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GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO SECRETARIA DA EDUCAÇÃO AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM EM PROCESSO Língua Portuguesa 3 o série do Ensino Médio Turma _________________ 2 o semestre de 2014 Data _____ / _____ / _____ Escola __________________________________________________ Aluno __________________________________________________ 07 Leia o texto e responda à questão 01. Sisu tem disputa maior entre não cotistas Na ampla concorrência, cada vaga recebeu 18 inscrições; na rede pública, são 16 candidatos Por Paulo Saldaña O Sistema de Seleção Unificada (Sisu) tem concorrência 12,5% maior en- tre os estudantes provenientes de escolas particulares do que entre os alunos cotistas que disputam vagas reservadas para a rede pública. On- tem, eram 18 candidatos por vaga na chamada “ampla concorrência”, ante 16 entre os cotistas. Os dados de inscrições são os registrados entre anteontem, primeiro dia de se- leção do Sisu, e 11 horas de ontem. O sistema do Ministério da Educação (MEC) centraliza as vagas de instituições de ensino público, sobretudo federais, que escolhem seus alunos com base na nota do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). As inscrições vão até sexta-feira. Das 171 mil vagas disponíveis no Sisu, 44% são reservadas para estudantes de escola pública (com respeito a critérios raciais e de renda) e para ações afirma- tivas, como vagas para deficientes. A modalidade de ampla concorrência havia recebido 1,7 milhão de inscrições, enquanto para as vagas reservadas pela Lei de Cotas e para ações afirmativas eram 1,1 milhão - cada candidato pode se inscrever em até dois cursos. A diferença na busca por vaga em cada modalidade mostra que os egressos de escolas públicas tiveram menor interesse em tentar uma instituição superior gratuita. No entanto, 80% dos concluintes de ensino médio inscritos no Enem 2013 eram da rede pública. De acordo com o educador Mateus Prado, especialista em Enem, os dados revelam que, apesar das cotas, a maioria dos alunos estaduais e municipais não acredita que pode chegar à universidade pública. “Esses alunos não têm referência, um amigo ou vizinho, que tenha passado em uma universidade fe-

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GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULOSECRETARIA DA EDUCAÇÃO

AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM EM PROCESSO

Língua Portuguesa 3o série do Ensino Médio Turma _________________

2o semestre de 2014 Data _____ / _____ / _____

Escola __________________________________________________

Aluno __________________________________________________

07

Leia o texto e responda à questão 01.

Sisu tem disputa maior entre não cotistas

Na ampla concorrência, cada vaga recebeu 18 inscrições; na rede pública, são 16 candidatos

Por Paulo Saldaña

O Sistema de Seleção Unificada (Sisu) tem concorrência 12,5% maior en-tre os estudantes provenientes de escolas particulares do que entre os alunos cotistas que disputam vagas reservadas para a rede pública. On-tem, eram 18 candidatos por vaga na chamada “ampla concorrência”, ante 16 entre os cotistas.

Os dados de inscrições são os registrados entre anteontem, primeiro dia de se-leção do Sisu, e 11 horas de ontem. O sistema do Ministério da Educação (MEC) centraliza as vagas de instituições de ensino público, sobretudo federais, que escolhem seus alunos com base na nota do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). As inscrições vão até sexta-feira.

Das 171 mil vagas disponíveis no Sisu, 44% são reservadas para estudantes de escola pública (com respeito a critérios raciais e de renda) e para ações afirma-tivas, como vagas para deficientes. A modalidade de ampla concorrência havia recebido 1,7 milhão de inscrições, enquanto para as vagas reservadas pela Lei de Cotas e para ações afirmativas eram 1,1 milhão - cada candidato pode se inscrever em até dois cursos.

A diferença na busca por vaga em cada modalidade mostra que os egressos de escolas públicas tiveram menor interesse em tentar uma instituição superior gratuita. No entanto, 80% dos concluintes de ensino médio inscritos no Enem 2013 eram da rede pública.

De acordo com o educador Mateus Prado, especialista em Enem, os dados revelam que, apesar das cotas, a maioria dos alunos estaduais e municipais não acredita que pode chegar à universidade pública. “Esses alunos não têm referência, um amigo ou vizinho, que tenha passado em uma universidade fe-

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2 Avaliação da Aprendizagem em Processo • Prova do Aluno – 3o série do Ensino Médio

deral”, afirma ele. “Mas tem um monte de vizinho que passou no ProUni (Pro-grama Universidade Para Todos).”

O Enem também é usado para quem concorre a bolsas em instituições parti-culares pelo ProUni. Em janeiro do ano passado, o programa teve 1,03 milhão de inscritos.

Mais de 1,6 milhão dos 5 milhões de participantes do Enem já haviam entrado no Sisu até as 18 horas de ontem. Minas Gerais teve o maior número de ins-critos - são 199.961. Em seguida, surgem São Paulo (196.116) e Rio (158.614).

Os cursos de Administração, Direito e Medicina eram os mais procurados até ontem. Com dados referentes até as 11 horas, Administração tinha 192.582 inscrições, seguido de Direito, com 191.107. Com 2.925 vagas disponíveis no Sisu, o curso de Medicina era disputado por 176.876 estudantes - 60,47 candi-datos por vaga.

Disponível em: <http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,sisu-tem-disputa-maior-entre-nao--cotistas-,1115986,0.htm>. Acesso em: 04 de fevereiro de 2014. (adaptado).

Questão 01Há uma opinião sobre os fatos relatados na notícia em:

(A) “O Sistema de Seleção Unificada (Sisu) tem concorrência 12,5% maior en-tre os estudantes provenientes de escolas particulares do que entre os alunos cotistas que disputam vagas reservadas para a rede pública”.

(B) “De acordo com o educador Mateus Prado, especialista em Enem, os da-dos revelam que, apesar das cotas, a maioria dos alunos estaduais e mu-nicipais não acredita que pode chegar à universidade pública”.

(C) “O sistema do Ministério da Educação (MEC) centraliza as vagas de insti-tuições de ensino público, sobretudo federais, que escolhem seus alunos com base na nota do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem)”.

(D) “Das 171 mil vagas disponíveis no Sisu, 44% são reservadas para estudan-tes de escola pública (com respeito a critérios raciais e de renda) e para ações afirmativas, como vagas para deficientes”.

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Leia o texto e responda às questões 02 e 03.

[...]

Eram cinco horas da manhã e o cortiço acordava, abrindo, não os olhos, mas a sua infinidade de portas e janelas alinhadas. Um acordar alegre e farto de quem dormiu de uma assentada sete horas de chumbo. Como que se sentiam ainda na indolência de neblina as derradeiras notas da última guitarra da noite antecedente, dissolvendo-se à luz loura e tenra da aurora, que nem um suspiro de saudade perdido em terra alheia.

A roupa lavada, que ficara de véspera nos coradouros, umedecia o ar e punha--lhe um farto acre de sabão ordinário. As pedras do chão, esbranquiçadas no lugar da lavagem e em alguns pontos azuladas pelo anil, mostravam uma pa-lidez grisalha e triste, feita de acumulações de espumas secas. Entretanto, das portas surgiam cabeças congestionadas de sono; ouviam-se amplos bocejos, fortes como o marulhar das ondas; pigarreava-se grosso por toda a parte; come-çavam as xícaras a tilintar; o cheiro quente do café aquecia, suplantando todos os outros; trocavam-se de janela para janela as primeiras palavras, os bons-dias; reatavam-se conversas interrompidas à noite; a pequenada cá fora traquinava já, e lá dentro das casas vinham choros abafados de crianças que ainda não an-dam. No confuso rumor que se formava, destacavam-se risos, sons de vozes que altercavam, sem se saber onde, grasnar de marrecos, cantar de galos, cacarejar de galinhas. De alguns quartos saíam mulheres que vinham pendurar cá fora, na parede, a gaiola do papagaio, e os louros, à semelhança dos donos, cumprimen-tavam-se ruidosamente, espanejando-se à luz nova do dia.

Daí a pouco, em volta das bicas era um zunzum crescente; uma aglomeração tumultuosa de machos e fêmeas. Uns, após outros, lavavam a cara, incomoda-mente, debaixo do fio de água que escorria da altura de uns cinco palmos. O chão inundava-se. As mulheres precisavam já prender as saias entre as coxas para não as molhar; via-se-lhes a tostada nudez dos braços e do pescoço, que elas despiam, suspendendo o cabelo todo para o alto do casco; os homens, es-ses não se preocupavam em não molhar o pelo, ao contrário metiam a cabeça bem debaixo da água e esfregavam com força as ventas e as barbas, fossando e fungando contra as palmas da mão. As portas das latrinas não descansavam, era um abrir e fechar de cada instante, um entrar e sair sem tréguas. Não se de-moravam lá dentro e vinham ainda amarrando as calças ou as saias; as crianças não se davam ao trabalho de lá ir, despachavam-se ali mesmo, no capinzal dos fundos, por detrás da estalagem ou no recanto das hortas. [...]

O cortiço. Aluisio Azevedo. (Cap. III- p. 13)

Disponível em: <http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra=16534>. Acesso em: 21 de fevereiro de 2014.

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Questão 02Pelo trecho lido, deduz-se que o narrador destaca

(A) hábitos do dia a dia de personagens de classe social desfavorecida econo-micamente.

(B) fatos raros e degradantes para uma população originalmente burguesa, agora na miséria.

(C) casos patológicos acontecidos com os personagens do romance.

(D) momentos dramáticos de muitas vidas antes vividas na pobreza.

Questão 03Nos trechos abaixo, destacados do texto, há verbo na voz passiva em:

(A) “[...] esfregavam com força as ventas e as barbas [...]”.

(B) “[...] cumprimentavam-se ruidosamente [...]”.

(C) “[...] ouviam-se amplos bocejos [...]”.

(D)’“[...] pigarreava-se grosso por toda a parte [...]”.

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Leia o texto e responda à questão 04.

Disponível em: <http://www.ccs.saude.gov.br/revolta/images/cartazes/ca0092g.jpg>. Acesso em: 04 de fevereiro de 2014.

Questão 04No cartaz, os recursos das linguagens verbal e não verbal são utilizados para

(A) favorecer a campanha de vacinação com a ideia de que as crianças devem ser incentivadas a brincar.

(B) estimular a vacinação contra sarampo e paralisia infantil realizada anual-mente nas clínicas particulares.

(C) promover a campanha de vacinação contra o sarampo e a paralisia infan-til para uma infância ativa e saudável.

(D) garantir a vacinação das crianças contra sarampo e paralisia infantil em todos os estados e municípios brasileiros.

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Leia o texto e responda à questão 05.

A Revolta da Vacina

O Rio de Janeiro, na passagem do século XIX para o século XX, era ainda uma cidade de ruas estreitas e sujas, saneamento precário e foco de doenças como febre amarela, varíola, tuberculose e peste. Os navios estrangeiros faziam questão de anunciar que não parariam no porto carioca e que os imigrantes recém-chegados da Europa morriam às dezenas de doenças infecciosas.

Ao assumir a presidência da República, Francisco de Paula Rodrigues Alves ins-tituiu como meta governamental o saneamento e reurbanização da capital da República. Para assumir a frente das reformas nomeou Francisco Pereira Passos para o governo municipal. Este por sua vez chamou os engenheiros Francisco Bicalho para a reforma do porto e Paulo de Frontin para as reformas no Centro. Rodrigues Alves nomeou ainda o médico Oswaldo Cruz para o saneamento.

O Rio de Janeiro passou a sofrer profundas mudanças, com a derrubada de casarões e cortiços e o consequente despejo de seus moradores. A população apelidou o movimento de o “bota abaixo”. O objetivo era a abertura de grandes bulevares, largas e modernas avenidas com prédios de cinco ou seis andares.

Ao mesmo tempo, iniciava-se o programa de saneamento de Oswaldo Cruz. Para combater a peste, ele criou brigadas sanitárias que cruzavam a cidade espalhando raticidas e mandando remover o lixo. Em seguida o alvo foram os mosquitos transmissores da febre amarela.

Finalmente, restava o combate à varíola. Autoritariamente, foi instituída a lei de vacinação obrigatória. A população, humilhada pelo poder público autori-tário e violento, não acreditava na eficácia da vacina. Os pais de família rejeita-vam a exposição das partes do corpo a agentes sanitários do governo.

A vacinação obrigatória foi o estopim para que o povo, já profundamente in-satisfeito com o “bota abaixo” e insuflado pela imprensa, se revoltasse. Durante uma semana, enfrentou as forças da polícia e do exército até ser reprimido com violência. O episódio transformou, no período de 10 a 16 de novembro de 1904, a recém reconstruída cidade do Rio de Janeiro numa praça de guerra, onde foram erguidas barricadas e ocorreram confrontos generalizados.

Disponível em: <http://www.ccs.saude.gov.br/revolta/revolta.html>. Acesso em: 16 de janeiro de 2014. (adaptado)

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7Avaliação da Aprendizagem em Processo • Prova do Aluno – 3o série do Ensino Médio

Questão 05A lei da vacinação obrigatória contra a varíola foi instituída autoritariamente pelo governo, no Rio de Janeiro, na passagem do século XIX para o século XX. Uma consequência desse fato foi

(A) o combate à febre amarela, com brigadas sanitárias que cruzavam a cida-de espalhando raticidas e mandando remover o lixo.

(B) a abertura de grandes bulevares, largas e modernas avenidas com pré-dios de cinco ou seis andares.

(C) o “bota abaixo”, com a derrubada de casarões e cortiços e o consequente despejo de seus moradores.

(D) a transformação da cidade do Rio de Janeiro numa praça de guerra, em que o povo entrou em confronto com a polícia e o exército.

Leia o poema e responda às questões 06 e 07.

O Anel de vidro

Manuel Bandeira

Aquele pequenino anel que tu me deste,

- Ai de mim – era vidro e logo se quebrou...

Assim também o eterno amor que prometeste,

- Eterno! Era bem pouco e cedo se acabou.

Frágil penhor que foi do amor que me tiveste,

Símbolo da afeição que o tempo aniquilou -

Aquele pequenino anel que tu me deste,

- Ai de mim – era vidro e logo se quebrou.

Não me turbou, porém, o despeito que investe

Gritando maldições contra aquilo que amou.

De ti conservo na alma a saudade celeste...

Como também guardei o pó que me ficou

Daquele pequenino anel que tu me deste...

BANDEIRA, Manuel. Estrela da vida inteira. 5. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2009. p. 74.

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8 Avaliação da Aprendizagem em Processo • Prova do Aluno – 3o série do Ensino Médio

Questão 06Nos versos: “Aquele pequenino anel que tu me deste” (l. 1 e l.7) e “Daquele pequenino anel que tu me deste...” (l. 13), o emprego do adjetivo “pequenino”:

(A) exprime a ternura do eu lírico pelo anel de vidro.

(B) acentua o caráter carinhoso que perpassa o poema.

(C) intensifica a afeição do eu lírico pela amada ausente.

(D) expressa o aspecto irônico que caracteriza o poema.

Questão 07No poema, o emprego de travessões e reticências reforça a ideia de

(A) que o amor, apesar de grande e eterno, só aconteceu na infância do eu lírico.

(B) pausa no fluxo da imaginação para exprimir, de forma espontânea, certas lembranças do passado.

(C) que a saudade ficou na memória do passado e vive na alegria do presente.

(D) interrupção do sentimento nostálgico do eu lírico, para expressar um amor reprimido no passado.

Leia os textos 1 e 2 e responda à questão 08.

Texto 1

MALVADOS

André Dahmer

Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/cartum/cartunsdiarios/#6/12/2013>. Acesso em: 04 de fevereiro de 2014.

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Texto 2

Tentativa de coibir espionagem tem limites práticos, dizem analistas

Por Pablo Uchoa

Fruto internacional da pressão por maior controle sobre as atividades de espionagem, Brasil e Alemanha apresentaram nesta sexta-feira na ONU uma proposta de resolução qualificando a coleta das comunicações ele-trônicas dos cidadãos como um desrespeito aos direitos humanos.

A ação é parte de uma estratégia para discutir uma articulação internacional contra a espionagem deliberada, sobretudo contra cidadãos comuns. Segun-do analistas ouvidos pelo BBC Brasil, qualquer tentativa de estabelecer um acordo de regulação esbarra em limites práticos.

O projeto foi submetido ao 3º Comitê da Assembleia Geral das Nações, encar-regado de discutir, entre outros temas, os direitos humanos.

O texto diz que os indivíduos têm o direito de gozar do desenvolvimento tec-nológico sem “ingerências arbitrárias ou ilegais em sua vida privada”.

Observa que o avanço da tecnologia aumentou “a capacidade de governos, empresas e indivíduos de vigiar, interceptar e coletar dados, o que pode violar os direitos humanos, em particular o direito à privacidade”.

A resolução pede que os países respeitem o direito à privacidade consagrado em pactos, convenções e resoluções sobre direitos humanos da ONU, e esta-beleçam “mecanismos para supervisionar e assegurar a transparência do Esta-do e sua responsabilização” pela vigilância, intercepção ou coleta de comuni-cações e dados pessoais. [...]

As tensões retratam o que o professor de Relações Internacionais da PUC-SP, Paulo José dos Reis Pereira, definiu como “duas dimensões” do problema.

Reis Pereira acredita que aquela dimensão onde será possível ver ações “visí-veis” é justamente a da coleta em massa de informações de cidadãos comuns.

Além de iniciar a discussão na ONU com a Alemanha, o Brasil vai organizar uma conferência em abril do ano que vem com o intuito de promover discussões para chegar a uma internet “aberta, democrática e participativa”.

Disponível em: <http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2013/11/131031_espionagem_pu_lk.shtml>. Acesso em: 04 de fevereiro de 2014. (adaptado)

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Questão 08A afirmação do texto 2, que remete ao tema da tirinha (texto 1) é:

(A) A ação é parte de uma estratégia para discutir uma articulação internacional contra a espionagem deliberada, sobretudo contra cidadãos comuns.

(B) O projeto foi submetido ao 3º Comitê da Assembleia Geral das Nações, encarregado de discutir, entre outros temas, os direitos humanos.

(C) As tensões retratam o que o professor de Relações Internacionais da PUC-SP, Paulo José dos Reis Pereira, definiu como “duas dimensões” do problema.

(D) O Brasil vai organizar uma conferência em abril do ano que vem com o intuito de promover discussões para chegar a uma internet “aberta, de-mocrática e participativa”.

Leia o texto e responda à questão 09.

Mais produtividade para crescer

Na abertura do Fórum Mundial de Ciência, no Rio de Janeiro, economista aponta necessidade de se investir na capacitação da mão de obra para manter o crescimento econômico e a redução da desigualdade alcança-dos pelo Brasil na última década.

Por: Sofia Moutinho

Nos últimos dez anos, a renda média do brasileiro cresceu 30% e a desigualda-de econômica caiu cerca de 6%, segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). O cenário pode parecer animador, mas, para o economista Ri-cardo Paes de Barros, secretário de ações estratégicas da Secretaria de Assun-tos Estratégicos da Presidência da República (SAE), os bons ventos podem não se sustentar em longo prazo, caso não haja investimento na produtividade da mão de obra do país.

Segundo Barros, o admirável crescimento econômico se deu em decorrência do crescimento do emprego durante esse período, aliado ao aumento da es-colaridade da população adulta. Mais educação levou a mais pessoas empre-gadas, principalmente das camadas mais pobres, e, por consequência, maior distribuição de renda.

O economista alerta, no entanto, que o crescimento econômico não foi acom-panhado de produtividade. Enquanto a renda aumentou 30% em 10 anos, a produtividade cresceu menos que 10% no mesmo período.

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11Avaliação da Aprendizagem em Processo • Prova do Aluno – 3o série do Ensino Médio

Barros apontou que, sem a elevação da produtividade, o crescimento econô-mico e a redução da desigualdade não vão se manter. “As pessoas muitas vezes pensam que basta aumentar a renda das camadas mais pobres da população para reduzir a desigualdade, mas não é tão simples assim”, comentou. “Assis-timos a um grande crescimento e nos tornamos um país famoso por nossa capacidade de reduzir a desigualdade, mas nosso sucesso social não é pleno.”

O economista ressaltou que, em última instância, a educação foi uma das grandes responsáveis pela redução das desigualdades e que ela novamente deve ser uma ferramenta para aumentar nossa produtividade. De acordo com Barros, para man-ter o crescimento, é preciso investir na educação tecnológica e na inovação.

“Nosso maior desafio é reganhar um crescimento estável e rápido e isso será muito difícil sem a incorporação de novas tecnologias e a melhoria da educa-ção”, disse. Barros destacou ainda a necessidade de se investir na capacidade de trabalho dos 10% mais pobres da população, que, segundo ele, não foram totalmente contemplados com o crescimento econômico recente.

Ele enfatizou a importância de que essa capacitação acompanhe o progresso tecnológico. “Para alcançarmos um desenvolvimento econômico pleno e está-vel, o avanço tecnológico precisa ser recriado década após década e para isso a ciência também é fundamental.”

Disponível em: <http://cienciahoje.uol.com.br/noticias/2013/11/mais-produtividade-para-crescer>. Acesso em: 04 de fevereiro de 2014. (adaptado)

Questão 09A educação deve ser uma ferramenta para aumentar a produtividade do Brasil. Um argumento que reforça essa tese é:

(A) “Enquanto a renda aumentou 30% em 10 anos, a produtividade cresceu menos que 10% no mesmo período.”

(B) “Sem a elevação da produtividade, o crescimento econômico e a redução da desigualdade não vão se manter.”

(C) “Nosso maior desafio é reganhar um crescimento estável e rápido e isso será muito difícil sem a incorporação de novas tecnologias e a melhoria da educação.”

(D) “Assistimos a um grande crescimento e nos tornamos um país famoso por nossa capacidade de reduzir a desigualdade, mas nosso sucesso social não é pleno.”

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Leia o texto e responda à questão 10.

Disponível em: <http://deposito-de-tirinhas.tumblr.com/post/30591744560/por-dik-browne-e-chris--browne>. Acesso em: 24 de fevereiro de 2014.

Questão 10O efeito de humor no quadrinho deve-se ao fato de Hagar

(A) interessar-se pelos conhecimentos adquiridos por meio da leitura.

(B) acreditar que o hábito da leitura seja benéfico para seu filho Hamlet.

(C) estar certo de que os livros possam trazer algum conhecimento.

(D) interpretar que o livro pode, literalmente, comunicar-se com ele.

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FOLHA DE RESPOSTAS DO ALUNO

QUESTÕES A B C D

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6

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8

9

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Anotações

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