Upload
gabriel-afonso
View
216
Download
0
Embed Size (px)
DESCRIPTION
revisão bibliográfica sobre o fenômeno natural no ambiente terrestre.
Citation preview
Avalanche
Processo natural
Avalanche é um fenômeno natural que ocorre quando um bloco de neve solta e pouco densa se separa do resto da camada gelada ou pelo deslizamento de solo causado pela instabilidade gerada pela grande quantidade de água presente. Em ambos, ocorre a movimentação de forma rápida e violenta, projetando-se em direção a uma área de menor altitude, ou seja, encosta abaixo. Possui limites laterais e profundos muito bem definidos. Caracterizando-se assim pelo movimento de massa acumulada (de neve).
Formam-se camadas com tipos de neve um pouco diferentes, devido à quantidade de neve que vai se acumulando com o tempo. Favorecendo o deslizamento de uma camada sobre a outra, acumulando a neve em encostas muito inclinadas. Gerando assim uma nuvem de neve, que podem alcançar até 50 metros de altura e se deslocar até 400 km/h.
Tal processo natural envolve fatores que o fazem existir. O principal, é
devido instabilidade do material (solo, neve, gelo e/ou rocha)Entre eles estão
características determinantes como: erosão, deslocamento de geleiras e
terremotos, todos aliados com a ação da gravidade, que exerce papel
fundamental neste fenômeno. Já os fatores ambientais, como temperatura,
umidade, presença ou não de vegetação, inclinação do relevo e vento, estão
diretamente ligados com a Avalanche. Por exemplo, em alguns solos, que
possuem muitas matações (pedras soltas, muito grandes, arredondadas e
degradação de raízes que prendem o solo) aumenta-se a possibilidade de
ocorrer deslizamentos.
Além disso, existem diversas formas de se gerar avalanches, como por
exemplo, o calor do sol pode esquentar a camada de neve e derretê-la. Esse
líquido (água derretida) penetra na camada gelada, causando rachaduras que
disparam as avalanches. Por outro lado, com a redução das conexões entre as
camadas variam em proporção inversa com a temperatura, ao ocorrer à
elevação gradual da temperatura, como a transição do inverno para a
primavera, a massa se torna mais fria, facilitando os deslizamentos.
Outro caso provocador são as junções de 3 fatores: a prática esportiva,
o peso do praticante e o grau de inclinação que tal esporte se encontra, sendo
este, na maioria dos casos, 38 graus. Assim, são suficientes para romper a
frágil ligação entre as faixas superficiais de neve, sendo estas soltas e pouco
densas, acabam desmoronando.
Segundo o glaciologista Jefferson Cardia Simões, da Universidade
Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e do Programa Antártico Brasileiro
(Proantar), "Diversos fatores podem iniciar avalanches: mudanças climáticas,
terremotos e até mesmo o peso de um esquiador". Além disso, um ruído alto
também pode provocar avalanche, devido às ondas de som que se propagam,
podendo desestabilizar as camadas de neve.
Além disso, existem tipos de Avalanches podendo ser também de
material ejetado por um vulcão ou de lama. Quando o peso do material é maior
que o atrito que o mantém no lugar, ele desloca-se por gravidade. Vulcões
cobertos de neve que entram em erupção provocam o derretimento da neve e
conseqüente descida de água, que pode arrastar terra, e blocos de rocha em
grande velocidade. Durante a descida, formam-se concentrações grandes de
massa de neve, podendo assim arrastar árvores, rochas e construções.
Existem diferentes tipos de avalanches. Estas são definidas, tendo em vista
o tipo de neve que às constituem. Temos, assim, avalanches de neve recente,
neve úmida e de neve placa.
As avalanches de neve recente se dão logo depois dos grandes nevões,
com temperaturas muitas baixas (-5ºC) há acumulação da neve nas áreas
mais inclinadas das montanhas. A neve não se segura e desliza
rapidamente, originando uma avalanche destrutiva. Estas avalanches
constituem cerca de 80% das avalanches existentes.
As avalanches de neve úmida são geradas em altas temperaturas e na
presença de chuvas, resultando na separação das diferentes camadas de
neve. Estas são geralmente constituídas por blocos de neves que deslizam
no sentido sul das montanhas.
As avalanches de placa têm origem nas vertentes abertas ou convexas.
Ocorrem quando há a perda de conexão interna entre as placas, devido as
sobrecargas exercidas sobre elas pelos esquiadores e alpinistas. Estas
avalanches são aquelas que provocam mais acidentes.
Além disso, existe Avalanche de lama. Quando há uma avalanche de lama, esta pode ser causada pelo derretimento da neve e conseqüente mistura com a terra ou mesmo em encostas sem neve e atingida por fortes chuvas. De forma geral, as avalanches de lama estão ligadas à erosão do terreno e desmatamento de bosques e matas nas zonas mais íngremes de montanhas e morros.
Condições para atuar
O processo de Avalanche envolve dois processos, sendo estes,
Movimento de Geleiras e Erosão.
Primeiramente, geleiras são grandes massas de gelo, que se acumulam
em regiões altas dos continentes em baixas latitudes ou em regiões polares
como a Antártica e a Groelândia, apresentando evidências de transferências
longitudinais de massa ao longo da geleira.
O gelo acumulado tende a seguir a inclinação do terreno, sob a ação da
gravidade. Este movimento acontece pelo desgelo de minúsculas partículas,
fazendo com a parte superior se desloque da parte inferior, e assim
consequentemente, de forma que a massa de gelo flua pela superfície, não
escorregando sobre a mesma, através da pressão e deformação da massa
original. Assim, tal massa de neve se encontrará cada vez mais em regiões
baixas, sofrendo desgelo total ou podendo alcançar o mar, formando assim os
icebergs.
As geleiras se movimentam numa velocidade entre 0,6 e 18 metros por
dia, porem, o movimento depende do tipo de geleira, da topografia e das
estações do ano. Outro fator importante é que as geleiras possuem maior
velocidade no centro do que nos extremos, devido ao atrito com as rochas.
Assim, o gelo que se encontra na superfície, se movimenta mais rápido do que
a do fundo e das margens.
Se o gelo não tivesse a propriedade de se movimentar, o planeta teria a
maior parte da água acumulada nos pólos, tornando a Terra um deserto. Ou
caso este gelo derretesse, ocorreria o aumento do nível do mar.
Enquanto isso, a Erosão Glacial, pode ser definida como ‘‘... Envolvendo
a incorporação e remoção, pelas geleiras, de partículas ou detritos do assoalho
sobre o qual elas se movem... ’’, segundo o livro Decifrando a Terra. Existem 3
processos principais da erosão glacial: Abrasão, Remoção e Ação da Água de
degelo.
A erosão glacial de Abrasão é caracterizada pelo desgaste do piso sobre
o qual as geleiras se deslocam pela ação de partículas rochosas que são
carregadas na base do gelo.
Enquanto isso a erosão de Remoção (plucking ou quarrying) se constitui
pela remoção de fragmentos rochosos maiores, através ação das geleiras. Este
fenômeno esta associado à ruptura nas rochas a partir de seu fundamento, que
podem corresponder a estruturas já existentes ou pelo alivio da erosão glacial
formado pela interrupção formada subglacialmente. Assim, a erosão de
remoção acaba promovendo a remoção de fragmentos da rocha, gerado pela
presença da interrupção no alicerce, que facilita ou amplia a zona de fraqueza
da rocha.
Na erosão da ação da Água de degelo, exitem duas formas de esta atuar: mecanicamente ou por ação química. Além disso, existem fatores que interferem na sua ação, sendo estes velocidade, turbulência da água e quantidade de partículas transportadas.
Na erosão mecânica, a água de degelo é associada à erosão fluvial, ou seja, é o resultado do impacto entre as partículas transportadas sobre a superfície das rochas do assoalho das geleiras juntamente com a cavitação1. O estado insaturado das soluções aquosas, a disponibilidade de partículas finas, com grande superfície relativa de reação e a maior solubilidade do dióxido de carbono em razão a baixa temperatura da água, acidificando-a, são os fatores aventados para explicar a erosão química glacial. (Teixeira & Toledo)
Problemas ambientais
As avalanches podem causar muitos problemas sociais, desde
destruição de casas que estão localizadas em zonas de risco, até na morte de
alpinistas. Em casos de soterramento por neve, a maioria das vítimas não
resiste por mais de 20 minutos, morrendo por falta de oxigênio ou por
hipotermia, após pouco tempo depois de uma avalanche, a neve se transforma
em gelo, congelando duro com cimento. A recomendação é não frequentar
vertentes muito inclinadas ou zonas de avalanche. As montanhas que são
densamente florestadas são áreas mais seguras, 89% das vítimas são homens
entre as idades de 20 e 29 anos, eles geralmente são esquiadores,
snowmobilers ou alpinistas.
Normalmente, a cada ano ocorrem cerca de 1 milhão de Avalanches pelo
mundo, sendo na sua grande maioria em áreas onde a temperatura se mantém
abaixo de 0°C no inverno juntamente com o acumulo de neve em áreas
íngremes. Segundo especialistas, estas áreas especificas representam apenas
2% do globo, como os Alpes (Europa), Andes (América do Sul), Montanhas
Rochosas (EUA) e Himalaia (onde se encontra o Monte Everest), que há muita
frequência de Avalanches.
Nos EUA, os esquiadores antecipam os desabamentos com explosivos, para que as pistas possam ser abertas. Já na Islândia, as cidades próximas de encostas erguem muros com até 18 metros de altura para conter e desviar o fluxo de neve. Porem, toda essa precaução não impede que a estimativa de mortes por ano seja cerca de 200 vítimas.
Em comparação com outros desastres, as Avalanches causam prejuízos
moderados, tendo média anual de morte inferior a 200 casos em escala global.
Em regiões onde este fenômeno é freqüente, existem serviços meteorológicos,
que monitoram as variáveis e o risco de chance do desastre natural ocorrer,
avisando a população, através da defesa civil. Mas também, Os habitantes
locais têm condições de prenunciar o fenômeno, através da observação de
mudanças comportamentais de animais silvestres.
1 Cavitação consiste na formação de ondas de choque pela crise de bolhas de ar dentro da corrente
aquosa.
Existem medidas preventivas, para precação da população através das
áreas ambientais, de construções civis e zoneamento. Entre elas, destacam-se:
O mapeamento das áreas de risco intenso; Nas áreas de restrições, as
construções devem ser situadas em locais protegidos e devem ser muito
sólidas; reflorestamento das encostas, com árvores de raízes pivotantes muito
profundas; construção de obstáculos em forma de “V” invertido, para desviar o
curso de avalanches e construção de plataformas de deslizamento e de muros
de contenção, para proteger rodovias e ferrovias.
Bibliografia:
Nacional Geographic. Avalanches. Disponível em:
<http://environment.nationalgeographic.com/environment/natural-disasters/avalanche-
profile/>. Acesso em: 25 de Maio de 2015.
Nacional Geographic. Unleash an Avalanche. Disponível em: <http://environment.nationalgeographic.com/environment/natural-disasters/avalanche-interactive/>. Acesso em: 26 de Maio de 2015.
Mundo Estranho. Como Ocorrem as Avalanches? . Disponível em:
<http://mundoestranho.abril.com.br/materia/como-ocorrem-as-avalanches>. Acesso
em: 25 de Maio de 2015.
Info Escola: Navegando e Aprendendo. Avalanche. Disponível em:
<http://www.infoescola.com/geologia/avalanche/>. Acesso em: 25 de Maio de 2015.
Como Tudo Funciona. As Propriedades da Neve. Disponível em:
<http://ciencia.hsw.uol.com.br/avalanche1.htm>. Acesso em: 26 de Maio de 2015.
Desastres Naturais. Desastres Naturais - O que são? Disponível em:
<http://naturaldesasters.blogspot.com.br/>. Acesso em: 26 de Maio de 2015.
DE CASTRO, Luiz Antonio Coimbra. Manual de Desastres Naturais – Volume I
Desastres Naturais. Ministério da Integração Nacional. Brasília. 2003.
POPP, José Henrique. Geologia Geral. LTC- Livros Técnicos e Científicos Editora
S.A. 5° ed. Rio de Janeiro. 1998.
TARBUCK, Edward J.; LUTGENS, Frederick K. Earth Science. Pearson Education,
Inc. 11th ed. Upper Saddle River, New Jersey. 2006.
TEIXEIRA, Wilson; Toledo, M. Cristina Motta de; [et al.]. Decifrando a Terra. Oficina
de Textos. São Paulo. 2000.