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AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM: uma ferramenta importante … · Segundo o texto precedente enfatiza a pratica da democracia em torno da preparação do ... ações práticas do ensino-aprendizagem

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FICHA CATALOGRÁFICAPRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA

TÍTULO O trabalho pedagógico na construção da avaliação da aprendizagem no cotidiano escolar.

Autor Creuza Barbosa da SilvaEscola de atuação Colégio Estadual São José – Ensino

Fundamental, Médio e Profissional

Município da escola LondrinaNúcleo Regional de Educação LondrinaOrientadora Ednéia Consolin PoliInstituição de Ensino Superior Universidade Estadual de LondrinaDisciplina/Área (entrada no PDE) PedagogiaProdução Didático-pedagógica Caderno PedagógicoRelação Interdisciplinar

(indicar, caso haja, as diferentes disciplinas compreendidas no trabalho)

Público Alvo

(indicar o grupo com o qual o professor PDE desenvolveu o trabalho: professores, alunos, comunidade...)

Professores dos anos finais do Ensino Fundamental, Ensino Médio e Educação Profissional

Localização

(identificar nome e endereço da escola de implementação)

Colégio Estadual São José – Ensino Fundamental, Médio e ProfissionalRua dos Eucaliptos, 215, Jardim Leonor, Londrina, Paraná.

Apresentação

(descrever a justificativa, objetivos e metodologia utilizada. A informação deverá conter no máximo 1300 caracteres, ou 200 palavras, fonte Arial ou Times New Roman, tamanho 12 e espaçamento simples)

Essa produção didático-pedagógica é uma atividade teórica e prática que integram às ações do Projeto de Intervenção Pedagógica a ser realizada na escola. Apresenta um estudo de recursos do trabalho pedagógico que envolvem as práticas de avaliação no cotidiano da escola. Propicia aos docentes, aprofundar as discussões no tocante às práticas pedagógicas em sala de aula. A finalidade, ainda é chamar a atenção dos professores para a reflexão e análise crítica das práticas e metodologias adotadas, visando atingir novos caminhos que permitam a reorganização e mudanças de metodologias na prática para o aprimoramento da aprendizagem.

Contribui nas reflexões sobre a construção do Projeto Político Pedagógico, Proposta Pedagógica Curricular, Plano de Trabalho Docente e a legislação que envolve a avaliação do aproveitamento dos estudantes na escola.Esse trabalho tem como metodologia a leitura, interpretação, resolução de atividades, debate e apresentação de vídeos de curta duração sobre o conteúdo.

Palavras-chave (3 a 5 palavras) Avaliação; ensino-aprendizagem; trabalho pedagógico; planejamento.

SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO.....................................................................................................04

1 REFLEXÕES EM TORNO DE INSTRUMENTOS QUE ENVOLVEM A

AVALIAÇÃO ....................................................................................................06

1.1 O Projeto Político Pedagógico é uma cultura ou uma ação necessária? .......06

1.2 Proposta Pedagógica Curricular .....................................................................09

1.3 Considerações sobre o Plano de Trabalho Docente - PTD ............................11

2 O QUE DIZ A LEGISLAÇÃO SOBRE A AVALIAÇÃO? ..................................14

2.1 A Lei Maior da Educação Nacional ..................................................................15

2.2 A Avaliação do Aproveitamento descrito na Deliberação Nº 007/99 – CEE....16

3 REPENSAR A AVALIAÇÃO OU REPENSAR A ESCOLA? ............................19

REFERÊNCIAS .........................................................................................................26

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APRESENTAÇÃO

A produção didático-pedagógica que será apresentada no decorrer deste trabalho,

cujo tema, o trabalho pedagógico na construção da avaliação da aprendizagem no

cotidiano escolar, é uma atividade teórica e prática denominada caderno pedagógico, que

integra as ações do Projeto de Intervenção Pedagógica a ser realizada na escola, onde

estarão presentes os professores, assim surte o efeito desejado, para que sua praticidade

atinja o objetivo, que é a proposta aqui recomendada.

Este trabalho, originou-se das minhas indagações e expectativas vivenciadas

desde 1989 como profissional da educação na rede pública do Estado do Paraná.

Apresenta um estudo de recursos do trabalho pedagógico que envolvem as práticas de

avaliação no cotidiano da escola, bem como recomendações aos professores para

facilitar, de modo eficaz, o ensino- aprendizagem escolar.

Propicia aos docentes dos anos finais dos Ensinos Fundamental, Médio e

Educação Profissional um aprofundamento nas discussões no tocante às práticas

pedagógicas em sala de aula. A finalidade, ainda é chamar a atenção dos professores

para a reflexão e análise crítica das práticas e metodologias adotadas, visando atingir

novos caminhos que permitam a reorganização e mudanças de metodologias na prática,

para o aprimoramento da aprendizagem. É indicada para contribuir nas reflexões sobre a

construção do Projeto Político Pedagógico, Proposta Pedagógica Curricular, Plano de

Trabalho Docente e a legislação que envolve a avaliação do aproveitamento dos

estudantes na escola.

A reflexão leva a ação, que requer o repensar da leitura desta unidade, para que

haja estímulo ao debate que, no final tende a beneficiar o ensino-aprendizagem, na

questão do resultado auferido, bem como leve o leitor a pensar e reconsiderar sobre quais

mudanças podem ser executadas no decorrer do seu exercício educacional.

Para consolidar a autenticidade da prática da avaliação pedagógica na escola,

registra-se a seguinte definição de Ioschpe (2011, p. 89), “[...] Nas boas escolas, há

avaliação constante e formal”. Assim, o dito do escritor que precede não dá motivo para

ser refutado, pois, qualquer estabelecimento de ensino que organiza a avaliação

incessante, ou a cada etapa, bimestre, semestre ou final de ano letivo das atividades dos

professores e alunos condiz com a veracidade do aprendizado.

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Prosseguindo, ampliam-se os estudos abordados no tema proposto, amealhando

recurso com o objetivo do cumprimento da tarefa pedagógica. Todavia, isso só se

concretiza, se realmente existir comprometimento de todo o quadro de educadores da

escola, sendo que, para redundar em um desfecho satisfatório do trabalho citado, o gestor

é o educador que, pelo cargo que o exerce, tem a incumbência de proporcionar um

ambiente escolar, que faz com que o ensino seja notado efetivamente do ensinar e do

aprender.

Creuza Barbosa da Silva

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1. REFLEXÕES EM TORNO DE INSTRUMENTOS QUE ENVOLVEM A

AVALIAÇÃO

Apresento a seguir alguns dos instrumentos que subsidiam a organização do

trabalho pedagógico no cotidiano da escola. A participação coletiva de todos os

trabalhadores da escola e o envolvimento de pais ou responsáveis na construção

democrática desse projeto destinado a sociedade que é o Projeto Político Pedagógico e

Proposta Pedagógica Curricular definem inclusive, como serão desenvolvidas as ações

avaliativas no acontecer do dia a dia em sala de aula.

Para a construção do Projeto Político Pedagógico e Proposta Pedagógica

Curricular é fundamental levar em consideração a realidade da comunidade local e as

necessidades dos educandos. É essencial uma discussão prévia em conjunto por meio de

debate o apontamento dos problemas e deficiências considerados prioritários.

É importante salientar que a avaliação do ensino-aprendizagem é uma das tarefas

do desempenho pedagógico que está inserida no projeto político pedagógico e proposta

pedagógica curricular do estabelecimento de ensino, e que está detalhada

minuciosamente no plano de trabalho do docente.

1.1 O Projeto Político Pedagógico é uma Cultura ou uma Ação Necessária?

O projeto político pedagógico descreve a realidade da escola, tanto no ensinar

como no aprender, mostrando como encetar o debate das necessidades, o desejo e o

ideal dos professores, pais, alunos, coordenações, gestores, funcionários e pedagogos,

na busca em direções de recursos que auxiliem na solução das fragilidades pedagógicas,

administrativa e da comunidade local, através de um processo de autonomia e

democracia.

Assim postoConvido você para refletir atinente à elaboração do

Projeto Político Pedagógico de sua escola, utilizando-

se do texto a seguir.

7

Villas Boas (2001, p. 183-184), afirma que “a escola que a sociedade democrática

requer é aquela capaz de implementar seu próprio projeto político pedagógico, elaborado

coletivamente, devidamente atualizado, divulgado e avaliado por todos os interessados”.

A elaboração do projeto político pedagógico pela comunidade escolar é uma forma de

experimentar e praticar a democracia e cidadania dentro da escola, com aprofundamento

de estudos dos conflitos por meio de uma fundamentação teórica e metodológica.

Segundo o texto precedente enfatiza a pratica da democracia em torno da preparação do

projeto em político pedagógico - PPP e isto tem marcado consideravelmente o nosso

projeto do PDE, como também estar escrito no bojo deste caderno pedagógico. No

entanto, sempre entendemos que a elaboração do PPP exige a convocação de todos os

seguimentos da escola, para que tal instrumento tenha consistência devida, objetivando o

fortalecimento da avaliação.

Na sua construção, Todos os participantes, no decorrer de sua elaboração estarão

habilitados para discutirem e refletirem sobre as falhas e a realidade da escola apontando

alternativas à realização de suas ideias. Na sequência sugerem medidas para a

eliminação de interferências de posturas que não condizem ao favorecimento da

organização do trabalho tanto de professores como de funcionários da escola.

Quanto ao Projeto Político Pedagógico, Vasconcellos (2008, p. 169), declara que:

É o plano global da instituição1. Pode ser entendido como a sistematização, nunca definitiva, de um processo de Planejamento Participativo, que se aperfeiçoa e se concretiza na caminhada, que define claramente o tipo de ação educativa que se quer realizar. É um instrumento teórico-metodológico para a intervenção e mudança da realidade. É um elemento de organização e integração da atividade prática da instituição neste processo de transformação.

O projeto político pedagógico é um dos recursos que a escola dispõe para

expressar os fundamentos históricos, filosóficos, pedagógicos e a concepção de ensino e

aprendizagem, a partir do diagnóstico da realidade escolar, sendo o eixo norteador da

introdução de novas práticas pedagógicas. Por meio dele, faz-se uma meditação

exacerbada das deficiências e falhas educacionais da prática vivenciada na escola.

Portanto, não há nada que justifique o desprezo do PPP no ambiente escolar, mesmo

porque ele é indispensável no gerenciamento da escola como também na disciplina do

ensino e aprendizagem.

1 Outras denominações (embora nem sempre com o mesmo sentido que aqui assumimos): proposta pedagógica, projeto educacional, projeto de estabelecimento, plano diretor, projeto de escola.

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Segundo Veiga (2001, p. 13), “explicita os fundamentos teórico-metodológicos, os

objetivos, o tipo de organização e as formas de implementação e avaliação da escola”. O

trecho precedente indica como será implementada no projeto político pedagógico as

ações práticas do ensino-aprendizagem e aponta para a eficiência e qualidade da

atividade pedagógica.

Leia o texto abaixo, referente à construção do projeto político pedagógico.

O projeto político pedagógico é um conjunto de regras e procedimentos de várias

mudanças que irão auxiliar os profissionais da escola para encarar os conflitos e desafios

da escola.

Vasconcellos (1994, p. 46), relata que a avaliação está aliada “a uma concepção de

homem, de sociedade” e da construção coletiva do projeto político pedagógico da escola.

Para a equipe escolar elaborar o Projeto Político Pedagógico, Proposta Pedagógica

Curricular e Regimento Escolar que trabalham com a aprendizagem dos alunos,

necessário se faz discutir que tipo de homem a escola deseja formar e em que sociedade

exercerá sua autonomia e cidadania.

A construção do projeto político-pedagógico é um processo dinâmico e permanente, pois continuamente novos atores se incorporam ao grupo, trazendo novas experiências, capacidades e necessidades, assim como novos interesses e talentos, exigindo que novas frentes de trabalho se abram. É um eterno diagnosticar, planejar, repensar, começar e recomeçar, analisar e avaliar. Estarão os profissionais da educação, incluídos os professores, acostumados a trabalhar sob pressão, preparados para ser os articuladores desse processo tão dinâmico e até mesmo ousado? (VILLAS BOAS, 2001, p.182).

Mediante a leitura efetivada, descreva como você articula e

cumpre satisfatoriamente o processo mencionado pela autora.

LEMBRE-SEQUE

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Para aprofundar a construção do Projeto Político Pedagógico, proponho assistir

aos vídeos recomendados no endereço abaixo, da Professora Doutora Ilma Passos

Alencastro Veiga.

http://www.diaadia.pr.gov.br/tvpendrive/module/debaser/singlefile.php?id=10464

http://www.diaadia.pr.gov.br/tvpendrive/module/debaser/singlefile.php?id=10465

http://www.diaadia.pr.gov.br/tvpendrive/module/debaser/singlefile.php?id=10466

1.2 Proposta Pedagógica Curricular

Antes de iniciar a leitura do texto sobre a Proposta Pedagógica Curricular, leia a

frase e

Baseado no que acabou de ler e no conteúdo dos vídeos, pense e

contribua dando sua opinião, apontando os fatores que interferem e

dificultam na elaboração do projeto político pedagógico de sua escola, em

termos de instrumentos de transformação da sua prática pedagógica.

Por meio da construção do Projeto Político Pedagógico é que se inicia a forma de organizar seu trabalho pedagógico.

A Proposta Pedagógica Curricular também é um instrumento que deve

ser construído com a participação da comunidade escolar, por promover

o desenvolvimento da autonomia.

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explique o que você entendeu dela.

A Proposta Pedagógica Curricular facilita a organização da prática pedagógica,

sobretudo promove a integração e articulação no desenvolvimento do currículo. Para

Santiago e Zasso (2000, p.186) ela “[...] precisa ser flexível e estar em permanente

(re)construção [...]”. É reformulada anualmente e apresenta a organização curricular de

cada curso, a ementa, objetivos, conteúdos e metodologias de cada disciplina, critério de

avaliação e a bibliografia das disciplinas de cada série, ano ou semestre ofertado pelo

estabelecimento de ensino.

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei nº 9.394/96 atribui aos

estabelecimentos de ensino o compromisso da elaboração e execução de sua proposta

pedagógica. Todavia, os docentes tem a missão de participar ativamente da sua

elaboração, juntamente com o Plano de Trabalho Docente.

De acordo com Brasil (1996, p. 6-7), os artigos 12 e 13, LDB nº 9.394/96.

Art. 12. Os estabelecimentos de ensino, respeitadas as normas comuns e as do seu sistema de ensino, terão a incumbência de:I - elaborar e executar sua proposta pedagógica;II - administrar seu pessoal e seus recursos materiais e financeiros;III – assegurar o cumprimento dos dias letivos e horas-aula estabelecidas; IV – velar pelo cumprimento do plano de trabalho de cada docente;V - prover meios para recuperação dos alunos de menor rendimento;VI – articular-se com as famílias e a comunidade, criando processos de integração da sociedade com a escola;2VII – informar pai e mãe, conviventes ou não com seus filhos, e, se for o caso, os responsáveis legais, sobre a frequência e rendimento dos alunos, bem como sobre a execução da proposta pedagógica da escola; 3VIII – notificar ao Conselho Tutelar do município, ao juiz competente da Comarca e ao respectivo representante do Ministério Público a relação dos alunos que apresentem quantidade de faltas acima de cinquenta por cento

do percentual permitido em lei. Art. 13. Os docentes incumbir-se-ão de:I - participar da elaboração da proposta pedagógica do estabelecimento de ensino;II – elaborar e cumprir plano de trabalho, segundo a proposta pedagógica do estabelecimento de ensino; (...)

2 Inciso com redação dada pela Lei nº 12.013, de 6-8-2009.3 Inciso acrescido pela Lei nº 10.287, de 10-9-2001.

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A autonomia da escola na elaboração da sua Proposta Pedagógica Curricular é

reconhecidamente, mas não pode esquecer que deva estar em concordância com as

Diretrizes Curriculares Estaduais e Projeto Político Pedagógico. Para Padilha (2007, p.

82) “a escola necessita, ela própria, definir os seus referenciais teóricos para que possa

se conhecer bem e ter a dimensão precisa de sua realidade, de suas possibilidades e de

seus sonhos”. Por mais difícil que seja, é preciso participar deste planejamento coletivo.

A proposta pedagógica também estabelece como será os critérios da avaliação do

processo ensino-aprendizagem de cada disciplina. A avaliação para Santiago e Zasso

(2000, p. 190), “[...] é considerada como um elemento de diagnóstico permanente,

auxiliando professores, alunos e pais no acompanhamento do processo”. Devido à

participação da comunidade escolar, ela se torna democrática e assim sendo, se encontra

inserida num contexto social, histórico e geográfico, que tem como eixo nortear os

princípios de ensino-aprendizagem administrados nos bimestres, semestres e ano letivo

do estabelecimento, com o fito de o professor trabalhar e ensinar as disciplinas e o aluno,

de fato aprender.

A construção e os conteúdos da Proposta Pedagógica Curricular podem ser

esclarecidos no acompanhamento dos vídeos:

http://www.diaadia.pr.gov.br/tvpendrive/module/debaser/singlefile.php?id=10208

http://www.diaadia.pr.gov.br/tvpendrive/module/debaser/singlefile.php?id=10209

1.3 Considerações sobre o Plano de Trabalho Docente - PTD

O professor é o mediador entre o conhecimento e o aluno, é o responsável pelo

acontecimento do processo de ensino e aprendizagem. Para tal, elabora seu plano de

trabalho, que é a representação escrita antecipada da sua ação, nele se pensa o que

fazer e para quem fazer organizando o processo de ensino e aprendizagem. Para que

busque a valorização do ato de ensinar, é fundamental que haja compreensão da

importância da elaboração de seu plano de trabalho e que recorra a subsídios teóricos

para que possa fundamentar e melhorar a sua prática pedagógica.

Fique Sabendo

que....

12

Como você já sabe sobre planejamento, então, participe através da leitura do texto

seguinte, conhecendo mais um pouco sobre o assunto.

O planejamento deve partir da realidade concreta tanto dos sujeitos, quanto do objeto de conhecimento e do contexto em que se dá a ação pedagógica.4 O primeiro passo, portanto, do educador, enquanto articulador do processo de ensino-aprendizagem, deverá ser no sentido de conhecer a realidade com a qual vai trabalhar (alunos, escola, comunidade), além, é claro, do imprescindível autoconhecimento, do conhecimento do objeto de estudo, e da realidade mais ampla que todo educador deve ter (VASCONCELLOS, 2008, p. 106).

Escreva resumidamente, sobre a elaboração do seu plano de trabalho docente; se

foi norteado pelas atuais diretrizes ou se teve outras influências mais significativas, cite-

as.

O Plano de Trabalho Docente surge a partir do projeto político pedagógico e

proposta pedagógica, que descreve uma intencionalidade e está voltado para as

finalidades da educação e para o discente. Ele organiza o ensino-aprendizagem aplicado

em sala de aula, e deve dar continuidade com base no conhecimento da realidade dos

alunos, da escola e da comunidade local. Desta forma, é importante observar o que o

aluno pensa e faz. Por outro lado, é relevante considerar o conhecimento prévio que tem

sobre o estudo em questão, bem como iniciar a partir do último conteúdo aprendido no

ano anterior. Para isso, necessário se faz ver o planejamento anterior para depois dar

continuidade de onde a turma parou para facilitar o ensino- aprendizagem, tornando-o

eficaz.

4 Um plano 'bem feito', sofisticado mas desvinculado da realidade, pode ser 'bonito', mas bem feito é que não é.

Um plano de trabalho docente bem elaborado, garante maior segurança no trabalho do professor.

13

Para Luckesi (2005, p. 116) “enquanto o planejamento dimensiona o que vai

construir, a avaliação subsidia essa construção, porque fundamenta novas decisões”.

A partir dos conteúdos propostos no Plano de Trabalho Docente, o professor

realizará a avaliação como parte integrante ao processo de ensino e aprendizagem, em

função dos conteúdos e ser coesa com as metodologias da disciplina. O planejamento

dimensiona o que vai formar considerando a realidade do aluno e a avaliação verifica

como está sendo construído o que foi planejado e trabalhado. Turra et al., (1975, p. 20)

descreve que “o planejamento tende a prevenir as vacilações do professor [...]”. Ele

apresenta a intenção da ação docente, expressa a organização sistematizada do se

pretende trabalhar e como trabalhar o que contribui na melhoria do processo de

aprendizagem e evita falhas no momento de executar o que foi planejado.

O Plano de Trabalho Docente prevê a continuidade nos assuntos que serão

trabalhados, garantindo as experiências de aprendizagem. Vasconcellos (2008, p.116)

afirma que “o compromisso com a democratização efetiva da escola, acaba trazendo para

o professor o desafio de realizar um trabalho que esteja pautado em conteúdos

significativos e metodologia participativa.” Assim, é preciso levar em conta a realidade da

comunidade em que esta inserida a escola ao selecionar os conteúdos básicos e

metodologias a serem trabalhados no ano letivo, visando as necessidades e interesses

dos alunos, que esteja ligado a realidade do estudante. Se o conteúdo trabalhado for

significativo para o educando, com certeza ele irá auxiliar no processo de entendimento

do seu modo de vida. Mas, ocorre que muitas vezes, o docente acaba trabalhando os

conteúdos conforme o que cobra na prova, ficando sem sentido.

Vamos continuar discutindo planejamento e inteirar-se das palavras de Turra et al.,

(1975, p. 20) “o professor, ao planejar o trabalho, deve estar familiarizado com o que pode

pôr em prática, de maneira que possa selecionar o que é melhor, adaptando tudo isto às

necessidades e interesses de seus alunos”. Ao elaborar seu plano de trabalho, o docente

precisa fazer algumas considerações como: conhecer o nível da clientela escolar; apontar

Considerando o que acabou de ler e a sua experiência

pedagógica, explicite descrevendo em três linhas as

mudanças que poderá articular em seu plano de trabalho

docente.

14

os conteúdos essenciais; a metodologia que irá trabalhar; recursos materiais e

pedagógicos que serão utilizados e aplicar uma avaliação diagnóstica. Necessário se faz,

ter clareza dos conteúdos que o aluno deve aprender e porque aprender tal conteúdo,

quais encaminhamentos metodológicos serão utilizados para trabalhar em sala de aula. É

importante ainda saber, quais critérios de avaliação a ser utilizado para avaliar cada

conteúdo a ser ministrado. Ao avaliar, deve ter claro: o que, como, quando e porque

avaliar.

Para compreender melhor o Plano de Trabalho docente e suas principais

características, assista ao vídeo apresentado pela Professora Ms. Maria Madselva

Ferreira Feiges.

www.diaadia.pr.gov.br/tvpendrive/modules/debaser/singlefile.php?id=10210

2. O QUE DIZ A LEGISLAÇÃO SOBRE A AVALIAÇÃO?

A legislação educacional constituiu de normas e de regras para a Educação

Nacional e alguns itens contemplam especificamente a verificação do rendimento escolar;

quer dizer, a avaliação do aproveitamento escolar.

Tanto a legislação nacional quanto a estadual, prevê a avaliação contínua e

permanente, mas, insistimos em uma avaliação com datas marcadas, que não favorece o

aprendizado e ainda temos resultado da prática de avaliação com um alto índice de

reprovação e evasão escolar. Para ambicionar uma avaliação coerente com a prática do

saber, é preciso que o professor e a equipe pedagógica façam todas as anotações no

livro registro de frequência, das ocorrências compreendidas em bimestre, semestre e ano

letivo, assim facilitam as condições reais para se fazer uma avaliação com exatidão e que

possa contribuir para aplicação de medidas de melhoria do ensino-aprendizagem.

Mediante suas experiências no magistério:

→ apresente algumas sugestões de contribuições que você

acrescentaria para se trabalhar uma avaliação que seja

considerada positiva para o ensino-aprendizagem.

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2.1. A Lei maior da Educação Nacional

O principal apoio para o desenvolvimento educacional do país é a Lei de Diretrizes

e Bases da Educação Nacional – Lei nº 9394/96, de 20 de dezembro de 1996, publicada

no Diário Oficial da União, de 23 de dezembro de 1996, que abriu uma nova perspectiva

para a educação escolar por meio do ensino. É nela que está a base legal da avaliação

da educação brasileira disposta nos artigos 13 e 24 .

De acordo com Brasil (1996, p. 7), os incisos III ao VI, artigo 13, LDB nº 9.394/96.

Art. 13. Os docentes incumbir-se-ão de: (...) III – zelar pela aprendizagem dos alunos; IV – estabelecer estratégias de recuperação para os alunos de menor rendimento;V – ministrar os dias letivos e horas-aula estabelecidos, além de participar integralmente dos períodos dedicados ao planejamento, à avaliação e ao desenvolvimento profissional; VI - colaborar com as atividades de articulação da escola com as famílias e a comunidade.

Todavia, o artigo da LDB acresce ao contexto da avaliação, que é um processo

contínuo e permanente, que cuida da aprendizagem e interpreta de modo

qualitativamente o conhecimento construído pelo aluno, bem como o desenvolvimento de

suas habilidades intelectuais e os aspectos relacionados às suas atitudes.

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – Lei nº 9394/96, propõe a

avaliação contínua, permanente e cumulativa, de acordo com o que prevê as alíneas a e

e, inciso V do art. 24, descrito em Brasil (1996, p. 10-11).

Art. 24. (...)V - a verificação do rendimento escolar observará os seguintes critérios: a) avaliação contínua e cumulativa do desempenho do aluno, com prevalência dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos e dos resultados ao longo do período sobre os de eventuais provas finais; (...)

Vamos relembrar o que diz a LDB sobre a avaliação

Vamos relembrar o que diz a LDB sobre a avaliação

16

e) obrigatoriedade de estudos de recuperação, de preferência paralelos ao período letivo, para os casos de baixo rendimento escolar, a serem disciplinados pelas instituições de ensino em seus regimentos; (...)

Mesmo propondo a avaliação contínua, permanente e cumulativa, de acordo com

o que determina a LDB em seu art. 24, não abrange uma organização adequada ao

desenvolvimento do trabalho pedagógico. É importante, ainda salientar que a avaliação,

às vezes, é praticada como um processo de subterfúgio, pois, ainda a avaliação é apenas

um procedimento de cunho decorativo, onde se depara com uma elevada evasão e

reprovação escolar. A avaliação é tida como uma ótima ferramenta de mensurar o

conhecimento, inclusive, a recuperação e manutenção do estudante na escola, desde que

seja realizada com responsabilidade e comprometimento do professor e da equipe

pedagógica.

Proceda a leitura do texto sobre avaliação descrita por Sousa (1997, p. 127).

A avaliação do rendimento escolar traduz em última instância e de forma explícita a proposta educacional da escola. Como um instrumento de ensino que tem rituais definidos na administração escolar, suas decisões trazem conseqüências no cotidiano da escola e refletem a proposta educacional aí vivida efetivamente.

2.2 A Avaliação do Aproveitamento descrita na Deliberação Nº 007/99 - CEE

A Deliberação nº 007/99 do Conselho Estadual de Educação do Paraná, aprovada

em 09/04/99, dispõe normas gerais para a avaliação do aproveitamento escolar,

recuperação de estudos e promoção dos alunos do Sistema Estadual de Ensino

Fundamental e Médio.

A avaliação do processo de ensino e aprendizagem deve ser continua, ter caráter

formativo e de orientação no processo pedagógico, com vistas a promover o acesso de

todos os alunos a diferentes situações de aprendizagem e ao conhecimento, conforme o

Analise na proposta pedagógica da escola onde você trabalha, os critérios da

avaliação que estão estabelecidos e após, apresente os critérios que utilizará

nas avaliações do seu cotidiano para aumentar o desempenho da

aprendizagem dos alunos.

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que dispõe a deliberação já mencionada quando trata da avaliação do aproveitamento no

capítulo I, artigos 1º ao 9º .

Art. 1º A avaliação deve ser entendida como um dos aspectos do ensino pelo qual o professor estuda e interpreta os dados da aprendizagem e de seu próprio trabalho, com as finalidades de acompanhar e aperfeiçoar o processo de aprendizagem dos alunos, bem como diagnosticar seus resultados e atribuir-lhes valor.§ 1º - A avaliação deve dar condições para que seja possível ao professor tomar decisões quanto

ao aperfeiçoamento das situações de aprendizagem.§ 2º - A avaliação deve proporcionar dados que permitam ao estabelecimento de ensino promover a reformulação do currículo com adequação dos conteúdos e métodos de ensino.§ 3º - A avaliação deve possibilitar novas alternativas para o planejamento do estabelecimento de ensino e do sistema de ensino como um todo.Art. 2º - Os critérios de avaliação, de responsabilidade dos estabelecimentos de ensino, devem constar do Regimento Escolar, obedecida a legislação existente.Parágrafo Único - Os critérios de avaliação do aproveitamento escolar serão elaborados em consonância com a organização curricular do estabelecimento de ensino.Art. 3º - A avaliação do aproveitamento escolar deverá incidir sobre o desempenho do aluno em diferentes situações de aprendizagem.§ 1º - A avaliação utilizará técnicas e instrumentos diversificados.§ 2º - O disposto neste artigo aplica-se a todos os componentes curriculares, independente do respectivo tratamento metodológico. § 3º - É vedada a avaliação em que os alunos são submetidos a uma só oportunidade de aferição. Art. 4º - A avaliação deve utilizar procedimentos que assegurem a comparação com os parâmetros indicados pelos conteúdos de ensino, evitando-se a comparação dos alunos entre si.Art. 5º - Na avaliação do aproveitamento escolar, deverão preponderar os aspectos qualitativos da

aprendizagem, considera a interdisciplinaridade e multidisciplinaridade dos conteúdos. Parágrafo único – Dar-se-á relevância à atividade crítica, à capacidade de síntese e à elaboração pessoal, sobre a memorização.Art. 6º - Para que a avaliação cumpra sua finalidade educativa, deverá ser contínua, permanente e cumulativa. § 1º - A avaliação deverá obedecer à ordenação e à seqüência do ensino e da aprendizagem, bem como à orientação do currículo. § 2 – Na avaliação deverão ser considerados os resultados obtidos durante o período letivo, num processo contínuo cujo resultado final venha a incorporá-los, expressando a totalidade do aproveitamento escolar, tomando na sua melhor forma.§ 3º - Os resultados obtidos durante o período letivo preponderarão sobre os da prova final, caso esta conste do regimento. Art. 7º - Caberá ao órgão indicado pelo Regimento Escolar o acompanhamento do processo de avaliação da série, ciclo, grau ou período, devendo debater e analisar todos os dados intervenientes na aprendizagem.

Vamos relembrar o que determina a legislação estadual sobre a avaliação, lendo um trecho dela.

18

§ 1º - O órgão será composto, obrigatoriamente, pelos Professores, pelo Diretor e pelos profissionais de supervisão e orientação educacional. § 2º - É recomendável a participação de um representante dos alunos. § 3º - Individualidade do aluno e o seu domínio dos conteúdos necessários deverão ser assegurados nas decisões sobre o processo de avaliação.Art. 8º - A avaliação do ensino de Educação Física e de Arte, deverá adotar procedimentos próprios, visando ao desenvolvimento formativo e cultural do aluno. Parágrafo único – A aprendizagem de que trata este artigo deverá levar em consideração a capacidade individual, o desempenho do aluno e sua participação nas atividades realizadas. Art. 9º - A avaliação deverá ser registrada em documentos próprios, a fim de serem asseguradas a regularidade e autenticidade da vida escolar do aluno (PARANÁ (1999, p. 1-3).

Através da avaliação o professor pode observar e compreender o que o aluno faz e

entender os significados atribuídos por ele aos elementos trabalhados nas situações

vivenciadas em sala de aula e nos contextos por ele vivido. Nesta relação o professor

observa a participação, argumentação, resolução de situações-problema, registros,

comunicação e outros, a cerca do que está sendo ensinado.

Sendo assim, no início desse processo, a avaliação tem função de mapear e

acompanhar o pensamento e o entendimento prévio que o aluno tem dos conteúdos e

conceitos que serão trabalhados. A partir disso, o professor pode iniciar a construção da

sistematização dos registros da aprendizagem contendo os diferentes aspectos do

desenvolvimento educacional do discente e o indicador da necessidade de intervenção

pedagógica.

Diante dos registros acima e na sua experiência pedagógica, proponha ações

avaliativas para você valorizar o desempenho do aluno em diferentes situações de

aprendizagem, considerando os aspectos qualitativos, a interdisciplinaridade e a

multidisciplinaridade dos conteúdos.

Antes de ler o texto a seguir, lança-se a seguinte questão:

Qual a verdadeira função da avaliação no ensino e aprendizagem?

19

3. REPENSAR A AVALIAÇÃO OU REPENSAR A ESCOLA?

Ao longo dos tempos, há uma preocupação em manter uma escola com o ensino-

aprendizagem de qualidade que vem perpassando por várias transformações teóricas e

pedagógicas repletas de interrogações e reticências em torno das alterações de

Programas Nacionais da Educação projetado em todo decênio.

Segundo Gadotti (1997, p. 35), “a escola deve formar para a cidadania e, para

isso ela deve dar o exemplo”. A escola vem batalhando pela descentralização do

processo de decisões, à procura da sua autonomia, de uma gestão democrática e

socialização em busca da qualidade para todos.

A qualidade de ensino está atrelada ao acesso, permanência, continuidade e

conclusão de estudos do estudante, às condições de trabalho e a outros recursos

necessários à escola. Para Paro (2000, p. 93), “[...] procura-se culpar o aluno pelo

fracasso do ensino, em lugar de avaliar o próprio trabalho da escola e reconhecer o

quanto ele é ineficiente”. A escola tem tentado impedir a retenção e exclusão do aluno

que acaba rotulando-o e vai ficando de lado, sendo até marginalizado.

O esforço da escola na procura de novos procedimentos metodológicos que atinja

o trabalho docente na sala de aula e a prática pedagógica aplicada vem fortalecer as

propostas que contextualizam a construção da autonomia e do exercício da cidadania e

as relações entre a escola e a sociedade.

A escola enquanto instituição de apropriação do saber e de luta pela melhoria da

qualidade de ensino, promove uma caminhada de fundamentação teórica, sustentação e

motivação por inovações nas ações pedagógicas. Demo (2004, p.244) descreve que, “[...]

precisa estar à frente das mudanças, o que exige recorrente atualização, sobretudo

capacidade produtiva crítica e criativa”. Para tanto, é necessário investir na formação

continuada de todos os profissionais que nela trabalham no sentido de direcionar a um

avanço no debate das questões educacionais.

Ainda, para fomentar a melhoria da qualidade no processo educativo, com vistas

na modificação é fundamental olhar a avaliação como objeto articulado em todo o

processo de ensino e aprendizagem, ao Projeto Político Pedagógico, Proposta

Pedagógica e Plano de Trabalho Docente, além de acatar as anotações do professor no

Livro de observações de comentários, notas e outros registros, bem como os

depoimentos positivo ou negativo no provir de suas aulas e conselhos de classe. A

experiência é testemunha fiel de que a avaliação para ser eficaz precisa reunir todo

20

assentamento possível produzido no âmago da sala de aula e da escola. Portanto,

qualquer falha que ocorra para uma avaliação de qualidade, é indesculpável.

Claro está que se a intenção de fato é cooperar com o processo no avanço da

avaliação do ensino e aprendizagem é necessário que se faça um procedimento

metodológico que produza vantagem num enfoque fundamentada na aprendizagem

tangível dos alunos.

Para Demo (2009, p. 5) “o único sentido da avaliação é cuidar da aprendizagem”. Entende-se, que a frase criada por Demo, em se tratando de avaliação,

transmite, seguramente, que a avaliação é um instrumento confiável e sério na

progressão do ensino-aprendizagem, desde que seja trabalhada passo a passo dos

acontecimentos tanto na vida estudantil dos alunos como também no âmbito pedagógico

do professor. Por outro ângulo, a avaliação proporciona grande possibilidade para o

professor acompanhar o estágio em que o aluno se encontra na aprendizagem, em termo

de defasagem, se precisa retomar o conteúdo ou se ainda pode avançar. No entanto, por

meio de avaliações, trabalhos de leituras, e outras modalidades de comensurar os

resultados da aprendizagem, o professor encontrará as decisões recomendadas quanto

ao aprimoramento da aprendizagem.

A avaliação, no cotidiano da escola é um recurso de valor construtivo que é, sem

sombra de dúvida coadjuvante na correção do ensino-aprendizagem. Não se pode negar

ainda, que é um instrumento comprovado na inquirição da prática pedagógica, para as

decisões a serem tomadas. Porém, a meta da avaliação é superar possíveis dificuldades

detectadas na aprendizagem, possibilitando assim, a correção em tempo aceitável em

prol dos estudantes.

Saiba mais! A avaliação é elemento constitutivo do

próprio fenômeno político e histórico – motor de qualquer ação social. Avaliar significa um constante refazer. Ela é histórica enquanto movimento, por isso não é um fim em si mesma, é componente para; é um meio político de se fazer educação e é um instrumento de se fazer política (ALBUQUERQUE, 2000, p.13).

21

No transcurso educativo, a avaliação outorga ao professor elementos fidedignos

para uma reflexão concernente à sua praticidade na criação de novos mecanismos de

trabalho para a retomada de aspectos das ações educacionais que busca ajustar

características de seus discentes.

No dia a dia em sala de aula, as práticas estão voltadas para o ensino de

conteúdos que serão cobrados nas avaliações, com o objetivo do avanço da

administração dos conteúdos extraídos da grade curricular para um o denominado

planejamento de aulas. Desta forma, as atividades ministradas serão direcionadas e

transformadas em nota para a aprovação, ou reprovação, dependendo da atuação e da

dedicação do aluno. Sabe-se que a reprovação tornou-se uma prática corriqueira na

escola, que exige premência na sua substituição, para abolir de vez a relação mal

sucedida de professor-aluno durante o desempenho ensino-aprendizagem, que

porquanto, é uma situação que denota a ausência de uma pedagogia abominável no

interior da instituição de educação. Salienta-se que recuperar os conteúdos é mais uma

fórmula de correção da insuficiência da aprendizagem, que visa à aquisição de

conhecimento para o aluno estudar para aprender e ser estimulado a dar continuidade

aos estudos.

Demo (2009, p. 24) enfatiza:

[...] à medida que o aluno aprende a pensar, argumentar, questionar, contra-argumentar, escutar com atenção, responder com elegância e profundidade, não está apenas fazendo conhecimento, está igualmente construindo sua cidadania.

Mediante a leitura do texto de Demo, indique que espaço poderá ocupar a

avaliação no processo de ensino e aprendizagem na sua escola.

A escola é o instrumento que o educando utiliza para o seu crescimento cultural na

sociedade, e seguir-se filosofando, argumentando para construir sua cidadania, de acordo

Para responder

Como que a reconstrução da prática

avaliativa pode requerer o

professor enquanto aprendiz?

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com definição do texto de Demo. Particularmente, a avaliação contribui para a

transformação social em variados aspectos. Ela tem como finalidade o incitamento do

estudante para capacitá-lo a criar e expressar sua cultura, no que tange à argumentação,

análise crítica, interpretação, criatividade, pesquisar, questionar, construir textos próprios

e outras atividades correlatas.

Até que ponto seus alunos conseguirão produzir e utilizar os conhecimentos adquiridos

para intervir com fundamentação?

Entretanto, a avaliação é essencial no processo do direcionamento de mudança

comportamental e educação na escola, respaldado na orientação para o olhar com

carinho não esquecendo que a referida avaliação favorece o ensino-aprendizagem, e que

o professor necessita de tempo para concretizá-la junto aos alunos.

Demo (2009, p. 24), afirma que é essencial zelar pela aprendizagem do aluno para

que ele realmente aprenda e tenha capacidade de tomar suas próprias decisões, sendo

independente e autônomo.

Não basta dar aula. O professor precisa tirar a limpo todos os dias se seus alunos estão aprendendo, não só porque isto é de ofício, mas igualmente porque os dados disponíveis gritam que a aprendizagem é mínima. É para contribuir neste processo de cuidado da aprendizagem do aluno que a avaliação comparece como procedimento essencial.

A responsabilidade e o compromisso em trabalhar coletivamente para garantir a

aprendizagem, que deve propiciar ao educando novas formas de aprender, não há dúvida

nenhuma que é do professor. Também é preciso ter em mente que o envolvimento de

todos os profissionais da escola nesta causa de forma democrática, muito se colabora

para o sucesso absoluto do ensino visando a aprendizagem de todos os alunos. Por isso

que nas palavras de Villas Boas (2001, p. 198), “a autonomia da escola para planejar seu

Em relação ao texto de Demo, especifique em poucas linhas, como você pode acrescentar mudanças na sua prática avaliativa para transformá-la em prática de aprendizagem.

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trabalho concede-lhe o direito e o dever de avaliá-lo em todas as suas dimensões e de

divulgar os resultados a todos os interessados”. A participação da comunidade também

faz parte deste processo, afinal, o envolvimento dos pais ou responsáveis é

imprescindível na vida escolar do menor sob sua responsabilidade.

A escola atual visa ao preparo de pessoas de mentalidade flexível e adaptável para enfrentar as rápidas transformações do mundo. Pessoas que aprendem a aprender e, conseqüentemente, estejam aptas a continuar aprendendo sempre (TURRA, et al., 1975, p. 17).

A escola é uma instituição de ensino que tem como missão lutar na mudança da

sociedade. O cidadão está inserido num ambiente onde deve se aprender a construir as

relações humanas e com o mundo do trabalho, natural e social, e com isso, espera-se

que haja posturas na superação da má-formação na intervenção pedagógica para o

aprendizado do aluno. Não se pode perder de vista que o mundo do trabalho é exigente,

haja vista o advento das altas tecnologias de países desenvolvidos.

Saiba mais sobre escola, lendo o texto ao lado.

A escola tem que pensar o que pretende, do ponto de vista político e pedagógico. Há um alvo por ser atingido pela escola: a produção e a socialização do conhecimento, das ciências, das letras, das artes, da política e da tecnologia, para que o aluno possa compreender a realidade socioeconômica, política e cultural, tornando-se capaz de participar do processo de construção da sociedade VEIGA (2001, p. 25).

Quais ações poderão surtir resultado positivo em sua escola para valorizar a

produção e a socialização do conhecimento das diversas disciplinas?

24

Para a escola cumprir sua missão de encaminhar ao aprender, talvez seja

necessário buscar estratégias para aumentar a participação dos pais ou responsáveis e

da comunidade nas suas atividades diárias. Nas palavras de Santiago e Zasso (2005, p.

190), “a compreensão de uma nova atitude em relação à avaliação vai sendo construída à

medida que os pais são envolvidos no processo de reflexão e convidados a participar

juntamente com os professores”. Para o envolvimento dos pais, a escola pode oferecer

atividades de conscientização, esclarecimento e integração com assuntos que abordam a

vida escolar do educando sob sua responsabilidade. É indispensável aumentar essa

convivência a fim de motivar o estudante a querer estudar para melhorar seu

desempenho, a qualidade da aprendizagem, o conhecimento e o saber necessário para

tornar-se um cidadão crítico no meio em que vive e arriscar-se em mudanças na melhoria

de sua vida.

Conheça o que relata Paro (2007, p. 16), sobre a escola:

“Como a escola só tem acesso direto ao educando durante as poucas horas em que este

freqüenta suas atividades, ela precisa começar a voltar sua atenção para os períodos em que ele

está fora de seu abrigo”.

Contudo, dê sugestões de ações que poderão ser desenvolvidas na sua escola, com a participação dos responsáveis na estimulação do estudante para estudar e aprender e tornar o estudo prazeroso.

Para cuidar da aprendizagem, é preciso avaliar sempre, como rotina escolar. Quem cuida não perde de vista.Avaliação precisa ser “pedagogia”, não instrucionismo.É crucial respeitar a ética da avaliação, em sua lógica e em sua democracia.Acima de tudo está o direito de aprender (DEMO, 2009, p. 80).

Você faz leitura

constantemente?Então, inteire-se do

conteúdo abaixo sobre

aprendizagem e

avaliação.

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Acredito que durante a leitura do texto de Demo, imaginou algumas coisas; então,

diante do imaginado, faça um estudo crítico do que se pede.

Em relação à escola onde trabalha, aponte:

o que precisará ser repensado nela, para ser um instrumento de

transformação social;

ações para que a avaliação se torne um instrumento relevante na

construção do conhecimento.

Conheça o que Resende (2005, p. 88) relata sobre o processo de transformação.

Para que as transformações no grupo se operem é preciso antes que se oportunize a mudança pessoal, e quando a pessoa se torna consciente de seu próprio processo de pensamento, quando se percebe capaz de reagir às situações, e quando finalmente desperta às influências do cotidiano, será capaz, também de buscar propostas voltadas para a generalidade.

Finalizando, responda as questões seguintes sobre a leitura realizada.

REFERÊNCIAS

Na sua opinião, quais os fatores que poderão dificultar a

transformação da avaliação na sua escola? Justifique sua resposta.

Como você aperfeiçoará o seu trabalho com o aluno, na questão do

querer aprender?

Elabore, no mínimo em cinco linhas, relato de como o trabalho

coletivo e o envolvimento do aluno, bem como , a participação

dos pais poderá contribuir na redimensão da avaliação para

que a escola em que atua sobressaia como instância de

transformação social.

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REFERÊNCIAS

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