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FÁBIA MORGANA RODRIGUES DA SILVA DIAS AUTOPERCEPÇÃO DO PESO CORPORAL, ESTADO NUTRICIONAL E PADRÃO ALIMENTAR DE FUNCIONÁRIOS DE UMA UNIVERSIDADE PÚBLICA DE RECIFE/PE RECIFE 2011

AUTOPERCEPÇÃO DO PESO CORPORAL, ESTADO NUTRICIONAL …

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FÁBIA MORGANA RODRIGUES DA SILVA DIAS

AUTOPERCEPÇÃO DO PESO CORPORAL, ESTADO NUTRICIONAL

E PADRÃO ALIMENTAR DE FUNCIONÁRIOS DE UMA

UNIVERSIDADE PÚBLICA DE RECIFE/PE

RECIFE

2011

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FÁBIA MORGANA RODRIGUES DA SILVA DIAS

AUTOPERCEPÇÃO DO PESO CORPORAL, ESTADO NUTRICIONAL

E PADRÃO ALIMENTAR DE FUNCIONÁRIOS DE UMA

UNIVERSIDADE PÚBLICA DE RECIFE/PE

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-

Graduação em Nutrição do Centro de

Ciências da Saúde da Universidade Federal de

Pernambuco, para obtenção do título de

Mestre em Nutrição.

Orientador: Poliana Coelho Cabral

Professor Adjunto do Departamento de Nutrição - UFPE

Co-orientador: Pedro Israel Cabral de Lira

Professor Titular do Departamento de Nutrição - UFPE

Recife

2011

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Dias, Fábia Morgana Rodrigues da Silva

Autopercepção do peso corporal, estado nutricional e

padrão alimentar de funcionários de uma universidade

pública de Recife-PE / Fábia Morgana Rodrigues da Silva

Dias. – Recife: O Autor, 2011.

56 folhas: tab.; 30 cm.

Orientador: Poliana Coelho Cabral; Co-orientador:

Pedro Israel Cabral de Lira

Dissertação (mestrado) – Universidade Federal de

Pernambuco. CCS. Nutrição, 2011.

Inclui bibliografia e anexo.

1. Peso corporal. 2. Transtornos da alimentação.

3. Percepção do peso. 4. Peso corporal ideal I. Poliana

Coelho Cabral. II.Título.

UFPE

152.4 CDD (20.ed.) CCS2011-223

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Dedico minhas poucas palavras e esse árduo trabalho a quem a mim doou a vida... Deus,

o autor da minha fé, poeta maior, amigo de todas as horas,

ouvinte atento aos meus clamores e angústias,

verdadeiro Mestre..

Também a minha avó (in memorian), que acreditou na educação e a ela se votou.

Fartas estórias em sua boca e longa esperança pela recompensa do aprender...

Page 6: AUTOPERCEPÇÃO DO PESO CORPORAL, ESTADO NUTRICIONAL …

Agradecimentos

A minha mãe que sem reservas acreditou em minhas aspirações e quimeras e guia meus

caminhos com maturidade e sabedoria;

Ao meu esposo, meu braço forte e repouso, que comigo constrói sonhos;

Aos meus familiares que prestaram assistência com afinco e me entusiasmavam a continuar

e crescer;

A minha orientadora Poliana Cabral, sempre disposta e pronta, que fazia em mim repousar

calmaria, em meio às tempestades e desafios;

Ao meu co-orientador, Pedro Israel, mui admirado e no qual tento espelhar-me;

Às professoras Jailma e Lucicleide que tanto colaboraram com grandes ideias desde o início

desse trabalho;

À professora Emília Aureliano Monteiro, que tantas vezes me instruiu, fortificou e despertou

curiosidade e criatividade;

Ao professor Daniel Câmara, apoio sempre presente, norte seguro, grande amigo;

A todos os professores que nesses vinte anos de estudos ininterruptos lapidaram meu modo

de pensar, de enxergar, de amar e inferir as ciências;

A Alicinez, Cláudia, Natália e Elânia, companheiras com as quais dividi momentos tristes e

alegres durante o Curso de Mestrado;

A Elisângela, mestre, amiga, colega de trabalho, auxílio;

A Edynara, amiga que descobri, sem vergonha de suas raízes, disposta, autêntica,

perseverante e conselheira;

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Aos estagiários, que tanto me ajudaram na realização da pesquisa: Flávia, Raísa, Juliana,

Adélia, Midori, Rafaela, Malciana, Priscila, Andrezza, Marinaldo, Camila, Rafael, Luyse.

Aos amigos e irmãos de fé, que oraram comigo e me apoiaram, sabendo que Tudo é possível

ao que crê. Entre esses, destaco Monique, Monara e Paula, nutricionistas com as quais tive o

prazer de caminhar durante e além da graduação;

A Cecília, Necy, Franciane e todos que fazem o Programa de Pós-Graduação em Nutrição,

docentes e técnicos por tornarem esses dois anos mais prazerosos, sempre com um largo

sorriso no rosto;

A todos outros amigos e colegas de curso, que com seus ombros e olhos firmes me enchiam

de confiança e segurança, em cada degrau, em cada vitória;

A todos que direta e indiretamente ajudaram no cumprimento deste trabalho.

Page 8: AUTOPERCEPÇÃO DO PESO CORPORAL, ESTADO NUTRICIONAL …

Eu, etiqueta

“(...)

Desde a cabeça ao bico dos sapatos,

São mensagens,

Letras falantes,

Gritos visuais,

Ordens de uso, abuso, reincidências.

Costume, hábito, permência,

Indispensabilidade,

E fazem de mim homem-anúncio itinerante,

Escravo da matéria anunciada.

Estou, estou na moda.

É duro andar na moda, ainda que a moda

Seja negar minha identidade,

Trocá-la por mil, açambarcando

Todas as marcas registradas,

Todos os logotipos do mercado.

Com que inocência demito-me de ser

Eu que antes era e me sabia

Tão diverso de outros, tão mim mesmo,

Ser pensante sentinte e solitário

Com outros seres diversos e conscientes

De sua humana, invencível condição.

Agora sou anúncio

Ora vulgar ora bizarro.

Em língua nacional ou em qualquer língua

(Qualquer principalmente.)

E nisto me comparo, tiro glória

De minha anulação.

Não sou - vê lá - anúncio contratado.

Eu é que mimosamente pago

Para anunciar, para vender

Em bares festas praias pérgulas piscinas,

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E bem à vista exibo esta etiqueta

Global no corpo que desiste

De ser veste e sandália de uma essência

Tão viva, independente,

Que moda ou suborno algum a compromete.

Onde terei jogado fora

Meu gosto e capacidade de escolher,

Minhas idiossincrasias tão pessoais,

Tão minhas que no rosto se espelhavam

E cada gesto, cada olhar

Cada vinco da roupa

Sou gravado de forma universal,

Saio da estamparia, não de casa,

Da vitrine me tiram, recolocam,

Objeto pulsante mas objeto

Que se oferece como signo dos outros

Objetos estáticos, tarifados.

Por me ostentar assim, tão orgulhoso

De ser não eu, mas artigo industrial,

Peço que meu nome retifiquem.

Já não me convém o título de homem.

Meu nome novo é Coisa.

Eu sou a Coisa, coisamente.”

Carlos Drummond de Andrade (Corpo)

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Resumo

Esse estudo objetivou identificar a associação entre o estado nutricional real e o padrão

alimentar com a percepção do peso corporal de funcionários de uma universidade

pública da cidade do Recife. A amostra foi composta por 267 funcionários, avaliados

através de questionário que abordou aspectos demográficos, socioeconômicos,

dietéticos e de estilo de vida, além da avaliação antropométrica e da autopercepção do

peso. Quanto aos resultados, aproximadamente 60% da amostra estudada apresentaram

excesso de peso, dentre os quais, cerca de 20% eram obesos, não sendo encontrado

diferencial significante entre os sexos. Em relação à percepção do peso corporal, 38,0%

e 9,7% dos homens e 41,2% e 22,9% das mulheres se percebiam como acima do peso e

muito acima do peso, respectivamente (p=0,0035). Quanto ao estudo comparativo entre

o estado nutricional diagnosticado e a percepção do peso corporal, apenas entre os

homens houve discordância (p=0,0049), com subestimação do peso real. Em relação ao

padrão alimentar, as mulheres que se percebiam com excesso de peso atenderam mais às

recomendações de gorduras e açúcares do que as que possuíam diagnóstico. Além disso,

mulheres consumiam mais alimentos para compensar momentos tristes que homens,

principalmente massas, chocolates e outros doces. Mais estudos são necessários na

população brasileira sobre a percepção do peso, a fim de direcionar as ações educativas

não apenas para o diagnóstico nutricional, mas também considerar a percepção da

pessoa sobre seu próprio peso.

Termos de indexação: peso corporal, transtornos da alimentação, percepção do peso,

percepção, peso corporal ideal.

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Abstract

The goals were to identify association between nutritional status and dietary patterns

with self-perception of body weight of employees of a public university in Recife. Two

hundred and sixty seven employees were assessed trough a questionnaire that addressed

demographics, socioeconomics, dietetics and life style variables, beyond anthropometric

assessment and self-perception of body weight. Regarding results, almost 60% of the

sample studied had overweight and, among them, approximately 20% was obese, but

there wasn’t difference between sexes. In relation to body weight perception, 38,0% and

9,7% of the men and 41,2% and 22,9% of the women perceived themselves overweight

and obese, respectively (p=0,0035). When nutritional status was compared with the

perception, only among men there was difference (p=0,0049), with weight

underestimation. Regarding dietary patterns, the women who perceived themselves as

overweight responded more recommendations for fat and sugar than those who had a

diagnosis. Moreover, women consumed more food to compensate sad moments the

men, principally pasta, chocolates and other sweets. More studies are necessary in the

Brazilian population about perception of weight in order to direct the educational

activities not only for nutritional diagnosis, but also consider the person’s perception

about their own body weight.

Indexing terms: body weight, eating disorders, body weight perception, perception,

ideal body weight.

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SUMÁRIO

1 APRESENTAÇÃO.......................................................................................................... 11

1.1 JUSTIFICATIVA......................................................................................................... 11

1.2 PERGUNTA CONDUTORA..................................................................................... 12

1.3 HIPÓTESE................................................................................................................... 12

1.4 OBJETIVOS................................................................................................................. 13

1.4.1 Objetivo Geral........................................................................................................... 13

1.4.2 Objetivos Específicos................................................................................................. 13

1.5 ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO......................................................................... 13

2 REVISÃO DA LITERATURA ..................................................................................... 15

2.1 CONSTRUÇÃO SOCIAL DO CONCEITO DE CORPO...................................... 15

2.2 OBESIDADE COMO “EPIDEMIA” E AUTOPERCEPÇÃO DO

PESO CORPORAL...........................................................................................................

17

2.3 ESTADO NUTRICIONAL E PADRÃO ALIMENTAR........................................ 20

3 MÉTODOS...................................................................................................................... 22

3.1 DESENHO DO ESTUDO E CASUÍSTICA.............................................................. 22

3.2 VARIÁVEIS ESTUDADAS........................................................................................ 22

3.2.1 Dados demográficos, socioeconômicos, dietéticos e de estilo de vida................... 22

3.2.2 Dados perceptivos...................................................................................................... 22

3.2.3 Dados antropométricos............................................................................................. 23

3.3 ASPECTOS ÉTICOS E PROTOCOLO DO ESTUDO........................................... 23

3.4 COLETA DE DADOS................................................................................................. 24

3.5 PROCESSAMENTO E ANÁLISE DOS DADOS................................................... 24

4 RESULTADOS ............................................................................................................... 25

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................ 45

REFERÊNCIAS ............................................................................................................... 46

GLOSSÁRIO...................................................................................................................... 50

ANEXOS ........................................................................................................................... 51

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______________________________Autopercepção do peso corporal, estado nutricional e padrão

alimentar de funcionários de uma universidade pública do Recife

DIAS, F.M.R.S. Dissertação de Mestrado. UFPE. 2011.

1. APRESENTAÇÃO

No presente estudo foram delineados os temas percepção do peso corporal, estado

nutricional e padrão alimentar. A autopercepção do peso corporal é um componente muito

importante da imagem corporal e pode revelar como a pessoa vê seu próprio peso, as

preocupações e a satisfação a ele relacionadas (NUNES et al., 2001).

A imagem corporal é a maneira como a pessoa avalia a forma, o peso e o tamanho de

seu corpo (GONÇALVES et al., 2008) e tem se tornado um assunto relevante na atualidade,

visto que a sociedade ocidental tem valorizado um padrão de beleza em que o corpo feminino

deve ser esguio e o masculino com músculos hipertrofiados (VEGGI et al., 2004),

transformando corpos naturais em corpos aprisionados por modelos de masculinidade e

feminilidade (GOLDENBERG, 2005). No entanto, sabe-se que o biótipo depende de vários

fatores, inclusive genéticos, e que não é possível estabelecer um padrão a todos os seres

humanos (BERNARDI, CICHELERO, VITOLO, 2005).

A percepção inadequada do peso corporal é um fator de risco no desenvolvimento dos

Transtornos Alimentares (TA) como bulimia, anorexia nervosa e transtornos alimentares

não-específicos, os quais tem aumentado em freqüência e importância, principalmente entre

adolescentes do sexo feminino e mulheres adultas jovens (NUNES et al., 2001).

Enquanto a superestimação do peso corporal é um fator de risco para transtornos

mentais comuns e comportamentos alimentares restritivos, a subestimação (mais comum em

homens) pode corroborar para o surgimento e a manutenção da obesidade e suas co-

morbidades, em pessoas que estão com excesso de peso e consideram-se com peso normal.

(DEL CIAMPO et al., 2010; DORSEY, 2009; HOWARD et al., 2008; LEMON et al., 2009;

PAERATAKUL et al., 2002; VEGGI et al., 2004).

1.1 JUSTIFICATIVA

A importância da presente pesquisa reside na necessidade do conhecimento acerca da

percepção sobre o próprio peso e sua relação com o estado nutricional e hábitos alimentares

para que os profissionais de Nutrição, numa equipe multiprofissional, possam realizar

intervenções mais eficientes no tratamento da obesidade e dos transtornos alimentares,

epidemias crescentes no Brasil (ALVES et al., 2009; LATTERZA et al., 2004).

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alimentar de funcionários de uma universidade pública do Recife

DIAS, F.M.R.S. Dissertação de Mestrado. UFPE. 2011.

Logo, o conhecimento acerca da percepção do peso corporal é imprescindível para

que os profissionais de saúde, e em especial os nutricionistas, possam ter um diálogo de

objetivos em comum com o usuário do serviço de saúde. Se o profissional percebe a

necessidade da perda de peso mas o usuário não, não há uma comunicação efetiva e o

aconselhamento não terá os resultados esperados. De forma similar, se a pessoa é eutrófica e

quer perder peso por questões estéticas, o profissional deve investigar as causas dessa

percepção distorcida do peso corporal e se há algum indício de transtorno alimentar, ou seja,

algum comportamento subclínico de TA.

Ainda que esse usuário seja obeso e tenha uma percepção adequada do peso corporal,

ou seja, perceba a obesidade e assim o profissional consiga manter uma boa comunicação

com o mesmo, é preciso investigar se o usuário tem o transtorno do comer compulsivo ou

compulsão alimentar, uma das formas de TA. Também é importante saber se já fez dieta

alguma vez e quantas vezes já fez, sem sucesso, pois pode caracterizar uma pessoa com o

comportamento de fazer dieta, que muitas vezes pratica a restrição alimentar (seguida de

compulsão alimentar), por influência de amigos e familiares sem orientação de um

profissional. (BERNARDI, CICHELERO, VITOLO, 2005; RODRÍGUEZ-RODRÍGUEZ et

al., 2009).

Como visto, é essencial que a percepção do peso corporal seja considerada no

diagnóstico nutricional e, por consequencia, nas atividades educativas de intervenção

voltadas à pessoa e à coletividade. Logo, é imperativo pesquisar e conhecer as características

da percepção do peso corporal em grupos e subgrupos populacionais, como o desse estudo, a

fim de que estratégias de intervenção adequadas sejam traçadas.

1.2 PERGUNTA CONDUTORA:

Há associação entre o estado nutricional real e o padrão alimentar com a percepção do

peso corporal?

1.3 HIPÓTESE:

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DIAS, F.M.R.S. Dissertação de Mestrado. UFPE. 2011.

Há associação estatisticamente significante entre o estado nutricional real e a

percepção do peso corporal. Além disso, a maneira como a pessoa percebe seu peso

influencia o padrão alimentar de forma a haver associação estatisticamente significante entre

essas duas variáveis.

1.4 OBJETIVOS:

1.4.1 Objetivo Geral

Identificar a associação do estado nutricional real e do padrão alimentar com a

percepção do peso corporal em funcionários da área de saúde de uma universidade pública de

Recife/PE;

1.4.2 Objetivos Específicos

• Caracterizar a população do estudo quanto ao estilo de vida e aspectos

socioeconômicos e demográficos;

• Avaliar o estado pôndero-estatural;

• Estabelecer o padrão de distribuição da gordura corporal através de indicadores

antropométricos;

• Investigar a percepção da pessoa sobre seu peso;

• Identificar o consumo alimentar qualitativo e compará-lo às recomendações atuais;

1.5 ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO:

A dissertação foi elaborada na forma de um capítulo de Revisão da Literatura, um

capítulo referente aos Métodos, organizados segundo as normas da Associação Brasileira de

Normas Técnicas – ABNT, e um artigo original de divulgação científica. O delineamento

metodológico, no capítulo de revisão, foi do tipo descritivo, de base documental, centrando-

se na análise e síntese de referências encontradas na literatura, a exemplo de revistas

indexadas (Medline e Lilacs), livros técnicos, teses e dissertações acadêmicas, publicações de

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DIAS, F.M.R.S. Dissertação de Mestrado. UFPE. 2011.

organismos internacionais e pesquisas na internet utilizando-se das palavras-chave: body

weight, eating disorders, body weight perception. O capítulo de métodos aborda, com mais

detalhes, todo o procedimento metodológico utilizado nesse estudo, que por conta da

limitação de palavras exigidas pelos periódicos indexados não foram incluídos no artigo que

compõe essa dissertação.

Os resultados desse estudo estão apresentados sob a forma de um artigo científico

original, conforme regulamentação do Colegiado de Pós-Graduação do Centro de Ciências da

Saúde da Universidade Federal de Pernambuco, intitulado “Autopercepção do peso corporal,

estado nutricional e padrão alimentar de funcionários de uma universidade pública de

Recife/PE”, que será enviado para publicação no periódico Revista de Nutrição, Campinas.

Esse artigo resultou de um estudo do tipo transversal conduzido no ano de 2010, com

o objetivo de identificar se existe associação entre o estado nutricional real e o padrão

alimentar com a percepção do peso corporal em 267 funcionários da área de saúde de uma

universidade pública da cidade de Recife, a fim de alcançar uma melhor compreensão da

autopercepção do peso corporal, com o intuito de criar subsídios para elaboração de

programas de intervenção nutricionais mais adequados, que levem também em consideração

a percepção que a pessoa tem sobre o seu próprio peso.

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2 REVISÃO DA LITERATURA

2.1 CONSTRUÇÃO SOCIAL DO CONCEITO DE CORPO

Na cultura ocidental, a pressão para aquisição de um corpo esguio é muito maior entre

as mulheres. Desse modo, elas se sentem acima do peso desejado, o que pode gerar

comportamentos não saudáveis de controle de peso, como práticas alimentares restritivas

(ALVES et al., 2009; BERNARDI, CICHELERO, VITOLO, 2005; DEL CIAMPO et al.,

2010; NICOLAOU et al., 2008; RODRÍGUEZ-RODRÍGUEZ et al., 2009; STENZEL, 2006;

VEGGI et al., 2004). Em contrapartida, em culturas não-ocidentais parece haver menos ou

mesmo não haver preocupações com o peso corporal, especialmente se não há muitas

interações sociais com culturas ocidentais (RASHEED, 1998; KIM, D., 2011).

A raiz dessa percepção inadequada tem várias faces, dentre as quais a influência dos

fatores culturais, a destacar o padrão de beleza pelo qual as mulheres contrariam suas

necessidades nutricionais e cultuam a magreza (DEL CIAMPO et al., 2010; SANT’ANNA,

2006). Bernardi, Cichelero e Vitolo (2005, p. 86) observam que o uso de dietas restritivas e

sua cronicidade, por causa da pressão cultural, que impõe padrões corporais cada vez mais

magros, são atitudes possivelmente desencadeadoras de transtornos alimentares.

Ao realizar um recorte histórico, é possível notar que nas últimas décadas, ou até

mesmo séculos, a sociedade e a mídia tem criado e sustentado um padrão de beleza muito

difícil de ser obtido e mantido por ambos os sexos (ARAÚJO, BALDISSERA, STOFFEL,

2007; RIBEIRO, SILVA, KRUSE, 2009). Em contraposição às pinturas dos séculos XVI

com modelos curvilíneas e arredondadas, tem sido visto um processo de construção da

imagem caquética feminina materializada nas manequins que, a partir da década de 60 até a

atualidade, vêm assumindo antropometrias cada vez menores (ANDRADE, BOSI, 2003).

Visto que os padrões de beleza são efêmeros e mutáveis (ALVES et al., 2009),

Sant’Anna (2006) fala sobre a necessidade de discutir o embelezamento a fim de que sejam

conhecidas as razões sociais da necessidade de preocupar-se com a aparência, pois aquilo que

hoje é extremamente necessário e atual em matéria de beleza, no futuro poderá, talvez, perder

completamente o sentido. Como pode ser observado, o conceito de corpo é uma construção

social e cultural, por isso histórica, e nele incidem as relações de poder. Esse poder foi se

deslocando, a partir do século XIX, do indivíduo para o controle em massa, a exemplo do

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alimentar de funcionários de uma universidade pública do Recife

DIAS, F.M.R.S. Dissertação de Mestrado. UFPE. 2011.

que ocorre nos meios de comunicação, que geralmente são tendenciosos, fabricam e

reproduzem a representação social que for mais conveniente. A mídia, então, funciona como

um agente disseminador da cultura do corpo e a população recebe com passividade

informações sobre esse padrão (GESSER, MEURER, 2008; RIBEIRO, SILVA, KRUSE,

2009).

Logo, a partir da revolução sexual, a mulher passou a deter o controle do seu corpo,

todavia hoje apesar de não ser submissa ao homem como antes, o é a toda a sociedade, que

cobra um corpo esbelto, muitas vezes fora da normalidade segundo os padrões de saúde

(BERNARDI, 2007; GOLDENBERG, 2005; RIBEIRO, SILVA, KRUSE, 2009;

SANT’ANNA, 2006).

A mídia geralmente mostra a imagem de uma mulher magra associada à felicidade,

poder, autonomia e sucesso nos campos profissional e amoroso, disseminando que todas as

boas sensações e conquistas são proporcionadas simplesmente pela perda e manutenção de

peso num patamar baixo (ALVES et al., 2009; ANDRADE, BOSI, 2003; ARAÚJO,

BALDISSERA, STOFFEL, 2007; BERNARDI, 2007; GALVÃO, CLAUDINO, BORGES,

2006; GESSER, MEURER, 2008; GOETZ et al., 2008; MINNEN et al., 2010; RIBEIRO,

SILVA, KRUSE, 2009; RODRÍGUEZ-RODRÍGUEZ et al., 2009).

A importação de modelos culturais hegemônicos pelos países em desenvolvimento

como o Brasil, cujo cotidiano é cada vez mais influenciado por valores importados de países

economicamente dominantes, é um dos efeitos do processo de globalização. Há interesses

econômicos atrelados a essa veiculação da mídia impressa e eletrônica, visto que o

consumismo, o hedonismo e o narcisismo movem bilhões de dólares e fazem do Brasil o

campeão em cirurgias plásticas por motivos estéticos e o maior importador de femproporex,

uma substância anorexígena (ANDRADE, BOSI, 2003; SANT’ANNA, 2006).

Atualmente o ser humano recorre ao corpo como critério de identidade (ALVES et

al., 2009). Contudo, essa supervalorização do corpo e o individualismo narcísico e hedonista

tem como conseqüência a perda da identidade, já que os ideais transcendentais cedem lugar

ao imediatismo do prazer, da beleza, da juventude, da esbelteza, da força física, do poder

(COSTA, 1999). O corpo tem sido uma questão central na construção da identidade tanto na

cultura brasileira como em outras culturas, mas não deve ser visto como depósito dos valores

pessoais, porque esse espelho narcísico (SANT´ANNA, 2006) é passageiro e por isso pode

levar a importantes patologias, entre as quais as de ordem alimentar (ÁVILA, 2007;

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GOLDENBERG, 2005). Já que a identidade se constrói a partir dos diálogos que nos são

apresentados pelos discursos da cultura e pelo nosso desejo de assumirmos posições de

sujeitos construídos pelos discursos, pode-se ver o papel da mídia como formadora de

sujeitos (RIBEIRO, SILVA, KRUSE, 2009).

O corpo, muitas vezes, é também declarado como um objeto maleável que é passível

de mudanças a qualquer momento desde que haja esforço da pessoa, de modo a desconsiderar

os fatores genéticos, fisiológicos, nutricionais e tantos outros que corroboram para a

manutenção do peso (ANDRADE, BOSI, 2003; BERNARDI, CICHELERO, VITOLO, 2005;

KAKESHITA, ALMEIDA, 2006).

Vale ressaltar a grande dificuldade da posição da mulher diante da insatisfação com

seu corpo, pois através da mídia escrita e televisiva, a indústria de alimentos vende gordura,

com o apelo aos alimentos hipercalóricos, enquanto a sociedade cobra magreza (ANDRADE,

BOSI, 2003). A mulher é mais vulnerável a esse apelo do que o homem, mas ele também é

referido como valorizador da magreza (MELIN, ARAÚJO, 2002), apesar de a literatura

geralmente mostrar a valorização de um corpo masculino musculoso e forte

(GOLDENBERG, 2005; SANTOS et al., 2011; VEGGI et al., 2004). Logo, pessoas de

ambos os sexos podem possuir uma percepção do peso corporal distorcida, apesar de a

mulher ser realmente o maior alvo da indústria da magreza.

2.2 OBESIDADE COMO “EPIDEMIA” E AUTOPERCEPÇÃO DO PESO

CORPORAL

A obesidade é uma doença crônica não transmissível resultante do desequilíbrio

crônico entre o consumo alimentar e o gasto energético, sendo definida como o acúmulo

excessivo de gordura corporal em extensão tal, que acarreta prejuízos à saúde das pessoas. É

considerado um grave problema de saúde pública atual, com prevalência crescente nas últimas

décadas em diversas populações e está relacionado a uma alta taxa de morbi-mortalidade

(ARAÚJO, 2010).

Segundo dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF 2008/2009) e da III

Pesquisa Estadual de Saúde e Nutrição (III PESN 2006), mais de 50% da população adulta

brasileira e pernambucana, respectivamente, apresentam excesso de peso, demonstrando que

esse distúrbio nutricional tem aumentado de forma alarmante no Brasil como um todo. No

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DIAS, F.M.R.S. Dissertação de Mestrado. UFPE. 2011.

caso específico da obesidade, 16,7% dos homens e 20,9% das mulheres em Pernambuco se

enquadraram nessa categoria (III PESN 2006), refletindo o que já ocorre na população adulta

brasileira de um modo geral (POF 2008/2009).

Existe, então, uma intrigante e aparente contradição de que ao mesmo tempo em que a

pressão cultural cobra magreza, tem havido proporções cada vez mais alarmantes de pessoas

com excesso de peso. Na verdade, essa pressão pela esbelteza leva várias pessoas,

principalmente mulheres, à prática de restrição alimentar. Mas essa restrição não pode ser

mantida por muito tempo, por motivos fisiológicos e psicológicos, e tem um efeito rebote,

resultando em compulsão alimentar (Transtorno Alimentar). Essa compulsão alimentar, por

sua vez, contribui para o ganho excessivo de peso, o que fecha um ciclo vicioso

(BERNARDI, CICHELERO, VITOLO, 2005).

Por outro lado, deve-se salientar que o nível socioeconômico constitui-se fator

determinante da prevalência de sobrepeso e obesidade, pois interfere na disponibilidade de

alimentos, no acesso à informação, bem como pode estar associado ao estilo de vida e a

determinados padrões de atividade física. Entre indicadores de condições socioeconômicas

mais frequentemente utilizados estão educação, ocupação e renda (ALWAN et al., 2010;

VEGGI et al., 2004). Nos países desenvolvidos a obesidade tende a ser mais freqüente entre

pessoas de menor renda, menor escolaridade e com ocupações de menor prestígio social. Para

os países em desenvolvimento, existe uma tendência inversa, ou seja, maior freqüência de

obesidade nos estratos de melhor nível socioeconômico (BARBOSA et al., 2008).

No entanto, Monteiro et al. (2004), em uma revisão com estudos de populações de

países em desenvolvimento, mostraram uma tendência à reversão da associação entre

condições socioeconômicas e obesidade, evidenciando comportamento similar aos dos países

desenvolvidos. No Brasil, uma análise comparativa (MONTEIRO, CONDE, POPKIN, 2002)

entre três grandes pesquisas realizadas entre 1974 e 1997 encontrou que a obesidade

aumentou em todas as regiões e estratos de renda. Contudo, nas regiões mais desenvolvidas, a

obesidade aumentou entre as mulheres de baixa renda, e diminuiu entre as mulheres de

melhor renda. Uma das explicações para essa diminuição é que as mulheres de estratos sociais

mais elevados se preocupam mais com o peso corporal (GOLDENBERG, 2005). A POF

(2008/2009) revelou a mesma tendência no aumento do sobrepeso e obesidade. Para o sexo

masculino o aumento ocorreu em todas as regiões e em todas as classes de rendimento, mas

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alimentar de funcionários de uma universidade pública do Recife

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na população feminina, o problema do excesso de peso tendeu a deslocar-se para região

Nordeste e, de modo geral, para as classes de menor renda.

A esse respeito, Petribú, Cabral e Arruda (2009) em seu estudo com estudantes de uma

universidade pública de Recife-Pernambuco, encontraram baixa prevalência de excesso de

peso no sexo feminino. Segundo as autoras, essa baixa ocorrência poderia estar refletindo o

status socioeconômico, visto que a busca por um corpo magro é muito comum entre as

mulheres jovens pertencentes às classes sociais mais favorecidas e que distúrbios do

comportamento alimentar associados ao temor de engordar, mais freqüentes entre

adolescentes do sexo feminino e mulheres mais jovens, poderiam estar contribuindo para o

achado. Além disso, o percentual de baixo peso encontrado nas mulheres foi superior à

proporção esperada de adultos desnutridos em uma população saudável (até 5%) (POF

2002/2003).

Em relação aos homens, devido à elevada prevalência de excesso de peso, tem havido

uma certa banalização da obesidade, logo, a sensibilidade de perceber esse distúrbio tem

diminuído (LEMON et al., 2009; JOHNSON et al., 2008). Por outro lado, dificilmente os

profissionais de saúde consideram a percepção da pessoa (paciente ou usuário do serviço de

saúde) sobre seu próprio peso, nas intervenções, o que diminui a eficiência de suas

orientações (ALWAN et al., 2010; RASHEED, 1998).

Como visto, a imagem corporal é de difícil entendimento, mas pode ser conceituada

como a experiência subjetiva que a pessoa tem sobre sua condição corpórea e sofre influência

do sexo, idade, meios de comunicação e também das crenças, valores e atitudes de uma

cultura (DEL CIAMPO et al., 2010; STENZEL, 2006). Ela tem vários aspectos constituintes

e, de forma didática, pode-se considerar, então, que a imagem corporal é formada tanto a

partir da autopercepção corporal, que inclui a autopercepção do peso, como também da auto-

estima corporal ou conceito de corpo. Como já dito, a autopercepção do peso pode revelar

como a pessoa vê seu próprio peso, as preocupações e a satisfação a ele relacionadas. Vale

ressaltar que essa percepção pode influenciar o comportamento alimentar e o estado

nutricional, já que pessoas acometidas por transtornos alimentares tem uma preocupação

exagerada tanto com a alimentação como com o peso e outros aspectos da imagem corporal

(ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PSIQUIATRIA, 2009; NUNES et al., 2001).

A autopercepção inadequada do peso corporal pode ser um indício de transtorno

alimentar, a morbidade psíquica com maior letalidade e que é capaz de se revelar como um

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importante problema de saúde pública no Brasil para o qual as políticas de saúde ainda não

dispõem de suficiente atenção (ANDRADE, BOSI, 2003; LATTERZA et al., 2004).

2.3 ESTADO NUTRICIONAL E PADRÃO ALIMENTAR

Como já foi dito, o estado nutricional real deve auxiliar as pessoas a estabelecer

como meta o que elas acreditam ser seu peso ideal (KAKESHITA, ALMEIDA, 2006) e se

espera que elas percebam seu peso de modo correspondente a esse estado (LEMON et al.,

2009; NUNES et al., 2001; PAERATAKUL et al., 2002; RODRÍGUEZ-RODRÍGUEZ et al.,

2009; VEGGI et al., 2004). A literatura refere que alguns autores tem encontrado associação

entre o estado nutricional real e a autopercepção adequada do peso corporal (JOHNSON et

al., 2008; LEMON et al., 2009; VEGGI, et al., 2004), mas outros não (NUNES et al., 2001;

RODRÍGUEZ-RODRÍGUEZ et al., 2009).

Estudos internacionais tem mostrado que a autopercepção do sobrepeso e obesidade é

essencial para a adoção de estratégias de perda de peso, como a prática de atividade física

e/ou a prática de dieta (LEMON et al., 2009; KIM, K., 2007; RODRÍGUEZ-RODRÍGUEZ et

al., 2009). Quanto às estratégias dietéticas, é importante vislumbrar que mais mulheres do

que homens tendem a fazer dieta, muitas vezes não orientadas por profissional habilitado e

direcionadas por seu próprio conhecimento, amigos e familiares. Esse comportamento de

fazer dieta se inicia na adolescência, entre os 13 e 14 anos, e se perpetua na idade adulta,

inclusive entre as mulheres eutróficas e desnutridas. Geralmente, essas mulheres estão em

busca de um padrão estético desejado e não de melhorias para a sua saúde (BERNARDI,

CICHELERO, VITOLO, 2005; MALINAUSKAS, 2006; RODRÍGUEZ-RODRÍGUEZ et al.,

2009).

Outro aspecto do padrão alimentar é o comportamento do comer compulsivo após a

tentativa de restrição alimentar, como já explicado no subitem anterior. Sabe-se que o ser

humano não consegue manter dietas restritivas por muito tempo, pois o organismo lança mão

de mecanismos fisiológicos, biológicos e psicológicos para que a restrição seja finalizada.

Em especial, quanto aos aspectos psicológicos, a tensão sofrida para impor o autocontrole na

restrição encontra uma saída: a compulsão alimentar, transtorno alimentar caracterizado pelo

consumo exagerado de alimentos num espaço de duas horas, com sensação de perda de

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controle e grande arrependimento após o ato, o que agrava o estado psicológico e a auto-

estima da pessoa (BERNARDI, CICHELERO, VITOLO, 2005).

Bernardi, Cichelero e Vitolo (2005) dizem que grande parte dos obesos, come para

compensar problemas, mesmo inconscientemente. Eles podem apresentar dificuldades em

obter prazer nas relações sociais, por se sentirem rejeitados ou discriminados, inclusive pelos

profissionais de saúde (VEGGI et al., 2004), o que os leva ao isolamento. Então, esses

sentimentos contribuem para que os obesos enxerguem a comida como importante fonte de

prazer, o que, devido ao preconceito, conseqüentemente, restringe e empobrece ainda mais

suas relações afetivas e sociais. Esse processo alimenta o ciclo vicioso em que, de um lado,

há o ganho progressivo de peso e, do outro, uma solidão cada vez maior.

Essa ingestão alimentar, principalmente entre pessoas do sexo feminino, funciona

como mecanismo compensatório em situações de ansiedade, depressão, tristeza e raiva

(BERNARDI, CICHELERO, VITOLO, 2005; RODRÍGUEZ-RODRÍGUEZ et al., 2009). Os

alimentos consumidos nesses momentos de estresse, ditos compensatórios, geralmente são

doces, cujo sabor conhecidamente está envolvido com mecanismos fisiológicos de obtenção

de prazer e bem-estar, por meio da liberação de hormônios como a endorfina (ROSA et al.,

2008). Ao associar esse comportamento às características sociais vigentes, como a obsessão

pela magreza e a consequente rejeição da obesidade, “grande parte da população obesa sonha

ser esbelta, vivendo e sofrendo essa contradição” (BERNARDI, CICHELERO, VITOLO,

2005, p. 87).

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3 MÉTODOS

3.1 DESENHO DO ESTUDO E CASUÍSTICA:

O estudo é do tipo transversal exploratório, envolvendo funcionários de ambos os

sexos da área de saúde da Universidade Federal de Pernambuco. A população elegível

incluiu todos os funcionários (425 docentes e 209 técnicos) lotados nos Centros de Ensino

da Área de Saúde, presentes no âmbito da universidade por ocasião da coleta dos dados, e

excluídos aqueles que apresentassem qualquer deficiência física que comprometesse a

avaliação antropométrica e as gestantes.

A amostra foi estimada utilizando-se o programa Statcalc do software EPI-INFO,

versão 6.04 a partir dos seguintes parâmetros: Nível de significância de 95% (1-α), um poder

de estudo de 80% (1-β), proporção de 1:1, considerando-se a exposição (excesso de peso) e

risco relativo igual a 1,7. Com base nesses critérios, a amostra necessária ficou em torno de

250 funcionários, cuja seleção foi por conveniência, em que a captação se deu por adesão.

3.2 VARIÁVEIS ESTUDADAS:

3.2.1 Dados demográficos, socioeconômicos, dietéticos e de estilo de vida:

Os participantes responderam ao questionário (ANE O A) com perguntas sobre

variáveis demográficas (sexo e idade), socioeconômicas (grau de instrução) e de estilo de

vida (prática de atividade física, etilismo e tabagismo). No questionário também constavam

perguntas relacionadas a variáveis dietéticas, como: a quantidade de porções de alimentos

consumidos diariamente referentes a cada grupo da pirâmide alimentar para adultos, adaptada

de Philipi et al. (1999) (ANE O ); prática e número de estratégias dietéticas de perda de

peso atuais e prévias, assim como aconselhamento de profissional e/ou uso de medicamentos

para esse fim e consumo de alimentos compensatórios.

3.2.2 Dados perceptivos

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Os funcionários também foram indagados quanto à percepção sobre o próprio peso

com a possibilidade de marcar quatro opções: magro, normal, um pouco acima do peso e

muito acima do peso (ALWAN et al., 2010). Foi considerada como autopercepção

inadequada do peso aquela em desacordo com o diagnóstico do estado nutricional realizado

pelo índice de massa corporal ou IMC (DORSEY et al., 2009; HOWARD et al., 2008;

LEMON et al., 2009; MALINAUSKAS et al., 2006; NICOLAOU et al., 2008; NUNES et

al., 2001; PAERATAKUL et al., 2002; RODRÍGUEZ-RODRÍGUEZ et al., 2009; VEGGI et

al., 2004).

3.2.3 Dados antropométricos:

Para a determinação do peso corporal e estatura dos funcionários foi utilizada uma

balança eletrônica digital Plena, capacidade 150kg com divisão de 100g e um estadiômetro

portátil (Ghrum Polar Manufacture, Suíça) com precisão de 1mm, respectivamente. Tanto o

peso quanto a altura foram mensurados segundo técnicas preconizadas por Lohman, Roche e

Martorrel (1991) e serviram de base para o cálculo do IMC, cuja classificação utilizada foi a

proposta pela Organização Mundial de Saúde em 1995.

Com o objetivo de identificar o padrão de distribuição da massa adiposa (obesidade

andróide ou ginecóide), foi utilizado o índice circunferência da cintura (CC) fazendo-se uso

de uma fita métrica não-extensível posicionado-a no ponto médio entre a última costela e a

crista ilíaca. Esse índice foi avaliado a partir da utilização dos pontos de corte da OMS (1998)

como padrão de referência.

As medidas antropométricas foram verificadas em duplicata pelo mesmo avaliador

e desprezadas quando o erro de aferição entre elas foi maior que 100g para peso, 0,5cm para

altura e 0,1cm para circunferência da cintura. O valor resultante das medidas foi a média entre

elas.

3.3 ASPECTOS ÉTICOS E PROTOCOLO DO ESTUDO:

O estudo foi pautado pelas normas éticas para pesquisa envolvendo seres humanos,

constantes da resolução 196 do Conselho Nacional de Saúde, e foi submetido e aprovado pelo

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alimentar de funcionários de uma universidade pública do Recife

DIAS, F.M.R.S. Dissertação de Mestrado. UFPE. 2011.

Comitê de Ética da Universidade Federal de Pernambuco (Registro CEP/CCS/UFPE Nº

285/09) (ANE O D). Os funcionários que concordaram em participar receberam todas as

informações sobre o estudo e assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

(ANE O C).

3.4 COLETA DE DADOS

A coleta de dados foi realizada no período de abril a setembro de 2010, com o

preenchimento de um questionário contendo as variáveis da pesquisa referida, além da coleta

dos dados antropométricos. Todas essas ações foram realizadas por um nutricionista ou aluno

da Graduação em Nutrição treinados para esse fim. O funcionário foi informado sobre os

resultados obtidos nas suas avaliações, recebeu orientação nutricional individualizada, e

quando necessário, foi também encaminhado para acompanhamento médico e nutricional.

3.5 PROCESSAMENTO E ANÁLISE DOS DADOS:

A construção do banco de dados e a análise estatística foram realizadas no programa

Epi-info versão 6.04. As informações foram digitadas com dupla entrada e verificadas com o

VALIDATE, módulo existente no Programa Epi-info versão 6.04, para checar a consistência

e validação das mesmas. Com o objetivo de avaliar a associação entre as variáveis do estudo,

foi utilizado o Teste do Qui-quadrado, com correção de Yates quando aplicável. Foi adotado o

nível de significância de 5% para rejeição da hipótese de nulidade.

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4 RESULTADOS

Os resultados deste estudo estão apresentados sob a forma de artigo

científico original, conforme regulamentação do Colegiado de Pós-graduação do Centro

de Ciências da Saúde da Universidade Federal de Pernambuco. O mesmo foi enviado a

Revista de Nutrição, Campinas.

Autopercepção do peso corporal, estado

nutricional e padrão alimentar de

funcionários de uma universidade

pública de Recife/PE

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Autopercepção do peso corporal, estado nutricional e padrão alimentar de

funcionários de uma universidade pública de Recife/PE1

Self-perception of body weight, nutritional status and dietary patterns of employees of a

public university in Recife/PE

Título curto: Autopercepção do peso corporal

Short title: Self-perception of body weight

Fábia Morgana Rodrigues da Silva Dias1, Edynara Cristiane de Castro Azevedo2,

Maria Lucicleide Falcão de Melo Rodrigues3, Pedro Israel Cabral de Lira4, Poliana

Coelho Cabral5

1. Artigo elaborado a partir da dissertação de DIAS, F.M.R.S., intitulada “Autopercepção do peso corporal, estado nutricional e padrão alimentar de funcionários de uma universidade pública de Recife/PE”. Programa de Pós-Graduação em Nutrição, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) Av. Prof. Moraes Rego, 1235, Cidade Universitária, 50670-901, Recife, PE, Brasil. Correspondência para/Correspondence to: F.M.R.S. DIAS. E-mail: <[email protected]>, fax: (81) 2126-8473/fone: (81)2126-8470.

2. Nutricionista, Mestranda em Nutrição em Saúde Pública do Programa de Pós-Graduação em Nutrição da UFPE.

3. Psicóloga, Professor assistente do Departamento de Psicologia da UFPE. 4. Médico, Professor titular do Departamento de Nutrição da UFPE. 5. Nutricionista, Professor adjunto do Departamento de Nutrição da UFPE.

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Resumo

Objetivo:

Identificar a associação entre o estado nutricional real e o padrão alimentar com a

autopercepção do peso corporal de funcionários de uma universidade pública de

Recife.

Métodos:

A amostra foi composta por 267 funcionários, avaliados através de questionário que

abordou aspectos demográficos, socioeconômicos, dietéticos e de estilo de vida, além

da avaliação antropométrica e da autopercepção do peso.

Resultados:

Aproximadamente 60% da amostra estudada apresentaram excesso de peso, dentre

os quais, cerca de 20% eram obesos, não sendo encontrado diferencial significante

entre os sexos. Quanto à percepção do peso corporal, 38,0% e 9,7% dos homens e

41,2% e 22,9% das mulheres se percebiam como acima do peso e muito acima do

peso, respectivamente (p=0,0035). Quanto ao estudo comparativo entre o estado

nutricional diagnosticado e a autopercepção do peso corporal, apenas entre os

homens houve discordância (p=0,0049), com subestimação do peso real. Em relação

ao padrão alimentar, as mulheres que se percebiam com excesso de peso atenderam

mais às recomendações de gorduras e açúcares do que as que possuíam diagnóstico.

Além disso, mulheres consumiam mais alimentos para compensar momentos tristes

que homens, principalmente massas, chocolates e outros doces.

Conclusões: Mais estudos são necessários na população brasileira sobre a

percepção do peso, a fim de direcionar as ações educativas não apenas para o

diagnóstico nutricional, mas também considerar a percepção da pessoa sobre seu

próprio peso.

Termos de indexação: peso corporal, transtornos da alimentação, percepção do

peso, percepção, peso corporal ideal.

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DIAS, F.M.R.S. Dissertação de Mestrado. UFPE. 2011.

Abstract

Objectives:

Identify association between nutritional status and dietary patterns with self-perception

of body weight of employees of a public university in Recife.

Methods:

Two hundred and sixty seven employees were assessed trough a questionnaire that

addressed demographics, socioeconomics, dietetics and life style variables, beyond

anthropometric assessment and self-perception of body weight.

Results:

Almost 60% of the sample studied had overweight and, among them, approximately

20% was obese, but there wasn’t difference between sexes. In relation to body weight

perception, 38,0% and 9,7% of the men and 41,2% and 22,9% of the women perceived

themselves overweight and obese, respectively (p=0,0035). When nutritional status

was compared with the perception, only among men there was difference (p=0,0049),

with weight underestimation. Regarding dietary patterns, the women who perceived

themselves as overweight responded more recommendations for fat and sugar than

those who had a diagnosis. Moreover, women consumed more food to compensate

sad moments, principally pasta, chocolates and other sweets (more consumed).

Conclusion:

More studies are necessary in the Brazilian population about perception of weight in

order to direct the educational activities not only for nutritional diagnosis, but also

consider the person’s perception about their own body weight.

Indexing terms: body weight, eating disorders, body weight perception, perception,

ideal body weight.

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Introdução

A autopercepção do peso corporal é um componente relevante da imagem

corporal e pode revelar como a pessoa vê seu próprio peso, as preocupações e a

satisfação a ele relacionadas1.

Essa percepção sofre influência de vários fatores, dentre os quais se pode

destacar a pressão cultural, visto que a sociedade ocidental tem valorizado um padrão

de beleza efêmero, em que o corpo feminino deve ser esguio e o masculino com

músculos hipertrofiados2-11. Esse modelo de beleza desconsidera a importância de um

estado nutricional adequado para aquisição e manutenção de uma boa condição de

saúde e pode levar a comportamentos não saudáveis de controle de peso1,3-5,7.

Nesse estudo objetivou-se identificar a associação do estado nutricional real e

do padrão alimentar com a percepção do peso corporal de funcionários de uma

universidade pública de Recife, visando uma melhor compreensão da autopercepção

do peso e criando subsídios para definição de programas focados nessa população de

risco.

Métodos

O estudo é do tipo transversal exploratório, envolvendo funcionários de ambos

os sexos da área de saúde da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE),

realizado no período de abril a setembro de 2010. A população elegível incluiu todos

os funcionários (425 docentes e 209 técnicos) lotados no Centro de Ensino da Área de

Saúde, presentes no âmbito da universidade por ocasião da coleta dos dados. Foram

excluídos aqueles que apresentaram qualquer deficiência física que comprometesse a

avaliação antropométrica e as gestantes.

A amostra foi estimada utilizando-se o programa Statcalc do software EPI-

INFO, versão 6.04, a partir dos seguintes parâmetros: Nível de significância de 95%

(1-α), um poder de estudo de 80% (1-β), proporção de 1:1, considerando-se a

exposição (excesso de peso) e risco relativo igual a 1,7. Com base nesses critérios, a

amostra necessária ficou em torno de 250 funcionários, cuja seleção foi por

conveniência, em que a captação se deu por adesão.

As seguintes medidas foram verificadas: peso, altura e circunferência da

cintura (CC). Para a determinação do peso corporal foi utilizada uma balança

eletrônica digital Plena, capacidade 150kg com divisão de 100g e para a estatura um

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estadiômetro portátil (Ghrum Polar Manufacture, Suíça) com precisão de 1mm. Tanto

o peso quanto a altura foram mensurados segundo técnicas preconizadas por

Lohman, Roche e Martorrel (1991)12 e serviram de base para o cálculo do Índice de

Massa Corporal (IMC), cuja classificação utilizada foi a proposta pela Organização

Mundial de Saúde (OMS) em 199513. Com o objetivo de identificar o padrão de

distribuição da massa adiposa (obesidade andróide ou ginecóide), foi utilizada a CC,

fazendo-se uso de uma fita métrica não-extensível, posicionando-a no ponto médio

entre a última costela e a crista ilíaca. Os pontos de corte adotados foram os

preconizados pela OMS (1998)14. As medidas antropométricas foram verificadas em

duplicata pelo mesmo avaliador e repetidas quando o erro entre elas foi maior que

100g para peso, 0,5cm para altura e 0,1cm para CC. O valor resultante das medidas

foi a média entre elas.

Os participantes responderam ao questionário com perguntas sobre variáveis

demográficas, socioeconômicas, dietéticas e de estilo de vida. Nele constavam

perguntas sobre a quantidade de porções de alimentos consumidos diariamente

referentes a cada grupo da pirâmide alimentar para adultos, adaptada de Philipi et al.

(1999)20. Além disso, foram coletados dados referentes ao consumo de alimentos

compensatórios, prática e número de estratégias dietéticas de perda de peso atuais e

prévias, assim como aconselhamento de profissional e/ou uso de medicamentos para

esse fim. Os funcionários também foram indagados quanto à percepção sobre o

próprio peso com a possibilidade de marcar quatro opções: magro, normal, um pouco

acima do peso e muito acima do peso15. Foi considerada como autopercepção

inadequada do peso aquela em desacordo com o diagnóstico do estado nutricional

realizado pelo IMC1,4,7,9,11,16-19.

A construção do banco de dados e a análise estatística foram realizadas no

programa Epi-info versão 6.04. As informações foram digitadas com dupla entrada e

verificadas com o VALIDATE, módulo existente no Programa Epi-info versão 6.04,

para checar a consistência e validação das mesmas. Com o objetivo de avaliar a

associação entre as variáveis do estudo, foi utilizado o Teste do Qui-quadrado, com

correção de Yates quando aplicável. Foi adotado o nível de significância de 5% para

rejeição da hipótese de nulidade.

O estudo foi pautado pelas normas éticas para pesquisa envolvendo seres

humanos, constantes da resolução 196 do Conselho Nacional de Saúde, e foi

submetido e aprovado pelo Comitê de Ética da UFPE (Registro CEP/CCS/UFPE Nº

285/09). Os funcionários que concordaram em participar receberam todas as

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alimentar de funcionários de uma universidade pública do Recife

DIAS, F.M.R.S. Dissertação de Mestrado. UFPE. 2011.

informações sobre o estudo e assinaram o Termo de Consentimento Livre e

Esclarecido.

Resultados

Foram analisados 267 funcionários, sendo 135 do sexo masculino (50,6%),

com média de idade 43,5 ± 11,5 anos. Observou-se que 27,5% dos homens e 8,3%

das mulheres possuíam grau de instrução até o ensino fundamental, por outro lado,

29,0% e 57,6%, respectivamente, haviam cursado o ensino superior e, dentre esses,

muitos eram pós-graduados (p=0,0000) Tabela 1.

Quanto à percepção do peso (Tabela 1), foi evidenciado um diferencial

estatisticamente significante entre os sexos, com 38,0% e 9,7% dos homens e 41,2%

e 22,9% das mulheres se percebendo como acima do peso e muito acima do peso,

respectivamente (p=0,0035). Vale ressaltar que nenhuma mulher e apenas quatro

homens se perceberam magros (abaixo do peso). Consequentemente, essas pessoas

foram agrupadas junto às que se percebiam normais.

Na Tabela 1 também se encontra descrita a frequência de alterações

nutricionais segundo o IMC e a CC. Foi evidenciado que aproximadamente 60% da

amostra estudada apresentaram excesso de peso, dentre os quais, cerca de 20%

eram obesos, não sendo encontrado diferencial estatisticamente significante entre os

sexos. Apenas duas pessoas estavam abaixo do peso e, por isso, elas foram

agrupadas junto às de peso normal. Quanto à CC, 56,3% dos homens e 81,6% das

mulheres foram classificados na faixa de risco elevado para doenças cardiovasculares

(p=0,0001).

No que se refere ao estilo de vida (Tabela 1), os homens praticavam mais

exercício físico (55,6% x 37,4% p=0,0044), bebiam mais (70,9% x 53,8% p= 0,0072) e

fumavam mais que as mulheres (17,9% x 7,6% p=0,0193).

Quanto ao estudo comparativo entre o estado nutricional diagnosticado pelo

IMC e a percepção do peso (Tabela 2), apenas entre os homens houve discordância

estatisticamente significante entre o diagnóstico e a percepção (p=0,0049), de forma

que dos 43,1% e 21,5% dos homens classificados como portadores de sobrepeso e

obesidade, apenas 38,1% e 9,7%, respectivamente, se percebiam nessas categorias

de estado nutricional. A esse respeito, apenas 35,4% dos homens foram classificados

como eutróficos, enquanto 52,2% se percebiam nessa condição. Vale destacar que

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tanto para homens como para mulheres, a faixa etária e o grau de instrução não

influenciaram a percepção do peso (Tabela 3).

Em relação ao padrão alimentar, 19,9% dos funcionários referiu estar em dieta

para perda ponderal, e destes, apenas 32,4% foram orientados por um nutricionista.

As pessoas que se percebiam acima do peso e muito acima do peso tenderam mais

ao comportamento de estar em dieta quando comparadas às que se percebiam abaixo

ou no peso adequado (p<0,007). A proporção de portadores de sobrepeso e

obesidade que estavam em dieta foi de 27,0% e 22,7%, respectivamente. Não

obstante, entre as pessoas que estavam em dieta, 14,3% destacaram-se por não ter

excesso de peso. Dessas, a maioria recebeu orientação dietética de algum profissional

(nutricionista e/ou médico).

Ao longo da vida, mais mulheres do que homens tinham feito dieta (p=0,0093)

e mais vezes (p=0,0249), de modo que 58,1% delas informaram ter feito dieta mais de

3 vezes e somente 29,0% deles disseram o mesmo. Quanto maior o IMC, maior foi a

probabilidade de já ter feito dieta alguma vez na vida (p=0,0000), mas não ocorreu

diferença significante entre o estado nutricional diagnosticado e o número de vezes

que já fez dieta na vida (p=0,9446).

Na Tabela 4, é possível observar que não houve diferença estatisticamente

significante entre homens que eram diagnosticados com excesso de peso nem os que

se percebiam com excesso de peso com relação ao fato de estar em dieta. Também

não houve essa diferença com relação ao uso de alimentos compensatórios, prática

de exercício físico, consumo de frutas, gorduras e açúcares.

Também não foi evidenciada diferença estatisticamente significante entre

mulheres que eram diagnosticadas com excesso de peso nem as que se percebiam

com excesso de peso com relação ao fato de estar em dieta, a prática de exercício e o

consumo de frutas (Tabela 5). Quanto ao consumo de alimentos ricos em gorduras e

açúcares, as mulheres que se percebiam com excesso de peso atenderam mais às

recomendações do que as diagnosticadas. Por outro lado, o consumo de alimentos

compensatórios foi bem maior no grupo realmente com excesso de peso.

Com relação ao sexo, entre as pessoas que usavam determinados alimentos

para compensar momentos tristes, 73,7% eram mulheres (p=0,0001). Os alimentos

compensatórios mais consumidos foram: chocolates (31,9% das respostas), massas

(17,4%) e refrigerantes (13%). Cerca de 2% referiram consumir todos.

Discussão

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Os dados apresentados demonstram certa especificidade, por serem obtidos a

partir de uma amostra de funcionários da área de saúde de uma universidade pública

do Nordeste brasileiro. Neste estudo, deu-se preferência ao grau de instrução do

funcionário na categorização do seu perfil socioeconômico, visto que dentro da

universidade a renda tem forte relação com o nível de instrução.

Os resultados encontrados, principalmente entre as mulheres, mostram que

ingressar no serviço público já se constitui um processo de seleção, tendo em vista

que 29,0% dos homens e 57,6% das mulheres haviam cursado ensino superior,

sugerindo uma situação favorável em termos de conhecimento sobre os riscos do

excesso de peso.

As mulheres também se percebiam mais com sobrepeso e obesidade do que

os homens. Esse resultado pode ser explicado pela pressão cultural e midiática que a

sociedade ocidental exerce, com modelos de beleza segundo os quais a mulher deve

ser excessivamente magra enquanto o homem forte e musculoso 1,3-7,16-18,21-24.

Também, só entre as mulheres, houve concordância entre o diagnóstico nutricional e a

percepção do peso, evidenciando maior preocupação da mulher com a estética e,

mesmo que em menor escala, com a saúde7,17,21,23. Contudo, Veggi et al.(2004)4

encontraram maior concordância entre os homens.

A prevalência de sobrepeso e obesidade encontrada foi alta, seguindo a

tendência de transição nutricional que tem ocorrido no Brasil e em Pernambuco, com o

aumento da frequência de excesso de peso concomitante à diminuição da prevalência

de desnutrição. Segundo dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF

2008/2009)25 e da III Pesquisa Estadual de Saúde e Nutrição (III PESN 2006)26, mais

de 50% da população adulta brasileira e pernambucana apresentam excesso de peso,

demonstrando que esse distúrbio nutricional tem aumentado de forma alarmante no

Brasil como um todo.

Diante da multiplicidade de fatores causais relacionados ao excesso de peso,

o aumento da prevalência de obesidade tem sido acompanhado, principalmente nos

homens, por uma diminuição da percepção do excesso de peso, ou seja, da

sensibilidade no autodiagnóstico desse excesso. Logo, esse distúrbio nutricional está

tão prevalente que as pessoas deixam de encará-lo como um sério problema de

saúde17,21.

Com relação à obesidade abdominal, importante fator de risco cardiovascular,

mais mulheres do que homens possuíam risco elevado segundo a CC. Todavia, o

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acúmulo de gordura abdominal na mulher é mais de tecido adiposo subcutâneo

(menor risco) e no homem o acúmulo maior é de gordura visceral (maior risco). Por

outro lado, o processo de envelhecimento está associado à perda de gordura

subcutânea e aumento de gordura no depósito visceral, em ambos os sexos, conforme

Pou et al. (2009)27. Portanto, a população do estudo como um todo, constituída por

adultos com média de idade na faixa de 40 anos, deveria ser alvo de intervenção

visando à redução da CC e da gordura visceral.

Não foi encontrada qualquer associação significante entre percepção do peso e

faixa etária ou nível de instrução. Similarmente, um estudo não encontrou associação

significante entre percepção do sobrepeso e idade10. Quanto à associação entre

percepção adequada do peso e nível de instrução, alguns estudos divulgam aumento

da percepção apropriada do peso conforme maior nível de instrução10,15, enquanto

outros contestam3,9.

Quanto ao estilo de vida, os homens praticavam mais exercício físico do que as

mulheres, pois apesar de mais preocupadas com o peso do que os homens21,24, elas

não tendem a recorrer ao exercício quando se sentem gordas e querem perder peso, e

sim a estratégias dietéticas 7,8,18.

Em relação ao padrão alimentar, aproximadamente 20% dos funcionários

estava em dieta, mas a maioria não foi orientada por um nutricionista, o que é

preocupante, pois pode levar a não adoção de hábitos alimentares saudáveis e

necessários à redução/controle do peso7,10.

Foi baixa a proporção de pessoas com sobrepeso e obesidade que estavam

em dieta, o que pode mostrar, entre outros fatores, as dificuldades de adesão a um

programa de perda de peso, em que a desistência, fica em torno de 50% após o

primeiro atendimento28. Os resultados corroboram que a percepção adequada do

excesso de peso é essencial para a participação em programas de redução/controle

de peso 7,15,17,29, apesar de não ser o único fator que influencia essa participação10.

A prática de fazer dieta para perda ponderal geralmente se inicia entre os 13 e

14 anos, continua na idade adulta e é reportado também por mulheres desnutridas e

eutróficas11. Na presente pesquisa, uma parcela elevada de homens e mulheres já

fizeram dieta várias vezes ao longo da vida, principalmente elas, como esperado7,18.

Com o aumento do IMC, aumentou também a possibilidade dos participantes já terem

feito dieta alguma vez na vida, apesar de não ocorrer associação entre IMC e o

número de vezes que já fizeram dieta. Talvez esse resultado deva-se ao fato de que

muitos obesos já fizeram dieta várias vezes de forma inadequada e não obtiveram

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resultados satisfatórios, o que pode contribuir para o aumento da obesidade como

problema de saúde pública no Brasil e em outros países8.

Estar com excesso de peso ou se perceber nessa categoria não influenciou

estar em dieta, prática de exercício físico e consumo de frutas, para homens e

mulheres. Para os homens, o uso de alimentos compensatórios e consumo de

gorduras e açúcares também não foram influenciados pelo excesso de peso ou pela

percepção desse excesso.

Porém, quanto ao consumo de alimentos ricos em gorduras e açúcares, as

mulheres que se percebiam com excesso de peso atenderam mais às recomendações

(1 a 2 porções diárias) do que as diagnosticadas. Para as mulheres, esses resultados

eram esperados já que a percepção do excesso de peso facilita a adesão a

estratégias de perda ponderal, principalmente dietéticas7,15 17,29.

Vale destacar que o consumo de alimentos compensatórios foi bem maior no

grupo de mulheres com real excesso de peso do que nas que se percebiam com

excesso. Pessoas podem perceber seu IMC aumentado, ficar sob estresse e aumentar

o consumo desses alimentos, o que se transforma em um ciclo vicioso, induzindo ou

perpetuando o excesso de peso. O uso de alimentos compensatórios pode ser um

indício de comportamento compulsivo em momentos de ansiedade, depressão,

tristeza, raiva e foi observado principalmente nas mulheres e em pessoas que se

percebiam com excesso de peso8. Como esperado, os alimentos mais consumidos em

momentos tristes possuíam sabor doce, possivelmente porque receptores de sabor

doce transmitem uma mensagem ao cérebro, que libera endorfinas e, por

consequência, promove a sensação de prazer30.

Conclusão:

É essencial que ocorram intervenções na população de estudo para diminuir a

prevalência de excesso de peso e da distribuição de risco de gordura corporal.

Outrossim, há a necessidade de mais estudos na população brasileira sobre a

percepção do peso e sua relação com prática de atividade física e dieta, a fim de

direcionar as ações educativas não apenas para o diagnóstico nutricional, mas para

também considerar a percepção da pessoa sobre seu próprio peso.

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Tabela 1- Características socioeconômicas, demográficas, de estilo de vida,

antropométricas e percepção do peso corporal de funcionários de ambos os sexos da

área de saúde da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) – Recife (2010)

Variáveis Masculino Feminino p

Grau de instrução n % IC 95% n % IC 95% 0,0000

≤ensino fundamental 36 27,5 (20,2-36,1) 11 8,3 (4,4-14,8)

≤ensino médio 57 43,5 (34,9-52,4) 45 34,1 (26,2-42,9)

Ensino superior 38 29,0 (21,6-37,7) 76 57,6 (48,7-66,0)

Total 131 100,0 132 100,0

Faixa etária (anos) 0,0043

20-49 100 74,6 (66,2-81,6) 75 57,3 (48,3-65,8)

≥50 34 25,4 (18,4-33,7) 56 42,7 (34,2-51,7)

Total 134 100,0 131 100,0

Percepção do peso 0,0035

Magro ou normal 70 52,3 (43,5-60,9) 47 35,9 (27,9-44,8)

Acima do peso 51 38,0 (29,9-46,9) 54 41,2 (32,8-50,2)

Muito acima do peso 13 9,7 (5,5- 16,3) 30 22,9 (16,2-31,2)

Total 134 100,0 131 100,0

IMC (kg/m2) 0,6564

<24,9 47 35,6 (27,6-44,5) 53 41,1 (32,6-50,1)

25≤IMC<30 57 43,2 (34,7-52,1) 50 38,8 (30,4-47,8)

≥30 28 21,2 (14,8-29,4) 26 20,2 (13,8-28,3)

Total 132 100,0 129 100,0

CC 0,0001

Normal 52 43,7 (34,7-53,1) 23 18,4 (12,3-26,5)

Risco elevado 67 56,3 (46,9-65,3) 102 81,6 (73,5-87,4)

Total 119 100,0 125 100,0

Exercício físico 0,0044

Sim 74 55,6 (46,8-64,2) 49 37,4 (29,2-46,3)

Não 59 44,4 (35,8-53,2) 82 62,6 (53,7-70,8)

Total 133 100,0 131 100,0

Fuma 0,0193

Sim 24 17,9 (12,0-25,7) 10 7,6 (3,9-13,8)

Não e Ex-fumante 110 82,1 (74,3-88,0) 122 92,4 (86,2-96,1)

Total 134 100,0 132 100,0

Bebe 0,0072

Sim 90 70,9 (62,0-78,4) 70 53,8 (44,9-62,6)

Não 37 29,1 (21,6-38,0) 60 46,2 (37,4-55,0)

Total 127 100,0 130 100,0

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Tabela 2- Estado nutricional diagnosticado e percepção do peso corporal em

funcionários de ambos os sexos da área de saúde da Universidade Federal de

Pernambuco (UFPE) – Recife (2010)

Variáveis Estado nutricional diagnosticado

Percepção do peso corporal

p

HOMENS n % IC 95% n % IC 95% 0,0049

Eutróficos 46 35,4 (27,3-44,30) 70 52,2 (43,5-60,9)

Sobrepeso 56 43,1 (34,5-52,0) 51 38,1 (29,9-46,9)

Obesidade 28 21,5 (15,0-29,8) 13 9,7 (5,5-19,3)

Total 130 100,0 134 100,0

MULHERES n % n % 0,6706

Eutróficas 52 40,9 (32,4-50,0) 47 35,9 (27,8-44,8)

Sobrepeso 50 39,4 (30,9-48,4) 54 41,2 (32,8-50,1)

Obesidade 25 19,7 (13,4-27,9) 30 22,9 (16,2-31,2)

Total 127 100,0 131 100,0

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Tabela 3- Percepção do peso corporal de acordo com faixa etária e nível de instrução

em funcionários de ambos os sexos da área de saúde da Universidade Federal de

Pernambuco (UFPE) – Recife (2010)

Variáveis Percepção do peso corporal p

Sem excesso Com excesso

HOMENS n % IC 95% n % IC 95%

Faixa etária (anos) 0,1604

20-49 08 30,8 (15,0-51,9) 29 50,0 (36,7-63,3)

≥50 18 69,2 (48,1-84,9) 29 50,0 (36,7-63,3)

Total 26 100,0 58 100,0

Instrução 0,8499

Até o ensino médio 18 69,2 (48,1-84,9) 36 64,3 (50,3-76,3)

Superior 08 30,8 (15,0-51,9) 20 35,7 (23,7-49,6)

Total 26 100,0 56 100,0

MULHERES

Faixa etária (anos) n % n % 0,7001

20-49 03 16,7 (4,4-42,3) 07 12,7 (5,7-25,1)

≥50 15 83,3 (57,7-95,6) 48 87,3 (74,9-94,3)

Total 18 100,0 55 100,0

Instrução 0,1793

Até o ensino médio 07 70,0 (35,4-91,9) 28 44,4 (32,1-57,4)

Superior 03 30,0 (8,0-64,6) 35 55,6 (42,6-67,9)

Total 10 100,0 63 100,0

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______________________________Autopercepção do peso corporal, estado nutricional e padrão

alimentar de funcionários de uma universidade pública do Recife

DIAS, F.M.R.S. Dissertação de Mestrado. UFPE. 2011.

Tabela 4- Padrão alimentar e estilo de vida, segundo o diagnóstico pelo IMC e a

percepção do excesso de peso, de funcionários do sexo masculino da área de saúde

da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) – Recife (2010)

Variáveis Diagnóstico (IMC) Percepção p Está em dieta n % IC 95% n % IC 95% 0,9291 Sim 12 18,8 (10,5-30,8) 10 21,3 (11,2-36,1) Não 52 81,2 (69,2-89,5) 37 78,7 (63,9-88,8) Total 64 100,0 47 100,0 Uso de al. comp.* 0,8544 Sim 11 13,4 (7,2-23,2) 10 13,7 (7,1-24,2) Não 71 86,6 (76,8-92,8) 63 86,3 (75,8-92,9) Total 82 100,0 73 100,0 Exercício físico 0,9810 Sim 44 52,4 (41,3-63,3) 34 54,0 (41,0-66,4) Não 40 47,6 (36,7-58,7) 29 46,0 (33,6-59,0) Total 84 100,0 63 100,0 Frutas** 0,7169 Não atende 72 90,0 (80,7-95,3) 55 93,2 (82,7-97,8) Atende 08 10,0 (4,7-19,3) 04 6,8 (2,2-17,3) Total 80 100,0 59 100,0 Gorduras** 0,6604 Não atende 09 11,2 (5,6-20,8) 09 15,3 (7,6-27,5) Atende 71 88,8 (79,2-94,4) 50 84,7 (72,5-92,4) Total 80 100,0 59 100,0 Açúcares** 0,9863 Não atende 15 18,8 (11,2-29,4) 12 20,3 (11,4-33,2) Atende 65 81,2 (70,6-88,8) 47 79,7 (66,8-88,6) Total 80 100,0 59 100,0 * Uso de alimentos compensatórios ** Atendimento às recomendações segundo a pirâmide alimentar

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DIAS, F.M.R.S. Dissertação de Mestrado. UFPE. 2011.

Tabela 5- Padrão alimentar e estilo de vida, segundo o diagnóstico pelo IMC e a

percepção do excesso de peso, de funcionários do sexo feminino da área de saúde da

Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) – Recife (2010)

Variáveis Diagnóstico (IMC) Percepção p Está em dieta n % IC 95% n % IC 95% 0,0954 Sim 19 33,9 (22,2-47,9) 02 10,5 (1,8-34,5) Não 37 66,1 (52,1-77,8) 17 89,5 (65,5-98,1) Total 56 100,0 19 100,0 Uso de al. comp.* 0,0320 Sim 30 40,5 (29,5-52,6) 07 18,4 (8,3-34,9) Não 44 59,5 (47,4-70,5) 31 81,6 (65,1-91,7) Total 74 100,0 38 100,0 Exercício físico 0,8856 Sim 27 36,5 (25,8-48,5) 14 35,9 (21,7-52,8) Não 47 63,5 (51,5-74,1) 25 64,1 (47,2-78,3) Total 74 100,0 39 100,0 Frutas** 0,8681 Não atende 47 79,7 (66,8-88,6) 22 78,6 (58,5-91,0) Atende 12 20,3 (11,4-33,2) 06 21,4 (9,0-41,5) Total 59 100,0 28 100,0 Gorduras** 0,0000 Não atende 45 77,6 (64,4-87,1) 03 11,1 (2,9-30,3) Atende 13 22,4 (12,9-35,6) 24 88,9 (69,7-97,1) Total 58 100,0 27 100,0 Açúcares** 0,0000 Não atende 47 79,7 (66,8-88,6) 10 35,7 (19,3-55,9) Atende 12 20,3 (11,4-33,2) 18 64,3 (44,1-80,7) Total 59 100,0 28 100,0 * Uso de alimentos compensatórios ** Atendimento às recomendações segundo a pirâmide alimentar

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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O conhecimento acerca de como a pessoa percebe seu próprio peso é

imprescindível para que programas ou outras formas de intervenção possam ser traçados

a fim de cuidar dos agravos à saúde relacionados ao peso corporal, como a obesidade e

os transtornos alimentares, tão prevalentes em nossa época. Não basta realizar o

diagnóstico antropométrico com base unicamente no critério “saúde”, o profissional

deve estar atento às expectativas e ao desejo da pessoa, bem como deve estar preparado

para identificar possíveis distorções acerca da percepção do peso para que isso venha a

fazer parte do tratamento dietoterápico.

É importante saber também as diferenças perceptivas entre os sexos, como visto

nesse estudo, a fim de que o profissional de saúde, e em especial o nutricionista, possa

adaptar as ações educativas às particularidades do público-alvo, tanto do ponto de vista

clínico como do coletivo.

A alta prevalência de excesso de peso e a da inadequada distribuição da massa

adiposa, também preocupantes, confirmam a literatura existente e a necessidade de

intervenção na população estudada a fim de reduzir os riscos de agravos á saúde.

Com certeza, mais estudos são necessários na população adulta sobre a relação

da percepção do peso com prática de atividade física e estratégias dietéticas, assim

como é imperativo pesquisar os fatores associados a esse agravo à saúde, a saber, a

percepção distorcida do peso corporal.

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GLOSSÁRIO

Cultura: rede de práticas e representações como textos, imagens, conversas, códigos de

comportamentos, que influenciam a vida social. Partindo desse ponto de vista, o corpo pode

ser considerado produto e efeito de relações de saber-poder.

Hedonismo: doutrina moral em que as sensações e prazeres de qualquer ordem são

valorizados de forma exagerada, a ponto de tornar-se a finalidade da vida.

Narcisismo: olhar exclusivo sobre si mesmo. Segundo o mito grego, Narciso era um rapaz que

se achava muito belo. Um dia, fitando-se nas águas, viu uma figura tão bonita que quis beijá-

la e, aproximando-se cada vez mais da mesma, caiu e morreu afogado. Conforme o olhar da

psicanálise, o narcisismo é um investimento libidinal do ego, tomado como objeto da pulsão

sexual.

Transtornos mentais comuns: transtornos psiquiátricos que podem estar associados a

sentimentos de tensão, depressão, incapacidade de lidar com situações habituais, ansiedade e

falta de confiança.

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ANEXOS

ANEXO A − Formulários da Pesquisa:

Dados iniciais:

Nome:___________________________________ Sexo: 1.M 2.F Idade:_________

Fone:____________e-mail:_______________________ Departamento:________________

Dados do funcionário:

Grau de instrução:__________________________________________________________

Cargo:_______________________

Fuma: 1. Sim 2. Não 3. Ex-fumante

SE SIM, quantos cigarros/dia _______________

SE EX-FUMANTE, por quanto tempo fumou:_________QUANTO TEMPO

PAROU______

Bebe: 1. todo dia 2. todo final de semana 3. Em ocasiões especiais 4. Não bebe

Faz exercício físico 1. Sim 2. Não

SE SIM, O que:_________________________________

Quantas vezes na semana: _______________ Por quanto tempo:_______________

Faz exercício mesmo quando está doente ou muito ocupado: 1. Sim 2. Não

Como você se vê: 1. Magro 2. Normal. 3. Um pouco acima do peso 4. Muito acima do peso

Já fez dieta para perder peso 1. Sim 2. Não

SE SIM, quantas vezes?_______

Está em dieta: 1 Sim 2.Não

Recebeu orientação profissional: 1. Sim 2. Não Que profissional:____________________

Já tomou remédio para emagrecer: 1. Sim 2. Não Se sim, quais?____________________

Você usa o alimento para compensar preocupações ou momentos tristes? 1. Sim 2.Não

SE SIM, que tipo de alimento: ___________________________

Faz uso de algum medicamento 1. Sim 2. Não Se sim, qual_____________________

Usa suplemento vitamínico/mineral: 1. Sim 2. Não

SE SIM, qual:_________________Com que freqüência:______________

Por que:__________________________________

DADOS ANTROPOMÉTRICOS:

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PESO: PCT: % Gord.BIA: EXAMES

ALTURA: PCB: BMR: CT:

IMC: PCSE: Lean%: HDL-c

PCSI: PRESSÃO LDL-c

CC: ∑ Prega: PAS: TG

CB: %Gord. Prega: PAD: GJ

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ANEXO B − Questionário Sobre Alimentação Baseada na Pirâmide Alimentar

e Alimentação Saudável

Quantas porções de Grãos e Cereais (arroz, aveia,milho, trigo), Raízes e Tubérculos

(batata inglesa, inhame, macaxeira) você consome DIARIAMENTE?

Nenhuma 1 a 3 vezes 3 a 5 vezes 5 a 9 vezes mais de 9 vezes

Quantas porções de Frutas você consome DIARIAMENTE?

Nenhuma 1 a 3 vezes 3 a 5 vezes mais de 5 vezes

Quantas Hortaliças (alface, brócolis, beterraba, cenoura, couve-flor, chuchu, pepino,

pimentão, repolho,tomate) você consome DIARIAMENTE?

Nenhuma 1 a 3 vezes 3 a 5 vezes mais de 5 vezes

Quantas porções de Leite e Derivados você consome DIARIAMENTE?

Nenhuma 1 a 3 vezes 3 a 5 vezes mais de 5 vezes

Quantas porções de Carnes e Ovos você consome DIARIAMENTE?

Nenhuma 1 a 3 vezes 3 a 5 vezes mais de 5 vezes

Quantas porções de Leguminosas (feijão, fava, soja) você consome DIARIAMENTE?

Nenhuma 1 a 3 vezes 3 a 5 vezes mais de 5 vezes

Quantas porções de Gorduras (margarina, manteiga, maionese, azeite) você consome

DIARIAMENTE?

Nenhuma 1 a 3 vezes 3 a 5 vezes mais de 5 vezes

Quantas porções de Açúcares você consome DIARIAMENTE?

Nenhuma 1 a 3 vezes 3 a 5 vezes mais de 5 vezes

Em média quantos Copos de Água você ingere DIARIAMENTE?

1 a 3 copos 4 a 6 copos 7 a 9 copos mais de 9 copos

Você apresenta constipação intestinal (dificuldade, dor)?

SIM NÃO

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ANEXO C - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido utilizado na pesquisa

Universidade Federal de Pernambuco/Centro de Ciências da Saúde

Departamento de Nutrição/Laboratório de Nutrição em Saúde Pública

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Você está sendo convidado(a) para participar como voluntário, em uma pesquisa.

Após ser esclarecido(a) sobre as informações a seguir, no caso de aceitar fazer parte do

estudo, assine ao final deste documento, que está em duas vias. Uma delas é sua e a outra é do

pesquisador responsável. Em caso de recusa você não será penalizado(a) de forma alguma.

Em caso de dúvida você pode procurar o Comitê de ética em pesquisa da Universidade

Federal de Pernambuco (UFPE) localizado na Av Prof Moraes Rego s/n Cid. Universitária ou

contatá-lo pelo telefone 21268588.

INFORMAÇÕES SOBRE A PESQUISA:

Título do projeto: Fatores de risco cardiovascular em funcionários de uma universidade

pública da cidade do Recife

Pesquisador responsável: Profª Poliana Coelho Cabral

Endereço e telefone para contato: Depto de Nutrição – Campus Universitário CEP:50670-

901 UFPE Fone 21268470 – Se precisar pode ligar a cobrar para o número 92729094

1. O estudo tem como objetivo avaliar a freqüência de alguns fatores de risco

cardiovasculares em funcionários de uma universidade pública da cidade do Recife.

2. Serão coletados dados antropométricos: Peso, altura, circunferência do braço e pregas

cutâneas tricipital, bicipital, subescapular e supra-ilíaca. No questionário que será

respondido haverá também perguntas sobre prática de atividade física, tabagismo,

consumo de álcool além de informações sobre os resultados de exames laboratoriais e

o histórico em relação às doenças cardiovasculares.

3. Também será aferida a pressão arterial e realizado o teste de bioimpedância para

averiguar a composição corporal em termos de massa magra e gorda.

4. Serão dadas respostas a perguntas ou esclarecimentos a qualquer dúvida relacionada

com os objetivos da pesquisa.

5. Quanto aos benefícios individuais, qualquer distúrbio nutricional importante que for

detectado, o participante receberá orientação adequada ou será encaminhado para

atendimento em um ambulatório de nutrição.

6. Os resultados gerados nesse estudo servirão de base para o conhecimento da realidade

nutricional e da prevalência de fatores de risco cardiovasculares, nos funcionários da

área de saúde dessa universidade, visando o planejamento de programas de educação

nutricional com o objetivo de prevenir as doenças cardiovasculares.

7. Basicamente o risco que pode existir é o do constrangimento em relação a qualquer

pergunta do questionário, ficando o participante livre para responder ou não. Além

disso, toda entrevista e coleta de dados serão realizadas em ambiente fechado, com o

objetivo de manter a privacidade ao máximo.

8. Será garantido total sigilo para todas as informações coletadas

9. O participante pode se recusar a participar em qualquer momento da pesquisa.

Nome e assinatura do pesquisador:_______________________________________________

CONSENTIMENTO DA PARTICIPAÇÃO:

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______________________________Autopercepção do peso corporal, estado nutricional e padrão

alimentar de funcionários de uma universidade pública do Recife

DIAS, F.M.R.S. Dissertação de Mestrado. UFPE. 2011.

Eu, ___________________________________, RG/CPF:_________________ abaixo

assinado, concordo em participar do estudo “Fatores de risco cardiovascular em funcionários

de uma universidade pública da cidade do Recife”. Fui devidamente informado e esclarecido

pela pesquisadora Profª Poliana Coelho Cabral sobre a pesquisa, os procedimentos nela

envolvidos, assim como os possíveis riscos e benefícios decorrentes de minha participação.

Foi-me garantido que posso retirar meu consentimento a qualquer momento, sem que isto leve

a qualquer penalidade.

Local e data:_______________Nome e assinatura:_________________________________

Presenciamos a solicitação de consentimento, esclarecimentos sobre a pesquisa e

aceite do sujeito em participar:

Testemunha 1: Nome:________________________________________________________

Assinatura:____________________________________________________

Testemunha 2: Nome:________________________________________________________

Assinatura:____________________________________________________

Observações complementares:

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______________________________Autopercepção do peso corporal, estado nutricional e padrão

alimentar de funcionários de uma universidade pública do Recife

DIAS, F.M.R.S. Dissertação de Mestrado. UFPE. 2011.

ANEXO D – Aprovação do Comitê de Ética em pesquisa