e, ate, todos os perigos

Era t~ ido a ambiyão, o lucrti, a verialiria- de, e os felizes governa(lores, com pequenos 01-(leriados, porem, seni esci-iipiilos, retiirivniii- se com foi*t~iiias colossaes. A vidu era eiiclici, ençlier as algibeii:is, e os ~ ~ r o ~ ~ r i o ~ i i o i i i t i ~ c a s ncoiiselliavam o pec~ilato e a coiiciissão.

Nào ha i1 iiigiiciii qtie iiiio coiilieca estes fa- ctos, se tiver lido algo tia historia patria, ~>oi-clue (liiasi totlos, os iiiodt.i.iios c. ris aiitigos, os iiiii - 1'3111, seii(10 1 eofilo l$r:ig;i, iio scii Cn~i~òcj.\, tliiiiia cliiresa e diiiii:i verd:ide tfio docirn~cntndn cltic. 1150 deixa a iiieiior duvida. ( 1 )

Mas iios ultiiiios Icmpos ti4 ~'ois:is 1)011c0 teiii iiiellioratIo 'l'ciii 1i:ivido :il~iso.s t i o gi-:ives (lite os ministros da ni:irinlia çoiif'essniii cliie sO teiii ficado iiii1)tiiies 1101 que os c8r irniiiosos tiùo Lriii

al~a~*cci(lc) :i 1)i.e~ t:ir coiit:is oii porcllie, qiiaiitlo se notiiiii iis tialides, j:t os fiiiic.ioiiai.ios :i ti~igi - dos 1150 potfchiii .sei' : ~ I c ; ~ I ~ c ; ~ c ~ o s l)e4;i ~r~htiç:i

7 7 O 1)r01)11o si. 1 eixeii-n de Soris:i, iio sei1 rc- l:rtorio, :ifiriii:i clal-:iiiieiite que tciii Ii~i\,i~lo 1:iI- tas gi :ilres. 1) t;li:i sii:t e~çe1ciici:i. ( 9 (c< No orde- ii:ii~ieiito das (~es1)es:~s liti, 11o1 ~~c*ze\, ti111 pci 111-

CIOSO ;I I-111ii-io p iioiiiel;t~1-se 1)esso:il ;iIeii1 (ios (j LIH-

(li os, niiiiiriila-se-1lie.s os vciiciiiicii tos , c.oii1l)i.n- --

( I ) ' rrnlio I I I I I I ~ ~ F ~ ~ I I I ~ S , I ~ I D I I ~ R I I ~ C I I ~ < > S 5<11)1e c i ~ 5 i ~ $ 111 g t i ~ i ~ ~ l e 1111-

~ N ) I ~ . I I I C ~ J , i i o seiilicln 111s c.uloi-,io .ir) i i ~ g i o r ilos nl)iiso? (11 i i t u i l , ~ .~tiloiiclailv, 1 1 0 11il i . i in1 < I r A f i i c , ~ Uti i i11.i í.iiei iiiii l iv iu . i i i i i i ~ i i i o ~ i e cloc illli<~ut.l<l<i, 11, <(LI( \<' ~ ~ v < ~ l . l l ; l l > C I > I < i l < 1111< (lrl\:ll i0 ]1.1~111'1(l.l 111111- 1.1 gciitc-

(') Rclalor io s pr oliostas r l v Icr u l ~ i rsi ~ i l r ~ ( l n s o \ i r i r /e> I ~ I I I 19(13 IJnq 198 1, 100

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se o iiiutei-inl r k p e c o avlili:ido, e coino ao pa- gar o respec.tivo coti-e iiáo teni recursos, C a me- li-ol)ole que teni de proceder it sntisiac;áo de en- cargos cliie, eiii regra, o iniiiistro da mnriiilia e ii1tr;iiiiar si, çotilieçe quiindo te111 de assilirir ortleiis de pagaiiieiito oir de autorisar ntgtiin sa- que feito pelo governaclol-. B

Eis, pois, ti caiis:i segura e iiisuspeitaiiieiite lifii.ii~acI;i por 11111 ininistro de iiiai-iiilia e iiltra- tiitii. que iiào veloii :i verdade dos factos, ein- I)oi,a elln coi~trai-ie :i sua opiiiíáo a respeito dos goveriios co1oiii:ies. M:is de iilaioi- cvideiici:i súo os ~ ~ e r i o d o s segiiii~ tes (pie coiifirinaiii, iiiois elo- q~eiiteiileiite, as j):~lavras antecedentes do iiies- iiio Iionieiii pul)lico- ( (~Vesle poiito, uscrrBoctr o sr. iPi.~.eircr dc Sousci, n ccrtal-qi~lít 1160 podicr ser 111rri.5 t-onipletrr SNv ~ ~ I I ~ I . S . S ~ I ) I C I S (I.S C O ~ C C I S ~ I ' P . s I o - cicrs. c. coiii táo gi-aiide atraso clrie,, iião seiido de 1oiig:i diiração as comissóes do ultr:iinar, qiiando ellas sào jrilgatias, jri os respoiisnveis riiio sao ti tiiigiclos »

Aqui Ieriios, pois, o est:ido u que se teeiil r ~ d i i ~ r ( l o as coloiiins l'eili Iiavido, pel:i proj)ria coiifiss5o rio iiiiiiistro, iiiila vida (lesonesta, ilhas, :i~ie/;ar disso, iiiipiiiie, porque ecos respoiisaveis 1\50 srio :itiiigidos», lia fiiiicn c;\pressào do po- litíço, qric preseiiteiiieiite 6 chefe diiiii dos grair- cles portrtlas de goveriio e pr.esicieiite (10 roiise- 1110 e c[iic te111 aiiloi.idarle especial iieste ;issu~ito, por(jue de perto Iidoii colii os lioiiieiis e foi tes- teniiiiili:~ de factos (pie e\pOe, sei11 Ilie tiras, to- tl:iviii, as logícas coiicIiisóes.

Sigtiiiios, 1~0r~ii1, ii:t noss:i inisst'io de esc1a- recei o n~ot lvo das rlrfic-lt.~ coloii~:ies e d o estado de rles1)arato eiii que se te111 eiicoiitrndo a fa- zenda piil11ic.a iio \iltraiiiar.

>Ia1 iétiio (:;li.~aiiio, o grniide jol-lialistn extiii- to, i i i i i : ~ d:is iii(iiviclii:ilitl:itlcs qite iildhoi3 \.i:i os

problemas nacionaes, apesar dos seus defeilos coirio pollirco, descrevia, em 1903, ( 4 ) a sitiiiiçãci dos serviqos fazendarios no ultramar em ter- mos frisantes e formida~reis que, sò por si, siio um doc-umento eioqiieiite de desordem, de anar- quia, de tlespresligio e de decadencia.

Quando iiiio hoiivesse outros testeiiiiinhos,- e ha-os valiosos-o tlo homem publico qire de 150 perto conheceu as nianclxas e os labirintos das rcpai tlcões piil>liras e (tos vicios tle cpe eii- fermaiii s~ ia concludente.

Estrevla elle ((E' de si evidente, qiie de nada servem os

orcamentos ultramarinos, quarido selam feitos a dedo, sem estudo do ministerio da maririha, quando na sria execii(:Go iiáo sqam sti ilaineiite fiscalisados e quando não halu conlas claras e regularrnent~ t iocum~nf«dus. N(~t iu dislo e ~,rsliu e a respeito (Ir tutlo tlonzrnni~ccrn a rnms corripleta rnc-uria e a mars pro/undu anarqura Nu r~pnrlr- cão dc contahilrdad(~, d p e lemenfo~ pura aprpclur o.$ orpmcntos propostos pelos !jouernudares. dr trcfos c Jirc fos cle fiscallsaqfio, de durlos ptrr (c s o - rem formuladus, aprecrudas, ~ s t ~ l d u d ~ ( s (> ~ I I / ~ C I - das as ronias, nfio huura rian'a cxhsolutai7tcni~. ~ 1 ~ 1 7 1 ( i ~ ( I I ~ U I I S / I C ( I > P ~ S SCITI 17~x0 e srm cltrctlqu~r ulrlrdade prnficn Nestah cii rucstaiiciris a aprovação dos o~çanientos pelo ii~iiiistei ia da marinha não passava de s~rnagrei. coiistltiicioiial, rlaqueles que, náo sei-vilido ])ara i~ntfn, coiis- titiiiai-ii e çoiistilueni as delicitts do si- I , ~ I c I : ~ I ~ o de Castio, qiie eni lhe dando foi iiiuln tle salvar :il~;lreiici:is e de f t i p a res~~oiisal)ilidti(les, f i ta çoiiio pelxe na agria. Não c>~*rsliiitlo 1 1 ~ 1 1 1 i~islt1111-

hrcs clr fisc*trllsaqcío, os /ia~rtoritu.ros rrl/~.rrrna~~rno.s ccl.r.ririj~rurrr~i-,v~* 1'01~1i)dii11~~17fe sr111 C U ~ ~ « ( ( O S ( 'OIII

o o~.qc~nrvnto, P iam gu.s/rcrtrJo o y u ~ juigauam

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~ ~ M C ' S O . c00rauan1 a recerla que núo cnlrstzua di- /icrrltlritics E , qrinrrdo Ilies Jtrllnon dlnhcrt o, strca- ucim snb~*e a rnclr-opole l'rir u rolr~plcfrcl~ o qiicr- dro cofir?crn cl<-~.csrc~~ifg~. fiilftrrc*iii fotlos os iii~ios tic sei-cnl jiil~yritlrr.~ as chorif(~.s rlri gcBr.elrclcc dos fim- dos do tesoii~-o 110 irlll'ts~~tcct~ V

Elocp~eii tissiiiio ! (:oiiio r/~i:i(Zi.o (10 iiosso es- ta(lo firiaiiçeii o 110 iiltriiiiinr rião u lia iii:iis per- feito. Neni tisc:ilisaqào, iieiii .i-egiilni id:tde, iieiii ciociiiiieii tos; i~nd:i, pela 1ial:ivi :i iinda. 11111 caos, coirio se ~ X I I I ' I I I I I ; ~ O i~iii~isti-O &I nra r i~~ l i ;~ e111 1887, Heiiric~iie (te hlticetlo. ( I )

0r:i erii tnes coiiriicbes coiiio se podcri:i vi- ver r , :iliicl:i pai o iii:iis, :ic.iis:ii. :I$ co1oiir;is cio5 erros e cios t.riii~t.s de cliie elIas iiiesiiio eram vitlliias, pela pi'opri;t con!is"o {ias aciis:ido- 1-c?, 'F f

Poi-(pie, put ~ I I ; I I S qiie se ~)t>iise cliic sào ape- n:is algu~is in~iiisii~os iiiais pess~iiiistus citic iory;iiii :i iioia, t: i i i i i piii'o eiig:iiio. Bai.1-os ( ;oi~~es, eni 1888, íiei;ci.e~,e, n t<; Ilistoi.r:iiicio, o est:iílo de dcs- i cgriu~wnto ciii que tiitlo existi:i No i.el;iloi io

(lu' apreseiitava oc riiotivos da reíoi li):\ dos sci- wyos fazeiitlai-10s tio i i l traii~ai ciii l (i de jziilcii o (Ie 1888 e\j)licav:i elle ao i-ri c :io IiaiL: «h('- iilioi.: L1111 iiilg~isto preciirso~ (le yoss:i Niiges- tade-El-ltei 1) .Iost;, disigiiido-se eiir 18 de iio- vei~ihro de I í ( i l , pai- cai-ln regiti n Aiitoiiio de Vasco~icelos, y ~ i c eiitio er:i goveriiactoi, e calli- tào geiiernl cle Aiigola, aceiitii;i\.n jti iiessa ejlocti a iii<lispe~isavel iieçessidade de prontas provi- clençias ]):ira que 110 ~nesiiio i-eiiio tle AiigoJ;i sc fo~iiasseiii :IS çoiif;~s nos ~iliiioxai ifeb e fertures cln i-e:il fajíciicl:~, i*cceiise:iiido-sc (levictuiiieiitc tis i.eceilas c tlcspez:is, re:\lisaiido-se os ilec.essai.ios :!iiistnii~cii t o ciii pei'iorlos 1i.ieiines e pi-octideli- -

1 ,,:r i t t l i r i i i~ is t in i i<i Iiir,iitcc ira i ~ l l ~ . i r n ~ i i i ~ i ~ i c I I I I ~ I P P I , ~ I ~ ~ I P I ~ « LI~I IOI 'J KPIII~IPI IU f i f ~ r C ( r ~ f i ( l i f t i ( ~ I ~ S r ~ ~ r l r s O U ~ I (IIII(-II~<I dr 1W7- I#.?

CIO-se por fi~ii, coi~i :I iiidt~l)rii~:ivel sevei idade çoillrn os exaclores e respoiisat eis cyiie des:tfeti- (lesseiri as rbgias deterriiiiiayões ou fosseiii, por efeito d:i siiri iiiex:itu trl)sei.v:iilcia, eiicoiitrtitlos em ftiltiis coin a fazeiid:~. Slais de ceiito e \,iiile aiiiios siio decoi-ridos depois que aquele dil~1oiii:i foi firii-iado e iyxscrr. tfe delig~licirrs c ip.\/ol.(*r>.r I - P ~ P ~ I c ~ ( I . $ ve:íJ.s t~17il1ctilicrtia.s por miritos P iiiwi~.r~.s mi~~isf~-0 .5 tia r.orô(r airida lioje se lido c t j i r , s t r ~ ~ i t í i s co~ltris tl«s ftit~crotial*ios fisccles do til ti-:i tii:ii

e aiiida 11a atunlidade 6 iiiipossrvel trprcviai. pela orgaiiisaq5o ditm:i corita geral, ii:is cotitli- qóes de pode^ servir de tiase 6 decl:ii.:iyào do tr~l?iiiial coinpeteiite, qiial se*jii ti exala sitiiaqào fiiiaiiceirn de cada uiiia rias proviiicias clue c o ~ ~ s - titueiii o vasto iIiiperio coloiiinl de Vossa M:i- grstade. 0

F . l odos coiiicitliiido iiiis opiiiióes, iieit1lriiii:i (li- ~erge i~c ia cie pensar, qunsi, até, os iiiesiiios le i - 1iio5 para qiie :I logica náo ftillie.

SO eii) cei tos j)oiitos tiivei-geii OS ~ ) I - I I I ~ I ~ ) I O R e111 (fite (leveria asseiit:ti' u11i:i i'eforiirn coloiiial. Os çlaiiiores da parte da iiretropole deviaril, poi 1%-

so, sei' 01-ientados i iu i i i seiitrdo iiioralisacior, iii:ts iiifeli~iiieiite, eiii velz de se evitai-eni os esctiri- dalos e as extol-sões tão iieliiieiite retratados por ináos eaperiei~tes, pensava-se yite era I I ~ C P S S ~ I 10

evitar- os al~lisos dos :idriiiiiistradosl Era iiiiia f o r ~ i ~ a eiiipii-icn tle resolver o px-ol)leiil:i, r o miiiisterio de 1)lns Fel-reira, e111 18W, le\.ado pelo espírito cie ecoriornra que o dotiiiiioii, or- deiiava aos go\reriindores do ultramar c~iie se 1160 fizesseiii setião despesas o al)solii tainei~te i i i i -

j~reteriveis,), c( cluaesyuei- que sejaiii as rnsUes de cotiveniencin cjiie a s teiiliarii rletertiiiiiado», por- que, dizia o iiiesiilo dociiineiito, (10 estado geral financeiro do paiz, de ciija gr:ividade foi.c;oso (pie todos nos roiiipeiieti.eiiios, iiierece ao go-

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verno particiilai- ;itciiq;io, coriseguindo-se o equi- lihi io iiitli\pc.iisavel iios oi c:nii~ci~toh das pi ovin- tia\ ultraniaiiiias ct1,jos deficrls f c r i l crlé hoje sido sirp ulo., l)í'l(i n ic l r .op~ le>> (I)

(:o111 tiitio, eiriqir;iiito os ~)essimistas olliavaiii por este modo (1s eiicaigos coloiiiaes, ii~iiiistros roiiio . J L I ~ I O cle Vilhcria, Piiiheirtr Cliagas e Bar- i os Goiiies iiiiliaiii I ideiic~a segura para reco- ii1iccc.r cliic :ts coloiii~is i150 \fio ciiIliadt~s tlos t l ( l / i c x i f s de cliie :i iiia nd iiliilisti ayào ii~eli ul)oli ta- lltl ei.:i :I IllilCa l c~s~~olls:ivc~l.

,T:i \,iiiios o que f3ai ros (;oiiieç csci-c\ eii iio scii i clatoi to Vela-sc agora o cjiic esci evia Pi- iilieii o i:ling:is, cboiiio iiiiiiisti o (10 iiltr:iiiinr, eiii 1x85. 1,ikin-se, coiii iodn :i aieiiqào, esie tói-iiiidn- \ el Ichstriiiiiiilio tio 111 illiaiiie loi.iinlist:i, cliie, 1 i~4 te ciocb~iiiieiito piil)li(.o e coiii :is i eslioiisa- I)ili(l:ides iiici eiiic5 :r i i i i i iiiiiiisti.~ tlr cst:ido, iirio liesitou ciii 11or n \,ei.d:i<Ie criiel, c: ceivto, iii:is iritl~sj)ciisn\.t.I

o Mas, csc.1 c\ in 't'iiilicii o i:li:igus, coiiio 1)ode csti.:iiili:ii-sc cjiic as coloiiias Iossein, poi iii~iito teiii1)o, 1 1 1 1 1 íJ~~(-(lis!qo o ~ ~ I I I ~ I ~ / ( ~ ~ I ( J ~ ~ I I I ~ > I I ~ ( > 1 1 1 ~ 1 ( 1 [)(>r- ~ ~ o l l ~ l l l ] ) ( l I 2 ( l ( 1 llltlfl o ] ) o / ~ , 0 5 t ( l ilfl(i(! f(lzl(1 p U I ' ( 1 ( i o s ( ~ l l t ) 6 ) 1 1 ~ ( ~ 1 ~ O.% ( ] ( > I I l l P I l , $ (l(1 111 o*$pPl f~lcldo, q l l c lu- J I I I O \rro tic\\tt.\ /r~c.iirttii,svii~ttrs 1~11'(1~3

~ d ' ~ ~ ~ i ~ o ,wJ po(Iiu o s p ( j ~ (11 (pw ( 1 pi ooz~~c i i l do ,-I 1?go1([ ] )I 0 \ ] ) ( ' 1 (!.$A' .\v urct>s .\c111 ( - o ~ i f ( i o s 11ro111~tos do w J r r \(rio i l ~ t l ~ r t ~ ~ ~ t le fic.crl. 11o ~ I I ~ C I ~ I O I - .\o111 111(vo d~ c.hocj(u O I I ~ tro litor-{ti') Se lia iii:iis teiiil~o se ti! es- scb seiiic:ido inais 1)re~cii-i~iite çolllei-iniiios os h-11 [OS.))

((I?' ti11 cf:i irigi.uta, Iieiii sei, 1150 falar seiiáo 1105 Siicl ilicios iiecess:irios, 6 t:ii efa iiigis:itissiina ]N'r~):wi~r o 1ei.i-eiio :i ciist:i de i l i i i i t o 1 i*:il)aIlio, ( I ( > tiiiiito ctisl)eiirlio, pai n cliie :i% geracfies fiitii- ].as lciiIi:iiii sti q11e niifeiis os I)i illiaiite~ i*csiiltn- ---

( ) 1 (qivkr,Nf! li111 f i l ~ t f ~ r ~ l i a <!r ISrll! p.1: i 0 4

dos, i i~as as 1oiig;is liesilaqóes eiii se t[esciiil)e- ii1i:ii. esse pol~el tlesagradti~,el 1130 fiaei-niii sciião to1 iiiii cridti vez iii:iis ~)esaclos os snci-ilicios iiie- vitaveis.)) ( I )

0 testeiiiiiiilio tlc l'iiilieiro (:li:igiis, seiiil)t-e li-niico e coiisçieiicioso, 1150 pocte ser ])osto cin tlii\~d:i, de iii:iis :I iilais, quaiido elle, iio esc1.e- Irei. estas pal:~\~ias çoiitu~ideiites, iiao o hizra çoiii o espirito oposicioiiista, iiitis paii ttiv:) :is suas p;ila\lras pel:i priideiicix iiiereiite (Ic i i i i i

iiiiiiistro de eslado. Eiii face ctclle ti iiieti-opole ii5o pode e\igjr

saci-ificios por eiicai-gos de q u e as coloara\ ii:io -titilisar:iiii, e cliie iiuiicti cIevei.iniii coiistitiiii. ;ti.- gunieiitos coiili-u ellns

Bater eiii fel i o fito seru d a iiossn pni-le ~)i-o- crrrar iiovns aíiriiititl\ as qiie testeiiiiiiilieiii tis i iuss :~~ :ifii-iii:iyóes H;(, 1)01'eiii , o lesteiiiiiiilio de iii:iior valor e que iiào pode <lei\ar de ser ciln- do, taiilo iii:iis qiie o seu :iiilor ociil~ti, iiii 1)oIiti- c21 l~orliigiiCsa, iinl ç:irgo cle e~i(1eiicia- Itcfiro- iile :to si.. Jiilio tle ViIlieiia, (Iiie fez iiiiin esl)leii- .<11(l:1 ol)i*:i coloiii:il, n qiiaI, tlesgrnyadiiiiiciitc, sv esteriliso~i ao eiiil~tite tlas iiiesc~iiiiilitts 111 tas dr)s 1x11 ti(los e dns iiisofi-idas aiiil~iqõe~s pessoacs.

550 (leste clisliiito Iioiiieiii piililico as coiisi- (lei-iiqúes que segueni e clue iiiereçeiii sei ~)oiidc- i :id;is

~Seiilior - As tlespezas p:ig:is iios ciiico c\ci - ciçir:s qile decorreiil de 1885 ti 1X#!l, pois coiita tle creditos \rotados pelo ~)arlanier~to pai-;i ;is pi.oriiicias riltr:iin:iriiins, foi ni i i as s ~ g i i i r i t ~ s

1885 - 18Mi 1 198 ti(i8$93:S 1886-1887 I .:<(i4 349$5(2 1887- 18x8 1 300 060$(i-l2 1 888 - 1889 2.2,iO .520$1(i4 188!t - 1890 -- - - . - - 3.4'74; 8~iO$~MM)

( I ) I l c l.iiot 111 ~ ~ I I L . I L ~ I I ~ I ~ ~ ~ I I I I ~ I n oic.iiiic'iili) i[< I&%F-lWO

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,< A sinl j>Ies 1eiliii.a destes algiirismos iiidica qiie o eiicargo da inetropole para coiii as colo- iiias teiri segiiido 110s riltiiiios ciiico alilios iiiiiri

evoliiqào asceiiciotial e cliie, c.oiiiparado o ulti- mo c0111 o primeiro dos annos deste pei-io(lo, ;i despe/:i tripltcoii

nas c i r c ~ i i i s t ~ i ~ c ~ a ~ I I O ~ I ~ I : I C S dii friseiida lia- cloiial, e teiido eiii ~iiiisa a vasta exteiisáo do ~iosso iiiiperio coloiiial, a .iiitiltil>Iiciciaclc dos srits servryos e ns exigencias cresceiites duliia civi1isnq;io que coineqa a iirndirii-, nào seria de- certo para ate~iioristir este clesciiiieiito das des- pexas e iierli jiista~iieiite se poderia :itril>iiii. i1 desperdicios oii Iargiiezas Itixiros:is lia adiiiiiiis- 11'3~50.

((Se se advertii- qiie estão iiisçritas 110s arca- iiieiilos do riltraiiiai. as despesas de adiiiiiiistra- qúo geral, qrie ein todrrs ris t~ciqõe.s c.olor~irre.\ se 211-

rlilc.111 1io.5 o r y a n ~ e ~ ~ t o s c/ci ~i~etr.npole, se ateii- tler 2iiiid:i a qiie os cai. os das provi1ici:is iilfr;~- i i i lni iiias se et1cortfr.trtit ( rspzcrs que yr.c~)r*iciri~eri- f r llie ttdo peI tertcc.~n, se sc, cuiul)crr-trr tleliois o cti(-iiryo q t l o (r.s c01oiji~l.s t t w z e ~ ~ ~ ( 1 0 pcirz oelS-st>-(í ( / r / ( : ~ l l e (; c ) r . c i t ~ t i ~ ~ ~ ~ í e ~ ~ t e it1f~ri01- ( 1 0 cliie teor~i cts potert~~r~,s c~lo~ii«c.s íii~ ~ ~ ~ ( l i o i ' / C I I I I C I 110s seus pi-O- cersos tJe ctrlntir~tsir trcüo e qiie iião lia iinperio coloiiial cle eglial exteiiyiio qrre iellhci sido mrcrs brcr.rrio cjcre o r~osso M

«Para i-eforriiar o nosso i.egitiieiii coloiiirtl iião é I I C ~ C ~ S : I ~ I O e\ager:ii7 os eiicargos, iieiii to].- nar odioso ;to priiz iriii doniinio que constitue o I>riliieiro elenieiito de sua aiiiptitiide geogra- f i t x e n Jilaioi forca (]:i sii:i gi-aiidezn ii-iorai.

c( hfcrs SP as C O ~ O I I ~ ( I . F 11 fio ieerlt ( r ro,~l~ortsnBrlr- clarlr tio r~o.\so i ~ i t r l e s f u ~ J?rI(o~c.eir*o t! todavia certo clue iio inoiiiento ~?i*eseiite, o pais iiáo pode s q ~ ~ ) i lar o eiicargo aiiial iii:is iino Iciii rc-

cuiqsos para salisfiizei* os fi i tiii-oi, qiie :I ci\lilisa- qfio exige »

Mas ha u m depoiiiieiilo qiie convem nào fi- qiie ociilto iiesta série delles (pie taiito vez lan- yarain si,l)re a vida desiiittiilelnrlsi e :iiiarrluica (l'este paiz seiii tino e seiii orieiitaqão governa- tivti; i. o do si.. Mttiioel Afonso Esyregueira. O WLI li\'i'o, iIrie t; ti111 docuineiito iiota\lel, cliie f i - c:ir;i :i atestar as caiisas iiiiediatas da iiossa rui- iin liriaiiceira, qiie revelou o sei1 auto]. como iiiii j)i~l~licistn esiiiiio e til11 tioinetii de goveriio poli- derarlo e ateiito a todos os feiionieiios que lios- siin ilifliiir iin adniinistraqão pirlilica, coiilieceii- tlo os coilipIicados escaiiiiilios das fiiiaiiqas iiacio- iiaes, é rligiio de ser lido e coiisultado por. todo\ os que se iiiteressaiii pela coisa publica Poi elie se ~ e r i i qiie liavia sofisi-tias fi~ia~iceiros qiie prodii~iraiii o desc:ilabi.o e a riiin:i rceiicol~riiitlo- se 1101- esta fornia, c l i ~ i a silri e\celeiici:~, a auiiiento coiistaiite e rniriirts upres irljristificado da despe- si c0111 o serviqo 13ro1)i-10 dos iiiiiiisterios, r1r.s- r)itr~~tio-se da cipiic.rrqfio (pie irniccrnierite tlei)rtrili ~ P I , OS ei i i~~resti i~ios coritr.tritlos ptrrci oht-ir.r ~ ~ ( ~ p l ' o - tlritir?cl.s, cori~o criir~ttthos tie fetSr.« e berii trssirn (11- t~ur~wlo . \ frtrbctihos ilos po~.tos tlí. 111crr oii destí- Lados ao desenvolvimento das nossas co- lonias. ))

E' este cliiacli o sli igelo iiias elor~iieiitissiiiio deseiivolvido e ariil>liado eiii iodo o expleiidido Ilvro n que 110s wlnos i~feri i ido \'è-se, port:~l- to, cjiie quer a iiietrol,ofe quei as coloiiias, teeiii sido viliinas diinia a(liniliisti.aq5o bastaii te clcfi- cieiile e iiiiiito ctill)osa M:ts o 1liesiiio :iiitor airi- da ti iiitiis coinpleto, se i. ~iossivel iioiiti-o ~)oiito tlo sei1 valiosissiiiio li\.i,o, ( 1 ) rjiie to(los os por-

(') M A E\ptr Turim - .I\ I!I'~]IFIII\ I I I I ~ > I I I t i \ I ~ ~ I ~ I ~ I I I ~ I ~ ~ J ~ I I ~ ~ O / r i i f l 1 1 -

r e i r n ifo r<totf,,-l.~rhn.i. 18'Wi

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tugueses deveriani c o n h ~ c e r , por elle apreseri- ia1 ;IS causas duina siluwcào tào dccadrrite

Acaso as coloitia\ iciii sicio I ) c ~ I c ~ I c I ~ ~ ~ ~ s l ~ l : adiiiiiiislraç5o tla iiietroyolc') Nau, ' afiriiia o sr Espi clgiici i-a, ] ) o i ~ l ~ i c ((sc.r-r,icrni s01r171t tc (1s (-010-

~ i i t r s para ciil sc cwlut.nr erii 0.7 ytrl cuiccc~s r anir!gos tios rrirril.rlros yirc 11iro linli«.rr~ 1ogtrrc.s 110 rcpi!to ))

filas o sr I<spr-eglieii-:i iio sei1 rn~~~loi-ondlrrri th iio scii i-elatoi-io da tazeiida asscgurti qrie as coloiiias Leiii d:itio I I ~ C I L I I S O A n ~ e t ~ o p o l e ch qtie esta C clLie paga as t f t~s l~ezas com obras p~ibll- i a s e çainiiilios de ferro Coii~o assir-ii se o iiics- 1110 sciihoi- no seti lr\*ro lios cilsiii:i qiie (ri150 1i:i icc,iiisos pai-a 1ii osegtiii nos rnt.llioiameiitcis tilatci-iaei, dc qiie t:into w " a w e no reino e e m todas as colonias ( O suhlinliarlo e, seiiil)i ?, meu) nem mesmo para t onclurl' mui- tos clos que esla~)urii el~ceiudos, mus I ~ S O não o b ~ l a a cliie por torlos os iiiodos e foi iii:is se :tumei~leiii as clcsl)esas oi tliiiarias com novo e dih- pe1t.wu01 ~ ~ e s s o a I ' ~ ) i Mais ainda; porque 6 , qiie em gi.ancie pai tc, não potlem havei mellioramentos na colonia3 Afirma ainda o ilusti e 11ublicista, porque se gastam ([em expetiicóes mal ordena- das e preparadas, que ficaram sem resultados ~ ~ - ; i l n ~ o , s , soiiia supei ior a que custarram os 200 ki1oiiict1.o~ de caminho de ferro a construir para mantei a nossa 1)rel)onderancia nos sertões, que o Longo 1)elga rios drsliuta, e com vantagem, por- que Ia cliegara priiiieiro do que nds ,,

Sendo ~ s t o porque sei-a qrie o ilustre minis- tro progressista veiii afirmar nos documentos que publica qiie as obras publicas e os caminhos de ierro no ultrarnar eslão a caigo da rnetropole, quando k certo que obras publicas, as poucas que ha, estão a cargo do orcamcnto colonial, os carninhos d e terro, excelo o d e Ambaca e Morniugào, não sei em encargos, e y ue a im-

yortnricia coiii quc o go\ ei no adquirili o çarni- iilio dc Sei-ro tle I,oiiieiiqo hIarqiies é \aiitalosu- men le i.eiiuriic~-ado coin o trafego valiosissiiiio que tanto vaIorisa a capit:il e a pro\ iriviti i16 Moctin-i bique?

AIéiii de tiido o s i . Anselnio tfe Andi ncic. ( I )

ieiil palavras-de d0i- para o estado de Ati-tça Oci- dental c o sr Aiiselnio Vieira, ' ( A ) aiitigo rle- putado regeiiei-ador, c2 d'~iiiia exatidiio perteita quando afirma qtie as rolir ir tas expedicòes ini- Iitares poiiço 1ein i~ifliiiclo ria decndelicin [Ia inc- tropole. E o ssr. (luetroz Veloso, iiitlicado lia inuito p:ira iilriiistro d o ulti-aiiiar ou d:i fa~ei idn ao inesnio teinpo qiie lastimava a s!jiiacSo dc Angola afiri~iava que qrialido se ~)edirarii iio parlamento inforriiaçòes a respeito d a seu esta- do finaiiceiro e das S I I R S (I~vldas se reconheceu cltie (1 iião se possuiai~i c l a n e i ~ t o s pai-a tii-iia ii~fi)~-tila- cão ião direi cabal nias pelo iilerios salisi:ito- r1a.n ( I )

Ei i~ conclusào, genci-icanieiite, íicu l ~ i - o ~ a d o que, por totlos os inotivos, as rolonias riào sán culpacfas tios c1cficrf.s coin que tlizem solirecai r e- g&r 0 ooiSyaiiie~ito iiietrol,olitaiio

Sei á o ellas iini eiiciii.goL? Não sei 50 uii i cn- ciirgo logo cllie ii i i~a :icimiiiistraqiio 1120 sti lio- uesti mas sensata, seja o t i m h ~ e do.; setis go\,u- iios, que dever50 ol>ed~cei. :i i i i i i çi-itei-io .;à0 e justo, eilergico e impl;içaveI

São os prop"os ii?iiiisti-os ilo estatlci qiie atesta111 cliie :is finanqas çoloiiiaes te111 arid:itlu ao desbarato

Não ~ ~ o d e i n o s negar- cliic lacs ttsteiniiiitios sáo valiosiss~rnos e qiie e iim ir~lt . poiieo Iial)il

( r ~ 4 1 1 t f l q ~ ~ ~ r ~ ~ l l t O l l l f ~ ~ l - l ~ 2112 ~ I I ~ I ~ ~ I ) - ( IA> 1 1 0 ~ ~ ~ 1 ~ C O I I I I I I ~ I ~ O( I -

dentaes coii\i.i v.tiii-se iio r c g ~ ~ i 11 t i c r l r i c i n i i i < i (. c o i i < l c t i , i < l , t i o i i t 1.11-

meiite a urna e~ierilid,iilc ( ~ i i e Ia" pena H

( ) A qi~c\tGo / i \ ~ r c l r$$ / L I ~ ( I I ~ I (1s I N I I I I I ( / I I I \ ( I \ - p ~ g % !2 i ) Qiieii oz \ e l o ~ o - - S i t u u ~ Ü i ~ ~ i ~ i c i i i c e t i u do p<r?z-t i . in '17

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ati-ihiiir ás çolonias lodos os motivos dum es- fac.elo doloroso qiie, por. vezes, desperta trisies v:iticiiiios

Niiigiieiii w', logo que esliide o assunto, em iaes argiimeiitos, neiri havera qiieiii, seiii base segiila, çoiicretisaiido a sti:i opiiii3o possa dar tí iiotii ~)essiiiiist:i, <~i ic doiiliiia 11-0 I~OSSO grande ]>l tb l l i~ , a e\pressào segura duiii fitçto coin- ]>""\';"Io.

N ~ i s coloiir:is, coiiio :itostaii~ iniiiisti-os e go- V ~ I iiildorc~, i i ~ e s i ~ ~ o , teiii liavido iiiiii ta falta de esçi-iipulos e iiào serei eii, (qiie aliiinl i150 estou kizeiido a eaposiqão detalliada das caiisas da tleç:ideiicia possessões portugu+sas, o que reservo I):II':~ oiitro livro mais airipio ( 4 ) pala o qiial aiido 1i:i iiiii~to teiiipo a reçollier elemeiitos), qLie oculte a verdade que :i ii~iirlia coiisçieiici:i se i~ilpòe, diiiiia iiiaiieira iiisofisiiia~~el.

Qileii? g o ~ eriia co1oiii:is coino 116s leirios go- vei.ii:ido, qiieiri 1\50 teiu titio esçriipulos lia for- iii:i çonio tein scgiiido n ndiiiiiiistrnqúo iiltrama- I iiiri, ii;ib te111 ( l i1 ei to n nss:icar taritas ofensas :i pi oviiiçi:i que iieiiIiiiiiiii iilgei-eiicia terii tido ii:i sii:i :idiiii iiisli-:iqi30 propi i:]. (;ovei.iiar como :iliiiiini-ntii clirc teni sido goveriiadws coloiiias H:ii 1.0s (roiiies, Piiilieiro (:liagas, Oliveira Mar- litis, .4iitoiiio Eiiiies, Moirsiillio de Alhuqiierque, c, deitli-e os vivos, inais e111 evideiicia, a s srs. :liiscliiio dii Xiidi-:itIe, Jiilio de \'illiena, Espre- giieir:i ( 1 ) Aires Oriielas, 'Seiseira cie Soiisn e Sil-

r . vtt I eles, e iiáo ter o direito,-o iiienor direito,-- ile :i i i iesc~i~~~liai- as terras que teli?, ztpeiias, atei- te os iiiiiis pesados eiictii-#os, eergtieii(to-se, de

( ' 1 fIt$l<~ri(~ 1 I J ~ I J J I ~ C I / J ~ O I ( I I ~ I I P S U 1') Qtinn.iii i c ~ v i n rst.is piov.is clic ovii ni r .i\ iiiiioi o qeguinte de-

pniitii~iitii do \i Islii rguciin, qite h i i k guai<lntlo e qi ie ao "gora c"- cniitrri 1ii.s1ioii<1i.i t llc .I iiiii < I i s ~ u i s n do si Tc~ iu r i i n de Sniila e dizta

c r I i . I ..I? j,rooilr( inr trllrnriinriricrs 1150 tecni ril)in r l r~ ~ c l n r k ) fi~inrireiio piii 911~ YF ~~ir~ratrn~rr. POIS PIF(- ~\1:1d0 PPSIII-

f i 11-1 r i i r t r r r i r r i r~i is l rncri i~ ~~--iNo~~tif~irlr$-.l r< triiil~ro, 1IW»1 J

quando em quando, para protestar, mas, ainda assim, froiixamciitt~, seiii cutitiiiiiidr-ide, lalvez porque a lassidão que o calor dos ti-opiios ino- cula prosta todos os individuos que pretciitlem erguer a voz, para reclamar mais jiistica, itiais honestidade e iiiciis ~ecoiil~rcinierilo. Queni por lá vive, lariibein tem direilo :i qur os respvitciii e atendam as suas reclrimaqòes.

I3ortanto as coloilias, repila-se, eni ii:icia sáo culpadas da siluacRo eiil qiie se enioiili-;iiii, nn- lcs, com Irislcsa, tem visto ~ i~a lba ra ln r taiitos recursos sem ao inenos poder piir enil):irgos iis viole11ci:is de que sào viçtiinas inuçeiiles.

Page 33: Autonomia de Angola - Estudo de Administraçao Colonial

III

O que tem sido a admtnistraç&o de Angola-A Iiqao dos numeros- Despezas e receitas de Angola.-A que ficam reduridos o s seus rfu/iril\ -Controntos das despezas uteis com as inuteis,-Falta de justiea nos ataques ao cancro da metropole.

pq as se, ciii glol~o, :is coIoiiios teiii iiiais iiio- tivos de r1ueis:i qiie n iiietrol)ole, :issiiii,

i-rstriiigiiitlo-iiie a Aiigol:~, coiii iiiiiilo maior 1110- tivo se podei 6 tiriir ideiitica ioiiclusão

Aiigola i., sol) o poiito tle v~st:i da eaploi-açiio iiieti ol~olitaiia, a 11i:iis s:ici-rficarlo

NAo s5o siiiil)les afii-iiiati vas ~~essiiiiistas, sào factos, e itrctos coiiil)i'o~:icios coiii iiiiiiieros, os tlliaes voii, eiii alg1iiii:is I)agiii:is, desfi1ir:ii-, i i i i i i iu

ziiialise frr:i e se\reiii, seiii iiie ceqireiii pieocti- 11aqõesqiie l~ossaiii ferii- suscetilidades iiacio- iiiies, tniito iiiais que, sei \riii(io n verdade, sii - vo, iii~plicitaii~eiite, acliirla gr;iiirle e h I : i terra, i l ~ c leni vivi<lo seiiipi-e sol) o I)eso tJe :içiisa- c0es se111 fiiiida~iieiito, seiii siiicel idudc, Iaii~ti- (Ias :i]~eiins roi11 o iiiiiii to de :t aiiiesqiiiiilini , niiiiia teilacida(1e digiin tle riiellior causa. A ver (1:idr ei-glieiido-si. iiirlisciitivel, afasta qiiaesquer- 111 ecoiicei tos seiiliiiieiitaes coiii fiiliniiiaiites pi-o- v35 (Iecisivas e iiáo c jiisto qiie deixeiiios coi-rei. iiiiiiido idei:is 1,ast:iiite iiifelizes e ilifuiidadi~s.

A vei.d:tdrl deve sei- seiiil)i-e :t oi-1eiit:icloi ti dc < I L I C ~ I esci-c\ c coiii o Iioiiesto iiituito tle iiiorali-

S ~ I I * c 115o foi c*iii.~\i o b i ~ i ~ i i ~ v ~ 05 :I c c ) ~ ~ c l ~ ~ s i ) c ~ s ( j ~ ~ e ellvs li50 pocIcii1 :it111g11 .

H:( ilos i1 i i~i ic~*os e~isiii:iiiic~iifo~ Y:II 105or; C' ~'111- I~oi ;t iiiio sc,lniI.r o uiiico eleiiiciilo de coi1frorit:i- CSo, oii cle c\l)osicáo, eles sàu, t:iiiil,eiii, coiiio zifii-ii~a n sociologo Gi.ret,(') iiiiia 1):ise (te cstiitlo c. tle í i i \ estig:iq:in. ()trerii os ni~alis:ii, fi i:iii~eiile, r.rilei.iosaiiieiile, sriii iclci[is l>i-ec'oiicel>icl:is, (Ic- les veili siirgii- :i segui-:i c.oiivicqào dc tiire tjiieiii :ifii ii1:i cjiie Aiigoltr teiii siclo i i i i i sorvrerloiii o, ii:lo teiii r:ufiu iieiii te111 l i ~ i i i c > \ :li-g1111ie1lLo5 LIIII qiic :isseiiLe o scii ci I tei io

Antes (te 18.52 iiào c\istlu coii tal)ilid;itlc.iil i e- giilni Iin\leiitlo uinn tIiticiil(lat1e e~treiii:i pniii ohtei- cleiiieiitos de estiido c eriit)ora h:i~:i i1111

orq:iiiieii to coloiiial tle 1 < Y z l : 3 - 18/44 (T,ttv\= ,101 (150, O «i.( ci~~lcrifo (. n s c .o lor~r t r s ) ii5o iiie loi po\\i\ cl eiicoiili ai o ((iie se ~efc i ia cslit.ci:iliiiciilc. :i

Aii#ol:i (:oiitiitfo 6 1:ic5to pio\:itlo qiic :iiitcs clc 1HT,2

iiào Iiouvc, (1~1:14t (iefic-11 e> os d;l(los (111~' C OIIW-

giii ol)fc.i, ii:i tlisliersão ( l o h ( I o c i ~ ~ i i ~ ~ i l o s o(!( i:lt'\ ~)utilic:itlos, heiii o garanteli1

OS dados qiie ol)tive, coiii gr;ii-iclc ( l i li( iiltl:i-

tlc, 4ào OS segliiiites: - -- - - - - - P P - - - - L- - - --

hnnor I RECEITA I O L ~ E L A ( DIFERENFA

Page 34: Autonomia de Angola - Estudo de Administraçao Colonial

(:orno d ~ g o aciiiia, Irnseatfo iio testemunho de Levy .Iorclào ( 1Sfi7) ri50 Iiotivc oi caiiitliitos att! 1850, iiiac, iiciii o de L851 eiicoiiti c[ . 'I'otlavia, para descaigo tlc coiiscic~iici:i 1)cdi :i i i i i i ilistinto tuiiihioiztii io i1111 aiiini iiio, eiii I,oniida, o seci eln- iio grrol d o govci-iio o si.. Dr. M:liiiiel M:iiisr- Ilia, pai3n iiic pieslar o sei'vrqo cle ol)ler. cio 51111-

iiic,l)~'~Lo~ (Ic ' 1azcntl:i <le Aiigol:~, o f:ileçitlo 1:c)iites Pc.1 eii a de Melo, pelo iiieiio5 uiis a~ioiiiamciilos

0x1 iiindos Foi coni pi-otliiitlo desgnsto ineii q u e 0 iliist~e tiiiicioriai-io rnr çomunicoii qlie o arqiiivo csl:iva eiii tal cst:icio qlie era irnliossivcll ~oiisegiiii o iiiciior elriiiciito de 1r:ili:illio Sci ~iiesiiio (1 IIC' 11111 f iiii~i011;1i-10 de Xiigola iii:iiid(iii iio I ) I . I I ~ C I ~ ~ I O (10 seculo ~ ) : I S S : I ~ O 111" 1raJ)cllllo Vil -

lioiissiiiio sol~i-e :is 1iiiaiic.a~ d:icliiel:t 1)ossess;io. A~)es;ii- tlc todos os esfoi--os c prociii-as 1150 con- segrii ~ d - l o Foi lia vorageiii.

(:o111 tiitlo, apesai de ser 111 tcressaii te urn es- tiido tlesla 11;it~iieza. ~)i.iiiripalrnerite i-elei*llido- sc :io pei~o(Io cniistitiiciorral, o meli poiito tle 1~11*11(1;i sei.8 a rl)oc;l i riicial du p:icific.scSo :to i-c~iio, aptis as I~ilas civis dos jiiiiiieiroc tempos coiisti tiicioii:ies, eiiti.:itid<)-se n o i-eginleli dos me- Ilioi.:iii~ciilns matei-i:ttls e tio reciirso :iltet-iiatlo a o ci r(lilo c ao iiii~~osto: coiii OS gi.:iiidc~ dr/its que :iiii(i:i se ti50 extiiig~iiram

Dalii :iv:iiite ha, *]a, iiitrioi. I cg~ilnritiatle na es- c.1-iliirncào, qiie se i.cflecliu, cel t:liiieiite, nas co- loiiins, :ipes:ii- tios Iiintos Ii:ividos, o qirc pi'ovn

;i0 va- qiic iieiii sciiilwe sc ligoii iiiipoi-tniiciii :i 1' lic~so sei-vico ~)uhlico Coriveiri fixar coiiio poiito dt pai Li(la esl:i cpocn por'lue E t:iiul)eiii tl:tlii CILIP os varias I ~ I I I ~ I S ~ I ' O S coliieq:kliI :i s1i;t CXI)OSI-

cáo de 11iinic.i-os. 01-;i, lios 01 C ~ I I I C L I ~ ~ S deite tcitipo, ha ensi-

iinniciilos tao rloc(iiciitrs, tào tligiioq diiiiia aria- Iise ~)orrnencii.isada, (jue vou, arites dti liiiln, apre-

seiilh-los aiiiio a nriiio, j);1iSa (Ic~)ois us eiiglol~nr eni c~uiiiquei~ios c, por fiiii, e\l)O-los, 1 ) 0 1 - c011 juiito de verl~as, cluc (Ieeili coiii ceiato rigor, elenzei~los segiii.os de apreci;icão.

- - - - -- - - - /

DIFERENÇAS IIS 1 RECEITAS I DLIPEZAS /

1852-53 1853-51 1854-55 1855-56 185657 1857-58 185g-59 1859-60 1860-61 1,361-62 1862-63 1dG3-64 1864-65 1865-G6 1866-67 1867-68 1868-69 1869-70 1870-i1 1871-72 1872-73 1813-74 1874-75 1875-76 1876-77 1877-78 1878-79 1859-80 1880-81 1881-62

- - -- - .. . ( I ) - u 0

I t.io <nleva<lo :iteii<lriirlo ,I\ \ r t ~ : ~ t ~ ~ i t ~ ([III, r \ i~terl i nos q i ~ ~ t r l r o > liit\ ( l i ~ e i 5.1s repnrticüe? 1 t o i i~ c ~ p r c i n l i < l n t l ~ lios c o i ~ r o > riiilit.iie~ (Rrlu- tor r < , que ncoti~pniilin o oi (n~i i r i r tn (ir 1856-5i

( )-1)estle lX;i8-59 n 186445 tleiuoii-\c </e ~oiifecinitnro or(íiiiieiil<i, ibii ~ w l o I I I C I I O ~ , ~ I e i x o t i <I( ~iti1>lirrt~-'ie SCI > 11110-110s 110 .111110 d ~ . 1&7-%i :il>csar de iião b c mdei :tssegurar duina f n r m a prrcis:t, pnis itr\les ei t- 1105 <leeorr1t1o1, dt.\r*ii~ te r Ii.i\ ido altcrtiri,c> q u e s r ni:iirilestnm no ( i i q n ~ i i t ~ i i l o tlr 1HW-65 ? a tabc1.1 clr confroitto :i{utrrce. tor~tut lo, ,i re- c ( b 1 1 . 1 ? i l l y ~ c ~ ~ il(- 1RkL-b4 qie que nte \irvo

237 570g990 237 5506990 251 513$20Cl 251 543P2(W 256 3238205 227 0584400 227 0581 400' 227 0589400 22 i 05S-8400 2-27 O58$400 227 05Rg400 253 1044489 238 104.8439 258 1044489 2b2 0308845 262 719&505 262 7199505 262 7 19&505 280 741aX(XIO 230 7411000 280 741&000 280 741$0()0 542 332$(KK) 565 9749000 565 9744(KN) 565 974i3000 565 9749000 472 362$00O 433 2 0 2 4 0 433 2024000 - -

co11seI110 w t C t

4

239 401~788 229 401 a788 268 ti3Hdd2tl 208 (;39&82U 2i-2 301$171 296 (JO0$592 298 0008594 298 000.i591 298 O(H)$691 298 (HlO&ó9t 298 000#59t 345 GGOg393 413 190g241 413 19C32i1 3d3 2026646 369 210R0.20 Jb9 2104010 369 2 IO$O4O 299 4444126 299 44141-2(3 299 444à126 299 14 i d 12G 542 1658221 556 110x530 55G 11085.30 556 t10$530 556 110fi530 588 03dl f26 386 658$6@5 586 6532685

COII \ e i ic~l lo

l i 0'36&610 17 O<JU&620 17 93iB9Tl ( i )

50 912à19 4 7 0 942&1!14 (2) i 0 9124194 70 9 124 192 i 0 9428194 C0 942419 4

127 555g904 155 09141;,2(;j 155 001a9T52(J> 121 171$rOíI 106 1!)0&53d 106 t90&535 106 4Cf0,j535 18 i036126(4) 18 iO3dE116('j) 18 703$126(4) 18 702 $126 (4)

115 676442G(5) 153 456&G85(6) 153 6569685

(111e o ri~/trf/ i)( ? I t > 111

I O líi9%2OS X lí;9$2l)a

68+7i9 !I 41i384TO 9 4h38 [i0 9 3li384íO !I 4b3S470

o\ I I I C I ~ I I I ~ I

Page 35: Autonomia de Angola - Estudo de Administraçao Colonial

DIFERENÇA dI/oi / F ? ~ c E I ~ ~ 1 DESFEZAS 1

NEGATIVAS POS~TIVAS

I'!-til ste i f ryl i t i , p o i e i n , t3 c < i r i s r i l i ~ i , i \ r l i i i i ~ i i i i ~ . i i c i i u . ~ ~ l ~ i l i ( I,!.. I I I I I I -

I=*< ~ ~ l i ' : l l ~ l r l ~ l i1 l i l l . ! l l r ~ l i : i 3 ~ , l l l l r h , i I11 I 1/,1,7 (11, 1 . 1 l ~ ~ l 111 ~ i e \ \ o ' i l , \ i (].-to !li!\ ,.*~lll\l< I< illc!.. c \ r ~ . l l l l c15 r, il<~Ikl.. <&\C 11~11 '~ t 5, t [ l l l d , i.111 1 1 ~ 5 ~ l I ~ < : ( l u lll. 1111)-

1 1 . 11, I w t i i i i i i i l i i r i r l r i5 , r i i r i i l i r c l i i t . 1 1 ~ 1 I I)! I i ri1 i i i > r i i i i ~ \ i i i i i \ t r t i n t l r r ! r I ' r r ~ f i 1, 111(!1 11 1' I [ I I O \ I 1 0 1 1 1 ~ I ~ ~ ~ I I ~ ! ~ I J < ( I ~ I I I 111 rir r ( , l n o O\ \ t i l ~ r ~ ( I ~ o ~ ( ~ I I I ' I ~ i i r f i i i8i . l f l i1i , \ /!"i r l / r j i i i i i r r r f7rr i / i iwhir / i r r ) i r i i i i i r / < r r r i l ~ r u l l r i i r i n i i i r 4 h i i 1 ir1 11 f ) r f< 101111~ 111 J ~ I ~ I ~ ~ I I I I ~ ~ ~ I ~ ~ ~ c % fc~1~!lt1111~11~1 $ ~ I I ~ P / I I ( ~ \ i ]!I ~ ( l < , i i f i ~ n \ r:rl(t$ n-- 11:t !.iIi!i i í i ({III . i i i i i11~1~1111i . i ti o i r , i i i ~ i i i t i ) , i # \ i i i . i i l o IMH ,Ti>çt3 11.1 C ~ l \ ~ l .\[I l i i I l ~ \ l.i..lI I

1 ' 1 - (<\.I ]>.!i< I I I ~ 1.1 r11 : \ i r g o t . t , 1101 1 \i 1111>lii. .i i i c t 1t.i Iqii o i < . i d , t i i11 I I 1.ii * i i i ,!ris i t i i i l i i i i c i i f f i - . ~ I i i ? . r i i i i i i i rL<! i i ( t i i i l c i i% [li, I$!íii-l8.l>G .i 18137-

I s ~ ~ S , i 1 ~ ~ 1 1 1 1 ~ 1 ~ <]I rI1lC' 11.1 l l ~ l l l ~ 1~1,. ~ J i ~ l 0 0 1 ~ ~ t l I l ? l l \ t l .> l l l l \ , l 2111 kb \? l1~> l li111 i l r ' l i r 11 111 18 i r i i i l l i \ ( t i i i . i i I l , i i l . i c c i i i ~ i i i 1 ~ 1 : 1 i c[rit5 i ' \ t n i i r i n c : i l c l i l . i r i n < r l i i i < I i i ~ i f i i t c t i\( III<\.I\ .i\ ,il1:111tit g . 1 ~ t5i i ) l i <O 6 n n t ~ v , , J*! ( I c ~ p n i ~ de 1111-

) 1 i i b s \ i i o i111 . i i i i i . l i i r i 51. i r r t b t ' i i , i r . s l : i t i \ i i i . i 11.i . i l f . ~ i i c l r g . i i l r l.ii.iiid:i ri(! <!111iu [li I R 0 0 4 i1'11 I N 1j11(, < < L r \ l ( x 111fi111i/t>qa ~ ( ~ I I I <4 ,11 f f c t I!? i!,, R( ~ I I J I I C , ~ ~ ~ ~ , I ! , IS~LI I I I I I ! P I I 11.11 I I: \ ~ t i d ~ ) i!(lr[rr, Ir , , I I I J I I 1.W I.YrlI,$~!t,l) ( I ? ~ l i f f i I r i , q t i c . i r . i i i l ~ . ~ i r l i . i <i i i i i . r r i i < i i t o <Ir, IX7il-;l rr \ \ i i i . !<l i i I t i w 1 i i I i i Io ([.i \ i l \ n i a><>

1$52-5.3 n 56-57 ) 1.231 4714580 1857-114 a 61-62 1 1.35 292&(XlO 1869-63 a 6fi-67 1 262 4026732 t i - a 71-72 1 329 6108515 1872-53 a 76-77 2 235 76l/lXH) 1877-78 a 81-82 2 410 71 $$O00 1862-83 a 86-87 2 S i 0 210dCKH) 1887-88 a 91-92 4 280 32ddiWI

40.557 7288564

v 7 Iri(lris cstrs n lq i~ i s i i i o s ~ ) I - O V : I I I I . c .J ;u. ; i~~~~ii lc , que Aiigolo ti50 tciii sido ~ioup:itl:i pelos goi (11-

tios. 1)c :iiirio pari1 ;iniio ri esceiii, i:icta Y C L ii~iii~, os eiicalgcis tnii to qiie :i iim:~ i cçcit:\, ciii lXTi2-.i:i, i le 237 coiitos, coii.esl,oiitle ciii l!)Oti-!#I?, uiiitt

. i i i i i o rl(- 18711-1871, r i i i i ~ i w esta i v r v i l . i (,i (1.15 : i l l , i i i d i ~ ~ . i ~ c o i i i r l t . i i i c i i - !ri\ saiielliniites, tiii c o r i i p i i i . i i l n c i i i l i , $ UIHI$I)OII, i i iir11.1 i i i i . i \ .ili,iiirli--

g , i + V ' tMM$OiM, n u n l e r t n ~ ~ ~ I O I I ~ ~ O S I I i{?1rtlt11 10 LIC A 1 1 1 I i ~ i r l ~ ~ < 01 I o, n c o i l i - ~ ~ , i i i l i i i i i d o n o i ç a n i e i i t o tle 1871-761

I,) aI)o i i i a p " geral qire a c n i i i p n i i l i , ~ o or ( , t i i i t . i l t r> reli-i'. c1i ic n5 r . i l i l n s i i e g n t i v o s <Ia> prol i i i r i.is < . i i b o \ i * i i l i ~ , A i i g f i l i i . > l u c . i i i i l > i r ~ u c i 1 \ l i i r l o <Ia I i i r l i n s u t i i r , i n i n 748 5 i t i f lSD. r ~ i i i . o\ \ , i l<l i i% l>o5iliios d:i \

[>I n v t i l r i a 5 c lc S T o i l i t e P r ~ i l c ~ l i e e (ir \ I , IC~I I I e '1 ~I I IOI i ~ i ~ p o i t ~ i i ~ ~ ~ $ 1 1 l i $ 421$131, 1 i . i v e i i i l n i n i i . ~ i i l o , enr i c l : i c Z r i .t t t>t l . is .i\ ] i i o i i i i i i . i * i i l 1 i . i -

i i i i i r i i i o i s , i i i n <Ii.,ii rt fie 18; l 3 5 ~ 0 4 ~ , i > q i i < i i , 111>113111, IIPIIC d ~ . i < ~ e J i i 1 nuscl~c- fui -se r i l r i r r i a d o i'tii g r a l l d t ? pf i f [C ~)el.i<r T i l ~ . l l ~ ~ ~ C( \ ~ [ I I C i ~ i i i 1 1 1 e n e n 1 i L 111

i i o s i l u z i < l r n s e s t n > i e l e c i t l o ' , r t i i a 1 5 u \ p r c i a l i i r c i i ~ r , i i n a d i i ~ i i i i s t r ; i ~ ã o i111- ,{e 'I'o111:tr 1<1be11 o, qile :ir O I I I ~ : I I I ~ I ~ ~ o o i q : i ~ i ~ r i i t o i l r

($1 -O J l n r q i i e 7 ( I r S . i l > u g o s : ~ i l i i ~ .i+iilla 11 i > i . < . i i i i ~ ~ i i f n tle 1880-51 <$r q r i e *<\c-x i- ~mr~*n>, ~ > y l t l e i ~ i i - \ I > \ <{!ir r > t c q nlg.11 I'.IIII>> 11.51) 550 e\])t r ~ c i ~ l r i <.r.iti.s.;iliia tIn s 1 i i r : i r . i ~ f i i i : i i i c<~ i i .i ( L I \ 111 r i \ l i i ( 1 . i i i i t l i . i l i l ~ l l til:l\ I1

Page 36: Autonomia de Angola - Estudo de Administraçao Colonial

oiltr;~ de 1:,">17 conlos; ou, litira seguiriiios os iiiesnios ibaciociiiios, a 1.234 coiitos no quiiiq~ie- iiio de 1852-53 a 1856-:)i, enfrentniii-se os elo- c~ue~ites alfi,qrisriios de 1902-903 a 1906-907 lia iiiipor-taiicin de 8 250 coiitos.

Objectar-se-si- hlas a uiiia despeza de 2'29 coiitos eiii 1852-53 correspoiide tamlie~n uiiia de 2 / 7 7 contos ein 1906-907 e, relati\?nnieiite a qiriiiqlieriios, aos 1:970 coritos defroritnín-se os 11 $164 coiitos!

E\lideiiteiiietit~, iiins clue teiiios 116s coiii isso? l'eiii oii iiiio terii Aiigolti corres~~oridido aos ape- 10s qiie ela iiietrol>olc llie têi1-i feito, l~agando os seus tril)iitos?

Xão lia d i i~ idn iieriliiiiiia (pie teiii. O CJIIP era iiecessai io era qiie os go\~e~~~iostivesseii i acoiii- pa~liacio estes sacriiicios coiir uma ])e111 ordeiia- (Ia despezti &Ias, loiige disso, o qiie se teiii e :il)iisado do crescelitc auinelito cte receila, creaii- tio tlespe~ns que ~iotliaiii beni dispeiisnr-se o11 :iunieiit:iiiclo :is (pie tleveriniit ficnr estacioriarins, drr\:iiido seiii cresciiiieiito as de carac ter repro- rllitivo.

0 s I I ~ I I I I C ~ O S qiie apresei~tei, apeiias iio coii- jiiiito, pi'ccisnni ser, l~oreiii, desfiados, :al~reci:i- tlos e tlisciiticios.

Fu-10-ei, porTiii, por agora, até 1!)07 I)oi.qiie coi.respoiicie ti ejioca eiii que foi 1ancj.ida a assei- ctio e 1101 cliie o quiiiqiiciiio cjiie coiiieçoii ein 1908 alndil liiio fiilclou, 1150 110deiitlo fazer-se o cnlciilo c0111 ~rec i são . A coiiclusão, t oda~ io , poil- co diferirA geiiericali~eiite.

Se, elc facto, 1i:i iiin eiicai-go çonstaiite e ci-es- çe~ite II:NL;I a ii~etropole, c f d ~ a de tocln a duvida qiie as tIespe~:is cliic. se teeiii feito iiào stio, dii~ii

riiodo geral, das que a proviiicia iiiais precisaria, antes tem liavido iiitiito esl>arijaineiito e iiiiiíta falta cle boa adiniiiistraqáo, coiiio vainos \.&r.

OS d~ficits soiiiados cie 55 aiiiios siio de '3.ti4.2 contos, qiie dão a inedia :iiiiial de 175 coiitos e ;i cluiiiqiieiial de 8TG co~itos cjiie, como se veiii, estáo srijeitos a iiiil>orlaiites rectificaçóes. hlas, t~oiiio 6 sal)ido, ti111 oi-çameiito e o c0my~ito apro- siiiiado das receitas e despezas i.efei-elites ri i1111

;iiino ecoiioiiiico rie cieteriiiiiiada iiiiidade poli- lica e adiiiiiiistiativa, seiido coi-reiite cpie as re- ceitas sc :i\raliei~i pelo iiiiiiiino e :is clespc~aç ~)clo iiiaxiiiio

Nos orqaiiieiitos coloiii:ies foi iiiesriio iiilro- tla~iclo, desde 1902, o cxçelenle lii-iiicil~io dc se :ipreseritnreiii as difereiites \.ririoções sofri(i:is, c assiiii, se ~)odeiii corrigir iluaesqucr oscilac6es cjiie se teiiliaiii dado e apreciar as circuiiistaiici:is que se teiiliniii apreseiitrido, favoraveis oii dcs- tavoi aveis

(:oriieqniitlo elos priiiieiros n'c/7erls qiie sc \leeiii lia tabela geral das i eceit:is e desj)ez:is tle 1855-56 e 56-57 eles iião foruni re:ilniciite tle 17 957:9/1 contos, ]>ela coiifiss,?o do coiisellio iilti.aiiiarriio. Siipòe-se, pois, qrie feclioii o niio seiil (ieficlf A iiiii tleficrt previsto (te 26 coiitos eiii 1852-53 e 53-54, corresl~oiideii 11111 saldo 110- sitivo, aliAs ~,ro\~avel, de 8 coiitos, o cliie denioiis- frn cliie a 110ss:i ~~res r i i i~ i io ni i ic~t i iios é tavoiavcl

Teiiios iiiais que dcsde 1Xti:S-(i4, :i 1869-70. lioave, (1) eiiglobaiido tudo, iiiiia receit:~ de L:l,%ti coiitos, quaiido a orqanieiitada era de 1:824 coii-

( ) Rclnloiio cio iiiiiiistio Aiit1i:itlc ( o i ~ o , tlc 21 (li, i n ~ i r t o (Ic 1874 pai: 19

Page 37: Autonomia de Angola - Estudo de Administraçao Colonial

tos, o clrics da rriii:i tlifei-eiiqtr pai;{ menos de :IX2 cciiitos, iiestc es l~ tço de teiiipo, e , portalito, uiii tl(*/icrt, :iIieiins, de 546 coiitos, qtiantlo, coino se v@, o coiilpiitndo era de 878 coiitos

Isto sillioiido qiie as despezas fosseiii :i\ oi - qanieiitadas o que, coiilo se sal~e, iiiiiiça se dii, 111 ccisaiiieiite, linveiido pela yropi-ia coiifiss50 clos iiiiiiisti-os dessas cpocas difereiiçns para nielios, sciiil)~-e.

Mais. 0 orcaiiieiito de 18'70-71 liiilin 11idlc:ida :i receita c l ~ 280 coiitos, oiitle eiiti avniii coiiio quota ;~lf:iiidegaria l i 3 coiilos. I'ois, 1)el:i iiota que se coiiliccc, c veiii piil)lic:id:i e111 tlociiiueii- tos oficiaes, foi csl;i elev:id:i $1 320 coiltos, do ílrie, ciii \.e,: dos 18 coiitos ctc t /~/ icrt , i osull:~ uiii sal- (to ~ ) o s ~ t i \ o d e 128 coiitos, u rliie, iios niiiios de 1870-71, 71-72, 72-73, 73-74, iios ct:i tiiii saldo cle *',lu coiitos, ciii vez do tl(./ir-lf, ~>rc\~is to, ii:i ilies- iii:i c1)oc:i. de I 4 coiitos.

O t/c>/ific.rl, de 1879-80 c 1880-81, scgriiitlo a pi-o- 1)' ia coiifissáo (te '1"liuiiias: Ilil)eirr> ( I ) , iiiiii~stro (1:i iliai iiilia cliie assliln o oi yniiieiito, «tle.stJr j(í (/{JI)P f 1 0 1 l 5'1t!Ci'(l1'-,~0 ~ l f ( ~ l l l l ~ f ~ 0 (> l> l {]i ( t l l d t ' ]Xfi*iP,)>

iiiris çoiiio 1150 possiio e1 eiiieii tos liorqlie possa :11)1-~~1;1r o seu ~";10r, iirio o rtiiiiiiiuo.

1)cstle 1882 ate 189'2 ri50 tcrilio eleiileiitos ~,ni-:i i cçlilicai- a s c1esl)ez;is e receitas, nias ~iesiie 18$Yl :it6 agora, l~ijdciii-se colisegirir al~uiiins 111 ovas pelas c[rt:ies se çoiicliie cliie iiào P jiista :I aciisa- yào ieitn ;i 1)rovliici;i.

Eiii 1897-93 estava orc,.aiiieiit:td:i uiii:i i ccei ta de 1.137 coiitos e iiiiia despeza de 1.270 1'01s ])e- las coiitas tlo c\eicicio se sahe que arlucias fo- i niii iio v:iloi- ile 1 -I-!)(i coiitos e estas iio ~ : ~ l o i - tle I%!) co~itos, O ~ I I C ' , e111 YCZ diiin t l(>fictf, de 213 coii tos, 111 oduzlii tiiil saldo de 207 choirlos.

( ) 1:c l . i lOl i 0 tio i i i i i l i ~ I i r i , 1,ag 2

Eni 1803-i)l liavia i i i i ~ a r ecei1:i 01-r;.tiiiiciit:iil;i dc 1:211 coiitos com iiinn depezn de 1 280; in:is a rcçerta foi, n:i i-ealidade, de 1 829 coiiios e :i despem de 1.361 coiitos, o cpie eiii ~ c z do tlo/~c*lt. de 47 coiitos, iios tieu realiiieiite, 11111 salrio rlc ri40 coiitos.

Em 189~1-I)T> o~ynineiitava-se a receita eiil l.(i:34 coiitos e a clesl~ezn eiii 1 : 3 2 coiitos coiii uiii sal- do, portalito, clc 102 coi~tos &Ias essas previsóes oryaiiieiitaes iuodificai-aiil-se, ~i:issaiiclo a i-cceita :i ser. de 1:3'20 çoiitos e n tlespeza cie 1:280 coii- los, o q i ~ e d6 i i r i i saldo eiectivo de L10 coiitos,

Eni 1897-98 Ii:~vi:t t r i ~ i d~íific.lt, \)i cv~sto (]c 408 coiitos-e liouve, afinal, saldo rie 438 coiitos (1Ec- çei ta l.(i29 coii tos e rieslieza 1 192)

11111' 1898-09 liorive tinia receita tle 1 !)!I4 coii- tos e iiina despem tIe 1:280 coiitos, o que dvil eiii resultado (pie o tl($tait, qiie se pi evi:i cte 31ii coii tos se Iraiisfornioti iiiliil saltlo posi t i \.o clc 171 4 çoiitos ( I ) .

E111 18!)9-!)C)O Iiori\,e receitti tle 1:S-tX coiilos e clespeza tle 1.102, (10 que i esulta qiic o tlo/ic.il . cle 340 coiitos se tr~iiisforiiioii eiil stildo l~ositivo tle 74(i co l i tos.

I<ili vez tluin tl~ficrf geltil, desde 1832 ;i 1!107, (te !):(i00 coiitos, elle desce, :icertaticto os tIa(los ofiriiieç, R cifra iiiuíto iileiior de ,i 36'3 coiitos, o que eiii vez (lu defirif iiietIio ;iiitial qiie 1" COII- SJ~JI~:II~IOS de 175 coiitos, o rctlu,: ti iiietliti tlc !)i coii tos por niiiio. . . 1 iveilios, porta t i to, 1)nseaiiclo-lios seiiipre iios dados ofic~aes, qiie o tl~fkif iiikdio geral (Iesrle -- .--

( ) l o i o t o I 'ret\cii:i tle \oiiaa, ~>ul>lii,ic\n >>:i \ol>i\s i i>ici I (+ - f~ i s lncc io riltr niiini riin, (png 442 \ o1 1002) ( oiiitti(l<t, i io i i l i i> \ oliiii~r, ~ l a h o i .iclo pelo iiieiiiio seiilioi, o npic~ei i iad<i . l i criitt i iin i< \\,iti I r b gisln\i\ .i (tc 19(1'>, a p,ig 1\13, kctir iiiiiù i t ciaita (li. t R / R coiitci\ i, riii 1 1 . i ~ .$97 uiiia (leil~ez.i tle 1 008 coiitoi, o 11111' I v-,uit:i titii 5.iltlo iii:iinr [ l i 08;. ionlo\ Cni <[tia1 ( I o ~ dots IIO\ d ~ \ i l i io \ íi,~? 7 I ' I Y C I I ~ O ~ , C O I I I O c \.I( 10,. (15 ~ I ~ ~ I I ! I O \ , 1101s~ j > i f ~ \ a% elr~it~~zle, \."to o\ q i ~ c * I (~itiit .i111 tio\ i z b l c i110s +I

giiins tln coiilzit>ili<latlc do iiiiriisit3rio

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18.72 a 1'307 te111 sitio cie '75 coiitos, e 1)ateiitei.- iiios I~eiii este iiuinei-o 1):irti que o aiguiiieiito seii~pi-e npieseiitado c seiiipre aceite por totlos, de ijue A~igola 6 n rriiiia da iiieti opole, iião fi- que subsistiiido.

E' coiiio se v@, de 1901 eiii de:iiite qiie co- Iiieqa, 11e1ii nceii~uada, :i crise liorrtvc.1 tle cjiie :iiiida se seiiteiii os efeitos e foi iiesse aiiiio qiie se iiiiciaraiii as \.ioleiit:is arse~iietidas da 1)ai .t~ de certa iiiipcensa ~)ortiigiii.sn c certos yolilicos coii- 1i.n t i absorqáo dos i-cciiisos pela 1)roviiicia

;\Ias iiiis deveiiios, niiidn, fnxtr iiiiia desti.in- a. I i e l ~ ; w i ~ ~ d o , de relaiice niesiiio, ver-se-;i qiie

os grniides t l ~ f i c i f s siirgeiil ~'rnwll):tlincntc desde 1!)03-!I01 ALP essa elloca os tlrficrfs, c-oiiio se e iio qu;idro ]unto, sito peqiiei~as difereiiqas, que iiii i i-

tas velícs cliegavniii, pela ~irolwia t'oiifissão dos iniiiisti-os e ]>ela aiialise das coiitiis d o tcsoiii*o, :i ser xiisigiiifi~':~iiles, tsailsioi ii~niido-se eiii saldos

Eiii 1903 al)ai.ece-iio4 o 1,i.iiiieiro grniide r / ( , - li(-rf de (i44 coiitos.

1)nlii avaiite foi ~);ivoroso ;il~arecciido-iios o iilnior rle todos eiii lYO(i-'307 liiqevisto lia iiiil)os- taiicia de 1:260 coiilos.

;\Ias fixniido-iios iio deceiiio 1!)00-910 116s veinos que rio 1 x 1 iodo rlue vae tle 1852 n 1899 I io i i~e ~I(~/ ic . i l . s iio viilor total de 5 ,500 cniilos ao passo qne iio peyiotlo de 10 niiiios qiie veiil cies- de 1!)00 n 1!)10 Iioiive-os iio vlilor total de 7.100 coiitos

Eiii 37 aiiuos. . . . . . . . 5:t500 contos. E111 t o :iiiiios . . . . . . 7 100 coiitos.

I<fectivaiiieiite 1150 teem sido satisfatorins as roi~dicões eçoiioiiiicas e fiiiaiicerras tie Aiigolii. ;\Ias sti cegos, diiiiia cegrieii-c? fatidicn, 1190 \ iaiii qi1e asper~iiai iei i tes despezas iriiiteis, qiir este cto~istai~ tr vasar de eiii] ,reg:~dos, l a ~ ~ i ~ i e i i l c cs-

tipendiados, lias repai tiyões ; este acaii1barc:i- iiiento continuo da i-iqueza colonial e, inais qucs tiido, estas deplor;\\~eis iiiedidas arIiiiiiiistrativas dirnaiiadas de geiite seiii o seguro coiilieciineiito dos fciioiiieiios locaes, só cegos, iiisisto, ii5o re- paravam que trido corria para iiiila i r i i i i w fntal.

Porque e preciso reparar neste terrivel siiito- nia ; c~uaiito iiiais aiiiiie[itavniri :is i eceitas, iii:iis ncresciaiii as despezas; ein 188C-81 Iiarriii tlis- peildio de 500 coiitos; uitite ariiios depois esse dispeiidio era quatro vezes iiiaior, seiii o iiieiiok- beneficio pttra os serviços pii1)licos I

Mas o que 6 sobretudo injusta t: a iJi;iiieii.:t coiiio os proprios clociiineiitos oficraes 1:iiic:iiii reei imiilacões so1)i.e a pro\~iiicia de Xiigolti, e\- pondo, 6 laia de 1abCi1, iiiiiiieios, q u e I~eiii e l a - ~iiiiiaciqs e I~elii ateiididos, iiada represeiitaiii d e deprinieiite.

No selatorio qiie acoiiil)anli:i o oi-c::iiiieiito de lilOCi-1'307 exi1)erii-se arguii~eiltos iiisii1)sisleii- tes e faceis de destruir

Diz esse docii~iierito que A pro\Tiiicia de Aii-

gola forarii feitos siiprimeiitos iin iiiilioi t t i i i -

cia de 3426 coiitos u coritar de 1901-902, ate 190.%(906.

E q i ~ e teiii isso de extraordiiiai-io '7 Se li:i\ ia iiin rlplirrt geral, iio periodo iiidlcado, de ?.T,!)f; (iiiedia anual de 674 coiitos), ficou eaisiíiiilo [Ir 3:426 coiitos (iiiedia niiual d e 858 coiitos) Qiiei- isto significar apeiias que lio~ive i1111 cr io d e previsiio, iiesses tres aniios, dc 830 coiitos. o qiie e n coisa iiiais iiatiiral deste iiiiiiido, desde (pie no iiiliiido lia orcariieiitos.

Por isso O argiiiiieiilo resulta iiiaiie, oii re- sulta, iiiesnio, coiitt*aproduceii te E' cltii'o; se Iiavia deJicbits, cliieiii os havia de c0111 senáo a iiietropole e, (Iada esta pessiiiia oi-gaiitsacáo coloiiial, viesse doiide vlesse o dirilieii-o '7 A iiic-

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ti-opole serviii-se (Ias sobras existeiiles das ou- tras coloiiias? (jrie teiii Ailgola coiii isso'!! Foi i1111 abuso, porque rlpelias os adiiiitiistradures do l'erreii-o do Paqo siio resj>oiisa\feis e cae seiii efeito a assercão de que as coloiiias são um 01111s para Porlugal, porqiie o que ellas serinii~, pela ai giiilieiitaçáo :i]>l.eseiitadci, 6 tiiii oiiiis uiiias ]>ara :is outras.

Mas i10s lieiii snl~eiiios o i i i~t ivo ci:ts reciiiiii- nny15es e beiii coiilieceiiios que foi iiecesstirio foi - cais ;i nota 11a1-a que :i provii~ci;~ 1150 tivesse de cluc se cliieilai pelo estiipeildo e clescoiiiiiiial (Ir- firii de 1 .'L(iO coiitos coiii qiie se fecliii o orqa- meiilo de 1906-007

Scria ~erdadeiraiiieiite iiiaci'ectiiavel, se os frios :ilprisiiios, lia sua seca eloqiieiicia, iiào se estntieussetii frisaiites, iiidisciitivt~is i

E' iii i ia \ ei-goiili:~ ! Pai a iiiiia receita geral dc 1:31/ coiitos lia iiiiia despezu total cie 2 / 7 7 con- tos, de qiie i esiilta u ciiffer eiiça i>eferid:\. Mas o q u e i. oiiida ii1:iis descoiisol:idoi- é cpe dess:i receita de 1::)17 coiiios .5ci yntScr rlesp~ztis i~aiiifn- I.P.S se ti\-ci-niii tie retii.:ir 1:410 coiitos, o ylicl sigiiiiica cIiie fotitr, pcíde-se dizer-pois que os i estaiites 107 çoiitos iiiicía sáo eiii coiiiparacão çoni o <pie falta - cliie fotin repito, a receita da l~soviiicia se exgotci ein encargos belicos.

Ilcpois disto veiillaiii dizer qrie Angola & li111

s o i ~ edoui.o, ~eiilitiiii afiriii:ir que esta I)r.oviiicia s0 acarreta eiicaigos para a iiieti-opoIe , veiiliaiii claiiiar que os que trabalha111 por ell:i deve111 cohi.ir o rosto de vergoiilia, porqiie das outras osse sessões Ilie esta0 a atirar coiistaii teiiieiite cs- inalas.

Mos iiáo cpler-o perder a 1iiili:t cle serenidade c \voii prosegtur n:i esl~osiqiio cnlm:i dii iniriliti tese, cliie, 1101. ser baseada eiii ;ifgr?risiiios, 111e- 1hois pcitlc tazei- sol~i esailb a grave iiijiistiqn coiii

que ofendem a inellior e mais iinpoi-taiite ca- loiiia por1 uguêsa.

Não 6 necessario iiliiito esforço para cliegiii.- mos a unia coiicliis60 frisalite e eloquei~te.

E' certo que a afirmativa do sr. Paiva (:011-

ceiro, ($) de que a ~ I L ' O V ~ I ~ C I ~ se eiicoiitra co~-iio qtiarido foi co1oc:ido o padi-50 de Iliogo (:aili, i., dirin 111odo absoluto, iiies:ita, porqiie 1150 sofre duvida algiiina que Loaiida e inuito (li- versa do teinpo da coiiquísin de Paulo 1)i:is e He~igiiela li50 se parece nada coiii a ctesçriyáo da epoca de Cei-veira.

Muita ~ ~ o v o a ~ " se teiii f~~i-idaclo e, alIesar. de tudo, nvanqa-se, eiiibora lentanieiite.

Alas é necessario ver cpie k seriipre a iiiiciti- iiva partícu1:ir cjne realisa esses progressos e as caniaras iiiiiiiicipaes fazem sacrificios elioriiies para 1wosegriir eiii inel lioi.aiiieiilos e so os eznbaraqos iiii:~iiceiros e as coiitrarieclaães dos tlitores iinpecleni que iiiais se coiislga.

Aias pela cornparncão esata dos dados oi-- çameiitacs se verificaimii coiiio trido progride leii- taiiienle, conio qiie n iiietlo

Vistas e confroiitadas as desliezas de 1852 n 1907, observa-se ritiin colossal progressiío das r p c . nada ori ~ ~ o i r c o represeiita~ii de prittico c tiiii desolador estacioiiaiiiento ou reçUo lias qiie si- gnificariaiii aigiiiis resultartos positivos de 1x.o- gressos a (rllcaiiqar

Jlas estas clriaii tias exl~riii~eiil, de facty, coii- cretarnentc, mellioraii~eiilos para a viria colo- nial e assegrii tiiii aos habi tatites da proviiicin iiriia iilaior soma de 1)eiii estar e ccuiforto? Se- ria arrojo afiririii-lo. 13ealiiieii le iião lia i i ~ i i est u- do das necessidades s;lnitni,ias, iiAo se coiilieceiii as condições de salubridade clas ~)ovoações e iiáo ha, iieiii se ca1c~il;t r4ue possa Iiavê-lo pi'o\i-

(I) 1) (.oiiic.ii o- I riqoln png 10

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ii1:liiieilte, i i i i i esboyo, cnibora, cliiiiico da 1)ro- viiicia.

A vida do coloiio e do ii?di eria esta sujeita "1 ;i i1111 acideiites, qiie tima riiel ior organisaqão (10 serviço de 's:iiide poderia evitar, e nem ao iueiios os liospitaes d a 1~0 \~ i l1~1a est#o em con- cliqijes de podereiii satisf:izei. 6s iiiais eleiiieri- tai-PS exigericias iiiedicas e cirurgicas. A náo ser ciii I,oaiida, onde o Iiospitnl';\Iaria Pia 6 iiiii

iiiodelo iio geilero, eiitregiie h direcgiío siipeiior e :~tilada do si.. co~iselheiro Ri-rto.

(Junsi toda a despem se teiii leito excliisiva- iiieiite coiil pessoal, feliziileiite ni~ii to apto, ~>ois o cj~iadro (10 seivico de Angola 6 coiistituido por Iacultativos eiii iegra hahilisiiiios, rniiitos tios ( p i e s eu i-espeito pelo seu caixcter e pelo seli saber, Iioni.:trido-i-iie coiii a nriiisade cfalgiiiis Jlas iião t ciisio cjue se trata. Se I~ern qite seja coi-~-eii€c o proverbio de que i ~ i n c i bon ficrdrirn ~ t i ! n i ~ C U ' f i a , o que k certo 6 cliie para Ião iin- portaiite serviqo pirhlico iião lia eiii Angola cle- iiieiitos coiil que se possa dar realce its al~tidòes iiiniiifestas dos cliiiicos Isto, conio se ;ifiriiia, rclati~:iiiieiile ti saiide 1,iil)lica.

IXefereiilciiieiile as o l~ ras liul~licas, coiii que se oastarani, ein 35 aillios, a verba orçailieiitada h cle .). iiiil coiitos, pUtle-se aplicar, r l t r r t a t i s 1iirr2cr1i-

rirs. ideiitica ax guiiieiitac;iIo, S i o lia estr:idas, iiáo lia iiiii estiido coiiipleto

oti iiiçonipleto, diiiii sistenia de v i a ~ ú o e quaes- quer teli t:itivas de tra balIlos desle ge1iei.o tem sido absol~itanieiite iliiproficuas.

l'eritei coiiliecer, pelas repai.ficões coriipe- tciites tle Angola, qiiars os tr:iballios qite liavia

orgaiiisndos e as despczas feitas coni cstl:idas, portos, ari'itriiiieiitos, ])raças l~iiblicas, c o l.esri1- tado foi o clue lia de 11i:iis desaiiiiii:itioi.. Nada coiisegui que tienioilsfrasse qiie estes 5 li111 çoii- tos ~)iidessei~-i ter sido utilisndos eiii iiielliora- iiieiitos iiiateriaes, porqiie ernf)oi-a iiti ilossa le- gislacfio coloiiial 1i;qa algiiinas ~irovide~icias so- I ~ i e o asri~iipto o qite P certo é qtie i~;~cki cle iiiiportaiite se teiii I-etilisado (:oiifessoii-o o sr. IIoreii n J~iiiroi., cluiiin niaiicira coiiçliideiite, qti i~ido rio seu i.el:itorio :itii.ii.i:rva que dos I40 coiitos coiisigiiados iio orqa~iiento de 1!1(32-903 e 1110:I-904, npeiias 2.5 coiitos ci-aiii clesliiiatlos a poiites e estradas e 16 coiitos a portos tle ixiar'

«O ~ I I P (: I ( ~ 1 1 1 1 ~ t l t e ~ n i ~ i t u I I O ~ ~ C O . U J ~ I I J I U d l e , (v11 C I I I P I I ~ I ( O ( i s I I P C C . F I ~ « ~ P S da l ) r o / ) i ~ w i ( l I I ( > S ~ P !IrrtetSo ( l i i ~ ~ a l l i o r ~ a n i e n tos ,)

1)esde 1852 ate 1907 as tlesliezas c0111 or- oaiiisacão iiiilitni-, eclesiastica, de f':ixeiid:i e al- 9 faridegas sáo :is seguintes, ciii quiiiqueriios, obti- dos pelas tabelas orqaiiieiitaes e, portaiitu, sii- jeil:is a rectificaçòes qiie aqui se iiào l)odeiii f:i- %er, dada a falto de elenieiilos 1):ii-rr1;ires : ~ r a [;i] liiii. Mas, iio coi~jiiiito, ii coiicliis.'io resiiE:ir;i elotltieiite e 1ii:tr.s frisaiite.

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r/.

-. Em 55 annos, pois, Aligola gastoti em : z

Qiier dizer estas tlesl~ezas, qii:isi iiiipi odu- ctivns, iiiiias; ~)iejiic?iciacs e iiii])rofic.ii:is, ouliaç, al)sor\~er:iiii innis de iiie t:itle d:is recei tos pro- \rlllciaes

E náo si1 vain cle ol).jccqcirs i is (Itspezas c l r i c . se teeiii feito coiii saude ~)iililic:i, ol)r:is pul)lic:is, i~iariiiha, correios, !elegi-afo e faroes

Veja i i l~s ngoin o qiie se teiii gislo coiii sc.- iiie1li:intes servicys coineqniido, pai :I iiicl lior destacar, pelos cllie segiieiii

. - -- - . - - ...... - .............

Puinquanios Saude publica Marrnha Obras publitas Eorreios, telagralos e laioes ----

53 a 56-57 89 698C000 137 3'37&09h 113 115,32G0 i 0533GG.5 - 58 61-62 109 050$000 149 2956!)00 153 4744,320 b ?O08000 - 63 a 66-ti7 l i 0 078-3240 '38 14445Y1 I J 5 (i544770 fj 2t1.3664

G$a 71-72 lO553l.$tlXG 55949JíD5 895194760 !15494i50 'i3 a 'ib-77 167 949$J'i!)O 245 'i91 f lo() 238 5153700 16 9384iOO 78 a 81-82 184 807dG25 370 80j&ioO 533 5,723200 l i 9;43t;Oí) à3 a H(;-H7 222 1518930 412 (iG8gl(K) 'i01 390-%(K)O i1 4896000 88 a 91-92 350 3138335 483 5576880 'i24 24030?0 I!)! IHC-iTOO 93 n 96-97 354 .í3G$$15 282 S05$030 G i i OHOSOOO 21 1 423$8GO

- OHn 901-302 557 l(l5$935 397 ilG.S4lO 1013 9266000 30:) 0224iOO -903 a 906-307 654 4578360 575 771 -?:<i0 987 418aoOO 42!1 5bl4000

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O que ii:i totnliclade tiveraili, respectivaiiieti- te, iio espace Oe teiiipo (pie toiiiei roino refc- rencia, ns seguintes soiiias :

Saiide puliliçn.. . . . . . . . . . 2876 contos Obras pul)liças . . . . . . . . . . 5: l i ))

Mari iilin .. . . . . . . . . . . 3:2,51 ))

(:ori eios, telegrufos e Ini-oes . 1 :229 M -- '1ol:il geral .. 12593 »

Ha, iia ~erI):i 1)ai.n 01)i.a~ pul)licas, nlg1iiii:is <!iia~~tias pala e(iilicios, hias essas qiraiitias iiiio se sabe oiicle teri1i;irii sido aplicadas. Eiii 1,oaii- da gnstaraiii-se algiiiiias ceiitciias de cotitos tiiiiii

casarão, seili arte, setii gosto, dcstiiiado :i resi- dencia cio l~ispo, iiias, eiii coiiil)eiisa~iio, os tri- 1)iirines fiiricioiiarii eiii pardieiros, ;is repai liqóes publicas cstão iiistaladns nlriito açniiliaciaiiieiile O ~)roprio p:lIncio do goveriio geral, as re5i- clericias tIos gover1i:tdoi.e~ disiritaes (a iiiío ser n da I~iiitfa, eiii Matange), as riioradias dos vliefes dos coiicellios e as reliartiqões de ftizeiid:r eaisteiii oii ern chn1et.s desgi-nciosos, ou eiii c:i- sarões ~el l ios , ri cair, ou eiii riepei-ttleiicias tle casas particlilai-es O p:ilacio cio go\-eriin(loi. ge- ral 6 i i i i i c:isarrlo seiii ainplitiide, seiii l)eleza, seiii sriiitiiosidade. Em 1,oaiirla c eiil Heiiguela os eiiificios das cainaras iiiuiiicipaes aiiida ilio -foram ac:ibatlos e jii estiio aiiieagaiitio ruliia, seiri ~111~3 se teii1i:i concedido edilidade iim peqiieiio sulisidio qiie Ilie gni-aittisse a sua coiis- truqiio pelo iiieiios clacliii a 50 aiirios e foi iieces- sario qric, depois de niiiitn dificiildatíe, o i i i i i ~ i i -

cipio de Idoarida contraisse iiiii eiiiprestiiiio qiie I he assegiir:l a coiiclus8o da siia casa.

Piiilieii-o Clingas tiiilia jii i-nzfio eiii 1885, cit~aii(lo cscr9c\.in iio sei1 i.elntorro de iiiiiiistro :

i(Co1~1o se liotlin rsp~rm, c/rir « pr*oi)iirckr (10 .Iryo- ia prosper-cis.se limes sem co~i io os pt otllifos d o s e a solo tirlhrcllt cie Jircrr. 110 i ~ i f c ~ - i o r , senz i ~ l c j r t ~ de chegar cro 1lto1-crl~ 7

Hoje, apesar cio caiii~iilio (te ferro de I.o:iiid;i ter atingfdo BI:ilaiige, :iiiid:i 1,ai.a as povo:iqi,es do iaterioi. S I I I I S I S I ~ I I I as III~SIII:~S dili~l~l(l;rdes, surgem os iiiesinos enibarnyos.

Pode-se, por isso, nTiriiiar que s6 coin ~iesso:il dispeodioso e i~iinsi iniiiii, se teiii gasto os iiii- 1liai.e~ de coii tos qiie os or~:in~eiilos de Aiigol:~ aciisam para taes ctespezns. Mas, aind:i assirii, li30 6 nos oryaiiielitos da iiieti-opoIe, coriio iiiii-- ma o sr. Es1)regtieli.a que el1:is se iiiçliieiii

I:oiii relaqào aos caiiiinlios de feri-o, lia qiir distingiiir 'Teiiios, iiáo liti dti~,icln,. ires caiiiililios de ferro de peiielraqáo hIns a c~eIel~eri.iii~n l i i i l iu

de Loanda ;i Aiiibac:i 6 d~iiiia coiiipriiiliia coiii o tit~ilo as teit toso de Corlzpnrllri(i tie Ctrji t irz hos tle Z:er.imo :4 trrivc>z tl'Africci, a que eiii Lo:i iicf:i, 1 1 0 1-

iroiiia, su1)stitiieiii por nfrcl i~ez (10 I!t!yoinbottr Tem este catiiiiilio de ferro, não lia duvida, si<to ti111 sorvedouro cie diiilielros 11iib1icos. Mas cilic culj~a terii a proviiicia de cpie os rciidiiiiriitos de tal emlireza sejam niaI cidiiiitiisti.ados, pu:iii- do as reclaliiacões são pei iiialieiites c011 ti a n exorbitaiicia tias larifas, e cliiaiido os i eiidiiiicii- tos da liiilia sobe111 de aiiiio para :ii-iiio ')

O camiiilio de terro de Mossainecles :i (:liel:i 6 feito coiii verbas especiacs qrie n proviiici:~ teiii de pagar e o de Lobito n Cataiiga, ati-ave/. de Bengiielri, k duiiin einjjreza pariiciilnr, coiiio

notorio e sabido. Portaiito, iieiii obras piil~lic:is, iieiii c:iiiiiiilios

de ferro sáo eiicargos I>ar:i a iiieti.ol>ole, iierii laes mellio~~nmentos sáo ii~cltiitlos rio oi-çaiiicii- to -era1 do Estado.

\Ias airida lia ineis . .

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A' dcsl)e~;i teita coiii ;i iiinsiiiliii, eiii serriqo ila provi~ici:i, pode al>licar-se a 1eosi;i de ;ilgiiiis iii111isii.o~ (10 ulti.:iiiiar. Na olmi150 destes, seii;e- lliaiites tiespeílas devei.i:iiii perteiicer, coiiio lias o~itriis iiaqòes coloiiiaes, ao o s c a ~ ~ i c ~ i t o da iiie- frollole 1>oiscliie, ate ;igora, iieiiliiiiii sei-viyo te111 l)i.cstado ii proviiicia ( a 1150 ser, eni casos \ iilgares, lios sci+viyos íle portos, relirodiitivos) polxlue iieiii as liairtis teiii uiereci(lo a ateiiciio dos goreriios, iieiii as ( I I ~ ~ I I ~ E I I S se te111 feito çoiivei~ieriteii~eiite, iiein o ]>i q)r io 1>oihlo de I,o:iiida, ( 1) o prii11eii.o tia 111 o\ri~icia, iiiereceu :iiiid:i i i i i i caes açostavel, Liiiia iliiiiiiii:ic5o regli- lni-, l>oi<[iic iiin serviqo coiill)lelo iIe tarolageiii ;iiii<I;i iiiío foi 1)oslo eiii pi.:iticu, !i deslieito das 1)rol)ostt;is so l~re o asiiiito i'eit;is e diis ilesl~emns F o i ~ s i ~ i ~ a d a ~ . A iiinriii1i;i çoloi~inl rliic, I~eiii orieii- t i podei i;i repi eseiit:ir pa12 asc'01oiiias i1111

I c c , ol~eilece :i ~ i i i i criterio t i te prej ~iiIic1:11 1)01+[11e 5e :ifirina qtic esta (leve sei clcsliiiada hs giiei-ras coni pretos e iiio :i i i i i i ser\iqo rrgiilai. e 1)riieliro de resiiltados 1)i'nticos.

I< este l ) r e ~ ~ ~ ~ ~ e i l ~ estii tdo ili\retera<lo iio ; i i~ii~io cle iiossos lioiiieiis ~)ul,lic.os qiie atk os ~)i-o111~ioseesp~ilos rsçlui eciilos rel>isniti ;i ol~iiiifio cIc rliic :i iiinr~iili;~ colonial, n orgaiiissr-se, iião (!c\ ei-ia ol)edeçer iio fiiii iitrlitario tle cluc :is co- loiiias iii-gciiteiiieiite 1)1-ecis:iiii

1)uina ve/: ou\.in o auto]' deste livro iimn coiilei-eiicia 1x1 societlade de geografia, pelo Sr. l'ei eii :I tle 31~1 tos, so1)i-e iiiar1iiIi:i coloiiial ( 2 ) eiii qiir eslc seiilioi. tiizin apo1ogi;i iIe sisteiiin segiii-

I I)-( oiiio iioutio to-ni 6 d ~ t o terli 5i111, olrril.i<lo O ahs i in tn r llilln ~oiiiiss.io foi iiicuiiiiil8i1 yoi 1101 tal IA <i? <ir l l 11111

'11 ecel S O ~ C

,i r x \ I1or inibalhos ii:io rri, pniece que f i ~ a ~ a n ~ , c k i u ~ ~ < 1 o r no f111r ~ I t i ~ , I S ga%ctnc d a s iepartiqóes

iii-E\w coiiferci~ia fm ~ ~ h l ~ ~ t n i a 110 li\ 10 do Iilestiio sciibor iob o tiliilo - 1 i i i ~ i irilicl tio Joirrento calo~ical

do pelo Esiiido Iiidel~en<leiite do (loiigo, (lualito a nnvegal~ilidade dos seus rios e ii foi.iiia 1i:it)il coii~o te111 sabido npi-oveitnr-se tiestes helos ele- ineiitos de traiispoi te. Pois o si. l~resideiite dessa sessão, honieiii nlibs diiiiio selisatez ~~rovrrt i inl , okqectava n tal opiiiiíio que Poi.liiga1, iiin liaie de iinvegadores, não podia seguir eseiiiplo diiiii estado ineicaùor coiiio era o estado do (:oiijio. Se hein que devia peiisnr qiic quniido I'orliignl (lo~~iinava OS mares, coiii as siias caravelas e coiii as suas iiaiis, f0ra taiiibem iini paie de iner- cnilores, chegnii(lo os iilniiroiites n ti-aaer giuaiiiles carregaineritos de especiarias, coili i-ccoiiiericl~i- ~Ues especiaes de 1). Rlailiiel.

I)a iiiesiiia opiiiiiio E i i i i i ilosso distiiito ofi- cial da armada o sr. t'edro 1)iiiiz qile ,lulga qiie os oficiaes de i~iariiilin se dc\liisti.nri:iiii eiiil~i e- gatido-se eiii t i alxillios de utiliilade geral pois que esse ((serviço iião Ilies í. 11roprlo e iiáo se Iiai riioiiisa corii os de1 eres e 1ioiii.a 1nilit:ii-es 1%- ses iiavios (jile sejaiii ~on~c?iid;tdos ~ O I . 01iciac5 ciuis e wpeíte que lfle poul>eiii o desgosto cle :iii- dar lias coloiiias deseiiipeiiIiaiitIo iini scl v ~ c o qtie de certo repligiia aos seiis ])i-ios dc i i i i -

Iitar Náo 6, pai-éni, aqiii qiie i les~jo lratoi- rxpi c\-

saii~eiite deste nssiiiito, ~iois alieiias desejei i i i- sai que, pela orieiitaqiio tios goveiiios c. tlos ]>i o- ])rios oficiaes de iilni.iiilin, as iiespczas fcitas L O I ~ ~ esta, lia coloiiia, 1150 ser\ e qiiasi eiii iiad:i o seti progresso. Siío desl~ezas pei feitatiieiile de represei] taçilo e cfiie npeii:is iii te1 essnili, 1101 i s s o , ii nietropole. h iiBo sereiii os sciriços (Ir l)oi-- tos, afinal icl)iudutivos, iiáo se VI? que algiiiiia iitilidadc resulte (Ias despezns coiii a iiiarii11i:i qiie nssiiii foi.:iiii 1:iiiil)eiii roiisitlei ados 1101- " I - guns i~iiiiistros do rrltrai-iiai

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I :oiii relaqào ao ci esciiiieiito das despezas, sol, o rotulo geial de coireios, telegrafas e f:i- isoes, esse ciqesciiiieilto 1150 teiii correspondido, absoliitameiite, As necessidades ut'geiites tle An- gola que i. 11111 p a ~ z eiii qiie existeni taiitos e tão t1ist:iiites iiiicleos <?e coloiiisac5o. Apeiias algili-is 1,ilometros cle fios telegrrrficos estão estabelecr- tos, ailida assii-ii siijeitos a coiiti.atei~i~>os oii cleii 101-as, ati-iliuiiiclo iiiii~tos fiiiiçioiiarios destes sei.\ iqos t:ies roiitrnriedades nos pessiiiios 11111- terliles foriiec~tIos pela reyni.tic5o cential do 'I'erieii-o do I'ayo. XRo sei coiii qiie fiiiidaiiieiiio se t;izein taes :icus;iqòes, o qiie 6 certo C. que as Iiiilias telegritticas cst:io grriiitle parte do aiiiio iiitei i oliipiclas e qlie liara as pol)iila<;ões servi- elas pelo cnl~o-sul,r~i:~i-ino oii pelas liiilias do c:r- iiiiiiho de ferro, 4 preferivel sofrer o oiitis dn cirfereiic:i tle taxa, 11or l~alavra, pnrn iiiis nego- cios iii-geiitcs, a ter de esperar-se cltle o telegrafo olicial fiii.içioiic.

(:oii\,elii nceii trini- c[iie, de resto, (luasi todas :is i lespcz:is, coiiio saude 1)iil)Iica, ol~rns publi- CY~S, i1iar11111:i, roi-i-elos e telegi afos, si, sdo feitas coiii pcsso;i1. OS melliornineiilos c[Lre pareceria iial~iral qiie existissem, coin seii~elliantes cw-bas osleiitndas, 1150 existeiii porque quasi tiido esti pov fazer eiii Angola

Aind ;i assiiii é eloqileiite o coiifi-onto. O quadro que segue c\A l~erii n e;\pressiva no-

lu do cliie teiii sido a atencáo dispeiis:ida a taes sc~-\~iqos pelos goyeriios (1:i iiieti opofe. Qireni :issiiii :idiiiiiiisti.n, iião teiii o direito de se apre- sentar coliio tiitos de popiilacões anciosns dc 1iix e de progresso. Não e iiiiia afii~iiiati\rn irifiiii- tliid:~, a que iiyiii al~reseiito, coiii o fiin exclusivo

de fazer :il:irnie. I.:' ;i verdarle, elii toda n si in evideiicia, que atesta quniito relaanineiito ieiii elisticio da parte de qlieni tinlia por (levei. ollini- coin nteriqáo para coisas ião esseiiciaes.

Este quadro resiiine-se dizeiido tl~ie neste pei-iodo, relali\aii-ieiite loiigo, se gastou çorn :

Não são precisas p : t l a~~as , porque os iiui-rie- i.os fnlaiii ~iinis alto que qiiaesqiier coi~sidern- ~Oes que fixessernos, ~)riiicipalrilerite pondo eiii coiifroiito as varias verbas, dos cluadros aritece- dentes. Sáo esses os quadros revehdores da iiossa ad~iiiiiisti-ac5o coloiiial, eili Angola, iio periodo mais nctivo da vida ecunoniica rlacio- zial.

Eiii face de taes iiumeros, não lia, iião pcicIe linver, retoricn florida, o11 frases eiig:ilaiiadas, para prodiizii. efeito. Não teli1 ha\wio, isto sc coii-

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clue, da l~a r t e de quem tcnl rlirigiilo a iiossa i1drniiiislrag.5o iiltraiiiarina, nrin criterio, iieiii rcoiioinia.

("riescliiei- que sqjaili os argunieiitos eiil favor clri atfniiriisli-ação metropolitana, iião liaver5 iiiii-

; iuen~ qiic I ' O S S ~ provar qire tem liavido ~ i ~ s t e s seruicos siiiceridnde e jnstiqa.

24; ~ i ~ i l coi~ios pnrn serviqos ~iiilitni-es, ec'cle- siasticos, adiraiieiros, triliuiiaes e adiiiiilistl.:i~Au civil ;

i'L.500 coiltos para saucle ])iiblica, olil.iis pii- I)IIc;Is, inariiil-io, coli.cios, telegrafas e faroes,

!)O0 coritos para inslriicfio puhliça, coloi-irsn- .:i0 e exliloiaqão scieiitifica !

I'i.ecisn-se iicilar, todavia, qiie aiiidn i. coii~ ~jessc)al, :ilwnas, que se teiii deslieiid~do ess:is i iiil~ortnncias. 1)iii.aii l e luiiilo tcriilm n I<:'sco/rr I'i*i~ii.ipal, de Loniida, 1150 fuiicioiioii. 'I 'oda~ia, 110s ol-qniiielitos xt-iscre~~ini~i-se, pelo iiiriins, reis IiOO$OOO pari1 u~i-i'l)i.ofessoi., ntE que ç l i c g o ~ iiiiin

ocasiào eili cjrie tal clunlitin f oi eliiliiiiada, 1)or- r l ~ ~ t : foi ext~iito defiiiiti\~aiiierite esse c.stal~elcci- ~iicilto dc ciiisiiici, iiins sci rliiantio o 1irol1rie1ai.10 t1:1 ca'111~i1-a iniiclnu pai-n a Escolri l-'i.ofis,sron«l, de T.oaiirIti, que, ~ i e l n s riobcias rliic teiilio, nrio f i i t i -

çioiioit durante iiiuito tetiil~o. Po~tantcs, ailidti esses inisernwls coiilos tle

i+is iião foi ni i l efectivaiiieiite aproveitados. 1.:' iiiiin oltiii i-gatona coiiliinl dizer-se qite os

govci-nos prcfere~ti quc os ~io\.os sc iilnnteiilitiri~ iio ol)sciii tili tis1110 E' verdade ; nias a s Irases leit:is siTo sen1pi.r grafias para e~pr i i i l i r iirii fe- iioriiciio i-iio~itl rIiic se repele, ate receber tl coii- sitgraqiio rios liai-1ze.i dt. cèra I-'ni.rr~, t hei11 vel- cl:ide, rlltc essri Si-asc te111 alilic:ir.iio iiu munieiltci.

Ile facto, iir'io se trata, coliio cra Iiecess:iisio, da i ~ ~ s f l ~ ~ i q ã o , c0111 cai.inlio, c0111 cuiclado.

Eni oritro 11vl-o, que sera coinn qiie o rorn- lilei~ieiito deste voliirne, rnsisiii-CI iieste iin~ni.- tai~lissinio assi~iitu, pois qiie o co1iside1-o 11111 C105

iii;iis i m p o ~ trinles, qiiei. 1mra :is cololiias, qiierv para a inetr-opole.

Eiii todo o caso i. horii i-eflectii. sol~l-e esta iiirsil~~inlia verlia, iri+isoria e elotl~iciitc.

Se este livro fosse iim panfleto, ttrm ciiselr, parti capriinir toda a iiidigii:iy:io pclo iiieiios- preso a q u e se rediiz a niola real de todo o I?rog"C""U.

O que 6 iiildispei-is:ivcl tI. qiit. firfiie Iicrii p:i- tente o [pie 1111 tlc iiisiit~sisterite iiesta v i~ lg i r : i f i l-- iiiiitll n iie que a yro~,ilicia de Aiigol:~ 6 liiii cuii- Cl-o

Esse caiicro iicfaiido i. apciias iini:i exploi a- da, uina viclii-iia, íliie, sc i i~ Lei. cj t ivi i i n defciitl;~, caril iiiteresse e coiii siiicei~cl:ide, npeii:is tcrii iiirrccido riire n esiiirigirriern, (pie Ilir: Iniiceni its face5 esnicilas riLie, de i-~sto, rIJn, :L parte 1rnl):i- lliacloi-:i, iiiio nicrece, iliio aceit;l c i-el~udifi, iiies- nio, Iiriosnii~ciite

* .y f

I-'ois, coiiio j:'i TI, ii;tu Iin dn p:irtc da iileli-o- IIU~P ~ssaci-i l icios rliie se l~roclaliiniii.

O d~f ic r f , i.ecoiilirc.itlo lielos d:iclos cifici:ir.s, ,- -

ficoii i-ediizldo n / , i c.oiitos ii-iccl~o~s aiiiines l i t c E!)( 17

1i:i, 11oi.ki11~ f~iiida 111l1a i ~ i i l ~ o i ' t a ~ i t ~ ~ l-e~tifi~';t- y:io :i frtzcr, qiie ii da iiiuxiina rinl~oriaiicia.

.[ri o sr. .l~ilio de Yllliciin afii.iixou, como 1111-

iiisii-o das coloiilas. que li:] despczas coloiiinc-, cjiic iião de\ e~~inrii ser inclnidas no oi q:tilieiilt) iiltr:iiiiariric,, pois que iIns oiiti-os pnizps qtie 110s-

Page 46: Autonomia de Angola - Estudo de Administraçao Colonial

sueiii posscssi%s, essas d e s p c z n q ~ ' ~ r t e n w m AS iiieti.opoles.

Ei.iiliora esta ai.gu~nentaq;io, que, efectrva- iiieiite, 1150 aiitorisava ti çoiiclirs~o pessiiiiistii clne se p : ~ t e i ~ t e a ~ a iio trabnllio de S. E1 .', srja fa\loi,:ivel t'i proviiicia, o qire é certo e qiie iião ;i torno ein considei'ayáo.

Siipc~~iliaiiios que 6s coloiiiris coiiil~eteiii 3s despezas coiii a sua adi~~iilistrncfio, que, ate rei-to I IOII~O, se rstA jit 1io.je adolaiido lias fraiicêsns, ciijo tipo tem sido seg~iido pelos iiossos cctatlis- Ias, ;ité lwln l ~ o p r i o si+. Aii-es OineIas, coii- soaiite elle coiifessn no seii relatorio cliie acoin- paiilia o decreto qiie reoi-gnriisoii a ndiiiiiiistra- c.50 civil de hloc,.aiii hiqiie

Seja, esth (fito, assim Aiiicta iiiesriio (pie tal (bo~iccss50 se r i$ , O tjii(-' ci veidade k qiie iro or- qanieiito da pi'ovincia de Arigola niiiito ha n cor- lar, rixis a cortar seiii i.cceio que os sei.vi(os 11u- I)l iços fiqiiein ])i'eliidicados, ailtcs, sob o poiito iIc I ista iiioral, iiiuito liaveria a lticrar.

Hn diiris verbas qlic cstão a 111iiis 110 oi*q:i- iiieii to d e Aiigola ' s5o as que se p s t n m c0111 ser- \ '~COS religiosos e coili 5i siisteiltaqnii do dcl~osi to geral dc cicgredados.

Só colii a el~iniri~qiio ( lest; is ~ t ~ l ~ a s st. le l ia teilo uiiin ecolioniia, nos ciiicoeiita e ciiico an- lios decori.idos, tle 3.519 coiitos.

Cciiiio j t i se ~ i r i , :i ticspcza feita com os ser- viqos eclesinsticss desde 18.72 loraiil i-ia iiiilior- laiitissiriia soiii:~ dc 2 319 coiitos.

Colii o deposito geral cie clegi-eclndos e friiida- qào dc coIoiiins pe~iues, gasloii, clesde 1881, l.21Mi contos, tiido iin iniportniicia cie 3.5t!l coiitos.

Mas t a ~ s despezas sào, acaso, iifeis :í 111 nviii- ç in ori. por oiitrn, iião deveria :I iiielropole, qiie, d ireclaliieil te, coiii ellas Iucrn, pagi'i-Ias ?

1'01-que, vqi:i-se Irtlii i , sciii cspii-ito procor~ce-

I~ido. A c l i r i iifio f:icn :r ii~ciii)~. o11jecr;ão deçcaf)ida. Suponha~iios qiie os seibvicos ~clesiasticos tra- zem vantagcili pai-n o cleseiivolviincn to das ideias ieligiosns. Qiiein lucra, evidenteiiieillc, coiii se- niell-iaiite progresso I? :i cgreja, e iieste caso que ella zii1)sidiassc os inissioiiai ios oii os ~iadi-es que I A v30 pregar. :i palavra de I)eus. A ~)i'oviii- cia n5o deveria siisteiitai. i1111 çiilto clire, i-eco- iihccida~nciitc, iião presta c) iiienor sei-viqo, cltier :to coiiiercio, quer i ociipriqão politica, IILICI. ao desenvolviitieiito da educnqão iiidigeiio.

Se representa i1111 progresso religioso ou sci \ cb IIN-a colocar, ap0s o seu curso teologico, os jo- \eiis levitas saíclos do sciiiinario de Serilaclic, :t iiietropole li30 tem o clírerto de, liara satisfa7,ci- coii~~womissos politicos ou religiosos, sol~recar- legar e ~ i t niais de 100 C O I I ~ O S 1)01- :ti1110 O j:i 011e- vado orqameiito de Aiigola.

Mas est:i verdade airida iiiais se evidcirr-cix coiii relacáo ao deposito geral de rlegi'ed.i C c 1 OS

coin que se teiii, pelo iiieiios, gasto a ~liiaii!ia $1 indicada; 1.2110 cotitos

E' veridico (liie os corideiiacIos Tortiin ewliii- do do riicio social c111 que viviain por os tril~ii- n:ics os recoilliecer iiicoiiiliativeis coi-ii esse iiicio c rboriio rrio tivo d e sari~darle 111or:tl.

Seja cliial fôr a orientaqiio que cada cliinl te- nha a respeito do crrine e do rriiriiiioso, o qiie 6 ~ e r d a d e e que esle 6 afastado do cotivi~io d o resto da ~)opiilnqão coiiio incapaz de gar:ii1111- :i 1)amocial. Pois, se :issixii i., iim iiidiviciiio coil- siderado iinpui-o pela sociedacle riela elimiiin- tlo eili heiicficio dessa soried:tde e, se fi,r 1:iii-

qatfo iioutrn terra, elle irh coilt:iii.iinai. a iiieio pa1*a on(lt. for ~ ~ e r ~ t i a i ~ e r e i - . Essas dcsl~ezris sAo roi-i-esponcleiites :is das cadeias e 1)eiiiteiiciai ias que estáo cargo do orqanieiito da iileti.ol>ole. Eiii ia1 caso o nieio para onde vac este olcinerito 11ci--

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fiirbadcii- i. prejudicad(i. kirece isto ilc Ic>gsic:i clenieiitar.

Pois ~ 0 1 1 1 os coi-ideiindos da-se cste caso siiigiil~irissiitici: :i coloiii:i recebe-os, sein aiile- r i r o iiieiior Iiicro, í. rtepreciada nioraliiiei~lc, e niiidn te111 o dever de despeii<ier coi~i elles cerc:i de 70 coiilos por a11"o.

(Ira isto iieiii é justo, t-ieiii preclsn disciissão, ia1 6 n cviilenci:~ t l o :il>siirdo.'

Por Isso tino Iiieiece ol\yecyiio qiie seiricll-iari- te soilin deveria cslnr i~icliiido i10 orc.aiiieiito iiicti.ol)oli t:iiio, iXc>iiio iicle s6o iiicliiirlns as des- 1 ~ ~ " ; " s C . D ~ I I c " : d c i ; ~ ~ ~)enitaic~ai-i:is, rusns de coi- i ecc5o c oulias de egiinl iiaiiirez:l e Ç O ~ I I o iiies- iiio f i i i i

Eiii \iriiide clcstcs i.aciocii~ius se t.t cluc {I to- t;il ilo t l (~j ic- i t i ~ o s niiiios decoi-i'irlos de 1XI12 ate 1907 licni ;L i rilli~iclu h rlir:liilin de 1 .S,50 c o ~ ~ t o s i ~ i i sqjaiii :5:3 coiitos ~ O I : U I I ~ O

Eis as 1" opoi'qfi~s d o 111011stro ~ 0 1 1 1 tple 110s :ip:i\ 0r:Ilil i1 c:lcl;l llls~:~iltc*

Mtis, ;iiiitln : i s s i ~ i ~ , 1150 sc 1?ciiscs CILW este c o iiiitirriio a q1ie o f;111ioso d{'Jirit pode liiilit;i~.-se. I<sscs i i i i irrisciiloç 33 coii l»s pai. Liilitri, j)o(iê I~eiii cli~cr-se que i~ati;i sci.i:iii~, iii11:i vez qrre lias rlcspe- /,:Is J ~ I I i I ; I I es ( ia ~ I - o \ - I ~iciíi se coi - lasse[~~ [)elo 111~- I ic is 200 roii tos j)oi niiiio, 111 I I I C ~ ~ I : I ~ I I I C ~ I I ~ ~ tirsde < I V l:l(Yl ]>:ll;l íY'l. r

3-

1 I:) , j)o1't!in, ~ 1 1 1 oiitro :ispcct» ( i r x cliitrstão, qiie ~~cii l i l~i i-ei clelitl~tli~cii tc rioiil~-o liv1.o cliic cstoii ])i.rj)ni;iiido c que ~ ~ I I I ~ o (piasi coiicluido - cuiii o til~ilo il (.I i . 5 ~ tle rlriyoltr eni qiic ser50 estii- tlnc\:is as ctiirsiis; qiicr tis pi.ci\iiiins e explicit:is, qiiei. ;ia riiiio1;is r iiiililicit:is, (Ia ((csginqadn si- tunc*;io :i cjlic foi r ~ t I ~ i z i t I a ;i pr{~viiic.ia*

Por Irojc liiiiilo-mr a coiisliit;ii. (,[ir Aiigo1;i ii:'iu lei11 dado prejiiizu á iiletrojmle. I<[i 11~1ii sei as okjecqões que v:io opcir-se aos nieus I-sicio- ci~iios ; coiilicqu-os e espeio i ~ u c elles seja111 :itlii-

zidos- se o foreiii-pai-;i os coiitradltai-, creio I,c*ii~ q i ~ e vi torio3:inieiite pois 17ad:i podei-B :iltei-:ii . hiiitl:iiiiciiialri~ei~tt~, a iiiiiilia argiiineilt:iq50, ella 11:tseadn eii-i iiriiiieros e eni factos os i i i i i i ~ c - i'os eltrfirdos, iiiiiii tra1)allio loligo, dos dr>c.lr- mei~tos oficiaes, os façlos ol>servnrios pol* torlos que terzi ullios ri? ver

Mas e, íiiiiclu, iiiais co iicf iirlrli te :I I I I E ~ I I ~ ~ ~ * ; I

coriio os srs. ;0is1ã0, A i i es OriicI~is e biai ii<rco cle Soiisa se aspi-iliiciir lios reliilorios rliw ;icoii?- pri~ifr:ii-fiiii os seus orq:iiii ~ i i toi, t lp 1!)03-1!)04, 190fi-l!)07 e f910-191 1

I l i ~ l n o priiueico ((No iiiliiito tle iiit4lioríii as roiidiqóes fili:iiiceir.ns d : ~ jii-o\liici:i, coiitc, ctil Iirel e siibnieler ;i : ipr~ciac50 (Ic \'o&s:r J1:igc.s- tade aIgtiri~:is 111-o\crdeilci:ls, sciitlo ~inssr\-r1 cllrc7

110 exercicio f i i t i t~o o íl~,fir.if rl:i l j r c>vriici:i, I ? « » t lrst i l~a~.rrei . tle f otlo ceiBrí ~ ~ o n s i t l ~ ~ . ~ r o c ~ I ~ ~ ~ ~ ~ ~ f ( ~ 1 ~ ~ ~ ~ ~ l l z ~ o o SI,

Afii-iiiavu o segiiiitlo, ace1f:iiirlo a s ~inl:i-\.r;is ile r<tl~inrdo (:ost:i, o eiiwi I lu nrliiit izisti-ttctor co- loiii:iI qiie, evid~iiteirieiite r c s l ) ( ~ ~ ~ l ~ n A afit iii:i- 111 ;i tei'iii~iiaiite d o si. (;o~:jão ~ L I P O ct(l(n/i('il ~ C ' I I I i t siiir verdadcir:~ r:i/ão d~ ser elii carisns eiti t i -

iiliaç :i i.esl~oii~t11ilirincl~ tia yr oj.1 iicrii e c l r i t L r i a

eporlin :itu:il, clle 6 , rião rriii:i iiecessictade, iii:tx

iiiiia cxprcssáo perfeita das r.1 csceiites exrgeiir.iii\ cla vida io1uiii;ii i~icrrle~ ijnv.

I:iti vista d:i :ilii.ii.iatii.n do si-. 13:t~il;wi - 150, 1)odia-se coiicliiii que o t lr l irrt sc exrstc c tlevicIo n 1150 ter Ii:ia~rlu o esliiclci iiece5s:ii.io d:is ibpforiii;is fiiiaiiceii.as ;i i e:ilis:ir ii:r 111 01 iiic.i:i.

1)cIn ~oliçlusão tle í<tliinrdo (:oc;t:i, coiisagi*ntln j~dla sr. i2~rcs 01-iiclas, csses tlr/irrfs s;To o iiio-

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tiviidos )elos progressos a efectiiar ein A1igol:t c pelas despei.;ts de foiiieiiio.

Vailios iiinis pelo que dix o si.. Gorjão, em- I~ora a opiiiiáo do sr, Ornelas aparente ser iiiais i-azoavel. Efectivaineiite podeiii-se realisai- graii- tles ecoiioniias e destruir o drDcil se liouver cei- lo cuidado lia distrihuiçiio das despezas, nias o (~ i ie lia t: riiii encargo excessi~vo qiie niio se adqiia :i certos progressos, iieiil rel~reseii ta qiiaesquei- iiecessidades, tanto mais q u e veiiios iião existir, voino jh se ~ I ~ O V O L I , qiiaesquei- rnellioraiiieiitos eiii i elaçáo çoiil os itiiensos sacrificios exigidos.

Xlzis o Sr. Rlariioco de SOLISR afiriiiava iio ie- Intorio piil~lica<lo iio I)r«l.io do GOUPI'I~O, rte 27 (te seteiiibro, deste aiiiio :

((A' crise grave que teli1 atravessado a 1)1-0- viiiçia de Aiigola deve o goveriio, exclusíva- iiieiite, iiáo podei. apreseiitar a vossa magestade i i i i i p~.ojecto de oi.qainerito coloiiial, por inaiiei- ra, :i dispeiisnr qualquer su1)sidio da iiietro~>olc r

~(Coiifi:~, porerii, o gourriw que a execuciio de irni coi;jiinto de i~iedidas de foiiieiito ecoiioiriico iiiiiiorará bastaiite a situacão arigiistiosa daquela iinssa iiriportarite coloriia da Africa Ocideiital. íi rsstrs I I ~ P ~ ~ ~ C I S C O I ~ L U J C I ( I U S C O I I Z 1 1 1 7 1 ~ 1 a d ~ ~ z i n i ~ t l - í ~ - riio c iz idado.~anze~i t C C O I ~ O I I I I C ~ colocnriio, ( I C I ~ ~ T ' O e111 hreur f a l u ~ z , (I p rou i~z r~a ti^ A I ~ O ~ C I , elit .ritirn- (-60 tie crrcel*l.ar* scnt ((tleficit)} ou conz srrlrio posl- liuo crs sirtrs roritas tlr yel.rlicia, conro a c o ~ z t ~ ~ c c jti roili totlos os O I I ~ I - O S (lollliltios ~ l l l l ' ( ~ ~ i l a r i l ~ o , ~

O relator~o do sr. hIarnoco de Souza í., poi- l)o~.t:iiito, o ultiiiio atestado da iiicapacidatle :idiiiiilistrritiv:i da iiietropole. l'acit:iiiieiite se ise- çoiiliece 4 ~ r e se trvesse liavido, atk aqui, «iiiiia :idiiiiiiisi raqUo ciiidadosaiileiite ecoiioiiiica n, a si- 11l:i~no cia yroviricia iião seria, apezai. da crise, tào ílecadeiite. Podei-ia liaver atk saldo po5itivol I: teiito i. assi111 qiie, iieste aiiiia, diirniido ailitln

o iiial estar ecoiioiiiico, e I etl~iziiitlo-se a I cceifa, apesar da a1ta da I~orraclia e do d e , Iioiive tima seiisivel diiiiintiiyiio do rieficii.

Preciso 01)servei- qiie o facto de 1i;ivei. rcclu- gào lias despezas iião sigriifica, para quem estuda despreoci~l~ado o assiriilo, (pie Iiouvessc mellior adiiiiiiistraqão.

Ha seii1pr.e a iiiesqiii iilin preocup:ic,.L?o de de- preciar a 1)rovincia ol1i:iiido-a. apenas, pelo Ile- va e H<tue~' diitii iiierç:\dor tacaiilio. Mas, ailida assiin, se se atender :i esta feiq50 ,ipcri:ts do probleiiia .crer-se-A, coriio o fiisoir iiidisciiti\el- ~iieiite o sr. Paiva Coiiceii-o, ( I ) qiie Aiigola ii;i(ln,

pela pa1avi.a iiada, fica deveiido iiieti-ol)ole, aiites, coiii o sei1 iiiovriueiito coiiinieiscial c- com os f~iii(los qtie ein todos os paquetes ciivi:r para Lisboa, iiitlue fecuiidaiileiite lia sua eio- iioiiiia. Ao I~elo 1ral)allio deste iliisti c Iioiiicrn ~ ~ u b l i ç o se deve dirigi1 o leitor, Ix1i-a se capa(-i- tar da ~rerdade.

Peraiite isto seria coiiveiiieiite nào ~ o l l a i . a estas iiicoereiites ex~ii.essões. Mas iião çieio qiic tal sucetla, aritcs iiiipeiiitelites çoiiio itiotivos r ia iiossa i.iiiiin ser80 exi1)idos aiite o piil~lico qiie 1130 te111 teiiipo iiciii eleii~eii tos ]iar:i clistiiigii IJ-,

Isto tipesar das repelidas liqóes cliic das colo- iiias no? veexii, seiiclo digiio tlo iilaior loiivoi~ o inodo como o sr. 171-eire cIe Aii(li*ade, (9 .ggoi.ci.ii:i-

dor de Moquii~li~cliie, esc:aIl)ela o ai.guiiieiilo falido que iiiiigiieiii coiii siilcerltlade <levei-ia tIc iiovo osteiitar. Taiito inais ~[iiniito 6 .crercla(lc que todos tcciii i.ecoiiliecido coino l i 1 provei, tlociiiiieiit;iii- d o coiii as opii~iões iiisiis~)eitns de g~\~rr i ia t lo- rts e iniiiisti.os, lia miiítu tcinpo I ccoiiheccntlo

1 ' ) L01 ( l i /)O// S F srq i') I{clnli~i io\ sol81 e Mornrirliicliir - 1'1 i i i c ip . i1111t~ i i t< . o vol !V r)<%

r . i] i i l i~lo 5011i c n\ ilcslw rn\ i jur onn irqciiltr\ l i I J I I \ l t r i l i i rilc 11 I 'i<iuiiit !<r, iig 71

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que as coloii~ns lifio trreni a iiienor ri11pa do seu atraso c 1iiIi admiiiistrngão.

;Sfir~iin~.aiii-iio í~11;liido c71tid;i o deficif colo- iiinl clnnsr iião c~is t i t i (') pois S:i da I3riiideii.a iio seu rel~or.10, assiliado tatnlieiii por Passos JIariue! e Yieirn de Cnsti-o, cin qiie estinguia o Iriifiro d:i escra\,atlira, atriliuia u seli 11i:il estar A iiieii.opole, eru 1836. 0 1iiiilisti.o I'icira rlc Cns- ti-o em 1839 ciizlu q u e nrllielas proviiicias, nl'e- s:ir de iiitio, terii ci:icio uiii gi alide eacniplo rl:i sua iiiodei-:icáo P s~fi'iii-~eiito, e ainda do scii ;iliior A mãe ti-ia , « r lttio serd cr ~llcis, s ~ i l i i o -

r.as, qur tievelri iriy~rrftrr-sc os rnalps, d e ~ U P sij r n ( r i l s r i , o prrio.so r riefirrer~t~ esfntlo do t~.soul.o pil-

f>Irro, qi lr ( i i í j ~ o srrbns) f ~ ~ i i nfnlio trs niáos d o $10- urrlm, ohr.i!gcrritlo-o t r s ~ 1 - fristc cy~c,clci~Iol- dn r i r -

(]pllí'lfi r1 q l l P 11h0 ] ) o ( ~ c ( ~ f l l ( f l l ' »

E.:' facto. As c o l o i i i a s , Aiigul:i, que a ella pi'iri- cipalii~eiite iiie refiro iicste l ivio, lriii sido victi- liia (_)L~c C ~ ~ O I - ~ I C ~ ~ ' I , C ~ I ~ - S O :111da(l0 desde os teiii- 110s (iist;~li tes, rlil c1 iie :cpcJri;rs reiidi:i 2(i çoil tos (') i. o ct i~ai i i~i i to atiial elil qiie lia iiitia i.cceitn 4 1 ~ 'L i1111 C O I I ~ C I S '

O i n (; IIW(~ISO que se sai l~a (pie da partr dc lodos 1x1 iicccs<iclacle de coiiliecer :i sitriaqão t l a

c.oloiiin Foi do I-eco~ilieciriierito desta verdade c ~ u e LI:I.SC'CW este Ii-n~~:ill io, qrie iio capi tu10 pi'cscn te li^ o\-oii, oii teiitou Iiro\,;ii., (pie 11a0 teiii liavida, iieili esri-ul)tilo II;~ riraiieira de adnliiiisti.ar, iieiil logica, ireiii ~ r i s t~ca iin ti,rni:i co~iio se ler11 ala- r.:irlo :i terra rpie deve ser resI~eif:ic1:i I ~ S , pelo iiielios, lei- sido o l~orle e\pintoi'io cle tot1:is ;is g.ra11dcs fall;is t l t i J I I C ~ J ~ O ~ D ~ ~ .

A evaluqãa cenfr.i l~sta em Portugal.-Argumenta* pr6 e contra e deseentralisa$&o.-A autonomia nu p r o p ~ l a metropole. O minis- terio rlai colonias -E upos içh dos sistemas admlnistrativos nas varias possessòes alemãs, belgas, franctsas! holandCsas e in- glesas.

Os capiliilos uiitei-iores iiioslraiii-iios qiic d o sisleiiia çeiki~.:~lisndoi. s6 teli] i-esril taclo n i - i i l i~ : t

{!tis cnloiii:is, o seii coiist:iiile del):iiil)eraiiiciilo, e j11dic;i-se cluiiia foi-inii ]>i-ccisa r iiic.oiiti~n~lit:i- vel, que 6 iiecessai-io iiriia ni-iipla niitoiio11ii:i iti:iis

cin lia~~riioiiio coiii os seiis progl essos. N a s Iiu que111 Ilie ciie einbaraqos, qiieiil vcj:i a sri:i i i i -

tliieiicin c~i-renda dcsde cliic. as c-olloii~:i: toi~iciii co~itti dos sciis tlestiiios

I:' iliesiiio cui-iosa a evoIiic;io politic;i e : i t l i ~ i i -

nisti:ttivn de 13urtiigal Eiiirliiaiito qiic os o~ i t io s 11;kizes vão passniiclo do ceiitralisiiio ])ara o dcs- ceiitralrsnio, iii\s, coi1tradit:iiidn n rorrriite g:i-:il, vainus iio seiitido iii~,erso, do dcsceiiti.nIisiiiri liara o çeiitralismo.

Xa ~ o s s a e1w111qiio I I I I I I J ~ C I ~ ~ ~ I S ~ : ~ , q[ita I P I ~ i i i i iri liii-ga tradiciío juridica, a ~ ~ t e r i o r inesiiio foriiiaqiio po1itic.n da iiaeioi~alitlnde, llassainos tl i i aiitoiioiiii:~ clos rnuiiicil)ios, uliidn clnrarrieiilcl e\- pressa iio Iiroprio cociigo cle 1842 (de Costa Ca- I)i.;rl), clepois iins de I878 e 18Mi (do si.. I.iiciriiic>

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dc (Iasti o), coiisignaii(1o 3 r~preseiitaqão das ini- lioi.~:is, R :iiiiilnq,;io das iiiiciati~ns iiiiiiiicipaes e loçacs.

Ao 11aqs0 cjue i~oszi i i t igo~ iiiuiiicipios o povo tle1il)cr:ii ti sobre :issuiitos iiiiporfai~tes, li o j e ol)ctfeçe tiido it iiiais perfeita ceiitralisaqáo iio ~iiiiiislci io tlo reino, le~racto joriiialrnerite ;i efei- to pelo codigo de 18!)(i (do sr. Joao Franco).

E' certo qlic autores 1i;i cli,ie afirniaiii que Iioje as distalicias estáo cnciirtadas pelo telegro- fo c pelo caiiiiiilio ([e feri o e qiie a descentçali- saqáo a qiie itte agoi ri se tiiilia de obedecer 1350 4 j6 iiecessaria, 11orclur ti111 telegrnina resolve tini assiiiito iiiiportaiite wiii pcrtla de teiiipo ein coi-i esl~ondriicir~s pi oloiigarlas. Náo coiiveiii a :iiitonoi~zi:i cl:is gi:iii(lcs regiões por poderem stii' gir os 11e~g0~01110 , pai- eueiiil~lo, lia foriiiaç50 ilns ii:icioii:ilid:ides il~ericas resiil tnr i i~i da vasti- d a 0 tle podei es :i cei tos governadores de çoiida- dos e que taiito IIreocupoii 17rilicil1:iliileiite Afon- so \'I cie Leão -- e\l~i,e-se por oiitro Icido.

.ilCin disto, qtie iião c! unia vanltigeni, :i des- ccr~lralisacâo teiii o grniitle defeito iifirmaiii aiii- d a OS coilti.:iditor.es da :iiitoiioiiiia das regiões, de 1101. os cidadãos lia coiitirigeiicia dc sei-etn per- segiiiclos ])CIOS ])c: y lieiios iiifliieii tes I ocaes, i.azHo esta ( 1 1 1 ~ ;ilgiieiii já ;iduziii para co1itr:ii-irir a fe- <ler:iqão penii~sular.

Dois erros iiiiidaiiiciitae,~ se iiotaiil eiii t:il ai giiiiieiitíicáo con trn os rjiizies Ii:i a nl)i-eseri tar as scguiiites oliserir:icões qiie iiie 1)ai-ecein i'es- po~dcrei i i tei-iiiiiiai~ teiiiciite

Pi iincrio. n vida local i. sen1pi.e especial, pro- $)ria, d~f'ei ciici:id:i de terra p:ir:i terra e eiiiliora ri tliiiaiiiica social poii1i:i ein jogo as mesilias 111s- frttiicj.ócs lia senilire tinia e\pi,cssiio peculiar n c~ualquer ti110 regioiial.

Seguiido: n aiitonori-ii:i deve corresl~oi~der a

iiiiin certa educacão ~iolitic;i, profiiiidaiiieiite r:,- c no espirito da populayBo, e, l>oi.taiito. C eiro jiilgzir-se <pie de hitiiro o cnciqiiisiiio poss;i ter o ])redoniiiiio.

1)eniais o aiitoiioiiiia, qiie 6 R I I I ~ ~ S ~>tir:t eh- 111 cssão tla clesceiit~ alisaqào adniiiiistrativa, ter:t tiin coiijunto, j6 1):istaiite deseiivol\rido, de iiisti- tii~qljes qiie coritr:ii inri:iiii rluaestluer teiit:i tii:is

íle aii toi.idaties :irhi trarias Os nrgiiiiieiit os, por isso, 1150 colhei~i, 1101.~111~

: I iiia11eii.a y iie u cidntlÀo vae toiliaiido conlieci- nieiito dos seiis íijreitos rivicoa sae adquiriiiclo 1aiilJ)eiii a coiivicqào d e qiie a sii;i ncyiio polilir;~ ido pode estlii- sitjeitn a eiitidodes que roiistitiieiii castas, pelo facto de sc eiicoiiti*ai-eiii iriveiido ii;i

val~lléil ~iietropoli tniiii. Certos u~rloi es, coiiio Borclier (Ln c.ulolii.,tr-

111111 scic.~itr/icliic) cliegalii a coiisiderar n falta tlc i iii~t:ili\~:i coloii i:il coiiio a pr111cipaI catis:i tlc tfe~eiici.esceiici~i e iiidoleiicia das povo:ições das roloniiis, qiie s<> l>o(lrriio P I I C O I ~ t~.i i~ pleiin e\l>uii- sào na libei-tlade, coii~o iin evol uqão dos t l ivei- sos 110~0" eec.oiilieci(i:l por Ilonielis de so1id:i iiidi\ iriu:ilid;icle scieiitifica. 110 iiiesiiio inodo E: 71ii~ioii, iio srii Iisi~o 1 ~ 1 j)ol>irl<rfiorr errr «yé pm Irr tl(;c.eit/~-ctiistrlio~r, coiistata qiie n ceiitrnlisacão tle potIeites prodiiziiido a falta de libei-dades lo- ciies yro(ii i~, do 111es1110 iilotio, a 11obreza das ~iol)iilaqões e auiiieiitn o exodo dos cjue iião que- reili viver sol) iiiii regiiiieii qiie Ilie rino coiiçedc. g:ii.:iiitias politicas.

E' tnmbeiii r i i i i autor aiiiericano que coiilrn- i ia esta orieiitaqão, afiriilailcio qiie o pi.ogi-esso tl;i populaçáo leva iiaturaliiieiite, :i ceiitraltsncão tlos poderes adiniiiistra tivos (Sniii. Oi-th 7'110 r o ~ ~ i r ~ ~ l z ~ ~ n ~ z o ~ ~ o/ ( r d ~ ~ t z r ~ z s i ~ {t/io/t i11 Ollzo)). Aiii(1:i I'niil Meiirioi, iio seri livro Agglonic;r.atlorls iirhni- I I P S ( I C I I I S ~ ' J : ' I I I * C ) ~ I C C O I ~ ~ C I I I I ) O ~ C [ ~ I I P , afiriua (pie :i

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caiisa d n ein~gi.a<ào p:ira as capifaes 6 o rcsiil- Indo 4 1 0 rvc.ciiilieciiririiIri rias vaiitrigeiis t ln rtcs- cenli-:tlis:i~5o. Poderi1 ser, eiii pzirle, iiias oiiti.os iiiotivos, de ordeiii ecoiioiiiica, atiiaiil elli tal eiiiigraqão. O ciiiiiieiite yiiblicista A. Coste, iio seu pi-iriioioso trnliallio I,es j ) r i ~ t o i p ~ . ~ (i'une SO- riolo$jie ol~j~jrctroc~, ntri buc este fenoincno a oiiti as ~ ; I U S ~ S , faes c01110 n coiiceiiti.aqòes de cri.t:is ins- t i tuicúes de iiiteresse roiliiiiii, (pie sb sc 1)oticiii ol~te i - rios gl-artcles celiti-os.

Ha, n;ío lia diivid:i, iiiii certo fuiitio de ver- tlncle neste iiltiiiio nr~iiiiieiito, iiias isso eiii nada pre,j~lclic a iiossn oi iei~laqào, poi'cpe 11.15 çolo- iiins iibs ol)~ei.\~ainos clirc cllris vão co~istituiiido iiiii li110 cai :iltsi isfico, 111 ecisaiicio tlc oi.gãos laiil- I~eiii atl:ilitareis, pai u :IS svl-vi~-~iii, 1mrtlue seiido t l i ~ e i sissiiilas as coiitlicfics (ir. \.ida ~~oliticcl, os ,sc.iis piul)lciiias clv~ei iio ser ciicni-ntlos st~l) u111 jioiirn cle vista iiililto d i x ci so, ciii vri.tiicle das IeiyOes csperiacs c ~ i i oiitios territorros, elii dl- ~ci-s:is lntitiidcs e 1o1igitiiclt.s. Niio pntleiii-L' <*larissiiiio- os Iioniciis qiie de loiige leçisluni cstridai. a s clircxtõcs ciil fo(los OS seus :ihl,ec.los, c, 1)4>1 t a ~ i o , 011tet eiu n solliqiio nliro\irnnd:i i~~t t i s ou iiiciios i-nsoavel. coiiio JIa leu~y, rlii Lrs / i -

f * / ( ~ l l l -7 (i<> ~'~~1~0~11~1011 d ( 7 . 5 ~ ~ c l l ] l l ~ , s , pl-o\r;l i1 1~cf~~I:l- cliiieiite, pela aiialise e tbsliitlo de toda ;i ero-

I~ic.50 liistorica i1:is iiaçioiialidntlrs E' por isso que as coIoiiitis iiiglèsas 1)o.ssiieiii

:iinplilucle d c f~iiip5es a poiilo dc, çoiiio ria Aus- I I alia, iio C::iiiada c iln Xfr icri do SiiI, sereni c]""- si iiidcpeiideiites, criil)ol~t st!jcil;is ii Iiegc'ino- iii;i I,i-il;iiiic;i (Spe\.ei -Ltr c-on.rfifrrfro~~ jla.ldiquc'

tlc l'c.i~il~u r rolo~urrl lirrl{rnlilgirt>), inns coiii loda :i ~~tl t~i ic ia , v c ~ i i i todos OS 1)r~vt~ifos d~inlas siin- 1)les rel:iqfies clij~loii~aticas, a polito das coIoiiia~ i ip i i i seiiilwe at-eil:ireiii ol)se:-v:iqòcs, por iunito ~.cl;r(l:ts

U i ~ i iiotavel escritor, rilado por Alberto Sa- les na Polifictr ~.~prrl)licanír, Lamenais, defini ti tis- an.i os sisteiiras cciitrnlislas de goveriio : «a alio- pIcxia no ceiitro e 3 paraIisia nos thxtreriios,»

A aflueiicia de vida politica e :idniinistrativa lias cayitaes teiii ronio coilsec ueiicia a aiisencia da acção directora nas IocaIi d ades, o que r ~ p r c - senta unl riiaiiifesto deseqiiilibrio de funqões, prqudicaiido, por cai~ililt:to, a artiioiii:t rpie de1.e existir eiil todo o orgaiiisriio iiacional.

11, de resto, a orieiitac5o, lias pi opriits na- cioi~aiidades, ti pala a desceriti.:ilisaq:io, a iiials aceiituada, quer iio Ilrasil, ot)erieceiido ii i i i n i s completa autoiioinia dos cstados tederados, qiier 110s Estados Ciiidos do Xoi-[c., fortnlt.ci<los ~ ) r I o s J;i~.os da solitlai~icdatlr, colectlv:~ c poli tic:i, qiie forai-ri 1)uscar ãs tradic0es liheraes dos priiiiei- 1.0s ciiiigraiites, ( I ) clur riso :icliiiiii~.:iiii, lia sii:i ii-idepeiideilcia de caracter, 1iite1.1 eiicfies iiiscleii- tes, eiii ~irgi)csicis pri\r:i tivos I'oi-i'ti~, ; I I I ~ ~ ; I , na proopria vida estadual aiiiericaii;i, se \ a e ;it6 5s iiltiinas coiiseqireiicias, lia sua esisteil~13 politi- ca, predoiiiinaiicto a i-iials ;icciitii:ida (lesçcii tra- lisaqào, de (pie 1)odei-ão surgir al)usos, inas qiie r~lxescnta :t iiiais pr'rteita foriiiula lirtlitic:~ a :iplicar As uiliclades a~lniinisti-ativ:i.;. Serve-se iiiesiiio iio cxeiiiplo tl:i proticiiic1:iile tlc tal siste- iiia o democrata E'i Mal-gall. Os est:itios coii- i I'etlei.ados d:i :ilcmaii ia c d:i ilusli-ia, Irriii longe de representarem, roino afir-ina, iliisoi-rnilieiite, 0liveir:i RIni-tiiis (9, teiidcnci:i 1):i1':1 m'5elx11*ayão tios laqos tincioilaes, são, pelo c.oiilr:ti-io, a iiir-

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Ihor iiiaiieira cie os robiistecer e coiisolicl:ir, çciiiio 11a ~ u u graiide ~ > r o p a ~ i i d a politica e socio- Iogica assegura o sr. 'i'eofilo Rraga (9, f~iiidnii- do-se eiil eieniplos liistoricos da ~~eiiiiisulu.

a é n riiaiie~ra de proceder t~~iai i to :i oi.ieritação consti tiicioiial proseguida pelas iia- cGes iiiais rivaiicadas, a poiito da proprin Fraii- <a, apoiitada como tini exeiiil~lo ~teriilaiieiite de ceiitralisaqão, ir segiiii~do pela vereda doutrina- i-ia iiidicacia pel- oiitrus poleiicins.

Esta tendenc~a C tanto iiinis e~idei i te c~uaiito e cesto que veliios pela aiialise e pelo estudo das constituições nioderiias, que a ceiiii.alisa~ão esl~ocadn pelas iiidiviciiialidacles al)soi-veiites iião teiil sido pi.oseguidn p e l a s coiistitui<;.ões dos estados federaclos cltier ria Aiiierica (Oiir stnfes co~tstitrltio~is) cIiier na Aleiiiaiilia (Lestrade - Los ~ i i o ~ ~ t i l . r l i i c s , etc ) que urna foi-te correiite ci\~icn lociil iiiipede os goveriios de arra1ic:ireiii As 1,o- pulações as garniitins ti.atlicioiiues qtie ser\riu, :\te c0111 respeiio A America, de exeinlilo para as riac;.óes (10 sril daytielc coritiiieiite, iiiclusivk o I W O I I ~ I O IJr:isil quando aiiida iião esc? governado pela fóriiia rel~ublictiiia (Foi.tiiilio - Lcz desc~ii- t~*nlrstrcion n~l~iii~zisll.citrvcr)

Se bem qiic, na piopriti tradiçfio histoncn coloiiial, o Ri-cisil eiicoii trasse jii eleiiieii tos de iiiicintiva, que evoliicionoii ate no tipo federal :idotado pela repiiblica, a qual, dada a eiiorme e\teiisáo da ai-aiide poteiicia siil-americaiia, iião poderia ser outro. ,\pesar de ser pioclamada por :ilguirias iiidividualidades politicns a iiecessidade de absorver certas fuiiqões 1oc;ies segiiiiido, etn pai*le, o o1)jectrvo de lioosevelt que tenta, nos seiis escri tos, eiiibora coin porip franr~ueza, o

(I) \~O~O(!PJ izas tdetns IIQ l1!0 a l i l r a ~ O I ~ L I ~ I I ~ P ~ , png 491, l i \ ol , A &- / I irr [JOI ftrgnesn, llng 13

qiie adiiiira iieste rride caudillio da iriiião, fuiidar iriii graiide estado dominatlor. ( 4 )

E esta forii~ula k liiesiilo a inniieii-a ~ ~ r a t i c a tle chegar a uiii acordo iiiornl, a 11111 eriteiidi- iiieiito reciproco, a unia amigavel coiicilinqão tle iiitei-esses. Reaiilieu oibielita, inoderiiaineliie, o sei1 esplrito por tal maneira de peiisar, assegii- I-aiido rpie sti pelos 1:iços federaes as cololiias pocierão viver ein paz com as iiietropoles

Poder-se4 afiriilar que os laqos cie tlepeii- deiicia eiitre a cololiia e a iiieti-opole se afi ouka- rào. Mas eirtiio que nos iiiiporta yire possaiiios v~r-er eiii paz c0111 tal slstei~ia s~ibslituiiido a giierra, iilas a guerra, stirda que iiiina as pol~ri- lacòes de Aiigola.

Porque t; preclso que isto se sailia, que lslo he diga, beiii alto- eiii Aiigola lia iitila, ei~il,oi:t yoiico l)oderosa, iiilis eiii tocio o caso lateiite, correiite separatista Ningiieiii que lh tenlia I i- vido descoiiliece qiie iiâo s6 ei~tre os iiidigenns civilisados (e hri-os cliie lioiii-aili o seu iioiile) coino eiitre os coloiios europeiis, existe iiiiia iicentiiada iiiaiiifest:iqáo de liostilidade, que iieiii j)el;is arinas, iierii pelii innioi. ceritralisa(.ão se liotlerii ja extiiigriir.

E' uiiia orleiitada correiiie cpe, coiir coiis- cieiicla e com fé, prosegue rii i i i i~i acg.50 iiitetisa ;i favor da i1idel)eiideiicia de Arigola. E 6 iieces- snrio cliie lios coiivencailios íirie l l r ? ~ i' ])ara des- prezar tal corrente porque, eiii i~ioiiieiito de mal estar, elle cresceiii, iiidoiliavel, e poder;\, se 1150 treilcei , coriforiile as eveiitlialidaries qiie siir- jam, pelo meiios causar serios einbai acos a iioss~i a c ~ à o coloiiisadora, iião Iiavendo teiitpo coiito siicedeu eiri Ciil~a, para se conciliar os dissitieii- les.

I ) TIi n o o s e l rlt - I,'ldcnI ciilrei i i n i i i p ~ i y 18 e .;tbg

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Este parentcsis, iini taiito, talvez, sonibrio, é, ~~ordi i i , a iiiaiiifestaçiio duni estado de esl)irilu q11e se observa em Aiigola.

&Ias, aleni disto, iios tenios como j6 expiiz, tle wteiider As pi*oprias correiites do nosso tem- po que ilifliieni t5o decisivamente lia briiinq6o das consciencins colectivas e ningiieili, inedinna- meiite ciilto, descotiliece a iiiteiisa nianifesta@o ilo poder das doiitriiias desceiitralistas, que vin- clo desde a federnqiio dos estatlos, como acoiite- re, repita-se, ii;i Aiiierica, segue lia asyirac5o das federações peiiiiisril;ires, esteii<le-se á fede- rayáo eiiropeia cieando, na siin e~press,'io iii-

teriiac~orialista, o patriotisino eiii opeu iia frase de Novicoi\r; proseguiiido lia grande consagrayáo c111 l > a z d o iiiiii~ido, 1xwa a ~enlisoqHo da coiife- ctertiyiio liiiiiiaii:~, coiiio hIaloii e 1,etouriieaii deiiioiistraiii e coiiio i- tendencin niaiiifesta do cs- pirito da epoca

.\o mesiiio teii-ipo, 1101-taiito, que certos pii- I)liiistas, çoiiio l,e 13011 e Oli\reii:i hlartiiis, fazeiii ci er qite a drsceiitralisa~õo, pela tederayáo, p6de ~~rocluzii o dessgrrgnilieiito (Ias iiacioiislidades, elicoiiti-a-se, eiii seiitrdo oposto, a for~iiiila por c\ccleiicia paciric:idoi a ii;i aiitoiioiiiia e esta 6 tanto evideiite que o tral)allio de desagrepcic, i t realisncla lios Estados Vilicios 6 , 1)reci- saiiieiite, cieriva(lo dos qiie proc1aiii:iiix n iie-ces- sidnde de çeii ti iilisric;ão

(:o1110 constata A. (:oste iio seli ti-al~alllo L'lix- v ~ z r c (les p e ~ ~ p / ~ ~ s e/ IPS p1.6uisio115 qu'~110 (litio-

I lsc. cieri-se rima desagxegaç5o dos laços fede]-aes lias cidades Iiaiisiaticas. Mas cjiieni tiver estuda- do, eiiil)ora superficialmelite, a evolriqão desse coiijiiiito de cidades veid qiie a Liga existiu de facto, apenas devido {I força coesiva tia iieces- s ~ d a d e de defesa coiiili 111, jristaiiteinente estiliiri- lndn pelas cii-ciiiis1ançl:is orasronaes. Logo o :ir-

gunierilo resulta esteril, provaiido aie em coii- trario, pois que foi, efectivameiite, devido a essa necessidade de defesa comum que to1 facto se coiicluiit e perdurou. Acabadas as circiinstancins qile prodiiziraiii esse feiiomelio, i-esiil toii o qiie era iiotiiral, a siia dissolução

Se isto e assiiii, se tudo i~idicn. iia ~iratic:i, que deveni exis tii. orgniiisiiios sociaes 11ai.t iiido do siinples para o coinposlo, porqiie iião deve- iTlo ser seguidos taes yriiicipios pois que ;, 111-0- pr1a liatureza parte do iiicoriiplexo ])ara o coiii- p l c ~ percorrelido toda :i \,astu carreira iiiorgn- nica e J>iologic:i, sem saltos, como C I)niiai di- zer, iiiiiformeiiieiite, aiitoiloiiiniiieiite, iins sii:is unidades e nos seiis roiijuiitos7

A filosofia l~olitica da uciiialidacle, rliier cl i~el - , o espirito iiioderiio, que tal E a foriiiiila a<loIn- da, decide-se, pois, c~itegor.icaii~riite desceiili.;i- lista, e autores versados na liiateria e onerit;\- dos pelos dados posilivos da scieiicin sociologiczi encoiltrain tal soliiç5o coiiio capaz dc o l~ te r i-+

siiltados proficiios e perdura~eis. Isto para tis- segurar iis regiões, (~,i-orincras, iiiuiiicil~tos r cantbes) lima liberdade que Ilies garanta vitali- dade e iespoiisa1)ilidade.

Esta orieiitnç,?~ seiido a da iiieiit:ilitl:icie 1110- derim, radicalido lias iiistitiii(~6es i1111 fuiidn viiico para l~errliirai-, n ella deveiii obedecer as iiistitiiiçi>rs coloiiines f~iiidaùiis pelas poteiicias eliropeias e ctltiilianieiite pelas americanas e asi:t- ticas.

Porque e evideiite que coiiipliciiiido-se :I vida politicn irioderiia, sendo cada vez ninis agi- tados e iiistaiites os l~robleiiias iiacioiiaes e iii- teriiacioiiaes, l~avciido aia coiripleiru de ques- tóes de alta iiiagnitiide a obter soliiqáo urgerite, iiáo podeiii deixar de dar de mão, as nietrol~oles, its a(ln1iriistrações dos seus tei.ritorios estin-iiic-

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troyolitnnos. E' por isso qiie, n yro1)ri:i iieces- sidade da divisáo do tra11:iIho inipóe, coiiio ].e- iiiedio, a creaqão de iiidi vidrialidadrs adiliiiiis- Irativtis, embora depeiideiites, iiias, eiii todo o caso, 6parte.

Se isto siicede iins iiietropoles, oiiíle lia uiii;i certa iiriiforiiiidade politica e oiide esiste uriia ninior lioinogeiieidride tipica, e oiide, a desl~eito de diferei~cinções etnicas e de costuiiies i-egio- iiaes, e indispeiisavel dar aos corpos adniiiils- trntivos, unia graiide i~ideperidericla e iiiiia niii-

iiiitoi~oinia, rIiie o congresso niiinicipalistn i.e* lisado eiii 1908 eni Lisboa e o do Porto eni 1'310, souberani codificar iiuiii p1a1io cie reclaiiinqòes e de i-eiviridicnyões a obter, para assini dignificar as coipora(;6es eleilas, e que tem sido táo !)rio- sameiite reclaitiada pelas caliiai-as iniriiicil~aes, snlieiitaiido-se nessa campaiih:\, as de 1,isl)oa e 1'01 to, iiiuito iiiais se iiota coliio iiiiiagiaiide i-ieces- sidade lias çoloi~ias, oii(ie as distaiicias inipossi1)i- fitaiii, ein alisoluto, o 11iiilistro da gereiicia iiiie- cliata e pi.oficic:i dos iirgocios pi~l)licos, presjiini- caritlo gravenieiite os iiiteresses diiiiia graiide p r o v l l i ~ a o11 dunia i-egião.

Niiigueni qiie raciocine pode crer qiie as LO- loiri:is, de iiiais a iiinis rio estado de deseiivol- viii~eilto que atiiigirain, possalii lriver ati-ofia- das ~iiiiii circulo ferreo, sem accáo l~ropria, seiii :L iiierior iiiic~~itiva, d~rigidas do l'ci-reiro do Pato por cavallieiros iiiuito competeiiles; por Yezes, l~ein iiiteticionados, nias que doiiiiiiados pela vai- dade da oiiipoteiic~a que gosaiii e privados da illietliata observaçáo tios ferioriieiios ecoi-ioiiiicos

polilicos das yiie terras que goveiiiai~i, su- jeitos R el'rar gravemente, inultas vezes de ta1 ~i1:iiieir.a que diiiiln 11eliada arruiriani iiliia pi.:iça 011 li-availi o pi ogresso duma terra, e coiii a acqão prop~-iri de queiii se siipóe oiiiscieiite legislriiil

para as coloiiias vei (ladeiras ano~rialins, daiitIo prov;is de absoliitn ~iicapacidade que (lei-i~.a, cpi:isi seiilpre, das circirnstaiicias nfio favorece- i-ein .

A pi'opi'ia pasta n que estão subordiiiarlris as coloiiias 6 sufocada coni serviço. A s iiayões colo- iiiaes-e a prol-iria Hespanlia n teve- tein iiiii

niiiiisteiio es~~ecialtnente destiiiado o ti-aiai- dos asuntos que coiii as coloilias se correlncionani, e a Inglaterra teiii, aleiii riisso, i i i i i ii~inisterio para n India. Sei$ porque os 116cos ~liiiiisti-os dessas iiaçionaIidades se-jaiil iiiferiores aos nossos eiiii- iieiites Iioiiieiis c-le goveriio'? Talvez , qiieiii snl~e '? Mas o que e verdade é que, apesiir disso, e].- laiii iiieiios e pi.odiizeii~ niellior obra iliie os nos- sos ilustres estadistas. Eiii todo o caso fique-se sabendo que iioiitros pnises, ripesar de triclo, i. dificii entregar-se ao iiiais ladiiio veiicedor d:is eleições cargos rl essa respoilsn1)i 11 tlacie.

E' d a mais riidiriieiitar c~itfeiiciti qiie sei.~.icos t50 iiiil~ortaiites, iião podem estar reuiiiclos iiu iii

sO iiiiliistei-io. ($) A adininistraqão das depciideiicias, coiiio ro-

tiíla Siiow oii ii~ellior, o goveriio d:is tlepeiicleii- rias coii-io foriniila I,e\\ris, obedece, na slin esti-ii- tiira, a 11r111cipios f i ~ i l d ~ m ~ n l n l m e i ~ t e senieliinii- tes.

Seiii diivida que cada iiacioiialidnde teiitlo tiiiia carateristica polrticn definida, corn priiici- 111os coristitiiicioiiaes prol)i-ios, e iião teiitlo iie- tessldade de a alterar, de ~iioiiieiito, est:ihelecc

(') Uiii d ~ ~ . i e l o (Ic 28 ti? Jiillio de IR34 tlrtciiiiiiioii, qric " I ] \ iicgo- c ioh dns pi oliiicins iilti .iiiini i~ ids , i~iic. .itc .igni:i Ic3iii c %la<lo .lili \,i\ .i \r.rribtaiin de estado (10s iicgocioi ile mariiili.1 Ii~niit pri t r i \c< iidci a <.i- tl:i iriii:i tlnq d i \ ei scci etai 1n.i cle eítntlo s<,giiiitlo .\ 5ri.i iintiii e78 f G i IIO I I I ~ P I I O J tlo iciiio, <Ia jii%t1(a, tle fnzeiicl~ ile gii<'ii:i i "stiaii:tii')~>' (ohio $e 18 e i n prol :i ieforiiin rliir ;i l i g ; ~ l : 7 i , coiii o iiiiiiictei io (1' iii~l- I I I I I I ~ ~ , eiti I e\ultCi(lo a !ini:i c o i l f ~ i ~ i o (I( sei \ I C 115 N a 1-1 : I I I C ~ i'ini\)t m I)O\SUILI O I ~ ~ ~ I I Z . I C . ~ O ( ~ I I C foi .iboli(l,i

0 c . 1 i \ a II;I I I J ~ I J ~ I J o fio<so (*I r o f i ~ t t d ( ? t j ~ t 1tIo1 I ~ I I I ~ iii~ii11111~1a I ~ C I (

cl)lol~l:\~ adot.1

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nas siias depericlencias as expressões que se coa- dunam com a sua organisação especifica.

E' assiin o que tem sucedido. A Franca, cen- Iralista, (mas iiáo tão centralista ranio Portu- gal) adota nas suas cololiias essa orientaqão. Mas, ein totio o caso, teiiclo havido varios en- saios, veni coordenando as suas institiiiqões co- Ioi~laes, de fbriiin a dar-lhes maior individuali- sacio como veremos.

A Holanda, esse belo pais de liberdade, na Europa, emhora exploraiitio, egoistarneiite, as suas possrssúes, mormente dava. sabe (lar-lhes uina cei.la ùigiii(lade, coiii que as colonias, onde os pr~nc1pe.s ~ ~ ~ l i g c n a s tcem alta infliiciicia, se capacitam

A Iiiglaleira, essa sabe diferencial tão bem a s iiistitiii$ões coloiliaes, que passando por. va- rias gratluacõec lhes ndniite, coiiio expressão iiiais perfeita, uiila quasi indel)endeiicia.

f;iiial mente a Alrmanha, subo1 dinando a sua orieiitação nietropoli taii:t os seiis protectorados, iinpriiiie-lliei iiliia consciericia.

Pode-se dizer rjiie n Alerilaiilia náo possue iiina orgaiiisnqão admiiiisti-ativa satisfatoria, riias eiii todo o caso, c0111 os seus dekilos, teni em sl elemeilios n1~1ito cari\ctel islicos de descentra- HisticAo, de a~itoi-ioii~ia.

Niio 4 das cololiias alemiis, ev~deii temente, que lia a esperar o tipo ii~cidelo tliiiiia orgaiiisa- c50 atliiiiiiistrativa nas ~>ossessòes. Apesar da sua co~lfe(leracL?o e~iropeia tiar, em parte, a ex- 11 ress20 tla fu turw 01-gaiiisnçáo poli tica tios esta- dos, a ponto de á propi-ia Alsacin e I,orena, se lhe recoiiliecer riirna iiidividiialidade adiilinistra- tiva aiitoiioiiia, é v ~ r d a d e que após um longo peiiotlo cle tra1)alho des~iioralisador qiie, con- trariaiido tis tencfeiicias clos ~,ovos, chegou á vio- Jeiici:i i-aticorosa de clomliiadores ]>arbaros, é

certo qrie seni os resultados que esperava Ris- rnark.

Precisa-se, porem, levar eril coii ta, coin relaqlo á Alematilia, a circiiiistanci:i iml>ort;ifi- tissiiiia de ser uma 1)oieiici:i coloiiial nova, rela- tivameii te, e os seus tei-ri torios dependenies, rlc Africa e Chiiia, niio possuirem os eleineníos so- ciaes precisos para bem realisar unia o1,l.a fe- cunda. A AIeinaiiha leili pouco mais de 20 an- nos como potencia coloriia1 e nas seus territorios extra-metropolitanos sào diiiria iiigi-atidão gi an- de para o elemento gerinanico pois rieu1 o seu sudoeste africano, oit a Afric:i oriciitnl aleiiiií, podem sei-vir de hulxtat periiiniiente para os aleniães, que prefere111 para a sua çoloiiis:iqáo o sul do Brazil, ( I ) como Saiita Catarilia, Rio Grande rlo Si11 e inul to~ estados ciii America do sul, (9 che .ando mesmo a considerar-se, com rejasao ao firasil, ii~ii:i uspir:i~:ío n posse, 11el:i Alemaiilia, dessas exteiisòes te1 ritoriaes, (7) pe- rigo que Sil\?io Homero deiiiinciou, no parlarneri- to hr:isileiro, ha aimos! Sem raziio, diz-se.

Elii taes condições i150 6 tle adii~irar que n lida :id~iiinistt.at~\~:i colontal da Aleiiirii~lia iiáo teiiha -18 uiiin orgn1iis:i~ão iiiais eiii 11ariiioiii;t coiii as p t ' o l~~ ia s teridericias aiitonoiiiistns da sti:i orgtiiiisaqáo c.oiistitiicioiia1 euro1)ei:i

'Toiínvia, ;ipesai tlisso e trpesai- :lilida do 1111-

perador gua~-d:lr pai-a si o 1irevilegio de (1ec.i.e- iar para as coloiiiiis e o cliaiiceler do iiilj)erqlo ter direito de iiigcreiicin al)soliitri, os goyrrii:i- dores ori capitães clos ieri-i torios e\ trn-ei~ropeiis

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tciii uina 1:irga iiiiclativn goveriiativa c iiiiia aiii- pla e iiiesiiio escessiv:i Intitiide de nc<;ío.

Não P assilii que 119s dese~ar-ianios a ndiiii- iiistrnydo coloriial. Ntlo C coiisidesnndo iirii rei ;ilisoluto o governador d:i possess50 cIur ellii ;i(lqliii.e 3 S L I ~ a~ fono i i~ i a .

Foi esta ;i orieritação das principaes coloiiias iin Africa devido ti orientação excliisivista qiie se adotou. Aiiidn assi~ii, fciça7se a devida justi- y:i : n organisaqno, irias s6 a orgaiiisaçt-io teorica (Ias coloiiias íilerniis, co~icediniii AOS coloiios irliias certas gar:iiitins, de h r i n a a ndmiaistrareni, sol) a acyão do goveriiador oii seus delegados. Vii~as iiistitiiiqòes deiio~riiliadns siiidicatos coiiliiiiaes ]>elas lignçóes de certas uiiidades territoriaes que ioriiiaiii, iieqte caso, uma especie de liga tidiiii- iiistrntiv:i, onde até iiicsino entra111 os proprios cliefes iiidigei-ias, iiias apenas graciosainei.ite, seiir iiigeiciici:i definitiva, coiiio de dii-eito taiii1)eiii o ii:Tio teeiii os propi-ios coloiios, E o tipo.

Assiiii descreve Chéradaiiie, taes orgaiiistições. a A oisgniiisay50 geral adiniiiislrativn das ro-

loiiias :ileiiiás t eiiifiiil coiiipletatla, eiii alguns pontos, por nni rodiiiiento de orgaiiisa$io ~011111-

iial, estahelecrdn poi- oideriaiqa iiiiperial de 3 dc jullio de i890 S ã o se trata das coii-iunas pro- priaiiierite ditas, porcliie as agloilieraçóes ciiro- 11eiass"ã p o ~ ~ c o iriiinerosas e são de extensa0 res- trita; ninc o clinricler do Ii~i])ei-io pode autorisar iiiii certo riiiineio de aglomeraçòes ( I ó l i ~ t p l a z ~ ) a toi-niw riiii sindicato coriiuiial (Ko~nnirincrl oer- bnrld) teiiilo a peisoiialidade e gosaiido dos di- i-eitos atlstritos n tal ])ersoiialid:ide ( K O I ~ O I - ( 1 - i i o l t ~ ~ ~ ( * h c t - ) O rlinnceler fixa as coiidições de for- iiinyiío cliim siiidicato, deterniíiia os direitos e :ia olirigações dos seus membros, orgaiiisa n re- ~)resent:iqão lriterior (o que sig~iifica n represeti- facfio pnl a 05 i~egacros ciue só iiiteressaiii o siri-

dicato) e ;i reprcseiilaqõo exterior (isto r, (jiie se ocupa dos iie ocios coniiiils aos siiidicatos e n outros orgãos fiR adiiiiiiistraqiío), k enifiiii o cbaii- celer que toiiia 21s disposicões geraes relativas tios iiiteresses fiiiaiiceiros (receitas e despesns) dos sindicatos. Pelas proprias coiidicões eni qiie se formaraiii, estes siiidicatos de coiiiuiias são creados, não priiicipalniente pai a coiistituir uinn escala de adiiilnistra$io geral, [nas para dirigir e proteger interesses particiilares ás aglomera- cóes de clue se coilipoe iiiii siridicato. Lenibra- ria, guardadas as devidas distaiicias, sol) este po~ito de vista, os siiidicatos de coriiiiiias de di- rerto adniiiiistra~iro f ra i icês~ ( i )

Nestas poiicas Iiiihas traduzidas se ol~ser\r:~ quasi toda a eiigreiiageni adiiiiiiistr a t ivn ' colo- iiial da Aleiiianl-ia. A acqáo local e, sei~ipre, i-es- ti-iirgida pela iiiflueticia da iiieti-opole. E1iil)oi.a; vè-se hexn que a iiidecisão da primeira foriiiiila k devida tí falta dos aiitecedeiites eiii que se ti- vessem ensalado quaesquer interesses adiri iiiis- tratlvos. Mas se as agregações loiaes, se a co- niiiiia tivessem a possibilidade de rol)iistecer-se e coiisolidar-se, de gaiiliar r a i ~ e s eiufiin, 1150 i. di- ficif ol-)servai. qiie o reg~nleiii adi-iiiiiistra tivo (Ias possessões aleiiiãs seria a autoiioniia admiiiis- trativa, e que sol) a desigiiacão geiiei-ica de pi'o- tectorados, teriaiii lia sua feicão coloiiial \terda- deiro siicesso pratico.

Ein todo o caso, qiiaiito ao coii,jtiiito, se o governador teiii margein pai a fazer o qiie julgar conveniente, descricionariaiiieii te, é tacto qiie elle coligregn, para resolver íliiestóes de iiiipor- tancia, os chefes de serviqo, que 1iia1s de lierto com elle servein, 1150 ahiisaiido dos poderes de que dispõe.

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O que é certo 6 que, c o i ~ o diz o auctcir cita- do, nas atribiiiç6es dos governadores sáo muito i~un-terosas e os poderes milito extensos. Estes poderes são, mesmo, quasi alisolritos, pois que iieiihrim consellio, neiiliuiiia assen-ibleia deita, assiste 80 governador, ou lhe liniita a siia acçáo.~ Seiido neste sentido, afirma, eril outra parte, o Iiiesiiio autor cpie cco que e essericial salientar qiie lias coloriias alemãs, o papel do poder le- gis la t i~o metro~iolitano e das asseinbleias deli- 1)erativ:is Locaes sendo reduzido, para O pi-iii-iei- ro ao i~~iriiiiio e para os segundos a nada, os go- ~erriníiores sáo os orgãos d~iiri poder c~ilasi al~so- luto e disl~óeiii d~iliia autoridade niuito iiiais ex- telisa cjue ria iilnior p:irte das colonias das 011- tras riaçóes civi11sarias.s

As coloiiias aleinis sho, coiilo vexiios, gover- nadas lk, a deslieiio da iiigere~icia qiie pode ter o Itiilierador e o chniiceler. Com uina larga iiii- ciatrka os goveriiaclores podeiii ser e são, ienl- nieiite, os poteritados brancos, rci~inndo sobern- ila~iieiite sobre algutilas centenas de inilhares de pretos, gosniiclo regalias qiie lhe (1.90 margem n abtisos, liias sobre que inc~diráo dritiia torrrin aliso- luta pei-ialidades graves, no caso de 1>revaricação.

Taiiibem como o imperador da Alemarilia, o rei 1,eopoldo cxeitccii nas siias coloiiias 11111 po- d e ~ obsolrito sobre a organisação adniiiiistrati- ~ a , 11-ias niio aquele eiri pile acerit iiava o projecto dc 1901, oride se anuncioiva no relatorio o yriii- cipio d:i autoiioniia adrniiiistrativa, mas exerci- da pelo rei, em Briixelas. (i) Era riaclo iriais 11ad:i inerios que o rei soberano coni poderes dcscrio- liarios e 1150 tendo o E:stado do Congo os eiicar- os dos juros n yngai pelo que llie adiantoti a

Keigic;i.

Seria apenas iii-iia operayâa fiiiaiiceii-a do rei da ne1gic:i cliie se viu livre daquele pesadelo, mas osteiitaiido os seus poderes e com a desi- giiaqão de alitonamia. &Ias deve reparar-se que a aiitoiiornia ~iroclurnada lielo goverilo belga, para o Coligo, iiáo é o direito dn colonia se re- ger e adiniriisti+ar- Tal uutoiiomia era apeiias para d:ir au rei os poderes eseciitivos, com n snilçáo dum ministro das colonias, assistindo-lhe triii corisellio coloilitil lia capital belga, com rim de- teriniriado niiiner-o de meiiihros suscetivel coiilo 6 dc sariqão parlameiitar. Rlas iio dellate havido entre os ineinbrns cla coinissào que reuiiiu para discutir et;sc ~xwjeto, Irouve certas contrarieda- des e os pot / eres do soberaiio fora117 liniitndos pois o rlepataclo Varidervelde procIarnou que iião sc podia coiiseiitir (pie o absolutisiilo leopoldiiio proseguisse, qire era urgente, fosse U RI fosse :i

sotiição :I dar :to 111-obleiiia, que acabtisse clc vei: o abuso e as ilepredaqões que teiii sido o fiiii de toda a adli~iiiistraqRo Iielga i10 (:oiigo.

Corno é sabido a atlial colo~iia belga-(:origo loi fii~idada eni 1884 ( ' ) enibora s6 eiii 23 de fe- vereiro de 188.5 fosse iiatifirada oficialiiicnle :I iiidcpendeiicia, sob os iruspicios dc Bisinnrk, que era o Caiiiiiiador ilaqueln epoca. Foi durari- te iiiuito ieililio nmn iilciilarqiiia :ilisoliita, dni-i- do-se o caso paradoxal do seu sol~crano ser ti111

rei coiistitiicional tia Eiirol~a. De facto o E:stado Iiidepelicleiite do Í:ongo,-afinal sei~illre coiille- cido como Congo helg;i-1150 era rilois cIiie tima feltoria c0111 uiixi orgaiiisaçáo politica, adaptada tis circuristc?iicios tle rr~oriieiito. NRo se ari-pclitn lia sua o],ra benefica, embora fosse essa a razão aparente da siia fiindaqão, onde se coiillc- cern us seus fins gaiiariciosos e (pie esteve 1)ro-

I ' ! A J Waute~\--I.'Cinl ind~~~~ri ir luri l dii Cortqo png 24

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priaiiietitc associado o f~tlecicio nioiiarca, dando origelii a uiiia clirirge tragica eiii qiie eiitroii o litiriiorisiiio de coiil1)inaçáo coiii o Iioi-i-oroso. O siiiil~olo ironico do C:oilgo é a borraclia eiisan- giieiitadu c-~torrtcliolic ~-origc. ( I ) E' o perfido si iii- 1)olo diiiiia epoc;i de extorsáo ao iiidigeria qiie encoiilrou i-iiiiua associajc?o iiiglèsn, sob a acção dii-ectiva de Morel, (9 o seu terrivel adversario.

'Teve, desde princ~pio, uiiia feiyão ceiitralista, t.eiiiiiiido o sol>erniio todos os poderes eiii sua iiiáo, iiHo ~)o(iciido tieixai- de ser assirn dada a iintiiresa absoltita (ia ~no~inrcl~iin coiigolêsn.

Mas s.01) a desigiinr,.ao de Estado Iiidepeiideii- je do (:oiigo a e\ei.cicio dos poderes legisl a t ' lvos ~~erteiiceiido :to rei, era elle uiila especie de sob:i braiico c\est:~ graiide potencia equatorial. Apesai disso trrilia os seus funciori;irros de coiifian- <a, lia ELII-alia, qiie reuriiarii Tarios cle~neiitos cie :ic<ão. Ainda lirsto 1120 diferia cluili soba- do, onde afilia1 o poteritado preto iião 4 , assiiii, t5o ahsoliito e tirano que 1150 teilha de prestar coiltas dos seus aclos no seu povo e de delegar as siias fiiiiçòes erii liorneris de siia coiifiaiiça. Porque é liccessario que lios coiiveiiçamos diiriin vez, que os povos deiioiiiiiintlos, lia Eiiropa, sel- vageris pei-teiiceiii it leiida. Se 6 beiii que perten- cera a I i~s to i~a , o propr1o o tipo do graride poteii- latlo de 1)alionik qiie e uni tanto desfavorecido lias siias linhas geraes. Pois iieiii o Negns, lia Abissiiiin, iieiil o sultlio de Mal-i-ocos, neni os Levaiiiciis, iieili os Guiigunhaiias, iiein os pode- rosos iniperarites liovas, sfio tão I.il)solutos qiie 1150 precisei11 iie prestar coiitas dos seus actos aos seus vassalos, estando eiii pai-tc, siijeitos {i

acçiio da opiiiiáo publica da sua terra. Em que diferia disto a acção do rei dos belgas'? Em estar longe, lia Europa, usar loiigas I~arbas respeita- vers e gosar as amantes brancas em vez das de cores de ehario, da grande terra africana, ;i se- melhaiiça dos seus colegas do Çongo? Ainda estri por fazer 3 etiiografia geral dos pows africanos apesar de boiis elemetitos cjue existem dispersas, inas quando ella se fizer, lia organisaçãci politi- ca iridige~ia, ainda liade ericontrar-se bons ele- iiientos de estudo, em parte levado a efeito, nias parcialmente, pelo eiiiiiieiite sociologo Leto(i1.- iieau, que, todavia, no seu belo ti-aballio de evo- lução politica, soiibe ver no negro, não um iiii- progressivo, iiias gerite com uina organisaqfio governati\la onde esth loiige de Iiaver o arbitrio e o desl~otisino N voiitade do chefe, o qual eii-t Jiieii enterider foi iiecessaiio aceitar-se coiiio veridico, até certo poiito para justificar o ilifa- iiiissimo trafico dos escravos.

Mas, i*entaiido as riiirihas considei.nqóes, ha- via iza Europa paro o Congo Iridrpe~idente tres deli:irtaiiieritos, o dos riegocios cxtraiigeiros e da justiça, o das fiiiaiic,.as e o do iiiteiior. (:oiii- tudo, veja-se beiii, o I~orii senso I~eIgn soiilie, a tlespeito da centralisaq,?~ europeia, dar ao go- verriador iiiiia certa latitude de poderes, cle for- ma que a ~iccão oiiipotente, oniyleseiite c onis- creiite do soliei-atio era corrig~cia pela oigrtiiisaqão adininistratrv;~ local, onde o govcriiador, assis- tido dos cliefes de servlqos e d11111 conirtci coiisril- tivo, podia ate revogar as leis do soberano, sus- petitiendo-as ein caso de iirgencix e editalido or- cleiianças, coili força de lei, que ficariam aplica- trexs ao estado se, dentro de seis meses, c1el:is não discordasse o podei- central de Br~ixeias.

( ' ) Le Cnttgo ph qrqi te , polifrqiie et ecoitoiiiiqire, par Frriiaiirliiaii~t Itoie<lt--2 ' editioii 1!08--~ag 232

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Era g o ~ ~ e r ~ i a d n coiiio irina colonia, afirma (:ai-tier iio seu Uroit ef nd~~iinistrcrtiori de I'Eiat tIu Coligo. Siin; como uma coloiiia, mas coniu colonia centralisada, se ben; que superiormente As nossas, especialmente Aiigola, onde o gover- iiador 6 tutelado em tudo, pois não pode resol- ver iiada sem a sanqáo da metropole. ( i )

1,iicraram com a aiinexação o Congo, as suas populacões, qliei- indigenas quer euro- peias? Sem duvidri, porque não se refiiginrido atraz da ficção cle que o (longo é iiidependeiite, iiáo daiido resposta As iiiferpelac6es feitas iio parlaiiiento belga, relativas as estorsóes ali leva- das, 1)arI~nraiiieiite ;I fim, os iiiiiiistros siio respoii- saveis, peraiite o rilriiido e peraiite o pai^, de tiido quaiito de iiteiios hurriano se ~ierprete iiac rielas tei-].as inarichadas coiii o saiigiie de taii i o riifeliz negro, itlioiaùo eili Iiolocausto ao i~iisei-;i~.el e illsaciavel Deus i1Iilliíio.

A aiiexa<ho, foi, portiriito, por este lado, uii~ I ~ e i i ~ . Sol) o poiito de vista iiacioiial, iiiieriio, 111- crara a Helgica coin esta nquisicào? Nào iiie perterice disciitir aqui seriiclliaiiie Iiipotese, iiias, de relance, seiiipre direi qiie n Iklgicr?, seiido lima 1iac5o industrial de graiide in-iportaucia, teiido iiiercados certos no exterior e um largo iiiercacio iiite rno, coiital-ido coiii rrquezas i i iieii- sas rio sei1 suh-solo, liao precisaria desta aveii- tiii-n coloiiial para o deseiivolvinieiito d:i sua econoiiiia iiacioiial. Noutra parte, ,porein discii-

( I ) Coiit.i-sr .itc ii5o sei %e roiiio aiiedoia, que o i i i i i i i \ t i i> <\a i\!.iil- iiliri e i i l t r a i i i n i , proibira, c111 tclegr:iiri.i, ao cu-go\ eiiiadoi JIoiicada, q i i c ga\t.tç\r, pai iiiês, nu ~i.il,icio ni.iir dc 15 i t i t t ~ o s ciil>itos ile agria Aric<lut.i oii iidn o <pie ii certo P ( ~ I I P o e\t,ti30 da sd i i i i i i i s t ia~ho da$ ~ o - loiiia\ .itltori\a ~eiiielliailte\ g iacyos c (abra1 hloiicada foi uni doi (iuc r rroiiliecc-u .I iii\uhsi~teii( ia dii~ii ~ ~ s l e t i i a iiia<liiiisiixel poiquc qiisntio clc\i.lou fazci nlgiiiiin coisa iilil p a i n n cnlo~i ia qiie giireiiiaiii \e < tiib.ii:icndo poi inil < ~ i f i ~ t i l i ~ ~ i ~ ~ ~ , .iprccinndo eiii doloiosas iioiiiii5 r ciln .i c t ~ i l i alista da nieti o >olc ri l i i i l i i o t n ~ e1 I elnloi io ;i i ~ i i c mnis <\Ui¶i:i vcz iiir. tc.tiiio rciericto b ca\o cio ra\nio cio i i ig ib , coiitndo poi r l l ~ <' 1 i ~ i i 1 0

tirei, ein relação a nrjs, mais amplamente este- problema.

O que convem acentuar aqui é que a orien- tacão politica e adiiiiiiistrativa dada ao Estado do Congo, iiRo se conforma, de maneira irenhii- iiia, com os seus interesses neni possue a des- ceiitralisação suficieiite para iiiu largo yrooresso.

Com a organisaqão at~ial o erro inicia? man- teve-se perdliravelineiite, como 1150 podia clei- xar de ser, mas isso foi devido ti feiçáo egoista qiie 6 a caracteristica esta obra coloiiisadora e, por inm qiie se i efoi.ilie, Rruxelasl~a de sei. sempre o escritorio era1 desta agei.rc,ia de nego- cios que & o Congo belga.

r . B

I eni j:i o ciii~lio esselicialii~eiite iiiercaiitil para que se possa coiiseguir uiiia iiova orieiitnqão adii~iiiistr-ntiva

Hoje a Franqa teiii unia oi.gniiisayáo iiiiiltif'or- ilie e coiii ~raiides tcndelicias Iinra iinia niiipln autonoiiiia k oca].

E' claio qiie a Fraiica iiáo podia adotar uma só organisaqão, uiiif'orii~e, iinica e con~pa tlvel, em doutriiia. Na disposi~áo coiistit~cioiiai das coloriias iiorte-africanas lia algiinias entidades oficiaes dominaiido pelo lilimero, iiias é possi- vel que noutra refor~ila ueiiliarii a coiistitilir ini- iioria pela logica dos pri~icipios democraticos, sc bem que o proprio regiii-ien iião coarte ao fun- cionai-io, ao coiiceder-llie estas ftinqões, o direito de voto liberriinarneii te expresso. Uma propos ta de Bartliou aceiitua a siia teiidencia para lima maior represeiitayão do eIenieiito não oficial. (')

J')-PRIII Leloy lleaiilieu-I.'.llgei re c1 lo Triiiisie, pag, 1%.

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Coni trtl sistema nota-se a adoqão de iiiedi- das .aceiitiiaítaiiieiite deiiiocraticas e poderrios supor qiie, iiiais tarde ou iiiais cedo, lia de a Argelia ter iinia aritoiionii:i ariipla embora a corr.erite, eriti-e os coloiiiaes da esco1:i de Beau- Ireii, seaja coiitrarla a tal priiicilbio.

(:o111 respeito aos seus or~aineiitos adotam-se as niesiiiris formulas cada yez Iileiios absoi- ~ei i tes , e ria foriiia coiiio elles sáo elaborados, n pro11i-i;i coloiiia 6 a que ~irtei-veiii diiiiia iilaiieirn niais oii nieiios directa.

Sa Argelia lia iiiesnio iima iiistitiii~áo inti- tuladrt .idek~gaqões fi~itulrcr~*trs qiie decide111 sobre assuiitos de alta iiiiportaticin.

A estas delegações se refere 13eaiilieu rios se- g~uiites terriios : «Coii?pùerii-se de tres seccóes efeitas por tres categorias de eleitores por escru- tiisio iiidividual - a prriiieiia secqáo chaiiiada de coloiios (teriiio iiiiproprio porqtie se deveria cliaiii:ir de colorios riiraes) n S R I I C ~ OS C O ~ ~ C ~ S S I O -

iiai ros, 1)rop~etarios ou reiideiros de bens rii- iaes, que iioriieiaiii oito delegados por ciep:irta- ineiito, eiii 24 delegados ; os coiitril>uiiites que s5o trtiiil~eiii iiomeacios eiii egual i-iiiiiiero, os jii- digeiias inusiiliiiaiios qiie iioiiieiaiii 8 delegados por deyartaiiierito ,lios territorios civis, ao lodo !) delegados, aos qunes se juiitain 6 delegados I<:lbilas, elertos pelos cliefes dos grupos cliaiiia- dos Iíliaroiil~a e eriitiiii (i delegados dos iiidige- lias dos tei.ritorios de coiiialidos iiiilitares, esco- Iliidos pelo goveriiadol- geral eiii lista apresen- tacla pelos generaes coiiiaildaiites destes territo- rlos ; sejaiii ao todo, 21 deIegados indígenas, dos quaes 1.5 eleilos pelos coriipatriotas; lia totali- dade (59 cielegados dos quaes 48 s3o fi-aiiceses eleitos pelos seus coiicid a d- aos.»

Esta oi.g:~liisacáo e iniiito iiiiportniite e jiista l~o ique dB aos diversos eleiiie~itos coiiipoiieiites

dii colonia eiitr:ida iiri obra de fiiiicioii:iiilpiito adiiiiiiistrati\ro e a elles coiiipete, priiicil~aliiieiite, :i discussáo (\o orci.ainento 1)rivativo dii Aigelia q11e serh siil)riletido ao Cotisellio siipel-ioi- de goveriio qiie, depois do parecer da coiiiissáo cle fi~iaiiqas, faz 3 siia voltlçáo.

O goveriio geial de Afric:i ocideiital francesa f perfeitanieiite autonomo, lia siia fiincão iicliiii- iiistiativa e resolve o que eiiteiicle.

.4ssiii1 o artigo qiie se refere a tal asstiiito dis- pòe o segu~i te «O goveriiaclor gc.~.nl decretti, eiii coiisellio cie goveriio, os orqaiiieiilos (Ias co- loiiias e teri itoi-ios de Africn ocideiitnl fraiicQsa, deteriiii~ia as des1)es:is geraes e cle iiiteresse co- 1iiuii-i a iiiscrever iia secqáo esl~eciol (10 orqii- iiieiito de Seiiegambia r do h'rger; estatue so1)i.e os erii])restiinos e outros iiieios yi-ol~rios n ])ro- ver c lixa as iiistiturqões e iiiipostos das oriti.:is cololiias. I)eteriiiiria, egualiiieiite, eiii coiisellio de goveriio, por relatorio dos oiilros goverii:i- dores subalteriios iiiteressados, as circuiisci-rqões :idiiiiiiisí rativas eiii cada ~ i i i i dos teria1 loi ios e coloiiias da Ati lca ocicleiital fraiiçS.sa siio taiii- I)eiii adiiiiilisii adas pelos goverii:iilores e pelos coiisellios de adiiiinistracào a

A Maiote e (:oiiiores teiii orgaiiisa~fies ideii- t~cas, e todas as peqiieiins colonias espaIli:i(i:is pela terra, qiie Yiíeiii sol) il I)allcicira da F~.~i i<. i l têin tainheiii a sua adiiiir~islraqão propria. Os seus orpineii tos siio co~ifec~~oi lados e vota~los ii:ts 1)rol)l-iss coloiiias, coiii iiiila ierie ile iiistitiii- coes. algiiiiins c0111 largireza de acão, cviii Inti- tude de fuiiqóes e, eiii todo o caso, coiii lodos os seus iriteresses reglilados pelos iiidividiios qiie deveiii ~ O S S I I I ~ especial coiiipeteiicla dos ussiiii- tos a tratar.

Page 61: Autonomia de Angola - Estudo de Administraçao Colonial

Na Iilrlo-(:liiria iiistittiiu a I?i*aiiqn, devirlo h lri~acidadc de 1,nnessaii e I)oiiitiei*, lima adliii- iiistraqão per-Seit;iiiieiite iii~lependeiile, afiitiirindo o grai~<le ytililicrsta colonial Artur Iiirarilt, o se- ~ I I I I I ~ P : al;ste til to fiiilcioilariu (o goverrinrior ge- ral) tiiilin i-ecel,i<lo dos tiecretos de 1 7 dc oiitii- I>ro P 12 dc nove1111)r-o tle 1887, porleres niuito inais exteiisos ~ L I F os dos oiitros goveriiatloi es, c r ~ i ~ c 16111 sido nirid3 c*onsitlei-~ivel~iiei~le :tLliiieri- latins por uiii decreto de 1HII1 I)

«I':ste ultiiuo clecreto coiisagra, uma rlrrda- t ic l~*cr nbrlicni.fin do po(141- 111efrop011'1(1t10 q z l e tt bniirio~ic~ cro gouerilnrr'o~~ gernl, i i iv~stiiio da sua coqfiancn, rt direcqiio da ~iolitica friiiicesn na Iii-

11 I1RT do-(:liiiin, concrdendo-lhe a O 111u1111;1t0 de I e usar, coilb~.nie a esl)ressào de Jules Ferry.)) ( j }

I'ors, como nào podia dcisar de sei-, na 11;- (h-Cliiiia iini coiisellio superior do governo ((de- c>rrfri o?; or.!.niiieiitos 1oc;les e por iinis lei* de 1891 foina as ~iiediclas iiecessaiias para n sua ~ \ C C U ~ ~ U . n

Eiiifiiii iias culniiias franc4sns lia esta orien- t a ~ . ? ~ e, embora si!jeite A s:iiiqiio da n~etropole esses tloc~iriieiitas, 6 mais por foriiia arcaica de eductiqáo buroci.:itic:~ rliie, prnvaveliileiite, ser& cili poi~c-o teiiipo ii~ndificada, por exigir riiuitti cteii~oi.;~ e liao obter nciiliiii~s resirltados sntisfa- tarios.

Eii-i Rfai1agasc:ir li:{ unia oigriiiiso çào iii rii to aiiipla cni que o gover1indo1- g e ~ a l tem ltirgas ati ihiirgões dignas de registo.

ISiii :iii tor fra11crl.s diz o segiiiiitc rela t ivai~ieii- te i ~ s fiiiigíies do governador geraI: NAS disposí- ---

i ' ) A Ciiiniill-Ctiloitisc~f IOII legislnti<iit coloiirnle -1 xo1

{ões çoiiibiii:idns tlos drv~i-sos regiilnii~ci~tos (iP- liilriii duina maiieiun seiisiveliiieiite iri:iis I:ii.g;i (pie os cios go~er i i adores das outras coIoi~ins, cbsc*clo t is gnlrcl-iindoses geraes da Itido -t:Iii- iin c tl:t Af1ic.a ociileiital fraiicêsn 0t)serva-sc iii i ir i r\ricleiite illf~iiyão cie I ' C B I ~ T I Y ;1 sitiiaçáu e o 1)iestigio do govcriindor gei al c cte Ilie ctar uiii:i inir~:itiv:i t5o ea t~ i i s :~ cjiiaiito o perniite o dircitii

s ~ l ~ e i alio da coiiti-ole (]:i niif oridiide iiicli-nliol i- ti111:\. 11 (1)

Pelo dcc i eto qiie rcoi-giiiis;~ cstti coloiiin o clict'e tia pi-oriiir.i:i <(i' o cityiosil:ii.io dos 1,oil~r ( '5

$a LtcpiilrIirri I;i.niic6sa eiii toda a ilha de Alntlii- *scar e su:is depciidei-iciasu, eiiil~ora o ~ i i opi-io artigo Iiie resti-inln a Intiiiidr, pela iirii1ieny5o sei. feit:i pelo l)i.esiilèiite da ripiil)Iir.:i, i, l)oi.l:\iito,

deste depeiitler n sua e.\oiicia<ão. 'l'oclavia os pocirt-(1s ( 1 0 goi crii:ic\or snti r i i i r i t o

e~teiisos e iiiulto \~ai.i:idos, i~icio a ctescbciiti.alisii- c50 na 11o11to (ir dai- tiliia wiLta :iiiloiiuiiiin us pro- 111nçi;is eiii qiie a il11:i esta <li\ idld;i Os i i i i i i i i -

cipirjs teiii :i tri tela do govrri~ncloi , iii:is 1)cissiic rel~itivo desafogo.

QIICI. c l ~ ~ e r , 113 i i l ~ l i : ~ Y lta A ~ I - I C ; I O r ~ < I ~ ~ l t ; t l ; lia hi.geliil e eiu hlridag;isçai., einbora iiãu ~ i i ~ i -

foi i31eiiiciile, o go\-erilniloi- C o poder. ~iiodei:i- dor, e~eciilivo e o iegislt~livo, (csle uiii l~ouco rcs- t~lligicio) ei1il)ora iião teir1i;i as iiistitiiii,%.es rjiic o rodcia~ii e nti.sili:iiii liodeies iiitiito :tml>Iíis c. incl~ptbiiderites.

São lia, jiorCtii, rluvi~ia (pie, siicessivaiiieiitc iiiorliiic:id:t e iiill.otluxliitlri ri:i niIitiii~lsti.nyão iii teriin rl:is liossess6es rriis cei tos iiiel1ior:iineii- tos n Fi-aiiy:i te]-A, Iirereriieiitc, iiiiin oi.giinis:iyfio lipic:~, seri1pi.e ~ > o r t ~ u e l~recioiiiiiin lia siia po1it1- c:i coloiiial o pi-iiicipio i l isrutl~el e cri-oiiei) (]:i

Page 62: Autonomia de Angola - Estudo de Administraçao Colonial

:issii~iilaiiio, c l ~ e 1150 liocleiii ser levada aos c\- Iieiiios logo qiie a 1)opiiIqào ci~ilisacln toiiie certa csp:iiis:io e a<lcjt~irn iiifliieiicru iios tcii-i- toi-ins cliie a Fi anca coloiiisa

Solii e este :issiiiilo lia iiiesiiio iiina larga dis- c.iissAo eiiti-c os c.oloiiines fi-tincèses qiie teiii sitio ii o tnliilisatIn ]>ela iiegativa sisteinatrcn ein reio- iiiiecci iio iiidigeiia coiidiqóes de soliei-:iiiio airi- I~iiiiitlo-se-llie vicios ( l ) qiic se cniilieceiii taiii- Iiciii lia I-ui,ol>a c Aniei-ic:~, : ~ l i e ~ a ~ ~ o n i O iiiti~ito iiinii~fcstaiiieiite 111 ecoiicel~ido de depi-eçiar as siias clualidndes politiças.

Mas sc n I;iqaiiq:i t r i i i i Liiiia cesta iiitlecisáo, lias srins l'oriiiulas :idiiiiiiistrnti\as :i :iplicaib iis coloiiias, lia iiiii gi aiitle exeiiiplo de coiiesfio, 1:lrto ~iolilico e e\celeiiie ;idiiiiiii~li.nyào coloiiial. i. o tln Holniicla.

J:iva, oii, poi' orili a, as co1oiii:is IiolnridPsa~ tia Oceniiia, esláo si1bmetid:is i i i i i lilaiio de cori- cl"'sf:i l>ol'tica

1111 geral as ~)oteiicias eiiiolwias c~iie teein coloiii:rs 01)edecr~iii :io li~.iiicipio t1a escr:ivisacào clo iii(11gena O iiitligciia e o iciiiiiigo cliic P iie- cesstirro oii elrteriiiiiiar oii aterrar, ~iil)~jiigaii(lo-o seiillii-e pela forca e n gr~iiicle 111-eociil):ic:lo de todos 6 :il)oiitar-llie as :irliias ao peito, coiiio :iriienc:i iieiii seiill)l e qiiiiiieric:i, porcliie as caiii- jmnlias co1uiij:ies sáo coiiio que iiin sport tla iiiodn iiiteriiacional, seiii I estiltados 1)eiieficos e 11-u tifei-os.

A Holaiidn, essa iiai.50 iiiodelo da Kriropa,

1 ' 1 Uiiriliririr ~ I i ~ ~ l r ~ i i i r i l i q l i r ~ e t ~Olorrrnle\ <1v 1 <1t riiai qn tlc 1907 (,)I I r lr(?r/j1c 7f'J)I r~cJ1 t f l t i i~c (l(1115 1 Inde f l~ t c (~ iq r ) . Hoi~tir AJII 1 / ~ / 0 p ~ ~ ( , ( ~ r 1 p

'q('('-l).lfi 2'27, 5 s i i i ~ ~ i i t i - -P\J,I~ I i i i l i i < , t r ((r / a r)/i,1iis(i/ioli frollr nirp

que e , coiii os paizes scniidiiiavos e coiii :i Inglaterra, a torrão clnssica da liherdade, tem lia sua grai~de ilha oceailica uni specinien perfeito c sensato de qiiaiito vale uni iiietodo politico q i~e teiii por emblema a rriasiiila tolerancia.

(:laramelite que s6 assim, coiii a Iil~erdatle e com a coi-diira se ~oder iam coiiter e111 paz os 23 iiiilliões de sul) d itos iiialaios, c~rie não ~ieri- sam (pelo nieiios iião lia siriaes extei-iores rte rebelião) ern derrubar o doininio holaiidês.

E' que a tolerançia i. o cunlio yiie inipi-iiiie caracter a uiiia politica de ~>recloii~iiiio Qriein qiiizer go\reriiar lia de Iraiisigir coiii as teiideii- cias das popiilações, P ~ O C L I I - ~ I - COIIC~IJ;II ' OS seus iiiteresses coiii os dos governados e fiiiidar x sua vida governativa no amor e iia coiisagrnçâo iiio- ral dos cidadãos.

Nas suas coloxiias a Holaiida teiii tido a c\- celeiite preociipaqiio de iião repudiar as iiifliieii- cias locaes das autoridades iiidigeiias, aiites tein dado iii.na certa e bem orieritnda accão dirigente.

S5o é que o espirito coloiiisador, sol) o poiito de vista ecoiiomico, iiào seja, Como ein todas as coloiiias, a exploracão tlo tra1):illio iiidigeiia, leva- tlo n efeito pelo estado, coiiio iio (:oiigo I~elga.

;\Ias, para dulcificar as ainarguras da sitria- cão, a Holaiida dd alento a 11111 espirito de iiide- peiidencia latente iio proprio iiidigeiia, oir rios seiis cliefes e eiiihora o l?esideiite tei~lia poderes tliscricioiiarios ( i ) , sob o 1)oiito de vista gover- nativo, o que 6 certo é que 6 o iiidigeiia queim, sol) apareiicia, domiiia.

Sob tipareiicia, apeiias, seiii diividn iiias esta aparente aiitoridade dit aos IiolaiidCses :i persiia-

( ' I F.(l í o\ln - I.\lii<lo qohir (I cir l~i~ir i i~l inccio t i i i i l tl«s iioçrriq 1)oc5cT- cúcs nfi t i n i i m

Page 63: Autonomia de Angola - Estudo de Administraçao Colonial

sáo dc que, 1150 ser50 repelitlos tio sei1 lerri- torio, oiide :ias cliefcs iiidigeli:is corivkiii riies- iiio n sua iiianriteiiqào cliie, coiii oiitiSo goveriio, e possivel cliie 1150 ol)ti~esscm.

O Ijegerile, o I l ' cdo~~c~ e iIlunt1.1rs, iiido tio alto tln escala socr;il iis iiinis siibnltci lias cniiin- d:is, sào os eleiiieiilos auailitires das nutor~dndes Iiolaiid2sas, f:icilit;irii-Ilie a siiii acqão goleriia- ttvn, e o propi io chefe duiiia aldeia é, sob a vigl- lailciii, cleilo pela pnpulayáo iiidigeiia, coiii to- dos os pi eceitos e coiii todas as 1il)el.dades. (')

Assiii~, o goveriinrloi*, i1111 verdadeiro sol~e - i-a110 ahsoliito, coliio Ilie 11i:iiiia l<d. Costa, ape- lias :iss~strda diiiii coiisellio de ciiico iiiem11i.o~ e corii os tllrector-es da jiistiqa, rias finanqas, do iiiterioi-, iiistriiccão ~)ulilicn e cultos, iiidustri:i, traliaflios pri lil~cos, giier'l a e iiiariiilia, tein lios iridigciias e\l)lciididos cola1)oi.adores e exçelen- tes, eiii1)oi-a f:iristosos, eleiiiciitos de traballlo.

Ilrstn fúriiin orgniiis:ido o goveriio de Java. o doriiiriio liolniides lia de 1x1-durar., embora li;ij;', da parte elas potencias cololiiaes, coiii iiifliieiicias i-io orieiite, iiiis oI1ini.e~ eiiibevecidos cie sofreg;i aiiil)ii,.ãu por essa ])ela joiti oceaiiica.

I:' iiestas blises descenti.nlistas qiie asseiitn a at11iiriiistrac;ão co1oiii:il da Holaiida e iiáo terh (pie nrrcl)ericier-sc (lc seiiielli:iiite orieiitagão, erii1)oi-a (:li:iillc\t LPci t deseje, ]):ira essa yosses- sào, 111i1a iiiaior ;11ilo11oii1i:i ('), que, parece, se- i-ti uiii d ~ a realiclnde.

Vistas, eiii coi?jriii to cjue sejniii tis coloiiias, eiiil~oi-a stjaiii coiisiclerndas çoiiio p ro t~ to rados , totlas teiii iiina iiiaioi. o11 ineiior iiilei-veiiqáo no goveriio 1oç:il. l

i$! P I V I I G O I I I L I I ~ C ~ -- r,(t oIo~tiwi/ro~t /tollu~tffars~ (1 l a i ~ < ! , ~ F g 45d -- I ( % ~ o ) Bc'.iiilicii--I (I col~iiiii<tlic~i~ ct i . tijiiic ~ ) W I I I I < I , 1I.l:: -

( 1 1 1 , 1 1 I l ( ~ \ 1k1 I -- Juí~fl C/ qr$ / ~ a I ~ ~ t ~ f ~ i f ~

&[as ;I graiide tiaçiio ~ i~ode lo , nisto, conio eiil ~~l l i i tos o~ltros assr~iifos de ordeiii politica, Ct :i

liiglaterra. E' tinia nncioiialidnde eagleizd~dameiite oi-ieii-

tad:i que corita al>enas ria Iiistoria uni eaeiiililo, ainda assiiiz iiiferiol-, porqrie ao passo cjue Iloiiiu co~ic~iiistnva pelo pi edolniiiio militar alieiias, a Inglaterra coloiirsa pela esl)aiisão coinercial e politica e creaiido \rerdadeiros 01-gaiiisnios n:i- cioiiaes e coiisiibstaiicia na formrila da atrtoiioiiiin torio o seu plano colonial.

Aléin de tudo a Iiiglateri a, 1150 tendo ii i i i

tipo coriium de colonia ( I ) soulje 'adquar, aos varios territorios depeiideiites, principros que estão eiii linrinoiiin coiil os seus progressos e coiii o seu destiiio, pois qiie indo siicesslyaineii- te do tipo da fortiilesa c01110 e111 (;~I)r:\ltar, e111 que apenas o goveriiador legisla, segue ás coloiiios eiii que o goveriiadar 6 assistido duiii coiisellio de siia coiifiniiqa e passa~ido :iquelas eni que o coiiselho i., eiii parte, electivo e ein parte de noiiiea~áo regia, reiiiata o seu belo pibogram:i de goveriio colonial c0111 O self ~ O V P I , I ? I T I ~ I ~ ~ eni qiie as colonias sáo geiiuiiiainente nações iiide- peiideiites, eiiil)ora, juridicaiiiente, submetidas a nietropole (') mas de forma a não iiielitidrar as siiscetihilidades patrioticas dos coloiios

Ilesta forina o iniperia1ismo brilatiico, mes- ino com Chainherlairi, está longe de sei- a a1)sor- cio pelos eleri~eiitos dorniiiadores, aiites poderia representiir o poder sriprenro da politica uiziver- sa 1.

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A coiifedei-aqáo geral do grande iniperio })ri- taiiico seria o esiila ~atiiento de toclos os outrou povos, sol~iiietidos, t e vez, d potencia priiiiacisl dos doiiiinadores snxiios, (1) e para o coi~seguii- (:I~~iiiibei-laiii pruçlarnoii o principio sob o poii- to cie vista econoiiiico, o qiie fez coin que as co- loiiias yroiestassein,- iiiidosailieiite, coi-itrn tal orieiitação. Ncio tivesse C1i:iriiberlaiii desco1)ei to o jogo, c01110 t? costiiine d i ~ e r , e n3o o tivesse 1ii:t- iiifestado, não liouvesse da patte dos 1ial)itaiites das coloiiias a siificieiite perspicacia e, é cei-Ia, o triirrifo de t i o presjiidicial doulriiia seria a riii- lia das oii tras poteiicias, ou, quem sabe? a i.~iina tla 111 opri:i [iiglaterra, pela col~traqão de todas as outras iiacioiirilidndes coiitra eh i . A coiifedei~n- c.50 111-ittiiiica, 1i5o represeiitaria iiiii grave fraiis- loriio i politicn geral se elln fosse olhada pelo lado siinpatico coiii que a eiicaraiii algiiiis poli- licos coloiiiaes inglêses. (-)

1.1 qiieiu sabe se iigo IiaverA nesta fcciiiida reilovaqio uiiiversnl algiinia coisa de gl-aiidioso, se as çoiifedera~ões I)ritaiiicas, ed~iiaiido os es- piritos, e as aliatiqas de ~IOVOS, sob a (lesigi~aqâo geiiei-ica cle eiiierltc~ cortiitrle, com cIue as l~al~tisoii o I~elo espirito dc .Jailrés Não ser& de facto, coiii as coiifederaqóes aiiiei-icaiias, e os eseiiiplos cla Aleiiiniilia, a grande IrqAo a dar'a outras lia- qòes para qi1e se Iiarnioiiisciiii todas, Iigaiido-se pelos 1ar:os federaes?

Seria, reaIriieiite, iini gi-alide exemplo, a dar ao niuiido, esta teiideiicin das coloriias a coiifra- terriisar e se o orgiillio britaiiico conseguir do- iiiiiiar-se, 6 certo qiie a grande nacão ii~odelo coiicoi.rei.tí podei.osaiiieiite para a soliicào do

iiigente prol~leiiin que eiisoiii1)r;i o Iioi isoiite ,>o- Iilrco iiiternnc~onal

Efectivrimei1te o ferleiallsiiio seiido o tipo co- loiiial itigles, iiidica tiiiiiia foi iiia coiiclutleiite o i'iitiiro cliie, ~i ia is tarde oii iiiais cedo, rc a 1' isnri~ o plaiio coniuiii qlie a pi opria ti ad~yão, iiltiica e coiisagra (4)

Na Australia e iio (:aiiada é o sisteiiin federal o seguido.

I>rz Oiicsiiiie IICclus lia siin i-apida ctescriqão do Caiiad6 «Poli ticaiiieiite é iiiiia I':iirop:i coiii- posta de proviiicias, teiido cada uiiia o seu pnr- lanieiito esl~ecial, e todas eriviain i.el)reselitnii- tes, depiitados e sciiadores, a uiii prirlaiiieiito geral, coiiio lia I<uropa, eiilfiiii, fedei.aliiieiite iiiiida)), etc ( 2 )

E iiiforiiia noutro poiito . ((A so1)erariia da Iiiglaterra C afiriiiada por iiin goveriiad or que tem direito do veto, iiias que 111111c:1 o exerce- E' i i i i ~ persoiiageni esseriiiaIinciitc decoi a t ' i \ o ; escolhe-se ~ n t r e os lords que falein heiii o 11 aii- cès, porque o fraiicès e o iiiglPs si70 ns I~iiglias oficiaes do (:aiiadá e coiii dois disciirsas, uiii e111 cada idioina, se abrem c ciicerrniii as ses- sões do parlarneiito fede]-a1 »

I: ailida. «Os parIameiitos 111 oviiiciaes teeiii ti siia frente, eii~anaiido deles, ii~iiiisterios que 110s- suein forca ali ten tica. »

I<n-ifim, diz Onesiliie Reclus : u O iqegiiiieii ge- ral do yaiz, politicaniente, adiiiiiiistra1ivai~ie11te, socialineiite, 6 exti-einameiite largo ; c? coiiiiiii:i F aiitonomn, 1i~i.e , os iiiipostos directos, seridn iirilos os iiidireios raros ))

E, d e l ~ o ~ s , liialiiieiite ; 8 0 Caiiacln e prospel o, livre, amplo, salubre, ~iiagtiifico. )I

1'1 Siion - - . t c l i i i r r i i s f i rcii(iri o/ d~~)r~ ide i i c i rr loco c i l , i occliir\illc -11,- a d< iilnt rnlir PIC - I I I I P I I Q I I P 1 . 101 10rf1 í 11

('i Scliia(1ei - .4ilo\ rk giwginplire rirodei IIP - Ai I C.1ii.ii1.1

Page 65: Autonomia de Angola - Estudo de Administraçao Colonial

Aqlii teiiios, po~s , ~iliia colollia iilgrsn, COl1S-

titiirda fedeialiiieiite, teiido a i'edera~ao, lia su:t oficial elii otnwn, i1 siia freiite Li111 illlii~s~e-

i io coiiiposto cIc 12 niriiitiros (segiiii(lo o [ í l i o~ l ,4ct de 1 de jullio de 18ti7) cjue te111 fiiiições iilais :iiiil~las qi1e os itiiiiisii.os de iiiriitas naqões etiro- peins e telicio iiiesiiio iiiiia siil~dicisHo de tr:il):i- Ilio iiiais exleiisa. Os 12 iiieiii1,i-os teeni as se- cruirit es desigiinqóes conio iios iiidica Al~el I h - *. vier : c111 iriieiro iiiiiiistro, iiiiiiisti o do inlerior, tias íiiiaiicns, da gucri a, da iiianalin, das obras ~ubl icas , da jiistiqa, da agrlciiltiirn, tlo coi~lercio, dos caniiiilios de ieii-o e caiiaes, e aiiida o ctire- ctor geral dos coireios como secretario do es- tado. ))

Jli veiiios, cluaiito vale o Caiiada coiiio colo- ~ i i a aiifoi~oii~;~ e se piidesseiiios faririinos unia ciescriq5-o do seii estuclo ccoiioinico, d:i siia ri- tlilezli, da exl)a~s:lo foriiiida\~cI da siia vitali- dade.

O iiosso i i i t i r i to, pai-flii, é oiitro, coiiio deis:i- iiios consigiiado Yamos ugnra, I-apidaniente, ver oiitra çoloiii:i aiitoiioiiln. çoiistit~ii(l:i federa- t~\~nineiite. n Australia. I

A Australia i. tederado al,eiias desde 1900. Antes dessa cpoca as siias varias co1oiil:is atida- vaiii eiil fi.aiica rivalidade, cliegaiido a liaver coii- flitos grnlPes, riias por iinia diploii~acia 1)eiii orieiiiacia e apOs uiiia proprigaiida tenaz e iii- tensa nos vai ios estados australin~ios, cliegoii o nioiiieiito eiii cjtie todas, inenos iIma, consegiii- r3111 cliegar n acordo sobre a necessidatle de se coiistit~iii'eiii federaliiieiite.

Eiii I) de jiillio cIe 1!)00, assentarziiii em coiis-

titilir a ~1~1nlo1 i lvr i i í t~ t of .-lrrsb cllin, i p e 6 tra41u- zido por ~ u ~ I o s , por I<epulilica da Aristralia, por outros, Federaqáo da Airstralia e ainda poi- outros jlor Estado da Aiistralra. A niis, ]~ox.i.rn, parece-nos que a primeira f ~ r m a 6 a iiiais per- teita datla a defiiiição inorfologica da pala\rra re~~~il>lic:i e a siia ideiifrclade com palavra iiiglb sa C o ~ ~ i ~ ~ ~ o ~ i r u e a l i l z . Pouco lios imporla, purPm, agora a traduçáo porque o que é iiiiporta~ite 6 a grandiosa ti-aiisformaqáo porque passou a Aiis- tralia coiii a promulgaqão da coiistitiriçiío de 1900, ein que acordarnni a Nova (;ales do SiiI, Victoria, Australia do Siil, íJueeiislaiid e Tasina- Hla.

Segunclo A coi-istituição a Ausir a 1' ia teiii i i i i ~

pariamerito (coil-i duas caniai as) liavelido - i i i i i ii~inisterio coiistitiiido, pelo meiios, coiii sete iiiiiiist ros, tetido iiin govei-nndor « iioinea- do» pel:i rainha oii pelo rei que serti o repre- sentalite de Sua hlagestade na Federnciio. Elle ter8 os poderes que lhe foreiii indicados por- S. M. diirante o teinyo que esta acliar coiive- iiiente mas sob reserva das disposiqóes desta constitiiiç,?~ (artigo 2.", capitirlo I ) , os ministros são nomeados pelo goverrio durante o tempo que efle entender (artigo, 64) devem ser mem- bros do parlamento (artigo 65) seiido o gover- nador o co~nai-idanle das forças d e terra e ii-iar, (artigo 68.) Por sua vez os estados qiie conil~õeni a Com~nortrvenlt tem osseiis parlameiitos proprios, os seus governadores privalivos e admiiiistrat-ii- se aiitonomameiite com os seus n~inistei-ios. (9

Taes são as dnas graiides cololiias iiigl+sas, que dão um belo exemplo do quarito vale a ini- cia tlva local, aiixil~ada por riiiia educação cioica esmerada. . -

(1 ) \rrr as,iilit,-, o \ n l i n w ~ \-oliirite d e I-oiiis T'oss1olt -I.'drf$- l r n l i ~ h'oiivellc f l SoIl nuclll1

Page 66: Autonomia de Angola - Estudo de Administraçao Colonial

A autoiioniia coiicetiida ao 'Sransraal e Oraii- ge aplaiioii o caiiiiiilio para a coiis titiiiçiio diiiii graiide E$tntlo siil-africaiio. O qiie ,se não espe- rava que eella tomasse a feição iinificadora, por- qiie toda a teiideiic1:i era para a feileraç.50

Essa teiideiic~n tirilia-se iiiesino iiiuito pro- liuiiciado, laiito qiie o proprio pi-iiiieiro iiiiiiis- tro do i'raiisv:ial, l io~e o priiiieiro d : ~ LTiiião, o <reliera1 Botlia, 1150 se iiiostrnva oposto a tal org:i- * . iiisaqiio qile irouse bastante *agitada a Africa do SiiI (Soirtli .Irrica - oiitiitiro tle 1907). Da iiiesiiia f<>i,ii-in i i i r i i i iiotavel traballio I,n col~sfi- iliir011 j~i1.id1q~re Oe l'e~ltpire cololriai 111.italt11iqlte o seti airtoi. atesta a iiiesiiia orieiitaqiio a se- guii (pag 165) Aiiidn iios Aiilrolrs des sr ie i~c~s 1~01~tipiir.s. dc 15 II~LYPIIIIII-P lg t l? reiii o seguinte : a1,e iiioii~.criueiit eii faveur de la fédératioii des o l i s o Natal, Ti niisvaril e( Oraiige) de X'htriqiie dii Sud a h t graiids progi-ès.r Esta iriesiiia orieiitaqão C a de Iieiity no seu livro Rhotfi~tc, lia teii-ipos publicado, mtis iiicluiri- do, t! iiattiral, :i l>i.opria coloiiia qiie elle estuda lia siia ol)i-n Esth iilesiiio II:~ tradição da Africn d o Si11 e iia ~ioliticti iiiglèsa, tal orienlaqáo fede- rativa e se ella 1130 foi posta eiii vigor jti eiii l(%.í, coiiio estava resolvido foi porqire a isso iiiiia guerra coiii o 'l'rarisvaal se opOz, e porqiie, iiesse eiisqjo, a federação soli a baiideira iilglesa, se toriiou itiiliossivel. ( i )

O qiie C certo 6 que esta orgaiiisaçáo'iiiipõe- se cte tal iiiarieira que foi já preiiieditada pela Aleinaiiha para fori~iar coiii ris republicas lioers iiiiin coiifederacáo (1)ai.c)- - De ltr cor1qri6te de IrA4friqrrr), ao cpie a Iiiglateri-a se oyòz pela ane- snq.io uiii ])oiico precrpitada dii Becliiianalaiidia.

Bins as iilariifestações da parte dos eleiiieiitos

oficiaes, organisaiido uin coiisellio inter-coIoiiia1 p;wa tratar de assuntos comuns e a que-Loi-(1 Selboriie deti toda a siia influencia, evidentei-iieii- te, -nGo póde deixar de ser--inspirado pela me- ti-opole, proporcioliou-se o inicio dessa grande traiisforinaçiid lio'hticn porque passoii aqiiela i iquissiiila regi fio, apesar das d i vergeiicias, de carateib econoniico, siii-gidas.

(:o111 a Aiistralra succedeu o niesnio , as mes; iiias rivalidades, ou peoi es, exacerbaratii-se a ponto de cada estado, coiiio corita Pierre Lei-oy Beaiilieii, o fillio do grande economist:~, ter uiii:i

I~itola liara os seus caiiiiiilios cie ferro E coiitiido o graiide estadista aiistraliaiio,

Heiirv Parkes, siiiiliolicaiiieii te cienoliiiiiado o ptre da /èderaqcio, yon a siia vigor os:^ actirida- de de vellio, e os seus respeita\-eis çal>elos, conio estrigas de tililho, ao sei-viço desta iiiil~or- :tirite causa Esta acabou por sair ao íiiii de 10 :iiios triiiiifante, creiiios que depois da iiiorte do prestigioso iiiicrador

E todavia ainda Iioje se iiinii~festa o espirilo e\cliisivista, iiido-se ate :i propaganda da iieces- sidade de foriiiiilar uma iiova constitiiição parri evitar taes divergeiicias ( I ) -

Mas não s8 a Australia, o Caiiadii e Africa c10 Sul (esta ii;is suas tentleiicias) sáo 3 expres- d o exacta do tipo coloiiial jriglès A propria Iiidia lifio tendo aiiida, lia sua orgaiirsnç50 poli- tica, cliegado a assiiiiiir a iniporlancia das oii- trns coloiii:is, estb, não sofre cfuvida, na cor- rente ii-ianifestada e tradicioiial. O iIustre niitor (10 belo trnballio La consfiflrtion jilritliqile de re11ipil.r colollial Oritca~r~rqrie, acha acetitunda, iia orgniiisação adiiiiiiistrativa da Iiitlia, uni caiba- cter aceiitiiadaiiieiite federal

( ' I 1:iai i1 Aiiiii t-1,' iiri ore 4 irs l ia le . 11dg 150

Page 67: Autonomia de Angola - Estudo de Administraçao Colonial

N5o l i : ~ cliivida ( [ L I ~ ri politica i1iglEs:i iin 11t- (lia teiii 01)edecicio :i tiliia orieiitaçfio uni tanto açalilbarcadoi.a, mas, nlwsnr disso, 6 seili]~rc a politica tolrririitr, liheral e desceiiLrnlisador:i q i i ~ alii c{on1ii13, apesar das ~io1eiici:is iillitiiaiiieute ckcrcidns.

Ha, ef'ecctivanienie i i~aior firilieza no gover- 110. 1)a p r t c do proprio goveriiador de1.e eilis- tir, no iiiesiiio leiiilio qiie I I I T I ~ estreiz~a Iiahi- lidarie diploinatic:i, u~iia eiiei-gi:i i'er re:i para que os pru~-ictos de iiidepeiideiic~a que 1li esisteiil I:iteiites, se iitio e\paiidaiii ( 1). D:i ~):ii-te iiiesiiio da iiietr-olmle tem l~avido u i ~ i certo iii3cliiavcIisi~10, pondo p ~ i i cliecl~ie todos os \.nrios l>oteiita(ius iiidios, foiiieiitarido c mnntei-itlo as iiatui-aes dis- tordins, iinns c111 P, :ifi11;11, c0111 11111:i a tr-adigào (10s dolilinadores aiitecedeiites, dos J~ritai~icos, (-) os fi-:iiirPs~s roin I>iipIei\ e os ~iortiigui.ses coiii Xf oriso de X1hucper.c-~uc e os iiiiprralites iiius- siiliii.-iiios aiiterioi-es n Ativaiig-Zel).

A oi.g:iiiisaqi?o ~idiiiiiiisti-ntim d:i Iridin, é ])a- scatln ria descenti-alisai.50 tlas ~iroviiicins e das tl i i t igas presideiicins

O go~reriindor geral, ou ~içe-rei é certo clt~c 5'0s" de e\teiisas faculdades legislativas c cxecu- t1v:i.s ( I ) e o seu coi is~lho, rie iioii~caqão do ret é c-oi~stitiiido por fiincioiiir-ios, de alta catego- ria, que desdol)i.am a personalidade fazendo 1iin:is vrzcs dc 1cgisl:itiv:i e oiilr-:i tle executiva, (0 liias 3s pr~\~ i i ic ias , presideiicias e disti-itos, ol~edecerii lia sua org:iiilsaçiio, :io pririciyio co- iiiuin da autoi1011iia, O que faz S L I ~ O L ' que a ten- delicin ri1ni.rndn da ir ir li:^, i. pai-n a f~deracâo, se

piig 24f regiiiiitt'5 t i ) Gilrts, v Lc Ikjii--I,Ps I ~ I I J I Z ~ ~ I I F P I I ~ S IJP I'lride, plig 29. 17 Sti açliei --l.'lirdr--ua~ 33.

sc coliseguii., a deiilro cle tletcriiiiiiadas colidi- cões politicas, que os varias poteiitaclos inrlios se coi-icilieii-i o11 eii trerii ii tini eiiteiidiiiietito ta- cito ou coiicreto, de for-rriti n liaver, (ta parte de torlos, ci neccssario entei-idiii~eiito.

Mas, ainda assirii, e preciso coiicordnriilos eni qne as coiid~gões ria Iiidio sáo iiiii~to divcr- sas das da Australia, clo (:aiiada e dns d:i i\frir-n do Siil, oiitle lia, pelo nienos, riiiia rcrtn Iioii~o- gei-ieidadc dc ~iitcresses e civilisriq5o e oiide :i

tiieti ogole, aliesar tfa y o ~ i u l a ~ á o l i aiir:rsa i i o

1)niniriio c dos hoers iio a~tutro africai~o, teiil, erii r e l a ~ á o aos ciciadfios das ~iossessfies, uiii~i rei ta ideritidade dc ideias, de seiiiiiileiitos e clc I cligião.

Jlas lia Iiiclia iiáo AlPiii rle ser. i i i i i pntlc- IOSO IiiiIierlo, (~011, C claro, o scelro iiiglès) as siias ~iol)ulayões li50 possiieril, 1131-3 c0111 :i 111r- tropol(5, arluclc. cariiilio quC Ihc coiiccdeiii it>ri:is as oritras.

Assiiii, eiil face Jestc iii~perio, eiii parte :uii- da 1150 subiiietirio, e oiide os reiiios iiidigen;is iit:iiiifeslaiii, alias, iiiila cei.f:i iridepeiicleiicia, (!) 3 Iiiglaterra tera de seguir uiiia politica tiiii poli- co clivcrso da cjiie tem seguido coiii as oiitras sirtis del>ciideilcias. Mas, fora disto, a orieiitnyão I)rit:iiiira, coiii respeito ri iiiierisa riiole Iiiiitliis- tnnica, 6 sempre tle toleraiicia, de coidcali- rlade, coriio i ~ ~ i r ~ i i i iecoriliere a elior-iiie fol-?:i rle

eella dispoe e qiie um dia, iiiiific:iclos os cs- IOr)os de todos elles, seria o bnstai~tc 1)ai':i :i

i eyelir defiiiitivniiicnte. E' certo Iior isso qire acliniiios rim ouco duriciosa a orgniiisnqào ria federajão iii d' icn, qiie daria :ir~riri:i possessiio tinia certa educaçio solidarista, qiie a levann fi uina coiicordin de cliie poderia iiasccr iião j:i

i') - - Fii( yclopmdin [ r i iloii~iirn -- (\o1 12 iiiiillic r<lilr011) Ii.19. 768-

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a confederação da peninsirla gangetica, sol, o scetro duni rei iriglês, mas li sua uiiificacão, sob o tipo gerniriiiico talvez, ficando cada raja coiii n siia sobelaiiia assegiiibada, mas sob a direcqiío supreriia C ~ L I I I I graiide iriiperador orieiltal.

Porisso tbi.eio I~eni qiie ;i 1nglaterr:i viri :i

sofrer serios eriibararos na Ind~n pois a correiile ~iitcnsa c foriiiidavcl ha-de precipitar os acoii- teciniei~tos ~>roduzi~ido g r a ~ es coiisequeiicias, 1 1 ~ n r e s ~ L I V a s u l ~ l e ~ a q ã o dc 1857 que foi cioiiii- iisiíla ,i C ~ I S I L ? de riirrito stingue deira~iiado ( i ) e cl~\itiri a lenldndc niaiirfcst:~ dos estados iiidigc- nas, q11e 1150 aí1~i.11-niil :i re\-oltn dos iiidios (liir 7 11 i n i i l sol) a inilueiicin iiiglesn. (9 Se iiào fosse ctsta itiipi.e~~ist,i aclesáo dos poteiitados seiui-in- (lepeiicierites :i Iiig1ateri.n teria sofridr) uiii:~ der- i ota vergoiillosa que a expulsa1 ia defiiiitivariieii- te da Iiidia, seiii ~aiitageiis, claraiiieiite, para a iivilisacAo indica, pois frncioiinda por rxvalidii- (les li-redutiveis, lailqai*la na aiiarcl~iia o inienso :ci r i toi io qiie Y a t . rio Hiinalaia no (:oilioriri, siyjci tava-se talvez :I uina doiiiiliaqáo miissu t- iilnIi:i, afilia1 niiiis odiada lielos indios qiir a iii-

iliieiicia politica Iwitaiiicn, que, coiii a tlesigiia- do 1iiil)crio das Iiidias, clit uni certo presti-

$10 nos ~Ioillirindos, iinqiieln regiáo orierital onde sd') :I gl clndesa fal-tstosa impõe respeito e Ieiiloi.. SO 3 Iiiglnteri'a, coiii os recursos poderosos c1e ([iie dispõe, seria capa,: duin t áo grande dislieii- tlio ii ciistn cio qual siib~iielc os poteritados

Ha u i i i :~ gi.:intlr sciiicl1iaiiç:i eiitre a sua do- iiiiriaqào da íiidia e n do Eoito, pois quer riuliia qiier noiitw 1i;i iir(0rssidncre diiiii litilso krreo a siil~jtrgar os iecalcitroiites e o priricip~o de ~iiaiiter as discordias eiiire os iiaturaes. Apeilas

l ' ) \\'ihl>~v-I.nt o cil \ ul I\'-p:ig 183 I 8 Jose (,li,iilli) -1,'Jrtde (>r itrriiiliqir~-png, 167

as r-oridições sociaes sáo iiiii iarito cliversas. Na India, como disse. ha tinia midtiplicidade de ra- ças e de lingiias que se opóeni a iiin certo e fa- c11 entendimento e i i t r ~ os elementos dissiriiillinii- Les. Lhu-se ate o fenorneiio ciiriosissiino de se- rem os iii leses, iiidirectan~eiite, coni a politira B de ;\IIncau ey da assimilação, que fornecera~i~ aos seus subdilos iiidios o instruinento de npi-o- xiniacfio, obrigni-itlo o eiisiiio da siia liiipria nas escolas da cl~atii:icla, :iliAs iiidevidai~iente, peiiin- sula d o Hi11ialai:t. Assiin 6 facil ~ i i i i acordo pela facil trai~smiss:io de ideias logo qHe se ligairi 1101- iiriia intensa forqa ninral, inas que ~ i á o vae ate rio iritiiiio das p o l ~ ~ ~ l a c ó e s rtides (pie niaii- têni o estado priii~itivo, serido oIhaclas roin dcs- deni pelas classes niais ilustiadr~s, a que n edii- caciio etiropei:i não coiisegiii .i iiisuflar ideatis opostos ii siia Iradiçiio de castas.

No Egito não sucede outro tanto pois yrie os iiisul~tiiissos ieiii iiiiia lingua nacioiial coiniiiii n qiial iiiaiiteiii uiiin coesão de sentinieiiios ge- mes.

Xleni disto lia o fk~cto iniporlaiilissi~i-io da poteliria suzcraiia ser a Turquia e só conio pro- tectorado exercei- a Iriglatcrra no Egito a sua iii-

flueiicia. Sal~e-se ct)rno elln cotrscgiiiii piir o 116 iin terra dos Fara6.s realisando 11111 soiilio ha lar- gos aiiilos acariciado para cloi~iriili~ rio Siiez, co- nio j6 doniil ia~a eiii GilwaItar, ficando, por esta foriiia, se11hoi.a rio hlediteri-nrieo e coin ti estra- da iiiarilirn:~ tia Iiicli:~ vigiada pcla siia irileiisa e iiid~sy~itavel supremacia iiaval.

Qriei-ii rijo coiiliece este :issiiiito tIc pcrlo teiii, em lingun portiiguèsa, descrita a for liia lia- bil e hrirtal coiiio n Iriglalerra coiiseguiii asse- giirar a sua influencia nas te1 i-as iiiloticas. A prosa de Eqq, o grande romaiicista nacionaI, ape- sar do seu francesismo de foriiia, dA lieni ;i irli-

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pressáo do que foi essa caiiipanha yolitici~ sol) :i capa de salvaguardar iiiteresses financeiros. ( I )

E 16 ficoii, ate agora. Um dia vira que a In- glaterra s e r i~ posta de lado se 11ão coiiiyreender n iiecessidade de ~.econliecer os direítos civicos dos egipcios q u e ,]A OS reclarna~ii coni ardor e coiil 112, creaiido o partido iincioiinlistci qiie force :I Graii 131 etaiilia ou .'i trniisigeiicia ou ao :tl)aii- ctoiio.

(:oiit lido devemos coiiçoi.ciar que o Egipto liicrou, ecoiioiiiicameilte, coiii o tloniiiiio iii-

glès. (9 Mas coiiio 1iei11 sO de pá0 vive o Iioiiieiii os iiaturaes do iiordeste de Afi-ica lutaili pela siin eiiiaiicil>ac;50 politica.

VeilcerAo iiiii dia po r (~ue OS iiiil)elc i1111 grm- cle eiitusiasiiio patriotico e, o que é iiiais, uni graiidr ardoi- rellgiosu, apesar de jtí gosar o Egi- to 11111a aiitoriomia adiiiinistrativa (J ) Mas de- se-j; qrie sci os iialuraes domiiieiii politicniiieiite.

E', conlo se ol~servc?, a mesiiia aspiracão dos iiidios, (pie se eiiil~alarii iio iiiesiilo soiilio e se- ouelli lia Iiiesiiia correiife avassaladorn, teiids a. J:I a 1liglritei.1-a eiii parte çoiidesceiidi(io co~ii estes, :idiiiitii~do-os a certas fiiricões odiiiiiiis- ti-aiixas (') e cliie lia opiiii5o duiiib iiidio iiiiiito iItistratlo reinatar i( i i i i i dia lia autoiioniia. (5 )

O 01)stactilo para a coiifedernqiío da Iiidia 6 foiileiilado pelo goverrio iiiglês. E isto (r. taiito mais evitleiite, c1u:iiito t! verdade qiie o plaiio de pretloniiiiio da parte da iiietropole coiisiste em iiioiiter a tliscordia existente entre os varios iiii- pei-ar1 tes iiidigeilas.

I ' ) - 1:rn (Ic Qiir i io í - Cai ta7 (ir Iiiglntciia p . 1 ~ 125 ( )-\'i,jn-se sob1 c O n\\~iiltn O 1 n r o Ln l i ari\forriinfri>i~ rfe ].'I g i / ) l f

- - d e Alkictt Mi%tiri e o ai tipo Tlie brifrsli iri l igul~i- i i i Tlie 10itriiplilly I <'r~ii~cii-c~c'l~ii i l>ei I5IUi

(7 -Ai i I~ i i i - -LPS ni iglnr~ a i i i Iiidrs ri eii Egrll>tc png 159 ($1--Jose i11 0 l i a i l l c ~ - - l . ' l ~ i d r l>i rtniiiii~jrie png 494 e seg I )--5iiig\i--ni t Whnt tiors l i idin iuniit polititallyq 111 -- 1 3 1 t r i tghf lg

i riirrii1--~5ctriiil>ri --9101 png 425

Se a Inglaterra fosse licito supor que aiitigas presideiicias e proviiicias poderiani inanter senl- pre sob a sua açâo, e mesmo coiri a aulorioiiiia coricedida aos povos indicos elles se corrserva- riaiii siihordiiiados ao scetro do seu rei, é fora de duvida que ella seria coricedida. hlas a111 e que existe a incertesa e, serido assiiii, é i i~uito possivel que a organisação da India pcriii:iiie- ca a mesma até que os acontecimentos se pre- cil~iteiii e criei-ii uiiia situaç- ao iiova.

* Q 9

Portaiito pelo i-apicio escorqo que fiz dos sistc- Inns ac2ii1inistrativos de varias teiidencias seguidas pelas poteiicias colo~iisadoras, a que se pocieri:~

a ia, se agregar o Estados Unidos, o Japáo e a It I' iiotn, c~iiei- sol) o ferre0 poder do iiiiperaiite ale- ~iifio, quer sol) a direcqáo do coiistitiicional iiio- narca 1)clga resulta qiie a ayáo directji dos gover- iios iiltraliiarinos é a aceite, indo até ao 1)elo speciiiieii 1)ritariico do self-gou~i.~~ii~ciit

Qiie se poderit esperar (ia ~iiflriencin destes eueiiil)los sol)re a iiossa oi gariisaqão atliiiiiiisti.a- i i ~ a coloiiial ?

Algunia cois:r seria coriveiiieiitc espei ar, 1)nr:i que iião 110s sucecia o niesiiia cliie i t nossa ~ i s i - iilia (lu lado (luc, iiierc6 ilma politica roiiceira, rotiiieira e al~sorveiite, pcrtleu todo o seu iiiieii- so poderio ultrainariiio, apeiias rediizido hoje ao iiiiiiiisculo territorio contliiental da (;iiiiiC esl):i- iilio1:i e as iiisignificaiites i1lr:is cte Ferii:iiido P(í e Aiiiio Bon. ( i ) A 1130 ser que os nossos gover- 110s estejatil no firiiie p~.ol>osito de nos deselii- Iiril.riyar desta iiiissão.

O qiie fez esfacelar a vastidiio colonial esl):~-

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iiholn foi exataiiiente a falta de garantias em que ahi se vivia.

A liistoria dos territorios suboi-diiiados :'i Es- p n h a k iiirin longa cadeia de abiisos os iiiais çoiideiiaveis e os inais deploraveis.'

Nuiica os goverrios espaiilioes souberam coiii- preeiirler a riecessidade das reforilias a coiiceder as suas coloiiias aiilericanas e o resiiltado viu-se ])ela perda tIe cli~asi toclo o seli poder terriforial. (:o111 taes ei-i.os esl~oroou-se todo o seu \-tisto ir i i~erio. (:oii~eqoii iios alvores do seculo X1X coiii as coloiiias do coiitirieilte ( i ) e acaliou ao decliiiar desse mesino seculo, (9 conio cjiie al- guiiin profecia tragica tivesse iiiarc:ido esses 100 :iiiiios coliio o ciclo de decadeiicia colonial da 1)oteiicia sol, o pnlroeiiiio (13 qiial :I Aiiierlca fira desveiidada.

r 7 . 1 ivessern os goveriios a teiidido as reclaiiia- qões ~ ) e r i ~ i a ~ ~ e i i t e s dos povos esl)aiio-a1neriçaiios c. aiiida hoje a Esyaiilia os t~olilinaria j)olitica- nieiite. Foi esta a graride propag:iiida de Pi y Xlargall, qiie era apoiicada pelos loucos clue jul- givaiii a Espaiiha cal~az do esforço titariiço de iiiaiiter a sua doiniiiac;iio sohre povos que tão ar- rieilieinerite Iiitnvarii pela siia aiitoiioiiiia pririiei- i-o, e deliois pela sua indeperideiicia. 'Tivesseiii os tlirigeiites ouvido os coiisellios seiisatos de Alar- gall c Ikifael I,af~i.a e os acontecimentos toiiiariam oiitr:t direcção e teriam, coiil certeza, oiiti'o re- siiltiido. I)e resto ri opiiiiâo de Pi l7 Marg-111 era logica; elle qiie esc] a r e r a o livro l;rinioroso Lns ~ttrcio~~cllitltrtles não poderia ter outra iiiaiieira a eiicarar o pi ol)Ieii~n ((Coiiceder a (Iulia iiiiia air- toiio~nin real, dizia elle, isto 6, unia constituicão Liiialoga A do (kinadit. Parece-iiie qiie seria essa n riiiic:i refoi nia qiie os insiirgeii tes :iceitariaiii de

( ' 1 - \X'cl~c.t -- I i r ~ l o r {(i l T i l i < ~ r r ~ n l -- Vol IV -- >ag 187 r \egtiiiilcs. ( - 1 - ~ 1 ~ 1 1 iC'5 l l O l \ t - ,,'E5~~~cJllt', t.llbfl ct lf'\ ! > ( C C ( Y - ~ r l l ' i

bom grado)). ( I ) Jrí seria talde, desde qiie os cti- baiios foi-ain liidil~riodos lia pi.ii1zei1.a iiistirrei- cão (Jua~ido em 1896 tomavam ariiias coiitia :i metropole jti iain doininados liela ideia f ixa de fazer a repul~fica, pois que n doiiiiiiaqão cas- telliriiia era aritipatica i\ gra~ide iiinioria tia 110- pulaqão A graiicle r-ef'oriiia que fosse preciso rea- Iisar-se deveria ser aiites de estalar a r e ~ o l i r ~ ~ o .

llafael La l~ra fai-toii -se de expòr, l~eraiite o ~)arlaineiito esl):iiiliol, os perigos que sol,l.evr- iiliam coiii a ap1ic:ic.Go (10 sistema segiiido, por Lima f:itaI incoiiipreeiisiío dos acoiiteciiiieiitcis que se estavaili prelinraiido ((No iiecessito de- cir (claitiiiva elle iia sessiio de 1 jriiiiio de 1885) ( r ) la [rravedade que eiivuelve la ceiitralisacioii apli- ca8a 6 paices iiiievos, nplira(ls a esos elriiiriitos coloriisadores qrre yideii g r a~ i Ii1,ertad y i i io~~i- riiieiito, y 6 los ciiales es iiecesario aleiitai. 1)ai:i (pie eiicontrai-ido eii Ias coloiiias coiidic.iories tlc .tlese~ivolv~iiiieiito y progreso, se i~leiitificliicn~ coni nc~uelles paises y figeiii eiii eflos s ti i csi(lei t- cia, coiitribiie~ido de esta suerte :i1 desai-rol10 de Ias iiiievas coiii;trcas 31 afiri~iai~do e1 csl~il-lto y Ios iiiteresses de la Meti opoli 1).

Foraili 1)aIdados totlos os clniiiorcs, iiii1)roli- cuas todas as iiiprecaeòes, estereis todos oq pio- testos. A tlraii~a reacioii:iriri, iel>ieseiitatl:l ~ O L -

Ciinovas de1 Castillo, cega alite a e\ri(leiici:i, iiáo recoiilieciii aos cubailos o direito de at~iiiiiiistin- ção, i epudiaildo-os desdeiiliosanieiite coiii :i oieii-

7 . siva ;ilcriiiha de 1wgrito.5. loda ;I tiraiiia se,iiilgn stibsisteiite aiite os direito5 dos povos e iii-se beiii que, apesar cie vei+sado iia Iiistoi-ia, o (lei- potico iiiriiis1i.o esl)aiiliol iiGo soul~e tii+ais dela o ~ ~ e i i o r eilsii~;liliclito, i-ilorreiido \.itiiiin tln siin

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iiiiyroficun teiiiiosia pai;? niaiiter, iin Espniilia, o domiiiio diimn tirania 1)r~ital

A America esyaiihola foi, desde seinpre, o teatl-o de acoiiteciiiieiltos que deveriaili :IrrilS- t:i-la rllilja e :'i ilec:itleiicia. Coiii Cortez e Pi- Lari.0, (0 pnnierro) esiiiagoii cirilisayóes iiidige

do e or- iias, onde liavia iiiis loiiges de e(1iicai;' ganisaqc50 politica. J>e11ois co i i~ a e~ecuç5o do iniiào do conqiiistadoi do I'erii e de Carvajal, ])elo ,jes~lita (;ascu, clevido 6s niniieiras iiiit~io- sas tieste hipocrita delegado do igno1)il Cailos Y, ;isseguiou o seti pi-edoiniiiio politico diiraiite quasi tres seculos, para por f i i i i vir cair fulnii- iintl;i eiii Cnvitc, qiie defiriltiv;tinctite assegurori :i iiidepeiidericia de (111 ba e n aiiesaqiio das Fili- pinas aos Estados-Uiiidos, apes:ir da luta iiltiiiici- i~ieiite ter. toiiiado iiiais uiiin feiçrío ecoiioiiiicn caril os eiii bar:icos fiscnes qiie a Espaii1i:i 011~1-

iilia As diias coloiiias restaiites ( I ) .

Kraiii sempre olhnrlos cotii eatreiiia iiidife- I eiiqn todas as recliiriinc;.óes que os autoi~oriiistas 1':i~iiiii1, iiuiiia alitiicie pacifica de coriciliaqáo.

Urii pii1)licista c11 bailo, que foi depiitado As cbòi.ter; esl)aiiliolas, e\puiilia a questão beiii elii- cida t ivaiiieiitc - (I S:i pi.opria coloii~ti, os Iioineiis iiiais p r e ~ ideiites deiiiiiiciavat~i o caricro da es- cravntrii a, os 11oi.i-ores cio trafico, c7 col-rtiqiio dos eiiil)~-eg:~:"los, os :il)usos do go~.ei.iio, o descoii- leiitniileilto cio pais çoiideiiado a tiina perfeita ~iiferioi-itlade l~olilica NAo os escutaraiii e co- iliec;ii'i\lll OS pr1111~1i.0~ coi~flictos ariiiados. ,

~Aii tes da forniida\~el iiisiii.reic;ão cie 18(58, qiie (lurou 10 aiiiios, o ],ai tido reforiiiista, q i i e coii- Inva iiris siias fileiras os cubaiios inais illiistla- dos, os iiinrs ricos e os iiiais i~itlueiites, esfor- - -- --

(') D .I.tcol, L I ~ I r ~ I>c~ i i r l a -Xrrr~r i inr les de C ~ i b n i18G5', 14eiioist, loc c i t

coo-se por fazer coinpi-eerirler 6 Espai~lin qiie uiiia iiiiida1iq;i poli fica se ii~ipiiiilia. 1) ( 1)

A Espanlia venceu pela astucia de Mai-tiiie~ Çanipos, ,lias ~mpeiiiteiite reiricidiu lios nies- mos erros, lia mesma atitude de guerra aliei-ta, até que sofreu as coriseqlieiicias de taes fiiltns para iiáo Ilies ch:iiuarmos crimes.

Qiiaiido os Iioliieiis da i.el>iihlicn esliniiliol:~ tomararil coiita do goyeriio iião liirderaiii coiii- preeiider n grande iiiiportaiicia do prohlenia qiie 1120 podia ser visto de relaiice e iiiaiiiiver:iiii :i niesiiia atitiide. Entregue ao abaiidoiio da iiie- tiol~ole, Ciil~a Iibei-toii-se da siia sit~tayão <lepeii- deiile e ~~roclaiiioii iiiois tarde n sua conip1et;i sepai.ayão da aiitiga iiaqáo doiiiirladora.

(:orno difere da Espaiilia a Iiiglateri-a, reiido ri:\ st.j>arayiío tla Ai iierica do Noidle uin eiisi ii:i-

iiieri to para os fii turos goveriios das co1otii:is !

U I I ~ I I I ~ ~ O i.?\ ia ?%ta+ ) I O \ C I \ i-01 ~ ~ I O L I ~ I I I ~ ~ ~ I ~ I a I cq>tit)I~c~t riii 1'01 tligal I i*\ ~<ieli tr q11e 11io po<Cii.iinor iniitllir.ti to<lo o tirt>alliu hilo. IxuqtiIs .i doiitriii,i que rleteiirlo iicslc \oliriiie ~ i ihc i i tp a , i w i n coin iii.ii5 i i f f i i i

i coiii 11111110 111aioi ('\pc'iaiicd O que Iin n fciltr'& ns c411 r igrridn 20s I~r111os ( ~ L I C ' iiJn cotitiiiiiatii n \iit>sistir oficinlnit.rit~. rorrio i i i i ~ i i s t ~ ~ i i o tio reirio, (Ia f.izeii(I.i, ohrai plil>licas, !,e111 coiiin a t ~ l i i i i i i i n ç io , i r i I I IPI I - /I-, 11.15 fiasri, nttinl iiiiliisli o da fnrcii<la, altictl p~e\ideiile do ~011it~111o. e l t

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Um pouco de historia - O que foi a primitiva organisação colonla1-k frica, Brazil e India. -Angola e o s seus primitivos governadores. - O abuso das autoridades. - O Inicio da Junta consultiva do ul- tramar. - A sua evoluçáo. - - A organisaç8o admintstrativa de Re- belo d a Silva -- A s Juntas geraes de provincla, -- AS qualidades e defeitds. -- A organisação militar.

O codigo Julio Vilhena--O espirito democratico que o inspirou --Qua- tro diplomas notavels. -- Rezdes contrarias d administraç80 ml- Iitar. - - A Lurida. -- Um documento irnportantissimo. -- Pei'segur- p6es em malange.

A prunitiva oi-gniiisaqão das possessócs f o ~ :i iiidecisão, a dirvitla, n iiicerte~a. N5o Iinvia r111i 1)Iaiio foi-iiliilado e liitido, obedeçeiido :L iiiiia orieiitaçfio iiletod~ca.

Foi o qiie veiii, no acaso. Talito que, i i i r r i i ])e- i iodo feciriido de deseiivol\~irneiito coloiiial, a [li-opriti Iiidia sofreu vai.ias modific:rqões e os dois graiides gigantes da s t i a histoi-ia iii~cial, Aliiieidn c Xl~)iiqiterque, t i~eraii i a tal respeito opiiiioes :il~solirta~iiente divergeiites e fuiidaii-ieiitaliiielite c.zirnterlsndas

Na Afiica eiiteiideiaiii D. Joáo 11 e os çon- c~~~~sttxlores que coiiaiiilin 1150 alirilar, de gollle, clecisivaiiierite, 3 ilifiueiicra dos 1)oleiitados iiidi- geiias cpe don~i t~avain lia tei 1-:i cliie iaiil apare- ceiido, ao ticaso tias ci~-cuiistaiicias, teiido o niesiilo iiioliarc:~ cl1:1111ad0 a si OS irnperalites iicgsos rjtie lhe ~iocleriaiil ci-iiir eiii1,ai-acos ao seir

predoriiiiiio, cliegando um preto da fatiiilin dos reis do Coligo, s ser bispo daquela diocese ( i )

recebeiido iiiila embaixada dos de Heiiiri coiii niuitas amabilidades e aíirina~ões de aiiiisade. ( 2 )

Mas ii maneira que ia111 alargando a iiifliieiicia e reconliecendo hostilidades, a ncyiio dos pode- rosos soberanos indigelias ia seiido liniitacin e, d força, subinetidos h suzeraiiia portiigiièsn. Nes- tas poucas linhas esta definida :i orieiitaqão re- lativamente A a c ~ â o cololiisadora dos 1)ort~lgiie- ses, e dizemos dos portugaeses porque ti elles nos estamos referilido, i130 porcllie os outros l i o ~ o s colotiiaes iiào tenliairi seguido, cluasi com ulii ri- gor de copia, todo o iiiesnio traqado go\ eriia- tivo, quer nas antigas cliier lias novas coloiiins, apesar da corrente Iiiinaiiitarista, iio seciilo passado, a favor das popu taqões iiictigeiias, clie- gaiido-se 6 coIaboi-ação efectiva tios elei~ieiilos coiisiderados como 1150 civilisados.

Depois veiii o sistema de capitaiiins. As (.a- pitaiiias dos Aqores e da &ladeira (" e ei~nis tar- de as do Hrazil ( 4 ) deram u fol.iiiula geral da or- gaiiisação coinrini baseada rio priticipio feiidnl, em que os graiides capitães cliie ia111 da nieti-o- pole possiii~iii a mais ampla e iiiais completa 11- berdade de acqiio, (Ioiige como e ~ t a \ ~ a i ~ i das vistas vigilantes dos reis' seus iiiaiidantes) a l~oiito de se coiisolidarein e assentarei11 as ])ases oi gaiii- cas que deveriain servir de gei-rtieii no fipo adiiii- iiisti.ativo (pie Iiiais tarde, qiiei. c[ria~ido aiiid:t coloiiia, quer já íinperio iiidepeiideiite, qiiei., por iiltimo, coiiio i-epirblica tiriliam de fic:ir eoiisa- gradas.

r ' ) -- Joiist l io~i-- lhe r$oiiii«iií~~i o( 4f1 i( n--png 74 (')--Ji~lio F e r r e i i a ( ~ i i n o - - ~ ~ ~ s c I ~ u o ~ u ~ ~ ~ ~ P I I ~ o C ( s l l i ~ ~ ~ v i r ~ (in ~t101111i -

qiiifl poi tiigit4~cl--pa 164 ('j--Rebelo <Ia ~ i f \ a -- ifirfoizn íic PCII tirgnl -- v01 V--p.ig 104-105 ('I - - D VI.IIICI\LO de S l ~ ~ i z - - L \ t ~ r í t o % ~ i e Itr%/(it i f l (Ir I'oi 11rgal--

~i , ig 413

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AS capitallias do Brnzil, iiidepeiidentes entre si, ci.eaI.;iiii j~jda a~ltonoiiia e diferenciada, de tal maneira que inesino lioje, apesar do seu re- yiiiien ter evolucioiiado ~~rogressivsmeiite. ainda se manifesta no tipo norte e sul, cada um coni ~113s teiitikiicias especiaes e caracteristicas. E:' iiotavel que nindti esta tlivisão geo rafica serviu F ai-a se fixareili as difereiiciaes po iticas em es- iados, o do Marniihão ao norle, creado eiri 1624 e cornposlo do Parh, Maraniiáo e Cearii; e o do si i l , ou tio 13razil propriaiiieiite dito, tendo por capital a Raliia.

Qiiaiido 'Tome de Souza, o pririieiro over- iiadoi- geral do I3razi1, foi tomar posse f o seu ç:zi+go, ilti Baliin, jh as ciiversas capitanias se coligi egavaiii polltiçan.ieiite, e certo cpie tiulua fGriiia aiiida iridec~sa, e conseguiraili iiniforini- sai- a SUR vida geral, nein sempre liarinoiiica- ineiite, e verdade, iiias obeciecendo a iini plaiio de coiijuiito e de tal tórina que o Ilr. Escragiiole Doria pode dizer, i-epetirido a frase dum seu compatriota iaiiiberii ilustre, qiie I'ortiigal con- seguiu coiiservar o Brazil, integro e perfeito, conio 11111 vaso de nlabastro yiie lia todo o cui- dado em iiiaiiter iiicoluiiie (i). Nesta divisáo eiii ca l~~tn i i~gs , o ope foi precedido, em 1532, pela 01.- gaiiisaqão tla priiiieira corniina (f), que corres- polide, pouco mais ou iiierios, eiiibora corti de- si(~iia(:ão riiais honrosa, aos presidios da A f r i a h ocldeiital, se ciel~iieoti, eiii tracos cjue o ternpo foi aprofuiidqiido iio solo brazileiro, e constituiiido, coiiio J & disse, n extit~itura geral que, ainda leve- melite alteraciti, subsiste (3), C O I ~ I OLI tras desigiia- còes, eilibora, coiil a iiionarc~iiia conio l~roviiicias, lia repiiblicn coiiio estados, estes coiistitiiindo :r

soo magnifica federação, sob a iiifliielicia aqiii dos Estados Uriidos do Norte.

Os poderes descricioiiarios fóraii~, coiiio não podia deixar de ser, dadas as distaiicias e a falta de agrupamentos liornogetieos que, como na Aiiierica do Norte, s t orgaiiisassem deniocrati- camente, foram, repito, a base dos iiossos goyer- iios ultrainarinos, no Rra~i1 ou iin Africa, ou, aiiida sob oiitro aspecto, iia Iiidja.

Primeiro (ja se disse) os capitses erniii se- iiliores feiidaes, terido as inais latas atribuiçóes. Ilepois os goveriiadores e capltães geiieraes (de que usufrureiii honras os de An iola), coiiceiitra- vam em suas lilãos todo o poc eiio estadual, jb t forrniiIados nos seus regimeiitos coiii que os reis as investiam de poderes cluasi ili~iiiiados. Quem 16 o regimento coiii (pie To~iie de Sousa segiiiii para o Brazil, a toiilar passe do seri nllissiino cargo, fica conlieceiido clriaiitns atribuiqões, tão vaslas e táo i~iiporlaiites, eni qiie o iVei delegava rièle os seus poderes ahsoliitos.

E i i ~ Aligola todos os ~ii.itnitivos goveriiado- res, desde Paulo Dias de Novaes, tiverairi atri- biiiqões as mais largas conio, por eaeinplo, a declaração de guerra. Ai~gola cIite, çonicr 6 sa- bido, iiáo corresponde 8 geografia atual, foi rim foco de revoltas e toda esta região estava em yeriilanente conflito coni os coiiquistadores, eiii- hora fazeiido tregrias, apar-en temeii te. Eni todo o caso estas eram pouco duradouras e os portu- gu&ses sofreram bastantes rissal tos, eiicoii trando aliados coiitra si todos os mais ou iiieiios pode-

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rosas reis do sertáo e do litoral (i) e é claro que qualquer hesi taqáo ou denioi-a represei1 taria riiii perigo grave que sO com a acqão pronta e eiiergica do goveriiodor' se poderia contrariar.

Pelo regíineiito qiie Trislão da Cunha rece- beii quando l'oi toriiar conta do governo de Ali- gola, eiii l(iT,G, se vê qiiantas atribuiqóes elle possiiia, eiiiboi-a eiii varios ,assuntos tivesse de coiistiI tar deleriiiinaclas eii tidades, pl-o forma. Tiillia, todfiviil, poderes tào amplos que julgava seiii apel:iqão iieiil agravo, aiiida qiie coiideiias- s e ((ate irioi5te iiatural iiic1usivk.n (2)

Repito que, lielos vistos. a administraçáo co- loiiial era ti acqiio teiiaz diim lioiilem, a siia inge- reiicia directa e, para a colonia, indisciitivel. O clile elle fazia estava bem feito e se não fossen~ os protestos e as reclaniações dos poiicos colo iios e dos iiatiiraes iiiais adiaiitados, o rei pouco se importaria com os abusos ali pernianerite- i-iieii te perpre lados.

A popiilacáo nein seinpre se subiiletia e, eiil Aiigola, ciiegou inesriio a eleger os seus gover- nadores (9, e quaiido, eiii circiilistaiicias criti- cais, ulil delles iião correspondia A s necessidades ocasioiiaes e ti gravidade dos aconteciinentos que se api-eseiitavaiii ohstrliiiido o progresso da possessáo ou, por s j~~alquer iiiotivo, elle nao agradava ao povo, este, sciente duma impuiii- dnde certa, recaiiil)iava-o para a nietropole, seni a menor hesilaqáo.

Foi o que sucedeii a Tristáo da (:iiiilia ( 4 )

que todavia 1ev:iva amplas atribuiqoes e que

( ' 1 Lope5 (ir I>iiiin-Ciisaioi rohi e as eslnt~slrcns das j)osie~sÜes ~ioriir- yii?siis. \ ol 3 ', yng I X e s e g i ~ i i i t e ~

I I Roleltiii i o corisellio iillrarriarrrio--1.egi~lnqRo :iiiliga, pag 505 ( ' i 1.tiiiiioj ct Vnnder-1,iriden--f!irtoire de l ' e~pn i t s ron colotiiale de*

j~eii.~~les FI I~I>OPPIIS , png 103 i') Lopcs tir LIIIIR -- E I I F ~ I O S etc , 1 oi J ', png 103 -- Feio (.arcioso

Ilriiioi ias clc ,

em Loanda encontrou a oposiqáo popular. O povo não se iiiiportou qiie elle fosse iini rei ~ibsoluto, tão ainplas eram as faciildades de qiie I). Joiío IV o havia investido (i).

A iiiterveiiqiio constaiite e periiiarieiite i150 se podia exercer conio foi dito e era natural qiie os abusos fosseii; constantes, de mais a mais 110- deiida os goveriiadores exercer o comercio e podeiido, portanto, liraticar represalias sobre os seris competidores. O exercicio do coiiiercio foi proibido aos go\~er~iadores de Aiigola, iiins so- I>re ticianiente elle foi-se fazelido, a oct11 tas Eiii Ai~gola é do conlrecimeiilo de niiiita geitte qiie z~~ilda lia pouco teinpo liavia chefes de conce- Ilios qiie iiegociavam Nos conselhos de guerra de Renguela, eiii 1902, oiide, diga-se fraiicaineii- te, se praticaram gravissiiiias iiijiistiças, revela- das iluin livro que foi p~iblicado pelo ilustre ztd~ogado dr. Baltasai. Agiiiaiii, Ticoii pro~acio rpe ixriina fortalèsa do iiiterior liavia caiitiiias oiide se vendia agu:trdente e se permutava Ijor- raclia. Ainda agora, (ou aiiida lia ~iouco tempo) aos cliefes do coiicelho de Ericoge era perniitida riegociar eiii cafe, o carnteristico café d:iquéla regiáo. Isto, pordin, iião e para se tratar aqui e, se puder, eiii oiitro eiisejo, poriiieiiorisarei lodos os abusos e~ercidos iio inato, por chefes de concellios e comandantes de postos que levaiii o seu despotisiiio a chicotear os europeus c os iiidigenas, que se suhnieteiil ao azol-rag~ie coiii receio da lei qiie 1a cliarnain dos sumarios (peoi. que a nefanda lei de 13 de fevereiro) e que 6 devida ao sr 'Teixeira de Soitzn, quando sabia- nieiite sobraçava a pasta de inarinlia e u1trani:ir Ora e de notar qiie muitas vezes esses chefes de concellio e coriiandantes são simples e aiiteiiti-

(', Legrslncüo aiiíiga (1446 n 7154!, png 2%.

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cos aiialfal~etos, sei11 a rneiior preparacão iieiit plofissioiial, iieiil literaria, iieni jiiridica. Coiii- pi'eeiide-se yrie geiite iiestas coiidicóes, eiiibria- gada com os poderes de que gosa, 1150 pa- der3 ser liem I~eiievola, neiii Justa, iieiii Iiuiiia- iiitariii e se tomai-ii de ponta, Iieriiiita-se-iios a e\yressiío corriqueira, qualq~ier desgraçado, teiii este de al~aiidoiiar a aren em qiie elle doiiiiiia, do coiltrario é lioinern iiiort'o 011, pelo iiieiios, ~)erdido. Aiil-iiiava-se qiie a ceiitrnlisaqc?~ ia iiii- pedir esses abusos. Ora siicecIeu eaataiiie~ite o coiitrario, e eiilbora a accão do goveriio ii-ietro- politaiio fosse cada vez iiiais doniiiiadorn, e o iillraiiiar portugu$s fosse seiido cada vez inars ttiielado, csses abusos iii;iiitiverani-se, eaacer1)a- ra11-i-se, reíliiin tara~ii, a1)ezar de sè ter creado eiii I.isboa iiiiia iiisti tiiic;go que coiiceii troii todos os i-iegoclos coloni:ies e ei-iil)or:i iiiio teiilia produ- zido i.esiil tados pi-oficiros, etla teiii prosegitido [itc Iiole çoili varias refoi'iiias. Hefil'o-iiie á jiirita coiisiil tiva do i i l traiiiar.

,i juiifa coiistilti\ra do iiltrilil~ar ~LI I I~OI I - a I). ~ o i o IV, eiii l(jq2, sob ;, deiioiiiiiiayáo de (:oiiselfio Iíltraiiiariiio c foi creado- são os ter- 1110s do diploma que n instlturii-«pelo estado eiii que se acliáo as coiisas da Indin, Rrazil, Aii- gola e rilais coiicjuistas do Iteiiio e pelo iiiiiito cpe iiiiporta dilatar o que iiellas possuo, recu- perar o qiic se perdeo nos teriipas ]iassadas, e sei- preçisanieiite iiecessnrio aiites cliie os daiiiiios que ali teiii padecido esta Coroa passem adiante prover de reinedio coin toda a aplicaçiío e por todos os meios jiistos e possiveis.))

Davaili-sc-llie ati-ibiiiçóes I~astniite incertas e

:~iiil)igtias coiisi<-lerando-se uni ((ti-rliuiial sel3a- r:ido clcie 1):irt~c"larrneiite trate os iiegocios dn- c~iielas partes clae ate agora corritiiii por iiiiiiis-

ti-os olirigados :t oiitras oçiipaqóes seiido os rias coiiquistns taiitns c de ~1~i:ilidade que se d e i ~ e eiiteiidcr,)) çoiicedio grandes Iioiiras aos spiis iiieiii1)ros e para «tudo sei. tjem despacliatlo e goveriiador, a~~esce i i l n \~a I ) . JOGO IV, «ficali- rlo reservatio :i i i ~ i i i i tirar, iiiudar e acresccii- tal. iiele o qiie Iioiivei. 1)or ii-iais, Iiieii sei .~ico coiifoiliie do qiie a exilei-ieiicia f<ir iiioslr:iiido, que iiiais coiivem>r ( I )

((So1,i.e as utrlbiricj.i)es, t l i~in o a1.t o 5 (c.40 (lito (:oiisellio Iiei 1101 I~ein, que pertciiqáo torlas tis iiinterias e iiegocios de c~iialq~ier clu;lli(l;ide que foreiii, tocantes aos clitos 1:stados clu liidia, I3rasil e Cruiiie, Illins de S Toilií. e (:iil)o Vcicle e de todas :is iiiais partes ~iltl-:t~~i:i~-i~i:~s, I I ~ : I I I C ~ O as Illias dos Ayores e da Madeir:i, c 1og:ii.c.; cle Afiica ; e por elie lia-de correr :i :idiiiiiiisti-:iqào da 1:axeiida clos ditos Estacios, e :i que tielas vici. (to I te~no, se ;tdiiiiiiisti til A pelo coiisellio tla ]:a- zcnda, que coi.rerh taiiil~eiil coiii os ciiipicgos c retornos das carieg:iqóes 1,.

Mais aci-esceiitavn o ai-t. 8 . - (cc\ este come- llio perleiice coiisi~ltar, que Naiis e Navios tlc- veili ir para a Ti~clia e coiiciiiistas, e ein qtie for- iua 1150-de ir al)erçehiclos de geiite e ai.iii:is, e eiii que tempo liao-tle l)a~-tir, e da resoliic:ào cliie loriiar iiesta consalt~i, iiianrlaiei ar.rs:ir :io coii- selho de E'axeiida, a cliieiii toc:i f:izcr os gastos e LIS despesías, Ixira por essa via se cltir (i cxccii- c:ão o que se aventar, e por este iiiesiiio coiise- lho iiltraiiiarino se ine coiisuf tarA o pi oviiiicii to <te todos os oficios de Justicn, (iuei-ra e 1:nzcii- (ta; e passar50 as cartas e I ' ro \7is6~~, qiie tlelas

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se l i~u \~ere i i i de fazer, e :is pnleiites e despticlius c j ~ c sc lioiiverem de lebnr os Vrce-Ileis, govcr- iindores, e Capitdes c~iic 11a1-a ascdilns partes fo- sii~ii providos, lii,tirido a Pro\ isão tios 131spados e 11181s lognres e iiegocios E~clesiaslicos, porque cssas liei poi hein SP faqa~ii pelo 1110do e for~ila q u e :it6 :agora se tazi:i~ii

I3-aii1 estas, ein vagas Iiiilias, ns ati-iiiiiiqões clo coiisellio, q u e era c01110 q11e a repartição ceil- i i-alisndorri de todos os iiegocios u l truiiiariiios, Mas, pela llequeiia :icào e\ercidn ~ i o piSogresso coloiiinl, t:il\ c,: deviilo i1 f:ilta de iiiici:itivn, ein 110iic0 iiifliiiita iio cleseii\.rrl~i1ii~11~~) das posses- siies, .7t6 qiie eni :i0 de :igosto de 1833, o golrei.- iio d:i regeiicia extiiigiiiii essa i iistitiiiq50 (tateri- cleiitlo, di/: o tlcçreto, á ilecessidnrlc cle siiiililifi- c:ir a piili1ic.u adiuiiirslra~,;io, c de 3 colocar eni li:iiinoiiia coin a C:irL=i I;oiist~luc~oiinl, :i cliial 11;io ieçuiiliccc :i iiiiilti~)liciífatle rie 'l'riliuiiaes, ~ I I P SPIII ~)~-o\ ,e t to das partes eiaiii de evidente pei-tfa pai a O rl'liesoiiro Pub1ico.r ( I )

Ei~ i 18:35 foi, de iiovo, cl-eado o consellio, que s o clicgoii :I luiiiioiini. c111 18,íl. çoiicedeiido-se ;)o 5cii 111 esitlciite, e innis ineiiilii'os, dii-ritos, 11niir:is c j)i ri 'og:~ti\~:~s, cliie cnriilietinii-i ao pre- sideiite t3 Jiiir; do Siil~reiiio 'Ti-ib~irial clu Jristi- ca (art 10).

Ei :i c\,identeiiiciilc uiii llrogresso, quniito ri srin aiiil~litude de acção iiias os iiieliibr os do coiisellio, teiiclo iiiri~òes iiieraiiiei~te coi~sultivas c l)rriocrntics,~, (9 a ccyue 1150 coi-respuiidia, de fbrilia tilgiiiii, a siia qualitluclc recoriliecida, dc ,TUIL~S, I I ~ C ~ P O ~ ~ R I I I renlisnr, e tirilirim seiiipre :i iinpedii -1lies n cairiiiilio o vicio fuiidaiiieri tal

rln ce~itralrsaçùo, cjue :iiii!ia Iioje, coiii o clccreto do si.. Aircs Oriielas, riiaiitem ( 1 )

E' este o vicio qiic perl)etii:i a ii1efic:ici:i. N:i frase ciniii seu defei~sor <li~fio .-ir:i, l ido

iiSo seiii6;i, collie, estuda, ncolise1ii:i e proliiie, friltaiido-llie ós iiieios de acçrio clc qiie sri potle rlisp<ir o goveriioi) (2)

k:iiiljora u coiisellio tivesse :iti.iliui(;óes Icgis- lativas, coiiio ris teiii o ~i i-ol~rio iniiiislro, s~g i indo r i ticio :itlicioii:il de 1852, iiuiicu poderia re1)l.e- selilar o ~irogi-esso, a prosl~erirlade, e o dcseii- volviiiieiilo das rnlniiias 1; ,i prova, iii:iis qiie cvideii te, é (pie çoiisellio iiltraii~:iriiio. (tleliois trniidoriiiadu em .Jiiiitn I;oiisiiIti\.a do I:ltrniiini~) e o~ivicio eni lo(Ios O S ~ S S L ~ I I ~ O S qlic O i i i 1 1 1 1 ~ 1 1 ~

terilia tle i.esolver e i(sol)i-c todos os ~irojetos dc decreto r e l a t ~ ~ o s :i adtiiri~is1i-:iq50 til traiiinriiirin, (arl 12 11 " 1-dec. 20 set !)()e) roiii :i opliii:ío do cli~aI o iiili-iistro seililire coiiçorda, tentlo lani- Iieiii a fac~i1d:itle tle :ipr.cvseiitnr- íjri:icsrlucr ~ i io je- tos cle siia iiiiciativa.

'I'odo n iiial pors 1150 est:i na f:~lta d e iiircrn- tiva, nias iio excesso de ceiilrnlisaqáo, ehagrei-n- (Ia aiuda coi-ii o decreto do si. Aires Or~icl:ts, de qiie se espernviuii i*efoi~iiras iiiais rlesceiitralisn- {foi as, iiiais atei-it~is :i vida d:is çoloi~ias e iiiio os siii~ples expedientes qrie rlle tanto ceiisiiroti rjuni~do airida iieiii inesiilo s o l i l i a ~ ~ i talvez qrie pti(1esse vi r a se i #uind:ido As c~iIiiiiii~iiicins ílc iillilisll'o*

O facto (i, todal-ia, pc~i.ftit:iiiieiite exj)Iic.n~el (:o1110 6 sa i~~cio :I elioca (pie coire 6 rle cgols- ~ijos, tle vaidades e de ~)resiinqõc.s 1iolol:is. I:oiiio

{I) 0 51 R I s t ~ ~ i l i a 11' L.IILI~O\, go! P!II:I(IOI # I ? t ,ii)o \ V I ( ~ < , , ] > i o l ~ o ~ '10 got I rito n extiitç.io tla .Iiiiit,i, coiiio coiiti . l i 1.1 aos iiilci i $51 5 <Irlli t (110- 1ii . i i A iiia crtiii<.io 11lt1.1 e \1n1[11e\ 1150 1 1 1 ~ 1i.tiece lnzn.iicl, logo q i ~ r rlin c o i i i'~p01id.1 n 1111t:i 111 ,jf~1111<1 alt~1aç51i ílrl I I I C I I ~ C I I ~ (ir : i < l ~ ~ i ~ i l f ' l ~ , I I ,<i)l~>llia~

i-,--1'cdro Il iri iz--O rtiiisrlho t~l l in i i in i i i io r n? culoii<cix 11;ig 1'1

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poderia acreditar-se qiie o ministro da marinha de Portugal coiiseiitisse na ofeiisa feita 6 sua omiiisciencia politica ? Os mediocres jiilgain-se deslustrados quando a siia obra è reduzida as proporqões duma filiição iiidividiial c. jiilgtiiido- se superiores a colectividade. seiiteiii-se niiiesqoi- nliados coiii a j~iter~renc;.áo do i-ude comerciante, oii do pouco educado agriciiltor.

I)ej~ois por 11111 lenonleno deplorn\~el, qiie re ~~resei i ta s e i i i l ~ ~ e iiiii:i depresdo rnoral oii iiitc- lectiial, &-se ii:i vida colectira uni facto tlesolii- do i e que, se iiáo fosseiii coiiliecidas a siia ori- geiii e as suas causas, serili de iiioldc :i fazer desaniriiar Como se snl~e, e foi i i i i ~ 1)1'11icil)i0 esta1)elecido por Cointe e Speiicer, :i sorictlade, c01110 todos os oi-g~iiisiiios, oliedecc, p:wa se traiisforriiarciii, a l e ~ dn evolriqão.

Ein I>iologia essa lei ace~it~ta-se e noln-se no cteseiivolviiiieiito dos iiidividuos lia \~oltti a i i i i i

tipo ante1 ior, eiii1)or;i 11.50 regresse :to priiiiitivo. (I) 15111 sociologi:~ o1)siri~;i-se que 1"' progresso e retrocesso eiri Iiaiinoiiia tailit)eiii coni os priri- ci1110s l~iologiros e que por isso se i16 ;i evolii- qRo piwgressiva oii regressi~n roiiloriiie, liiii 1110-

iiicaitieiite, a socieclade avaiiyzi oti I-eçiia, ori vae ila escala asceiideiite oti desceiidciite. ( 2 )

Eiti Poi tugal o1iser~:i-sc oi a a iiiii feiioiiieiio oi-:i oiiti o.

Riitre iiiu~tos exemplos :i atesiar o qiic :ilir- iiiaiiios, temos a iiossa legrslncão u1tr:iiiinriiin. I.odo qiiaiito iiiii espirito alto e <lescelitr;ilirarlor creoii, por tini \rei.dadeiro coiilieciiiieiito (Ias iiccessitindes coloiiraes, e por Liiiia jierfei1:i ideii- tificnq5o de iiiteresses coiii as colonios, leili sido c1ei.i-~ibado eliil)ora se inaiiteillia um esyiieleto

( I ) 1)c~iiioo. ~ c ~ ~ ~ c l ~ ~ ~ \ e i ~ l ct ~ ~ ~ I ~ , ~ ~ I I - L ~ I ; I ~ O / ~ ~ F I O ~ tpqre \ \ tor r11 1110.

iiiíleciso. Aqiii, coiiio de resto lia iiieiro~)olc, tinia teiideiicia al~sorveiite, te111 rou1)acIo todas as rega11:is locaes

Eiii I.isbo:~ legisla-se para todo o Portiigil, iio ~i~iiiisterio do I-eiiio, e para o ulti.am:t~* iio iiiii~islei-io da iilnriiilin. (1)

Atrofiada a vida local, esiilagadas todas as teiitativas de aritoiioiiiia, os iiiuiiicipios (pie eni Poi.liip!l, iia soa tla(liq8o iiiiiiiiii~inlista, i i i i i p;i- ])e1 tlio iiiipoitaiite desenil~eiiliarai-ii, ( j ) tanto qiie foiaiii ceiitros delil>erativos, infliiiroiii por1eros:i- iiiriite iios iiegocios ~~iiblicos, estáo Iio,je iiiiinii tlepeiirle~icia coiiil~leta d:i voiilade oiiil)olerit(~ dtini caliefc de rel)artic,.ão cliie expriiile a voiitade sriyreliin do iiiiiiislro :icideiitnl e qiie segrie o plaiio al~sorveiite qiie Iiistoricameiite vciii tlesdc D, Maiiiiel, coiii ri restriyão dos foraes, lias que, coiii altos e l)nixos de coiicess6es, veiii dc i~ini\ receirtc ci:ita, IIorcltic o pro ,rio codigo de Cosia CaI)ral se iiisp~roii iias rega 1 ias locacs.

E' iiecessario, todavia, filar aqui qire o ilricio da ceiili~alisação 6 i i i i i taiito aiiterioi- ao C O ~ I ~ O

cie 1896. Corneqoii a aceiituar-se coiii Dias Fer- reirn, deliois da revoliiq5o rei)iil)licniin (10 I'orto, no decreto de 6 de 111:110 tl6 1892, q ~ i c ceiili*ali- sava o eiisiiio III'I itiario. Assiiia\~a t:iiiilieiii esse d~~iii i iei l to o piiblicista Oliveira Martiii o cloii-

( ' I (,OIHII J.I f i i \ V I I I ) : I I I ~ P I I ~ ~ O 0 O I I ~ I I I . ~ ~ v <li15 (11111>i ~ r ~ i i ~ p l e t r ~ .ililc.5 (1.1 ]>i r~rl.~iiinçao t1.i I~eliii1)lic.i 0 t i i i i i i s t c ~ t lu <Ir1 t c 1110 [i:issc~ii .I Cknoliiiiiai-\v, l~g i t i i i in i l i~ i i t r , d r i rritcricii h i iioiiic.ida ii111,t roiiii- i'io p~ir.i i.l,il>oi ni riiii tio\ o L(I(II&(I ~ ( l i i i i i i ~ ~ t ~ ' i t i \ o e111 11~11 IIIOIII .I c0111 O 111ogi i \\o i eptil>lir nrio I ' r tdo o i cniii i \sioiinclo\ .I c<liica< 50 <Iciiti>- eiciiic,i (111i' iiascv tluiii.i 1o1ig.i itlriitilicncao iioiitiiii,iii.i 11,ir.i i i i l r i - pr~-t,<i ,i\ .i'rl)i~.i<;&\ po ~ i l n i t ~ \ 'r> I:' I>irci.ro \.iJ>ri->e qiic ii<in i iIt.- iiinc.i.iin < I i i ( a r i i coiiio tal se :i1 \ oi.i i t i a í o i i i t i i \ iiiiio qur, 11.1 ioiigoi lilinos, I ) IPI>CILOLI n \<'ti c s p ~ i l t o ~ I e \ i i l t e i i ~ i a < l o .1 11111 Ir.il>allio ( l ib :l~lapt.t(.l<) ,I ~>rlllcl]ilo\ qi1e f~1 i~ l l l l <I , l \ ~ ~ 1 1 , 1 ~ i 0 a1 l l C ~ l l t ? cle to(Ll ,I \ i I< t \ltl.i O g o ~ e i i i u zc\ olucioii,iiiu <Ie\cr i.\ tri , iic\(r wiiti<lo, (i iiinrot cscriil~iilo

i" i e i ,i c5te ieslieito t i r s \:ilioso\ nitigo\ iin I,iiil<r tlr 2 7 I, I 0 (Ir ~.i i i t .~io rle IrJOD, toiii u Iltiilo - OE r i i i i i i i ( i J I O ? - tlo sr Agosliiiliii Foilc\ <~i ic ultiiir.iiiiciitc te ,ifa~loii rlo p i trio icpu\)lic.iiio, ciiid~. <{c- wnipr.r~tiou fiiii$i,vs cic coiifia~ly,~ ~ ~ o l i t i c ~ i

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t i . innr~n tio ciigrnii~lecin~eiito do poder i-eal e que iios sciis tr:il)allios nlileriores, a1ics:ir cla sli:i apa- reiite deiiioçrac~a, revelava o esy~ii-ito cesari,sta c ~ u e O ~ r i t . i i t a ~ : i C) notnvrl prnf~ssor Silva Cor- tfeiro que f'iz r i i i i estudo vnliusisslnio sol)rc os :ilitecedeiites ineiltaes d e Oliveira hI:irtiiis, faz re- saltar esta fcrcno cloiiiiiiaiite da sua obra liislo- rica.

( l i . ; i çoni :is cololiias srgiiiir-sc o imesiilo sis- Iciiiii coiideiiat,cl.

Aiigola, que teni uiiia ~ u n t n gera1 de l i i o\ 111-

cbia, clue de\-i:i i-c~iiiii-, s~gun t Io :i lei, e qlie 1)eni oii liia1 o~-~ail isnd;i (1150 ~ I I ~ I - I - I I ' ~ I I ~ « S 11CsSa (11s- C 'LISS~~O) relir ese~it :~, subretucio, iiiii alto 111 liici- pio cIesceiili alista, coiii a pi opria represeiilafáo tlc cliisses c ~iiiiriicipios, iiiiia das aspiraqões de y n i 10s ~xililicistas iItistires c (pie I<el)elo (i;~ Silva {fio i~erii coiii~~reciideii , estri 1151 ii~rrito ~)i-i\;i<iti

ikis v:iii t:igc~is (111~ se1npi.e deri\ :i111 tln clisciis- hão dos iicgocios pril~licos As jliiitas gelnes cto ciisti~to fortiili qii:isi e~ t i r i t a s iia iiietroliale Mas,

ao ~iresciite, a s illias 00s Xqores e Matleri:~, P Ii i t l~a coiisei-v:iiii ns sii:ts c o ~ i i us iiicsilios 1)odc-

a l\ 'OS i es coiisiiltivos e tielibei. t ' hlas se o governo maiiteiii essas ii~stitiiicões

ii;is i1li:is acjj;icerites e lia Iiidia, se recoiiliece ri iiccc.ssid:idc tle a s coiiseryar alii, I)orque rtizào logiça t i iião iiiaiida convocar elii Aligola, oiltle n sti:) iiccess~tl:ide 6 evi<ieiiteb~

h

A l > r o ~ ~ i i ~ " a i-clireseritatlr-i por fiiiicioilai.ios ii1e1.1 to, c por iiidividrius i-ilnis iiitei-es5aítos

iio h e i i cleseiivolvr~iieiito, os coiliei-ciailtes e os :ig~-ic~illoi-es, podia111 disciitrr :issrriitos de iiinior iii1port:iiicia e infliiii-, c o i i ~ tis de1il)erncócs tu- lii:lr~as, 110 scii ~ ~ i . o g ~ ~ e s s o pl.oprio

I'odas as iiistit~iic;óes q u e o csllii-ito alto tlo legrs1;iclor de 1869 creoti esta0 fiiiicioiiaiido c0111 iii:iis oii iilcrios rcgularidndc eilceto a junta tIn

fazeiidn qiie foi :il,olid:i, para dai. Iogni. 11ili;i i-iiaioi- ceiitrali~iicão dos sei-vrqos eln T,isl~o;i

O coilsellio de pt-oviiicia, LI coiisellio de go- verno, a juilIa insycctor;i de iiistriir;?o, estão rc- giilarineiite coiistituldas Nào está n juiita t f c h l)i-o\JiiicraT esntaineiite ti rlitc iliais sei-viqos de- Fria c podra prcsttir,

A junta geral da 1)rovinci:i teiii ntri1)iii~i)es c pode~es del ibernt i~os de certa inipol t:iiicix e Irir - giieza, que a l ~ r ~ i l g c i i ~ ilegocros n111rtn coi1il)lt- os c \-aliosos cle que a provtiicr:i iiccessita

Pela l p i de 1 de dezciiibi-o d e lX(i!f ((coiisti- tiiem a j i i i l ta geral de ~~~-o \~ i i i c l c? i~:i ~ ) ~ . O T ' I I ~ C I ; I de Aiig?l:i~ : o bis l~o <Ia diocese, e iia siia f:ill:i o vigario capitular ou o go\;erii:irloi cl:i rliocrse oii vigario gci.al; o scci~tilai'io geral do gn\,ei iio . o procur:tdor da corda e fa~eiidn ; a seçrclario da junta de fazeiicta l~u l~ l i cn , o cliefe tlo sci-1 i(;o de saiide ; o eiigeiiliciro pi-irtc.i~itil tln ~ ) ~ O V I I I C ' I ; I ; i i ~ i i pl.ofcssor da cscoln ~)i-ilic~ptil ; ti eí! \.ogncs, dois eleitos pelos iiegoci:intcs ii~ntr-ic~iil:iclos ( I r . Loanda e iim pelos de r(eiigliclln ; i i ~ i vogal vlci- to por racl:~ tiilin das r.itni:ii as ii~iiliicipncs rln proviricia. hs atribuições sáo d ~ n i tkis íjiie o ccitligo

ndiiiiii~sti~:itivo coiicedin :is jiiiit:is gel-aes tlc (11s- liito a s segiiintcs

1." Votar as obras puhlr ra ,~ de rprc ii pi n \ 111-

cin iiecessi ta, e\cetiiaiiclo. A das fortalrzas, As dos edificios uecesswrios liara o golci iin

g e i ~ l da 1'1-ovinci:), ndiiii iiisti-acao dc ~rislirii c de fazcrlda, cluarlcis de ti.upa e iilars est:il)chlec.t- iiientos iriilitares ;

2." Votar cluaesquer l inbalhos oii ser\ iyus ~-".oprios p x a ~~iel l iora~iiei i tos da suiide p~ilili- ca ; 3." Crear, esco1:is de iiisti l i~ i í0 Iii'ini:ii ia ; iiidiistrral oii coiiiei-cial ; f ." I'statuii, iicerc:t t lo

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regilileii '10s esta1)eleciiii~iitos de 11iedíicle e be- lieficjelici:i e111 Iiarliioiiia coiii o (lispo~to lias leis, e egHalmeiitc lios casos omissos, 5." I,aiiqar as c o l l t ~ l ~ ~ ~ ~ i q i j e s (1iret;is e iiidiretas (pie forein i?e-

ccssari:is para a creaqào e coiiser~aqáo da exe- çiicào das o1)i.a~ de serviqo que tivereiii votado, iiáo podelicio, porciii ;

( ( I ) Alterar as p:iiitas das alf'aiidegas ; (h) Oiie- yai. çoiil tlescoiitos oii çoiitril)uic,.oes os veiiri- iiieiitos tlos eiiiprcgados publicas, qiiaiiclo iião sql;uii tie cargos cjiie :i ,liiiita pode criar 011 SII- priiiiir.

6 NOIIIC;~~, se tlirizer, tesoureiro ])ara os reiiciinic~itos destiiincios l~n ra os sci-~~icos a sai cargo, 7 " Eiii geral provei, sobre quaescluer ser- ~ i q o s , t i aliallios oii iiistittiicòes qiie lulgar iileis i t 111-ovitici:i

Eis o tlue ;L junta 6 , por lei. Iiifeli~nieiite iiào teili sido coiivocatla lioi- desleiao, iii:i fk oii igiioi-alicia e teiii-se presjudicado a provliicia, qtic iicla Lei ia nlgii~is eleiiieiitos de progresso, eiii

li-tiitle do trndicioiial ~icío f~ I-crles qiie tào I~erii iios cai ateriza

Coii~o :ic~iii:i disseiiios, a ,li~iita gei-a1 tla pro- viiiciit lriiliu os poderes das ,jiiiitas geraes de (listi-110, coiisigiindos iio codigo adrniiiistrati\~o cle 1842, cliarilaclo tle (:osta (:til)ral, ciire 116s va- iiios adaptar no caso. S&o atilbiiiqões tlelibera- livtis d:i ji~iita

IIT Vot:ii. o or~:iriieiito aniinI rle receita e de spe~a ~~ i iva t iva da proviiicia, IV. Votar as <lei 1 :iiiias iiecessari:is para as desj)ez:is da pro- i ; V (:oritiaii., c014 atitoriz:iqão tie lei es- pecial, os eiiil)restiiiios iiecessnrios para ob~etos tle i i tilidade da proviiicia; VI. Coii ti-atar, pelo iiiestiio iiiotlo coiii c~iialt~iier conipaliliia par:i cfectu:ii eiii o l~ras de interesse iiu l~rovliicin, 1'11 jrotiii. as (liiatas coiii que os coiicellios de-

veiii coiitribuir para a siisteiitaqão dos exl-iostos; e aplicar-llies as conti.ibuiqÕes, e reiidinieiitos tIue tiverem este destiiio especial; YIII. 1)esigiinr os logares ein cpre as rodas devein estal>eleçei.- se; IX. Aprovar as deli1)erações iil~inicipaes II:W;I esfal)eleciineiitos, siipressão oii miidaiiça de tei- ras e inercados; X Aprovar as contas que o go- veriiatlor geral deve dar aiiiialniente de toclos os reiidiliien tos l>rivativos da proviiicia, XI. Ao go- ~leriiador geral coiiil>etc n execriqào das de1il)e- raqões tla .liiiita tle l~roviilcia.

Era, como se coiicltie, iiiila itistiliiic;iio cle çcr- ta aiiiplitiide iiias de que se ntio teiii feito casei

upeLar dc ainda 1150 cstar abolida Ao govei-iiador coiiipete, pelo artigo 224 do

(lodigo Adiiiiiiistrati\w, aplicavel ao caso, eiii vista do artigo :{X.'' da lei de 1 de dezeiiibro tIe 1869, (aiiid:~ 1150 revogatia, iiisistio), 11 O c<coii- ~ ~ o c a r , abrir, fecli:ii., adiar e prorogar a lt1nt:i

gei-nl cle provtiicial) (:ertaiiiei-i te qiie a lulita é colisti tiiida, eiii gr:iii-

de p:irte, por- f~iricioiiarios, iiias esses frincioii:r- rios craiii exat:tniente os qiie, pela sua iiii- portancin iiieiios estavaiii siijeitos a qualt[iiei. golpe da ],ai-te de nlgiiiii governador iiial iiiteri- cioiia<lo Depois o voto popuIar, rel~reseiitaclo ilu ~ui i ta , da\.a aos cleliieiitos oficiaes tima impoi - taiicia iiluito restrita. Mas (luaiido se Ilie reco- iiliecesseiir cieficieiicins, era façil evitit-las 1101

iiiii:~ remo1nc;áo iia sua eiigreiiageni, coiii a coii- tliyão espi*essn cle qiie iielas estivesse corisigiia- do o priiicipio da aiitoiioiiiia cliie iiispiroii a sua creaq5o 1101- llehelo da Silva.

'rem riefeitos a sua orgariisac,.:io, iião iiego. Não seria lima juiita geral, coiii a oi-gariisaqáo da (le 186'3, que 110s satisf:iria. Mas defeitos teiii lodas as organisaqões sociaes, por natiii-esn 1)erfectiveis e 111 agressivas, e eni que se podeiii

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i]- iiitrodrieiiido iiiellioi.aiiieiitos siicessi~aiiieiite. Mas ai.giinieiitnr que a juiita geral teiii de-

teilos e que, por isso, E pi.eIerive1 iiáo a cori\o- car, náo iios parece que teiiha razáo I)orqiie preferir uni sisteiiln pessinio, a iiiii, eiii parte, aceilnvel, serh Iiido cluaiito qiiislercm, iiieiios i :icioii:iI. Coni as siias fiiiicôes delibel-ntivris :ili,is rcsti~ingirl:is, 11ei1i sei, liela intei-reiiqào do p- verliador, tiiiha~ll uiila cerla aiiiplitude cle :içqno clc t ~ c ~ e i150 é licito ciesdenliar liocieiido repie- sentar o 1)i'otesto forniida~~el da popula-60 da 1)r0\~1iicia çoiltra OS ei-i os cios tiitoi-es Nas fiiii- (-óes c~iie J ~ I eiiunieralnos se iiota ctue elln 110-

tira resolvei- arsiin tos da ninior i~iilioi-tniicía coiiio o de instrucgo, ii-iellioraineiitos piil~licos, l:iiicniiiei~tos cle iiiipostos p:irn as despezas ci ea- das. etc.

(:onio sc deiiionsfi'a a orgniiisacào tias.iiiiitns gei-nes de 111 ovliicia, iio seli tido de :iiiipliai- t i s I e- p l i n s coioiiiaes, coii-iecaiido pela ado~ao do codigo adiiiiiiisirativo de 1842, era n liiesliia d:is 111ntns geraes de distrito, lia nietropole. Foi-llie :idquad:i a respectiva (leiioii~iiiacâo eiii 1857 e, c111 1869, Ilebelo da Silva i-ef~iiidiu-as profiiiitla- inelite, ailida hoje, apesar de 1150 represciiitnr 1 ii-ecisaii-ieii te as aspiraqòes da coloiii:~, Ilies ~ i o - (leria yrest:ii. exceleiilcs ser~~iqos.

((Nas atli1)iiicóes de <pie o ],i-qjecto iiiveste as jillltas geraes de prov~iicins (escrevia, o e\tiiilo çstodist~i, iio seti 1.elaloi.io) ; tr-c?dri~-se o j~i'irici- pio da de~ceiit~aliztlção (:oiifiaildo A açào 1oc:il o 111aiio e os iiieros de execuqào eiil assuiitos v;z- Iiosos, c clioiiiaiido :io esan-ie e tlecis:?o das clues- loes, cliie priiicipaliiie~~te deve iiiteressii-Ias, leri- (Ic esta reforiii:~ a costiiiiiar as o os sessões r i coii- lareiii 11;1ra a solu<ào destes grayes assuiitos, caoiii cis i-eciirsos 11;-opi 10s da sua in te1igeiici:i

e dos seus cabedaes Esta p io~ i sào , qtie 1150 deve assiistar, porcltie s6 ~ ~ o d e pro(1iizir o heiii, parece-inc que, eiil 11or\~11- poiico reiiiolo, lia-dc deseilr.01 ver o gei nieii de graiidcs coo~etin-ieiitos. As pi~ov~i~cias , dotadas coili esta faciild:ide, íic:iiii teiltlo a opçào entre o Iirclgiesso e n tiicrcia, eii- 1i.e o iiiellioraineiito e o atrazo. Nesla parte esseii- çia1 os ~rogressos iiiais desejados ficarii ctepeii- deiites da siin voiitncle e decticriqáo. As resti iqóes desaparecelii. A iiieiropole eiiicii-icil)a-as (Ia til- tela e recoiiliece-llies a innioi~idade e cn1)ac.i- dade. Se iiRo soul)ere~o aproveitar-sc da coiiccs- sRo impirtem a si a culpa».

Taes eram os d i~e re s eloc~iieiites tle Iielielu da Silva. Ziifeli~iiieiite, coilio tiido íjrie 6 t i t i l , C R I L I e111 des~iso e Iiole eii11)orti 1150 i~e \~ogat la~ iiein aiiulGdas, os govei-ilaciores r-iáo se lein dacio a eiicoiiiodo de n faxei- coiivocar e pozeraiii de parte as maçadas das reuiiiões rilitines desta iiis- t~tiiiçiio ci!ja ulrlidatle C incoiiti ovcrsa.

Ilelielo da Si1 va, ao recoliliecer ri iiinioi idade de Aiigola 110 seu relatorio, que tini speciiiieii 11riiiioi-oso c-le Iiteraiiira, séiii os 1)arbai istiios qiie incaxii, ein regra, taes docuiiieiitos, ofii-1ii:i iriipli- citaiileiite que a proviiicia deixou dc ser uiii aiii- 1110 vasadouro de fiiiicioiiarios seiii conipeteiicia, i.ecoi111ecidos aiiida por C:iI)i.al hloiiçada quan- do govei-i~oii aquela I I O S S ~ S S ~ O .

Jh antes do decreto de Ptel,elo da Silva, eiii yleiio regiiilen do codigo cal)raliiio, e govcriia- dor (:allieii.o de Meiiezes, da siia tnçniilie,: iiia- iiifestti, feitio escessi\~anieiite aiitoi-itario, ntaca- va essa iiistitui$áo, e o miiiistro AiidrarIe Corvo, I~aseado em iriforil-itiyóes suspeitas de governa- dores que lifio cluericiiii ser pendos por corpos electivos, afirniavo iio seti relatorio de 187.5 que (*lifio teni ctado alé hoje os resiiILados cpie se es-

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pernvaiii ns reformas de teildeiicias desceiitrnli- sadoras, decretadas eiii 1869.))

E acresceiita~a . «As juritas geraes lifio se ieiii cci~zsiiiiiido neiii se tetil compreentiido a sua im- portniite iiiissfio )) ( ') I<' evidenteiiieiile coiitiadi- torio porque se ellas se não te111 constituido, coiiio se poderia averigiiar qiie 1150 ílernin resiil- tndosL)

Mais se iitío se teiii constituido, qiiein se- iiiío aos governos, qlie as 1150 teiii coiivocndo, se poderiti iiiiputnr a culpa. Todavia, apesar de iiiiiito coiitrariada, a junta cliego~i a fiiiicio- liar, sempre einbaraqada, até que, para evitar ;ilgoiis clniiioies, que de vez eiii qiiniido lá se ergiiiaiii, os go\ ei~iiadores de acordo, i. claro, çoiii os governos da nietropole, aca1)aralii por iião o coliIrocai., desde 180fi, apesar clo prol~rio S:\ cie Ilaiideira, cliie l~ega\la ii Iiidin o direito a iiiii ~>arlaiiieiiio, Ilie ter i ecoiiliecirlo ii tilidsile.

110 r~iesiiio modo i ~ i r i goveriiador de (:ribo Verde, Alb~iqlierqiie, cjue foi taiiil)eiii governa tlor tle Aiigola, ieferiiido-se ii carta orgniiica di- zia cliie elle 1150 prodiiz~ii efeitos lieneficos por- (pie iiPo dava aos go~eriiarlores largas atribiii- còes. N:io se referiti a iliigola, iiias a Cal10 Verde cnnio se YC, e a Julita iião deveria, pelo decreto cie l<ebelo da Silv:~, alli reunir-se.

O r j ~ ~ e 4 certo que :I Junta se acllava b:istarite clesn~litlado das i-estaiites iiistitt~icões e, eril co1i- sellio de gover~io, especie de coiisellio de estkdo c0101i1a1, i130 pelo espirilo da sua organisaqão iii:is pela siia larguesa de acqáo, ate certo poiito iiiipedir as siias rcsoliiqões. Da iiiesma forlua, coiiitiido, ao governador coiiipelia a execiição dos seus votos e, apeiias, iia iricoii~petencio od

iiid voi~iade deste alto i.el)i.eseiitante dia metr.0- jiole podia eiicontrar einbarayos.

E' certo, repito para eri lar inal ciileiidiclos, que a junta 1150 i-epreseiit;i o ideal de govcr~io coloiiinl. E' certo; rilas lios ti-:il):iflios rle I ; i I 111s-

titiiiqão, pennnrierile e coiislaiile, se errcoiitya- i-ia :i i~iellior forii~a (!e attiar iio senlitlo ni:iis consali tai;eo coin o progi-esso i ~ i a terial, iiioi t i l e çivico da coloriia.

C) que se vê, ria siicessiio leiita tln evoliiciio ndniinisli,atian c politica (ias coloiiias é qilc n o seu iliicio :i V I ~ H local era iiiois <le~nS~ga<lit. ha- via iiia101. i~ltclati~ra gouel*i~at~aa e qlie essas l i -

berdndes forniii s~~cessivniiieiite dispiita(lns, u\iir- patlns por fim, qiier coiii as ninis ;iiiililas pi ero- g:ttivns coiicecii(lns r i go~~erii;idoi-es cnpi tàrs gr- ileraes e viçe-i eis, qrier o I t o i n ieii trnIisay5o ellieiiia, qtie o pi-ogi esso tcl egi~a- fico ainda mais eaageroii.

De bcto o cliie aliinlnieiile se 1)raficn t uni iiiílto do estado priiiiltivo cla iiossa ~ r d a colo- IIIHI COJII a I-PIICÇRO B Favoi. do cei~l~-a11~1110. O ao- vernador. o comissei.io, coiii ali 1l)iiiyóes Ini-giis, ilias lii~iitsdos pelo poclei- nietropolitaiio. de q11e a ~uiita coiisultiva do ultrarilnr é o cleiitro, e H 101'- iiiola elpressn de iiosso deplora~e l ~IJ-ocesso admiriistrativo iiltraiilarino.

Porque a e~~olriydo coloiiial qiie veiii nti. i1 carta o~gaiiica de Ilelielo da Silva que niiid:i cliegoii a vigorar, sendo eiii inriitns coloiiias :i iioi.iiia cle tidiiiiiiistraçBo, depois :ite ao pro- jecto do si.. Julio de Villiena, uiiias das iiiais sinil~aticns figiiras que tem ~)ass:ido pela ])asta do ultraiiiar, podeiido l~en i Iioiiibrcar coiii o

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vulfo ni:igestoso do Iioiirado S:'i tle Rniideirn e com :i glaiide e I~e~ieiiierIta 1)ersoii;ilidade de llebelo dri Silva, a evoluqão coloiiial, dizia, tor- iiou-se riifeiioi-, se 11eri1 que o trahalho do si. Aires OriieIas, soljre hloqa~iil) ic~~~e, se,ja tam- I~eiii uiii ii\.aiice, muito p:irri :ipreciaI, e de que clevei fio 1-esiiltar, coili o teinpo, I)ei-ieficios seii- siveis 1):wa a gra~"1ecoloni:i da costa orietifal. ilel)ois ( 1 ~ 1>t>nderadaiiiente alterado para 11111

mais pei-fel10 tipo ,?dmiiiistrntivo

Na e\ oluciio acliiiiu~strritivn coloiiial te- ~i ios (1e ,tlciitlei n c~i~a t ro ~ i~ ipoi - la~ tes dip10111as que iiirreceiii sei. arqiiivados e estuctados iins siias lirilias gcr:ies Sfio os dos sis. Rfarí[uez de Subugos:i ( 1880) ; .Trilio de Villieiia (1881 ) , Fer- i-eira do Aiiiaral ( 1892) e Aiies Oriielas (1907).

São cpalro duciiiiieiitos que atestali], faça-se- Ihes esta legitiiiia jiistiqa, Iioas iiiteiicões. 1'0- reili, por desgi-:iyn, o do si.. S;ibligosa, iiloi*- reli ;i nasceiiqa, o do sr Yillieiia, ~i-iostrou, npe- lias, a 1)oa \-oiit:itle deste lioiiiem pul~lico, qirriii- do, lia sua inocidade, - cliein de iliisões, tiiiida ~ i i i l i a no iiituito de tiido reforiiial ; o do si.. Fer- i-eira do Aliiaral, Iii te111 aiidndo, coberto de re- ~ireiidos, a deriioiisti a r que k iti~peiiiteiite o espirito de (ioiiiirinyão e o do si-. Aires Ornelas, que 110- deriti, c0111 alguinas alteraqóes, fuiidamentaes, de resto, sei- o iiiiçiu d t i ~ l ~ n gi-aride' rernodelaçào tia costa oi ieiital poiico I-iverá cliieIn o iiâo vir :ilterndo iiins para peor, ai-rancarido As iristitiii- qões locaes as l)eqiieiias atril)~i~(;Óes que llies cotii- pefeiii, poiqc~i~e eiii 1,isboa se cstii persuadicio (Ia 111utilid:idc do vida admiiiistrativa tias coloiiias tciiido o sr Julio de Castillio, comegado essa obr:i destr-iiidora, q iie eiicoii trn iia teçaiiliez da direcqào geral do itlli-aiilnr, terrciio proficuo a esse tr :iliallio r 1 tiniiiacIor, apesar tlo esforqo fe-

çtiii(io do sr. Freire de Aiiclrade e das iiistitiii- qões qiie o rocleiaiii.

E, conitudo, yueiii coiiliecer os diploiiias cr- iados, priiict~~nltiieiite os do si-S. Villietia e 01- uelas, d e ~ e coiifessar qitc elles, 01)edeceiitto n çi ilerios tliversos e, ate eiii parte, opostos, iiiai- cntii lia legislaqfio ultibaii~:ii.iii:~ diias fases niiiito pzi1 ti l0~il~:ir.

I<, é notavel, o traliallio tlo sr. \'illieii:i, fílito lia quasi 30 aiilios, é, eni ~iiuitos poiitos de \ 1s-

ta, siiperioi- ao (10 si. Oriielns O codigo cle 1881 iiinrca :i fase iiigeilti;~, C O I ~ I O

dir :\o os sceticos, tlo espii-i to cio seli :iutoi-'7 M;is t: cx:itarnerite, iiessa iiigen~iitinde ,liiveiiil, ([iick

o SI. Villieiin lios merece toria :i coiisrdei-nqão. O Iioineiil ~ > i ~ l ~ l i c o rle hoje é difei elite (to tl e 1x8 1') S e r i , seja ;\Ias iietil ~ O ~ I S S O 110s merece i i i ~ i ~ o s coiisideraqão o seti ],cio ti :il>aIlio ttoiiti oi :i, cjiic coilsigna\ra tres giaildes pi'iiiril>ios. o (Ia :itito- iioniin coloiiial, o cla feiqão cirr~l dos seus go~~ei-- 110s e o direito da iiiterveiiqào c10 eleiiieiito tiitli- (reiia lia adiiiiiiistrnqão das coloiii:ts, selii cxclti- h. sao de creiiqas

.IA coiii o do si. Oi.iielns se 1150 ctri o riiesiiio. O seu aliils exçcletite li-a1):illio te111 e\at:iii-ieiitr. laiiibeiii coiisigiiado, i ~ à o a aiitoiioniia (1:i colo- ~ i i ;~ , liias a tio go\.erii:idor , iião a feiqào civil dos Soveruos da coIoiiia, nias a sua :icetitiiada ftir- 1113 ~~~í l i t a~ ' i s t ; t ; O eleiileiito íiitiigelin t; despi-e- s:itlo, rej)ud~acto, valeiido stjiiieriie o europcii.

Eis as (lifereiiças 1ipic:is tios dois notii~eis trn1)aIlios

E:, contiido, 6 coriveiiieiite ver lias suas 11i-es- criçòes o que lia de apro\eitavel e tle titi1

A orgaiiisri~.iio clo sr. Villieiia rios seiis traqos gerties, coiista do governador geral; do coiisellio do governo e da jiriita geral, oii pai laiiieii to 1110- vincial.

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;i iiii~iisil scrie de erros c0111 a lioinliridac\e qiie ate eiitiio iião era iiso nclotar-se.

Eiii Aligola (;nl,rzil Moiicacla se 1150 fez 11111 go\-eiiio qiie satisfizesse, elle proprio deiiioiis- lroii :is i uzões, iio seu 111 iiiieii-o relatorio, clire coii-c i i i i~~icsso, e eem que destiliclava todos 05 vicios q t ~ c iliiilaiii r i :idiiliiiiçlrac50 coloiiial, vi- liil)eiai>(lo a foi iiia rirliculaiiieiite cen ti alista corii riu' eiii 1,isIio:i se iiiipederii os progressos desta ~~~ov i i i c i t t , Al~oiitoit, iiesse iral)allio, iiiiiitos er- ros, miiitos ])recoiiceitos e iiiiiittis e iiidisl>eiisa- vei5 i-eioi mas, cle qiie, ate Iioje n ~i-ictrol~ole iião te^ c:-iso nlg~iiii, iiáo s0 relati~aineiite n Angola çoiiio t:tiiil)ei~i aos outros doiiiii~ios ultisaiiiai i- iios tiilelados

Eiii S 'l'lioiiii- o si di Vrceiile Piiidela fez iiiii govei iio coi res!~oiideiite a cliiplcluci- go\ er- iititlot da (~lrissc iiiilitar. Sc iiúo poucle alargar :i siia iiiicintivn a ol~rsis iiiais \;IS!;IS cjtie O ~1111-

pies cx~)cclieiite, cllc deiiioi~sti oii as razoes tlc I;ics f:ilt;\s iio seu exceleiitc 11vi-o eiii qiie es- e s i viti:i tle go~er i io , e iniiito aiites tie Aiilaiiio Ilnes jri fazi:i uni estudo pi-iiiloi oso da sitiiayão tlas illins ec~riatol-iacs, esl)oijdo todas as vastas qiiestões de que ciel~eiicliaiii os iiiteres- ses tlatlitel:~ coloiiia.

A que \c111 ~ O I S as pa1avi.a~ qiiasl desdenlio- sa4 c0111 qiie riliirta geiite se refere ao elenieiito ci\ 1 1 , iii.siiiiinncio rliie as coloiiias têlii sido gover- ii:idas por i i i i l i tntses, coiiio cliie gnran tiiido qiie s0 iicssa classe se eiicoiitram eleiiientos diiiiia ad- iiiiliisti.agiio tilti nii-iariiia, coiiscieiite e ~)i'oficiia'!

E taiito lido é aperias nessa classe, que coiita :ili:~s, Iioiiieiis c1c graiide carater e graiide tn- Ieiiio, a yiieiii 116s presaiilos e respeitamos, cliie sc i ecrii taiii 1)ons goveriiadores, cpie a Franca, leiii h fr ctite das siias coloiiias f iincionarios ci-

vis e n Ii~glaterra triii coiilo regi.:\ scgiiicln coii- cctler nos riiesiilos eleiiieiitos os iillos logai.ci tie coiiiissai 10s litis siias ~)OSSC. wóes . .

E P coiiveiiieii tc afi riiiar-se que :i Fraiicn, coin o i egiineii dos nli i i i i antes, nào tiii1i:i a 1)açific:i- qão eiii que eiitro~i coiii o sistenia civil.

E, diga-se coiii fi aiirjiieza, qiie ;i Esl):iiili;i deii-se ~>essiiiiaiiieii te roiii o i go\ ei-iios iiiilitai es, culo desl~otisiiio iii:iis exacei 1)oti o espii i t o tle indepeiideiicia (ltis siias aiiligns co1oiii:is

Di/-se ii~csiiio, qiie os fititles c os gciiei-ties foram ti riiiixi da ~)oteilcia coloii~al esp:ii-rliol:i

Não cjiier tlizrr tniiil~en~ cllie e\ciiisi~~:iiiicii- te ao cleiiieiito civil se eiilregiie o go\ ci.iio tlc q~ialc~t~ci* ~)rovii~çiti C E d ~ ~ ; ~ r ( l o da Cost:i, iio scii livl o sol)rc at1iiiiiiictrn~:to rinrl cl:is coloiii:is opr- ii:i qiie o exrliisivisiiio 6 i1111 erro, ~ ~ o r q u e c i ~ i todas as classes sc cricoii~i aiii Iioiiiciis npi ovci- lavcis.

Mas ol).jela-sc qiie lia coloiii:is oii(te os go\ ei- nos iiiilitares sào iiitlis]~eiis:iveis

r . l eiilio ~)reseii tc ~ i i i i livro cliini ex-go~.ei iintloi. (te Sotaln q u e ( l i / o segiiiiite

( (A (;i i i i iE i equer i i i i i cliefe iiiilitai. eiiei gico que ponlia col>i-o As r~.l)eliões coiitiiluiis dos iii-

d l~ci ias Ali 1)recis:i-se energia, nti\~idii<le e pi'c';- Iigio cjiie sO o eleliieiito iili11t:ii- pode dai-. 1';ii-a Xilg~lo, 'l'iii~or, Moqaiiit~icpe, siicerIciiclo o iiics- i110 iiào podeiiii deisai. de iei- 11111 cliefe supei ior iiiiIitar. s

Ora di\irjo ~)rofiirid:tiiieiite, deste raciociiiio Sc n (iirink, Aiigo1:i etc. tciii ti il)iis i~isul)niissns e guerrciias, d:t iiiesina foriiia as teiii as 1105se4- sòes fraricl.sas e iiig1ês:is. I:, todaviri, :ipesar dis- so ser 11117 fato iiicoiitrovertivef, as coloiiias des- ses pa i~es , goverria(ias por p:~i~:iiios, v& o teriiio, teli1 triiiiifaiitemeiite a i rel)elilics qtie tcni iiiaiiifestado.

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As tril~ils iiidigeiias de Angola 1150 são iiiais il:siib~i:jss:is que as ti-iliiis, ja iilteiectilnliiieilte superiores, da Argelia, onde a yopulagâo a ia l~e . coiii todas as raivas da doiiiiriayão politrca, e com todos os preconceitos duma ediicacáo reli- giosa rec~ui~itadaniente fanatica, e, aiiida, coni ari.iias aperfeiçoadas, cpe iiialieja como qual- c[uel soldado europeu, C a doniiiiaiite. E torlavia o cliefe da Xlgel~a it civil.

O que teiii P sol, as siias oi.deiis n força ar- rnadn, para, eiii. dado itioiileii to, poder enviar uiii exercito, sol) a direc~iio duiii general, eiii coiilt~ate :I qualqiier iiisitrreicj.ào.

Sabe-se o que acoiitecia lia Xrgelia, coiii os govei-iios militares O iiiiiiistro iiotoii qiie, ape- sai- do i.egiiiieii l)elico, as i.evoltas eram perriia- iieiites e tei-ri\.eis e prociirou coiihecer os iiioti- vos que fiiziaai erguer eiii ariiias os siil~iiiissos Iiabitailtes de cei tas coiiiiiiias. l~econhcceii qiie as cdiisas tiii1iaii.i srclo as violencins de que eram vitiliias os iiidigeiias e eiisaioii o regimeii civil.

Os iesrrltados foiarn tào lisoiigeir-os que a Fi aiiqa iiiiiicn ~i ia is iiiaiidoii iiiilitares pai-u o iiorte de Africa coi i~o goírei-nndores.

r 7 l adavia coin a iiisiirl-eiçáo Iiova eiil 3I:idn- gnsciir e corii a itecessidade d a guerra de çaii- r~iiista foi iiecessario ii~aiiter iiiila certa ociipa~iio iiiilitdr A :id~iiiiiisti*açi?o de Galieiii refiiildiii coin- pletaiiieiite os servrços da colonia em 9 ailiios.

O goveriio de Paris iiotori, coiiitrido, qrre as agitocoes giierreiras cias tribus liialaias da graiide rllia erS:i1ii constarites e prociiroii estirdal' os 1110-

iivos. O governador geral desilaturnva-os, npon- tarido como rriziio de semelhante estado, a raj- va coiitra a doniinaqáo francesa. Hoiive unia rc- pressfio I~ol-rorosa dtima siiblevaçáo de 81-alide pa~-te da illia. Gaherii irsoii da inasiiiia ferocida-

de, dest:i fcrociilndc severa e oliiiipicn ytlp histoi-icanieiile se ?ostiiiii:i çliainai' Iicrojsill~) Note-se que ela a iii~icn colo~iin finticèsa go~~eei.- iiacln por 11111 ~iiilitar e toiiiJ)eiii era a iiiiic:~ qtie aiidnv:i coilstaiiteiileiite ~iertrii.l)ad:i.

O goverrio clinii~ou a P:iris (;alieili, c\oile- rori-o e iiomeou o socialista Aiigagiieiir, espe- rieiile liiaire de IAgon, aiitigo riel>iitado, ])ara o sii1)stituir Nuiica iiiais Iioiive revoltas eiii h1ad:i- griscnr e Augnglieiii. nliaiidoiioii lia cei.c:i de uiii

aiiiio o goveriio, coiii a ilha coiiipielniiieiitc ])a- cificadn

(:o111 O goveiiio militar o preqo de l,iloiiic- Zro tLe cniiiiriho de ferro custa\.n 2112 880 11 ali- ros; 1101s c0111 n :idmiiiistiação cie Aii~:igiieiii- fieriti redtisido :I 1:18.4/0 fr-aiicos, e nssiiii 1101-

-<lialite, se fi~eraiii ecoi-ioiiii:is qiie des:iíog:iraiii :I vida d:r coloiir:~ ein coiiciiçfies ~~nii1~josissiii~:is e iin espressào driiii joriial da especi:ilidade ( l l r - I'è'rlrc~ COlon~ale) os ~~ercIc?deii.os ti.:ib:ill~os cte :li-1 c. esiào e111 l)iopoicàa dulila coiiil,artitlos coni CIS

ílo ]lr~ii~eii.o» (os de (;nlieiii) ;icat):tnd« çoiii :i eq~losayiio religiosa que coiistitiii:i 11111 pi'e1uií.o eiioriiie para :i coloiiia, esln1)elecciitlo i i i i i esta- tiito :i(> iiidigeiia coni graraiitias cjiic ati. nlii nt?o crziiii recoiiliecidas ( I )

Aqui terilos coino o regiiiieii i1 dchii i csril- tados tjrie iino poderia (lar o icgriiieii iiiifilni, oiidc as r a p s iiidigeiins são coiisiderad:is iiiiirto iiiars irasciveis qiie as de Angola.

1):i inesmn f6riiia isso siicede lias coloiiia\ i i i -

$lesas cia Afi ica clo sul, oiide lia t i il~iis agtieri i - d:is coilio os ziilus, os I)ristilos, os c:tfi-es, ctcb, c. ;i cjticin os goreriios civi5 iiisiicl:ilii, eiii caio (i<\ iiecessict:idc, coiiil)ater

Page 86: Autonomia de Angola - Estudo de Administraçao Colonial

I? mcsino cc,iiIiccicto c~tw os govcr-iios ii~ilita- res iiiío Iciii sido tao fe l i~es coiiio os paizanos, rluaticlu se le\raiilatii rebeliões irirlrgerins.

\'ela-se o que sucedeu na Afi-ica alemã; \!e- ia-se o clric siicedeu dtiraiite inuito tt3rrilio Pni hIoq:ti~iliirl~t~, O I I ~ P , liai-ri exe~n l~ lo tiylco, o Bon- ga za~iihoii de toclas as arreiiictic1:is dos goIrer- iiridoi-cs i i i i l i tal-es, c l ~ e g ~ i i d o iic~iiele exli*emo liori~oroso rIa rliairiia ttuina cslictiiqáo, coliiaii- tlndn pai. í;iiiIlieriiie de Porliigal, oiicle inor- i.rr:iiii, aleiii cleste, Xiitoiiio '1'i.av:issos Valriez, (:ai t iosr i e os alferes Qtieli oga, iC1oiiteiiegi.u c Al- ves, ctc

I=, govcriiava a proviilcia de Moqaml~ique, iicssa ocasião, o mllil:i~. hligiiel Airgusto Gou- veia

Coin relnq5o :i iiiigola governava a provin- ria i1111 major de estado ni:iioiq, u q u e sucedeu uiii c,:ipil:io clc inai. c guerra, cluaiiclo ein IYK.2 Iioiive n 1ev:ii-i lameiilo cIr (;assaiige de clue i-e- siiltnu (1 1101-i-or-oso rilartirio cio coroncl C::isal, d e clueiil os l>angIas zoiii tiai-aiii a polito de t i ans- ii>rni:irein, nliilia tefrica l>riilcadeira, o SÉ'LI cra- rieo eIn vasiIli;i ])aia heher marufo

I1 para não n o s a l o t i g : ~ ~ ~ ~ o s e t i i mais consi- (ici.:iqiics apantnrcmns a cxprdiyf~o aos I:iiarilia- tiias, sendo govei-nadoi da provIiicra urii capitão de inar e gliei-r a (o siii- l301:ja) e go\~ei'~i:idor do d 1sli.i to revol tatlo iiin capitão de engenh:iria, :tlias iiiuilo Ijeri~ coiarlo pelos seus cailiaradas.

Em coiitraposic;iio goYcri1ava hloçaiiili~rliie A4iitoiiio Enes, quaiido se domiiioii a revolta for- iiiitl:i~,el tio graiide potciitudo 11cgi.0, Gungunlia- lia, lia inalor r e ~ o l t : ~ dos ultimos lerrilios iiirigra Aiigol:~ C n b r n l Moiic:ida c~unriclo se :iri~cltiilou a iiistii'reiyào do Bailiintfo, telirio o sccretai.io gc-

r~ i l 111- ;Clniisilli:~, qiic se nrliavrt iio I I ~ O I I C 80- veriio, evitado a coiii1ilet:i niiai rjui:i tlacjii~1:i ]):i1 - te tia l~iboviiiçin, eii~iaiido n roliiii;i tln I,ilicilo, sol) o c.oi~i:iiitlo tio si. I'ites J ~ ~ : I I I ~ ~ o .

I'orlniito, iitTo e cssciiçinl que A f'l-eiif~ (13s i)i-oviilc~:is 111 t ~ - : i ~ i ~ a ~ ~ ~ ; i s esic~jarii ~ i ~ i l ~ t a r c ~ 1x11 :I

cjile a se iiiatiteiiliii. !+Ias 11:\ li111 c \ c l ~ ~ ] ~ ~ c ~ ~r- ls~~l l t iss l l l~l~ I I Í l l l o ~ ~ : ~

irioderiiii Iiistoi tn coiuliial. I-:' t i celclii-nrlo (li>- trito da I,iiilcla. X I,u~ida to1 seiiil~r-c, e :iiiitl;i c, lioje npoiitacl:~ roino r i t i x i I cgião iiis~iJi~iiiss;i c tciie1)rosa Pois aiites de tcr sido cloiiiiii:icla 1)elo elerileiilo lilili t;ir to1 irivnrlicta pelo coiiiei-cio, pcli) ativo ti~alinIliadoi- que se clesigii:i, iio i i i tc- i ior de Angol:i, coili o iivlile cle rrnlrrtlo.

I)t. i.cpentc, I A luiigc, cin logarc5 iijst;iiici:iclo~, ein poii tos oiitle :i ar1 tal-ir1:ide ~)o~trlgi~+,:i, i15o tiiilin or.iipacáo cfertri-;i. o gciilio i rtvolln c \c- quioso, Iniiqou iiiiio, eiii 1!10.5, tle h:i\.cres qiic o coinercio, r*o~ii 11111 c~iiclur~os e sac.i~riic~rcis, 1i;ii ;i

lii tililia levado. Sacrific:~ ;I sua saiiliii 1x10 iile- iios iiiiia \~lcta precios:i, c tlisliei.sos coiiici (pie iiiii fiiraçáo os tilrcsse iii~l,eIrclo, todos os qiic, iio Citengo iaiii g:iiilinr :li-i isr.:id:iii-ientc :i \ I I : I

vitla, para seu siistenlo, ])ai-.? iii:i~iiilen{iio dos qi1e lia Etirol);~ csper:ini os seiis Iiciicficios, \ cii- do, i1uiii;i l~orrnsca rii:ildilit, toclns as siia\ ccpe- t.niiy:is esvali-ei71-se, e 1otl:is :IS <li:\\ : I I I C ' I ~ ( ~ : I C ~ C ~

tle IcliçitlatIe (lesfeilns.

S5o t1esqj:irnos i eci-i~ii~ii:ir riiiigiitJiii, iii:is vi-a da iilais cl:ira ~idei-icia c~iic tiiilo Ir~:i\.:i iiiii cn- iiiriilio crratlo c a :t i l iiilriisti-:i~iio tlo clis1i.i t o t l : ~

I,ui-i(la, c0111 sede eiii 3ial:tilge, Iirivin, fot*c.osn-

Page 87: Autonomia de Angola - Estudo de Administraçao Colonial

As tr i l~us ilidigeiias de Aiigola 1150 são niais iiis\ibiiiissas que as tril)us, j A iiitelectiialiiierite siipeiiores, da Argelia, oiide a po~)iilaçAo aiabe. c0111 teclas as raivas da tloi.iiiiiay5o politica, e c0111 todos os precoiieei tos duma ediicaqão i-eli- glosa ret~iiiiitadaniente faliatica, e, aiiida, coni ai.iiias aperfeiçoadas, qrre riiaiiq:i conio c~ual- q"e] soldado eiiiopeii, c' a doiiiiiiaiite. E tot1avi:i o cliefe da A1gelia é civil.

O que teiii sol) as suas ordciis a forqa ar- iiiada, para, eiii dado iiioinento, poder eiivinr iiin exercito, sol) a direcç50 duiit general, em coi-ri))ate a qualquer iiisurieiqão

Sabe-se o ctue acoiitecia ila Argelia, coiii os govei.iios niilitares O iiiiiiistro iiotoii qiie, alie- snr do regiii~eli lielico, as i evollas eram perina- rieiites e teiri17eis e p t ocurou conliecer os iiioti- vos qiie taziam ergiier e111 arrnas os sii1)iiiissos 1ial)itaiites de cei tas coiiiuiias. I<ecoriheceri cpie as cdiisas tliiliaiil sido as violencins de que eraiii vi tiiiias os iiidigenas e eiisaioii o regiineii civil.

Os resiiltaclos foi-arn tão lisoiigeiros clrie a I?i-:in<j';i ii~iiica ~iiais 111a11doii i~iiIitares para o iloiqtc de Alrica coiilo gover~iadores.

'iodailia coiii a ~risiirreiqti'io liova eiii Mada- gascar e c o ~ n :i iiecessidade da guerra de coii- cfi~ista foi iiecessario riianter- uina certa ociil~ayiío i i i ~ l i t ~ ~ r . A adiiiiiiistraqiio de Galieiii refiiiidiii coin- ~~letni~ici i te os sei-viqos da coloiiia em 9 :iiiiios.

O governo de Paris iiotoii, coi~itlido, que as açitaqòes guerreiras cias trxbus innlaias da giaride illta erarii constaiites e procuroii estudai. os 1110-

tivos. O governador geral desilaturnva-os, apoii- taiido coiiio razão de semelliante estado, a rai- \.:i coiitra a doiiiinaqão fraiicêsa. Houve unia i r- pressáo Iiorrorosa diirna sublevaqáo de graiicle parte da illia. GaIieiii usou da rnaairiia ferocída-

e , tlesl:i tcroci(1:i~le severa e oliiiiliica ;i qiic Iiistoi'icariieiile se rost~l111:l cliaiiiar I~ernisiiio Note-se qiie era :i iiiiica co1oiii;i fi-aiici.s:i gniret - iiatla por ui11 iiiilitiir e taiiil)ein eia o iiiiicn qric : inda~a constaiiteiiieiite ],ertlii,lxidn.

O goveriio cli;iiiiou a Paris (ialieiii, eaoiie- roti-o e iioiiieoa o socialista Aug:igiieiis, espc- rieiite liiaire de IJyon, aiitigo tlepiitado, ]>ara o siil)stitiiii. Ntiiicti i~iais lioii\ e I-evoltns eiiz Nada- gasçar e Augagiieur a1)atidonoii lia ceic:t de uili :iiiiio o goveriio, co~ii n illia r.om~~letniiiciilc 1 ~ 1 -

çilicada (:uni o go\ ei iio riiilrtai o lircqo de I,iloiiic-

lro (!e caniiulio rIe feri o c.~ista\~a 992 880 l i aii- cos; pois c0111 a :~diili 11istra~;io de Arigigiieir i- licoii redusido a 1:38.4/0 fr:iiicos, e :issiii-i 1101-

~iiniite, se iijíeraiii econoixiins qiie des:ifogni-aili ii ida da coioiiia eiil roiidiçóes vaiitajosissiinns e i in exl)1.essl70 d iiiii joi-ital tln especial r(lac1e ( f ie - J'ithc Colo~lzule) aos r1erd:ideiros tra1)allios de a i .1~ est50 eiii propoi-qào riul)ln coinl>ar:idos coiii os ilo 1)ruiieii.o~) (os tle GaIieiii) :icabarido c0111 :i

explor:icáo religiosa que constttui:t li111 pi-ejiii~o eiiorriie para :i cololiia, esln1)elecelido 11111 cstti- luto ao irldigeii:~ coni g;ir:iiiti:is qtic a16 nlli 1150 eraiii rccoiilieciùis. ( I )

Aqui teiiios coii~o o iegiiiiei~ c11 11 (leu icsul- tndos qrie iirio ~ ~ o d e r i a clar o i-egriiieii iiiiIi1:ii , oiide as 17aq:is iiidigeii:ts srio coiisiderad:is ri~trrlo iiiais irasciveis que as de Aiigola.

I )n iiiesiiia fdrnia ISSO sircede nas coloiii~ts i i t -

glksas da Afisica c i o sul, oiitle 1i:t tril)iis agiiei-i i -

das coiiio (3s eulns, os Iiasiitos, os c-:ifrcs, elc, c. a quein os goveriios ci~lis iiiaiicl:iiii, ciii C:ISO dc iieces~ictndc, coii11)alei-.

Page 88: Autonomia de Angola - Estudo de Administraçao Colonial

iiieiite, tle arrastar a este eslarlo qiic, lia iiiiiilo, ilueiil ri50 fosse ~iroliositadnnierite cego, previa.

Hnvi:i 9 aiiilos que o iiialor Verissiiiio Sai= iiieiito goveriiav:i 1,urictn e a ociipa~ão tlacluele ~ilsti'ifo estava yLiasl por fi i~er, Havla iiove aiios qiie tis po~i~iIn~cies civiliçadas reclain:~vaiii dos l)oder+es pul)licos a ~i i l idnn~a , para (:al)erida Ca- rtiiileiiil):i, d:i scde do disliito porclue se ol~ser- lr:i\7a esta i~iconce br\.el veibdatle. estar n raliital ito disti-i to da I,iiiicln, riiiiii coiisell~o do disti ilo

r.oali~ki. F. iiúo se (11-1 qiie isto 6 iiidilereiite par;i o

C:lSO (111 OClIjl;t('aO 1301 (111e, 106'0 (1°C ca1)ltid i i t i i i i t1isti.i to c s t ~ \ esse i i i i i i ~ local pei-leiicelite a esw disii-i to, setSin iiiais i.:i])idn ri ol)sci.\*nqãu dos iiioviiiieiitos I)eIicos do geiitio, ii lnis f:icil a aiiri- I:ic50 tlc rliililr~uei- i ehelciia sei\ ageiii, e riiais e\- 1)edi to o esiii:igaiileiito d c alguiiin coiis1)ii.n- c 3 0 l):iii~la coiitrn o predoiniiiio coniercral dos ? ~ O I tiiguescs, ;t1çii1 (:t~:ii~go Era iilesirio esli.:i- Lrgicaii~eiite, niiiito va1ilnlos:i tal sitli:iqáo, pois qiic (::issniige, etici a v d n ciiti e (101s diítritos, iiào iiiais teria l i l a i i c ~ a ~ eficazes cle se ii~sril~oi~di- iiai. iieiii iitir-iii:ii., tiuiii:~ 1naiieii.a nfi-oiitnsa e :lu1 '"\I \ a, ']"e """"as ""1 :irit1:1s, acilllllll:t~las iio scii cstutio, [ ~ r i i :i :ilgtii~~:t cois:~ 1i:il.ei.i:iiii de SC'l V i l

E teiii sitlo, sciii cliivlcla a~giiili;~, esta iiiiij<les, e\tr < J L I ~ S I i~>(~i lo , e111 1olli:ir l i i i l i ~ I C S O I ~ I ~ ~ ~ O defi- I I , qiie tci~i 0;ido alei] to hs ii il~iis di\s clio- iii:id:i lida ciii clesres1)ci tar 05 i ~ o s s o ~ 1011112:1-

t i ioln\, corisy~~ircaiido-os coiii escali-os iia cara, :iíl-o11 t:iiido-05 ol)rigaiiiio-os a pagaiiientos dr iiii110410s q11~ 1150 950 ~ ~ c \ I ( ~ o s C a coiiti.lbuiq0es qric iiào ]x)clt'iii ser- sntisteitzis, por e\agerad:is c. vr~nlorias.

Eii I)ciii sei qtic o govei.ii:itlor tln 1,riiiila nào 1c.i ia cnulp:i claqiielas Iril)~ls 1 ebel(1es serciii o cluc

sGo; Iieiii sei ttiiiil~ein que ellr nao tiii1i;i ctilp:i <!e 1i;ío possilii a taticii go~e1'lia~iv;i qiie os <liri- geiites d0~111-as i i a~óes co1oiii:ies 111-ociiraiii ço- iiliecei niiqi~eles que cscollieiii ~>:~r:i c;ii.gos (lili- çeis.

Mas se elle 1150 l i i~lia dtido pror:is iie grnn- dcs eoiil~eciineiitos goverii:itivos, lierii tia iieces- snrin piVevisL?o, que P a piiiic~~);tI virtutle do ho- iiieiii de gorei-iio, te-lo iii;iiilido iiaqiiele jogar ti1 tlo qiiaiito r[iiixri.eiii, iiias era ~)riiici~inliiiciile querer- ron~proii~etê-lo e niiiiiter ein pei-tlii ba<.ões atliiela terra

Raslava te]. estiidttdo o iiiovii~ieiiio do 1i;iii- gala, coiilieccr-Ilie o scii ~ i l~ i i ' r lo tle iii1rig:i c a inlli~eiicia que elle exerce ii:is ~~opirla~,.õc.s clc leste, 1)asicivaiu 1)lniios qtic elle nào Iivei ;i (111-

vida em p~iblicai., alto c hoiii soiii, para rjueiii di- rigissc o cIislisilo ]>i-evissc o qiic 1invi:i clc sc dai.

h grande forriiiilri clt. (:oiiitc C aplica~e!, scin d~ tictildndes, iieiii :i1 gucia : SnOcv*. j ) trr ci pj ~ r ) , * i . ,

trfinl tlc 111 eor-.r1rlB

E p r q i i e iiiio se previu'' ],oix111ç 1150 se 171 e- vcniri? porclue iitio se s aha

Uiii liolrieiii ~)iil)fico, i150 é apciias, o cliic osteliia iimg faidri agaloada o11 terii iriiins 1,:\1i- das no iiracolo.

Keiii iroiiica, iiias niriitu selisai:\ é :i a(liieI:i sorliila do astiito I,olio, da Itel)olerr:r, (jtiarido o ceiisiirarniii de iião sc nl~reseiitni., rleceiitciiiciitc~, a pres~dir ~ I S sessões (Ia cniiiai x iiiuiiicipal t l o

Poi to Elle, COIIIO ieniocirie, eii\-roii, II:I s c s s ~ o seg~~iiite, :i sii:i faid:i doii.arl:i, o seli cli:il)eii :)i--

i~indo e a siin faclia, n yi-esidir :tos t1iili:iflios i1:i

verenção do aliligo bui.go E c011 tilclo, iintIa iiiois filosofico, i~ncia III:IIS

ei:ito, linda iiiais fuiid~iiiieii taliiierite vei~tindc~ii o.

Page 89: Autonomia de Angola - Estudo de Administraçao Colonial

clue esse sai-c:isit~o (li1111 Iioi-i-ielii de vi vri iii tcli- gencia, seguiiclo coiitaiii os coiileiirporaiieos.

Sos logai-es que inip<ieiii res~~oiisl ihi1i~i:~~~es lia riecessidatle de co1oc:ii- i iiiiçioliai ios que çoiii etlas passaiii a]-rostnr.

SI:llaiige iiiiiica for corisitfei-ada capital d:t I Illalaiige, era, segiiiiclo o ciecreto qiie iuiidou este iiovo tli5tiit0, o local qiie sei-\-i- ria de inicio c poiito (ic parttda parri toda5 as ol)erncOes.

Iliz clairiiiieiite o deçieto «o goveii iado~ gc- i-;il da ]>i ov~ie i~ci : i ~in~w'cieiiciur:i para q ~ i c vi"

Jlnlariçe se cstaliele(:n o ceiitio r I ~ a s c de iodos OS reci~rsas necessai ros 1)ni-ti da r e;\ecu(;áo I cq)l- t l « r srgrir cr (tos ol)jr~l~ilos tlcsie t l cc~ elo ))

Ora 0% priiicil~aes ri1qetlr.o~ ei-niii, peIo i11e\- iiio docuiiieiilo, os scguii~tes. «E' c.~.caclo ii:i l i i o- viiiciw de Xiigola uiii disti i to denoiiiiiiarlo cirlis- (rito cla J,riiiclu~, coiiil~i eeiidendo o h tcrl itol ios Ir~~~r!nrlo,s no 1101 r (1 lc.\ir pcE(l f i ~ o ~ ~ f c l ~ ~ z tltr /)i.o- urltcrrc, « orste prlo rio Cilcr11,qo p cro srll /)rio 1 r o Ccisstrt e I r 1 1 lzcts ( I ( ( . $ ~ln.sc-e/if(.c tlo Crznnoo.

E estal>elecia, diiiiin loriiia I~eili ciarn e ter- iiiiriniile tIiie 6 tr sc;tEc t i o gonrr-iio tlu drstr~to \r/ r i j)~-ovi.sor iítrricnir. ialcibí~l~~itlrt rrri Cnpcvltlci (,'criirli-

ionlbri N I.:slli, 1)oi.c1ili, c.v~(leiiciado, l ~ e l n lei, qi1e o

oi) , let i~o (10 go17ei-iio ilrie ci-eoti o tlisti-lto ei-n fa- zer a slia O C I I I ) : I ~ ~ O i ~ i i l~ t a r , coineqaixdo pol. (;:rs- sassa e I<iiiiliiriido e passaclos 1 1 aiiiios dc clislrilo I 0 de go\'eriio Sarineiilo, iia I,iiiida, ; i r [~ui~

Criaiigo, apenas e x ~ s t i a o posto xiiilitar do Liiieiiia, e eiil 19ti4 foi riistalado o d:i Caii~igiila e oii- tio, ri pedicio dos l~ropi-ios sohas, e cjiie foi nni :is causas I ) I ' O S ~ ~ I ~ : I S dos Clesast~*es (pie O co~llcr- cro sof'reii.

Siilgueiii se opuiilia qiie Sarliieiito stgiiisse ])ara (:;ipeiida (::iiniileiiil)a, e todos os i.ec~irsos

inraiii osto tos h sua disl~osiqào para fazer uina obra limpa.

Com 453 conlos, que tal foi a qtiaiitin desti- nada, logo em 1895 e 2896, potli;i-se ter feito uma boa instalaqào cin Capeiida (:ainiile~iibn podia estabelecer os postos niilitnres, de que fala o decreto, e pod~a-se alargar a arca da acqáo do comercio, iiido aos politos mais distantes

E que fez Verissirno Sarinento, eni todo eslcb tempo, eni 10 aiinos 3

Nem ao ineiios fez a ocupaçáo dc Cassarigc, que não é ria Lunda, pois csta aquerii Ctiarigu!

Neiii, ao merios, Cassaiige, que, segundo afir- mam algiiiis iiiilitares, i. de façil ocupacão e d e rapidii paciiicaçáo sendo apenas temida pela prova de fraqueza pateiiteacla e pelo pi.estig~n das siias itisul~ortlii~acóes 1-ictoi.iosas do iiiendo do seculo passado.

E apòs o desastre afirmarani os adeptos de Verrssiii~o Sarinetito que este n5o era cull~:tdo do conlercio ter avrinqado ate Cueiigo, cliiaiiclo sabia que não tinha nieios de defeza,

E' extraordiiiario! O comercio enviara unia rcpresentayão ao goveriio geral da prouiiiçia, ])ara ser mudada a sede do ctistrito (Ia 1,tinda para o local conipetente; foi por este acto :iltivo e pntriotico processado colectivailiente, qirasi 1150 haveiido i1i.ii Iioiiiei~i digi-ro eiii Mal:ii~ge e Q LI is sol que ntio fosse apanhado na ratoira; iiidicou o camiiiho a seguir; ia viveiido pacificaltiente coiii o gentio, pouco teiido que reclainar. eiii- liora tivesse pela sua oiisadia, de sofrer ~3110s dissabores; aventurara-se n arriscar a vicia, pelo sertáo e, quaiido ixienos se esperava colocou-sc

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i i i i i posto iiiilitar elii 1oc;il iiicoiireiiieiite, pois tlido iiielícriua cliie sc colocasse iio sitio de i~iais aglotiiernciio de coiiierciniites Deste posto iiiili- [:ir surgiu uiiia pavorosa qiie fez dispersar os nos- 50s colixpatriot;ts, ;iiid:liido perdidos, :to acaso, coin as faiiiilias l)eiii pateiites 1i:i leiiibrariça. E são ellcs os culpados de todos os, desleixos, de tocliis as iiiciirias e de todas as ccil)ardias, que :iti. acIiii se tem coiiieticlo'

Isto, fraiicaiiieiite, ftiz descorqoar! Ver-se :i lic, oica teiiacida<lc dos Iioii~ens que

r i-:ib:illiaiii, assi111 a11ies([i~iii1iac~i~ pela l~oltroireria ilisi giiific:aiite y ue doiiiiiiava.

Eiitáo qiie seri:i Aiigola se não fosseiii os pio- ~ieiros d o coiiiei-cio que te111 vii~do, numa pere gviii;ic.iio Ini aorios;i. alargalido o ainl~ito de iiossn ;iccão ~)olrtiqa? Siiii, tligaiii os seiiliores clue as- 51iii f:iluiii, c.r c ~ l i l ~ c l t l i - l i , por estareili 111uito satis- tcilos, gosniiclo eiii r e1:iIivo I~eiii estar, o qiie va- Icria o ISniliiiitIo, o }fie, o Congo, Cacolida, etç., clc , sc iiào fosseni as aiidaciosos qrie i~iiiito aii- tes d:i aiitor~tladc coiistitiiida, pai- I;i aiidaram si iriorire*j:ir, a nidictir a iiossn iiiflueiicia e a espn- I l iar o iiosso l i t est~gio, teiido coiiio e\pr essào 1)eiii salieiite esse tipo classico de 5ertaiielo qiie

Si11.n Porto') II o qile i. iii;iis c' [pie qiie111 ousasse ~irocln-

iii;ir que o govcriio 11.50 ia I>eiii, iieiii podi;iin os iiiteresses dos districtos estar siijeilos nos caprl- clios tle clLieiii iiào a\-a~ic;ava, coiii receio, ria ocii- 11ac50 era, sciii cointeiiililay.iio. ~~ersegiiido.

(;overnavn a 1)roviiicia o sr. Custodio bIigiie1 Boi ln e o districto da IAiiiitl:i, iiileriiianieiite, o sr. Jlucecio I> i i i to

Estc oficial recel~eii lima rel>reseiitaqiio coii- Irti n 1)crmniieiicia (]:I capital do districto eiil Mil- 1:iiige c., eiii vez tlc titeiitler :ís j~istas rerlainap6es tlri\ siiialarios, iiiaiidou-os processar Era agr:i-

vaiite essa repr eselitaçùo Q Niio; e r a conccbi(la lios segiiinles ternios:

113.1110 Ex."lU Sr. Conse1lieii.o Go~e~.iiatloi. i %c\-

ral da Provincia de Aligola - Os Iial>itaiites t i o Concellio cle Afalaiige veeiii in iiilo iSespcti tos:(- iiiente perante \'. Ex." repiesentrir, coiitra a iic- fasta perriianeiicia, neste coiicell~o, do l~cssoal que coriipõe o dislrito da 1,iiiid:i. e liedeiii :t

trarisfereiicia, para a sede cliie Ilic foi iuax c:itln pelo decreto que creoii o iilesiiio Dis~rilo. (,(::I-

peiida (:aniiilemha ». Ex.'"~ Sr. - AS razucs qrie Ii:i S aiirios let a-

rain o goveriio de S . Jfagestncle, n niie\:iiV ao Ilistrlto da Liiiidri os coi~cellias cle JIalaiige r. 1)uqiie de I31 ngaiica, 111 oduzii-mi coii~ecjiieiilc~ efeitos yre~judiciaes aos ~iifei esses rf:i Pi-01 iiicin e do Paiz, pois qrie o govcriio do Ilrstrito, c o - iiio era de espetar, liiiiitou :i siia acyrio h adii~i- iiistraqiio dos dois coiicelhos c o qlie riiais i i i i -

portaria, n ocril)aq:io tios iiossos f'ei.lilissiiiios tci- tilissiiiios tei.ritorios dti I,iiiidn, fic:im por fa~ci . .

E certo que coiii a aiiexaç5o destes dois coii- cellios e traiisfereiicias da sede tIo Ilistri to 1)ai':i Malaiige, preteiideii o govei-iio se S. Ríagestntlc iiisfalar i~iellior, poi n1griii-i teinpo, o pessoal d'ocu~ação c ]Irepai ar iios dois popiilosos coii- celhos, forças [pie se ir-istriiisseiii 1)ai.a fri7eis :L acupocão, niio provisoi.tn liias efectiva, dos ter- ritorios cio ~iosso Distrito da 1,uiida.

(:oritudo jit o Goveriiador podia coiittii corii o ciporo das forcas dispoiiiveis do coiicellio dc Malaiige, quaiido estacioiiou iio Qiiela, gosai~do o conforto qiie l i lhe deixoii o goverriadoi. (::li- vnIlio, se 6. que 1130 ei-aiii bastaiites as fo'oi.<:is eiiropeias que do reino vierrini a ncoinpniilili-10 lias duas primeiras lentativas.

Mas, Ex."'" S r . oito alilias são passatios qiie

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çial a « Moiia Qti iriil~~iiido)), verdadeira Luli- (in, telida 16 deixndo uina feitoria coni capitaes l>ai.o a per~l~it ta de horraclra, e da I~srideira (pie tim grupo cle danias portiiguesas ofereceu ao 1~iiileii.0 goveri~ador (ia I,ulitla, Jaz Lillla parte :I LIIII reçaiito (Ia sala lia i.esideiicia tios gover- ii:idorrs da 1,unda eiii Xlalaiige; a oiitrn jh o teiii- pn tl o I)OUCO aiidado rediiziii rio itc.i.izo i i i p i i l - 111 S.

Dcvi:iiii os siiint:ii-ios (festa rel-irese~iiayáo pedir :i V I%.", seriIior (;over~indor Geral, i1111

iiiqrierito aos factos qiic veeiii apoiitaiido e de se :il)urari:iiii iniii tos outros que e rnellior

iirlnci~i lia soml)rn pnr:i dig~iidnde tle todos As tiTes oii c ~ u a i ~ o sii~dicniiclas feitas ao pi i-

iiieiro scci-elario da I.iiiid:i, :t iiltiiiia :\o ad nii-

riisli riclui- e jriiz iiisti-ritoi., qiie tanibeiii era secretario do llisti-ito, troti;\eraiii a luiiie ler- gorill:isqi~e iiiiiito riiais aL111gira111 OS goveriia- dores.

Eiiil~oi-:i :i \-o1 ia d ~ s s a s sirid~c:iiicias se tivesse forriiado iiiii vi.0 1j;1r:1 se e i i c o l ~ ~ r :i aiitoriclade siipei-ior. do L)lsti-ito, salvando-o da ridiciilzi vergo~ilin das i-esyoiisabilidades (pie sci a elle pei-leiiciaiii, esse vCo nada co~iseguirido encol~rir aos qiie o corilieceiii de pei to sci veio iiiosts;ir o cscudo c0111 cliie se erico1)re 1mi.a iiiipriiieiiieiite p1-atiçar inictuidades de q u e vnictoso se gaba.

Ser6 coiii estas ~~iic~uidades, coin estes faii- tasticlos relatorios de giicir:ts qiie iiiaiida produ- 7ir cri1 tela pelos seus celebrados piiitores, que o goveriiador quer resgtttar-se da Iiipoteca cla suti pessoa feita a Sua Magestade El-rei?

Forani eiicoil ti-:idos abusos graves a ciijns i.es~~oiisal~rlirlatles se eximiu n autoridade supe- i-ior cirzeiido sereili praticados pela aritoridade ~iidicial ou adii~iiiistrafiva, indeperideiite da sua :ilqatIa; estes clefencliaiil-se corn ox-deiis da aií-

1orid;icle siiperioi,, niioii~alia i.c.sultaiite cln tidiiii- nistracno do coilccllio e jiii~atlo iiistrutoi scrciii :fados ao secret:iiio ilo I)iali*ito e i. ilo qiie Iiojc ~-iro\+~iii :i ttesoi.dciii c despi cbstigio t1:i : i ~ i tori- dade

Vive-se in:iI c c:itl:i \.e/, pcroi Ex."lC' Si (:OII- sellieiro ~;o\~eriintloi- (;er:il,

Os 11al)itaiites tle M:ilaiige e Qiiissol le\,:tiil:i- i :i111 as sii:is 1iaj)ilnqóes ~-i;u,:i loiige, e oiitlc Iiii

poucos iiiiiios liaai:\ iiiii:i popul:iyào cteiis:i c ti a- I):illiadoiii, sào Iioje ei-ii~os, cas:is tles:il)it:ldrir, j)ei-correiido-w 1egii:is c 1cgti:is sciii c.iico~iii:ii i1iii:i stiiiznla por(1He o pi.01)1 10 iiitligei1;t liigit, iis pei scg:.iiicxc>cs tl:i :)ti toi.icl:icle.

0 co~iiercio \itiiiia de titclo isto vi. passar tfe W I ricla loiige (10s I ) O V O U ~ I O S ;IS c o i r i i t ~ ~ ' ; ~ ~ c l c x i~egoçio e Mal:iiig:.c e ()uissol oiitlc sc ciico~itiaiii c a ~ ~ t a c ~ i i i i o l ) i l i s u c t o s tceiii tlc relrocc(1ci :i c:i- iiiiiilio do 1,ric:il:i oiide icíl u cl:i sede tio coiiic- [Iio e das vrslas d:i sol cl:itlesc.:i o gtlii tio iic(roci:i- ". dor \volta :i rctoii-itii :i esti ntl:i. e :ilii çoiii I:icili- clade sc c o i i ~ ciicc :i pci i i i i i tal o scii iicgocio. 1):ilii o :iiiineiito rle peqiicriits c;tLn\ tlc coii~ct - rio c111 s u q à o cboiitriiii:i da cl\ticiiiitla(lc rlo coii- c~l l io tlc M:il:iiigc :i16 :io I,iic:il:~

libt:ilieleciiiiciilos coiiici-ci:ic.s tlos i i i ; i i \ 1111- I)(H t;tiltcs teeiil jli I ctii :iclo :i c~iiii~iilio tlc 1 ,iick;if:t

o i i t i os ti cspci :i zii iitl:i de iiicllioi-cs (lias I i i i i i t:iiii o seri coiiiei.c~o :io iiegocici <f:tleiit ()ircirigo, c' lifio \.iii(lo 1)roiito 1 eiiietlio :i cste cil;itlo tlc coisnq, ~ 1 1 1 ! ) r c ~ e o çoiiicrçio serti to] c:\rlo n :tli:iiicltr- iirir por coiii1)leto o ioiicc~llio tlc M:iliiiigc, c :i

iigi i c l l l L ~ l l ~ : i qizr 11:1 llili 110 VCII I :i11 :i\ c ~ s : ~ i l ~ ~ o li111

pcr i o c \ o ctos ii1;iiorc.s sacrificií)\, tlcs:ipnrc.ccr n p o r coiiil)leto,

Se OS f:lcto\ qiic \ ilnos :il)oiil:iiitlo iirio torcili I)nslniitc coii.ciiiceiitec Ici~il)r:iiiio!, o ( I C ' S : ~ \ ~ T - L > ~ I c I í_)iiii~giiaiigii:i o i i t l~ i i \ till:itio\ ctil)itac.\

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do coiiiercio nleiii do iii:~te; tal do govei iio, foram roul)ados pelo geritio dos l3oiiclos aiiida ii i ipui~e, oii o d o so l~a (:atiilio (;niii:iiia qiie, a tl iu e iiieio de Malaiige, jii fel: p:tssar as forças cio govcriio por t i e s oii c1li:iiro tlesristres de que I-esiiltaraiii g~aiides baix:is

E' este "I" Sr. Coiisellieiro (;overiindor Ge- ral o estado eiii qiie se ciicoiitraiii os 1inl)itantes cle 'llalniige ao i-cpreseiit:ii eili n V. Kx.", pediiido liarti tlesaiiexar o co~iccllici tle Muloiige do dis- t r i t o da 1,iiiidn e 1i:ir:i 1101- tei-iiio a este estado tle coisas eniqiiarito c! teiiil~o I< i., coiifiarlos no alto criterio e alevaiitado ~)atriolisilio de que V. 1:s." te111 dado i i i~ i t i i e rn s 1)rov:is qiie aguni-da- iiios coiifi:idos, l~rovi(lciiçi:ls sc iiào facair1 espe- rar eiii ])e111 dos iiossos iiiteresses riuc s5o taiii- Iieiii os do I'niz E I<. M "

Malaiige, +rie l)ro\-isoi ia do disli.ito dri Liin- tia, 3) de jnillio CIP 1904. ( I )

l'ois por esta r?lti\'ii ~.êi)~'e~etil:iyà~ 1 0 1 ;i111 1ti1-

~ a t t o s tocios os siii:itarios, seiitlo coiiclc~~iatlus t i l - giiiis a ~ ) r ~ s á o 11"' náo ciiiiipriraiii por o [ I i1)ii-

iial tln 1tel:iqào tle 1,o:tiicl:i te] aiirilacio :i sciitcti- <a Vci-se, poi-lniito, 1 ~ 1 1 uni ese i i~ l~ lo L I J ) I U ) o que foi ti atlriiriiistl-nqão do si-. I:iistodio Iior ];i

Pela niesnia epocn ela o ciutoi tlesle 1 1 \ 7 1 o, cliic t l i ~ igia a s 1)efe~a de Aligola o , preso eili I,o:~iitl;i

pelo :idiniiiisti-adoi do coiicellio, o si. I ) ( ; ~ i ~ f l l c ~ . - iiie cle Meiiezes, ( I ) eiiteatlo do goveiiiaiIoi gc- i al, e esl)iiiso da 1)rovliicin Aiitonio (iiiei i :i I'cb-

i'w, por ~ii'otcstariiios coiilra o s corlir t r fos qiic ali se f a ~ i n i i i iiici t:itlos pelo dito *yo\.ci ii:itloi., :to iiiesiiio teinpo qiie se 1111 iilia etii ])e!-tiii-l):iciio pci - iii;iiieiitr. n ~i:icificti p o l ~ ~ l a y ã o da c:il)~l:il tle 1111-

g0l;i Mas, afiti:ll, ripesar (te iiiililai., o govci ii:idoi-

iiào e\ rloti :i dei iola clo Cuaiiiato oiitle i i i o i - i c- i ali1 nlgi~iiias dc~e i ias de pai-1 iigiiCses, sciiclo tal

l l l 1 l l l l = \ , l i c ~ \ ~ i o , ( * L I ( I I C I L% *, 1.1110 P t b ~ I P I I < I ,C t , . \ 'III~O\ LL \ t C ~ c ~ c i ~ n , A I I ~ O -

1110 I ;~II . I 1 ( I L I I ~ ~ I ( O , I I . I I I C I S L ~ , I « < I ( I I I ~ I I ~ 1<0<11 I ~ I I C ' ~ , 11.1110i1 *lai(1uiL\ I ) i i igr r , 1I.irioi 1 Al i>< i lo I'iii 5 I ou i i i c1.1 (..IIII.I, Jo.i([iiiiii Jligui I Itniiios, \iitoilio .losc 11.1 \ i I \ , i , l i 1) tio Xoi tcb \:I/ $ C I ' - i \ l ~ l o i l i o ~ t . l l t l l l s

I : I ~ I ~ I I O , , ln , i r~ 11, 11di \ ( 01 I < ,I, , I o c i o 131 I I I C I I ~ ~ O 1'1~iL1, t\,rf?\l11111o I ~ I I ~ C I I I O <to ( aiiiio ~1o i i i . 1 , .~o,icliiiiii (105 \.iiito\ \ , I I I . I ~ I I I ~ I , I()\? 1'1 1110 \nz AI- I I I I > I ~ ~ . I , \1,11iot I 111~11 ig11c5 I~o/;I q I i ~ ~ l ~ o ~ , A I I ~ O I I I O A I < I I 11115 ( l i ) \ \ . i~ito\ , I I . I I I ~ I \ C O Ai i in i i io > ~ . I L I ( I T , I I o~ ic - <Ia \ II \~I S < I I ~ I I I I ~ ~ I , A I t111ii dt . I (s l~i J i I I ~ ~ I ~ C I , J05o \IIIIC\ \Iii1G( s, Ai~p,i i \ to l'ifc I', 11 I I S I , AIIIIIO, I'dr & ( ', I ~ i ~ i i i I l r i r i i c l i i i s 11.r \i11 ,i, .I 11 í ofliio, Xii t r i i i i i> A l l i r i l i r , Aiitoiiio A(-

i i i i s i o 1'trieit.i. I ) ~ I I I ~ I I I ~ O \ A ~ . I I ~ I I I , , A l l i c i l ~ , c \ ~ ~ p , i ~ s l ~ ~ 1 ) i i i i ~ . I.(lu.ii(iti I i ig i i~ to 111, l3,irto\ \ I . i rn, 1'~,111ci~co M,III,I ( It*~iic.iit<~, I c,firht r io ( uslo-

r 1 1 0 i l , ~ \II\,I. { ~ / . I I A I I ~ I I \ I O ( l i I I ~ L I I I ~ , I ; ~ I ~ \ . I I I ~ 1 I I I T I ~ I < I O ( O , A I I~OI I IO 4 o(~1l10 I'LZI 11'1, \1~111o(,l Fl I II~III(I(\\ 1ti1\, ,105~ i.ol)c\ clCl ( ~ I I I ( ia~cqio, . l ~ \ - ( i l c 1'111!1I ~ < < ) l l l ~ ) O . ~ ~ < ~ \ ~ l l d l < ' k < * l l ( i 1 ~ 1 (1 ~ 1 1 ~ ~ 1 . 1 < 1 < ~ . 1020 1'11~ \ l~ ' (~~l~<' i l~l~ 10~1o \I , i i i< ivI Uiirgo, Ioie I)<.] ii.ii(lo, . Io . i ( [ i~ i i~ i I<oi i i~~ci , A ~ i l i i i i ~ ~ , M.illo\

\,li. A h e l t l i \l.ig.iI1i6< \, ( . ~ i i l l i i . i i i i i . iIc \,I , I i i w (1t. \.I d ( ". Aiitni i io I I . I I \ .I. J o \ i AI \ . I I O I. 1 1 (1.1. .loir I,III/ Il.t\50, ( I < \ i i i i o J I I V r.iiiiie~ici,,

~ l , ~ ~ i o i ~ l ( I c I , I I I IJ ( , o ~ i ( n I \ ( ~ \ , A I I ~ O I I I O 1'1rc\ Fc.1 1e1i.1, I:IILI.II do 110 A ~ I I O - I 11, 1 r . i l i i i \<o (1.1 ( t t i / , lo\i* h1.11 t i i i ç \ i1l.11 1111io. Hil<lcl>i.i~ido t1'1 ( oit.i I'i I ( 11'1 I IIII 'I , ,to\< (I<" J<*\II\ 1-c I I C I I < I , F r . i ~ i r ~ \ c o ( I A \11\,1 I < I \ ' I I C ~ , 1'1'- i 1 1 0 i i i h JC\II\ 1.1 I I ~ I I A , <iIii ,I ( I ( \OII/<I \ , I C ~ I ( I I I I ~ I , \( 1g1o c I ' A I I I I ~ i i l < ~ , 1.~1- i i o L< 11 ii i . i i>. I O . I ~ ~ ~ I I I I I 1l.i \ i l \ . i í oi~llio, 1 i . i i i<i \c o X i i i i i \ 1'11 rs t1'Al- i t i ibi i l I , z\ugiiilii C,ii \ ,111ii> 1'1 0 < ~ 1 1 ~ : 1 FI .iiici\co 11.1 i i~ii(~\ 1I,1 Al.iIla, Bls- I I I I I ~ ~ \ I I I I & ~ > < r O I I \ ~ I I I , \'IITIII<,~ ~ ~ ' I I I C ~ l ' , t r I i c ~ ~ o d',it~iI~,~(lc~, A I I ~ O I I I O 110- I I C I I ~ ~ I P i l c VcI1o !ri\( 11 AIIII~I~!<I S O L I ~ ~ I ,To\( I ' V I ~ ~ I I <I Al<ic l~ ,~( lo 1.1 ,I I I . 1 I - i 11 \ i . i i < l l ~ t \ l l i i ~ g o \ i b r i , i i i c io I.oiiirii(n lI(iitlcss, .!os<- II,iii,i Ccci<loLo

losi dr M.itlos \ I r i r i l i i r o -! I I ~ O I I I O i i i g i ~ \ I o I I ' O I I \ ~ I I I ~ \ ~ I I \ I I I I I I O \ I < 11- (11% 11 , l l t l l l \ , l i ) \ ( 1 0 l 1 1 ~ l l ( 0 {,I( l i > * 1 ~ 1 l 1 0 A l l i r I to \ < I i l \ O ~ f 1 l 0 1 1 1 0 I 011- r r i i c ( I CIi 10, A ~ i l o ~ i ~ o .li>.i<luiiii I <*i i i 11.1 31.1ig.11 1110 l i i l i o \ c \ ( . \ \,iiiIii\. lto/ , i S C , lo\c L ' i ~ i i i i i l (~I A l l i i ~ i t o <I,i \iI\,i \I< I < lii\.i\ t\!t*\,ii~iIi< 11.1- I I i i l l i l \,illllililll ' 4 I I l < tlo I i I 1 i i l I ( I oii\ibc'l, 1 l < t l i ~ l z c o loii I \ti \ i ..

( ' 1 -- * l i ~ l l l ~ I ' I ~ c I ~ l ~ l l ~ < l l (1111 l l < l l l i ~ i l l i ~ l l ~ . l l < l \ I i \ I 1 i l \ ~ l l l l i 1 1 1 1

: I I M I I I ~ . I ~ ~ I I coiiio 11111 I i ri( i i l i i i i1.1, r ~ i l i i i i r : ~ ~

( 011\ 1 I11 1 1 , t I l i 1 1 11111 ( r l \ < l C 1 1 l ' l l l l i l l l t 1111< 1 < \ \ i l l l l < ' 0 '111101 (11 \ I , l l l l l < l i \ I 0 t l . l l l < l ~ l l f l < [ l i \ ( l i I # l ]I . l / l l t l l (11 1 ) ) i I L I ,11,1 1.111 1X1IO l l t ~ < l l l l \ ~ ~ l l - \ i

l l i l 1'111 111 i l l l i ~ i I < \o11 i 51) l i ( > l l ~ > ~ l ~ ~ i l i ~ l f i l l \ l < I - l i 1 1 I 1 I O l ~ , l l i l ~ ~ l t C I O I I \ O -

I i ic io i i . i i ia iI, i , i c . i t l< ii11.1 \ ( \\( ~ i i i ~ ~ t i ~ r i . i i i r io lei i i i i t i i 5 i o I I I < 11 i i i i \ i i i

\ I 1 1 1 ]'.'L" \ 1ll.l \ O \ . i <I<. ~ ~ . 1 1 ' 1 , l i l l111l . l 11.1 1.1 1 i . l l . i l ( o t i i o I i i i l l l l i l t r \ \ c r1111 II.-IO I i , i \ i . i ti,iIialliri i i \ ~ I ~ I ( I ~ I I I . I I I O 11.1 \ i1.1, ( I ( i I i i i,i<io\ I o11i.1 c

1.1 1~111' \( I X < I ( l t < l \ . l l l l 1111 \ < LI 111,111< 1 0 , 11111.I\ \ < / r \ < I11 I c 1 1 1 l l l l \ < l l \ l l l l l i \

i > i t l l . I \ iio\ cr 1111 o., (1.15 I>"\ o'lc 'I< s <' l l l l l l t ' l \ \ I / < i 11oi i i r 1 l l l l l t i l \ 1 1 1 1 ~

I i l i . i i l i>s l , i . ~ i i l ~ i ~ i - i i i < q t i c i l r i i ~ i , ~ \ < / 1111 i S i c i i l o i i o <li> \ I 1.11~ i i t ( 1'1 I - l i 'ilo \e clc\liclioi~ 1111i.i r.ii.11111i.i < i ( i i i i r i i i L i ~ i i t i 11.1 i r i i ~ i i i \ \ . i r i 11.1 \ Ih i -

Page 94: Autonomia de Angola - Estudo de Administraçao Colonial

desastre i1111 dos 1iiaiore.s da iiossa iiioderiin Iiis- torra coloiiial, coi-i esl)oiidciite npeiias As c:tt:is- trotes dos ~ierriiciosos teinpos da coi~quist:~.

Estes e\eiiipfos cjue ve11-i do g~ \~e i - i io sáci sc- giiidos pelas coiiipailliius agrlculas (Jiia\i todas :rs eiripreL:is co1oili:ies 60 aclniiiiistrad:~s por iiii-

l ~ t n r e s A coiiiliniiliin (10 (:a~eiigo tem Iitlo ali- teiitrços ofici:ies ri gerir ris sua s fa~ei idas e i ~ Afi-ica. Alguiiias socas de S. 'l'oilic leiii cotno :idiiiiiiisti adoi-es otiçities si~pci-ioi*es do elei-cito Afisriiaiii eiii 1,oaiida q u e liouve epocit eiii qrie o :idiiiiiiisli ador gei :i1 d:i do ::izeiigo, 1,ai.a ir e111

visita ás ~)rol)ricdndes do iiitei ior leva] a iilriito?i

ci.eadoç, cosiiilieiroç e . oficiaes 5s oi-deiis Nào OSSO 3ssegiir:tr cjue isto h s i e liosili~~arneiile as- sim, riias i. ])rov:ivt.l ([ire, g~ aiic1c.s sciilioi-cs, lc- iiliaiii taiii l~e~ii as SU:IS c0rtes e c:tt~cl;ttarios

1)urii:t \ ez o 13:iiico Lii ti-ariiai 1110 precisoli cii-

uni. iinia i i i s~~eccáo 5s siias :igeiici:is dc X1i.ic:i.

i ,I iio\a clc [ i . i I i~ i l l io , ii,iicc~iirlo ti.1111 .i (li,iii~.id.i coiiccii l i . i i .!o (li i i i o c 1.1- IIcil

COIII o 1i i11111i~ <I<* 1>1 P J > . I I . I ~ 1c\o111(.io I < 11111-1111 .I 11.11 i l l l t I 111

( . i i i i pn \ . < l i \ I o \ L - i l c \I.i~.~l!i~i~~\, l { i ~ i f o I l ~ i I , I I I I ~ I , ~ / C I I l ' o t to, 1.1111 i1 I

1 l . i t . t (Iillini i 05 1 1 rii-)n\ l.i.ii-5 11 i \ I I O I 1.1s ilr \.iiiio t \ i t t s i o \ ( i i \l.ilit I1 C l l l l l 1110 <'\li' ~,111111111,11110\ 11111 ~110gIrll l l i l 111 I < I \ L I I I I I C < ~ < 61 \ l l ~ \ O I 1 1 -

rifiii,ii L I \ i i i q i t . i i i i i i \ < I ( i i l> l< . r I < ~ i t r siii 11.11 '1 .I C O I I I ~ I , I (If' .I! ~ l ) ~ l l l l ( ~ ~ ~ l i i

\( \(,I ,lL(Ul (ti i<-\<- 1) ,<\\~1\\111.1trl (I< l l1lt1111<~1~fi, t <,I (li I lClI l<l , c < l l ' l o \iltl

I1 ~ l l l l l l l ' l l [ l i l $ l l , < l < 1 1 0 i I 1 , l l l l ) l { l l l (11 ' l l l l ~ l ~ l - I i l ~ l I ( 1 , ~ ~ l l l l l l i { 1 l l I 11111

'11 llgll 1'111 1[11i I> \ I J111/ 1 1 lg*l ] ) I ( I< ll[~('ll \ i b [ O c l l ) ~ . t l l \ i ) CIO c 1 C ~ l l \ l i l ! i 1 1 1 ~ 1

(li ~ l l i l l / < l I'LII pic\o l~\t,111(1n ( I L I ~ L I O I I I I - ~ V \ \i111 o \ f ( 6 1 I 0 5 CIP l,l-ii I i l i11 '11~o (LI

~ l L 1 1 ~ ~ 1 ~ ~ ~ 1 0 l i < i i l c l l < ~ l t l ~ ~ ~ i , k'll ([iil? <Ilb31Ii \ C i i l ~ > l l ~ C ~ l l l ~ ~ ~ l l ~ l l ~ l i14 I < O i I . l \

'lcl'll.l\ i1 I I , I z \ 1, ~ > . l l ' l \igllll < O I l t l'-lo l , l l \ J ~li1l\'l{,-lil p r l i , l -1 t l l l < l t , clu.n"lo .i I',rl.~t i o 1 iit!o.~ í i i i - d r ~ ~ ~ ~ i o i ~ i i i ~ ~ i o i t <\,i I c i c!< l <I<' l i \'!c<

I i > '. i l i . i 1 t < l o l l - l t l i . i ~ l I l i . l l .t 111. I i I I I ' l i "\<I, \"~llltl1'> tiiii , l < t i l ' i i . l i i l i ,

l i 11.1 i i i Io 21 I I I ~ L ( I ($ AIpor111, ~ I I ) I oi,1\1~11> < I < I J ) I I \ . - IO i11 lat , I I I I ~ I l ; l > ~ g c % ( 1.11 . i i i i i ~ i l t i[í i ib .I l i o l i i i . ~ c o i t i c i 1111 \ 121 i~iilo-tiii . \ l i i i l . i i i i r l i l i . 1 ~ 1 5

1 li1 ' t i l l l i , I.( l l l l i '<.i I i l i l i > \ i l \ i I 1 1 ~ 1 1 \ I I . l \ \O\ o l t l< - c l ) I11 1 1 ~ 1 1 \ I l \ i ) ' l t d i 11 1, (,.,(I\ i li111 l ' l l l ~ l ~ < l l ' l \ l , l l l o ( l , l \ 1 ~ 1 ~ 1 r t c I 1

\ . I l ~ > l i l i < A , j > ~ ~ l i l r ~ ~ i i i i l r ~ '11" li.t\ lotl i \ c l r i ~ i t I i \ I ( ti.ii ti111 . i1 I I ~ < I < I < I i i i i

1111 I )<> 1 ~ ~ l l l / l l ~ l , ll(1 l ~ l l c l l l l l l > \ ! ~ l ~ , l \ l l < l t 5 l hll1,t I j l l t <{<-.t\l < \ \ I < \ i111 l \ a \ 3 2 \

I t\lio,i, l i<* ~ > c i i l l l l i . 1 \ , I <o111 '1 \O,i .111 t t \ .1 i l r l l l i < O I l \ 1 ' I l ) ~ l ~ l . 1 1 ~ 1 I1 i ! (# lgll ti111 1 0 1 1i.11 i 111 I.o,iiitl,i í oiiio iiic i . l r ~ i l t i . i \ . i I i \iii<liii i i i l i ~ ~ i i . i i \ ! r i i r l r i I

{ i i r irilrrdi~ I,ci~gt(r[iri ~ > i i l ) l i ( . i i l r i I I I I I l i \ 1 1 ) i i i r i t \ l ) I i i i 1 \ \ i i . i . ~ i ~ i i l o ~ , a 1 1 1 1 l>\t'l~l I I 1 I l \ l J O < I < l i \ i 1 C 1 \ ~ 1 1 1 ~ ~ 1 ) , I 1111\'7,l ~ l ~ n l l f ~ i ' 1)l l i \ I I I L I ~ I 11 1

111 I L 1 011~1< 111111

O I O I 1 1 ~ 1 1 (1111 111 i111 I ~ I C I , Ill/( :(I (ir I I I I ~ I I I ~ ~ s ~ l , ~ i s i \ 'I i ilrl ;ti~i1111 1111, i

i \Cl~l\<1lllr'l i [ l l < \ c l ' l / l , l I 1 0 l t ~ ~ ~ l l ~ l l 1' 111) \ l i 1 I o\ ~ O \ l l l 1 . ~ ~ 1 ~ > 1 < ~ . 1liIl 1.111-

Ela iiati~i;il qiie eiiviasse ~ t i i i teciiiiico, iii1i g,l;,r- da livros Niio seiiliores; tal 6 O prestigio dos Ices iltie eiirioii Iiin calir [fio (te ca~al:iri;i, qiir ci i t rav;~ lios escrito1 ios, tle espada rastelnii tc c çoiii ares de cointiiido. 1'01s que h:~v~;i d e fazct; se o rxenijilo do go\tei-iio -, (1"" iii;ui(i:iv:i 11111

çtipilào estudar 11s arvores ile horrnçliri . rio (ioliiiigo A1 to,--era coiii~iiiicalivo, 1 ) ~ ~ s que dei- \uva inorrei de t ~ i ~ s e r i n o iliistre iiatui.:ilist;i

Ne~i,loii, i eliiitli:iiitlo-o coni ocios:t i i i t l ~ tereiiq:~, troqaiitlo-o, aniesc~riiiifiaiitlri-o coiii a i ecl~iiiit:~~l:i ig~iol-:tiic5ia, disc.iitiiitlo ~iest~i:\rneiitc os exeiiilil:t- rc\ ~ o o l o ~ i c o s qiie cllc \):ira cti in:iiitlav:i, ir1110 ;iiii:ii giii udo d n siia I oiiingt3iii scici~tific:i

-

1,astiiiio estcs I:tctos doloi osos rio1 qiie 1 iii :iiiiigo e ciclinii-ndor do esceiitrico afric.:iiiistn. clue ii:i siia Iioiiclaclc iiigciiita e lia sua col.ifiniic.;i

Page 95: Autonomia de Angola - Estudo de Administraçao Colonial

iio espii-i to scieiitifico de estadislas iiicul tos e sceticos, eiicoiiiro :i razão da siia morte. Qrie f a ~ e i - se o eleiiierito iiiilital* era o iiiiico predot~ii- iiaiite, desde o iuinistro ao diretor geral do Ultra- lilar e nos ninis iiif eriores fiiiicioiiiirios do Esta- do!

Ate as colo~iias peiiaes foi-niii dirigidas por iiiilitai-es, o rliie dei1 os resultados del~loraveis (pie se coiiliecei~i, c~iiaiiclo o que se iiiip~iiilia era cliie fosse i1111 niedlco o seii director, setil a diii n rlis- cil)liiia c l : ~ caseriia.

(:hegou a e ~ i s t i r eni T,oaiida, iio tempo de Ecliial-do Costa, adiiiiriistraclor do coiicellio, se- cretario gei-a1 da ~)roviiicia, preside~ite da co~il- iiiissiio iiiiiiiicipal e o proprlo dii.ector da Iiii- pretisa Naciorial, tiido iiiilitai es E, ])ara i-iiais realce. ate Iioiive oficiaes do exercito coiiiei-ciaii- tes, o cirit. deir coiiio resiiltaclo iiina certa :igiln- qáo eiitre os iiegoauiites tia cidade, a que Ecluar- tlo Costa po~ ! terino, ordeiiaiido qrie 1150 coiiti- iiiiasse o :iI)iiso.

E:sles esl)ressões tfio evide~rtes 1)rovaiii cliie o eleiiiciilo iiiilitar goveriiaiido e ciirígriido, ali.iir cle ser iiiii excliisiiisiiio que ii:\d;i jiistrficn, i. taiiibeiii iim ilogisiiio qiie iieiiliiiiii cspiri to l~eiii orieiitatlo :iceita Porisso, quniiclo o si-. Ornelns ol~riga r i cjiie os govci iiadores rle districlos se,i:iiii iiiilr ti~res, ri50 segiiiiido rienliiiiii e\eii-il)lo de qiial- que1 potericia coIorii:il, f : ~ , al>eli:\s, o111 o tle soIidnriednde profissioiial qiie o Iioiiia, 1)or certo, alite os sciis caiiiaradns, iiins cliic i150 atesta :I

siin bo:i oi ieiilaqão Os defeitos tia adiiiiiiistl-aqáo i~iihtai' que tiiii-

tos e t5o del~loi-aveis resultados teiii ~~ro t l i i~ i t lo e coi~tli1il:irào j>rodil~iildo, n 1150 sei- cliie 1iqj:i a 1" WIS:I ordeni i i t t oi-g;~nis:~~ào :id iiiiiirstr:i tiv:i, são 1):ileiites.

Da iiiesiiia foi ii ia o sei1 tlesdeiii pelo eleiiieii - to iridigeiio, eiii1ioi:i o <tiiqii:itli e iin antiga oi ieii- tal50 coloiii:tl 1)i tluiiic:~, oiiiei ic:iiia e geiiiiaiiichn, t1ú c? iiot:~ (li1111 ~ X C I U S I V I S I I ~ O 1asfi1ii;ivel e (li1111

esti-eito esl~irilo dc casta, cliie taiii1)eiii o excliie do espii-ilo coloiiial do riosso le1111)o Se 5e 1nip1- rasse lia ol)r.:l da Jlol~iiid:~, tl:i Fi-niiqa, c Iiiexiiio lia nossa ti-adiqfio liistoi ic,?, niio teria liosto tal l)ciiicipio ei i i evideiiçia

O eleiiieiilo eiiropea 6 , lia siia orgaiiisacàu, :i uiiica iiiiidadc a coiit6i-, seiii ateiider qiie o eleiiieiito iiidigeiia é o iii:iis iiiiiileloso, o iiiars radicado e o cIlie inelliores iiitei-esses tli~ no lwo- ])r10 estado ciii1)oi.a 1150 sela o iiiais cirl to, o qitc se explica pela iiitei-ioritlntle soe-inl n cjiic o te111 i edii~itlo.

C,oiii relaqào :'i aiiloiioiiiin (Ia coloiiiii sei ia 1)ara poiitler:ir niiida pai :i coiifi-oiilo, cIiie ao passo que iin org:iiiisnqfio tlo si. Villicbiia a jiiiila geral o pi-iiicil~;il elei~~erito tia ~)rov~iic.rri, {liiari- tio eiii OriieIas esta eiiti(latle 6 i-elcgíitl:~ pai-a o segtiiicio ~)lailo, coin o rioiiie de Coiiscllio tlc Go- veriio. Fica siiperioi n tiido, tloiiiiii:iiitlo t~itlo, o go~eriiador gei-:i1 qiie ~)otle piocetler o 5eii l~l-l~razei. , oirnr~l(lo o coiisellio cle govei.iio, e esta iiistiliir~áo cstit eni alilirde np:ig:icln aiite o j)ocler dcsçricioii:irio tIo clieic cln I)i.o\.iiicia

0 coiisellio dc govci-iio do si . 0i.iicl:is tein iiina fiiii~ào qiiasi excliisi~nineiite coiisiilti\:i ])ri - teitniiieiite liassiva , a ~iii i la geral d o SI Villiena teiii ~~u( l e i es tleIibei.:itrvos seiido a odniotcsiru-

Page 96: Autonomia de Angola - Estudo de Administraçao Colonial

rlesn41.e ~iiii dos i i i ;~iorcs (13 iiossn i i lodesiia 111s- lor.ia coloiiinl. cal-1 c s l i o i i d ~ i i te :I~>PI~:~s As ~':il:ts- I r ofes (10s ])eSiliCrOSOS t c l l l l l o ~ (h c ~ i l í ~ l l i ~ t i i .

Estes e ~ e r i i p l o s que yeim do goveriio s:io se- g i ~ ~ t o s pe las coii ipf i i i l i ins agr ico l :~~, ()ii:isi toti i is t is e i i ip i c m s coloni i ies S ~ O a(tliiriiis1rridns por n ~ i - Iilal t~s A coiii1i:iiitiin tlo Cazeiigo t e n i t ido ali- t e i ~ t i ~ o s oiiciacs n gci i r as s i ias f:t~ciidas e i i i Africa Algiin-ias i-oruas dc S. 'l'tiiiii. t c~ i i çoino ; idi i i i~i isl~~;icfor-es oíic.1ae.s s u ~ ~ c r l o s e s tlo ele1 r i tu Af ir i i la i l i c i i i i *o:ii.rd:~ que l iouve cpoca eii-i qiit a rit1iiiriiistraclo1- gci ;i1 da do (:nzei~go, Ixii'n ir ei l i v is i ta As prol^ icdades (10 i i i tcr ior I c ~ a \ a i i i i r i t o s crendos. cos i i i l i e i ros c . . olic.~:it.s i i s o i -de i i s N5o IIOSS"O ~~~~~~~~ai. que isto fosse ~)os~ I i \ ~n rne i i l c ns- si t i i , l i ias i. ~ i r .ov : i~e l rjiic, g r a ~ r l v s s ~ i i l i n r ~ s , lc- i i l i a i i i tani1)ciii :1s S L I ~ S c O l . 1 ~ ~ e Ç:ILI(~;I~:II-IO~

I)t~ni:\ I PL o 13;iiico t~ : t i ~ ia r i t~o prec lsut i eil- uni. uiiia iii51)crqào :ts sui is agencias dca *4fi ira.

IICil ri1111 i] 1111iiito ili* [>I C~I~ I I~ I I a I i \ o1111 ic-~~iii-iiir :i V.II 11111,i il(*

.IIIII~O-, r l t i ,Iii\c (I!> \I~~;~iIli~~i~i. I\ i i i l<~l i~i I IIII~I, ( ch/~it 1'01 l r i , I.~II? íIci \!.it.i (ti1110 i r i i i iiiijni i,il.ir i i1 15 liiii i,ii il! \.i1it11 : \ r i t a r i \ i 1 r ii,itii l i i iiii~.iilii i < L i , ior~iiiiii.iiiios i1111 ]iiogi~illl,l 411 1 i l f llli[l(.l< Gl'i I< \IIIU-

i ioii,ii 1.15 i ii.iI.iirin~ t l i r i l ~ l i ~ r r ~ i i i i i i i i 1)<11.t .i c(1ili1~ .I i11 ~irlii~iill1 111" \i s1.1 .iIIiii,! ilrii-\i ii .isi,iiiiiialri r11 IIiiiiiIi! ilii ii i !li 11.111.1, r.iiii41 \ilt) ,i 1it~iili'il ili H i i t i i, ii<i rli,ii iri I~LII i LI r111 i;t.i - 1 1111 111 l i ~~ l i l~< [ i~ r I 11111

.>i I icri i r i i i r i i e (i i i liti/ \ ciy'i 111 i t i iitli r i % t i r i iItl.iiiir> .>o ;it L i + \ ii'I( ii1<i > .

CIC <IOIII:I

O iiic-ir ~it i i i~i l \~i<~x.iicIc.u i <.\li\r iiiii l.iiil<i ~ 1 1 . i ~ I . i ~ l i i ~J,I 1ii1.i .irli- \.i 1>0111ii.i. 11111111~.iiit1o .I]~(~IIC!> tiitl.i\ ~IL IX I I !,I\ l i 1 1 15 iirii :iilig<i < I r 1111: i 1 0 li<! i fl/l~~rfrrl~1~l r~ll<lllrfi, ~ I , l~ , l l l l ~ l i \ I 1111<3 tlil< (1, VI! r f i l L \ l i 11 [I li,*

I.t5l,(i,i. li(. ~'cilli<ii.1~.i i iiili .i ibl.1 ~liiil\.liIi liii iiili\ 1iIiiii ~ 1 ' 1 1 " 11 ' l i igii

iiiii Ir)iii.il i111 I,n,iiitl.i í (itiin r i i r iIi ili!,ii.i i i ~liirlrii iiiloiii.it~< !i iidii ,I \riri~tii111i~ i f r t,rty? r i / t< t 11i11i1i~,ii1ii iiiii li\ i a i iiirii %iiIii i ( \\ i \ .i\~iiiilti\,

. i i > t r i \ r l!t*i o i ii\i IO <Ir ii 1 i i c i \llirl~li .i i1iics.i '.i ~iiilr 111 r ) \ 111~1.1 (1.1

Era iiiitiirnl q u e ciivinsse iiiii tecl i i i ico, iiiii gii:ir- iI:r livros Náo sei i l iores, tal C o presligin ilos ga- Iùes ~ I I P o 11111 cal)itào de ç~tvalari:i, q l i e ci i lrnv:~ ii<rs esrrilorios, dc e s l ~ a d ~ i as te ja i l t c c coi i i ares de coiiiaiitIo. I'ois clrie 1i:ivia rlc fwciS- - - se e i cxcinl)io do govcriio -, q t i e ~ii:iiitlnv:i ~1111

cap i tfio esi iid:ir :is a i vai-es tle 1~orr:icl-in . . iio (;oliingo Alto,--era coiii~i~iica ti1.0, pois r1 i i e {lei-

\avu iiiol.i.er de tiiisei-i:i o ~ l i i s l r e i int l i ia l istn Nc\vloii, i-cl)utIit i~iclo-o i o i i i ncit isi i iiitliIvi.ciiq:i, tl-oqailclo-o, a i l iesr l~ i i irlinii11c)-t1 roi i i a i-e(1iriiitarl:i

ig~ur;iiici:i, disçii t i i ~ t l o i iesci: i ineiitc os e~c i i i l ) l : i -

i-cs xoologicos cjiic elle 1i;ii.a ca i i ia~ictavn, Ii.11 to :iiii:ii-guradci rl:t sua roin:igeiii scicri1ilic;t

I,:istiii~o csics frictos dolorosos 1)oi qiie i ii I :iiiiigo c acliiii~-ador (to e i c c t i t r i c o ofi.ic.niiisl:i. cliic ila si in 1)oiitl:itIe i i igci i i ln c. na sria coi11i~ii1c.n

Iii 1ii'i 1111 li irli,i rriiii .i iiri\\:i i .iiii]iniili.~, c o i i i i i.ii:iiii ,I ~r.iclrir~j,ir .iiiIra r i t i iti1i. 11.1 \ r ~ i i r l . i i10 ]>1<1o 1.t ]101110'i ~iiii11.1liili Iii/iriiii, (o111 i 1 f i r i l r I 1111 l i11 l,~lll<ll!lll ( 0\IJ

Iiii.\~~r~i.l~l.litii i i l i~ t' iiolilc~,iilil i1 \i ( llilrlillo liill],l l),ll,l 1 i i i 1 1 ~ 1 1 - i ,ii t i ~ r i r i~~ ic i~~ i i i II(~\ril\ L.HIII~ l<iiIr~i 11.10 .I~,IL.II c'slr (,i\.illit ii r i c< ii,iii iini c,i\o (li i i iiri\ ,li n i ici,i\ ,itiii.i

o L ,l\O c r1114 115 rs\c l'l\ Llgl\l.l\ ~ 1 1 1 1 < 1 ~ <I111 iii* < i l l l t ~ ~>II>< I )! 1 +llll-\I \ I-

1105 N~il~O~~li l i l[lli ittlI,l ~!111~11 t1.111~11 , I [ ( l~il l ' lll1l~l ll01~iL 1111 c l \ ~ ~ ~ l ~ ~ c l l ~ O (iiii iiii\ 11 i i c i i, i(ii,iticlii, i iti ~iiiii~,.i1i111.1 <Ir. ~\iiIii~~~~i l'cie, 1 i i i t . \ \ .I vi-

~ i r i l l r l l l 1 1 1 1 i l l l , i l 1,o'llliI'l 111 I r iiili-til<. l IiIIii~ fiii ]"I'.-

\ i \ i I , rii.i'. 05 8i\\.ill.iiiti \ 11.Iri irii iot~ii,irii, . r l i ( \.ir t l t a <! II 11 i i g..iiiIiii I)ii.il r3i .i r i ( l e i (,i (1.1 l i i i l i~i,~ i' t l i i iirlriiiiir~ti,iilui ilii coiicc lliri i 111

1. t~ i . t l t s L o 7 I'ot., ii i o \riilini ii .irliiiiiiiliti.irliii iii,iritlo~~ {iii~iiili i i i i i i tii iti -

i ol.iiiii iil<' i i i1o i li\.\\ .i 1 iii coilliilr iici.il tr gi)-,i I 11.1(1111 \ri1 )>,i111 .1\Io I{I ilui' i ' l t ct .i Ir iiic*iiIo 1>!'ri~:oio c i i i r i i lu toirlic i r i l r i t l ir 111ilri r i i (ir' I i i l ~ o f i r, I'ili L i,

A i i tn i i io J'i-i(,/ e1.i i~\l>ul\ii i1.1 L H O \ ~ 1 1 u . i '13 ililiii III.I~ ,;I 5 11 I i i i r \rii,t .iiitrii itl:irt(~ .i icilii i l r i ( I r > \ . is i . i l t iiiI<.\ r > L I,I\ ,igi,,l.is 1111 .iiii .I\

li1,lI~ I i \ i l i i~i ii'li

>l,ii> t,iirli3 11~f i11t i i3~~1-111r 11111 ,IIIII:II 1111.11 IJIII ( \ t 11 ,I IICI I i i i ~ i i i . ( 1 i i 1 ii i \-.iiliiiiiiislia~liii- i l r . I.o.iii(l,i c í i r i l . i \ a r \ t i< ,li t i i i iiilr ii1i1< ~iriii<i

IIIII irrif.i\ i l .icoiiict~iii< iiiii <!:i \II,I \ id.1 111. l i1111 i!iii.ii io 01 .i r i t c ilii\li r i r i i l i r í~g ; l r l r> ] i ~ i t ? l i i t i , :irlt i iii iilliiii,iliIi iil!. i IIi -

p111ilic.1, ~i i i i i gr,iriil(~ :i >I:icisii iliiiii J I I L I ~ . ~ ~ 11 l i ~ ~ l i l t t ~ i ~ ~ o (I( 11>1\0 I i p.it ti ' ririiii:i cr~iiii\,;ii, <\r 51iit1ir .iii<i,l .i\ ~iii,iiii.ir ii~ii.iii~.ri iii.ii i i~riii- ti i ~i.11.i I i ( lriiiii,~ ciiliiii~iislr.it~~.i r l i . Aiigril.~' ( li,iiii.i-si' 5 1 li (~iiillic i

Z l l l ~ d r , A l i 111 T e < <)iiciii \abc ' ic iiiii ilici iriiii .i i t ~i i i l i l ic~~ I r ~ i i iii LI ii iiii \iiirl .ir iiilii-

c iiiii*iilri - O mciiiilo i! .i~siiii

Page 97: Autonomia de Angola - Estudo de Administraçao Colonial

cloro da pi.o~irir.ia c o i-espoiisavel liela siia vida r 7 . eco1iomic.a. I ao shmeiite esta a diiererica que Ilie

tlii iiina tuiiqáo i~iterraiiie~ite activa e consçien/e. E' ~ i i s to , p o r é ~ n , apleseiitar iiina otltra (11fc-

reiiqa, e eslc favo~:~veI no tra1)alho cIo si-. Orne- I;ts I.:' a c~iie sc refere i~ descentralisnqão, t1enti.o dc pi.opria ~ i r o ~ i n ~ i i i NO codtgo do s r Vlllienn riàn fia ii~od:iliclatle, o tiistr i to divisào secun- (f;11'1:1, seiii iiircr:itiv:i, s c i i ~ fiiiiqào, iieiii vida pro- pria .ri o iiicsiiio se r160 clit com o d o sr . Ornelas em que os distritos da pi oviiici;i de Moyaiiibicliie Icim iiidivitIu:ilidndc, oi g;inisacào, :icqiio. Dc iiio- tlo c~ue, eri-i ineii eriteiitler, haveria rnuilo a lu - c.iqar corii iima revisiio da o l ~ r a clos s i s Villieria e Oriiclas. Na d o si. Villieiia coiiservai-se-llie a siili oi~ieiitacão poliliça fiiiidniiiciitul, islo P , as suas 111 ~ s c ~ ~ i c õ e s r e l a l i v u s t'i furiqào civil tios govei.iios, cli iu* clc l)lsO\T~lcla, quer tios (listrilos, a intei - vericàa ~>ci'i~iai.icti tc, do eleiiierilo intligeiia c, sol)i ctiido, o seli esl)iri to :til tolioiilista ticciittiado. N;i tlo si. Ornclas accilai--1lie-sc a siia nricnlacáo clc~scciili nlisla, i11 ter-[)i o \ r l r ~ c l a l , coticedcndo aoc clistl-1105 IuiiqÒc5 ;1~~1111111~tl'all\':1S

Sào estes os t ~ p o s csl)cçilic.os d o sisteiiin adriii- ni 511-:ilr vo colonr;~l qiic os ilie.;iiio\ tliploii~us oíi- ciacs c.oIisigiiaiii. Os dos s is S:ihiigosn c Fri- i-cvi-:i cio Ain;ii-al, iiao 113 diivida qiie náo 1.cali- sai ali1 uii~w radical 1r:iiistor iiiacàci, r i ias deveni sci- cilliaclris coiiio inlci-iiicdioc rias suas cxpi-es- sòcs iiidccisns.

Aiiitda s o h i ~ esle5 asunlus c\çi.cvc.i.ei o que iiiç ocori.ei, iio c:il)iliilo fii-inl

A explicapao pr6via. A moderna orientaçáo coloniaf em Portugal - Sua origem. - Homens que marcam uma nova epoca -D~scordan-

cia dum politico. -- A argumentaçao contra a autonomia - Sen- timento publico e o problema administrativo

Porque é que muitos autores condenam a autonomia.- A razão do seu desacordo, - O debate doutrinario sobre o assunto - 0 5 grandes acusadores da centraliíação. - Os partidos politicos e o proble- ma colonlal - O s partidos monarquicos - Os particlos demoera tiros. -Os congressos colonial e nacional. -- As colonias e a sua açHo autonomlsta. -- A Associação Comercial de Loanda. -- Urna

representaçáo e que s e consigna a opiniào autonomista. -- Movi- niento geral de Angola - - A s aspirações geraes

A profunda rriiilayàtj polihca q u e \c. i.enlisou I-ia I I O U C O cin (luasi natfzi alterou o sistciiia : ~ ~ I I I I I - iiistrativo das coloiiias Ljcni \ei íllic :i po1iiic.n portugiicsa \iiri:i iiriiiia sitiincào tle iiicei lezn rluc iiào se coiiscgliia a tiecessaiia c~~iieludi. dc cslii- i-ito pai-:i eiitiqai, c111 i-:idicnI e l i 1 i i ~ c [i=iitisloi-~~i;t- c:ão cle inslrtriicões, qtie fizesseiii aii~pl:is r cloi - III;IS, (111111 i i~o i i i c i i t~ para o o i i l ~ o (:oii\ct~i coii- sigiiar, coiitutlo, q u e ha\'ia iiiii:i ol)i11150 co1oiii:il no p i z , que I~cili c:trialis:itla c oricri t:icla, scgii 11-

do os 111-incipios dcniocraticos CIO iiovo rcg~iiicri, podcr ia c deveria cxci cer iiriia gr:iiide iriflucncbi:i iia scqucncia dos acontcciiiicrili~s ii:icPioiincs

Qual era essa opiiiifio i clati\:iiiiciilc a s i ~ * l o i - inas aciri~iiiisli~;itir;is coloi~i:ics, iio iiioiiiciilo çiii

q u e iiiila I-cvoluqão pol~iilrir, fcila c1ii:isi rxcliisi- varnctite poi plebciis, cln a1 clcnle :iric.ia c/c i t'- deiicão, dei.rii hou n ri1ori:ii-(111 ia porlug~it?s:i"

Page 98: Autonomia de Angola - Estudo de Administraçao Colonial

E' o ( ~ u e v o u teritar. definir eiii face dos accin- lcciineiitos e da doiiti,iii:t eiii ioga e que cons- t i tiiiai-ii, tia ~ ~ o i i c t ) iiiais i t ' i i i i i :~ de~ei ia cle aiiiloq, o fiiii<lo iiioi a1 qirc in:iiitriili:i iiiii cei to seiitl- iiieiito riiicris:iiiieii te iiio~nctcir.

O t i al~rlllio lento tIe :il)sorqào tio governo pe- la iiietropole de liido clae iriiia legisltib.c?o 1x0- grcssiw t i i ihn realisado liavia dc ter uin;i i ea- çqài, jecltiicia c rciiovadora, Foi ~ii.iiicipalriielile~l~~ieii[e ciescie qiie Xiitoiiio Enes revelou, coin a SIIH

Iieln foriiia literaria e coiii a siia giaiide piqeri- sáo de ~ i s t a s , iiuiii rclntoiio iiiagistral cliie lilar- caril i1ii-i periodo de grantle ~iiiciativa, q~iniito er- i-o, c~iiniila iiiseiisatez e qiiaiito tlesatiiio existia lia Coriiin egoist:i coilio se goveriia\Tai-i.i as colo iiias Mas to1 soliretiido a gei-aqfio (pie :issistiii a i:iii~paiili:i coiiti a o (i~iiigiinhaiia, que ali liitoii coi1ti.a o poteiitatlo iiegio, (file siirgiu a gr:inde 111 o~:igafl(ia coiiti-n :i ceii t i alisnq50 feroz do 1'ei.- i eii-o t l o Paqo

Fo ia i i~ todos os lion~eiis qiie I A , coiiio i i i i l i -

tares, I)alnlliarniii que, em contato com as so- cicdacles si11 :ili-içaiias, vir:iii~, pelo exeliiplo, c~u:ii~to (I~leria n iiossa niesqliriilia administr-ncâo colonial, busiiiada da metropole, 5s piiiguinhas, eiii telegr:~iiliiias, seili nexo, ilnqi~ele graiidioso des:il)i ocliai. dc (~ivi1is:i~óes iiovns e gt niidiosns que fazciii da Ailicri (10 si11 o gi-niicle centro de c-qxrleiiçias sociaes e polilicas, t~i ie COIIVIIII I ; I I I I :i Mocniiil)icliic, daiido iiclueln iiossn ~)roviric ia o leiiia da siia forriiula ,~dlniiiistrntiva.

Foi c0111 esses Iioiiicils, coliro Moiisiiilio, Ediiai - tlo (:osta, Ali es Oriiel:is, I'aivn í :oiiceji.o, FI cii e (Ic Aiiclrncte, So\leral Mni triis, e oiiti-os que a

grande coireii te i*eiiov;idoi*ii toiiioii iiii~iulso e qiie no livro de Ediiardu Costa, ,-i ctdrni~irsit~r- (-fio civil das nossas coloriias nfi-icaltirs, recebeu a sua coiidensaçrlo doiitniiaria.

Não devia liaver, iião Iioiive, uina doutriria- çáo lioniogeriea, iiias todos, seni exc1iis- no, coii- cordavam que o sisteinrt era iriconi1iatível coni o progresso colonial e os ~woprios qiie niio de- hiidiam a autoiioinia ião lhe op11iifia111 ai git- ineiitos de valor, antes a aceitararii, erri prrnci- pio, se bein <file discordnsseni d:i sii:i :iplicaq50 pratica poiido e111 liti(;io s~i i i l~ les qriestões de oportiinidatle. O sr. 1 eixeira de Sousn é eilti-e todos os (pie coii trariam a correilte desceu trn- lista nus rolo~izrrs acliielle qiie mais a prrteiide depreciar. Slas --é curioso 1 - esse ilusti-e lion~eiii publico i130 cliier ns coloiiias eiiiancipacias, iiias concorda c0111 a doiitr-iiia e ate a nl)lailde.

((Coiiipreeiide-se e aplaiide-se, eiii pi-iiicipio, escreie sua eweleiicia iio ser1 rel;itoi~io, ti tles- centi.alisac.5~ da ndiiiii~isti-tiyiio coloriial, os tii-

ctos, ~iifelizineiite, deii-ioristi aiii c111 e eii ti e iiós, seria o peor dos sisleilias ))

(Juties falos'? Escluece-se dc os al)0111ni poim- que não se coiiliece neiilitiiii que deiiioiislre que efeti~aiiieiite elles llie dão iaziio. Acaso lia ocasi50 eiii yrie o seli rel:itoi io foi piil)lic:idu (1902) tiaha elemeiitos 11:" a cundeuar ti111 sste- iiia qcie iiiiiica estivera e111 \rigor lias coloiiias'! No seu disciirso de 16 de fevereiro de 1007 e1cl;i- iiiava que-- .jii agoi-n eili t e o ~ i n , coniliatra a s teorias ceiitralistas pots que, afii iiia\.a, ellas npe- lias se destiriavaiii :i qileiii estti eiii Xtriça pro- ceder conio eliterider, seiii se itiil~oi tni- coiii os piseceitos legaes.

Mas iiesse ii~esii-io discii rso n1iriii:i qtie se coii-

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I 'i2 -- I 'i:]

trniii iiiii ~mlirestiiiio de ( I ) 2 000 contos - pelos qiiaes SE (1era111 2 500 contos!-para O ca~~ll l i l io de ferro de S~vasilaiicira E ciuerii conieteti esse er- ro'? Foi a pro\liiicin de Moyoiiibic~ue qiie aliida iião tiiilia i ece1)itlo a clefiçieiite orgaiiisnçáo qiic hoje possiie '?

Aiiida iio seli disciirso de 26 de j~ i lbo de 1908 - -

o sr 'l'eixeii-:i de Soiisa condena a aiitoiioii-iin. Porque? Elle o d i ~ ; porque os gorei iios da iiie- tropole tein iiiniilido o rleficit coloiiial c porque çoiitiqaiii iliiicins que teve de pagar, l>orclLie o çuii~iiilio tle ferro d e Arrlbacn ti credor ao tesou- ro e, liiialiiiciite, porque f o ~ desviado o fiiiido do cainiiilio <le ferro de Malitiige 'Sudo erros . da . ad- iiiiuistruqào d:t iiletropole e de que o si. Icixei- i-a tle Soiisa olitcve argumentos pai n coiideiiar 11111;i a~itoiioii~ia (pie 1150 existe.

O que ine parece, 11or6iii. digno rle ~ioii(lern- ~ i í o e (pie o si. 'S~r'leii-a iIr Sousli, ~ i o seii plaiio <\e govcriio qiie alirese~ito~i qitaiido foi nrlainti- do chefe do scii partido patrociiia n tlesceiitrali- sacáo adniiiiistr:itiva pai a os distr.ilos da iiie- ti.ol>olr, mas iiega-:i para as coloiiias c i. de olii- li130 qiw se e<Ic~e (i iiiodificar o rcgiiiirii <\c 23 de iiinio d e 1!)0/, ~)rociir;irido estn!>elecei- ilicirs c ~ c f i -

i ~ i r r i y ~ eil<*lrr do yoi?ri.ilo do ~ r i e l i opol<~ itn {idilii- I I ( S ~ I ' ( Z ~ ~ ? « /iilitltc~11-« (Im C O ~ O I ~ ~ C I S , qiier no qiie d i ~ I-espeito iis tlesl>ez:is, que1 iio q u e (h.! respei- to tis i.eceit:is)). Ora iito i. tiiclo qiiarito 113 iiiais ateriador e teiilio 1)cii:i qiie o sr. 'l'cixeirn de Soiisn iiáo visse qiie, cniiiieiiriiiclo, como conde- iioii, o tralado coiii o 'l'iaiisvaal, que foi nego- ciado poi oi-deiii da iiietro~>ole, r~u:~iido o si.. (:astil110 jti tiiilia coiilelrdo o erio de susl~ciider a reforiiia ncIiiiiiii,strntivri do govci no regeliera-

dor-li berel, coiitradizia-se, coillo de i-esio se ri,ii- tud iz lodo ;i(liiele que roiiilriin o ;iil-a\o liia!, O ~ M d:i reiitrnlisa~do ~ ~ l i i i i i ~ i q i ~ ; ~ l ~ ~ i>ief*-<i- ~ioll~an:i, e afii9iiia que a :iiiloiioilli~i Sei-Ia :, rlii- lia das coloiiias.

O ~ ~ r o l ~ r i o si.. ])ias (;ost:i, 1150 levoii 3 su:, co- t ageiii a polito de iieg:ii a ~~i.oficiiict:itle ílc tal s i ~ - iein:i aiites e\]>licn qiie r' coiitra ellr ~~o r i l i i c s<i E piatiro «coiii l~essoal (jlie tciili;l ail~oci(l:ide precisa para iielle se coliliai. ,I ( I ) (:oiifesse-se qric, iiiipIicitriineiite, siia cxcelt.iicia ii;io coiitlciia o sisteiiia, a i~les o aplaiiile e s6 i v C qiie n f;ilta (ic cinpregn<los erloiieos c c:il)eLcb 111 e~jiitlic:~. O SI-. I)i:is Cust:i niio viri tieiii o prol)lriiia u i i iião coiiliece ;is ol)sei.rnqões qiic ;i \titi ai-gitiiiriit;iriio :111t01 lsalll.

13ec tivaineri te Etliiardo Costa iio seii Ii.;iI)~tllio foi ao eiicoritro tlclle e resl->oiitlc.ir i i i i i i to I~eiii. « Ile resto, escrevia 15diinrdo (:ost:i, (-) sc iitio l i t i

fiiricionarios capazes dc 1)eiii {rtlliirrtrslr l r r ns co- loiiias i11 loco, po~ .q~ i e ns Iiavcrii par a ;li, : i c i~ i i i -

i~isti ai- de loiige, tle I .isl)o:t'))) i\ o11lecc;río i., c.oiiio sc Y~I, triiii~fiii~le, e parece iiici-ivcl qiic i r i i i Iio- incin coiiio o si. I>ins t:ost:i, coiisiclci :itlo f ~111-

cioii:ii.io iiiteligeiite, ]:i » 1150 coiiliet.c\ic ~ ) t ~ i : i

iiúo iiicidir iio erro clrre :ipoiito. Mas Ii:i, :iiiid;t, i i i i i oii ti o ai gliii~ciilt) c eisc

~i:u*ece-iiie Iilesiiio iiiais feliz c iiinis t11\:1iitcl,

iiiíiis coiicliitle~ite e cliic ~)erleiice :i() SI .J:iciii lo (:niicliílo, i)i/i:i o cliete iincioiialisl;~, coiii tiiiia 10- grca i igoi osn c iiisofisniavc.1 r ( 0 iiicsiiio Iioiiiciii -(deu-se o caso lia Iicni l)oiiros :iiios cniii o sr (leiiei.:lI (;oi'ião, ( I ) o ~.espcito de Ml>~:iiil~)i- --

( ) I i i r l i i i ~ ~ i i ? ! ~ (t i 170 1 iciri . rtt

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que) -esf:iiido iio eaeicicio do gore1 iio de qual- ClLler pi.oviiicia, iião pode resolver o iiiais iiisi- gllificaiite nssirnto, sern p r f ~ i a aprovação do riii-

iiistro do riltiLaiiiar, mas seiido eIle iiiii~istro re- solve tudo ,, E' iiicoiilroverso, perante estes dois argriineiitos, o de Eduardo Costa e do sr .Inciii- to Catidido, qiie se coiripletaiii, nao lia objeções e sO iinia teiiilosia iiiacreditavel, poderli manter de pi. unia organisaçào cliie n pratic:l condena e a Iogica reduz a iini valor ii~ilo.

E' assim seiiipi-e contraditoria toda a obje- cão qiie se erga coiitra o ab~iso ceiitralista que doiiiiiia. Aiiida o si. Fernai~do Eiii'gdio da Sil- va, iiiiiiia disserlaqáo acadeinica se riiaiiifesta çoii t i a essa orgaiiis:ição diííelido qiie (I n aittoiio- 111ia coritlii/ {i sep:ir:ic,.50 O proprm iioiiie o 111- ~i icn )I ( 1 ) Svrileiite o autor teria dificultiade eni deferider este nrgriiiieiito se o leirte da cadeira a que n dissei.laçáo era destiiiaci:~ o cliainasse ri prtIi-rr. Efectivai~ieiite d e hlstoria ia freiite 116s veiiios que os Estados IJiiidos se afastaram da iiiile ~)atrsn ~iorcliie esta llie queria coartar as strns legalias; cpie as colonias espaiilioias da Aii~ei-ic:i cio siil, c pai- f i i i ~ C i i l ~ ~ , se i-evoltarain por 1150 terei11 regalias nem autoiiomin, que iiio- tivai aiii coiistaiites r-ecl:irnaqões e qiie o proprio I3razil iii:irs depressa se afastou rle 110s por iiioti- 1 os politicos que iiào e s t a ~ a m longe da coiicessão diiiiia ntitoiioiiiia a que t i i i l in tiis-eito e a ylie se Iial~ituar:~, depois qiie do50 VI se foi acollier h soiii1)r;i I~eiielica tlns siias ai+I.oi7cs gigantes, mais ag~'adavel que a artiiin 1iari.ac:i de cnriipaiilia, eiii giiei-i.:i eiiiliarncosa

Eiii co i i l i apos~ào a Auslralia, o (::iriada, n Afi-ica tlo sul, etc, coiii ;i grciiitle niito~ioiiiia que g o " ; " ~ , nào s6 iião são eiicargos oiierosos

piii.:i ;i iiletropole conio aiiicl:~ se iiiruiteelii Tieis :i iiiiiu so1)ertiiiia cjiie as iiáo vexa iieiii iiiilicde :i seiis proglessos iiiateriaes e iiitcleclrines Jti se vè, pois, qiie o joveii e tIisliirlo escritor fracas- sou lia sua arguiiieiit:i@o e taiito mais evitleiite é o SPU erro rjuaiito iitjs veiiios que elle eiii oii- ti-:i parte rlo sei1 livro (pag 2(il e seg ), se 1110s- ti:i adepto do regioiialisiiio e dum:i I:irgti iiiiei-- veiiqáo dos iii~iiiicipios lia :idiniiiisti.açáo colo- i i inl Vne iiiesiiio iiiais loiigc «Coiii i.espeito a tiiiaiiyas coioiliaes, e;\l)lieii o sr. F. I< Ca Silva, clizeiiios cliie as graiides asscti~l)Ieias devei.raii, iiáo sci orgaiiisai os or)anieiitos coi.11 as ieceitn.; e desl~esas respei1:iiites a lodas as frayóes adnii- iiistrativas dtis coloiiias iiias taiil11eii.i Iini-iiioni- sai- e corrigir os 01-qaiiieiitus iniiiiicipacs ~incluilo qlie ])i-igasseiii c se coiiti-ntlissesseiii as siias i i i i -

posiyões.)) Estas palavras Ia Iiriiitai~i ruiirto a su:i op1n150 sohr-e os iiico~iveiiieiites 11:i nutoiioi~iiti, iiias o que iiiais a restriiige ti quaiido diz c[iic 6 1ui:to (Ias asse~iibleias que or-gaiiisni iaili os oi- cniiieiitos geraes, os iiiuiiici~iios iiicriiill)ii-se- iaiii cio e1al)orayào e execução dos orqaiiientos locnes, \~erciadeiros codigos taiiil)eiii das receitas r despesas, i10 seiitido da crrrtoilor~licr iinaiiceiin çoi~ip;itiveI coiii tis iiecessitlatles gci nes da colo- Ll lH 11

Aqui temos pois que ii:i detluqiío logica dos seus raciociiiios o si. Silva atk a pi-opria ],:i- lavra aiitorioiiiia eiiilii ega 1):ira renlis:ir i i i i i pla- iio de adiiiiiiistrnc.50 colonial. . eiii ( ILIC iião cjiic- i.i:i :i aritonoiiiia! L)e fiicto se a divel-geiiçi;~ est:i :ipeiias iio Lei-iiio ptr1-1trntcvtto isso poiico oii ii:id:i alteia ri de ia fiiiidaiiieiitnl. Pai-laiiieiito, nsseiii- Iileiiis locaes oii regioiiaes. oii o qiie se cliieii:i, Liinn vez que sqja a coloilia qtie t i tite iin s~i:i :i(tiiiiiiistrncrlo. Niio sc iltz ([iiesttlo (Ic ~)a ln \ - s ai, ~ ) o i s que "» O 111 i i ~ t ] ) i o 6 csse~ici:il. Nota-se,

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pois, c~iic os 1)ro1)r1os cliie se ;ipresentaiil coiilra- I-ios a tal sisteiiia o cief'ciideiii coiii a siia ai-gri- ii~eiitaqiío.

Aiiidri este ~ovci i escritor iiiiili trabalbo apre- sen ta(2o 11~1111 C ' O I I ~ I esso de scieiicia adniiiiistra- tiva iiiosti.;i-se adepto di~iiia a i i i~~la desceiitrali- saçào. - Iiidecisóes prolirias da cdacle, mas que c!esal)arecerrTci cju:ii-ido tivei- ntiiigido iiilia niellioi- iioyt-io cios Seiioiiieiios

O si., Mai.iioco dc Sousa ( I ) esse iieiil inesiiio :i coiitrarin sendo tIe parecer clrre sb se liode rea1is:ir eiii detei.ii~iiiactus coiidi yóes. I)ncordo; iieiii e possivel i-eiri ttiiv-sc iiiiln opiiiiáo que, ein p:u-te, e ra~onvel, iiiiia vez clue se 1150 tome iirini seiitido eacliisi~istn,

Mas este incsiiio seiilioi-, iiiiiiia i ~ ~ f . ( ~ ~ ' ~ ~ l o r u qiie foi ~ ~ l l ~ l i c a d o no I 'o i , t « , joriial qiie se pu1)lic:i 1111 cnl>it:tl c10 norte, nfii.~iiori, clu:iiido rniriistro, ter- rniiiaii teiueilte, sei ta\loravel no sisteiiia ingl5s.

Sáo estcs os seirs ])i-ol)r~os terriios que registo: - «Ei:' ii~dispeiisavel fazer n i-evisào ndiiiiiiis-

tr:iti\~i das iiossns coloiiias so1)i.e os pi*iiicipios da tlesçeiiti.alisag.50 I:" Z I ? T ~ ) O S . S ~ U P I C S ~ C I I ' 110 i'ei-r'eiro tlo IJtrc-o cz cidi~trliis/i-ccj, cu colo~tres Por 111iriio girt! o 11iiriisti.o r o ~ t l t ~ ~ ( r O p1'0õle111« co1011r~r1, 111es1110 ( ~ [ l c * wjrr irii i colorirtil, IorIos os dias sul.gelli nspc- c.tos j,onos clrtc' .sO Iti .vJ l )ar ln~r ctp~-rc~~tIer A ceil- tralisnt,:ào sol^ ?carrega de deliiora c atE de despe- Las iiiii tcis a vida :idm~iiisfi,ati\~a das colonias. E:" ,1ji.c>cl.5o d,ii -1ltcs 1~1cris rtrp«c.itlntle c i t i r i i i ~ ~ i s i f . c i l i i ~ r r , ~ . U I J I O ( 1 I~i!j lntc~ i (1 te111 jrrto c í s siitts co10~1ia.s cltre

( /(~sr(~~ttr(t / t ,sncfio ~~~zcr~rz t~* t t i .n~n i111ta do,s i-uzGe,s rlo seir / l o i ~ e , s c ~ l i ~ ~ e ~ ~ l o O registro 1)r-edial iiltraiiia- i ir10 P ~~rcc i so t:iii~beiii siiriplificai--se e talvez apli- car-llic o ncto iOr.~-c.rrn qiie t:?o bons i~es~~ltndos.

tem dado 1x1s coloiiias inglesas. A ti.ansniissCo <Ia ~woprledade precisa ser siiiiplificada.

((Melios foririalidndes, iiieiios papel 1

@E:' iixii absiirdo querer aplicar as leis (10 coii- tiiieiife As iiossas cololiias. Os ~neios sfio di- reiiies. E u111a das coisas a atelider C aos iisos iiidigeiias, de nconio coni os qiiaes i. preciso legis- I:ir Para esta desçeiiti.alisat;ão faz-se e~~ideilte- iliente inister ci-enip iriii tuncioiialisino cololiia1 que possa responder pelo Iioiii f uncioiiai~icii to da v~da da colonia ; e eii peiiso justaiiieiite em preparar esse corpo c«lulii«l rr i~~pl in~i t lo (1 ntnnl clsco!a culorii«!, de rt?«do a (]ire ell« pussn / ) > r 17P- c.c.ii-iios ru~i pcs.socil qrre trith(c ccrpcrcitintle pto.cc r o ~ ~ i p l e f t r i . r pl n i i c n ~ . os ~ y i ~ t c i p i o s tki c!rsr-crlf~ a- Ii,sncGo A desceirtralisnqiio ,jii 1150 6 un1:i ilovitla- de: o coiisellieiro Aires de Oi-nelas jA a p6z em pratica elii Moqciiiil~iclue Mas o que eii desclo i. fa~ei- obra iifil e iião pessoal.»

Portaiito o sisteiiin iiiglCs 6 o qiie o si-. M:ir- iioco de Sorisa tcnciolia\~a aplicar Lis coloiri:is l~ortiiguêsas Parece-nos, toda~ia , (pie Iiouvc itiiia ta1 011 <~iiaI corifiisáo ria sua iiianeii-n de ver pnr- que, em oiilro Iogar refere-se ;io sisteiiia adota- do eiii Mo~ainlii(~ue pelo si-. Oiiiellas, que c! t l o iiiodelo í'ranci.~. Feito este relitiro note-se qiie o I I I ~ S I I I O qtie sua esceleixcia rst i~esse de nc.orclo coiii o sisteiiia coloiiial iiig1i.s iião seria cstc o preferido.

Passado teiiil)o o clicfe rio gowi-iio de qiie qiie ele fazia parte, o sr 'Tetseira de Sousn, co- ino qiielii replic:i As afiii~iri~<ies cio seu iiliiiisfi-o, afirinav:~ tarnbeiii 11 um redator du iiiesiiio lar- iiril - « ~ { I I acjio o pi-iiiciy io cI:i desceii t i alisacúo,-

atelide-lios o sr. Tcixeiitl de Sousa, - iillirt bela teoria. A)] ' que de Deus cfiie se teem apIiçatIo hs çoloiiins jiiglesas, roiii otiiiio~ i-esiiltados pois

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sim, mas as colonias iiiglèsas sào 1)ovoadas por inglèses que iiáo se parecein iiada c0111 os colo- iiiaes l~ortiiau$sas. O livre di~.eito de legar faz

iliglês o Rorneiii de iiiiciativ;i que vae para a Africa do sul procui-ar fortiliia, apetrechado pa- i o rstruggle)), e obi iga a eiiiigrar não sY as classes baixas coriio o ((gclitleinari» que iiáo p6- de contar com os niilliòes estei-lriios do pae.

NAS coloiilas iiiglèsas teeiu, por coiiseguinte, iiiiia I~o l~u laqáo europeia iiiaiol. e iiiellior. Ora lias coloiiias portiigiiêsas o que siiccde? Que iião teiiios geiite, eiii 1,oureiiço Marelites por exem- plo, para iiioiitar irina caiiiara iii~iiiicrpal Como tl. qiie unia popiilaçáo que 1150 teiii geiite para coiistituir o corpo que iel~rcseiitn a priiiieira re- g:ilin duiii p o v o , o iiiunicipio -- pode iiiciilcar- se 110s casos de requerer unia autoiiomia adiiii- ~iistrati\'a '? Isto eiii ~~ r i i ne i ro logar Elit ,SP~LIIIC!O loga~ . , rc 11111111cr c.rperi~rtcia tlc ~ ~ I Z I ~ ~ S ~ I Y I da I I ~ ( I I + I -

~llin, quc j t i orupc.i cirrtrs ueztJ~, ~ I I S I I I O L ( - I I I ~ 11s o ( I ~ ~ ~ ( ~ ~ P I I s qrze pcri cr a cco~ lo~ i - i~n culonral lia ter cts c-olo~iicts 11a 111fio E L ~ sei que tis vezes, para aii- torisar iiii-ia despeza de 27$000 reis se gasta111 treze iiiil reis no telegraiiia, inas tninbeiii sei que se gasta111 treze mil reis ])ara evitar que a coloiiia ( rrc) gaste iiiu tilriieii te quati oceiilos iiiil reis. De I esto, as cololticrs irq~l$scis sfio nritoitoniris, Icem o S P I ~ « s e l f - g o o ~ i * ~ z i ~ ~ e ~ i t » , I1lfl.F qzlrc~lt~ ( I ~ S P O I ' scli.5 ~~~~~~~~~~~os 11do o pode111 fiizc~~. .wnz licpnca I l l e f ro]~ol~ (2iie seria de Aiigolii se pudesse dis- 1Idi' Iilrreiiieti te dos seus ciiitlieii-os Qliaiido eu tolnei coiitn da pasta da iiiaiiiiiin, as cololiias dava111 uiii passivo de 3.000 coiitos! Deixei-as c0111 ri siia I)alaiiqa eq~ii1il)rad:i. Ayoryr uirii ~11- ~ ( l l ~ ~ ~ ' ~ ~ ~ ' L i ~ l g ~ l ( r ( ' o I?~ 11111 (c(!(>fic1[)) d01.y l ~ l l l ~011-

tos Pai-talito, cluaiito a iiiiiti. lios ri50 ~ , o d e l l ~ ~ ~ , enic~ilaiit~, a~ l ica i . o ~~r i i ic lp io da desceiltrn-

Iisaçào. Aiii1)li:iqão tIe l)odei.es, que iiiesliio

eùucaiido a colonia para a descent ralisação, siiii, seiihoi*. Agora, descei~tralisação, desde jâ, 1150 I) )

Teiiaz teimosia a deste ilustre e genial esta- dista. Qiie sei-ie de coisas tão fallias de logicn! Coni as coloiiias lia mSio tudo serH progresso, mas 1101- desgiaaça, iiiesiiio coni essa orieiltaqáo de maiiclieia, foi eiicoi-itrh-las arruinadas. Passa um atestado de 11icnl)acidade civica ao po \~3 1'01- ti~guês e, coiiitiido, passado pouco teinpo, esse iiiesmo povo dii-lhe a ~ w o \ ~ a mais frisante da sua vitalidade iiioi~al, com uina grandeza de altiia, que cliega ti desculpar até todos os crimes coiile- tidos. Atesta l~orern o mais perfei to descoiilieci- ~iieiito d:i organisaçáo colonial inglèsa qiiando afiriiia que as colonias li50 podeni dispor livre- iiieiite dos seus recursos proprios.

Aiiida nega o direiio h autonoiiiia por iião se fazer, teiiiiosaiiieiite, a eleiçào niiinicipal, iiiiiiia terra oiide lia associaqões populares e comei- ciaes e de proprielarios, alerii das de iiistruçúo, adiiiinistradas corii crilei-io e economia, e oiide lia casas iiiiportaiitissiiiias e 11ancos eapleiidida- iiieiite clirigidos, oiide, eiifii-ii, sri o estado dli provas de iiicoiiipeteiicia. eiii Loureiiço Marqiies.

Proslgainos, todavia, ria nosso exposi<j.ão e 1150 nos denioreiiios riesta lastitiiavel prova de de- sorieiitação politicn.

Uiii acadeiiiico ( I ) tanibeiii afirnia (pie neuliiiiii dos sisleiiias, cm absoluto, 6 vaiilajoso e aceita :i autonoiiii:i sb eiii deterniiiiadas coricliqões. Alas que iiiil>ort;t isso, iiiiia Ire,: qiie se coiicoi de

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c[ue tal orieiitayiio adiiiite iiin estado mais ain- 1310 do progresso e de civilisaqáo? Aiiidn voliio adepto coridicional da autonoiiiia e co~ivenieiile iiidrcar o sr. 1,oiirenqo Carola qire lias siias liqões de Escola coloriinl a discute e ern certas condicGes, sO a aceite, bem como os srs. Lima Bastos e Alrneida Garreil, professores da iilesrna escola.

Fuiidamental~nerite todos estilo do acordo ; apeiias divergencias cle o~~ortiriiidnde. Mas iiiii fiincioiiario do ininisterio da iiiariiilia, o si.. Au- gusto Ribeiro, tem-se iiiosirado uiii adver sario 1160 sei se coiiveiiciclo duma autonoin~a cont- pleta, e no Portugal elri Ao-ica, ii:~ siia croiiica de abril de 1904, cliega a cliaiilar tlescc.nii.rrlrscr- qúo pr.czfzcn ao sisteii~a i11 tra-ceii t i alista até :irrui seguido! Ao yuc leva a aiiçia de depreciar i i r i i

yriiicipio. LTni arguiiieiito contra n ce~iti-alisaqiío iiponinda por este croiiist:~ 6 yiie :i testa do cn- i~iiiilio de ferro de Airihaca foi colocndn eiii 1,oaii- da ((coiiti-a todas as iridicnções, o-são os seus pi'o- prios termos -a parito de ((agi-nvoi* os eilcargos de coiistruç50 forqaiicto a iiiaioi. tai.ificnqiicr dos tiVaiisportes e dificultaiido o ciesenvolviineiito doutra povoaç5o suscetivel tfe largo f'~1tt11-o, se fosse iiela colocado a tesla (10 caminlio de fe'erro)).

E :i ciilpa dc que111 fo'ol? Não foi tudo islo i'e- solvido ],elo govei-rio tia ~iietropole, sern n iiie- iior iiigereiicia da coloiiia') Mas o inesrno cro- iiista E diima ingeriuidade tão candida qiie ate escre\c que «lia frilt:~ de iiirci:itiva local)> c qlie «Iia iiina larga desceiitralisacão e 11111 foi-te de- senvolviii~ento cia acqão local ,). Salvo iiiellioi. jiiizo sua eeaçeleiicia talvez iiào reparasse ila coi-- tradição eni <pie caiu, o qiie 1150 adinira \.isto o sr. A. Rllielro estar deferideiido uiil abstirtlo.

O inesxilo cav;ilheii.o diz tanil~eni que Aiigoln iião teni jiistificado as suns reclnriiacóes e ariida :tfiriilc7, cont~-adizei~d~-se, de iio1+o, qi ie os gover-

lios iiiter1~2lil 3 iniiido até para f a v 0 1 . e ~ ~ ~ o seiivolineiilo iiid~isll.in1 e coinercial beiiefrciaiido a pesca, (sic) o autoinol>ilísrno (sic) ci e:iiido liin depos~to de carváo ria ilha de Lo:iiid:i (sic) daii- do graiide esteiis5o iis Iiililas leiegr~ficas c pos- lus ~ ~ i i l ~ t a r e s ~ ~ (c sic).

Mostra isto as i i i h iiiforniações rlue Ibossiie siin esceleiicia e que, sinceraiiietite o declara- ~iios, Iioiive ciiteni estivesse troçniido de si :\o liitlicar-lhe essas coisas, Procure sua exceleiicia 1)oa fonte de iiiforiiiaqiio, leve o seii grtiiide cs- pi r~ to tIc curiosidade a porito de a coiiseguir de pessoas 1)eiii iriteilcionadas e ver5 que 1150 voltnid a pulAico corii seinelliante iiiaiieira tle ver. O ciis- t i i i to esçi-itor çoloiiia1 iiiod~fictlrja 111 ofii~idaiiieiite a siia orieiltacão sc algriem que iiâo o e s l i v e s ~ e a desfrutar Ilie desse iioçóes segui-as e e1at:is do estado cnlaiiiitoso das iiossas coloiiias. O s arguineiitos piieiSis de qiie se ser1 e, eiil (lesar- ii1011ia coma sua ciiltiirn, serrnin completnriieiitc nboiidonados.

Seiii ofensa ao coi~iprovado iilerito I)iirocrn- tico tlo si. ~ ~ r o f e s s o ~ de c(Ecoiiomia coloiiial.

Ha, aiiidn nri ii-iesma orieiitnyáo, a opiii~ào d;i coniissão clue deu parecer. solwe o oi-qni~ieii- to iiietro1,olitaiio de 190!1-910 eiii qiie cliz aSo- iiios cie opiiiiùo qt ie as iiossns colonias poclelii e tlcverii viver coni recursos 11ropr10w)

<i (:oiiipreeiideinos a iiecessidntlc de dcscr~i- li alisaq,;to coloriia1 o

«Mtrs leual. cssci d e s c e i ~ l ~ u l ~ s t l ~ i i o nli; (to ~ ) o ~ i t o ikrs c.oloi~icrs y a s f a r ~ n t intorl~~~udnmertio o s tlliilivz- /'o.\ do nzetropol~, 11Zo con~pr ~ ~ n d e n r o s

A iliesiiia cega rega, ~ 0 1 ~ 1 0 se ~ ' 6 . A iiiesi~l:l ol)l'lifio de qiie as coloiiias teili iiecess~cl:ic~c d:l de~c~~~ti . t i l isaçáo, lilns, ai~it ln, a errada iiosáo de ( p ~ c ~ ~ o l o i i i n s se atiiiiitiistrarii n si ])lopliai*. E' pelia, l.e~liiie~itc, cjuc os ~)~ln i l le i i toI -es Jes-

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coilheqrini, táo prof'iiiiclt~iiieiite, o iiosso sisteiila ndiiiiiiistraiivo, que 1150 teiilirii~i lido os relntorios de quasi todos os goveriiadoies do ulti*aiiiar, especialiiieute os expleritlidos traballios ile (:a- bral Moncada, Aiitotiio Lies, Moiisinllo ile Al- l)iiqiiei-c~ue, Eduardo Costa, FI-eire tle Andrade, Aires Oriielas, e q u e a d ~ r ~ a i ~ i 1)aseados nuiiici igiiorniicia grave, nrgumeiitos tâo ])erlclitaiites

Porque k preciso repetir-se, seiilior-es, clrie as coloiiias 1150 tciii a meiioi' p:ircela tle ingeren- cia iio seu govei'iio.

I

O Jor-nnl dcrs Coiorircts que desrinpeiilioii tlio ilolii enieiite o papel de porta estaridai te contra n eacessiv:i ceiitralisaqáo do iiltraniais escrevia nes- tes teriiios concretos e enei'gicos, çi'eiiios que pe- Ia pena do saudoso publictsta e go~rei-riador tle Angola 13 Costa «O que cpier d i ~ e r , então, Ter- ieiro do Paco7 Eapriiiie a orieiit:ic,.ão e as idéns fuiirlariieiitaes cllle j)residein it iiossn adiiiiiiisti.a- qáo ~iltraiiiariiia, tatia [ ' O I I C P I I ~ 1 f l ~ 1 ( 1 110 I I I Z I Z ~ S ~ ~ I ' ~ O . » .

« (>iieiii s;io esses Iioineiis 'l' (1Em priuieiro logar os iiiinistros que iiiiiitei--

1.11 t:iiiieii tc seguem ila iiiesrna estrada. . qiie iiáo e eiideii teiiieiite a de L)niiiasco.

«Mas seqjntiios ,!ristos: os iiossos iiiiiiistros do i i l ti-aniar, escolliidos ao valor das coiiveiiieiiciiis politiças cliegani a táo importaiite lugai' seili pre- 1)nra";à" suficieiite, e seiii orieiitiicAo defiiiida, e que os toi-iia de ~ ~ i ~ i ~ i c i i ~ i o e111 cilrigidos eiil \TL sereiti dirlgeiites da adiniiiistl-:ic;ào que Ihes 111-

çuin1)eiii E qiieiii dirige eiltão o ii~iiiistro, pelo 111~110s 110s seus ~ ~ ~ ~ i i i i c ~ ~ os ~~assos'? Alguris, poii- ços cleçei.to, dos yriucil~aes iiingtiales cio iiiiiiis- terio Isto 6 , o Ultraiiiar yoi.tiigut:s esth seiido gover1i:ido por 2 ou 3 lioiiieiis qiie, qiiaesquer que sqjaiii as srias f:\ciildadcs de ti nballio e de iiiteligeiicia, 1150 teeiii a oireiitnq50 coii~eiiientc, 11~111 o çoiilieciiiieiil o prtitico (Ias iiecessidades

coloniaes. E assim rniiito facilrrierite, se explica porque a nossa administracão ul tibaniarina, t e m o tom uiiifoinie, j~ezado e inadaptavel a qual- quer territorio qiie todos iios conheceiiios e de que tanto sofrem as inesiizas coloiiias Ficará, pois, assente, de que o iiosso Terreiro do Paqo por fori~ia nlgiima quer rntiicar o grupo de fui1- cioiiarios que ali trabalhani, iieiii qtialyuer dei- les eni particular, [nas e unicamente n orientn- c50 adrniiiistrativa que dali dii-iia~ia, e pela qiial e moralniente respoils;ivel o niiiiisti-o, e os seus colaboradoi-es esseiicraes, os 2 ou 3 coiisellieiros intinios, aquela especie de fiz Tudo de carteira, a que ja aludimos nials acima (I)

Ciibral Moncada, foi rude para coiii uiii siste- nia de adriiinistrar que iiiipedia uina boa 01-dem c u m proficuo progresso. O seii r-elatoi*io qiie c uiiia peça de fiiia ironia literaria põe a descobei- to a cliaga pestilenta da nossa vicia g~~~ei-iiativ:i colonial. Ahi terão os recalcitranies niuito q u e apreridei- Escrevia o extrnto goveitiadorq dib Angola:

a No v tl-{ice (ia piraiiiicle repi eueii t:iliva d a nossa admrriisti.a~ão colonial ei-giie-se tiliia cliies- tiio a qual eiitei~do cie nieu dever ~eferir-ine iies- te relatorio, embora liçeiraineiile, porc{uarito a julgo diima inil~ortaiici:i seiisivel 1m-a o f i i t i i i ~ )

das nossas coloiiias, o qlie o mesii1o 6 qlie di/ci ])ara O fritiii-o (10 ilosso pau. Quero referi1 -iiie :io sisteili:i, jb coiii raiLes nit nossa adininisti ri- cão, em deiiiasia centr:rlisador, que teiii residi- do A gereiicia das iiossas coloiiias, toi-iiatido rlc-

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qiie tal orieiitac.iio adiiiite iiiii estado mais am- plo do pi-o,oresso e de civilisaçáo'~ Aiiitla conio adepto coiidicional da autonoiiiia ti coiiveiireiite indicar o sr. Loui-enqo Caiola que iias suas 1iq6es de Escola colonicrl a discute e em certas coridicões, sb a acerte, bem como os srs. Linia Bastos e Alineida Garrett, professei-es da iiiesinn escola.

Furidanientalmeiite todos estr'ío do acordo; npeiias divergencias de oportutiidade. Mas triii ~iincioiiario do iiiinisterio da liiariilha, o sr Xii-

giisto Ribeiro, tein-se iiiostrado uiii adversarro 1150 sei se con~eiicido duilia aiitonomia coiil- pleta, e i10 Portugal ent Afisiccr, lia siia cronica de abril de 1904, cliega a cliiiiiiar dc.~cent~.crlisn- (-cio yrtrilca ao slste~iia iiltra-ceiitralista atC aqui seguitlo' Ao qiie leva a ancia de depreciar unl yriiicipio. [Tni arguiiietito coiitrn a centralisa<áo apontada por este croiiista C. (pie a testa do ca- ili~niio de ferro de Atiil~aca foi colocada ein I>oaii- da «coiitr,.i todas as indicaqõcs, D-s5o os seus pro- I I ~ I O S termos--a poiito rie ~agra\ 'ar os eiicargos de consti.uçào forqaiido a maior tarificag.,?~ dos ti-aiisportes e dificultalido o cIeseiivol\~itneiitn doutra povoaq50 stiscetivel de largo futrii o, se fosse tiela colocado a testa do caniinlio de ferro)).

E a ciilpa de qriem foi? Não foi tudo islo re- solvido pelo goverrio da i~ietropole, sem a ine- iior iiigere11ci:t da colonia '? Mas o iiiesrno cro- i~ista 6 diiina ingeniiidade tl?o caridida qiie ate escre\ e q u e «ha falta de i~iiciritiua local» e clue «lia iiina larga desceiitralisocão e uni forte de- senvolvi~i~ento cia acqão localj>. Salvo iiieilioi. juizo sua esceleiicia talvez iião repartisse lia cor- 'tradrC,?o em que caiu, o qiie iião adiiiira visto o sr. A. I<rl)eiro estar defeiiderido triii absilrtl(t.

O niesino cavnllieiro diz tamlieiii que iliigola iião teili jiistificado as suas reclar~iagões e aliida afii 1113, coriti.adizendo-se, de ~ i o \ ~ o , qiie os gover-

iios iiiterveiii n iiiiiido atii para fa\-orecer o de- seiivolineiito iiidustrial e coiiierciai 1,ciieficiaiitlo a pesca, (sic) o automohi[isino (sic) crealirio ti111

d e p o ~ t o de carváo na ilha de Loaiidti (sic) daii- do graiide exteiisão As litilias telegraficas e pns- tos i i i i l i t:tres ') (e sic).

Mostra isto :is inhs inforniaçóes c ~ u c posstie siia cxceleiicia e cliie, siiiceraiiierite o [teclara- iiios, Iioiive qiieiii estivesse troçairdo de si ao iiidicar-llie essas coisas. Procure sua eaceleiicia 1)oa foiitc de iiiforiiiaqfio, leve o seu gi.:iritlc es- ],w'to de curiosidade a polito de a coiiseguir cic pessoas beiii inteiiçioi-iadris e ver6 que 1150 vollai.5 :i ~u1,lico conx seiiielliante iiiaiieira de ver. O ci~s- triito escritor co1oiii:il inodificarin profiiiidainciitc :i siia orientacão se algiieiii clue iiáo o estivesse n desti-utar Ilie desse noções seguras e exzitas do estado calaiiiitoso das iiossas coloiiias. Os arguii-ieiilos ptieiSls de qlie se serve, eiii (lesar- iiionin corna sua ciiIlura, seriani completniiieiite al)aiidoiiados.

Seiii ofeiisa ao coii~liro\~ado i~icrito l~iii-ocra- tico do sr pi*ofessor de «Ecoriotilia coloiiial. 11

Hu, aiiida na iiiesnin orieiitação, a 01)111lao tlli coiliissão quc (leu parecer soln-e o oiqqniiien- to iiietropolitaiio dc 1909-910 erii (pie cliz «Si)- i~ios de opinião que as iiossas coloiiias podeiil c deveiii viver corii reciirsos prol>rios.))

C:oinpreeiideiiios a iiecessidade de dcsccii- íralisaqiio coloiiial. »

<(M(l,s leval. essa rlescertil+crltscipio t ri4 cio portlo tltrs colortias gastarrili iriiotiel adciniel~io os t l t l t h c l - I o s tln riletl.opole, 1160 coritprc~n(lor~i,,s

A iiiesiiia cega rega, coiiio se \.i.. A iiicsiiia oljiiiilio tle que as coloiiias te111 iiecess~dtide tfa (lesceiitralis:iqão, riias, aiiid~t, n errada iioc;ão de (1," ; l ~ o ] o i i i n s se adiiiiiiistrarii ri si 1ii.01~1 ias E' ljeiin, 1 enliiieiite, qire os par larileii ta1.e~ de\-

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çonheqani, til0 profiiiiciari-iciite o iiosso siste~na adiiiiiiistrnlivo, qire li30 teiihaiii Itdo os relatorios de ~ L I ~ S I todos OS govei-liadores do ~ i l f l~~rna r , especialtnei~ te os exjileiididos traballios de (:a- bral Moncada, Antonio Eiies, Mousinllo de Al- I>ilqiierque, Ediinrdo Costa, Fi-eirc íle Aiidrade, Aii-es Ornelas, e cjiie nduzaiii I>aseados iiiiiila igiioraiicla grave, argunieiitos tiio pei iclitai-ites.

POI-qrie C preciso repetir-se, seiiliores, qsie as coloiiins iiáo teiii a ineiioi. 1):irceln de irigereii- cia iio seli goveriio

I

O Jor*~~u l tius Co101ticr.s que deseriipe~iliou t:io iiobi-enielite o papel de porta estaiidaiste coritra :t

cacessiv:i ceiitralisaqiio do iiltrainai escrevia iies- tes termos coiici-etos e enei-gicos, creilios yrie pe- Ia 1x11;1 do saudoso priblicista e governador de Aiigola E. Costa: «O clue v i e r d i ~ e r , eiitdo, l e r - i.eiro tlo I'aço? Exprime n oi-ieiitnyáo e as idtns fuiidaiiieiitaes que presicleiii A iiossa adiiii1iisti.a- yào riltraiiiariiia, iotirr c'oi~cc~ilii ntl« rio iriiiiisl~r-io.»

« (_'rielii sfio esses honleris '7 ((Eiii ])i-iiiie1i.o logar os iniiiistros que iiiiiiter-

rutaiiieiite seguem lia iiiesmn estrada. . , que iiáo 4 evideli te~iierile a de I)aiiiasco

aMns sej;inios ~iisios: os riossos iiiiiiisti os do iiltrainai', e'scolliidos ao valor das coiiveiiiel-icitis politicas cliegaril :i táo ~inportaiite logai. seiii 131-e- 1)ar:iyào sific~eilte, e seiii ai-ieiit:iciio defiriidn, e que os torna de pi*iiiclpio c111 dirigidos eiii Yer, sereiti diriijeiites da adiiiiiiistr:iqiio qiie llies ii i-

curnl~eiii L qiieiii d i r~ge eii tiio o in~i i~s t ro , pelo ii1enos 110s seiis I,riiiieiros passos') Alguiis, liou- vos cleçerto, dos pi iiici1)nes iiingiiates tio ~uiiiis- tei-io Isto é, o UItrariitir poi tugu$s esta seiido goveriiado por 2 ou :3 lioii~eiis cliie, cluaestliier cIiie se.jani as sii:is faciildncies de t i abalho e de iiiteligeiiçia, 1150 teeiii a orieiitaqiio coiivenieiite, iiexii o colilieciiiieiito pratico das iiecess~tincies

coloniaes. E assim miiito facilniente, se explica porque a nossa administracão ultramarina, tem o lom unifoi~me, pezado e inarlaptavel n q~ia1- quer territorio que todos nós conheceinos e de que tanto sofi-crn as iiiesiiias coloiiias. Ficai h, pois, assente, de qrre o nosso Terreiro do Paqo por fornia algiiriia quer indicar o grupo cie furi- cioriarios qiie ali trabalham, iieiii qualquer dcl- les eni paiSticular, [nas e rinicamente 3 orieijta- cão adniinisti.ntiva qiie dali diiilaiia, e pela clual k rnoraliiiente respoiisavel o iiiiii~stro, e os seus colaboradores esseiiclaes, os 2 ou 3 coi-isellieiros intinios, aquela especie de fiz Tirdo de carteii.:~, a que já aludimos mais acima. ( I )

Cabra1 Moncadn, ioi rude para com i1111 siste- nia de adi-riiiiistrar que itiipedia uma boa ol.den1 e lim proficuo progresso. O seli iel:itol.io cilre 6 uti-ia peqa de fina iroilia Ilterar~a põe a descol~ei - to a cliaga pestilexita da nossa vitia govei-iiativ:i coloiiial. AIii terão os recalcitraiites ri~iiito que api-eiider. Escrevla o extinto goveri~adoi d e Ai~gola:

c No v6rtice tla pir.aiiiitIe i.ej)i,eseii ta ti vn d:i nossa admiriistraqão colonial ei-giie-se nina clucs- tão N qual enteiiclo cle meu dever referir-me iies- te relaloi io, eml>ora ligeirainenle, j>orrliiatito a julgo duma iml)oi.taricia setisivel para o fii t i i i o das nossas çoloiiias, o que o niesnlo 6 cliie tlixci 11ar:i o fii t 111-0 do i~osso l ~ a ~ z Q ~ i e i . o refei-11 -mc ao sisteiii:~, 16 com raizes i1:i iiossa a~lllii~listic?- yao, em tfe11iasi:i ceritralisatlili., que tem presrdi- do ;i gcreiiçia das iioirns coloiiius, to]-iiaiido (I?-

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l)eiideiites elas i epartifles s~iperioi.cs, iiiil1ioi.e~ (te Iiipoteses !)ara cuja soliicão alii hão-de, Iior forca, escassear elenieritos)). . ((Sisteiiin coi-iio o liosso, cciiti*nfisncioi. eiii extl-eiiio, e cativo duiiia eaageratla e coii-ililicrida regulaiiienlaçiio adiiii- i~istrativa e fiiinnceira, tt!eiii-no seguido outros paizes Mas deles pequeno inci tarneiito pode ~ i r - n o s para proseguii', porqiie ao passo que 1111s collieraiii de tal sistenia a decadencia e ate a re- cliiqfio, se 1150 o :iiiic~iiila~iieiito do seu doiriiiiio co1oiiia1, outros, coiiheceiido-lhe os iiiconve~iieii- tes e os riscos, uiiitoriiieiiieiitc o coiideriaiii pela voz dos seus ~iiiblicistas iiiais nvariqados, que, elii iiinterla cololiial, tiio elotlriente ciuaiito per- suasi ~aiiieiite apregoaiii Iioje o desci~edito das ~ e l l i n s f o rn~ i~ l a s admiilistr:xiivns, oiicte n tiassa iiiaiieira de \ r e i - é taiiil~eiii iiispirada 0 . . .

aNào t: cpe rias secretariris clo iiiiliistei-io iião liala fuiicioiiarios distiritissi~iios, de ciilos ser- vicos o 11:iiz iiiulto pode lucrar C felli Ii~crritlo; iiins est5o loiige as Iii])oteses cIiegaiii lii deiiio- iarlas, e ali. clescoradas pe1:i loiiga travessia qiie teiii de realisiir, e lia casos qiie sti exaiiiiiiados sirr plcicc 1)odeni de\,id:iriieiite ser julpíias e de 111 011 to l~ i*o~idc i i c~adas 1)

I( Esses fuiicioi-i:irios, r~oiocacios aqrii, a1 1er:i- rixiii profuiidzliieiite o seu poiito cle vista e p:i- 1.a deplot ai 6 (pie algiiiis lias coloiiias iiáo exer- caiii fuiicòes qiic iiotavelnieiite 1uc1uri:tiii coiii o coiilicciiiieiito esrito dos assuiitos qiie o seti :i1 to csl~irito adqiiri.iriii tleprcssn, e coiii :i apli- c.nc5o tledicatln d:is srins elevriíltis qrialidatles, q u e o sei1 i~icoiitesta\-e1 civisiiio efic:iziiieiite liri- \ ia tlc. instigar. 1)

(1 I A sol) as ai cadas oii iio I-eliiaiiso dos seus L) al)r ii e tes , os assuritos clieg:ri\i iiilperfei tos e ([11;151 seiiil)i e tardiri~iieii te pai a o qiie :I siia li:)-

Iiiicsa iiiil~òe iirgeiite, as cii.cuiislaricins p:irticii-

Inres qiie os iudeiaiii e Ilie dèo caralei- esl)cci:ii sào desconliecidas, :H soluções, niiii tas veLes complicadas por iilunierns forn1iil:is I)uroci'a t i - cas que as asfixiaiii, deixaiii cle corresporitler tis mais instantes necessidades, qrie srj a iiiicintira pro\iinn, devidaniente aprecia e jufg:i, por I A e por cá, preciosas lioras de tralinllio perdidas ii:i elaboração de loiigos oficios, de riu~iierosos tc legranzas e lia cifr-age111 eiiervaiite tle iiiriitos {lestes, e a admi~iistrayfio iieiii por isso detnnis eaelilplar e as colonias eiii pisogressos e pronlcs- sas corno lia alma de todos L: seritidri aspiraccio. Agai-ranio-rios desesper)irinirieiite ao l)riiic11)io de ceiitralisacão, rjue dia a dia mais se aretitiia c &-se cjue os iiossos estadistas ni-\rorai.aiii eiii d i v~sa a sua frase tão coiiliecitla de L<ohespiei.i c qi~ando na asseiii1)leia disse. I'é~~is.seiit 1e.5 rolo- J ~ ~ P - S p lufdt qic'nl? p/-incnrpc. »

Os teriiios v i r ~ s iiias jiistos do g ~ \ ~ c i iiatlor Mo~icada são duiii gi-atidc. eiisiii:iiiieii to. Sc iiic fosse possiveI e iiáo toi.nasse excessivaiiieiite tc- diosa a leitura deste tral>alho, tiaiiscre~eria pni:i aclul os qiieixuiiies (pie r.esalt:iiii, oia violeiitos, ora serenos, ora iroiiicos iiias seiii1)i.e ~iistos rl:t- queles qiie pelo ri1tr:iiiiar tetil assado gt :iiidc parte da vicia e (pie se tP1ii isto esil~ag:lílos por 11111

sisteiiia ridmiiiisti-a li\.() qiic iiiui to aiiiesc[iiiii1i:i nqlreles cjue por Iú 1i.al):illiam. ,lU al~oiitei os i-c- latorios espleiididos (10s tuiicioi~:iiios i1idic:itloi. (:orno eles cliocnvaiii a iiossa :tpatia 1,iil-ocr:iti-

Fol coino qiie 11111 s;icrileg~o aquclc gi 110 dc Moiisiiilio de All)iiquerr~~ie cj~iaiitlo (11. Moq:iiii- 1)icluc replicou p:lix c l i iiiiia qiie Ilie pccii r:i~ii o o~~qailieiito. «O oi c.niiieiilo, c\cluii~oii c l l ~ , e u c:i o faqo pois que os seiilioi es i t l i i iiào o s;i- 1)eili elaborni. por ~~~~~~~~~~~~~~~eni os ~ e ( ~ i r s o í d : ~ pro\ iiicia.))

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A orientaçáo que subrcsae, iiitida e forinal, ciiti+c os elen~eiitos nl:iis elevados da menta- Iidacie portuguèsa, iliie se te111 ocupado da or- gaiiisacfio ultraiiiarina, 6 a coiidenaqão, por coni- pleto, do riosso sistema adiliiiiistrativo. Os pro- prios cpie a 1150 aceitaii~, como viiiios, te111 iiina debil~datle rle tiiotivos que i150 chegam a ser riizóes, antes, fuiidaiiienlaliilenle a aprovaiii.

Otitros, artida, alnda distiiigiiein eiitiLe desceii- tralisaçfio e autoiinriiia, coiiio o sr. Zeferirio (:aiiditio. antigo diretor da «Epoca» e o sr Lou- reiro da Foiisecii que foi colal>orndor do Ecorio- rnistcr, pnlatliiio da Guiiié.

Mas isso sáo vnriaiites que niio tem o nie- iior valor, pois que, esscricialrneiite, são afins as tcoi.ins de desceii trnlisa~o e nu totioiiiiu Auto- iioinia e, pode-se dizei-, o iiltirno termo da des- cen tralisaqRo.

Mas coi~t ia a correiite ceiitralista se acen- tiia sempre, iiiestno 110s aiitigos priblicistas, co- ino Migiiel de Rulliões, lia sua bela obra A fn- zr~~citr pziblicrt cJr Porf~rgaf, eii) qrie diz o seguiti- te : ~(AIg~i i i~as das riossas proviiicins ultrainari- nas deveriani 38 ter iiiis parlanientos pio\rin- cines electivos, oiide i150 tivessen-i asseiito em- psegudos neni oritros dependeiites da adliiihls- l r a ~ á o . A adriiiiiisti~a~lio clevei.iri estar a casgo de secrclarios respoiisoveis perante esses parlaiilcn- tos. Ao goverriacior deveria caber as atribuicões de op&-se e c?~eliI)ei-:~~fies iiianifestaniente iiocr- vas, c~~laiido as hoiivessc, dos parlamentos pro- \fit-iclnes, rei~o\~anilo logo par21 O governo de iile- ti opole A s 1)roviiiçias votariain ar~iialiliente as siins i-cceitsis e despezas, bem coino as indispen- sttveis opeiaçócs de credito por melhoramentos

iirgentes; regular~aiil :i siia i n i p o ~ i ~ á o , os s ~ i i s serviqos civicos e poIiticos, os c~ri:itli-o~ do seli ~)essoal, e tc

(<A' iiielropole caherin n iioiiicncj.áo (10.; i-c- preseiitaiites da sol~erniiia, c o foisiiecii~ierito d:is forcas l)oliticas de terra e liirir. »

Vê-se conio o ernei-i to ~)iil~l~cistt\, iiiila tlas grandes ali toridades eiil assiiiitos ecoiioriiicos ein Portrigal, ,]ti e m 188-1 dcl~rienv:i, a tlV:icos largos, uiilil autonoiiiia coloiiinl, contra ;i q ~ i n l imda lia qiie observar.

Mas siicessivainerite tiiiitos siio os piil~licisi:i\ que dlficil C eiiuiiierh-10s a totlos, que defeiitleii~ briosaiuente seinelliaiite teori:~. O si-. (ir. Aii to- iiio I~odrigiies Rraga, fez tio seu Folilel~lo colo- ~iictl portrryrr& iim l~laiio nclrniiiisti-ntlvo, eiii 1)ni'- le aceitavel; o si.. tionies dos Santos, lias Norjtrs coloriras, põe-se ao lado driiria reforma n~ifu- I I O I I I ~ S ~ ~ , inns coiii certa reserva, ~iiris coiii licsi- taçáo.

O sib. Pereira de Matos, 110 sei1 110ta\e1 Ira- bailio intitulado a Mnl-rrtlzrc csolortrcrl diz co~ii Locl:~ n coiiviççáo : «A verdade, Iioje :ipi-ego:icl:i I)or lo- dos aqueles que tem vivido ilo iillraiiiar i. \ igo- rosaiiiei~te este. s O Ia. r ~ i Ioco, hn os elcriieiilos precisos para fazer-se iiiiia boa adiniiiisti a ~ ã o ) ) ,

E iiiais i~itidameiite esclarece : «Nào se ti nt:i d~1311a ~ d e a iiial esl>oqadn, inas siin diiiiia as11ii.a- cão beni definlcla. Sú lia ui i i regiiiieu, 1111i:i li(111- tica que possa reiiieíiiai. todos estes ii~coiiveiiieii- tes -o clo s e l J ' ~ ~ o o ~ ~ - l i r ~ ~ ~ ~ ~ f , o da aritoiioii~i:i :itliiii- iiistx.ativa, c é isto que as coloi~las ~lefei~(1~111 C

quereiil, iio exercicio do iiiaxiiiio clirelto qiic llies d:í 3 defeza (10s seus iiitei-esses, eiii qiic

vPiii, e coni justa razáo, o iiiltresse (10 p:tiz)). I)n mesma Ioriiia riiii ilusti e iiingistiatlo 111-

li-amar o si-. Albaiio de Magalliàcs, iio scii e\l>leiicii(lo ] i \ ~ o Esiirtfos c.ulorlrtrc.r arirliia cliic :i

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])eiicleiites ilns i eli:irtiqões siiperioies, iiiilliares (ie liilioteses 1)a-a ciija soliyao ali1 hào-de, por força, escassear eleiiieiitos)) . . c(Sisteiiia coiiio o liosso, ceiit~.alisncioi erii exf i.eitio, e cativo d lriiia e\ogeratla e coriil~licnda regiilaiiieritaqfio ndmi- iiistr:if~\~a e fiiiniiceir;~, teeni-iio segiiido oirtros 1,:ii~esMas deles peqlielio iiici tarneiilo pode \rir-110s ])ara piosegiiir, porque ao passo qiie uns collieraiii cle tal sistenl:~ a decndericia e atE a re- tltiçiio, se 1150 o aiiicliiilaineiito do seu doiiiiiiio coloiiial, outros, coiilieceiido-llie os ~iiconveiiieii- tes e os rlscos, iiriiforiiiemeiite o coiideiiarii pel~t voz dos sciis piibliclstas iiinis :lvaiiqados, que, eiii 11iatcri:i coloiiinl, tão eloqtieiite cluaiito per- siirisivariieilte apregoaiii Iioje o ciesci.etlito das ~ell i i ts foriiiulas adn~iiiistritivas, niicle o nossa iii:iiiciisa cle v0i. E tnliiheiii iiisl~irada)) . . .

Náo 6 cltic i1:is seci.et:tsias c10 miiiislei'io iiâo l\i\la fuiiciolinrius distiiitissiiiios, cIc cujos ser- lricos o 11:iiz iiiiiito pocie lucrar c te111 luci atIo; iiins estão longe as Iiil~oteses cliegaiii lsi deino- iadns, e :itC descoradas peIa loiiga travessia que teiii tIe i ealis:ir, c lia casos (pie sti exaiiiiiiacIos Sirr. I I I U C P ~)odelil de~ridaiiieii te ser 1 u1gad:is e de ~)roii to 1'1 O\ ideiiciadas v

«J.:sses fiiiicioii:irios, c.oloc:idos acfiii, altern- i lain prof~iiiclaiiieiite o sei1 poiito de visla e \)i'-

r a drlitoi ai. k qiic alguns 1x1s coloiiias iião exer- caili fuiiciies qLie iiotavelliieiite luci-ari:iin coiii (i coiilleiiiiieiito esato dos assiiiitos que o sea alto espil-ito :iclquii-11-ia tle~>ressa, e coiii a al~li- cacáo tleclicndn (Ias suas elevadas qualidartes, que a scii incoiitesta\-e1 civisiiio elicazineiite liii- A-ln cle ~iistig:ir D

((li' sol) as alçadas ou iio i-eiiiaiiso dos seus gal l i n e t es , os assiiiitos c1ieg:iiii iiiipei-feitos e ([u;1si seriil~i-e tardiaiiieiite pala o qiie a sil:i 1x1- I~ii.es:i iiiil)fit ' iugeiite, as circuiislaiicias pai iicii-

lares qile os rodeiniii e Ilie dão cnriitci. espcciai sào descoiiliecidas; as solii~òes, niuitas vems complicadas por iiiuiliertis toriiiii1:is I ~ i i i ocrnti- cas que as asfixiain, deixa111 de corresponc!er :is mais instantes riecessidades, qrie s8 :i iiiiciati\.:i proxima, devidanieiite aprecia e julga, 1101- I A c por cii, preciosas horas de tra1)nllio pei-didas ii:i elaboração de longos oficios, cfe iiuriierosos tc fegramas e ria cifragelii e~ier\~aiite de ~iiriitos (lestes, e a admiiiistraqiio iieiii por isso deiuais exei~lplar e as colonins ein progressos e premes- s;is coino na alma de todos 6 sentid:i aspiraciio. Agai-ranio-nos desesper:id:inieiite ao prliiclliio J e ceiitralisa~áo, cjiie (lia R (lia 11iu1s se ace~ltii;~ r diz-se que os iiossos estadistas a1-\~01-:11'a111 eiii d i ~ i s a n siia frase táo coiiliectda de Ro1iespiei.i c ijiiaiido n a assemlileia disse. I'c;~.isse~it 1 ~ 5 colo- rios plrzfdt clrr'ull pr-inc.ip~ »

Os terinos viris iiias jiistos (10 govcl ii:iclcii- Moricada são duiii gi-ande eiisiiiniiieiilo Sc iiie fosse possivel e liao lol-tiasse excessivniiielitc tc- diosa a 1eitiil.a deste tr:il)alho, tr:iiiscrc\ eri:i 1)ai';i :iqiii OS qiieixuilles qiie resaltziin, oi a violeii tos, ora serenos, ora iroiiiços iiias sciiipre luslos (!:i- qiieles ciuc ])elo 111 traiiiar teiii pa\sado gi iiiidc parte da vicia e qiie se teiii visto esiiiag:itlos por i i i i i

sisteiiia ndiiiiiiistrali~~o que iiiciito aiiicscltiiiilra ;iqueles que por 15 tt*alinlliaiii. ,Jli al)oiitci os i-e- 1:itorios e\pleiididos cios fiilicioii:irios iiidic;i<lo\. {:orno eles cliocavalii a iiossa :ij)atiri l~ii-ocr:iti- <a! E'oi coiiio qiie tilii s:ici-ilegio aqiiele gi ito dc Mousiiiho de Al1)tiy uerc~ue qiiaiitlo de Moc:irii- 1)irlue 1-cpllcoii para ca tinia yex (pie Ille peiti i-:i111 o olcaiiieiito. «O oi~niiieiilo, c\claniou ~ i l ( ~ , e11 C ~ I o faqo pois q11e os seiilioi es :ilii iiao o s:i- 1)eiii elabora1 por tlescoiiliecei-e111 os i cc~tirso\ t f t i 111 01 1iicin.»

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iiossa adiiiiiiistrnqfio colonial peca por um es- cesso de assiniilaqiio e conclue qire as colonias coiitiiiuaiii a viver coiistraiigidas, apertadas eiii foriiiiilas 1eg:ics cjue não qundraiii ao seli modo de ser, priundas tlrt srin riiicirrituci que uma das grandes forqas colonines iiiodern~ias, e ndicula- risadas por qi~eiii sabe algiiiiia coisa de adrni- riistraçáo colotiinl, qire s6 ao fiiigiineiito, de qiie eiil geral iisninos lias forriiiilris brirocral icas lia- ci oiiaes, atril,ue a iiossa iiisisteiicia eni aplicar ao ultratliar liliernliri~~cle qiie nirigueiii quer, leis que se xião podein objectrval*, iiistituiçóes com- plekas, caras e iiocivas de c[tie os adiniiilstrti- dores foge111 coiii pavor Iradlcioiial 'n

E o mesiiio iliistrt. fuiicionario eiil outra par- te do seri belo livro escreve que i? Iiiglaterra ate 110s seiis niars fei~reiilios iniper~alistas tem ade- ptos de que tlie 1-igtl1 of encll pnrt ofEi>ipi~-e fo ~ritr~ltrgc r t s local c~/lcrrrr\. i11 its orni~ rri trq, api-eseil- laiitlo c? cltissificacáo do Stiiart Mil1 que deiioiiii- iin despotisiiio a ceiitralisayão.

Ha, ~ 0 r m 1 , dois livros, receiiteineiite publl- cados que sào a iiltrnla palavra sobre o assunto e clHe defeiideii~, dui-iia nialieira brilliaiite, o 111 iiicipio :i q u e rios viinos referiiido,

Aiid,os esses t rahl l ios Iioiil-niii os seus auto- res, tlois i iota~~eis fu~icioiinr~os piihlicos, que teiii iiiii 1iii.g~ fiitiiro, iin iiossa terra, pela sua I~eln orieii1aç;io iiieiital e pela farnia cotiio sa1)eiii por ;is qiiestóes cjiie estiidaril. liin é o hrilliante publi- çista, cl t i t foi unia glor~a cia sim geracl-io acadeini- ca, a11 toi- Iatirendo da o1)i.a iiiagistrnl Ii~sfndos tle ~ ~ C O I I O I I Z U ~ I M W I O ~ ~ ~ , o sr, Itui I G w s blricli, lente da Uiiiversid:ide Outro E o distirito oficial de iiiai,riilia, ljolitico, iio seritido eleírtido do termo, antigo go\reriiador (apesar de airida joven) e de- put:\do que riobilitou tanto o seli matidato, o si.. I<i.iiesto jaidiili de Villiena. O l~ririleii-o é iim

adepto iiiuito conueiicido da autoiioi~ia coloiiial qlle em livro publicado o arino passado, Polifictr rolonial, defende vigorosanieiite, com uilia argli- nieiltação que põe eni cheque as de}leis coiisi- derações, dos qiie a i150 aceitaiii. Toda a parte do seli hvro em que defende senielliante explessco adminislrntiva 6 diinia liicidex de criterio, duiir:i filbnieza de i-azOes que, erii face delas, 6 dlficil liesi tar.

A todas as o)?jeqões a111 se repIica, coiii cor- dura, com seguranqa, coiii ])rio

Os leitores qiie iiâo leram este tral>allio de- verão lê-lo, poi-qiie ao mesmo teiiipo que i-ece- berão alii iioções muito sul)staiiciosas da iiossn evolucáo colonial moderna, seiiliriio tanil-iei~i tini refrigerio moral qiie tonificar& quem liesitn aiite unia autoiiomia que 6 a uriica forriiiil:~ coriil~a- tive1 corn o progresso e coiii a dignidade civica da colonia.

Por siia vez o sr. E. \'illiei-ia tein iia siin ol~ i n priinaciai Questões colo~iiaes a prova ditiii largo estudo de varios prolilernas que iiiteressani A s colonias, e n defeza, se I~eni qiie iiienos calorosa da autonomia. Comtiido, apesaib do disliiito ]>L'- I~licista resti-ingir, em parte, a acqáo autoiiomic:i das coioi-iias dos tropicos, o clue é certo i? que iio plano colonial qiie al~reseiitoii :i asseiilbleia do sei1 partido, 1:í consigiiou priricipios riiiiito va- liosos, que são dignos de estudo,

Em face, portanto, de seiiielliai~te teiideiiria espiritual da iiossa epoca, que ernbarayos, (rue obstruções e que temerario proposito cie iiiaiitei- a arcaica e, mais que tudo, ~)re~li(licial oi'ieii- talfio adiniiiistrativa dos iiossos goveriios :i res- peito do iiltraiiia~. !

Seiido a orientacáo ineotal da nossa epocti, em toda a parte, alisolutaii~eiite favorave1 n iiiiia ceiltralisaçfio depressiva, a feic,.áo dos partidos

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I ~oliticos deverào ser tain1)eiii contra a absor- qáo ceiitralisla i' E' assim?

O partido progressista, no seu grograma da (;i-anja, coirsignou o seguinte : ((Retornia da ad- iniiiistraqáo das provincias iiltraiiia~ iiias, liarmo- iiisando-a, taiito quanto ossivel, com a legisla- P cão do reino, clesceiitra isando-a, deseiivolveii- do-a e iiiul tlpliraiido as comiiriicações entre el- Ias e a nietr-opole, aiixiliaiido coiiveiiienteniente o sei1 progresso ecoriornico, procuraiido fazer desviar para elas a corrente fecuiidalite da emi- graçfto e ii-ielhoraiido e acrescentando o iioiiie iiiaritii~io coloiiial.

Vè-se qiie hn uiiia iiiiprecisão dos problenias coloiiiaes, o progran~uefere-se a descetzfralisa- (Co. eiii11oi.n duiii iiiodo ambi~i io e iricerto e

V

iacteia as qriesfòes com iim certo quê de aspira- qões. (;oiiitii(lo dentro destas aspiracóes iiidecisas Ira i~i~i l tos ~ ~ r o g r a ~ n a s que se debatem, qiie se cboçaiii, e o partido progressista teria alii vasta inatería 11c71-a disciltir e resolver

Mas aiiitla 113 iiovrls teiifat~vas. O s r , Mareira Jiiiiior ariaiido foi iiiiiiistro do Ultraiiiar referiu-

~ ~

se no seii relatorio n ~iecessidade do alargameli- to da acc.50 local das coloiiias e publicou a se- guinte portaria e111 que se leiitnva chegar n irni

irE\tniitlo eiii \ igni rio ii1tiani.11 o Codi o Atlni t i t t~trat i \o (le 18 tlt. iiiniso ilc 184'1, c o (Ircictii orgniiico <Ir 1 11e $czeiiibio tlr 1W9, coiisitle- i,itc~li11c~titt~ .iltci<idos pai <1i.ipo"1òe5 Irgae4 obtciioie-, coii\iiidn ~ i i c ~ m ~ c i .i \ i\.iii (11 451'3 I ~ I ~ > ~ O I I ~ , I \ tiitegiati<PO neit to(1nç a s lei% cti\pet\.i$ qiic t i \ iiir>ilific.iiii i* cujd i i t i I i<ln~l~ se iccoiilicqa, e iiitiotlii- ~ i i -llic\ iii\oi nyí><s coii~ciitaiiens cr>ni o eit.ttln tlt* n<leaiilniiictito dos iio\\os I<'i I itorio5 tilti ~itiinriiios Scrc<lo p o ~ crenliii n Iir,critai ti> roilceder tinir /(lrqr<s nii rhric~iírt nos g i ~ i ~ ~ i ii<iiloi c?. pcrr a qiie ~~nss.iiii r e ~ o l v r r dc 1" onto O< J ~ Z U I I ~ ~ \ cfc iiiti i iss\c ~ i i t \ : i l i \ o d o i <lito\ lei ritoi tos, qiinii- t l t i ii:io s<~]niit iticoitipnti~t-i5 t niii o \ tiitrirzssrç cracs da-ii.i~;in oii 1130 i~~ij.*ilt, lx3i.i 5u.i ii'itiii (,,.i, a i i r\ 1.1 coils~iita fins rit.iioe5 {ccilicas ou 1105 t i I I I I T I I ~ C ~ \ tlCi I ~ I C * ~ I ~ ~ I ~ I L hc,cit,iti(ti ~ I I I ~ ~ J I I irti!, n iiliia o~ir i~inis- 11 cif 60 iiI~~icrrili~lisacl<>i o e ))i orp rtrrirn rlor rrfer i<fr iq terri101 ios. a tiiler rvitciio irrnir cfr~ctii ~ v ~ ~ h o ~ n l i r l l id l r l~?~~11~ icgt11udn, de ~ t ~ l i r ~ ~ e r i f n ~ t f e ~ dor Icqitiiito\ I I L ~ P I ~ P W S ~ I ( I F II~?IIIIIIICOPF iiifi niiinriiiai, roiiioniile o qtr r estado < i r p c ic~ili snc rio I r cidic r' I ovlttriipv I oii\ tiido egii.ilnientr iiio<lificnt n.i < i i c i i i i \ t i ~ ( i i r \ .i<liiiiriiçti at i \ .i=. e . I ~ C I r < ' t ~ o < t ~ O ~ I I I I ~ I O I I ~ I ~ ~ ) P I I ~ O <ias di-

\ v i \ o ~ eleineiitos da a<iniiiii~tiaq3o iilti,tiiini iiin l ~ ~ i f o r m c o ncoiisr- Iliam R Z l~çÒe\ (Ia ex]>erieiicia, L C I ~ ( ~ ~ - Y C \ei111i1e ~ 1 1 1 \ 15ta o 1)eiii g~i.11 <Ia i i q i o , Hn Iior heiti Siin \Inge\tnile n Ll~iitilia n Seiiliora D Uaii:i 1'1.1, Ilegeiite crii tioiiie tio li< i, pcln Sccr et.11 in cle E:st.i<lo (10, Nego~inz d e Mnrtiilra e Vltrniimr que os go\ ei iindoi cs &is ptm7nm d h n n i n - I I I I ~ I L e tio di\trito :~iitoiioi»o cle 'I'iiiioi siii ic ni a ~ s t a 5tcretat i,i dr. I'slnclo, coni n posi i \el I>rc\itl,irlr, todas ,i5 propostas qric julg~iciii +ciri\i~iii~iile foriiiulnr, riii icl.içdt> ,ioí itleiit ioiiatios I I ~ ~ U I I ~ O ~ . afi111 iodereiir sei oportiiii.ltilcritc coii \ t ( l r~atlo\ pelos podei r \ tlc Lslailo -

b.i{o, eiii JO de i i o ~ ciiibio tlc. 1904 - -,lfariirc/ Irttoliio .%i cii a Jiiiiiiw

Como se vê o iiiiiiistro pi.ogressista jA esta- 1)elecia umas certas regras qlie poderia levar a1gi1nia Iuz ao [~roblenia. (:otiitudo pela sua qiie- da e pelos sucessivos acoiitecinientos politicos que surgirain, ascenderldo c tombando rniilisterios, conflagrarido-se os partidos e cliocaiicto-se os in- teresses, os proldemas coloiiiaes postos de parte, caindo eiii face da fatalidade Iiistorica, dois re- ~weseritaiites da diiiristi:~ de 13r;igaiiça, assasstiia- cios iio Terreiro do Paqo, lia ttirde fntldica clo 1.1) de fevereiro, tiido, este partido nno voltoii, duinrite muito teiiil>o ;i trntrir clo assurrto, iietii as ~~ropos tas apreseiitacias pelos go\~eriiadoreç cliegaranl a sei- disciitidas e riiiiito iiieiios reali- sadas. De resto ein Aiigola iieiiliunia das suas classes tral>alliadorns foi coiisiiltada, sobre o caso, o que yni*ec.ia uni pouco estrniilio.

E' qiie iiaquela provincia clt regra geral qiie os governctdores não Iig~ieiii i inpo~ taiicia aos ci- dadãos que 1:i traballiaiii pols que, eni geral, quaiido uni cavalheiro asceiide a esse logar lulgn que vae dirigir iiicoiiscieiiles e olha os que ali liabitam coino coisa de pouca valia e seiti (fite teiiliam direito a ein~tii opinião sobre os assliii- 10s que se relacioiiain coiii u SLM aii~~iiiiistração

Em hloc;aiiibiclue, coiiitiido, o governador ge- ral, que era o sr. ,1050 Coutiiilio, ilonieou u n i a

coii~issão, para tratar deste iinporlaiite nssiiii- to a qiial apresentou uiii plalio de reforiiia que, eiil parte, foi api-or.eitado.pelo si-. Aises Oriielas na s i i a reforiiia ndiiiiiiistratrvn qiie, esta

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jiistiqa llie seja feita, foi uni iiotavel traballio do governo deiiornrnado regeiiei-ador libeial.

O si.. Joiío (:otitinho, eiitào ja ministro pro- gressista, preociipoii-se coiii o ~)rol>lema da se- g u d a vez que foi iiiiiiistro e apresento11 a se- guinte yortaihra eni 21 de jaiieiro de 1910:

Sua Magestade el-rei: C:oiisideioiido que a reoi'ga,~iisaçZío adniiiiis-

ti.;itiva das posst.ssões iiltr:iiiiariiias yortuguèsas 6 irinst das pi.lnieiras, se iião a prinieisa, das me- (lidas coiiduceiiles no seu dese~ivolvin~ento, CU- 10 estudo se inip6e coiilo de iiindxa\lel necessi- d:\de;

Tendo eiii conta que, se é certo ~iHo ter aiii- tl:i, por circiimstfiiicias de 01-de111 varia, o riltra- niar português atingido iieiii a progresso niate- i+inl, ilem o esl>ii,ito de iiacioiialidacle privativa, (pie toriiti~ii poss~vel, sem perigo para ele, a coii r.ess&o de uma larga autorioiiira, é verdade taiii- beni que ao seti crescen te deçeii\roIvimen ta cor- responde ri111 iiio~~iiiiento de ordeni xnortil cjiie se traduz 11n ~ . o i ~ s c i e ~ i c ~ a , dia a dla mais forte, (10 seti v~ilor, e cjrie tal facto 1150 pode, selii nceii- tuiirl:\ iiijristiqn, deixar de sei. toiiiado na de vida CQ l i ta,

Ateiideiiclo a qiie é por ISSO pieciso coiitra- Iinlanqnr :I coiicess50 de Iil~erdades corii iiiiia

fiscalisaçfio por parte da iiietroliole, qiie não 116- (ie 1101- emcjuanto, iio proprio interesse das pos- sessóes ullraiiiariiias, deixar tie existir;

Seiido iiecessario co~isiderar as suas justas nsl'ii.acóes, e de 1iiod0 a nen1 poib uma excessiva ceiitralisayão Ilies eiitravar n atividade, riem ca- irido no elcesso confrclrlo, dai- por17eiitul.a lagar a sitiiaqáo de diíicil soluçiio.

Ha por l~eni, pela secretaria de estado cios iiegocros da iiiarriiIia e ultrarilar. nomear, para estirdni~eiii o assriiito eiii reliição a cada uiiia

(Ias possessóes, as coiiinilssões abaixo designa- das cpe deverio escolher de entre os seus nieiil- 1,i.o~ os respectivos secretarios.

A comissão para dar 1-i:irecer so1)i.e Aiigola ci'a assim coiistitirida:

Ai~gola-Consellieiro tiuilherii~e Aiigiislo de Nrilo Cayelo, aiiiigo coniissai-io regio, ]Iresi- dente; hlberto A~igusto de Aliiieida I'eiaeii-a, ali-

tigo govei.iiador de distrito; coiisellieiro Alvnl-o Antoiiio da Cosia Ferreira, :iritigo goveriindor geral, Alvaro Pimenta, delegado da Associay~o (:oniiiierciaI de Lonilda, coiisel1ieii.o Eriiesto Au- gusto Gomes de Soiisn, aiit~go capitão dos por- tos; I2ei-iiaxido Reis, r-el~reseiitniido a pro~iiicia; coiisellieiro 1;rancisco de Paula Cid, ali tigo go- vernador de distrito, coiisel~ieiro Heiiriqiie Mi- Ichell de Paiva Couceii o, aiitigo governador gc- ral; Joiia Marques lliogo, coinerciaiile, rc1ii-e- selitaiido a pro~iiicia; João Piiito Iiodiigiies dos S~iiltos, chefe da ~)i.inieji.n rel)artiqRo da direqào geral r10 ultramar; .Jose Francisco da Silva, rn- pitúo de fragata; podre .JOSE 1I:ii3ia da Silva Aii- tiines, xiiissioiinrio

Conio se vê a portaria apresenta-se fi.tiiic:i- i~~e i i l e contraria n tinia larga aiitoiioniia, i i ius considera (pie o seii cresceiiie deseiivolviiiieiito merece iiiellior e 111nis pei feita n teiiqão, eiiibora :i. i i i terve~i~áo da illetl-opole sela constaiite

Mas n:i proposta de lei que o sr. João (:ou- tiiiho teliciorinva apresentar ao parlanieiito, so- bre o regiineii do alcool, faziam-se coiisideraç6es iiiuito :ivançatlns, relativas ii autoiioitiia, apresen- taiido-a como iiecessarin, afim de poder :ircai- coii~ n divida qiie a ~~rovincin coi~iraisse linrn iiideiilsar os agrictiltores do fracasso resullatite das coiivericòes de Rru-Ias, referentes aos espi- rituosos, e qiie fora111 nioti~~adas pelo coiapleto desconlieciniento qiie os delegados 1)ortiigiièses

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tiiilialii da cconoiiiia de Angola, nas suas relacões cxoiii a ecoiioiiiia geral da Afisica trol)icaI, e qiie \.eiii rnnis i-aclicai- n ideia de qrie a cellfl~l~lsaqio 6 uni perigo

Ia seiido acessivel ao espirito do particio, coiii o si. hloreira Jiiilior, c10 direito das colonias tra- tarexii dos seiis i~itcresses privativos, co~itaiito que 1780 selam iiicompativeis c0111 os iiitei'esses ge- mes da iiaçiio,). Escusado 6 dizer que os inte- resses geraes da iiaciio reiereiii-se, er;clusi\ra- iiieiite, 6 i-iietropole, i~iaiiteiido-se o yredoiiiiiiio das estacões teciiicas do Terreiro do Paco e das iiidividiialidacles absor\~eiltcs, por coiiseguinte.

Com a portaria do sr Coiitiiilio tentou-se ex- plicar clue 8 uiii beiii iião existir a autoiiomin porqiie elln serra i i ~ i i 1)erigo para as proyrias çoloiiias Porque ? Porcliie, diz-se iiicoerei~ te- iiieiite, ri50 teiii riidi~idiialidade iinçioiial propria. Mas concol-de-se qiie 11;i uni iiio~~iiiieilio de or- ileiii iilornl, q u e se ti-atluz niiiiia coiiscieiicia co- lectiva coiiio i r i i l f i gr;\ritle afii-ii~n~iio riiiiii carater proprio.

.IA i10 l)i.o~eto cio :ilcool a niitoi~oii~rn 6 defeii- didn, coiii certa eiiergin, aos salavriiicos, coil- tudo, seiii firiiiez:~, pois se preparava fortalecer iiiiia opiii~ào (file iiào era iniiito acessivel ao t ' s p ~ r ~ t o JR 11ii11to tiesiluciido tIo coloiio c do 111-

drgeiia. O partido ~irogressista, tiiilia, pois, olicial-

iiieiite, a sira opiiiiáo expressa, se hei11 qlie o sr . Dias (:osta, eili ciii-tes, afis~iiasse coiiio jti vi- mos, que s'i eiii coi~iliçòes especiaes q u e clle :ifiriiiziva 1150 eexistix-ei~i, se poderia 11- ate n des- ceii tralrsocao coloi~inl.

Mas se este particio tinha este espirito aiii- 1)igi10 e iiitIecisa, iio que diz respeito ;to sisteiiin, adtiiiiristi*ntr~ o nas coloiiins, o que 6 certo 6 que dei Lnvu cii ti e \ eis iiiiia n.;l)ii-nqfio clesceil tralis ta

qiie unia excessiva orieiitaqiio biirocintic;~ iiitiito pre,jiidicava.

Colii O partido i egrnerador,poiL;iii, daya-se iiirr caso siilgular ~Juniido foi eleito cliefe o si. ,Jli]lo Vilheiia, que tiilha a siia tr-adiçgo niiiirsterral l i - #"(ia ao codigo coloiiial de 1881, toda ;, #elite viii qiie este )>al'tido segriiw a cni.reil-a eiiceiadn pelo iliisti-e lioiiieni de letras e ~~ar lm~ei i t a r . . O c ~ i ~ e podei~:l suceder 6 qiie a iiifliieiici:~ do sr. Terseira de Sousa, iirtrarisigetite adepto ciiiiiiri ceiitralisação, c í ozrirctrlce, viesse pi.e,jiirlicnr a aq5o beiiefica do cliefe :iclnmado e a f:ilta de declaraqão iiiaiiifesta do si.. Villieiia deixoli-nos iirdeciso iio caso. E' certo yiie o sr Alnieida d'Eqa, cliie era intfigita(1o coiiio iiiiiiistro do 111-

trailiar c0111 o SI-. Villieiia, declarava, ija i.ciiiii50 que o aclainava cliete, qiie n adnii1ilstsaçáo çulo- iiiiil deveria ser toda desc~iitrsilista e o sr Ei- tieslo Jtird~iii de Villieiia, expozer:i o scii ])laiio iio orgão do seu ngrul>ai~ierito politico , . lodavia iin sua ultiiiia fase seria otiiiiisiiio

ingeniiu crer lias iiiteliyóes desceiilralistas deste p;,rtido porque, corilo ja vrriios, o seli cliefe era o iiiiii~igu declarntlo de seiilelfiaiite sisíeii-ia adi~ii- nistrattvo, eiiibora para ri iiieti upole o aceitasse e, em p i i~c ip io , ate, o :ipl:iudisse.

O par tido regenerador liheral, culo progi ania foi o exposto peIo sr. Jodo Fraiico, afirriiava qiie os goveriiaciores deveriarii ter os iiiais riiiiplos 110- deres cie goveriici e, 4 iiecessario rccoiiliecci-se, teve no decreto cjiie reorgniiisou : I ~ I I I I I I ~ S ~ ~ ; I ~ ~ O

cle Mog.aiiibique :i pro\.a de qiie z i siia obra co1oiii:il sci ia api-eciavel se cliegasse :i 1101 eiii pr;~tic:t por;\ as oiiirns coloiiias as iiiccliil:is desceii ti :tlis:i- doi as que adotoii para a costa orieiitnl A iiioi te de Edoai ilo Costa, qiie as tilji*eseiit:ivii iio sei1 pia-

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justiqa llie seja feita, foi i1111 iiotavel trabnllio do o v e r i i o denomin:ido regenei-ador liberal.

O si.. JOGO (:oulinlio, eiitào já ministro pro- gressista, ~~reocupoii-se coiii o problema da se- gliiida veL que foi miiiistro e apreseiitoii a se- guinte portaria em 21 de ,jaiieiro de 1910:

(I Siia Magestade e1 -rei: C:oiisideraiicio clue a reorgqi~isaqAo adniiiiis-

tr:rtiva das possessóes ultrai-~iarii~as portiiguèsas i. lima das primeiras, se i ~ ã o ;i priiiieira, das me- ctidas coiiduceiites no sei1 deseiivolviinento, cu- jo estiido se impõe coiilo de iiiadiavel iiecessi- ctade;

Tendo e111 coiita que, se i. certo 1150 ter aiii- (Ia, por circu~iistaricias de ordeiii varia, o iiltra- iiinr porttigirès ai iiigido iiein o pi-ogresso mate- i-ial, iieiii o esl~irilo de iiacioiialidacle privativa, qiie toriiarii possivel, seri1 perigo para ele, a coii- çessáo tle lima lai.ga aiitoiloiiiia, e verdade talli- I ~ e m que ao seri crescente deseiivolvimento cor- r c s p o ~ d e uin iiioviiiierito de ordeiii iilorril rliie se tradiiz iia coiiscleilcla, dia a ciin mais forte, do seu v:ilor, e que tal facto rido pode, seiii aceii- tuadn ~ I I ~ ~ L I S ~ I ~ R , de~xai- de ser toiiindo lia de~rlda coiita;

Atelideiido a (pie 6 por ISSO preciso contra- 1)al:inqar a coiicess,?~ de 1il)erdades coiii uiiia fisc.alisaç5o por parte da metropole, que iião pó- de por emqiia~ito, lio proprio iriteresse das 110s- sessóes i~liraiiiaririas, deixar de existir;

Seiido iiecessario coiisiderar as siias justas :isl)ii.aqões, e de iiiodo a iielii por iiina excessiva ceiitralisayiio lhes entravar R ntividade, iieni ca- indo no excesso coiitrario, dar porveiitura legal. a sitiiacáo de dificil soluqão.

Ha por bem, pela secretaria de estado dos iiegoclos da iiiariiilia e ultramar, liamear, para estiidnreiii o ~issiiiito eiii relação a cada irilia

das possessões, 3s c o i i i ~ i i i ~ ~ õ e ~ al~aixo designa- das clue deverão escollier de entre os seris meiii- hros os iespectivos secretarios:

A comissão ],aia dar parecer sol~re Aiigola cra assini coilçtit~iida-

Aiigola-Coiisellieiro Giiillieriiie Aiigiisto d e Hrilo Cnpelo, aiitigo coniissario regio, ]Iresi- cleiite; Alberto Aiigiisto de A lilieida 7'eixeii-a, ali- Ligo goveriiador cie disti-ito; coiisellieiro Alvaro Aiifoliio da Costa Ileri'e~ra, ailtigo governador geral; A1 varo Piineiita, rielegado dn A S S O C I ~ ~ ~ O Cominercial de Loaiida; coixiellieiro Erriesto Ali- gusto Gomes de Soiisa, aiitigo capitão dos por- tos; lieri~ando l{eis, i-elwesei~taiido a proviiicia; coiisellieiro Fraiicisco de Paula Çid, aiitigo go- vernador de distrito ; coiisellieiro Heiirique Mi- tcliell de Paiva (Iouceiro, aiitigo goveriiador ge- i-:i]; João Mal-clties I)iogo, coii1erc1aiite, rcpre- seiitniido a proviiicin; Jo5o l'iiito IXodrigiiex dos Santos, cliefe da pi.iii1eii.a rel)artiyão da direciío geral do ultramar; .losk Fi.aiicisco da Silva, r:i- pitáo de tragata; padre Jose Alaria cia Silva Aii- tiiiles, 111issioiinrio

Como se vê ri poi.laria apresenta-se frniicn- iiieiite c,oiitraria a irrna larga aiitoiio~iiia, iiias coiisidern cjue o seu ci-esceiite deseiivolviirieiito iiierece iiiellior e iiiais perfeita ateiiqão, einborn :i interveiição da iiietropole sc,ja constaiite.

Mas na 1)roposta de lei qire o si-. Joiio Coii- tililio tei~cioiiava apreseiitar ao l~ailaiiiento, sci- l>re o regirnen do alcool, faziam-se considerncóes iiiiiito avaiicadas, i-elativas ti aiitoiioiiiia, apresen- tiii~do-a coi-iio iiecessaria, afim de poder arcar coi~i a divida qrie a proviiicia coiitraisse para iiideiiisar os agriciiltores do fracasso resullaiite das conveiiçóes de Rriix.elas, referentes nos espi- rituosos, e que foram moti~aclas ]>elo coinpleto desconhecimeiito que os clelegados 1)ortiigii~ses

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iio, tiiilia coiitudo iini pouco esfriado o eritusias- iiio por estas doiitriiias 1150 se cliegaiido a apli- car o traballio que, como vereiiios, o extinto fuiicioiiario tiiilia eiiviado para a secretaria do riltraniar. Esse longo p la i~o a d n ~ i n i s t r a l i ~ o iiáo foi objetivado, I>orcIHe toi-iiaraiii a doriiinnr os aliteriores nién~rais

Os dissiderites progressistas tiiiliaiii, neste seit- tido, tlefenditlo a iiiellior doiiti.inn e o plano adniiriistrriti\~o coloiiial do si . Silva Téles, lioiira o liorne i1iistr.e c10 distinto professor e 1iorir:iva as asliiraqóes do seii partido. Alei11 de tiido o Dia orgc?o ceiiiral deste griilio politico tiiilia iiiaiiifes- {:ido oy iilióes fra iicaineiile desceii traIistns, quer ii:i iiietropole quei. lias coloiiias que o sr. Alpoiin coi~substaiiciou iio sei1 iiot:ivel disc~irso rle ja- iieiro tlesfe aiiiio, e iio seii projeto de lei que teiicioiiava n1)reseiitnr as cortes em abril, mas que o adiaiiieiito parlameiitrir iiiipediii de fazer.

O partido iiacioiialista, como j i ~ viiiios peIa opiiiiiío do seli cliefe, o si7. .Jacinto Caiiclido era diiina feiq5o desceiitralista aceiituad:~ O pro- grniilz 1)~iI)licado ap6s o seu primeiro coiigresso iiidica, csiiio poiito essencial de orieiitacho colo- iiial, :) descei~tralisaqfio adiiiitiistrativa, orieiita- c.60 que foi ratificada nos coiigressos seguiiites e qiie o seli oi-650 partidario, A Lrbe~*tlml(., defen- dera.

Airida iia coiifcreiicia realisada iio ceiitro iia- cioiialistu eiii 1 de jiiiilio de 1908 o sr. Jaciiito (:aiidido proclaniou esta doiitrina e qiie o 01-850 d o seu ])a1-tido resiililill 110s seguiiites terrnos : ((l'or LI] ~I I I IO, o sr. ~oiiselhel( O .Jaclii to Caiiclido refere-se li aclniiiiistraçáo iiltraniarina dizeiido que esta deve ser I~aseado iios pr~iicipius d u m a lorça desceiitral isaçáo gover nati \ra, de pIaiios

,coloniaes es tnhelecidos, de espiri to de coiitinui- dade na siia execiiqão e, firialmente, de uma des- ceiilrnlisag.50 poiiderada e tutelada». Aiiida o de- putado seu repi*eseiitante ein cGrtes, i10 sei1 dis- ciii-so de 2 de juiilio de 1908, se inoiiifestou liar- tidai-io da iiiais aiiij)la dest.eiitralisaqáo.

1)e resto a orgniiisaqáo cntolica, de ( [ ~ i c o I ) ~ I I - - tido iiacioiialista C o orgão politico, segundo se rifiriua, tem exntaiiiente lia sua niiipla aiitoiioriii:~ i.egional, ~1111 dos mot~vos da siia expaiisfio, eiii- bora su1)rnetido A discil~Iii?a dogmnlica de llo- iii:i. O iiiesino sucede coiii a (:oinpaiil~ia dc .Te- siis que dá :is suas pro~iiicias, aljesar cla 101-te coiiceiitiaçáo de poderes do geral, toda a latitii- de de acyRo. Portalito h a ~ i a logicn iin doiitiiiia iiacioiialista se bem que ao si-. .Jaciiito (:niidido se deva111 niuilns iiiedidas contra o s iiitei-esses coIoniaes c contra as siias Iil~erdades, eriibora, çoiifesse-se, t i vesse tninheiii 1)iihIicadas oiilras que, postas eiii vigor, :iiisiIinriaiii os seus av:1- iices.

O partido repiit)Iicaiio, esse iião ieni iiiostra- d o niiiita rocayão pelos assuiitos coloiiiaes. 1,ciii- bra-me inesino clue iiina vez, drscutiiido o tra- tntlo do Transvaal, o sr Feio Terenas, dej~iilado ~niiito conceitiindo iio seir pai-tido, espoz que a iiie1lioi- forma de resolver a q iiesfio coloiiial, eiii Aiigolti, seria proteger o govei no a ciiltui-a clo algodão iiaque1a provuicia' Rlas o mesiiio seiilior, coinl)reendericio l>ein a drficuldade, e a iitlpos- sibilidnde inesiilo de resolver assuiitos iinl~ortaii- tes, de longe, proclaiiiou, nesse inesiiio dia, a ric- cessidade da autoriomia colonial.

Coiiio sislemii é, portanto, caixteris tico Em- bora o partido repiiblicano, cotiio partido, não tenha mostrado doutriiia defiiiida sol-)re o as- sunto, o que E certo e que o sei1 programa cori-

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signa lia fixacgo de garaiitias individiiacs, iia 2." parte.-I.ibei.dndes ~)olitic«a ou de garantias e d ~ g a enl ~ioucas palavras, so l~ re o citso, «autono- iiiia iiiunicil)al, ( I ~ ~ . s c P I I ~ I ~ ( I ~ ~ J ~ ~ ~ o P (~ci l l t l~~isf l (~~~áo cio11 ((US ~ ~ O I ) I I I C ~ C I S I ~ ~ ~ I ~ c ~ I I I ( ~ I ~ I I ( ~ . \ »

Mas se quizeriiios remoiitar ao ])~-iiiieil-o pro- gi.aiil:i rel~nbIicaiio, cscri to ])elo iiottivel hoiiiem tle letins L ~ i i i i o Coelho, 15 yei-eiiios qiie se as- pirava ilo cal11 tu10 Egi/uldct~Jc civil (# polliicu. 11 h desceiitralisaqiio autonomica das ~>roviilcias ul- t~.niiiai-i1ias.n

Porque í- q u e iio progrania actual ~ i á o se dcixou espressa a forinula priii~itiva~') jugo sei, iiein posyo supor que fosse por coridena-Ia poique a sua teiideiicia 6 autoiioniista, lia me- ti-opole.

Aiiida corao docuiiieiitação da evolticào re- publicana, no rnesnio scn tido, é coiivenieiite trr sar yuc a ti-atliqào dc fIen~.iqiie Nogueira é 3ivl-I

iio rel)ul)licaiiisriio lusitai~o, e 6 21 ~ s l e gi.niitle pei~saclor que 'Tlieofilo Ijraga, uiii dos douli-iria- rios (Ia i-eliu1)Iica portuguGsa, vae buscar a sua o1 ien taqao fedeialista, qucr dizer, aceiituada e rasgndaii~eiite auto~iui~lista. Da niesriia foi-riia o I i ~ i o tie Mag;illiGes I,iiiia - Lci Jitikl-ufioi7 Lhel-r q u ~ , priiicil~alnieiite, 1101s cl~ie o Liuro cla ptir è taiiibeni docuiiiei~ to hastaiite, iiiostraiido i~:i clou- ir inn que o orierita como a iiiais ace~tavel na iijesiiia fo'oi-iuula

Aiiida coi11o aspii-apio t; necessnrlo eupor aqui n plano do l)rogra11ia elaborado pai- Teiuei- ra Ijastos e que era rlestiriado ao pai tido iepii- blicario tedei-al. Dizia: «Desceiltralisa~ão prouiii- ci:il oii iegi01ia1 e coiiceltiia ou iiiunicil>al tilito- iioinia do coiicellio oii iuuiiicipio 110s iiegoçios da sii:i ndiiiiiiistrayáo interiia, oi-qaineiilo e 110- Iicia >, E', coiiio sc \ è, conilileto, como doultiiin generica, e, sob o poiito de vrsta coloiiial. apli-

cabe1 Este iiiesiiio tlistiii to esci'itoi' csc.i-e\rcu iiiii iiot:ivel livi-o, Ir~ler-c~.~.scs lY(~cioncres, oiitlc os :i$-

siintos sol)i.e coloiiia~, ~ i r i i i c i l ) ; i l i n e ~ iio que ' l i x respeito ~ i o ci-edito, coiiicrchio, liiiiita\, i i i \ t i ricr?o, eiaiii tratndos coiii ci-itc~ in, coiideiiaiitlo ii : i r l i i i r -

nisti-aq5o (Ia iiie ti oliole coiilo r[iiiio~;t e c1cgl :i- dnnte c iios seiis artigos ~orii;ilisticos cllc irncoii belos li abnllios de ocasi5u expreiiiiii~lo pl;ino\ co- loniaes, disriitiveis, iiins siiiceros, e qiic <leiiot:l- vani que ellc se eiitt.ega\,:i ao seti csl~ido coiii voiitade e dedicaqào.

Mesii-io Fielioc1oi.o S:ilgado, :il)esni de iiáo sci- este o seii assittito 1>retlilcto, trnqoii iiuni iiii111~- 1.0 do -4lo1.11ic~, 101-iinl (te qric foi diretor iio I'or- to, LII~I:IS certas cloiill-iii:is, al)rcseiilniitlo çoiiio aspiracCo sua a sucessiva tlesceiiti.alisacáo tl:is coloiii:is até as i ritegrnr tio c.oi;liin to ii:icio~i:il como estados feclei arlos ri iiieti opole

O si- J3eriinl-tlliio J1:iclintlo iiliiiin rri ter\ i( . \ \

~ornalistica dizi:i, geriei icaiiietitc, cjiie :i 1il)ri t1:itlc 'cla coloiiia scrin iiiila corisecliieiici:i tla 1il)eidntlc cla iilelropole e iiuii i disc~ii-so ~~ol i t ico , eiii rIrIc. i. í'ertil a siia ~)ersoiialidaclc il~istre, ellc :irl~ogoit :i iiecessitlatle de coii tr;ii-i:ir :i :icrr?o de r11 issòcs I eligtosas iio aIlraiiiar*.

Na sua coiiversa coiii iiiii ~orii:ilisl:i ( I ) esl):i- iiliol este riiesino scrilior l a ~ i a a apologia cto \ r / / - v I . I c( liiglatei-i n siistciit:i ciii ])c 'o seu colossal inlpci to pel:i lorqx do .s(~l-!lo- uc/ , l~ t?~u l? f . 1: aci-esceil tnv:i A oi-deili c n I)iiL

r . 01)tciii-se pela lil)ert\ade t estciiiuiiha-o :idiiiira- \~eliiieiite n Iiiglaleria qiic dcl~ois (Ic iiii1:i i-lide cxl)erreiicia que Ilie ciistoii n sepai:tcáo dos Ks- taclos Uiiidos tla ,411-icrica c10 Norte p:icificoii 11c1:i l ibcl dade o C:tiindii siil)le~ac\o e, pela coricessào tlo goveriio i-el~i-cscntativo, iiiici:i a ol)i ;i tlc ]>:I- cificriç:lo do l'i :iiisvanl ))

( 1 , [ t ~ j v 7101 f > l c , - 711' 111 ,!I( I f f f / r 0 { 1 (1 ( (1 l < i ' / f f l / f l l fl- l ) * l $ 14')

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No seli iii:iiiifeslo piil)licaclo este aiiiio o di- retorio do ~)ni.lido republicaiio coxiil)atia a di- vida coloiii:il, iiins eiu bora fosse eiise-jo prol~i-io e adquacIo ir60 foi.mulava a iiecessidade d:i aii- toiioiiiia. Estoii certo, por4ii1, qiie os dirigerites deste j~artitlo teeiii eiise,jo eiii oiitrns ocasiões de clefiiiir-se iiiellior s o l ~ r e este assuiito qiie ~iite- ressa sobrelilaneira o futuro iiacional.

Mesiiio seria até ocnsiáo 'asridzi iespoiider :I iiriia ~)ro]~ost:i npreseiitada por uiii iiiedtco por- tiiense no coiigresso ieptililicaiio de 190(i, e coii- firnintIa iio de 1010, liai a ser exaiiiiiiado por pes- soas coinlietcii tes eii trc oiitros o p~ 'oh le i~~n colo- ~iicxl .

A este pioposito dizia essa proposta ((A so- luqáo 1)ositiv:i deste 111 01)leiiin 6 que lia de ser :i i-edencão ecoiioiiiicii deste tlecrepito paiz. Deve- 1110s coiisidern-10 sol, seiis aspe tos socoi-i-eiido- iios das leis sociologicas da coloiiisaçâo iiioder- i i a posta lia iiiuito teiiipo eni pratira pelas ou- tras 110 tcncias coloiiisadoi tis, 11riiicil)aliiieii te a Iii- g1:itci i a e a Holaiida C:oiicoiiiitaiiteiiieiite teiii-se de estiid:ir :i eiuigtacão portugiiesc? iio seiitido tlc a tlirigirii-ios liara as co1oni:is. )I IGla qlies- tão iião foi, porCiii, traiada pelo ~)arti(io repii- 1)licaiio (pie exigia 1)nstaiite tievoqào e iiiuit i te- iiacidatle

E' iiiiiiio nolavel que possiiiiido este parlido i ~ i i i grande niiiiiero de adeptos pelas coloiiias táo 1 ) o i ~ o se teiiiia pi eocupado coin O j ) ~ 01)leiiia CO- loiiial, apesar cie 1,aslniites dos seus Iioiiieuis teii- tal-ciii, seiii res~illado positrvo, aboi-dar o 1)ro- I~leiiia. O si. 13i-ito Camaclio \Tarias Tezes, lia cailiara, e a l>i.ol)osiio das dividas de Angola, e, aiiida, tia c~ireslão dos nssiicai~es, se 1)eiii irie leiii- I~ rn , trntaii vag:iineiite esse :issiiiilo e nuiii arligo tio seu joriial Jasti~iiava (jue 1~0cic0 5e 1i:ilri esc1 i10 sol ~ r e çoloiiias. Niio t:io pouco, todavia, que cjriein

dese&jar abarcar o problen1;i o iião poclesse fazer coiil certo exito.

O partido rel)iilificaiio ~ioreiii, qiie pela siia espleii(lida o r ~ a n i s a ~ i i o , !)elo prestigio ql\e, gosa em todas as c;iiiindas socines, desde o opei-ti- ~-ilicio it alta I )~i~ocracia , e se rc~ to e i i~ :~r i i i I~ ;~ pc~tle, duiii iiioiiiento para o oiiti o ( e estou coiivciiclicio que isso sei,B iiiii facto q u e se i.ealisar!t iiieslie- iadaiiieiite, seiii liossil)ilitlade de pievisao, niesirio tios ])rol>rios dirigenles i eliill>l~caiios iiiie sei-Ro :iirastndos pelos acoiitecinieiitos qtiniiilo iiielafi sicai-iieiite estivereni discutindo eiitre si c~uestòcs de seciindario valor), ser colliido d e siirl>i*eF;i e ein branco, iiesia capital qriesláo quando os nconteciii~eii tos o levarem ao g~\~ei-i-io iiacioiinl

Siiceder6 o niesiiio qiie i i rel)iiblica csp:iiiliol:i que neste, coino eiii miiilos outios prol)leni:\s foi apanliado eni f:ilso e jiassori teinpo ri disciitii-, c~tiniicio os adversarios plaiieavalii a seiite~iya. 0 qiie i. certo é (pie iieni as \vapsopii i i i ies do sr 'l~eofilo Llragn, que aspiia A coiistittiiqão, piii:~ niiiii utopica, do novo B r a ~ i l , lia Africa liortu- gt~esa; iieiii as teiitativas, iiin taiito iilcertas e iii-

defiiiiclas, do sr. Coiisiglieii Pedi.oso, apesnr da sua sitiixcáo de evideiicia coiilo ])resideiite cl;i Sociedade de Geograii:i, iieiii :is coiisidei-nqões ~ i i i i taiito \~acilaiites do si.. Basilio Teles iio seli livro sobre n revol~içáo dc 31 de jaiieiro, iieiii i~iiicla n aspiisacào iiicoereiitc e irregulai da i i i ~ i l -

fitlão cliie aplaude as cliociiias ciii pretos e acla- iila coina heroes qiieiii apenas pratica siiiiples e siiigelos iictos de l)oliria, seria111 o bastniitc. Trido isto é iiisigiiificaiite aiite a vastidào do ns- stiiito.

Resal\';iisii o ])nrliclo i-cpulilicaiio, seili tliivicla, a sria trndiyiío descen tinlrsl;i, a s i in Jiiiiyào inu- iiicil~alista e , cjiialido, por acaso, possa atin- oir o governo iiacioiinl lia-tle sei- arraslado pela h

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forca da opiiiião das coloiiias e enti-egar-Jlies-5 o ~ ) I - O ~ > H O ~ O V C ~ I I O Niio sei 8 assiiil :I, Foi o erro (Ia ie1111I11ic:i esliniiliola que ianil~eiii a1)aiidoiiou CiiI):i, coiu1)ateii as suas aspirnç6es au toiioiiiis- ias, 1):" a scgt111' ]wecis:iiiieiite o mesmo processo cias adii~ir i is tra~0es dos goveriios da rlioliai cliiia [pie, eiiifj~ii, foi-niii vicliiiias (Ia pcx-tiiiacia no erro, (10 ~):~tr~otisriio iiial coiiil~reeiidirlo, coi-ilo, coiii i-elaq50 ii (:ataluiilia, !ia-de coiiiprceiider, iiias t:ilve~ tarde, que a aritono~iiia das regiões 6 o i~~el l in i . ~)i-esei-vati\~o coritra a doe1icj.a sel)aratis- ta. (I)

FaIta-nic &\lar aiiidci do 1i:irtido social i~ta e iin sua f~iii@io eiil face deste prol>leiiia Coino é sal~rdo dos ~iiediaiiariiciite lidos a rel)ublica socia- lista t' iii11;i aiiip1:i coiifedei.açào iii~i\~ersal, oiide cada ngregnclo social seri1 iiitegrado, logic:iii~eii-

te, iio con,j~ri~to gei al. Politicaii-ieii te o socialis- ino LL a U U I C I I ~ I C R êx]~rcssIIo ila aiiiuiioiiiiu reglo- iial e local pois que constitiii(lo por perliieiios coniiiiias livres elle vae foriiiaiido uiiia gr;in(le cadeia íIe forma c[iic as pequenas iiacionalidatle do lipo denioiiatico siiisso sei5 a coiicaleiinqdo filial dum longo api eiidizario civico.

Colirclii que se diga qire o socialisiiio riáo P, coiiio ciiadaiiiciiie su116erii varias pessoas poil- co ilusti-adas, a coiicei-ifiaç5o 110 csiaclo de to- das as eiiergias e iiiicinti~as co1etiv:is 15' i i i i l ei.~-o grosseiro eml>ora i i~uito seguido o que I e ~ a muita gente a supor qiie o coletivlsiiio serA n peor das firaliias qiiarido é a cxpiessáo de IiJ)ei- dade 1' iiiais coiiil)letn iletci iiiiii:iil;i pela Iraiis- forliiac,.ão ecoilomica, iiiteiccliial e, conlo re- sultar-ile, poli tica da socreciaric

Ora queiu coi-iliece esta tloiili-iiia f'iriidaiiiei~-

c~S.io, a \ c n l o ~ ~ r ~ i ~ . lo(ic~% ( , l l r ~ \ , \ :o I I C J I I I ~ , I ( I . I < % I 1112, ~ I % I ! I I C I , L C l l l l ( D

c\(nx aiii, csl>ci,\~ir,rrl~i\ r!ii ~ ( L I V :I I t c l > i i l ~ l r c , i 11.1 tlc i c r l i i i i i i .i \ . I< to, I t -\a i \ I > ~ I C I I I < . I 11~io 7 ~ 1 . 1 I I U I I I I I < I I:III I O < I . I ~ c I.I\ .I I I O I I Q I ~ ~ (LI I < 1 ol11c~10 ~ I I I I ~ I I L I I T ~ ~ 1o1 ~ccc>b~(I.i C O I T I d c a t ~ ~ n ~ ~ ~ l ~ a ~ fi1-5 ( I ( > I ~ I ~ I I \ I ~ I ~ ~ I J I I \ ( I 1 I I I I I \ I ~ J \ - ~ 1 1 0 . ta 1\50 ~>10\4 qilt* 1'1, c011111 ' 1~~111 , .I l ~ c ~ ~ ~ l l l l l l c ~ l c > 1 , 1 'I l<lil<)'l < I [ \ c l l \ s l (;ln <1i1r l.il)i iga \ . t~~i C I O loiigc n\ c , i i i ( . i t l ~ i i o I l i ~ ) \ r l r i ii.iirfiago, prc'.I<\ .I i11 I \ . I I - \ I , 11 no fiiiitln )i

I)11 iiirsiiio iii~itlo n i111i.1 I W I ~ I I I I ~ . I I i 11.1 lioi li111 l i i ~ ~ i . i l i i i I (1.1 IIrr- J T I ~ I I ~ ~ I ~ , o i1a1111c~ J O I I I ' I I (i<, T , I I I J ( \ o I ) I ~ '1 III~!IIIL.I I ol1>1~1~1\ , i I i i n ~ , t ~ ~ i C >

1 1% l l i< i i fTi i r i i \i:ic ii.i<io ( i t i< . i i i s i ~ i i i i i 1.1 1i.i. c i i i o i i i . ~ ~ o gor i 1 r io q i i c ' 1 1 i i ~ t . i t i 11.1 ~(, ipl i~t ,u ao I i , i i i~ \ , i . i l , .to ( .iii.it( i r. .i 4ii\i1 .i l i . t v l i w - l c -

Page 119: Autonomia de Angola - Estudo de Administraçao Colonial

ta1 110 socialisilio sabe que este seiido uiii pai-tido iiitei-iiac~onal. ciue r-ealisa os seiis coii- gressos regtil;ii-iiiente, d e i ~ n , todavia, l irre cada iegiiio, para oluai coma jiilgar coil\reiiieiite ei-ii face das circiiiistaricias locaes. E3se arti tido qiie 111 esnio eiii Portiigt~l te i i~ iiiiia org;t~iisu<âo perfei- taiiieiite federalisia, coiii j tiiilas rcgionoes eiil Lisboa, I'orto e Coi1nbi.a ou ?'lioril:ii-, coiii os seus ceiitros agliido ntitonoiliaiiieiite. Logo se coiicliie qiie a respeito cie tal nss~iiito, O partido socialista i;, csseiicialiiie~ite, pela autoiioiiiia co- Ioiiial.

Mas a dout riria esta, geiici-icaiiieiite, exl~osta iio srii pr0g1-ama, \'otado eiil Tliomar, e cori- firmado eiii Coiinl~ra e 1,isboa e corno prliicipio especial o coligi-csso operario que se reuiliu em J,isboa eiii 1 !I09 \.atou expressamente a autono- mia coloriial, eiil tese e1:iborndn por 1,;idislaii Rntallia. (1) -- .- - i io i i~ i r~ i i lc n clieíi i10 go~e i i io ]:i t l i i i n ilii:iiitlo tlrsiiiciilia o bo.ito iin \ ciitl.~ 11.1\ tnli>iiin\ <liir , %ri ia coiic'.t\itl.i «liliia c ~ i t:l autoiioiiiia)) . I% LO- loiiin5 ( [ I I ~ ~ e\tí\ c.ssriii eiti C o t i t l i q i ,<~ (Ir n go<.ii

Eizi todo o c,iso f o r ~ i r i \eii<ln rlcciel.id,i\ .iIgriiiiai iiirdidns cltcr :i\

coloiii.~\ ~ c i i i t p ( t i , l i i i 1% c111 ~ n ~ ~ c e l ) i n (te i i ~ i i i ~ s t i « e iai.i\ \ CIP\ \C iiaLi (105 \eii\ iiitric\\cc, si iii qtir i'cn . i ~ > ~ c ~ c i ~ t : ~ s b c O ~ c c o ~ ~ l ~ r c i t i ~ c i ~ t ~ (1'1 l l l . l~<l l l< i<l~i~ illlo\rl<il

E' 1\10 d c c n l ~ ~ i i t n i i i i i ~ h,io in poi<[~ic n pn17 Ir111 cIrciiitr tlc si ~ i i i i

1.11 no fiiiiii (I r i1:io cci 1.1 1105 lioitco\ I I I ~ X " ([iie cotiin o go\ ri iio i rpri- I I L O I \ E I ~ J ~i'lliodel~ll O 1111~ C ~ o i ~ ~ ç i i i e i i l r c Irin- hi:iiitio-lios qlir 511 I i ~ - r j autoiini1ii.i cklns ,~ to \ j i e r ,i150 r \e,", coiii tles- gí>\lo, c~tie ce e51,i Irgi\l.iiid<i p:iia n ii11iniiinr ii:is iiirrnin\ ~ o i i t l i ~ õ r ~ \ ( I I I I ~ 1105 t c iiipos da iiioiiat<liiiG e111 iontiaíliç5o ccoiii a % nspit.i$òes dc 1" ogics.o c 1 0 1 D O \ n s ~ I I P \ I \ r111 ri11 ACi icn

( ) So coiigic\so ~0~1a119tn ~ i ~ l e i ~ ~ a c t ~ i i a l cle 1909, (Ir Atlistei tlniri i r - l.iIi\ariieiite :i i iol i l i r .~ rnloiiial foi \ otntlo o segliiiite

O coiigi csso, coriscio tlc ([iie .i e\ >Ioi.ic,~io c:\ i i tnl i \ l . i r 4 t i l í g l l n \ r % 111ni\ oiiei.tdn COIII D tiot111111o 1 ~ i ~ o r i ~ a \ , )cio qiie \ I IC ntiriic-iitn .i c.\plo- r.iq:io, .;i i i i i egi,i c w l i i ric~io, rsi),iiilniiclo cnpit.irs cb i icltw7.1\ ~ i ~ ~ i ~ i ~ a r ~ , ( \ i r j~i t . t i ido a pop111.1< ;io iI.is coloiii.i\ . i i i i . i i \ I ittir ta , ~ O I \ :7i's, :i III"I\ +.i~ig~ii i i . i r 1,1 oi>i ri\i», sciii lt.irt.i >.iin o ]>roli.iai iallo scii.10 i) ag ia \n <Ia sii.i iiiilri LI , 1cliil)in .I t11.ris~io cln co i ig~c \so 11c I>.II ic iIc IriCO. teiati- \<I $1 11111~\\,io ~ o l n i i i n l cL <I p o l l t i t ~ ~ I N ~ I ~ I I ~ ~ I \ ~ ; I , I? coit%igi~ I ~ ~ 1 1 1 i o ti111 de- \ ci (105 )ai lielo\ soci,ilisl.iç 1incioii:rt s r tl.i\ t in(«e\ ~ . I I I i ~ i i ~ e ~ ~ l i i i e ~

I O - ife cc nlioii I i i iiiti,iii\igeittt~illelitc ri Ii~ii,i\ <~\~illtdi<t<is i i l i 1 > ç 1 i ~ - I i+tn\ , oii ~ i i o t c ' c ioiiiutns, .i\ r~lietirrfir\ coloiii,ic~s ia .i\ tIcspe7.i~ lolli '1s

olollt'ls, 2 O - Uc coii111atcrl.iii i,\ iiioiinpolioi e n s coiicrsrrirs \.isto\ te1 1 ]to-

i 103, C <i<' \ ig1.11 r x \ i i ~ i p i ~ [ o i . i t i i < iitr ) , l i n tIiir :is I I < ~ I I C / , I $ <lu II I I I I I<IO co- I ~ ~ I I R I 11in *i 1 < i I I i . II.II~II>.IIC,I~I,I~~ l>v l i l <i110 ~.1pit:111\11i1>

NO dia 1- de dezeiilbro o partitio soci:l~istn 1-e- fnrinisln, creado iiltiiiiniiierite, a l rese~i ta \~a o seu prog~-tinia e sobi-e as colo~iins tlerlarava o se- guinte.

c (Z~testfio coloiticil O partido socinlista iqefor- iiiista declara a iiecessidade :ibsoluta e iiiiprete- rivel de coiiccdei. as coloiiias a autoiioi~iia poli- tica e a(liniilistrativa, coiiio coiidiçrlo indispeii- savel par-a o seu pleiio dc~seiivolviii~eiito :i's co- loiiias, p01'é111, só 1150 sera periiittido o estal~cle- cereni tratados de coniercio oii outros cluaescliiei- de cnrater ititeriiacioii:il seiii alttorisaç50 da iiie- tropoIe, neiii validli-10s seiii n saiiqiio desta,, .

Vciiios, 1101 tanto, ciiie alieiias o partido i-ege- neixclor e1 a ea ~)i.ess:iliie~ite coiiti ;i n desiciitrali- saqáo das coloiiins, iii11ii iiicoereilte e aiiia1gaiii:i de prlncipios opostos, eiii Ijrog,i.amas que dc- vei iaiii prinlar por logicos, pois iiin taiito iii-

coiiiyreciisivel ])aia o comum dos iiioitaes qiie ti i i i gri1110 pa' t~lai.io cyue é ti.adicioii:ilii~errtr desceri trnlistn, corii ljod I-igries de Satiipato e .Irilio cte \'illietin, o que ii:i epoc:i iilodclriia reprc- seiiiou ainda :issiiii coiii a di t:idiii-n Hiii tze-Fi :iii- co iiinn vaga teiitativa - vaga e iinperfeita - tle desceritr;ilisnq5o co1oiiinl corii a cotisti t~iiqão dos cori~issariados regios ~e i i l i a agora, coin n oi-ieii- t a ~ a o do seu ilustre chefe Soi i~a ~)i-oclaiii;ii. 3 gr*aii-

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diosidatlc teorica da desceiifi.alisaçAo coIoiiia1, n exceleiicia da tfcscciiti-alisação iiiiinicipal, tilas, pi-alicailiente, iiâo a aceitar.

Mesiiio a sociedade portrlqi4sa coi-iipreeii- deii, lias suas classes l~eiisaiites, iiidepeiideiites e ti.aballiadoias qiie as coloiiias 1150 l~odern estar subiiietidas a uiii regiineii ;ihsorvente e esmaga- dor.

No pro )r10 congresso coioiiial que a Socie- dade de 8 ~ e o g i apliia i eal~sou em 1902 foi vo- tadn a autoiioiiiia colonial, lios seguiiites teriilos. «O corz~~~.esso rrliilc o r)oto de qrre parrr o deserl- uolvlriic~r~fo I rrp(io r segiii o tias iiosstrk possessócs c , se for.tlcr ~icc.esscr~,io co~zrcdrr n trrr- to~zolilln citlr~irr~istr~nirv(~ c /ilirc~trrir*rc aos ~.espcfi- vos youcr.lios, rtll(ipfc~litlo ( 1 Jorliin clcssa arriona- ~nici tis cor~c/i~'óc~s rs l~rc~nes de cndtr cololiirr».

Este voto i, taiiil)cii~ mais iinportante e si- criiiticnti~,~ qiiaiito e saljido que deste coiigresso c? íizei\at~i parte iiiiiitns depulados, pares cio reino, a11t1gos iniii~stros cle estado, ailtigos goveriiado- res coloiiiacs, eiiieritos pul)licistas, fiiiicioriarios, rnedicos,jiii iscoiisultos, iiegocinlites, agricultores e iiiciiistriaes Presidri-arii iis suas sessóes cliiatro iniii~stros tle estado Iloiioraiio os srs. .li1110 Vi- Ilieiia, Mai-iniio dc Car.vallio, Eduardo V~laya e Feri eii 3 do AlxinraI

Foi, portaiito, o pnreccr driiii:~ grande ~)rtrcela das classes Iaboriosns e das pei-soiialidades dii.1- gentes cliic 11" Oi\.er:~111 tlirvicln e111 co~~de i i a r o sisteiiia empii iço de 601 eriiar coloiiias.

A vot~icào do congresso coIoiiial foi niiidn ratificado iio coiigresso iiacioiial deste niiiio, de 1910, lios scgiiii~tes lei'iiios: «Urge descentrnlisnr :i ncliiriiiisti.;icào iiltinriini~iiin, daiido a catla co- 1oiii:i iiiiia :iutoiioiiiia coiiil)ativel coiii o tliaior

o u menor arali do sei1 deseii\~ol\~ii~ieiito ecoiio- inico e social.))

Mas-parece iiicrivel'-apesar d e tudo, e devi- do ii iiiercia cle quem iiào teve coragem para i-oiii- per coni fornialismos estei-eis, polico se tein ava~i- qado no deserivoluiiiiento dessas colociias, pela aplicação de pl-incipios qiie coiisti t ueni a asyirn- qào sincera da iiossa epoca detnocralica.

E as coloiiins 1150 tOni ellas reclanlado ? I:oiii relaçfio a Aiigola essa i eclamaqão teiii vtiido n fazer-se coiista~itei~ieiite, de teiiil)os a esta pai ir. As outras coIoiiias, especialliieiiie a Iiidia, (::I- bo-Verde e ?bIo~anibic~~ie Iiitaiii coiii galliardia por seinelhaiite tiesidera tu i i i , reiiiiiiido-se eiii :is- sernltleias, eiii grupos, eiii colectividades cieteriiii- nadas pela asj,rrticáo ardente de retleiiyão.

Angola Irita vafoi osainelite pela aiitoiio~i~ia e pode afiriiiar-se qiie iiáo Iin c\ivergeiicia neste poiito entre as suas ~iidividuaIidades conscieiiteh e ativas. No relatorio cIli Associacào (:olilercial de T,oai~da, de 1883, li1 aparece bem aceii- tuada esta aspiracão, iio iiiaiiifesto ao pai% de 1902; no follieto L)escc~~lt'alr,str~tTo tr t l i~ i rnrs f~*cr- fiuct de Angoltr, da tiraiide I:oiiiissáo de Loaiido; iio riiariifesto ao Paix e ;:i Socieciade tie (;eogl+rifia iiititulado Os corilr-ritos tlos sc~.r~rccies rm ;Lr~gol(i , ~iotitro folheto j~ublicado eiii I,~sl)oa pelos iiego- ciaiites e agricultores aiigoleiises, eiii 1904, sol, o tiiulo Eni t i~f izr i ( I P Art~jolrt, lia resposta d:ida ao goverlio so1,i.e o regiiileii 1,2111 tal da pi+o~~iiiçia, e111 1903, na oi-ieiitaçào ui~ai~iiiie cla siia iiripreiisa, lias reiinzóes sol) o reqiiieii do alcool iealrsad:is e111 Loa~ida, tlesde 100,), eiii todas se iiiaiiifest:~ o espirito autononiista Ali. qiie lia poiico ieinpo

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se coiistitiiiu eiii 1,oaiitla urn greiiiio autoiiolnista, por proposta do conceituado comerciaiite Gabric.1 de Oli~eira, corilo represeiitaiite diinin poderosa orgn~iisaciio sssociati\~a da capital de Angola e qiie coiitn coiii 1-aliosissirrios elemeiitos activos na provii~cia. N:i eleiqáo de deputados aparecem, 110s vues, listas com esta simples p a l a v r a nufo- ~ ~ o r l i i t r , eaprlriiliido essa fervorosa asliii.aç5o.

Mas .]h yei-aiite os ~ o d e r e s oficiáes cie Aligola fo'ol lev8do o clniiior iiis~steiite deste grande e forniidavel ariceio.

E111 l!)Oli um gi upo de socios da Associaqãcr Coti~ercial de 1,oaritia reqiiei eir ri coii\rocaq50 duiiia asseiii1)lein geral para votar uiiin i-epi e seiitação, afilii de que a .Jiiiita gera1 de proviriçia i*eiiiiisse regril:ii~iieiite todos os aiios, ioino 6 lei. O i-ecperinieiito era o segiiiiite : «111."'" e Fx. '~"~ A.

Si-. Presidente da Associaqiio Coiiiercial de LAoaii- tia - Os siilatni-ros, iiieiiil,i.os desta AssociaqRo, usando da faculdade qiie o n." 2 d o art 10.' dos respetrvos esta tiitos Ilies confere, veiii reqite- i-er n e\.' ~ L I W I O S tei-1x10s do art. (i." da iiies- 111a lei estatiiii~te, e çoiii dispeiisa do aiiiiiicio iio Holrtrrli Oficrtrl, se digne coiivocar a Asseiiil)Ieia geral, para Ilie sei preseiitc. e siilinietido B sua al~eciaqiio, disciissào e ~ o t o , tiiii projeto de re- l>reseritn~ãu a dirigir ao eh.'l10 goveriiador da ~ ~ ~ O Y I I W I ; ~ , encaibeccildo e solicitancio a reunião tia duiita geral, ciijo fuiic toiiaii~eiito tão iiecessa- I io se toi ii:t i1 vida ecoiiomics destii coloiijii, 011-

de :i fiinq5o coiiiercinl, eserceiiclo ~ii-iiliacial lo- grir entre as (liversas ailvidndes ~ii.omotol.;ts tla riqueza pul~ltcn, e corisequeiiteniente a mais di- i-etaiiiente iiiteressada na cieserivoltrira e pi.0- gressos cle que é suscetivel esta vasta e rica pro- \ I11Cln.

Eslào os sinu1ai.ios deiitro do espirlto que

p ~ ' e ~ > d ~ u a constitlii~fio riesta A S S O ~ I ~ , - ~ ~ , e tão rliiranieiite eiiiiiiciado 110 art. 3.. do sua lei gaiirca, po~'cpaiifo se Irata tla i etirii50 cle i1111,i Assei~il~lein geral, cbanisda iio ernl~eiilio de trn- Ler ,i vitla tiiii dos corpos adiiiiiiisti.ati\~os des:ri proviiici:i, e c ~ ~ j o exerciclo lia-de, iiidubita~e1- iiierite, coiicoi*ier ],ara a gcriiliiiacaci e deseii- vo1viniei-i to de lar-gos iiilei-esses dire ta i~~en te li- g.ados ii vida coi~iercinl, siias iiecessirlndes e fiiis, I [ido obrigaclo ú cs isteirci:i desta coleti\r~.i<lade, qiie por seri flir iio se aclia destiiiada a coiitril~uir para as prosperidades de cada uin dos nssuci:~dos.

Nestes teriiios, e para os efeitos do exposto (11113 mais deseiivol~idaii~eiitc cxplaiiarào pcraii- le a Assei~ibleia, espcrani que \ r cx." (tefira.

I,oaiid;i 26 de Outuk)~ o de l!)O(i. I< ,1.Icu.qz~c.s íZl hel /,o, Sehtrstlfio .To.FQ I h ~ i i c r s ,

Jofio M m ia V(r1ncln.s P r ~ t o , Juliciu ~1forlieil.o TOI- rcJ.s; Edrrccrdo Osorto. Ar~foriio Cofi.ein de Alnrci- dn, Jos4 A ~ t r i i i c s I;c'r~.prr'«, M Goiit n1uc.s Prilhci- res, Jonpri~it H (i(> AMI~(III(I(I

Efecllvnilieiite eiii 12 tie iioveiiibro de 1 !)O6 reiiiiiu a nssenlhleis -era1 i\ ~ a s t n sala ciaqiiela iniportaiite agreiiiiaq:io estava co~iil~letaiiieiite cheia, e depois de vniios discursos, eni qiie se aceritiiav:i n ~iecessidade d~iiila aiitoiiornia 1x0- viiicial, ficou assenle que o pedirlo para convo- car a jiiiita geral só represe~ita\~a a oi~ediericia n tinia formalidade legal, porque a aspiracão ardeii- te ciaqiiela asseiiibleia seria a aatoiioiiiia de Ali-

gola. A representaçrio votada rinaiiiiiiaiileiite, es-

crita pelo autor deste livro, era a seguinte : (lIll.''l" e Ex."[' Sr. Governador Geral da Pro-

vli-icia de Angola. A iaoderiia teiideiicia de des- cen t ralisaqão das coloi~ias, coi~iuiimen te segirida por todas as riações coloniaes, teni tido, apeiins, urila lanietitavel esceçiio em Portiigal.

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«NGo iios coinpete fazer, neste clocuiilento, tinia J a r p exposiqiio das iar ias ftirmas de go- verno coloiiial 1)emais sabe V. Ex, que a liigla- terra adota o uliico sistema coriipativel com os iiiteresses das colonias e da inetropole e que, 1150 obedecendo a uni tipo exclusivo, teiii, to- davia, fundaiiieritalinelite, como pr i i ic i~io su- premo, eiii que assenta a gerericta das suas pos- sessòes aziaticas, afr icanas, aniericanas e ocea- rircas, a autoiioniia, inodulando, l~rudenterneiite, todas as suas ex l~ressões iiistitucionaes por uni gr;iiicl e respeito pelas r egrilins locaes, ei-itregando 30s ~liinistros, aos parlaiiieritos e as varias orga- iiisacoes tias coloiiias, a ;idiiiiiiistraqão excliisiva ilos seus riegoçios pul)liços, e111 1i;iri11oiiia sempre ioiii as vai ~edades ocasioiiaes tle oportuiiidade.

clL<sla ))ela orieiitaq50, que deveria ser segur- d a por todas as iiaqóes coloiiiaes, que iio grande exeiliplo desta ii:icroiialidarie inodelo, deverrarn iiispirar se pai-a dar iis siias ~010iiias a necessana liherdade de ac.iio, faz com qiie os governos de T,oritl[cs pouc.o teiiliaiil que intervir na gereiicra das suas ~)ossessóes, diiidiiido o tra1,allio gover- i1a t l~o pelos cid:idiios que, ftjra da iiietropole, tr;il3nliiaiii pelo seu ei-igraiideciiiieiito e pela rea- lisni.ào, t a l v e ~ uI01)1ca, da niaior Inglaterra im- perialista

(<A Iiiglaterra realisa assiiii Liina obra Iiiriiia i i i lar- ia e irifliic i10 deseiivol\~irneiito da civilisa- çào, siiaveiiietite, pacificaiiiente, sem ter que su- fo'ociir - coiilo n Hespai-ili:i, por- varias vezes, e seiiipre saiiguiiiaria iiiais iiiutilliieiite - as graii- des as j~raqõcs de progresso das terras suas de- ~ieiidentes.

((No C:itiadit, apesar cie graiicle parte cla sua po1)iilaqào a priiiciyio Iiostil, coiisegliiii iiiiia pa- cificaçiio dtirado~ira, e liojc iieiiliiiiii ciescendente dos aiitigos colorios pe i i~a em levantar-se a favor

(1:i Frnil~Ll, 111il;i Vez c/iie a nictro]lole Il1cs ga;iralite ailip]aliie~ite, nielllor [Iue qiialqiier oiitra polen- cia, as siias re alias civicas. f. <Na Aiistra ia corisegue realrsar esta aliarelite aiioiiinIia social : iiiiia repiildica ferierativa sob os auspicios d~i ina rnoilai*qaia liberal.

({No Cabo, apesar do fermento aliti-inglês, a l->opulaqão inaiitem-se cailiia, sereiin, tr atalido, sem impensadas iiitei-veiiqões da ii~ctrople, dos seus iiegocios interiios e Iic~iiidando-os duma iuniieira t8o sensata qiie causa ndniiraqão aos ~ x o ~ w i o s estadistas europeiis

{(No Natal, co i~ i pequena excliisiio duiii assuii- to ~ntei'no, os seus rilinistt'os e o seu ]>al.lanieiito i-esolveni o qiie jtilgam iiiais coiireiiieiite aos 111-

teresses da sua ter ra , e se iio 'irnnsvaal, lia cer- ias restrições politicas, deve-se, setii duvida, esperar qiie dac/iii n algiiiis aiilios, iiriifoi-ii~isado coiii o ti110 adiniilistrativo dn Afiica do siil, ve- ii1i:i a formar, coiii as oiltras cololiias britaiiiças, e coiii a possivel ~ d e s ã o de Lour-eiiço Marques, a grande coiifedernqão d a Airica austral, ii-iolda- d:i iias condiqoes ii~esologicas dos te!-iitoi.ios di- veisos e das \.arras popiilacóes e climas.

«E' asslm que a IiigIaterra procede, cola1,o- raiitlo, coiit as coloriias, para o piogresso tio ~i iundo seni llies ferir as suscetibilrdades, criaiido iiidividualidades riacioiiaes auto~ioiiias, inlp-i- ~ni i ido a sua obra politica um tão siiiipatiço cii- riho de toleralicia - mais qLie dc toler:~iicia de IlJ~erdade - que lia-de registar lia h js t~ i ' ia unl belo eaenlplo r1101 a), (iiparte a~g l l l i l a~ 11lnnclias coni que of~iscou o seti passado) pois, ali: nas co- 1 0 ~ ~ 1 3 ~ de meiior iinpol.taizciei n 0rienta@0 auto- iioliiista se afirma

<<Se da 1llglatei.i.a pc!wu-nios h F r ~ l l c a , al>esar dos seus processos de goveriio colonial ligo se- 1.eriI dos mais sa tisfa torios, lia Argelia o eleilie~ito

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çoloiiis~idor iiidigeiin tem larga sel)i.eseiitayfio iio coiiselho superior govcriia tivo, e,

embola itlio jiossiia uni miiilsleiio coi~stiiiiido, o seu govei-iiador, coiii lni-giiesa de 1riiciati:-a, teri1 dado iios ulti~iioç aiiiios util tiío grande de- sei ivolvin~e~~to h siin agriciilturn e ao seu coiirer- çio yiie 6 apontado coino iim e~ccleilte exeiiil)lo tIe patsiotisriio, e j)eI:i 1:ititude de aqáo qiie jli Iioje I)ossue, f:11 á ciacji~ela gi ande possessâo i1111

especiiiieii bi-i1li:in te de coloiiia i~iix ta. ~Aiiida lia pOitG0 cste distiiito foncioiiario,

:il~'cseiitnriilo ás tlelegaçùes fii-iaiiceii-as d:i .\r- gelia o seti vaslo 11l:itio adriiiiiiçtrati\~o, esp~iiilia as iefol,~iias que desejava Ie la r a cabo c dizia: "Nào tia logai. neste i-ecirito para lulas violentas de politiça, iiias os iiiriis coiilple\os proldeii~as cie coloiiisac,.ào, R geieiicia delicada e ordeii:icIa dos 1)rogressos duiii p o ~ o i ~ a w ~ d o , lioiitcirl riias j;i wgoi oso clieiu de ariibiqòes e de espeiaiicas, o ciirii1~r11iieiito tle rirliti obra rniiiieiiteiileiile, (-ívi1is:il-fora c frnilrèsa solicitai.il as luzes da vossa c~perieiicizi e da vossa ra75o 11 1; expoz tlepois nos delegados fiiiniiçeiros, um 150 vasto, 111-ii t5r, scieiitifico e Láo liiiinaiio plaiio de refoi mas, q u e i150 i2 extigel-u :ifil-i-i~:irrnos que a Ai-gelin seiqk, em po i~cosaa l i~ i~s , 11111 iiiotlclo lii illlaatc de co- lonisaç5o ~ ~ i o d e i lia

({I'iir face daqiiele docuiiieiito, cliie foi acla- iiiado por toda ;i iii1preiis:I fraitcesa e crrr-o~iei:i, podc-se aiiriiiar que sáo siiiiples 1)alI~iici:iqões iiifaritis :is :il)aptlas, iiicei-ias e tacaiilias iiiedr- das, nciotad:is aiites, dei,ivadas cio poder ceiili n l de Parrs ; n5o porqiie os iniiirsli.os qiie as pi-cs- çi-evi;liil i150 fosse111 Iionieiis eiiiiiieiltes, cal~aci- dades gover t i a t~~as de priineisa orcieiii, inns poib- que o ~)riiicipio fi~iiiidniiieiitalmente cenlrnlista x qiie ol)edeciaii~ llies d:iv;i unia aceiilundo ciiiilio de riiediocridatle.

((E~II Midagascai-, lia Afi-ica ocidental, na Iiido-Chiii:i, na Mariiiiica, einfiin, em torias t is coIoliías, a F'ranya vae r i1 troduziiido sucessivas reformas desceiitralistas, e, reinediaiido erros, lia de entrar, tudo o ~ ~ i d i c a , iin c;iiiiinlio diiiiio reforma adtiiiiiistrativa coloriiaI, iio setitido dti aiikoiiomia, e havenios de ver a grande naqfiíi gaulesa seguir o valioso speciiileii britariico.

ai'oderiatlios, 1<s.'"" Sr. Goveriiador (ieral, :iponinr oiilros exei-ilplos da Holaiida, da Ale- iiiaiilia, dos Eslados Iriiidos, etc Mas os dois exelitplos iiidicados sl?o eloqueiites e fr~zaiii riilin orieii1ac;ão que coiivem adotar eiii Aiigola, ohs- taiido a iiiiia ceiitralisaç50, cor11 que os gover- iios iiietro~~olitarios, seitlaiu os primeiros a Iir- crnr, Iioscjue evitai-iani os desgostos siicessivos e desoladores de verem os selis mais deciicados esforqos esterilisacIos ior iiisucessos coiistaiites das iiiedidas que liiaii d am aplicar, iio iiituito pa- triotlco, liias, riifelizirieiite, irnproficuo, e atib 111 e- -ludicial, de dar expansao {i iiossa vida econo- iiiicti, fiiiaiiceira, iiitelectual, moral, politica e iiiutei-ial. Mas ritis iião queieiiios abusar da 11e- i~evoIeiicia de V . Ex." iieiii o nosso firn e acoii- selliai- oii iild~cai., a trayos geraes, iiiiia reformii :itIriiiiiistrativa iios porinenoi-es, porque a iiossa iiifeiição, agora, 6 solicitarnios de V E;\." a coii- ~ ~ o c a ç ã o da .lulita Geral da proviilcla, i eiiiode- 1nd:i pela poderosa i~iiciatira de Rebelo da Sjlv:i, que t:io beni compreendeu o sentir, as esperaii- cas e as necessidades das colon~as, coiifer~iiclo n Àngola urna certa, e pala o seu ienipo, aprecia- vel desceiitralisação, o qiie o Ex "'O Si-. ii?iiljsti-o

riia: jlllia e ultraiilar, aiiimado 63 e ~ c e l e ~ ~ t e boa-vontade que o inspira, hade coritiiiiiai' e com- plclar coitio o f a ~ crer a siia pai-talia de 30 seteiiibro de 1904.

c<Ngo e , ~ O J I ~ O J:" fizeillos seiitir, iiicoiitesta-

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veliiiciite, al>i>s 36 aiiiios de Iirogressos coloniaes, ap6s os lorriiidaveis exeinplos de aiiiplas formas goveirialivas das coloiiiii~, iiiiia oignliisaçNo qiie 110s satistaça coinpletarneiite. Mas C lei e, soùre- tirdo, afii8ma, coiiio corifessa iio relatorlo qtie A procede, o ~iiinistro que a iefereiidoii, o nunca ol\rjtlado e seinpi-e glorioso 1iel)elo da Srlvti, o I-ecoiihec~iiieiito da rnaioritlade das colo~iias c iinia fhriiia de aprendizado: A .Junta geral clki ~ ) ro \~ j i~c ia pode, c ~ i ~ a n d o orielitada pelo 1)oili seli- so, pela Iioiiestitiacic cle cai.acter de seris ineiii- III'OS, cola~~orai ido C O I ~ ~ O goi7e1-110 geral, excicer iiinn I~ei-lefica açno coloiiisadora e, ale certo pari- to, despe1 tar eiii Angola energias latentes, fomeri- lar iiovas iniciat~~lns e, no atill,~to da sua ayão deliberativa, eíectiiar grandes Ilrogressos e diiib grande eaparisao innterial, e se 11ão pode i-erili- .;ar desde jii as aspiraqóes ds coloizin, toiitas re- zcs reclaiiiadas, pode, deve, ha-cie satist:~zei, eiii lmrte, :IS leg~lit1i:1s e liati-ioiicas asliirar8ei tios cidadàos qiie ch tral)alltaiii j~clo 1)eiil da pnfi ia, pela sua sentimeiital icIeiitificay50 c0113 as iiof)res espei.:iiiCaa desta terra qiie coiistitiie Liiiia legitr- iii:i gloi.ia da coloiiisayão liaciona1

cct*:sta riossn solicita~:io, I I : S . ~ " ~ Siir , e taiilo iiiais nteii t l i~~el cliiaiito t; certo qiie, apezai. tIe aliolitlas ii:i iiietropole as juiitas gei-aes de dis- trito, os go~ei-tios as têin iiianticlo, iiiiwio sensa- ta1 ileiile, lias ilhas ndlncentes, que s5o regiiliir- iiieille coiivocadas Iodos os aiiiios, daiido aos 110 VOS que \riveiil esl>alli:idos pelo oceano rima legilima satishqão moral.

aE se esta prerognti~n sulisiste, de facto, na- cluelas terras iiisiilares e iia Iiidiu, e se iiiniileiii de direito Iia yroviiicia de Aiigola, C poi que os poderes cenfraes reconlieceli~ tinia iiecessiti:itle de íiiterveiiqfio, eiiil>or.a tlevidameii te i-egiil:tda, das popiiIaqòes das illias c da coloriia, na sua

jti coiiiple\n \,ida adniii~isti-ativa c polil~ca. ,, I: eoiicliiia desta foi-i~ia

ciEu."1° Siir. (rovei.nador Ger a1 du 1'1.ot-iiicin de AiigoIa: Creizios cIue o i i iu~to :ii~~oi. qtre I'. E\.? dedica ;i esta coloiiia, oiide passou a inaiol- ~ i a i ~ t e da sua vida oficial, olide crioti relacceç e dei\oa iiuinei.osrssiiiios aniigos, insyii.;ir.A \'. Ea." a atender ú iiossn justa rel~reseiitaqão, para ;i e\ecuç5o aliciada diiii1 diplori~n cliie náo foi nljo- lido lia parte clue tratanios, e por isso teiiios a niais segrira espersança de qlie V. 1 < ~ . ~ , s;tfisla- ~ e n d o R voi~t:lde tia graiirle parte oii iilesnio d:i totalidade dos cidndãos coiiscieiites de AiigoIa, coiivocarA a Jiiiita geral da ~ ~ r o v i n c ~ n , ein Iinr- iiionia coiii o i i ." 2 do artigo 224 O do (:odigo Admiiiistratlvo de 1842, eili vigor no iiltraiiiai- c :iplrcaveI, segiiiido o artigo 38." do decreto, coni lorça de ler de 1 de dezei~it~ro de 1869.

l.oai~da 12 iiovenihi o de 1!103. Eis, pois, expressa iiesta reyseseiitaqào, ; E

voiitade cln proviiicia para :t sria a~itoi~oiiii:~. I:' preciso iiotar-se qiie esta repi-eseiit:iqào delfei.ia afiriiiar uiiia gi-aiide cosreiite iiiesiiio eni l ini 1110-

nia coiii os iiiicleos dos coloi~os esl~alliados Iioi- Aligok3. , ,.

lii11i:i o autor deste livro coml~iiiado coiii o distiiito joriinlista Vieii-:i Correia, eiilC5o eili Mos- samedes, presidirido i'i cnmara i~iuiiicil~nl e dii i- fiiiido iiiii ,joinal, O Coi.~.eio t i e Mo.sirii~ieti~s, r roiii yarlos elerneiitoç dis1)ersos pela ~ ~ i o v i n c i a iiitis

iiif'luiiido nas instituiqòes Iocaes, um gr:iiidc iiia-

vinieiito eili lodo aquele estado afiiii de iiiteressni- todos as iiossos coiicidadàos iiesie grniide ti :i-

t),illio civico Vreira Correia ftilori eni Moss:iiiieíles coin o

ciitGo gove~.natloi. de Aiigola, o sr.. Rariiatl:t Crii - to, o qual concordoii eiil parte coiii a sollicão. V 1eii-n Cai rein acentuava, pori.li1, (llie acl"el:i

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op111150 liiiío eiq:i a])eiins sua, ilias era oriiind:i cle IAoaiicln oilde o corpo coiiiercial proiiioviti um iiioviiiieiito geral a fa\ror da coiivocaqáo d:l ,Jiiii~:i e d:i a~itoiioiiira de Aiigoln.

(;liegatio a I,oz\iicia o governadoi. laloii coiii o \ ice-presideiite da Assocln~iio Coii~crcial, eiii esc] cicio, e declsi 011-llie r p c iimn grande reforma se ia i ealisar na orgaiiisaq60 adiiiiiiistrati~~a (121

1)i ov~iicin Mais tili-de ao propi-io ])residente, cpie I i a ~ i a i.egressado rio reino, I l ~ e fizera :i inesmn 01)servaqão e a i i i i i i i coiivitlaiido-iile 1)ei.a ir no palacio contei-eiiciar coiii clle, iiic infoi.tiioii da coiivei.sa que teve eni Jlossnii~edcs coiii Yiei- rn Corleia, (cjue eli jh çoiiliecia por ç:\rta) e iiie disse que a retoi-iiia que yiopozesse para IAS- hoa e1.a suticieiitenieiite aiiipla, e c~s~espoi ider ia as iiossas uspiraqòes iiiais a~aiigad:is.

(;oi~\-eiii cli~ei. que rliiwiido iiiforinei os nieiis :iiiiigosd:i coiii'ei-eiicia coni o goveriiador, elles 1150 ficai-ai11 n i ~ i i to confi:idos iia siia ~);da~i.ri. Não se1 porque iiiotrvo o sr I<aiiiada (:iii*to iiiilia eiii Aiigola iiiiia coriqeiite t~astaiite desfavo- ravcl rilirii~aiido iiliiitos qiie elle to~ i i a \~a coiiipro- riiissos qiie tlepois 1130 s:iiisfa~ia. Seja coiiio for, o que i. ~ e r d a d e 6 que a refosina iião 401 publica- tia, duraiite o ieiiipo (pie o iiiesiiio cavnllieiro foi go\~el'iindoi., iieiii iieiifiii~iia colectividade foi coiisul 1,id:i soliiqe o assiiii to. Pareceria legi liiiio que coiihcceiicio o si-. llai~inda (:iii.lo o ~iiovi- iiieii to tlti Associ:lqiio (:oiilercial, sul,ei~do qiie todas ;is cnmar:is iiiiiiiicil~aes de Ailgula o npola- vain, corii todo o elltusiasiiio, e r ~ u e :is agqeiiii:i- qòes 1150 sti de I.oaiida, iiins de toda a proviii- cia o patmucinavaiii, pareceria legitiriio digo, que totlos fosseii~ iiiforinados da Imse da i.eforiii:i proposta liaiti que lealineiite d:~reiii o seu pnre- cer. Niio sucedeu, poi.&ii~, assirii e eii por vezes ouvi rcferrnci:is 1)nst:iiites desagrnc1;iveis ao go-

vei.iiador e, coi i~o afii iiiav:i y iie o si-, Raiiiatl:i Ciirto lios ausiliariti, fui nciisado tle deiiiasiad:i- iiieiite desconliecedoi (10s Ii:ibitos do iiiesii-io fiiii-

cioliaialo que trrdo pi-oineti:~, dizl:lii~-me, p:iia :I tlido faltar.

O que kcerto 6 que o nioviii~eiito falholi ness:i ocasiao, e c.onl a retirada do si.. Kaii iad~ irto to ])ara Lisboa, pela queda do goveriio progress~s- ta, teve de recoiiieqas u i i o ~ o tinbnllio de ])i-o- pagrtiida. Sei que, pela iiilciativa de valiosos ele- i-rieiitos de Loa~icia, forteineiite apoiados eni totia R proviiicin, se fuiidou iim in-iport:iiite ceiitro autoiioiiiisia que Iiadc pi-oseg~iii. lia i ea- lisaqào do seu grniide ideal.

v . l oclo o ineu empeiilio, dui-aiitc a ~iliiilia I-esi- deiicia eai Loaiida coilvergi~i para a propagaud:~ a favor desta Soriiiiila actiiiiiiistrativa. hlotivos iiitiinos, e graves dociicas de 1)essoas iniiilo í~iieridas, iorqriraiii-iiie a abaiitioiiai. a te1.i.n eiii ~ U C tencionava passar toda a iiiiiilin vida. filas, coiiio digo, o trabalho de pi opagniidn, maiitciii-se e oxalri que jririlais ali-oiixe.

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Planos de sistemas admrnist~ativos coloniaes.-Os planos generic0s.- Os que se referem especialmente a Angola. - Os distritos e a sua organfsaç8o. - O exclustvlsmo militarista. - Algumas varian - tes. - O que dever8 ser o plano desta região. - - 4 Co~~fc( lc i cftrio rir 411(lol(r - Como deveria ser a autotiomia. - O congresso provin- oal.-Objecqões contra a sua autonornra.-- Cansideraqóes geraes.

Sal~e-se, pois, pe1:is pagiiias aliteriores clue o sisteiiia ceiitrnlista e coiideiiado, eiii absoluto, pela tioiiti.iiia scieiitilica diinia sociologia rncio- ~ i r i l , pela orieiitaq5o dos partidos yoliticos por- tiigiièses, aiites da rel~uhlica, pelos elementos ativus das colotii;ts e pelos s e w p~-ol)rios gover- iindores e, ali., por quem v& iiela, praticaii~eiite, ~ i i n desl~eiieficio, lia metropole e teorirnineiite iii-ii beircfic~o lias depeildeiicias coloiiiaes.

Desta iiiiiforiiiidade de peiisar qiiaiiio a ceii- Iralisaqào de poder.es iiasceu, iiatiiraliueiite, iiiiin sei-le de estiidos, propriniiieiite orgaiiicos, eiii cl~ie os seiis autores 1)aseiam os setis sistei~xis desceiitralistas. Aqiií e que conieca, a heiii ci i - ~ e i - , n direi-gencin e todos os que tenho çòiisiil- tado npreseritaiii iiiiin ciisformidnde de peiisai. ípie C coiiveiiieiite coiiliecer para cjlie, deste coii- juiito iie douti.iiias, ou por oiitra, desta xrarieda- tle de pl:iiios, resalte uina opiilião concreta e {isseii te.

1'i.ecisanios falar coiil clareza e fraiicaiiieiite, Não hn iindn qiie eii ii-iais deplore que o sei.\ i-

lisiiio iiitelectual e einbora eii terili:i por todos os au toi-es cios var-10s ~ilaiios qiie coiilieqo ;i coii- sideracào e o resj~eito que se deve a rliiein tra- 1,allta Iioiiestaiiieii te, e Iioiieslanieiite apr-esentn o seu parecer, sei11 aiiil~ages, rerI1icii.o laiiil~eni para alii11, aliesai- da aiiiisacie coi~i qrie iile 11oi11 o, de algiiiis, de disciitii., apreciar c expor o cliie ,lt~lgar coiiveiiieiite para a soliiç5o do iiiilioi taiitr' l ~ o b l e ~ i i a eiii del~ate.

Niio coiicordo eiii a1)solrito coiii iieiiliiiin tios 11ltiiios até agora eslioç:ic.los, dc que tive iiolicia. 'I'eiilio tainbeii-i :i certeza qiie iiào será o iiieii inescluililio Iioilie, iiciii o descoloritio cio iiieii pobre estilo, qiie fnrRo desviar ri oileiitac5o :i íluein ; i ~ ó s 11111 1ong.o estudo do prol)leiiia, siiite- tisoii, eiii foi-mula sua, o priiicil)io a~lniiiiistrati\ n em cpe se julga conçegurr o tipo gove~ iiatix70 das coloiiias portiig~tGsas

Reliitivnn~ente a este assiiiilo ha a aknrler a duas c~iciiiistaiicias. Exrstciii esttidos (te planos adiiiiriistrntivos que põeiii o p ro l~ le i~ i :~ geriel-icn- nieiite, isto e, que a~)reseii ta111 pi incipios ger:it.s, para a aylicaqáo a todas as coloiiias, c lia pia- nos especiaes adaptados a Aiigota I: digo Ali-

gola, e iião a oiitra provincia, pois :\ elIa-se refere o pi-eseli te traballio, porrliie tai111)ein poderia 111-

(licai. os qiic dizeiii respeito n outras coloiii~ls. Os estiidos geiliericos são prliicil>aliiiei\te c\-

posqóes teoiicas que devei-iai-ii ser icgtilaincii- iad:is q~iarido se nl~licassem a crida iiina das co- loiiias e111 especial. I)o~ii~iiailrlo todos ha u t i l i - 1)allio de Ediiardo Costa, depors ein os dos srs. .!ulio de Villieiia, Srlva ' fe les , Rodrigires Braga,

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Eriiesio de Vilhena, Mal-naco de Soiisa, Riii Eiies I!lrich e Fex.riando da Silva e , resiiinida- iiieiite, o d o sr. Azevedo Coutiiilio. Sáo estes os ~)sinci])aes, de que lenlio coiiliecimento.

Especialineiite referentes a Angola coi~lieio o traballio de C:al)ral filoricada, Eduardo Costa, Esiiesto de VasconceIlos, Ramadti Curto, Paiva Coiiceiro e, ultiiiiaiiieiite, Glves Roçadas. Des- coiilieco o plario apresentado pela comissão 110- iiieada pelo sr. Azevedo Coutinbo, a cliie nie refiro eril oiitra parte deste livro, e que foi JA dissol\rida pelo goveri-io republicaiio.

Não coniem alargar muito este \roluiiie, do contrario critraria iiiimn aiialise ou, por outra, nuiiia cxl)osiqào dos iar ios planos genericos. Sáo todos olbra de largo alcaiice, de inuiio valor scieiiti1ico.Neiii outra coisa era de esperar dos iio- iiles que os ~ h s c r e v e i n , publicistas laiireados, professoi~es de $1-aiide meri to e ft~~icioiiarios de rel)ulaqBo. Ndo esl~ecialisarei nenliuin. Se esle livreco li50 fosse restrito a Angola e, por ella, rielle, 1150 tivesse especialmeiite de qiiebrar laii- ças, seria c~ii loso o estudo desses vai'ios esboços, onde ]>alpita a alicia de alcaiiçar nieior viialida- de para todas as cololiias, rornpeiido os d o s qiie llies p r e i ~ d e ~ ~ l OS ~iio\riii~ellfos

Apeiins coiisigiio aqui a olxa já de si valio- sa, pelo iiiiiiiero e pela ilualidade, que marcari, sem duvida, uiil impoitai-ite logat. lia I~ibliogra- fia colonial portiigiiêsa, náo como ~iiiia descri- c50 crua e esteril de riqiiezas estaticas irivalori- sadas, iiias cotiio uiii niiceio ai-de~ite duiii pro- gredior iiiteiiso, parri iiiiia iio\.s epuca coloiiisn- dara , fertil eiii resultados.

Eiitrenicis, pai. isso, lia siia exl)lnnqâo siiciii- f3 e siiitetica

0 s ti.;tl)nllios (pie i~idiqiiei co~ii 1 elliqno A"- gola peSt~iiCe1ii Lodos a seus er-govei.lia<lol e+., ex- ckfo ilnl, O do si.. Ei+iiesto de \';iscoiir~Ios, clue, toclavia, apeiias se refere :io nriiiiei-o de clistritos q u e deveria ~ J O ~ I I I ~ a proviticia iiáo eiiti.:iiido eiii iiiiiiiiclencias de teciiicn adiriiiiislratiua (:o1110 6 sabido a ntual oi.gniiiwq;io de Aiigo1:i c' ii aegi~iii- te : VIII:~ pi.o\.iiicia divid1d:t em seis tiistritos coiii os iiaiiies de (:origo ; (capital (:aliiiiria), I.oaiida, ( c n p . ti cid:itIc do iiiesiilo iioiiir) , I ,iiiida, (c:ipl- tal legal (:apeilcla C,aniiileiiib:i, iiias tle f:tc.to eni Malrii~ge) ; IIeiigirela, (capit:il S. Filipe cle IIeli- gucln) Mossninecies capital do niesiiio Iioinr, e, iiiinlnieiitc, iiltiiiio oiganisado, Hrriln, leiitlo co- iiio c a j ~ ~ t a l Idlil>aiigo Isto e saliido de toda a gente, irias (1~117: deixar aclui o clcnco tla atual rirgaiiisa~.30 para, parlilido-se della jbara o estii- (10 e riiellioi coiiipsectisiío cfos p1:iiios iiic1ic:idos. 1,ogo se iiotn, de rclai~ce, que ]):ira i i i ~ ~ a p1,o~iii- tia da eateiisào de 41igoI:i os tlistritos tle~rcsáo ser eiiotiiies. O distrito de Ileiigueln C iirieiiso, o iiiaioi. de todos, iiido do Atlaiitico :i froiiteri-a leste, coiitiriuaiiieiite, teiido e111 SI yniias confoi- iiiac6es geogralicameiite diferentes, a1 ti t~itles, tlas niais Iiaixas As innis elevadas da ploviiicia, varra- das ciiltiiras, coilseguiiiteiiieiite, e raqas iiiiirto diversas. O iiiesnio siicedia coiii I.oaiitla, niites da oi.gaiiisaçào dos iituaes distritos do Congo, resiiltaiite da eoiifereiicla de 13erlim e Luiida, depois do coiilieciriieii to da região vaslissima do Mtiataiaiivo, yisincipallileiite pelo falecido geiie- ia1 Heiiriclue de Carvnllio, a vitiliia da sua inge- iiua boa-fk, que o perdeu. Loaiida era, coilio se sabe, a tesla dessa Iilieilss regiáo, diiinm coiifii- são e ~ t r e i n a e multo inaior airida qiie o atiial

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distrito de Uerigiiela. Finalii-ieiite Mossaiiiedes que ia da atiial capital do minusculo, e hoje re- diizidissiiiio, distrito do niesnio nome, até ii froii- teirri iiiuito para o leste do Cuneiie e d o Cu- bango, liriiitaiido-se com o Zamheze que fico11 reduzida a Lima orla do litoral, atk Clielzi, abraiigendo o dtstrito da Huila, toda a restante reai8o vulgarineiite, inas iiiexatapiente, corilie- ci8a coiiio ~ilonalto de Mossamedes.

Por coiiseg~iirite lia cerca de trinta anos ;iiiida Angola era dividida ein tres distritos ape- lias, inal conforriiados e iinyerfeitaiiiente coiilie- cidos, q u e eni outro hvro tentarei estiidar.

O sr. Ei i~csto de Vascoiicelos no seli livro so- ]>se as co1oiii;is c117 que a provincia deveria ser dlvidicia 110s seguiiites distritos: Cabinda, fican- (10 o eiiclave, ao norte do Zaire, constitiiiiido uiii tiisti-ito aparte; o do Congo com a capital, cim S. Salvacior, c~l)rai~getido todo o territorio, alem Zaire, e ao sul do Coiigo; Loanda, cor11 a ca- p~ta l lia capital da pi'ovriicia, teirdo coiiio limite ao iioi-te o Coiigo e ao sul o Ciiaiigo e a leste o Ciiaiigo, Novo Redonclo, cotii a capital ria po- voaciio deste tiome, Iiiiiitado ao tiorte pelo Quaii- za, ao leste pelo Cuango e ao sul por iiiria linha de vai-ios vales de rios, mas, fica limitada, iio litoral, rio Eval.

A l2uilda ficaria coin a séde onde mellior con- viesse e iiiaiiteria os atuaeç liinites legaes, Ren- triiela iria do litoral A Haiilia oii Huaiiibo e te- -. ria coxiio liiiiites norte e sul o Eval e o Carui~i- jarnl>a. O distrito do Bie, séde ein Helmonte e i-esii ito aos territorios entre Benguela, Novo Re- doiido, 1,aiidri e, ao s~i l , por iiiiia linlia que se- guiria, aproxiinadan~eiile, o y aralelo de coiiflrien- cin do Cachi e c10 Cribango.

O cIe hlossainedes leria a atual exteiisáo. O

da Huila, capital, Si1 de I3;iiideii.;i. coiii a ;ttii;i!

configiira~ão inns Iiiiiiinrl:~ a Icste pelo (:iibnilgo. O do Ciiliaogo ficatido eiitre os iIistrilvs da Hui- 1 , HiP, e as fi.01ileii.a~ iileiti5 e iiiglèsa. Eis ex- poslo suniariuiiiei~tc o esl>oyo disti.it;il qile 110s :ilxesei~ta o si . Vnscoiicelos, li50 elitraiicto lia h11:i çr~trca.

E' cOii~rellit?lite ti 111111t0 i1itcress:iiile \-er ano-

J'B 0 s ~ I R I I O S de oi'n,liiisaqUo atiiiiiiiistrali\a doi iiidividiios que, riesck l!K)O, te111 ao\reriia<lo ;i 111.0- viiicia e coiiio rllas diferiiido riii puiitos secilti- daiios, divei.giiido ein ideias ~~articliloies, se en- ~~uaclraiii, coin leves ~~;ti.iaiites, iiii:ii plaiio l i i i ~ i -

to aproximado VC-se nelas a infliiencia iiiui t o iiri~ie tliiniri opiiii5o ~~iililica que os iiorteou, teri- do, ;tlguns, coiiio Eduardo Costa, sido taiii1)eiii o Itlctindador dessa opiiii5o. coiiio J$ disse, ;il>Os a guerra coiitra o (;uiiguiil~aiia, cliie teve a grnri- íIe \-:iiita#eiii de ])atei., de cliapa, 11n iiieiile (10s iiassos oficlaes que I A coiiil)ateraiii, lodo o gi-nii- de reflexo do iiioviiiie~ito aiitonoiiiista que se opwmra, jA, lia Afi-rcn do sul, e qiie ia Ic~raiido o caiiiinlio e\~oIuttvo que haveria, iiiais tarde, ap6s a guerra aiiglo-lwer e o periodo 1incifíc:i- dor do i.eiiindo de Ed~iardo VII, de iSealisnr :i iii~idnde politica do Estiido qire lioje erilac;n, iiuina graiidc e íecuiida un~lto, ioclos os povos de origeni euroyeia ilaqiielns latitudes.

No plniio de Cabra1 Moiicacia, relalivaii~eiite au iiiimero de distritos e ri localisaciío da calii- tal lia\ria unia allerayão. Os d i s t ~ itos ficrtriaiii rc- íliizidos, deveiido desaparecer o de Mossailiedes porque n5o o julgava eili coiidiyões iiiaterines de sei. ii~aiitido, incorl)orando-se rio da Hiiila, ytie tinha sido creado rcceniemeiite, coiil a ca- p t e l rio pla~iaito, por niotivos l~oliticos, inilita-

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res e econolnlcos. O distrito tlo Congo seria al- tei-ado. O cnclave de Cahiilda ficaria constrtuiiido iiiiiii ci~~cuiiscricáo, não se1 se eiicoi-porada ndiili- nistrativaiiieiitc t i o distrilo, iiias a capital iiiii- dar-se-ia parri Saiito Aiiton~o cto Zaire, qiiasi iin

foz do rnesiilo rio, iin ilialgeiil esc~uelcla. O de 1,oaiidn inniite~*-se-1:i coiii a Iiiesiiia exlens50, iiias iii11d:ir-se-lhe-ia a sua capital p:ii*:i o iiite- i.toi, Goluiigo A1 to, pai* ex~inplo , pai a loiige eril tocto o caso, do go\,erno geral, afim deste, loca- 11sacto lia capital, iio litoral, onde Iioje se eiicoii- tra, ~nidesse estar iiiars despreociipado para se ;iteiideiq tis c~ueslòes geiaes, relativas ri p ro~incia . (4 1,iiiid;i 111:iii te1 -se-ia, tal qual esth, geografica- iiieiite, 1113s ;I capital ficaria e111 Cassaiige, Irara 1,ealisar a ocul~acáo siicessrvn do distrito. Reli- giiela, cotiio distrito, coiisci var-se-ia com a ilies- iija cxtei~são tcrrltorial, mas a caprtaI deveibia ser ti.niistèr,ldn para Cacoiida, por ser iirii ponto tfe iritersec<cio tios vai-ias c:iii~iiilios con.ierciaes c10 iiitei.ioi. E' l)oss~vel (pie coiii a ti-a,letoraia do caiiiiiilio de fer*lo tivesse de ser alterada a sua situa$ào

Era este sei11 porriieiior-es. o plano geral da estat ica drstii tal, e5lmqado por Cabrnl Rlonca- da e c111e, c01110 jh disse, exporei, iiiais detida- riieiite, ein corifi-uiito corn os restantes.

Na ordenl cio~iologica segue-se-lhe o do sr. l%ani:irln Ccirto, eii\rindo de Loaiida e ((elaboi-ado iin prvvirici:i enl ltIOT>)), coriforrne os seus pro- prios terinos, exarados 1 x 0 froiitespicio. Afirma-se que este tra1)allio E devrdo li pena do iliistre iiia- gistrado si.. illiileida I l ibe~ro, preseiiteiiiente juiz d a Relaçáo de Lisboa e yiie, ao tempo, era iiin clos j~iizes da Kelnçáo de Loaiida, vivendo iiestâ cidade envolvido iliiiila aureola de quasi veiie- i açào, pelo elci~teiilo ciilto da terra, seiido con-

lSste 111 hiilln i i ~ i i n allei,nyfio iiolnvel- A I'l'ovjilcia de Aii~oln e1.a ;iiii~iei>t:ida, ;igl.eg;ilirlo- se a de S. i'oini., ficniirto a (ieiloiillilni--ae n p r o - viiicia de Aiigola, S. l ' o i i i~ e siias <lelIeiiileli- cias~) (jlial ficava niiexo o iiliirus<.~ilo tei-i-itor de S. Joáo ]<alitista de Ajtida

Esta :iltei-aqão foi nitilto coiiiIintitl:i, ttiiito cri1

Aiigola coiiio eiii S. 'l'oiiie, ~ioi- Iiaver i1111 111ii1 elttei~dido, de ]:ido n Iiirfo.

Coiii este pl-ojeto 1i:ivei iu sele clisti-i tos os de S. Toiiii., Coligo, Galriiigo .Ilto, I,iiiii(:i, 13cii- guela, Mossanledes e (:iiilo. Aleiii (lestes Iinve- ria o coiicellio, ií ,ai te , de I,oaiidn, coiiio side do Govei-no (;era 1 , coiil os atiines liiiiiies tc4.i-r- toi-iaes. S. 'Toiiit5 ficaria sciido iiin g,rovei.rio (11s- trital, abi-aiigeiido o I'riiicilie que coiislrttii~~ia lliil c011ccll10.

O Cotigo iiiaiitei-ia n alua1 arca, poiico iiiais oii ineiios, iiias a capital \ oltaria par;\ a tt-:itLi- clonal localidncle de S. S a l \ ~ ~ d o r .

O dlstrito d o (;uliiiigo X l to licai ia coiii o rluc 1;iz hoje parte do dislri to cle I,osi~idn, iiieilos o coricellio tlcste iioine, e incliir lido-llie os coiice- Ilios cie Ca~eiigo, Ducjiie de Bi agaoca e M~i1:ili- ge, q i ~ e ficticiaiiieiite fi~zeiii \):irte do da I,itiid:i.

O da Lllnda coi~ser~ai - i :~ a exteiisão leg:rl, eiitre o (:ua11oo e O Cassa~ e a fi-oiiteira cio Coiigo jielg, no s i , ~ U r i s 1ll<l<lill-~e-11ie-~ B ~ill>ilal. j)rov~soriaii~eiite, 11a1-a Mona (~uiiiil~oiido

Weli ruela ficaria coiil os coiicel1ios do Bni- Iiiiido, $il, (:atuiiil)ele, lieiiguela, IIoiillii Gl.ai1- de, Cacolida, Qriileiigues e (;uf)aiigo. A c:il)it:il mridar-se-ia liara o Hik

Mossamedes abraligei-ia todo o atiial disll lt0 deste lionie e gi-aiide parte tlo da Iliiiila, que se- ria extinto, creatido-se O do Culto, c0111 a capi-

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tal em Rcingo Acoiiuio, ficaliclo coi~-iprec~i~clido en- tl-c os distritos il:~ I,rriid:i, Keiigirela e iiIossaiiic- rles e a fi-vilteir-u lestc. Quer dizer era uiil dis- trito perfeitaii~eilte 110 ~iikerior da provincia,

Seg~nldo a ordcril ri-oiiologrca w j a se a dis- posiqão do plano eii~riatio j~or Edu:ii-clo Costa, t i i iz '24 d c noi cinliro clc 1!)06.

O goyernt, clc Aii~~olri seria rlividido erii duas pi.o~,iiicias, ri da norte e a clo sul Ambas eslas seriiim rliv~tlidas ein 12 tlistritos civis e ~iiililares r»iii a t1eçign:~yào h'o1-f~ r Srrl ?I proviiicja do nortc [eira a siia sGdc eiii Loatida c abrangeria os clistrllos çr~is rie (:ubinda, {cap I;abind:i), t:oiigo, ( r a l ~ S:irito Aiitoi~io do Znii-e), Angola, {cal). Gol~irigli Alto ou X' Dala Saiido): e os dis- tritos 111111 t a ~ cs cle hl:ilailgr. (cal>. hlalange), Lun- da, (ç:ip. ~ ~ ~ o v i s o i - i ; ~ J.iire~iin), NOYO 13~cTotid0, (vap Novo Rccloiicto)

A yroviiicia (10 si11 terin a sua skcle iia ~lclacl? d e I:cnguel:i c nl,roiigei.i:i os distritos civis ~ I P I3eiigrrela (cri]) S. I ' i l i p ~ r l r Beiigiiclu); 1Jié (cal) I3eliiior-ite); hlossame(1es ( cnp , hlcisç:iiiietics). e os rlisii~rtos iiiilitaies ila I'laiiulto (cal, Sii tia I h n - rlcira); 1,ul)alc. (cal,. Moc~l~icn). Culi:iiiao orierital [cal'. ~~rov i so i ia I'oi~tri Prriicesa Arnelia).

Xo ~ i l ano rle c~rgaiiisaqáo aciniinistr.ativa cio si. (:niice~r.o, pouco ha :i iiidicai., pois este distiiito I~iiiciriiiiirir, coiis1de1.a H 011l.a ( ]C I<tluai.tlo Cosia a c e i t n ~ el, tizas, para ,]a, aponta çoilio iiecessaiIti a iiiiidni-ic:i ria cap~tal do Coilgo parat o s i i l do %;iii.r, (licaiido o ~iivlnve c.oilstit~iiiitlo unia iiii~c:i ciiciiiiscr-içáo), e a insttilacâo do dislrito clo Hit;.

i-\ te111 (11s to cririsidera necessaria a orgaiiisri- c.50 duilin ngeiiria dr Arigoln, e111 I,isboa, qrie sir- yn rlc iiiterriiedifirin c1iti.c n pher i in de I,isl>o;i c n de Aiigola, c111 iodos os negocios q u e iiite-

i-essriii it liroviil~ia, se i~~el l ia~i te i~ic~i tc a 1ini:t p i n - ))osta cllie u si. I"r-t'i1.e de ~jiiiii-acie, governado^. tle Moqaiiibiyiic, t c ~ coni respeito a esta e cfiir iiiiii- fo rrifluiria ila i esoliiq5o das siitis rliiestões.

1'01 f i i n 110 plauu (10 si-. Alvcs Ror;;ld:is, sol o lilltnio govei-iiarloi. iio t e n ~ p o (lu oiii~iciitausi ( J ~illniero dos clistrilos qiie ficnriniii sendo nove, assim dc~~oniiir;iclos: ~;oiigu, rnliit:il erii (:aliliida, eit~l,oi-:i o si. I<oqndns julgasse ~~rei 'ei .~\~cl Santo Aiitoiiio, iião :i 131 opíjiido pai- riiotivos de riificuldnrle fiiianceira t: pela iiccessi- dncle d;i co~isi i~~icao rle cr~iiiinlios pira o iiiteiini- do clistrrto. I,oniida teriti ctipilnl iia cid:idè do nlesiila 110111e, se 1,eni ~ I I P rlIe 1iilg:isse ],i-e ferivel ~~oiis t i i i i i~- iiiii dislrito iilia~ le, coiii si.- d e iio ii~terior, o cliie laii~l~ern riua ~iro])" por jiiotivos de orc!e~ii l l i ~ i i ~ i ( * ~ ~ r a . h1aJ:i nge, t - i ~ ~ ~ i l a l ~ 1 1 1

&ial~iiige; I,liiidn, cal). prri~isoria cri1 (:a~iciici;i (::iiliiilemba, Ue~iguela. cap eni 1:eiigiiel:i; IP i i : , cnpi tal eiii 13t.ln1oii te , I.ul~;ile, cti 1) iio Jlocli~co, H L I I ~ ~ , cal) lA~ilji~ilgo: ( ;LII~O, r:1111 tal I M c0>1ll11t~21-,

ç i ; i do Culto coiii o (;otiil)inge.

0 sr. nlaior J4:111tiel M:II-~:I (;oel11(1, o pi i [iiei- ru govei rintlor gei.al i-el~ulilic;iiio cic ,lligol:i, j:i nie iiiai~ifesloii, eiii 1)reves liala\ri-;is, ciiiaiido o iiitervistei solire :i qiiesláo dos seivic::ies. cliinl

0 Sei? ~hlll(1: [lrCI)iiVlkI' i~ll#31ii l l~ l l* t \ ti allt0- iiomia. hfns atiii:il esse f u esti.ibillio c l r l lotlcis os guveriinciores, pois poiicos drixaiii dc d~;l,ci isso mesiuo. (JLI:] I I ( ~ 101naiii coill:i (!:I :i tf t r ~ ~ i i i s -

ii-a(:Go d:i ~ir'ovilicia, Ess:i r\lirc%são 6 , ;ileiii dc tudo, excessjvaaiiieil \.agn crA a~rtoiioini:iii" (.)iialitlo estar6 esta 1)roviiicia ciii coiidiçiies de ser aii ioiioiiia, srgtiiirio o cri lei io tle c[iial(lii~r gover.ri;irile? 1'2-sc I ~ t . i i i qiie tal foi-i~iiiIc? C irii])re- clsn e pode ati. at~iigii* os srt-tilos fii tiivos. Xieni

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disso o iiiesiiio setilior iiifoi-niava-iiie umavel- ineiite que iioineair:t oficises do exercito coiiio chefes de conselho, porque tiiilia sobi e elles o do- miiiio da disciplina. (:oiiitudo, se reparasse beiii tio i~iofivo aduzido, e levasse i ~ s rililiiias coiise- quericias a suas razóes, Iogo resiiltaria que as- sim, p a ~ ter acqRo disciplinar sobi-e os fiiri-

cioiiar.ios sob as S L I ~ S orcieiis, fel-ia111 de s:jir da caserna a totnlidacle dos ser-vidoi-es do estado, lia proviiicia.

Sria ICu." esqiiecia-se, dessa fornia, íliic todos os funcionarios teiii obilgaqões e que, q~iaiido coineiaiii faltas, quer elles se.jarn crvis quer iiiili- lares, estiio sujeitos hs respoiisabjlidades dos seiis iitos Beiii I~astaria isto, iiiiiii i'egirileii heni eqiii- Ilbrado, pala regular totlas as i i in~õrs dos em- pregados publicas.

O sr. Coelho c! taiiiberii f avora~e l , coirio j6 o si.. llai-iiada Ciii to iiianifcsli~ra, 1í riicoi pai aqao tle S . Toir16 e Principe lia provinciri de Aligola. Não Ilie 1~e,j0 iiicotiveiiieiiles, tinia vez qiie se siga o pr~ncipio da aiitonoinia dos distritos (I) SI:is ~~aieceii-iile qiie o int~iito do sr. (:oeIIio, ;to apresentar este parecer, era sul)ordiriar a si to- das as fiiriçóes goverririti\ras, coiii iiltiiitos tloiiii- iiadores. Confesso cpie eiiiboi-a houvesse i ~ i n gi.aiide plniio (te govei-ilo elposto pelo sr Coe- 1110, isso, parti o nosso c1 iterio, seria por coilij)Ie- to iiicllfcrente, uma vez qiie nâo desejo a goyei- iiador legislaiido, a sira iiileira vonfpde, iiias a coloiiin dirigilido-se, aclriiiiiistrando-se, seiiliorn da sua prol>r ia indi~idiialidade poli tica.

São tissiiii esboçados os planos de orgni~isa- c20 clislrital dos governadoi-es çeiaes qiic tem servido lia pio\linci:i ~ i o s iiltiiiios 10 aiiilos, e o do qiie vne agoru foiiinr conta della.

( ' 1 Vrjii-ic a iinl:i, 110 í i i i t <Icstc r,ilnliil~,rula\ta,i a nblc as,iiiiio.

Mas lifio s6 iio iiiimero de distritos estava a aftei-a+, porque havia outras iiiodificnyOes iia estrrltiira geral. Assiiii o qrie lia de iiotavel, nes- te particulai-, em alguns dos ~~ la i ios , E a divisiío ~~rec isa de distr~to~s eln ii-iilitares e eiii civis, acerituaiido-se esse progresso princil>almeiite coiii Ediinrdo Costa, que, coiiio se v6, apesar do seu grande anior pela sua proiissáo, que varias ve- zes mnriifestoti ale ao exagero, tililia a perfeita iioçáo do eiro tio cuclus~visriio, enl que se reiil- cide, norneaiiclo-se, absoliitaiiiente, para gover- nar os dislr~tos, oficiaes do esei-cito e da ai-iiia- da, como pieceilo segjtido desde niiirtos seculos, erro c~uc se eiiiai~iem, ~ ~ I L ' R I iavelii~eiite do tempo viole~ito da coiicluista E; 6 notavel que si, seja isso e\l)rcssamcn te cletermiii:ido, l)riiiieiro 110 traballio do sr. Ramada Crirlo, que loi o ii~trodu- tnr desin disposic~áo, e eiil seguida no d e E Costa, teiido o plaiio postei-ior clo sr Hoqailtis :I tletei.iuiiiac;.fio de cliie s O pocleriaiii ser goirci.na- dores de clist~iio ofiçiaes militares, riào interioi'cs a capiláo oti 111 iineii o lenente da ariilatln, eiii tleteriniiiadas condiydes.

.Li inaiiifestc~, eiii outro Iogai , o e1 i o tio elrlii - sivisnio. A orielitaçio do sr I \ an~adn (lu1 to, o cluc introduzicio principio çi~i l is ta , e o clc Etluar- cio Costa il digna de aplniiso.

Qiian to 5 d i s~~os i~ i ' i o geral dos d i ~ t i i tos c1 elo que niio liaveria i~icori\reuiente eiii aceitar qual- quer dos planos Mas lia para niiii~ uiiia orien- tay5o que coiivern expressar.

Se ifeguirnios esseticialtiieiile, corii :ilgurnas varianles, a ntual orgaiilsnqão distrital, 6 claro que teria de alterar-sc o iiuiiieio de distritos, e siinplifiraiido todo o sei-viyo, tudo seguiria iiui CLIrso llor111~~.

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rios B existeiicia de cada iim dos ires estatios auto tioiiios.

MAS I I ~ iiina grtiricle alteraqgo a h z e r e111 Ali-

gola, lia orgoiiisaqfio a(lniiiiisli.nlivn e ria siia es- trii liira iii1111lr?

A p r ~ v ~ i c i r i devei ta transformnr-se iiuma (:oiii'ederaçiio de tres estados , - o de I.oniidn, :il>raiigeiido os Ires teri.itorios liole com a deiio- iiiiiinqão de Coligo, 1,oarida e I.iiiida ; - o de 13eiigiirln, ocupando todo o vasta territorio cliie Iio,je roiistilue o districto :issiiii cliaii-iado; e o ile Mossaiiiedes forliiado coni os nlriaes ciisli.itos tle Mossail-iedes c 11iiila.

Estcs tres gi.niides estados arito~ioiilos, setiie- I l i ; i~ i teiiieiite sei i u i i i go~~er i iados ~ i o r iim iiiiiiis- terio saido dii suri popiilaçào clvilisadn e presi- dido, cada uia, por um resrcleiite, qiie repi cseri- taria a laetropole

Isto e11lc~~iai1to iiãn se cliegassc á coiicliisi~o dos i esltierites cle sereili escolliidos pela ],i o l ~ i a coloiila, por escrutiiiio Nuiii territorio iiidel~eii- clciite, Z,oniida, poi exeiiil~lo, existjria o gover- i io ger:11 (Ia (:«iitedeiaq:io, oiitle se fixaria o ue- ~)rewiitaiile ila iiicti opuIe, coiii a tlesigl\ac;ão qire se eiiteiiclesst, assislitio duiii iniiiisterio que pe- rante cllc seria respoiisavel e que se ocul~ari:i de iotlos os iiegocios c iiitei esses C O I ~ ~ I I I ~ S .

Este plaiio C faii(i~iiiiciit:iliiiciile tIiferelitc de io(los os qiie coiilieço, e fcria :i \r;i~it:ige~il de, O L I I ~ Iii(10, d~fei.eiiciar I~eiii os iieqocioa das ires gri\iicIcs reg~iles c111 q u e sc diricliri;i:i roiii'e- dei ncsào, seiii toda\ ia as ~ c s - s o ~ I ~ ~ ~ ~ s ~ I - , ~llil)ri- ~iiiiidn caratcr c vigor n cada irnin delas, cii- iiliciiitlo-l hc. ~litl i i idii:iIidatie esl-icc~ticu, iiisiiflaii- do-llie vitla iiiteiisa 'i'cila, nlCi11 de tiido, a vurl- Ingeiii dc coriceiitrar eiii s i todos cis e1eiiieiitos politicos e aciiiiiiiisti.al~vos que iosscm Iicçessa-

Esborado, assim, em graiides liiilias, o tipo consti tucronal a ado tar. ver-se-ia, depois, qucies as divisões secuiidai tas a estabelecer.

Conviria, eiilão, coiiliecer quaes as disposi - yòes a adinitir Seriani os disti itos civis os (pie conviriain a ~1111 determiiiado estado 3 LA est:iv:t o seu governo para o decidir, poiidei-ando as cir- citiistancias e ateiiderido aos iiitei-esscs lucars, Se pelo contrario se precisasse, por exenil~lo, doiniiiai no sul tlo distrito de Mossainedes liara aleni Ciiiieiie e (:ul~aiigu n oi gaiiisacáo ii-iilitar. estudar-se-ia siificieiitentetiieiite o assrriito e eli- t8o ficaria tlecidido seguiiido os daclos de ol)scir- vação diieta, e cficazmei~te sc rlefiiiii ia o t ipo adminlsti silvo que convinha.

Bem se sabe q u e lia Iioje eiii Angola povoa- cóes que convem que sejam ossisticias iião sti por uma pi-oteqão con ttiiua mas tainbeiii por i i i i i ; i

vigilaiicia periiiaiieiile. SO loricos sei-iaiii capa7e~; tle adotar iiin regiincii iiiilfortne, pois qiie a pio- jxia pi+oteccão q u e deveiiios dedicar As tril~us ti-a- haihadoras e serviqaes iinpúem a obr iga~ào de as defender das exlorsõles de que sáo vilimas, pr- 10s pote11 tados do interior, que fornianclo unia rede aduaneira muito aperlada, onei ai11 as poljrec cai avanas coin encargos que as pre.jucIicain. M:is, repiio, estcs cxei~i plos uiiila temes 1160 r[iiereiu direr qiie 116s cle~ranios aplicar tnnibein unilate- ralmcrrte qualquer preceito eiii Aiigoln e se os elenieiitos alivos, que por 16 inoirejaiil, poderão reconhecer qual o sistcina mals prnficuo.

Nota-se, por este esposto, qiie nào lia paridade entre o que eu enterido cIue dcveih sei- o elenco adininisti-atlvo de Ai~gola e os (10s ilustres fll i i-

cioiiarios qne ayreserilaram os seiis.

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Dacliii iiasce a profuiirla ciivergencia quanlo zi orieiitayiio adiiiiiirsti'ntiva e politrca cio gouer- no d e Aiigol:t

(:al~r:il hloncnrla pi-eteiirlia q u e se ccaiiipIins- sein os poderes dos goveri indcr~s~i e açresceri- lava, niiihig~iaxiirii t c , ( ~ L I P s r ((a1 lci~nsse a orgai11- s a ~ h rlos scrvicos ntiii~iti~sti ntlvos da provincia~. Aiioternos aclui qiie iião havm liirnu nrieiilaqfio firiiieiiieiite aiiliiiioiil~sta ~ ~ o i s a aiiiplíaçr?o dos potle~ çs do goveriiatloi- 1160 correspoiide a uina aiitonoiiiia local, disti il)riid:i aos cidíidãos qiie II;I )i o\riiir.i;i viveiii c. iiel:i se snci-ificaiii.

l*lo plniiu dc orgaiiis:iqão do sr. Ramada Ciii'lo iiol:i-se 111iia cei ta iiicIecisào qiie iiao era çoiiveiiienle i i i i r i i trali:ilho lir~iieiiieiilc assente. Poi iiin l:iilo a gn\.ei.riador c0111 certas ;itriI)iiicões, soh ria o~.t lr i ls tlirci(is cio ~i~rrlisfro (i? ESICIIIO (10

1rIf1 t r n i t r r , e c<poi teiiipo i~idefiiiido,» c com ((uni coiito de ~ e i b 1101 iiiezn, ;il)ai te as nulras garan- llws (:oiitiitlo, iio que diz ieslieito As suas fuii- ~ õ c s , iiiriilo apagatlas, limitaiido-se a Iransriiitir oi-tfei~s, siispeiidcr c de1111 til-, elii vertas cii-ciiii- stançias, funçioiiailos, (iissolv~r os corpos arliiii- iiisirativos, :ipi-ovai- esl:~tii tos, aprovar obras pli- Iilicns cni ~ a l o i . iião siil)crioi- :i 25 coiilos e pro- Ircr as riecessici:iries, ~rrgrnies da ~~~~~~~~~~~i:i.

Eiii taes roiitl i~òes o governtidcii- gernl ~iouço f'iizia S t ~ i i:i a rnoiitiniiac,.ào (!:i ntlinl di~posicão organ1c.n Syi-i:i aprii:is i1111 l)ui.r)cl.al:i, lia sua l'liiic-ao iiisigiiific:~iltc tIc c~tiiiiliridoi. tle oi-tleiis s l ip t~ i01 es.

Pai. nii tro 1:itlo Ii:ivei.ia ;i . T l r ~ i t r i í;c.rctl d a 1ii.o- V ~ I I ~ I ~ I , coiti r~ l ) l -ese i l f : i~ã~ dos ço~~selllos, (10s cninei riaii tes c agi.i~uitorcs, iiiiiii certo 1111-

iiici-o deles, iião i ~ l t l n alciii tle oito iioirieaclos pelo g o v ~ r t ~ a d o r , ~ I I I P t r~ i:iiii iii1i:is cleteriiiiiindtis f ir~icj.i',es (:o111 t~iclo c.ssns fliiicòcs e1 am ii-iferiorcs hs c10 govei-iiadoi. o qual poderia, logo clue coiii

eles n , ? ~ coiicordasse, suspciirlê-Ias iiidefiiiida- iiiei~te. Esta disposiçáo é jri a de 1869, e por ella os podei-es da jtiiitn crai ir aii~esc~u~iiliatl«s e iiiiiito contingentes.

Unia inovac:io iiitrudlizia, poréiii; era a no- i n c a ~ ã o duin coiiiili. exec~itir.o destiii:iílo :i dai. cxeriiqào nos votos cla jtinta Esta inovaqãa teria, cfciivatnente, certo valor RIas :ilcntliiinos :ilwnas a iiiesquiriliez das fiiriqóes cln Junta qiie era clcpencIen1~ em tiido tlo #c)\-criiatIor 01-a seiirlo este jiÍ iiIiin eiilid:irlc siil)ordiiiatln ti5 iiitli- c:icOes cle Lisboa, tiido scrin safocacln por tima ni5o cle IPrro, e t~i( lo se seiitii-ia retluzido a Iiles- qiriiilias ç1aasiilas de rlt*lei-iiiiiiaqF~~s siipei-iores.

No pIaiio dr Kduui.tln Cost:i not:t-se já niaror largucsa. O ittistre coloiiial, orieiitado I)or ])i-iii- ci11io.s ílivei.sos, queria que o goveriinclor tivrv,r poderes iirais ast tos, iilas aii-icla Iiiiiiiados.

((0 (;overiiadoi. Geral (:ii.t 1/11 i. crgr~zirj e 1 e- pi'm"elitaiite do govcrilo tla i i iel~ oliolc e (IPJ)OSI- t31.10 (10s seus podercs na proviiicra c. coiiicr 1ti1,

rJ:rrrce nellti o ~~ocler. execri t i ~ o por iiilei-ined io dos govrriindoi-es dc pi-oviiicia, cliefes tlc tl is- trilo c de serviço e o porirr lc~~is lufruo rliie Ilie k ':I t r ~lrriitlo por iiitei.iiiedio dos coiisellios rcs- peiivosi).

Por acjui se vè que os ~~orlei-es i10 gciveriia- doi. geral sCío ~á ninpliatlos coiii f'iiiiqõcs legislali- vas exercirlas c0111 o coiisclIio de rictn~iiiil;li.at:ào, coiisellio de govprnti e cciiisellio çoiiteticioso. O ço~isclho dc a~fniiriisli.a~Ào seria cr~iiipnslo de oito Siiucioiinrios ~)iil;)licos c ciiico VO~:ICC;, ( I C'S

dos qiiaes iioinenrlos pela iii~lro;)ole, de Irstii d e seis iioiiies, elivi:i(los ~ ) r l : i Xssot~i;rqào coiiiercial de Loniida, caiiiaIn ~iiiiiiiçil):il c siiitlic*ato :igi I-

col:i, liavericlo -o. Coino sc 01)sci \ :I predomiiiai ia o elenir~ilo

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oficial. Este coiisellio de gowriio vota^-ia o or- caii~eiito, os dil~loinas e regulameritos relativos ;i proviiicia e alteraria o regiinen t r l b ~ l t ~ l ' i ~ e aduaiieiro Mas se o governador ião concordas- se com as decisões do conselho, não as cumpri- ria e sei-ia o miiiislro a resolver.

Por fiin o plano do sr. l\oc,.adas é, com algu- nias alterações, o de Eduardo Costa.

O conselho de governo te ri:^ poderes legisla- livos restritos, votaria o orcaniento, empreslinios, iiào podeiido iilterar o r egirneii adtiaiie~ro Alem disso os distritos, ao contrario de E Costa, ele- geriam tamhem i e yreseti tan tes, ii~diretaiiieiite, pa1-;1 esta ciit~dade, o que era natural, visto que a orgai~isa~$Ío geral deste iiltimo daria aos dis- ti-[tos urna certa org;inisnciio propria e autonoma

Se tivesseinos de drsciitrr os tlabalhos cita- dos :i]-tigo 1101- artigo levar-nos-ia muito tenipo e 11o[ico poderiamos av:irlcar porqiie fiindamen tc discoi+(lantlo de todos os plaiios, ficariariias l)atalhai~do iio vacuo.

t

Prccisa-se todavia cornprecricier que a auto- iioniia de que iiecessita Arigola, não se 1)ode conformar nos rnesr~iiriihos limites dos fi-aba- lhos a que acabo de ine refer~i.. Desde o plano estreito d o sr Kni~iada Curto ao mais ampliado do si-. Roqadas e E Costa, nada serve E' preci- so que falenios com ti-aiiqiieza, porque o resyei- to que me illereceiii os vivos e a veiieração que teiiho pela meiiioiia rlo xiiorto )lustre, não im- pi'e o dever de nceitai, ipsW verbis, os seiis tra- ballios no taveis.

A autoriornia de Angola, primeiro que iuclo, iião deveria ser csboqacIa iio amhito estreito CIP

i111-i gabinete de govei-nador, quc preociil)ndo coxii a sua personalidade e coiii os podei-es osteiito- sos que possue, 1150 tern a suficiente coragerir para romper conz os precoi~ce~icrs de q u e est:i eivado. A autoiioii~ia clc Ai-igola deveria sci- obra da propria proviiicra, dos seus eleiireiiios attvos e iiitelectivos.

Ilevcria ser consultatla nutiia reuiiiáo piil~li- ca, em congresso geral, e a111 laiiçndns as siias bases fiiiidaineiltaes.

Não 1iii diivida que sO a provinciti teria a sii- ficieiite auloridade para o f;r~er.

Eleitos os delegados dos vai-ios consell~os ein coiigrbesso ~,ul~lico, a111 se debateria u que conviiitia. Havia divergergciicia','Mns oiide as ti50 fia ? )I depois é q u e se tletrei.ia iioiiierir a co- missao central clric redigisse a I:oiisliturqã» (;e- ral da coiifederação, se se jitlgasse coiiveiiieiite estc ])laiio, que i. o iilai.; aceit:ivel, c i i~ riicu pa- recer.

A Coiifederaqão de Angola saii-ia assim, ciii I-,loco, e, depois tle ferto csl~oqo, tlisciitido iios seus capitiilos, para o que não seria pi-eclso seiiáo 11oii1 senso e estudo IIIO(IC'IRI' lias COIISLI~UICOPS itlenticas, quer coloiiiocs quer iiacioilaes, e lia eni todas eleineritos adeqaados :i Aiigola. O i eslo era facil, desde qiie a coniissão ceiilral t i ~ ~ e s s c lioiiiens iiidel~ciicteiites cle eslirritos nvaiiçndos.

Ha pouco, eiii iioveml)ro, foi i~oiiieadn rima COITIISS~O para, ccconi urgericia)), f'oi.inulnr as 1i:i-

ses tfui~ia nova oi.gaii~s:iciío atlii-iiiiistr;itivo d e Angola E' 11111 erro, seni ofensa As pessoas ylie

a caimpòe. ( I )

i') I'SW ~ 0 1 1 1 1 \ S ; l n C C O I I ~ I J ~ I I ~ C I ~ I [ ) 1 * 1 0 5 \ I \ ( I I I I ~ ~ I ~ ~ I I I I V (11 \ I P I ~ ( - / C L ~ , y r c ~ \ i i l c ~ ~ i t e , PII'.; A\<~T.II~O\<) . (11 s A 1 1 i r i 1 1 1 o ~ I I I I ~ ~ < 5 11 .1111150 1, 1 I I I I I ~ ~ I!<

I O I . ~ C S , W < l < t a 1 1 0 S<i> ( {1 t lL1 l> 4 ~ ~ \ ! I l ~ t l . l l f l , l l ~ ~ l l l l > ~ d l , , 1 1 , ~ 1 l 1 1 > r < l . 1 1 < ~ % ~ < 1 C l > l l I 1 ~ ~ ~ 0 t l l<l\ \ c 1 - \ e - 1 . 1 k l ( , l l l , ,t3111 (> \ fC) l < 0, q 1 1 < . , I \ ? 1 < 7 1 1 g t , \ t ] & I l l ~ < I I I : I ~ ~ F i i i ~ i i i o i s r i i i 1 . 1 1 t ~ i i I o ~ 1 1 c < ~ i i l i < ~ c i i l o - , c 1 i . i i i d r ~ p i i r l t i ; l r > i . i r i 1 - I > \ ~ I , ~ c ~ ~ I ~ ~ , ~ I o I 1: WII;IO ( ll)O., r <it l l I ~ I I . , .I 1 ~ ~ . \ 1 4 LI< L I I 1 1 1 1 ~ L ( -

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De Lisboa não C que deveria enviar-se lima conslituiqão como n que niandou para Yarsovia o filosofo Rousseau.

Eu poderia esboçar, aqui, um todo constitu- cioi~al, iiias fi'nncameiite, siijeitava-me ti mesma peclia que estou a censlirai. nos outros. Faria obra centralista.

Se eu estivesse em Angola ric?o teria duvida eni col>iborai. nesse tral)allio, de comum acordo com os cidacliios qrie me acotiipniihassem, e cori- tl-anaria toda a ideia de centralisaqão metropo- litaria. i-1 auloiioniia elnl~orirda eiii Lisboa, leva em cunho o erro originuI.

Já clua~icio estive eiii 1,oarida propiiz a reu- 11150 duiii congresso ~~rovincial , eiii 1904, e111 que eiitixva a q~iestão tia autono~nia. Cliegiiei a ela- borar as teses, lioii\ e coii~~ssfies que forniuldrnm pareceres. Por niotivos estrni~lios ri iiiiiilia voii- tade, 1150 se chegou n realisar. Mas o pouco que se i e ~ j)so\~ou queAngola tem elementos valio- sos de li~aballio qrie cii1npi.e aproveitar.

Estou longe, 1150 feiiciorio voltar, ]nas POSSO afirmar que existeiii por eleiiierilos iiitelecttiaes, digiios de respe~to e nteliqão, e 1150 seria dificil (lar Iioiliogeiieidade a este graiide niovirnento.

Quarilo A 11ai.te qiie iiiteressa, neste livro pu- blico o progi-nrna por iniril elaborado e o pare- cer da sul) coiiiissào o que e convenieiite conhe rei.-se

Co~q;~es.so I'~.ouincz«l- Parte Atbriinislrn f iva.

5 1 ." - Estiido dos sistenias coloiiiaes das ou-

iii.ii cníl,i n \\ia \.\ia oi<ginniia 13cbpn~s, i i in i s t,ti t l t b , toi ii~o<liTicaíla c niri~>hnrl:i n cotiii%ào Fico11

l i i c ~ ~ r l e i i t i ~ ri iIiisliix iiiZipis!intlo ( i r Alitieidn liiheiio c o si Eiiiesto de \ i I l 1 ~ 1 i i

tl.3.s iiaçóes -- Tipos aclotados eiii liarn~oiiia com as esigencias de cada coloiiia - Centralisnio e dcsce~itralisrno - Qual o principio que nos coii- vem. Autonomia. A autonomia trarb peri- gos? Estará a provincia em condições in- telectuaes e economicas de a receber? Se está qual a organisaçâo que convem -- Se não está qual o sistema deseentralista ad- missivel em harmonia com o estado da co- Ionia ?

$ 2." - lnstitiiiqóes locaes - Junta (reral d a h provincia -- Consellio do (;overiio - - (.onsellio

de provincia - - Cailiaras nitiiiiçil~aes e juntas d e pai oquia - Qiiaes as niodificaqóes a iiiti-odlizii- ein cliirilqiier delas eiii I~nriilonia coni os pi'o- gressos do nosso tenipo

$ 3." - Represe~ita~iio da proviiicia lia iiie- ir0l)ole - Uni sci ciepii tado sntisfai-h Dcvei.áo hnvel- taiitos deputados q~iniitos os disti.itos 011

será necessnrio faxei- ililia orgniiisacáo por cir- ciilo? O direito de voto deve ser coiicedido nos iiidividuos lifio cirilisados')

5 4.0- Orgaiiisng'" ojudicial, altei-ayiío (pie se deve iiidicar - A siipreiiiacia cio Jiiiz --- Os ]>i-o- cessos siiniarios dos jurzes i160 iogttdos - I'eri- gos que dali1 derivai11 -- Carestia dos processos - Justicn gratuita - Pi,ocessos e lei da impreiisa

Cadeias e sua org1nisação - Sistenia peiiiteii- ciario em Angola.

.*

$ 5."- Defeza militar da ~)roviiic.ia - Qiie oi= gaiiisaç5o colivirci sob o poilto de vista estrate- g ~ o - A segiirida lii~lia e os servicos que pode- ra prestar - O exercito coloiiial e a sua instrii- qáo - As expediqões e os seiis resultados.

Para dar parecer a estas teses foi noiiieada iiina sub-coiiiissáo composta dos srs J. L. Frei-

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tas Ribeiro, pl-esideiite; Arii~aiido da Cruz Coii- tiiilio, secretario ; José Palliares, Joaquiiii (ioii- qalves Videira, e Aiitoiiio Peres, relator. Elo- )>orou o segiiiiite relatorio .

Pal-eccv- í i ( i ,sul>-ron~issfio, so11r.e o qriesiiot~n- i í o q11c dcz)e co~lsti t i l i~. as teses,~Ic( pcu-te ndilli- tzi.sfrafivrr,

((Ao foiii~iilar este seti parecer teve ;i stib-co- iiiissáo eiii vista. aiites de tiido, que este yro'je- lado coiigrcsso, coiiio pi.iineira iniciativa deste trenero iiestn locnlidaclr, e que teni de abranger a iiiteresses de regi6es qiiasi coiiipletnmente dife- reiites, eiii1)ora siibordiriados aos ~~ni ic ipios ge- rnes cliir se ligo-de tisar, ter& talvez, de ser nii-

tes iinia cuiiio qiie reuiiiáo reparato to ri ti e eluci- rlalivn, ciii clrie se delinain e assente111 os assrrii-' 40s de iiiais iiuediato alcaiice e urgeiite iiecessi- dade, de iiizineirn n podei-eiii servir de base ;i iiiiin aceiituada orieiitação iios tral~alhos de uni coiigrcsso pi oviiiclal i i w siia yleliitiide, a realisar oportiiiiwiieiile, iiias J A eiitão coiii rlemeiitos que agora, coiii certesti, falecem.

((Assiiii pois eiiteiideii esta siib-cainissão, ípa11- 10 ao Cj 1 ,", iiiotlitich-lo iio sentido de o restriii- #ir uiiicnrrieiitc 6 toiiiia iiiais rinvel, por m:iis odeclua(ln no liieio e siia facil adaptnqfio. .4 ifiii-

dniiqa tlo sistenia aciiiiiiilstrativo, a realisdr-se, lerh de, t~iiaiito a iiUs, sei. operada por traiisicáo gradual e iiAo por Irniisforiiinçlo completa, pois dnqiieln foriiia ira ~~rogressi\~ailiei~le iiiodifieair do o meio atiial e eiicamialiaiido-o iiatiiralniente para a sii:i traiisforiiiacão, ao passo qiie ]'assar desde logo de i i t i i extreiiio a oiitro, qual é, o da ceiitralisaq5o nbsol iita, para ui.ria aiitoiioiniti aiii- pia, traria 11ertilrLia~ões de toda ;i ordem sobre- liido eiil ~ i n i iileio táo lieterogeiiea co:iio este P .

Portalito proyòe que se i esirmo ao seguinte +

1 1 " - Centralismo e desceritialisnio - Qual o principio qire nos convem - Qual o srsteil~a de administrac30 admissivel ein harmonia como o estado da colonia e suas necessidades'?

Quanto ao # 2." parece 6 sírh-cotniss:ío qiie rtáo lia oporliiniciade de se tratar desde jA, d;i parte referente a camaras e com~ssões muiiici- yaes e juntas de paroquia, pois essa s6 pi-ovavel- inente se dará quatido as necessidades progres- sivas da população o exigirein: e entende que a parte referente 6 atlrnii~istracão dos coricellios precisa ser reforniada e por isso a incliie.

Portailto propóe que se coniponlia do se- guinte:

§ 2.0-lnstituições locaes: Jun ta geral tia pro- viricia- Conselfio do governo-í:oiiselho de pro- viilcia - Quaes as iilodilicaqóes a iiitroduzir eiii c~ualquer delas em Iiarmonia coin as iiecessida - dts da adininistraydo geiãl e sua descenti-nlisaqào. - Adiiiinistra~ào dos coiicellios: quaes as niocli- ficaqões a respeito das condic;8es e :itrihuiçóes ne- cessarias nos chefes e seus ~roventos, em relociio

importancia e necessida es de cada coiicellio. d Quanto ao 5 3 " parece-lhe cjiie deve ser mati-

tido conio esth. Quanto ao $ 4 parece-lhe que deve ser as-

s im modificado. 3 4."-Organisa~ão judicial- alterachões rpie se

rieveni iiidicar-A supreiiiacia do ,juiz-Os pro- cessos sumarios do decrelo de I6 tle jullio de 1902 eiii execução nos coiicelhos - Perigos qrir dali1 derivam - Carestia dos processos - .Justi- <;a gratuita-FaciI arrecadagào e rapida Iicpda- cào de espolios civis e coiiierciaes - Processos e lei da iiiiprensa - Cadeias e sua organisagtio - Sisteriia pehitencisrio ein Aiigola - Deposito cle degredados e coloriias penaes - Seus iiiconvc- riien tes moraes e ecoiioinicos.

Page 137: Autonomia de Angola - Estudo de Administraçao Colonial

Quanto ao # 5.0 pai-ece-llie que deve ser alire- sentado coiilo estii

Loai~cta, 4 de .Jiii~lio de 1904. A sul>-coiiiissào: - (na) josé Liiiz Fruif(is Ri-

beiro. A I ~ I ~ ( ! I I ~ O (i([ C1 I I Z C O Z I ~ ~ I I I T U , .TOS(; I(odlri- q r l e s Gor~~*trlvc~s Prilhcr~ c's

Eis, portaiiio, qile n siilr-coiiiissõo alterou iiiii iarito o ~ X O ~ ~ Y I I I I ~ geral e ;i]>, eseiitava ronaide- raqOes eiii ceislo poilto Itlcidns Mais tarde sou- be, 1x11. il110r11ii~~i)es ce r t~s , qiie os elri~iei~tos do- miiiaii tes nesta s~il~-coiiiiss5o tiiili:i~n ~ii:iiiifesla- do o seii p;il ecei, e, riii i.eiiiiiAo piil)lica, reiido us erros dos i(ovri.iiçi da iiietrol)ule, I)roclniiin- i ui i i :i iicccssidadc tl:i autoriomia.

Mas lia ol~~je<;ões a iesl~eito de Aiiooln. Afii- iiiaiii iiiis que niiida ri50 estb eni coii$icões pn- i.a ser aiitoiioriia por

1." - Eslar sob os II-opicos e iifio ltauei- pos- slh~lirirtdr. ti(. tal sisfr~riicc ri~liniiiislrcitiuo caril ia(-.v contliq6os cl i~i~crfe~ iccis e c111 tal lafittrtle.

Se todos se orieiitnsseni por tal criterio i. fO- ra de diivida qrie ainda hoje qiiasi todo o Hra- L I ] liso seria riidepeiideiite e a America Central estaria sob a iegiii~eii da Esyaiilia. Assi111 ii Aiisti*nlia teira de sei dividida enl duas partes, u i i~a nutoiioiila e o11ti.a não; e u India ficaria sob o etei-iio despotisnio, exceto ao liorate do para- lelo qiie llie marca o limite da nona tropical: o lropico de Ca~icer.

sei^ engenhosa tal teoria inas E, seiii corites- t:iyão, rluina falil~ilidnde iiifailtil.

2 O - Que com uma ezfi-emcr variedade de ragus, a nutonomrcr incompatrbiiisd-Ias-ia pro- fu~tdarnente.

Mas porquP? Neste caso a Africa austral iii- glksa, nunca seria autonoina, pois ahi ha iiiglr- ses, boers, fraiicèses, pretos e ainarelos. Do mes- mo modo o CaiiadB nâo liaderia ter, coii~ iiiglêses e francêses, a autonoiiiía. Os Estados Uiiidos do Norte, com toda a sua iniscelaiiia de raças, já- mais seria a graiide naqáo do inuiido e o Bra- zil, com pretos, molatos, peles veril~elhas, frnii- cêses, alemães, portuguêses e italianos, teria de ficar subalternamente dominado por urna me- tropole. A Suissa iiiiilca poderia ser si nação mo- delo e a Espanha, coni toda a siia graiide di- versidade de raças, nunca viria a ser a ~iaqão unificada. Mas agora reparo nas co~iclusões a a ue leva este arg~iniei~to! Teria de refiiiidii--se to a a I-iistoria politica do muiido para que 1111- 9 dessem i50 exlravagantes teorias prevalecer Da- 12a para um voiuine.

3 . " - M ~ s A~tgoln trindcl 115u ieln gente Ircrbilr- intla parct se gouenlczr a l z for~o i~~~rr~ ter t t~ , afirma-sc com ares triunfantes.

E' claro que não. Quem tem capacidade para a dirigir são exatamerite os governos que de cá a tèm esmagado e depauperado. Ali! como esta argumentaçâoprovoca a revolta de honiens tral~a- lliadores que riaquela graiide proviiicia Iritam te- iiazinei-ita pela vida.

4.' - A pcqueria derisidade da populucáo elr- ropeia.

Vale a pena respoiider, ante o ar umeiito de- cisivo da densidade da Australia e do % ata], qiian- do foram proclaniadas autonoinas, e do Brazil e Estados Uiiidos, ao toriiarem-se iridependen tes ?

Page 138: Autonomia de Angola - Estudo de Administraçao Colonial

J - A r i u f o l i o l n r n tle dnyoln tr.nri«, erii bm- I I P S uie;eJ, rolilo coll .scclirertcin, a I - ~ ~ ~ I Z C I ctesfa q r r r i l d e prouiitcicr, pois qirc, senl confi-ole ttn inc- ?I opole, qnstnrin n~riis (!o vrc tIeuin, sein olrcrle- crr rt qumsq"r~. r~grns tlc oi.tlrrii finciicceira.

O contrario e que se ]rode a s s e g l i r a r , como provamos lios primeiros c a y i t ~ i l o s eiii face duiiia ruinosa a d i i l i i i i s t r a q i i o centralista da inetropole. Eni c o l i t r a p o s i c ; á o e r e g i i i i e r i descentralista, a t e i i r i a d o , 131-oduz o bein estar das c o l o i l i a s fran- C ~ S ~ S , e a coiiil~leta a i i t o i i o i i i i a a prosperidade das c o l o i l i a s inglesas.

RastarA este confroiito.

G o $8 nas cololiicis ili{gl4strs tr ri~itoi~oo~ici d« ~.e.slrltnct'us.

Sáo e x p o i i l i o a c o i i c l i i s ã o a que esta pre- i i i i s s a IFV:~I':~. Por se ter i i i v o c a d o para Cuba, e q u e n t i r a i i d e A i i t i l l i a se tornoii mais depressa i ~ i d e p e r i d e i i t e .

Escolhaiii, pois O u a autonomia ou a inde- pei~cleiicia. ( i }

i') Rel.ili\ ninriite no pl,iiio (lo 41 11in1pr Mniiiicl Mai i:i Coellio c .I iiotn n ipie iiic rctit o n j~.igif1.1b228, triilio deexpor ~ o n i o \e ~>assnrnilI Os t.ictos

1'111 L. (Ic iioi riiibio saia iio Ecoiioiiirítn Poi Iiigiiirs iiiiia tiitci 1 isln i iic cii, ~oi r io irrl:ictoi desta revisla, t i \ ? com <i ír hlailoel Maria <a<. Ilio, go\ riii.itloi gei,il rle Aiigol,i a ieíperto ilc b Torne e yriiicipnl- ~iir i i ie rln qiii.st5o dos ser\ii:aes A liioposito (10 i c >atrianieiito obriga- Loiui iiotci 3 \liri I:% " que ri80 seli<lo o go\ r i rio de 4 Tonke depenilcntc tln (Ic Aiignls. seria irecc5sui to itiii,i cotiibiiin~.io ciitie ds que diiigisseni 411)iVl ioi iiici~tc CIS diins pro\ irici.ií

A i~sto reil,oiidco n illistie fiiiicioiinrio

i< -E\ irlentciiiciite, 1540, POI eiii, e f.1~11 de consegiiii , desde qiic o i101 PI i i ado~ <I( 5 1 onie coiiihiiic ~ o n u p o n foi ni:i 11e se pt oseguir iicu%:i i,ii rf'i M;is a Pi O I IIICI,I tic 5 Tlioiiie x 11.1 ii coristiliiii uiri gavertio 511- lialtvi tio <lcpcii(kciite do (;o\ criiadoi Geral de Angola

Ao <[II' eu .icie~ceiitci - Dcsta niaileria. <e siriiplificni:~ o )ral,allio a~lniiriistrntivo, ate

co111 P( 0110111111 I3e resto, essa ieorg;iiii?ncao \cgilltri o m e ~ a l l i ~ i n ~ ~ ~ i ~ ~ f - <\a\, o do ser$ iqo de .;alicie, iIii iiiilitni e do ecli.sinittco qiie sno cornuiis . ~ s ( l t i n ~ pintii%cin4 (.oiicli~n que o plniio rtc \' E.:u Qti\ol%e iinin refor- ni:i iiiimiiiistratir.~. j.1j111 ndn iteccwairn elo seu liiitecessnr Hnrnnd.~ (.iirto. riini elnliurnrla ,,e40 <Ir Aliiieidn kibriio. ao tciiipo~iiiz dn Ile-

Mas o si. Coellin, coiiio qiie n5o tlescjdii<Io que se dign i~iic cn- pia a í opiniotAs alliein\ :itallinii, i cioliitamente

-A ii~itiha opininn dit etanieiite a aclr~uiri ein Africn. oiidc Ictili<~ 19 aiinos de pei nidnencin, iiiri.i \,c7 conio coiicleiindo polilico e outi.i\ L O ~ ) ~ O ci~i~>rrgndo, lia sitiiacno cle beni obsei I ai todo5 o í sei \ iros, riii- Iioi,i lido depeiidtssse do rstntIo )I

Estaí opiriiões dc S ':x * toinou-ai pitblicas o I.~oiiut~trila ciii G <It. iioi ciiihro

P.i~sado tenipo i iio-i joi iiaei t[iir nlgiiii5 agi iciiltoi e í r coin<-1- o n i ~ t e i cle S l o n i e prote\ln\.iiii íonti,i n i i l ~ i a tle $e iirLorpoiai rcl,t

o\ inci.~ i i ~ i de Angola. etit iriiitlo uiiia rel>rzseiita< 50 iieste 5entido .io si nlii!istio das coloniar.

Clniniiientc qiie se a í opiiii<íeí tlo si (:oellio fosseiii (lifer~~iili s tlní que o l~coitoriirtln I'orlirgirB~ fez ~ ) i i h l i ca~ ( le \v i i ,~ ,~ogi> I IO c11:1 51,-

iiiiitr .i saitia deilc pei ioilico, ineei coiilleccr que cii n.io iiitci pi riai .i kcni as itins paLi\i i \ npr*ii iic S E=." ful.~r calrnnii~etitc, r h ~ n i r i n i l ~ ~ . \rili t.ili.~ai iienLgngtitxl.it

bo ciii4 de <íezeinbio c qtie se Ienil>i oii <lc rii! ini pai:i R inipreiis~i a cnrL.i qiie segue

Si tlirectoi clo «Setulo» -I)i/etii-nie qiie i19 joi iinl qiie i t5o piri- ficii~tilenictile diiige x etii iiiserta cini:i iiifoiniay,io eiii que se ntiriii:~ q i ~ ( ~ iiiii.i ~oiiiiss.50 de ngiiciiltoxe, e iri~lristriaes de S '1 oitic r~clniii.ii.i pc - iniitc o eu '"" mriiistro t1.i iiiaiiniia c coloiii.is contra o pinposito, < i i ~ \r iiie .)ti tbiir, dc queiel iiicoi poi~ii :i pio\ r i i t in (ic 5 I oiiie iia ilr 111- gnLi

N.io ser qiie firiictanieiito Iciiliri tal ie~laninc~io , yoi<juc a iiiiigiiriii iieiii oiicinl, neni ~ l t rn -o / i~ r~ i / r i i~n te , (o itaiico i- riirit) f,ilei iirssr .i\- L111110

.4l~~teit l~o-me, o n ~ n t ? r[nc 1 1 1 ~ I- >o5\11et, de cI,ir a p111)lico as 1111- iilia* iiiLeiicOes, iiiesnio a s niai5 deliberadas, ta iiiiiito iiic sui p i cviitlc ~ I I I C IiaJn .ilguexii ipie saiba iii:iii tlo qu r c h i a iiie\ino, qii.11 í e ~ â o iiirii paiecei riii questi>es qiich iiir wlaiii coiiirtidas

E, pois, qiie seja iicceainiro pcir eiiiJ>,irgoi .i fcii ia tln iiif~iiiiaed~i. peco .i \ a fiiieia de cl.ii putilicid.i<l~ :\ e\(,\, a qtre .~i\(ctil>a(t.imei\k .igr:illrn\o coiiio tlc , ctc -«M.iiiucl hi Loellion, goi ri ~i.i(Ioi geral <I<* Ai~g~>l.r

Esta cai1.1 <Icixou-irie al~solur.iiiiciitc sul pieriidtílo Eii\ it.1 crii 7 ttc <117( 1>11>1o no si -Coellio iiiiia outia foi iiiut.i<la iioi irgiiiiitc\ t r inios

111 *' Eu Srii - Coiii SII I PI e m T I 110 S ~ C I I ~ < J I I C 5-12 nina cai - ta iIc V Eu', rni que d i ~ c0111 ielncio ,i iii~orporaq;io (1.1 pro\iiici.i dc S i oiiih, roiiio tlisti ito i1.1 (le Ai~gnln qtic .i iiiiigueiii i i i i i i ofi- cial iiciii cxtia-af~ciuliiiciitc f,ilaii rie+se as-xutn Coiiio r\i.i c.11 !,i tleslioc iiiiin t t ~ s ~iiis\,igctis fiiiitlaiiieritne~ d,i Iiiiiiioía i i i t i c \ istn qiic V iiie corici~(1eu peta C\ 1' E E ~ B fii\e~.t I ~ C niellioi :L ~ f l ~ ~ i í . i i liois rluc r\li)u coii\iiicitlo qitc 1i.i ~ ~ I ~ I \ I L O de lialie de \' I<x

Coiii coiisidiiar5o

Ile V I:u a Gtt * e Obiig

José <!P Mnc~r io

I:-, 5rii .low de llaceclo - K i n \ i ii'iii :! ~>io\.i iieiii o ai iigu cl,ii~do i*oiit:i (1.1 i i i t i c\ i5tn qtie ti\ c coiii \' L n,io sri, piii t.iiiI<i, <[i#<

1>.1\\agwn I"~iiit1,iiiiriitnl s y n aqiiela q ~ i c n carta qiii. (17 ~~iil>lic.ii I I I ) "\c< ittn".[iois:i <Icstriiii filas íoiiio .i qiirstRo do ri r i iit,tiiiviito, t1nt.i iiicrito r ie >ntiiiicãn <Ir sei \iiat,\ iiáo in~lilii,i .i i~~~lis~ci~i.il~ilitl~~i~r d,i :iic~\n<;iu c& p i o \ i ~ ~ c i n de S SDIIIC .I ( I c Aiigoln (lilei-iiic [iaietri 1 I i i t .

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(J~inrito ao 5 5.0 parece-llie (pie deve ser alire- sentado coiiio est i~

Lotiiida, 4 de .Tiiiilio de 1904. A siill-co~iiiss:io. - (aa) JosC Llirz F~-eiitrs Hi-

lieu-o. A~.liicr~itio c{« Crrrz Car~finlio; JosP l<odri- rl11cs Goi~qaloes P«Ilial.cs

Eis, portniito, iliie n sul>-coiuisslo alterou iiin tiiiiio o pi-ogi aliia geral c spreselitava conside- raqOes eiii rei-to poiito lucidas. Mais tarde sou- be, pai. infol-iliiiq4e.s certas, que os eleliieiilos do- minacites nesta sul,-coiiiissiio lii11i:irii 1n:iiiifesta- do o sei, paiecei- e , 2111 rcuiiião ~ ~ i ~ i ) l i c a , veiido os e r r o doa goveriii;a d:i i ~ i e t i n~~o le , I)roclaii~a- i n i i i :i iieccssid:icte ctn autonomia.

Mas lia ciltjeçòen a rcslieilo de Aiiooh Xfir- ii i ; i i~i iiiis que niiida iiBo estii eni coii8iCões pa- i n scr nritoiionia ~ o r .

I O- -l:sftri. sob as fr.o~~icos e z~áo haver. pus- sll~zlitlndc~ tie f n l sisf cviici trtli~zii~isfraiiuo coiii taes ~ O I I ~ ~ C O C S c l i l ~ ~ a f ~ r t ~ r t s e eril fcil Infrtutle.

Se todos se oi-ieiltasseiii por tal critei'io S fO- i-a de diivida qtie aindii Iioje quasi foi10 o Rra- zil 1150 seria iiitlependente e a America Ceiitral estaria sob n regiiileii da Espaillia. Assim a Aiistibalia teiia de ser diviílida eni duas partes, uiila tiutoiioiiln e oiiti-a tiáo; e u India ficaria sob o etei-iio despotisi~io, exceto ao iiorte do para- lelo ciue llie niarca o Iiaiite da zoiia tropical: o tropico de Cancer.

Ser8 eiigenliosa tal teoria inas e, seiii coiites- I~iqiio, duma fiilibilidtide iiifaiitil.

2 O - Qrce com uma exfremn uariedade de racus, a autonomin incompatibilisd-(as-ia piso- fundrimerzle.

Mas po rq~ i è? Neste caso a Africa austral iii- gl6sa. nunca seria autonoina, pois ahi ha iiiglê- ses, boers, frai~cêses, pretos e ainarelos. Do mes- mo modo o CaiiadA riao poderia ter, coiii iiiglêses e franceses, a aufoiioiliia. Os Estados Uiiidos do Norte, com toda a siin riiiscelai~ia de laças, já- inais seria a graiide ilacão do inui~do e o Era- zil, com pretos, mulatos, peles vermellias, fraii- cêses, alemães, portugliêses e italiailos, tei-in d e ficar siihalternarnenie dominado por uma me- tropole. A Suissn iiiiiica poderia ser a navão mo- delo e a Esyanha, coni toda a stia graiide di- versidade de raças, iiulica viria a ser a iioqão unificada. Mas agora reparo nas coiiclusóes a a que leva este argiinieiito! Teria de refi~ncti~--se toda a liistoria politica do muiido para qiie 1111- dessem tão extravagaiites teorias prevalecer. Da- ria pala uni voluine.

3.O-Mas Aitgolrr rrirztln 11nõ tern gente hrrhrli- latia para se gouerrtar arrfoiioriitrl~~ei~f~, afirma-se com ares triunfanles.

E' claro que não. Quem tein capacidade para a dirigir são esatameiite os governos que de ca a tem esmagado e depauperado. Ali! como esta argumentação provoca a revolta de homens traha- ]liadores que iiaquda grande psovincia Iiitain te- ilazrneiita pela vida.

4." - A pequala densidade da populacao err- ~~opeia .

Vale a pena responder, ante o ar umerito de- cisivo da densidade da Australia e do % atal. quan- do foram proclamadas aiitonoinas, e do Brazil e Estados Uiiidos, ao toriiarem-se iiidepeiidentes?

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ensejo para, cada uiii no limite da siias atribui- ~ õ e s e das siias forcas, apresentar a sua ol~iriiâo e falar fraiicaineiite, i-ião para adorar, como no 01-ieiite, o novo sol que vem nascendo, mas yara falar com a riide franqueza ante os factos consiimados. Não qiiereiuos fazer retaliaqões aos vencidos, porque o proprio exeinplo do i i o ~ o goveriio p07, com uma nobre ise~i$ão, o pro- lileina lios seus justos t emos . NAo lia verice- dores iiem veiicidos; lia cidadáos do iiiesriio I I ~ I Z , qiie deverá0 conjiigar os seiis esforços para. ri i.eaiisayáo da possivel felicidade comuni.

Vem a Reliiiblica realisar uiila grande obra <?e tiaiisfoi-lriacão iiaczoiial. Ter11 vasto cainpo ],ala operar e os esforcos dos obreiros dever50 ser correspondeiites {i graiidiosidade da tarefa. l'recisa, porem, iiotar-se que este traballio fe- ciizido te111 de coineçar pelo pritlcipio.

Tem-se vivido i1 iilatroca, sei11 ideal gover- iintivo, seiii compreeiisão da gl.:iiide tarefa a c11 111 pri1-.

Po1iticaii1er-i te a reforri-in nacional est:i esbo- c:icln, apenas A Repiil~lica, definitivaineiite coii- sagracla pelo povo, tein tle sair da asseiii1)lein. constitiiiiite, oiide devera ser d e l ~ a t ~ d a a foi inn qlie iilellior coiivéni nas coiidic6es preseiites do espjrilo iiacioiial e As da politica iiiteriiacxorial. O governo 1 epublicaiio precisa ter iiiiia tatlca iniiito prudeiite aiite as cliiestões clue se llie ripre- senta1 eiil cltiatito coristituiçáo repi~l~licaiia, iiias as su;is resoluqóes são duma eriornie resporiso- I~ilidade cliiando nos refei-liiios aos assiiritos pen- dentes de iiaiureza exteriia.

Nào que acredltasseiiios nuiila iiiterveiiyão

extraiili:~ e o i~ecoiilieciii~e~i to rias poteiicias des- iiieiiiiu tal Iiipotese. E' isto coiitrai-io ao direito das gentes que vae atC ao estreiilo com a pro- posta de Drago, a liao aceitar n iiiCerveriyão ein caso de dividas. Mesiiio que algun-i governo es- trangeiro fizesse a vexatoria tentatitra de intei- vir na nossa vida iiiteriia hastaria a iiiflaeiicia poderosissirna dos eleineiitos avaiicados das res- petivas i~acioiinIidatle~, que iriani 5s iilti~iias conseqiiencias para evitar iiiiia I)rutal i~iiposicão de iiistituições politicas que a i~açfio Inrre e eii- t~isiasticanieiite aboIru, ncol liei-ido as oii tras coni deliraiites aclaniaqões.

(Jiiei-ii sabe as coiisetliieiicias rliie da1ii tlei-i- variam e cpieni pYde calciilar as coniplicaqóes que os governos extr:iiigeii os preparai-iain pc- iaiiie a coiiscieiicia denioçratica dos setis pro- ~xios pa~zes, qire ~~otlei-~aiii i r ati. a revolrtqfies dificeis de sufocar. Não 6 crive1 a iiitei-veiicáo estrangeira. Mas i-tein só n esta cl~iestáo iieces- sarlo ateiider lio nioiiici~lo, pois qiie I ' o r t i i~ l , co i i~ as suas coloi~ias te111 pei-lnaiientes i elriqocs com algiii-ilas poteiicins e os tiqatados do coin- iiiercio iiecessitani de iiiuito triio, iniiila hiil)ilr- clade e de prudencia ]>ara ~ I I C não h a ~ a (]:I 110s- sn parte uiii passo iii:iI dado qiie lios arrtiiiie oii prejudiclue gi'anderiieiite.

Não P neste livio qiie se poílci 50 ciiiarar todas as qiiestòes clue piecisaiii ser liahiliiieiite resolvidas pelo govei iia i-epi~l~licano e pelos ].c- l>ieseirtaiites do pol o, rliraii<io ol)ortiinaiiieiite convocados.

E' trahaIho para iiiua obra qiic estou n es-

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crever. ( i ) Antes de tudo, porém, é necessaiio vê18 que em Portugal não existe um balanqo dos elenientos da sua riqiiêza Se efectivamente da- ~ L I I iivante temos, conio se diz, de furidar um Portugal novo, essa obra de remodelação pro- funda deve basear-se nurn largo e vasto inquerito aos elemelitos com qne se pUde contar para a realisnçáo de sernell~ante e gigantesco esforgo.

Hein sei que o trabalho coiistrutivo náo pode ser obra de ~1111 sh governo, nem isso competira a o executivo que iiáo 6 o orgão da sol~erania nacional Mas o que póde desde j A fazer-se e o inqueri to conscieii te As coiidicões economicas do j~aiz, qiie ter-{i Iilesnio a vantagem de unificar, eiil deteriiiinada medida, as aspii-aqóes dos grii- pos politicos qiie venhairi, natriraliiielite, a or- ganisar-sc lia grande assenibleia coxistituiiite.

Se o goveriio pi.ovlsorio lanqar as bases diiiiia g ra~~c ie siiidicaiicia aos recursos COIII que deve contar, elucidara inuito a discussão que terii de Iiaver sobre estes grarides, importantes e deci- sivos assuritos.

Sci clepois deste iriquei-ito esato e conscien- cioso se poderh forriiular uiii largo e completo plaiio de governo. ASSIII~ or~entado, o futuro ~>;\rlaliiei.ito da Rel)ublica terii ri gloriosa tarefa de apreseiitnr ao palz a sitiiaçào eni que tlido se ciicontra, asserit:iriclo as siias nspirai.ões em ar- giiineiitos ~)ositlvos dei i\~ndos do exalo conlie- cimento dos fenoiiierios.

CTin plano politico que assegure o,funciona- meiito normal das iristituiçoes de~nocraticas; iini p1:iiio coriipleto de foinento ecui~oi~iico que $a- ivanta o progresso iiacioiial, :i expaiisão e a cana-

( ' 1 l;<\.~ O I ) I ~ I c$ld 1.1 c111 CVII I , 70 <\ta 1~11it)ni. i~3n Int1111k->c 4 [{C- ~ r r i ~ l i , ci 1>»1 iiiilii17,ct I',LIIIIHII<IO 04 pi »hlriiiai tia[ ioaacs c a siia iiru s- i \ i i., \olur;iri .i ciriilin 11'15 Iniiiiii1.1~ tlt-iiiociittir.15

l- ' iil~li~.~r-\c-.) I 111 iiicn<los i10 pio\iriio arro (11' 1911,

l i sa~80 da soa riqueza; uin plaiio fiiianceiro, collcreto, perfeito, setii ficelles, serii portas falsas, que dê ao povo a no@o perfeita do d e s g r a ~ a c i ~ esfado d o 1x-m e que se escude na boa e ~<ista distr~buiçáo do imposto, para que, se iiovoç sa- crificios se exigirem, fodos saibam seg~iramenfe para onde vae o resultado do seu labor; um plano colonial que dignifique as terras distantes, que tào hriosamente pugilani pela prosperidade geral; e, em siinia, um plaiio de reformas so- ciaes que garanta tio traballiador o bem estai, reinntaiitlo islo a celebração driiii plaiio gran- dioso de ed~icaçáo nacioiial que foriiie n geraqáci nova, desde o berço, para iio futuro ser a repre- seiitaiite gloi iosa das aspirnçóes da sua lerrn, defiiiitivc?ineritc eiicorporada na civilisayão rijo- deriia cle cliie sejn colat~orndora ati1.a.

Crie-se uina gei acáo que sniha compi.eeridei a ii~rixinia de Benoit Maloii cjiic diz que «a Ilel~li- ]dica C a formula politica da digniciacle 1iaiiiaii:i ))

Sabe-se tanibem qiie a iiiaiieirn coiito íicoii o~ganisado o niiiiisterio 6 liicoriipleta, porclnc iiáo se c o i ~ ~ p r e e i ~ d e rjiie Iiaja apenas os qiie :i propria inonaryiiia j~ilgnva iiicapazes de sntisfn- zer 3s exigeiicias das suas fiiiiyões.

Uiii governo beiii orgntiisado terir cie iefuii- dir, aiiiplamente, os serviyos publicas, sein iie- cessidade de augnieiito do pessoal iiem da prn- pna despem, porcliie iiiiirtas lia a cortar seiii pre.luizo do seu fiincionameiito.

A orgaiiisação goveriinti~ri que a coiistitiiiçáci r e l~ ib l~cs r i a estal~elecer deveri'i, miiis tarde, crear outros miiiisterios - o da educaqáo iiacronal, o ria agricultura e iiidustria, o do coniiiiercio e o do traballzo, e, finaliiieiite, o das colonias.

Sifilpllfica1--se-5 assim as faiições ]~iihlicas, podendo até redazir-se a uin so os de riia1 [ilha

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e guerra, sob a desigiiaqáo geiierica tle defeza iiacioiial.

* *r *

(:laraiiieiite riire iieiil tiido 6 gossivel fazer-se ein poucos dias, iiein a fóiiiia precipitada coiiio tudo correu proporcioliri te111150 para uma re- forxna radic:il.

A Hepul~lic;~ qlre realise itiiia graiide traiis- forninqfio iio pau, e teiu a o l ~ r i g a ~ à o iiloral de o fazer.

Os seus riiiiiisiros são lioiiietis arrojados, orieiitacios lias graiides corre~ites modei-lias e c0111 larguissiilio 1)eculio iiitelectiial. 'rem al6m disso, a coiifiaiiqa do povo que os aclanioii es- iroiictosniiierite e que acniiipaiihava cariiiliosa- rilente os seus iiieiiibros lias suas canipanlias de propagarida.

O goveriio repnblicnno terii solire si gravlssi- iilas res~>o~isal)ilidades, podeiido beiii drzer-se c~iie a Repirblicn 6, para ii~iiitos, n decisiva e\- perieiicin Se ella fiacassar, todos siiporão o que acoiitecerii, desde cliie a iiioiiarq~iia ti iiicoiiipa- livel coiii o paiL.

Hoje 1150 (I. sti o povo portiiguks cjuc estli c0111 os ollios fitos nos Iioineiis que iiiiia revoluçáo tiiiiiifai~te colocoii A fi-elite da naqão. Ha o 1ii111~do iiiteiro qiie iios acoii-i])aiiha atentaineiite e qiie poderA aplaiidii- oii censurar e todos sa l~em o q ~ e , lia vida iiiterilacioi~al, que carnterisn o liosso teiiipo, isso teiii de grave, priiicilialn~eiite coiii iiistituicões alieiias lia inezes proclaiiiadas.

1.: iiilia das cluestões que iiiais se irnpõe iieste ~i iomei~to de olirns obras decisivas 6 a coloninl. Iiiil>eiidcm sobre o governo iepublicaiio graiides i espons;'bilidndes e pena teiilio, coiii fiariquesa, elle 1150 telilia estado t'i nltiira destas graves

qi~estões. Não iiavia um ylaiio coloiiial reallsavel, 1150 se salria o que estava preparado e, por iiife- licidade, venios que ha hesitações onde devia liaver resoluções decididas, lia tentativas onde era iiecessario eaistir unia graiide coiisciei~cia dos problemas.

A provincia de Aligola 6 das que niais iieres- sita duma tissisteiicia deiiodada e cilidadosa e dum governo, caiito, experirneiilado e segiii-o.

Nào pode coiitinuar a vrver na depei~dencia grave em que vivia, porque s8 clueiii ],.i goverilar poderá co~iliecer ns siias dificiildades e os seus reiiiedios. Só n autoiioiiiia proviiicial a pode er- guer da desgi-aqnda crise que lia iiiiiito leiiipo n veiii toi.turando.

Aiigola passa, lia niiiios, 1101- u111:1 crise iii- teiisa e perliii:it. Não liavim iiiiigiieiii lia coloiiin que descoiilieceçse esta descoiisoladorn verdade, pois todos recoiilieciniii lia iioi-iiialitlade da vida angolense que causas rntimas, iiitriiisecas, pro- duziram ui11 mal estar profrii~do q u e coiiv~iilitl esclarecer e estudar iiliiiiiciosanieiite, pai n tirar iirila conclusáo clara e deieriiiriiar os re~iiedios n aplicar.

E ciirioso i. ilue qualido esse iiial eslnr sc n1a- iiifestava a toda n geiite qtte por I A vivln, niiidn por Lisboa Iiavia iniiiistros qiie supii111i:irn 1i:iver nesta afirilia tivn ~>ess i i i~ isn~o grosseiro.

Cointiido, ii;ida iliais exato, iieiii iiiais fatal, r 3 qnaiido O mii~istro do ultramar, o s i . Icixeira

de Souza, afirmava iiiiiito categoi-lçrinien te qiic ein Aiigola i150 liavia crise geral. ( 1 )

(7 I{<*lato~in c ~iiiiliostn tln 1'1 r tloctiiiiriiloi ri]iici< iii.i<lo5 .i (nii1ni.i dii% 1)i~piitntioi eiit 1901, p.ig YJ2

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crever. (1) Antes de tudo, porém, é necessario ver que etn Portugal não existe iirn balaqo dos elenienlos da sua riqiiêza Se efect~vamente da- qui Bvaiite temos, caxiio se drz, de fuiidar um Portugal novo, essa obra de remodelação pro- funda deve basear-se nurn largo e vasto inquerito aos elernei-itos coni que se yvde coiitai. para a realisação de semelliante e gigantesco esforço.

Bem sei que o trabalho coiistrutivo 1150 pbde sei. obra de iini só governo, nem isso competirá ao execritivo que 1150 é o oi7gão da soberania ~iacional, Mas o que pbde desde j a fazer-se 6 o inquerito coiisciei-ite As çoiidiyões ecoiioiilicas do l~aiz, que terh inesmo a vantagem de unificar, eiil cleteriniiiada medida, as aspiraqões dos gru- pos politicos q u e venhaiii, natiiralinente, a or- ganisar-se na grande assemblela constituiiite.

Se o governo provisorio lancar as bases duma graiitle siiidicaiicia aos recursos com que deve contar, elucidará niutto a d~scussão que tem de haver sobre estes graiicles, rrnportaiites e decl- SlVOS ~ S S U I I ~ O S .

Só depois deste inqiierito euato e conscien- cioso se yoderci formular urn largo e compleio plaiio de governo. Assiili orientado, o f~ltrlro parIameiito da Republica terit si gloriosa tarefa de apreseiitar ao p a ~ z a ~ t u a ç ã o eni cpe tiido se eiicontra, asseiit:itido as suas nspiraq6es em ar- niiriientos positivos der~\,ados tio rsato conlie- h. ciimento dos fenoiiieiios.

, ui~ciona- Uin plano polrtico q u e assegure o f a Lcas; uni meiito normal das iiistituicões deinocr t '

plriiio coiiipleto de foinenlo econoi~iico que ga- ranta o progi-esso iiacional, a expai~são e a cana-

( I ) 1 ' s . i nIiia cst.i $.i c111 conityn clc. 1~1,il)oinq~in Iiilitiiln-\r .I l {c j l l l i i l i << r 1'01 l l l ( ~ t r c r ~ c l c ~ s i i i c ~ , l i l i ~ o O\ pic~t i i i ' i l in i i l . i C i O l i ~ l c \ L' 5Llfi Il('CC5 - S L I I i,{ saliic.io :r c l i k r i l i o d:i\ rni iiiiiiIa\ cIr111o~i . l t iC . l \

P i ~ l ) i r c . t ~ - ~ c - . ~ ( 111 iiicniioi (10 [ ~ i o ~ i i i i o nilo tlc 101t,

lisacfio da sua riqueza; um plaiio financeiro, concreto, perfeito, seiii ficelles, seiii portas falsas, que ao Imvo a norão perfeita do desgrayado estado do pai2 e que se escude na boa e justa distribuic80 do iinposto, para que, se liovos sa- crificios se exigtrem, todos saibam seguramente para onde vae o resultado do seu labor; uni plano coloiiial que dignifique as terras distantes, q u e tso briosamente pligiint-ii pela prosperidade geral; e, em suma, um plano de refornias so- ciaes que garanta ao trabaIliatlor o bem estar, reina taiido isto n celel)racão duiii plaiio gri~ri- dioso de ed~icacáo nacioiial que forriie a gei-aq:jo nova, desde o berqo, liasa iio futuro ser a repie- seiitante gIoi.iosa das aspii*a~ões cia sua terra, deiinitivamei-ite eiicorposada lia civilisnyão 1110-

clei.iin cZe cpie seja col~i1101-adoi~n atn-a. Crie-se uina geracão que saiba coiilpreender

a iiiasinia de 13enoit Maluii qiie diz que cca Ilcpii- hlica 6 a formirlri politica cla dignidade Iiiiinniia ))

Sabe-se taiiibeni que n mniieira como ficnii organisado o miilisterio 6 iiicoiiipleta, porcliir 1150 se coiiipreeride qtie 1i.ja nl~eiins os yrie ;i propi'ia ~iionarquia julgava iricapazes de satisfa- zer as e~ ige i~c ias das siins fiiilcòes.

Uiii governo beiil orgririisado terti de refuii- dir, amplainente, os serviqos yiil)Iicos, sem iie- cessidnde de augiiieiito do pessoal iiem da Iwo- yria despeza, porque 11i~iitn.s lia a coi7tar seiii prejuizo do seu fiiiicioiiaineiito.

A orgaiiisaç3o governativa que a coiistituiçiio iepriblicaiia estallelecer deva-{i, inriis tarde, ci-cnr outros ministerios - o da educnqáo nacioiiol, o da agncultrira e iiidustria, o do coiniiiercio e o d o ti-abalIio, e, Aliaiinei-ite, o das coloiiias.

Siriiplrfic.ar-se40 nssiiii as fcinq0es ptil~licas, podendo ate iediizir-se a uni so os de rriariiiha

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E, todavia, N eyoca em que esse afirmativa se fazia, ern precisameiite a que se coiisidera n mais corrosiva e mais formidavel e tanto assiiii que o liialogrado ~tiriscoiisiilto Cabra1 Molicada, ao teinpo gorei-tindor geral rln ~rovincia, dedi- cava precisanieiite iilii çap~tulo a o seu relatorio ao est~ido de tal fenoineno, explicando-lhe, se- gundo o seu criterio, as suas caiisas e procurando, até niim resumo final do seu trabalho, determi- iiar os reinedios de cajn aplicaqãa elle esperava obter a salvn~áo da iiiesnia ~~roviiicia.

Mas não era apenas Ca1)ral TvIoiicada quem determinava os siiitoiiias dessa doenca, pois por essa ocasi50 iim agiicliltor de Angola, de quem niio sei o rioiiie, procurava refutar, brevemente, as coiiclusòes daquele i1usti.e estadista iiiiin ar- tigo ~>til>licado iio Correio dn Noiic, em que, 111111t0 concisamcnte, mas tainbem c0111 milito convicqáo, sustei~trtva que a crise existia porque o coinercro lhe estava sentindo os seus efeitos.

O propl-io Beiico Nacioiial ITltramakino, enti- dade que, por assim dizer, toma o pillso 5 situn- <Ao econuxnica das coloiiias, o assegurava cons- tantemetite 110s seus relatoiios. No do anrio de 1902, o goveriio daquela instiluiqii« hniicarin dizia: ((Pelo que respeita ú Africa Ocidental te- iilos a Inirieiiiar cpe duralite o a m o fiiido, e por divei.sas causas, se tenham agravado as a r - cunstniici:is da proviiicin de Angola, IA assaz criticas, ern r>ii*itidc da I>!-olongridu ci-iie ccorlo- nzicrr tjuc a uirthti q>r'íniiri do.» (')

Eni seguida ntribiiia o ngra~niiienlo da crise á falta de transaq6es coiii o interior.

Coiiitudo liavia as iiictica~ões precisas nos jorniies da epoca e Ienibro-iiie bem que iiina ganeia de I.isl)oa, o Mliildu, publicou uma série

de aitigos diim aiiii o conierciaiite da prouincia, sobre A cr'isc cle f 11!golcc e ns strns caitsns. No Coiliel.cio rio l'oi*fo versou-se Iargaiiieiite esta questão coin niuito cr~lerio, e O P~*lr~zeil*o cle Jn- miro dedicava principalmente as suas Curtas de Angola a esse feiioineito ecoiiomico (ào debrli- talite. Numa coiiferexicia iia Sociedade de Geo- grafia, o si-. Sousa I,ara, audaz e valoroso co- merciante dacjuela costa, uin dos ii~ais iiigeiites iiiiciadores que teem calcado o solo africano, expaz, embora restritigil-ido o seu estudo á ques- táo do alcool, coiil toda a clareza, o estado da nossa grande proviiicia cla ilfrica Ocicleiital.

Por f ir i i a popiilaqáo de Aligola, em repetidas rcclnmações, iiistava por pi.o~rdeiicias para de- l>elar o ii~al-estar d a provliicia, e, iiuin iiiani- festo ao pai%, reylicava ao ininistro do ultraiiiai-, de eutão, que i i i ~ o r n a ein erro c~iiaiicio afii n-iava qiie uáo liavia 18 crise gera1 Niiiii follielo piibli- cado eiii Lisboa aili se cleterliiiiiaval~ as causas iii~ediatas de seiiielliarlte estado ~i~oi.l)itlo

A Associaqfio Coinerçial cle Loaiiria coiisagroa iii i1 opusculo, escri to pelo sr. ];rei tas Ribeiro, seu pi'esideiite, a iiin estudo iiiercan~il do assiriito, a proposito do regiilieii pautal que incrde sobre a pi-ovincla e a depaupera, e a Associa@o Iiidus- trial do Porto, iiotaiido o erioi iiie ctesfalque dsi ex- portaçào, para a Africa, dos tecidos nacionaes, eii- viou uni delegado a Angola, que escreveli iiiii rela- torio ciru~nstaiiciado do seu estado comercial, ha- vendo nessas rnvestigacões iiiuitos elemeiitos de estirdo e de observação clrie as regices oficiaes náo conseguiram exceder, iieril niesiiio egualar.

Foi uecessario que extra-oficialmelite se ÙR- tesse perinaiientexneiite a mesnia tecla, para que os governos metropolitanos despertassem e seii- tisse111 que na realidade alguma coisa de grave se ia passando iiaqueln terra.

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Veio fiiialiiieiite a confirmaqáo oficial, da me- ti-opole, pois a da proyincla j5 se deima com o por miiil tão citado e valioso livro de Cabra1 Moncs- da, ein 1902, depois da yiiblica~áo do decretoriii- iiisterial ein qlie se dizia no relatorio: crumaperi- gosa e grave crise afeta aquela provincin? Não.»

Comtudo, apezar da iiegntlva formal, no pe- riodo segiiilite corifessava que em Africa ha cri- ses conierciaes quasi periodichs. devidas a cau- sas iieiii sempre taceis de apreciar.

Rias a coiisatrraqáo olicial do facto, veiu ein 19U5, pois, seiii Tresitni6es, o si-. Moreira Junior pòz a í111estGo clarnineiite, afiriiiando que proviiicia iie Aiigoln vem atravessando desde alglirls aniios uiiia crise ecoiiomica e fiiiaiiceirn que niuilo teiii prejudicado os interesses do es- tado e os d a iiidiistiia e comercio locaes e da nietro ~ o l e , pl eociipando, coiii s o l ~ j o ç motivos, s OS po eres cornpeteiites.))

Dai a\.aiite Iiouve até exageios ria afiinia- tiva. E' o Iiabilo vellio do ~ > o r t u g ~ ~ è s ~ ~ u Ziido oii iiatln. Nos relato1 ios- dos srs. Aires Ornelas, Hafael Goqáo, Terra Viaiia e Mariloco de Souza que aconipaiiliaiil os orçamelitos tiltrnmariiics, 110s disciii-sos de posse dos govel-nadores e em tioiile do consellio goveriiati~~o, entregalido o ao- verno ao sr. Roqndas, o proprio Bispo de Air- gola e Coiigo. se frisoii o ponto esseiicial, i~iilti- divel. Por fiin o I[\-ro do sr. Paiva Coucelro, qiie é iiiii est[ido siiicero de semelhante izial-estar, npi-eser~tava :I fúrina como, eni seu entender, este poderia ser saiiacio.

Portanto n ci-ise eaistia e, por i~ifelicid:ide, niiida siihsiste. Apeiias ha passageii os iitonien- tos de prosperidiicie resiiltado de cnirsns extev- lias cli~ando, yriiicipalniente, se eleva iiin pouco o preço dos geiiesos de exl~ortaqào, coino :i I~o r - raclin e o cale, iios inercndos iiiiiiidiaes.

Não lia entidade nlgntna, qiie tcnlia i.elaçoes coni Angola, que iião recoiilieqa, para assiiii di- zer palpavelmente, q ~ i ã o profriiidameilte essa crise tem sido coirosi\ra aos seus iritel-esses e até mesmo aos da iiietropole.

Q~iatido Ed~iardo Costa foi governador geral de Angola tive ense-jo de conliecei. qiiaiitas teii- iativas fez esse liornem expondo para Lisboa as criticas circiinstancias da proviiicia de qiie era governador geral apresentando alvitres yiie lia siia opiiiião ciirnvaiil a doeiica (jiie niinava riii- iiosainente a nossa grande coloiiia africana. Por iiifelicidade a morte ueiii, brutalmente, piir teia- m o a esta iiidivrdaaiidade tão taleiitosa e tão cauta e, ao iilesnio ieiiipo, tão amiga de Aiigold que, qi~eiii acred~tasse lia fatalidade Iiistoricn c ue, diz-se, persegue n iiossn riaciorialiciade, 110- c I eria afirmar que uin geiiio tragico abatera esse hoinein qiie, coiii laqueza de acç- ;to e, ali- xiliado pelos eleineritos iiteis da proviiicia, seria capaz de arcar coiii a soluciio de t30 iritriiicado tiio triste probleriia.

A crise de Aiigolii é, coiisequeiiteiiieiite, i i i i i rios factos niais grnvosos e mais ~~ersisteiiteiiieiile ~uorbsdos desta proviricin a cpie conlrein investi- gar as causas, quer reiiiotas, quer pioxiiiias, quer atuaes, qiie iiiflrierii na sua perdui-aqáo

Não se deve, sbmwite ver os que sobiesaeni a eiiipirica rntui<;ão de iiiomeiito, porque este des- graqado estado ecoiioinico teiii frliidws raizes ii:i

tradição e 6 iiiotivado náo sO peIos goveiiios, conio coinesiilliriaie~i te pre telidem espii-i tos sii- peerficlaes; iião sU pelos erros dos coinerciaiites

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de Benguela e Angola, como entendem elemen- tos oficiaes, salieiitando-se, justamente, o sr. l'ei- xeira de Soiiza e Moreira Juiiior; iiáo só no re- gimen pautal, como crccm algumas corpornqões, salieiitnndo-se :i AssocinçRo Coiiiercial de Loaiida e o Cei~tr.o coloiiial de I,isl>oa; náo sU li confe- reiiçia de Bruxelas que matou a florescente agri- cultura da cana, como preteiltlem os agriculto- res :ingoleiises , iiZ;io ainda, apenas ii eniigraçâo para S. l'home, corno siip6ein varias iiidividua- lidades , iiias a i-azòes historiças permanentes, a eiros ecoilomicos coii~etidos por governos e co- loiios, e a certas circunstancias de iiioniento que agravam a situaqáo do ja tiio co~iibalido or- ganisrno proviiicial e (pie se agravara cada vez mais, enquarito riáo se compreender o prohle- rna no seu aspeto fiindaiiiental.

As crises economicas e comerciaes são feno- menos inuito coniplexos e e iieeessario nào os lYer de aiiinio l e ~ e , nias procurar, coiii lodo o ri- gor, desciiiriiriai- os seiis sintomas para Ilie defi- nir o diagiiostlco. Este assunto, crises economj- cas e conierciacs, teiii sido estudado com inuita cautela por varios escritores economistas e to- dos lhe teciii reconliecido as dificuldades, clie- garido alg~ins a conclusóes variadas mas em parte coiicordan tes.

Qiianclo Juglar escreveu o seu famoso livro sobre o assunto, definiu, em termos precisos, einbora incompletos, as causas das crises co- Iiierciaes e Laxreley coiisegiiiu obter iirn todo doutriiial que, eiii certa inedidn, expoz os fuii- damentos de taes fenomelios. E' digna de ver-se a opiiiiiio de Cocliieliii atnl>uiiido todas as cri-

ses coinei-ciaes ao regiiiie~i baiicario. Serão as crises feiiorneiios periodiws, coiiio pretende Ju- glar? Sendo assini fUt:ies nùo podeiiaii~ sei. regri- ladas pelas reis Iiriinanas e , neste caso, todas as rec~aninqões dos interessados seriarii iiifii~idadas visto que, c o i ~ o no detern~iii~si-iio hiologico, não obedeceriani a quaesquer iiiediclas legislati~as ori a quaesqtier traballios dos iiiteressados.

Seráo efectivanieiite, c o ~ ~ i o expóe Coqueliii, inotivadas pelas restrjções 110 regiineri I,aticai.iu? Ainda discoido de iai opiiiiáo l~u i s que tal ma- iieira de ver se ri50 poderia adot:~i. eiii Aiigola, oiide, todavia, o ci edito 6 qiiasi niilo. blesnio que nus coiisiderasseiiios este tini tios iiiotlvos da crise de Angola, 1130 o coiisideio, eiii absoluto.

Queiii, coni inais precisão, ~ i u o prolilcma foi o ecoiioinista eiiiiiieiite, professor lia Polite- cnica do Porto, IIodrigucs de Freitas, iio seu su- bslancloso trabalho sobre as crises conierciaes. Estudando, com iiiiiiiicia e com escrupulo, a obra de Juglnr e Laveley, e, ainda, os aiitecedcii- tes como Stuarf Mi11, chegoti a deten~iiiiar qliaes tis causas complexas de taes feiioiiienos c iiicto ~)rocurá-Ias ii:is perturhag6es, qiier polificas, quer ecoiioinicns, da segiiiida metade do seculo passado, acliou, coiii algunia aproxiiiiaqão e it-i- ductivameiife, certas variaveis eiii relação coiii as constaiiles que, coordeiiriiido-se, pi oduzein o f'eiiorneilo mais Grave da ctise.

A crise é, pors, o resiilta~ite tte erros, caiisas variaveis, e de certos feiiomenos sociaes, causas coiistaiites, e cnraterisa o estado niorbido 111a- xiiiio de deter-rniiiado estado coletivo.

Creio, pois, que este feiiomeiio, CI-ISPS CO- 1rie17ciaes. e iiin aspeto, ayeiias, de outra grande crise, mais funda e mais iiitirna, da crise social. Como todos os acontecimentos hisloricos, quer

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l~oli t~cos, quer íllosoficos, qiicr religrosos, qiier, 11011tros te~-~iios, iiioraes, si50 espressos pelo so- liiatorio ccoiioiiiico, este 6 , prir:i assiiii dizer, ein i~ l t i~ i i a aiiallse, x foriiliiia de todas as grandes crises. C01110 hlalon afirniou não ha fenoriienos iiisulados e Greet' ria Sorrologitr Eco/lonlicn, coni oiilras pnlavras, asseiitou iios mesinos priiicipios, se be~ii qiie, coiiio t iiatiiral, eijcontrasse lia for- mula ecoiioii~ica a verdadei1 a expressão de to- dos os factos socines Eii tentarei, iiesta mesnia orientaqiio, que I,orla, antes do propi io Greef, ti- iiha deter~iiiiiado, duiiisi forma sriperior, lia sua Co~ts t i t~ i i~~do Ecoi~oriiiccr, estudar este assiiiilo

E' claro que siiiiplificaria exce~sr\~aiitelite o pi.ol)leiiia, se o olhasse só pelo sei1 lado coiiier- cinl, iiins :lssiiii visto iiiiilatei'alli~ei~te, ri50 o ex- pl~caria colii r igor e coiitluziria a erros iniiito grosseii-os, por sei iiicoml~lelameiite estudado.

Esla feicão excessi~~arneiite siiiiplista v e ape- lias os factos atliaes seiii llies descrimiiiar a oi-igeiii logica e liistorica, scleiitifica emfirn, e daqui teiii resiiltacto a esterilidade cle todos os titilialllos que se teeili levado n cabo coin as nie- llioi es das i~iteiiqões, mas, desgraqadninenle, corii o peor dos resultados

E tniito e assiiii que Tarde, que csludou lite- Ilioi~ a psicologia ecoiioiriic:i, afastando o pro- ])leilia do gitosseirisiiio enipirico eiii que o tinliam cleisado os ~iiestres classicos, determiiioti o pa- pel ecotioniico da creiiqa e, lia parte da sua obra cpie dedica 6s crises, eiicoiitroii poiitos de coiitato entle as ari ias crtses quer polit~cas, íliler reli- giosns, qiier inoiietarias, yaer scieiitificas E' par:{ o caso, U I ~ I a~a l l ce , se 1)eiii que ellas sejain vistas ~~arcelariiieiite qiiaiido de~eriai i i ser enca- i.:id:is corilo inlerdepeiirleiites, seguiido a feliz ex- pressiio de Greef e, assiiii, cori'clacionando esles

factos ecoiioiilicos iio coi?junto social, cliegar- se-ia naturalnieii te ;i aceitacão da coiiceito de Conite qiie integra a ecoiloiiiia politica na so- ciologia. Em face deste espirito scieiitifico é rliie deverinin ser eiicnrados todos os f:rctos ecoiio- rnicos qiie niio são instilados, que s5o solidai ios, e que, eni caso aIguiii, deveriam ser coiisidern- dos como coi~stiluiiicio uni facto $parte lia fe- nomenologia sociologica.

Assiin quando Gariiier afirma yiie «tis crises corilerciaes sáo perturbações subitas do estado ecoiiomico natural e iliais particiilarn~entc, ]ler- tiirbagões lia fiinqão geral de troca, a manifes- tação duma a1terac;go mais ou menos profiiiid:i du111a obstruq,?~ lia circulação oii na correiite das trocas, eiii coilseqiiencía da qual quaiitidades notaveis de prodiitos e de serviqos veenl a fal- tar iios mercados de sorte que li50 podem eii- eoiilrar seliao preços inferiores ao ciisto da 1,t-o- duqào, a preços ruiiiosos para os proclutores e tral>aIliaùores» 6 iiicoiiipleto, Aparte o erro eco- noinico q u e nesta na pasçageni manifesta, pois apenas deterinina, ernpii-icaineiite, as siias ea- pressões mais eili realce, mais palpaveis, pode-se dizer, sein ter o argucia bastalite para ir 1,uscar ao aniago dos acontecirneiitos as autenticas caii- saes de tão graves coiilplicaqòes lia vida de so- ciedade. 1)a mesma fornia o proprio Juglar vendo estes fenomeiios das crises um facto coni qiie ne- nliiiiiia relaqáo tem os oritros factos sociaes cl~ega, inioyeiiieiiie, a afirinar qtie o estado tie guerra, e elle exemplifica coiii o bloqueio coii- tinental, em nada iiiflue nas crises coinerciaes E' o mesino que se afirinasse que a perturbaçáo dos herreros náo pre,jiidicoii a ecorioiiiia da Damaralalidia, s6 porque soùresaisse, rias esta- tisticas da coloiiia, o auineilto notavel de inipor- tapio, por ocasião da inesnia guerra, qiiatido esse

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de Benguela e Aiigola, como entenclem elemen- tos oficiaes, salieiitando-se, justamente, o sr. l'ei- xeira de Soiiza e Morelra Juiiior; iião só no re- (i.irneii pautal, como creem algumas corpornções, b saIieiitando-se :i Associac5o Coii~ercial de Loaiida e o Centro coloiiial ttc I,isboa, náo s6 ii confe- rencia de Bruxelas que iilatou a florescente a g ~ i - cultura da cana, conio lireteridem os agriculto- res :ingole~ises; 1150 aliida, apenas eniigraçho para S. l'hoiné, coriio siipVei~i varias iiidividua- lidades ; inas a razòes historicas permanentes, a erros ecoi~oniicos coriietidos por governos e co- loi~os, e a certas circuiistancias de iiiomento que agi-avairi a sitiiayão do .lá t"O co~nbalido or- ganisino provincial e que se agravará cada vez mais, enquanto iião se compreender o proble- ma n o seu aspeto fiindaliiental.

AS crises econoniicas e cornerciiies são feno- riicnos inuito coiiiplexos e C iiecesssirio não os Ter de ailinio l e ~ e , riias procurar, com lodo o ri- gor, descririiinar os seus siiitomas para lhe defí- nir o tiiagriostico. Este assiinto, crises economi- cas e comerciacs, te111 sido esludado com xnuita cautela por varios escritores economistas e to- dos lhe teeiii reconhecido as dificuldades, clie- garido alguiis a concllis6es variadas mas em parte coiicordan tes.

Quando Juglar escreveu o seu famoso livro sobre o assunto, definiir, em ternios precisos, eiiibora incompletos, as causas das crises co- iiierciaes e Laveley coiisegiiiu obter iim todo (loiitriiiaI que, em cei ta iriedlda, expoz os fuii- dainentos de taes ferionieiios. E' digna de ver-se a op~iliiio de Cotlitdin ntriliuiiido todas as cri-

ses comei.ciaes ao regiiileii haiicario Ser50 as crises fenotnenos periodicos, coiiio preteiide Ju- @ar? Sendo assm fataes i150 podei-iain ser regu- Iaclas pelas leis liiiinanas e, iieste caso, todas a s i'eclaniaqões dos interessados seria111 iiifiiiidadas visto que, coiilo iio determiriistilo biologico, não ohedeceriani a qiraesquer meditIas legislati~as ou a yuaescluer traballios dos interessados.

Serrio efectiv:iineiite, como expõe Coqueliii, inotivndas pelas resti-iqões iio regimen I~aticai.io? Aiiida discordo de tal ol)iiiião pois que tal 111a- iieira de ver se ri50 poderia adotar eiil Aiigola, oiide, todavia, o credito G yuasi niilo. iilesiiio cpie 116s coiisiderassemos este iiiii dos niot~\ros da crise de Angola, 1150 o coiis~dei o, ei l i absoluto.

Queiii, coni iiiais precisão, viu o prohlema foi o ecoiiomisln eiiiiiieiite, pi.ofessor iia Polite- cnica do Porto, Ilodrigues de Freitas, iio seu su- bslancioso t rn l~al l~o sobre as crises con~erciaes. Estiidando, coni iiiiiiiicia e com escrupulo. n obra de Juglar e Laveley, e, ainda, os aritecederi- tcs corno Stuai-t MiII, cliego~i a deteriiiinar quaes as causas coii~plexas de taes feiioiiienos e iiido procura-las ii:is perturbaqoes, cpier politicas, quer ecoiioniicas, da seguiicia iiietade do seculo passado, acliou, coiii algun-ia aproxiiilac;50 e 111-

ductivameiite, certas variaveis e111 relação coiii 3s consiaiites que, coordei~ai~do-se, prodirzein o ieilomeno mais grave da cuse.

A crise 6, pois, o resultaiite de erros, causas variaveis, e de certos feiionieiios sociaes, causas coiistantes, e cnraterisa o estado 11101.11ido nia- ximo de detei-rniiiado estado coletivo.

Creio, pois, qire este feiioniciio, wi.w.s co- Ilzercraes. è iiin aspéto, apenas, de oiitra grande crise, mais fuiida e mais iiifirna, da crise social. Como todos os acontecimeritos historicos, quer

li

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nuliiento de inipor tação foi resriltaii te dos des- 1)aclios das iiiunicões que a propria Alcnianlla eiiviava para a repressáo.

Não 6 preciso inesmo ser iiiuito versado eiil Iiisloria para descobrii. y ue as guerras eiiibora inuitas vezes prodiizam u m cei to movinieiito as- cenciorinl ila riqiieza publica este e puraiiieiite iirtificial pois bem se $76 que, as snngi'ias, quer de lioniens queia de diiilieiro, qiie as mil pertur- bações que resultam destes factos aiioirnaes lia e~isteiicia das ~iaçóes, iiifl~ielii, del)ressiraiiieiitc, iia sua econoniia e, porfaiito, prepar:iiii as cri- ses que, iiiuitas vezes, v&in iiiiedintai-iieiite. N5o entrarei aqui eiii largas dissertaqoes liistoricas para deinonstrar factos por si inesino evidentes, que, apareiitenieiite, viriam ate, se ~ i s s e i ~ i o s 111ii-

Iaternliiieiite o ~~rob le inn , confirniar a tese de Jil- glai, poisque efectivnmeilte 11a os tres perioclos que elle diz existir ])ara as crises. o deseiivolvi- inento iioriiial, o excesso de produqio e, ein resultado da teriniiluqáo da guerra, :i crise apa- rece ~i-iterisaiiiente. E' beiii iissiiii.

b1as o qiie Juglar iião k clrie a vida coiiio que se suspeiide ein pai te lias restaiitks iiaqóes que se preparain para essas Lutas interiincioiiaes, E' conio que uni estado de febre de que resul- tará, depois, a j~rostraç50, embora eiil certos casos, a vida volte a iioi.nialísar-se iiias muito tardialilente aiiida.

Os exemplos rnoderiios da giierra do Li-aris- vaal, que produziu a crise violenta da Afi.ica d o SirI, a revolta de C~istodlo de Me10 que 111 odiini~i :i suspensão da vida ecoilomica 110 I3razil do siil influilido ate na elevacão dos preços do cafk ein S. Tomé e Angola, a giierra dos Dembos eiii

1872 que provocou a grave crise porque passoti a proviiicia, ilesse tempo e qiie se refletiu na de

1875, são claros ailida qiie a crise de 1875 fosse agravada coin a baixa do café e, coi-iseguiiite- iiieiite, c0111 o retraimento do baiico ultramariiio cl11c sofrra tambeiii nina crise propria.

Nuni iuapa piihlicado por Cabra1 Moiicada rio seu livro sobre a Ccri~ipa~zlto do Btiiliuido ent 1900, hei11 se nota a depressão do comercio re- soltalite de seiiielliante estado de perturl1aq50. A gi1ei.i.a de Cassange, que tanto agravou o estado ecoiiornico do interior de Loaiida, rio meado do seculo passado, aiiida h o ~ e recordada, coiii cei.to ar de pavor, 1)or alguns vellios nativos, que eni Loaiida riic coiitarnni quanto esses sucessos preludicaraiii aquela regiáo, de iiiais a nisis, r~ i ia~ido se sabe que o baiigla k o verdadeir-o tipo r10 co~i ie~ciante iiidigena, aveiit~ireiro e ani- Iilciosa e cjrie iiiíllie taii to no i~~oviineiito conier- cial. Coiii o baiigla ein guerra é certo que o co- iiiercio cessa, pois o yuioco, a leste, lhe obede- ce su)~inisso.

E' certo qiie hleiides Leal, iio sei1 relatoiio ~i-iiiiisterial, eaalfa a obra de pacificaç.ão d o (:as- saiige, riias era pura~iieiite lusor rio e ficticio, coiiio ainda se recoiiliece, o siatu qrro iiiaiitido.

I'oder-se-ia eapcr, iiiais larganieiitc, este te- ma. filas basta reparar iin giierra rirsso-jal~o- iiesa, a ultima graiide guerra do nosso tetiipo, para se ver como elIa creoii uma sitiiay5o Li- riaiiceira e economica deploravel ás duas poteii- cías l>eligeranles, e todos teiiiein Iio,je a p o ~ s i \ ~ e l conflagraqão aii~ericaiio-jal)oiiêsa ou o conflrto eiiropeii eniiiieiite, que produziria unia depi-es- são social profiiiida e dolorosa.

Isto tiido hrin ver ao claro espirito de diiglar cpe a siia afiriiiatlva 6 insubsisteiite, iinia vez que elle não qrriz estudar lia histeria, como fi- zeiaiii iiltiiiiainente Levaçseur e Ciastoii Rodert, c a falta de base da sua afiriiiativa

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&Ias o que mostra, sobretudo, que o iiotaveI pi11)licista errou, - coino erisai.ain afilia1 quasi todos os escritores econotiiistas seus conl eiiipo- raiieos e principnliiieiite os seiis sucessores e discipiilos- foi c~t~aiido ~ i u apenas uni aspeto da cpestão e dessa particularidade tirou coilcliisões geraes e leis fixas.

N30. O que coiiveiii e estudar esle assuiito coiiio todos os assiinto,~ sociae's, eiii relagiío 1111s coiii os outi os. Só assiiii n lei se forriiular{~ e 1150 se cairii eni verdadeiras falsidades doiitriiia- rias oIliaiido-se apeiias pela feicfio parlicularista c10 observador

A crise tle Aiigola, pois, i~iÍo pode ser eiifi eii- tad:i, iiiesiiio, como iiina cliiestão de ino~iienfo, porque ella é n resultante d e iiiuitas oiitrns cri- ses que se enciideiaiii uiri;is nas outras seli1 ,ia- iiiais se cieseii~~ciic~lliareii~.

Esta terrn teve sciiipre lima vida pi ecni*ia O cliie nl~eiiasllie dava unia certa apareiicia de pros- peridade era o ti afico da escra\ralura qiiaiido esta grande coIoiiia, como o resto das outras terras da costa ocideiital africana, coilstitiiiam a iiiieii- sa iliina onde se ia extrair o inais imlioi-taiite eleiiiento de traballio da Ainerica Era uiii graii- de viveiro destiiiado a abastecer as fazelidas cle (:ilha, do Hrazil, da Anieric*a do Norte e oiitros territorros que apenas tinliaiii este iiegregado negocio, que colisplirca n Iiistoria das iiacões europeias, e coino que tis iiiaciil;~, coni os gritos de inaldição ci-qiiidos pelos escinvos a que for- qavaiii a ai~anhoiiar a siia terra, a terra lia- lilirida do sol faiscaiite e coberta de vegetacão gigniitesca, c0111 Ilorestos tleiisas, oiidc o desgr:i-

qado, c01110 se iiivoca iin poesia scilipre glaii- diosa de 'roilia,: Iliheiro, tainbein teve Iibertlridc e veii tiira. (r Mas 1il)erdiide e veiitura, pati-rn, tiiilor, tiitlo perdi!)) assim esclainn o negro a (luem a desei~f~eada gniitiiicia do 1 7 1 1 inercadeja- dor de carne liuniana, forçava a entrar na eiii- barcação que o liavia ile levar (1 terra do tortu- raiite e~ i l io .

Mas se ri50 fosse n escravatura o Brazil iiáo se teria deseiivolvido, dizem pul)llcistas retoi i- cos. E' uin erro cjiie iião tem fiindaiiieiito sC- rio iiias qiie ainda eiii outro logai Iiei-de aria- lisar e qiie deiiioiistra que nunca se ollioii pala ,4ngoIa coiil o incsiilo ca~infio cluc se ntcii(le~i ao Brazif.

Esta proviiicia servia, apenas, liara adquii ir gado liumano para as suas fazendas eni Iaboin- cão, qiiando conviri:i iiiiiito que ~~0ssi11sse sen tiião de obia abuildaiite parri (lar iriipiilso :i siin ecoiioiiiia, alargar o anil~ito das suas trans:iybcs e tornar inais segiiro o fiitiiro coloiiiul lia Afi-i-

ca. Se tal se fizesse talvez o plseiiio de lignC*:io das duas costas ati-~cniias, cslioqado por ~: i r ios governadores, coiii a inaiiiiteiiqáo do (:aljo ptir:i Poi tug:il, tivesse dado coiiserjiieiicias iiiuiio i i i n i s

\raiitqosas Náo se teria feito o Brazil? 17nlve/: siii-i, talvez

1150. Mas ui-iia grniide terra con-io :i iiossa uii-

liga coloiiia alnericaila, c0111 i ecursos l~odei.o\os e, niiida assim, com yopulaqóes eiiiborn iristil)- iiiissas, cotitiido suscetiveis de edt1caçã0 1'0' 11111

traballio lento e coiitiiiuo, poderia psogl-ectlr sein a liiaiicha igilol~il do trafico ilegi.0. h'illoils- Ira-o o ecoiiomista, doiiblé de teologo, 0 a~i ic le- iiiico Azevedo Coiitinlio, iio seu E,re~.cicro c.c'r)~io- ~ t i r c ~ o sol~ .e o coiiiei*cio t le Pol-trrycrl e ,$uns rolo- IIII~S, e coiiio se vae recoiihecciido coiii o 1rnl)n- Iiio atunI dos governos hrazrleicos, (["e teiiti~tii,

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com exito, npl.oveitar cerca de 5 iiiilhões de 111-

dios que existeiil rios seus estados. Assiitl ter-se-ia feito a Africa portuguêça; ter-

se-ia, seiii duvida, niaiitido o predornioio eni qiiasi toda a Afrira do sul e do ceiitro, ter-se-ia creado uiiiapoderosa iiacioiialidade africana, coin o belo cl~iiia do Cabo, com os lfiiialtos coloiii- saveis, com os ainplos portos J' as costas orieii- tal e ocldei~tal, com grandes rios servidos por escelentes eleiiieiitos de progresso e, sobretudo, 1150 teriaiilos a iilarcar-iios, lia Iiistoria, o esti- gina afi oiitoso iie riegreiros qrie, eilibora corii- partilliado por todas as naqões coloiiiaes, iieiii por isso deixa de ser uiii vilipendio que lios iiiaiiclia iiidele\ elriieiite

A vida coniercinl clc Aiigola era, pois, ficti- cra, logo que tia esc]-avatura Iiaiiria a sua priri- cipal rlquezii

E tanto c nssi~li qiie quarido o golpe vibrado çoiitra esse trafico o fez terrniriar, o coiiier- cio de expoi tayao, de Loaiida, desceu de 8:30 e a 105 coritos. llacjueles 830 contos, 740 erani de escravos, oii Xt l por cento, seiido depois des- tes, a cera e o iiinrfiiii que coi~stituiai~i os geile- ros de e~portny5u Isto em 4823, e só de Loaii- (ia.

Foi, pois, a ppl'lineira crise coilieicial que se ol)sei.voii, rio seculo passado, em Aiigola, se cori- siderarmos oufi as ~ ~ e r t u r l ~ a y ó e s c o ~ ~ i e i ciaes como passageiras e seiii inftiielicia decisiva ria vida da co1onia. Aiiies disto para nssiiii dizer iião Iiavia crises conierciaes, gaisitnticIo como eslava o mer- cado tlo Bi.azil pa1.a n exportaqc50 do preto, pois

q u e as cornuiiicaç6es maritimas se faziain regu- Iarmei-ite, apenas embaraçadas por algitril assalto de piratas, iio alto mar.

A verdadeira crise, portarito, foi a que rc- sullou da ~iroil-iiqao do tratico negro de que se origiiiararn conseqiieiicras ecoriornlcas mais du- radoiras, e eliihora ainda O cui~tral~alido ii~aiiti- vcsse uin certo i~egocio, o rpie é verciade ti yiic esse, sendo claiidestino, em pouco infliiia na vida da provincia

Essa revoliiqào, começada pelo hlarquks de Ponibal, reatada pelo graiide espirito de Si1 da Baiideira e coriscrvada pela legislacão de todo o seculo que fiiidou, foi, apesar dos seus resulta- dos de moiileiito, o mais fec~irido iii~l~ulsoi. d:i ecoilomia de Aiigol:i, obrigando a colonia a di- ~ i g i l * n sua atividade para outros traballios e eiiibora ailida se inaiiteilliam tiiis restos de es- cravatura, ori de servidiio, coiiio pretendeiii escla- recer cjiiein faz questóes de palavras, o cliie i. certo t! qiie j,i i ~ ã o i! aquela eapol-facão, aclirele neqocio, coiii todas as formrilas iilercai~tis, coiii todos os processos de ieciiica da troca e coiii todos os reqiiiiites de ci-ueldade iiiteiisa Hoje, apesar de tudo, ainda o prelo é chaiiiarlo :'i pre- seriça da aiitoridade. E' ludibriado, afirma-se c0111 provas riias 1150 6 nesta altura que quero isso discutir.

Niio houve, certaliieiite, iiiii grande iiiipulsn .e as crises sricessivas foratil esatameiite inoliva- das pela instabilidade duma tal sitiiayao Der- rubado, de repelite, uiii coii~ercio secular, liavia seiii duvida, de reseiltii--se da falta (te iecui+sos pois as ~~opulaqóes, seiii aptidões para oiitros iraballios, riiniitivei-niii-se iiidecisas lia \rida a se- gui i'.

Fizerarii-se vai-ias teiitatl~as. F!iii 1844 a1)i.i- rniil-se os portos rle Aiigola ao coinei.cio esti-ali-

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geiro, ainpliaiido assiiri a sua acçáo coinercial. Alas foi siicessivniiiei-ite coartaiido-se com pautas, essa expaiisâo do seu coiiiercio Mais tarde tornoti a sentir um certo progresso, impreciso, rridecíso sempre, como ri111 ecluilil~rio iiistavel.

Coii~cidiu iim cei-to deseiivolvimeiito comel- ciaI, e 1)rincipalr-t-teiite ngricola, eiil Cazeiigo, com a c]-eação do Baiico Ultraiiiaiiiio, mas foi de pequena durayiio, esse progresso pors, seiido rapido, foi ficticio, e t5o ficticio que o banco, de- vido tis facilidades de conceder capitaes, arras- tou a agriciiltura do Cayengo e Golungo a uiiin situac;ão precarin, ficancIo, mais tarde, por ar- i-esto, com as mais iiiiportaiites fazendas dac~iie- Ias i-egióes agricolas.

Foi esta sitiiaqão si101 mal qiie coineqoii eril 1870 que, em 1872, se agrayoil com a guerra dos I)enil>os, acoiiipaiihadn y ela epitlemia de hexi - gas e c0117 falta de chiivas. Isto deri em resiilta- do que o cafe 1150 ~irodii~isse, que os maritiineii- tos escasseasseii~ , cliegariclo a gingulia a 3.000 reis A nn-olm, itido qnas1 toda a pi-odiição para os portos do norte

Esta niedonlia crise dui+ou cerca de 8 alilios. Ein 1877 a gereiicia do Raiico Ultramarii~o, em Loandn, ~iifol inava desta mniieira siiigela inas, por isso mesnio, inais eloqiieiite: «O coiiiiiier- cio te111 cliegado n tal grau de desaiiiinaqão que e ger:i1 a descoiifiaiicn e 6 eoiii ;i iilaxiii~a difi- culdade qlie os iiieiios favoi-ecidos da j'ortuiia, embora reco~il~ecidarnerite Iiorieçtos e traballia- dores, ohtenlia111 a assiiiatura das casas iilais so- 11das para letras, mesino por clziailtias iiisigilifi- caiites. A ~llil<ct col l i~~tc i (Iei~iasiacio tardia velii luiitai-se a foiiie yiie te111 feito baslai~tes viti- iiias, cliegiiiido a ser eiicoiitradas mortas 5 e 6 pessoas por dia. ,)

Esta Iiorrorosa s i t u a ~ a o era n resultanle de

factos, de r iioiiie~i to irreniediaveis. IIoiivera em parte, uns antecedentes cluaiido, em 1783 e 1816, a fome devastara grande parte das poliulações. Desla vez, po~'ét~i , a triplice desgraça, sob n clas- sica designação, de fome, peste e guerra, ti-ou- sera consequeiicias terriveis a que veiii juntar- se a c~nstar i te baixa do cafP, que se proiiuiicioii siicessivameiite, desde 1872, qiie coiiio J B fiz seii- trr, correspolideu ti giierríi dos Deiid~os, a que se juntaram outras siible\~açôes parcines cm Dii- que de Bragaiiça, (iolui~go ,41to e Amhaca, aielii das clieias do Quaiiza que tlevnstaraiii as pro- pnedades do eiierqico proprietnrio Feliciano d a Silva Oliveira, mais conliecido e ainda hoje lein- hrado por Oliveira Massaligo, que viu iiiais tar- de as suas valiosas propriedades lia posse d o Banco Ultraiiiarino que com elas e as doiitros agricultores, coiiio o s r Carreira, vieraiii depois a constituir a que hoje se iiititula Coiiipanliiri agri- cola do Cazengo, bem inal adequado titulo, seiiz diivida, pols, como é sabido, algainas das suas faze~idas estão situadas iio Goliiiigo e outras, a mais importante, iio Quaiiza.

Tal estado de coisas devia de ir~fliitr lia vida comercial depressivameii te. Pn ra cirin ulo h a ~ i n a acrescentar, eiii 1878, o termo do trn1)alho es- cravo, pois o caft;, principal produto lia proviil- cia, o a7.eite de palma e giiigul)a, 1150 eram sii- ficientes para obstar ao estado ci-itlco de A~igol,?.

O cafe ia, poreiii, atingindo iiiii preto rciiiii- iierador. Conieçou suhiiido siia cotaqáo eiii 188 1. E ~ i i 1894, coin a revolta de Custonio de Melo, ilo Brazil, alcançou uma cotaqiio de 59:350, qiie foi s.ricesçivan-iente decrescendo ate ao n-iiiiiiiiu de 1$300 reis em 1903. 13 este atinieiito de preço do cafi' in dando alento ao coinei-cio n ponto do Raiico Ultran~arino confessar, eiil 1902, 1"" " crise que, por essa epocn, assoloa I'oi-tiign 1150

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tinha iiifluido ~ i a ecoiloniia das colotiias I E, to- davia, teslemiiiilios pessoaes liisuspei tos afirma111 que essa iiiflueiicia foi depressora, embora inais tarde. Mas o qiie valeii, iieste trniize íiificil, foi, ainda, a boiii preço do café que só coiiieçou a descer qualido a ci isc portuguêsa metropolitaria j:'i decliiiava ou estacioiinv:i

O cnf . foi iixil dos produtos que, ap6s a abo- 11qfio do trafico da e~cra\~ati \ ra , veiu alentar :i ecoiioiiiia da provrncia taiito que docurrien- tos oficiaes nfirniarii clue em 1830 foi a siia ex- yortaç,?~ de 1.140 liilograrnas, erii 1844 de 3:000 kilogranias; em 1845 de 6.000 kilos; ein 1870 de 980 mil kilos; em I871 cie 1.12fi:OOU kilos; 7 mi- lliões de kilos ein 1884, atiiigiiido o inaximo de cotacão em 1894, 5 380 reis. E' curioso compa- r a r estes dois ultirnos iiuinei-os e concluir que o anno de iiiriior e sporta~r'io não correslionde ao 1itasi1110 da cotaciiu.

Explica-se peI:i esyeraiiqa que tinliam os co- iiierciantes do iiorte de Angola, que esperavaiii obier maiores cotações, cliegaiido alguiis a coii- servai- durniite 1)nstaiite teriipo, stocis coiiside- raveis, es1)eraiido 111011ção favoravel, que afilia1 1150 cliegoii, tendo de Iiqiiidar coiii 1)astaiites pre ju~sos weus depositas.

Mas iião foi, apenas, com o caf6 que se de- r3111 estes factos. A borracha qiie 6 , Iioje, o ge- iiero de Inaioi- exporiaçiio de Aiigoln, eiitraiido esta l)roviricia, na exportnçiio geral das colonias portugiii!s:is, coni uma perceiitngem de 92,78 O/o (MoqailiI)ic~iie, 3,O8 O / , ) G~iiiit., 4,13 %) coiiieqoti taiill)eiii, niim crescei~do espantoso.

Eiii 1850 o vtilor da exliortação da borracha,

tia proviiicia de Angola (que cni I870 fora ape- nas, pela alfandega de Loatida, de 14.607 kilos, (I) em 1871 de 116.145 kilos, ein 1872, de 3(i3.265 kilogramas) foi de 389.203 282 coiitos, ein 1881, de 308 contos, eni 1882 de 462 cotitos, eiil 1883 de 850 coiitos, ein 1884 de 822 contos, eiii 1885 de 290 contos, em 1886 dc 351 coiitos

Conclue-se, iti~ediataineiite, do coiifi-oiito des- tes iiumeros, quanto deveria i i l í l iiir lia ecoiiomia da provincia esta queda rapida, de 1880 pala 1885, pi oduzindo, neste aiino, uina crise ter1 i- veI que abaloii, profiindarneiite, a \ridii da co- loiiia.

Benguela que até 1887 tililia eiitrado lia e\- yortayão da borrrictia, coin pecjuexias quaii tídn- des, comecoti, desde essa epocn, gniqas a i l i- iliieiicix da bori.achn das (iaiigiielas, a tomar tal iiicremeiito que, eiii breve, foi a priiicipal ex- ~OI-tadora desse geiiero, çorilo se podei-B :cvei-i- guar e certificar.

A cxpansâo deste comercio da borracha deu em resultado o abnndoiio doutras niercadorias, conio o marfim, a cera, o azeite de palina, etc. e é iiiteressante coiiipnrar o aui~ieiito du~iia, corii o decresciiiie~ito progi.essivo das outras, eiii face dos niirneros, o que de resto Ê 11111 fenotnc- rio econoinico muito frequente, apesar de trazer coilsequencias niuito lastimaveis.

Mas iieste iiiesiiio facto esth a segura aplrca- cão da crise de 1900 de que aiiida se i.cseiiteni os efeitos dolorosos.

A exportação da bori acIia voltou 3 lotnar iri- ci-eineiito, depois d;i ultiilia a cliie me referi, deii-se a baixa a que jsi alridi, eiii 1881) e 1886, subindo a expoi-taqào de l.(iGO coiitos eiii 1895 a

( l i No ielatoiio tle Aiidindc ( ano, em 147; \i.iii 550 hilogi.iiiins riii 1870 toiiioii o iiiiiiieio que i~r(lrco iio Icuto (10 ielatoiio tlu \ I Di.15 Oosta, de 1898

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7.020 contos ein 1898. Mas, por fatalidade, de- cresceii eiii 1890 a 5235 contos, e ein 1900 11 3.604 coritos. Foi quando a ci.ise estalou, forii~i- davel, horrorosa, a qiie vieram juntar-se os efei- tos da ~ o i i \ ~ e i i ~ : i o de Bruxelas. relativa ao alcool, que tinha toltiado enornie impulso, e que servia de eleiiiento de permuta com o gentio a que se juntou, taiubeiii, a peqiienn cotaqão do cafe e o abalidono dos oii tros geiieros de exportação.

E' cui-ioso colilo os governos cunipreiii os seiis deveres. Eni 1882, devido A iiiiciativa dos ,igricultoies e ao auxilio do sr, Ferreira do Ama- ral, coiileçoii iiiiia iiovr7 c i i l t i~r ;~ para a produ- S.? o de aguardei) te. Essa ciiltitra fez convergir para ella todos os capitaes que tinham teiideii- cia parti a agrictiltiiia, calculados em niilhares de contos. O iiltiino computo da corni6são inciiin- bida de i-esolver so l~rc a indeiiisaçáo é de 3.500 co~iios de reis, (numeros redoiidos).

Assiiii coiiio iiifluiu 110 levailtarilento da ri- ipeza proviricial, dando ocasião a qiie inuitas fazeiid:is se iiioiitasseiii, inas as conferencias de Bi~iiselas forain dnndo golpes sucessivos, ate que a iiltima, a de 1906, Ilie viliroii iiiii decisivo, a crise coiii iiiais este erro.

Evideiiteiiieiite crises desta iiatiireza, qiie as- siin, si> iiuni geiiei o iinl~ortaiite, sofria iinia baixa de 3 416 coi-rtos, nuiii iliercado tfio falho de re- ciirsos finaiiceiros, que não teiii capitaes dispo- i-iiveis, e táo iiial educado economica e tecnica- iiieiite, liavia de :il)alar, até aos fundamentos, iii-~ia sociedade iiiercantiI qrie ia iiiini crescerido esl)antoso e febril.

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E' deste abalo que a provincia se esta reseii- liiido nirida, coiilo era de esperar. Foi como qtie

r i r i i grande terr:iiiloto que tivesse dei.rocado to- tias as instaveis coiisti-iições duma terra sisiiiica e (pie, apus elle, fosse a pouco e pouco recoiis- !ruindo-se, mas sofrendo sempre as infliieiicias tlo grande abalo priiiiitivo, e de que iiáo repa- rasse nas agitações parciaes, depois sofridas.

Depois desta vieraiii oiitras baixas, coiiio a de 1907, ein que :i horraclia esteve a C300 reis e si~cessivamente crescendo vrie toiilaiido deseii- volvimento ate qiie lima oscilação rapida, a que esih injusto o mercrido de borraclia e que tantas c:it:istrofes tein p rodu~ido iio iiorte do Brazil, veiilia despertar, talvez jh tarde, os iiegociantes deste genero.

A licão lia-de ser 1,eii~ dura porque o iiego- cio iio iiiterior de Afi-ica é o que lia dc inais 111- iaiitil, 1150 se ateiidelido As oscilações bruscas do genero, neiii se estiidniido os varias riierca dos iniportadores oii export:idores. A este asaiito iiie ciedicarei iioiitro livro para, se fbi. possivel, a h i r bem os ollios aos Iionieiis que andaiii eiii- 1)riagados com a alta da borracha e que, si, caeiii lia terrivel realidade, coiiio foriiiidavel safaiiiio do - vá IA a siiperstiçiio -- destino.

O terrivel efeito produzido eni 1900 perdiir:i :tirida e sO seri1 resolvida a crise qiiaiido ii i i i

plaiio geral de traballio, ateiidendo a todos os :ispetos do problema, der coiisisteiicia a uiii:i so- ciedade que iião tem elemeiitos de seguraiiça, de manuteiiqáo, de radicaçRo Tudo eiil Aiigola

ao ao iristavel desde o sislenia de adiiiinistr:tq' sisteiiia de comercio. Nesta terra iiáo se yens:i eni lançar os fundaiiientos duma sociedade que perdure, que se proloiigue, que teiilia e1enieiitos seguros de progresso e coilstitua um todo.

Em Angola, vivendo atravez dos seculos, so- lida e firme, lia apenas a sociedade iiidigeria, ru-

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dinieritiir ainda, pouco educada nas suas nyti- dòes proprias, que as possue, e v R 2' iosas.

E esse fuiido i-iegro e agitado, convulsianado, ac[tii e aleiii, ein 11erti~rbtiq6es iiion~eiitaiieas, q ~ i c i-e~)i*eseiila o princiliril p a l d I d e tr-ciballio e d e vida, enit)or:i eni cerla oposição del~loravel coiii o eleinento europeu.

EIIa que ~u1)sisle e g:ii-alite o fiifiiro da pro- uriicia.

Foi, nniiti-os ten~lins, o pi-iilcil~al el~inento de coniei.cio, garriiiti ndo o l~tiin est:ii- iiifariiaiite ao ti-afictiii te seni esci.11 li~ilos, foi a rriorref[r h01110 qiie iriipeliii :i ecoiioiiii:i d:i Amei-ica, i. Iio,je, ainda, o priiicil':~l i'erurso, infeliziilerile táo ii~;il agrti- decldo. d:t riossn exp:itisão econoinica c111 AII- gola.

Valoi.isrir esla 111-oviiiciit, cujn ricluezri coils- l i t~ie 11111 Iog:~ i. C O ~ I U I ~ ~ frecliieiite, eis a grniide iiecrssidnde tle I'oi.tug:il.

As crlses i150 se poderii evitai, e111 absoliito, iiitis l ~ o d e r i ~ iiiinoi-ai*-se os seus efeitos de per- niaiieiites coni uin coii+~uiito de i ~fol i i ias adap- taveis as condiqões (1ess:i terra.

E' iieste seiitido cpie deveieriins orieiitar 11

iiossa :tc~c?o colo~i~sadora crn Aiigoln e iim go- \7criio ~irevideiite e efic:iziriente coinpi-eendedor c-los seus deveres civiIisnrlores devei-a coiihecer as iiecessrd:idcs paieii les desta grande região.

As i.cforrn:ls a r ealisar em Angola teiii de ser iiiu1tipl;is. Náo se podeiii enc:irar os seus 111.0- blen~as ~inilateralmente. Tem de i-cparar-se rio seu sistema de admiiiisti.:iqão c ief~iiidi-lo pro- f'u~iclaiiler~te; tem de atender-se ao seli ensiiio, ;ij~~+ovcilsiitlo as ap1ictóc.s do iiidigeiia: tem d e

ollini. 1):iia O sei1 coiiiercio t ~ l iir.iiiirio os co1nei.- ciaiites e iefiilidiiido os dil>lom:is legislativos ~ I I C '

ubs1:ini A siia vida iiiei.c:iiitil, tcm de 01h:ii--sc liara o scu fiitui-o iiidristri:il e agricola, no sisle- ina de credito, B sii:i iiavcgnyão, sua vinqão acelerada, tis sii:is vias ~)ublicas, fiiialirieiile, ii siia vitalidade.

Tenlio visto, com desagraclo e desgosto, rliie o niiilisterio das cololiias teiii ,~ndado em coris- I:iriles e ind~r i s i \~as tentativas, senipre seni uiil plano dcfiiiidu. Noiiicniido coiiiissiio eiii Lishon, para coisas do ulti-ninar 6 ligo ver coiii iiititlcz o problenia.

Fes-st. co~il~ecei r1 uc se tciicioiinv:i acabar coni a P~srolri Colo~~rnI poique, afirm:ivn, não era Iire- cisa. Drl)ois consei.voii-a, irias seni a reforninr, co1i-i intuitos de :t ~iieliiorai.. E' cvidcrite co1itr;i- senso acabar colii a Escol(i fk~lonrcri liras diz-se que isto eiitra iio pIaiio do go\ei.iio, dando-sc. o c;iso siiigirlar~ssinio de vir a ser l'ortiignl o ~iiiico Iiaií! coloiiial que ficara seni eiisi~io desta cspecialiiltidc..

Foi coin espanto rluc i , ciii plena Ilcl)iiblica, rio aiiuiicio inra o coiic*iii.si> CIP 1 " ofirlal de (h- 1.eq50 fi~i.;il das coioiiias, exi ir,.coiiio doriiiiieiilo F licira arlmissáo, o a1est:ldo c o pai-oco da fi-egiie- zia cni que o cniididato teiilia residido 110s u1t1- 11iOS tl'C'~ :lllllOS. 1 ~ 1 0 6 ; i ~ l l ; l l 1 ~ ~ 0 O S 110\.:\S 111~11- tuicóes, ~iroelarn;id:is eni iioiiir tln Iibei-(iade i e- Iigiosa e ~iolitic:i, acal~a co~ii o .jui.nii~eiito ii:i posse d;is fiinc;ões l~ul)licas, e nii~iiicin n scpain- são d:i egi-eja do estaclo, ior qa-se iiiil iiiilividuo, iiiconiliativel com 3 egreja, a iiào cniicoi.i.ri7 ;i i1111

Ioga' publico, cjuaiido a piop ria ii~oii:irquia Li- ii1i;i posto d e liai-Le este rcrluisi to ~.ex:iloi.io.

I)epois noiiieia~ii-se comissõrs, iiioi tas coii~is- sces, 1x1~; esLitcI;~r coisns vni.i;is çoiiio n rliicstáo do alcool, :i coloilisnyào do ~)l:iiiulto, :i icloiniiin

l ii

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das 1)aiit:is aduaiie~l-as rle Aiigola, e do seli re- ginien adiniiiistrativo, seni se leiiil~rnr que l i ~ 6 que estes nssiintos deveriaili sei ti*:itnclos e re- solvidos. (4)

A l)rovi~win aspela de 7i.ciz-os-M01iies, 12 se- 11;irado do I)ouro e Miiiho por alcaiitiladas ser- ias, que eigiiei~clo para o ceii as SLI:IS agiillias agrestes e co1)ertas dc ncyes, dão n imprcsstlio de cltie liii 11a1-a alem, i i i i i iiovo iiiiiiidu, tli\.ei,so e até al~osto e111 cei-tos caiacteres, cliicr geologicos, quer liotailicos ou zoologicos e iiiesiilo 1111- giiisticos e niitropologicos, coilio, por exeiii- 1110, aclueln 1)o~oac:ío extrailha de Miratida, cliie lio,je e a111da 11111 1)roI)leiiia ctiiico murto iii- teiessaii te.

Pois o ti~asiiioiilniio riide e orgiilhoso d a in- dcpeiideiicin do seu 1)rocecIer a i ~ t o ~ ~ o m o , qiie re- coiiliecc os ei.ios qiic os de foi a coriietem, quaii- do tralisniiteiii ordens, teni uma foi-iiiiila siiiteticn e precisa, íiiiiiin grandezi siiiipics e dunia vihrn- cj.50 de clariiii guerreiro.

Dir elle : ~ n r . n c<i (10 Afalni.60 qoueriiniii os yirc ccí esfZo. Como frase e lapidar e iieii1iuin:i ou- tra poderia expriniir iiielbos os intiiitos deste 11. 1'1'0.

1'01s 1)eiii: a Aiigol~i o apliqueiiios, colii todas as siias coi,sequeilcias. Qiie la goveriieiii os qiie 1i1 estáo, os clue 1;i teiii interesses e cliie, pela sua peibniailencia e scieiicia, coiilie<;irii os iiegocios da coloiiia.

E' licito, pois, cspernr :llgiini 1)eiieficio cla Republiça? Não lia diivida. I.:' qiiestão de tei11l)o porque este periodo traiisitorio e iiin ttiiito in- consciente dni.8 logar a 11111:i eljoca n~cIlior e inais perfeita.

A Repliblicn pode, deve e lia-de estiidar coiii conscicilcia estes tral>allios. ELla ser& terilio essa f6, a grande emancipadora de Aiigola. Pode ntlio ter, nos seus primeiros passos, sido iiiuito feliz, nas suas medidas coloiiiaes.

Poi ii-riiii soii dos qiie iiiiiica descreeiii do fiiiuro. O pessiiiiisiiio oii o oti~i~isiiio iiií0 tciil cal)iinento no iiieii espirito, pois, coiiio heili es- creveu Rocardo, seiido elemeiitos oliostos e i i i -

coiiipativeis, s:io aiiibos erroiieos sol) o poiito tfc vista sociologico.

O grande esyirilo de Spcncer poz-iios tle 1Ii.e- cauçgo coritrti as ex:igeradas es1)eraiiças qire sáo seiiipre faliveis. O progresso huiiiaiio (I iiiii facto iiieoiitroverso, por iiiais cluc os pigiiieiis preteii- (Iaiii travar a sua iiiai-clia.

Qiiereriio os doiiiiiiadores da ii~etropole iiii- pedir que :ts coloiiias progrid:iiil? 1

Que aiiiargas desilusões Ilies est:i~-tlio desliiin- das no fiituro se l)ersistireiii, eiii as coiisic~ei~:ir, aiiida, populn<.6es coiiqiiistatlas !

( ' 1 \ I t < l l l l i ~ ~ l l l ( l l l? rl I ) l l ( rI011o lc~~l l l ) l l<~a l lo l1f~lllco1l l l l l l < l i j I t t f S < rGo ilr r~fiirfii\ toloiiiric~ O c110 c o ~ ~ i < ~ \ r i i u cliir iiitlir<i iio truto I\l.r\, .1pf'5.1i <I<: I F C O I I ~ I ( ~ C C I n 1)o.i i r i l i ~ i i ~ ; i o iIc\tr iio\o c o i ~ i o p.ir tid:iiio es.i\ ~ i p i i ( l < e \ (105 I I I ~ I \ ir l i irl* ~ I I C :I c ~ I ~ I ~ ) C I ~ I I I :I cot~il\~.io, (I<,\ i* c(>iicot ( I J I -

t111c { I I I ~ 311 I I O I ~ ~ C ~ O I I , >e < - \ ~ I I c c ( ~ i <I(- que I I C I \ L ~ ~ I I I I ~ I \ 11~1o t(,111 \o \ I- ! i t l o I i i i i i io11.11 !o\, (* (111~' h.i oiilio5 rlciiit*iilos, i i i i i~ lo ~ , i l i o v ( i \ , (1(tc5 dv \ ( ' i I C I ~ I I %,c1 11." Lr ilc\s:i i ~ i i i i ~ \ ~ i i i 5~ o tliiriloiio <Ic\<'JRI ~ ~ C ~ I I ( ~ C I .I ia5tci I I I I I~ I I . I 1iitlic~1c5i) t.11) cz \.I c\ ilai li111 tlc5go5io t l ~ ~lc111~il los <i(#- iiioc inlicos r iho oficines.

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í jprri~c?o dortriirarrfe sobre as coionins - Il=r.r.oi qric corrvern dlssrpai , - Angola c u sim ftrltcr de qci- i.a~itias. - A clrlpa ~zào C aperzns dos goi~pr.rioe - Os capltnes rtrrcroriaes e a Co~lipanlira dn IAurztJn - Alrerrnçúo dcrs colorirns - Oprriião do sr Mni - noco de Sorrsn e da rrnpi3enstr --,4 divrda cnlo~lrol -Quem pr oclanicr a sua ri~cessrdtrd~,-Os riefiçit% colortincs - Resrrmo drr riossa hrslorta coittcn~po- trarr - A diuidfl crnnciorial r o seu cresrintenlo coli- trrilro, - Como cr l~ i s fo i rn se r . e p ~ t ~ 5

0 qiie drzeni crlgruis /iorrieris piiblicos I elaliuarnertfe ~ í s dpspcras colorilues - l.'crilns conietrdns tio ril- li ninar - Cainericla de el~rireritos d~ f i crliallio - (I gire ( I I Z I E I D J O S ~ 1 - AS colotttcls IM?O s60 rírl- prrdas dos seris tieficits - (;nnir~cldr~ões rui 5 1 1 1 ~ I I ~ C O I ' I e11 11111 I I Z ~ I I I S ~ I ~ O C p r l b l ~ c i ~ f ~ r 29

0 qlie f p i ~ i sido ct ndll~iiirs[i.rrçiio rle A~ryolcr - A li- s.60 dos ~ilirrici*os - Iltqspe:ns e I rccilus de Alt- golcr - A que ficcrrii I rdnztdos os seiis deficiti. - ilorifi,oitfos ( fas desprzns iifers rol11 as rtililei~ - Ecfila d e jfistrç« 110s ( I I C I Q I I P P no C(I IWI 'O d ( 1 11i('Ii 0- ]role 4 4

A er~olrrç& c e ~ i f i aliqln e i ~ Portugcrl - AI qrrnir~iln- çck pr d cor~tr a a desccnfr.crlrsrrc60 - A ctiilo~in- Irirn ,?a yrciprra ~ ~ r c l ~ . o p a l i ~ - O ~rri!lrslei*~o t l r is c o- lo~licis - R111ioslqZo tios sisfcriia~ I ~ ~ I I ~ ~ I ~ ~ \ ! I ' c ~ ~ ~ I J o s ~icis uni inb possess6e.r alenicis, bvlgns, fi.crlir?siis, holnndèsns e 1riy1l:sns 77

U I ~ poiico d e histoi ia - O qrrc foi a pr rnr1trr)cl 01 ryn- n~snçcio coloillnl - Afrrcn, lj~.uzrl c lndrsr. - Art-

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rloln c os sctts p~ i~nrfil)os gouei-ntrtioi'cs - O ctbrrso das crrrlor ldndes - O rrirno rla JruzCn roluullr~frr do rilli airrnr. - A siza cuolrrçcio - A oi~c~~rirsaçüo cttlmlnzsfrnfiucr de Rebelo cicr Sflun - As Jrrill(rs ilerncs dc 111 ouriicrn -As rlrinlrdcides e defeztos - A oi qcrrzzrct~üo trzr~i ta~~

O codrclo biilio tlc VziIic~rri - O cspii-ifo (Ien~ocrcrtrco c rrc o orsprrorl - QriaOo cirplornns nofnucrs - kuzõrs contrai.ias <i orlriiiiiistr nr<io rrirlrlnr - A /,rrrida - Uizt dociinie~tto zinpol taiitrssrmo - Pcr- segrc<r.õcr, c117 Mcrlnrige - 122

A c rliltccrçfio 131 Pvicl - A inadorrin oricri lnqclo colo- ~irnl ciii Portiignl - Sizn 01-r qern - Hoiriciis qrcc I I I C ( I C ~ I J ~ ~r11in IIOVCI epocn - Ilrscoi~dnricrn dnni polrtico - A urqtrrnr!zta~áo co1iii.a rr niitoiioiirra - Scntrnicriio plrhlrco e o probler~ía admriiisti.atruo.

Poi clizc (. pie r~iiiitos azrtoi-PS coriderrani rt arrfoizo- Ilira - A imazÜo do s e u rlesctco~ do - O dcbafe dor[- tsinnr LU sobre o cissrtrtfo - Os gr.alzdcs ncrrsado- ~.cs cln cerzli aliscrpio - Os purtrdos poirirco~ P O

])I ol~lcinn c*oIoiiraI - Cls partidos Inoricircliircos - 0s pai.trcIos clrnlocratzcos - Os ~o i iq~~es sos colo- ~zrcrl e nrrcroital - As cololiras e o srrct ciqão arrto- I~orrirstcr - A A.ssoci~cüo C:omei.cial de Lociiidri - Unicz rrpr ese~itaçüo rin yne S E C O I I S Z ~ I I C I a opr- rllc?o criifor~oi~lrsicr - Mor~ir~zeiito gri crl cie Aiigolrr - As ns])iilngões !ler t r ~ s 168

I'lanos tIc .sisCeiilns ctd11irnisl1.crliu04 C ' O I O I I ~ C I E S - 0 s pltuios gcirci rcov - Os qrlc SP ~'efer M I ~ rsperial- iiicrtlc cr Artgoln - Os drstr*rios c u srzci 01 unnrsrr- ctio. - 0 exc.lrrsliirsnto riirDCnl ~ r f « - Alyr~rnrrs yn- ~.irtrztcs - O ~ L L C d ~ u c ~ c í ser o plarro dcstn i cgi6o - A C:onTederacão cic hiigola - íd'u~rro deocr+ra sei* ct aufonor~izn - O con!lr esso 111 ouritrrcil - Co~zsitírrrrç.òcs grr nes 2 18

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A CRISE DE ANGOLA (Estudo de economia colonial)

Portugal no moderno

movimento c01ot)ial (Esboço de critica hislorica)

Litografia Tejo Lisboa 1988

1 500 exemplares Dep Legal n 23894188