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7/31/2019 Auxlio ou Empecilho
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AUXLIO OU EMPECILHO por C.H.Mackintosh
Que s tu?
De entre os muitos favores que nos so concedidos pelo nosso bondoso Senhor, um dos mais
elevados , sem dvida, o privilegio de estarmos presentes na Assemblia do Seu amado povo.
Podemos assegurar, com confiana, que todo aquele que verdadeiramente ama a Cristo, se
alegar, com os Seus onde Ele prometeu estar, seja qual for o carter da reunio; quer seja
para tomar a Ceia do Senhor, e assim recordar a Sua morte, quer para estudar a Palavra de
Deus e conhecer a Sua vontade, quer para orao a fim de lhe narrarmos as nossas
necessidades e receber bnos do Seu inesgotvel tesouro - todo o corao devoto desejar
estar a presente. E podemos estar certos de que qualquer que voluntariamente negligenciar
comparecer na Assemblia, conserva a sua alma num estado frio, morto e perigoso. Descuidar-
se algum de se congregar dar o primeiro passo no plano inclinado que conduz ao abandono
de Cristo e dos Seus preciosos interesses (Heb. 10:25-27).
Desejamos avisar o leitor, desde j, que no vamos discutir a questo, tantas vezes suscitada:
Como podemos saber a que congregao devemos ir. , sem dvida, uma questo de
primeira importncia e que todo o crente precisa de resolver antes de tomar o seu lugar em
qualquer Assemblia ou Igreja local.
Unir-se algum a uma congregao sem saber quais os princpios em que ela se rene,
proceder com ignorncia ou indiferena e incompatvel com o temor do Senhor e o amor da
Sua palavra.
No vamos, porm, apresentar esta questo. No nos ocuparemos dos princpios da
congregao, mas, sim, do nosso estado e conduta na Assemblia, uma questo, alias, de
grande importncia moral para toda a alma que professa reunir-se em nome dAquele que
Santo e Verdadeiro. Numa palavra: a nossa tese est distintamente especificada na epgrafe
deste folheto.
Vamos supor que o leitor conhece claramente onde e como se deve congregar e, por
conseqncia, o que temos a fazer neste momento suscitar lhe, no corao e na conscincia,
esta pergunta solene: Sou eu um auxlio ou um empecilho para a Igreja? Todo o indivduo,
membro de qualquer Igreja ou Assemblia, uma ou outra coisa; isto claro e um assunto
muito srio.
Se o leitor abrir a Bblia e ler refletidamente e em orao a primeira epstola aos Corntios,
captulo 12, encontrar claramente estabelecida esta grande verdade prtica: cada membro
exerce uma influncia sobre o resto do corpo.
Acontece com o corpo humano que, se houver qualquer coisa de extraordinrio no mais fraco
e obscuro membro, todo o corpo o sente por meio da cabea. Se houver uma unha arrancada,
um dente quebrado, um p deslocado, qualquer membro, msculo ou nervo fora de ordem,isso ser um empecilho para todo o corpo. Acontece o mesmo com a Igreja de Deus, o Corpo
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de Cristo: Se um membro padece, todos os membros padecem com ele; e, se um membro
honrado, todos os membros se regozijaro com ele. O estado de qualquer membro afeta o
corpo inteiro. Da se deduz que cada membro um auxilio ou um empecilho para todos os
demais. Que profunda verdade! E to prtica quanto profunda.
Lembremo-nos que o apstolo Paulo no fala apenas de qualquer Igreja ou Assemblia local,
porm de todo o corpo do qual, sem dvida, cada Assemblia em particular deve ser uma
expresso local. Deste modo diz ele, dirigindo-se Igreja de Corinto: Ora vs sois o corpo de
Cristo, e seus membros em particular. Na verdade existiam outras Assemblias, e se o
apstolo se tivesse dirigido a qualquer delas, a respeito do mesmo assunto, teria usado da
mesma linguagem, porquanto o que era verdadeiro para cada uma delas, era-o para todas; e o
que era verdadeiro no todo, era verdadeiro em cada expresso local.
Nada pode ser mais claro, mais simples, mais profundamente prtico. Todo o assunto
apresenta trs das mais preciosas e poderosas foras dinmicas para uma vida santa, sincera edevota, a saber: primeiro, que no desonremos a Cabea, a que estamos unidos; segundo, que
no ofendamos o Esprito Santo pelo qual estamos unidos; e, terceiro, que no injuriemos os
membros com os quais estamos unidos.
Pode alguma coisa exceder o poder moral de motivos como estes? Oh! Que bom seria se o
povo amado de Deus se convencesse deles! Uma coisa sustentar e ensinar a doutrina da
unidade do Corpo, e outra, completamente diferente, sentir e mostrar o seu santo poder
formativo. Ai! A pobre inteligncia humana pode discutir as verdades mais elevadas sem que o
corao, a conscincia e a vida tenham jamais sentido a santa influncia delas. E esta uma
considerao por demais solene para todos. Que ns a ponderemos em nossos coraes e queela influa em toda a nossa vida e carter.
Que a verdade de haver um s corpo seja uma grande realidade moral para cada membro
desse mesmo corpo que se acha sobre a superfcie da Terra!
Aqui poderamos concluir este folheto sentindo, como de fato sentimos, que se a gloriosa
verdade sobre a qual temos meditado fosse sustentada com o poder vivificante da f pelo
povo amado do Senhor, certamente se lhes seguiriam ento todos os preciosos resultados
prticos.
Ao deliberarmos, porm, escrever, apresentou-se-nos claramente ante o esprito uma fase
especial do assunto: o modo como so afetadas as diferentes congregaes pela condio da
alma, atitude do corao e estado do esprito de todos os assistentes. Repetimos e com
nfase; no apenas de todos os que ostensivamente tomam parte, mas de todos os que
formam a congregao.
No h duvida que pesa uma responsabilidade especial e muito sria sobre aqueles que
tomam parte no ministrio, quer seja apresentando um hino, fazendo orao ou dando graas,
lendo a Palavra de Deus, ensinando ou exortando.
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Todos estes devem estar bem certos de que foram divinamente chamados e preparados para
isso; ainda mais, que so simplesmente os instrumentos na mo do Senhor em tudo que
tencionarem fazer.
De outro modo podero causar certo dano congregao; podem impedir a adorao,
interromper a comunho e servir, enfim, de verdadeiro tropeo em tal ocasio.
Tudo isto muito srio e exige um santo cuidado da parte daqueles que tomam o encargo de
qualquer fase do ministrio na Assemblia. At mesmo um hino pode tornar-se um empecilho
positivo, pode interromper o curso e abaixar o tom espiritual da Assemblia.
Ainda mais, a preciosa Palavra de Deus pode ser lida fora de propsito e inoportunamente.
Finalmente tudo o que no fruto direto do Esprito de Deus pode, apenas, impedir a
edificao e beno da Assemblia. Todos os que tomam parte no ministrio devem ter odistinto discernimento de que so guiados pelo Esprito em tudo o que fazem. Devem ser
governados por este nico imperativo e absorvente fim: a glria de Cristo na Assemblia, e a
bno da Assemblia por meio dEle. Se assim no acontecer, faro melhor em estar calados e
esperar no Senhor. Daro mais glria a Cristo e mais bno Assemblia com a espera
tranqila, do que com a incessante ao e as inaproveitveis palavras.
Porm, ao mesmo tempo que sentimos e confessamos a importncia de tudo o que tem de se
dizer com referncia santa responsabilidade de todos os que ministram na Assemblia,
estamos completamente persuadidos de que a harmonia, o carter e o efeito geral da
congregao esto intimamente ligados com a condio moral e espiritual de cada membroem particular. isto, confessamos, o que nos pesa no corao e nos levou a escrever esta
advertncia.
Cada alma pertencente congregao um auxlio ou um empecilho, um contribuinte ou
esbanjador.
Todos os que assistem com um esprito devoto, sincero e amoroso; que vm simplesmente
para se encontrar com o Senhor; que se congregam na Assemblia como sendo o lugar onde o
Seu precioso Nome recordado; que se regozijam de a estar porque Ele a est tambm;
todos estes so um verdadeiro auxilio e bno para a congregao. Oxal que Deus aumente
o seu numero! Se todas as igrejas ou assemblias fossem compostas de to abenoados
elementos, que histria to diferente se teria para contar.
E porque no? No uma questo de ter um dom especial ou muita sabedoria, mas de haver
graa e santidade, verdadeira piedade e abundncia de orao. Numa palavra; depende
simplesmente dessa condio da alma em que todo o filho de Deus e todo o servo de Cristo
deve estar e sem a qual os dons mais preciosos e a sabedoria mais ampla, so um empecilho e
um lao.
O mero dom e a inteligncia sem uma conscincia exercitada e sem o temor de Deus, podem
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ser, e tm sido usados pelo inimigo para a runa moral das almas. Porm, onde h verdadeira
humildade e essa seriedade e realidade que o sentimento da presena de Deus sempre
produz, a teremos o que certamente dar harmonia profunda, vivacidade e esprito de
adorao a uma assemblia.
Existe uma grande diferena entre uma assemblia de povo reunida ao redor de um homem
possuidor de dons e outra reunida simplesmente para o prprio Senhor. Se o povo se rene,
meramente, por motivo do ministrio que recebe, quando esse ministrio faltar, falta-lhe todo
o motivo para se reunir. Porm, quando almas sinceras e ardentemente devotas, se renem,
simplesmente, para o prprio Senhor, ento ao mesmo tempo que ho de ficar muito
agradecidas por qualquer verdadeiro ministrio; quando o podem obter, no esto
dependentes dele. No avaliam menos o dom, mas do muito maior valor Aquele que o deu.
Ficam agradecidas pelos regatos, mas dependem unicamente da Fonte. Numa palavra: do ao
dom o seu devido lugar. Porm, aqueles que ligam indevida importncia ao dom, que se esto
sempre queixando da falta dele e no podem regozijar-se numa reunio sem ele, soempecilhos e uma fonte de fraqueza para a Assemblia.
E h outros empecilhos e fontes de fraqueza que merecem sria considerao de todos. Se
viermos num estado de alma frio, endurecido e descuidado dum modo simplesmente formal,
sem nos termos examinado a ns mesmos, sem exerccio espiritual e sem esprito
quebrantado, mas, pelo contrrio, com um esprito murmurador, queixoso, julgando a tudo e a
todos, exceto a ns mesmos ento, na verdade, seremos um empecilho para a bno, o
proveito e a felicidade da congregao. Somos como a unha arrancada, o dente quebrado, ou
o p deslocado. Como tudo isto triste, humilhante e terrvel! Oxal que vigiemos e oremos
para que isto no suceda!
Por outro lado, aqueles que se apresentam na Assemblia com disposio amorosa, benigna,
crist; que simplesmente se regozijam em encontrar os seus irmos para tomar a Ceia do
Senhor e para O adorarem; para juntos estudarem as Sagradas Escrituras, ou ao redor do trono
da graa para orarem; que em suas afeies, ternas e profundamente cordiais abraam todos
os membros do amado Corpo de Cristo; cujos olhos no esto enublados, ou as feies
resfriadas, por negras suspeitas, mas apreenses, ou sentimentos grosseiros para com
qualquer dos que esto ao redor deles; que so ensinados por Deus a amar seus irmos e a
pensar neles como Deus pensa; que esto prontos a aproveitar-se de tudo o que o
misericordioso Senhor lhes mandar, embora no venha sob a forma de um brilhante dom, ou
por meio dum mestre favorito; todos estes so uma bno divinamente enviada Assemblia
a que pertencem, seja qual for. Outra vez dizemos, e de todo o corao Oxal que Deus
aumente o seu numero! Se todas as assemblias se compusessem de tais pessoas, respirar-se-
ia a atmosfera do prprio cu. O nome de Jesus seria como uno lanada do alto; todos os
olhares se fixariam nEle; todo o corao se absorveria nEle e haveria um testemunho mais
poderoso do Seu nome e presena entre ns, do que aquele que poderia ser dado por meio do
mais brilhante dom.
Oxal que o Senhor, cheio de graa, derrame a Sua bno sobre todas as Suas assembliasespalhadas por todo o mundo! Que Ele as liberte de todo o empecilho, de todo o peso, de toda
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a raiz de amargura! Que todos os coraes se unam em doce confiana e verdadeiro amor
fraternal! Que Ele coroe, com as Suas ricas bnos, os trabalhos dos Seus amados servos,
quer entre o Seu povo, quer entre aqueles que ainda O no conhecem, alegrando os seus
coraes e fortalecendo as suas mos, tornando-os firmes e constantes, sempre abundantes
na Sua preciosa obra, na certeza de que o seu trabalho no ser em vo!
C.H.Mackintosh